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1 RELATÓRIO DA FASE 2 VERSÃO FINAL 13/11/2017 ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE Custo de Produção da Madeira de Eucalipto

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1

RELATÓRIO DA FASE 2 – VERSÃO FINAL

13/11/2017

ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE

Custo de Produção da Madeira de Eucalipto

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Fase 2 – Versão Final

1

SUMÁRIO EXECUTIVO

PREAMBULO

O presente relatório faz parte de um trabalho em três fases, que visa a determinar o

potencial da geração de eletricidade no Brasil a partir de madeira de eucalipto, a

madeira sendo oriunda de plantios comerciais ou em reservas legais sendo recompostas.

• A primeira fase avalia a disponibilidade de áreas para a implantação de plantios,

considerando critérios técnicos (por exemplo, a proximidade de linhas de

transmissão ou distribuição e a disponibilidade de água) e socio-ambientais (por

exemplo exclusão de reservas ambientais ou indígenas). Ela também define

mesorregiões de plantio potencial que apresentam homogeneidade em função do

bioma, da existência ou não de polo de florestas plantadas, condições e custos de

silvicultura, preços e disponibilidade de terras, e classifica estas regiões em

função destes critérios.

• A segunda fase avalia os aspectos econômicos da produção de madeira de

eucalipto por fins energéticos ou para as indústrias de processo, que são: (i) o

custo de investimento (ii) o custo de produção e (iii) o preço alvo de venda posto

na indústria para conseguir a rentabilidade desejada pelos investidores.

Consolida estes aspetos com aspetos agrários (disponibilidade de terras e

facilidade de regulação documental), socioambientais (aceitação social,

facilidade de licenciamento ambiental, presença de pastagens degradas,

condições hídricas favoráveis), e florestais (produtividade, existência de mercado

florestal ativo e facilidade da logística), considerados na fase 1 para definir uma

atratividade global da produção de madeira de eucalipto. Nesta consolidação, o

valor da terra usado na Fase 1 não aparece explicitamente, pois está embutido

como um dos parâmetros que define o custo de produção da madeira.

• A terceira fase avalia os aspetos econômicos da produção de eletricidade a partir

de madeira de eucalipto considerando os custos de madeira calculados na Fase 2,

portes de termelétricas de 5 a 150 MW e diferentes tecnologias. Consolida estes

aspetos com aspetos agrários, sociais ambientais e florestais para definir uma

atratividade global de geração de eletricidade com eucalipto. Nesta consolidação,

os parâmetros de disponibilidade de terras usados nas fases 1 e 2 são refinados

em função das necessidades de terras específicas para cada combinação de tipo

de projeto florestal x potência de termelétrica.

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Fase 2 – Versão Final

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METODOLOGIA DA FASE 2

O custo de investimento, custo de produção sem e com custo de capital, e o preço alvo

de venda – definido como o preço posto na indústria com casca necessário para

conseguir a rentabilidade desejada pelos investidores foram calculados:

• Para as 11 mesorregiões definidas na Fase 1 (Figura 1). Este nível de

granularidade foi estabelecido a fim de atender os requisitos da proposta,

considerando a alta dispersão de produtividades florestais – o principal fator de

custo - entre talhões próximos numa região, e o fato que as áreas com as

melhores condições edafoclimáticas geralmente tendem a ser as mais caras - o

que traz os custos de produção de todas áreas para a média..

Figura 1. Abrangência das mesorregiões

Fonte: Relatório da Fase 1

• Para dois grandes tipos de projeto florestal (Tabela 1):

- plantio comercial com possibilidade de rebrota

- recomposição de reserva legal com conjunto de plantios de eucalipto e árvores

nativas

• Por diferença entre as declarações de resultados do exercício e os fluxos de caixa

entre o projeto florestal e uma situação de referência (Tabela 2). A situação de

referência corresponde a um uso ou manejo alternativo da mesma área. Na hora

de escolher uma alternativa de uso/manejo, o dono de terras considera entre

outros critérios as diferenças de custos e de rentabilidade.

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Fase 2 – Versão Final

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Para cada projeto florestal, foram introduzidas várias situações de referência

potenciais, uma das quais tende a ser a mais provável. Por exemplo:

- se o desenvolvedor do projeto florestal considera plantios comerciais sobre

terras também adequadas para criação de gado, a referência a mais provável é o

arrendamento efetivo das terras para pastagem, ou seja, o modelo financeiro do

projeto florestal deve provavelmente incluir um gasto igual ao custo de aluguel

das terras como pastagem. Porém, por alguma razão, o desenvolvedor pode não

querer ter gado nas terras e neste caso, a referência é de não ter um custo de

oportunidade ligado às terras.- se o projeto florestal for implantado em reservas

legais, o desenvolvedor teria como alternativas uma regeneração sem

monitoramento ambiental (o caso o mais frequente hoje), uma regeneração com

monitoramento ambiental (o caso mínimo conforme a lei) ou uma regeneração

ativa com replantio com mudas nativas.

Considerou-se que o dono do projeto florestal paga com capital próprio todos os custos

de preparação do projeto florestal, silviculturais e de manejo da floresta (e os custos de

uso da terra, conforme a situação de referência), cujo total até a primeira colheita entra

na definição do custo de investimento.

Para qualquer operação internalizada usando uma máquina, o custo de compra não

entrou no modelo financeiro como um valor inicial, mas como um leasing, ou seja:

• Para silvicultura: custo de uso por hectare;

• Para colheita ou transporte: custo por hora e depois custo por m³ de madeira.

Tabela 1. Definição dos tipos de projeto florestal

Modalidade Definição Manejo potencial Número de mudas por

hectare plantado

Plantio

comercial

com

possibilidade

de rebrota

Todas as áreas plantáveis,

fora as reservas

ambientais, são plantadas

com 100% de eucalipto.

A rebrota - se tiver mais

de uma rotação por ciclo -

é manejada para manter a

melhor produtividade

possível (padrão mais

comum) ou não é

manejada, para reduzir os

custos de investimento.

1 a 10 ciclos

1 a 4 rotações por

ciclo

Sem desbaste antes

do corte raso

Todas as rotações

com prazo idêntico,

podendo ser de 5, 6,

7, 8, 9 ou 10 anos.

100% de mudas de eucalipto

em mercados florestais

maduros e de fronteira,

conforme as melhores

práticas silviculturais

atualmente em uso para a

produção de madeira de

eucalipto de processo.

Em regiões incipientes de

Cerrado e Amazônia,

estimativa por analogia com

o MAPITO.

Recomposição

de RL com

conjunto de

plantios de

eucalipto e

A reserva legal é

totalmente plantada com

25% ou 50% de mudas de

eucalipto e 75% ou 50%

de mudas de árvores

Somente 1 ciclo com

1 a 4 rotações.

Sem desbaste1 antes

do corte raso.

Número total de mudas (de

nativas e eucalipto) por

hectare idêntico ao regime de

plantio comercial com o uso

1 O desbaste é um corte intermediário de parte das árvores antes do corte raso. Com o desbaste, o volume total de madeira

colhido é menor do que em regime de corte raso simples, mas como as árvores que ficam até o corte raso atingem um

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Fase 2 – Versão Final

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árvores

nativas

nativas e usa-se o maior

grau possível de

mecanização.

Todas as rotações

com prazo idêntico,

podendo ser de 5, 6,

7, 8, 9 ou 10 anos.

do manejo de rebrota.

Isto permite maximizar a

produção de madeira de

eucalipto.

Tabela 2. Situações de referência para os projetos florestais

Projeto florestal Situação de referência Descrição

Plantio comercial

com possibilidade

de rebrota

Terra sem valorização Não entra nenhum valor em relação ao uso da

terra no modelo financeiro – pouco utilizado

Custo de terra a valor de

mercado

A terra usada para o empreendimento florestal

recebe um arrendamento anual conforme valor

do mercado – isto precifica o custo da terra

Recomposição de

RL – 50% de

eucalipto

OU

Recomposição de

RL – 25% de

eucalipto

Área sem acompanhamento A reserva legal não tem eucalipto, não está

ativamente manejada nem monitorada. Não

tem nenhum custo envolvido.

Regeneração natural com

monitoramento

A reserva legal não tem qualquer tipo de

plantio, e a terra não tem custo de uso, mas

existem custos indiretos.

Área recuperada com 100% de

árvores nativas

A reserva legal é plantada somente com

árvores nativas; o número de mudas por

hectare é 50% do número total de mudas no

caso da recomposição por parte com eucalipto.

As operações silviculturais são manuais.

Os custos indiretos são iguais aos de recom-

posição de RL com 25% ou 50% de eucalipto.

A terra não tem custo de oportunidade sobre o

uso.

PRINCIPAIS LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O estudo apresenta as seguintes limitações metodológicas:

• Os dados são baseados em bancos de dados, dados secundários e entrevistas, sem

levantamento de campo.

• As curvas de crescimento e propriedades físicas da madeira são baseadas

somente na espécie de eucalipto E. Urograndis.

• O manejo considerou somente um corte raso, com 5 a 10 anos de idade, sem

possibilidade de expandir a idade ou executar um desbaste intermediário.

• A única fonte de recursos para o investimento é capital próprio, ou seja, não foi

considerado financiamento por dívida nem subsídios. Estima-se que o

diâmetro maior, em função do mercado, o preço de venda de parte das toras e a rentabilidade podem ser maiores. Porém,

o consumo de toras grossas de eucalipto é baixo globalmente no Brasil em relação a pinus e estagnante, de tal forma que o

regime sem desbaste é o mais adequado para o estudo.

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Fase 2 – Versão Final

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financiamento pelo BNDES de 50% da silvicultura com taxas de juros

comparáveis às taxas para o financiamento de termelétricas a biomassa

permitiria uma redução do preço alvo de venda da madeira de ao máximo 10%

do preço alvo da madeira em pé e poderia até levar a um leve aumento deste

preço.

• O modelo não contempla o capital de giro e também não considera o impacto da

inflação nos custos ou nas receitas. Esta abordagem é o padrão o mais comum

para analisar projetos florestais. A não incorporação do capital de giro conduz a

superestimar a rentabilidade (de menos de 0.1% em termos absolutos) do projeto.

A não consideração da inflação não tem nenhum impacto na rentabilidade

quando o regime de deduções é Cumulativo, a venda de madeira não produz

nenhum pagamento de ICMS e o regime de impostos de renda é de Lucro Real, o

que corresponde à grande maioria dos projetos florestais, na prática (receitas

anuais de menos de 76 milhões R$ e vendas no mesmo Estado). Nos outros

casos, a premissa do modelo conduz a superestimar a rentabilidade do projeto, de

até 0.5% em termos absolutos.

Existe um alto grau de incerteza em relação às condições efetivas, custos de silvicultura

e produtividade dos plantios de eucalipto em reserva legal, o que gera também uma

incerteza expressiva sobre o ganho econômico de plantar eucalipto juntamente com

árvores nativas, em relação a recompor a reserva somente com árvores nativas.

Existem também incertezas para o plantio comercial em relação às (i) curvas de

crescimento de eucalipto além dos 7 anos e (ii) perdas de produtividade nas rotações

seguintes à 2ª rotação com manejo ativo de rebrota e a partir da 1º rotação sem manejo

ativo. Porém, estes dados correspondem a manejos pouco praticados hoje.

PLANTIOS COMERCIAIS CONVENCIONAIS2

O custo de investimento - que inclui todos os gastos em silvicultura, custos de gestão e

arrendamento da terra do inicio de preparação do projeto florestal até a primeira colheita

- é relativamente homogêneo entre mesorregiões. Ele varia de R$ 7.300 por hectare no

Pampa Gaúcho a R$ 9.900 por hectare no Cerrado (Figura 2).

2 Projeto padrão de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal, e incorporando o custo de uso

da terra. São 2 rotações de 7 anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 25 anos.

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Fase 2 – Versão Final

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Figura 2. Sensibilidade do custo de investimento à mesorregião para um plantio comercial

Em relação ao preço alvo de venda, definem-se três classes de mesorregiões (Figura 3):

• Mato Grosso do Sul, o Norte ES + BA, Paraná + Santa Catarina, e São Paulo,

com mercado florestal maduro e altas produtividades florestais: de R$ 86 a

92/m³.

• As duas mesorregiões de Minas Gerais e as duas mesorregiões do Rio Grande do

Sul, com produtividades médias a baixas, mas custos silviculturais

equivalentemente médios a baixos: de R$ 96 a 109 /m³.

• CERRADO, MAPITO e Amazônia, com mercado florestal incipiente ou

fronteira, baixas produtividades e altos custos silviculturais: de R$ 132 a 157/m³.

Nota-se que este ranqueamento difere daquele da Fase 1 por ter uma visão econômica

mais ampla. Assim, a região MAPITO estava considerada favorável na fase 1 por ter

custos de terras alta, mas cai em atratividade quando considera-se o custo de produção

da madeira.

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Figura 3. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial

A maioria das mesorregiões tem uma nota neutra (Tabela 3). Somente o Mato Grosso do

Sul aparece globalmente atraente, graças à boa atratividade nos aspetos agrários,

socioambientais e florestais, e uma nota neutra em relação aos aspetos econômicos. A

Serra Gaúcha e o MAPITO são as duas mesorregiões destacadas como as menos

atraentes, por terem notas baixas em relação a dois dos quatro critérios, no mínimo. O

ranqueamento do Mato Grosso e da Serra Gaúcha é consistente com a Fase 1 deste

projeto, porém o MAPITO tinha sido considerado como uma das regiões prioritárias.

Isto é porque a análise econômica da Fase 1 focava no preço das terras, enquanto a Fase

2 analisa o custo global de produção da madeira, onde o preço de terra tem um papel

relativamente limitado em relação a outros critérios, tais quais a produtividade florestal,

o prêmio de risco pedido por investidores, e os custos silviculturais.

Tabela 3. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para o plantio comercial convencional nas diferentes mesorregiões

PLANTIOS DE EUCALIPTO EM RESERVA LEGAL SE

A SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA FOR A REGENERAÇÃO NATURAL

A incerteza em relação aos custos e produtividades florestais efetivos é alta, porém pode

ser concluído que este cenário é pouco atraente porque os custos de investimento são

Agrários Socio-ambientais Florestais Econômicos Total

Mato Grosso do Sul

Pampa Gaúcho

Serra Gaúcha

Paraná e Santa Catarina

São Paulo

Leste de Minas Gerais

Oeste de Minas Gerais

Norte ES e Sul BA

Cerrado

MAPITO

Amazônia

MesorregiãoAspetos

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Fase 2 – Versão Final

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altos, entre R$ 8 e 15 mil, e o preço alvo de venda da madeira é também sempre acima

de R$ 240 /m³. As razões são:

• A baixa produtividade por hectare, considerando:

- a quantidade reduzida de árvores de eucalipto por hectare

- a competição com as árvores nativas

- a dificuldade de adequar as práticas silviculturais as mais apropriadas

• A dificuldade de mecanizar a silvicultura em áreas de relevo mais acentuado.

• O custo alto das mudas de árvores nativas (até R$ 2,00 por muda, contra R$ 0,50

por muda de eucalipto), o que se traduz por custos silviculturais altos.

PLANTIOS DE EUCALIPTO EM RESERVA LEGAL SE A REFERÊNCIA FOR

A RECOMPOSIÇÃO COM 100% DE ÁRVORES NATIVAS3

A incerteza em relação às produtividades florestais é a mesma do que no cenário

anterior e a incerteza em relação aos custos silviculturais é maior, pois se considera

agora a diferença entre duas práticas silviculturais, ambas sendo pouco consolidadas, e

com a premissa chave que:

• Em média, as operações silviculturais de recomposição com 50% de eucalipto

em mesorregiões planas poderão ser parcialmente mecanizadas, enquanto serão

100% manuais em outras mesorregiões, e;

• As operações silviculturais de recomposição com 100% de árvores nativas serão

100% manuais.

Neste caso, o custo total das operações de silvicultura durante os sete primeiros anos é

projetado menor para a recomposição com 50% de eucalipto do que para a

recomposição com 100% de árvores nativas nas regiões planas do Mato Grosso do Sul,

do MAPITO, do Cerrado e da Amazônia. O preço alvo da madeira projetado é de R$ 56

a 67 /m³, ou seja menor do que para plantios comerciais. Assim, pode ser concluído que

o plantio de eucalipto em reserva legal é economicamente eficaz para subsidiar a

recomposição de reserva legal. Entre as regiões com relevo favorável, os valores são

homogêneos graças à superfície plana.

Nas outras mesorregiões cujo relevo é de tipo suave ondulado ou ondulado, o custo

projetado da silvicultura durante os sete primeiros anos é maior para a recomposição

com 50% de eucalipto do que para a recomposição com 100% de árvores nativas. O

preço alvo da madeira projetado é alto, acima de R$ 99/m³ em todos os casos, e também

acima do preço alvo para madeira de plantio comercial convencional. Assim, o plantio

de eucalipto em reserva legal não permite subsidiar a recomposição de reserva legal.

Entre as regiões com relevo mais desfavorável, existe também uma grande dispersão de

valores (Figura 4).

3 Projeto padrão de mil hectares de reserva legal com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal. São duas rotações de 7

anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 13 anos.

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Fase 2 – Versão Final

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Figura 4. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Este cenário, onde o eucalipto subsidia a recomposição, é atraente no Cerrado que

combina alta disponibilidade de terras, bons critérios socioambientais e atratividade

econômica (Tabela 4). A atratividade econômica é neutra na maioria das regiões, porém

com notas entre 3,3 e 3,0 em São Paulo, Amazônia, MAPITO e Oeste de Minas Gerais

onde esta compensa a relativa limitação de áreas de reserva legal disponíveis.

Tabela 4. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas como situação de referência, nas diferentes mesorregiões

É importante ressaltar que a análise desta Fase 2 ainda não é suficiente para definir as

condições as mais atraentes para a geração de eletricidade. Assim, a terceira fase vai

conduzir a um novo ranqueamento das mesorregiões e regimes de produção da madeira,

em função dos seguintes fatores:

• Regimes de impostos diferenciados entre as mesorregiões, em função dos

subsídios Sudene / Sudam principalmente

• Custos de investimentos diferenciados entre as mesorregiões, em função da

qualidade das infraestruturas físicas, distância dos portos de importação de

equipamento e disponibilidade de mão de obra qualificada

• Disponibilidade de áreas necessárias para plantar as florestas que vão abastecer

as termelétricas.

Agrários Socio-ambientais Florestais Econômicos Total

Mato Grosso do Sul N/D N/D

Pampa Gaúcho N/D N/D

Serra Gaúcha

Paraná e Santa Catarina

São Paulo

Leste de Minas Gerais

Oeste de Minas Gerais

Norte ES e Sul BA

Cerrado

MAPITO

Amazônia

MesorregiãoAspetos

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Fase 2 – Versão Final

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Conteúdo

Termo de Limitação de Uso do Relatório e Isenção de Responsabilidade

SUMÁRIO EXECUTIVO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16

2 APLICATIVO DE CUSTEIO ............................................................................................. 17

2.1 Princípio ............................................................................................................................................... 17 2.2 Premissas do custeio a serem definidas pelo usuário ........................................................................... 19 2.3 Premissas não modificáveis pelo usuário............................................................................................. 54 2.4 Planejamento de produção e modelo financeiro: ................................................................................. 64

3 RESULTADOS ..................................................................................................................... 66

3.1 Plantio comercial convencional ........................................................................................................... 66 3.2 Plantio em Reserva Legal .................................................................................................................... 79

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 93

4.1 Conclusões sobre o potencial do eucalipto como matéria-prima de geração de eletricidade .............. 93 4.2 Sugestões para próximos trabalhos ...................................................................................................... 97

5 ANEXO A – TABELAS DE PRODUÇÃO DE MADEIRA DE PLANTIOS

CONVENCIONAIS CONFORME O MODELO FLOREXCEL ................................... 99

6 ANEXO B – BANCOS DE CUSTOS SILVICULTURAIS ............................................ 101

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Fase 2 – Versão Final

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Definição dos tipos de projeto florestal .................................................................................. 3 Tabela 2. Situações de referência para os projetos florestais ................................................................. 4

Tabela 3. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para o plantio comercial

convencional nas diferentes mesorregiões ............................................................................................. 7 Tabela 4. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de

reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas

como situação de referência, nas diferentes mesorregiões ..................................................................... 9

Tabela 5. Definição dos tipos de projeto florestal ................................................................................ 26 Tabela 6. Situações de referência para os projetos florestais ............................................................... 28

Tabela 7. Modalidades de venda da madeira ....................................................................................... 30 Tabela 8. Definição dos níveis de maturidade do mercado florestal ................................................... 32 Tabela 9. Taxa de retorno de uma empresa florestal hipotética lista na bolsa brasileira ..................... 34 Tabela 10. Prêmio de risco regional ..................................................................................................... 35 Tabela 11. Definições das categórias de relevo ................................................................................... 36

Tabela 12. Densidade de plantio de eucalipto ...................................................................................... 38

Tabela 13. Incremento Médio Anual aos 7 anos em função da denside de plantio e do índice de sítio

de plantios convencionais de eucalipto, conforme o modelo Florexcel ............................................... 41 Tabela 14. Relação de produtividade entre rotações conforme o modelo de projeto florestal ............ 43

Tabela 15. Custos médios de prepara do solo por mesorregião ........................................................... 45 Tabela 16. Custos indiretos sugeridos .................................................................................................. 46

Tabela 17. Custo total da silvicultura por mesorregião, regime e rotação até o setimo ano para o

plantio convencional ............................................................................................................................ 48

Tabela 18. Custo total da silvicultura por mesorregião, arranjo e rotação até o setimo ano para o

plantio em reserva legal ........................................................................................................................ 48 Tabela 19. Custo de Operadores de Colheita e Transporte no Estado de São Paulo ........................... 54

Tabela 20. Cálculo do tempo útil máximo dos trabalhadores .............................................................. 54 Tabela 21. Premissas de taxa de adminsitração e margem de lucro de terceirização para a operação de

colheita ................................................................................................................................................. 55 Tabela 22. Organização da colheita ..................................................................................................... 56 Tabela 23. Dados de cáclulo das produtividades por sistema .............................................................. 57 Tabela 24. Paramêtros para o cálculo do tempo útil ao ano para cada sistema de colheita ................. 58

Tabela 25. Custos de investimento e vida útil dos equipamentos para cada sistema de colheita ........ 58 Tabela 26. Valores dos parâmetros para o cálculo dos custos operacionais de colheita ...................... 59 Tabela 27. Premissas de taxa de administração e margem de lucro de terceirização para a operação de

transporte .............................................................................................................................................. 60

Tabela 28. Organização do transporte .................................................................................................. 61 Tabela 29. Tempos de carregamento / descarregamento e de espera para os sistemas de transporte .. 62 Tabela 30. Premissas e taxa de utilização potencial para os caminhões .............................................. 63

Tabela 31. Custos de investimento e vida útil dos equipamentos para cada sistema de transporte ..... 63 Tabela 32. Valores dos parâmetros para o cálculo dos custos operacionais de transporte .................. 64 Tabela 33. Características do projeto com plantio comercial padrão no MS ....................................... 66 Tabela 34. Preço alvo de venda da madeira do projeto com plantio comercial padrão no MS ........... 70 Tabela 35. Custo de investimento para produzir a madeira em pé total e por hectare do projeto com

plantio comercial padrão no MS .......................................................................................................... 70 Tabela 36. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o

projeto com plantio comercial padrão no MS ...................................................................................... 71

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Fase 2 – Versão Final

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Tabela 37. Impacto do número de rotação sobre o preço alvo de venda da madeira para o plantio

comercial com o manejo padrão no MS ............................................................................................... 72 Tabela 38. Impacto do idade de corte sobre o preço alvo de venda da madeira para o plantio

comercial com o manejo padrão no MS ............................................................................................... 73 Tabela 39. Impacto do manejo da rebrota sobre o custo de produção e preço alvo de venda da madeira

para o plantio comercial no MS ........................................................................................................... 73

Tabela 40. Intervalo de confiança da produtiviade e dos principais itens de custos, e sensiblidade do

preço alvo à variabilidade destes fatores, para o plantio comercial com o manejo padrão no MS ...... 75 Tabela 41. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial ................... 78 Tabela 42. Características do projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS,

a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento ...................................... 79

