d0198 - viga bi apoiada - reforço fibra de carbono

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reforço com fibro de carbono

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    SETOR DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE CONSTRUO CIVIL -

    PPGECC

    DBORA HELENA PERELLES

    ESTUDO ANALTICO DO COMPORTAMENTO DE UMA VIGA BIAPOIADA DE

    CONCRETO ARMADO REFORADA COM UM COMPSITO DE FIBRA DE

    CARBONO

    CURITIBA

    2013

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    DBORA HELENA PERELLES

    ESTUDO ANALTICO DO COMPORTAMENTO DE UMA VIGA BIAPOIADA DE

    CONCRETO ARMADO REFORADA COM UM COMPSITO DE FIBRA DE

    CARBONO

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao em Engenharia de Construo Civil,

    da rea de concentrao de Materiais e

    Estruturas, do Departamento de Construo

    Civil, do Setor de Tecnologia, da Universidade

    Federal do Paran, como parte das exignciaspara a obteno do ttulo de Mestre em

    Engenharia de Construo Civil.

    Orientadora: Prof. Dr. Mildred Ballin Hecke.

    CURITIBA

    2013

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    TERMO DE APROVAO

    DBORA HELENA PERELLES

    ESTUDO ANALTICO DO COMPORTAMENTO DE UMA VIGA BIAPOIADA DE

    CONCRETO ARMADO REFORADA COM UM COMPSITO DE FIBRA DE

    CARBONO

    Dissertao aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Mestre no

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Construo Civil, Setor de

    Tecnologia da Universidade Federal do Paran, pela seguinte banca examinadora:

    ___________________________________________________________________

    Prof. Dr. Mildred Ballin Hecke - Orientadora (Doutorado PUC - Rio de Janeiro)

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Construo Civil da UFPR

    ___________________________________________________________________

    Prof. Dr. Marcelo Henrique Farias de Medeiros (Doutorado USP - So Paulo)

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Construo Civil da UFPR

    ___________________________________________________________________

    Prof. Dr. Marcos Arndt (Doutorado UFPR)

    Departamento de Construo Civil da UFPR

    ___________________________________________________________________

    Prof. Dr. Roberto Dalledone Machado (Doutorado UFSC)

    Departamento de Construo Civil da UFPR

    Curitiba, 13 de junho de 2013.

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    Deus.

    Aos meus pais rica e Dalton.

    Ao meu noivo Henrique.

    minha av Mafalda (in memoriam) e minha

    madrinha Aglacy.

    Por tudo que sou e serei ainda.

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    AGRADECIMENTOS

    To importante quanto a elaborao deste trabalho, foram as pessoas

    que colaboraram e incentivaram essa importante conquista. Pessoas que no

    mediram esforos em doar seu tempo e empenho. Agradeo em primeiro

    lugar Deus pela inspirao, fora e coragem em minha caminhada.

    Aos meus pais, rica Lamas Perelles e Dalton Perelles, pelo amor,

    carinho, dedicao e pacincia que demonstraram ao longo desse percurso.

    minha av Mafalda Perelles (in memoriam) e madrinha Aglacy Perelles por

    toda a ajuda e incentivo desde o incio dos meus estudos.

    Ao meu noivo Henrique Dartora pela compreenso, apoio e,

    principalmente, por acreditar e me mostrar que seria possvel sim, que

    podemos superar os desafios mesmo nas horas de maior dificuldade.

    Agradeo a minha orientadora professora Dr. Mildred Ballin Hecke pelos

    ensinamentos e confiana transmitidos, sempre com a certeza do sucesso

    dessa pesquisa. Ainda agradeo aos professores Dr. Roberto Dalledone

    Machado, Dr. Marcos Arndt e Dr. Marcelo de Farias Medeiros, que tornaram

    possvel a realizao dessa iniciativa e por aceitarem gentilmente o convite

    para integrar a comisso examinadora.

    s amigas do perodo de graduao que no deixaram de acompanhar

    meu desenvolvimento e sempre estiveram presentes e disponveis. Alm

    disso, tambm agradeo Brbara Loyola Omar pela ajuda, preocupao e

    ateno nesses expressivos momentos.

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    Se enxerguei longe porque me apoiei nos ombros de gigantes.

    (Isaac Newton)

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    RESUMO

    As estruturas de concreto armado podem sofrer com o passar do tempo uma

    reduo no seu desempenho estrutural devido mudana de carregamento ou deteriorao dos materiais que compe o elemento. De maneira a promover areabilitao dessas estruturas, existem vrias tcnicas de reforo disponveis nomercado. Porm, o reforo com polmeros reforados com fibra de carbono (PRFC) uma soluo de baixo custo/benefcio, de dimenses reduzidas e de fcilinstalao e que promove um aumento significativo da capacidade de carga deruptura do concreto armado. De modo a estudar o comportamento quanto s cargasde ruptura e s deformaes de uma viga de concreto armado biapoiada reforadacom compsitos de fibra de carbono, os ensaios experimentais e as modelagensnumricas so instrumentos que contribuem de maneira expressiva para se obter asoluo. Alm disso, tais ferramentas so importantes para se observar os modos de

    falha pertinentes a um reforo estrutural. O estudo terico (analtico) do sistema dereforo, com base nas normas tcnicas disponveis, torna-se uma ferramentaimportante tambm para se obter as cargas de ruptura e as deformaesapresentadas pelos materiais do sistema: concreto, armadura e reforo. Apesar deserem necessrias algumas simplificaes, o mtodo analtico apresenta resultadossatisfatrios se comparados com os demais mtodos de anlise.

    Palavras-chave: Estudo analtico, reforo com PRFC, concreto armado, vigabiapoiada.

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    ABSTRACT

    The reinforced concrete structures may suffer in the course of time a reduction in

    performance due to the structural change of the load or deterioration of the materialsthat compose the element. In order to rehabilitate these structures, there are severalstrengthening techniques available. However, the reinforcement using carbon fiberreinforced polymer (CFRP) is a low cost/benefit solution, of reduced dimensions andeasy installation, which promotes a significant increase in capacity of rupture of thereinforced concrete. In a way to study the behavior, regarding the failure loads anddeformations of a reinforced concrete simply supported beam, reinforced with carbonfiber composites, the experimental and numerical models, are tools that contributesignificantly to obtain the solution. Moreover, such tools are important to observe thefailure modes relevant to a structural reinforcement. The theoretical (analytical) studyabout strengthening system based on available technical standards, it is also an

    important tool to obtain the failure loads and deformations by system materials:concrete, armour and reinforcement. Although are necessary simplifications, theanalytical method provides satisfactory results when compared with other methods ofanalysis.

    Keywords: Analytical, strengthening with CFRP, reinforced concrete, simplysupported beam.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................................. 18

    2

    OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 23

    2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................ 23

    2.1.1 Objetivos especficos ................................................................................................................... 23

    2.2 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................................... 23

    2.2.1 Justificativa econmica ................................................................................................................ 24

    2.2.2 Justificativa tecnolgica ............................................................................................................... 25

    2.2.3 Justificativa social ........................................................................................................................ 26

    2.2.4 Justificativa ambiental .................................................................................................................. 27

    2.3

    DELIMITAO DO TRABALHO .................................................................................................... 28

    3 REVISO BIBLIOGRFICA ........................................................................................................... 30

    3.1 COMPSITO DE FIBRA DE CARBONO ...................................................................................... 30

    3.1.1 Fibras de carbono ........................................................................................................................ 31

    3.1.1.1Matriz polimrica........................................................................................................................ 32

    3.2 FORMAS DE COMERCIALIZAO DOS COMPSITOS DE FIBRA DE CARBONO................. 33

    3.3 FORMAS DE APLICAO DOS COMPSITOS DE FIBRA DE CARBONO ............................... 35

    3.4 ESTUDO ANALTICO DO COMPORTAMENTO FLEXO DE UMA VIGA BIAPOIADA DECONCRETO ARMADO REFORADA COM PRFC ............................................................................. 38

    3.4.1

    Mtodo de dimensionamento flexo da norma ACI 440.2R (2008) ......................................... 39

    3.4.1.1Nveis de deformaes .............................................................................................................. 48

    3.4.1.2Procedimento ............................................................................................................................. 52

    3.4.2 Consideraes a respeito das tenses de cisalhamento na interface ........................................ 54

    3.5 ESTUDOS EXPERIMENTAIS E COMPUTACIONAIS DO COMPORTAMENTO DE UMA VIGABIAPOIADA DE CONCRETO ARMADO REFORADA COM PRFC .................................................. 59

    3.5.1 Modelagem fsica de Beber et al.(2001) ..................................................................................... 60

    3.5.2 Modelagem fsica e computacional de Coronado e Lopez(2006) .............................................. 62

    3.5.2.1Modelo constitutivo do concreto abordado no trabalho de Coronado e Lopez (2006) ............. 65

    3.5.2.2

    Modelo constitutivo da armadura abordado no trabalho de Coronado e Lopez (2006) ............ 71

    3.5.2.3Modelo constitutivo do reforo abordado no trabalho de Coronado e Lopez (2006) ................ 72

