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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
0
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS DE JACAREZINHO
VALNETE LAUREANO
UNIDADE DIDÁTICA
O JOGAR E O BRINCAR NO ENSINO FUNDAMENTAL:
resgatando valores culturais
Jacarezinho - Paraná 2010
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VALNETE LAUREANO
O JOGAR E O BRINCAR NO ENSINO FUNDAMENTAL:
resgatando valores culturais
Material Didático (Unidade Didática), apresentado como requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação, na área de Educação Física, com o tema, Jogos e Brincadeiras, sob a orientação da MS. Jussara Eliana Utida.
Jacarezinho – Paraná 2010
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LISTA DE FIGURAS
Fig. 1: Jogos e Brincadeiras.......................................................................................05
Fig. 2: Jogo de Bets..................................................................................................
Fig. 3: Jogo de Queimada.........................................................................................11
Fig. 4: Brincadeira cinco marias ou bugalha..............................................................14
Fig. 5: Brincadeiras de rua........................................................................................
Fig. 6: Jogando de peteca..........................................................................................19
Fig. 7: 1º Passo - preparando o material....................................................................20
Fig. 8: 2º Passo - confecção da peteca......................................................................20
Fig. 9: 3º Passo - confecção da peteca......................................................................21
Fig. 10: 4º Passo - confecção da peteca....................................................................21
Fig. 11: 5º Passo - confecção da peteca....................................................................22
Fig. 12: 6º Passo - confecção da peteca....................................................................22
Fig. 13: Peteca pronta..................................................................................................
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1 IDENTIFICAÇÃO........................................................................................................
2 TÍTULO DA UNIDADE DIDÁTICA.............................................................................
3 APRESENTAÇÃO......................................................................................................
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................................
5 O JOGO....................................................................................................................
5.1 REALIZAÇÃO DE UMA PESUISA........................................................................
5.1.1 ATIVIDADES.........................................................................................................
5.1.1.1 Sugestão 1.........................................................................................................
5.1.1.2 Sugestão 2.........................................................................................................
5.1.1.3 Sugestão 3.........................................................................................................
6 JOGOS POPULARES...............................................................................................
6.1 JOGOS DE BETS....................................................................................................
6.1.1 ATIVIDADE........................................................................................................
6.1.1.1 Sugestão............................................................................................................
6.2 JOGO DE QUEIMADA............................................................................................
6.2.1 ATIVIDADE..........................................................................................................
6.2.1.1 Sugestão............................................................................................................
6.3 JOGO DE BUGALHA............................................................................................
6.3.1 ATIVIDADES.......................................................................................................
6.3.1.1 Sugestão 1.........................................................................................................
6.3.1.2 Sugestão 2.........................................................................................................
7 BRINCADEIRAS.......................................................................................................
7.1 ATIVIDADE.............................................................................................................
7.1.1 Sugestão .............................................................................................................
8 BRINQUEDOS.........................................................................................................
8.1 ATIVIDADES............................................................................................................
8.1.1 Sugestão 1.........................................................................................................
8.1.2 Sugestão 2.........................................................................................................
8.1.3 Sugestão 3.........................................................................................................
9 CONSIDERAÇÕES..................................................................................................
REFERÊNCIAS............................................................................................................
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SUMÁRIORIO
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1 IDENTIFICAÇÃO
PROFESSORA PDE: Valnete Laureano
ÁREA: Educação Física
N.R.E: Cornélio Procópio
PROFESSORA ORIENTADORA IES: Jussara Eliana Utida
IES VINCULADA: UENP / FAFIJA
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual Professor Paulo Mozart Machado
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Jogos e Brincadeiras
PÚBLICO ALVO DE INTERVENÇÃO: Alunos de 5ª série – Ensino Fundamental
2 TÍTULO DA UNIDADE DIDÁTICA
O jogar e o brincar no Ensino Fundamental: resgatando valores culturais
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UNIDADE DIDÁTICA
O JOGAR E O BRINCAR NO ENSINO FUNDAMENTAL: RESGATANDO
VALORES CULTURAIS.