Tabela 43. Preço alvo de venda da madeira para o projeto de recomposição de reserve legal com 50%

de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento ..... 82

Tabela 44. Custo de investimento para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de

eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento .......... 82 Tabela 45. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o

projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência

sendo a recomposição natural com monitoramento ............................................................................. 83

Tabela 46. Impacto da proporção de mudas de eucalipto sobre o valor da madeira para o projeto de

recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição

natural com monitoramento ................................................................................................................. 84 Tabela 47. Características do projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS,

a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas .................................... 86 Tabela 48. Preço alvo de venda da madeira para o projeto de recomposição de reserva legal com 50%

de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ... 88 Tabela 49. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o

projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência

sendo a recomposição com 100% de árvores nativas .......................................................................... 88 Tabela 50. Impacto da proporção de mudas de eucalipto sobre o valor da madeira para o projeto de

recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição

com 100% de árvores nativas ............................................................................................................... 89

Tabela 51. Intervalo de confiança da produtividade e dos principais itens de custos, e sensiblidade do

preço alvo à variabilidade destes fatores, para o projeto de recomposição de reserva legal com

eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ....... 90 Tabela 52. Critério de notação dos paramêtros econômicos ................................................................ 93

Tabela 53. Nota em função dos critérios econômicos para o plantio comercial convencional nas

diferentes mesorregiões ........................................................................................................................ 94 Tabela 54. Nota em função dos critérios econômicos para a recomposição de reserva legal com 50%

de eucalipto, considerando a recomposição natural como situação de referência, nas diferentes

mesorregiões ......................................................................................................................................... 94 Tabela 55. Nota em função dos critérios econômicos para a recomposição de reserva legal com 50%

de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas como situação de

referência, nas diferentes mesorregiões ............................................................................................... 95 Tabela 56. Metodologia de consolidação dos critérios de atratividade ................................................ 95 Tabela 57. Critério de notação da disponibilidade de terras em reserva legal ..................................... 96 Tabela 58. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para o plantio comercial

convencional nas diferentes mesorregiões ........................................................................................... 96

Tabela 59. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de

reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição natural como situação de

referência, nas diferentes mesorregiões ............................................................................................... 97

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Fase 2 – Versão Final

13

Tabela 60. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de

reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas

como situação de referência, nas diferentes mesorregiões ................................................................... 97 Tabela 61. Custos silviculturais unitários para a rotação de implantação / reforma de um plantio

comercial ............................................................................................................................................ 101 Tabela 62. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de um plantio convencional ...... 102 Tabela 63. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de um plantio convencional ...... 102 Tabela 64. Custos silviculturais unitários para a implantação de recomposição de reserva legal com

50% de eucalipto e 50% de árvores nativas ....................................................................................... 103

Tabela 65. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de uma reserva legal com 50% de

eucalipto e 50% de árvores nativas .................................................................................................... 103 Tabela 66. Custos silviculturais unitários para a implantação de recomposição de reserva legal com

25% de eucalipto e 75% de árvores nativas ....................................................................................... 104 Tabela 67. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de uma reserva legal com 25% de

eucalipto e 75% de árvores nativas .................................................................................................... 104 Tabela 68. Custos silviculturais unitários para a recomposição de reserva legal com 100% de árvores

nativas ................................................................................................................................................. 105

Tabela 69. Custos silviculturais unitários para a recomposição de reserva legal com 100% de árvores

nativas e uma densidade de plantios igual a aquela dos plantios comerciais ..................................... 105

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Fase 2 – Versão Final

14

Lista de Figuras

Figura 1. Abrangência das mesorregiões ............................................................................................... 2

Figura 2. Sensibilidade do custo de investimento à mesorregião para um plantio comercial ................ 6 Figura 3. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial ........................ 7 Figura 4. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de reserva

legal com eucalipto, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ... 9 Figura 5. Definição das mesorregiões .................................................................................................. 21

Figura 6. Produtividades conforme inventário no campo de talhões de dois produtores florestais com

boas práticas silviculturais no Leste do Mato Grosso do Sul ............................................................... 22 Figura 7. Arranjo florestal para a recomposição de reserva legal com Eucalyptus ............................. 25

Figura 8. Limitações a recomposição da reserva legal com objetivo comercial .................................. 27 Figura 9. Sistema full tree: feller buncher, skidder e garra traçadora .................................................. 50 Figura 10. Sistema cut to length: harvester e forwarder ..................................................................... 50 Figura 11. Sistema de corte manual: motosserra e trator ..................................................................... 50

Figura 12. Sistema Tri-trem ................................................................................................................. 52 Figura 13. Sistema Bi-trem .................................................................................................................. 52

Figura 14. Sistema de carreta ............................................................................................................... 52 Figura 15. Área com implantação ou reforma durante o ano para o projeto com plantio comercial

padrão no MS ....................................................................................................................................... 67

Figura 16. Estoque disponível no fim do ano para o projeto com plantio comercial padrão no MS ... 68 Figura 17. Volume colhido durante o ano para o projeto com plantio comercial padrão no MS ........ 68

Figura 18. Fluxos de caixa livre para o projeto com plantio comercial padrão no MS – com preço de

venda garantido o retorno esperado pelo investidor ............................................................................. 69

Figura 19. Distribuição por categoria do custo de investimento por hectare plantado para a produção

de madeira em pé do projeto com plantio comercial padrão no MS .................................................... 70

Figura 20. Decomposição do preço de venda para o projeto com plantio comercial padrão no MS ... 72 Figura 21. Decomposição do preço de venda para o projeto com plantio comercial padrão no MS ... 74 Figura 22. Sensiblidade do preço alvo aos valores extremos potenciais da produtividade e dos

principais fatores de custos, para o plantio comercial com o manejo padrão no MS .......................... 76 Figura 23. Variação do valor da madeira em função da taxa de tetorno esperada pelo investidor para o

plantio comercial com o manejo padrão no MS ................................................................................... 76 Figura 24. Sensibilidade do custo de investimento à mesorregião para um plantio comercial ............ 77

Figura 25. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial .................... 78 Figura 26. Área com implantação ou reforma durante o ano para o projeto de recomposição de

reserve legal com 50% de eucalipto no MS ......................................................................................... 80 Figura 27. Estoque disponível no fim do ano para o projeto de recomposição de reserva legal com

50% de eucalipto no MS ...................................................................................................................... 80 Figura 28. Volume colhido durante o ano para o projeto de recomposição de reserva legal com 50%

de eucalipto no MS ............................................................................................................................... 81

Figura 29. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de

eucalipto no MS ................................................................................................................................... 81 Figura 30. Distribuição por categoria do custo de investimento para o projeto de recomposição de

reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural

com monitoramento .............................................................................................................................. 82 Figura 31. Decomposição do preço de venda para o projeto de recomposição de reserva legal com

50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

.............................................................................................................................................................. 84

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Fase 2 – Versão Final

15

Figura 32. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de

reserva legal com eucalipto, a situação de referência sendo a recomposição natural com

monitoramento ..................................................................................................................................... 85 Figura 33. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de

eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ....... 87 Figura 34. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 25% de

eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ....... 89 Figura 35. Sensiblidade do preço alvo aos valores extremos potenciais da produtividade e dos

principais fatores de custos, para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a

situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas ....................................... 90 Figura 36. Variação do valor da madeira em função da taxa de tetorno esperada pelo investidor para o

projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a

recomposição com 100% de árvores nativas ........................................................................................ 91 Figura 37. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de

reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de

árvores nativas ...................................................................................................................................... 92

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Fase 2 – Versão Final

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1 INTRODUÇÃO

O INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE tem interesse em avaliar o

potencial de florestas de eucalipto para ao mesmo tempo gerar eletricidade no Brasil e

incentivar e promover a recomposição de Áreas de Reserva Legal (RL), de acordo com

o previsto no novo Código Florestal, com perspectiva de um horizonte até 2050. O

estudo está dividido em duas fases, que têm por objetivo responder duas questões

principais:

• Fase 1: Quais as áreas onde as plantações de florestas energéticas poderiam se

expandir, considerando dois principais objetivos: a geração de energia e a

recomposição florestal?

• Fase 2: Qual o custo do combustível (m³ de madeira disponibilizada na usina,

considerando todos os custos associados à sua produção) nos diferentes arranjos

produtivos avaliados e regiões de cultivo?

Este documento refere-se à Fase 2.

Para chegar à resposta desta fase, a seguinte abordagem metodológica foi desenvolvida:

• Construção de uma planilha EXCEL capaz de determinar os custos da madeira

posto numa fábrica qualquer (tal qual uma termelétrica), para as áreas

selecionadas com base nos critérios avaliados na fase 1, a partir de dois arranjos

produtivos diferentes:

- plantio comercial convencional

- recomposição de reserva legal com até 50% de mudas de eucalipto, o restante

das árvores sendo de espécies nativas.

• Definição das premissas quantitativas que fundamentam as estimativas de custo

com uma precisão de cerca ± 30%:

- separando entre os principais fatores que impactam os custos do plantio até a

logística de entrega ao comprador de madeira

- considerando boas práticas de mercado

- explicitando os intervalos de confiança sobre estas premissas e as

consequências desta incerteza sobre os custos da madeira

As análises foram fundamentadas principalmente na opinião de um comitê de experts,

completadas quando necessário, com informações e dados obtidos de fontes secundárias

e entrevistas telefônicas. O trabalho não envolveu coleta de dados em campo.

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Fase 2 – Versão Final

17

2 APLICATIVO DE CUSTEIO

2.1 Princípio

O modelo de custeio pede para o usuário definir as características técnicas do projeto

florestal a ser avaliado, custos unitários, uma situação de referência para o uso / manejo

da área plantada, as condições prováveis de venda da madeira e a taxa de retorno alvo.

A partir destas premissas, o simulador:

• Define os valores a serem utilizados para os custos de colheita e de transporte

• Projeta para a madeira vendida os fluxos de produção

• Projeta as diferenças das declarações de resultados do exercício e dos fluxos de

caixa anuais entre o projeto florestal e a situação de referência, e assim:

• Calcula em relação à situação de referência:

- o custo de investimento

- o custo de produção da madeira (de caixa e incluindo o custo de capital na taxa

de retorno esperada pelo usuário)

- a rentabilidade efetiva do empreendimento com o preço provável de venda

dado como uma premissa pelo usuário

- o preço alvo de venda para atingir a rentabilidade esperada pelo usuário

- a sensibilidade dos custos de produção e preço alvo de venda em função de

premissas chave.

Para garantir o melhor apoio à tomada de decisão de investir ou não a partir dos

resultados, o cálculo dos fluxos financeiros deve imperativamente:

• Incorporar todas as etapas da responsabilidade do produtor florestal em um

cálculo financeiro, ou seja, ele não isola cada componente de madeira em pé,

colheita e transporte, para garantir a identificação do regime correto de impostos

de renda.

• Analisar o projeto florestal em relação a uma situação de referência que

corresponde a um uso ou manejo alternativo da mesma área porque na hora de

escolher uma alternativa de uso/manejo, o dono de terras considera entre outros

critérios as diferenças de custos e de rentabilidade entre todas as alternativas.

Para cada projeto florestal, foram introduzidas várias situações de referência potenciais,

uma das quais tende a ser a mais provável. Por exemplo:

- se o desenvolvedor do projeto florestal considera plantios comerciais sobre

terras também adequadas para criação de gado, o modelo financeiro do projeto

florestal deve incluir um gasto igual ao custo de aluguel das terras como

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Fase 2 – Versão Final

18

pastagem. Porém, por alguma razão, o desenvolvedor pode não querer ter gado nas

terras e neste caso, a referência é de não ter um custo de oportunidade ligado às terras.

- se o projeto florestal forem reservas legais, o desenvolvedor teria como

alternativas uma regeneração sem monitoramento ambiental (o caso o mais

frequente hoje), uma regeneração com monitoramento ambiental (o caso mínimo

conforme a lei) ou uma regeneração ativa com replantio com mudas nativas.

Se a venda for acontecer após a colheita:

• Se o usuário indicar o custo de colheita, este valor será usado.

• Se não, calcula-se o custo entre diversas opções técnicas disponíveis e

considerando a internalização ou terceirização da operação, e escolhe-se a opção

mais eficiente em função da possibilidade prática e da vontade do usuário de

terceirizar ou não o serviço.

Se a madeira foi vendida com entrega ao cliente, o parágrafo anterior sobre a colheita se

aplica em relação ao transporte:

• Se o usuário indicar o custo de transporte, este valor será usado.

• Se não, calcula-se o custo entre diversas opções técnicas disponíveis e

considerando a internalização ou terceirização da operação, escolhe-se a opção

mais eficiente em função da possibilidade prática (condições das estradas) e da

vontade do usuário de terceirizar ou não o serviço.

Considerou-se que o dono do projeto florestal paga com capital próprio todos os custos

de preparação do projeto florestal, silviculturais e de manejo da floresta (e os custos de

uso da terra, conforme a situação de referência), cujo total até a primeira colheita entra

na definição do custo de investimento.

Para qualquer operação internalizada usando uma máquina, o custo de compra não

entrou no modelo financeiro como um valor inicial mas como um “leasing” 100%

financiado com um custo de dívida igual à taxa de retorno esperada. Ou seja, o custo

não aparece como um investimento (no sentido contábil) mas como uma despesa:

• para silvicultura: custo de uso por hectare

• para colheita ou transporte: custo por hora e depois custo por m³ de madeira.

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Fase 2 – Versão Final

19

Esta simplificação não impacta o custo de investimento até um ano antes da primeira

colheita, o custo da madeira incluindo o custo de capital e o preço alvo de venda da

madeira. Como o custo de investimentos dos equipamentos é em regra geral pequeno

em relação ao custo do investimento florestal, ela tem um impacto limitado sobre o

custo de investimento global estimado e o custo de produção de caixa.

O custeio contém várias abas que podem ser divididas em três categorias:

• Uma aba de premissas que contém as premissas do custeio a serem definidas

pelo usuário. A definição destas premissas, o papel e a explicação das opções de

preenchimento são descritas na seção 2.2 deste relatório.

• Diferentes abas com premissas e cálculos intermediários não modificáveis pelo

usuário, que são descritas na seção 2.3.

• A aba de planejamento de produção e cálculo do modelo financeiro, cujo

princípio é descrito na seção 2.4.

• Uma aba de restituição dos resultados.

2.2 Premissas do custeio a serem definidas pelo usuário

Na aba "Premissas", o usuário define todas as premissas que alimentam todos os

cálculos intermediários até o resultado final. Devem ser informados:

1. Modo de escolha das premissas pelo usuário

2. Características gerais do projeto

3. Modelo de venda da madeira

4. Características regionais

4.a. Econômicas

4.b. Físicas

5. Premissas que definem o cronograma e o nível de produção

5.a. Cronograma e manejo florestal

5.b. Características físicas da madeira

5.c. Produtividade das florestas

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Fase 2 – Versão Final

20

6. Parâmetros que permitem definir os fluxos de caixa de investimento e de despesas ao

longo do tempo para produzir a madeira em pé

6.a. Custos de preparação do projeto florestal e do terreno.

6.b. Custos indiretos de manejo das florestas.

6.c. Custos de silvicultura da 1ª rotação da floresta (do plantio até a colheita).

6.d. Custos de silvicultura das rotações seguintes, se existirem.

6.e. Custos de silvicultura da 1ª rotação da situação de referência, se existirem.

7. Parâmetros que permitem definir os custos de colheita (isto é relevante se a madeira

for vendida carregada no caminhão ou posta na fábrica do cliente) e custos de transporte

(isto é relevante se a madeira for vendida posta na fábrica do cliente)

7.a. Custos de colheita

7.b. Custos de transporte

8. Taxas de deduções sobre vendas e compras de insumos, produtos e serviços

Para a maioria das premissas, o usuário recebe uma sugestão, conforme nossos bancos

de dados.

2.2.1 Modo de escolha das premissas pelo usuário

O usuário deve imperativamente escolher todas as características gerais do projeto e o

modelo de venda da madeira. Ele pode decidir escolher também as outras premissas ou

deixar o custeio escolhê-las em função de bancos de dados. Esta segunda opção é

recomendada para um usuário que está conhecendo o modelo de custeio ou está numa

fasepreliminar de definição do seu projeto florestal.

Caso o usuário decida escolher todas as premissas, o valor que teria sido escolhido pelo

modelo de custeio sempre aparece na coluna “sugestão”.

2.2.2 Características gerais do projeto

2.2.2.1 Mesorregião

A escolha de uma mesorregião define as sugestões dadas ao usuário em relação às:

• Características econômicas regionais

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Fase 2 – Versão Final

21

• Produtividades das florestas

Que são agrupadas na aba “Biblioteca Dados Regionais”

Na Fase 1, as áreas de plantio potencial foram divididas em 11 mesorregiões que

apresentam homogeneidade em função do bioma, da existência ou não de polo de

florestas plantadas, condições e custos de silvicultura, preços e disponibilidade de terras,

proximidade de linhas de distribuição e transmissão de eletricidade (Figura 5).

Figura 5. Definição das mesorregiões

Fonte: Relatório da Fase 1

Nesta Fase 2, após uma análise cuidadosa, escolheu-se não criar subdivisões da

mesorregiões da Fase 1, pelas seguintes razões:

• A dispersão observada de produtividades entre talhões de uma área de 100 km

dentro de uma mesorregião é muitas vezes considerável, incluindo quando se

trata de um único dono com boas práticas de manejo. A Figura 6 mostra por

exemplo dados de inventário de 2015 para dois produtores florestais líderes na

região entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas. Observa-se que para uma idade

determinada, o volume de madeira das melhores parcelas é mais do que o dobro

do volume para as piores parcelas. No MAPITO, esta dispersão não é de 1 a 2,

ela geralmente atinge 1 a 3. Tais variações são ligadas a escolha de clones,

variações locais de condições edafoclimáticas e variações de manejo

silvicultural.

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Fase 2 – Versão Final

22

Figura 6. Produtividades conforme inventário no campo de talhões de dois produtores florestais com boas práticas silviculturais no Leste do Mato Grosso do Sul

• Não existe um banco de dados consolidado com as produtividades florestais de

todos os projetos, com medições realizadas no campo. Assim, considerando as

médias de produtividade por empreendimento florestal disponíveis dentro de

uma mesorregião (5 a 15 conforme a região) e a dispersão descrita acima, não foi

geralmente possível definir se as variações aparentes entre partes de uma

mesorregião correspondem realmente a diferenças de condições edafoclimaticas

ou provém de outros fatores (diferenças de manejo por exemplo)4.

• Nos raros casos quando parte de uma mesorregião mostra uma tendência clara de

desvio da produtividade da média regional (nordeste do Minas Gerais abaixo da

média do Leste do Minas Gerais, Lenções Paulistas acima da região de Itapeva

no Estado de São Paulo por exemplo), o custo de produção da madeira não

parece ter desvio de mais de 15% da média da mesorregião. Isto ocorre devido

ao desvio estimado de produtividade ficar abaixo de 20% enquanto o preço

médio da terra também reflete as diferenças de produtividade e ajuda a trazer o

custo médio de produção da madeira mais próximo à média regional.

• O escopo do projeto é calcular o custo de produção da madeira com uma

incerteza de ± 30%.

4 De certa forma, as empresas com mais capacidade de identificar variações regionais factíveis de produtividade são as

grandes empresas consumidoras, porque elas podem – quando bem organizadas – controlar todos os parâmetros de

manejo da floresta ao longo da vida e assim fazer uma análise de tipo big data para separar o impacto da localização.

Como elas tendem também a comprar madeira em pé e realizar a colheita, elas têm acesso a muitos dados de

produtividade florestal de pequenos e médios produtores que possam acrescentar aos dados próprios.

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Fase 2 – Versão Final

23

2.2.2.2 Localização

O usuário pode deixar vazio, ou informar aqui, um Estado e/ou uma região e/ou um

município. Esta informação não é usada posteriormente no cálculo.

2.2.2.3 Isenção de impostos de renda

O usuário pode definir se o cálculo vai excluir ou não os impostos de renda.

Atualmente, a produção de madeira é submetida aos regimes de impostos de renda

clássicos (Lucro Presumido ou Lucro Real) independentemente do sistema de

silvicultura ou do destino. Porém, esta premissa permite testar o impacto de uma

possível mudança de política pública.

2.2.2.4 Tipo de estrutura gerencial

Consideraram-se dois tipos de estrutura:

• Uma empresa ou fundo florestais, por ter maiores custos indiretos, visto que:

- Utiliza engenheiros e técnicos especializados (como funcionários ou através a

contratação de uma empresa geralmente chamada “property manager”) para

obter e manter o licenciamento, planejar as operações silviculturais, contratar

serviços e insumos, manejar a venda da madeira.

- Tem obrigações legais e/ou com investidores em termos de realização regular

de inventário florestal e mapeamento das áreas, avaliação do valor do ativo,

declaração contábil, preparação de relatórios de gestão, etc.

• Uma estrutura de gestão reduzida, que conta com poucos dos custos da categoria

acima. Neste caso, o dono do projeto é geralmente um fazendeiro ou pessoa

física e o projeto de pequeno a médio porte (tipicamente até alguns milhares de

hectares no máximo).

2.2.2.5 Prazo esperado de produção

O prazo esperado de produção, ou seja, o tempo entre a primeira e a última colheita,

precisa ser um número inteiro de anos. O mínimo é 1. O máximo é 50 menos o prazo de

uma rotação, ou seja, o custeio faz o planejamento de produção e os cálculos financeiros

para 50 anos a partir do primeiro ano do projeto.

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Fase 2 – Versão Final

24

Este prazo máximo foi definido porque:

• A visibilidade máxima de produção em termos de vida útil de consumidor ou

prazo de contrato de suprimento é 25 anos, o que corresponde ao contrato de

venda de eletricidade por uma termelétrica a biomassa vencedora de um leilão

regulado organizado pela ANEEL.

• Considerando as taxas de retorno típicas esperadas por investidores financeiros

para projetos florestais (8 a 10% em termos reais), a diferença de custo de

produção ou preço alvo de venda entre um projeto de vida de 45 – 50 anos e

perpétua não é material.

2.2.2.6 Tipo de projeto florestal

Considerando que:

• Uma das características do Eucalyptus é sua capacidade de rebrotar após a

colheita, produzindo de 1 a 5 brotos por toco, o que permite várias colheitas

sucessivas antes de estabelecer novos plantios (uma rotação é o prazo entre o

plantio e a colheita, ou entre uma colheita e a colheita seguinte; um ciclo é o

tempo entre um plantio e o plantio seguinte; assim, um ciclo pode incluir uma ou

várias rotações).

• Existem poucos estudos em relação ao impacto efetivo da condução de rebrota

na rentabilidade financeira do empreendimento. Porém, os bancos de dados

indicam que a escolha de conduzir uma segunda rotação dentro de um ciclo,

considerando técnicas adequadas de manejo florestal, muitas vezes permite

melhorar a rentabilidade financeira em relação a replantar após cada colheita. A

razão é que a produtividade da segunda rotação é de 80% a 110% da primeira

rotação, enquanto os custos silviculturais são menores (o custo de eliminação dos

brotos em excesso sendo muito menor do que o custo de plantio e não tendo

custo de irrigação porque as raízes já são estabelecidas) 5.

O modelo oferece quatro opções de projetos florestais, cujas características são

definidas na Tabela 5:

5 Dentro de um ciclo, a variação de produtividade de uma rotação para a outra depende das condições da colheita anterior

(se as cepas remanescentes apresentarem danos oriundos da atividade de colheita, se o manejo dos resíduos da colheita

comprometer a rebrota e se o chão foi muito compactado por equipamentos de colheita de alta produtividade mais

pesados, o impacto na produtividade das seguintes rotações será reduzido) e do cuidado tomado no manejo dos brotos

(eliminação de brotos em excesso, aplicação de fertilizantes e agroquímicos nas quantidades as mais adequadas ou não).

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Fase 2 – Versão Final

25

• Plantio comercial com manejo de rebrota

• Plantio comercial sem manejo de rebrota

• Recomposição de Reserva Legal – 50% de eucalipto

• Recomposição de Reserva Legal – 25% de eucalipto

É importante ressaltar que os projetos em reserva legal correspondem a uma situação

onde áreas inteiras devem ser recompostas. Desta maneira, é possível dispor as árvores

para ter certa eficiência nas operações silviculturais e também para poder colher e

extrair as árvores de eucalipto sem danificar as árvores nativas vizinhas (Figura 7).

