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1 “Parasitos de mamíferos domésticos da região do Parque Nacional Serra da Capivara, sudeste do Piauí- Brasil”. por Fernanda Gomes Castelan Ramos Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre em Ciências na área de Saúde Pública. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Augusto de Miranda Chaves Rio de Janeiro, março de 2011.

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“Parasitos de mamíferos domésticos da região do Parque Nacional Serra

da Capivara, sudeste do Piauí- Brasil”.

por

Fernanda Gomes Castelan Ramos

Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre em

Ciências na área de Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Augusto de Miranda Chaves

Rio de Janeiro, março de 2011.

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Catalogação na fonte

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

Biblioteca de Saúde Pública

R175 Ramos, Fernanda Gomes Castelan

Parasitos de mamíferos domésticos da região do Parque Nacional

Serra da Capivara, sudeste do Piauí - Brasil. / Fernanda Gomes

Castelan Ramos. Rio de Janeiro: s.n., 2011.

xiii, 107 f. : il. ; tab. ; graf. ; mapas

Orientador: Chaves, Sérgio Augusto de Miranda

Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio

Arouca, Rio de Janeiro, 2011

1. Parasitos. 2. Caatinga. 3. Parque Nacional Serra da Capivara. 4.

Mamíferos. 5. Parasitologia. I. Título.

CDD - 22.ed. – 616.96098122

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Esta dissertação, intitulada

“Parasitos de mamíferos domésticos da região do Parque Nacional Serra

da Capivara, sudeste do Piauí- Brasil”.

apresentada por

Fernanda Gomes Castelan Ramos

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca

Prof. Dr. Antonio Nascimento Duarte

Prof. Dr. Sérgio Augusto de Miranda Chaves- Orientador

Dissertação defendida e aprovada em 17 de março de 2011.

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“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou

vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar o seu semelhante.”

Albert Schweitzer (Nobel da Paz - 1952)

“Seja você a mudança que você quer ver no mundo.”

Mahatma Ghandi

“Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que

ajudemos os animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo

direito a ser protegida.”

São Francisco de Assis

“O verdadeiro rei dos animais é o homem, pois a sua brutalidade supera a de todos.”

Leonardo Da Vinci

“O amor por todas as criaturas vivas é o mais nobre atributo do homem.”

Charles Darwin

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Aos meus pais,

Exemplos de amor, fidelidade, dignidade, compreensão e vida e por

abdicarem de seus sonhos em prol dos meus.

Ao meu amado esposo Gaspar,

Pelo amor, amizade, compreensão, companheirismo e constante

participação e incentivo na minha realização pessoal e profissional.

Aos meus irmãos de pelos e penas,

Amigos presentes sempre compreendendo as minhas lutas, e

mostrando como o amor dos animais é incondicional.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na

areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de

pegadas na areia.

Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do

meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:

- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre

comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu

Viver havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em

que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinha.

O Senhor me respondeu:

- Minha querida filha. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento.

Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí

que eu te carreguei nos braços.

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AGRADECIMENTOS

A Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) que me deu forças para realizar este trabalho e

na verdade por todas as “coisas” que me supriu, supre e suprirá em todos os meus

anseios. Obrigada Jesus, por nunca me abandonar! Obrigada pelos dons a mim cedidos

e pela vocação de retribuir sempre com o bem não importando o que recebo. A Maria

sempre doce por interceder por mim nos meus sonhos e realizações. A São Francisco de

Assis que eu siga seu exemplo de humildade e perseverança não desistindo mesmo

frente a tantos obstáculos.

Agradeço aos meus pais, José Castelan e Neiva Castelan pelo apoio, incentivo e

amor em todos os momentos da minha vida. Ao meu esposo Gaspar, pelo incentivo,

carinho e auxílio.

A minha cunhada Lívia Ramos pela amizade e apoio, e pelas risadas provocadas

embaixo de duras lágrimas. Amo-te Lili.

Ao professor Dr., orientador e amigo Sérgio Chaves pela orientação, incentivo,

apoio e pela confiança em mim depositada. Também pelos valiosos conhecimentos

transmitidos através de nosso trabalho em conjunto nestes últimos anos e exemplo de

integridade e perseverança na atividade científica.

Ao meu sogro Gaspar Ramos e minha sogra Olívia Ramos por entenderem a minha

luta e por sempre estarem presente com seu apoio e compreensão.

Ao Professor Dr. Valmir Laurentino da Silva pela amizade, apoio nestes anos de

convívio e disposição constante em colaborar e pelo exemplo de dignidade e ajuda ao

próximo.

Charles Passos Rangel pela grande amizade e ajuda nos diagnósticos.

As amigas da turma de mestrado, pelo carinho amizade e respeito.

Aos animais por terem cedido às amostras gratuitamente, e por serem a razão desta

pesquisa.

Aos professores e funcionários técnicos e administrativos pela amizade, apoio e

ensinamentos.

Aos professores Adivaldo Henrique da Fonseca e Carlos Wilson Gomes Lopes da

UFRuralRJ que contribuíram de forma grandiosa para o diagnóstico das formas

parasitológicas.

E a todos aqueles que contribuíram e participaram de forma direta ou indireta na

realização desse trabalho.

A equipe do Laboratório de Ecologia Gustavo de Oliveira Castro pela cessão do

material estudado neste trabalho, em especial a Martha Lima Brandão, veterinária que

coletou as amostras de fezes.

O meu muito obrigada!

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BIOGRAFIA

FERNANDA GOMES CASTELAN RAMOS, filha de José Santos Zanelato Castelan

e Neiva Gomes Castelan, nasceu dia 29 de dezembro de 1981, na cidade de Duque de

Caxias, Estado do Rio de janeiro.

Ingressou no curso de Medicina Veterinária em março de 2002 na Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro, concluindo este no ano de 2007.

Foi Bolsista de Iniciação Científica PROIC-UFRRJ no período de agosto de 2006 a

julho de 2007 na área de controle de qualidade de água para consumo humano.

Em março de 2009, ingressou no Curso de Mestrado em Saúde Pública da ENSP, com

subárea Abordagem Ecológica das Doenças Transmissíveis.

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RESUMO

O Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) foi criado em 1979 e declarado

Patrimônio Cultural da Humanidade em 1991. O presente estudo consta de análises

parasitológicas de amostras fecais, para o conhecimento da parasitofauna intestinal dos

animais domésticos que coabitam o Parque Nacional Serra da Capivara, no sudeste do

Piauí- Brasil, e seu entorno. Foram coletadas 89 amostras de mamíferos domésticos:

cão, suíno, bovino, caprino, ovino e equino. As amostras de fezes foram coletadas, entre

outubro de 2004 a dezembro de 2006. As amostras foram analisadas pela técnica de

sedimentação espontânea de Lutz para a busca de ovos de helmintos intestinais. No total

das 89 amostras 89,9% (n=80) apresentaram formas parasitárias. Os ovos encontrados

foram identificados no menor taxon possível, porém isso significou a identificação

apenas da Superfamília ou Classe. Nas amostras fecais foram identificados organismos

dos seguintes taxons: Ancylostomatoidea, Trichuroidea, Ascaroidea, Spiruroidea,

Strongyloidea, Rhabditoidea, Trichostrongyloidea, Metastrongyloidea, Taeniidae,

Eimeriidae, Anoplocephalidae e Acanthocephala. A classe Acanthocephala foi a mais

prevalente nos ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) e equinos com: 58,8%, 60,0%,

38,5% e 52,9%, respectivamente. Nos suínos a superfamília Ancilostomatoidea foi a

mais prevalente com 46,2% e, nos cães as superfamílias mais prevalentes foram

Ascaridoidea e Strongyloidea com 21,4% cada. Este trabalho permitiu a observação de

parasitos potencialmente patogênicos ao homem e também a ocorrência de parasitos que

interferem na saúde animal.

Palavras-chave: parasitos, caatinga, Parque Nacional Serra da Capivara, mamíferos,

parasitologia.

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ABSTRACT

Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) was created in 1979 and declared

Culture Patrimony of Humanity in 1991. This study includes parasitological analysis of

fecal samples for the knowledge of the intestinal parasite fauna of domestic animals that

cohabit the Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) in southeastern Piaui, Brazil,

and its surroundings. We collected 89 samples of domestic mammals: dog, swine,

cattle, goat, sheep and equine. The samples of faeces were collected between October at

2004 and December at 2006. The samples were analyzed by the sedimentation

technique of Lutz to the search for eggs of intestinal helminths. It’s 89.9% (n = 80) had

parasitic forms of the total of 89 samples. The eggs found were identified in the lowest

possible taxon, but often it just meant the identification of the superfamily or class. In

stool samples were identified bodies of the following taxa: Ancylostomatoidea,

Trichuroidea, Ascaroidea, Spiruroidea, Strongyloidea, Rhabditoidea,

Trichostrongyloidea, Metastrongyloidea, Taeniidae, Eimeriidae Anoplocephalidae and

Acanthocephala. The Acanthocephala class was most prevalent in ruminants (cattle,

sheep and goats) and horses: 58.8%, 60.0%, 38.5% and 52.9%, respectively. The

Ancilostomatoidea superfamily was most prevalent in pigs with 46.2%. The most

prevalent superfamilies in dogs were Ascaroidea and Strongyloidea with 21.4% each.

This work allowed the observation of parasites potentially pathogenic to man and also

the occurrence of parasites that affect animal health.

Keywords: parasites, Caatinga, Parque Nacional Serra da Capivara, mammals,

parasitology.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 JUSTIFICATIVA 3

3 OBJETIVOS 4

3.1 Objetivo Geral 4

3.2 Objetivos Específicos 4

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

5 MATERIAL E MÉTODOS 10

5.1 Área de Estudo 10

5.2 Metodologia 11

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 13

7 CONCLUSÃO 34

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

APÊNDICES 43

A - Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes 44

de bovinos, caprinos e ovinos nas diferentes localidades

B - Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes 45

de suínos e cães nas diferentes localidades.

C - Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes 46

de equinos nas diferentes localidades.

D - Caracterização morfométrica de ovos de helmintos e 47

oocistos de protozoários

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Número de amostras de fezes de cada hospedeiro 16

utilizadas neste estudo e pontos de coleta na região

do Parque Nacional Serra da Capivara.

Tabela 2 Amostras fecais de mamíferos domésticos da região 17

do PNSC com parasitismo simples e por mais de

um taxon nas amostras utilizadas no estudo

coproparasitológico.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização do Parque Nacional Serra da Capivara-PI/Brasil. 11

Figura 2 Amostras de fezes ressequidas de mamíferos domésticos do 12

Parque Nacional Serra da Capivara, PI, com morfologia

preservada.