Fig. 1: Jogos e brincadeiras Fonte: Rosí Reghin
3 APRESENTAÇÃO
A iniciativa de fazer o resgate dos jogos e brincadeiras no ensino
fundamental nas séries finais, especificamente a alunos de 5ª séries, surgiu da
necessidade de mudar a prática que é vivenciada hoje, na escola pública, onde os
jogos e brincadeiras não são contemplados como o esporte, especificamente o
futebol. Devemos dar importância e trabalhar todos os conteúdos da disciplina, é um
direito que os alunos têm e que não podemos negá-lo, sendo a escola o local
apropriado para desenvolvermos esta prática pedagógica.
Desde o início dos tempos, os seres humanos brincavam e jogavam
entre si. Brincar é tão importante quanto essencial, proporciona alegria, prazer e
novas aprendizagens. O ser humano se mostra na sua essência de forma
inconsciente. Deve ser estimulado e reconhecido como um direito e em constante
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desafio, despertando desde cedo um espírito participativo, de cooperação e
solidariedade, Ele socializa, troca, coopera e compete, ganha e perde, se emociona
e ri, agacha e levanta, corre e pára. As crianças e os adolescentes se comunicam
entre si através do “Jogar” e do “Brincar”.
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Física
(2008), jogos e brincadeiras são pensados de forma complementar, mesmo
apresentando cada qual a sua especificidade. Compõem um conjunto de
possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade. Através do
jogo, os alunos aprendem a respeitar o que foi combinado e que foi estabelecido, de
forma que a liberdade e o limite não sejam violados no momento do jogo, nem que
as regras sejam infringidas. Para que isso não ocorra é necessário que aconteça o
diálogo entre professor e aluno, mostrando as possibilidades de flexibilização das
regras e da organização coletiva.
É no praticar de forma agradável, que há o envolvimento emocional,
que faz com que haja satisfação em vivenciar atividades prazerosas, promovendo a
socialização, a cooperação e o respeito. Desta forma, oferecendo subsídios teóricos
e metodológicos aos alunos para que através do estudo obtenha o conhecimento da
origem e da história dos jogos e brincadeiras e também oportunizando a participação
de uma oficina de brinquedo, valorizando o momento lúdico, constituem estratégias
para se conseguir o resgate dos Jogos e Brincadeiras nas aulas de Educação Física.
Daólio (2003, p.39) afirma que: “O homem por meio do seu corpo,
vai assimilando costumes sociais, num processo de incorporação”. Dessa forma,
viver em sociedade, significa respeitar e cumprir regras, os jogos e as brincadeiras
podem servir para praticar e aprender a ter a convivência social. Havendo também a
possibilidade da preservação dessa cultura popular através da ação pedagógica da
disciplina, de fazer o resgate dos jogos e brincadeiras na comunidade escolar para
serem incorporados, na prática pedagógica para o enriquecimento do conteúdo.
Devemos refletir e intervir de forma significativa no contexto da
Educação Física Escolar, para construir um referencial pedagógico que aborde
outros conhecimentos da Cultura Corporal. Além do esporte, o aluno deve ter acesso
a conhecimentos que utilizem de práticas corporais que possam ser incorporadas no
cotidiano escolar.
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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O projeto será realizado na Escola Estadual Professor Paulo Mozart
Machado-Ensino Fundamental, com os alunos da 5ª série, sendo fundamentado
teoricamente no ano de 2009 e aplicado à intervenção no ano de 2010.
Este material tem como objetivo contemplar estratégias que visam
enriquecer as práticas pedagógicas no Ensino da Educação Física, relacionando o
conteúdo estruturante Jogos e Brincadeiras e o elemento articulador ludicidade,
fazendo um resgate dos jogos e brincadeiras dos pais, avós e familiares
oportunizando aos alunos vivenciar a construção de brinquedos, possibilitando a
experimentação dos jogos e brincadeiras no seu cotidiano. Dessa forma, através da
vivência dos jogos antigos fazer adaptações para outros jogos, mudando regras e
estratégias.