Figura 7. Arranjo florestal para a recomposição de reserva legal com Eucalyptus

No caso de uma reserva legal parcialmente degrada onde existe um patchwork de

pequenas áreas a recompor, cada uma com uma a algumas dezenas de árvores, não foi

identificado nenhum modelo de manejo que permite garantir eficiência silvicultural e da

colheita.

Neste caso, ocorre o comprometimento do rendimento operacional em função do desvio

de obstáculos ou impossibilidade de mecanização com consequente ampliação dos

custos. Além disso, há a possibilidade de impacto na vegetação remanescente, a qual já

contribui a manutenção dos serviços ambientais.

Do ponto de vista de geração de caixa, há o comprometimento do volume comercial em

função da reduzida densidade de plantio, limitada pela vegetação já existente.

É importante também ressaltar que não é possível recompor reservas legais da Pampa

Gaúcha com eucalipto porque a vegetação nativa é composta somente com gramíneas.

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Fase 2 – Versão Final

26

Tabela 5. Definição dos tipos de projeto florestal

Modalidade Definição Manejo potencial Número de mudas por

hectare plantado

Plantio

comercial

com manejo

de rebrota

Todas as áreas plantáveis,

fora as reservas

ambientais, são plantadas

com 100% de eucalipto e a

rebrota - se tiver mais de

uma rotação por ciclo - é

manejada para manter a

melhor produtividade

possível.

1 a 10 ciclos

1 a 4 rotações por ciclo

Sem desbaste antes do

corte raso

Todas as rotações com

prazo idêntico, podendo

ser de 5, 6, 7, 8, 9 ou 10

anos.

100% de mudas de eucalipto

em mercados florestais

maduros e de fronteira,

conforme as melhores

práticas silviculturais

atualmente em uso para a

produção de madeira de

eucalipto de processo.

Em regiões incipientes de

Cerrado e Amazônia,

estimativa por analogia com

o MAPITO.

Plantio

comercial sem

manejo de

rebrota

Todas as áreas plantáveis

fora as reservas ambientais

são plantadas com 100%

de eucalipto e a rebrota -

se tiver mais de uma

rotação por ciclo - não é

manejada, para reduzir os

custos de investimento.

1 a 10 ciclos

1 a 4 rotações por ciclo

Sem desbaste antes do

corte raso

Todas as rotações com

prazo idêntico, podendo

ser de 5, 6, 7, 8, 9 ou 10

anos.

Idêntico ao regime de plantio

comercial com manejo de

rebrota.

Recomposição

de RL – 50%

de eucalipto

A reserva legal é

totalmente plantada com

50% de mudas de

eucalipto e 50% de mudas

de árvores nativas e usa-se

o maior grau possível de

mecanização.

Somente 1 ciclo com 1 a

4 rotações.

Sem desbaste antes do

corte raso.

Todas as rotações com

prazo idêntico, podendo

ser de 5, 6, 7, 8, 9 ou 10

anos.

Número total de mudas (de

nativas e eucalipto) por

hectare idêntico ao regime de

plantio comercial com o uso

do manejo de rebrota.

Isto permite maximizar a

produção de madeira de

eucalipto.

Recomposição

de RL – 25%

de eucalipto

A reserva legal é

totalmente plantada com

25% de mudas de

eucalipto e 75% de mudas

de árvores nativas e usa-se

o maior grau possível de

mecanização

Somente 1 ciclo com 1 a

4 rotações

Sem desbaste antes do

corte raso

Todas as rotações de

prazo idêntico, podendo

ser de 5, 6, 7, 8, 9 ou 10

anos.

Número total de mudas (de

nativas e eucalipto) por

hectare idêntico ao regime de

plantio comercial com o uso

do manejo de rebrota.

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Fase 2 – Versão Final

27

Figura 8. Limitações a recomposição da reserva legal com objetivo comercial

2.2.2.7 Porte do projeto florestal

O valor autorizado vai de 1 hectare a 100 mil hectares para possibilitar simulações tanto

para pequeno produtores quanto para os maiores empreendimentos. Com produtividades

florestais normais, 100 mil hectares seriam mais do que suficientes para abastecer a

maior termelétrica a madeira do mundo em operação hoje (de 240 MW, na Finlândia) e

operando mais de 8.000 horas ao ano.

O modelo de custeio incorpora economias de escala dos custos indiretos, custos de

colheita e de transporte. Os outros custos são estritamente proporcionais à área

considerada.

2.2.2.8 Situação de referência para o projeto florestal

As situações de referência para o plantio comercial correspondem à valorização ou não

da terra, com uso agroflorestal indiferenciado (Tabela 6).

Já para a recomposição de reserva legal, as situações de referência podem ser a ausência

de qualquer acompanhamento, a regeneração natural com monitoramento, ou a

recuperação ativa com plantios de árvores nativas.

Neste último caso de recuperação ativa, o modelo ainda não está bem consolidado.

Considera-se que provavelmente, o número de mudas totais (que somente são de

árvores nativas) ficará reduzido até 50% em relação a uma situação mista árvores

nativas + eucalipto, e as operações serão provavelmente todas manuais. Isto porque:

• Uma área de reserva legal raramente estará sem nenhuma vegetação, assim será

lógico aproveitar esta vegetação pré-existente para a recomposição.

• O dono da reserva legal vai geralmente buscar um equilíbrio entre garantir a

recomposição e limitar os custos de recomposição, o que pode ser feito com uma

redução do número de mudas nativas.

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Fase 2 – Versão Final

28

Tabela 6. Situações de referência para os projetos florestais

Projeto

florestal

Situação de

referência Descrição Relevância da abordagem

Plantio

comercial

com manejo

de rebrota

OU

Plantio

comercial sem

manejo de

rebrota

Terra sem

valorização

Não entra nenhum valor

em relação ao uso da terra

no modelo financeiro

O proprietároi do projeto florestal é

também o dono das terras

E

Não é possível atribuir valor a terra

(por exemplo: local isolado ou área

tão grande e pouco produtiva que

dificilmente ela poderia ser

arrendada ou vendida para usos

alternativos).

Custo de terra a

valor do mercado

A terra usada para o

empreendimento florestal

recebe um arrendamento

anual que corresponde ao

valor do mercado

O dono do projeto florestal irá alugar

terras para o empreendimento

OU

O dono do projeto florestal é dono

das terras e poderia arrendá-las ou

vendê-las a terceiros, caso não

plantasse eucalipto.

Recomposição

de RL – 50%

de eucalipto

OU

Recomposição

de RL – 25%

de eucalipto

Área sem

acompanhamento

A reserva legal não está

ativamente manejada nem

monitorada. Não tem

nenhum custo.

Situação mais comum hoje, quando

reservas legais são deixadas sem

cuidado.

Regeneração

natural com

monitoramento

Não tem custo de uso de

terra porque ela não tem

uso produtivo.

Também não tem nenhum

custo silvicultural.

Existem custos indiretos

de monitoramento

Situação que deveria prevalecer com

donos que querem cumprir a lei e

limitar os gastos.

Área recuperada

com 100% de

árvores nativas

A reserva legal é

totalmente plantada com

mudas de árvores nativas

e o número de mudas por

hectare é 50% do número

total de mudas no caso da

recomposição por parte

com eucalipto.

As operações

silviculturais não são

mecanizadas.

Não tem custo de uso de

terra porque ela não tem

uso produtivo.

Os custos indiretos são os

mesmos que para a

recomposição de RL com

25% ou 50% de eucalipto.

Recomposição ativa

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Fase 2 – Versão Final

29

Considerando que não existirão áreas continuas expressivas somente com novos

plantios, será difícil programar uma mecanização das atividades.

2.2.2.9 Preço alvo de venda

O preço alvo de venda, que permite obter exatamente a rentabilidade desejada pelo

usuário, é calculado automaticamente pelo custeio a partir de todas as premissas do

projeto (fora o preço de mercado e o preço provável de venda). Porém, ele é informado

na aba de premissas porque ele é uma das referências possíveis para escolher o preço

provável de venda.

2.2.3 Condições prováveis de venda da madeira

2.2.3.1 Quantidade de venda da madeira

A princípio, a madeira pode ser vendida pelo volume com casca, volume sem casca,

peso verde, peso seco, e conteúdo energético. No Brasil, empresas de celulose

frequentemente compram volume sem casca, enquanto serrarias e laminadoras compram

volume com casca. Empresas que usam madeira por fins energéticos geralmente

compram também volume com casca no Brasil, enquanto na Europa, elas compram

geralmente por conteúdo energético, e mais raramente por peso verde ou seco.

Para dar opções ao usuário sem complicar desnecessariamente o custeio, é possível

escolher entre volume (com casca), peso verde e conteúdo energético. Considera-se

geralmente que o volume sem casca corresponde à cerca de 88% do volume com casca.

2.2.3.2 Modalidade de entrega da madeira ao comprador

Existem quatro modalidades diferentes de entrega da madeira: em pé, na beira da

estrada, carregada no caminhão e posta na indústria, conforme a Tabela 7 seguinte.

O custeio permite calcular o custo de produção e o preço alvo de venda para cada uma

destas quatro modalidades.

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Fase 2 – Versão Final

30

Tabela 7. Modalidades de venda da madeira

Modalidade Responsabilidade do

vendedor

Responsabilidade

do comprador Quando se aplica

Em Pé Garantir acessibilidade

das florestas para as

equipes de colheita

organizadas pelo

comprador

Colheita e transporte

até o sítio de

consumo

O comprador tem as próprias equipes

de colheita e transporte

OU

Nem o comprador nem o vendedor têm

equipes próprias de colheita e

transporte, mas o comprador, por

escala e/ou experiência pode organizar

a colheita e o transporte com um custo

menor do que o vendedor.

Na beira da

estrada

Colheita e

armazenamento das

toras em pilha na beira

da estrada

Carregamento nos

caminhões das toras

armazenadas em

pilhas e transporte

até o sitio de

consumo

O vendedor pode organizar a colheita

com um custo menor do que o

comprador com equipes próprias ou

terceirizadas

E

O comprador pode organizar o

transporte com um custo menor do que

o vendedor com equipes próprias ou

terceirizadas

E

É desejável deixar um intervalo entre a

colheita e o transporte, ou para reduzir

o teor de umidade antes do transporte,

ou para organizar a cadeia logística.

Carregada

no

caminhão

Colheita e na sequência,

carregamento dos

caminhões fretados pelo

consumidor.

Transporte até o

centro de consumo

O vendedor pode organizar a colheita

com um custo menor do que o

comprador com equipes próprias ou

terceirizadas

E

O comprador pode organizar o

transporte com um custo menor do que

o vendedor com equipes próprias ou

terceirizadas

E

É desejável não deixar as toras no

campo porque eles podem perder

propriedades de uso

Posto na

indústria

Colheita e transporte da

madeira até o sitio de

consumo

- O vendedor tem as próprias equipes de

colheita e transporte

OU

Nem o comprador nem o vendedor têm

equipes próprias de colheita e

transporte, mas o vendedor, por escala

e/ou experiência, pode organizar a

colheita e o transporte com um custo

menor do que o comprador.

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Fase 2 – Versão Final

31

2.2.3.3 Preço provável de venda da madeira

O preço provável de venda é o preço usado no modelo financeiro para calcular os fluxos

de caixa e a rentabilidade. Ele inclui as deduções PIS, COFINS, FUNRURAL e se

existir, ICMS. Para escolher o valor, o usuário pode utilizar várias referências:

O modelo não sugere nenhum valor, porque o usuário pode utilizar várias referências,

tais quais:

• preço atual de mercado (informado na parte das premissas sobre as condições

econômicas regionais)

• preço projetado do mercado no horizonte de inicio de produção da madeira

• valor que corresponde ao potencial de pagamento do ou dos consumidor(es)

• preço alvo de venda (calculado acima).

Se o usuário decidir usar o preço alvo de venda, ele deve tomar cuidado que qualquer

mudança de premissa modifica este valor, necessitando uma atualização do preço

provável.

2.2.4 Características econômicas regionais

2.2.4.1 Custos de combustível

As referências de custos por mesorregião dadas como sugestão provêm da Agência

Nacional de Petróleo (ANP) e foram atualizadas em agosto de 2017.

2.2.4.2 Índices de salários

O custeio permite definir um índice que representa as diferenças médias de salário de

operador de equipamento de colheita e transporte entre Estados, usando como referência

o Estado de São Paulo, para quais é efetivamente possível compilar os níveis de salário

e encargos por categoria de funcionário.

Infelizmente, os dados disponíveis não permitiram estabelecer o valor do índice com

boa precisão para os outros Estados. Somente foi concluído que o Estado de São Paulo

oferece os melhores salários para estas categorias de funcionários. Por isto, usou-se o

índice 100 para São Paulo e 95 para os demais estados.

2.2.4.3 Custo de uso da terra

Este valor é usado somente quando o tipo de projeto florestal é o plantio comercial e a

terra é valorizada na situação de referência.

O valor sugerido para o usuário é composto a partir do relatório Agrianual referente ao

segundo semestre de 2016. Este relatório divide o Brasil em 133 regiões homogêneas e

visa a fornecer informações sobre o mercado de dois terços de uso e ocupação de terras

rurais de cada região. Ele segmenta as terras de cada região por tipo de uso e de

produtividade e é frequentemente utilizado por basear avaliações de terras e florestas na

ausência de levantamento de preços de terra de campo.

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Fase 2 – Versão Final

32

O valor sugerido pelo modelo é assim a média aritmética de custos anuais de

arrendamento de terras para reflorestamento (quando este dado é disponível) e de outras

terras de uso potencial para plantios florestais (geralmente pastagem de baixa

produtividade) entre as diferentes regiões do Agrianual que compõem a mesorregião.

2.2.4.4 Maturidade do mercado florestal

O usuário deve escolher entre três níveis de maturidade, “Maduro”, “Fronteira” e

“Incipiente”, cujas definições são dadas na Tabela 8 seguinte.

De forma geral:

• Os custos globais de silvicultura, colheita e transporte são os maiores em regiões

onde o mercado é incipiente, e os menores onde o mercado é maduro.

• As florestas têm a maior produtividade em mercados maduros - porque as

práticas florestais e os tipos de clones são consolidados - e a menor

produtividade em mercados incipientes.

O modelo aplica incrementos aos custos de colheita e transporte em regiões de mercado

de fronteira e incipiente em relação ao mercado maduro.

Para os custos e as produtividades florestais, o impacto da maturidade é embutido nos

bancos de dados para cada mesorregião, cujo valor médio serve de sugestão ao usuário.

Tabela 8. Definição dos níveis de maturidade do mercado florestal

Nome Definição

Incrementos de custos de colheita e

transporte em relação a um

mercado florestal maduro

Maduro

As práticas de silvicultura são consolidadas, e

existe um mercado ativo de produtores,

compradores e prestadores de serviços.

0%

Fronteira

Têm menos de 10 anos de silvicultura na região,

e existem poucos produtores, compradores,

prestadores de serviços.

20%

Incipiente

Não tem ainda plantios florestais.

50%

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Fase 2 – Versão Final

33

2.2.4.5 Preço de madeira de mercado

Este dado pode não estar disponível (em regiões de mercado florestal incipiente) ou

estar desconhecido do usuário. Caso ele esteja informado, ele não é usado diretamente

no cálculo mas serve de apoio para o usuário:

• Ele pode embasar o preço provável de venda da madeira

• Ele é comparado ao preço alvo de venda e preço provável de venda nas abas

"Resultado" e "Relatório".

2.2.4.6 Taxa de retorno esperada

Trata-se da taxa de retorno esperada real (ou seja, deduzindo a taxa de inflação) e após

os impostos de renda.

A sugestão corresponde ao padrão requerido por um investidor florestal para a

mesorregião considerada. Esta sugestão resulta da aplicação do modelo CAPM (Capital

Asset Pricing Model, ou em Português, Modelo de Precificação de Ativos de Capital)

com um fator de risco que reflete a maturidade do mercado regional, com as fórmulas:

Taxa de retorno =

Taxa de retorno de uma empresa florestal hipotética listada na bolsa

+

Prêmio de risco regional

E

Taxa de retorno de uma empresa florestal hipotética listada na bolsa =

Taxa de juros reais sem risco para um prazo de 15 anos

+

Prêmio de risco do mercado brasileiro de ações x Beta setorial

A escolha da taxa de juros de 15 anos para a taxa sem risco justifica-se porque isto

corresponde a um projeto florestal de eucalipto padrão de um ciclo com duas rotações e

a curva das taxas de juros no Brasil tem sido muito regular para prazos de 10 a 30 anos

desde 2012.

Não existe no Brasil uma empresa somente de produção de madeira listada na bolsa e

também não foi identificada nenhuma empresa que esteja conduzindo medições de beta

setoriais. Por isso, usa-se como proxy os betas compilados por Damodaran por todos os

mercados emergentes para os setores econômicos relacionados de empresas de papel e

celulose – que são grandes consumidoras de madeira e muitas vezes produzem grande

parte desta matéria-prima – e de fundos e empresas imobiliárias, porque o investimento

florestal, que fornece uma renda regular, é muitas vezes comparado ao investimento

imobiliário.

Desta forma, a taxa de retorno de uma empresa florestal hipotética listada na bolsa foi

estimada em 9% (Tabela 9).

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Fase 2 – Versão Final

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Tabela 9. Taxa de retorno de uma empresa florestal hipotética lista na bolsa brasileira

Categoria Fonte Valor

Taxa de juros real sem risco

para um prazo de 15 anos

Média de 01/01/2012 até 31/08/2017 das taxas

de compra de títulos do Tesouro Direto de

maturidade cerca 15 anos, líquido de taxas e

impostos.

4,22%

Prêmio de risco do mercado

brasileiro de ações

Conforme Damodaran 9,64%

Conforme Pablo Fernandez e al. 9,60%

Média 9,62%

Beta setorial sem

alavancagem e corrigido por

caixa, conforme Damodaran

Papel e produtos florestais para países

emergentes, conforme Damodaran 0,57

Fundos e sociedades imobiliárias para países

emergentes, conforme Damodaran 0,47

Média 0,52

Taxa de retorno de uma

empresa florestal hipotética

listada na bolsa

Calculado pelo CAPM 9,22%

Usado no custeio 9,00%

Os prêmios de risco regionais foram estimados a partir de entrevistas com investidores

florestais efetivos e potenciais para obter uma taxa de retorno calculada efetivamente

igual às expectativas dos investidores, considerando a possibilidade de contrato de

venda ao longo prazo de toda a produção a uma empresa industrial (ou seja, foi

considerado unicamente o risco de liquidez do ativo, em caso de uma necessidade de

venda) e o risco ligado à organização e custos das operações de produção e risco de

produtividade. Estes prêmios são iguais a 0 na maioria das regiões onde o mercado

florestal é maduro (ou seja, na prática não tem prêmio de liquidez) e atingem 2 a 4% nas

regiões do MAPITO e de mercados incipientes (Tabela 10). Ou seja, o prêmio de risco é

maior quando:

• As práticas silviculturais não são consolidadas, de tal forma que existe um risco

expressivo da produtividade ficar bem abaixo do previsto e/ou custos

silviculturais acima do previsto.

• As infraestruturas são pouco desenvolvidas, de tal forma que existe um risco

operacional de não sempre conseguir acesso às florestas para plantar ou colher,

ou transportar a madeira colhida da floresta até o consumidor quando seria

necessário (por exemplo, em período de forte chuva).

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Fase 2 – Versão Final

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Tabela 10. Prêmio de risco regional

Mesorregião Prêmio de

risco regional

Mato Grosso do Sul 0%

Pampa Gaúcho 1%

Serra Gaúcha 1%

Paraná e Santa Catarina 0%

São Paulo 0%

Leste de Minas Gerais 0%

Oeste de Minas Gerais 0%

Norte ES e Sul BA 0%

Cerrado 2%

MAPITO 3%

Amazônia 4%

É importante ressaltar que a análise de risco não inclui o risco de mercado. Isto é

adequado quando uma das seguintes condições é satisfeita:

• O projeto florestal está inserido num mercado florestal onde existem muitos

compradores potenciais de madeira e a oferta e demanda estão ben equilibradas;

ou

• A madeira é vendida através um contrato de longo prazo com volumes e preço

de venda pré-estabelecidos e existe uma quase certeza que o comprado vai

honrar as obrigações contratuais (por exemplo termelétrica tendo vendido a

produção através um leilão regulado e operando na base).

Em todos os outros casos , pode existir um premio de risco de mercado.

2.2.5 Características físicas regionais

2.2.5.1 Isoietas

As isoietas (ou chuvas anuais médias) não são utilizadas diretamente no cálculo. Numa

versão futura do custeio, a sugestão de produtividade de floresta poderia ser calculada a

partir das isoietas.

As médias por mesorregião foram calculadas a partir dos mapas de linhas de isoietas

disponibilizados pela Agencia Nacional das Águas, (ANA, 2016).

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Fase 2 – Versão Final

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2.2.5.2 Relevo

O usuário pode escolher dentro de uma lista fechada de opções que vai de "Plano" a

"Forte ondulado mais montanhoso", conforme a Tabela 11 seguinte.

Tabela 11. Definições das categórias de relevo

Nome Intervalo de aclive

- declive

Aclive médio usado nos cálculos de

produtividade da operação de colheita

Plano 0 – 3% 0,0%

Suave Ondulado 3 – 6% 3,0%

Ondulado 6 – 12% 7,5%

Forte ondulado 12 – 20% 14,5%

Forte ondulado mais montanhoso 20 – 40% 28,5%

O relevo mais acentuado reduz expressivamente o rendimento das operações de colheita

e pode até impedir a mecanização das operações. O modelo considera a seguinte

equação

Rendimento (Relevo R) =

Rendimento (plano) x (1 – αR)

Onde α é tabulado com valores distintos para os diferentes sistemas de colheita.

2.2.6 Cronograma e manejo florestal

Nesta etapa, são definidas as características da organização da produção da madeira em

pé, que completam as definições anteriores do tipo de projeto florestal e do prazo de

produção.

2.2.6.1 Número de rotações por ciclo

O número pode variar de 1 a 4:

• Para o plantio comercial, 2 é geralmente considerado o valor dando a maior

rentabilidade financeira. O ganho de custos silviculturais mais do que compensa

a perda de produtividade entre a primeira e a segunda rotação, que fica limitada

quando acontecer. As terceira e quarta rotações têm os mesmos custos

silviculturais do que a segunda rotação, porém, têm uma produtividade florestal

significativamente menor. Adicionalmente, o desenvolvimento de novos clones

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Fase 2 – Versão Final

37

com maior produtividade e/ou resistência às pragas – incluindo para regiões de

mercado florestal maduro – justifica trocar os plantios após duas rotações.

• Para o plantio em reserva legal, 3 é o máximo na prática, porque a lei somente

autoriza a exploração de madeira neste caso durante 20 anos após o plantio.

2.2.6.2 Prazo de cada rotação

O prazo fixado é idêntico para todas as rotações, de plantio ou de rebrota. É um número

inteiro de anos, podendo variar de 5 a 10 anos.

O ótimo de rentabilidade é geralmente para 6 ou 7 anos. Abaixo de 5 anos, a perda de

rentabilidade é importante porque as florestas ainda não tiveram tempo de se

desenvolver, além de algumas características da madeira afetarem os processos

industriais de maneira negativa, como a baixa densidade da madeira em estágios iniciais

de desenvolvimento. Acima de 10 anos, o corte de madeira para fins de processo

industrial ou de geração de energia fica difícil, e a redução da taxa de crescimento

florestal não compensa o incremento de custos fixos.

2.2.6.3 Prazo inicial de plantio

A planilha somente funciona se o prazo inicial de plantio for inferior ou igual ao prazo

esperado de produção, e também ao prazo de rotação, o que corresponde a pratica geral.

Plantar em vários anos permite ter uma produção de madeira mais homogênea ao longo

do tempo, e reduz os custos de investimento.

2.2.6.4 Prazo de um ciclo

O prazo de um ciclo é calculado automaticamente como o produto entre o número de

rotações por ciclo e o prazo de uma rotação.

