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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 Versão On-line ISBN 978-85-8015-039-1 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 20

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-039-1Cadernos PDE

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MULTIMÍDIAS NO ENSINO DE ARTE

ELIANE CÂNDIDO1

JUCIANE ARALDI2

Resumo: O presente artigo apresenta uma experiência pedagógica com professores e alunos do Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola- Ensino Fundamental Médio e Normal no ano de 2009, na cidade de Fênix, Paraná. Teve como objetivo colaborar no aprimoramento da ação docente no que se refere ao uso das multimídias, estabelecendo relações entre o som e a imagem nos meios de comunicação, bem como desenvolver um trabalho integrando técnicas tradicionais e recursos das novas tecnologias. É apresentado um estudo sobre “Mídia e Tecnologia”, observando seus conceitos e a diferença entre as mesmas. Ressalta-se a “Relação do Jovem com a Mídia e a Tecnologia”, como também a questão da “Mídia, Tecnologia e Educação”, item no qual se faz uma análise sobre as transformações dos processos de ensino-aprendizagem a partir das novas mídias e tecnologia. No trabalho com a disciplina de Arte, aborda-se a problemática da tecnologia e a mídia nesta disciplina. Os resultados obtidos demonstram que houve enriquecimento da prática pedagógica dos participantes, pois a escola e seus profissionais puderam vivenciar o grande desafio de integrar ao cotidiano escolar as mídias e as novas tecnologias, propiciando uma melhor qualidade ao ensino. Verificou-se que os objetos multimídia utilizados na escola representam uma ferramenta de apoio pedagógico na construção dos saberes, permitindo uma aprendizagem que estimula o educando a inserir-se em formas mais dinâmicas de construção do conhecimento.

Palavras-chave: som, imagem, mídias, arte, educação

Abstract: This article presents a pedagogical experiment with teachers and students of Colegio Estadual Santo Inacio de Loyola - Elementary Middle and Education, during the school year 2009 in thecity of Fenix, Parana. This study aims to help improve the teaching activities with the use of multimedia, establishing connections between sound and image in the media. It also aims to develop teaching strategies integrating traditional techniques and capabilities of new technologies. A study on "Media and Technology" is presented, observing their concepts and the differences between them. We point out the "relationship between young students and the Media and Technology," as well as the issue of "Media, Technology and Education", which provides an analysis on the transformations of teaching and learning aspects. The same problems and issues are addressed with the discipline of Art . The results show that there was an enrichment of the pedagogical practices of the participants, due to the fact that the school and its staff were able to experience the challenges of incorporating media and new technologies in the school routine, thus providing a better quality of education. This study found that the multimedia objects used in this school, represented a valuable pedagogical tool in building knowledge and provided the teachers with learning tools that encourage the students with a more dynamic and stimulating form of learning.

Keywords: sound, image, media, art, education

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino, formada em Arte e Pedagogia pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE); formada em Letras e pós - graduada em Língua Portuguesa pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) 2 Professora Orientadora, Mestre em Música – Educação Musical. Docente no Curso de Graduação em Música da UEM.

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MULTIMÍDIAS NO ENSINO DE ARTE

O presente texto relata a experiência com professores de Arte, da

Educação Básica da Rede Estadual de Educação do Paraná, realizada no

município de Fênix no Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola – Ensino

Fundamental Médio e Normal. O projeto é parte do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), o qual trata-se de uma política pública que

estabelece o diálogo entre os professores da Educação Superior e os da

Educação Básica, através de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como

resultado a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar

da escola pública paranaense (PARANÁ, 2007).

Por sua natureza de programa interinstitucional o PDE envolve a Secretaria

Estadual de Educação (SEED), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior (SETI), as cinco Instituições de Ensino Superior Estaduais, sendo

a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá

(UEM), Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), Universidade

Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e Universidade Estadual de Ponta

Grossa (UEPG) e as duas instituições federais Universidade Federal do Paraná

(UFPR) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (PARANÁ,

2007). Destaca-se que a experiência realizada teve apoio e orientação da UEM.

A estrutura organizacional do Programa de Desenvolvimento Educacional

em 2008 constituiu-se de três grandes eixos de atividades, quais foram: 1)

Atividades de Integração Teórico-Práticas - Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola, Produção didático-pedagógica, Implementação do projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola, Grupos de Implementação na Escola, Encontros de

Orientação IES e Trabalho Final; 2) Atividades de aprofundamento teórico -

Cursos IES, Seminários, Encontros de Área, Inserções Acadêmicas e

Teleconferências; 3) Atividades didático pedagógicas com utilização de suporte

tecnológico - Grupos de Trabalho em Rede – GTR e Formação Tecnológica –

EAD (PARANÁ, 2007).

Essas atividades foram realizadas no decorrer do Programa, composto de

quatro períodos semestrais, distribuídos em dois anos. Este trabalho final

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realizado no 4º período é caracterizado como etapa conclusiva das atividades

Teóricas-práticas do Programa. Nesta produção são abordadas questões julgadas

essenciais relativas à trajetória do PDE (PARANÁ, 2007).

A temática aqui desenvolvida reside na importância do estudo das relações

das mídias e as novas tecnologias no ensino de arte, bem como as influências

das mídias na compreensão da arte pelos alunos e as interfaces possíveis entre o

conhecimento escolar e as mídias. Além disso, cabe ressaltar a necessidade de

que a educação escolar tenha em vista uma transformação de sua prática,

modificando alguns paradigmas convencionais do ensino, que tem distanciado

professores e alunos.

Nesse sentido, se não houver esse questionamento a escola poderá não

mais cumprir sua função de trabalhar a realidade em que o aluno está inserido,

pois os meios de comunicação e os diversos recursos tecnológicos fazem parte

do dia a dia do homem moderno, sobretudo exercendo um importante papel na

forma de pensar e agir dos mais jovens. Inserida neste contexto de modernidade

virtual, a escola pode estar oferecendo aos educandos a oportunidade de utilizar,

no seu aprendizado escolar, dos meios que a multimídia oferece.