5 O JOGO
O jogo tem muitos significados. Ele pode ser considerado
construtivo porque presumi uma ação do indivíduo sobre a realidade e também
como simbólico devido à motivação e à possibilidade de criar novas ações, no
sentido de estabelecer regras que definam a perda ou o ganho.
O jogo reflete em cada momento a forma com que a criança atua,
compreende e se relaciona com o mundo. “[...] evoluem com a criança e ajudam a
formar a estrutura de sua personalidade, desenvolvendo os aspectos motor,
intelectual, criativo, emocional, social e cultural” (MORENO, 2005, p.27, 28).
Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos de divertimento,
pois através da perda podem surgir sentimentos de frustração, insegurança, raiva e
angústia. No entanto, devemos atentar para que estes sentimentos sejam
trabalhados no espaço escolar, de forma que não se estabeleçam de maneira
contínua atrapalhando o aluno em novas iniciativas.
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5.1 REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA
ATIVIDADE DE PESQUISA
Juntamente com o professor de Educação Física, elabore um
questionário para ser aplicado aos avós, pais e a vocês.
- Deverá conter:
1- Nome, idade, endereço,
2- Objetivo da pesquisa,
3- Os jogos e as brincadeiras que mais brincavam e gostavam.
4- Os jogos e brincadeiras que havia na escola.
5- Se fazia ou construía, algum tipo de brinquedo.
- Colete as respostas e traga o questionário preenchido, para a
próxima aula.
É comum ouvir “tal pai, tal filho” e “puxou para o pai” ou “puxou para
a mãe”, essas expressões, são usadas para descrever relações entre pai e filho ou
mãe e filha. Nas relações entre pais e filhos, existe cumplicidade, os hábitos e
costumes podem ser compartilhados por toda família e o jogo pode ser um deles
(DARIDO; RANGEL, 2005, p.161).
Os jogos assim como as brincadeiras nos dão alegria, prazer e
divertimento. Porém tem um diferencial que são as regras estabelecidas e
solicitadas pelos seus participantes e sempre que acharem necessário ocorrerão
buscar um vencedor, ao contrário das brincadeiras que se mantém enquanto houver
interesse e motivação. Os jogos podem ser transformados e adaptados de acordo
com a realidade, que são aplicados.
A necessidade de jogar implica na necessidade de viver, porque, a
função lúdica é ser espontânea, poder errar, tentar outra vez, criar, o que
proporciona à pessoa ser autêntica e descobrir a si própria a cada momento
(BREGOLATO, 2007, p.71).
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Após a pesquisa, discutir sobre a história dos jogos e brincadeiras e refletir que
mudanças ocorreram na sociedade e por que não se vivencia mais estas
brincadeiras.
5.1.1 ATIVIDADES
5.1.1.1 Sugestão 1
Realizar juntos com os alunos, uma tarefa para selecionar os jogos e
as brincadeiras mais citadas no questionário, pelos avós, pais e por vocês, o resgate
dos jogos e das brincadeiras.
Os jogos e as brincadeiras citadas no questionário serão expostos
no quadro de giz, e posteriormente serão escolhidos os mais citados e os que os
alunos não conhecem.
O resultado será divulgado através da confecção de um cartaz, para
posterior exposição no mural da escola.
Após a escolha dos mais citados, possibilitar através da vivência
prática, a experimentação dos jogos e das brincadeiras escolhidas pelos alunos.
5.1.1.2 Sugestão 2
Propor aos alunos que realizem uma atividade no laboratório de
informática da escola.
Com a ajuda do Professor, em grupo, propor fazer uma pesquisa na
internet, sobre a origem e a história dos jogos e as brincadeiras e em que século
isso aconteceu.
5.1.1.3 Sugestão 3
Pesquisar em revistas, livros ou na biblioteca da escola a origem das
brincadeiras: cabra-cega, amarelinha e onde se denominou.
Elaborar um cartaz com o desenho do desenvolvimento da
brincadeira e destacar a diferença que existe entre elas.