    3.5.2.4Aspectos da modelagem numrica de Coronado e Lopez (2006) ............................................ 72

    3.5.3 Modelagem fsica de Obaidat (2007) e computacional de Obaidat et al.(2010) ........................ 74

    3.5.3.1Modelo constitutivo do concreto abordado no trabalho de Obaidat et al. (2010) ..................... 78

    3.5.3.2Modelo constitutivo da armadura abordado no trabalho de Obaidat et al. (2010) .................... 82

    3.5.3.3Aspectos da modelagem numrica de Obaidat et al. (2010) .................................................... 83

    4 METODOLOGIA .............................................................................................................................. 89

    4.1 TRABALHOS ANALISADOS ......................................................................................................... 89

    4.1.1 Configurao da viga de concreto armado de Beber et al. (2001) .............................................. 90

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    4.1.2 Configurao da viga de concreto armado de Obaidat (2007) .................................................... 91

    4.2ANLISE DO MOMENTO FLETOR SOLICITANTE MXIMO ...................................................... 93

    4.2.1 Ensaio de Stuttgart ...................................................................................................................... 93

    4.2.2

    Momento fletor solicitante ............................................................................................................ 95

    4.3 FLUXOGRAMAS PARA DETERMINAO DA CARGA DE RUPTURA ...................................... 96

    5 APLICAES DO MTODO ANALTICO EM ENSAIOS DA LITERATURA ................................ 99

    5.1AVALIAO DAS CARGAS DE RUPTURA OBTIDAS NOS ENSAIOS FSICOS DE BEBER etal.(2001) ................................................................................................................................................ 99

    5.1.1 Clculos preliminares ................................................................................................................... 99

    5.1.1.1Propriedades do concreto ......................................................................................................... 99

    5.1.1.2Propriedades do ao tracionado .............................................................................................. 100

    5.1.1.3Propriedades do ao comprimido ............................................................................................ 100

    5.1.1.4

    Propriedades do reforo de PRFC .......................................................................................... 101

    5.1.2 Determinao da deformao inicial (bi) correspondente ao peso prprio da viga.................. 101

    5.1.3 Clculo do momento resistente da seo sem reforo ............................................................. 105

    5.1.3.1Fora resultante de compresso no concreto (Fc) .................................................................. 106

    5.1.3.2Fora resultante nas armaduras de trao e de compresso (Fs e Fs) .................................. 106

    5.1.3.3Verificao da posio da linha neutra (c) .............................................................................. 108

    5.1.3.4Momento fletor resistente da seo transversal sem reforo de Beber et al.(2001) .............. 109

    5.1.4 Carga de ruptura para o sistema sem reforo de Beber et al.(2001) ........................................ 110

    5.1.5 Clculo do momento resistente da seo com uma camada de reforo .................................. 112

    5.1.5.1

    Fora resultante de compresso no concreto (Fc) .................................................................. 112

    5.1.5.2Fora resultante nas armaduras de trao e de compresso (Fs e Fs) .................................. 112

    5.1.5.3Fora resultante no reforo de PRFC (Ff) ............................................................................... 113

    5.1.5.4Verificao da posio da linha neutra (c) .............................................................................. 114

    5.1.5.5Momento fletor resistente da seo transversal com uma camada de reforo de Beber etal.(2001) .............................................................................................................................................. 114

    5.1.6 Carga de ruptura para o sistema com reforo de Beber et al.(2001) ........................................ 115

    5.1.7 Clculo da tenso de cisalhamento na interface para uma viga de concreto armado comuma camada de reforo de Beber et al. (2001) .................................................................................. 117

    5.2

    AVALIAO DAS CARGAS DE RUPTURA OBTIDAS NOS ENSAIOS FSICOS ECOMPUTACIONAIS DE OBAIDAT (2007) E OBAIDAT et al. (2010) ................................................. 119

    5.2.1 Clculos preliminares ................................................................................................................. 119

    5.2.1.1Propriedades do concreto ....................................................................................................... 119

    5.2.1.2Propriedades do ao tracionado .............................................................................................. 120

    5.2.1.3

    Propriedades do ao comprimido ............................................................................................ 120

    5.2.1.4Propriedades do reforo de PRFC .......................................................................................... 120

    5.2.2 Determinao da deformao inicial (bi) correspondente ao peso prprio da viga.................. 121

    5.2.3 Clculo do momento resistente da seo sem reforo ............................................................. 124

    5.2.3.1

    Fora resultante de compresso no concreto (Fc) .................................................................. 124

    5.2.3.2Fora resultante nas armaduras de trao e de compresso (Fs e Fs) .................................. 125

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    5.2.3.3Verificao da posio da linha neutra (c) .............................................................................. 126

    5.2.3.4Momento fletor resistente da seo transversal sem reforo de Obaidat (2007) e Obaidatet al.(2010) .......................................................................................................................................... 127

    5.2.4 Carga de ruptura para o sistema sem reforo de Obaidat (2007) e Obaidat et al. (2010) ........ 127

    5.2.5

    Clculo do momento resistente da seo com uma camada de reforo .................................. 130

    5.2.5.1Fora resultante de compresso no concreto (Fc) .................................................................. 130

    5.2.5.2Fora resultante nas armaduras de trao e de compresso (Fs e Fs) .................................. 130

    5.2.5.3Fora resultante no reforo de PRFC (Ff) ............................................................................... 131

    5.2.5.4Verificao da posio da linha neutra (c) .............................................................................. 132

    5.2.5.5Momento fletor resistente da seo transversal com uma camada de reforo de Obaidat(2007) e Obaidat et al. (2010) ............................................................................................................. 132

    5.2.6 Carga de ruptura para o sistema com reforo de Obaidat (2007) e Obaidat et al. (2010) ........ 132

    5.2.7 Clculo da tenso de cisalhamento na interface para uma viga de concreto armado com

    uma camada de reforo de Obaidat (2007) ........................................................................................ 135

    6 ANLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................................... 137

    7 CONCLUSO ................................................................................................................................ 143

    8 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................................... 146

    9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................. 147

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - PROPRIEDADES DA FIBRA DE CARBONO E DA CHAPA DE AO. ............................ 19

    TABELA 2 - FATOR DE REDUO DA DEFORMAO DE RUPTURA DO REFORO EMFUNO DA EXPOSIO AMBIENTAL. ....................................................................................... 42

    TABELA 3 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UTILIZADOS NOS ENSAIOS DE BEBER et al.(2001). .............................................................................................................................................. 61

    TABELA 4 - RESULTADOS CAS CARGAS DE RUPTURA DOS PRTTIPOS DOS ENSAIOSDE BEBER et al. (2001). .................................................................................................................. 62

    TABELA 5 - CARACTERSTICAS GEOMTRICAS DOS ENSAIOS DE CORONADO E LOPEZ(2006). .............................................................................................................................................. 63

    TABELA 6 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UTILIZADOS NOS ENSAIOS DE CORONADOE LOPEZ (2006). .............................................................................................................................. 64

    TABELA 7 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UTILIZADOS NOS ENSAIOS DE OBAIDAT(2007). .............................................................................................................................................. 75

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - DIAGRAMA TENSO-DEFORMAO DE ALGUNS MATERIAIS DE REFOROESTRUTURAL. ................................................................................................................................ 20

    FIGURA 2 - TIPOS DE FALHAS EM PEAS REFORADAS COM PRF. .......................................... 21

    FIGURA 3 - EVOLUO DA UTILIZAO DA FIBRA DE CARBONO. .............................................. 25

    FIGURA 4 - INCREMENTO DE CARGA DE RUPTURA EM FUNO DO NMERO DECAMADAS DE PRFC. ...................................................................................................................... 26

    FIGURA 5 - PONTE DO BRAGUETO - DISTRITO FEDERAL. ............................................................ 27

    FIGURA 6 - CONFIGURAO DE UM COMPSITO DE FIBRAS. .................................................... 30

    FIGURA 7 - MICROSCOPIA ELETRNICA DE UM COMPSITO DE FIBRA DE CARBONO. ......... 31

    FIGURA 8 - SISTEMA DE PULTRUSO PARA FABRICAO DE LAMINADOS DE PRFC. ............ 33

    FIGURA 9 - COMPONENTES DE UM REFORO PR-FABRICADO. ............................................... 34

    FIGURA 10 - REFORO COM FIBRAS DE CARBONO IN SITU. ....................................................... 34

    FIGURA 11 - COMPONENTES DE UM REFORO IN SITU. .............................................................. 35

    FIGURA 12 - REFORO COM PRFC NO VIADUTO SANTA TEREZA, BELO HORIZONTE -MG. ................................................................................................................................................... 36

    FIGURA 13 - APLICAES DO SISTEMA DE REFORO COM PRFC. ............................................ 37

    FIGURA 14 - SISTEMA DE REFORO ATRAVS DA TCNICA NSM E CONVENCIONAL. ........... 38

    FIGURA 15 - DEFORMAES INTERNAS E DISTRIBUIO DE TENSES PARA UMASEO RETANGULAR SOLICITADA FLEXO NO ESTADO LIMITE LTIMO. ....................... 40

