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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU REQUISITOS E PRÁTICAS DE AUDITORIAS INTERNAS SEGUNDO A ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005. Alessandro de Oliveira Alves ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

REQUISITOS E PRÁTICAS DE AUDITORIAS INTERNAS

SEGUNDO A ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005.

Alessandro de Oliveira Alves

ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2017

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação da monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Sistema de Gestão Integrado em Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Por: Alessandro de Oliveira Alves

REQUISITOS E PRÁTICAS DE AUDITORIAS INTERNAS

SEGUNDO A ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005.

Rio de Janeiro 2017

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AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, aos familiares e amigos

de classe presentes no incentivo ao longo dessa

trajetória.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, à minha namorada e

companheira, todos de extrema importância para

mais essa realização.

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RESUMO

O presente trabalho objetivou analisar e descrever as teorias e práticas

referentes às Auditorias Internas do Sistema de Gestão regido pela ABNT NBR

ISO/ IEC 17025:2005. Observando os aspectos da Qualidade, a problemática

levantada foi: como eliminar a reincidência de Não Conformidades do Sistema

de Gestão da Qualidade através da Auditoria Interna? Logo, baseado nas

pesquisas feitas, entende-se que é através da identificação da causa-raiz,

avaliando os procedimentos e apontando oportunidades de melhorias no

Relatório de Auditoria Interna. Na parte final, foram discutidos os documentos

exigidos para o processo de Auditoria, dessa forma selecionados através de

uma amostragem em área. Em último plano, foi feita uma análise qualitativa

sobre as práticas e repercussões da Auditoria Interna, tendo aplicado o método

da pesquisa descritivo-documental e, por fim, obtendo como um das

conclusões, a falta de consciência e valorização dos documentos aplicados à

Auditoria Interna, que por sua vez, quando bem realizada interrompe

sucessivas Não Conformidades nocivas ao Sistema de Gestão.

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METODOLOGIA

O trabalho em um primeiro momento conta com a pesquisa das fontes a

serem utilizadas: os sites, livros e procedimentos da área. Após filtrar as

referências, o trabalho em si, foi elaborado atentando ao tópico 4.14 da norma

base, que define os parâmetros para a Auditoria Interna. Na parte final, foram

discutidos os documentos exigidos para o processo de Auditoria, dessa forma

selecionados através de uma amostragem em área. Em último plano, realizou-

se uma análise qualitativa sobre as práticas e repercussões da Auditoria

Interna como requisito capaz de aperfeiçoar o processo. A pesquisa pode ser

classificada como descritivo-documental.

Quanto ao levantamento das informações, foram priorizadas as

pesquisas de artigos e publicações relacionados à Qualidade. Em seguida,

feita a coleta, análise e comparação da estrutura documental de registros e

formulários de Auditoria Interna pertencentes a dois diferentes laboratórios

acreditados pela ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005, atentando para o

apontamento das Não Conformidades e a elaboração do documento final da

Auditoria Interna.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Conceitos e Definições da Qualidade 09

CAPÍTULO II

O Sistema de Gestão da Qualidade aplicado à ABNT NBR ISO/IEC

17025:2005 21

CAPÍTULO III

Requisitos e práticas de auditoria interna segundo a ABNT NBR ISO/ IEC

17025:2005: um método para eliminação de não conformidades e melhorias no

Sistema de Gestão da Qualidade 28

CAPÍTULO IV

Considerações Finais 36

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos com o forte crescimento industrial e da

empregabilidade no mercado consumidor, um mundo globalizado, que cada

vez mais se fala em desenvolvimento sustentável ao passo que exigem

produção em série, a Qualidade tornou-se requisito obrigatório para a

lucratividade e garantia do que se vende. Essas modificações nos campos

político, econômico e social alteraram profundamente as relações de mercado

entre fabricantes e consumidores, principalmente aqui no Brasil. A cada dia as

empresas brasileiras competem para elevar, consideravelmente, a qualidade

de produtos e serviços, de forma a atender a um mercado, interno e externo,

cada vez mais exigente e seletivo, onde a principal preocupação é consumir

produtos pelo menor custo. Até pouco tempo atrás, a “simples” implantação de

sistemas de gestão da qualidade era considerada uma vantagem competitiva

para muitas organizações. Hoje, porém, tornou-se apenas um dos requisitos

base para a gestão do negócio e conseqüente coerência das organizações.

O presente trabalho destaca uma ferramenta primordial: a Auditoria

Interna, que facilita e mantém o Sistema de Gestão da Qualidade operando

eficientemente, uma vez que detecta falhas e aponta melhorias para o

processo de produção da Empresa e, por fim, analisando este tipo de Auditoria

como facilitadora para eliminar a causa raiz de Não Conformidades do Sistema

de Gestão voltado para laboratórios de calibração e ensaios. A monografia

dividiu-se em quatro capítulos, sendo os dois primeiros, capítulos que

englobam a contextualização e o preparo teórico sobre a Qualidade como pilar

em um Sistema de Gestão Corporativo, incluindo a explanação de uma

Auditoria Interna. O terceiro capítulo disserta sobre os requisitos da Auditoria

Interna segundo a norma ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005 destacando-a como

ferramenta primordial para manutenção e operação da Empresa, levantando a

possibilidade de acabar com a causa raiz de uma não conformidade através da

prática da Auditoria Interna. O quarto capítulo tratará das considerações finais,

bem como os comentários relacionados ao tema, deixando sugestões e críticas

para outras publicações na área. A metodologia destes capítulos está pautada

na pesquisa qualitativa, investigativa e amostral dos assuntos.

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CAPÍTULO I

CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA QUALIDADE

Conceituar qualidade torna-se fácil e de ampla visualização na prática,

porém, muitas vezes de difícil entendimento. Como podemos afirmar que um

produto tem qualidade? A palavra Qualidade vem do latim Qualitas. É utilizada

em diversas situações, mas o seu significado nem sempre é claro e objetivo.

Sob o ponto de vista de diferentes pessoas existem diferentes enfoques para

qualidade, a percepção desses indivíduos pode ser diferente em relação ao

mesmo produto, em função de necessidades, experiências e expectativas.

Diversos autores apresentam distintas definições para a qualidade, alguns

exemplos serão apresentados a seguir:

[...] composição total das características de mercadologia, engenharia, fabricação e manutenção de um produto ou serviço, através das quais o mesmo produto ou serviço, em uso, atenderá às expectativas do consumidor. (FEIGENBAUM, 2001, p.01)

Nesta definição, percebe-se o conceito macro de Qualidade voltado para

atribuir um produto ou serviço, almejando o cliente final.

[...].o nível de satisfação alcançado por um determinado produto no atendimento aos objetivos do usuário, durante o seu uso, é chamado de “adequação ao uso”, popularmente chamado por alguns nomes tais como "qualidade", é um conceito universal, aplicável a qualquer tipo de bens e serviços [...]. (JURAN apud FREITAS, 2009, p.22)

Na definição acima, relaciona-se o conceito da Qualidade voltado para

as características de um produto destinado ao cliente. Portanto, destacando a

satisfação do cliente como ponto importante para o que se produz.

