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Anais do Congresso de Administração, Sociedade e Inovação - CASI 2016 - ISSN: 2318-698 | Juiz de fora/MG - 01 e 02 de dezembro de 2016
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ARTIGO - AOP – ADMINISTRAÇÃO DE OPERAÇÕES PRODUTIVAS E DE
SERVIÇOS
CUSTOS DE ESTOCAGEM: UM ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ITURRI
COIMPAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EPI LTDA
ELIZABETE MARINHO SERRA NEGRA, ELAINE EVELYN DE OLIVEIRA, JANAINE
CRISTINA DOS SANTOS BENEDITO, CARLOS ALBERTO SERRA NEGRA
A necessidade nos dias atuais cada vez mais se buscar o corte de custos em excesso ou
quando não puder cortá-los procurar a redução. Neste sentido manter estoques relacionados
diretamente com o nível de serviço oferecido ao cliente ou com as economias de custo
derivadas da não manutenção do estoque. Portanto, um balanceamento entre estoques e níveis
de serviço assume um papel de relevância nas decisões estratégicas de qualquer organização.
O trabalho teve como objetivo identificar os custo de estocagem de equipamentos de proteção
individual da empresa Iturri Coimpar Indústria e Comércio de EPI Ltda. A pesquisa
classifica-se como uma pesquisa exploratória do tipo estudo de caso, com abordagem
quantitativa. Coletou-se dados dos históricos de consumo mensais de contratos com clientes,
compras realizadas para cada item, relatório de vendas, tempo de armazenagem, custos com
mão de obra, custos indiretos, relatório de itens não fornecidos, quantidade de pedidos
colocados para cada item, análise da planilha de re-aprovisionamento de estoques, custos de
cada item e o cenário atual do estoque da empresa. O primeiro resultado alcançando foi que
dos mais de 100 itens apenas 19 deles foram realmente adquiridos no ano de 2014/2015, pois
anteriormente a empresa não possuía um controle efetivo de estoque tendo um aumento de
produtos parados. No ano de 2015 houve uma considerada redução no custo de armazenagem
em relação ao ano de 2014. Isso se da aos novos processos de gestão que começaram a ser
implantados na empresa no ano de 2015. O custo de estocagem para o ano de 2014 foi de
R$117.702,15, já para o ano de 2015 foi de R$ 93.967,15. Conclui-se que foi possível
identificar em implantar o controle e custos de estocagem na empresa. A metodologia de
custo de estocagem gerou um ganho de custos de estocagem evitado no montante de R$
23.735,00.
1 Introdução
No que se refere à competitividade existente nos dias atuais é notável que o acirramento da
concorrência leva as organizações a buscar a diferenciação, por meio de investimentos, isto é,
tiveram que utilizar autos mecanismos para não perder mercado nesse contexto, além de
buscarem cada vez mais economias significativas.
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Devido à necessidade de economia, as organizações investem cada vez mais em melhorias em
todo ciclo da cadeia de suprimentos. Uma das formas encontradas é a redução de custos nos
processos de gerenciamento dos materiais e dos estoques. O valor investido no estoque é
verba que deixa de ser empregada em outras áreas, por isso o mesmo não deve ficar parado,
para que isso aconteça é fundamental uma gestão de estoque eficiente. A mesma forma
acontece com a ausência de produtos armazenados, que pode interferir nas vendas, já que a
quantidade disponível para a oferta pode não ser satisfatória para suprir as demandas dos seus
clientes.
O preço de um material não é apenas quando comprado, o preço do mesmo agrega-se o valor
da armazenagem, pois estoque parado é dinheiro parado. É agregado também o custo da mão
de obra para organização e armazenagem deste. O ideal é manter a quantidade de produto na
medida certa para atendermos a necessidade de curto prazo. Quanto menor o nível de estoque
que uma organização conseguir trabalhar, mais eficaz ela será e apresentara ganhos
significativos. É importante que esse nível de armazenamento seja ideal para atender a
necessidade do cliente.
Segundo Nigro (2006), a importância dos estoques pode ser compreendida sob diversos
ângulos: o atendimento da demanda prevista, permitir uma maior estabilidade na realização
das operações, proporcionarem uma separação entre as operações no sistema de produção e
distribuição, desenvolver uma proteção física contra faltas e os aumentos de preços, obterem
ganhos com descontos sobre a quantidade adquirida além de viabilizar as operações da
organização.
Numa cadeia de suprimentos, os estoques aparecem sob diferentes formatos: matérias-primas,
produtos em processamento, produtos acabados, peças de reposição, materiais de apoio, etc.
Cada um destes formatos exige mecanismos de controle específicos. A dificuldade em
determinar estes mecanismos reside no fato de que a combinação das estratégias funcionais
(Marketing, Finanças e Operações) interage entre si e, por inúmeras vezes, apresentam
objetivos conflitantes.
Existem, porém, razões para manter estoques relacionados diretamente com o nível de serviço
oferecido ao cliente ou com as economias de custo derivadas da não manutenção do estoque.
Os sistemas operacionais, em geral, não podem ser projetados para responder imediatamente
as exigências dos clientes de produtos e serviços sem que isso ocasione um custo adicional de
estocagem. Portanto, um balanceamento entre estoques e níveis de serviço assume um papel
de relevância nas decisões estratégicas de qualquer organização.
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Em vista da necessidade nos dias atuais cada vez mais se buscar o corte de custos em excesso
ou quando não puder cortá-los procurar a redução, as empresas utilizam ferramentas com
dados de cálculos não muito confiáveis para o controle de estoque. Questiona-se: quais são os
custos de estocagem de equipamentos de proteção individual da empresa Iturri Coimpar
Indústria e Comércio de EPI Ltda.?
Neste trabalho em questão, analisa-se o custo de estocagem, que envolve o mix de estoque, a
sazonalidade e o custo com tempo de estocagem, mantendo despesas em função do volume de
estoques mantido pela empresa. O trabalho teve como objetivo identificar os custo de
estocagem de equipamentos de proteção individual da empresa Iturri Coimpar Indústria e
Comércio de EPI Ltda.