    FIGURA 16 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) ESIMPLIFICADA DO CONCRETO PARA c = 0,300%. .................................................................... 44

    FIGURA 17 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) ESIMPLIFICADA DO CONCRETO PARA 0,200% c< 0,300%. .................................................... 45

    FIGURA 18 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) ESIMPLIFICADA DO CONCRETO PARA c< 0,200%. .................................................................... 46

    FIGURA 19 - DIAGRAMA PARBOLA-RETNGULO DE DISTRIBUIO DE TENSES DECOMPRESSO DO CONCRETO. .................................................................................................. 47

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    FIGURA 20 - DEFORMAES INICIAIS PARA A SEO TRANSVERSAL DE UMA VIGA SEMO REFORO COM PRF. ................................................................................................................. 50

    FIGURA 21 - DIAGRAMA TENSO X DEFORMAO PARA O AO. ............................................... 51

    FIGURA 22 - DOMNIOS DE DEFORMAO DE UMA SEO TRASNVERSAL PARA OESTADO LIMITE LTIMO DA NBR 6118 (2002). ........................................................................... 53

    FIGURA 23 - ESFOROS ATUANTES EM UM ELEMENTO DE VIGA DE COMPRIMENTOUNITRIO dx DE MACHADO (2002). ............................................................................................. 55

    FIGURA 24 - SEO TRANSVERSAL COM RESULTANTES DE TRAO E DECOMPRESSO DE MACHADO (2002)........................................................................................... 55

    FIGURA 25 - ESQUEMA DE ENSAIO DAS VIGAS DE BEBER et al. (2001). ..................................... 60

    FIGURA 26 - DESCOLAMENTO DE REFORO NO ENSAIO DE BEBER et al. (2001). ................... 61

    FIGURA 27 - CURVAS DE AMOLECIMENTO DO CONCRETO SOB TENSO DE TRAOUNIAXIAL DA MODELAGEM DE CORONADO E LOPEZ (2006). ................................................. 66

    FIGURA 28 - ANLISE DE SENSIBILIDADE PARA OS MODELOS CONSTITUTIVOS DOCONCRETO SOB TENSO DE TRAO UNIAXIAL DA MODELAGEM DE CORONADO ELOPEZ (2006). ................................................................................................................................. 67

    FIGURA 29 - MODELOS CONSTITUTIVOS DO CONCRETO SOB TENSO DE

    COMPRESSO UNIAXIAL DA MODELAGEM DE CORONADO E LOPEZ (2006). ...................... 69

    FIGURA 30 - ANLISE DE SENSIBILIDADE PARA OS MODELOS CONSTITUTIVOS DOCONCRETO SOB TENSO DE COMPRESSO UNIAXIAL DA MODELAGEM DECORONADO E LOPEZ (2006). ....................................................................................................... 70

    FIGURA 31 - MODELO CONSTITUTIVO DA ARMADURA DA MODELAGEM DE CORONADO ELOPEZ (2006). ................................................................................................................................. 71

    FIGURA 32 - MODELO CONSTITUTIVO DO REFORO DA MODELAGEM DE CORONADO ELOPEZ (2006). ................................................................................................................................. 72

    FIGURA 33 - ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOS POR CORONADO E LOPEZ (2006). ................. 73

    FIGURA 34 - CARREGAMENTO X DEFLEXO PARA OS ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOSPARA DISCRETIZAR O REFORO DE CORONADO E LOPEZ (2006). ...................................... 73

    FIGURA 35 - ESQUEMA DE MODELAGEM DE UMA VIGA DE CONCRETO REFORADACOM PRFC DE WOO E LEE (2010). .............................................................................................. 74

    FIGURA 36 - ESQUEMA DE ENSAIO DAS VIGAS DE OBAIDAT (2007). .......................................... 75

    FIGURA 37 - MODELOS DE VIGAS REFORADAS ENSAIADAS POR OBAIDAT (2007). .............. 76

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    xv

    FIGURA 38 - CARREGAMENTO x DEFLEXO DE OBAIDAT (2007). ............................................... 77

    FIGURA 39 - MODO DE RUPTURA DA VIGA SEM REFORO DE OBAIDAT (2007). ...................... 77

    FIGURA 40 - MODO DE RUPTURA DA VIGA COM REFORO DE OBAIDAT (2007). ..................... 78

    FIGURA 41 - CURVA DE AMOLECIMENTO DO CONCRETO SOB TENSO DE TRAOUNIAXIAL DA MODELAGEM DE OBAIDAT et al. (2010). .............................................................. 79

    FIGURA 42 - CURVA TENSO-DEFORMAO PROPOSTA POR HU E SCHNOBRICH (1989). ... 81

    FIGURA 43 - MODELO CONSTITUTIVO DO CONCRETO SOB TENSO DE COMPRESSOUNIAXIAL DA MODELAGEM DE OBAIDAT et al. (2010). .............................................................. 82

    FIGURA 44 - MODELO CONSTITUTIVO DA ARMADURA DA MODELAGEM DE OBAIDAT et al.(2010). .............................................................................................................................................. 83

    FIGURA 45 - ESQUEMA PARA CLCULO DAS PROPRIEDADES DO COMPSITOORTOTRPICO. .............................................................................................................................. 84

    FIGURA 46 - CARREGAMENTO x DEFLEXO PARA PRFC ISOTRPICO E ORTOTRPICODE OBAIDAT et al. (2010). .............................................................................................................. 85

    FIGURA 47 - LEI CONSTITUTIVA BILINEAR DA INTERFACE COESIVA.......................................... 86

    FIGURA 48 - CARREGAMENTO x DEFLEXO PARA INTERFACES COESIVAS DE OBAIDATet al. (2010). ..................................................................................................................................... 87

    FIGURA 49 - ELEMENTO TETRADRICO UTILIZADO PARA DISCRETIZAR O AO E O PRFCPOR OBAIDAT et al. (2010). ........................................................................................................... 88

    FIGURA 50 - ELEMENTO 3D PARA DISCRETIZAR A INTERFACE COESIVA POR OBAIDAT etal. (2010). ......................................................................................................................................... 88

    FIGURA 51 - REPRESENTAO DE UM QUARTO DA VIGA MODELADA POR OBAIDAT et al.(2010). .............................................................................................................................................. 88

    FIGURA 52 - ESQUEMAS DAS SEES TRANVERSAIS DA VIGA SEM REFORO DE PRFCE COM REFORO DE PRFC A SEREM ANALISADAS DO ENSAIO DE BEBER et al. (2001). ... 90

    FIGURA 53 - PERFIS LONGITUDINAIS DA VIGA SEM REFORO DE PRFC E COMREFORO DE PRFC A SEREM ANALISADAS DO ENSAIO DE BEBER et al. (2001). ................ 90

    FIGURA 54 - ESQUEMAS DAS SEES TRANVERSAIS DA VIGA SEM REFORO DE PRFCE COM REFORO DE PRFC A SEREM ANALISADAS DO ENSAIO DE OBAIDAT (2007). ........ 91

    FIGURA 55 - PERFIS LONGITUDINAIS DA VIGA SEM REFORO DE PRFC E COM

    REFORO DE PRFC A SEREM ANALISADAS DO ENSAIO DE OBAIDAT (2007). ..................... 92

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    FIGURA 56 - REFORO DE PRFC ADERIDO EXTERNAMENTE DO ENSAIO DE OBAIDAT(2007). .............................................................................................................................................. 92

    FIGURA 57 - CONFIGURAO DO ENSAIO DE STUTTGART. ........................................................ 94

    FIGURA 58 - DISTRIBUIO DE TENSES DO ENSAIO DE STUTTGART. .................................... 94

    FIGURA 59 - CONFIGURAO DO CARREGAMENTO PARA DETERMINAO DOMOMENTO FLETOR SOLICITANTE. .............................................................................................. 95

    FIGURA 60 - FLUXOGRAMA PARA DETERMINAO DA CARGA DE RUPTURA DA SEOTRANSVERSAL SEM REFORO. .................................................................................................. 97

    FiIGURA 61 - FLUXOGRAMA PARA DETERMINAO DA CARGA DE RUPTURA DA SEOTRANSVERSAL COM REFORO. ................................................................................................. 98

    FIGURA 62 - ESQUEMA DE CARREGAMENTO PARA A DETERMINAO DO MOMENTOFLETOR DEVIDO AO PESO PRPRIO DO ENSAIO DE BEBER et al. (2001). ......................... 102

    FIGURA 63 - DEFORMAES PARA A SOLICITAO DO MOMENTO FLETOR DEVIDO AOPESO PRPRIO DO ENSAIO DE BEBER et al.(2001). .............................................................. 104

    FIGURA 64 - DIAGRAMA DE DEFORMAES E FORAS RESULTANTES DO ENSAIO DEBEBER et al.(2001). ...................................................................................................................... 106

    FIGURA 65 - MTODO ITERATIVO PARA DETERMINAO DA POSIO DA LINHA

    NEUTRA E MXIMO MOMENTO FLETOR RESISTENTE DA SEO TRANSVERSAL SEMREFORO. .................................................................................................................................... 111