Na interpretação de Moran:

A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. (MORAN, 2008, p. 5).

Com base em reflexões teóricas buscou-se implementar as estratégias de

intervenção no decorrer do projeto sendo elas: cinco oficinas de apoio para uso

pedagógico das mídias com professores; elaboração de material para facilitar o

trabalho do professor sobre como utilizar os recursos tecnológicos e para finalizar

uma apresentação em formato workshop para a comunidade.

Com estas atividades pretendeu-se atingir o objetivo proposto no projeto de

intervenção, levando-se em consideração que, do ponto de vista pedagógico,

deve-se procurar a superação da dificuldade que a maioria dos professores

possui em trabalhar com os multimeios na disciplina de Arte. Da perspectiva

curricular, destaca-se a necessidade de incorporar estas novas tecnologias,

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evidenciada pela sua ligação com o ensino e o desafio de promover a qualificação

de professores da área para a utilização destas ferramentas instrucionais junto

aos educandos, sem perder, contudo, a essência da arte.

Vale ressaltar que dentre os conteúdos elencados nas Diretrizes

Curriculares para o ensino de Arte (PARANÁ, 2006), são referenciados neste

artigo, Artes Visuais e Música, enfatizando a relação existente entre som, imagem

e movimento, utilizando os recursos audiovisuais e multimídias tais como:

fotografia, cinema, televisão, videoclipe e computação gráfica.

O presente trabalho justifica-se, sobretudo, por considerar que o processo

educativo deve priorizar a formação humana e profissional dos educandos. Assim

sendo, como as inovações tecnológicas colocam novas exigências para a

educação escolar, o professor deverá estar preparado para lidar com esta

realidade, a qual pressupõe um novo tipo de conhecimento, devido às alterações

no mundo do trabalho.

Uma educação de qualidade para todos é a condição primordial para que

se inicie um processo mais amplo de conquistas sociais e políticas nesse país, e

a estrada para se atingir esse objetivo é a da informação, da ciência e da

tecnologia. No entanto, integrar tecnologia e educação não significa apenas

combinar função técnica e função educativa, mas, sim, colocá-las em sua função

social no âmbito educacional e, conseqüentemente, no âmbito da sociedade em

permanente mudança.

É nesse contexto que se pode colocar hoje apontamentos e

questionamentos quanto ao uso dos recursos tecnológicos, pois vale salientar que

os mesmos vão muito além do giz, das transparências e do livro didático. E o

professor que não domina esses recursos pode ser considerado ultrapassado

pelos próprios alunos?

Sendo assim a referida experiência pedagógica objetivou colaborar com o

aprimoramento da ação docente, no que se refere ao uso das multimídias,

estabelecendo relações entre o som e a imagem nos meios de comunicação, bem

como desenvolver um trabalho que integre técnicas tradicionais e recursos das

novas tecnologias.

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O estudo teórico está dividido em cinco tópicos precedidos de uma

justificativa e dos objetivos do trabalho. A base empírica é constituída por cinco

oficinas pedagógicas. Após os conceitos sobre a utilização das multimídias no

ensino de Arte os resultados das oficinas são apresentados e discutidos sob

forma de relatórios que demonstram de forma objetiva como esta proposta

influenciou a prática pedagógica dos participantes, relatando as condições

efetivas que se criaram no interior da escola, com debates e promoção de

espaços para a construção coletiva do saber.

MÍDIA E TECNOLOGIA

Apesar do largo emprego, muitas são as definições sobre o conceito de

mídia (meio - media, do grego) entre os pesquisadores deste assunto. Seu uso

parte de uma decorrência natural do conjunto de meios de comunicação.

Silverstone (2005) lembra que mídia é muito mais que empresas de comunicação

e os profissionais que trabalham nela, acrescentando que o conceito de mídia

engloba tanto tecnologias como processos de mediação.

Por mídia, segundo Carvalho (2004) compreende-se, além dos

instrumentos de comunicação de massa - televisão, internet, jornal, rádio, dentre

outros - meios que veiculam informações, todo e qualquer meio físico ou

virtualizado através do qual haja produção, transporte ou recepção ou, ainda de

um modo mais geral, transformação de informações referentes a formas

simbólicas. A compreensão destes conceitos é fundamental e indispensável para

que se possa ampliar e refinar também o olhar crítico sobre as mídias inseridas

na educação.

No que se refere à tecnologia, como coloca o autor acima citado, um modo

de defini-la seria como "uma ferramenta para estender nossas habilidades"

(CARVALHO, 2004, p. 32). A televisão, por exemplo, estende nossa visão porque

podemos ver fatos que estão acontecendo longe, como uma partida de futebol ou

uma corrida de carros.

Para Moran:

A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão, se deve também à capacidade de articulação, de

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superposição e de combinação de linguagens diferentes - imagens, falas, música, escrita - com uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros, conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhe permite alto grau de entropia, de flexibilidade, de adaptação à concorrência, a novas situações. Num olhar distante tudo parece igual, tudo se repete, tudo se copia; ao olhar mais de perto, por trás da fórmula conhecida, há mil nuances, detalhes que introduzem variantes adaptadoras e diferenciadoras (MORAN, 2008 p. 86).

Há outras definições de tecnologia e entre elas pode-se citar a que a

considera como uma aplicação da ciência. São exemplos de tecnologia:

computador, carro, televisão, casa, avião, lâmpada incandescente, máquina de

radiografia, telescópio, alavanca, roupa, estéreo, lanterna (CARVALHO, 2004).

De acordo com Almeida (1994, p. 10) tecnologia “é um conceito com

múltiplos significados, que variam conforme o contexto”. A autora esclarece que

ela pode ser vista como: artefato, cultura, atividade com determinado objetivo,

processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos

processos etc. Os meios tecnológicos, de acordo com Viana (2002, p. 34)

“incluem muito mais do que os computadores. Desde o desenvolvimento do

telégrafo e as mensagens em código-morse, o telefone e o advento do celular,

aos satélites e a fibra óptica”.