Figura 3 Localização dos pontos de coleta das fezes dos animais 14

domésticos utilizados para o estudo. Parque Nacional

Serra da Capivara – PI.

Figura 4 Alguns dos animais domésticos utilizando de fontes de 15

armazenamento de água no PNSC- PI. A) Equinos;

B) Suínos; C) Cão; D) Bovinos.

Figura 5 Prevalência das amostras positivas para cada uma das 17

espécies do estudo.

Figura 6 Distribuição das prevalências dos parasitas identificados nas 19

amostras fecais das espécies de mamíferos domésticos do PNSC

Figura 7 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 20

nas amostras fecais de suínos do PNSC-PI.

Figura 8 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 22

nas amostras fecais de cães do PNSC-PI.

Figura 9 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 25

nas amostras fecais de bovinos do PNSC-PI.

Figura 10 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 28

nas amostras fecais de caprinos do PNSC-PI.

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Figura 11 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 30

nas amostras fecais de ovinos do PNSC-PI.

Figura 12 Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados 32

nas amostras fecais de eqüinos do PNSC-PI.

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1. INTRODUÇÃO

O Parque Nacional Serra da Capivara - PNSC foi criado em 1979 e declarado

Patrimônio Cultural da Humanidade em 1991. Está Localizado no sudeste do Estado do

Piauí no bioma brasileiro conhecido como caatinga, que possui como característica

grandes períodos de seca (de cinco a seis meses) típicos de um clima semiárido (BShw,

Köppen). Porém, após a sua criação o Parque Nacional sofreu depredações como

queimadas e desmatamentos e a caça comercial, levando algumas espécies ao

desaparecimento parcial e outras ao crescimento descontrolado por falta de predadores

naturais (FUMDHAM, 2009a).

No entorno do parque existem comunidades pobres que sobrevivem de

atividades agropecuárias de subsistência e coleta. O aumento da densidade populacional

no entorno do parque, tanto humana como animal, favorece a transmissão de parasitos

entre humanos e animais e vice-versa (Brandão, 2007). Diante dessa situação, homens e

animais usam os mesmos reservatórios de água, já que a população é desprovida de

abastecimento público, utilizando caldeirões, açudes, tanques, barreiros, barragens e

poços que acumulam a água da chuva para suprirem suas necessidades hídricas e de

seus animais (Santos, 2007). A água, quando contaminada, desempenha papel

importante na disseminação de helmintos pelo fato de funcionar como veículo

permitindo a sobrevivência de formas infectantes, não prejudicando a viabilidade dos

ovos desses parasitas. A água das chuvas também acarreta o lixiviamento do solo

levando para esses reservatórios conteúdos fecais acarretando sua contaminação.

A saúde dos animais domésticos é perturbada por diferentes injúrias, dentre as

quais se destacam as doenças parasitárias, mais especificamente as helmintíases. Apesar

dos aportes terapêuticos existentes e das medidas de profilaxia, parasitos são

encontrados com facilidade em animais, o que pode ser atribuído a não difusão desses

aportes para todas as classes sociais e ao fato de que o ser humano vive associado a um

animal doméstico, seja ele de companhia ou de criação. Essa convivência íntima

favorece a emergência e reemergência de zoonoses parasitárias ou não e doenças

espécie - específicas.

A emergência e reemergência de algumas doenças também são influenciadas por

mudanças climáticas, uma vez que a umidade e a temperatura são fatores muito

importantes no desenvolvimento e manutenção das formas infectantes dos parasitas

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(ovos, larvas, cistos ou oocistos), uma vez que as variações climáticas ao longo do ano

determinam um aparecimento sazonal de diferentes espécies (Brandão, 2007; Gomes,

2009).

Os estudos sobre parasitismo em animais domésticos vêm despertando crescente

interesse frente à associação restrita e íntima entre o homem e os animais e sua

conseqüência na saúde pública (Silva et al., 1999), visto que animais domésticos são

freqüentemente infectados por parasitas gastrointestinais que podem, ocasionalmente,

infectar o homem (Mandarino-Pereira et al., 2010).

Dessa forma, estudos sobre a diversidade de parasitos em áreas de conservação

são ainda pioneiros e importantes na construção de indicadores ambientais nos futuros

diagnósticos da saúde ambiental de áreas como o PNSC.

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2. JUSTIFICATIVA

O Parque Nacional Serra da Capivara é o maior sítio arqueológico do Brasil, e

devido a sua classificação não deveriam habitar no local nem animais domésticos nem

seres humanos. Além do impacto ambiental que causam vivendo nos arredores do

Parque, competem com a fauna silvestre por água e como a água na região é escassa, o

contato das pessoas e de seus animais domésticos com os animais silvestres faz com que

aumentem as interações entre parasitos e hospedeiros incomuns, possibilitando a

emergência de doenças tanto no homem quanto em outros animais.

Analisar as fezes de animais domésticos da região da Serra da Capivara

possibilitará o monitoramento da saúde desses animais frente às alterações observadas,

além de diagnosticar a presença de parasitos potencialmente patogênicos ao homem.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar o conteúdo parasitológico de fezes de mamíferos domésticos da região

do Parque Nacional Serra da Capivara, sudeste do Piauí - Brasil.

3.2 Objetivos Específicos

Levantar a fauna parasitológica encontrada nas amostras de fezes de

mamíferos domésticos do interior e do entorno do PNSC.

Criar um banco de imagens digitais com o material estudado

contribuindo assim para as pesquisas futuras da fauna helmintológica intestinal de

mamíferos domésticos da Serra da Capivara – Piauí.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A evolução dos mecanismos/processos de parasitismo é complexa e essencial à

vida. Os parasitos são encontrados em cada ser vivo de todas as espécies existentes na

Terra (Poulin & Morand, 2000) e, desde o início da vida, o parasitismo foi utilizado por

proto-organismos para se multiplicarem. Parasitos são úteis como marcadores

biológicos para a interpretação da ecologia de seus hospedeiros, e também

desempenham papéis importantes na regulação das populações e comunidades de

hospedeiros que eles infectam (Williams et al. 1992; Poulin, 2007). Podem também ser

utilizados como marcadores para determinar a história de seus hospedeiros (Manter,

1967; Brooks, 1979; Morand et al., 2006).

Segundo o enfoque ecológico o fenômeno parasitismo será visto como sinônimo

de simbiose, e nesse processo evolutivo o parasito não será mais determinante de

doença. O parasito é um organismo que ao ocupar outro (no qual encontrou seu nicho

ecológico), com certa especificidade, pode ou não provocar doença. Assim a doença

ocorre quando há um desequilíbrio entre parasito – hospedeiro – meio ambiente

(Ferreira & Araujo, 2005).

A maioria dos animais criados em campo são susceptíveis às infecções

verminóticas especialmente quando se tratam de animais jovens (Reinecke, 1983).

Parasitos intestinais de animais domésticos constituem um dos principais fatores que

interferem sobre a higidez e que limitam o desempenho animal na produção, assim

como a sua participação como agentes prejudiciais à saúde de animais de companhia

ressaltando importâncias das zoonoses (Levine, 1982; Acha & Szifres, 1986; Mattos Jr.,

1999). Estudos sobre a fauna parasitológica são de grande importância para a saúde

pública uma vez que causa danos a saúde dos animais, além de algumas espécies

possuírem potencial zoonótico.

Na região do Parque Nacional da Serra da Capivara habitam os seguintes

animais domésticos: Capra aegagrus hircus (cabra) Linnaeus, 1758 e Ovis aires

(ovelhas) Linnaeus, 1758 (base da pecuária local), pequenos rebanhos de bovinos (Bos

taurus Linnaeus, 1758) e suínos (Sus scrofa Linnaeus, 1758). Os animais de tração são

abundantes, com destaque para os cavalos (Equus caballus Linnaeus, 1758) e

principalmente os “jegues” (Equus asinus Linnaeus, 1758). Cães (Canis familiares

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Linnaeus, 1758) e gatos (Felis catus Linnaeus, 1758) também são observados na região

do PNSC-PI (Brandão, 2007).

Dos animais domésticos os cães possuem papel relevante como hospedeiros

definitivos de inúmeros parasitos, eliminando ovos de helmintos gastrintestinais nas

fezes, propiciando a contaminação ambiental e, possivelmente, a disseminação de

doenças, com a perpetuação do ciclo biológico (Táparo, 2006).

Os gêneros encontrados mais comumente parasitando cães são Ancylostoma,

Toxocara, Trichuris, Spirocerca, Physaloptera, Dipylidium, Echinococcus e Taenia

(Urquhart, 1998). Ancilostomídeos e os Toxocarídeos, em diversas regiões do mundo,

têm sido os enteroparasitos mais frequentes em cães. Os Trematódeos que parasitam

cães são: Paragonimus kellicotti e Alaria spp. (Foreyt, 2005; Sloss et al., 1999;

Bowman, 1999; Urquhart et al.,1998)

Salles (2006) verificou o perfil sanitário de cães domiciliados no Campus da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) enfatizando parasitismo por

helmintos associado com fatores como idade, sexo, raça, acesso rua, higiene do

ambiente, uso de anti-helmínticos, entre outros. Nesses cães foram encontrados

Ancilostomídeos com a maior prevalência (40%), Dypilidium caninum (6,97%),

Trichuris vulpis (8,37) e Ascaridídeos (15,81%). Verificou-se que os fatores idade, sexo

e raça não favoreceram a prevalência de enteroparasitos, porém em animais jovens (um

a três anos) houve maior prevalência de Ancilostomídeos. A higiene do ambiente

mostrou associação significativa com aumento da presença de helmintos quando os

animais estão expostos a ambientes com higiene ruim.

Ferreira et al. (2010) verificaram que cães de Apodi (RN) albergavam

Ancylostoma spp., Dipylidium caninum, Toxocara canis e Trichuris vulpis.

Caprinos e ovinos criados em regiões semiáridas apresentam-se frequentemente

parasitados por Haemonchus, Trichostrongylus, Strongyloides, Cooperia, Bunostomum,

Oesophagostomum, Trichuris, Skrjabinema e Moniezia (Rodrigues et al., 2007; Silva et

al., 1998). Silva et al. (2003) determinaram a sazonalidade e a carga parasitária de

caprinos traçadores no semiárido paraibano. Durante um ano dois caprinos foram

necropsiados por mês, para recuperação de nematóides gastrintestinais. As espécies que

predominaram durante a estação chuvosa foram Haemonchus contortus,

Strongyloides papillosus e Oesophagostomum columbianum e na estação seca

predominaram S. papillosus e O. columbianum. Apesar da distribuição mensal da carga

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parasitária dos animais variarem nos meses do ano, essas alterações seguiram o mesmo

padrão mensal das chuvas.