    FIGURA 66 - MTODO ITERATIVO PARA DETERMINAO DA POSIO DA LINHANEUTRA E DO MXIMO MOMENTO FLETOR RESISTENTE DA SEO TRANSVERSALCOM REFORO. ........................................................................................................................... 116

    FIGURA 67 - ESQUEMA DE CARREGAMENTO PARA A DETERMINAO DO MOMENTOFLETOR DEVIDO AO PESO PRPRIO DO ENSAIO DE OBAIDAT (2007). ............................... 121

    FIGURA 68 - DEFORMAES PARA A SOLICITAO DO MOMENTO FLETOR DEVIDO AO

    PESO PRPRIO DO ENSAIO DE OBAIDAT (2007). ................................................................... 123

    FIGURA 69 - DIAGRAMA DE DEFORMAES E FORAS RESULTANTES DO ENSAIO DEOBAIDAT (2007). ........................................................................................................................... 124

    FIGURA 70 - MTODO ITERATIVO PARA DETERMINAO DA POSIO DA LINHANEUTRA E MXIMO MOMENTO FLETOR RESISTENTE DA SEO TRANSVERSAL SEMREFORO. .................................................................................................................................... 129

    FIGURA 71 - MTODO ITERATIVO PARA DETERMINAO DA POSIO DA LINHANEUTRA E MXIMO MOMENTO FLETOR RESISTENTE DA SEO TRANSVERSAL COM

    REFORO. .................................................................................................................................... 134

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    FIGURA 72 - COMPARAO ENTRE AS CARGAS DE RUPTURA DOS ENSAIOS DE BEBERet al. (2001) E DO ESTUDO ANALTICO. ..................................................................................... 137

    FIGURA 73 - COEFICIENTES km PARA A REDUO DA DEFORMAO LTIMA DO

    REFORO DE PRFC ADAPTADO PARA O TRABALHO DE BEBER et al. (2001) SEGUNDOA ACI 440.2R (2008). ..................................................................................................................... 139

    FIGURA 74 - COMPARAO ENTRE AS CARGAS DE RUPTURA DOS ENSAIOS DEOBAIDAT (2007) E DO ESTUDO ANALTICO. ............................................................................. 140

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    1 INTRODUO

    As estruturas de concreto armado sofrem com o passar do tempo uma reduo

    no seu desempenho estrutural. Tal reduo pode estar relacionada com o dano da

    microestrutura do concreto resultando no aparecimento de manifestaes

    patolgicas como as fissuras. Alm disso, o comportamento dessas estruturas pode

    ser afetado pelo aumento do carregamento no previsto em projeto devido

    mudana de utilizao de um ambiente ou pela degradao devido a fatores

    ambientais.Considerando essas situaes, para restaurar a capacidade resistente

    dos elementos comprometidos, pode-se recorrer a um sistema de reforo.

    Dentre as vrias tcnicas e materiais de reforos estruturais existentes no

    mercado, a utilizao de polmeros reforados com fibras possui vantagens que

    viabilizam sua aplicao em estruturas de concreto armado. Visto a fragilidade do

    concreto em relao s propriedades de resistncia trao, ductilidade e

    durabilidade diante de um meio ambiente agressivo, o compsito de fibras a ser

    utilizado na reestruturao auxiliar o concreto atuando de maneira solidria com o

    mesmo. A Tabela 1 mostra como exemplo uma comparao de algumas

    propriedades e caractersticas de dois tipos de reforo estrutural: compsito de fibras

    de carbono e chapa de ao ASTM A36. Observa-se que as propriedades mecnicas

    das fibras de carbono que formam o compsito so superiores s propriedades

    apresentadas pela chapa de ao, alm dos aspectos tcnicos de execuo e de

    durabilidade que so melhores: como o manuseio e a no tendncia corroso,

    respectivamente.

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    TABELA 1 - PROPRIEDADES DA FIBRA DE CARBONO E DA CHAPA DE AO.

    PARMETRO FIBRA DE CARBONO CHAPA DE AO ASTM A36

    Densidade (kg/m) 1.800,00 (baixa) 7.850,00 (alta)

    Resistncia trao (MPa) 3.800,00 (alta) 400,00 - 550,00 (baixa)

    Mdulo de elasticidade (GPa) 227,00 210,00

    Deformao na runa (%) 1,70 12,00

    Corroso No Sim

    Comprimento Qualquer Limitado

    Manuseio e aplicao Fcil Difcil

    Resistncia fadiga Muito boa Adequada

    Custo do material Alto Baixo

    Custo da aplicao Baixo Alto

    Espessura final Muito baixa Baixa

    FONTE: adaptada de FORTES, 2000.

    As primeiras pesquisas relacionadas aos compsitos com fibra de carbono

    surgiram no Japo, h 25 anos, com o objetivo de reforar as estruturas para

    atenuar os efeitos provocados pelos abalos ssmicos. As fibras de carbono eram

    aplicadas na extremidade dos pilares para enrijecer os ns das estruturas. Esse

    mtodo foi utilizado para garantir a segurana, pois o tempo disponvel era muito

    curto para promover esse enrijecimento com outro mtodo.

    A preferncia pelo compsito com fibra de carbono nas situaes de reforo e

    recuperao se deve s suas altas razes rigidez/peso e resistncia/peso. Almdisso, possui excelente resistncia corroso, baixa expanso trmica, bom

    desempenho quanto fadiga, facilidade de transporte e manuseio e baixo consumo

    de energia na fabricao do material. Pode-se observar pelaFigura 1,que a fibra de

    carbono apresenta tenses maiores e menores deformaes se comparada com

    outros tipos de fibra, como por exemplo a fibra de vidro e de aramida.

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    FIGURA 1 - DIAGRAMA TENSO-DEFORMAO DE ALGUNS MATERIAIS DE REFORO ESTRUTURAL.(BEBER, 2003)

    Uma desvantagem que deve ser considerada do reforo com PRFC em

    relao sua resistncia ao fogo. O adesivo epxi que impregna as fibras e

    promove a aderncia do reforo ao substrato comea a sofrer efeitos de

    temperaturas elevadas a partir de 80C, podendo atingir volatilizao completa aos

    300C. Assim, o reforo comprometido podendo levar a estrutura ao colapso

    (Campagnolo e Silva Filho, 1989).

    Apesar de toda a eficincia apresentada pelo reforo com fibras de carbono,

    assim como toda a unio de materiais de naturezas diferentes aplicada na

    construo civil, existe um aspecto frgil na relao compsito - concreto.

    Dependendo das caractersticas geomtricas da pea a ser reforada e dos

    materiais envolvidos, alguns tipos de falhas podem ocorrer nos materiais, como

    problemas na interface entre o concreto e o epxi (adesivo), na camada do epxi, na

    interface entre o epxi e o compsito e no prprio polmero reforado com fibras

    (PRF), como pode ser observado naFigura 2.

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    FIGURA 2 - TIPOS DE FALHAS EM PEAS REFORADAS COM PRF.

    (ADAPTADA DE BUYUKOZTURK et al., 2004)

    O descolamento prematuro das fibras de carbono do substrato de concreto

    um problema que pode ocorrer devido fragilidade da interface. Portanto, um maior

    entendimento do comportamento dessa regio, com estudos das propriedades de

    ligao entre os dois materiais e das tenses atuantes, auxilia na previso da

    capacidade resistente das peas reforadas e propicia uma estimativa das

    deformaes. A escolha dos materiais de ligao, com propriedades mecnicas e

    fsicas adequadas, determinadas atravs dos estudos, contribui para a execuo de

    uma interface ideal que proporcionar segurana e um bom desempenho estrutural

    da pea a ser reforada (GRANJU et al., 2004; QIAO e CHEN, 2008).

    Alm do descolamento provocado pelos esforos de flexo intensificados na

    poro central de uma viga, o descolamento prematuro do compsito na regio deancoragem, ou seja, nas extremidades desse reforo, tambm de grande

    importncia. Segundo Gunes et al. (2009), devido natureza prematura desse

    descolamento que torna a interface frgil, os reforos inadequadamente projetados

    podem no s se tornarem ineficazescomo tambm podem diminuir a ductilidade da

    pea.

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    Pesquisadores como Lau et al.(2001), Buyukozturk et al.(2004) e Coronado e

    Lopez (2006, 2008) se concentraram nessa questo da zona de interface frgil e

    realizaram investigaes numricas e experimentais. O objetivo desses ensaios foi

    caracterizar o comportamento da interface entre o concreto armado e o reforo.

    Apesar dos ensaios experimentais serem importantes para se avaliar o

    comportamento de uma viga de concreto armado reforada com PRFC, estudos

    analticos se tornam relevantes tambm para compreender melhor o funcionamento

    do sistema de reforo, com base na anlise das distribuies de tenses em todos

    os materiais envolvidos.

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    2 OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Prope-se representar o comportamento flexo de uma pea de concreto

    armado com um reforo estrutural de compsito de fibra de carbono. Tal conjunto

    ser estudado analiticamente com base nas normas tcnicas pertinentes visando a

    determinao das cargas de ruptura do sistema reforado.