2.2.6.5 Prazo efetivo do projeto florestal desde o início

Se o plantio for comercial, o prazo efetivo é dado pela formula:

Prazo efetivo =

Prazo de uma rotação (ou seja, prazo entre plantio e 1ª colheita)

+

Prazo esperado de produção

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Fase 2 – Versão Final

38

Se o plantio for em reserva legal, a lei impõe que a reserva legal esteja 100% restituída à

floresta nativa em ao máximo 20 anos. Na prática, é também pouco provável a

realização de mais de 1 ciclo de produção com eucalipto, de tal forma que se aplica a

fórmula:

Prazo efetivo = Mínimo de

20 anos

Prazo inicial de plantio + prazo esperado de produção

Prazo inicial de plantio + prazo de um ciclo

2.2.6.6 Densidade de plantios de eucalipto

A densidade de plantios de eucalipto é definida automaticamente pelo custeio em

função da mesorregião e do tipo de projeto florestal, conforme a Tabela 12.

Tabela 12. Densidade de plantio de eucalipto

Mesorregião

Número de mudas de eucalipto por hectare

Plantio

comercial

com manejo

de rebrota

Plantio

comercial

sem manejo

de rebrota

Recomposição

de Reserva

Legal – 50%

de eucalipto

Recomposição

de Reserva

Legal – 25%

de eucalipto

Mato Grosso do Sul 1.143 1.143 571 286

Pampa Gaúcho 1.667 1.667 833 417

Serra Gaúcha 1.667 1.667 833 417

Paraná e Santa Catarina 1.667 1.667 833 417

São Paulo 1.143 1.143 571 286

Leste de Minas Gerais 1.143 1.143 571 286

Oeste de Minas Gerais 1.143 1.143 571 286

Norte ES e Sul BA 1.143 1.143 571 286

Cerrado 1.000 1.000 500 250

MAPITO 1.000 1.000 500 250

Amazônia 1.000 1.000 500 250

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Fase 2 – Versão Final

39

Para todas as regiões excluindo o Cerrado e a Amazônia, onde o mercado florestal é

incipiente, considerou-se a densidade que corresponde ao manejo o mais comum hoje

para maximizar a produção de madeira de processo ou para fins energéticos.

Para o Cerrado e a Amazônia, foi adotada a mesma densidade do que para o Cerrado,

por comparação das condições edafoclimáticas.

Vale ressaltar que:

• Quando o projeto florestal é de recomposição de reserva legal, o eucalipto

coexiste com árvores nativas. Por exemplo, se o projeto estiver no Cerrado com

50% de eucalipto, serão também plantadas, na média, 500 árvores nativas por

hectare de reserva recomposta.

• Quando a situação de referência é a recomposição de reserva legal com 100% de

árvores nativas, considerou-se que a densidade de replantio é 50% da densidade

de plantios de eucalipto num plantio comercial. Assim, no Cerrado, isto iria

corresponder a 500 árvores nativas por hectare recomposto.

2.2.7 Características físicas da madeira do projeto

É necessário definir os fatores de conversão entre volume, peso verde e conteúdo

energético.

O custeio faz as seguintes escolhas para o usuário:

• A espécie de Eucalyptus considerada é somente E. urograndis, clone nascido do

cruzamento entre E. grandis e E. urophylla, e hoje a espécie a mais plantada no

Brasil. Uma versão futura do modelo poderia incluir outras espécies de eucalipto,

especialmente algumas espécies bem adaptadas para alguns usos específicos.

• O volume de madeira é sempre incluindo a casca, de tal forma que com a escolha

de E. urograndis, a densidade seca média de referência é 0,45 t/m³ aos 7 anos e o

poder calorífico inferior de referência é 18 GJ / tonelada seca.

• A densidade seca das árvores aumenta com a idade, esta relação é bem

aproximada por:

Densidade seca (idade N) =

Densidade seca 7 anos * [1 + 0,03 * (n – 7)]

• A umidade representa o peso da água em relação ao peso total da madeira, de tal

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Fase 2 – Versão Final

40

forma que a densidade verde é automaticamente calculada pela equação:

Densidade verde =

Densidade seca / (1 – Umidade)

• Embora existam várias equações para calcular o teor energético de madeira

úmida a partir do teor de madeira seca, equação geralmente utilizada é a

seguinte:

Teor energético (GJ por tonelada verde) =

Teor energético por tonelada seca x (1 – Umidade) – 2,33 * Umidade

• Embora o mercado florestal brasileiro esteja mais acostumado a representar o

conteúdo energético em kcal/kg, o custeio indica o conteúdo em MWh/m³,

calculado como:

Teor energético da madeira verde (MWh/m³) =

Teor energético (GJ por tonelada verde) x densidade verde / 3,6

No caso de queima de madeira para produção de energia térmica ou elétrica, é comum

para o fornecedor de equipamento ou da usina (no caso de um contrato turnkey)

comunicar o rendimento energético (em %). O usuário pode assim rapidamente estimar

o consumo específico de madeira em m³ conforme a equação:

Consumo específico (m³/MWh produzido) =

Teor energético da madeira verde (MWh/m³) / Rendimento energético

Assim, o único parâmetro do quadro 4b a ser escolhido pelo usuário é a umidade média

que:

• Geralmente vai de 45 a 55% para venda em pé ou carregada no caminhão;

• Pode cair até 30 - 35% para outras modalidades de venda, se a cadeia logística

incluir um prazo de armazenamento em pilha antes do transporte até o

consumidor.

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Fase 2 – Versão Final

41

2.2.8 Produtividade das florestas

2.2.8.1 Índice de sítio

A produtividade de uma floresta depende do conjunto de (i) condições edafoclimáticas,

(ii) escolha da espécie e do clone, (iii) práticas silviculturais (em termos de uso de

irrigação, adubo, etc.) e (iv) densidade / espaçamento dos plantios. O índice de sitio

permite agrupar o impacto dos dois primeiros tipos de fatores, considerando o uso das

práticas silviculturais as mais adequadas e a primeira rotação (ou seja, a produção após

o plantio).

Com o índice de sítio e o espaçamento dos plantios, o modelo Florexcel desenvolvido

pela Universidade Federal do Paraná a partir da compreensão da biologia do

crescimento do eucalipto e de bancos de dados, permite calcular o volume de madeira

disponível com qualquer idade e qualquer densidade de plantios para uma floresta

comercial conforme o Anexo A.

Assim, a partir da densidade de plantios imposta pelo modelo e do índice de sítio

indicado pelo usuário, o modelo calcula automaticamente o Incremento Médio Anual

(IMA) aos 7 anos, já que 7 anos é a idade de corte comumente praticada pelo mercado

(Tabela 13).

Tabela 13. Incremento Médio Anual aos 7 anos em função da denside de plantio e do índice de sítio de plantios convencionais de eucalipto, conforme o modelo Florexcel

Fonte: Florexcel

1667 1143 1000 833

28,5 23,9 16,8 15,2 14,7

29,0 24,9 17,6 16,0 15,5

29,5 26,0 18,5 16,8 16,2

30,0 27,1 19,3 17,6 17,0

30,5 28,2 20,2 18,5 17,8

31,0 29,4 21,1 19,4 18,6

31,5 30,5 22,0 20,3 19,4

32,0 31,7 22,9 21,2 20,2

32,5 32,9 23,9 22,1 21,1

33,0 34,1 24,8 23,1 22,0

33,5 35,4 25,8 24,1 22,8

34,0 36,6 26,8 25,1 23,8

34,5 37,9 27,8 26,1 24,7

35,0 39,2 28,9 27,1 25,6

35,5 40,4 29,9 28,2 26,6

36,0 41,8 31,0 29,2 27,6

36,5 43,1 32,1 30,3 28,6

37,0 44,4 33,2 31,4 29,6

37,5 45,8 34,3 32,5 30,6

38,0 47,1 35,4 33,7 31,6

38,5 48,5 36,6 34,8 32,7

39,0 49,9 37,8 36,0 33,8

39,5 51,3 38,9 37,2 34,9

Indice de

sitio

IMA 7 anos função da densidade de plantios

(m³/ha.ano)

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Fase 2 – Versão Final

42

O usuário deve verificar que o IMA aos 7 anos obtido é coerente com os valores

regionais – na medida do possível – e se não for o caso, decidir se vale a pena ajustar o

índice de sitio escolhido.

A razão por escolher com dado de produtividade o índice de sitio, e não o IMA aos 7

anos, e que assim, numa versão futura do custeio, seria possível ampliar as escolha de

tipo de manejo, por exemplo deixando a possibilidade de mudar a densidade de plantios.

2.2.8.2 Relação de produtividade entre rotações

O modelo de custeio calcula a produção de madeira para 1 hectare manejado da seguinte

forma:

Para a rotação 1:

Produção (1) =

Proporção da área manejada efetivamente coberta com eucalipto

X

Produção por hectare conforme o modelo Florexcel para o índice de sítio,

a densidade de plantios e o prazo da rotação informados

X

Fator de correção da rotação 1 em relação ao padrão definido por

Florexcel

Para as rotações N = 2, 3 ou 4, se existirem

Produção (N) =

Produção (N – 1)

X

Fator de Correção N em relação a N – 1

Os fatores de correção sugeridos para o usuário são independentes da mesorregião e são

resumidos na Tabela 14 abaixo. Eles foram estabelecidos da seguinte forma:

• Fator de correção para a rotação 1:

- Por definição, o plantio comercial corresponde ao regime padrão e assim, o

fator de correção para a rotação 1 neste caso é naturalmente 100%.

- Para a recomposição de reserva legal, como não existem dados de referência,

considera-se prudente adotar um fator de correção de 80% para considerar as

possíveis perdas de produtividade ligadas a interações desfavoráveis do eucalipto

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Fase 2 – Versão Final

43

com as espécies nativas plantadas a proximidade, limitações de manejo (uso de

agroquímico, por exemplo) que poderiam ser impostas por órgãos ambientais, e

dificuldades operacionais ligadas a um arranjo descontínuo (necessidade de

abandonar algumas árvores, por exemplo, ligadas a dificuldade de extração sem

danificar as árvores nativas).

• Fatores de correção para as rotações de rebrota de plantio comercial:

- Conforme já indicado, para um plantio comercial com manejo de rebrota, a

produtividade da segunda rotação (primeira rebrota) varia entre 80% e 110% da

produtividade da primeira rotação. O valor sugerido de 100% corresponde à

opinião dos peritos em relação à produção de madeira para geração de energia,

quando a morfologia e o diâmetro dos fustes oriundos da rebrota não impactam o

potencial de uso da madeira, o que permite manter um maior número de fustes

por toco e assim garantir uma alta produtividade.

- Para outras rotações (3ª e 4ª com manejo de rebrota, 2, 3ª e 4ª sem manejo de

rebrota), existem poucos dados quantitativos e as sugestões foram estimados a

partir da experiência acumulada no campo.

• Fatores de correção para as rotações de rebrota em reserva legal: não existem

dados. Assim, as sugestões foram estimadas por um comitê de peritos por

comparação com as estimativas dos plantios comerciais.

Tabela 14. Relação de produtividade entre rotações conforme o modelo de projeto florestal

2.2.9 Custos de preparação do projeto florestal

Estes custos ocorrem por parte no início do projeto florestal e por parte pouco antes do

primeiro plantio (o que pode não coincidir com o inicio do projeto florestal, se o projeto

for implantado em vários anos).

Os custos de preparação são o licenciamento, a cerca, e preparação do solo. Considera-

se que eles são idênticos para o projeto florestal de recomposição de reserva legal com

plantio de eucalipto e a situação de referência de recomposição de reserva legal com

100% de plantios de árvores nativas.

Rotação 1 /

Rotação 1 padrão

Rotação 2 /

Rotação 1

Rotação 3 /

Rotação 2

Rotação 4 /

Rotação 3

Comercial com manejo de rebrota 100% 100% 80% 80%

Comercial sem manejo de rebrota 100% 70% 70% 70%

Recomposição de RL - 50% eucalipto 80% 80% 80%

Recomposição de RL - 25% eucalipto 80% 80% 80%

Nome

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Fase 2 – Versão Final

44

2.2.9.1 Licenciamento

O licenciamento é um pré-requisito para o planejamento de um empreendimento

florestal e em alguns estados pode ser fator limitante da sua implantação, como por

exemplo, no Rio Grande do Sul, onde a disponibilidade de áreas para silvicultura já está

previamente delimitadas por micro bacias hidrográficas.

As diretrizes do licenciamento ambiental são definidas na esfera Federal, porém, os são

os estados que estabelecem os procedimentos operacionais para a regularização do

licenciamento. Neste aspecto, observam-se algumas variações no entendimento dos

órgãos ambientais estaduais no sentido de exigir estudos com maior ou menor

detalhamento para o licenciamento de empreendimentos florestais considerando as

características regionais (socioambientais) distintas.

Desta forma, os custos do licenciamento variam em função destas variações de

exigências, em casos de EIA/RIMA os custos podem aumentar significativamente,

enquanto quando os estudos são simplificados, os custos são inferiores. Considerando

somente os custos de estudos técnicos, estima-se que o custo de licenciamento varia de

R$5,00 a R$ 10,00 por ha e considerando um valor mínimo, independente da área

plantada, de aproximadamente R$ 5.000 reais. Estes valores foram obtidos em ligações

com produtores florestais.

Adicionalmente, há ainda os custos decorrentes do pagamento de taxas de licenciamento

que são estabelecidos por lei e devem ser pagas aos órgãos ambientais. Esta taxa é

variável de 1% a 5% do valor do empreendimento, mas também pode ser negociada no

processo de licenciamento em função da complexidade do empreendimento. Pequenos

empreendimentos podem até ser isentos da taxa.

2.2.9.2 Cerca

O custo da cerca é geralmente estimado com o custo por metro multiplicado pelo

cumprimento da cerca ser instalada.

O custo por hectare sugerido de R$ 10 por metro provém de entrevistas e de um

levantamento de dados secundários e entrevistas com empresas florestais.

2.2.9.3 Preparo do solo

O preparo do solo inclui a remoção de vegetação, a subsolagem, o coveamento e a

correção do solo.

O valor sugerido provém de valores médios regionais (Tabela 15).

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Fase 2 – Versão Final

45

Tabela 15. Custos médios de prepara do solo por mesorregião

Mesorregião R$/ha

Comercial convencional Reserva legal

Mato Grosso do Sul 680 290

Pampa Gaúcha 671 N/D

Serra Gaúcha 738 1.324

Paraná e Santa Catarina 723 1.324

São Paulo 899 1.324

Leste de Minas Gerais 775 1.324

Oeste de Minas Gerais 697 305

Norte ES e Sul BA 766 830

Cerrado 723 290

MAPITO 723 289

Amazônia 757 289

2.2.9.4 Custos indiretos de manejo do empreendimento florestal

Os custos indiretos incluem os seguintes componentes:

• Custos administrativos

• Custos de monitoramento e manutenção do licenciamento ambiental

• Certificação florestal (quando existir)

• Planejamento florestal

• Pesquisa & Desenvolvimento

• Mapeamento

• Manutenção de cerca e estradas

• Prevenção contra os incêndios

• Seguro

• Impostos sobre a propriedade

• Serviços terceirizados (tais quais: inventário, avaliação, contabilidade, etc.)

Estes custos são descritos pela seguinte equação:

Custos indiretos =

Custos fixos

+

Custos ambientais considerados proporcionais à área manejada

+

Outros custos considerados proporcionais à área manejada

Os valores sugeridos são função do modelo de gestão e do tipo de projeto florestal,

conforme a Tabela 16.

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Fase 2 – Versão Final

46

Tabela 16. Custos indiretos sugeridos

Categoria de custos

Estrutura de manejo

Unidade Casos onde estes custos não

entram no cálculo Reduzida

Empresa

ou Fundo

Custos indiretos fixos do

projeto florestal

5.000 100.000 R$/ano Quando o projeto florestal é uma

recomposição de reserva legal e a

situação de referência é uma

regeneração natural com monito-

ramento ou uma recomposição com

plantio de árvores nativas

Custos variáveis de

monitoramento ambiental

de plantio comercial

5 10 R$/ha

plantado / ano

Não existe

Custos variáveis de

monitoramento ambiental

de reserva legal em fase de

recomposição

190 190 R$/ha reserva

legal

recomposta /

ano

Quando o projeto florestal é uma

recomposição de reserva legal e a

situação de referência é uma

regeneração natural com monito-

ramento ou uma recomposição com

plantio de árvores nativas

Custos indiretos variáveis

de um plantio comercial e

não ligados ao monito-

ramento ambiental

45 190 R$/ha

plantado / ano

Não existe

Custos indiretos variáveis

em região de reserva legal

ativamente recomposta e

não ligados ao monito-

ramento ambiental

45 190 R$/ha reserva

legal

recomposta /

ano

Quando o projeto florestal é uma

recomposição de reserva legal e a

situação de referência é uma recom-

posição com plantio de árvores nativas

2.2.10 Custos de operação florestal

É um padrão do mercado para a modelagem financeira de descartar hoje qualquer efeito

de escala no custo das operações silviculturais, e de considerar todos os custos

estritamente proporcionais à área plantada. Isto é porque os ganhos de escala sobre os

custos de compra de insumos e a mão de obra tem um impacto relativamente limitado

em comparação ao impacto das variações de práticas silviculturais, escolha de

fornecedor de insumos, variações de salário de uma região para a outra, possibilidade de

mecanização das operações em função do relevo, do arranjo das árvores, etc.

As operações de silvicultura podem ser classificadas em 6 grandes categorias:

• Plantio: isto ocorre no início de cada novo ciclo e os custos incluem

principalmente as mudas e a mão de obra. O custeio considera que os custos se

mantêm idênticos para sucessivos ciclos – se tiverem. Esta premissa é

geralmente verdadeira para o segundo ciclo, porque é possível plantar entre os

tocos do ciclo anterior, porém para outros ciclos, custos de remoção dos tocos

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Fase 2 – Versão Final

47

deveriam estar incluídos. Na prática, o impacto desta omissão é desprezível.

• Manejo de broto: isto ocorre no primeiro ano após a colheita de uma rotação, se

este ano for o inicio de uma nova rotação dentro do mesmo ciclo. Esta etapa

corresponde à eliminação dos brotos em excesso e a replantios pontuais dentro

de uma área.

• Irrigação: isto ocorre no primeiro ano de cada novo ciclo, após o plantio, até que

as raízes estejam suficientemente desenvolvidas para atingir fontes de água

dentro do solo. Esta operação é desnecessária para as rotações 2, 3 ou 4 do ciclo.

• Fertilizante: o fertilizante é principalmente aplicado no ano do plantio, outras

aplicações podem ocorrer até 5 anos após o plantio.

• Controle de mato: herbicidas são principalmente aplicados no ano de plantio;

outras aplicações podem ocorrer até que a cobertura das árvores se fecha,

geralmente até 2 anos de idade.

• Controle de pragas: esta operação é praticada ao longo da vida dos plantios

No caso de manejo ativo de rebrota para manter alta produtividade florestal, os custos

ligados à aplicação de todos agroquímicos se mantém com níveis comparáveis entre a

rotação de rebrota e a primeira rotação. Se a rebrota não for ativamente manejada, será

necessário ao mínimo controlar as pragas para não comprometer a floresta.

Os valores sugeridos ao usuário são detalhados da Tabela 61 à Tabela 68 no Anexo B.

Os totais até o sétimo ano são resumidos para o plantio comercial convencional na

Tabela 17 e para o plantio em reserva legal na Tabela 18.

Os valores provêm:

• Para as regiões de mercado florestal maduro ou fronteira.

• Para os mercados incipientes a estimativa dos custos baseou-se nos mercados

maduros e de fronteira com ajustes relacionados à: (I) condições edafoclimáticas,

ajustes de manejo como por exemplo maior número de irrigações para regiões

mais secas, (II) relevo, com penalização do rendimento de operações em função

da declividade, (III) características regionais, como aumento dos custos de mato

competição em função de características da vegetação pertencente à mesorregião

e (IV) características econômicas, representada pelo custo da mão de obra,

insumos, etc.

Considerou-se que as operações silviculturais de recomposição de reserva legal:

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Fase 2 – Versão Final

48

• Poderão ser parcialmente mecanizadas, em média, para a recomposição com

50% de eucalipto, em mesorregiões planas enquanto elas serão 100% manuais

em outras mesorregiões (a razão é que os donos florestas tendem a selecionar

para reservas legais as zonas menos favoráveis para implantação da cultura,

particularmente as regiões de maior aclive, onde a mecanização é mais difícil:

tais zonas são mais frequentes em regiões de relevo ondulado);

• Serão 100% manuais para a recomposição com 100% de árvores nativas.

Tabela 17. Custo total da silvicultura por mesorregião, regime e rotação até o setimo ano para o plantio convencional

Mesorregião

R$/ha

Relevo Plantio

Rebrota

com

manejo

Rebrota

sem

manejo

Mato Grosso do Sul 5.799 3.856 891 Plano

Pampa Gaúcha 5.167 3.110 775 Plano

Serra Gaúcha 5.301 3.295 833 Suave Ondulado

Paraná e Santa Catarina 5.128 3.244 805 Suave Ondulado

São Paulo 6.446 4.016 932 Suave Ondulado

Leste de Minas Gerais 6.721 4.265 1.119 Ondulado

Oeste de Minas Gerais 6.319 4.015 1.041 Ondulado

Norte ES e Sul BA 6.094 4.049 1.143 Ondulado

Cerrado 7.543 4.540 1.370 Plano

MAPITO 7.061 4.443 1.252 Plano

Amazônia 6,456 4.437 1.313 Plano

Tabela 18. Custo total da silvicultura por mesorregião, arranjo e rotação até o setimo ano para o plantio em reserva legal

Mesorregião

R$/ha

Relevo 50% euc

1º rot

50% euc

2º rot

25% euc

1º rot

25% euc

2º rot

100%

árv nat.

Mato Grosso do Sul 8.355 4.524 10.456 2.262 9.552 Plano

Pampa Gaúcha N/D N/D N/D N/D N/D Plano

Serra Gaúcha 13.263 9.406 14.415 4.703 12.844 Suave Ondulado

Paraná e Santa Catarina 13.263 9.406 14.415 4.703 12.844 Suave Ondulado

São Paulo 12.190 9.406 12.937 4.703 11.902 Suave Ondulado

Leste de Minas Gerais 12.190 9.406 12.937 4.703 11.902 Ondulado

Oeste de Minas Gerais 8.273 5.860 8.914 2.930 7.985 Ondulado

Norte ES e Sul BA 10.111 4.049 11.345 2.025 9.692 Ondulado

Cerrado 8.355 4.540 10.456 2.720 9.552 Plano

MAPITO 7.098 4.443 8.682 2.222 8.567 Plano

Amazônia 7.098 4.433 8.682 2.222 8.567 Plano

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Fase 2 – Versão Final

49

2.2.11 Custos de colheita

Caso a colheita esteja incluída nas responsabilidades do vendedor da madeira, o usuário

pode definir um intervalo provável para o custo de colheita.

Caso o usuário não defina tal intervalo, o custeio escolhe a combinação a mais

econômica dentro do universo de 3 sistemas de colheita x 2 organizações e de um

conjunto de restrições.

Os três sistemas são:

• Colheita “full tree” praticada com o conjunto de equipamentos feller buncher +

skidder + garra traçadora: o sistema é caracterizado pelo corte da madeira,

remoção do talhão e processamento em local previamente definido, geralmente,

laterais das estradas ou pátios temporários. Ele exige elevado índice de

mecanização, alcança grandes produtividades, e é aplicado para colheita de

grande porte. O feller buncher corta, acumula e derruba várias árvores ao mesmo

tempo. O skidder é um trator florestal articulado responsável por retirar árvores

cortadas pelo feller buncher do interior do talhão até a beira da estrada; ele pode

realizar o arraste de árvores individuais ou em feixes por meio de duas

ferramentas: pinça hidráulica ou cabo. A garra traçadora realiza a toragem da

madeira e o empilhamento, deixando as toras prontas para o carregamento

(Figura 9).

• Colheita “cut to length” praticada com o conjunto de equipamentos harvester +

forwarder: o sistema é caracterizado pelo processamento da árvore no local de

corte e derrubada, sendo realizada ali a operação de processamento, que é

composta pelo desgalhamento e descascamento (quando houver necessidade) e

ainda o corte das árvores em toras com comprimento que pode variar de 1 a 7

metros. Este sistema exige menor grau de mecanização, facilita o deslocamento a

pequenas distâncias, diminui a agressão ao meio ambiente, e tem produtividade

intermediária. O harvester, composto, em sua essência, por uma máquina base

automotriz adaptada sobre pneus ou esteiras, uma lança ou braço

mecânico/hidráulico e um implemento (cabeçote) em sua extremidade, pode

executar, sequencialmente, as operações de corte da árvore, derrubada,

desgalhamento, descascamento, traçamento e formação de pilhas de toras.