Brito et al. (2009) em estudo para conhecer a fauna helmíntica gastrintestinal de

ovinos e caprinos da microrregião do Alto Mearim e Grajaú (Maranhão) observaram

que os resultados do OPG e coprocultura dos animais mostraram parasitismo por

Strongyloidea em ovinos maior no período chuvoso. Os gêneros Haemonchus,

Trichostrongylus, Cooperia, Oesophagostomum, Strongyloides e Moniezia foram

identificadas parasitando caprinos e ovinos. O período chuvoso foi o que apresentou

uma maior concentração desses parasitos, sendo os machos mais parasitados que as

fêmeas para as duas espécies.

A grande maioria dos animais criados a campo podem ser parasitados por uma

ou mais espécies de helmintos. O parasito mais importante para bovinos, no clima

tropical, é o Haemonchus placei presente no abomaso, mas também são encontrados

parasitismo por Cooperia, Trichostrongylus, Oesophagostomum, Bunostomum,

Trichuris, Strongyloides, Dictyocaulus, Moniezia e Neoascaris (Rossi, 2005; Cardoso et

al., 1979).

Pimentel Neto et al. (2000) realizaram um estudo da distribuição estacional da

eliminação de ovos por grama de fezes (OPG) e sobrevivência das larvas infestantes,

nas fezes de bovinos e nas pastagens, de Haemonchus placei, Trichostrogylus axei,

Cooperia punctata e Oesophagostomum radiatum. O estudo foi conduzido em

Seropédica (Rio de Janeiro), que segundo a classificação de Köppen tem clima com

inverno seco e verão chuvoso e quente. Os resultados indicaram que as larvas de

H. placei, T. axei, C. punctata e O. radiatum tiveram condições favoráveis de

sobrevivência nas épocas de primavera, inverno e final de outono. Os helmintos

mostraram-se susceptíveis as temperaturas elevadas observadas no verão e início da

estação do outono.

Já para suínos criados no Brasil, dentre os nematódeos identificados destacam-

se: Ascaris suum, Oesophagostomum dentatum, Trichuris suis, Strongyloides ransomi,

Trichostrongylus suis e Metastrongylus salmi, além do Hyostrongylus rubidus (Pinto et

al., 2007).

d’Alencar et al. (2006) analisaram ocorrência de helmintos em suínos criados na

cidade de Camaragibe (Pernambuco) sob sistema de confinamento, onde as fezes eram

removidas duas vezes ao dia com aspersão de água clorada e os animais nunca tinham

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acesso ao solo. Amostras fecais, coletadas diretamente do reto dos animais, foram

submetidas à coprocultura e OPG. Os autores observaram ovos de Ascaris suum e da

família Strongyloidea. Foram evidenciados na coprocultura organismos dos gêneros

Hyostrongylus e Trichostrongylus. Embora tenha verificado baixas taxas de parasitismo

nos resultados obtidos, observou-se que a infecção perdurou por todo ano, mostrando

que medidas sanitárias adequadas são necessárias àquela propriedade.

Pinto et al. (2007) realizaram um levantamento helmintológico em suínos

criados na periferia do município de Itabuna (BA), criados em condições precárias de

higiene e no depósito de lixo. Os animais foram eutanasiados e necropsiados para

pesquisa e identificação de endoparasitos. Encontraram as seguintes espécies de

helmintos: Ascarops strongylina, Physocephalus sexalatus, Ascaris suum,

Strongyloides ransomi, Macracanthorynchus hirudinaceus,

Globocephalus urosubulatus, Oesophagostomum dentatum, O. longicaudum,

Trichuris suis, Metastrongylus salmi e Stephanurus dentatus. Os autores concluíram

que os animais estavam parasitados por uma grande variedade de helmintos podendo ser

atribuída às precárias condições de manejo a qual os animais foram submetidos.

Os equinos possuem papel importante na história da humanidade, sendo muito

utilizado no auxílio ao homem como meio de tração para realização de diversas tarefas.

A fauna parasitária equina é vasta e compreende várias famílias/gêneros distintas, entre

elas: os pequenos estrôngilos ou cyathostominos: Cyathostomum spp.,

Triodontophorus spp., Cylicostephanus spp., os grandes estrôngilos:

Strongylus vulgaris, S. equinus, S. edentatus e ainda, Parascaris equorum,

Oxyuris equi, Strongyloides westeri, Trichostrongylus axei, Dictyocaulus arnfield,

Anoplocephala spp. (Molento, 2005). Fausto et al. (2007) fizeram um levantamento dos

parasitos de equinos de tração do município de São Luis de Montes Belos (GO) e

observaram um resultado alto no OPG, sendo Strongylus sp mais predominante.

Oxyuris equi e Parascaris equorum também foram observados e associaram os

resultados encontrados a baixa renda dos proprietários juntamente com condições ruins

de manejo sanitário e nutricional.

Mattos Jr. & Motta (2009) examinaram amostras de fezes de diferentes espécies

de animais domésticos (felinos, caninos, bovinos, caprinos, ovinos e equinos) e

obtiveram como resultado 60,9% de animais parasitados. Os caprinos apresentaram

Trichostongilideos, Moniezia, Trichuris e parasitos da família Strongylidea, ovinos

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foram positivos para Trichostongylus e Strongylidea sendo os animais mais parasitados.

Nos cães foram observados com maior frequência Ancilostomídeos, mas também foram

observados Toxocara sp e Trichuris sp. Os suínos foram positivos para infecções mistas

por Oesophagostomum sp (em 100% das amostras), Trichuris suis e

Strongyloides ransoni, já os bovinos apresentaram 40% de positividade para

Trichostongilideos, Trichuris sp, Strongylus sp e Bunostomum. Os equinos

apresentaram positividade para grandes e pequenos Strongylus, Parascaris sp,

Oxyuris sp e Trichostongilídeos. O artigo demonstra o risco potencial de transmissão de

zoonoses e também a ocorrência de helmintos capazes de interferir no desempenho dos

animais de produção.

Brandão et al. (2009) estudou espécies/morfotipos de ovos de helmintos

encontrados em fezes de mamíferos silvestres e domésticos que cohabitam o Parque

Nacional Serra da Capivara (PNSC) e seu entorno, buscando analisar a diversidade dos

helmintos intestinais desses mamíferos. Concluíram que a região do PNSC, ainda

mantém condições ambientais as quais favorecem a manutenção da fauna

helmintológica nos mamíferos silvestres diferente da fauna dos animais domésticos.

Animais domésticos são comuns em áreas protegidas no Brasil, cães e gatos

principalmente, porém existem poucos estudos sobre seus impactos na fauna nacional

(Galetti & Sazima, 2006).

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Área de Estudo

O Parque Nacional Serra da Capivara (Figura 1), localizado no sudeste do estado

do Piauí, compreende uma área de 130.000 ha apresentando altitudes que variam de 350

a 600m, ocupando parte dos municípios de São Raimundo Nonato e Coronel José Dias

ao sul e São João do Piauí e João Costa ao norte.

Segundo a classificação proposta pelo sistema de Köeppen, a área de estudo

apresenta clima semiárido, com seca no inverno e temperatura media anual em torno de

28°C. A precipitação media anual é de 689 mm (Emperaire, 1989), sendo que as chuvas

se concentram do mês de outubro até abril ou início de maio, geralmente estas são de

curta duração e localizadas, sendo frequentes longos períodos de seca.

A vegetação da região é característica da caatinga, sendo constituída por

aproximadamente 65% de espécies endêmicas do sudeste do Piauí, onde predomina

uma vegetação adaptada as condições climáticas (vegetação espinhosa e caducifólia)

(Emperaire, 1983), mas apresenta enclaves mésicos de florestas semidecíduas nos

canyons recortados nas chapadas (Emperaire, 1983).

O relevo da região do estudo é resultado de transformações que ocorreram

durante milhões de anos em duas formações geológicas: a Bacia sedimentar Piauí-

Maranhão ao norte, e da Depressão do Médio São Francisco ao sul. (Emperaire, 1989).

Apresenta paisagem formada por serras, chapadas e planícies. Há mais de 40.000 anos

as serras passaram por um processo erosivo causado pela água e pelo vento, e como

resultado deste processo foram formados os “canyons”, ou boqueirões, denominação

local, com aspecto ruiniforme onde se encontram cavernas e abrigos (FUMDHAM,

2009b).

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Figura 1: Localização do Parque Nacional Serra da Capivara – PI / Brasil

(Fonte: FUMDHAM, 2010).

5.2 Metodologia

Foram analisadas amostras de fezes (Figura 2) coletadas durante quatro

expedições ao PNSC feitas pela equipe do Laboratório de Ecologia da ENSP, em

diferentes períodos (outubro/2004, maio/2005, dezembro/2005 e dezembro/2006).

As amostras coletadas do solo foram acondicionadas em sacos plásticos para

transporte e armazenamento permanecendo a temperatura ambiente, com a identificação

da espécie e a localização geográfica (com auxílio de GPS de navegação).

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Figura 2. Amostras de fezes ressequidas de mamíferos domésticos do Parque Nacional

Serra da Capivara, PI, com morfologia preservada. Fotos: Sérgio Miranda

No laboratório as amostras de fezes foram reidratadas em solução aquosa de

fosfato trissódico a 0,5% (Callen & Cameron, 1960) por 72hs. Após reidratação, as

amostras foram homogeneizadas cuidadosamente e filtradas em gaze dobrada em quatro

partes. Os restos macroscópicos retidos na gaze foram estocados para futuros estudos de

dieta.

As amostras filtradas foram colocadas em cálices para sedimentação segundo a

técnica de sedimentação espontânea de Lutz (1919), revisada e adaptada por Reinhard et

al. (1988). Para análise microscópica (em aumento de 400X) e registro morfométrico

(comprimento e largura em micrômetros - μm) dos parasitos foram confeccionadas um

total de 15 lâminas para cada amostra com 20μl de sedimento, e o material entre lâmina

e lamínula foi vedado com Entellan®.

Para a identificação dos ovos foi realizada comparação da morfometria

encontrada com a de espécies previamente descritas na literatura, para cada uma das

espécies de hospedeiro (Nesseri & Hollo, 1961; Freitas, 1976; Thienpoint et al., 1986;

Soulsby, 1987; Georgi, 1988; Urquhart et al., 1998, Sloss et al., 1999; Fortes, 2004;

Taylor et al., 2010; Foreyt, 2005).