Pelo exposto, tecnologia e mídia não se confundem, ainda que estejam

dispostas em processos variados. Enquanto a tecnologia se refere às

inteligências envolvidas na busca de soluções aos problemas de um processo,

procurando responder ao porquê dos mesmos, mídias e técnicas compõem,

respectivamente, o quê e o como, enquanto elementos de sua solução

(CARVALHO, 2004).

Teruya (2006) observa que os meios de comunicação são fundamentais

para se fazer o registro e a transmissão da produção tecnológica e científica na

história da humanidade. Assim, as transformações pelas quais a sociedade

moderna passa decorrem das novas tecnologias de informação e comunicação

financiadas pelo estado, mas valendo-se também da contribuição advindas de

empresários inovadores.

Porém é preciso questionar se todo esse avanço promovido pelas novas

tecnologias será capaz de contribuir para que o homem se torne um ser mais

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participante na sociedade em que vive. O processo de evolução dos meios,

através dos quais os homens se comunicam, tem demonstrado que podem tanto

contribuir para a participação e libertação do cidadão quanto para seu

aprisionamento. Depende da forma como os meios de comunicação são

utilizados.

A RELAÇÃO DO JOVEM COM A MÍDIA E A TECNOLOGIA

A juventude é uma etapa crucial para o desenvolvimento da capacidade

crítica e da autonomia do indivíduo, pré-requisito para a realização do projeto de

uma sociedade solidária e menos desigual (ALTOÉ et al, 2005).

A indústria da mídia tem como desafio produzir conteúdos e formatos

capazes de atrair o interesse da juventude e promover sua participação efetiva na

criação e produção de programas voltados para esses segmentos. Por isso faz-se

necessário levar em conta as diversidades e especificidades que caracterizam os

jovens. É preciso, em outras palavras, reconhecer que os jovens assumem faces

diferentes conforme seus múltiplos projetos e condições materiais e culturais que

os cercam.

Para Teruya:

A mídia é um instrumento útil para a sociedade capitalista alcançar os propósitos do capital, produzindo desejos de consumir por meio das imagens de felicidade associadas ao uso de mercadorias. Isso contribui para que os jovens valorizem mais os bens materiais do que as pessoas [...]. A mídia define o modelo de indivíduo para a sociedade, direciona as preocupações e incita o desejo de consumir cada vez mais as coisas. Tudo em forma de entretenimento (TERUYA, 2006, p. 61).

A juventude exerce um enorme fascínio quanto ao padrão estético

veiculado pelos meios de comunicação. Vê-se constantemente em novelas,

séries, filmes e propagandas a imagem do jovem como sinônimo de vitalidade,

alegria e beleza. Tais atributos são também associados a uma série de bens

culturais difundidos pela cultura de massa. Apela-se para os indivíduos jovens em

tese mais suscetíveis às inovações e mudanças propostas pela indústria cultural.

Os produtores culturais evocam a eterna juventude através das imagens. Desta

forma, os veículos de comunicação de massa acabam por criar o que Vianna

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(2002) denominou “idade mídia”, com relação à imagem de uma juventude. Além

disso, os recursos tecnológicos são também utilizados pelos próprios jovens, às

vezes de forma aleatória.

Não é difícil notar as diferenças no comportamento das crianças e

adolescentes nos dias atuais em relação a 10 ou 20 anos atrás. A cada dia que

passa é mais crescente a presença da tecnologia no cotidiano. Em todo lugar é

possível ver o avanço tecnológico e acompanhar este crescimento no dia-a-dia da

sociedade, especificamente na vida das crianças e adolescentes.

Assim, conforme coloca Castels (2000), a mídia contribui, de modo

inegável, para um aprendizado sobre modos de comportar-se e de se constituir

para a juventude, acrescentando-se a formação da personalidade e da

consciência, a interpretação e a estruturação dos vínculos afetivos, o

desenvolvimento das fases educativas e formativas, a elaboração e a difusão de

fenômenos culturais, o desenvolvimento da vida social, política e econômica.

A época atual é uma época de comunicação global, onde muitos momentos

da existência do jovem se desenrolam através de processos midiáticos, ou pelo

menos, se confrontam com eles. Numa visão orgânica do desenvolvimento do ser

humano, a mídia pode e deve promover a justiça e a solidariedade, comunicando

cuidadosa e verdadeiramente os acontecimentos, analisando de maneira

completa as situações e os problemas, dando voz às diversas opiniões. Os

critérios supremos da verdade e da justiça, na prática madura da liberdade e da

responsabilidade, constituem o horizonte em cujo âmbito se situa a fruição dos

modernos e poderosos meios de comunicação (TERUYA, 2006).

Por tudo que se tem observado, o jovem é um produto do grupo, família e

mídia. A mídia, no entanto, passou a ter um maior significado a partir do

surgimento da televisão, pois o que é retratado pela televisão, normalmente,

serve como modelo e é copiado por jovens sedentos de inspiração cultural e

modelos de comportamento, os quais são reforçados de alguma maneira, por

aquilo que é vinculado pela mídia, de um modo geral. É importante também

salientar a influência, nos dias de hoje, da mídia chamada internet. Os jovens são,

sem sombra de dúvidas, os seus maiores consumidores (TERUYA, 2006).

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São muitos os recursos que a tecnologia oferece. Ramal e Buffara (2008,

p. 57) salientam que “os programas de mensagens, como MSN, Yahoo

Messenger, e Google Talk, possibilitam que duas ou mais pessoas reúnam-se à

distância. (...) Utilizando aplicativos como o skype e outros do gênero é possível

realizar conferências”. Para Fante (2008), as possibilidades de se conectar com o

mundo de forma rápida deve-se à evolução e aprimoramento dos recursos

tecnológicos. No entanto estes benefícios trouxeram um aumento acelerado do

número de internautas sem preparação ética e responsável para o uso dessas

novas ferramentas.

Além desses, estão presentes cada vez em maior quantidade na vida dos

jovens os aparelhos de mp4 – que possibilitam ouvir e ver filmes e clipes; o orkut,

o You Tube. Dessa forma, de acordo com Silverstone (2005, p. 45) “cabe à escola

orientar sobre os valores que devem reger o uso pelos alunos de internet, e-mail,

blogs, comunidades, celulares e câmeras, sobre as leis vigentes e sua aplicação

também na vida virtual”.