1.1. A Qualidade focada no produto

Entende-se que as diferenças na qualidade resultam em desvios ou

potenciais falhas na fabricação do que se põe a venda, do que se pretende

comercializar. Esta abordagem avalia a qualidade como uma variável precisa e

mensurável. Tendo o enfoque no produto, este conceito: melhorar a qualidade

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do produto significa utilizar melhores materiais e processos produtivos

sofisticados, refinar o projeto do produto com tolerâncias mais justas, e assim

por diante. Nessa visão, uma melhor qualidade só pode ser obtida através da

elevação dos custos, pois a qualidade reflete as características que um produto

possui. Como, neste enfoque, as características são elementos associados ao

aumento de investimento na produção, os produtos com qualidade superior

serão mais caros. Dessa forma, a qualidade reflete a presença ou ausência de

atributos mensuráveis inerentes aos produtos, e não incorporados a eles,

podendo ser avaliada objetivamente. Vale lembrar, que um produto que possua

qualidade, apto para compra, passam por um critério rigoroso de controle e

gerenciamento até chegar às prateleiras ou ser fornecido indiretamente ao

mercado consumidor. O produto, por sua vez, pode passar por inúmeras

inovações ou processos de adaptação, o que exige uma reorganização no

planejamento e no atendimento aos requisitos da qualidade.

Imaginemos o seguinte cenário: uma empresa que produz cadeiras

básicas com assento estofado e comercializa há certo tempo, agora entende a

necessidade de vender cadeiras para linhas escolares com grade embaixo do

assento e apoio de mão para escrita. Essa inovação terá de atender os

requisitos para manter a qualidade (durabilidade, conforto, segurança e design)

das cadeiras. Temos então, a qualidade estendida, repensada ao novo projeto:

“produzir cadeiras para alunos.”

1.2. A Qualidade focada no usuário

Pode-se contar a partir da década de 90, a qualidade como um desafio

no atendimento ao cliente, onde se inicia a era da diferenciação de

produtos/serviços, de acordo com variados tipos de consumo e com base em

serviços personalizados oferecidos. Portanto, o serviço ao cliente não

representou, neste período, apenas uma alavanca estratégica para a expansão

de negócios, é também nesta época que os consumidores tomam consciência

de seus direitos, e esses passam a serem respeitados em decorrência do

surgimento de iniciativas importantes que vêm incrementar o desenvolvimento

da qualidade. Em outras palavras, A qualidade é a capacidade de satisfazer

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desejos. Qualidade é adequação ao uso. Estas definições baseiam se na

premissa de que a qualidade está focada no consumidor. Entende-se que os

consumidores possuem exigências distintas, portanto, os bens que melhor

satisfazem suas preferências são considerados como de alta qualidade. Este

enfoque é claramente subjetivo e, ao contrário do anterior, um produto que

atende a satisfação certamente é preferível, entretanto, pode não ser

tecnicamente o melhor.

1.3. A Qualidade focada no valor

Neste enfoque, a qualidade significa a obtenção do ótimo para certas

condições de consumidores. Essas condições são: o uso real e o preço de

venda do produto. Esta abordagem considera a qualidade em termos de custo

e preço: um produto de qualidade deve apresentar um desempenho e uma

conformidade a um preço e custos aceitáveis. Sendo assim, nota-se a

importância do produto, que satisfaça o cliente, mas que obtenha um justo

preço em cima do seu processo de fabricação.

Para Garvin (1992), essas abordagens explicam as formas de atuação

de diferentes áreas dentro das empresas, e até mesmo as divergências que

são observadas entre algumas delas, como as de controle de qualidade e

vendas. A primeira preocupa-se em atender às especificações, enfoque

baseado na fabricação. No segmento de vendas, pela natureza das suas

funções, se interessa por atender às necessidades dos clientes, assumindo o

enfoque do usuário.

Torna-se útil manter enfoques distintos, pois a qualidade do produto é

fruto das atividades desenvolvidas no ciclo de produção. Inicialmente, são

identificadas as necessidades do usuário. Em seguida, essas informações são

traduzidas num projeto onde as necessidades do usuário são transformadas na

linguagem técnica das especificações. E, finalmente, o processo produtivo é

organizado de forma a assegurar a conformidade com as especificações.

Pode-se notar que desde o planejamento até a comercialização do produto de

qualidade exige orçamentos, aprovações de finanças e o capital, o que pode

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justamente nesta fase de produção encarecer mais ou menos o produto,

considerando os requisitos e demandas a serem atendidas.

1.4. O desenvolvimento da qualidade

A palavra qualidade ainda não era pensada na época da pré-história,

mas seus requisitos são tão arcaicos quanto à existência do homem, que

desde então sempre procurou o que mais se adequasse as suas necessidades.

Com o passar do tempo, práticas e conceitos evoluíram de forma lenta, porém

permanente até a terceira década do século 20. A partir dessa época surgiram

novas tendências e modelos para tratamento do tema qualidade, os quais

sofreram grandes alterações após o período da Segunda Guerra Mundial.

Muitos autores fizeram a divisão do período histórico evolutivo da

qualidade. Uma das classificações mais adotadas é a proposta por Garvin

(1992), que tomou como referência a Revolução Industrial e segunda Guerra

Mundial, dividindo a evolução da qualidade em quatro eras: Inspeção, Controle

Estatístico da Qualidade, Garantia da Qualidade e Gestão da Qualidade

(CARVALHO E PALADINI, 2006), conforme esquematizado na imagem abaixo:

Figura 1: Eras da Qualidade (extraída de REZENDES, 2013, p.02)

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1.4.1. Era da Inspeção

No decorrer do século XIX, o controle da qualidade atual ainda não

existia. Todo o processo de produção era manual, produzido por artesãos.

Conseqüentemente, o volume da produção era menor e passível de repetidos

erros. A qualidade dos produtos era determinada pela análise e experiência de

cada empregado. A inspeção formal só passou a ser executada com as

invenções e produção de peças ajustáveis e práticas. Com o aumento do

volume de produção, as peças não podiam mais ser encaixadas umas nas

outras manualmente. O processo exigia um grande grupo de mão de obra

qualificada, era caro e demorado, o que gerava fatores humanos e fazia com o

que chegasse ao cliente mais caro do que poderia ser consumido. (GARVIN;

1992).

Os preços somente foram reduzidos, uma vez que os fabricantes

produziram novas invenções, ainda barateando a mão de obra. Logo após,

surge a mecanização da produção. A partir da terceira década do século XVIII,

assistiu-se na Inglaterra o ápice da sociedade industrial. Evoluindo, em ritmo

acelerado, do sistema manual para o sistema fabril de produção. Passando

definitivamente a transição entre o feudalismo e o capitalismo. Esse marco,

denominado Revolução Industrial, promoveu a produção em grande escala,

que posteriormente incentivou as primeiras idéias de controle da produção que

tempos futuramente foram denominadas Controle da Qualidade.

