d e s n u t r i ç ã o prof. orlando antônio pereira pediatria e puericultura fcm - unifenas
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D e s n u t r i ç ã o
Prof. Orlando Antônio PereiraPediatria e Puericultura
FCM - UNIFENAS
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“O estado nutricional de uma população é umexcelente indicador de sua qualidade de vida,espelhando o modelo de desenvolvimento deuma determinada sociedade. A boa nutrição de um povo está diretamente relacionada ao
acesso a uma moradia decente, a umaalimentação adequada, à assistência médica,
à educação, ao lazer, enfim, a uma vida digna.”
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o baixo peso para a estatura (wasting ou magreza, emaciação);
a baixa estatura para a idade (stunding ou baixos).
Classificação quanto a estatura e peso
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Mais da metade da população preta ou parda (52,3%)residia em domicílios sob risco de conviver com a fomeem 2004. Entre os brancos, o percentual era bem menor: 28,1%."Esses dados mostram a reprodução da discriminação e da desigualdade na sociedade brasileira“..
Folha de S. Paulo, 18/05/06
Segurança alimentar
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A desnutrição é a segunda causa mortismais freqüente em menores de 5 anos
nos países em desenvolvimento.
Os efeitos potencializadores da desnutriçãosão responsáveis por 56% das mortes
dessas crianças.
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A desnutrição infantil é uma doença deorigem multicausal e complexa que tem
suas raízes na pobreza. Ocorre quando oorganismo não recebe os nutrientes
necessários para o seu metabolismo fisiológico,devido a falta de aporte ou problema na
utilização do que lhe é ofertado.Assim sendo, na maioria dos casos, a
desnutrição é o resultado de uma ingesta insuficiente, ou fome, e de doenças.
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Além da deficiência de proteína e energiana alimentação, as crianças desnutridassofrem também da deficiência de váriasvitaminas e minerais, relacionados na
seguinte ordem de importância:deficiência de ferro, deficiência de vitamina A,
deficiência de iodo, deficiência de zinco,deficiência de vitamina D e deficiência de folato.
Falta de micronutrientes – Fome oculta
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A desnutrição geralmente se inicia noútero, acomete as crianças e, através das
menina e mulheres, se estende àvida adulta e às próximas gerações,
pelo seu efeito negativo aditivo sobre o baixo peso dos bebês.
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Más condições de vida
Desnutrição
Deficiências Imunológicas
Infecções
AnorexiaMá absorçãoCatabolismo
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Fatores de risco
Ausência de cuidados pré-natais
Nascimentos múltiplos
Peso de nascimento menor de 2.500 g
p Diarréias freqüentes e/ou hospitalização no primeiro ano de vida
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Adaptação do Organismo à Restrição Dietética Diminuição da atividade físicap Parada de crescimento
Adaptações metabólicas:*Glicogenólise, gliconeogênese e lipólise;*Diminuição dos níveis de insulina;*Aumento de cortisol;*Aumento da secreção do GH;*Aumento da secreção de epinefrina;*Massa eritrocitária e oxigênio tissular;*Alteração da mucosa intestinal;*Resposta imunológica.
Retardo DNPM
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A desnutrição afeta todos os sistemas eórgãos das crianças gravemente desnutridas
Fisiopatologia da desnutrição grave
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Quadro Clínico da Desnutrição Grave
p Marasmo
Kwashiorkor
Marasmo-kwashiorkor
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Achados clínicos e laboratoriais
Marasmo Kwashiorkor
Idade prevalente 1º ano de vida 2º e 3º ano de vida
Alterações do crescimento
+++ +
Hipotrofia muscular +++ +++
Gordura subcutânea Ausente Presente
Edema clínico Ausente Presente
Dermatoses Raro Comum
Alterações do cabelo Rara Comum
Hepatomegalia Rara Frequente
Atividade física Diminuída Muito diminuída
Apetite Mantido Diminuído
Alerta mental Alerta Apatia, desinteresse
Albumina sérica Normal Baixa
Água corporal Aumentada Muito aumentada
Potássio corporal Baixo Muito baixo
Anemia Comum Muito comum
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Aspectos clínicos
Classificação quanto a origem:• Primária• Secundária• Mista
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Classificação de Gomez (P/I)
Adequação (%) Graus de desnutrição
91 – 100 Normal
76 – 90 Leve (1o grau)
61 - 75 Moderada (2o grau)
Inferior a 60 Grave (3o grau)
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Peso
Idade
Classificação de Waterlow (1976)
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• De 20/40 dias até 2/3 meses após início do tratamento
• Hepatomegalia• Distensão abdominal com circulação
colateral ascendente• Ascite, fácies de lua cheia• Sudorese, hipertricose, telangiectasias• “Pelo de rato”• Eosinofilia, hipergamaglobulinemia
Síndrome de Recuperação Nutricional
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Cerca de 20 a 30% das crianças gravementedesnutridas vão a óbito nos serviços de saúde.