Percebe-se, portanto, que um novo tipo de subjetividade humana está se

formando. A partir da nova cultura juvenil e atuais tecnologias, vem emergindo

uma formação de identidade inteiramente nova. Uma justificativa ainda mais óbvia

para reavaliar a relação entre a juventude e novas tecnologias é que não se trata

apenas da crescente penetração destas tecnologias no processo de

escolarização, mas também, de forma mais geral, da importância destas

tecnologias e da cultura da informação para a escolarização e para alterar formas

de currículo, com todos os problemas e necessidades daí decorrentes. De

particular relevância para este estudo é o papel da cultura das novas tecnologias

nos mundos vitais desses jovens e a relação entre essa cultura e a sua

escolarização. Esse processo está vinculado aos novos desenvolvimentos

tecnológicos e culturais e em especial a informática na ação humana. De acordo

com Cassol (2004, p. 7) “A geração net são os filhos da idade digital, de uma

revolução das comunicações que está a moldar uma nova geração e o seu

mundo, um fenômeno jamais visto”.

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MIDIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Os recursos tecnológicos são um fato inevitável da vida moderna. Surge

cada vez mais a necessidade dos professores usá-los – assim como utilizam o

livro, uma vez que o livro é uma tecnologia (ou um meio) tanto quanto a internet.

Os meios digitais, como a internet e os jogos de computador, realmente têm

enorme potencial para o ensino, mas será difícil realizar esse potencial se a

escola persistir em considerá-los apenas ferramentas tecnológicas, e não como

de cultura e comunicação.

Nesse particular pode-se considerar que, devido ao poder de sedução e

encantamento das tecnologias da comunicação e informação, a escola não pode

ignorar tais recursos. No entanto torna-se necessário desmistificar a idéia de que

somente o uso destes meios são suficientes para formação ou capacitação dos

professores (TERUYA, 2006).

Por isso há um grande desafio para os educadores, isto é, escolher entre

tantos recursos tecnológicos disponíveis, aqueles que melhor se enquadram aos

objetivos educacionais por eles propostos. É preciso haver uma conjugação de

interesses entre os programas curriculares e os dos alunos. Isto tudo depende da

estruturação das salas de aula e da escola e como estes recursos são

introduzidos.

Vale ressaltar que:

As tecnologias revelam múltiplas possibilidades para favorecer as compreensões dos alunos, potencializá-las e colaborar na geração de novas propostas de ambientes que favoreçam os vínculos entre eles a partir do conhecimento. Dependerá em todos os casos e circunstâncias, dos propósitos em que se inscreva a sua utilização (LITWIN, 2008, p.19).

A atuação dos professores nos ambientes virtuais de aprendizagem não

pode ser compreendida como somente a presença de um computador ligado à

rede, mas deve envolver o aluno de modo que o mesmo manifeste seus

sentimentos e maneiras de pensar, seja motivado e que haja a interação entre

professor e aluno. Cabe ao professor interferir, mediar junto com o processo, por

meio de atividades significativas e recursos utilizados, pois o que deve

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caracterizar um ambiente virtual não é simplesmente o recurso tecnológico, mas

sim a postura do professor (ALTOÉ; COSTA; TERUYA, 2005).

A TECNOLOGIA E A MÍDIA NA DISCIPLINA DE ARTE

“A simples introdução dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais enganosa de ocultar seus problemas de fundo sob a égide da modernização tecnológica. O desafio é como inserir na escola um ecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo: experiências culturais heterogêneas, o entorno das novas tecnologias da informação e da comunicação, além de configurar o espaço educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu encanto” (BARBERO, 1996, p.10).

Com base nesta afirmação cabe reforçar que as opiniões de Barbosa (2003)

coadunam-se com essas reflexões quando relata em seu livro “Inquietações e

Mudanças no Ensino da Arte” (2003, p. 114), “não podemos nos esquecer que,

para que possamos pensar artisticamente, é necessário que tenhamos

pensamento crítico”, isto é, que se saiba analisar o que é apresentado e

posicionar-se frente a isso. Além disso, salienta a importância do professor ter

conhecimento sobre os diversos instrumentos de produção artística, ficando claro

que esse conhecimento não deve ser um fim em si mesmo, mas um meio para que

se consiga ver, significar e produzir arte.

Dentro dessa nova realidade, diversos fatores concorrem para o processo

de uma verdadeira revolução metodológica aplicada à implementação da artemídia

na escola. Segundo Machado:

[...] a artemídia, vocábulo de forma aportuguesada do inglês “media arts”, tem se generalizado nos últimos anos para designar formas de expressão artística que se apropriam de recursos tecnológicos das mídias e da indústria do entretenimento em geral, ou intervêm em seus canais de difusão, para propor alternativas qualitativas. Stricto sensu, o termo compreende, portanto, as experiências de diálogo, colaboração e intervenção crítica nos meios de comunicação de massa. (MACHADO, 2007, p.7).

O autor ainda destaca que a artemídia ou media arts é mais que mera

utilização de câmeras, computadores e sintetizadores na produção de arte, ou que

simples inserção da arte em circuitos de massa como a televisão e a internet.

Nesse particular, é importante considerar que o mais complexo é perceber como

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combinar e distinguir arte e mídia, pois ambas se diferem conforme suas histórias,

seus sujeitos e a inserção social de cada uma (MACHADO, 2007).

Conforme a opinião de Machado (2007) não se poderia substituir por outras

as ferramentas utilizadas pelo artista na concepção e construção de seus

trabalhos, uma vez que estes não são instrumentos neutros, estando carregados

de conceitos, com uma história, vindos de produções produtivas próprias e

específicas.

De acordo com essas reflexões é importante observar que o desafio da

artemídia está em traçar uma diferença clara entre a produção industrial, que

agrade a mídia de massa, e a busca de uma ética e estética para a era eletrônica,

antes de, simplesmente, fazer-se uma apologia ingênua das possibilidades atuais

de criação (MACHADO, 2007).

