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Direção-Geral da Administração da Justiça Regulamento das Custas Processuais Custas no tribunal administrativo e fiscal CFFJ - 2012

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Direção-Geral da Administração da Justiça

Regulamento das Custas Processuais

Custas no tribunal administrativo e fiscal

CFFJ - 2012

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Índice

Siglas e Abreviaturas ................................................................................................................................. 4

Nota prévia .................................................................................................................................................. 5

Enquadramento ........................................................................................................................................... 6

Custas processuais, o que são? ................................................................................................................. 7

Taxa de Justiça ....................................................................................................................................... 7

A regra geral da taxa de justiça ...................................................................................................... 9

A taxa de justiça pela especial complexidade ............................................................................ 18

A taxa sancionatória excecional .................................................................................................... 18

Taxa no recurso de contraordenação ........................................................................................... 19

Dispensa do pagamento de taxa de justiça ......................................................................................... 20

Artigo 15.º do RCP ................................................................................................................................ 20

Os encargos ............................................................................................................................................... 21

A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos ................................................................ 21

A omissão de pagamento da garantia dos encargos ................................................................... 22

As custas de parte .................................................................................................................................... 23

Isenções ...................................................................................................................................................... 24

O artigo 4.º do RCP .............................................................................................................................. 24

Limitações à isenção ............................................................................................................................ 24

A fixação da base tributária ................................................................................................................... 25

Processo Administrativo .......................................................................................................................... 26

Ação Administrativa Comum .............................................................................................................. 27

Ação Administrativa Especial ............................................................................................................. 28

Contencioso eleitoral .......................................................................................................................... 29

Contencioso pré-contratual................................................................................................................ 30

Processos Cautelares ........................................................................................................................... 31

Intimação para prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidão32

Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias ..................................................... 33

Produção antecipada de prova .......................................................................................................... 34

Processo Tributário .................................................................................................................................. 35

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Impugnação ........................................................................................................................................... 36

Processos de ação cautelar ................................................................................................................. 37

Ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária ....... 38

Meios processuais acessórios .............................................................................................................. 39

Intimação para um comportamento ................................................................................................. 40

Oposição à execução ............................................................................................................................ 41

Embargos de terceiro .......................................................................................................................... 42

Reclamações das decisões do órgão de execução fiscal ................................................................ 43

Recurso de contraordenação .............................................................................................................. 44

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Siglas e Abreviaturas

CRP Constituição da República Portuguesa

CCJ Código das Custas Judiciais

CPC Código de Processo Civil

CPTA Código de Processo nos Tribunais Administrativos

CPPT Código de Procedimento e Processo Tributário

ETAF Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais

LGT Lei Geral Tributária

RCP Regulamento de Custas Processuais

RGIT Regime Geral das Infrações Tributárias

Duc Documento único de cobrança

Sicj Sistema informático de custas judiciais

Sitaf Sistema informático nos tribunais administrativos e fiscais

UC Unidade de conta

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Nota prévia

O presente trabalho pretende constituir um meio auxiliar de apoio aos oficiais de

justiça dos tribunais administrativos e fiscais na área das custas processuais. No essencial

versa sobre o regime introduzido pela lei 7/2012, de 13 de fevereiro, e é uma primeira

abordagem desta temática atendendo às especificidades da jurisdição administrativa e fiscal.

Certamente deficitário, espera-se que a breve trecho seja enriquecido com mais exemplos e

referências a jurisprudência.

A estrutura adotada compreende duas partes. A primeira trata aspetos gerais das

custas e a segunda centra-se nas espécies processuais. As chamadas em numeração romana

remetem para as notas de fim e as de numeração arábica para as notas de pé de página.

Não é demais lembrar que as orientações aqui

expressas cedem sempre perante orientações

diversas dos senhores magistrados.

Lisboa e cffj, outubro de 2012

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Enquadramento

O art.º 189.º do CPTA consagra no seu n.º 1, a sujeição a custas do Estado e demais

entidades públicas1.

O n.º 2 do citado normativo, determina que o regime de custas a observar na

jurisdição administrativa e fiscal é objeto de regulação própria no Código das Custas

Judiciais2. Impõe-se a interpretação atualista desta remissão, atendendo ao teor do art.º 2.º

do RCP: “O presente Regulamento aplica-se aos processos que correm termos nos tribunais

judiciais, nos tribunais administrativos e fiscais …”

Por outro lado, os princípios gerais e as normas centrais relativas ao conceito de custas

e à responsabilidade pelo seu pagamento encontram-se no CPC, art.º 446.º a art.º 455.º, as

quais serão aplicáveis, a título subsidiário, aos processos administrativos, art.º 1.º do CPTA, e

fiscais, al. d) do art.º 2.º da LGT, e al. e) do art.º 2.º do CPPT.

1 Regra inovatória, face aos anteriores regimes de custas. Consagrada no CPTA no seu art.º 189.º, sendo acolhida no regime de custas introduzido pelo DL n.º 324/2003, de 27 de Dezembro. 2 A referência é originalmente reportada ao CCJ, na redação introduzida pelo 324/2003, de 27 de Dezembro.

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Custas processuais, o que são?

As custas processuais caracterizam-se por compreenderem as taxas, os encargos e as

custas de parte, conforme n.º 1 do art.º 447.º do CPC, e n.º 1 do art.º 3.º do RCP. São, em

síntese, o conjunto da despesa exigível por lei, resultante da mobilização da máquina

judiciária para resolução de determinado conflito, e inerente à condução do respetivo

processo.

Taxa de Justiça

De entre o conjunto de tributos legalmente consagrado3, a taxa é uma espécie

tributária cujos pressupostos nos são dados pelo n.º 2 do art.º 4.º da LGT: “As taxas assentam

na prestação concreta de um serviço público, na utilização de um bem do domínio público ou

na remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares.” Caracterizam-se

pelo seu caráter bilateral.

As taxas integram assim, de entre o conjunto de tributos, aqueles em que é exigida

uma contraprestação, qual seja no caso da taxa de justiça, a prestação concreta do serviço

público de justiça a cargo dos tribunais, no exercício da função jurisdicional, art.º 202.º da

CRP.

Pode ler-se no acórdão n.º 467/91, do Tribunal Constitucional:

“…Na verdade, as taxas de justiça são a «contrapartida»

da prestação de um serviço público vinculado à garantia

fundamental do acesso aos tribunais…”4

3 Cfr. n.º 2 do art.º 3º, da Lei Geral Tributária. 4 Disponível para consulta em http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/19910467.html

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A taxa de justiça, de acordo com o disposto no n.º 1 do art.º 5.º do RCP, é expressa em

UC. Esta é atualizada5 anual e automaticamente de acordo com o indexante dos apoios

sociais6, n.º 2 do art.º 5.º do RCP. Porém, a taxa de justiça é determinada pelo valor da UC ao

tempo do início do processo autónomo, independentemente do momento em que a taxa deva

ser paga, face às disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 1º e nº 3 do art.º 5.º do RCP. Donde

é possível concluir que, por exemplo, no âmbito de uma ação administrativa comum ou de um

processo de impugnação, em que sejam deduzidos incidentes, possam coexistir taxas que

hajam de ser calculadas atendendo a diferentes valores da UC7.

O primeiro dos critérios legais a atender para a fixação da taxa de justiça é o valor da

ação para efeito de custas, base tributária na terminologia do RCP, resultando aquela no

correspetivo montante indicado nas Tabela I e II, como se extrai dos artigos 6.º e 7.º ambos

do RCP. Complementarmente, na eventualidade de especial complexidade da ação, cuja

caracterização resulta do n.º 7 do art.º 447.º-A do CPC, para efeitos de condenação aplicar-

se-ão os valores resultantes da Tabela I-C, n.º 5 do art.º 6.º, ou um valor superior dentro dos

limites da Tabela II, conforme n.º 7 do art.º 7.º do RCP.