O forwarder é responsável pela remoção das toras e desloca-se sobre a camada

de resíduos (galhos, cascas e folhas) deixados pelo harvester, durante a operação

de processamento (Figura 10).

• Corte manual: com motosserra e trator (Figura 11).

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Fase 2 – Versão Final

50

Figura 9. Sistema full tree: feller buncher, skidder e garra traçadora

Figura 10. Sistema cut to length: harvester e forwarder

Figura 11. Sistema de corte manual: motosserra e trator

As duas organizações são:

• A internalização das operações, que permite reduzir o gasto ligado à margem de

lucro e deduções e impostos do fornecedor de serviços no caso de uma

terceirização, mas impõe o pagamento de recursos de equipamento e mão de

obra o ano inteiro, incluindo quando tais recursos seriam realmente necessários

parte do ano, considerando o volume a ser colhido;

• A terceirização das operações.

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Fase 2 – Versão Final

51

As restrições potenciais são:

• Técnicas: em reserva legal, considerou-se que somente se poderá usar o corte

manual;

• Ligadas à maturidade do mercado florestal: considerou-se que em mercados

incipientes onde não existem hoje prestadores de serviços nem operadores de

máquina qualificados, as colheitas “full tree” ou “cut to length” deveriam ser

internalizadas;

• Definidas pelo usuário que pode impor a internalização, a terceirização se em

mercado maduro, ou deixar efetivamente o modelo escolher a melhor opção

dentro das restrições técnicas e de maturidade do mercado florestal.

As premissas quantitativas que permitem a escolha da combinação e o cálculo do custo

de colheita são descritas no parágrafo 2.3.3 Modelos de colheita na página 55.

2.2.12 Custos de transporte

Caso o transporte esteja incluído nas responsabilidades do vendedor da madeira, o

usuário pode definir um intervalo provável para o custo de transporte.

Caso o usuário não defina tal intervalo, o custeio escolhe a combinação mais econômica

dentro do universo de 3 sistemas de transporte x 2 organizações e de um conjunto de

restrições.

Os três sistemas são:

• Tri-trem, formado por três semirreboques interligados: ele tem a maior carga

líquida entre os sistemas de transporte de madeira (50 t) e é utilizado quando as

estradas são largas e em relevo relativamente plano. É hoje o sistema o mais

usado pelas grandes empresas de celulose (Figura 12).

• Bi-trem, formado por dois semirreboques interligados: a carga líquida é

intermediaria (38 t) (Figura 13).

• Carreta, composto de um semirreboque, e com a menor carga líquida. A carreta é

hoje reservada para regiões de baixa acessibilidade, porque as estradas são muito

estreitas ou tem relevo acentuado (Figura 14).

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Fase 2 – Versão Final

52

Figura 12. Sistema Tri-trem

Figura 13. Sistema Bi-trem

Figura 14. Sistema de carreta

As duas organizações são:

• A internalização das operações, que permite reduzir o gasto ligado à margem de

lucro e deduções e impostos do fornecedor de serviços no caso de uma

terceirização, mas impõe o pagamento de recursos de equipamento e mão de

obra o ano inteiro, incluindo quando tais recursos seriam realmente necessários

parte do ano, considerando o volume a ser colhido;

• A terceirização das operações.

As restrições potenciais são:

• Técnicas: em algumas regiões, somente se consegue usar carretas, em outras bi-

trem e carretas, e em outras, os três sistemas;

Definidas pelo usuário que pode impor a internalização, a terceirização, ou

deixar efetivamente o modelo escolher a melhor opção dentro das restrições

técnicas.

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Fase 2 – Versão Final

53

O sistema de maior carga que pode ser efetivamente utilizado deve ser dado como

premissa. O custeio faz uma sugestão em função da mesorregião selecionada.

O usuário deve também definir a distância de transporte da floresta à fábrica, e as

velocidades médias de idas e volta. O custeio faz as sugestões seguintes:

• Para a distância: 50 km

• Para a velocidade média sem carga: 50 km/h

• Para a velocidade média com carga: 30 km/h.

2.2.13 Deduções

As deduções sobre as vendas da madeira podem ser classificadas em três grandes

categorias:

• As deduções que sempre se aplicam:

- PIS (Programa de Integração Social e de Formação do Património do Servidor

Público)

- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

• As deduções que a princípio se aplicam sempre, porém poderiam sofrer exceção

no futuro. É o caso do FUNRURAL (Contribuição ao Fundo de Assistência ao

Trabalhador Rural), que o Supremo Tribunal Federal havia declarado

inconstitucional quando o empregador é uma pessoa física em 2011, mas

declarou constitucional em março de 2017.

• Deduções que se aplicam na minoria das situações. É o caso do ICMS (Imposto

sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços), que é recolhido somente para

vendas entre Estados.

O modelo financeiro define automaticamente o regime de PIS e COFINS assim como o

regime dos impostos de renda CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e

IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) optando pelos mais favoráveis, em função

das possibilidades deixadas abertas pelo nível de faturamento bruto.

Assim, o usuário da planilha pode escolher as taxas de FUNRURAL e de ICMS que vão

se aplicar às vendas de madeira. Ele pode também definir a taxa média de ICMS que se

aplica sobre as compras de insumos e serviços, o que terá um impacto sobre o resultado

do modelo financeiro somente se a taxa de ICMS sobre as vendas é diferente de zero.

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Fase 2 – Versão Final

54

2.3 Premissas não modificáveis pelo usuário

2.3.1 Modelos florestais

A principal premissa não modificável é o conjunto de tabelas dando a produtividade de

um plantio comercial em função do índice de sítio, densidade de plantio e idade,

conforme já mostrado na Tabela 13.

2.3.2 Modelos para trabalhadores

O custo unitário dos trabalhadores precisou ser definido para calcular o custo das

operações de colheita e de transporte, quando tal cálculo for relevante (lembra-se que

para as operações silviculturais, as médias regionais já incorporam os efeitos dos

salários e organização dos trabalhadores).

Portanto, considerou-se 3 categorias de trabalhadores, cujo salário mensal e custo global

em relação ao Estado de São Paulo conforme a Tabela 19 a seguir:

Tabela 19. Custo de Operadores de Colheita e Transporte no Estado de São Paulo

Categoria de

funcionário

Salário

(R$/mês)

Custo global

(R$/ano)

Motorista 1.700 45.780

Operador de motosserra 2.200 57.480

Operador de máquina de colheita 2.700 69.180

Cada trabalhador tem um tempo útil máximo de 1.518 horas ao ano (Tabela 20), o resto

do tempo corresponde a ausências não planejadas, treinamento, etc. A organização das

operações, e efeitos de escala, se manifestam na capacidade de transformar o tempo útil

máximo em tempo útil efetivo.

Tabela 20. Cálculo do tempo útil máximo dos trabalhadores

Item Valor

Trabalho por semana 44 horas

Semanas por ano 46

Proporção útil máxima 75%

Tempo útil máximo 1.518 horas/ano

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Fase 2 – Versão Final

55

2.3.3 Modelos de colheita

2.3.3.1 Do custo da operação de colheita ao custo total de colheita

O custo total de colheita foi modelizado a partir da seguinte equação:

Custo total de colheita =

Custo da operação / (1 – taxa de administração) / (1 – margem de lucro

de terceirização)

Os valores utilizados pelo custeio são apresentados na Tabela 21.

Tabela 21. Premissas de taxa de adminsitração e margem de lucro de terceirização para a operação de colheita

Organização da

colheita

Taxa de administração Margem de lucro de

terceirização

Internalizada 10% -

Terceirizada 10% 15%

2.3.3.2 Organização da operação

Considera-se um modelo único de organização da produção, conforme praticado

atualmente pelo mercado florestal (Tabela 22):

• Quando a produção é terceirizada, considera-se que a mão de obra e os

equipamentos são utilizados a 100% da capacidade efetiva, independentemente

do porte do projeto florestal, porque existem outros clientes que podem

completar a atividade ao longo do ano. Assim, a colheita paga efetivamente

somente o que ela utiliza.

• Quando a produção é internalizada, considera-se que o empreendimento

funciona com o número de funcionários e equipamentos inteiro e mínimo para

garantir a colheita, mas que não existe atividade alternativa enquanto não precisa

colher, ou seja, a colheita paga também o tempo ocioso dos funcionários e a

depreciação dos equipamentos ociosos.

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Fase 2 – Versão Final

56

Tabela 22. Organização da colheita

Item Valor

Tempo por turno 8,8 horas

Número de turnos máximo por dia 2

Número de dias por semana 6

Número de semanas ao ano 50

Tempo de produção máximo por ano 5.280 horas

Número máximo de equipes por equipamento 4

2.3.3.3 Características técnico-econômicas dos diferentes sistemas de colheita

O número de máquinas é dado para terceirização em mercados maduros

Número de equipamentos =

Número de horas de colheita / Tempo útil

Em mercados não maduros ou se a operações são internalizadas, o número de máquinas

é dado por:

Número de equipamentos =

Arrendado ao valor sup de (Número de horas de colheita / Tempo útil)

A calibração do número de equipamentos de colheita pode ser feita considerando

somente a primeira rotação, porém considerou-se a média entre a 1ª e a 2ª rotação do 1º

ciclo, quando a 2ª rotação existir, porque na prática, o dono do empreendimento

florestal tentaria regular a variação de demanda entre as rotações com horas extras ou

reduzidas, e não com o ajuste do número de funcionários ou equipamentos.

O número de horas de colheita de uma rotação é dado por:

Número de horas de colheita =

Volume a ser colhido / Produtividade horária

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Fase 2 – Versão Final

57

Onde a produtividade horária é calibrada a partir da produtividade numa condição

padrão (por exemplo: com fustes de volume médio individual (VMI), de 0,2 m³ em

terreno plano), o VMI efetivo e o relevo graças à equação:

Produtividade horária =

Produtividade (VMI = 0,20 m³; plano)

X

(P0 + P1 x ln (VMI))

X

(1 – perda de produtividade quando o aclive cresce 1%) ^ aclive médio

A equação anterior e os parâmetros calibrados para plantios comerciais são apresentadas

na Tabela 23. Para o sistema manual em reserva legal, não foram encontradas

informações e considerou-se que a dificuldade de operacionalizar a extração das toras

de eucalipto poderia reduzir a uma queda de 50% da produtividade em relação à

colheita manual para um plantio comercial convencional.

Tabela 23. Dados de cáclulo das produtividades por sistema

O tempo útil para os equipamentos é dado por:

Tempo útil =

[Tempo de produção máximo por ano (5.280 horas conforme a Tabela 22

– Tempo de mobilização / desmobilização]

X

Taxa de utilização potencial

Onde a taxa de utilização potencial é calculado a partir de:

Taxa de utilização potencial =

Disponibilidade mecânica X Eficiência operacional

Produtividade

padrão com

VMI = 0,2 m³/arv

(m³/hora)

Full tree 122 2,15 0,71 4%

Cut to length 33 2,15 0,71 4%

Manual - plantio comercial 4 2,15 0,71 1%

Manual em RL 2 2,15 0,71 4%

P0 P1

Perda de

produtividade

1% aclive

Sistema de colheita

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Fase 2 – Versão Final

58

Os valores para o Tempo de mobilização / desmobilização, Disponibilidade mecânica e

Eficiência operacional para os diferentes sistemas foram estimados conforme a Tabela

24 a seguir.

Tabela 24. Paramêtros para o cálculo do tempo útil ao ano para cada sistema de colheita

Sistema de colheita

Tempo de

mobilização e

desmobilização

(dias)

Disponibilidade

mecânica

Eficiência

operacional

Taxa de utilização

potencial

Full tree 2 80% 85% 68%

Cut to length 2 80% 85% 68%

Manual – plantio comercial 1 80% 80% 64%

Manual em RL 1 80% 80% 64%

O custo de investimento por conjunto de equipamento e as vidas úteis em termos de

horas de operação são apresentados na Tabela 25. Considera-se também que os

equipamentos têm vida útil, independendo do tempo efetivo de uso, por conta de um

desgaste natural, e da obsolescência tecnológica.

Tabela 25. Custos de investimento e vida útil dos equipamentos para cada sistema de colheita

Sistema de colheita Investimentos (R$) horas de operação anos desde compra

Full tree 4.500.000 20.000 10

Cut to length 4.200.000 20.000 10

Manual – plantio comercial 300.000 10.000 4

Manual em RL 300.000 10.000 4

Os custos operacionais correspondem aos gastos salariais, consumo de combustível, e

outros gastos de óleo, manutenção, etc. Os valores por sistema de colheita necessários

para fazer uma estimativa são reunidos na Tabela 26.

O número de funcionários é dado para terceirização em mercados maduros:

Número de funcionários =

Número de funcionários por equipe

X

[Número de horas de colheita / Tempo útil máximo dos trabalhadores

(1.518 horas / ano conforme a Tabela 20)]

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Fase 2 – Versão Final

59

Em mercados não maduros ou se as operações são internalizadas, o número de

funcionários é dado por:

Número de funcionários =

Número de funcionários por equipe

X

Arrendado ao valor sup de (Número de horas de colheita / Tempo útil

máximo dos trabalhadores)

O salário médio dos funcionários por categoria (operador de máquina de colheita para

os sistemas “full tree” e “cut to length”, operador de motosserra em outros casos) em

São Paulo é dado na Tabela 19 e no cálculo, recebe uma correção em função da

mesorregião efetiva.

Os outros custos operacionais (óleo, manutenção, etc.) foram considerados

proporcionais ao tempo de operação efetivo, o coeficiente de proporcionalidade é

próximo para todos os sistemas de colheita.

Tabela 26. Valores dos parâmetros para o cálculo dos custos operacionais de colheita

E importante ressaltar que esta modelagem permite reproduzir os custos de colheita de

plantio comerciais com um erro menor do que 20% quando a empresa que comunica o

custo de colheita também informa o relevo, o VMI, o sistema de colheita e a

internalização ou não das operações.

2.3.4 Modelos de transporte

A abordagem do cálculo do custo de transporte é muito semelhante àquela do cálculo de

colheita, porém com uma diferença significativa, que sempre existe a possibilidade de

organizar um transporte terceirizado, incluindo em regiões de mercado florestal não

maduro. Mas neste caso, as eficiências operacionais são degradadas, e as taxas

administrativas e margens de lucro são maiores, por falta de desempenho e de

concorrência para estabelecer os preços.

Número de

funcionários

Consumo

diesel

Consumo

gasolina

Custos variáveis outros

que combustível

(por equipe) (l/hora) (l/hora)(R$/R$ de

investimento / hora)

Full tree 3 85 0,0 9,00E-05

Cut to length 2 41 0,0 9,00E-05

Manual - plantio comercial 2 0 0,8 9,00E-05

Manual em RL 2 0 0,4 9,00E-05

Sistema de colheita

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Fase 2 – Versão Final

60

2.3.4.1 Do custo da operação de transporte ao custo total de transporte

O custo total de transporte foi modelizado a partir da seguinte equação:

Custo total de transporte =

[Custo da operação / (1 – taxa de administração)

+

Custo administrativo por carga]

/

(1 – margem de lucro de terceirização)

Os valores utilizados pelo custeio são apresentados na Tabela 27. Vale a pena ressaltar

que as taxas administrativas e as margens de lucro são significativamente maiores do

que para as operações de colheita.

Tabela 27. Premissas de taxa de administração e margem de lucro de terceirização para a operação de transporte

Organização do

transporte

Custo administrativo

por carga

Taxa de

administração

Margem de lucro de

terceirização

Internalizado 250 25% -

Terceirizado

mercado florestal

maduro

250 25% 30%

Terceirizado

mercado florestal

não maduro

250 30% 50%

2.3.4.2 Organização da operação

Considera-se um modelo único de organização da produção, conforme praticado

atualmente pelo mercado florestal (Tabela 28):

• Quando a produção é terceirizada, considera-se que a mão de obra e os

equipamentos são utilizados a 100% da capacidade efetiva, independentemente

do porte do projeto florestal, porque existem outros clientes que podem

completar a atividade ao longo do ano. Assim, o transporte paga efetivamente

somente o que ele utiliza.

• Quando a produção é internalizada, considera-se que o empreendimento

funciona com o número de funcionários e equipamentos inteiro e mínimo para

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Fase 2 – Versão Final

61

garantir a colheita, mas que não existe atividade alternativa enquanto não precisa

colher, ou seja, a colheita paga também o tempo ocioso dos funcionários e a

depreciação dos equipamentos ociosos.

• O respeito do prazo de turno durante o dia é mais flexível para o transporte do

que a colheita, porque os motoristas devem completar idas e/ou voltas. Porém,

considerando uma distância de transporte reduzida (tipicamente até 100 km), é

geralmente possível operar os caminhões com um motorista e respeitar em média

o tempo de trabalho legal mensal dos motoristas e dois turnos por dia trabalhado.

Tabela 28. Organização do transporte

Item Valor

Tempo por turno 8,8 horas

Número de turnos máximo por dia 2

Número de dias por semana 6

Número de semanas ao ano 50

Tempo de produção máximo por ano 5.280 horas

Número máximo de equipes por equipamento 4

Número de motoristas por equipe 1

2.3.4.3 Características técnico-econômicas dos diferentes sistemas de colheita

O número de caminhões é dado para terceirização:

Número de equipamentos =

Número de horas de transporte / Tempo útil

Se as operações são internalizadas, o número de máquinas é dado por:

Número de equipamentos =

Arrendado ao valor sup de (Número de horas de transporte / Tempo útil)

Como para a colheita, calibrou-se o número de equipamentos de transporte

considerando a média do volume a ser entre a 1ª e a 2ª rotação do 1º ciclo, quando a 2ª

rotação existir.

O número de horas de transporte é dado por:

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Fase 2 – Versão Final

62

Número de horas de transporte =

Volume médio anual a ser transportado / Carga útil

X

Número de horas por rotação

O número de horas por rotação é dado por:

Número de horas por rotação =

Tempo de carregamento e descarregamento por carga

+

Tempo de espera médio por carga

+

Distância de Transporte / Velocidade com carga

+

Distância de Transporte / Velocidade sem carga

A Tabela 29 indica os tempos de carregamento / descarregamento e de espera média. Os

outros componentes – descrevendo o tempo efetivo de transporte são calculados a partir

das premissas feitas pelo usuário.

Tabela 29. Tempos de carregamento / descarregamento e de espera para os sistemas de transporte

Sistema de transporte Tempo de carregamento +

descarregamento (hora)

Tempo médio de espera

(hora)

Tri-trem 0,50

1,50 Bi-trem 0,40

Carreta 0,30

O tempo útil para os equipamentos é dado por:

Tempo útil =

Tempo de produção máximo por ano (5.280 horas conforme a Tabela 22)

X

Taxa de utilização potencial

Entrevistas com donos de frotas permitiram definir as taxas de utilização potenciais em

mercados florestais maduros. Foi sugerido que as taxas são maiores para operações

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Fase 2 – Versão Final

63

internalizadas, porém, esta conclusão foi estabelecida com uma amostragem

relativamente limitada. Já para as regiões de mercado florestal não maduro, considerou-

se uma taxa de utilização potencial menor, em razão principalmente da infraestrutura de

menor qualidade que causa maiores danos aos veículos (Tabela 30). Para operações

terceirizadas, as taxas de utilização potencial e efetivas são iguais. Para operações

internalizadas, como o número de equipamentos é arrendado ao valor superior, a taxa de

utilização efetiva depende se a demanda corresponde exatamente ao número de

equipamentos efetivos ou não; assim, com algumas oscilações, ela tende a aumentar

quando o porte do projeto florestal aumenta.

Tabela 30. Premissas e taxa de utilização potencial para os caminhões

Organização da operação Taxa de utilização potencial

Internalizada 75%

Terceirizada

mercado florestal maduro 70%

Terceirizada

mercado florestal não maduro 60%

O custo de investimento em transporte por conjunto de equipamento e as vidas úteis em

termos de horas de operação são apresentados na Tabela 31.

Tabela 31. Custos de investimento e vida útil dos equipamentos para cada sistema de transporte

Sistema de transporte Investimento

(R$)

Vida útil

(anos)

Tri-trem 750.000

5 Bi-trem 710.000

Carreta 670.000

Os custos operacionais correspondem aos gastos salariais, consumo de diesel, e outros

gastos de óleo, manutenção, etc. e os valores por sistema de colheita necessários para

fazer uma estimativa são reunidos na Tabela 26. O número de funcionários é dado por:

Número de funcionários =

Número máximo de equipes por caminhão (4)

X

Número de caminhões

O salário médio dos motoristas em São Paulo é dado na Tabela 19 e no cálculo, recebe

uma correção em função da mesorregião .

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Fase 2 – Versão Final

64

Os outros custos operacionais (óleo, manutenção, etc.) foram considerados

proporcionais ao tempo de operação efetivo, o coeficiente de proporcionalidade é

próximo para todos os sistemas de transporte (Tabela 32). Estes custos tem pouco

impacto no custo de colheita global.

Tabela 32. Valores dos parâmetros para o cálculo dos custos operacionais de transporte

Sistema de transporte Consumo de diesel

(l/km ida)

Custos operacionais outros que diesel

(R$/R$ investimento / km ida)

Tri-trem 0,66

0,000001 Bi-trem 0,48

Carreta 0,40

2.4 Planejamento de produção e modelo financeiro:

2.4.1 Planejamento de produção

As principais premissas do planejamento de produção são as seguintes:

• A base de planejamento é anual e todas as operações ocorrem no inicio do ano

• Uma área é manejada até que a última colheita acontece dentro do prazo total do

projeto florestal.

2.4.2 Modelo financeiro

As principais características do modelo financeiro são as seguintes:

• A base de cálculo é anual.

• Todos os gastos e receitas ocorrem no início do ano.

• O modelo é construído em termos reais, ou seja, não inclui os efeitos da inflação.

Isto é uma abordagem comum para analisar projetos florestais, que não tem

nenhum impacto na rentabilidade quando o regime de deduções é Cumulativo, a

venda de madeira não produz nenhum pagamento de ICMS e o regime de

impostos de renda é de Lucro Real, o que corresponde à grande maioria dos

projetos florestais, na prática (receitas anuais de menos de 76 milhões R$ e

vendas no mesmo Estado). Nos outros casos, a premissa do modelo conduz a

superestimar a rentabilidade do projeto, de ao máximo 0.5% em termos

absolutos.

• O modelo não considera o capital de giro. Isto é também uma abordagem comum

para analisar projetos florestais, que conduz a superestimar a rentabilidade (de

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Fase 2 – Versão Final

65

menos de 0.1% em termos absolutos) do projeto.

• Não tem financiamento por dívida da atividade florestal. Na prática, novos

plantios comerciais de grande porte raramente usam dívida, porque o prazo para

que o empreendimento começa a gerar caixa para pagar os juros e o principal

ultrapassa o prazo de carência que a grande maioria dos bancos comerciais

considera aceitável, e porque o governo hoje dedica o financiamento florestal

para projetos com forte impacto ambiental ou pequenos produtores. Muitos

fundos de investimento também são proibidos pelos investidores de financiar

novas florestas com dívida. Estima-se que o financiamento pelo BNDES de 50%

da silvicultura com taxas de juros comparáveis às taxas para o financiamento de

termelétricas a biomassa permitiria uma redução do preço alvo de venda da

madeira de ao máximo 10% do preço alvo da madeira em pé e poderia até levar a

um leve aumento deste preço.

• As receitas e os custos são o resultado da diferença entre o projeto florestal e a

situação de referência.

• O modelo simula todos os regimes de deduções e impostos de renda disponíveis

e escolhe o regime que permite a melhor rentabilidade.

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Fase 2 – Versão Final

66

3 RESULTADOS

Esta seção começa com os plantios comerciais tradicionais. Ela trata do exemplo de um

projeto padrão para uma mesorregião (o Mato Grosso do Sul), ilustrando o resultado do

planejamento de produção, os fluxos financeiros, e a decomposição do custo de

produção e valor da madeira, antes de mostrar a sensibilidade dos resultados

econômicos deste projeto às condições de manejo, produtividade florestal e principais

itens de custos. São depois comparados os resultados entre as mesorregiões.

A mesma abordagem é repetida com a recomposição de reserva legal utilizando por

parte eucalipto.

A mesorregião Mato Grosso do Sul é utilizada como ilustração porque:

• Ela foi identificada na fase 1 coma uma das regiões de maior potencial.