2 Revisão de Literatura
2.1 Estoques
A principal função dos estoques é proporcionar um ótimo nível de serviço ao cliente,
oferecendo a cada um o resultado desejado, atendendo no tempo esperado. Os estoques,
portanto, é visto como um diferencial competitivo porque garante o atendimento desejado e
diminui ocorrências indesejadas (FAGUNDES, 2014).
Cada empresa deverá determinar as metas e políticas para controle de estoques. É preciso
verificar os níveis de estoque para atender a demanda, não deixando que o excesso aconteça, é
necessário também observar a alteração no consumo. Fazer compras de lotes ou quantidades
maiores para obtenção de descontos estratégicos é permitido, desde que se faça um estudo
antecipado da rotatividade do estoque que será adquirido evitando que fique obsoleto ou
parado, é preciso verificar a situação financeira da empresa, é necessário verificar o capital
investido, a previsão de consumo e em quanto tempo o retorno virá para a empresa
(CHIAVENATO, 1929).
A gestão de estoques deve levar em consideração a política dos departamentos de compras,
produção, almoxarifados, vendas e financeiro sem que prejudique o trabalho de nenhum dos
envolvidos. No final a responsabilidade dos estoques fica apenas sob um deles. Quando as
metas dos departamentos envolvidos são conflitantes, o que tem maior influencia, é
geralmente o mais ouvido (DIAS, 2011).
Os controles de estoques às vezes apresentam algumas falhas como, prazos grandes de
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reposição de matéria prima, estoques maiores do que o necessário para a produção, uma vez
que a produção continua constante, pedidos cancelados por falta de materiais, produção
parada por falta de material, falta de espaço para armazenamento dos materiais e baixo giro de
estoques (DIAS, 2011).
O objetivo do controle de estoque é manter o estoque mais baixo possível para o atendimento
das necessidades de venda, identificar os materiais obsoletos com a finalidade de retirá-los do
estoque, ter um bom controle dos consumos para não permitir faltas ou excessos, garantir o
bom estado do material estocado, manter os custos o mais baixo possível, levando em conta
os volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o custo de venda do produto
(POZO, 2010).
As razões para estocagem são: reduções de custos de transporte e produção, coordenar oferta
e demanda, assessorar no processo de produção, colaborar no processo de comercialização. Se
a demanda dos produtos da empresa fosse conhecida e as entregas dos produtos ocorressem
imediatamente, não haveria necessidade de estocagem. No entanto não é ideal que uma
empresa trabalhe sem nenhum tipo de estoque, pois, a demanda não pode ser exatamente
prevista com tanta certeza. Para que o atendimento sem estoques fosse perfeito, seria
necessário um transporte confiável e com tempo zero de entrega (BALLOU, 2006).
2.2 Armazenagem
Segundo Pozo (2010), armazenagem e controle dos produtos são componentes importantes e
essenciais do sistema logístico, pois seus custos envolvem elevado percentual dos custos
logísticos totais de uma empresa. Seus custos podem absorver de 10 a 40% das despesas
logísticas da empresa.
Armazenagem são as acomodações dos materiais em espaços apropriados até que sejam
enviados a outros destinos, devem, preferencialmente, ser identificados e registrados em
endereços eletrônicos, estar em bom estado de conservação, agrupados por categoria e sempre
preservar a integridade dos bens, Fagundes (2014). Armazenagem é a guarda de estoques
diversos dentro de um depósito que, que conta com uma estrutura física que engloba: paredes,
divisórias e coberturas, paletes, empilhadeiras, carrinhos e paleteiras.
Segundo Moura (2005), a armazenagem muitas vezes é confundida com estocagem e trocada
na prática, mas é necessário entender o significado de cada uma. Armazenagem é a
denominação genérica que inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda
temporária e à distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de distribuição,
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etc.) e estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém. Dentro de um
armazém podem existir vários pontos de estocagem. A estocagem é uma parte da
armazenagem.
O objetivo do processo de armazenagem é maximizar a utilização da mão de obra, utilização
dos equipamentos, melhorar a utilização do espaço, o controle das perdas, obsolescência, a
utilização da energia, controlar se o estoque esta girando ou não, ter o controle de todas as
mercadorias, controlar os serviços de atendimento aos consumidores e a produtividade.
A armazenagem é um termo apropriado para empresas de logística, no qual não tem
propriedade e sim a posse para buscar e entregar, enquanto que na estocagem o produto
pertence à empresa e o produto só será retirado da empresa quando for vendido.
2.3 Custos
O custo de estocagem é a soma todas as despesas que a empresa tem em função do volume do
estoque mantido. O custo de estocagem é proporcional ao volume de estoque e é também
muito relativo com os materiais que estão sendo estocados, pois se existir materiais de
pequeno porte, será necessário um espaço físico e uma estrutura pequena para que os
materiais possam ser armazenados, porém se tivermos um estoque com materiais de grande
porte será necessário além do espaço físico maior, equipamentos e pessoas para movimentar
tais materiais, além disso, será necessário pallets e prateleiras adequadas, o que fará com que
tenha nos custo um aumento significativo, Dias (2011).
Uma das maneiras de se garantir uma boa gestão de estoque é proceder ao reconhecimento e a
mensuração dos custos de estocagem. Ou seja, quanto custa ter, manter e não ter estoques
para atender aos clientes, pois todo estoque significa capital imobilizado, que uma vez
reduzido, melhora o fluxo de caixa, pois implica em otimizar as compras, e consequentemente
o desembolso.Significa disponibilizar capital para outras aplicações, entre elas, projetos de
interesses estratégicos para o negócio (FERREIRA; NUNES, 2005).
a) Custos de Estocagem
Existem várias técnicas de controlar os níveis de estoques otimizando os recursos disponíveis
e minimizando os custos gerados por estoque parado. Serão apresentadas algumas ferramentas
de controle de estoques discutidas por alguns autores.