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na realização deste trabalho foram analisadas 89 amostras de fezes de animais

domésticos coletadas no Parque e no seu entorno (Figura 3). As amostras eram

pertencentes a 6 espécies animais (Figura 4) distribuídas em 17 amostras de fezes de

bovinos (Bos taurus), 15 de caprinos (Capra hircus), 13 de ovinos (Ovis aires), 17

amostras de equinos (Equus caballus), 14 amostras de cães (Canis familiaris) e 13

amostras de suínos (Suis scrofa). Foram identificados parasitos pertencentes a 13

superfamílias/família/classe diferentes.

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Figura 3. Localização dos pontos de coleta das fezes dos animais domésticos utilizados para o estudo. Parque Nacional Serra da Capivara – PI.

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Figura 4. Alguns dos animais domésticos utilizando de fontes de armazenamento de

água no PNSC- PI. A) Equinos (Fotos Sérgio Miranda); B) Suínos (Fotos Sérgio

Miranda); C) Cão (Fotos André Batouli); D) Bovinos (Fotos André Batouli).

A

B

D

C

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As amostras eram provenientes de 13 localidades do entorno do PNSC estavam

distribuídas conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1. Número de amostras de fezes de cada hospedeiro utilizadas neste estudo e

pontos de coleta na região do Parque Nacional Serra da Capivara.

Localidade Espécie Suíno Cão Bovino Caprino Ovino Equino

Mucambo 2 1 2 1

Serra Vermelha 2 3 1

Barreirinho 7 1 1 1 1

Estação 1 1

Sítio do Mocó 1 1

Alegre 1 1 2

Capelinha 3 6 4 3 7

Tapuio 2 1 2 1

Santo Inácio 1 1 1 1 1

Angical 1 1 1 3

Emburana 2

Pajaú 1

São João Vermelho 2 3 1 3

Esperança 1 1 1

Açude da BR 020 1 1 1

Total 13 14 17 15 13 17 89

Das 89 amostras coletadas 89,9% (n=80) apresentavam formas parasitárias.

Entre as amostras positivas a prevalência de parasitismo simples (presença de um

parasito) foi 42,5% (n=34), e 57,5% (n=46) com mais do que um gênero/superfamília.

Infecções múltiplas foram mais observadas que as simples (Tabela 2).

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17

Tabela 2. Amostras fecais de mamíferos domésticos da região do PNSC com

parasitismo simples e por mais de um taxon nas amostras utilizadas no estudo

coproparasitológico.

Suíno

n =13

Cão

n =14

Bovino

n =17

Caprino

n =15

Ovino

n =13

Equino

n =17

Amostras negativas 4 2 1 1 1 0

Parasitismo simples 3 8 5 2 6 10

Parasitismo por mais de

uma família 6 4 11 12 6 7

% de positivos no total das

amostras para cada espécie 69,2 85,7 94,1 93,3 92,3 100,0

Todas os valores de prevalências foram altos considerando as amostras positivas

de cada animal, sendo os cães com menor índice parasitário (Figura 5). Os suínos

apresentaram 69,2% dos resultados positivos, os cães 85,7%, bovinos 94,1%, caprinos

93,3%, ovinos 92,3% e equinos apresentaram 100% das amostras analisadas positivas.

Figura 5. Prevalência das amostras positivas para cada uma das espécies de mamíferos

domésticos do PNSC-PI.

Nos suínos, bovinos e caprinos foi verificada a presença de oocistos de coccídeos

da família Eimeriidae nas amostras que apresentavam parasitismo múltiplo. Ovos de

0

20

40

60

80

100

120

Suíno Cão Bovino Caprino Ovino Equino

Prev

alê

nci

a

Suíno

Cão

Bovino

Caprino

Ovino

Equino

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helmintos foram mais freqüentes que oocistos de protozoários o que pode ser devido à

técnica de diagnóstico utilizada.

Pela observação da Figura 6 os parasitos com os maiores valores de prevalência

foram os pertencentes a classe Acantocephala, com exceção dos suínos e dos cães. Nos

suínos parasitos pertencentes a superfamília Ancilostomatoidea foram os mais

prevalentes enquanto nos cães os ascaridídeos Ascaridoidea. Ascaridídeos e

acantocéfalos estiveram presentes em todas as espécies animais. Nos cães não foram

observados ovos de parasitos da superfamília Trichuroidea, mas foram observados ovos

de organismos pertencentes à família Taeniidae e a classe Trematoda. Parasitos

pertencentes a superfamília Anoplocephalidae só foram observados em ovinos.

Os animais domésticos presentes no PNSC são criados para subsistência das

populações locais. Esses animais são criados soltos na caatinga e dessa forma o manejo

é precário, tanto no que diz respeito à alimentação quanto à sanidade animal. Os animais

se alimentam predominantemente da vegetação nativa, e a água oferecida a eles é

proveniente das chuvas, que são armazenadas em barreiros, barragens, tanques e açudes.

Esses reservatórios representam possíveis focos de contaminação para os animais e para

o homem, visto que na época de seca a água torna-se escassa e com isso homens e

animais (domésticos e silvestres) utilizam mais frequentemente os mesmos reservatórios

de água. Alguns desses reservatórios possuem uma vegetação no entorno, a qual

funciona como fator protetor para os parasitos, bem como a umidade do solo próximo a

esses reservatórios favorece a sobrevivência de formas parasitárias no bolo fecal.

Segundo Garcia e Couto (1991) a presença de árvores em áreas de pastagens causa

modificações significativas no ambiente, principalmente em nível de microclima. A

redução na radiação solar direta promove decréscimo na temperatura do ar e do solo,

melhorando as condições de desenvolvimento para as plantas forrageiras, para o animal

e para os microrganismos.

Embora a identificação de ovos de helmintos seja um desafio devido à

semelhança entre alguns ovos ser muito grande (Sloss et al., 1999), o exame

parasitológico de fezes permite que se tenha uma expectativa da carga parasitaria do

animal e um diagnóstico rápido e de baixo custo para que faça o tratamento dos animais

domésticos ou de cativeiro.

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Figura 6. Distribuição das prevalências dos parasitos identificados nas amostras fecais das espécies de mamíferos domésticos do PNSC – PI utilizadas

no estudo.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Suíno

Cão

Bovino

Caprino

Ovino

Equino

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Distribuição de parasitos nas amostras de suínos

As amostras de suínos apresentaram ovos de oito espécies/morfotipo de

nematódeos nas fezes e oocistos de coccídeos da família Eimeriidae, conforme

apresentado na Figura 7.

Figura 7. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas

amostras fecais de suínos do PNSC-PI.

A superfamília Ancylostomatoidea foi a que apresentou maior prevalência

(46,2%) seguida pelas superfamílias Ascaridoidea (38,5%) e Trichostrongyloidea

30,8%.

Esses resultados corroboram com os de Brandão et al (2009) onde essas

superfamílias também foram observadas como as de maior ocorrência dentre as

amostras analisadas na mesma região do presente estudo. Provavelmente as condições

ambientais na época da coleta estavam favoráveis a sobrevivência dos ovos de parasitos

ancilostomídeos e tricostrongilídeos no bolo fecal, visto que ovos de ascaridídeos

possuem uma casca grossa e resistente o que protege o parasito de desecação e de

efeitos tóxicos de várias substancias (Nansen & Roepstorff, 1999), enquanto as outras

duas superfamílias possuem ovos de casca fina (mais sensíveis).

Também foram observados ovos de parasitos da superfamília Strongyloidea, da

Classe Acantocephala e oocistos da família Eimeriidae com prevalências de 15,4%

cada. No que se refere à superfamília Strongyloidea obteve-se um percentual menor

que o encontrado por Pinto et al. (2007) de 66% e Aguiar (2009) de 45,38%, o que

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Pre

valê

nci

a

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pode ser explicado pelo fato dos ovos de estrongilídeos serem sensíveis a dessecação,

enquanto as larvas de terceiro estágio são mais resistentes (Nansen & Roepstorff, 1999).

Quanto aos oocistos de coccídeos a prevalência de 15,4% foi maior que a

descrita por d’Alencar et al. ( 2006) no município de Carpina (PE) o qual encontrou

1,6%, mas foi menor que o valor encontrado por Pinto et al. (2007) que relata 70% das

amostras positivas para oocistos de coccídeos.

Nesse estudo foram observados ovos de Acantocephala com prevalência de

15,4%, os quais não são frequentemente citados na literatura pertinente (d’Alencar et

al,. 2006; Aguiar, 2009; Mattos Jr. & Motta, 2009; Brandão et al., 2009). Quando

comparado ao percentual relatado no estudo de Pinto et al. (2007) de 12% para

Macracanthorynchus hirudinaceus o presente estudo apresenta prevalência ligeiramente

maior. Ovos de Acantocéfalos são muito resistentes a extremos climáticos e o período

de viabilidade no ambiente é grande. Suínos criados a campo têm maiores chances de

encontrar os hospedeiros intermediários (Taylor et al., 2010).

Ovos de parasitos das superfamílias Metastrongyloidea, Rhabidtoidea e

Trichuroidea apresentaram prevalência de 7,7% cada. Metastrongylus sp é um dos

parasitos mais comuns no Brasil, apesar de d’Alencar et al,. (2006) e Brandão et al.

(2009) não o encontrarem em seus estudos. Pinto et al. (2007) relatou 14% de

prevalência, valor em torno de 1,8 vezes maior que o do estudo em questão, Gomes

(2009) relatou 29% de prevalência na população estudada. Aguiar (2009) obteve um

percentual de 3,08%, valor inferior ao presente estudo, e atribuiu esse valor ao fato dos

animais não terem muito contato com os hospedeiros intermediários (minhocas), dessa

forma esses animais tem pouco acesso a terra ou o terreno tem poucas minhocas.

Quanto aos ovos da superfamília Rhabidtoidea (Strongyloides ransomi)

observou-se prevalência de 7,7%, valor este menor quando comparado ao apresentado

por Aguiar (2009) que foi de 36,92%, e em Portugal Gomes (2009) relatou 25,6% de

positividade nos cães presentes no Parque Nacional da Peneda Gerês. Quando

comparado aos 2% descrito por Pinto et al. (2007) o percentual relatado pelo presente

estudo é maior. Os valores mais altos observados por Aguiar (2009) e Gomes (2009)

podem estar relacionados ao fato da pesquisa ter incluídos animais jovens, os quais

ainda não adquiriram imunidade contra o parasito e por isso apresentaram carga alta de

parasitismo.

Para ovos de trichurídeos a prevalência de 7,7% encontrada no presente estudo

é quase duas vezes menor quando comparado a 13,85% apresentado por Aguiar (2009).