Excecionalmente, poderá haver lugar a taxa sancionatória, mecanismo de penalização

dos intervenientes processuais que, por motivos dilatórios, utilizem o processo de modo não

criterioso, designadamente lançando mão de recursos e requerimentos manifestamente

infundados. Esta taxa excecional, encontra a sua previsão e os seus pressupostos no art.º

447.º-B do CPC, sendo o arco de tributação fixado dentro dos limites do art.º 10.º do RCP, 2 a

15 UC.

5 Quanto à fixação e atualização da UC, cfr. art.º 22.º do D.L. nº 34/2008, de 28/2, na redação dada pelo D.L. n.º 181/2008, de 28/8. 6 Indexante de Apoios Sociais – Lei n.º 53-B/2006, de 29/12 e Portarias n.º 106/2007, de 23/1; 9/2008, de 3/1 e 1514/2008, de 24/12. Para o ano de 2010, cfr. art.º 3.º do Dec.Lei n.º 323/2009, 24/12. Cfr. ainda art.º 22.º do D.L. nº 34/2008, de 28/2, na redação dada pelo D.L. 181/2008, de 28/8. 7 O valor da UC é presentemente de € 102,00.

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A regra geral da taxa de justiça

As disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 447.º do CPC e do n.º 1 do art.º 6.º do RCP,

indicam que a “…taxa de justiça corresponde ao montante devido pelo impulso processual do

interessado…”. A taxa é assim devida pela parte que impulsione, independentemente da

posição processual ativa (autor, recorrente, requerente, exequente), ou passiva (réu,

recorrido, requerido, executado), que ocupa no processo.

Assim, o sujeito passivo (sujeito sobre quem impende o ónus de pagamento) da taxa de

justiça deverá proceder ao pagamento da primeira prestação, nos casos da tabela I-A e C, em

que a taxa de justiça é paga em duas prestações de igual valor, ou integralmente nos

restantes casos, tabela I-B e II, até ao momento da prática do ato processual a ela sujeito,

nos termos das disposições conjugadas do n.º 2 do art.º 13.º e n.º 1 do art.º 14.º, ambos do

RCP.

A segunda prestação da taxa de justiça deve ser liquidada no prazo de 10 dias a contar

da notificação para a audiência finalI. Nos casos em que a esta não haja lugar e não tendo

sido dispensada a segunda prestação nos termos do art.º 14.º-A do RCP, é considerada na

conta de custas final.

O interessado entrega o documento comprovativo do pagamento ou comprova a

realização desse pagamento no mesmo prazo, n.º 2 do art.º 14.º do RCP, sob pena da

secretaria oficiosamente notificar para, no prazo de 10 dias, efetuar o pagamento, acrescido

de multa de igual montante, cuja expressão não pode ser inferior a 1 UC nem superior a 10

UC, n.º 3 do art.º 14.º do RCP.

Verificando-se que no dia da audiência final ou de qualquer outra diligência

probatória, não se mostra junto ao processo o documento comprovativo do pagamento da

segunda prestação da taxa de justiça e da multa, de documento referente à concessão de

benefício do apoio judiciário ou não tenha sido comprovada a realização do pagamento da

segunda prestação da taxa de justiça, os autos devem ser continuados com conclusão para

que o tribunal se entender por conveniente, determinar a impossibilidade de realização das

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diligências de prova que tenham sido ou venham a ser requeridas pela parte em falta, n.º 4

do art.º 14.º do RCP.

Na jurisdição fiscal, uma vez que a constituição de mandatário só é obrigatória nas

causas cujo valor exceda o décuplo da alçada do tribunal tributário de primeira instância,

bem assim nos Tribunais Centrais Administrativos e Supremo Tribunal de Justiça, n.º 1 do

art.º 6.º do CPPT, deve ter-se presente as regras resultantes das disposições conjugadas do

n.º 5 do art.º 150.º-A do CPC e n.º 6 do art.º 14.º do RCP, que impõem à secretaria o dever de

notificar o interessado que não tenha mandatário constituído para o pagamento da taxa

devida, no prazo de 10 dias, bem como das cominações legais para a omissãoII. A alçado do

tribunal tributário8 é de 1.250,00 €.

Já na jurisdição administrativa, a questão não se coloca da mesma forma uma vez que

a constituição de mandatário é obrigatória, n.º 1 do art.º 11.º do CPTA.

8 A alçada dos tribunais tributários, de acordo com o n.º 2 do art.º 6.º do ETAF, corresponde a um quarto da que se encontra estabelecida para os tribunais judiciais, que é € 5.000,00, n.º 1 do art.º 24.º da Lei 3/99, de 13/1 na redação dada pelo Dec.-Lei n.º 303/2007, de 24/8; n.º 1 do art.º 31.º da Lei n.º 52/2008, de 28/8.

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Redução da taxa de justiça

O RCP contempla uma única redução da taxa de justiça, nos termos do n.º 3 do art.º

6.º do RCP. A taxa de justiça é reduzida a 90% do seu valor quando se verificarem

cumulativamente três condições. São elas: o recurso pela parte aos meios eletrónicos, a

entrega pela parte de todas as peças processuais através daqueles meios e ao processo em

concreto, não determinar a lei, a sua obrigatoriedade.

Optando por esta redução, a parte que quebre a condição de entrega de todas as

peças pelos meios eletrónicos,9 perde o direito à mesma, nos termos do n.º 4 do art.º 6.º do

RCP, e fica obrigada a pagar o respetivo valor autoliquidado, no momento em que entregar

uma peça processual em papel. Não sendo junto o comprovativo do pagamento, verifica-se a

sujeição à sanção prevista na lei de processo para a omissão de pagamento da taxa de justiça.

A omissão da primeira prestação ou do pagamento integral

O pagamento da taxa de justiça pode ser realizado em duas prestações de igual

montante, nas situações em quem ao caso couber a aplicação da tabela I-A e C, n.º 2 do art.º

13.º do RCP, sendo que nos demais casos deve ser liquidada de modo integral.

A primeira prestação ou o pagamento integral da taxa de justiça devida devem ser

realizados previamente, por autoliquidação, e ser comprovadosIII por verificação eletrónica,

nos termos da portaria prevista no n.º 1 do artigo 138.º-A do Código do Processo Civil, ou por

entrega do documento comprovativo do pagamento, al. a) e b) do n.º 1 do art.º 14.º do RCP.

Sendo omisso o pagamento, são diversas as consequências para a parte ativa e para a

parte passiva e encontram a sua previsão no CPC, al. f) do art.º 474.º e art.º 486.º-A,

respetivamente.

Relativamente à parte ativa, a consequência da omissão é o não recebimento da

petição pela secretaria, al. f) do art.º 474.º do CPC. Já no que concerne à parte passiva,

releva a previsão do art.º 486.º-A do CPC. Num primeiro momento, a parte é notificada para

9 Por exemplo, entregando uma peça processual em suporte de papel.

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pagar a taxa omitida com o acréscimo de multa de igual montante, mas não inferior a 1 UC

nem superior a 5 UC. Continuando a verificar-se a omissão de pagamento e findos os

articulados, deve a secretaria continuar os autos ao juiz, nos termos do n.º 5 do art.º 486.º-A

do CPC.

O art.º 80.º do CPTA dispõe sobre a recusa da petição inicial pela secretaria no que

concerne á ação administrativa especial. Importa pois aqui destacar o teor da al. d) do n.º 1

do referido preceito, já que determina constituir fundamento de rejeição a circunstância de

não ter, “…sido junto o documento comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça

inicial ou o documento que ateste a concessão de apoio judiciário.”. Já no que respeita aos

efeitos que decorrem da rejeição, o n.º 2 do art.º 80.º do CPTA, remete para as

consequências que lhe correspondem na lei processual civil.

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A omissão de pagamento da segunda prestação da taxa de justiça

Casos que se enquadrem no n.º 2 do art.º 13.º do RCP

Sendo omisso o pagamento da segunda prestação da taxa de justiça, a secretaria

notifica o interessado para, no prazo de 10 dias, efetuar o pagamento, acrescido de multa de

igual montante, mas não inferior a 1 UC nem superior a 10 UC, n.º 3 do art.º 14.º do RCP.

Persistindo a omissão no dia da audiência final ou da realização de qualquer outra diligência

probatória, devem os autos ser presentes ao juiz, n.º 4 do art.º 14.º do RCP.

Pagamento de taxa de valor inferior ao devido

Prevê o n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC, que a junção de documento comprovativo do

pagamento da taxa de justiça num valor inferiorIV ao resultante dos critérios do RCP que ao

caso caibam, a devolução ao apresentante e equivalência à falta de junção do documento.

Todavia, relevam para esta questão também os modos de apresentação das peças

processuais, por via eletrónica ou por apresentação em suporte de papel.