Quanto maior a quantidade em estoque maior o custo de manutenção. Quanto maior o estoque
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menor será a necessidade de novas aquisições, os lotes de compra serão maiores, provocando
uma redução de custos nos momentos das compras e evitando que faltas de estoques ocorram,
atendendo assim as expectativas da demanda (POZO, 2010).
É preciso acompanhar as necessidades de estoque em relação à demanda, às oscilações do
mercado, às negociações com os fornecedores e a satisfação do cliente, melhorando os
recursos disponíveis para atender a demanda e minimizando os custos de estoques (POZO,
2010).
A quantidade e o tempo de permanência em estoque são variáveis que aumentam o custo, pois
quanto maior o estoque, maior foi o capital de investimento e quanto maior a permanência em
estoque, maior o capital parado. Grades quantidades em estoque geram mais necessidades de
pessoal para movimentação, trazendo como consequência a elevação dos custos. Caso o
estoque seja menor, o efeito é exatamente ao contrário (DIAS, 2011).
b) Custos de Armazenagem
Os estoques nos ajudam a compensar falhas da análise da demanda, permite programar a
produção sem que ocorra grandes oscilações, melhorando os recursos da manufatura , com
isso aumentará os estoques e consequentemente os custos (POZO, 2010).
Segundo Pozo (2010, p. 62), “para que possamos melhor administrar os estoques, devemos
calcular quais os custos que os afetam. Os fatores que compõem o custo de armazenagem são:
custo de edificações, manutenção, materiais e pessoal”. Para se calcular o custo de
armazenagem de determinado material pode utilizar a equação (DIAS, 2011):
Custo de Armazenagem = 𝑄
2 .T .P . I
Onde:
Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado
P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de porcentagem do custo
unitário
T = tempo considerado custo total dos pedidos de armazenagem.
Para que essa expressão seja válida, torna-se necessária a verificação de duas hipóteses:
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H0: O custo de armazenagem é proporcional ao estoque médio.
H1: O preço unitário deve ser considerado constante no período analisado. Se não for deve ser
tomado um valor médio.
c) Custos de Falta de Estoques
A falta de um bom planejamento e controle de estoques pode fazer com que ocorra faltas e
poderá acarretar no não cumprimento dos prazos de entregas dos produtos, o que pode
proporcionar multas por atrasos ou cancelamentos dos pedidos de compra dos clientes. Caso o
cliente não cancele o pedido a empresa fornecedora pode ter sua imagem desgastada, o custo
desse desgaste é elevado e difícil de medir. Não entregar ou atrasar a entrega pode gerar
grandes transtornos ao cliente, como abertura de concorrências e falta de confiabilidade
(POZO, 2010).
“Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão,
mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor” (DIAS,
2011, p. 38). Os custos de falta de estoques são determinados da seguinte maneira: perdas de
lucros, devido ao cancelamento do pedido ou da incapacidade de atendimento do pedido,
multas causadas pelo não cumprimento dos prazos estabelecidos em contrato, imagem
desgastada, beneficiando o concorrente, custos adicionais em que há necessidade de adquirir
materiais em terceiros para atender o cliente.
d) Custo de Reposição
“A avaliação dos custos de reposição tem por base a elevação dos custos a curto prazo em
relação a inflação” (DIAS, 2011, p.154). Para avaliação do custo de reposição pode ser
utilizado a equação:
Custo de Reposição (CR) = Preço Unitário (PU) + Acréscimo do Custo de Reposição.
Independente de qual método for utilizado, seja ele o Método Primeiro que Entra primeiro
que Sai (PEPS) ou Método Último que Entra Primeiro que Sai (UEPS) ou a Método da Média
Ponderada, ou qualquer outro tipo de análise o estoque final vai influenciar diretamente nos
custos dos bens vendidos. Se houver qualquer variação no valor do estoque, imediatamente os
custos operacionais e os lucros sofrerão alterações (DIAS, 2011).
e) Custos de Capital
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Segundo Bertaglia (2009, p. 346), “o custo de capital está relacionado ao custo do dinheiro
empatado no estoque. Dada a sua complexidade, esse custo é bastante subjetivo ainda que
represente um percentual extremamente alto na composição dos custos totais de estoque”.
Ballou (2006) afirma que os custos de capital são derivados do custo do dinheiro parado em
estoque e podem representar acima de 80% dos custos totais de estoque. O estoque representa
uma combinação de ativos e podem suprir sazonalidades e padrões de demanda. O custo do
capital pode variar entre a taxa máxima dos juros e o custo de oportunidade do capital. A
maioria das empresas usa seu custo médio do capital ou a taxa média de retorno. A taxa de
atratividade que é a taxa mínima de retorno sobre os investimentos aceitos pela empresa e
apontada por alguns especialistas como aquela que com maior exatidão reflete o verdadeiro
custo do capital.
O custo de capital em uma empresa representa as expectativas de remuneração de
financiamento. É essencial na decisão financeira e trás o retorno médio à empresa. Ele pode
ser usado como uma medida de avaliação da atratividade econômica para a análise de
desempenho e viabilidade operacional e de definição de uma estrutura ótima de capital. O
custo de capital é estabelecido pelas condições que obtém seus recursos financeiros no
mercado de capitais. É um método de medição de propostas de investimentos, ele é
direcionando ao objetivo de maximização da riqueza de seus proprietários. Serve para
determinar a atratividade econômica de qualquer proposta que exija a utilização de recursos
financeiros e com o objetivo de maximização de seu valor presente líquido e também para
avaliar a aceitabilidade de uma decisão financeira, segundo Assaf Neto, Lima e Araújo
(2008).