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JOGOS POPULARES
Sendo assim, Awad (2006, p.13) afirma à respeito que, os Jogos
populares infantis: são os jogos desenvolvidos geralmente em ruas, quintais,
terrenos baldios, em pátios escolares, e praticada com maior assiduidade por
crianças das classes populares e ”classes médias baixas”. As brincadeiras são
denominadas de acordo com a região onde ela é praticada e devido à transmissão
de geração, também recebem a denominação de jogos tradicionais.
6.1 JOGO DE BETS
Também conhecido como Bétis, Bete-ombro, Bete, Bets Lombo ou
jogo do taco. Uma das versões da origem do jogo de bets é que durante o século
XIX ele foi criado por jangadeiros no Brasil, a outra seria uma homenagem a rainha
Elizabeth por isso o nome bets. Taco ou bets, o jogo é extremamente popular no
Brasil. É objeto de uma expressão muito comum no Paraná, “largar os betes”, que
significa desistir de algo.
Fig. 2: Jogo de Bets Fonte: Sueli Geraldes
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O objetivo do bets é trocar de base cruzando os tacos no meio do
campo, o que equivale a 1 ponto. Ganha quem acumular 25 pontos primeiro. Ao
iniciar o jogo com a posse do taco é uma grande vantagem. A outra dupla, da
bolinha, tem de primeiro conquistar o taco - derrubando a casinha ou “queimando” o
adversário - para somente depois buscar o acúmulo de pontos.
1. A bolinha é rebatida para frente: A dupla corre para trocar de base cruzando
os tacos no meio de campo, antes que os adversários recuperem a bolinha
e se aproximem novamente das bases;
2. A bolinha é rebatida, mas não ultrapassa a linha da base oposta: o lançador
tem o direito de arremessar novamente a bolinha, desta vez do lugar onde a
mesma estacionou;
3. A bolinha raspa no taco do rebatedor, correndo para trás da base: “1 para
trás”. Ao acumular “3 para trás” a dupla perde a posse do taco;
4. A bolinha é rebatida, mas é pega no ar pelo lançador: a dupla perde
automaticamente a posse do taco;
5. A bolinha derruba a casinha: a dupla perde automaticamente a posse do
taco;
6. A bolinha toca o rebatedor que está com o taco fora da base: a dupla perde
automaticamente a posse do taco;
7. A bolinha passa direto pela casinha e pelo rebatedor: o lançador do lado
oposto pega a bolinha e se prepara para o arremesso contra a outra casinha.
6.1.1 ATIVIDADE
6. 1.1.1 Sugestão
Propor aos alunos a vivenciar a experiência prática do jogo de bets.
Providenciar material para todos os grupos jogarem no mesmo
tempo. Os materiais são: 2 tacos, 2 casinhas (pequenos tripés de madeira ou garrafa
pet com um pouco de água, uma bola pequena de borracha, giz para desenhar a
casinha no chão).
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6.2 JOGO DE QUEIMADA
Podemos dizer que, algum jogo tem uma forte presença no cotidiano
escolar e que fazem parte do contexto histórico. Existem jogos que favorecem a
exclusão temporária ou total dos menos habilidosos, transformando este jogo iremos
evitá-la. Ao professor cabe fazer as intervenções pedagógicas necessárias,
e “realizando uma crítica aos modelos dominantes” (DCES, 2008, p.65). Para que o
aluno reflita sobre esta prática e procure opções de alternativas que todos tenham o
propósito além de transformar, modificar, produzir novas formas de jogar e criar
novos jogos. Através do diálogo entre professor e aluno, cria-se a situação em que
alunos possam reconstruir as regras, testar estratégias, fazer adaptações de outros
jogos e também ir buscando soluções que venham a surgir durante o jogo. Cabendo
à escola proporcionar a vivência destes jogos para as crianças, já que ela não tem
tempo, nem espaço para brincar.
Fig. 3: Jogo de queimada Fonte: Sueli Geraldes
1- Queimada de passes:
As regras são semelhantes as da queimada tradicional, sendo que
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não é permitido andar com a bola na mão; quem receber a bola deve arremessar de
onde estiver ou passá-la para outra pessoa; só pode andar quem não estiver com a
bola na mão, quem estiver na reserva ou cemitério pode passar, receber passes e
também queimar.