No que respeita à petição inicial, apresentações em suporte de papel, n.º 3 do art.º 4.º

do Dec.-Lei n.º 324/200310, de 29/12, e art.º 4.º da portaria n.º 1417/200311, de 30 de

dezembro, é adequada a observância do prazo de 24 horas, previsto no art.º 23.º da portaria

419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 82/2012, de 29

de março. Após o decurso do prazo e não sendo recebido o pagamento complementar, a

secretaria recusa a petição, com o fundamento da falta de junção do documento

comprovativo, n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC. O mesmo procedimento é adequado aos casos

em que a petição inicial é apresentada eletronicamente, uma vez que carece de tratamento

de validação pela secretaria, no Sitaf, e que é prévio à distribuição.

Os demais casos em que é exigido o comprovativo do pagamento da taxa de justiça e

esta se mostra liquidada por um valor insuficiente, devem ser tratados como se de omissão de

pagamento se tratasse, face à sanção prevista no n.º 2 do art.º 150.º-A do CPC.

10 Com as alterações introduzidas pelo Dec.-Lei n.º 180/2007, de 9de maio e do Dec.-Lei n.º 190/2009, de 17de agosto. 11 Com as alterações introduzidas pela portaria 114/2008, de 6 de fevereiro.

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O limite da taxa quando previamente paga

Quando ao caso caiba a aplicação da tabela I, serão tão só considerados os valores de

base tributária até € 275.000,00, n.º 7 do art.º 6.º do RCP. O remanescente é considerado na

conta a final ou, caso o responsável pelo impulso processual não seja condenado a final, é

notificado para efetuar o referido pagamento, no prazo de 10 dias a contar da notificação da

decisão que ponha termo ao processo, n.º 9 do art.º 14.º do RCP.

O pagamento do remanescente pode todavia ser dispensado pelo juiz, de forma

fundamentada e face à especificidade da situação, atendendo designadamente à

complexidade da causa e à conduta processual das partes, conforme segmento final do n.º 7

do art.º 6.º do RCP.

Nos restantes casos, sempre que a taxa de justiça seja variável, o pagamento deve ser

realizado pelo valor mínimo, nº 6 do art.º 6.º do RCP.

Aplicabilidade da tabela I-A

Os casos em que a taxa de justiça deve ser paga atendendo aos valores resultantes da

tabela I-A, determina-se por exclusão, conforme resulta do n.º 1 do art.º 6.º do RCP,

“…aplicando-se, na falta de disposição especial, os valores constantes da tabela I-A,…”.

Assim, todas as situações que não estejam contempladas de modo diverso, por exemplo a

determinação legal de aplicação da tabela I-B, I-C ou II, será por defeito aplicada a tabela I-

A.

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Aplicabilidade da tabela I-C

As sociedades comerciais12 que tenham dado entrada num tribunal, secretaria judicial

ou balcão, no ano anterior, a 200 ou mais ações, a taxa de justiça é fixada, de acordo com a

tabela I-C, quando não se verifique regra que determine a aplicação de tabela II.

Atente-se que, esta taxa compreende duas prestações, sendo a primeira de pagamento

prévio, conforme se extrai do n.º 1 do art.º 14.º do RCP.

A taxa prevista na tabela I-C é também aplicável, quando o juiz nos termos das

disposições conjugadas do n.º 7 do art.º 447.º-A do CPC, e n.º 5 do art.º 6.º do RCP,

caracterize a ação ou o recurso como especialmente complexos. Esta taxa é de pagamento a

final, na conta.

Aplicabilidade da tabela I-B

Nos recursos jurisdicionais, a taxa de justiça é fixada nos termos da tabela I-B,

atendendo ao valor do recurso.13 É paga pelo recorrente com as alegações e pelo recorrido

quando contra-alegue e com a apresentação das contra-alegações, n.º 2 do art.º 7.º do RCP.

Atente-se que na redação do n.º 2 do art.º 6.º do RCP, o legislador utilizou o vocábulo

“sempre”, o que indica de modo inequívoco que, independentemente das taxas pagas no

processo e na primeira instância se integrarem noutras tabelas, no recurso jurisdicional são

pagas de acordo com a tabela I-B. Claro está que as taxas em questão são em regra14 de

pagamento prévio, podendo o tribunal determinar a aplicabilidade a final da tabela I-C, como

referimos.

12 Para o efeito e sobre a competência da secretaria, portaria n.º 200/2011, de 20 de maio e cfr. Ofício Circular n.º 42/2011, de 16 de junho, da DGAJ/DSAJ. A informação é também disponibilizada no sicj. 13 O valor nos recursos é determinado pelas regras constantes do n.º 2 do art.º 12.º do RCP. O valor da sucumbência quando esta for determinável, cabendo ao recorrente a indicação do respetivo valor no requerimento de interposição do recurso, ou nos restantes casos, prevalece o valor da ação. 14 Quando não seja de aplicar a dispensa de pagamento prévio ou em casos de isenção.

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As partes coligadas15, os intervenientes que façam seus os articulados da parte a que

se associem e os assistentes em processo administrativo16 e tributário17, de acordo com a

previsão do n.º 7 do art.º 13.º do RCP, liquidam a taxa de justiça de acordo com a tabela I-B.

No que concerne ao litisconsórcioV, a taxa é paga na totalidade por aquele que figurar

como parte primeira na petição inicial, nos termos do disposto no n.º 4 do art.º 447.º-A.º do

CPC, onde de resto se salvaguarda o direito de regresso sobre os demais litisconsortes.

15 Em processo judicial tributário, cfr. Art.º 104.º do CPPT; em processo administrativo, cfr. art.º 12.º e 28.º do CPTA. 16 Art.º 335.º e seguintes do CPC, art.º 1.º e art.º 35.º do CPTA. 17 Art.º 127.º, n.º 1 al. a), 128.º e 129.º do CPPT e 335.º e seguintes do CPC.

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Os casos especiais de fixação de valor: linha 1 da tabela I-B

O n.º 1 do art.º 12.º do RCP, fixa a base tributária até € 2.000,00, valor

correspondente à linha 1 da tabela I-B, nos processos previstos nas alíneas a) a f). A

consequência direta desta regra é a de que, naqueles casos, a taxa de justiça exigível é de

0,5 UC, paga integralmente numa única prestação e até ao momento da prática do ato

processual, n.º 1 do art.º 14.º do RCP.

Aplicabilidade da tabela II

Os incidentes, os processos cautelares, os processos administrativos urgentes, a

impugnação de procedimentos cautelares adotados pela administração tributária, a

impugnação de atos de autoliquidação, substituição tributária e pagamentos por conta, os

procedimentos de injunção, os procedimentos europeus de injunção de pagamento, os

procedimentos anómalos, as execuções, oposições e embargos de terceiro, integram as

previsões da tabela II, n.º 4 do art.º 7.º do RCP.

Esta taxa é em regra18 prévia e integralmente liquidada nos termos gerais. Não

obstante, aqui também se verifica o eventual pagamento residual a final, nos casos de

especial complexidade, n.º 7 do art.º 7.º do RCP.

18 Refere-se “em regra” uma vez que, em presença de incidentes ou procedimentos anómalos, qualificação que muitas vezes se verifica em momento ulterior, cfr. n.º 8 do art.º 7.º do RCP, só é determinável e possível o pagamento a final. Também os casos de dispensa, art.º 15.º, e de isenção, art.º 4.º, ambos do RCP.

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18

A taxa de justiça pela especial complexidade

Como já referido, a taxa de justiça pela especial complexidade é resultante de

condenação, sempre que a ação é configurada como tal, nos termos do n.º 7 do art.º 447.º-A

do CPC. Sempre determinada a final, tem como consequência a atualização da taxa paga pelo

impulso nos casos da Tabela I-A e Tabela I-B, para os valores da Tabela I-C, n.º 5 do art.º 6.º

do RCP, e nos casos de incidentes ou procedimentos, Tabela II-B, o valor determinado pelo

juiz, dentro dos limites ali estabelecidos, n.º 7 do art.º 7.º do RCP.

A taxa sancionatória excecional

A aplicação de uma taxa sancionatória excecionalVI resulta de decisão fundamentada

do juiz, quando verificadas as condutas e circunstâncias descritas nas alíneas a) e b) do art.º

447.º-B do CPC. É suscetível de ser aplicada aos requerimentos, recursos, reclamações,

pedidos de retificação, reforma ou de esclarecimento, quando manifestamente

improcedentes. A sua quantificação é variável entre 2 e 15 UC, nos termos do art.º 10.º do

RCP.