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Pinto et al. (2007) relataram que 6% dos animais estavam parasitados por Trichuris

suis enquanto Hoff et al. (2005) encontraram somente uma amostra positiva dentre as

analisadas. O fato deste último valor ter sido baixo pode ser atribuído as condições de

higiene as quais esses animais estavam submetidos, bem como ao fato dos animais não

terem acesso ao chão (criados em baias com piso de concreto). Gomes (2009) relatou

17% de prevalência nos suínos, os quais eram criados em sistema semi-extensivo em

Portugal.

d’Alencar et al. (2006) e Brandão et al. (2009) não observaram em seus estudos

ovos dos gêneros Trichuris e Strongyloides.

Distribuição de parasitos nas amostras de cães

Com relação às amostras de cães foram observadas seis espécies/morfotipos de

ovos de helmintos, de acordo com a Figura 8.

Figura 8. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas amostras

fecais de cães do PNSC-PI.

No gráfico as superfamílias Strongyloidea e Ascaridoidea aparecem com os

maiores valores de prevalência 28,6% e 21,4%, respectivamente, seguido por espécimes

representantes da classe Acantocephala, da superfamília Ancylostomatoidea e

Spiruroidea, família Taeniidae com 14,3% e da classe Trematoda com 7,1%.

Dentre os animais domésticos, os cães possuem uma relação íntima com o

homem e podem propiciar benefícios psicológicos, fisiológicos e sociais aos seres

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Pre

valê

nci

a

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humanos e, em muitos casos, são considerados como membros da família (Bahr &

Morais, 2001). Entretanto, apenas um terço dos proprietários tem consciência de que o

estreito convívio com o homem, aumenta a probabilidade de transmissão de zoonoses

parasitárias (Bugg et al., 1999), principalmente em indivíduos imunocomprometidos e

crianças, os quais são considerados grupos de alto risco de aquisição destas

enfermidades (Robertson et al., 2000).

Ovos de Ascaridídeos apresentaram prevalência de 21,4%. Salles (2006) relatou

15,81% de prevalência de Ascaridídeos e, Araújo (2006) identificou 9,4%. Santos

(2008) encontrou 11,1% nos cães do Parque Nacional Serra do Cipó e Katagiri (2008)

8,7% em cães errantes e domiciliados. Zocco (2009) relatou 18% de prevalência em

cães errantes, enquanto Mattos Jr. & Motta (2009) 13,3%.

Ovos de parasitos da superfamília Ancilostomatoidea são frequentemente

encontrados em cães e em alta prevalência. Salles (2006) refere-se a 40% de ocorrência

nos cães domiciliados no campus da UFRRJ, enquanto Araújo (2006) relatou 18,53%.

Santos (2008) encontrou 42,2% em cães da região do Parque Nacional serra do Cipó,

valor este próximo de ser três vezes maior que o relato no presente estudo. Zocco (2009)

relatou 76% de prevalência para ancilostomídeos em cães errantes do Cuiabá – (MT).

Mattos Jr. & Motta (2009) relataram 46,6%, Ahid et al. (2009) 39%, e Silva (2010)

encontrou 53,8%. Todos esses relatos foram maiores que o valor encontrado no presente

estudo, onde se observou 14,3% de prevalência nas amostras de fezes dos cães do

PNSC.

Ancilostomídeos e os Toxocarídeos são os nematódeos que possuem grande

importância na saúde pública e são alvo de muitos projetos de pesquisa. O contato com

o solo, alimentos e água, bem como objetos ou mãos contaminados por fezes dos

animais, levam a infecção acidental humana pela ingestão de ovos embrionados de

Toxocara canis, resultando na Síndrome da Larva Migrans Visceral (LMV) (Coelho et

al., 2001) ou pela penetração percutânea de larvas infectantes de Ancylostoma caninum

e Ancylostoma braziliense, provocando a Síndrome da Larva Migrans Cutânea (LMC)

(Diba et al., 2004). A enterite eosinofílica em humanos foi classificada como zoonose

causada por Ancylostoma caninum (Prociv & Croese, 1996).

A prevalência encontrada para ascarídeos no presente estudo pode ser devido à

alta resistência das formas parasitárias desse nematódeo no ambiente, também se deve

considerar que as fêmeas dos ascaridideos possuem alta fecundidade e a quiescência das

larvas nos tecidos somático (Ovwegaaum, 1997).

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Parasitos pertencentes à superfamília Strongyloidea foram os mais prevalentes

nos cães deste estudo. Esses parasitos também foram relatados por Brandão et al. (2009)

nos cães da mesma região onde foi realizado o presente. Jesk et al. (2010) relata a

presença de ovos da superfamília Strongyloidea no solo de praças centrais da região de

Pelotas-RS, bem como verificado por Santaren et al. (2010).

Ovos de acantocefálos foram observados nas amostras analisadas, apesar de

ovos desse filo ter baixa freqüência de relato em cães (Travassos, 1917). Santos (2008)

relata 2,2% de prevalência, valor este inferior aos 14,3% encontrados no presente

estudo. Brandão et al (2009), Zocco (2009) e Silva (2010) não encontraram ovos de

acantocephala parasitando os cães. O fato dos animais analisados no presente estudo

terem apresentado ovos de acantocéfalos pode ser atribuído a contaminação por meio da

dieta, seja por ingestão de carcaças ou pela mudança de hábito alimentar dos cães do

PNSC. Dessa forma ainda são necessários estudos para verificar se esse parasito

realmente infecta cães ou se foi por ingestão de carcaças ou hospedeiros intermediários.

Parasitos da família Taeniidae apresentaram prevalência de 14,3%, valor

superior ao relatado por Silva (2010) onde 2,6% dos cães apresentaram ovos desta

família, e ao valor relatado por Táparo (2006) de 1% de ovos de Taenia spp nas

amostras analisadas.

No presente estudo não foram observados ovos de Dipylidium caninum o que

pode ser atribuído ao fato de que o diagnóstico deste parasito ser feito com a observação

das cápsulas ovígeras ou dos adultos, pois os ovos são dificilmente visualizados nas

fezes, e como as amostras foram coletadas do solo, as cápsulas não puderam ser

observadas pelo estado de ressecamento das amostras, o que não faz a amostra ser

classificada como negativa para o referido parasito.

Salles (2006), Táparo (2006), Zocco (2009) e Silva (2010) não diagnosticaram

ovos de Spiruroidea em seus respectivos estudos. Brandão et al. (2009) relataram a

presença de ovos de Spiruroidea nas fezes de cães do PNSC, o que corrobora com os

dados relatados no presente estudo. Santos (2008) relatou 15,6% para Spirocerca lupi e

6,7% para Physaloptera sp ambos representantes da superfamília em questão.

Ovos de trematódeos também foram encontrados nas amostras de cães com

7,1% de prevalência. Freitas et al. (2005) ao necropsiarem cães errantes de praças

públicas do extremo sul do RS encontraram Phagicola arnaldoi em 25% e Echinostoma

sp. em 16,7% dos animais. O percentual descrito no presente estudo pode ter sido mais

baixa devido à técnica utilizada ou pelo fato desses parasitos necessitarem de

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hospedeiros intermediários ou paratênicos (anfíbios e moluscos) para completarem o

seu ciclo e a menor ocorrência destes na época de coleta pode ter influenciado para uma

prevalência mais baixa. São necessários estudos mais aprofundados para saber a qual

gênero este parasito pertence, visto que alguns trematódeos possuem potencial

zoonótico.

Distribuição de parasitos nas amostras de bovinos

Com relação ao grupo dos bovinos foram observados ovos pertencentes a sete

superfamílias/famílias/classe diferentes.

Pela observação da Figura 9, a classe Acanthocephala e a superfamília

Trichostrongyloidea apresentaram 58,8% de prevalência cada, as maiores nesse grupo

de animais, Ascaridoidea aparece com 29,4%, Strongyloidea e Trichuroidea aparecem

com 11,8%. Organismos da superfamília Rhabditoidea e da família Eimeriidae

estiveram presentes em 5,9% das amostras analisadas.

Figura 9. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas amostras

fecais de bovinos do PNSC-PI.

Tricostrongilídeos geralmente são os parasitos mais prevalentes nos bovinos.

Borges et al. (2001) relatam em seu estudo Haemonchus placei (97,62%) e Cooperia

punctata (92,86%), ambos representantes da superfamília Trichostrongyloidea, como

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as espécies com maior prevalência, bem como o gênero Trichostrongylus que teve

prevalência de 26,19% para T. axeii e 2,38% para T. colubriformes.

Santos et al. (2010) também relata alta prevalência da superfamília

Trichostrongyloidea, onde Haemonchus placei e Cooperia punctata aparecem em 100%

das amostras analisadas, H. similis apresentou 29% de prevalência, C. pectinata 34,2%

e C. espatulata 32,9%. Para Trichostrongylus o percentual foi menor do que a

observada por Borges et al. (2001) para T. axeii que teve 10,5 e T. colubriformes e T.

longyspicularis 2,6% cada.

Ascaridídeos não são relatados com freqüência em artigos relacionados a

bovinos. No Brasil Morais et al. (2008) em um estudo de prevalência de cistos de

Giardia e oocistos de Cryptosporidium encontrou 0,8% de prevalência de Toxocara

vitulorum, o valor encontrado no presente trabalho (29,4%) supera os valores do

trabalho citado. Hinaidy et al. (1972) em um estudo de helmintos gastrintestinal de

bovinos na Áustria relatou que não encontrou Neoascaris vitulorum (representante da

superfamília Ascaridoidea) nas amostras analisadas, apesar do parasito ser encontrado

no país.

Oocistos de coccídeos são freqüentes em animais jovens e adultos e é uma das

causas de mortalidade em bezerros e diminuição do desempenho animal no que diz

respeito à conversão alimentar causando prejuízos aos proprietários. Rebouças et al.

(1994) verificaram oocistos de Eimeria em 43,6% das amostras com variações para

cada propriedade analisada, sendo 67,2% em Altinópolis e Guaíra, 24,4% em São

Carlos e 15,5% em Taguaritinga. Ferreira et al. (2009) verificaram 48,23% dos animais

positivos para a eimeriose, valor aproximadamente duas vezes maior que o observado

no presente estudo (23,5%). Essa diferença pode ser atribuída à época de coleta das

amostras, que pode ter sido realizada quando a pressão ambiental era grande e muitos

oocistos podem ter morrido.

No que diz respeito à superfamília Strongyloidea o gênero Oesophagostomum é

frequentemente encontrado em fezes de bovinos. Borges et al. (2001) relataram 73,81%

de prevalência para Oesophagostomum radiatum, enquanto Santos et al. (2010)

apresenta 94,74%. Ambos os resultados são maiores que os observados no presente

estudo.