2- Queimada cooperativa:
Quando o jogador é queimado ele passa a fazer parte da outra
equipe. Combina-se com os alunos, um tempo determinado de jogo (exemplo 15
minutos). Terminado o tempo estipulado, ganha a equipe que tiver mais jogadores.
6.2.1 ATIVIDADE
6.2.1.1 Sugestão
O professor deve conversar com os alunos sobre o jogo da
queimada, como eles conhecem esse jogo, as regras que costumam utilizar quando
brincam.
Sugerir que cada grupo apresente um jogo de queimada diferente
para ser vivenciado.
6.3 JOGO DE BUGALHA
É um jogo pré-histórico e há diversas maneiras de ser praticado. Em
um costume da Grécia antiga, quando queriam consultar os deuses, os homens
jogavam os ossinhos da pata de carneiro e ficavam olhando como caíam. Os reis o
praticavam com pepitas de ouro, pedras preciosas, marfim ou âmbar. Popular até
hoje é praticado com pedrinhas ou saquinhos de pano cheios de areia ou arroz,
ossos, sementes ou caroços de frutas, como pêssego. Esse jogo tem vários nomes
ao redor do país: três marias, jogo do osso, bato, arriós, telhos, chocos, nécara e
bugalha (ATZINGEN, 2002, p. 52).
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Fig. 4: Brincadeira cinco marias ou bugalha Fonte: Sueli Geraldes
6.3.1 ATIVIDADES
6.3.1.1 Sugestão 1
Em grupos de 5 alunos, cada equipe com 5 saquinhos de areia ou 5
pedrinhas, vivenciar a atividade prática do jogo de bulgalha.
O objetivo do jogo é pegar as pedrinhas no ar. Quem passar por
todas as fases primeiro, será o ganhador. Se o jogador relar no saquinho que estão
no chão sem que seja escolhido para a jogada ou deixar cair ou ainda errar perde a
vez passando para o outro jogador, continuando quando chegar a sua vez
novamente do início da fase que tinha errado.
1- Jogar todos os saquinhos no chão e pegar um deles sem tocar nos demais, jogar
para o alto o saquinho escolhido, enquanto pega um dos quatro que estão no chão,
não podendo encostar, nos restantes, segurando sempre na mesma mão e sem
deixar cair no chão, fazer o mesmo com os quatro saquinhos, um por um.
2- Jogar todos os saquinhos no chão novamente e pegar um, sem tocar nos
restantes; agora é pegar de dois em dois saquinhos.
3- Repetir a fase anterior, só que agora pegando um saquinho, e depois na outra
jogada pegando três saquinhos de uma só vez sem deixar cair.
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4- Novamente, jogar todos os saquinhos no chão, pegar um. jogá-lo para o alto e
pegar os quatro que estão no chão de uma só vez sem deixar cair nenhum.
5- Última fase, jogar os saquinhos no chão e pegar um sem tocar nos demais, com a
outra mão formar um túnel por onde os quatro saquinhos deverão ser passados, um
por um, como se fosse fazer um gol, sem deixar cair o saquinho que está no ar.
Finalizada esta fase, está terminado o jogo, vencendo quem termina primeiro as
fases.
6.3.1.2 Sugestão 2
A partir da vivência deste jogo, o professor pode sugerir aos alunos
que apresentem outras formas do jogo de bugalha ou cinco marias.
Formados em grupos, fazer um levantamento ou uma pesquisa de
outras maneiras de jogar saquinhos ou bugalha.
Cada grupo deve apresentar e explicar aos demais alunos da sala
de aula, o seu jogo com suas regras e as modificações a serem feitas.
7 BRINCADEIRAS
“Brincar na rua” era referência para uma infinidade de atividades
realizadas ao ar livre, nas ruas e nas praças, que serviam de espaço lúdico para as
crianças. Hoje em dia isso não é mais possível. A violência, o trânsito, a falta de
segurança e o crescimento urbano, todos estes fatores impedem a utilização do
espaço público para a diversão. “Quando o contexto muda, as brincadeiras também
mudam” Gabardino Ecolab e colab, (1992 apud BOMTEMPO 2005, p.68). Nesse
sentido significa que com as mudanças ocorridas na sociedade, as formas e as
maneiras de brincar também mudam, o ambiente torna-se então condição para a
brincadeira. As brincadeiras são denominadas de acordo com a região onde ela é
praticada e devido à transmissão de geração, também recebem a denominação de
jogos tradicionais.