    2.1.1 Objetivos especficos

    - Avaliar de maneira analtica, com base na literatura, o comportamento

    ruptura de uma viga de concreto armado reforada flexo por meio de polmeros

    reforados com fibra de carbono;

    - Realizar o estudo para uma viga sem o reforo (viga testemunho) e para uma

    viga com o reforo de PRFC;

    - Comparar os valores das cargas de ruptura obtidos nas solues analticas

    com modelos fsicos e computacionais disponveis na literatura;

    - Avaliar a diferena de comportamento estrutural entre a viga de concreto

    armado sem reforo e a viga de concreto armado reforada com base nas cargas de

    ruptura obtidas.

    2.2 JUSTIFICATIVAS

    O reforo de estruturas com polmeros reforados com fibra de carbono (PRFC)

    uma novidade tecnolgica apesar de estar h mais de 15 anos sendo utilizado no

    Brasil. um processo que promove a adaptao das estruturas s condies

    adversas de uma forma eficiente e competitiva se comparado com outros mtodos

    mais tradicionais. Porm, devido ao grande nmero de variveis que esto

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    relacionadas ao sistema de reforo, o mtodo utilizado se torna complexo. Essas

    variveis podem ser agrupadas em duas classes: as internas, pertinentes s

    propriedades dos materiais envolvidos, e as externas, referentes s condies

    ambientais. A fragilidade da interface resultante do encontro entre materiais de

    naturezas diferentes, caracterizada principalmente quando ocorre o descolamento

    do reforo de fibra do substrato de concreto, gera dvidas quanto ao real

    desempenho do sistema construtivo em questo. Dessa forma, torna-se importante

    entender o comportamento do conjunto quanto forma de distribuio das tenses.

    2.2.1 Justificativa econmica

    Dada a necessidade de se reparar as estruturas de concreto armado em funo

    do desgaste provocado tanto por fatores ambientais como pela prpria degradao

    natural das mesmas, vrias tcnicas de reforo existem. No entanto, o reforo

    estrutural com fibras de carbono pode ser considerado um mtodo de reforo que,

    apesar de apresentar um custo direto maior que os outros tipos, em virtude

    principalmente do alto valor da manta ou da lmina de PRFC, proporciona uma

    relao custo benefcio superior. Pode-se observar pela Figura 3 que a rea de

    aplicao desse mtodo evoluiu, deixando de ser utilizado somente no mbito

    aeroespacial e angariando a rea da construo civil, com a reduo no custo de

    aquisio e com o aumento da sua produo.

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    FIGURA 3 - EVOLUO DA UTILIZAO DA FIBRA DE CARBONO.

    (INFORMAO DO SISTEMA ZOLTEK CITADO POR JUVANDES E COSTA, 2002)

    2.2.2 Justificativa tecnolgicaNos elementos estruturais de concreto armado o ao que contribui com as

    propriedades de elasticidade e ductilidade. Porm, devido s condies ambientais e

    de carregamento ou devido prpria fragilidade do elemento de concreto armado,

    alguns problemas podem ocorrer nessa pea levando a mesma instabilidade e

    consequentemente insegurana estrutural, como o aparecimento de fissuras e de

    deformaes excessivas. Cabe, dessa forma, reforar esse elemento com materiais

    que possam devolver ao mesmo nvel as propriedades que se reduziram com o

    tempo ou para proporcionar um aumento de resistncia no caso de peas que

    venham a sofrer um incremento de carga. Assim, o compsito formado com

    polmeros reforados com fibras de carbono uma soluo que se adapta s

    deficincias de uma pea de concreto armado.

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    O incremento de carga de ruptura proporcionado pelo reforo estrutural com

    PRFC relevante como mostra a Figura 4 extrada do trabalho de Beber et al.

    (2001). Nesse estudo, vigas de concreto armado foram ensaiadas com a execuo

    de vrias camadas de compsito de PRFC de maneira a se obter o incremento de

    capacidade de carga de ruptura em funo do aumento do nmero de camadas de

    reforo de fibra de carbono.

    FIGURA 4 - INCREMENTO DE CARGA DE RUPTURA EM FUNO DO NMERO DE CAMADAS DE PRFC.

    (BEBER et al., 2001)

    2.2.3 Justificativa social

    Os reforos em estruturas de concreto armado so importantes visto a

    necessidade de se impedir que os usurios desses elementos venham a sofrer

    algum dano em funo da m condio de servio dos mesmos. A degradao dos

    elementos de concreto armado pode ser verificada tambm nas obras sob cuidado

    do poder pblico em que a manuteno deficiente e descontnua. Nesse aspecto,

    podem ser tomadas como exemplo as obras de arte especiais como pontes e

    viadutos (Figura 5). Segundo dados do DNIT (2011), o Brasil conta atualmente com

    cerca de 5 mil pontes e viadutos sob gesto pblica e federal, malha essa com

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    extenso de cerca de 300 mil metros. Desse total, cerca de 10 por cento, ou 500

    estruturas tm problemas srios e exigem manuteno urgente. O investimento

    estimado de cerca de 1 bilho de reais. Visto que existem outras pontes e viadutos

    com a necessidade de reforo, porm no to urgentes, o investimento global est

    estimado em 6 bilhes para o perodo de 2011 a 2014. Dessa forma, com a

    necessidade de manuteno dessas pontes e viadutos, o reforo estrutural dos

    mesmos com PRFC pode ser considerado uma alternativa adequada para melhorar

    as condies de servio dessas obras de arte especiais.

    FIGURA 5 - PONTE DO BRAGUETO - DISTRITO FEDERAL.

    (SINAENCO, 2009)

    2.2.4 Justificativa ambiental

    Quanto a questo ambiental para justificar o estudo envolvendo reforo de

    estruturas com PRFC no se trata apenas de analisar o seu impacto ambiental. O

    reforo estrutural, com esse tipo de material, contribuiu para que o elemento

    estrutural a ser reforado no aumente consideravelmente suas dimenses e seu

    peso-prprio, visto que a dimenso total do reforo se encontra na ordem dos

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    milmetros. Por isso, colabora para a manuteno da harmonia do ambiente no

    afetando o seu desempenho esttico.

    Porm, como a indstria da construo civil considerada uma das indstrias

    que mais contribui com a poluio do meio ambiente, a deciso de se reforar uma

    estrutura faz com que o mesmo no seja atingido por seus resduos.

    Atravs do descarte dos resduos da construo tanto na fase de execuo das

    obras, caracterizado pelo desperdcio dos materiais, como no caso de uma

    demolio, em que h uma grande produo de material em um curto perodo de

    tempo, a opo pelo reforo estrutural pode ser considerada a alternativa que mais

    se enquadra nos conceitos de sustentabilidade. Assim, recuperar uma estrutura

    quando possvel contribui com a preservao do meio ambiente.

    O reforo de uma estrutura de concreto armado, com o objetivo de prolongar a

    vida til da mesma, pode ser considerado tambm uma situao que contempla o

    princpio da sustentabilidade. Isso porque os custos e a energia requerida tanto na

    fabricao dos materiais como na execuo de um empreendimento so superiores

    ao processo de recuperao. Ensaios experimentais em laboratrio e estudos

    analticos so tambm medidas sustentveis visto que tais processos contribuem

    para o estudo do comportamento das estruturas e auxiliam na escolha de melhores

    materiais a serem utilizados na construo civil.

    2.3 DELIMITAO DO TRABALHO

    Visto que as lajes, as vigas e os pilares podem ser reforados com PRFC para

    adquirirem um aumento da capacidade resistente ruptura e do seu desempenho

    estrutural, neste trabalho o estudo se restringir aos elementos do tipo viga de

    concreto armado.

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    Alm disso, existe a possibilidade de aplicao do reforo em diferentes regies

    da pea de concreto armado. Por exemplo, para se atenuar as tenses de

    cisalhamento o compsito aplicado nas extremidades da viga, prximo aos apoios;

    j, para aumentar a capacidade resistente quanto flexo, tal reforo se desloca

    para a poro central da pea. Assim, o enfoque ser dado aos elementos

    estruturais reforados flexo. Alm disso, a pesquisa no abordar os elementos

    confinados com PRFC.

    Outra delimitao deste trabalho que o reforo ser considerado aderido

    integralmente superfcie, por mais que na realidade a existncia de fissuras ou at

    mesmo uma m execuo do reforo no garantam essa situao.

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    3 REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 COMPSITO DE FIBRA DE CARBONO

    Materiais compsitos (Figura 6) podem ser definidos como a unio

    macroscpica de dois elementos principais e diferentes entre si, constitudos por

    uma matriz e um material de reforo que formado principalmente por fibras (BEIM,

    2008).

    FIGURA 6 - CONFIGURAO DE UM COMPSITO DE FIBRAS.

    (ADAPTADA DE OBAIDAT, 2007)

    A funo principal da matriz manter as fibras conectadas de modo a

    proporcionar a transferncia das tenses entre as mesmas alm de proteg-las de

    danos mecnicos e agentes agressivos. J, a funo das fibras proporcionar

    resistncia, elasticidade e rigidez.