Por outro lado, quando judicialmente determinada a aplicação da taxa sancionatória

excecional, esta substitui a taxa de justiça devida. Pode ler-se no preâmbulo da Lei 34/2008,

de 26 de fevereiro, o seguinte trecho:

“…Criou -se também um mecanismo de penalização dos

intervenientes processuais que, por motivos dilatórios,

«bloqueiam» os tribunais com recursos e requerimentos

manifestamente infundados. Para estes casos, o juiz do

processo poderá fixar uma taxa sancionatória especial,

com carácter penalizador, que substituirá a taxa de

justiça que for devida pelo processo em causa...”19

19 Diário da República, 1.ª série — N.º 40 — 26 de Fevereiro de 2008, pag. 1261, e disponível em http://dre.pt/

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19

Aplicada a taxa sancionatória excecional e após trânsito em julgado da decisão que a

fixou, é pela secretaria emitida e remetida guia e respetivo DUC, para a parte responsável,

para pagamento no prazo de 20 dias, conforme o art.º 26.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20

de abril, com as alterações introduzidas pela portaria n.º 82/2012, de 29 de março.

Taxa no recurso de contraordenação

Quando a coima não tenha sido previamente liquidada, o recurso da decisão que a

aplicou bem como a sanção acessória a que se refere o art.º 80.º do RGIT, está sujeito ao

pagamento prévio de taxa de justiça, nos termos do n.º 7 do art.º 8.º do RCP. O montante a

autoliquidar é de 1 UC. Para o efeito, deve a secretaria em observância do preceituado no n.º

8 do art.º 8.º do RCP, aquando da notificação da data de marcação da audiência de

julgamento ou do despacho que a considere desnecessária, notificar também para no prazo

de 10 dias autoliquidar a taxa de justiça, com expressa indicação do prazo e dos modos de

pagamento da mesma. Aconselha a boa prática que a secretaria envie o duc adequado ao

pagamento.

A taxa devida pela impugnação pode ainda a final ser corrigida pelo juiz, n.º 7 do art.º

8.º do RCP, dentro dos limites da Tabela III do RCP, sendo neste caso o processo objeto de

conta final, onde se liquidará o remanescente em falta.

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20

Dispensa do pagamento de taxa de justiça

Artigo 15.º do RCP

A dispensa de pagamento prévio de taxa de justiça consiste na verdade num

mecanismo que difere para momento ulterior o pagamentoVII, por força de uma regra

inovadora, aliás sem precedente legal20. Trata-se do n.º 2 do art.º 15.º do RCP, que dispõe:

“As partes dispensadas do pagamento prévio de taxa de justiça,

independentemente de condenação a final, devem ser notificadas, com a

decisão que decida a causa principal, ainda que suscetível de recurso,

para efetuar o seu pagamento no prazo de 10 dias.”

Assim, quando demandem ou sejam demandados nos tribunais administrativos ou

tributários, por expressa previsão legal, al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, mostram-se

dispensados do pagamento prévio da taxa de justiça:

O Estado;

seus serviços e organismos ainda que personalizados;

Regiões Autónomas;

Autarquias locais.

Constituem exceção, face ao segmento final da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP,

quando em presença de litígios em matéria administrativa contratual21 e pré-contratual22 e

relativas às relações laborais com os funcionários23, agentes e trabalhadores do Estado;

20 Não obstante, a circular n.º 39/2011, de 6/6, da DGAJ, já propunha um procedimento similar. 21 Sob a forma de ação administrativa comum, al. h) do n.º 2 do art.º 37.º do CPTA e al. e) e f) do n.º 1 do art.º 4.º do ETAF. 22 Cfr. art.º 100.º e sgts do CPTA; 23 Os litígios relativos às relações laborais emergentes de contratos de trabalho em funções públicas, cfr. al. d) do n.º 3 do art.º 4.º do ETAF.

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21

Os encargos

Os encargos constituem o conjunto da despesa resultante da condução do processo,

em especial os gastos relacionados com as atividades probatórias, n.º 3 do art.º 447.º do CPC.

Obedecem à tipologia elencada no n.º 1 do art.º 16.º do RCP, destacando-se os reembolsos ao

Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I. P., resultantes de todas as

despesas adiantadas e compreendidas na previsão dos artigos 19.º, e n.º 2 do art.º 20.º ambos

do RCP, quando em causa estão entidades isentas de custas, ou beneficiárias de apoio

judiciário nas modalidades de “dispensa de taxa de justiça e demais encargos como

processo24”, e de “pagamento faseado de taxa de justiça e demais encargos com o

processo25”.

A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos

A responsabilidade pelo adiantamento dos encargos ou pela sua garantia resultam do

art.º 447.º-C do CPC, e n.º 1 do art.º 20.º do RCP. Impendem sobre a parte que requereu a

diligência, quem nela tem interesse ou a quem ela aproveita, quando determinada

oficiosamente. Caso todas as partes tenham o mesmo interesse na diligência ou na realização

da despesa, tirem igual proveito ou não se consiga determinar quem é a parte interessada,

são os encargos repartidos de modo igual entre as partes.

Nos termos do n.º 1 do art.º 20.º do RCP, deve a parte requerente ou interessada,

imediatamente ou no prazo de 10 dias a contar da notificação do despacho que ordene a

diligência, determine a expedição ou cumprimento de carta rogatória ou marque a data da

audiência de julgamento, proceder ao pagamento através das guias duc, emitidas e

oportunamente enviadas pela secretaria, art.º 21.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20 de abril,

com as alterações introduzidas pela portaria n.º 82/2012, de 29 de março.

24 Modalidade prevista na al. a) do art.º 16.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei 47/2007, de 28 de agosto. 25 Modalidade prevista na al. d) do art.º 16.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei 47/2007, de 28 de agosto.

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22

Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória, por exemplo

testemunhas, peritagens, entre outros, determinando a aplicabilidade da Tabela IV e

portarias n.º 685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril.

Em caso de isenção de custas ou de benefício de apoio judiciário, os encargos são

sempre adiantados pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I. P., sem

prejuízo de reembolso a final por via da conta de custas.

Note-se que, as entidades que nos termos da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP,

beneficiam de dispensa de taxa de justiça, devem assegurar o pagamento da garantia dos

encargos, art.º 19.º e 20.º do RCP, uma vez que estes, muito embora integrem o conceito de

custas processuais, n.º 1 do art.º 3.º do RCP, se não confundem com a componente taxa de

justiça sobre a qual incide a dispensa.

A omissão de pagamento da garantia dos encargos

Relativamente à omissão do pagamento antecipado de encargos, dispõe o art.º 23.º do

RCP. Assim, o não pagamento dos encargos implica a não realização da diligência requerida,

sendo que, se ainda se mostrar oportuno, pode o omitente realizar o pagamento nos 5 dias

posteriores ao termo do prazo, mediante o pagamento de uma sanção de igual valor ao

montante em falta, com o limite máximo de 3 UC.

O pagamento pode ainda ser realizado pela parte contrária, n.º 3 do art.º 23.º do RCP,

devendo para o efeito solicitar guias para o depósito imediato, nos 5 dias posteriores ao

termo do prazo. Este pagamento, não comporta qualquer sanção.

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23

As custas de parte

As custas de parte encontram a sua previsão no art.º 447.º-D do CPC, sendo o seu

regime disciplinado nos artigos 25.º e 26.º do RCP. Uma vez que as custas de parte têm um

tratamento em regra extrajudicial, o procedimento das partes obedece ao estabelecido no

art.º 31.º da portaria n.º 419-A/2009, de 20 de abril, com as alterações introduzidas pela

portaria n.º 82/2012, de 29 de março.

Todavia, importa destacar o n.º 6 do art.º 26.º do RCP, que prevê a responsabilidade

pelo reembolso das taxas de justiça pagas pelo vencedor, quando o vencido é o Ministério

Público ou beneficiário de apoio judiciário.

O procedimento da secretaria, que tem como pressupostos para além dos já referidos

o ónus do vencedor juntar ao processo o requerimento de custas de parte, consiste na

reposição e posterior devolução, na proporção do vencimento, das taxas de justiça pagas.

Estas operações são realizadas no sicj.