Os estudos desses autores vêm ao encontro de expectativas no sentido de

discutir sobre o desafio de trabalhar com as tecnologias no ensino de arte na

atualidade. Assim pode-se entender que se faz necessário a reciclagem de

estratégias metodológicas para que os professores não fiquem e nem se sintam

ultrapassados diante de seus alunos. Possibilitando assim, um melhor diálogo entre

os conteúdos básicos e a forma como os alunos vivenciam arte em seus mais

diversos ambientes.

SOM, IMAGEM E MOVIMENTO: POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO NA AULA DE ARTE

As imagens virtuais tais como: cinema, televisão, computação gráfica e

videoclipe, são conteúdos escolares que estão presentes em diferentes culturas e

sociedades. De acordo com as Diretrizes Curriculares de Arte pode-se destacar

que “O trabalho com o universo imagético, visto em seus aspectos, econômicos,

políticos, sociais e culturais, permite leituras que favorecem e ampliam a

possibilidade de uma visão mais crítica e sensível do mundo” (PARANÁ, 2006, p.

38).

A partir dessa reflexão é importante considerar e estabelecer inter-relações

com os signos presentes nas diferentes manifestações e representações

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artísticas. As referidas formas artísticas são conhecidas como multimídia ou

meios audiovisuais e estão presentes no cotidiano, entretanto há que se criar

espaço para que as mesmas desencadeiem um processo que tenha significado

para os alunos.

Quando se fala da relação entre imagens e sons é importante ressaltar o

uso das multimídias, pois como relata Almeida (1994):

A transmissão eletrônica de informações em imagem-som propõe uma maneira diferente de inteligibilidade, sabedoria e conhecimento, como se devêssemos acordar algo adormecido em nosso cérebro para entendermos o mundo atual, não só pelo conhecimento fonético-silábico das nossas línguas, mas pelas imagens-sons também (ALMEIDA, 1994, p. 23).

O mundo contemporâneo apresenta-se imerso em um ambiente onde a

multimídia, com imagens e sons nos mais variados tipos, é responsável pela

disseminação de grandes quantidades de informação e a utilização da tecnologia

multimídia facilita o processo de aquisição de conhecimento. Entender o

significado da linguagem audiovisual é entender como esta linguagem é

construída e a evolução deste recurso.

Há uma tendência que considera a visão e a audição como dois sentidos

que entre si mantém relações privilegiadas de complementaridade e de oposição.

No homem, a associação entre som e imagem é, desde muito cedo, estabelecida

a partir do contato com o meio exterior. Quando a técnica somente permite

reproduzir a ilusão do movimento visual, como na época do cinema mudo, nem

por isso a componente acústica deixa de estar presente compreendendo-se que

antes do cinema, veio a fotografia. Sem ela, o cinema não existiria (MONTEIRO e

BATISTA, 1998).

A matéria sonora é de tal modo expressiva, variada, plástica, que

transforma qualitativamente a experiência sensorial e cognitiva das pessoas

(MONTEIRO e BATISTA, 1998). Na era dos multimídias, o estudo dos modos

artificiais de organização de imagem e de som adquire primordial importância,

mobilizando a atenção de diversificadas áreas científicas, artísticas e

profissionais.

Atualmente, a sociedade encontra-se diante de uma grande e diversificada

produção audiovisual, num processo complexo e diferenciado. Assiste-se à

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multiplicação de formatos, gêneros e linguagens, cujas barreiras tendem a se

mesclar, resultando na produção de audiovisuais os quais, utilizando a tecnologia

eletro-eletrônica, apresentam diferentes graus de integração som/imagem. A

televisão, exemplificando, incorpora recursos do cinema, integrando imagem,

som, escrita e, movimento. É um meio audiovisual por excelência e que do ponto

de vista publicitário facilita a rapidez de difusão das mensagens. As emissões, via

satélite e por cabo, fazem da televisão um fenômeno de internacionalização e de

globalização (MONTEIRO e BATISTA, 1998).

Sendo assim constata-se a necessidade de estar sempre atualizado com

as novas linguagens utilizadas na mídia, para que se possa compreender a sua

funcionalidade. O homem moderno vê-se a todo momento bombardeado por

novas descobertas tecnológicas que se impõem no seu dia-a-dia, tornando-se

parte de tudo o que faz, não havendo meios para se furtar a isso. Compreende-se

também que nas transmissões eletrônicas de informações há uma íntima relação

entre imagem e som. “Percebe-se assim que o som e a imagem estão

intimamente relacionados nas formas expressivas da humanidade” (COSTA 2005,

p.114).

Ainda sobre essa questão, Leite (2007) enfatiza que visão e audição vão

além de palavras e expressões, existindo algo comum aos homens, desde os

primórdios da história humana, isto ocorrendo tanto na mitologia quanto na

ciência e na Arte.

Para escrever usam-se sinais (letras) que representam os fonemas (sons),

a escrita talvez seja uma das mais importantes formas de união entre imagens e

sons, pois ela modificou totalmente o mundo.

O autor salienta ainda que ao contrário das imagens, os sons são

invisíveis, a música não tem a capacidade de expressar exatamente determinada

imagem como algumas pinturas ou fotos.