A evolução tecnológica, a mobilização de mais trabalhadores, os

acordos políticos entre outras características foram fatores fundamentais para a

Revolução Industrial ter o grande êxito da época. O crescimento do mercado

colaborou no aumento da produtividade das fábricas através da implantação de

sistemas baseados na divisão do trabalho e na inspeção formal dos itens

produzidos - fundamentada na separação dos bons dos maus produtos -

inspeção 100%. Com a divisão do trabalho surgiram problemas com a

qualidade dos produtos. Os trabalhadores divididos em sua especifica área de

atuação fez sobressair às habilidades que atuavam na produção. Nessa época,

o destino dos bens produzidos era o mercado se tivessem um nível aceitável

de qualidade; retrabalho, caso apresentassem a possibilidade de recuperação;

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ou sucateamento, caso não existisse possibilidade de reaproveitamento, o que

significava prejuízo. Ou seja, já existia um lema comum ao mercado moderno:

produzir em quantidade sem prejuízos, assim objetivando o alto índice de

aceitabilidade dos consumidores.

Aos poucos, muitas medidas foram tomadas com o intuito de reduzir os

problemas da qualidade do processo produtivo, tanto que por volta de 1900 já

haviam sido estabelecidas claramente etapas de inspeção no recebimento de

materiais e durante o processo produtivo, além daquelas já realizadas no

produto final. Neste período, a empresa não possuía um departamento para

cuidar dos assuntos da Qualidade, o que existia eram “Inspetores Volantes”,

que rodavam a fábrica checando a conformidade do que estava sendo

produzido, desprendido de qualquer formalização em documentos ou registros.

1.4.2. Era do controle estatístico da qualidade

A mecanização do serviço e o fator humano impediam que a qualidade

fosse ofertada 100%, graças ao número de pessoas e o volume da produção.

Conforme a produção aumentava, o modelo de controle baseado na inspeção

100% tornava-se cada vez mais caro e inviável. Então, em 1924 na Bells

Telephone Laboratories, Walter Shewhart, usou conceitos e técnicas

estatísticas, no desenvolvimento de controle mediante o uso de gráficos de

controle (CERQUEIRA, 2006). As técnicas estatísticas propostas por Shewhart

denominadas Controle Estatístico do Processo (SIQUEIRA, 1997) eram bem

simples, pautadas na determinação de limites de controle e gráficos para

controle do processo produtivo. No período da Segunda Guerra Mundial, os

gráficos de controle de Shewhart e as tabelas de inspeção por amostragem,

tiveram grande importância na produção de material bélico (MARSHALL JR,

2003).

Em suma, nesta era o processo consiste em selecionar e avaliar uma

quantidade significativa de itens processados que representassem

estatisticamente a produção. A seguir, uma imagem ilustrando o fluxo avaliado

estatisticamente nesta era, tendo como resultado o produto final.

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Figura 2 – Controle Estatístico (extraída de LOPES, 2013, p. 35)

Pode-se notar que o controle estatístico é realizado no processo, mais

detalhadamente deve ser levando em conta o tempo, os métodos e as

alterações enquanto produção.

1.4.3. Era da qualidade total

No final da década de 70, os mercados externos tomam a China como

modelo de inovação e produção e, deste modo, variam seus “cardápios de

produtos”, o que exige a aplicação da qualidade em todos os aspectos do

negócio.

O fato é que antes deste período, o Japão era um país pobre e fraco nos

quesitos da qualidade, liderado por um grupo pequeno de jovens empresários,

porém aos poucos percebeu a necessidade estratégica de oferecer uma

produção de qualidade.

Os trabalhos desenvolvidos pelos americanos Deming e Juran na

reconstrução do parque industrial japonês impulsionavam e agregaram valor ao

conceito de qualidade. O crescimento japonês e a sua intensa divulgação

foram decisivos para propagar os princípios essenciais da qualidade,

disseminando no ocidente uma avalanche de transformações gerencias que

resultaram no que chamamos hoje chamamos de Gestão da Qualidade. Sobre

o que foi ensinado pelo Ocidente, os japoneses deixaram algumas abordagens

como:

a) a participação dos funcionários em todos os níveis da empresa;

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b) o foco no cliente com uma cuidadosa atenção à sua definição de

qualidade;

c) o aprimoramento contínuo (KAISEN) como parte do trabalho diário de

todos os empregados;

d) o programa 5S; dentre outros.

Deming e Juran e foram os principais percussores pelo movimento da

qualidade no Japão. Os japoneses os consideram a essência do milagre

industrial do país. Outros estudiosos também foram importantes, como por

exemplo, Philip Crosby contribuiu muito com sua teoria do zero defeito e

Armand Feigenbaun foi o “pontapé” do conceito de controle de qualidade total.

Do lado japonês, Kaoru Ishikawa foi o intermediador da cultura japonesa aos

ensinamentos de Deming e Juran, criando as sete ferramentas da qualidade,

além de ser o inspirador dos Círculos de Controle da Qualidade (MARSHALL

JR, 2003).

O fluxograma a seguir demonstra o que deve ser considerado para a

implementação do conceito de qualidade total nas Empresas.

Figura 3: Fluxograma – Qualidade Total (extraída de PAULA, 2016, p. 02)

1.5. A Qualidade inserida no modelo de Sistema de Gestão

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A gestão da qualidade está presente desde as instituições de ensino

até as empresas. Desde a década de 50, autores como Juran e Deming

alinharam diretrizes para a Qualidade, respeitadas até o dia de hoje em

qualquer empresa. Podem-se notar os locais de aplicação do Sistema de

Gestão (CERQUEIRA, 2005), quatro abordagens da gestão, a atuação do

sistema e o foco de cada uma delas, conforme tabela abaixo:

Tabela 1: Atuação da Qualidade no Sistema de Gestão (CERQUEIRA, 2005, p.10)

Abordagem Atuação da gestão Foco na Gestão

Reativa

Atua sobre o produto

não conforme,

corrigindo-o

Produto

Corretiva

Atua na causa da não

conformidade, evitando

repetição

Processo

Preventiva

Atua nos potenciais de

não conformidades,

evitando as ocorrências

Sistema

Preditiva Atua nas tendências do

mercado Negócio

Pautado nestas abordagens, pode-se entender a complexidade para

chegar ao nível atual de organização de um sistema de gestão:

Com o foco no produto, instaurado por Taylor através da administração

científica, o sistema era voltado para forma corretiva nos produtos não

conformes. A próxima etapa foi o foco no processo, onde surgem ferramentas

estatísticas, neutralizando as não conformidades na causa, identificando-as e

possibilitando a resolução do problema. O foco no sistema veio graças ao

avanço da Segunda Guerra Mundial, onde o controle de qualidade começa no

produto e finaliza com a entrega ao cliente, abrangendo uma visão sistêmica do

processo produtivo. No último estágio está o foco no negócio, o mais complexo,

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onde a empresa deve prever as necessidades do cliente, as exigências para se

manter no mercado e a competitividade com a concorrência.