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24

Isenções

O artigo 4.º do RCP

Em matéria de isenção de custasVIII na jurisdição administrativa e fiscal, observam-se

genericamente as isenções de caráter subjetivo, salvo as que pela sua especificidade não

sejam de considerar.26

Já no que concerne às isenções de caráter objetivo, dispõe a al. b), do n.º 2 do art.º 4.º

do RCP, relativamente às seguintes formas de processo:

Os processos administrativos urgentes relativos ao pré-contencioso eleitoral,

o quando se trate de eleições para órgãos de soberania e

o órgãos do poder regional ou local;

Os processos de intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias.

Limitações à isenção

Verifica-se porém responsabilidade pelo pagamento das custas, nos termos gerais,

quando se conclua pela manifesta improcedência do pedido, n.º 5 do art.º 4.º do RCP. É

também a parte responsável, a final, pelos encargos a que deu origem no processo, quando a

respetiva pretensão for totalmente vencida, n.º 6 do art.º 4.º do RCP.

Por outro lado, o n.º 1 do art.º 3.º do RCP, sob a epígrafe conceito de custas,

determina a abrangência das custas processuais: taxas de justiça, encargos e custas de parte.

Relativamente a está última categoria, custas de parte, esclarece o n.º 7 do art.º 4.º do RCP

que, “… a isenção de custas não abrange os reembolsos à parte vencedora a título de custas

de parte, que, naqueles casos, as suportará.”

26 Por exemplo entre outros, os menores ou respetivos representantes legais, nos recursos de decisões relativas à aplicação, alteração ou cessação de medidas tutelares, al. i), do n.º 1 do art.º 4.º; os agentes das forças e serviços de segurança, em processo penal, al. m), do n.º 1 do art.º 4.º, todos do RCP.

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25

A fixação da base tributária

A regra geral em matéria de fixação da base tributária consiste na equiparação desta

ao valor da causaIX, nos termos do art.º 11.º do RCP. Releva em especial o bloco normativo

resultante dos art.º 32.º a art.º 35.º do CPTA.

Já o CPPT dedica uma norma que estabelece o valor para efeito de custas no processo

tributário, art.º 97.º-A.

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26

Processo Administrativo

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Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária na ação

administrativa comum é equivalente ao valor processual, nos termos

das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º

do RCP. Assim, cumpridos que sejam os critérios legais, artigos 32º a

35.º do CPTA, o valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º 31.º do

CPTA e art.º 314.º e al. f) do n.º 1 do art.º 467.º, ambos do CPC.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se

ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º,

ambos do RCP. A taxa é por regra paga em duas prestações, de acordo

com os citados normativos.

Haverá lugar à dispensa da segunda prestação da taxa de justiça, nos

casos previstos nas al. c) e d), do art.º 14.º-A do RCP:

Ações que terminem antes de oferecida a oposição ou em que, devido

à sua falta, seja proferida sentença, ainda que precedida de

alegações;

Ações que terminem antes da designação da data da audiência final;

O valor da taxa de justiça pode também resultar da Tabela I-B, nos

casos de partes coligadas, quando o interveniente que faça seus os

articulados da parte a que se associe e, também no caso dos

assistentes, situações de resto previstas no n.º 7 do art.º 13.º do RCP.

Aqui a taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

Ação Administrativa Comum

A forma de processo

na ação

administrativa comum

é a ordinária, sumária

e sumaríssima e é

determinada pelo

valor atribuído à

causa, n.º 1, al. a) do

n.º 2 do art.º 31.º;

n.º 1 do art.º 35.º do

CPTA, 461.º e 462.º

do CPC, n.º 1, 3 e 5

do art.º 6.º, art.º 7.º

do ETAF.

A tramitação da ação

administrativa

comum, segue os

termos do processo de

declaração do CPC,

nas suas formas

ordinária, sumária e

sumaríssima,

conforme o n.º 1 do

art.º 42.º do CPTA.

O âmbito do seu

objeto é definido por

exclusão, n.º 1 do

art.º 37.º do CPTA.

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28

É a forma de

processo especial,

adequada às

pretensões

enunciadas no n.º 2

do art.º 46.º do

CPTA.

A tramitação da ação

administrativa

especial encontra-se

prevista no Capítulo

III, do Título III do

CPTA, art.º 78.º e

seguintes.

A marcha do processo

comporta as fases

dos articulados, art.º

78.º a 86.º, do

saneamento,

instrução e

alegações, art.º 87.º

a 91.º, e a fase de

julgamento, art.º

92.º a 96.º, todos do

CPTA.

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária na ação

administrativa especial é equivalente ao valor processual, nos termos

das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º

do RCP. O valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º 31.º do

CPTA.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se

ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º,

ambos do RCP. A taxa é em regra paga em duas prestações.

Não há lugar à segunda prestação da taxa de justiça, de acordo com

as al. e) e f) do art.º 14.º-A, do RCP, nas ações em que não haja lugar

à audiência pública e ações em massa suspensas, art.º 48.º do CPTA.

Ação Administrativa Especial

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29

Contencioso eleitoral

O processo de

contencioso

eleitoral é

caracterizado por

ser um processo

principal de

natureza

impugnatória e

urgente, al. a) do

n.º 1 do art.º 36.º e

art.º 97.º, ambos do

CPTA.

Base tributária

O valor processual

Para efeitos de custas, o valor da base tributária no processo de

contencioso eleitoral, é o equivalente ao valor processual., art.ºs

32.º a 35.º do CPTA, o valor é o indicado pelas partes, n.º 4 do art.º

31.º do CPTA e art.º 314.º, e al. f) do n.º 1, do art.º 467.º, ambos

do CPC.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II atendendo-se

à expressa previsão de 1 UC.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

O pré-contencioso eleitoral, quando se trate de eleições para

órgãos de soberania e órgãos do poder regional ou local, goza de

isenção objetiva, al. b) do n.º 2 do art.º 4.º do RCP.

Não obstante, quando no caso se conclua pela manifesta

improcedência do pedido, são devidas custas nos termos gerais, n.º

5 do art.º 4.º do RCP.

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30

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária contencioso pré-

contratual é equivalente ao valor processual, nos termos das

disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º do

RCP

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II no valor de 2

UC.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

O processo de

contencioso pré-

contratual é de

natureza

impugnatória e tem

caráter urgente, al.

d) do n.º 1 do art.º

36.º, e art.os 100.º

e 101.º, todos do

CPTA.

A tramitação

encontra a sua

previsão no art.º

102.º do CPTA.

Contencioso pré-contratual

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Processos Cautelares

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária nos processos

cautelares a é equivalente ao valor processual, nos termos das

disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º

do RCP.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II atendendo-se

ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º

13.º, ambos do RCP.

O valor da taxa de justiça é de 3 UC, nos casos em que a base

tributaria é igual ou inferior a € 300.000,00, ou de 8 UC, quando

superior.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

Os processos

cautelares admitidos

no contencioso

administrativo

compreendem as

providências de

natureza

antecipatória ou

conservatória

elencadas no art.º

112.º do CPTA.

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Intimação para prestação de informações,

consulta de processos ou passagem de certidão

Taxa de justiça

Na intimação para prestação de informação, consulta de

processos ou passagem de certidões, atende-se ao indicado na

l. 1 da tabela I–B no valor de 0,5 UC, art.º 12.º do RCP.

A taxa de justiça é previamente paga numa só prestação.

A intimação para

prestação de

informações,

consulta de

processos ou

passagem de

certidão, encontra

a sua previsão nos

artigos 104.º a

108.º do CPTA.

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A intimação para

proteção de

direitos,

liberdades e

garantias, é um

processo principal

e urgente.

Encontra a sua

previsão nos

artigos 109.º a

111.º do CPTA.

O processo de intimação para proteção de direitos, liberdades e

garantias goza de isenção objetiva, nos termos do segmento final da

al. b) do n.º 2 do art.º 4.º do RCP.

Não obstante, quando no caso se conclua pela manifesta

improcedência do pedido, são devidas custas nos termos gerais, n.º

5 do art.º 4.º do RCP.

Intimação para proteção de direitos,

liberdades e garantias

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Produção antecipada de prova

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária na produção

antecipada de prova, é equivalente ao valor processual, nos termos

das disposições conjugadas do n.º 3 do art.º 31.º do CPTA e art.º 11.º

do RCP. O valor é o indicado pelas partes.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, no montante

de 1 UC.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

Encargos:

Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória

a realizar, por exemplo testemunhas, peritagens, entre outros, nos

montantes previstos designadamente na Tabela IV e portarias n.º

685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril.