    Em relao ao comportamento trao, os sistemas de reforo com PRFC no

    apresentam um comportamento plstico antes da ruptura, ou seja, possuem rupturafrgil. Eles se comportam de maneira elstica-linear at a ruptura, sendo que esta

    ocorre de maneira sbita (ACI 440.2R, 2008). Em relao aos esforos de

    compresso, tal material no apresenta comportamento to satisfatrio quanto na

    trao, apresentando uma tenso de ruptura compresso da ordem de 78 por

    cento da tenso de ruptura trao (WU, 1990).

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    A Figura 7 apresenta uma imagem feita por um microscpio eletrnico para

    demonstrar a unio das fibras de carbono com a matriz polimrica por meio de uma

    resina. Pode-se observar pela imagem que se trata de um tecido com caracterstica

    unidirecional, ou seja, em que as fibras esto orientadas somente em uma direo.

    FIGURA 7 - MICROSCOPIA ELETRNICA DE UM COMPSITO DE FIBRA DE CARBONO.

    (MACHADO, 2002)

    3.1.1 Fibras de carbono

    As fibras de carbono resultam da carbonizao de fibras de polmeros a

    temperaturas que variam entre 1000C e 3000C (GARCEZ, 2007). Dependendo do

    tipo de tratamento que aplicado fibra, sua resistncia mecnica pode superar a

    resistncia do ao. A expresso fibra de carbono geralmente se refere a uma

    variedade de produtos filamentares compostos por mais de 90 por cento de carbono.

    Segundo Callister (1997), alm da resistncia trao (associada atrao

    intermolecular resultante do alinhamento das molculas para a constituio das

    fibras) e da rigidez serem superiores s de outros materiais, as fibras de carbono

    possuem excelente resistncia fadiga e caractersticas de amortecimento s

    vibraes. Alm disso, apresentam estabilidade dimensional ao possurem elevada

    rigidez, tornando as deformaes menores e preservando as dimenses das peas.

    As fibras podem ser orientadas em qualquer direo com o objetivo de melhorar

    a resistncia e a rigidez. Os resultados desejados dependem praticamente do tipo e

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    da quantidade de fibras utilizadas na direo medida. As fibras podem estar

    alinhadas das seguintes formas: em uma nica direo, de maneira bidirecional - ao

    se encontrarem perpendicularmente, e dispostas em vrias direes em um mesmo

    plano. Dependendo do tamanho das fibras o resultado alcanado em termos de

    resistncia do compsito pode ser alterado. Fibras longas so mais fceis de serem

    processadas e orientadas no interior do compsito, resultando em um material com

    menor retrao e maior resistncia mecnica. J, no caso das curtas, apesar de

    possurem um custo menor e o processamento ser mais fcil, a orientao no interior

    de um compsito mais complexo, acarretando em problemas no momento de se

    determinar uma direo preferencial de resistncia (BEBER et al., 2001).

    3.1.1.1 Matriz polimrica

    Os polmeros so materiais no homogneos, anisotrpicos e de

    comportamento perfeitamente elstico at a runa. Por isso, a sua presena na

    formao do compsito de reforo muito importante para promover a propriedade

    da ductilidade que deficiente quando se trata do concreto.

    Possuem a funo de envolver as fibras de carbono de modo a proteger as

    mesmas contra os agentes agressivos e ser um meio de transferncia de tenses.

    As resinas mais utilizadas atualmente so as epoxdicas. Segundo De Luca (2006),

    essas resinas so de fcil manuseio e aplicao prpria para as diversas condies

    ambientais, apresentando as seguintes caractersticas bsicas:

    - Aderncia ao substrato de concreto e resistncia elevada de colagem;

    - Adequabilidade ambiental, que inclui resistncia gua salgada e presso

    de vapor;

    - Capacidade de preenchimento de vazios;

    - Desenvolvimento de propriedades mecnicas adequadas ao composto;

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    - Aderncia entre a resina e a fibra.

    3.2 FORMAS DE COMERCIALIZAO DOS COMPSITOS DE FIBRA DE

    CARBONO

    Os materiais compsitos formados por fibras de carbono podem ser

    comercializados de duas maneiras: como barras e grelhas para substituio do ao

    nas vigas de concreto armado e para protenso externa ou na forma de tecidos e

    lminas. Essa segunda categoria pode ser dividida em sistemas pr-fabricados

    (laminados) e os sistemas curados in situ.

    Os sistemas pr-fabricados so industrializados e basta a colagem do laminado

    na superfcie a ser reforada. Esse sistema produzido pelo mtodo da pultruso

    (Figura 8), em que um conjunto de feixes de fibras de carbono impregnado de uma

    camada de resina termoendurecvel, consolidando um reforo com espessura e

    largura definidas. Visto a orientao unidirecional das camadas de fibras, ocomposto se torna mais resistente e rgido em tal direo (JUVANDES, 1999).

    FIGURA 8 - SISTEMA DE PULTRUSO PARA FABRICAO DE LAMINADOS DE PRFC.

    (JUVANDES, 1999)

    Para a execuo desse sistema basta o laminado e o adesivo epoxdico (Figura

    9).

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    FIGURA 9 - COMPONENTES DE UM REFORO PR-FABRICADO.

    (JUVANDES, 1999)

    Os sistemas curados in situpossuem a configurao apresentada naFigura 10

    e todo o sistema moldado no local.

    FIGURA 10 - REFORO COM FIBRAS DE CARBONO IN SITU.

    (MBRACETM, 1998)

    A execuo desse reforo deve seguir algumas etapas que so importantes

    para garantir a qualidade do mesmo. Primeiramente se aplica uma camada de

    primer seguida de uma camada regularizadora. Depois, aplicada uma resina

    epoxdica que tem por objetivo aderir o tecido de fibras de carbono e saturar o

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    mesmo de maneira a promover a sua colagem. Segue-se com a implantao do

    tecido de fibras e por ltimo se aplica mais uma camada de resina finalizando com

    um acabamento esttico. Os componentes desse tipo de reforo podem ser vistos

    naFigura 11.

    FIGURA 11 - COMPONENTES DE UM REFORO IN SITU.

    (JUVANDES, 1999)

    3.3 FORMAS DE APLICAO DOS COMPSITOS DE FIBRA DE CARBONO

    No decorrer da vida til de uma pea de concreto armado surge a necessidade

    de reavaliao da sua capacidade em resistir ao carregamento imposto. O reforo

    pode se fazer necessrio devido ao surgimento de manifestaes patolgicas como

    a fissurao, que reduz consideravelmente a inrcia da pea influenciando no

    aumento das deformaes. Existe tambm a necessidade de se reavaliar a

    capacidade de carga por questes de mudana de utilizao do ambiente

    construdo, como por exemplo, quando um pavimento de um edifcio alterado de

    uma residncia para um escritrio. Em funo disso, o reforo estrutural com

    compsitos de fibra de carbono torna as estruturas mais durveis e resistentes,

    aumentando a eficincia mecnica das peas sem haver um aumento significativo

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    do seu peso. Com o intuito de promover melhorias de capacidade resistente

    ruptura de uma pea de concreto armado e economia de materiais, vrias tcnicas

    de aplicao de reforo estrutural com compsitos de fibras de carbono tm sido

    estudadas.

    Em virtude da grande utilizao dos PRFC para reforos estruturais, torna-se

    necessrio incrementar os mtodos de aplicao das fibras em peas de concreto

    armado. O importante que eles promovam a segurana das peas alm de

    possibilitar economia e melhoria dos materiais empregados tanto no reforocomo na

    interface.

    A Figura 12 mostra a primeira aplicao de reforo com PRFC no Brasil, em

    1998, para recuperao do viaduto Santa Tereza em Belo Horizonte, Minas Gerais.

    Nessa imagem as tcnicas de reforo com laminados colados superfcie dos

    elementos estruturais so retratadas.

    FIGURA 12 - REFORO COM PRFC NO VIADUTO SANTA TEREZA, BELO HORIZONTE - MG.

    (MACHADO, 2002)

    As aplicaes do sistema de reforo com compsitos de fibra de carbono so

    muito vastas. A Figura 13 apresenta algumas situaes onde o reforo com PRFC

    pode ser aplicado para recuperar um elemento estrutural submetido aos esforos de

    flexo e cisalhamento.

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    FIGURA 13 - APLICAES DO SISTEMA DE REFORO COM PRFC.

    (JUVANDES, 1999)

    Segundo Fortes et al. (2002), a tcnica de reforo com materiais compsitos

    que utiliza a colagem de laminados de fibras de carbono em entalhes feitos no

    cobrimento da pea de concreto a ser reforada (Figura 14), tambm chamada de

    Near Surface Mounted (NSM), apresenta algumas vantagens em relao

    corriqueira colagem de mantas ou laminados sobre a superfcie do concreto.