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Fig. 5: Brincadeiras de rua Fonte: Rosí Reghin
Sobre o assunto, Marcelino (2006, p. 41), argumenta que “as antigas
brincadeiras e jogos infantis foram substituídos pela televisão e pelos brinquedos
industrializados” e atualmente as crianças estão seduzidas e fascinadas pelos
recursos que são oferecidos pela tecnologia que a sociedade contemporânea
oferece, a preservação dos costumes e a tradição de um povo devem ser
valorizadas, para que seja transmitida de geração em geração.
Também Machado, (1995, p.21, 22) afirma que: Brincar é nossa
primeira forma de cultura. A cultura é o jeito de as pessoas conviverem, se
expressarem, é o modo como as crianças brincam, como os adultos vivem,
trabalham, fazem arte (MACHADO, 1995, p. 21, 22).
Defendem a mesma idéia, GONZALEZ, ALVAREZ E DE PABLO
(1993, p. 90) “a brincadeira é fundamental no desenvolvimento e no crescimento do
indivíduo e sua falta repercutirá de forma negativa em sua adaptação e socialização
à vida real”. A aprendizagem que ocorre através do convívio social será tão
importante, quanto o desenvolvimento do aspecto cognitivo e afetivo, ela se
constituirá através de diferentes brincadeiras.
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7.1 ATIVIDADE
7.1.1 Sugestão
Algumas brincadeiras tradicionais que fizeram parte da infância de
nossos avós e pais e que passam ser sugeridas pela autora do referido trabalho
como atividades aos alunos:
1- Amarelinha
Essa brincadeira também pode ser chamada de sapata, avião,
macaca. È desenhada no chão com giz e tem formato de uma cruz com um
semicírculo em uma das pontas, onde está a palavra Céu e na outra ponta, Inferno.
Nos quadrados 1 - 4 - 7, as crianças podem colocar apenas um dos pés e nas outras
casas juntas: 2 e 3, 5 e 6 e Céu, podem colocar os dois pés.
2- Balança caixão
A brincadeira se desenvolve com 3 ou mais pessoas. Um aluno
senta-se no trono sendo chamado de rei, o outro com o nome de servo apóia no seu
colo, os demais alunos formam uma fileira atrás do servo, apoiando-se uns nas
costas dos outros. O rei inicia a brincadeira recitando com o aluno que está no final.
O último da coluna dá um tapa nas costas da pessoa da frente e vai se esconder.
Assim por diante até chegar a vez do servo, o qual irá procurar os alunos que estão
escondidos.
Balança caixão
Balança você
Dá um tapa nas costas
E vai se esconder.
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3- Corre Lenço
A brincadeira começa com as crianças sentadas em círculo. Uma
delas estará fora do círculo com um lenço na mão. As crianças começam a recitar:
“Corre Cotia, na casa da tia, corre cipó, na casa da vó, lencinho na mão, caiu no
chão, moça bonita do meu coração”. Enquanto isso, com o lenço na mão a criança
vai correndo em volta do círculo e todas recitam o versinho. Quando as crianças
acabam de recitar, quem está com o lenço na mão escolhe uma criança e coloca o
lenço atrás dela. Esta pega o lenço se levanta e corre atrás da criança tentando
acertá-la com o lenço. Se conseguir volta a sentar no mesmo lugar onde estava,
senão quem jogou o lenço é que ficará sentada. A brincadeira recomeça.
4- Esconde-Esconde
Também conhecido como pique esconde. Uma criança esconde o
rosto com os olhos vendados e conta os números em voz alta e pausadamente, Os
amigos vão se esconder e, quando ela terminar de contar até dez ou trinta, conforme
o que foi combinado e vai procurar a turma, O primeiro a ser encontrado será o
próximo a bater a cara. As demais podem se salvar individualmente, atendo no local
da contagem ou salvando todas dizendo: Um, dos, três, salvo todos.