• Os resultados confirmam que esta região tem o melhor potencial do ponto de

visto econômico.

• As conclusões valem de forma geral para as outras regiões.

3.1 Plantio comercial convencional

3.1.1 Análise para uma Mesorregião – exemplo do Mato Grosso do Sul

3.1.1.1 Plantio comercial com o manejo o mais padrão, a produção de madeira durante 25

anos e um porte de 10.000 hectares

As características deste projeto estão mostradas na Tabela 33. O mercado é dominado

hoje pelas empresas de celulose que compram madeira em pé, porém, para ilustrar o

custo da madeira pronta a ser consumida, o modelo padrão considera a madeira posto na

fábrica.

Tabela 33. Características do projeto com plantio comercial padrão no MS

Característica Valor

Tipo de estrutura gerencial Empresa ou fundo florestal

Prazo de produção da madeira 25 anos

Tipo de projeto florestal Comercial com manejo de rebrota

Porte do projeto florestal 10.000 hectares

Situação de referência para avaliação econômica Custo de terra a valor do mercado

Taxa de retorno alvo 9,0%

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Fase 2 – Versão Final

67

Característica Valor

Número de rotações por ciclo 2

Prazo de rotação 7 anos

Prazo inicial de plantio 7 anos

Produtividade da 1º rotação 248 m³/ha

Madeira total produzida 8.857 mil m³

Sistema de colheita Internalizada

Organização da colheita Full tree

Distância média de transporte 50 km

Sistema de transporte Tri-trem

Organização do transporte Internalizado

Modelo de venda da madeira Posto na indústria

Fluxos de Produção

Para este projeto, o plantio do primeiro ciclo é implantado de forma regular ao longo

dos anos 0 (inicio do projeto) a 6 (7 anos de plantio, e o segundo ciclo de plantio

(reforma) acontece dos anos 13 a 20). Considerando o prazo do projeto global, não

existe um terceiro ciclo de plantio (Figura 15).

Figura 15. Área com implantação ou reforma durante o ano para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

68

O estoque disponível de madeira cresce até o sétimo ano, estabiliza (porque as

produtividades da primeira e da segunda rotação são consideradas equivalentes), e cai

nos últimos anos do projeto, quando as áreas colhidas não são mais replantadas ou

manejadas (Figura 16).

Figura 16. Estoque disponível no fim do ano para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O volume colhido por ano é estável ao longo da vida do projeto, também porque a

produtividade é considerada a mesma para as duas rotações (Figura 17).

Figura 17. Volume colhido durante o ano para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

69

Fluxos de Caixa

Os fluxos de caixa são negativos até realizar a primeira colheita no ano 7. Dos anos 0 a

6 os fluxos de caixa são negativos e vão piorando, com a execução cada ano da mesma

quantidade de novos plantios, o aumento de áreas em fase de manutenção florestal, e de

áreas plantadas totais assim submetidas aos custos indiretos variáveis e os custos de uso

da terra. A partir dos anos 7 a 13, os fluxos de caixa são positivos com um nível médio,

porque as áreas são colhidas (fluxo de caixa positivo) e entram em manejo de rebrota

(custo silviculturais relativamente baixos). Os anos 14 a 20, os fluxos de caixa são

positivos com um nível menor porque as áreas colhidas são replantadas, ou seja, os

custos de investimentos são mais expressivos do que os anos anteriores. Os anos 21 a 24

repetem a situação dos anos 7 a 10 e depois, os fluxos de caixa livres aumentam

significativamente porque as colheitas continuam enquanto as áreas começam a sair do

projeto florestal, e assim param de ter custos de investimento, uso de terra e indiretos

(Figura 18).

Figura 18. Fluxos de caixa livre para o projeto com plantio comercial padrão no MS – com preço de venda garantido o retorno esperado pelo investidor

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O projeto atinge a rentabilidade desejada por investidores nesta região, que é de 9%, se

o preço de venda for R$ 85,9 /m³. Considerando uma umidade média de 45%, isto

corresponde também a preços de venda de R$ 190,9 /t seca, 105,0 / t verde e R$ 42,7 /

MWh. (Tabela 34). Assim, se, por exemplo, a madeira for vendida a uma termelétrica

de rendimento energético líquido igual a 30%, o custo de madeira será 42,7 / 30% = R$

142 / MWh de eletricidade vendida.

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Fase 2 – Versão Final

70

Tabela 34. Preço alvo de venda da madeira do projeto com plantio comercial padrão no MS

Quantidade de venda Preço alvo de venda

Volume 85,9 R$/m³

Peso seco 190,9 R$/t seca

Peso verde 105,0 R$/t verde

Energia 42,7 R$/MWh

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O custo de investimento na produção de madeira em pé fica em R$ 81.86 milhões, ou

seja, R$ 8.186 por hectare. A silvicultura representa 63% deste total, seguida pelo uso

da terra a valor do mercado, com 17%. (Tabela 35 e Figura 19).

Tabela 35. Custo de investimento para produzir a madeira em pé total e por hectare do projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Figura 19. Distribuição por categoria do custo de investimento por hectare plantado para a produção de madeira em pé do projeto com plantio comercial padrão no MS

Total = R$ 8.186 /ha

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Total 22.790 2.279

Custos indiretos 8.750 875

Uso da terra 14.040 1.404

Total 59.068 5.907

Preparação do projeto 7.698 770

Silvicultura 51.370 5.137

81.858 8.186

Categoria Item

Total

Gastos

Investimentos

Total projeto

(mil R$)

Capex Unitário

(R$/ha)

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Fase 2 – Versão Final

71

O custo de produção de caixa, custo com retorno de capital e preço alvo são

respetivamente iguais a R$ 54,0; 77,7 e 85,9 /m³.6 (Tabela 36 e Figura 20)

A silvicultura é o principal fator responsável pelo custo de caixa, mas as operações de

colheita e transporte, e o uso da terra também têm contribuições importantes.

A diferença de R$ 23,7 /m³ entre o custo com retorno de capital e o custo de caixa

provém do fato que a maioria das despesas é concentrada no inicio do projeto

(preparação do terreno e plantio), enquanto a primeira colheita acontece somente após 7

anos e taxa de retorno é de 9%.

A diferença de R$ 8,2 /m³ entre o preço alvo de venda e o custo com retorno de capital

provém das deduções e impostos de renda.

Tabela 36. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O peso das deduções e impostos é assim expressivo – cerca 10% do valor total da

madeira.

6 Custo de caixa = total das saídas de caixa ligadas à produção durante a vida do projeto.

Custo com retorno do capital = valor presente líquido das saídas de caixa ligadas à produção durante a vida do projeto dividido pelo

valor presente líquido dos volumes produzidos, a taxa de desconto sendo a taxa de retorno esperada pelo dono do projeto.

Preço alvo = preço de venda que garante ao investidor a taxa de retorno esperada. O preço alvo é maior que o custo com retorno do

capital porque ele toma conta não somente os custos de produção, mas também as deduções e os impostos de renda.

Quantidade de venda

(R$/m³)

Total 7.698 0,9

Custos fixos 500 0,1

Cerca 400 0,0

Preparação do solo 6.798 0,8

Total 140.950 15,9

Custos indiretos 53.200 6,0

Uso da terra 87.750 9,9

Total 171.708 19,4

Plantio 26.858 3,0

Irrigação 17.597 2,0

Fertilizante 44.706 5,0

Controle de mato 46.692 5,3

Controle de praga 35.856 4,0

Total 157.651 17,8

Colheita 86.552 9,8

Transporte 71.099 8,0

Total custo de caixa 478.007 54,0

Custo com retorno no capital N/D 77,7

Total 8,2

Deduções 5,6

Impostos de renda 2,6

Preço alvo de venda N/D 85,9

Deduções e impostos

Custos de preparação do

projeto florestal

Categoria ItemTotal vida do

projeto (mil R$)

Investimento silvicultural

Colheita e transporte

Custo Unitário

Gastos do projeto silvicultural

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Fase 2 – Versão Final

72

Figura 20. Decomposição do preço de venda para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Total = R$ 85,9 /m³

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

3.1.1.2 Sensibilidade dos resultados econômicos às condições de manejo para o plantio

comercial com o manejo padrão no MS

Número de Rotações

O replantio após cada rotação (1 rotação por ciclo) aumenta o preço alvo de venda,

porque o custo de investimento aumenta significativamente enquanto não tem um ganho

expressivo da produtividade (Tabela 37). Manejar com mais de duas rotações é também

considerado inadequado, porque a redução de custo de investimento silvicultural na vida

total do projeto não compensa a perda de produtividade (e também não permite

aproveitar os ganhos possíveis com os novos clones disponibilizados no mercado).

Tabela 37. Impacto do número de rotação sobre o preço alvo de venda da madeira para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Número de rotações Preço alvo de venda

(R$/m³)

1 92,6

2 85,9

3 86,4

4 86,8

Fonte: Consolidado a partir do simulador EXCEL do custo de madeira

Abaixo de sete anos de idade, o aumento da idade de corte reduz expressivamente o

custo de produção e do preço alvo de venda da madeira, porque o aumento de volume

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Fase 2 – Versão Final

73

mais do que compensa o aumento dos custos indiretos, de uso da terra e custos de uso

do capital (Tabela 38). O custeio sugere que esta tendência continua após sete anos de

idade, porém na prática empresas raramente conseguem observar tais ganhos. Do toda

forma, os investidores florestais não analisam somente a rentabilidade, mas tendem a

fazer um balanço entre retorno e tempo de recuperação do capital. Desta forma, o ótimo

é geralmente considerado entre 6 e 7 anos.

Tabela 38. Impacto do idade de corte sobre o preço alvo de venda da madeira para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Idade de corte

(anos)

Preço alvo de venda

(R$/m³)

5 141,3

6 102,0

7 85,9

8 74,1

9 69,2

10 67,0

Fonte: Consolidado a partir do simulador EXCEL do custo de madeira

Intensidade do Manejo da Rebrota

Considerando um ciclo com duas rotações, a ausência de manejo da rebrota parece

conduzir a um custo de produção da madeira pouco diferente da situação de um manejo

ativo, ou seja, a redução drástica dos custos silviculturais parece quase compensar para

a perda de produtividade (Tabela 39). Porém, é importante ressaltar que existe uma

grande incerteza sobre a perda de produtividade efetiva quando a rebrota não é

manejada, e a maioria das empresas florestais não querem tomar este risco. Isto é a

razão para qual o padrão de mercado é com um manejo ativo da rebrota, quando existir.

Tabela 39. Impacto do manejo da rebrota sobre o custo de produção e preço alvo de venda da madeira para o plantio comercial no MS

Manejo da rebrota

R$/m³

Custo de caixa Custo com retorno do

capital Preço alvo

Sim 54,0 77,7 85,9

Não 55,4 78,5 86,8

Fonte: Consolidado a partir do simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

74

Porte do Projeto e Estrutura Gerencial

Apesar do aumento dos custos de licenciamento quando o porte atinge 1.000 ha (por

conta da necessidade de Estudo Ambiental acima deste valor), e da mudança provável

do regime de Lucro Presumido para Lucro Real se o faturamento bruto for ultrapassar

R$ 76 milhões, a diminuição dos custos (i) fixos de licenciamento, (ii) fixos indiretos e

(iii) de cerca, por hectare conduz globalmente a efeitos de escala favoráveis. É

importante ressaltar que acima de 10 mil hectares, os ganhos de escala são pouco

marcados.

Fundos de investimento e empresas florestais têm custos de manejo maiores, mas

geralmente conseguem produtividades florestais maiores que fazendeiros ou pessoas

físicas que manejam com uma estrutura reduzida. Para uma área plantada de até mil

hectares, estruturas reduzidas conseguem geralmente a maior rentabilidade, ou seja, o

menor preço alvo de venda, considerando a mesma taxa de retorno alvo (e geralmente,

tais estruturas buscam uma taxa de retorno menor que reforçam ainda mais a

competitividade). A maioria dos empreendimentos acima de 5 mil hectares plantados

precisam juntar vários investidores, o que impõe uma boa estrutura de manejo.

Figura 21. Decomposição do preço alvo de venda para o projeto com plantio comercial padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

75

3.1.1.3 Sensibilidade dos resultados econômicos à produtividade e principais itens de custos

para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Incerteza sobre os Níveis de Produtividade Florestal e Fatores Econômicos

A partir da análise de diferentes bancos de dados e opiniões de experts, definiu-se os

intervalos de confiança relativa sobre a produtividade e os fatores econômicos para

empreendimentos de tipicamente mais de 5 mil hectares (Tabela 40).

Os fatores que impactam a produtividade são as condições edafoclimáticas médias

(características de solo, de chuva, exposição ao sol), práticas silviculturais (densidade de

plantio por hectare, escolha de muda ou de clone, adequação do clone às condições

locais, adequação de irrigação se necessário, adequação da aplicação de adubo,

herbicidas e pesticidas) e acontecimento de eventos excepcionais (seca, doença, e mais

raramente incêndios).

É importante ressaltar que para empreendimentos de menor porte, os intervalos de

confiança são muito mais amplos (por exemplo, considerando um grupo de mais de 100

produtores com áreas individuais de 5 a 100 hectares numa zona de 200 km de diâmetro

da mesorregião Oeste de Minas Gerais todos com contratos com uma mesma firma

consumidora, o IMA aos 7 anos pode variar 15 a 45 m³/ha.ano. Isto acontece porque

pequenos produtores geralmente têm uma dispersão de práticas silviculturais mais

amplas do que grandes produtores, alguns visando a maximizar a taxa de retorno

enquanto outros preferem ter saídas de caixa menores, mesmo que prejudique a

produtividade e assim a rentabilidade final. Existe também um efeito estatístico:

.empreendimentos de mais de 5 mil hectares são geralmente compostos de diferentes

áreas também com uma diferença expressiva de produtividade entre a melhor e a pior

área, porém na média, o desvio da média regional é limitado).

Considerando o impacto da cada parâmetro separadamente (Tabela 40 e Figura 22),

aparece que a incerteza em relação à produtividade tem o maior impacto potencial sobre

o preço alvo da madeira seguido pela incerteza sobre os custos silviculturais. As

incertezas dos custos de colheita, transporte e indiretos geram incertezas relativamente

similares e pouco expressivas do preço alvo de venda. A incerteza do custo de

preparação do projeto gera uma incerteza desprezível. Este ranqueamento reflete, sem

surpresa, as importâncias relativas dos fatores de custo descritos na Figura 20.

Tabela 40. Intervalo de confiança da produtiviade e dos principais itens de custos, e sensiblidade do preço alvo à variabilidade destes fatores, para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Favorável Desfavorável Favorável Desfavorável

Produtividade da floresta 25% -25% -20% 33%

Custos silviculturais -25% 25% -11% 11%

Custos de uso da terra -20% 20% -4% 4%

Custos de colheita -50% 25% -6% 3%

Custos indiretos -25% 25% -3% 3%

Custos de transporte -25% 25% -3% 3%

Custos de preparação do projeto -25% 25% -1% 1%

Parâmetro

Variação do parâmetro

relatíva ao valor médio

Variação do preço alvo de venda

relativa ao valor médio

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Fase 2 – Versão Final

76

Figura 22. Sensiblidade do preço alvo aos valores extremos potenciais da produtividade e dos principais fatores de custos, para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

A taxa de retorno esperado pelos investidores também tem um impacto expressivo sobre

o custo com retorno de capital e o preço alvo de venda da madeira (Figura 23). O

aumento da taxa de desconto de 9 para 10% conduz a um aumento de 4,5% destes dois

valores.

Figura 23. Variação do valor da madeira em função da taxa de tetorno esperada pelo investidor para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

77

3.1.1 Comparação entre Mesorregiões

O custo de investimento é relativamente homogêneo entre mesorregiões. Ele varia de R$

7,300 por hectare no Pampa Gaúcho a R$ 9,900 por hectare no Cerrado (Figura 24).

Figura 24. Sensibilidade do custo de investimento à mesorregião para um plantio comercial

Projeto de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal, e incorporando o

custo de uso da terra. São 2 rotações de 7 anos.Todas as outras premissas são de acordo com as sugestões do custeio.

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

As quatro mesorregiões de mercado florestal maduro com as maiores produtividades do

país e prêmio de risco regional igual a 0, que são Mato Grosso do Sul, o Norte ES + BA,

Paraná + Santa Catarina, e São Paulo têm os preços alvos de madeira de plantio

comercial convencional os mais competitivos e muito semelhantes, de R$ 86 a 92 /m³

(Tabela 41 e Figura 25).

As duas mesorregiões de Minas Gerais e as duas mesorregiões do Rio Grande do Sul

formam um grupo com preço alvo de venda intermediário – de R$ 96 a 109 /m³. As

produtividades são médias (MG) a baixas (RS), mas isto é compensado por custos

silviculturais equivalentemente médios a baixos, e prêmios de risco regional de 0 a 1%.

As três mesorregiões de mercado florestal incipiente ou fronteira conduzem aos preços

de venda mais altos, de cerca R$ 132 – 134 /m³ para o Cerrado e o MAPITO, e R$ 157

/m³ para Amazônia. As baixas produtividades florestais, os altos custos silviculturais

(por conta de custo alto com fertilização e controle de mato, e no Cerrado e MAPITO,

também irrigação), falta de mercado maduro para contratar prestadores de serviços de

colheita e/ou transporte a custos competitivos, e o maior prêmio de risco regional (2%,

3% e 4% respetivamente para Cerrado, MAPITO e Amazônia) combinam para reduzir a

atratividade econômica destas regiões.

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Fase 2 – Versão Final

78

Tabela 41. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial

Projeto de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal, e incorporando o

custo de uso da terra. São 2 rotações de 7 anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 25

anos. Todas as outras premissas são de acordo com as sugestões do custeio.

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Figura 25. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para um plantio comercial

Projeto de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal, e incorporando o

custo de uso da terra. São 2 rotações de 7 anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 25

anos. Todas as outras premissas são de acordo com as sugestões do custeio.

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Mato Grosso do Sul 36 24 10 8 8 86

Pampa Gaúcho 38 28 16 8 9 99

Serra Gaúcha 42 30 17 10 10 109

Paraná e Santa Catarina 35 22 14 8 8 88

São Paulo 39 25 11 8 9 92

Leste de Minas Gerais 43 28 15 10 10 105

Oeste de Minas Gerais 39 25 14 10 9 96

Norte ES e Sul BA 36 22 13 8 8 87

Cerrado 49 40 12 18 13 132

MAPITO 44 43 12 23 13 134

Amazônia 52 53 14 23 15 157

Deduções e

impostosTotal

Meso-região Madeira em pé -

custo de caixa

Madeira em pé -

impacto custo de Colheita Transporte

R$/m³

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Fase 2 – Versão Final

79

3.2 Plantio em Reserva Legal

3.2.1 Se a situação de referência for uma regeneração natural com

monitoramento

3.2.1.1 Projeto padrão de mil hectares regenerados com 50% de eucalipto no MS

As características do projeto padrão estão mostradas na Tabela 42. A área total

recomposta é presumida igual a mil hectares, ou seja, menor do que para um plantio

comercial, porque na maioria das regiões do Brasil, as reservas legais ocupam por lei

20% da área total de uma propriedade, e muitas vezes, partes destas áreas serão

impróprias à silvicultura.

Tabela 42. Características do projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Fluxos de Produção

Para este projeto, o plantio é implantado de forma regular ao longo dos anos 0 (inicio do

projeto) a 6 (7 anos de plantio). Somente tem-se um ciclo de plantio (Figura 26).

Caracteristica Valor

Tipo de estrutura gerencial Empresa ou fundo florestal

Prado de produção da madeira 13 anos

Tipo de projeto florestal Recomposição de RL - 50% eucalipto

Porte do projeto florestal 1000 hectares

Situação de referência para avaliação econômica Regeneração natural com monitoramento

Taxa de retorno alvo 9,0%

Número de rotações por cíclo 2

Prazo de rotação 7 anos

Prazo inicial de plantio 7 anos

Produtividade 1o rotação 89 m³/ha

Madeira total produzida 139 mil m³

Sistema de colheita Internalizada

Organização da colheita Manual RL

Distância média de transporte 50 km

Sistema de transporte Tri-trem

Organização do transporte Terceirizado

Modelo de venda da madeira Posto na indústria

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Fase 2 – Versão Final

80

Figura 26. Área com implantação ou reforma durante o ano para o projeto de recomposição de reserve legal com 50% de eucalipto no MS

Fonte:

Simulador EXCEL do custo de madeira

O estoque disponível de madeira cresce até o sétimo ano, e começa a cair, inicialmente

lentamente e a partir do ano 12, mais rapidamente, até a última colheita no ano 19, ou

seja, 20 anos após o início do projeto (Figura 27).

Figura 27. Estoque disponível no fim do ano para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS

Fonte:

Simulador EXCEL do custo de madeira

O volume colhido por hectare projetado é baixo para a primeira rotação (89 m³/ha),

devido ao número reduzido de árvores de eucalipto por hectare, da competição com as

árvores nativas, e das dificuldades para efetuar as operações de silvicultura nas melhores

condições (Figura 28). Este volume é ainda mais baixo para a segunda rotação (71

m³/ha).

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Fase 2 – Versão Final

81

Figura 28. Volume colhido durante o ano para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Os fluxos de caixa são negativos e vão piorando do ano 0 até o ano 6 incluído, com a

execução cada ano da mesma quantidade de novos plantios, o aumento de áreas em fase

de manutenção florestal, e de áreas plantadas totais assim submetidas aos custos

indiretos variáveis. A partir do ano 7 até o último ano de colheita (19), os fluxos são

positivos e tendem a crescer. O pico do ano 13 cumula renda alta (último ano da safra

da 1º rotação) e custos silviculturais baixos (Figura 29).

Figura 29. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O projeto atinge a rentabilidade desejada por investidores nesta região, que é de 9%, se

o preço de venda for R$ 239,9 /m³. Considerando uma umidade média de 45%, isto

corresponde também a preços de venda de R$ 293,2 /t e R$ 119,9 / MWh. (Tabela 43).

Assim, se, por exemplo, a madeira for vendida a uma termelétrica de rendimento

energético líquido igual a 30%, o custo de madeira será 42,7 / 30% = R$ 142 / MWh de

eletricidade vendida.

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Fase 2 – Versão Final

82

Tabela 43. Preço alvo de venda da madeira para o projeto de recomposição de reserve legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Quantidade de venda Preço alvo de venda

Volume 239,9 R$/m³

Peso seco 434,9 R$/t seca

Peso verde 293,2 R$/t verde

Energia 119,9 R$/MWh

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O custo de investimento fica em R$ 9,229 milhões, ou seja, R$ 9.229 por hectare. A

silvicultura representa 87% deste total, seguida pelos custos indiretos. Por definição,

não existem custos de uso da terra. (Tabela 44 e Figura 30).

Tabela 44. Custo de investimento para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Figura 30. Distribuição por categoria do custo de investimento para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Total = R$ 9.229 /ha

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Total 760 760

Custos indiretos 760 760

Uso da terra 0 0

Total 8.469 8.469

Preparação do projeto 470 470

Silvicultura 7.999 7.999

9.229 9.229

Total projeto

(mil R$)

Capex Unitário

(R$/ha)

Total

Gastos

Investimentos

Categoria Item

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Fase 2 – Versão Final

83

O custo de produção de caixa, custo com retorno de capital e preço alvo são

respetivamente iguais a R$ 139,4; 217,1 e 239,9 /m³. (Tabela 45 e Figura 31)

A silvicultura é o principal fator responsável pelo custo de caixa, seguida pelo custo de

colheita. O custo silvicultural por m³ é cerca de 4 vezes maior do que para um plantio

convencional, porque o custo das operações por hectare recuperado é 44% maior do que

o custo das operações por hectare de plantio convencional (Tabela 17), enquanto a

produção por hectare é cerca 2,5 vezes menor (Tabela 14). O custo de colheita é cerca 3

vezes maior do que para um plantio convencional porque é necessário usar a motosserra

e a dificuldade de extração da madeira sem danificar as árvores nativas ao redor reduz a

produtividade da operação.