Vale lembrar, que à medida que a sociedade evolui o Sistema de

Gestão também tende a crescer, hoje, por exemplo, existem sistemas

implementados na área de saúde, segurança, meio ambiente, responsabilidade

social, todos aliados à qualidade. A visão moderna é a integração do sistema,

que contemple os requisitos dessas áreas em um sistema de gestão filiando à

parte contratante e aos colaboradores da empresa.

1.5.1. A melhoria Contínua no Sistema de Gestão: as

principais ferramentas da qualidade

A melhoria continua e a melhoria radical podem ser as duas formas

para se obter o alto desempenho de produtos e processos. A melhoria radical

demanda grandes investimentos, desde tecnologias que automatizem o

processo ao passo que a melhoria contínua visa aperfeiçoar o processo, que

resultará no acréscimo de desempenho. Trata-se de um processo de constante

de melhorias, um processo cíclico conhecido como PDCA, pelos japoneses

conhecidos como Kaizen, composto por quatro fundamentais passos: planejar

(Plan), realizar (Do), verificar (Check) e atuar (Act).

A imagem a seguir demonstra este ciclo tão importante nas

organizações de sistemas por todas as empresas, explicando cada etapa:

Figura 4: Ciclo PDCA (CARPINETTI, 2010, p. 04)

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Segundo Carpinetti (2010, p.20), as quatro etapas do ciclo PDCA podem

ser assim explicadas:

1. Planejar: O Planejamento inclui a identificação do problema,

investigando as causas raízes e planejando soluções. Definem-se metas e

estabelecem-se métodos para atingi-las;

2. Executar: Momento de preparação, onde se inclui os treinamentos, e a

execução das tarefas conforme planejado;

3. Verificar: Nesta etapa é realizada a coleta de dados da tarefa

executada e a equiparação dos resultados com o que foi idealizado.

4. Agir: Em cima dos desvios observados, é tomada a ação corretiva e,

se necessário, faz-se um novo planejamento das ações de melhoria retomando

o PDCA.

A grande falha deste método está no tempo de parar, reavaliar onde está

a falha, planejar novamente e concretizar a melhoria na produção. Boa parte

das empresas acredita gastar tempo e recurso neste processo de reavaliação.

É importante lembrar, que para um Sistema de Gestão fluir normalmente é

necessário o bom senso e a percepção de quando aplicar, tentar, outros

métodos de avaliação e, sobretudo, criar indicadores de desempenho, que

sejam de acordo com a realidade, assim propondo o monitoramento seja por

números, índices, gráficos, capazes de medir um determinado critério, o que

facilita e acaba mapeando o Sistema de Gestão. Trata-se de técnica eficazes

até mesmo para eliminar sucessivas não conformidades e manter a integridade

e crescimento da Organização.

Outra ferramenta, que promove a melhoria contínua no Sistema de

Gestão é o diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de

espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa, podendo ser usado para organizar

as causas de um problema de processo ou produto em uma apresentação

lógica. Além disso, esses diagramas são úteis para identificar a causa básica

de um problema. Os diagramas de causa e efeito são usados freqüentemente

para organizar o resultado de uma sessão de brainstorming (ferramenta que

reúne um grupo de pessoas, que dão idéias, opiniões, suposições e dados

sobre um determinado processo de produção). Na Figura 5, é apresentado um

modelo de diagrama de causa e efeito.

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Figura 5: Diagrama de Ishikawa (CARPINETTI, 2010, p. 10)

Para o sucesso na análise através do diagrama de causa e efeito

necessário é definir o problema de forma precisa, identificando suas causas,

resumindo as sugestões e trabalhando com prioridades. Para cada causa

identificada, o correto é elaborar um plano de ação, identificando os

responsáveis por implementar as ações e em qual período de tempo, de modo

a tratar e solucionar cada causa identificada.

Estas ferramentas somente surtirão efeito quando dominadas e

habituadas ao pensamento e modelo crítico da empresa. Rever o que se fala,

desenvolver um olhar que não procure culpados e promover a consciência de

melhorias facilita as atividades da qualidade e retarda quaisquer falhas nas

áreas de produção.

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CAPÍTULO II

O SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE APLICADO À

ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005

A norma ABNT NBR ISO/IEC 17.025:2005 informa os requisitos de

calibração e ensaio a serem atendidos pelos laboratórios, caso estes queiram

credibilidade e garantia técnica dos seus serviços. Para a implantação desta

norma, os laboratórios devem implementar procedimentos e uma série de

outros documentos que determinem a garantia da qualidade de seus

equipamentos e padrões. O objetivo deste capítulo é explanar sucintamente, os

requisitos essenciais da Norma ABNT NBR ISO/IEC 17.025:2005 quando

aplicados a um laboratório de calibração e/ou ensaio regido por um Sistema de

Gestão da Qualidade.

2.1. A Norma ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005

A norma ABNT NBR ISO/ IEC 17025 é uma norma voltada para a

acreditação de laboratórios de ensaios e de calibração, discriminando as

diretrizes e requisitos a serem atendidos para o funcionamento de um Sistema

de Gestão da Qualidade, bem como para as atividades técnicas e

administrativas. A estrutura e organização desta norma demonstram a sua

preocupação em manter a Qualidade aliada aos pontos técnicos, que garantem

a confiabilidade e exatidão das medições. Sendo todo o item 4 referente aos

assuntos da Qualidade e todo o item 5 referente as atividades de natureza

técnica. Quanto à sua definição e aplicabilidade, vejamos a citação a seguir:

A ISO/IEC 17025:2005 (ABNT, 2005) é uma norma internacional e representa a síntese de uma grande experiência acumulada em todo o mundo na demonstração da competência e na avaliação de laboratórios prestadores de serviços de calibração e de ensaio. A norma contém os requisitos gerais a serem atingidos pelos laboratórios de ensaio e calibração que querem demonstrar que mantêm um sistema de garantia da qualidade adequado às características específicas e volume dos trabalhos que realizam. Este sistema procura garantir que os laboratórios

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sejam tecnicamente competentes e capazes de gerar resultados tecnicamente válidos (FRANÇA, 2003, p.09).

Avançando com esta definição, nota-se que o Sistema de Gestão da

Qualidade deve ser condizente com o tipo de atividade, ter a “identidade do

laboratório” e se encaixar ao fluxo de calibrações e/ou ensaios realizados.

Outra questão importante, já como beneficio deste Sistema implementado,

seria a confiabilidade gerada pelos resultados das medições, uma vez que as

práticas das calibrações estão documentadas, padronizadas e os instrumentos

controlados quanto as suas características metrológicas.