    Algumas melhorias obtidas so maior resistncia ocorrncia do efeito peeling

    (destacamento prematuro do compsito), maior proteo ao fogo e menor

    quantidade de PRFC empregado devido menor rea a ser destinada para colagem

    do compsito. Porm, Ribeiro et al. (2009) revelaram que o reforo estrutural na

    superfcie do elemento com mantas apresenta uma capacidade de carga superior

    demonstrada pelo reforo com fibras nos entalhes do cobrimento da face inferior das

    vigas (Figura 14).

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    laje

    reforo em entalhe no

    cobrimento da viga

    laje

    reforo na superfcie

    da viga

    FIGURA 14 - SISTEMA DE REFORO ATRAVS DA TCNICA NSM E CONVENCIONAL.

    Independente da tcnica que ser aplicada, alguns cuidados devem ser

    tomados de modo a garantir um desempenho satisfatrio do reforo estrutural. As

    etapas de aplicao do reforo podem ser divididas em duas, sendo a primeira

    caracterizada pela preparao da superfcie e a segunda pela aplicao do reforo

    (FORTES, 2000). A correta execuo de ambas influenciar na integridade da

    tcnica. Se no h uma preparao correta da superfcie do substrato, com a

    eliminao de partculas de poeira, por exemplo, tais resduos impediro que a

    resina epoxdica garanta a aderncia completa do compsito ao substrato. Da

    mesma forma, se a execuo no for correta, sem a eliminao de possveis bolhas

    entre o PRFC e o concreto, as mesmas podero prejudicar o desempenho estrutural

    do sistema de reforo.

    3.4 ESTUDO ANALTICO DO COMPORTAMENTO FLEXO DE UMA VIGA

    BIAPOIADA DE CONCRETO ARMADO REFORADA COM PRFC

    O estudo do comportamento analtico de uma viga biapoiada de concreto

    armado reforada com PRFC estar baseado nos preceitos das normas norte-

    americanas ACI 318 (2008) - Design of reinforced concretee ACI 440.2R (2008) -

    Guide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

    strengthening concrete structurese da norma brasileira NBR 6118 (2002) - Projeto

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    de estruturas de concretoProcedimento. As normas norte-americanas fornecem as

    informaes gerais a respeito da histria e do uso dos sistemas com polmeros

    reforados com fibras. Alm disso, estabelecem as propriedades dos materiais a

    serem utilizados no sistema de reforo, bem como as recomendaes para o projeto,

    a execuo e a inspeo dos sistemas reforados. Os guias so fundamentados em

    conhecimentos adquiridos em pesquisas experimentais, trabalhos analticos e

    aplicaes em campo.

    3.4.1 Mtodo de dimensionamento flexo da norma ACI 440.2R (2008)

    O desempenho adequado de um sistema de reforo em relao sua

    capacidade de absorver os esforos de flexo depende do controle dos seus modos

    de falha. Os sistemas reforados com PRF podem apresentar os seguintes modos

    de falha:

    - Esmagamento do concreto antes de ocorrer o escoamento da armadura;

    - Escoamento da armadura seguido da ruptura do laminado de PRF;

    - Escoamento da armadura seguido do esmagamento do concreto;

    - Delaminao do concreto;

    - Descolamento do PRF do substrato de concreto.

    De maneira a projetar as estruturas para que tais falhas no sejam observadas,

    algumas recomendaes so feitas para os clculos das mximas tenses e

    deformaes que podem ocorrer.

    O dimensionamento de um sistema de reforo com PRF realizado no estado

    limite ltimo, ou seja, limite relacionado com o colapso da estrutura ou qualquer

    outra forma de runa que determine a paralisao da mesma. Para isso, a

    capacidade resistente flexo de uma seo transversal obtida pela combinao

    das condies de equilbrio das foras, pela compatibilidade das deformaes e

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    pelas propriedades dos materiais envolvidos. Algumas consideraes devem ser

    feitas para o dimensionamento flexo:

    - Os estudos e os clculos devero ser feitos com base nas dimenses dos

    elementos envolvidos, bem como nas propriedades dos materiais que os constituem;

    - Prevalecem os critrios de Bernoulli, em que as sees permanecem planas

    aps as deformaes e essas so linearmente proporcionais s suas distncias

    linha neutra;

    - A aderncia entre o sistema de reforo e o substrato dever ser considerada

    perfeita.

    O esquema de clculo de uma viga de concreto armado reforada com PRFC

    pode ser vista naFigura 15.

    FIGURA 15 - DEFORMAES INTERNAS E DISTRIBUIO DE TENSES PARA UMA SEO RETANGULARSOLICITADA FLEXO NO ESTADO LIMITE LTIMO.

    (ADAPTADA DE ACI 440.2R, 2008)

    As dimenses e as foras destacadas so:

    h - altura da viga de concreto armado;

    b - largura da viga de concreto armado;

    d - altura til da viga, medida do centro de gravidade da armadura tracionada

    at o bordo comprimido;

    As- rea da seo transversal da armadura tracionada;

    Af- rea da seo transversal do reforo de PRFC, dada por:

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    f f fA = n t w EQUAO 1

    Onde,

    n - nmero de camadas de reforo em determinada seo;

    tf - espessura da camada de reforo;

    wf- largura da camada de reforo.

    c - altura da zona comprimida, medida a partir da borda comprimida (posio da

    linha neutra);

    c - encurtamento (deformao) do concreto provocado pelo momento fletor

    solicitante;

    s- alongamento (deformao) das armaduras provocadas pelo momento fletor

    solicitante;

    bi - alongamento (deformao) do concreto inicial provocado pelo momento

    fletor solicitante devido ao peso-prprio;

    fd + bi- deformao real do reforo caracterizada pela soma da deformao do

    compsito quando aplicado no substrato mais a deformao inicial do bordo inferior

    da viga;

    fc- resistncia caracterstica compresso do concreto;

    fs- tenso de trao nas armaduras;

    ffd -nvel de tenso real de trao no reforo de PRFC. Como o reforo tratadocomo um material elstico linear at a ruptura, seu comportamento pode ser definido

    pela Lei de Hooke. Assim:

    fd f fdf = E EQUAO 2

    Em que,

    Ef- mdulo de elasticidade do reforo dado por:

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    fuf

    fu

    fE =

    EQUAO 3

    Onde,

    ffu - tenso de trao ltima (ou de ruptura) do reforo dada por:

    *fu E fuf = C f EQUAO 4

    Em que,

    ffu* -tenso de trao ltima (ou de ruptura) do reforo fornecida pelo fabricante

    do material;

    CE - fator de reduo especificado na norma ACI 440.2R (2008) devido s

    condies de exposio ambiental (Tabela 2):

    TABELA 2 - FATOR DE REDUO DA DEFORMAO DE RUPTURA DO REFORO EM FUNO DA EXPOSIOAMBIENTAL.

    CONDIES DE EXPOSIO TIPO DE FIBRA E RESINA FATOR DE REDUO CE

    Carbono / Epxi 0,95

    Vidro / Epxi 0,75

    Aramida / Epxi 0,85

    Carbono / Epxi 0,85

    Vidro / Epxi 0,65

    Aramida / Epxi 0,75

    Carbono / Epxi 0,85

    Vidro / Epxi 0,50

    Aramida / Epxi 0,70

    Ambiente interno

    Ambiente externo

    Ambiente agressivo

    FONTE: adaptada de ACI 440.2R, 2008.

    fu- deformao ltima (ou de ruptura) do reforo dada por:

    *fu E fu= C EQUAO 5

    Em que,

    fu* -deformao ltima (ou de ruptura) do reforo fornecida pelo fabricante domaterial;

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    1,ce - coeficientes relacionados com a simplificao do diagrama parbola-

    retngulo de distribuio de tenses de compresso do concreto. Eles representam

    a equivalncia entre o diagrama parbola-retngulo e o diagrama retangular.

    Segundo a ACI 318 (2008), o valor de 1 deve ser admitido como 0,85 para

    tenses de compresso do concreto (fc) at 30,00 MPa. Para tenses acima de

    30,00 MPa, 1deve ser reduzido de maneira linear com razo de 0,05 para cada

    7,00 MPa de tenso que exceder 30,00 MPa, sendo o valor mnimo igual a 0,65.

    c

    1 cc

    0,85 0 f' 30,00 MPa

    = f ' 30,000,85 0,05 0,65 f' 30,00 MPa

    7,00

    EQUAO 6

    Segundo a NBR 6118 (2002) e a ACI 318 (2008), o valor do parmetro deve

    ser igual a 0,85 para representar o diagrama tenso-deformao de projeto do

    concreto. Tal coeficiente representa o efeito Rusch que considera a variao da

    resistncia do concreto em funo das velocidades de carregamento, alm do ganho

    de resistncia do concreto com o tempo e a influncia do corpo de prova cilndrico.

    Pelo fato desse trabalho tratar de uma correlao entre os resultados de carga de

    ruptura obtidos de um ensaio fsico com os resultados de um modelo analtico, o

    parmetro no ser considerado. Alm disso, o efeito Rusch para um experimento

    em que o carregamento ser aplicado de maneira crescente, porm em um curto

    espao de tempo, no pode ser considerado. De maneira diferente ocorre em uma

    construo em que as cargas vo sendo aplicadas ao longo da execuo e ao longo

    dos anos conforme a utilizao.