Tabela 45. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Quantidade de venda

(R$/m³)

Total 470 3,1

Custos fixos 100 0,7

Cerca 80 0,5

Preparação do solo 290 1,9

Total 2.470 16,5

Custos indiretos 2.470 16,5

Uso da terra 0 0,0

Total 11.215 75,1

Plantio 3.579 24,0

Irrigação 954 6,4

Fertilizante 2.087 14,0

Controle de mato 3.569 23,9

Controle de praga 1.025 6,9

Total 6.661 44,6

Colheita 4.974 33,3

Transporte 1.687 11,3

Total custo de caixa 20.815 139,4

Custo com retorno no capital N/D 217,1

Total 7,3

Deduções 7,3

Impostos de renda 0,0

Preço alvo de venda N/D 239,9

Deduções e impostos

Custos de preparação do

projeto florestal

Categoria ItemTotal vida do

projeto (mil R$)

Investimento silvicultural

Colheita e transporte

Custo Unitário

Gastos do projeto silvicultural

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Fase 2 – Versão Final

84

Figura 31. Decomposição do preço de venda para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Total: R$ 239,9 /ha

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

3.2.1.2 Analise de sensibilidade

Sensibilidade ao Manejo

O principal fator de manejo que impacta os resultados é a proporção de mudas de

eucalipto em relação ao número de mudas totais. Com a redução desta proporção de

50% para 25%, os custos de produção e preços alvo de venda quase dobram, sem

surpresa (Tabela 46).

Tabela 46. Impacto da proporção de mudas de eucalipto sobre o valor da madeira para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Proporção de mudas

de eucalipto

R$/m³

Custo de caixa Custo com retorno do

capital Preço alvo

50% 139,4 217,1 239,9

25% 260,7 438,0 484,1

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Voltando a um projeto com 50% de eucalipto, a comparação entre as mesorregiões

mostra que existe uma ampla dispersão de valores, e que Mato Grosso do Sul apresenta

a situação a mais favorável (Figura 32). Ou seja, é possível de concluir que o plantio em

reserva legal por fim meramente econômico (por exemplo: por falta de terras

alternativas) não é uma alternativa atraente.

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Fase 2 – Versão Final

85

Comparação entre mesorregiões

Considerando o grau de incerteza das premissas, considera-se que não é possível

estabelecer um ranqueamento relativo entre os valores das diversas regiões.

Porém, algumas conclusões podem ser derivadas:

• O custo de investimento varia entre R$ 8 e 15 mil por hectare. Os principais

fatores são a possibilidade ou não de mecanizar as operações de silvicultura e o

custo das mudas nativas (que podem atingir R$ 2 por muda)

• Não existe nenhuma mesorregião com um preço alvo menor do que R$ 239,9

/m³, o que é significativamente maior em todas as mesorregiões, especialmente

de mercado florestal maduro, do que o preço alvo para plantio comercial. Ou

seja, apesar das incertezas sobre as premissas, não parece ser possível justificar

economicamente o plantio de eucalipto em reserva legal se a base de comparação

for a regeneração natural da área.

• As mesorregiões parecem se dividir em dois grupos:

- Mato Grosso do Sul, Oeste de Minas entre R$ 240 e R$ 300 /m³.

- As demais mesorregiões, onde o preço alvo supera R$ 326 /m³ e pode atingir

até R$ 634 /m³ (na Amazônia).

Figura 32. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto, a situação de referência sendo a recomposição natural com monitoramento

Projeto de mil hectares de reserva legal com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal. São 2 rotações de

7 anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 13 anos. Todas as outras premissas são de

acordo com as sugestões do custeio.

Fonte: Compilação a partir do Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

86

3.2.2 Se a situação de referência for uma recomposição com 100% de

árvores nativas

3.2.2.1 Projeto padrão de mil hectares regenerados com 50% de eucalipto no MS

As características do projeto padrão estão mostradas na Tabela 47. Em relação à Tabela

42, a única diferença é a situação de referência.

Tabela 47. Características do projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Característica Valor

Tipo de estrutura gerencial Empresa ou fundo florestal

Prazo de produção da madeira 13 anos

Tipo de projeto florestal Recomposição de reserva legal – 50% eucalipto

Porte do projeto florestal 1.000 hectares

Situação de referência para avaliação econômica

Área recuperada com 100% de plantios nativos,

com uma densidade de plantio igual a 50% da

densidade do projeto florestal, para limitar custos.

Taxa de retorno alvo 9,0%

Número de rotações por cíclo 2

Prazo de rotação 7 anos

Prazo inicial de plantio 7 anos

Produtividade da 1º rotação 89 m³/ha

Madeira total produzida 149 mil m³

Sistema de colheita Internalizada

Organização da colheita Manual RL

Distância média de transporte 50 km

Sistema de transporte Tri-trem

Organização do transporte Terceirizado

Modelo de venda da madeira Posto na indústria

Fluxos de Produção

Os fluxos de áreas plantadas, de estoque disponível de madeira, volume colhido cada

ano, continuam descritos pelas Figura 26, Figura 27, e Figura 28 respetivamente.

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Fase 2 – Versão Final

87

Fluxos de Caixa

Os fluxos de caixa, que são compostos da diferença entre os fluxos do projeto florestal

com eucalipto e os fluxos da recomposição com somente árvores nativas, apresentam

um perfil totalmente invertido das duas situações anteriores (plantio comercial

convencional com valorização do uso da terra e recomposição de reserva legal com

eucalipto comparada à regeneração natural) até o ano 13 (Figura 33).

Os fluxos de caixa são inicialmente positivos e crescentes até o ano 6 porque (i) as

operações silviculturais da situação de referência são presumidas manuais enquanto

algumas são presumidas mecanizadas no projeto florestal, e (ii) mudas de árvores

nativas são significativamente mais caras do que mudas de eucalipto (R$ 4,58 para uma

muda de árvore nativa contra R$ 0,50 para uma muda de eucalipto),

Quando começa a colheita da primeira rotação, os fluxos se tornam negativos, porque

(i) no projeto florestal, a receita é baixa (baixa volume de madeira e baixo preço de

venda), enquanto existem custos de manejo da rebrota e (ii) a situação de referência não

comporta mais custos silviculturais.

A partir do ano 14, os fluxos de caixa livre voltam a ser positivos e aumentam à medida

que diminuem os custos silviculturais de manejo da rebrota.

Figura 33. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O projeto atinge a rentabilidade desejada por investidores nesta região, que é de 9%, se

o preço de venda for R$ 56,2 /m³. Considerando uma umidade média de 45%, isto

corresponde também a preços de venda de R$ 68,7 /t e R$ 27,9 / MWh. (Tabela 48).

Assim, se, por exemplo, a madeira for vendida a uma termelétrica de rendimento

energético líquido igual a 30%, o custo de madeira será 27,9 / 30% = R$ 93,1 / MWh de

eletricidade vendida.

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Fase 2 – Versão Final

88

Tabela 48. Preço alvo de venda da madeira para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Quantidade de venda Preço alvo de venda

Volume 56,2 R$/m³

Peso seco 124,9 R$/t seca

Peso verde 68,7 R$/t verde

Energia 27,9 R$/MWh

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

O custo de produção de caixa, custo com retorno de capital e preço alvo são

respetivamente iguais a R$ 54,3; 49,2 e 56,2 /m³. (Tabela 49)

A colheita é o principal fator responsável pelo custo de caixa, seguida pelo transporte. O

custo silvicultural por m³ vem em terceiro lugar. Ele é positivo, porque a economia

realizada durante o crescimento da primeira rotação de eucalipto não é suficiente para

compensar o ganho em relação à situação de referência da primeira rotação.

O custo com retorno de capital é menor do que o custo de caixa, por conta do

recebimento dos fluxos de caixa livres positivos nos primeiros anos.

Tabela 49. Decomposição dos custos de produção e preço alvo de venda ao longo da vida para o projeto de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Quantidade de venda

(R$/m³)

Total 0 0,0

Custos fixos 0 0,0

Cerca 0 0,0

Preparação do solo 0 0,0

Total 0 0,0

Custos indiretos 0 0,0

Uso da terra 0 0,0

Total 1.438 9,6

Plantio 612 4,1

Irrigação 172 1,1

Fertilizante 866 5,8

Controle de mato -506 -3,4

Controle de praga 294 2,0

Total 6.661 44,6

Colheita 4.974 33,3

Transporte 1.687 11,3

Total custo de caixa 8.099 54,3

Custo com retorno no capital N/D 49,2

Total 9,8

Deduções 7,4

Impostos de renda 2,5

Preço alvo de venda N/D 56,2

Deduções e impostos

Custos de preparação do

projeto florestal

Categoria ItemTotal vida do

projeto (mil R$)

Investimento silvicultural

Colheita e transporte

Custo Unitário

Gastos do projeto silvicultural

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Fase 2 – Versão Final

89

3.2.2.2 Analise de sensibilidade

Considerando uma recomposição com 25% de mudas de eucalipto, os custos

silviculturais durante os primeiros anos ficam agora maiores do que para a situação de

referência, e os fluxos de caixa livres anuais tomam uma forma mais clássica (Figura

34).

Figura 34. Fluxos de caixa livre para o projeto de recomposição de reserva legal com 25% de eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Neste caso, o custo de produção da madeira é significativamente maior e também

voltamos numa situação onde o custo de capital aumenta o custo de produção da

madeira (Tabela 50).

Tabela 50. Impacto da proporção de mudas de eucalipto sobre o valor da madeira para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Proporção de mudas

de eucalipto

R$/m³

Custo de caixa Custo com retorno do

capital Preço alvo

50% 54,3 49,2 56,2

25% 90,3 102,4 112,8

Fonte: Consolidado a partir do Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

90

3.2.2.3 Sensibilidade dos resultados econômicos à produtividade e principais itens de custos

para o plantio comercial com o manejo padrão no MS

Na ausência de dados consolidados sobre as práticas e os custos de recomposição, os

intervalos de confiança relativa sobre a produtividade e os fatores econômicos foram

estimados a partir do consenso de um comitê de peritos. Estes intervalos são muito mais

amplos do que os intervalos para os plantios comerciais (Tabela 51 e Figura 35):

• A incerteza sobre a produtividade traduz a dispersão de condições

edafoclimáticas dentro de uma mesorregião e também a incerteza sobre o melhor

arranjo de eucalipto em reserva legal em relação à situação de plantio

convencional.

• Os custos silviculturais também têm intervalo de confiança amplo, porque (i) a

silvicultura em reserva legal não é uma prática consolidada, e (ii) eles

representam as diferenças de custos entre a recomposição com 50% de eucalipto

e a recomposição com 100% de árvores nativas, ou seja, partes das incertezas de

cada situação se acumulam.

• A incerteza sobre os custos de colheita provém da dificuldade de prever o

incremento de custos ligado à colheita em reserva legal.

• Somente a incerteza sobre os custos de transporte das toras entre a floresta e o

consumidor fica idêntica à do projeto florestal convencional

Esta incerteza gera também uma incerteza expressiva em relação ao custo de produção e

preço alvo de venda da madeira.

Tabela 51. Intervalo de confiança da produtividade e dos principais itens de custos, e sensiblidade do preço alvo à variabilidade destes fatores, para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Figura 35. Sensiblidade do preço alvo aos valores extremos potenciais da produtividade e dos principais fatores de custos, para o projeto de recomposição de reserva legal com

Favorável Desfavorável Favorável Desfavorável

Produtividade da floresta 40% -40% -29% 67%

Custos silviculturais -50% 50% -5% 5%

Custos de uso da terra 0% 0% 0% 0%

Custos de colheita -25% 50% -17% 34%

Custos indiretos 0% 0% 0% 0%

Custos de transporte -25% 25% -6% 6%

Custos de preparação do projeto 0% 0% 0% 0%

Parâmetro

Variação do parâmetro

relatíva ao valor médio

Variação do preço alvo de venda

relativa ao valor médio

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Fase 2 – Versão Final

91

eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

Devido aos fluxos de caixa iniciais positivos, o custo de produção da madeira e o preço

alvo diminuem quando a taxa de retorno esperado pelos investidores aumenta. (Figura

36).

Figura 36. Variação do valor da madeira em função da taxa de tetorno esperada pelo investidor para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Fonte: Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

92

3.2.3 Comparação entre Mesorregiões

Conforme já indicado, a premissa adoptada é que:

• Em média, as operações silviculturais de recomposição com 50% de eucalipto

em mesorregiões planas poderão ser parcialmente mecanizadas, enquanto elas

serão 100% manuais em outras mesorregiões.

• As operações silviculturais de recomposição com 100% de árvores nativas serão

100% manuais.

Assim, o custo total das operações de silvicultura durante os sete primeiros anos é

projetado menor para a recomposição com 50% de eucalipto do que para a

recomposição com 100% de árvores nativas nas regiões planas do Mato Grosso do Sul,

do MAPITO, do Cerrado e de Amazônia (Tabela 17), e o preço alvo da madeira é

projetado baixo, de R$ 56 /m³ no Mato grosso do Sul, até R$ 66 – 67 /m³ nas três outras

mesorregiões (Figura 37). Estes valores são menores que os preços alvo obtidos com os

plantios comerciais em todas as mesorregiões.

Por outro lado, nas outras mesorregiões cujo relevo é de tipo suave ondulado ou

ondulado, o custo da silvicultura durante os sete primeiros anos é projetado maior para a

recomposição com 50% de eucalipto do que para a recomposição com 100% de árvores

nativas (Tabela 17), e o preço alvo da madeira é projetado alto, acima de R$ 99/m³ em

todos os casos, e também acima do preço alvo para madeira de plantio comercial

convencional (Figura 37).

Dentre as regiões com relevo mais desfavorável, existe também uma grande dispersão

de valores. Considerando o grau de incerteza das premissas, considera-se que não é

possível trazer conclusões sobre o ranqueamento relativo entre os valores.

Figura 37. Sensibilidade do valor da madeira à mesorregião para o projeto de recomposição de reserva legal com eucalipto no MS, a situação de referência sendo a recomposição com 100% de árvores nativas

Projeto de mil hectares de reserva legal com uma estrutura gerencial de fundo ou empresa florestal. São 2 rotações de

7 anos por ciclo com um manejo de rebrota e um prazo de produção de 13 anos. Todas as outras premissas são de

acordo com as sugestões do custeio.

Fonte: Compilação a partir do Simulador EXCEL do custo de madeira

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Fase 2 – Versão Final

93

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1 Conclusões sobre o potencial do eucalipto como matéria-prima de geração de eletricidade

É importante ressaltar inicialmente que:

• Apesar do esforço para definir mesorregiões com comportamento homogêneo,

existe uma dispersão expressiva de condições de produtividade, custos de uso de

terra (para plantios comerciais) e custos silviculturais dentro de cada

mesorregião que pode conduzir a resultados econômicos expressivamente

diferentes da média para um projeto específico.

• As práticas e, portanto, os custos de silvicultura e colheita para o eucalipto em

reserva legal não são bem consolidados.

Sempre lembrando destas limitações, pode se tentar uma análise do potencial de

eucalipto como matéria-prima de geração de eletricidade por mesorregião.

4.1.1 Síntese econômica

Para identificar as melhores oportunidades de plantio de eucalipto entre as diferentes

mesorregiões e tipos de projeto florestal, por fins de produção de eletricidade, foram

atribuídas notas para os aspetos econômicos estudados nesta Fase 2, cruzando os

aspectos econômicos com os critérios analisados na Fase 1. As notas foram definidas de

1 (Inviável) a 5 (muito atraente), conforme a Tabela 52.

A nota econômica global foi atribuída a partir da consideração do custo de investimento

per hectare (medição comum no universo florestal) com peso de 33,33%, e o preço alvo

de venda posto na indústria (que sintetiza a competitividade do empreendimento) com

peso de 66,67%. As notas para o nível de preço alvo foram atribuídas a fim de viabilizar

uma termelétrica de porte 50 a 150 MW, com um preço de venda de eletricidade de R$

300 a 350 /MWh.

Tabela 52. Critério de notação dos paramêtros econômicos

Valor Cor Definição Min Max Min Max

5 Muito atraente - 0 - 60

4 Atraente 0 5.000 60 80

3 Neutro 5.000 10.000 80 100

2 Provavelment inviável 10.000 15.000 100 150

1 Inviável 15.000 - 150 -

Investimento

(R$/ha)

Nível de preço alvo

(R$/m³)Nota

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Fase 2 – Versão Final

94

Conforme as notas por mesorregião para o plantio comercial convencional (Tabela 53),

a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto usando como situação de

referência a regeneração natural (Tabela 54) ou a recomposição com 100% de árvores

nativas (Tabela 55), o plantio de eucalipto poderia ter a maior atratividade econômica

para:

• Apoiar a recomposição de reservas legais muito degradadas, onde o plantio de

árvores é de toda forma necessário, se for possível realizar o plantio 50%

eucalipto + 50% árvores nativas de forma mecanizada. Isto teria maior

oportunidade de acontecer nas regiões mais planas de Mato Grosso do Sul,

Cerrado, MAPITO e Amazônia.

• Produzir madeira a partir de plantios convencionais na Pampa Gaúcha.

Tabela 53. Nota em função dos critérios econômicos para o plantio comercial convencional nas diferentes mesorregiões

Tabela 54. Nota em função dos critérios econômicos para a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição natural como situação de referência, nas diferentes mesorregiões

Investimento Preço alvo Global Investimento Preço alvo Global

Mato Grosso do Sul 3 3 3

Pampa Gaúcho 3 4 4

Serra Gaúcha 3 2 2

Paraná e Santa Catarina 3 3 3

São Paulo 2 3 3

Leste de Minas Gerais 3 2 2

Oeste de Minas Gerais 3 3 3

Norte ES e Sul BA 3 3 3

Cerrado 2 2 2

MAPITO 3 2 2

Amazônia 3 1 2

CorMesorregião

Nota

Investimento Preço alvo Global Investimento Preço alvo Global

Mato Grosso do Sul 3 1 2

Serra Gaúcha 2 1 1

Paraná e Santa Catarina 2 1 1

São Paulo 2 1 1

Leste de Minas Gerais 2 1 1

Oeste de Minas Gerais 3 1 2

Norte ES e Sul BA 2 1 1

Cerrado 3 1 2

MAPITO 3 1 2

Amazônia 3 1 2

Critério econômicoNotaMesorregião

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Fase 2 – Versão Final

95

Tabela 55. Nota em função dos critérios econômicos para a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas como situação de referência, nas diferentes mesorregiões

4.1.1 Consolidação das Fases 1 e 2

Os resultados da Fase 1 e da Fase 2 foram consolidados pela atribuição de uma nota

global entre 1 e 5 incorporando os aspetos qualitativos agrários, socioambientais e

florestais, junto com a nota econômica, conforme os pesos e as definições da Tabela 56.

Tabela 56. Metodologia de consolidação dos critérios de atratividade

Os preços de terra analisados na Fase 1 foram excluídos dos critérios agrários, e a

produtividade florestal, foi excluída dos critérios florestais, visto que estes dados

quantitativos já estão embutidos no preço alvo da madeira, e o custo da terra também

está embutido no custo de investimento.

As notas de 1 a 5 para as facilidades de regularização documental, todos os fatores

socioambientais, os fatores florestais foram dadas no relatório da Fase 1 e valem tanto

para o plantio comercial quanto para o plantio em reserva legal. O relatório da Fase 1

também atribuiu notas de 1 a 5 para a disponibilidade de terras globais, que é um bom

proxy para a nota de disponibilidade de terras para plantio comercial, considerando que

a maioria das terras disponíveis são desta categoria. Para a disponibilidade de terras em

reserva legal, as notas foram atribuídas conforme a Tabela 57.

Investimento Preço alvo Total Investimento Preço alvo Arrondado

Mato Grosso do Sul 5 5 5

Serra Gaúcha 4 1 2

Paraná e Santa Catarina 4 1 2

São Paulo 4 2 3

Leste de Minas Gerais 4 2 3

Oeste de Minas Gerais 4 3 3

Norte ES e Sul BA 4 3 3

Cerrado 5 4 4

MAPITO 5 4 4

Amazônia 5 4 4

MesorregiãoNota

Critério Peso Composição Proporção

Disponibilidade de terras 50,0%

Facilidade de Regularização Documental 50,0%

Aceitação Social 25,0%

Facilidade Licenciamento Ambiental 25,0%

Presença de Pastagens degradadas 12,5%

Condições Hídricas Favoráveis 37,5%

Produtividade 33,3%

Existência de Mercado Florestal Ativo 33,3%

Facilidade Logística 33,3%

Investimento 33,3%

Preço alvo de venda da madeira 66,7%

Total 100 - -

Econômico 40

Agrário 15

30Socio-ambiental

15Florestal

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Fase 2 – Versão Final

96

Tabela 57. Critério de notação da disponibilidade de terras em reserva legal

Em relação ao plantio comercial, nota-se que a maioria das mesorregiões tem uma nota

neutra (Tabela 58). Somente o Mato Grosso do Sul aparece globalmente atraente, graças

à boa atratividade nos aspetos agrários, socioambientais e florestais, e uma nota neutra

em relação aos aspetos econômicos. A Serra Gaúcha e o MAPITO são as duas

mesorregiões destacadas como as menos atraentes, por ter notas baixas em relação ao

mínimo dois dos quatro critérios.

Tabela 58. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para o plantio comercial convencional nas diferentes mesorregiões

O plantio de eucalipto em reserva legal, considerando como situação de referência a

regeneração natural, é pouco atraente na maioria das mesorregiões e neutro no restante

(Tabela 59), porém, a nota ponderada atinge somente 2,8 no melhor caso, devido à baixa

atratividade econômica. Vale lembrar que não é possível atribuir uma nota global para o

Mato Grosso do Sul (falta de dados oficiais sobre as áreas de reserva legal) e no Pampa

Gaúcho (impossibilidade de plantar eucalipto em reserva legal).

O plantio de eucalipto em reserva legal, considerando como situação de referência a

recomposição com 100% de árvores nativas, é atraente no Cerrado que combina alta

disponibilidade de terras, bons critérios socioambientais e atratividade econômica

(Tabela 60). Ela é neutra na maioria das regiões, porém com notas entre 3,3 e 3,0 em

São Paulo, Amazônia, MAPITO, e Oeste de Minas Gerais onde a atratividade

econômica compensa a relativa limitação de áreas de reserva legal disponíveis.

É também importante ressaltar que a análise desta Fase 2 ainda não é suficiente para

definir as condições as mais atraentes para a geração de eletricidade. Assim, a terceira

fase vai conduzir a um novo ranqueamento das mesorregiões e regimes de produção da

madeira, em função dos seguintes fatores:

• Regimes de impostos diferenciados entre as mesorregiões, em função dos

subsídios Sudene / Sudam principalmente

• Custos de investimentos diferenciados entre as mesorregiões, em função da

qualidade das infraestruturas físicas, distância dos portos de importação de

Valor Cor Min Max

5 1.500 -

4 500 1.500

3 200 500

2 50 200

1 0 50

Nota Área (mil ha)

Agrários Socio-ambientais Florestais Econômicos Total

Mato Grosso do Sul

Pampa Gaúcho

Serra Gaúcha

Paraná e Santa Catarina

São Paulo

Leste de Minas Gerais

Oeste de Minas Gerais

Norte ES e Sul BA

Cerrado

MAPITO

Amazônia

MesorregiãoAspetos

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Fase 2 – Versão Final

97

equipamento e disponibilidade de mão de obra qualificada

• Disponibilidade de áreas necessárias para plantar as florestas que vão abastecer

as termelétricas.

Tabela 59. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição natural como situação de referência, nas diferentes mesorregiões

Tabela 60. Nota global em função dos critérios qualitativos e econômicos para a recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto, considerando a recomposição com 100% de árvores nativas como situação de referência, nas diferentes mesorregiões

4.2 Sugestões para próximos trabalhos

Para melhorar a qualidade das predições do custeio, são recomendadas as seguintes

tarefas, por ordem decrescente de impacto:

As duas tarefas as mais importantes, e de importância igual, são:

• Reduzir as incertezas sobre as condições efetivas, custos de silvicultura e

colheita em reserva legal e a produtividade dos plantios de eucalipto: o custeio

mostrou a ampla flutuação dos custos de produção do eucalipto em função das

premissas, enquanto existem poucos dados efetivos. Recomenda-se fazer um

levantamento sistemático (através de entrevistas e/ou visitas de campo) para

coletar dados efetivos, ou identificar testes em andamento que podem fornecer

dados no custo ou médio prazo.