2.1.1. Os destaques da Norma

Um laboratório que deseja ser acreditado pela 17025, o primeiro passo é

dominar Metrologia – Ciência da Medição – considerando a utilidade das

medições e ensaios. Outro passo importante é a formação de uma equipe

técnica devidamente qualificada, demonstrando conhecimento, experiência e

habilidade nas atividades de medição e/ou ensaio. Resultados imprecisos, sem

prática de calibração, comprometem a credibilidade e prejudicam o Sistema de

Gestão do laboratório. A norma também exige um gerente da qualidade com

conhecimento da norma e ciente da rotina do laboratório. A gerência técnica é

imprescindível para o gerenciamento das atividades nos laboratórios,

tratamento dos dados obtidos, avaliação da incerteza de medição, emissão dos

certificados e as demais atividades tendo como destino final, o cliente.

Devido a sua estruturação na parte de Gestão e também para a parte

Técnica, esta norma pode ser comparada a algumas da série ISO 9000. A

17025 foi elaborada para laboratórios, enquanto a ISO 9000 pode ser

implementada em empresas, comércios, desde grandes a pequenos

segmentos.

A ISO 17025 salienta a evidência que comprove a competência técnica

dos funcionários, já na ISO 9000 essa evidência não tem importância. A ISO

17025 exige documentos, registros e procedimentos, devendo ser feitas

auditorias internas e programadas auditorias de reavaliação. Vale lembrar, que

a implantação da norma, exige participação e envolvimento da Alta Direção, do

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pessoal chave e a divulgação e conhecimento de toda a Empresa, uma vez

que muda a cultura e padroniza os costumes, calibrações e ensaios, a prática

administrativa e exige disciplina de todos. A elaboração dos procedimentos e a

parte documental costumam ser uma parte burocrática, mas de evolução para

área técnica e gerencial dos técnicos pertencentes ao laboratório.

2.1.2. A norma ABNT NBR ISO∕ IEC 17025 aplicada ao

Sistema de Gestão

Esta norma, como dito anteriormente, está totalmente relacionada ao

funcionamento e comprovação das atividades técnicas do laboratório, tendo

por fim capacitar a empresa a gerar bons resultados, qualificar mão de obra

técnica para o bom rendimento e andamento dos serviços. As diretrizes para

um Sistema de Gestão da Qualidade operante e eficaz também são abordadas

por esta norma. O padrão ISO alcançado pela 17025 aborda desde a

calibração até a emissão dos certificados, relatórios e os temas da Qualidade,

como por exemplo, ação corretiva, ação preventiva e as auditoria para

regulagem do Sistema. Esquematicamente, pode-se dividir a norma:

• Na primeira parte, ás exigências que devem ser cumpridas pela

gerência do laboratório e faz referência à ISO 9001. Para que um laboratório

seja certificado pela ISO/IEC 17025:2005 é necessária a formalização de

procedimentos e registros, onde os envolvidos precisam estar treinados e

conhecedores do Sistema. Ex: Lista Mestra de Documentos, Controle de

Registros.

• Na segunda parte, os requisitos técnicos que devem ser seguidos por

quem busca a certificação e faz referências à ISO/ IEC Guia 25. Necessita - se

que o laboratório programe planos de ensaios e procedimentos, que

assegurem a confiabilidade dos ensaios. Ex: validação dos métodos de

trabalho, incerteza de medição.

2.1.3. As vantagens de implementar a ABNT NBR ISO∕ IEC

17025

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Um laboratório, que decide ser acreditado pela 17025, desfrutará de

algumas vantagens tanto na parte da Qualidade quanto na área Técnica. A

seguir são listados os principais benefícios:

• Organização interna do laboratório, tanto na parte documental quanto

na execução das calibrações ∕ ensaios;

• Definição e atribuição definidas dos cargos e responsabilidades do

quadro de funcionários;

• Confiabilidade Metrológica nos resultados fornecidos;

• Segurança, satisfação e retorno dos Clientes;

• Divulgação e competitividade no mercado, graças aos certificados e

relatórios vinculados ao selo de acreditação;

• Apontamento das oportunidades de melhoria e ação preventiva no

Sistema de Gestão como um todo;

• Rigidez e controle da validade e manutenção dos instrumentos

padrões;

• Estímulo ao desenvolvimento e capacitação através de treinamentos

dos funcionários;

2.2. Acreditação de laboratórios: a certificação segundo a

ABNT NBR ISO∕ IEC 17025

Segundo o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial, a acreditação consiste em atestar uma terceira parte. Em

outras palavras, um Órgão externo ao laboratório, que evidencie sua avaliação

de conformidade, demonstrando formalmente a sua competência e experiência

em processos de Auditorias, Sistemas e acreditação. O Inmetro é de caráter

voluntário e representa o reconhecimento formal da competência de um

Organismo de Avaliação da Conformidade - OAC para desenvolver tarefas

específicas, segundo requisitos estabelecidos. Por sua vez, possui “A

Coordenação Geral de Acreditação”, responsável pelas acreditações de

diversos laboratórios.

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O primeiro passo para um laboratório que deseja ser acreditado na

17025 é acessar o site do INMETRO e se informar quanto aos documentos

necessários para este processo. Em seguida, os documentos solicitados

devem ser enviados para análise e o INMETRO avalia se pode atender, em

quais critérios, avaliando também se há necessidade de mais documentos.

Feito isso, toda a documentação é vistoriada por auditores ∕ avaliadores

qualificados na área das atividades a serem auditadas. Outra exigência, logo

no início do processo de acreditação, é que o laboratório esteja participando de

Ensaio de Proficiência, que nada mais é do que a comparação de resultados

com os demais laboratórios, onde o laboratório acreditado organizador,

reconhecido à Rede Brasileira de Calibração, emite um relatório informando os

resultados face aos demais coletados. Após, acontece um Auditoria de

Avaliação ou, dependendo da solicitação, pode ser realizada uma Auditoria-

Testemunha. O responsável pela liberação das acreditações decide se

concede ou não, caso positivo, o selo de acreditação é emitido e vinculado sob

um único número. O contrato de acreditação deve ser assinado, daí o

laboratório passa para o status de acreditado.

O passo a passo para a busca da acreditação pelo INMETRO é

enumerado abaixo:

1) Solicitação da Acreditação;

2) Visita Preliminar (caso seja necessário);

3) Análise da Solicitação;

4) Entrega da documentação e análise da documentação;

5) Análise da documentação e ações corretivas;

6) Acreditação ∕ Contrato ∕ Certificado de Acreditação;

7) Manutenção de Acreditação - Auditoria de Reavaliação.

O INMETRO possui em sua estrutura, a Coordenação Geral de

Acreditação (CGCRE), atuantes como organismo de acreditação de outros

organismos de avaliação da conformidade. A acreditação é de caráter

voluntário, sendo concedida por solicitação do laboratório quando o mesmo

demonstra competência para garantir a confiabilidade e procedência dos

resultados das suas medições. A CGCRE utiliza vários documentos com a

idéia de orientar e normatizar o processo de acreditação. Por exemplo, o DOQ-

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Cgcre-001, onde são definidas as orientações gerais sobre o mecanismo de

acreditação dos laboratórios. Os valores para a acreditação são definidos no

NIT-DICLA-011, cabendo a diária do auditor e os demais gastos com a

logística: transporte, acomodação entre outros.