Para Assaf Neto, Lima e Araújo (2008, p. 73), o custo de capital é “determinado por uma
média dos custos de oportunidade do capital próprio e capital de terceiros, ponderados pelas
respectivas proporções utilizadas de capital, e líquidos do imposto de renda.” este custo é
conhecido na literatura financeira como custo médio ponderado de capital (WACC), para seu
cálculo usa-se a equação:
WACC = (Ke x WPL) + (Ki x WP)
em que:
Ke= custo de oportunidade do capital próprio;
WPL = proporção do capital próprio [PL/P+PL];
Ki = custo do capital de terceiros;
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WP = proporção do capital (oneroso) de terceiros [P/P+PL];
P, PL= respectivamente, passivo
O autores afirmam que trabalhar com custo de capital é a inexistência de um modelo
definitivo, ou seja, com a incerteza associada a cada decisão. Um cálculo correto deve haver o
risco do negócio e estar consciente que a estrutura de capital produz risco aos investidores. O
custo de capital não é simplesmente o custo do capital levantado pela empresa, ele depende do
uso dos fundos, do risco da decisão de investimento tomada. A remuneração dos fundos
fornecidos por credores e acionistas deve variar de acordo com os riscos envolvidos nas
decisões. Os proprietários de capital esperam ser remunerados a taxas que variem com o risco
assumido pelas oportunidades financeiras selecionadas.
2.4 Dimensionamento de Estoque
O dimensionamento de estoque deve levar em consideração: o lote econômico, o lote
econômico, o estoque mínimo/segurança, o giro de estoque e a curva ABC.
a) Lote Econômico
Em geral estocar um determinado item não é econômico se isso excede o custo de comprá-lo
ou produzi-lo de acordo com as necessidades. Embora estocar seja antieconômico, fazê-lo a
fim de atender e melhorar os serviços de atendimento ao cliente é uma decisão difícil porque é
impossível atribuir valores em dinheiro no que diz respeito a satisfação do cliente. A maior
dificuldade é que alguns itens podem ter o tempo de compra ou fabricação maior do que o
cliente deseja esperar, por isso é preciso fazer uma análise de item por item sobre o custo de
fabricação (DIAS, 2011).
Dois tipos de custos básicos afetam a decisão sobre quanto deve ser comprado de vez. Alguns
custos aumentam de acordo com que aumenta a medida que o pedido do material aumenta,
pois metade da quantidade solicitada estará em estoque. Esses custos estão ligados a
armazenagem dos materiais, incluindo espaço, seguro, juros, entre outros. Mas quando a
quantidade do material pedido aumenta, os custos diminuem, pois os custos fixos são
distribuídos por quantidades maiores (DIAS, 2011).
Quanto mais produtos forem comprados ou produzidos, maior será o custo de armazenagem,
devido a maior quantidade que deve ser armazenada. Já o custo total do pedido diminui
porque aumenta a quantidade de itens pedidos de só vez e a quantidade de pedidos emitidos
diminuirá, haverá despesas menores de emissão de pedidos de compra (DIAS, 2011).
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Lote econômico de compras
Quando temos estoque-reserva toda vez que se aumenta a quantidade a ser comprada,
aumentamos o estoque médio da nossa empresa propiciando aumento de custos de
armazenagem e obsolescência (DIAS, 2011).
Quando se aumenta as quantidades dos lotes de compra, é possível diminuir os custos do
pedido de compra e custo por unidade comprada. Porem é preciso fazer a análise, pois, temos
uma fonte que encoraja a mantermos estoques para facilitar o atendimento das necessidades,
mas por outro lado temos analisar se é viável manter estoque de determinados itens por causa
do aumento dos custos (POZO, 2010).
Lote Econômico de Compras Sem Faltas
Dias (2011, p. 86) “aponta como premissas para análises de lote econômico de compras sem
faltas, o consumo mensal é determinístico e com taxa constante e a reposição é instantânea
quando os estoques chegam ao nível zero.”
CT (Custo Total) = Custo Unitário do Item (período) + Custo de Pedido
(período) + Custo de Armazenagem (período)
O custo total do período também pode ser apresentado da seguinte forma:
CT = Custo total do período(t) x número de pedidos (período)
O custo unitário por período é o custo de aquisição das unidades = P (Preço unitário do item)
x Q (custo de aquisição da unidade)
O objetivo é tornar o custo total o menor possível, por isso o problema de minimizar o CT
pode ser considerado como problema de minimizar CT – P (Preço de compra) x C (Consumo
do item), como mostrado a seguir:
CT – P . C = B.𝐶
𝑄+ I .
𝑄
2
Lote Econômico de Compras com Faltas
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Nesse modelo admite haver ruptura de estoque, ou seja, faltas. Por esse motivo passamos a
acrescentar um novo custo de falta. Com a inclusão do custo de falta, obtemos a seguinte
formulação (DIAS 2011):
CT = preço do item (período) + custo de pedido (período) + custo de armazenagem (período)
+ custo de falta (período).
Com a fórmula de custo total no período de tempo T, teremos:
CT = P.Q + B + I .Tx .𝐸.𝑀𝑥
2+ CF .Ty .
𝐹
2
CF = Custo de falta do período
F = Quantidade faltante
Ty = Tempo decorrido de falta
Tx = Tempo do consumo normal
Podemos determinar o estoque máximo (E2.Mx) com a diferença entre o lote de compra (Q) e
a falta (F),
E.Mx = Q – F
b) Estoque Mínimo/Segurança
Para a administração do estoque, uma das mais importantes informações é a determinação do
estoque mínimo, também conhecida como estoque de segurança, pois está diretamente ligada
ao grau de imobilização financeira da empresa. O estoque mínimo é a quantidade mínima que
deve existir em um estoque, que cobre atrasos no ressuprimento, garantindo o funcionamento
do processo produtivo, sem interrupções (DIAS, 2011).
O estoque de segurança protege a empresa de imprevistos na demanda e no suprimento.
Atrasos de materiais ou aumentos no consumo podem gerar faltas de produtos. O consumidor
terá uma exigência diferente ao produto que levá-lo a esperar a sua disponibilidade. Os atrasos
podem ocorrer por vários motivos, como entrega de materiais com qualidade fora de
tolerância, materiais errados, problemas de transporte, atrasos de negociação, etc ., Bertaglia
(2009).