Tanto para ovos de Tricostrongilídeos, estrongilídeos e oocistos de coccídeos a

umidade do solo é fator importante para a sobrevivência de ovos/oocistos e larvas

(Levine & Todd, 1975), e a umidade do bolo fecal também é fator protetor e é suficiente

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para as larvas se tornarem infectantes (Mönnig, 1931). Outro fator importante é a

concentração de fezes que estão no solo, pois dessa forma tem-se uma grande

contaminação do solo com ovos. Como os animais freqüentam os reservatórios de água

em grupo, a quantidade de fezes próxima a água é grande e com isso a quantidade de

ovos que podem ser carreados para os reservatórios é maior.

A superfamília Trichuroidea apresentou prevalência de 11,8%, valor este mais

baixo que o observado por Santos et al. (2010) de 47,37% e por Borges et al. (2001) de

38,10%. Essa diferença pode ser atribuída ao fato de que ovos contendo a larva

infectante de Trichuris sobrevivem tanto a alta quanto a baixas temperaturas, porém não

sobrevivem em ambiente isento de umidade, nem em ambientes expostos a raios solares

diretos (Freitas, 1976). Partindo desse pressuposto a prevalência encontrada no estudo

foi menor do que as dos estudos citados devido às condições climáticas da área do

estudo, as quais no período de coleta podem ter desfavorecido o desenvolvimento dos

parasitos diminuindo a taxa de parasitos infectantes.

Da superfamília Rhabditoidea o gênero Strongyloides é o mais importante e o

responsável por causar danos a saúde dos animais domésticos, e é capaz de realizar

ciclos reprodutivos parasitários e de vida livre (Taylor et al., 2010). O percentual desse

parasito no presente estudo foi de 5,9%, e apesar de baixa foi relativamente maior do

que a observada por Borges et al. (2001) de 2,38% e por Santos et al. (2010) 1,3%. A

prevalência tende a ser menor em animais adultos devido à aquisição de imunidade,

como o valor verificado no presente estudo foi maior que nos estudo citados pode-se

atribuir tal fato a forma de coleta das amostras, pegas do solo, e dessa forma pode-se ter

feito uma amostragem com maior número de fezes de animais jovens.

Distribuição de parasitos nas amostras de caprinos

Com relação aos caprinos, estes são os animais mais utilizados na região

nordeste do Brasil devido a sua rusticidade. Porém devido às condições sanitárias e as

práticas de manejo serem inadequadas esses animais são frequentemente afetados por

problemas de saúde causados por parasitos (Cavalcante et al., 2009).

Pela observação da Figura 10, verifica-se que parasitos do filo Acanthocephala e

da superfamília Trichostrongyloidea foram os parasitos que apresentaram maior

prevalência 60%, o que também foi observado, também nos bovinos. Quanto ao filo

Acanthocephala não foi observada por nenhum dos autores da literatura consultada.

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Figura 10. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas

amostras fecais de caprinos do PNSC-PI.

Representantes da família Eimereiidae foram observados no presente estudo com

40% de prevalência valor próximo ao encontrado por Ahid et al. (2008) de 41,3% e

inferior aos 69,79% encontrado por Brito et al. (2009), mas superior ao valor

encontrado por Mattos Jr. & Motta (2009) de 4,7% em aproximadamente 6 vezes.

Geralmente animais jovens são mais susceptíveis do que adultos, devido ao fato de não

terem ainda adquirido imunidade, mas a elevada freqüência de Eimeria sp em caprinos,

sejam eles jovens ou adultos, pode ser atribuída ao tipo de exploração dos animais

(Freitas et al., 2005).

A superfamília Rhabditoidea também apresentou 40% de prevalência como à

família Eimeriidae. Silva et al. (1998) encontraram 3% de parasitismo por Strongyloides

papillosus somente na população de caprinos de 5 a 6 meses, Brito et al. (2009)

encontraram 4,75%, e Ahid et al. (2008) encontrou 15,5% de prevalência, valores

menores do que aqueles aqui apresentados. Martins Filho e Menezes (2001)

encontraram ovos de S. papillosus em 57,47% das amostras.

Ovos da superfamília Trichostrongyloidea apresentaram 60% de prevalência,

enquanto Strongyloidea apareceu com 33,3%. Estas superfamílias foram as de maior

ocorrência nos caprinos, como relatado por Martins Filho e Menezes (2001) em

caaprinos do nordeste. Mattos Jr. & Motta (2009) encontraram 57,2% de

Trichostrongylideos e 19,1% de Strongyloidea, valores menores aos apresentados no

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presente estudo, sendo que para Trichostrongyloidea foi ligeiramente menor. Silva et al.

(1998) verificaram que as espécies mais prevalentes, em ordem decrescente, foram T.

colubriformis, H. contortus (representantes da superfamília Trichostrongyloidea) e O.

Columbianum ( representante da superfamília Strongyloidea). Brito et al. (2009)

identificaram gêneros pertencentes a superfamília Strongyloidea (Oesophagostomum

com 8,93%) e da superfamília Trichostrongyloidea (Haemonchus apresentando

35,41%, Trichostrongylus 27,29% e Cooperia com 23,61%).

Segundo Urquhart (1998) a umidade relativa do ar ótima para o desenvolvimento

do parasito é de 100%, porém os parasitos apresentaram estratégias de adaptação que

permite que eles se desenvolvam em índices inferiores de umidade. Na época seca,

mesmo com a umidade do ar baixa é possível verificar o desenvolvimento contínuo de

larvas, devido a formação de microclimas favoráveis no interior das fezes e da

superfície do solo. As fezes e o solo são reservatórios potenciais de parasitos, quando as

condições ambientais são desfavoráveis ao fechamento do ciclo biológico (Levine &

Andersen, 1973; Callinan & Westcott, 1986). O bolo fecal oferece umidade aos ovos e o

solo promove a proteção das larvas infectantes.

No que diz respeito às superfamílias Ascaridoidea e Trichuroidea à prevalência

foi 26,7%. Martins Filho e Menezes (2001) encontraram 0,82% de ovos de Toxocara sp,

o qual é pertencente a família Ascaridoidea.

Ovos de Trichuris globulosa foram encontrados por Silva et al. (1998) em

baixos números em todas as faixas etárias pesquisadas, exceto para os animais de 11-12

meses de idade nos quais não foram observados esses nematódeos. Martins Filho e

Menezes (2001) encontraram ovos de Trichuris sp em 7,43% das amostras, enquanto

Ahid et al. (2008) encontraram 2,7%, valores inferiores ao observado neste estudo.

Ovos de helmintos das superfamílias Trichuroidea e Ascaridoidea são mais resistentes a

variações climáticas, e a característica principal destes parasitos e a longevidade, pois

podem sobreviver por três a quatro anos no ambiente caso não sejam removidos (Taylor

et al. 2010).

Parasitos pertencentes à superfamília Ancylostomatoidea foram observados com

13,3% de prevalência. Martins Filho e Menezes (2001) após realizarem coprocultura

encontraram Bunostomum sp (representante da superfamilia Ancylostomatoidea) em

0,2% das amostras, valor bastante inferior ao encontrado no presente estudo. Silva et al.

(1998), Ahid et al. (2008) e Brito et al. (2009) não observaram parasitos pertencentes a

esta superfamília.

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Distribuição de parasitos nas amostras de ovinos

As amostras de ovinos apresentaram ovos de sete espécies/morfotipo de

nematódeos nas fezes e oocistos de coccídeos da família Eimeriidae, conforme

apresentado na Figura 11.

Figura 11. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas

amostras fecais de ovinos do PNSC-PI.

Ovos de Acantocéfalos apresentaram 38,5% de prevalência, sendo os parasitos

mais freqüentes nas amostras de ovinos analisadas.

Ovos de tricurídeos estiveram presentes em 23,1% das amostras analisadas.

Charles (1995) encontrou 2% de prevalência em ovinos deslanados do semiárido de

Pernambuco, valor inferior ao do presente estudo. Ramos et al. (2004) encontrou 100%

de prevalência em ovinos do planalto Catarinense.

Ascaridídeos estavam presentes em 15,4% das amostras de ovinos.

Organismos da superfamília Strongyloidea apresentaram 30,8% de prevalência

valor próximo ao encontrado por Mattos Jr. & Motta (2009) de 28,5%. Ramos et al.

(2004) encontram 100% dos animais parasitados por Oesophagostomum venulosum,

representante da superfamília Strongyloidea. Fernandes et al. (2004) verificaram a

presença do gênero Oesophagostomum, mas não relataram a prevalência.

Para as superfamílias Rhabditoidea e Trichostrongyloidea encontrou-se 15,4%

de prevalência para cada uma. Sotomaior et al. (2007) observou ovos de Strongyloides

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papillosus em amostras de ovinos do Paraná. Gazda (2006) encontrou 33,9% de

Strongyloides na pastagem de aveia e na pastagem de azevém 19,9%, valores maiores

do que aqueles aqui apresentados.

Tricostrongilídeos são mais frequentemente encontrados, geralmente o gênero

mais encontrado é Haemonchus. Charles (1995) ao examinar amostras de fezes de

ovinos encontrou 80% de prevalência para H. contortus e 72% para Trichostrongylus e

Cooperia. Fernandes (2004) encontrou para Haemonchus spp. 97% e 95% nas ovelhas

manejadas com e sem bovinos, respectivamente, e também constatou a presença dos

gêneros Trichostrongylus e Cooperia. Mattos Jr. & Motta (2009) encontraram 4,7% de

ovos de Trichostrongylus, todos representantes da superfamília em discussão.

A superfamília com menor ocorrência nas amostras de fezes de ovinos

analisadas no presente estudo foi Anoplocephalidae com 7,7% de prevalência. Charles

(1995), Ramos et al. (2004), Fernandes et al. (2004), Gazda (2006) e Mattos Jr. &

Motta (2009) não encontraram espécimes representantes dessa superfamília. Sotomaior

et al. (2007) relataram presença de ovos Moniezia sp em exames coprológicos de

caprinos e ovinos, no presente estudo não foram observados ovos desse parasito em

caprinos.

Distribuição de parasitos nas amostras de equinos

Com relação às amostras de equinos foram observadas seis espécies/morfotipos

de ovos de helmintos, de acordo com a Figura 12.

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Figura 12. Distribuição das prevalências globais dos parasitas identificados nas

amostras fecais de eqüinos do PNSC-PI.

O filo Acantocephala não foi encontrado nos estudos de Mattos Jr. & Motta

(2009), Fausto et al. (2007), Madeira de Carvalho et al. (2007), Leite et al. (1997) e foi

o parasito de maior prevalência para equinos no presente estudo 52,9%.