A acreditação dos laboratórios segundo os requisitos da ISO 17025 é

fornecida aos laboratórios que realizam serviços de calibração, ensaios em

instalações permanentes, móveis e/ou clientes. Existem casos, onde podem

ser concedidas mais de uma acreditação considerando a variação na natureza

do serviço e a grandeza envolvida. Algumas regras devem ser atendidas antes

de solicitar a acreditação formal ao INMETRO:

1. O Manual da Qualidade deve definir o sistema de gestão do

laboratório. Neste documento cabe a correlação de cada item da

norma com o aparato documental da empresa;

2. Calibrações internas, que não sejam vinculadas ao selo de

acreditação, devem sofrer avaliação do escopo pelo CGCRE. Por

isso, a necessidade de se pensar na viabilidade econômica de manter

somente serviços internos de calibração;

3. O laboratório deve se mostrar competente através da participação

satisfatória em atividades de ensaios de proficiência. Caso não tenha

participação aberta em nenhum ensaio, o laboratório deve demonstrar

sua competência por meio de comparações bilaterais, avaliando os

resultados entre os técnicos e outros laboratórios.

4. A solicitação da acreditação é feita por meio do Sistema Orquestra,

disponível no site e por meio deste sistema, o INMETRO confirma ou

não a solicitação do laboratório.

Uma vez, que a acreditação é solicitada é realizada uma análise crítica,

que ampare o início do processo de avaliação. No momento da aprovação é

designado um Gestor de Acreditação responsável por gerenciar a acreditação

do determinado laboratório. Após a avaliação, verificada as conformidades e as

não conformidades registradas no relatório final da auditoria, deve ser feita a

reunião final, que serão ditas as conclusões da auditoria e entregue à Alta

Direção, o relatório final. As propostas de ações corretivas, quando

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necessárias, devem ser enviadas ao auditor líder dentro do período de sete

dias após a avaliação inicial. Caso seja concedida, a acreditação é formalizada

por meio de um Ofício seguido do Certificado de Acreditação e do Escopo

acreditado. A fim de verificar se o laboratório mantém os requisitos da

acreditação são realizadas auditorias em intervalos planejados, sendo feito um

número de serviços acreditados suficientes que garanta o escopo acreditado.

É aceitável que o laboratório depois de acreditado solicite a extensão do

seu escopo ou altere, considerando novos ensaios, novos itens em faixas já

acreditadas, novas instalações, mudanças de métodos e aumento/ diminuição

das faixas de trabalho.

CAPÍTULO III

Requisitos e práticas de auditoria interna segundo a

ABNT NBR ISO/ IEC 17025:2005: um método para

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eliminação de não conformidades e melhorias no

Sistema de Gestão da Qualidade

Uma auditoria interna no Sistema de Gestão da Qualidade acreditado

pela ABNT NR ISO / IEC 17025:2005 pode ser definida como uma vistoria

sistemática e minuciosa para determinar se as atividades da qualidade e a

integridade dos documentos cumprem com o proposto, e se estas atividades

forma adequadamente implementadas para alcançar os objetivos do Sistema

da Qualidade. É comum, que o laboratório encare a auditoria interna como uma

preparação para as demais auditorias voltadas para a conformidade dos

resultados de calibração e ensaios. Este capítulo aborda a pesquisa de como a

auditoria interna – requisito obrigatório pela ABNT NBR 17025 – funciona na

erradicação de falhas, não conformidades, presentes no Sistema de Gestão,

discursando sobre a elaboração do programa, o relatório e as boas práticas de

uma Auditoria Interna.

3.1. A auditoria interna definida segundo a ABNT NBR ISO/

IEC 17025:2005

Segundo esta norma, o laboratório deve periodicamente programar

auditorias internas das suas atividades, de modo a verificar se as suas

operações atendem aos requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade. O que

será auditado, ensaio e/ou calibração, devem ser contemplados no Programa

de Auditoria Interna, sendo de responsabilidade do Gerente da Qualidade,

planejar e organizar as auditorias. É certo que, a auditoria interna deve ser

realizada por pessoas treinadas e conhecedoras da norma. Vale lembrar, que o

tempo convencional é de até um ano para a realização da próxima auditoria.

3.1.1. O procedimento de Auditoria Interna

O procedimento de auditoria interna também é um item a ser auditado,

onde deve se cuidadosamente escritos quais os documentos, as exigências e a

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organização de como funcionará a auditoria interna no laboratório. Dentro do

mesmo procedimento deve conter o funcionamento do programa de auditoria, a

existência de um cronograma de auditorias - podendo ser anual e devendo

cobrir todos os elementos do Sistema de Gestão da Qualidade. As atribuições

do gerente da qualidade, tais como planejar e organizar as auditorias, também

devem ser descritas no procedimento. Outro item a ser abordado, é o fato que

os auditores devem estar qualificados, treinados, preferencialmente não devem

auditar áreas onde possa ocorrer conflito de interesse (ex: o responsável pelo

laboratório de Temperatura preferencialmente não deve auditar o seu próprio

laboratório).

3.1.2. A programação da Auditoria Interna

A auditoria interna é feita no mínimo anualmente. O Gerente da

Qualidade é responsável por elaborar um programa de auditoria interna,

registrar num formulário, onde consta o método utilizado, descrição dos

serviços a serem auditados, local, data e setor que irá ocorrer à mesma.

3.1.3. Planejamento da Auditoria Interna

O Gerente da Qualidade organiza a equipe auditora, considerando a

formação mínima e treinamentos. Também é de extrema importância que a

Equipe Auditoria tenha em mãos a Lista Mestra de Documentos, a norma

17025 e os procedimentos referentes às áreas a serem auditadas. O ideal é

que se crie em um formulário a “Notificação da Auditoria Interna”, cabendo o

dia da auditoria, atividades a serem realizadas, e a equipe que irá auditar os

técnicos solicitados

3.1.4. Da execução: a reunião inicial, o registro das

evidências e a reunião final.

O ideal é que antes de iniciar a auditoria, a equipe auditora reúna-se com

os responsáveis pelo setor a ser auditado a fim de apresentar a equipe

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auditora, confirmar a atividade de controle a ser auditada, data de inicio e

término da auditoria.

Quanto ao registro das evidências, após o término da reunião inicial, a

equipe auditora deve começar a realizar a auditoria verificando se as diretrizes

estabelecidas no Manual da Qualidade e procedimentos estão de acordo com a

NBR 17025.

As não conformidades podem ser encontradas, por exemplo:

• Nos formulários;

• Nos registros;

• Nos procedimentos;

• Nos documentos;

• Nas instalações.

O preenchimento das evidências no relatório final da auditoria deve

conter o local auditado, os auditores, informações adicionais e o campo para

evidência da conformidade ou não conformidade com os respectivos itens da

norma devendo ser assinado e datado. Vale lembrar, que cada laboratório

pode adotar um modelo de relatório, o importante é discriminar as evidências

pautadas nos itens normativos apontando sempre o que foi verificado.