No ponto de pedido para a empresa, o estoque mínimo é essencial. Idealmente o estoque
mínimo poderia ser tão alto, que para todas as ocasiões nunca haveria falta de material de
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estoque. A armazenagem e os outros custos seriam elevados caso a quantidade representada
pela margem de segurança fosse permanente no estoque. Se a margem de segurança fosse
baixa, causaria custos de ruptura, que são os custos de não possuir os matérias disponíveis
quando necessários, acarretando em perdas de vendas, paralisação da produção, despesas para
apressar entregas, Dias (2011).
Pozo (2010) descreve estoque de segurança como um estoque reserva, a quantidade mínima
que deve haver em um estoque, com a finalidade de cobrir variações no sistema, como atrasos
no tempo de fornecimento, rejeição do lote de compra ou aumento da demanda do produto.
Sua finalidade é não causar transtornos aos clientes e não atrasar o processo produtivo e a
entrega do produto no mercado. O ideal é ter estoque igual a zero, mas nas empresas os
materiais não são utilizados de forma constante, o tempo de reposição não é fixo em razão das
variáveis de mercado, dificultando o estoque de segurança ser zero. As empresas necessitam
dar continuidade no processo produtivo com seu estoque de segurança devido aos fatores
existentes que atrapalham o bom funcionamento deste método, como a realidade das
organizações e as variáveis ambientais.
c) Giro de Estoque
Segundo Bertaglia (2009, p. 333), “o giro de estoque corresponde ao número de vezes em que
o estoque é totalmente consumido durante um determinado período. Esse indicador é
calculado com base na relação do volume de vendas do ano dividido pelo capital médio
investido em estoque.”
Esse indicador é usado para comparar o desempenho das empresas. Um índice alto de giro de
estoque pode sugerir um alto retorno de capital, mas não indica que se deve manter o estoque.
A fórmula para o cálculo do giro de estoque segundo Bertaglia (2009, p. 334) é:
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 (𝑅$)
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑅$) ou 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 =
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 (𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)
Em que:
vendas anuais correspondem ao valor ou quantidade vendida durante o período de um
ano;
estoque médio corresponde à quantidade média ou valor médio mantido em estoque.
Segundo Pozo (2010, p. 35), giro de estoque “é a avaliação do capital investido em estoques
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comparado com o custo das vendas anuais (R), ou da quantidade média de materiais em
estoque dividido pelo custo anual das vendas.” A fórmula a seguir representa o modelo de
cálculo do giro de estoque:
Giro do Estoque = Custo das Vendas Anuais ÷ Estoque → R = CV ÷ E
Existe uma ilusão que estoques girem mais vezes do que a realidade. O estoque inclui
matéria-prima, produtos acabados e outros, estando eles associado a um custo. Os produtos
acabados apresentam uma maior segurança se o estoque de uma empresa for o menor capital
de giro líquido, pois levam menos tempo para serem transformados em dinheiro, Moura
(2005).
d) Curva ABC
A Curva ABC é fundamentada na proposição do economista Vilfredo Pareto, que trata da
classificação estatística de materiais e considera a importância dos mesmos. Utiliza-se
também para a classificação de clientes com a quantidade de produtos comprados ou na
lucratividade e pelos lucros na classificação dos produtos, Pinto (2002). O autor afirma que
em uma organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoque, definir
políticas de vendas, estabelecer prioridades, programar a produção. No estoque, essa
ferramenta é fundamental, pois informa ao administrador a necessidade de aquisição de itens
essenciais no controle de estoque. Em seus resultados, pode-se conferir o giro de estoque o
nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da organização.
A curva ABC, consiste em separar os itens que devem ser administrados fortemente nas
empresas que são mantidos em estoque, nas classes de acordo com o valor total consumido.
Os itens classificados como A que são os mais significativos, representam de 20% a 80%
dependendo de sua quantidade e os termos de valor. Os itens B correspondem 30% da
quantidade e 15% do valor e os itens C representam 50% da quantidade e 5% do valor,
Bertaglia (2009).
Segundo Dias (2011, p.77), depois dos itens terem sido ordenados de acordo com sua
importância, as classes ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:
Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados
com uma atenção especial pela administração.
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A
e C.
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Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca
atenção por parte da administração
A classificação ABC nas empresas é utilizada para controlar os estoques de uma forma mais
econômica, diminuindo gastos com capital investido desnecessariamente e com os custos
operacionais. É necessário conhecer os tipos de estoques e suas classificações para
implementar técnicas adequadas de gestão, Fialho et al (2010).
De acordo com Ballou (2006), uma prática comum em estoque é classificar seus produtos e
utilizar uma política adequada para cada categoria. Isso faz sentido para a empresa que
considera que seus produtos têm importância igual em termos de vendas, margem de lucros,
fatia de mercado ou competitividade. Aplicando uma política adequada para a classificação
nos estoques é mais fácil de atingir metas positivas com níveis de estoques menores de cada
grupo do que aplicar uma política para todos os produtos.
Segundo Pozo (2010), a Curva ABC é utilizada especificamente nos estoques de produtos
acabados, vendas, prioridades de programação da produção, tomada de preços em
suprimentos e dimensionamento de estoque. Este método leva a empresa a tomar uma decisão
mais rápida com um resultado positivo.
3 Metodologia da Pesquisa
A pesquisa classifica-se como uma pesquisa exploratória com abordagem quantitativa, que
promove um maior conhecimento referente ao problema de pesquisa em questão, define
objetivo, busca mais informações sobre o assunto de estudo e orienta a formulação de
hipóteses.
Segundo Marconi e Lakatos(1996) e Levin (1985) a população a ser pesquisada ou universo
da pesquisa, é definida como o conjunto de indivíduos que partilham de, pelo menos, uma
característica em comum. Dessa forma, o universo dessa pesquisa é formado por uma
empresa de fabricação de EPI’s. A empresa que participou da pesquisa é a Iturri Coimpar
Indústria e Comércio de EPI Ltda que trabalha com equipamentos de segurança e proteção de
pessoas, processos, produtos e ambiente, proporcionando-lhes soluções personalizadas,
inovadoras e sustentáveis.