Ovos de tricostrongilídeos foram observados com 47,1% de prevalência. Leite et

al. (1997) encontrou 89,47% de prevalência de Trichostrongylus axei em equinos

necropsiados da região metropolitana do Rio de Janeiro, este valor foi superior ao

apresentado no presente estudo devido a metodologia utilizada, na qual se fez a

recuperação de todo o conteúdo parasitário do estômago dos animais, enquanto o

presente estudo fez análise de amostras de fezes, onde faz-se uma inferência da carga

parasitaria. Fausto et al. (2007) não observaram parasitismo por espécimes dessa

Superfamília em equinos de tração do município de São Luiz de Montes Belos (GO).

Mattos Jr. & Motta (2009) encontraram prevalência de 11,5% de trichostrongilídeos em

equinos do município de Teresópolis.

A coprologia parasitária aporta uma informação bastante fidedigna sobre a

parasitofauna ainda que possua algumas limitações, nomeadamente, porque os dados de

prevalência e sensibilidade são inferiores aos que são obtidos por necrópsia (Domínguez

& Torre, 2002).

Ovos de organismos pertencentes à superfamília Ascaridoidea apresentaram

23,5% de prevalência, valor superior ao encontrado por Madeira de Carvalho et al.

(2007) onde somente um animal foi encontrado parasitado por Parascaris equorum

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(espécime pertencente a família em questão). Fausto et al. (2007) encontrou 1% de

positivismo nas amostras de fezes de equinos de tração no Estado de Goiás. Martins et

al. (2001) encontrou 20% de P. equorum nos animais necropsiados provenientes de

apreensão, o valor relatado por esses autores é próximo ao encontrado no presente

estudo.

Strongyloidea é o grupo de parasitos mais frequentemente encontrado nos

equinos e também é responsável por causar danos a saúde desses animais devido às

migrações pelo sistema arterial mesentérico (Georgi, 1988; Nesseri & Hollo, 1961).

Eslami et al. (2005) encontraram em equinos do Tehran (Iran) 28,3% de prevalência.

Madeira de Carvalho et al. (2007) encontraram 100% dos animais avaliados

parasitados por organismos da superfamília Strongylidae nos animais avaliados. Fausto

et al. (2007) encontraram em 70% dos animais Strongylus sp. Mattos Jr. & Motta

(2009) encontraram 70,5% de prevalência. Todos os valores encontrados pelos autores

acima citados foram maiores que o encontrado pelo presente estudo 17,6%.

As superfamílias Rhabditoidea e Spiruroidea foram observadas nos animais com

5,9% de prevalência. Martins et al. (2001) encontrou 6,7% dos animais parasitados com

Strongyloides westeri (representante da superfamília Rhabditoidea), resultado próximo

do encontrado pelo presente estudo.

Com relação aos parasitos da superfamília Spiruroidea Leite et al. (1997)

encontraram 90% dos animais positivos para Habronema muscae e 65% para H.

microstoma ambas espécies pertencentes a superfamília em estudo. Os resultados

obtidos por esses autores foram superiores ao valor encontrado no presente estudo. A

prevalência dessa superfamília esta relacionada com abundância dos hospedeiros

intermediários (dípteros), os referidos autores fizeram necropsia.

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7. CONCLUSÃO

No presente trabalho foram identificados parasitos pertencentes a 13

superfamílias diferentes.

A presença de ovos de helmintos e oocistos de coccídeos nas amostras, as quais

estavam ressequidas, mostra que o processo de dessecação não foi capaz de destruir as

formas parasitárias.

Com relação aos parasitos encontrados, o ambiente é fator importante para uma

disseminação maior ou menor desses parasitos. Como os animais domésticos são

criados soltos no PNSC, eles entram em contato com os hospedeiros intermediários e as

formas infectantes dos parasitos, visto que possuem acesso aos reservatórios de água

utilizados tanto pela população quanto pelos animais domésticos e silvestres. Esse

contato com a água é importante para o ciclo dos parasitos.

Ovos de helmintos de casca fina são mais sensíveis a intempéries, e o fato de

terem sido observados nas amostras permite concluir que esses parasitos não estão

restritos somente a fezes frescas coletadas diretamente da ampola retal dos animais,

visto que no presente estudo todas as amostras analisadas estavam ressequidas e foram

recolhidas do solo.

Ovos de organismos do filo Acanthocephala estiveram presentes nas fezes de

todos os grupos de animais domésticos analisados. Não houve diferença na morfologia e

medidas dos ovos encontrados, o que pode sugerir pertencerem a uma mesma família ou

até mesmo espécie.

O fato de terem sido encontrados ovos de acantocéfalo em todos os animais

analisados pode estar atribuído à grande amplitude da dieta e a característica oportunista

destas espécies, aumentando as possibilidades de novos contatos com novos parasitos,

visto que esses animais estão dentro de um Parque Nacional e acabam por utilizar os

mesmos reservatórios de água que animais silvestres. Animais que tenham dietas

amplas e oportunistas podem apresentar maior diversidade de fauna helmintológica.

Animais criados ao ar livre têm maior possibilidade de manter ciclos

parasitários, devido à maior exposição a ambientes contaminados, como o acesso a

hospedeiros intermediários e o contato com solo, fezes e vegetação.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido à ocorrência de parasitos potencialmente patogênicos ao homem, faz-se

necessário a adoção de medidas de saúde pública para que se possa prevenir a

contaminação do ambiente e dos reservatórios de água com esses parasitos.

São necessários estudos mais aprofundados para poder chegar ao diagnóstico de

algumas formas parasitárias das quais não foi possível alcançar o nível de táxa. A

maioria dos resultados foi apresentada ao nível de superfamília por não se ter realizado

a coprocultura para a identificação das larvas e, com isso, um melhor auxílio na

identificação dos ovos.

A presença dos animais domésticos no PNSC pode favorecer a transmissão de

doenças para os animais silvestres e vice-versa, dessa forma são necessários estudos

mais aprofundados para averiguar se está ocorrendo esse fluxo de doenças entre os

animais e desses com o homem.

Parasitos que podem ser transmitidos pela água podem estar presentes nos

reservatórios, os quais são utilizados pela população local e pelos animais domésticos e

silvestres, dessa forma estudos que englobem a população humana e animal presente no

parque são necessários para que se possa verificar a ocorrência de zoonoses e

antropozoonoses, ou mesmo a ocorrência de um possível fluxo de parasitos entre as

espécies.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Apêndices

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Apêndice A. Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes de bovinos, caprinos e ovinos nas diferentes localidades.

A - Bovino; B – Caprino; C- Ovino

n= número de amostras

Parasitos

Local

Ancylostomatidae Ascaridoidea Trichostrongyloidea Acantocephala Eimereiidae Strongyloidea Rhabditoidea Trichuroidea Anoplocephalidae

A B C A B C A B C A B C A B C A B C A B C A B C A B C

Mucambo 0

n=1

0

n=2 -

0

n=1

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n=1

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Serra Vermelha 0

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Barreirinho 0

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0

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100

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Alegre 0

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Capelinha 0

n=6

0

n=4

0

n=3

16,7

n=6

50,0

n=4

33,3

n=3

83,3

n=6

100

n=4

0

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66,7

n=6

75,0

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66,7

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16,7

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25,0

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n=6

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100

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n=3

Tapuio 0

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n=2 -

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Santo Inácio 0

n=1

0

n=1

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Angical 0

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n=3

0

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0

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33,3

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33,3

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Emburana - -

0

n=2 - -

0

n=2 - -

0

n=2 - -

0

n=2 - -

0

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0

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n=2

Pajaú - -

0

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n=1

São João Vermelho 0

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n=2

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n=2

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Esperança 0

n=1

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n=1

100

n=1

100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

Açude da Br 020 0

n=1

0

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

100

n=1

100

n=1 -

0

n=1

100

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

0

n=1

0

n=1 -

Page 59: da Capivara, sudeste do Piauí- Brasil”. · Parasitos de mamíferos domésticos da região do Parque Nacional Serra da Capivara, sudeste do Piauí - Brasil. / Fernanda Gomes Castelan

45

Apêndice B. Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes de suínos e cães nas diferentes localidades.

A - Suíno; B – Cão

n= número de amostras

Parasitos

Local

Ancylostomatidae Ascaridoidea Trichostrongyloidea Acantocephala Eimereiidae Strongyloidea Metastrongyloidea Rhabditoidea Trichuroidea Spiruroidea Taeniidae Trematoda

A B A B A B A B A B A B A B A B A B A B A B A B

Mucambo 100

n=2 -

50,0

n=2 -

100

n=2 -

50,0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

50,0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

Serra Vermelha 50,0

n=2

33,3

n=3

50,0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

33,3

n=3

50,0

n=2

0

n=3

50,0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

0

n=3

0

n=2

33,3

n=3

Barreirinho 14,3

n=7

0

n=1

28,6

n=7

0

n=1

14,3

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

0

n=7

0

n=1

Estação 100

n=1

100

n=1

100

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

Mocó 100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

100

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

0

n=1

Alegre - 0

n=1 -

100

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

100

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

100

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1

Capelinha - 0

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

33,3

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

0

n=3 -

66,7

n=3 -

0

n=3

Tapuio - 0

n=2 -

50,0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

100

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2 -

50,0

n=2 -

0

n=2 -

0

n=2

Santo Inácio - 0

n=1 -

100

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1

Angical - 0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1 -

0

n=1

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46

Apêndice C. Prevalência de parasitos encontrados nas amostras de fezes de equinos nas diferentes

localidades.

n= número de amostras

Parasitos

Local Ascaridoidea Trichostrongyloidea Acantocephala Strongyloidea Rhabditoidea Spiruroidea

Mucambo

(n=1) 0 100 100 0 0 0

Barreirinho

(n=1) 0 0 100 0 0 0

Alegre

(n=2) 50,0 100 50,0 0 0 50,0

Capelinha

(n=7) 28,6 57,1 28,6 28,6 14,3 0

Tapuio

(n=1) 0 0 100 0 0 0

Santo

Inácio

(n=1)

100 0 100 100 0 0

São João

Vermelho

(n=3)

0 0 33,3 0 0 0

Açude da

Br 020

(n=1)

0 100 100 0 0 0

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47

Apêndice D

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA

DE OVOS DE HELMINTOS E OOCISTOS DE PROTOZOÁRIOS

AMOSTRAS DE FEZES DE ANIMAIS DOMÉSTICOS DO

PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA – PIAUÍ

OUTUBRO 2004 a MARÇO 2006

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48

Ordem Artiodactyla

Suidae

Sus scorfa

NEMATODA

Trichostrongyloidea

Ovo elipsóide, fino de casca lisa e dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 221 50,00-92,05 27,50-49,97 60,80 29,96 5,94 3,16