5- Pega-Pega
Pode ser brincado em qualquer lugar. Existem várias maneiras de
brincar, um corre, o outro tenta pegar, ou seja, o pegador ou caçador, e os outros os
fugitivos. É uma das mais antigas tradicionais brincadeiras.
6- Pular corda
Enquanto dois jogadores tocam a corda, cada um do grupo pula
cantando a cantiga: Um homem bateu na minha porta e eu abri. Senhoras e
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senhores pulem num pé só. Senhoras e senhores ponham a mão no chão. Senhoras
e senhores dêem uma rodadinha.
E vão, pro olho da rua! (sair fora).
Quem conseguir chegar primeiro ao final, sem errar no pulo, será o vencedor.
Outras cantigas:
Salada, saladinha, temperada na cozinha.
Sal, pimenta, fogo, foguinho. Bater a corda com mais força e rapidez. Quem não
conseguir pular e errar, começar novamente.
Com que será?
Que a (falar o nome da criança) vai se casar?
Loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, ladrão, polícia, capitão, recadinho do seu
coração.
8 BRINQUEDOS
Os brinquedos tornam as brincadeiras mais enriquecedoras,
estimulantes e prazerosas possibilitando ao aluno a imaginação e a criação de
fantasias.
O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que
evocam aspectos da realidade (KISHIMOTO, 2005, p.18). Através do brinquedo a
criança faz a representação de seu cotidiano, da natureza e as construções
humanas.
Os brinquedos são objetos ou instrumentos utilizados para o ato
Para refletir:
Como se sentem após terem vivenciado estas atividades?
Quais outras brincadeiras que poderiam estar fazendo parte destas atividades?
Vocês acham que a vivência prática destas brincadeiras, pode enriquecer as
aulas de educação física?
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brincar, tornando-se parceiros da criança em suas brincadeiras, levando à ação, a
imaginação e a criação (AWAD, 2006, p.25).
A peteca é um bom exemplo de brinquedo. Resgatar esta
brincadeira é de relevância já que ela faz parte da nossa história, quando só os
indígenas habitavam o nosso país, ela já existia e era manuseada por eles como
brinquedo.
Logo que os portugueses chegaram ao Brasil, viram que os índios
estavam brincando com uma trouxinha de folhas cheia de pedra, amarrada a uma
espiga de milho, que chamavam de Pe’teka, que em tupi significa bater. A
brincadeira foi passando, de geração em geração, até que se tornou um esporte.
se
Figura 6: jogando peteca Fonte: Sueli Geraldes
Curiosidades sobre o jogo de peteca
Em 1920, os brasileiros foram participar dos Jogos Olímpicos, realizados em Antuérpia,
na Bélgica, levando para se divertir durante a estadia no intervalo das competições, a
peteca. A peteca era uma novidade e o encantamento fez com que atletas e técnicos
de outros países se interessassem por saber as suas regras. Na época, o Dr. José
Maria Castelo Branco era o chefe da delegação brasileira e informou que não havia
regras para o jogo de peteca. Foi João Perrenoud Teixeira em 1932, quem criou as
regras. Mas foi em 1985, que o Conselho nacional de Desportos reconheceu a peteca
oficialmente como esporte (ATZINGEN, 2001, p. 146).
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8.1 ATIVIDADES
8.1.1 Sugestão 1
Organizar uma oficina de construção de brinquedo para confeccionar
petecas.
Combinar com os alunos como será feita a aquisição dos materiais
para a confecção da peteca.
Com a ajuda do professor, vivenciar a experimentação da confecção
da peteca, sendo que cada aluno deverá fazer a sua própria peteca.
Orientações para a confecção da Peteca.
1º passo: Preparar o material: 20 penas, 5 mts de barbante, recorte este barbante
em 3 partes ( 1 parte com 4 mts, 2 partes em 50 cm) palhas de milho recortadas em
tiras, um circulo de papelão com 7 cm de diâmetro.