Nesse sentido, faz-se necessário entender o que significa imagem. As

autoras Pelegrini e Zanirato (2005) trazem várias definições de imagem, tendo

como base diferentes autores:

Na acepção etimológica, o termo imagem apresenta-se relacionado ao substantivo latino “imago”, que significa figura, sombra, imitação, e com o

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grego “eikon”, que corresponde a ícone ou retrato. Quando se buscam definições mais precisas para esse conceito constata-se que a maioria indica a analogia ou o iconicismo da imagem com o objeto que essa representa. Normalmente entende-se por ícone todo signo que tem semelhança como objeto a que se refere, de modo que, quando se fala em iconicidade, se faz referência, em maior ou menor grau, com a semelhança que há entre o objeto real e a sua imagem (FONT, 1981 apud PELEGRINI e ZANIRATTO, 2005, p. 16). Esse modo de compreender a imagem vem de muito tempo atrás, pois Platão já via a imagem como a semelhança de um objeto referente. Em períodos mais recentes, alguns teóricos da comunicação reafirmaram o princípio da semelhança da imagem com a realidade e insistiram em sua naturalidade icônica (GIBSON, 1954 apud PELEGRINI e ZANIRATO, 2005, p. 16); apresentaram-na como uma vista que é recriada ou reproduzida, como um conjunto de aparências que foi isolado do local e do tempo que se deu o seu acontecimento (BERGER, 1972 apud PELEGRINI e ZANIRATO, 2005, p.16).

Com esse estudo, os autores enfatizam a importância de observar que há

um ponto em comum em todas essas definições a indicar que a imagem guarda

uma certa similaridade com o objeto que representa.

Além disso, Pelegrini e Zanirato (2005), classificam as imagens em:

mentais - elaboradas interior da pessoa (sonhos, lembranças, fantasias); e em

imagens visuais - as quais empregam técnicas diversas e são registros

mecânicos de momentos que, ao longo da história, o homem fixou nos mais

variados suportes. Essas imagens constituem meios de expressão empregados

desde milênios, como os registros feitos muito antes da escrita, encontrados nas

pinturas das cavernas (PELEGRINI e ZANIRATO, 2005).

É importante considerar também aspectos sobre a leitura da imagem, que

requer modos de interpretação, de atribuição de sentido, de práticas encarnadas

em gestos, hábitos, que são formados a partir da utensilagem (mecanismos de

compreensão) mental da qual os indivíduos dispõem. A interpretação da imagem

é um processo criativo, a visão que um leitor tem do mundo através da mesma

não é um registro mecânico de objetos dispersos e sim a capacitação das

estruturas significativas. Segundo Vilches, “se existe um processo pedagógico no

olhar uma imagem, uma fotografia, por exemplo, este é resultante da vinculação

entre propriedades sensíveis captadas pela fotografia e a natureza cultural e

perspectiva do leitor” (VILCHES, 1993, p. 28).

Para Manguel:

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Estamos todos refletidos de algum modo nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, uma vez que elas já são parte daquilo que somos: imagens que criamos e imagens que emolduramos; imagens que compomos fisicamente, à mão, e imagens que se formam espontaneamente na imaginação (MANGUEL, 2008, p. 20).

Já no que se refere à música, esta pode transmitir certas emoções que

lembram imagens ou situações, de acordo com Coutinho, (1998, p.13) “aliados a

todos os aspectos relativos à imagem, existem ainda recursos sonoros, que são

igualmente importantes”. A autora prossegue esclarecendo:

O audiovisual é uma conjugação de duas linguagens e o som é tão importante quanto a imagem, embora seu impacto seja diferente, de uma outra natureza. O som é uma dimensão que se desprende, enquanto a imagem fica, de certa maneira fixa – no limite que a proporção de três por quatro da tela permite (COUTINHO, 1998, p.13).

Com a associação de imagens e sons, ou seja, com o acréscimo do som ao

visual, estabelecem-se novas possibilidades de expressão. Na área de educação

musical, Souza (2000) denomina esta tendência tecnológica que une som,

imagem e movimento, como linguagem polissêmica. Para a autora, “ao introduzir

novos aparelhos e combinar o som com imagem e movimento, esse fenômeno,

conhecido também por multimídia, torna-se um dos fenômenos mais importantes

no âmbito técnico, político, cultural e econômico do século XX” (SOUZA, 2000, p.

48).

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO E RESULTADOS

A intervenção do projeto na Escola aconteceu no formato de oficinas,

oferecidas aos professores da disciplina de Arte do município de Fênix,

realizadas no Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola - Ensino Fundamental,

Médio e Normal.

Os conteúdos imagens virtuais: fotografia, cinema, televisão, videoclipe e

computação gráfica foram abordados com o intuito de oferecer suporte para o

uso pedagógico das mídias disponíveis na escola. Após as oficinas houve

apresentação em formato workshop para a comunidade. As aulas aconteceram

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em grupo, e os recursos utilizados foram basicamente: máquina fotográfica,

computador, softwares, televisão, MP3, aparelho celular e DVD.

A seguir são apresentados e discutidos os resultados de cada oficina:

OFICINA: FOTOGRAFIA E ARTE: LEITURA E CRIATIVIDADE A oficina “Fotografia e Arte: leitura e criatividade” abordou aspectos

históricos sobre o surgimento da fotografia, bem como tratou de modo peculiar a

essência e a magia de se fotografar, e as leituras de imagens os alunos podem

ser estimulados a fazer na sala de aula. Outro ponto que mereceu destaque foram

as discussões sobre a influência da fotografia na Arte e se a mesma pode ser

considerada como tal.

As informações e os debates acerca do tema levaram os participantes a

observarem a fotografia sob uma nova visão e perceber desta forma que uma

composição fotográfica pode ser considerada como arte. Esta preparação foi

primordial para se iniciar o trabalho de fotografar e em seguida trabalhar com os

recursos disponíveis no editor de imagens “Gimp”.

Cada participante escolheu um tema e com muitos cliques capturou as

imagens desejadas, registrando momentos e eternizando imagens, em seguida

foram utilizados os recursos do Gimp e o resultado final foi muito satisfatório. Com

o término dos trabalhos dos participantes montou-se um clipe.

A proposta ofereceu através da oficina “Fotografia e Arte: leitura e

criatividade”, atividades que estimularam o senso crítico e a autonomia quanto ao

uso destes recursos. O foco não foi oferecer fórmulas prontas ou receitas, mas

oportunizar o uso de ferramentas para que o professor veja os recursos midiáticos

como aliados na sua busca por uma aula mais dinâmica e motivadora.