A produção

antecipada de prova

encontra a sua

previsão no art.º

134.º do CPTA, e

destina-se a

acautelar o

depoimento de certas

pessoas ou a

verificação de certos

factos quando exista

justo receio de tal se

vir a revelar

impossível.

É admissível no

âmbito de processos

já intentados ou

ainda a propor.

O tribunal

competente é aquele

em que a prova tenha

de ser efetuada ou da

área em que se situe

o tribunal de comarca

a que a diligência

deva ser deprecada,

n.º 7 do art.º 20.º do

CPTA.

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Processo Tributário

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Impugnação

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária do processo de

impugnação encontra a sua previsão no art.º 97.º-A do CPPT. Assim,

será o indicado pelo impugnante, desde que respeite os critérios do n.º

1 e respetivas alíneas do citado artigo.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-se

ao valor da base tributária, n.º 1 do art.º 6.º e n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º,

ambos do RCP. A taxa é em regra paga em duas prestações.

Conhecendo o juiz imediatamente do pedido, art.º 113.º do CPPT ou

nos casos de desistência do impugnante face à revogação parcial do

ato tributário em questão, al. j) do art.º 14.º-A do RCP e art.º 112.º do

CPPT, não há lugar à segunda prestação da taxa de justiça.

O valor da taxa de justiça pode também resultar da Tabela II, nos

casos de impugnação de atos de autoliquidação, art.º 131.º,

substituição tributária, 132.º, e pagamentos por conta, art.º 133.º,

todos do CPPT, sendo no valor de 2 UC. A taxa é paga numa só

prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a contrario.

Encargos:

Em matéria de encargos, o essencial resulta da atividade probatória,

por exemplo testemunhas, peritagens, entre outros, atendendo

designadamente aos valores previstos na Tabela IV e portarias n.º

685/2005 de 18 de agosto e 175/2011, de 28 de abril. Nos termos do

art.º 116.º do CPPT, cabe ao impugnante a garantia dos encargos

resultantes das diligências por ele requeridas, n.º 6. As demais serão

adiantadas pelo IGFEJ, IP, numa interpretação atualista do n.º 5.

A impugnação judicial é

um meio processual

próprio para em juízo

garantir os direitos e

interesses legalmente

protegidos dos

contribuintes, art.º

96.º e 99.º do CPPT.

O processo de

impugnação, art.º 99.º

a 134.º do CPPT, é um

meio processual

tributário, al. a) do

art.º 101.º da LGT, que

admite os incidentes,

art.º 127.º, de

assistência art.º 128.º e

129.º, e habilitação,

art.º 128.º e 130.º,

todos do CPPT.

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37

Processos de ação cautelar

Os processos de ação

cautelar, admitidas em

processo judicial

tributário,

compreendem as

providências previstas

no art.º 135.º do CPPT.

São elas o arresto, art.º

136.º, o arrolamento,

art.º 140.º, e a

impugnação judicial dos

atos de apreensão

praticados pela

administração

tributária, art.º 143.º,

e a impugnação das

providências cautelares

adotadas pela

administração

tributária, art.º 145.º,

todos do CPPT.

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor da base tributária nos processos de

ação cautelar é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT.

Taxa de Justiça:

No que concerne à taxa de justiça, verifica-se nos termos da al. a)

do art.º 15.º do RCP, a dispensa do pagamento prévio nas

providências cautelares avulsas a favor da administração tributária.

Nas oposições deduzidas neste âmbito, a taxa devida é previamente

paga numa só prestação e nos valores constantes da Tabela II, de 3

ou 8 UC. A final, observar-se-á o disposto no n.º 2 do art.º 15.º do

RCP.

Nos casos de impugnação de procedimentos cautelares adotados

pela administração tributária, é aplicável a Tabela II, sendo a taxa

previamente liquidada numa única prestação, no montante de 2 UC.

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Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nos processos

de ação para reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em

matéria tributária, é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela I-A, atendendo-

se ao valor da base tributária indicado pelo autor, n.º 1 do art.º 6.º e

n.ºs 1 a 3 do art.º 13.º, ambos do RCP. A taxa é em regra paga em

duas prestações.

Nos casos de conhecimento imediato do pedido, não há lugar ao

pagamento da 2ª prestação, nos termos das disposições conjugadas

da al. d) do art.º 14.º-A do RCP e 113.º do CPPT.

A tramitação da ação

para reconhecimento

de um direito ou

interesse legítimo em

matéria tributária

segue os termos do

processo de

impugnação, n.º 4 do

art.º 145.º do CPPT.

Podem ser propostas

por quem invoque a

titularidade do

direito ou interesse a

reconhecer, n.º 1 do

art.º 145.º do CPPT,

donde têm as

características de uma

ação declarativa de

simples apreciação.

Ação para reconhecimento de um direito ou interesse

legítimo em matéria tributária

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Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nos meios

processuais acessórios é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do

CPPT.

Taxa de Justiça:

Na intimação para prestação de informação, consulta de

processos ou passagem de certidões, atende-se ao indicado na l. 1

da tabela I–B no valor de 0,5 UC. A taxa é previamente paga numa só

prestação.

No que concerne ao processo especial de derrogação do dever de

sigilo bancário, na forma de recurso interposto pelo contribuinte,

al. a) do n.º 2 do art.º 146.º-A do CPPT, atende-se ao valor de 0,5

UC, indicado na l. 1 da tabela I–B, al. d) do n.º 1 do art.º 12.º do

RCP. A taxa é paga pelo recorrente numa só prestação. Em caso de

oposição, aplica-se a dispensa da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP.

Já na forma de pedido de autorização da administração

tributária al. b) do n.º 2 do art.º 146.º-A do CPPT, aplica-se a

dispensa da al. a) do n.º 1 do art.º 15.º do RCP, sendo que em caso

de oposição pelo contribuinte atende-se ao valor de 0,5 UC,

indicado na l. 1 da tabela I–B.

Na produção antecipada de prova, a taxa é a prevista na Tabela

II, no valor de 1 UC.

Os meios processuais

acessórios

compreendem,

designadamente, a

intimação para

consulta de

documentos e

passagem de

certidões, a produção

antecipada de prova,

art.º 146.º do CPPT, e

o processo especial de

derrogação do dever

de sigilo bancário,

art.º 146.º-A do CPPT.

Reveste as formas de

recurso interposto

pelo contribuinte, al.

a) e de pedido de

autorização da

administração

tributária, al b),

ambas do n.º 2 do

art.º 146.º-B do CPPT.

Meios processuais acessórios

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A tramitação da

intimação para um

comportamento resulta

dos n.ºs 3 a 5, do art.º

147.º do CPPT.

É um meio processual

tributário, previsto na

al. h) do art.º 101.º da

LGT, e aplicável quando

resultar no meio mais

adequado em face dos

restantes meios

contenciosos previstos no

CPPT.

Os direitos e interesses

em causa resultam da

omissão do dever de

prestação jurídica por

parte da administração

tributária, suscetível de

lesar direitos ou

interesses legítimos, n.ºs

1 e 2 do art.º 147.º do

CPPT.

Intimação para um comportamento

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária na intimação

para um comportamento, é fixado pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A do

CPPT.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o previsto na l. 1 da tabela I–B, no valor

de 0,5 UC, nos termos das disposições conjugadas nas al. e) e f) do

art.º 12.º do RCP, n.º 2 do art.º 97.º-A e art.º 147.º, ambos do CPPT.

A taxa é paga numa só prestação.

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A oposição à execução é

deduzida no prazo de 30

dias, nos termos do art.º

203.º do CPPT; os

fundamentos, são os

previstos no art.º 204.º

do mesmo diploma. A

tramitação da oposição

à execução segue o

previsto para o processo

de impugnação, art.º

211.º, observados que

sejam os termos

previstos nos art.ºs

208.º a 210.º, todos do

CPPT.

Oposição à execução

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária na oposição à

execução é o previsto no n.º 2 do art.º 97.º-A do CPPT.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, sendo de 3 UC

quando o valor é igual ou inferior a € 30.000,00, e 6 UC, nos casos

em que é superior.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

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O incidente de

embargos de terceiro

tem como função a

proteção da posse ou

de qualquer outro

direito de terceiros,

que sejam ofendidos

por arresto, penhora

ou qualquer outro ato

judicialmente

ordenado, art.º 237.º

do CPPT.