É exatamente na produção destes relatórios da auditoria interna, que

acontecem falhas quando apontadas as não conformidades e assim dificultam

a tomada de ações corretivas para eliminar falhas no Sistema de Gestão. Estes

erros podem ser considerados pela falta de interpretação dos requisitos da

norma e/ou por falta de preparo técnico e experiência na investigação de

métodos de falhas.

Deve ser feita uma reunião final com a equipe auditora e os responsáveis

pelo setor auditado. Nesta reunião devem ser apresentadas aos responsáveis

do setor auditado, as não conformidades identificadas durante a auditoria.

Geralmente, o responsável pelo setor é encarregado de definir ações

corretivas e o Gerente da Qualidade os prazos para eliminar a não

conformidade e evitar que a mesma se repita.

3.2. A auditoria interna como ferramenta para eliminação de

sucessivas não conformidades

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O Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a norma 17025 pode

apresentar suas não conformidades, desvio no cumprimento dos

procedimentos, em duas instâncias estreitamente relacionadas: a primeira são

as não conformidades ligadas aos itens 4 abordando os requisitos da Direção,

à qualidade em si e a segunda são as não conformidades diretas aos itens 5,

os requisitos técnicos e a estes cabem as calibrações, ensaios e validação dos

resultados. Torna-se claro, que nenhum Sistema de Gestão está isento de não

conformidades, seja por fatores humanos ou de natureza técnica oriunda da

produção. O grande desafio está em eliminar as não conformidades, impedindo

rupturas no Sistema, retrabalhos e outros desgastes, justamente neste aspecto

que a execução da auditoria interna aponta, investiga e exige solução para o

que deve ser revisto.

Pressupunha-se que um laboratório de metrologia esteja passando por

uma auditoria interna, a qual foi encontrada de todas as não conformidades,

quatro reincidentes de outras auditorias, assim podendo concluir que uma falha

foi apontada no Sistema de Gestão, registrada e nenhuma medida foi efetivada

para erradicar definitivamente a não conformidade. Acontece que uma parcela

dos laboratórios deve investir em algumas ações para uma auditoria eficiente,

são elas:

• Treinamento e consultorias de conscientização sobre Auditoria Interna;

• Formação continuada de Auditores Internos, formando os próprios

colaboradores e/ou contratando uma empresa terceirizada acompanhada

dos auditores do próprio laboratório;

• Um relatório de auditoria interna, que aponte as não conformidades e

norteie o Gerente da Qualidade nas ações corretivas.

Outra característica, que faz da auditoria interna, um fator determinante

para eliminar a reincidência de não conformidade é o mapeamento de todas as

atividades por vezes comum no dia-a-dia, porém quando mal executadas

ameaçam o Sistema de Gestão, uma vê que torna-se obrigatório conhecer os

itens e áreas a serem auditadas.

3.3. Análise qualitativa de dois modelos de relatório final de

auditoria interna

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A forma como são registradas as não conformidades e o formato do

relatório final da auditoria interna são de extrema importância para apontar a

causa raiz e propor oportunidades de melhorias. Dessa forma, avaliemos dois

modelos de relatório pertencentes a dois diferentes laboratórios de calibração

(laboratório A e B), cujo objetivo principal é entender a importância de como

apontar e ser direto nos resultados da auditoria interna:

Figura 6: Modelo de relatório de auditoria interna (extraída de laboratório A, 2016, p.08)

Este modelo de relatório final do laboratório A contempla o que deve

conter as informações, que devem ser registradas, porém notam-se as colunas

em branco exigem do auditor uma informação completa e direcionada ao item

da norma e, neste caso, qualquer registro inconsistente ou mal elaborado não

ajudará no tratamento da causa raiz. Certo que, para tratar uma não

conformidade, implementar uma ação corretiva e acompanhar a verificação da

eficácia, o processo ultrapassa a preparação de documentos, mas entender

todas as atividades produtivas, apontar e registrar as falhas acompanhando a

eficácia das ações corretivas.

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Vejamos a seguir, o outro modelo de relatório final utilizado pelo

laboratório B:

Figura 7: Modelo de relatório de auditoria interna (extraída de laboratório B, 2016, p.01)

Este modelo de registro de auditoria interna possui uma capa contendo

as informações básicas de identificação das datas, avaliadores e o setor

auditado. Sendo composto pelas páginas seqüenciais destacadas por itens da

norma, conforme imagem a seguir:

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Figura 8: Modelo de relatório de auditoria interna (extraída de laboratório B, 2016, p.02)

Este modelo torna-se mais prático e aponta diretamente na norma, o

requisito, assim facilitando na formulação de observações e abre espaço para a

marcação em caso de necessidades de melhorias identificadas ao longo da

auditoria. O formato possibilita ao auditor informar a área auditada, o status: S -

satisfatório, NM - necessita melhoria, I - insatisfatório, NA - não aplicável, NC -

não conforme, C - conforme, dentro do Sistema de Gestão da Qualidade. Este

método evita duplas interpretações e deixa claro o motivo normativo para a não

conformidade.

Sucessivas não conformidades, sistêmicas e reincidentes pelo mesmo

motivo apontam que algum elo no mecanismo de trabalho precisa ser

repensado e acompanhado mais de perto. A auditoria interna por apontar,

fornecer resultados e ter um período ou quando planejada obriga o Sistema a

fechar as não conformidades, propondo uma solução concreta. A prática de

auditor deve ser realizada com o intuito de trazer uma “nova visão” e investigar

o que deve ser aperfeiçoado no laboratório.

O esquema a seguir demonstra o funcionamento da auditoria interna no

tratamento das não conformidades:

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Figura 9: Esquema de Auditoria Interna no SGQ (O AUTOR, 2016)

De acordo com a imagem, conclui-se que o Sistema de Gestão da

Qualidade segundo a ABNT NBR ISO / IEC 17025:2005 dividi-se no

gerenciamento de documentos, informações e calibração/ ensaio ambos

passiveis as não conformidades, entretanto a auditoria interna exigida em

norma consegue perpassar por estas não conformidades, analisando,

identificando e sinalizando o que precisa ser resolvido para o bom andamento

do Sistema de Gestão.

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CAPÍTULO IV

Considerações Finais

Entende-se que a qualidade é uma importantíssima ferramenta comum

pelas empresas para ampliar ou manter a sua competitividade no mercado. A

constante busca de melhoria no processo de qualidade faz com que a

satisfação do cliente e a realização dos objetivos da empresa estejam em uma

única sintonia. Consideramos deste trabalho, que a Qualidade precisa ser vista

no todo e não como um item a ser repensado na hora de uma falha na

produção, por exemplo. O foco precisa ser no mapeamento inteiro do processo.

No caso, os laboratórios de calibração e ensaio devem oferecer resultados das

medições, de modo a não gerar dúvidas ou comprometer os instrumentos dos

clientes. O capítulo 2 bem sinalizou a acreditação por parte do INMETRO

(Instituto referência na área de Metrologia e Qualidade Industrial) como uma

forma de credibilizar e atrair serviços, entretanto manter a acreditação exige um

custo e manutenção diária até mesmo das atividades de Gestão.