Exemplos de alguns resultados dos trabalhos realizados com o editor de

imagens Gimp:

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Tema: Religiosos

Autora: Roseli Novais

Tema: Religiosos

Autora: Roseli Novais

Tema: Religiosos

Autora: Roseli Novais

Tema: Momentos

Autora: Eliane Marangoni

Tema: Momentos

Autora: Eliane Marangoni

Tema: Momentos

Autora: Eliane Marangoni

Tema: Seres Vivos

Autora: Kátia B. da S. Calixto

Tema: Seres Vivos

Autora: Kátia B. da S. Calixto

Tema: Seres Vivos

Autora: Kátia B. da S. Calixto

Tema: Cotidiano Escolar

Autora: Adenise B. F. Castro

Tema: Cotidiano Escolar

Autora: Adenise B. F. Castro

Tema: Cotidiano Escolar

Autora: Adenise B. F. Castro

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Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Fênix, Cidade Histórica e

Ecológica Autora: Alyne Marques Rodrigues

Tema: Geometria

Autora: Lidienne P. Sontag

Tema: Geometria

Autora: Lidienne P. Sontag

Tema: Geometria

Autora: Lidienne P. Sontag

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Tema: Flores

Autora: Josilaine Luppo

Tema: Flores

Autora: Josilaine Luppo

Tema: Flores

Autora: Josilaine Luppo

Tema: Fachadas

Autora: Marina de Oliveira

Tema: Fachadas

Autora: Marina de Oliveira

Tema: Fachadas

Autora: Marina de Oliveira

Tema: O Homem e a Máquina Autor: Álvaro Gumiero Fontana

Tema: O Homem e a Máquina Autor: Álvaro Gumiero Fontana

Tema: O Homem e a Máquina Autor: Álvaro Gumiero Fontana

Tema: Viagem

Autora: Neivanir J. Mota de Oliveira

Tema: Viagem

Autora: Neivanir J. Mota de Oliveira

Tema: Viagem

Autora: Neivanir J. Mota de Oliveira

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.

OFICINA: CINEMA: SOM, IMAGEM E MOVIMENTO

O objetivo desta oficina concentrou-se no resgate histórico do cinema, bem

como em destacar a imagem em movimento e a relação entre som e imagem.

Cabe também acrescentar que foram evidenciados aspectos sobre o cinema na

escola, ressaltando a importância de se considerar os textos fílmicos, bem como

os literários, com o máximo possível de referências, a fim de serem valorizados

em sua essência, e não pelo uso que se faz deles, isto é sua utilização, muitas

vezes, se restringe ao conteúdo programático que o professor quer trabalhar

(DUARTE, 2002).

Dentre as discussões sobre essa temática, através de diálogo com os

professores, foi ressaltado que um filme não deve ser usado como um recurso

quando não se quer dar aulas, ou apenas como decalques ou ilustrações aos

textos escritos.

A fim de viabilizar informações sobre a utilização dos multimeios disponíveis

na escola, foram realizadas atividades com a TY/Multimídia Pendrive, como

também algumas conversões de filmes do You Tube. As atividades propostas

realizaram-se com sucesso e teve interesse e participação de todos.

Nesta oficina, outro aspecto importante foi como unir de forma prática, todos

os elementos que compõem a cena cinematográfica. A interligação som, imagem

e movimento foi muito bem explorada por meio das atividades com o Cinema

Mudo, que fizeram com que os participantes sentissem na prática, as

experiências com sonorização de imagens. Atividades como estas foram

essenciais para os alunos, tão imersos no mundo dos sons, das multimídias, e ao

serem convidados a ver um filme sem som, certamente, lhes trouxe muitas novas

interpretações, e também inquietações.

Merece destaque também a atividade final da oficina, onde cada grupo

teve que fazer uma encenação, gravar em AVI e apresentar. Isso permitiu uma

auto avaliação, um olhar sobre si, e sobre sua atuação. Além disso, a

instrumentalização ao professor, para selecionar e gravar vídeos do You Tube,

tornou-se essencial, considerando a gama de vídeos que merecem destaque em

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aulas de diferentes áreas do conhecimento, e seu uso como ferramenta para

ensino e aprendizagem.

OFICINA: TELEVISÃO: UM OLHAR PARA O MUNDO

Pode-se considerar o conteúdo desta oficina de grande relevância, uma

vez que, através de um resgate histórico da televisão e sua difusão na sociedade,

pôde-se oportunizar discussões sobre o papel da mesma no cotidiano. Os

assuntos abordados foram: massificação, indústria cultural, publicidade e

propaganda, questionamentos sobre como é o envolvimento das pessoas, seus

usos e costumes a partir do surgimento da TV. Outro aspecto de destaque foi

verificar a relação entre o som e a imagem veiculada em nosso cotidiano e a sua

intencionalidade.

A proposta da oficina “Televisão: um olhar para o mundo”, proporcionou

novas formas de contextualizar o processo de ensino, estudo e compreensão de

temas abordados, desde os relacionados ao âmbito pedagógico até aqueles com

os quais temos contato no dia-a-dia.

Através dos debates foram apontados critérios de como trabalhar a

televisão de maneira enriquecedora na escola, como também buscar um olhar

mais crítico dos alunos às mensagens veiculadas pela mídia. Desta forma conclui-

se que a referida oficina trouxe muitas contribuições para práticas pedagógicas

mais atrativas.

OFICINA: VIDEOCLIPE: A MAGIA DA IMAGEM E SOM

Realizou-se um estudo resgatando historicamente o surgimento dos

primeiros videoclipes e sucessivamente foram realizadas análises de diversos

clipes e seus estilos musicais. O objetivo foi destacar o quanto relação entre o

som e a imagem, ganham novos sentidos com a mídia audiovisual. Ressaltando

ainda que mesmo tendo uma perspectiva claramente mercadológica o videoclipe

possui características artísticas. Mereceu destaque a importância de levar os

participantes a compreenderem que o mesmo traz consigo uma linguagem

específica, sendo necessário que o professor compreenda essas linguagens

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como desdobramentos de registros e olhares para saber utilizá-las de modo

sensível e crítico.