Agrários Socio-ambientais Florestais Econômicos Total

Mato Grosso do Sul N/D N/D N/D

Pampa Gaúcho N/D N/D

Serra Gaúcha

Paraná e Santa Catarina

São Paulo

Leste de Minas Gerais

Oeste de Minas Gerais

Norte ES e Sul BA

Cerrado

MAPITO

Amazônia

MesorregiãoAspetos

Agrários Socio-ambientais Florestais Econômicos Total

Mato Grosso do Sul N/D N/D

Pampa Gaúcho N/D N/D

Serra Gaúcha

Paraná e Santa Catarina

São Paulo

Leste de Minas Gerais

Oeste de Minas Gerais

Norte ES e Sul BA

Cerrado

MAPITO

Amazônia

MesorregiãoAspetos

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Fase 2 – Versão Final

98

• Incorporar no modelo a possibilidade de financiamento parcial por dívida e de

subsídios, para responder a perguntas do tipo “sabendo que para viabilizar uma

atividade industrial na região X, precisamos de um preço de madeira P, qual é a

taxa de juro ou qual é o nível de subsidio necessário?”.

Em segundo lugar, seria interessante compor uma biblioteca de dados que permita

deixar o modelo mais livre em relação à possibilidade de simulação de diferentes

espécies, ou tipo de clones para uma mesma espécie. Por exemplo, empresas que

buscam produzir eucalipto por fim de produção de carvão vegetal ou energética tem

plantado clones de E. Urograndis, ou outras espécies, com densidade seca maior. O

levantamento das práticas silviculturais e produtividades permitiria definir se é possível

obter custos de produção da madeira em R$ por tonelada ou MWh inferior ao custo do

padrão utilizado nesta versão do custeio.

Outras melhorias potenciais impactam a mecânica do modelo, e não os inputs, com

impacto limitado no poder preditivo:

• A expansão da idade de corte e a introdução de possibilidade de desbaste

permitiriam simular a produção de vários sortimentos de madeira vendidos a

preços diferenciados. Porém, vale ressaltar que o mercado de madeira grossa de

eucalipto hoje é relativamente limitado e que as referências das curvas de

crescimento de eucalipto para idades de mais de 10 anos são poucas, de tal forma

que todo ganho potencial de rentabilidade identificado pelo custeio com estes

outros regimes em relação ao regime padrão do custeio atual deveria ser

analisado com muita precaução.

• A incorporação do capital de giro permite refinar o custo de investimento, e da

rentabilidade, porém o impacto é limitado em relação à incerteza sobre os custos

silviculturais.

• A incorporação da inflação impacta o cálculo do custo de produção / preço de

venda da madeira expresso em termos de valor atual somente no regime de

Lucro Real, ou seja, para os maiores empreendimentos.

Recomenda-se também atualizar o custeio:

• Cada vez que surgirá no futuro uma política pública com o potencial de alterar

expressivamente o modelo de negócio (por exemplo, mecanismo específico de

financiamento, ou subsídio)

• Anualmente para os custos e taxas de retorno esperadas pelos investidores

• A cada dois anos para as práticas e produtividades silviculturais.

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Fase 2 – Versão Final

99

5 ANEXO A – TABELAS DE PRODUÇÃO DE MADEIRA DE PLANTIOS

CONVENCIONAIS CONFORME O MODELO FLOREXCEL

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28,5 - 1,0 15,6 32,7 73,4 116,6 167,0 220,1 274,1 327,4

29,0 - 1,0 16,3 35,0 76,9 122,2 174,5 229,4 285,2 340,1

29,5 - 1,0 16,9 37,5 80,4 127,9 182,1 238,8 296,5 353,0

30,0 - 1,0 17,4 40,0 84,0 133,6 189,9 248,7 308,0 366,0

30,5 - 1,0 17,9 42,7 87,7 139,5 197,7 258,5 319,5 379,0

31,0 - 1,0 18,3 45,3 91,6 145,5 205,7 268,4 331,2 392,2

31,5 - 1,0 18,8 48,0 95,5 151,6 213,8 278,5 343,0 405,5

32,0 - 1,0 19,2 50,8 99,5 157,8 222,1 288,7 354,9 418,8

32,5 - 1,0 19,6 53,6 103,6 164,1 230,4 299,0 366,9 432,3

33,0 - 1,0 19,9 56,3 107,8 170,6 238,8 309,4 379,1 445,7

33,5 - 1,0 20,3 59,0 112,2 177,1 247,6 320,0 391,3 459,3

34,0 - 1,0 20,8 61,8 116,6 183,7 256,3 330,6 403,6 473,5

34,5 - 1,1 21,2 64,5 121,2 190,4 265,1 341,4 416,0 487,3

35,0 - 1,1 21,8 67,2 125,9 197,2 274,1 352,2 428,4 501,3

35,5 - 1,1 22,4 69,9 130,6 204,1 283,1 363,2 440,9 515,3

36,0 - 1,2 23,0 72,6 135,5 211,1 292,3 374,2 453,5 529,4

36,5 - 1,3 23,8 75,3 140,4 218,2 301,5 385,4 466,7 543,6

37,0 - 1,4 24,6 78,1 145,4 225,4 310,9 396,6 479,6 557,9

37,5 - 1,5 25,6 80,8 150,4 232,7 320,3 407,9 492,5 572,3

38,0 - 1,7 26,6 83,7 155,6 240,0 329,9 419,3 505,6 586,8

38,5 - 1,9 27,8 86,6 160,8 247,7 339,6 430,8 518,7 601,4

39,0 - 2,2 29,1 89,5 166,1 255,3 349,3 442,4 532,0 616,2

39,5 - 2,6 30,4 92,5 171,5 263,0 359,2 454,0 545,3 631,0

Volume função de idade para 1667 árvores / hectare (m³)Indice de

sitio

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28,5 - 0,6 9,3 22,5 49,0 80,8 117,7 158,3 200,6 243,4

29,0 - 0,6 9,7 24,1 51,5 84,9 123,4 166,2 210,3 254,8

29,5 - 0,6 10,0 25,8 54,1 89,1 129,2 174,3 220,2 266,5

30,0 - 0,6 10,3 27,5 56,8 93,4 135,1 182,6 230,4 278,3

30,5 - 0,6 10,7 29,2 59,6 97,9 141,1 191,4 240,7 290,3

31,0 - 0,6 11,0 31,0 62,4 102,4 147,5 200,1 251,2 302,5

31,5 - 0,6 11,3 32,7 65,4 107,0 153,9 208,9 261,9 314,8

32,0 - 0,6 11,6 34,5 68,4 111,8 160,4 218,0 272,8 327,3

32,5 - 0,6 11,9 36,3 71,7 116,6 167,0 227,2 283,9 339,9

33,0 - 0,6 12,2 38,0 74,9 121,6 173,7 236,6 295,1 353,2

33,5 - 0,7 12,5 39,8 78,2 126,6 180,6 246,1 306,4 366,3

34,0 - 0,7 12,9 41,6 81,7 131,8 187,6 255,8 317,9 379,6

34,5 - 0,7 13,4 43,5 85,1 137,0 194,7 265,7 329,6 393,1

35,0 - 0,7 13,9 45,3 88,7 142,3 202,0 275,7 341,4 406,7

35,5 - 0,8 14,4 47,2 92,4 148,0 209,3 285,9 353,8 420,5

36,0 - 0,8 15,0 49,2 96,1 153,6 216,8 296,2 366,0 434,5

36,5 - 0,9 15,7 51,1 99,9 159,3 224,4 306,6 378,4 448,7

37,0 - 1,0 16,5 53,2 103,8 165,1 232,2 317,2 390,9 463,0

37,5 - 1,1 17,3 55,3 107,7 171,0 240,0 327,9 403,6 477,6

38,0 - 1,3 18,2 57,5 111,8 177,0 248,0 338,7 416,5 492,3

38,5 - 1,5 19,2 59,7 115,9 183,1 256,1 349,7 429,5 507,2

39,0 - 1,7 20,2 62,0 120,1 189,4 264,3 361,3 442,7 522,2

39,5 - 1,9 21,2 64,3 124,3 195,7 272,5 372,7 456,1 537,4

Indice de

sitio

Volume função de idade para 1143 árvores / hectare (m³)

Page 101: Custo de Produção da Madeira de Eucaliptoenergiaeambiente.org.br/wp-content/uploads/2017/01/IEMA...2 Projeto padrão de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo

Fase 2 – Versão Final

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28,5 - 0,7 8,4 18,9 44,4 72,6 106,3 142,8 181,0 219,7

29,0 - 0,7 9,1 20,2 46,9 76,5 111,9 150,0 189,8 230,0

29,5 - 0,7 9,7 21,7 49,5 80,7 117,6 157,3 198,7 240,4

30,0 - 0,7 10,2 23,3 52,1 84,9 123,5 164,8 207,9 251,1

30,5 - 0,7 10,7 25,0 54,7 89,3 129,5 172,7 217,2 261,9

31,0 - 0,7 11,1 26,8 57,4 93,7 135,7 180,5 226,7 272,9

31,5 - 0,7 11,5 28,7 60,2 98,3 141,9 188,5 236,4 284,1

32,0 - 0,7 11,9 30,6 63,1 103,0 148,4 196,7 246,2 295,3

32,5 - 0,7 12,3 32,5 66,1 107,8 154,9 205,0 256,1 306,7

33,0 - 0,7 12,6 34,5 69,3 112,7 161,5 213,5 266,2 318,7

33,5 - 0,7 12,9 36,5 72,5 117,8 168,5 222,1 276,5 330,5

34,0 - 0,7 13,2 38,5 75,8 122,9 175,5 230,9 286,9 342,5

34,5 - 0,7 13,5 40,5 79,1 128,1 182,6 239,7 297,4 354,7

35,0 - 0,7 13,9 42,4 82,7 133,5 189,8 248,8 308,0 367,0

35,5 - 0,7 14,2 44,4 86,3 138,9 197,1 257,9 319,2 379,5

36,0 - 0,8 14,6 46,4 90,0 144,5 204,6 267,2 330,2 392,1

36,5 - 0,8 15,1 48,5 93,8 150,1 212,2 276,7 341,4 404,9

37,0 - 0,8 15,6 50,5 97,7 155,9 219,9 286,2 352,7 417,8

37,5 - 0,9 16,2 52,6 101,6 161,7 227,8 295,9 364,2 430,9

38,0 - 0,9 16,8 54,7 105,6 167,6 235,8 305,7 375,8 444,2

38,5 - 1,0 17,5 56,9 109,7 173,9 243,9 315,5 387,6 457,6

39,0 - 1,1 18,3 59,1 113,9 180,1 252,1 326,0 399,5 471,2

39,5 - 1,2 19,2 61,3 118,2 186,4 260,4 336,3 411,6 484,9

Indice de

sitio

Volume função de idade para 1000 árvores / hectare (m³)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28,5 - 0,5 7,6 19,4 42,2 70,4 103,1 138,7 175,8 213,3

29,0 - 0,5 8,0 20,8 44,4 74,0 108,2 145,3 183,8 222,6

29,5 - 0,5 8,3 22,2 46,7 77,8 113,4 152,0 192,0 232,6

30,0 - 0,5 8,6 23,7 49,1 81,6 118,7 158,9 200,4 242,4

30,5 - 0,5 8,8 25,1 51,6 85,6 124,3 166,0 208,9 252,5

31,0 - 0,5 9,1 26,6 54,1 89,6 130,0 173,1 217,5 262,7

31,5 - 0,5 9,4 28,1 56,8 93,8 135,7 180,5 226,2 273,0

32,0 - 0,5 9,6 29,6 59,6 98,1 141,6 187,9 235,6 283,6

32,5 - 0,5 9,9 31,1 62,4 102,4 147,5 195,5 244,8 294,3

33,0 - 0,6 10,2 32,6 65,3 106,8 153,7 203,2 254,2 305,2

33,5 - 0,6 10,6 34,2 68,3 111,4 159,9 211,1 263,7 316,3

34,0 - 0,6 10,9 35,8 71,3 116,0 166,3 219,0 273,4 327,6

34,5 - 0,6 11,4 37,4 74,5 120,9 172,7 227,1 283,3 338,9

35,0 - 0,6 11,8 39,0 77,6 125,7 179,3 235,8 293,3 350,5

35,5 - 0,7 12,3 40,7 80,9 130,7 186,1 244,3 303,5 362,3

36,0 - 0,7 12,9 42,4 84,2 135,8 192,9 252,9 313,8 374,2

36,5 - 0,8 13,5 44,2 87,7 140,9 199,9 261,7 324,3 386,2

37,0 - 0,9 14,2 46,0 91,1 146,2 206,9 270,6 334,9 398,4

37,5 - 1,0 15,0 47,9 94,7 151,6 214,1 279,7 345,8 410,7

38,0 - 1,2 15,8 49,9 98,3 157,1 221,4 288,9 356,7 423,1

38,5 - 1,3 16,6 51,9 102,0 162,6 228,7 298,2 367,8 436,5

39,0 - 1,5 17,5 53,9 105,8 168,3 236,7 307,7 379,1 449,3

39,5 - 1,7 18,4 56,0 109,7 174,1 244,4 317,4 390,5 462,3

Indice de

sitio

Volume função de idade para 833 árvores / hectare (m³)

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Fase 2 – Versão Final

101

6 ANEXO B – BANCOS DE CUSTOS SILVICULTURAIS

Tabela 61. Custos silviculturais unitários para a rotação de implantação / reforma de um plantio comercial

Manut. >

ano 5

Plantio Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 1.032 880 1.232 960 189 - 298 129 - 106 188 - 97 - 176 169

Pampa Gaúcho 1.190 650 1.232 592 148 - 161 64 - 103 101 - 129 - 200 198

Serra Gaúcha 1.234 575 1.243 633 160 - 171 69 - 110 106 - 138 - 217 214

Paraná e Santa Catarina 1.234 483 1.243 633 160 - 157 69 - 101 106 - 132 - 204 201

São Paulo 1.156 896 1.383 1.224 195 - 180 79 - 117 121 - 152 - 237 235

Leste de Minas Gerais 1.040 1.024 1.247 1.104 272 - 321 143 - 112 203 - 178 - 273 265

Oeste de Minas Gerais 1.011 915 1.234 1.020 243 - 302 134 - 107 193 - 167 - 252 244

Norte ES e Sul BA 1.024 527 1.246 1.095 169 - 321 143 - 112 203 - 178 - 273 265

Cerrado 947 1.327 1.295 1.159 248 - 413 138 - 201 200 - 253 - 347 335

MAPITO 947 1.327 1.295 1.018 204 - 467 138 - 169 200 - 215 - 275 266

Amazônia 992 449 1.356 1.066 214 - 490 145 - 177 210 - 225 - 288 279

Manutenção - ano 2Região

Custos de operações para a rotação de implantação / reforma de um plantio convencional

Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1

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Fase 2 – Versão Final

102

Tabela 62. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de um plantio convencional

Tabela 63. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de um plantio convencional

Manut. >

ano 5

Condução

do brotoIrrigação Fertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 396 - 1.104 1.062 189 - 298 129 - 106 188 - 97 88 56

Pampa Gaúcho 436 - 1.104 531 148 - 161 64 - 103 101 - 129 100 66

Serra Gaúcha 479 - 1.130 573 160 - 171 69 - 110 106 - 138 - 108 71

Paraná e Santa Catarina 479 - 1.130 573 160 - 157 69 - 101 106 - 132 102 67

São Paulo 463 - 1.149 1.204 218 - 163 72 - 106 110 - 138 119 78

Leste de Minas Gerais 407 - 1.137 1.169 216 - 321 143 - 112 203 - 107 137 88

Oeste de Minas Gerais 370 - 1.111 1.083 199 - 302 134 - 107 193 - 100 126 81

Norte ES e Sul BA 460 - 1.137 875 169 - 321 143 - 112 203 - 178 137 88

Cerrado 406 - 1.107 1.073 237 - 393 132 - 191 191 - 241 173 112

MAPITO 406 - 1.107 1.011 237 - 475 132 - 191 191 - 241 137 89

Amazônia 422 - 1.218 817 260 - 490 145 - 177 210 - 225 144 93

Custos de operações para a rebrota manejada de um plantio convencional (R$/ha)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Região

Manut. >

ano 5

Condução Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul - - - - 189 - - 129 - - 188 - 97 - 88 56

Pampa Gaúcho - - - - 148 - - 64 - - 101 - 129 - 100 66

Serra Gaúcha - - - - 160 - - 69 - - 106 - 138 - 108 71

Paraná e Santa Catarina - - - - 160 - - 69 - - 106 - 132 - 102 67

São Paulo - - - - 218 - - 72 - - 110 - 138 - 119 78

Leste de Minas Gerais - - - - 216 - - 143 - - 203 - 107 - 137 88

Oeste de Minas Gerais - - - - 199 - - 134 - - 193 - 100 - 126 81

Norte ES e Sul BA - - - - 169 - - 143 - - 203 - 178 - 137 88

Cerrado - - - - 237 - - 132 - - 191 - 241 - 173 112

MAPITO - - - - 237 - - 132 - - 191 - 241 - 137 89

Amazônia - - - - 260 - - 145 - - 210 - 225 - 144 93

Custos de operações para a rebrota não manejada de um plantio convencional (R$/ha)

Plantio - ano 0 Manutençaõ - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Região

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Fase 2 – Versão Final

103

Tabela 64. Custos silviculturais unitários para a implantação de recomposição de reserva legal com 50% de eucalipto e 50% de árvores nativas

Tabela 65. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de uma reserva legal com 50% de eucalipto e 50% de árvores nativas

Manut. >

ano 5

Plantio Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 3.311 954 760 1.147 81 264 645 41 264 645 41 - 41 - 81 81

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 3.148 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Paraná e Santa Catarina 3.148 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

São Paulo 2.074 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Leste de Minas Gerais 2.074 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Oeste de Minas Gerais 2.028 1.051 859 1.448 92 312 923 46 312 923 46 - 46 - 92 92

Norte ES e Sul BA 3.214 830 724 2.335 115 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Cerrado 3.311 954 760 1.147 81 264 645 41 264 645 41 - 41 - 81 81

MAPITO 1.966 954 767 1.169 82 268 669 41 268 669 41 - 41 - 82 82

Amazônia 1.966 954 767 1.169 82 268 669 41 268 669 41 - 41 - 82 82

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5

Custos de operações para a implantação de recomposição de RL com 50% de eucalipto (R$/ha recomposto)

Região

Manut. >

ano 5

Condução

do brotoIrrigação Fertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 313 - 760 1.147 41 264 645 41 264 645 41 - 41 - 81 81

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 1.059 - 882 2.922 72 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Paraná e Santa Catarina 1.059 - 882 2.922 72 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

São Paulo 1.059 - 882 2.922 72 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Leste de Minas Gerais 1.059 - 882 2.922 72 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Oeste de Minas Gerais 530 - 859 1.448 46 312 923 46 312 923 46 - 46 - 92 92

Norte ES e Sul BA 664 - 724 1.920 58 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Cerrado 313 - 760 1.147 41 264 645 41 264 645 41 - 41 - 81 81

MAPITO 332 - 767 1.169 41 268 669 41 268 669 41 - 41 - 82 82

Amazônia 332 - 767 1.169 41 268 669 41 268 669 41 - 41 - 82 82

Custos de operações para a rebrota manejada de uma RL com 50% de eucalipto (R$/ha recomposto)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Região

Page 105: Custo de Produção da Madeira de Eucaliptoenergiaeambiente.org.br/wp-content/uploads/2017/01/IEMA...2 Projeto padrão de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo

Fase 2 – Versão Final

104

Tabela 66. Custos silviculturais unitários para a implantação de recomposição de reserva legal com 25% de eucalipto e 75% de árvores nativas

Tabela 67. Custos silviculturais unitários para a rebrota manejada de uma reserva legal com 25% de eucalipto e 75% de árvores nativas

Manut. >

ano 5

Plantio Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 4.448 868 734 1.680 97 260 788 48 260 788 48 - 48 - 97 97

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 4.010 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Paraná e Santa Catarina 4.010 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

São Paulo 2.532 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Leste de Minas Gerais 2.532 1.324 882 3.584 145 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Oeste de Minas Gerais 2.486 1.051 859 1.448 92 312 923 46 312 923 46 - 46 - 92 92

Norte ES e Sul BA 4.217 830 724 2.335 115 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Cerrado 4.448 868 734 1.680 97 260 788 48 260 788 48 - 48 - 97 97

MAPITO 2.470 892 745 1.752 99 266 825 49 266 825 49 - 49 - 99 99

Amazônia 2.470 892 745 1.752 99 266 825 49 266 825 49 - 49 - 99 99

Manutenção - anos 4 e 5

Custos de operações para a implantação de recomposição de RL com 25% de eucalipto (R$/ha recomposto)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3Região

Manut. >

ano 5

Condução

do brotoIrrigação Fertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 156 - 380 574 20 132 322 20 132 322 20 - 20 - 41 41

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 530 - 441 1.461 36 171 747 36 171 747 36 - 36 - 72 72

Paraná e Santa Catarina 530 - 441 1.461 36 171 747 36 171 747 36 - 36 - 72 72

São Paulo 530 - 441 1.461 36 171 747 36 171 747 36 - 36 - 72 72

Leste de Minas Gerais 530 - 441 1.461 36 171 747 36 171 747 36 - 36 - 72 72

Oeste de Minas Gerais 265 - 429 724 23 156 462 23 156 462 23 - 23 - 46 46

Norte ES e Sul BA 332 - 362 960 29 132 490 29 132 490 29 - 29 - 58 58

Cerrado 156 - 380 574 20 132 322 20 132 322 20 - 20 - 41 41

MAPITO 166 - 383 585 21 134 334 21 134 334 21 - 21 - 41 41

Amazônia 166 - 383 585 21 134 334 21 134 334 21 - 21 - 41 41

Custos de operações para a rebrota manejada de uma RL com 25% de eucalipto (R$/ha recomposto)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Região

Page 106: Custo de Produção da Madeira de Eucaliptoenergiaeambiente.org.br/wp-content/uploads/2017/01/IEMA...2 Projeto padrão de 10 mil hectares plantado com uma estrutura gerencial de fundo

Fase 2 – Versão Final

105

Tabela 68. Custos silviculturais unitários para a recomposição de reserva legal com 100% de árvores nativas

Tabela 69. Custos silviculturais unitários para a recomposição de reserva legal com 100% de árvores nativas e uma densidade de plantios igual a aquela dos plantios comerciais

Manut. >

ano 5

Plantio Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 2.966,8 782,5 708,9 2.213,5 112,4 256 931 56 256 931 56 - 56 - 112 112

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 2.728,5 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Paraná e Santa Catarina 2.728,5 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

São Paulo 1.786,8 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Leste de Minas Gerais 1.786,8 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Oeste de Minas Gerais 1.740,8 1.051,5 859,0 1.448,5 92,0 312 923 46 312 923 46 - 46 - 92 92

Norte ES e Sul BA 2.794,2 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Cerrado 2.966,8 782,5 708,9 2.213,5 112,4 256 931 56 256 931 56 - 56 - 112 112

MAPITO 1.669,5 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Amazônia 1.669,5 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Custos de operações para a recomposição de RL com 100% de mudas nativas e uma densidade de plantio igual a 50% dos plantios comerciais (R$/ha recomposto)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5Região

Manut. >

ano 5

Plantio Irrigação FertilizanteControle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

mato

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

pragaFertilizante

Controle de

praga

Controle de

praga

Mato Grosso do Sul 5.584,7 782,5 708,9 2.213,5 112,4 256 931 56 256 931 56 - 56 - 112 112

Pampa Gaúcho N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D

Serra Gaúcha 4.871,9 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Paraná e Santa Catarina 4.871,9 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

São Paulo 2.988,9 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Leste de Minas Gerais 2.988,9 1.324,0 882,2 3.583,6 144,9 343 1.494 72 343 1.494 72 - 72 - 145 145

Oeste de Minas Gerais 2.942,9 1.051,5 859,0 1.448,5 92,0 312 923 46 312 923 46 - 46 - 92 92

Norte ES e Sul BA 5.220,2 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Cerrado 5.584,7 782,5 708,9 2.213,5 112,4 256 931 56 256 931 56 - 56 - 112 112

MAPITO 2.973,6 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Amazônia 2.973,6 830,4 724,2 2.334,9 115,3 264 981 58 264 981 58 - 58 - 115 115

Região

Custos de operações para a recomposição de RL com 100% de mudas nativas e uma densidade de plantio igual a 100% dos plantios comerciais (R$/ha recomposto)

Plantio - ano 0 Manutenção - ano 1 Manutenção - ano 2 Manutenção - ano 3 Manutenção - anos 4 e 5