A auditoria interna pode ser definida como uma verificação sistemática e

independente, de modo a determinar se as atividades da qualidade e seus

resultados estão de acordo com as diretrizes planejadas, se estas foram

efetivamente implementadas e se são adequadas à consecução dos serviços.

Por não conformidade, defini-se como o não atendimento a um requisito

especificado e/ou documento/registro pertencente ao Sistema de Gestão da

Qualidade. Baseado nestes conceitos é possível entender, que a presente

pesquisa permeia a importância e conhecimento da auditoria interna como a

ferramenta mais aconselhável para eliminação de falhas, não conformidades

no Sistema de Gestão, sobretudo àquelas reincidentes, o que demonstra o fato

da causa raiz não ter sido bem identificada e solucionada. A importância para

eliminar estas não conformidades está na experiência do auditor, no

apontamento correto do que foi verificado no relatório final e, sobretudo, no

caminho que a auditoria realiza pelos processos de produção do laboratório.

Partindo da análise de dois laboratórios diferentes (laboratório A e B) é

possível concluir que a auditoria interna ainda precisa evoluir no sentido de não

ser vista apenas como um requisito normativo, porém como ferramenta

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primordial para melhorias contínuas nas atividades de trabalho. Os modelos de

relatórios – discutidos no capítulo III demonstram a estrutura documental de

uma auditoria, no ato de registrar as não conformidades, essenciais para

tomada de ações corretivas relativas à qualidade. O objetivo foi demonstrar,

que os registros destas não conformidades provindas da Auditoria Interna

devem ser formalizados em um modelo prático, seja em forma de check list

com os itens da norma, seja com uma escrita real e direta aos requisitos

avaliados.

A ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 cita a auditoria interna como parte

integrante do Sistema de Gestão da Qualidade e de total responsabilidade do

Gerente da Qualidade, entretanto cabe destacar a importância de todos

estarem envolvidos, substituindo a cultura de organizar toda a documentação

para o dia da auditoria, mas sim manter em constante atualização,

prevalecendo o controle e divulgação aos interessados dentro do laboratório. A

presente pesquisa de maneira nenhuma pretendeu anular ou questionar

quaisquer itens normativos, todavia analisar e refletir o tópico 4.14, que trata da

Auditoria Interna, também citando itens relacionados e pertinentes aos serviços

técnicos de calibração e ensaios.

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CONCLUSÃO

A auditoria interna pode ser definida como a verificação periódica que

deve ser feita pelo laboratório com o objetivo de assegurar todos os aspectos

do Sistema de Gestão regido pela ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 estão

sendo seguidos por todos os colaboradores. Logo, a auditoria interna deve ser

planejada, o Gerente da Qualidade é o responsável pelo planejamento, os

procedimentos precisam estar documentados, pessoal treinado e as ações

corretivas devidamente implementadas dentro dos prazos acordados. Tendo

notado estes aspectos, pode-se concluir que definir o escopo de trabalho,

investir na formação de auditores internos e alinhar o programa de auditoria é

de extrema relevância para a execução da Auditoria Interna. Baseado nas

referências levantadas e na presente pesquisa, conclui-se que, as auditorias

envolvem a verificação da integridade, controle de datas e performance dos

instrumentos de medição utilizados nas atividades de ensaio/ calibração, a

parte técnica, qualquer prática que esteja diretamente ligada à qualidade do

serviço.

Em suma, conclui-se que independente do laboratório realizar auditoria

interna, o importante é a eficácia no apontamento e no acompanhamento das

não conformidades. Estas, por sua vez, devem ser eliminadas sempre que

vistas a causa raiz, registradas e combatidas, de modo a não se repetirem,

caso aconteça novamente, nota-se que a ação corretiva não foi suficiente e na

maioria das vezes é valido treinar, interromper a atividade e/ou aplicar métodos

de melhoria contínua como o ciclo PDCA, por exemplo. A presente pesquisa

defendeu a idéia de que toda não conformidade provinda da auditoria interna

deve ser completamente registrada com detalhes das ações corretivas, o prazo

acordado e o responsável pela sua implementação, e o modo como serão

implementadas. Desse modo, sucessivas não conformidades serão evitadas e

todo o trabalho será direcionado para equilibrar o Sistema de Gestão. Como

sugestão as futuras pesquisas, seria importante traçar uma comparação da

Auditoria Interna pela ABNT NBR 17025 com normas de mesma base, como

por exemplo, a ISO 9001, observando sempre o potencial na eliminação de

falhas sistêmicas.

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BIBLIOGRAFIA

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Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração.

Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 19011: Diretrizes

para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de

Janeiro, 2009.

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e casos. Rio de Janeiro: Campus, 2006. 355p.

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14001, NBR 16001, OHSAS 18001, SA 8000: conceitos e aplicações. Rio de

Janeiro: Qualitymark, 2006.

GARVIN, David. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e

competitiva. Tradução de : Managing Quality. Rio de Janeiro: Qualitymark,

1992

JURAN, J. M.; Qualidade Desde O Projeto: Novos passos para o

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2009. São Paulo.

LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no trabalho – conceitos

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2003.

MARSHAL JUNIOR, I.; CIERCO, A.A.; ROCHA, A.V.; MOTA, E.B. Gestão da

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1997.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Conceitos e Definições da Qualidade 09

1.1. A Qualidade focada no produto 09

1.2. A Qualidade focada no usuário 10

1.3. A Qualidade focada no valor 11

1.4. O desenvolvimento da qualidade 12

1.4.1 Era da Inspeção 13

1.4.2 Era do controle estatístico da qualidade 14

1.4.3 Era da qualidade total 15

1.5 A qualidade inserida no modelo do Sistema de Gestão 17

1.5.1 A melhoria contínua no Sistema de Gestão: as principais ferramentas da qualidade 18

CAPÍTULO II

O Sistema de Gestão da Qualidade aplicado à ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 21

2.1. A norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 21

2.1.1. Os destaques da norma 22

2.1.2. A norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 aplicada ao Sistema de Gestão 23

2.1.3. As vantagens de implementar a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 24

2.2. Acreditação de laboratórios: a certificação segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 24

CAPÍTULO III

Requisitos e práticas de auditoria interna segundo a ABNT NBR ISO/ IEC

17025:2005: um método para eliminação de não conformidades e melhorias no

Sistema de Gestão da Qualidade 28

3.1. A Auditoria Interna definida segundo a ABNT NBR ISO/ IEC 17025: 2005 28

3.1.1 O procedimento de Auditoria Interna 29

3.1.2 A programação da Auditoria Interna 29

3.1.3 Planejamento da Auditoria Interna 29

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3.1.4 Da execução: a reunião inicial, o registro das evidências e a reunião final 30

3.2 A auditoria interna como ferramenta para eliminação de sucessivas não conformidades 31

3.3 Análise qualitativa de dois modelos de relatório final de auditoria interna 32

CAPÍTULO IV

Considerações Finais 36

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 39