Desenvolveram-se também atividades utilizando filmes do You Tube, a

TV/Multimídia Pendrive, câmeras digitais, aparelhos celulares, e jogos elaborados

com o JClick Author. O resultado da oficina foi satisfatório e as atividades

desenvolvidas com êxito.

A temática videoclipe é de grande interesse do público jovem. Com ela,

muitos conteúdos, e conceitos podem ser trabalhados de forma interativa,

permitindo que os alunos sejam também protagonistas no ensino e aprendizagem

de diferentes temáticas. Levar os professores a discutir e aprender a manusear

essa linguagem, certamente foi um grande ponto a favor da educação básica.

OFICINA: COMPUTAÇÃO GRÁFICA: UM NOVO ESTILO DE PRODUZIR ARTE

Nesta oficina foram realizados debates acerca dos seguintes temas: Mídia e

Tecnologia, A Relação do Jovem com a Mídia, Tecnologia e Mídia na Educação e

Tecnologia e Mídia na Disciplina de Arte. O trabalho com esses temas nasce no

cotidiano pedagógico da própria escola, que necessita estar inserida neste

contexto de modernidade virtual, oferecendo aos educandos a oportunidade de

utilizar, no seu aprendizado escolar, dos meios que a multimídia oferece.

Com a finalidade de contribuir para ações pedagógicas mais dinâmicas e

atrativas, no uso e reconhecimento das diversas mídias foi desenvolvido um

trabalho com alguns recursos midiáticos tais como: o BrOffice Org. Impress na

elaboração de slides, o Gimp para tratamento de imagens, o JClic Author para

criação de jogos educativos, o Writer para realizar trabalhos com hipertexto e a

utilização da TV/Multimídia Pendrive, os temas dos trabalhos executados foram

referentes às demais oficinas. Os resultados foram satisfatórios quanto às

atividades propostas, destacando-se a íntima relação entre o professor de Arte e

o trabalho realizado.

Com esta oficina, enfocando os aspectos da computação gráfica, e seus

meios de produção, encerra-se a implementação do projeto.

A proposta de intervenção pedagógica com o título “Multimídias no Ensino de

Arte” enriqueceu a prática pedagógica dos participantes, pois a escola e seus

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profissionais puderam vivenciar o grande desafio de integrar ao cotidiano escolar

as mídias e as novas tecnologias, propiciando uma melhor qualidade ao ensino.

Com esta proposta foi possível verificar que os objetos multimídia utilizados na

escola representam uma ferramenta de apoio pedagógico na construção dos

saberes, permitindo uma aprendizagem que estimula o educando a inserir-se em

formas mais dinâmicas de construção do conhecimento.

Exemplos de alguns resultados dos trabalhos realizados com o JClic Author :

Jogo de Caça-Palavras Assunto: Fotografia

Autora: Marina de Oliveira

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Jogo de Quebra- Cabeça Assunto: Cinema

Autora: Geni Leite

Jogo de Exploração Assunto: Videoclipe

Autora: Eliane Regina Lupo Marangoni

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Jogo de Associação Complexa Assunto: Televisão

Autora: Rosimari Pastore Ferreira

Jogo de Memória Assunto: Cinema

Autora: Neivanir Joana Mota Oliveira

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados dos estudos teóricos realizados e dos trabalhos

práticos pode-se considerar que foram momentos importantes para se iniciar um

diálogo acerca das multimídias no ensino de Arte, bem como propiciar a

capacitação dos professores quanto ao uso das tecnologias, levando-se em

consideração que as mesmas não devem ser usadas como mera ferramenta, mas

sim como suporte pedagógico.

Apesar dos professores apresentarem dificuldades com relação à

execução de programas, tais como: Gimp, JClic, BrOffice Org. Impress, e

utilização de recursos da TV Multimídia/Pendrive, os mesmos apresentaram

criatividade e envolvimento no desenvolvimento das atividades. O material

disponibilizado atendeu as expectativas e foi adequado para a intervenção

pedagógica realizada na escola.

A implementação contribuiu para a superação das fragilidades e problemas

apontados e as dificuldades que a maioria dos professores possui em trabalhar

com os multimeios na disciplina de Arte. Da perspectiva curricular, destacou-se a

necessidade de incorporar estas novas tecnologias, evidenciada pela sua ligação

com o ensino e o desafio de promover a qualificação de professores da área para

a utilização destas ferramentas instrucionais junto aos educandos, sem perder,

contudo, a essência da arte.

No que se refere às apresentações pôde-se constatar que além dos

professores sentirem-se mais seguros para lidar com as multimídias, o material

disponibilizado não serviu apenas como suporte para lidar com estas ferramentas

como também para reflexões sobre a arte e seus aspectos e o fazer artístico.

Cada professor demonstrou singularidade na criação e execução das atividades.

Com estas atividades pretendeu-se atingir o objetivo proposto no projeto de

intervenção, levando-se em consideração que, do ponto de vista pedagógico, a

proposta promoveu a melhoria qualitativa do ensino na escola. Para tanto houve

uma estreita articulação das ações pensadas, planejadas e executadas para que

as mesmas cumprissem o seu objetivo, com base no diálogo, no compromisso

coletivo, na co-responsabilidade. Isso contribuiu para que o trabalho do professor

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fosse cada vez mais ampliado e as atividades propostas promovessem o

aprofundamento teórico das questões educacionais.

As reflexões e sugestões apresentadas não trazem a pretensão de esgotar

o que tem sido publicado sobre a relação mídia / arte / educação, porém buscam,

contribuir com a possibilidade de se utilizar os recursos midiáticos. Tendo em

vista que o trabalho foi desenvolvido a partir de idéias para ajudar o professor,

fundamentadas em teorias acerca do assunto, configura-se em um trabalho

consciente que procura enfocar o conhecimento das artes em suas diferentes

dimensões.

Considerando que a sociedade em que vivemos exige uma educação cada

vez mais pautada em instrumentos tecnológicos para a efetiva construção da

cidadania, a maior contribuição da escola deve ser centrar a proposta educacional

na pessoa, visando a formação do cidadão crítico que utilize os instrumentos

como meio para criar e produzir.

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