    J, o valor do coeficiente c obtido conforme o nvel de deformao

    apresentado pelo concreto. Representa uma reduo no nvel de tenso devido s

    simplificaes do diagrama parbola-retngulo.

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    Para uma deformao do concreto (c) igual a 0,300% (Figura 16), o coeficiente

    c obtido por:

    FIGURA 16 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) E SIMPLIFICADA DO CONCRETO PARAc = 0,300%.

    (ADAPTADA DE SUSSEKIND, 1980)

    Para essa configurao, a equivalncia entre as resultantes do diagrama

    parbola-retngulo e do diagrama simplificado dada por:

    1 2 cR + R = F EQUAO 7

    Em que,

    R1 - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para c0,200% 0,300% , dada por:

    1 c

    cR = f ' b

    3 EQUAO 8

    R2 - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para c0 0,200% , dada por:

    2 c

    2 2 cR = f ' b

    3 3

    2 c

    4 cR = f ' b

    9

    EQUAO 9

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    Fc - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para o diagrama simplificado, dada por:

    c c c 1F = f ' c b EQUAO 10

    Portanto, para uma deformao do concreto igual a 0,300%, o coeficiente de

    reduo da resistncia caracterstica compresso (c) ser dado por:

    c c c c 1

    c 4 cf ' b + f ' b = f ' c b

    3 9

    c 1

    7 1 =

    9

    EQUAO 11

    Para uma deformao do concreto (c) entre 0,200% e 0,300% (Figura 17), o

    coeficiente c obtido por:

    FIGURA 17 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) E SIMPLIFICADA DO CONCRETO PARA0,200% c< 0,300%.

    (ADAPTADA DE SUSSEKIND, 1980)

    Nessas circunstncias, a equivalncia entre as resultantes dos dois diagramas

    dada pela Equao 7, onde

    R1 - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para c0,200% 0,300% , dada por:

    1 cR = f ' 1 c b EQUAO 12

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    R2 - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para c0 0,200% , dada por:

    2 c2

    R = f ' c b3

    EQUAO 13

    Portanto, para uma deformao do concreto entre 0,200% e 0,300%, o

    coeficiente de reduo da resistncia caracterstica compresso (c) ser dado

    por:

    c c c c 1

    2f ' 1 c b + f ' c b = f ' c b

    3

    c1

    1 = 1 -

    3

    cc 1

    0,200% 1 = 1

    3

    EQUAO 14

    Para uma deformao do concreto (c) menor que 0,200% (Figura 18), o

    coeficiente c obtido por:

    FIGURA 18 - DISTRIBUIO DE TENSES REAL (PARBOLA-RETNGULO) E SIMPLIFICADA DO CONCRETO PARAc< 0,200%.

    (ADAPTADA DE SUSSEKIND, 1980)

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    No intervalo de distribuio de tenso parablico (Figura 19), o valor da tenso

    correspondente a certa deformao dada pela Equao 15 (NBR 6118, 2002):

    FIGURA 19 - DIAGRAMA PARBOLA-RETNGULO DE DISTRIBUIO DE TENSES DE COMPRESSO DO CONCRETO.

    2

    c(y) c= f' 1 1

    0,200%

    EQUAO 15

    Portanto, a equivalncia entre as resultantes dos dois diagramas dada por:

    1 cR = F EQUAO 16

    Em que,

    R1 - resultante do diagrama de distribuio de tenses de compresso no

    concreto para c < 0,200% , correspondendo rea sob a curva, dada por:

    c2

    c

    1 c0

    R = f' 1 1 b d0,200%

    2cc

    1 c y

    0

    yR = f' 1 1 b d

    0,200% c

    2c cc

    1 c y y

    0 0

    yR = f' b 1 d 1 d

    0,200% c

    c 2 2c c

    1 c y2 20

    y yR = f' b c 1 2 d

    0,200% c 0,200% c

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    c c c 2 2c c

    1 c y y y2 20 0 0

    y yR = f' b c 1 d 2 d d

    0,200% c 0,200% c

    cc 22 3c c

    1 c 2 2

    0 0

    y yR = f' b c c 2

    2 0,200% c 3 0,200% c

    2c c

    1 c 2

    c c1R = f' b

    0,200% 3 0,200%

    c c1 c

    c 1R = f' b 1

    0,200% 3 0,200%

    EQUAO 17

    Portanto, para uma deformao do concreto menor que 0,200%, o coeficiente

    de reduo da resistncia caracterstica compresso (c) ser dado por:

    c cc c c 1

    c 1f ' b 1 = f ' c b

    0,200% 3 0,200%

    c cc

    1

    1 1 = 1

    0,200% 3 0,200%

    EQUAO 18

    Um resumo dos valores que o coeficiente c pode assumir dado por:

    c

    1

    c c

    c 1

    c cc

    1

    7 1 = 0,300%

    9

    0,200% 1 = 1 0,200% < 0,300%

    3

    1 11 < 0,200%

    0,200% 3 0,200%

    EQUAO 19

    3.4.1.1 Nveis de deformaes

    As deformaes apresentadas pelos materiais envolvidos (ao, concreto e

    reforo) so limitadas. A mxima deformao desenvolvida pelo concreto (cu) deve

    ser 0,300% (0,00300 mm/mm) para evitar o esmagamento do mesmo segundo as

    recomendaes da norma ACI 318 (2008). Em se tratando da norma brasileira NBR6118 (2002), o valor da deformao mxima para o concreto de 0,350% (0,00350

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    mm/mm). Para no ocorrer a ruptura do laminado, a deformao mxima

    apresentada pelo mesmo no deve exceder a deformao apresentada pelo

    substrato.

    A delaminao e o descolamento do reforo de polmeros reforados com

    qualquer tipo de fibra ocorrem se no existir aderncia adequada. As tenses

    provenientes do substrato de concreto devem ser transmitidas ao sistema de reforo

    por meio do adesivo epxi sendo que a tenso mnima desenvolvida na interface,

    segundo ensaio de arrancamento (pull-off), deve ser de 1,40 MPa. Sistemas de

    polmeros reforados com fibras no devem ser usados quando a resistncia

    compresso do substrato de concreto for inferior a 17,00 MPa, sendo que tal valor foi

    obtido de maneira experimental (ACI 440.2R, 2008). Para se prevenir esses tipos de

    falhas, deve haver uma reduo da deformao ltima (de ruptura) do reforo (fu)

    segundo o coeficiente dado por:

    f ff f

    fu

    m

    f ffu f f

    n E t11 0,90 para n E t 180.000 N / mm

    60 360.000=

    1 90.000 0,90 para n E t 180.000 N/ mm

    60 n E t

    EQUAO 20

    Em que,

    f fn E t - rigidez do reforo em N/mm;

    n - nmero de camadas de reforo com PRF, que representa a quantidade de

    camadas superpostas aderidas superficialmente ao substrato de concreto na seo

    ao longo do eixo longitudinal do elemento onde se est determinando a fora. Tal

    nmero sugere que um sistema de reforo est mais propenso delaminao ou ao

    descolamento quanto maior o nmero de camadas utilizado, ou seja, quanto maior a

    sua rigidez. Isso significa que uma quantidade maior de camadas pode garantir uma

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    resistncia flexo superior, porm os efeitos da delaminao ou do descolamento

    do reforo do substrato podem ser maiores;

    tf- espessura de uma camada de reforo (mm).

    Dessa forma, a deformao de ruptura do reforo (fu) multiplicada por tal

    coeficiente para reduzi-la a um valor que previna o descolamento e a delaminao.

    O coeficiente m um parmetro que foi obtido por pesquisas e por observaes

    dos engenheiros em campo. Portanto, apenas uma forma de inibir as falhas de

    descolamento e de delaminao do reforo por meio da limitao das deformaes e

    consequentemente das tenses atuantes no mesmo. A norma ACI 440.2R (2008)

    recomenda mais estudos a respeito desse coeficiente redutor de maneira a refin-lo.

    Assim, a deformao de clculo do reforo (fd) ser limitada por:

    fd m fu EQUAO 21

    Ao se executar um reforo com polmeros reforados com fibras, h um nvel

    pr-existente de tenso (ou de deformao) no substrato de concreto devido ao

    peso prprio (Figura 20). Porm, tal situao no ocorre no compsito visto que o

    mesmo se encontra sem solicitao. Dessa forma, para se obter o nvel real de

    deformao e tenso que ocorre no reforo, deve-se subtrair da deformao final do

    sistema a deformao pr-existente no substrato.

    FIGURA 20 - DEFORMAES INICIAIS PARA A SEO TRANSVERSAL DE UMA VIGA SEM O REFORO COM PRF.

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    Assim, a deformao do reforo ser dada por:

    fd c bi m fu

    h c=

    c

    EQUAO 22

    Com base no princpio da compatibilidade entre as deformaes, as armaduras

    tracionadas apresentaro uma deformao dada por:

    s fd bi

    d c=

    h c EQUAO 23

    Portanto, o nvel de tenso nas armaduras tracionadas, admitindo um

    comportamento elasto-pl