da casa e, sob o umbu, realizava suas tocatas para...

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“Logo começavam os calores de uma primavera precoce, aturdindo os pássaros e despertando a letargia das árvores. Houve o início dos concertos campestres. A Lira Santa Cecília vinha para a frente da casa e, sob o umbu, realizava suas tocatas para a família e os convidados.”

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“Logo começavam os calores de uma primavera

precoce, aturdindo os pássaros e despertando a

letargia das árvores. Houve o início dos concertos

campestres. A Lira Santa Cecília vinha para a frente

da casa e, sob o umbu, realizava suas tocatas para a

família e os convidados.”

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Foco Narrativo: terceira pessoa

Época: meados do século XIX

Locais das ações:

Vila de São Vicente

Porto Alegre

Estância de Antônio Eleutério Fontes, às margens

do Rio Santa Maria

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Estrutura

Concerto Campestre, romance de 1997, é uma

narrativa dividida em sete partes e conduzida por um

narrador onisciente, em terceira pessoa. Da primeira

parte, desdobram-se cronologicamente as outras seis,

da seguinte maneira: o leitor é introduzido à história

no momento em que a Lira Santa Cecília, orquestra

particular do Major Antônio Eleutério, se apresenta,

num domingo, para a família do Major e seus

convidados. A partir desta cena, a narrativa retrocede

no tempo para contar de onde vem a paixão do Major

pela música, como se formou a orquestra e como o

Maestro chegou à estância.

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Personagens Principais

Major Antônio Eleutério D. Brígida

Eugênio Segundo Filho Ambrósio Clara Vitória

(casado) (solteiro) (solteiro) (solteira)

Vigário da Paróquia de São Vicente

Paracleto Mendes (fazendeiro vizinho e amigo)

Silvestre Pimentel (sobrinho e herdeiro do Barão de

Três Arroios – tinha um filho natural – o “Afilhado”)

Capataz da fazenda

Siá Gonçalves (ama da casa)

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A Lira Santa Cecília (Nome sugerido pelo Vigário)

Maestro - mulato nascido em Minas Gerais, estudara música com “bons sacerdotes de Vila Rica” e, em sua vida desregrada, aprendera a tocar bandolim num lupanar.

Rossini (André Grilo)

Músico experiente, amante

de óperas, tocara com o

mestre dos mestres, José

Maurício, na Corte.

Outros músicos

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Major Eleutério vê dois índios missioneiros tocando e

decide contratá-los. Outros músicos aparecem: bando

de bêbados.

O Vigário sugere o Maestro.

O Major contrata o Maestro,

advertindo-o para que tenha

severidade e virtude.

O Major, a pedido, leva o Vigário para conhecer

o Boqueirão e as “uvas fantasma”.

O Maestro vai à Porto Alegre em busca de outros

Músicos.

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Na volta, o Maestro envolve-se com a cozinheira...

D. Brígida acerta com o Barão o casamento da filha

com Silvestre para o Natal.

Maestro compõe uma música para Clara Vitória.

Começa a relação: Clara engravida.

O Major atira em Silvestre. Este não morre e, mais

tarde, decide transferir-se para São Gabriel.

O Major manda a filha para o Boqueirão.

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Maestro Clara Vitória Silvestre

prometida

“Você está

cada dia mais

gorda!”

Encontros amorosos

todas as noites no

quarto do Maestro

Compõe uma música para Clara

Rico, atraente,

tosco e indeciso

Engravida

do

Maestro

É mandada para

o boqueirão

Leva tiros do

Major,

injustamente

Muda-se para

São Gabriel

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Final

No boqueirão, Clara já teve a filha, que foi levada para outro

lugar.

O Maestro, depois de muito tempo em Porto Alegre, convida

Rossini para acompanhá-lo no retorno à fazenda e remontar

a Lira Santa Cecília. Estranhamente animado, o Major

convida toda a vizinhança para ouvir a Lira numa grande

festa em sua casa. O único a comparecer é Paracleto

Mendes, que vem para avisar que nem ele nem ninguém

aceitam o que o Major fez a Silvestre e à Clara Vitória.

Ensandecido, o Major faz a Lira apresentar-se mesmo

assim, enquanto desaba uma tempestade (chuva de

sangue). O Major suicida-se e o Maestro vai ao encontro de

Clara Vitória no boqueirão.

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Final tempestade na fazenda

Última apresentação da Lira Santa Cecília

Tempestade – chuva de sangue

Suicídio do Major

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Maestro Clara Vitória

“Ela foi até a margem, tirou a roupa e lavou-se.

Estava assim, meio submersa, refrescando-se na

delícia da tarde, quando sentiu que alguém vinha em

sua direção, atravessando as águas. E logo soube

quem era, sempre saberia dali por diante, pelos anos

afora: não precisou cobrir-se, nem correr de

vergonha, apenas abriu os braços e entregou-se ao

primeiro beijo de todos os beijos de sua longa vida.”

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A história da moça abandonada no

boqueirão me foi contada por uma amiga, a

escritora Hilda Simões Lopes, e aconteceu no

século passado, nos campos de sua família.

É, portanto, uma “história real”, o que lhe dá

certa nota picante; mas aqui, como em todas

as realidades, a fantasia ocupa o lugar do trivial

e do desconhecido – e isso é apenas uma

homenagem à Literatura.

L.A. de A.B.