Essa pesquisa utilizou alguns instrumentos de pesquisa bem como a observação feita pelos
autores do presente trabalho, que possibilita uma análise descritiva de determinado objeto de
estudo; entrevista livre feita com os funcionários da área de estoque da empresa pesquisada
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que possibilitou uma visão subjetiva, sem questões pré-definidas, assemelham-se mais a uma
conversa. Os relatórios disponibilizados, onde contém o controle de estoque atual da
empresa, levantamento bibliográfico, que é o referencial teórico, utilizado na pesquisa para
colocar em prática o que já se foi pesquisado por diversos autores. O site: www.iturri.com que
disponibilizou o histórico da empresa. Utilizaremos para análise planilhas de Excel e o SAC
sistema informatizado utilizado atualmente pela empresa Iturri Coimpar Indústria e Comércio
de EPI Ltda.
O método utilizado para a pesquisa foi o estudo de caso em que foram feitas análises de
ocorrências e formas de trabalho no setor de estoque da empresa Iturri Coimpar Indústria e
Comércio de EPI Ltda.
Foram utilizados dados quantitativos para a pesquisa. Os dados quantitativos foram utilizados
para a pesquisa de custo de estocagem da empresa em análise. Coletou-se dados dos
históricos de consumo, lead times de fornecedores, lead times da empresa em estudo,
consumo mensais de contratos com clientes, compras realizadas para cada item, relatório de
vendas, tempo de armazenagem, custos com mão de obra, custos indiretos, relatório de itens
não fornecidos, quantidade de pedidos colocados para cada item, análise da planilha de re-
aprovisionamento de estoques, custos de cada item e o cenário atual do estoque da empresa.
Para a presente pesquisa foi realizado solicitação formalmente de autorização para o estudo do
cenário da empresa Iturri Coimpar Indústria e Comércio de EPI Ltda, onde foi assinada pela
diretoria da empresa a carta de autorização do estudo e a publicação dos dados da empresa
necessários para o trabalho.
4 Resultados
O Grupo ITURRI está focado a ajudar os seus clientes em matéria de segurança e proteção de
pessoas, processos, produtos e ambiente, proporcionando-lhes soluções personalizadas,
inovadoras e sustentáveis. Se aposta na fabricação e distribuição de vestimenta técnica,
calçado militar e veículos de combate a incêndio com um alto componente técnico e inovador.
A grande diferença é a capacidade de fornecer soluções sob medida com base na proximidade
pessoal com o cliente, uma compreensão profunda de seus problemas e seu conhecimento
global. Já que ITURRI é uma empresa multiproduto, multipaís, multissetor. A empresa Iturri
Coimpar Comércio de EPI’sLtda, localizada na Av. Getúlio Vargas, 100, Bairro Centro
Industrial, cidade de João Monlevade, Minas Gerais. É uma empresa que possui lojas
incompany em alguns dos seus clientes, com estoques de produtos específicos de acordo com
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cada necessidade (ITURRI, 2016, on line)
O estudo apresenta importância que a acuracidade dos estoques pode beneficiar uma
organização. Foram abordadas algumas situações de relevância e necessidade de mapeamento
e controle, verificando assim os possíveis problemas que a falta de acuracidade pode causar
nas empresas.
Análise elaborada na Empresa ITURRI a respeito de seu estoque constatou que no ano de
2014/2015 possuía uma quantidade elevada de produtos em estoque, e os mesmos eram
produtos que já se encontrava no local de anos anteriores ao estudo. Após a triagem dos itens
foi constatado que apenas 19 produtos foram adquiridos realmente nos anos de 2014/2015.
Portanto, o primeiro resultado alcançando foi que dos mais de 100 itens apenas 19 deles
foram realmente adquiridos no ano de 2014/2015, pois anteriormente a empresa não possuía
um controle efetivo de estoque tendo um aumento de produtos parados. Com isso observamos
que a falta de planejamento de uma empresa acarreta o acumulo de produtos sem saída,
acarretando ainda transtornos financeiros. E com tal estudo, onde foram classificados os
produtos auxiliando no reconhecimento de quais são os itens que possuem o maior e a menor
importância no estoque. A tabela 1 apresenta a relação dos itens analisados.
Tabela 1. Lista de produtos analisados
Códig
o
Produto Código Produto
00022
-2
Cartucho Vap/G. Acidos 6003/60 00634-
7
Espuma Interna De Reposicao
218
00050
-5
Respirador Concha N/Valvul
Novo
00641-
5
Kit Abafador De Ruido Mark V
Gre
00053
-6
Respirador 8822 Concha Valvul
No
00643-
9
Kit Protetor Facial Msa 200 Inco
00225
-7
Mascara Celeron Visor Artic. C/C 00660-
6
*Selo Acolchoado Rep.218.068
00280
-6
Luva 10 At Tipo Ii 2,5 Kv Classe 00667-
5
Luva T.G 157 Preta Ad Latex
Talc
00325
-4
Suspensao P/Capacete Celeron 59 00685-
9
Protetor Aur.Pomp Plus Cordao
Po
00520
-3
*Oculos Et 30c Incolor 00755-
9
Luva Pvc C/Forro 36cm 102a T9
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00601
-9
Creme P/Maos Indus Azul Pote
200
00776-
4
Protetor Aur. Tipo Abafador
Qm24
00602
-6
*Creme P/Maos Water Proof
Verm P
00794-
8
Oculos S1/9 Inc T.48 Lente Crist
00626
-2
Susp Carneira Pushkey C/Jugular
Fonte: Elaborada pelas autoras
Análise da Sazonalidade
O gráfico 1 apresenta as compras dos itens que compõem o estoque realizadas em 2014. Os
dois itens que representam o maior volume de compra são 00053-0 (RESPIRADOR 8822
CONCHA VALVUL NO) e o 00685-9 (PROTETOR AUR. POMP PLUS CORDAO PO).