Essas cifras têm se mantido inalteradasnas últimas 5 décadas.
Muitos profissionais de saúde tem idéias ultrapassadas e/ou desconhecem a condutaadequada para o tratamento de crianças
gravemente desnutridas.
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Tratamento
Fase de estabilização (1° ao 7° dia)
Fase de reabilitação (2ª a 6ª semanas)
Fase de acompanhamento (7ª a 26ª semanas)
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Tratamento – Fase de estabilização
Aquecimento – tratar a hipotermia
Tratamento da hipoglicemia
Desidratação e choque séptico
Tratar vigorosamente a infecção
Repor vitaminas e minerais
Iniciar alimentação
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Preferência pela Via Oral: SRO com menos Na+ e mais K+, Mg++, Zn-2 e Co++.
Hidratação venosa – choque séptico: * volume: 15 a 20 ml/kg na 1ª hora; * solução salina a 0,45% (metade do SF 0,9%) com glicose a 5% ou SG 5% com Ringer lactato.
Realimentar e iniciar a reidratação oral tão logo quanto possível.
Desidratação e Choque Séptico
Tratamento – Fase de estabilização
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Se ocorrer sinais de insuficiência cardíaca toda a ingestão oral e líquidos IV devem ser interrompidos. Indicação de diurético (furosemida = 1 mg/kg).
O edema nutricional existente não deve ser tratado com diurético.
Tratamento – Fase de estabilização
Desidratação e Choque Séptico
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Todas as crianças desnutridas tem deficiências de vitaminas e de minerais. Repor: suplemento vitamínico (sem ferro), Ac. Fólico (5mg inicial e manter 1mg/dia), Zinco (2mg/kg/dia) e Cobre (0,2mg/kg/dia). Vitamina A (50.000 a 200.000 UI no 1°, 2° dia e após 2 semanas). * Sulfato Ferroso (3mg/kg/dia) quando a criança começar a ganhar peso (2ª sem). * Papa de hemácias (10ml/kg) se anemia grave (administrar furosemida antes).
Tratamento – Fase de estabilização
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Tratamento – Fase de estabilização
A alimentação da criança deve iniciar logo após a admissão, com refeições pequenas, de baixa osmolaridade, e baixo teor de lactose, oferecidas a cada 2, 3 ou 4 horas, dia e noite. * A via oral é preferencial e, se essa não for possível, dar por SNG.
![Page 42: D e s n u t r i ç ã o Prof. Orlando Antônio Pereira Pediatria e Puericultura FCM - UNIFENAS](https://reader036.vdocuments.com.br/reader036/viewer/2022062512/552fc11d497959413d8ca704/html5/thumbnails/42.jpg)
Fase de reabilitação (2ª a 6ª semanas)
O retorno do apetite é o sinal da entrada da criança na fase de reabilitação. Ingestão suficiente para obter um ganho de peso > 10g/kg/dia
Fórmula inicial (80kcal e 1g proteína/100ml) aumentando gradualmente até a meta de 150-200kcal/kg/dia com 4-6g proteína/kg/dia.Promover estimulação essencial, recreação, cuidado afetivo e vínculo mãe-criança.
Preparar a criança e sua mãe para alta.
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Fase de acompanhamento (7ª a 26ª senanas)
Iniciar logo após a alta. Acompanhar a criança e sua família, prevenir recaída e assegurar a continuidade do desenvolvimento emocional, físico e mental da criança.Ambulatório na comunidade ou em um Centro de Recuperação Nutricional em regime de hospital dia.Os alimentos devem ser preparados de forma a conter 100kcal e 2 – 3g de proteínas/100g de alimento + suplementos de vitaminas, ferro e eletrólitos/minerais.
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