Embargos de terceiro

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária no incidente

de embargos de terceiro é o previsto no n.º 2 do art.º 97.º-A do

CPPT.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, sendo de 3

UC quando o valor indicado é igual ou inferior a € 30.000,00, e de

6 UC, nos casos em que é superior.

A taxa é paga numa só prestação, n.º 2 do art.º 13.º do RCP, a

contrario.

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43

A reclamação das

decisões do órgão de

execução fiscal, art.º

276.º e seguintes do

CPPT, é o meio de

defesa dos lesados,

perante decisões do

órgão da execução

fiscal praticados no

processo de execução

fiscal de que depende

estruturalmente.

Reclamações das decisões do órgão de

execução fiscal

Base tributária

Para efeitos de custas, o valor final da base tributária nas

reclamações das decisões do órgão de execução fiscal, é fixado

pelo juiz, n.º 2 do art.º 97.º-A, do CPPT.

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça é o resultante da Tabela II, e sob o item

Execuções; 2 UC, nos casos em que o valor indicado é igual ou

inferior a € 30.000,00, e 4 UC quando superior.

A taxa é paga numa só prestação.

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O recurso das decisões

de aplicação de

coimas e sanções

acessórias encontra a

sua previsão no art.º

80.º e seguintes do

RGIT.

Recurso de contraordenação

Taxa de Justiça:

O valor da taxa de justiça nos recursos de contraordenação é de

1 UC, sendo suscetível de correção pelo juiz, a final, nos limites

da Tabela III.

A taxa de justiça só é devida quando a coima não tenha sido

previamente liquidada, n.º 7 do art.º 8.º do RCP.

É autoliquidada nos 10 dias subsequentes à notificação ao

arguido da data de marcação da audiência de julgamento ou do

despacho que a considere desnecessária, devendo ser

expressamente indicado ao arguido o prazo e os modos de

pagamento da mesma.

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I Sumário do acórdão do pleno da secção do contencioso tributário do STA, proferido em

18/02/2009, no processo n.º 0175/12, disponível em www.dgsi.pt, no âmbito de reenvio

prejudicial formulado pelo Exmº Conselheiro Presidente do TAF de Braga, visando a

uniformização de critérios quanto ao pagamento da taxa de justiça nos processos de

impugnação judicial. Muito embora a temática abordada seja no contexto do regime de custas

decorrente do CCJ e relacionado com a redução da taxa de justiça e dispensa da taxa

subsequente, porque a questão se coloca de modo semelhante no que concerne ao regime de

custas do RCP, não obstante a diferente terminologia ali adotada. “I – Nos processos de

impugnação judicial que contenham fase de instrução, e terminem com sentença, não há

redução da taxa de justiça, havendo consequentemente lugar a pagamento da taxa de justiça

subsequente. II – O respectivo pagamento será feito no prazo de 10 dias após notificação para

a fase de produção de prova. III – Ao invés, se o juiz conhecer imediatamente do pedido, nas

hipóteses previstas no n. 1 do art. 113.º do CPPT, há lugar a redução da taxa de justiça a

metade, não havendo lugar a taxa de justiça subsequente.”

II Sumário do acórdão do STA proferido em 07/03/2012, no processo n.º 0175/12, disponível

em www.dgsi.pt, e onde se aborda a questão da obrigação de constituição de mandatário e os

atos da secretaria a observar no que concerne ao pagamento da taxa de justiça: “I - Nos

termos do n.º 3 do art. 146.º-B do CPPT, que assume a natureza de norma especial em

relação à norma geral do n.º 1 do art. 6.º do mesmo código, não é obrigatório que a petição

inicial de recurso judicial da decisão administrativa que determine o acesso directo à

informação bancária do contribuinte seja subscrita por advogado. II - Nas situações em que se

admite a apresentação da petição inicial subscrita pelo próprio contribuinte, a falta de

apresentação do comprovativo do pagamento da taxa de justiça inicial conjuntamente com a

petição inicial não determina a recusa do recebimento desta, pois o pagamento só é devido

após a notificação de onde conste o prazo de 10 dias para efectuar o pagamento e as

cominações a que a parte fica sujeita caso não o efectue (art. 14.º, n.º 2, do RCP).”

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III

Sumário do acórdão do TCA Norte de 14/03/2012, no processo 0015/11.OBEBRG, “I -

Suprida a não apresentação do documento comprovativo do pagamento da Taxa de justiça

e/ou do comprovativo da concessão do benefício do apoio judiciário ou seu requerimento,

com a petição inicial, os princípios da colaboração, da economia processual e da celeridade

da justiça determinam que a petição seja recebida, sanada que se mostra aquela falta.”,

Disponível em www.dgsi.pt.

IV Sumário do acórdão do STA proferido em 01/08/2012, no processo n.º 0766/12, disponível

em www.dgsi.pt, e onde se discute a questão da insuficiência de pagamento da taxa de

justiça –“ I– No caso de insuficiência de pagamento da taxa de justiça inicial em processo de

reclamação de decisão do órgão de execução fiscal e não havendo recusa da petição inicial

pela Secretaria, deve o juiz mandar notificar o autor para, no prazo de 10 dias, efectuar o

pagamento do montante da taxa de justiça em falta, acrescido de multa de igual montante,

sob cominação de recusa de recebimento da petição inicial. II – A taxa de justiça devida pela

apresentação de reclamação do art° 276° do CPPT, no caso dos autos é a constante da tabela

II anexa ao RCP sob o item “Execuções até 30.000 Euros”. III – Se foi fixada a taxa de justiça

inicial e multa no despacho que convidou o reclamante a suprir a insuficiência do pagamento

da taxa de justiça inicial e esta fixação não foi objecto de pedido de reforma não pode o Juiz

em posterior despacho alterar os quantitativos anteriormente por si decididos.”

V A propósito do pagamento da taxa de justiça no litisconsórcio, veja-se o acórdão do TRL de

24/03/2011, no processo 891/09.TBLNH1-2, cujo sumário: 1. A taxa de justiça é uma

tributação aplicável no âmbito judicial como contrapartida pela prestação de serviços de

justiça e é fixada em função do valor e complexidade do processo, sendo devido o pagamento

da taxa de justiça pelo impulso processual de cada parte.

2. A parte processual é a pessoa ou cada uma das pessoas que pede a composição do litígio,

ou contra quem ela é pedida. Os sujeitos processuais são, ao invés, as pessoas que podem

integrar uma parte ou uma pluralidade de partes 3. O artigo 447º, nºs 4 e 5 do CPC, bem

como os artigos 6º, nº 1 e 13º, nº 6 do RCP tratam diferentemente as situações de

litisconsórcio e de coligação, quer quanto à responsabilidade pelo pagamento da taxa de

justiça, quer quanto à respectiva base de cálculo.

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4. Estando em causa uma situação litisconsorcial activa que pressupõe uma única relação

material controvertida, não faz sentido a imposição do pagamento de uma taxa de justiça

por cada um dos sujeitos processuais que compõem a parte activa da relação processual."

VI A respeito da aplicabilidade da taxa sancionatória excecional, o acórdão do STA proferido

em 22/06/2011 no processo n.º 0198/11, disponível em www.dgsi.pt, “ I - Por decisão

fundamentada do juiz, e em casos excepcionais, pode ser aplicada uma taxa sancionatória aos

requerimentos, recursos, reclamações, pedidos de rectificação, reforma ou de esclarecimento

quando improcedentes e sejam resultado exclusivo da falta de prudência ou diligência da

parte, não visem discutir o mérito da causa e se revelem meramente dilatórios (artigos 447.º-

A, alínea a), do CPC e 10.º do RCP).

II - A aplicação de tal taxa não viola qualquer princípio constitucional.”

VII

Sumário do acórdão do STA proferido em 23/05/2012 no processo n.º 0246/12, disponível

em www.dgsi.pt, e onde se discute a questão de saber se nas situações em que se verifica

dispensa de pagamento prévio de taxa de justiça, nos termos do estatuído na alínea a) do

artigo 15.º do RCP, a parte que goza desse benefício terá ou não que liquidar taxa de justiça

no final da ação nas situações em que obtenha ganho de causa: “À luz do estatuído na alínea

a) do artigo 15.º, do Regulamento das Custas Processuais, a parte abrangida pela dispensa de

pagamento prévio de taxa de justiça está obrigada a liquidar essa taxa no termo do processo,

ainda que não tenha decaído, total ou parcialmente, na posição que sustentou em juízo ou

tenha obtido ganho de causa.”