Constatou-se que não uma regularidade na aquisição de produtos. A reposição na maioria das
vezes se fez em função da demanda do cliente.
Gráfico 1 Comportamento das compras dos itens do estoque - 2014
Fonte: Elaborada pelas autoras
Com gráfico 2 apresenta as compras realizadas no ano de 2015. Observa-se alteração no
comportamento de compra, no mês de janeiro o item que obteve maior volume de compra foi
o 00685-9 (PROTETOR AUR. POMP PLUS CORDAO PO). Para os demais meses o
comportamento foi similar ao ano de 2014, com exceção do mês de julho, que não houve
nenhuma compra.
Gráfico 2 Comportamento das compras dos itens do estoque - 2015
-
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
7.000,00
8.000,00
9.000,00
jan
/14
fev/
14
mar
/14
abr/
14
mai
/14
jun
/14
jul/
14
ago
/14
set/
14
ou
t/1
4
no
v/1
4
dez
/14
00634-700667-500660-600794-800755-900022-200325-400520-300225-700602-600776-400280-600601-900050-500626-200641-500643-900685-900053-6
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Fonte: Elaborada pelas autoras
Aplicação da Curva ABC
Na empresa em questão o Sistema ABC foi instalado para que pudesse auxiliar na
diferenciação dos materiais que ali encontram estocados em seu almoxarifado, gerando sua
classificação, fundamentada em valores e utilização. Sendo assim os colaboradores
responsáveis pelo planejamento e controle de estoque poderão conter-se o fluxo de material, o
giro de estoque, o que entra e saí e adquirir, comprar ou transferir de outra unidade apenas o
necessário para uso ou mesmo em cima de um ponto de pedido, conforme a utilização de
maior saída do produto de fábrica.
Os itens analisados no grupo “A” são aqueles que necessitam de maior controle de volume e
face volume de circulação maior que tem onde representam 70,93% do valor total do estoque.
Requer um controle rigoroso, por serem produtos de maior saída onde a compra dele em
número inferior a sua saída acarreta um desconforto à organização e ao cliente por não
atendimento de seu desejo e a compra excessiva de tal produto coloca o meu estoque parado e
consequentemente o dinheiro também tendo uma baixa rotatividade no mesmo.
No grupo “B” os itens que se são representados em 23,78% do valor de estoque são
considerados economicamente preciosos, depois do grupo “A”. Já no grupo “C” os materiais
requerem um controle apenas rotineiro, uma vez que seus custos são considerados pequenos.
Representam aproximadamente 5,29% do valor total do estoque.
De acordo com o método de análise, os itens da curva ABC são divididos em classes baseados
na porcentagem do valor total acumulado. Na tabela 2 tem a classificação do ano de 2014,
observa-se que 3 (três) itens compõem a classe A da curva e representam 70,93% do total; a
-
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
7.000,00
jan
/15
fev/
15
mar
/15
abr/
15
mai
/15
jun
/15
jul/
15
ago
/15
set/
15
ou
t/1
5
no
v/1
5
dez
/15
00634-700667-500660-600794-800755-900022-200325-400520-300225-700602-600776-400280-600601-900050-500626-200641-500643-900685-900053-6
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classe B é composta por 4 (quatro) itens e totalizando 23,78%, enquanto que a classe C é
composta por 12 (doze) itens e representam 5,29%.
Tabela 2 Classificação dos Itens nas Classes A, B e C - 2014
Fonte: Elaborada pelas autoras
Na tabela 3 tem a classificação do ano de 2015 demonstrando que o primeiro do estoque
sozinho corresponde quase que a metade do valor total do custo. A classe A é composta por 2
(dois) produtos e em conjunto representam 75,11%; a classe B continua sendo composta por 4
(quatro) produtos e totalizando 19,24%, enquanto que a classe C é composta por 13 (treze)
itens e representam 5,65%.
Tabela 3 Classificação dos Itens nas Classes A, B e C - 2015
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Fonte: Elaborada pelas autoras
Os itens da Classe A, por representam menos que 16% no total dos itens, mas tem mais da
metade do valor investido pela empresa Iturri e devem conservar um estoque de segurança
baixo, contanto que seja satisfatório para cobrir o atendimento contínuo. Recomenda-se
também manter um alto índice de rotatividade, pois admite maior capital de giro. Para os itens
da Classe B, mesmo com importância relativa no investimento, recomenda-se ter um estoque
baixo e maior constância de pedidos. Nos itens classificados como C, mesmo exibindo mais
da metade do total de itens, deve reduzir a frequência de compra desses produtos, para manter
níveis maiores de estoques.
Custos de armazenagem
Os custos de armazenagem (CA) são feitos através de formulas e são necessários vários dados
como, quantidade do material em estoque no tempo considerado (Q), preço unitário de cada
item (P), a taxa de armazenagem (I) e o tempo de que o material ficou armazenado (T), a
equação utilizada para cálculo foi:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
2∗ 𝑇 ∗ 𝑃 ∗ 𝐼
Para o cálculo do custo de armazenagem, tabelas 4 e 5, levou-se em consideração a
quantidade de material em estoque no período determinado de 12 meses (Q), o tempo que o
material permaneceu em estoque, o preço de compra de cada item, o consumo anual (C) de
cada material e a taxa de armazenamento físico. Foram levantados dados do ano de 2014 e
2015, respectivamente.
Tabela 4 Custos de Armazenagem 2014.
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Fonte: Elaborada pelas autoras
Na tabela 4, estão todos os dados utilizados para o custo de armazenagem de 2015. Foram
utilizados os mesmos parâmetros calculados para o ano de 2014.
Tabela 5 Custos de Armazenagem 2015.