Fig 7: 1º passo – Preparando o material Fonte: Arquivo pessoal
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2º passo: envolver o círculo de papelão com tiras da palha de milho.
Fig. 8: 2º passo - confecção da peteca Fonte: arquivo pessoal
3º passo: continuar envolvendo o círculo de papelão com tiras da palha de milho até
cobri-lo totalmente.
Fig. 9: 3º passo - confecção da peteca Fonte: arquivo pessoal
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4º passo: colocar as penas entre a palha de milho que foi colocada no papelão e
amarrar com o barbante menor.
Fig. 10: 4º passo - confecção da peteca Fonte: arquivo pessoal
5º passo: colocar mais palhas de milho e amarrar novamente com o outro barbante
menor.
Fig. 11: 5º passo - confecção da peteca Fonte: arquivo pessoal
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6º passo: terminar de colocar o restante da palha e amarrar bem firme com o
barbante maior.
Fig.12: 6º passo - confecção da peteca Fonte: arquivo pessoal
Fig 13: Peteca pronta Fonte: arquivo pessoal
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8.1.2 Sugestão 2
Realizar a exposição das petecas confeccionadas pelos alunos para
apresentação aos pais e familiares dos alunos.
8.1.3 Sugestão 3
Finalizar com a proposta de um torneio de peteca entre os alunos e
pais, oportunizando socializar e vivenciar o lúdico a partir da construção deste
brinquedo.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto educadores, devemos intervir sobre a nossa prática de
forma significativa no contexto da Educação Física escolar, a fim de construir um
referencial pedagógico, que aborde outros conhecimentos da Cultura Corporal.
Muitos jogos e brincadeiras da cultura popular são desconhecidos
pela maioria das crianças, pois não é comum vê-las brincando na rua ou em outro
espaço, já ouviram falar dos jogos ou das brincadeiras, mas infelizmente não
vivenciaram esta prática. Com todas as mudanças ocorridas na sociedade através
dos tempos e apesar das brincadeiras antigas não seduzirem mais as crianças, a
escola é o local adequado para introduzir esta prática para que possam ser
incorporadas no ambiente escolar e também no cotidiano dos alunos.
E observamos que na Escola Estadual Professor Paulo Mozart
Machado, existe um espaço amplo e livre para brincar e jogar, com as quadras, o
gramado do campo, o espaço que tem as mesas de ping-pong, e ainda as salas de
aulas, o que possibilitará que tenha um ótimo desenvolvimento do trabalho.
Este trabalho contém sugestões de atividades, de jogos e
brincadeiras que podem e devem ser adaptados conforme a realidade do professor,
possibilitando o desenvolvimento das habilidades intelectuais, sociais e físicas, de
forma prazerosa e participativa, contribuindo para o processo de ensino e
aprendizagem.
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Esperamos que sirva de fundamentação para aqueles que buscam
melhorar a sua prática, e que acreditam que o jogar e o brincar podem ser
significativos na vida das pessoas, especialmente dos nossos alunos. As
experiências lúdicas proporcionam prazer e alegria e serão lembradas por toda a
vida.
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REFERÊNCIAS
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AWAD, Hani Zehdi Amine. Brinque, jogue, cante e encante com a recreação:
conteúdos de aplicação pedagógica teórico/prático. 2. ed. Jundiaí, (SP) : Fontoura.
2006.
BREGOLATO, Roseli Aparecida. Cultura Corporal do Jogo. São Paulo: Ícone,
2007.
DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2005.
FRIEDMANN, Adriana. A arte de brincar: brincadeiras e jogos tradicionais. 6. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 8. ed. São Paulo : Cortez, 2005.
MACHADO, Marina Marcondes. O brinquedo-sucata e a criança. 2. ed. Ipiranga, São Paulo: Loyola. 1995.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do Lazer: uma introdução. 4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
MURCIA, Juan Antonio Moreno (org). Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física. Paraná, 2008.
História dos Jogos Tradicionais e Brincadeiras Infantis. Disponível em <http://www.ahistoria.com.br/...jogos/Historia-dos-Jogos-Tradiconais-e-Brincadeiras-infantis-123->. Acesso em: 21 nov. 2009.