VIII A propósito das exigências decorrentes do benefício de isenção e da dispensa, sumário do

acórdão do TCA Norte, de 23-03-2010, no processo 00368/08.0BEPNF, “I. A isenção de custas

[subjectiva ou objectiva] exige a determinação do responsável pelas mesmas mas não a sua

fixação, pois se o responsável está isento de custas nem é preciso determiná-las. II. A

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dispensa de custas exige a determinação do responsável por elas e a respectiva fixação,

dispensando o responsável, somente, do efectivo pagamento. III. Porque o beneficiário de

apoio judiciário, na modalidade de dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o

processo, beneficia de dispensa e não de isenção, deverá o tribunal fixar, sendo o caso, a

respectiva taxa de justiça e demais encargos com o processo”

Disponível em www.dgsi.pt.

Sumário do acórdão proferido em 26/11/2009 no TCA Norte, processo 00005/09.6BCPRT, a

propósito da isenção de associações sindicais “I. O artigo 310º nº3 do RCTFP consagra, de

forma absoluta, uma isenção subjectiva de custas para as associações sindicais, sempre que

seja objecto do processo a defesa de direitos e interesses colectivos dos seus associados; II.

No demais, a isenção de custas por parte das associações sindicais cai no regime geral de

isenção previsto para todas as pessoas colectivas privadas sem fins lucrativos, segundo o qual

estas estarão isentas do pagamento de custas quando actuem […] para defender os interesses

que lhe estão especialmente conferidos pelo respectivo estatuto ou nos termos de legislação

que lhes seja aplicável [artigo 4º nº1 alínea f) do RCP]; III. Mas, mesmo neste regime geral,

devê-las-ão pagar, nos termos gerais, quando se conclua pela manifesta improcedência do

pedido, e pagarão os encargos que lhe sejam objectivamente imputáveis quando, a final, a

respectiva pretensão for totalmente vencida [artigo 4.º nº 5 e nº 6 do RCP]; IV. A defesa,

pelo Sindicato ...., do direito à informação de uma sua associada, traduz o exercício de um

fim que lhe está especificamente confiado pelo seu estatuto, e que por via disso cabe na

isenção subjectiva de custas, condicional e não absoluta, que aproveita às pessoas colectivas

públicas sem fins lucrativos.”

Disponível em www.dgsi.pt.

Sumário do acórdão proferido em 23/03/2011 no TCA Sul, processo 07307/11, “1.As

associações sindicais são pessoas colectivas de base corporativa, de natureza privada em face

dos sujeitos que as constituem (os trabalhadores), sem fins lucrativos (artº 157.º CC),

finalisticamente determinadas, pelo objectivo de promoção e defesa dos interesses

socioprofissionais dos trabalhadores que representas , seja o interesse colectivo seja o

interesse individual.

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2. O artº 4º nº 1 f) do RCP, aprovado pelo DL 34/2008 de 26.02, vigente desde 20.04.09, faz

depender a isenção subjectiva em matéria de custas das pessoas colectivas privadas sem fins

lucrativos da verificação de dois pressupostos de legitimidade processual: (i)quando actuem

exclusivamente no âmbito das suas especiais atribuições ou (ii) para defender os interesses

que lhes estão especialmente conferidos pelo respectivo estatuto ou nos termos da legislação

que lhes seja aplicável.

3. É vedado ao intérprete introduzir no domínio da hipótese legal ou da estatuição do artº

4.º nº 1 f) do RCP um sentido que o texto expresso do mesmo não comporta, a saber, que nas

especiais atribuições e na defesa dos interesses que lhes estão especialmente conferidos

pelos estatutos ou pela lei, a isenção tributária apenas se aplica no caso de o objecto do

processo se reportar a interesses colectivos e não, também, quando esteja em causa o

interesse processual de um único trabalhador, seu representado.

4. A acção de intimação, prevista no artº 104.º CPTA configura-se como meio processual

principal, próprio e de carácter impositivo, em ordem a obter satisfação de um interesse

pretensivo no domínio do direito à informação procedimental e/ou extra-procedimental.

5. O que significa que o valor concreto da causa resulta da indexação à alçada dos TCAS,

esta, por sua vez, indexada à alçada dos Tribunais da Relação da Jurisdição Comum,

acrescido de 0,01 , conforme artºs 6.º nº 4 do ETAF e 312.º nº 1 CPC.”

Sumário do acórdão proferido em 29/04/2012 no TCA Sul, processo 06191/10 “A isenção de

custas prevista no artº 4.º/1/h) do RCP, deve, numa interpretação conforme aos princípios

da justiça e igualdade decorrentes da Constituição, ser aplicável aos trabalhadores com

contrato de trabalho em funções públicas, referido no artº 9.º da Lei nº 12-A/2008, de 27/2,

e no RCTFP, aprovado pela Lei nº 59/2008, de 11/9.”

Disponível em www.dgsi.pt.

IX No que concerne à fixação do valor processual da causa, pode ler-se no sumário do acórdão

proferido no TCA Norte em 16/09/2011, no processo n.º 00638/11.0BEPRT, que “ I. A toda a

causa, por conseguinte também aos procedimentos cautelares, deve ser atribuído um valor

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certo, expresso em moeda legal, que representa a utilidade económica do pedido;II.

Actualmente, o juiz tem sempre de fixar o valor da causa, sindicando aquele que foi indicado

pelas partes, e, quando o não faça no momento devido, ou seja, no saneador ou na sentença,

deve fazê-lo ainda posteriormente, no caso de haver recurso, no despacho que o admite.”.

Disponível em www.dgsi.pt.

Sumário do acórdão proferido no TCA Sul em 18/11/2010, no processo n.º 06614/10,

relativamente ao valor da causa indeterminável, art.º 34.º, n.ºs 1 e 2, do CPTA, “ I – O

critério previsto no artigo 34.º do CPTA, assumindo-se embora como critério de fixação do

valor das causas de carácter subsidiário, é especificamente aplicável aos processos de valor

indeterminável e, neste sentido, sobrepõe-se a qualquer outra das regras de feição genérica,

como é o caso da enunciada no nº 6 do artigo 32.º do mesmo diploma legal. II – Situações que

originam normalmente lucros cessantes de montante indeterminável e arrastam outras

consequências de difícil reparação, nada parece obsta a que se aplique o critério supletivo do

artigo 34.º nº 1, atribuindo-se à causa um valor indeterminável, ou seja considerando-se o

mesmo superior ao da alçada do Tribunal Central Administrativo (cfr. nº 2 do citado artigo).”

Sumário do acórdão do STA proferido em 15/02/2012, no processo n.º 099/12, disponível em

www.dgsi.pt, onde a questão do valor para efeito de custas: “Reconduzindo-se a reclamação

de actos de órgão de execução fiscal a um processo impugnatório, à determinação do

respectivo valor para efeitos de custas, além do mais, é aplicável o disposto no nº 2 do art.

97.º-A do CPPT.”

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Coleção “Regulamento das Custas Processuais”

Autor:

Centro de Formação de Funcionários de Justiça

Titulo:

Regulamento das Custas Processuais - Custas no Tribunal

administrativo e fiscal

Coordenação técnico-pedagógica:

Manuel Caeiro

Colaboração:

CFFJ.

Agradecimento devido aos colegas Cândida Correia, secretária

judicial no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, Rui

Laranjeira, escrivão de direito no Tribunal Administrativo de

Círculo de Lisboa, e Carlos Lopes, escrivão no Tribunal Judicial

de Valpaços, pela contributo dado.

Coleção pedagógica:

Centro de Formação de Funcionários de Justiça

1.ª edição

Outubro de 2012

Direção-Geral da Administração da Justiça

Centro de Formação dos Funcionários de Justiça

Av. D. João II, n.º 1.08.01 D/E – piso 10.º, 1994-097 Lisboa, PORTUGAL

TEL + 351 21 790 64 21; Fax + 351 21 154 51 02; EMAIL [email protected]

http://e-learning.mj.pt/dgaj ; www.dgaj.mj.pt