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Fonte: Elaborada pelas autoras
Custo total anual de pedidos (CTP)
Para os cálculos do custo anual de colocação de pedidos para cada item é necessário o custo
da mão de obra que realiza a solicitação de compra de cada pedido, os custos com materiais
utilizados para realização dos pedidos, como papeis, envelopes, canetas, grampos, etc., custos
indiretos como, despesas com telefones, luz, água e internet. Para encontrar o custo total são
somadas todas as despesas e custos, tabela 6 (2014) e tabela 7 (2015).
Tabela 6 Custos para emissão de pedidos 2014
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela 7 Custos para emissão de pedidos 2015
Fonte: Elaborada pelas autoras
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Custo unitário de pedidos
Para encontrar os custo unitário de pedidos (B) tabela 6 e tabela 7, o custo total de cada
pedido (CTP) é dividido pelo número de pedidos colocados no período determinado, para este
estudo utilizou o período de 12 meses. Para o ano de 2014 o custo foi de R$ 259,78 e para
2015 o custo foi de R$ 213,13.
Custo pela falta de produtos
Nos período analisados apenas 2 (dois) produtos apresentaram quantidade insuficiente para
atender a demanda. No ano de 2014 faltaram 43 produtos do 00053-6 (RESPIRADOR 8822
CONCHA VALVUL NO) cujo custo pela falta foi apurado no valor de R$58,48 e faltaram 2
(dois) produtos do 00643-9 (KIT PROTETOR FACIAL MSA 200 INCO) no valor de
R$24,26. Para o ano de 2015 forma os mesmos produtos, sendo 21 (R$41,37) e 3 (R$101,16),
respectivamente.
Apuração do custo total de estoque (CT)
Para a apuração do custo total de estocagem considera o custo de armazenagem, o custo do
pedido e o custo pela falta do produto. As tabelas 8 e 9 apresentam os custos de estocagem
para os anos de 2014 e 2015, respectivamente.
Tabela 8 Custo total de estoque 2014
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Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela 9 Custo total de estoque 2015
Fonte: Elaborada pelas autoras
Considerando o valor total encontrado no ano se dividirmos pelo número de meses analisados,
entramos o custo médio mensal de estocagem. Para o ano de 2014 foi no montante de
R$9.808,51. Há uma redução neste custo em relação ao ano de 2015 que passou a ser de
R$7.830,60.
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5 Conclusão
O objetivo do trabalho foi identificar Custo de estocagem de equipamentos de proteção
individual da empresa Iturri Coimpar Indústria e Comércio de EPI Ltda. O custo de
estocagem é considerado de suma importância no atendimento aos requisitos do cliente. Este
custo representa a despesa que a empresa deverá ter para manter determinadas quantidades de
materiais em seu estoque.
Constatou-se a grande importância de uma gestão de estoque bem feita e indispensável para
uma perfeita avaliação financeira do estoque, evitando custos desnecessários para a empresa
analisada.
No ano de 2015 houve uma considerada redução no custo de armazenagem em relação ao ano
de 2014. Isso se da aos novos processos de gestão que começaram a ser implantados na
empresa no ano de 2015. Em 2014 as compras eram chamadas de estratégicas, onde se
comprava grandes lotes de produtos com preços reduzidos sem uma prévia análise da
demanda dos clientes. Por esse motivo os estoques de alguns produtos se tornavam altos. Em
2015 essa política começou a mudar. Iniciou-se a análise de item a item, verificando a
demanda, a quantidade necessária de cada produto no estoque para atender a demanda do
cliente. Essa nova análise de estoques reduziu o custo de armazenagem e aumentou a
rotatividade dos produtos.
O processo de gestão de 2014 não era adequado para a empresa porque acreditava que
comprando grandes lotes de produtos por menores preços reduziriam os custos de
armazenagem. Esta análise aumentava os custos uma vez que grandes partes dos estoques
ficavam parados durante meses. O modelo de gestão de 2015 é o mais adequado, pois,
verifica-se a real necessidade e controla as compras para que os materiais não permaneçam
por muito tempo no estoque.
As informações atualizadas de 'quanto' e 'quando' é necessário o suprimento do estoque, o
conhecimento dos custos de armazenagem, custos unitários de pedidos, apuração do custo
total de estoques, aquisição e quantidade de estoques para atender as necessidades de
consumo são vistos como principais resultados do estudo. Essa análise é muito importante
para padronização de modelos de Gestão de Estoques na empresa. Pode-se destacar também a
redução de custos significativos, melhorias no sistema de compras, melhorias no sistema de
gestão de estoques e no nível de atendimento ao cliente. Como consequência trouxe dados
mais concretos para que essas análises fossem efetuadas. O conjunto de planilhas de controles
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foram ferramentas essenciais para tal análise do estudo e tornou o processo de gestão de
estoques mais funcional e dinâmico. Com o controle de estoques a empresa se tornou mais
competitiva no mercado.
Apresentou-se neste trabalho, a importância de levantar os custos de estocagem em uma
empresa e alguns métodos de controle. Realizou um estudo de caso, em que se observou
através da implantação do método da curva ABC, que o controle feito anteriormente pela
empresa não era eficiente, devido ao acúmulo de alguns itens no estoque sem giro, ficando
com capital parado, aumentando o custo de oportunidade, houve custo pela falta de produtos,
perdendo lucro através dos mesmos.
Percebeu-se com este estudo, que a aplicação de métodos de melhoria em estoque e controle,
peças excedentes no estoque geram custos de estocagem desnecessários para a empresa, o
controle do estoque deve ser cumprido em todos os itens do estoque, principalmente os que
encontrão na classificação A e B, devido ao seu maior volume e circulação. Empresa de
pequeno porte, devem se preocupar ainda mais com o seu controle de estoque, pois deve levar
em consideração todos os lucros prováveis para se manter no mercado.
Em suma, através deste trabalho, conclui-se que a metodologia de custo de estocagem deve
ser analisada pela empresa e implantada este controle, devido ao desaproveitamento de
estoque com perda de espaço físico e perdas de investimento ou o próprio lucro.
6 Referências
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