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 16 44,71-78,90 28,93-49,97 68,22 41,09 9,18 5,34

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49

Trichostrongyloidea

Strongyloidea

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50

Rhabditoidea

Os ovos são ovais ou elípticos de casca fina e lisa, contendo uma larva L1 no momento

da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 16 47,50-60,00 27,50-42,50 52,67 33,79 4,43 4,87

Ancylostomatoidea

Ovo de formato elipsóide apresentando casca dupla e lisa.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

6 285 49,97-65,75 28,93-44,71 57,43 37,40 5,11 5,09

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51

Rhabditoidea

Ancylostomatoidea

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52

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

5 17 42,08-136,76 31,56-134,13 74,94 53,33 20,09 22,82

Trichuroidea

Ovos característicos com formato de limão, casca externa espessa e lisa de coloração

amarelo ou castanho escura. Possui opérculo em ambos os pólos.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 2 57,86-65,75

(52,60-57,86)* 26,30-26,30

61,81

(55,23)* 26,30

5,58

(3,72)* 0,00

*Medida sem opérculo

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53

Ascaridoidea

Trichuroidea

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54

Metastrongyloidea

Ovo de forma elíptica arredondada, com casca grossa e rugosa, contendo uma larva

L1.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 13 39,45-49,97 21,04-36,82 46,94 32,77 3,19 3,96

ACANTHOCEPHALA

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 2 34,19-35,00 21,04-22,50 34,60 21,77 0,57 1,03

APICOMPLEXA

Eimeriidae

Oocistos com 0 a n esporocistos e cada um com um ou mais esporozoítos, parede

composta por duas camadas lisas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 4 21,04-34,19 18,41-28,93 28,27 21,04 5,42 5,26

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55

Metastrongyloidea

Acanthocephala

Eimeriidae

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56

Canidae

Canis familiaris

NEMATODA

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 10 52,60-68,38 23,67-28,93 58,65 26,04 4,65 1,49

Ancylostomatoidea

Ovo elipsóide a esféricos com casca lisa e delgada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 7 47,34-63,12 34,19-39,45 54,85 36,82 6,34 1,52

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57

Strongyloidea

Ancylostomatoidea

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58

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

3 27 52,60-78,90 44,71-68,38 59,52 54,06 7,96 6,20

Spiruroidea

Ovo de casca dupla elipsóide e contêm larva quando eliminado nas fezes.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 4 52,60-65,75 26,30-26,30 61,15 26,30 5,83 0,00

Trematoda

Ovo de coloração dourada a marrom, oval.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 2 47,50-67,50 40,00-52,50 57,50 46,25 14,14 8,84

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59

Ascaridoidea

Spiruroidea

Trematoda

67,50 x 52,50 µm

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60

CESTODA

Taeniidae

Ovo marrom, esférico a oval, com casca grossa e usualmente dotado de três

membranas sendo a do meio espessa e estriada radialmente. A grande semelhança

entre Taenia sp. e Echinococcus sp. impossibilita o diagnóstico preciso.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 46 26,30-36,82 21,04-31,56 32,76 27,73 2,33 2,13

ACANTHOCEPHALA

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 219 28,93-39,45 13,15-26,30 35,40 17,26 2,78 1,92

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61

Taeniidae

Acanthocephala

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62

Bovoidae

Bos taurus

NEMATODA

Tricostrongyloidea

Ovo elipsóide, fino de casca lisa e dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

10 109 44,71-97,31 13,15-49,97 61,67 24,44 8,92 7,06

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 14 47,34-78,90 23,67-47,34 63,50 31,75 10,20 7,89

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63

Tricostrongyloidea

Strongyloidea

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64

Rhabditoidea

Os ovos são ovais ou elípticos de casca fina e lisa, contendo uma larva L1 no momento

da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 18 52,60-65,75 13,15-28,93 56,40 22,94 4,53 4,01

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

5 1011 42,08-144,65 36,82-120,98 56,40 53,11 7,76 6,48

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65

Rhabditoidea

Ascaridoidea

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66

Trichuroidea

Ovos característicos com formato de limão, casca externa espessa e lisa de coloração

amarelo ou castanho escura. Possui opérculo em ambos os pólos.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 2 68,38-68,38

(57,86-60,49)* 34,19-36,82

68,38

(59,18)* 35,51

0,00

(1,86)* 1,86

*Medida sem opérculo

APICOMPLEXA

Eimeriidae

Oocistos com 0 a n esporocistos e cada um com um ou mais esporozoítos, parede

composta por duas camadas lisas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 29 18,41-55,23 15,78-39,45 30,56 24,30 8,99 5,61

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67

Trichuroidea

Eimeriidae

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68

ACANTHOCEPHALA 1

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

10 250 26,30-42,08 13,15-21,04 35,17 16,91 2,65 1,52

ACANTHOCEPHALA 2

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

6 45 44,71-68,38 28,93-44,71 56,40 32,73 6,31 2,78

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69

Acanthocephala 1

Acanthocephala 2

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70

Bovoidae

Capra hircus

NEMATODA

Trichostrongyloidea

Ovo elipsóide, fino de casca lisa e dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

9 58 40,00-99,94 12,50-71,01 67,43 32,74 14,71 17,25

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

5 31 60,49-100,0 31,56-55,23 74,25 43,23 8,48 6,44

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71

Trichostrongyloidea

Strongyloidea

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72

Rhabditoidea

Os ovos são ovais ou elípticos de casca fina e lisa, contendo uma larva L1 no momento

da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

6 127 42,50-65,00 15,00-42,50 53,41 30,55 4,35 4,64

Ancylostomatidae

Ovo de formato elipsóide apresentando casca dupla e lisa.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 59 47,50-72,50 27,50-47,50 64,47 40,64 6,79 5,80

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73

Rhabditoidea

Ancylostomatidae

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74

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 136 39,45-89,42 31,56-81,53 45,42 43,05 5,22 4,71

Trichuroidea

Ovos característicos com formato de limão, casca externa espessa e lisa de coloração

amarelo ou castanho escura. Possui opérculo em ambos os pólos.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 26 68,38-81,53

(55,23-65,75)* 36,82-47,34

72,85

(60,66)* 43,33

3,43

(2,90)* 2,58

*Medida sem opérculo

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75

Ascaridoidea

Trichuroidea

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76

APICOMPLEXA

Eimeriidae

Oocistos com 0 a n esporocistos e cada um com um ou mais esporozoítos, parede

composta por duas camadas lisas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

6 12 23,67-47,34 20,00-28,93 32,98 24,46 6,39 2,49

ACANTHOCEPHALA 1

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

9 119 28,93-42,08 12,50-21,04 34,96 16,83 2,35 1,84

ACANTHOCEPHALA 2

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 7 52,60-57,86 28,93-36,82 54,85 33,44 2,37 2,50

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77

Eimeriidae

Acanthocephala 1

Acanthocephala 2

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78

Bovoidae

Ovis aires

NEMATODA

Trichostrongyloidea

Ovo elipsóide, fino de casca lisa e dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 23 39,45-68,38 13,15-28,93 55,57 15,89 6,97 3,76

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 18 65,75-84,16 26,30-73,64 73,35 43,83 5,40 9,24

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79

Trichostrongyloidea

Strongyloidea

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80

Rhabditoidea

Os ovos são ovais ou elípticos de casca fina e lisa, contendo uma larva L1 no momento

da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 8 34,19-76,27 18,41-28,93 52,93 21,04 14,09 3,44

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

2 4 60,49-107,83 42,08-89,42 92,05 74,96 21,37 22,47

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81

Rhabditoidea

Ascaridoidea

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82

Trichuroidea

Ovos característicos com formato de limão, casca externa espessa e lisa de coloração

amarelo ou castanho escura. Possui opérculo em ambos os pólos.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

3 8 57,86-76,27

(49,97-63,12)* 36,82-39,45

70,35

(57,20)* 38,46

6,40

(4,82)* 1,36

*Medida sem opérculo

CESTODA

Anoplocephalidea

Moniezia

Ovo de formato quadrangular com aparelho piriforme, paredes dobradas e quinas

arredondadas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 2 44,71-47,34 42,08-44,71 46,03 43,40 1,86 1,86

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83

Trichuroidea

Anoplocephalidea

Moniezia sp

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84

ACANTHOCEPHALA 1

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 483 28,93-39,45 15,78-21,04 32,95 17,22 2,01 1,47

ACANTHOCEPHALA 2

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 1 52,60 36,82

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85

Acanthocephala 1

Acanthocephala 2

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86

Equidae

Equus caballus

NEMATODA

Trichostrongyloidea

Ovo elipsóide, fino de casca lisa e dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

8 45 42,08-107,83 15,78-65,75 61,66 26,36 18,13 13,84

Strongyloidea

Ovo elipsóide de casca dupla.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

3 14 49,97-63,12 26,30-42,08 57,11 30,62 4,43 3,81

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87

Trichostrongyloidea

Dictyocaulus sp

Strongyloidea

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88

Rhabditoidea

Os ovos são ovais ou elípticos de casca fina e lisa, contendo uma larva L1 no momento

da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 1 34,19 23,67 34,19 23,67 0,00 0,00

Ascaridoidea

Ovo de coloração castanha, forma irregular, casca espessa e geralmente mamilonada.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

4 69 52,60-81,53 34,19-76,27 60,34 55,34 7,00 9,52

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89

Rhabditoidea

Ascaridoidea

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90

Spiruroidea

Ovo delgado elipsóide ou cilíndrico de casca fina embrionado no momento da postura.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

1 2 42,08-49,97 13,15-13,15 46,03 13,15 5,58 0,00

ACANTHOCEPHALA

Ovo marrom escuro com casca contendo três membranas.

Número

amostras

Número

ovos

Amplitude (μm) Média (μm) Desvio padrão (μm)

Comp. Larg. Comp. Larg. Comp. Larg.

9 112 31,56-42,08 13,15-21,04 33,67 16,91 2,02 1,53

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91

Spiruroidea

Acanthocephala

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92

Referências Bibliográficas

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Brasil Ltda; 1976. 396p.

Georgi JR. Parasitologia Veterinária. 4ª Ed. São Paulo: Manole; 1988. 379p.

Nesseri L, Hollo F. Diagnostico Parasitológico Veterinário. Zaragoza: Acribia, 1961.

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Sloss MW, Zajac AM, Kemp RL. Parasitologia Clínica Veterinária. 6ª Ed. São Paulo:

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Taylor MA, Coop Rl, Wall Rl. Parasitologia Veterinária. 3ªed. Rio de Janeiro:

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Thienpont D, Rochette F, Vanparjijs OFJ. Diagnóstico de las helmintiasis por medio del

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