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Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio Rede São Paulo de Múltiplas Linguagens e Gêneros Discursivos d02 http://www.flickr.com/photos/cassimano/6322272798/sizes/l/in/photostream/

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Page 1: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

Cursos de Especializaccedilatildeo para o quadro do Magisteacuterio da SEESPEnsino Fundamental II e Ensino Meacutedio

Rede Satildeo Paulo de

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivosd02

httpwwwflickrcomphotoscassim

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Rede Satildeo Paulo de

Cursos de Especializaccedilatildeo para o quadro do Magisteacuterio da SEESP

Ensino Fundamental II e Ensino Meacutedio

Satildeo Paulo

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isciplina 02TEMAS

sumario

ficha sumaacuterio bibliografia

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Sumaacuterio1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos 1

12 Letramento e Praacuteticas Sociais 5

13 Letramento e ensino de LE 7

2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE 12

21 Discurso e interaccedilatildeo 13

22 Discurso liacutengua em uso 15

3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE 20

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas 21

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios 27

Bibliografia 40

Ficha da Disciplina 48

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A interaccedilatildeo entre os indiviacuteduos e o meio social eacute mediada pela linguagem considerando-se suas inuacutemeras formas e realizaccedilotildees Em dias atuais esta multiplicidade de linguagens pode ser percebida se atentarmos para as diversas maneiras de apresentaccedilatildeo do conteuacutedo e propagaccedilatildeo do saber

Os vaacuterios gecircneros discursivos apontam para novos caminhos que podem ser trilhados nas praacuteticas pedagoacutegicas a fim de aproximar o conteuacutedo a ser desenvolvido da bagagem cultural dos aprendizes Concordamos com Barcellos (2007) quando afirma que cabe a noacutes levar o aluno a ler nas entrelinhas a integrar o conteuacutedo e os fatos sociais a perceber num texto que as linguagens assumem funccedilotildees e a aproximar os conhecimentos sistematizados dos jaacute inter-nalizados pelos aprendizes Segundo Romanowski Martins e Junqueira (2004)

1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situaccedilotildees reais

experimentais profissionais ligadas aos seus estudos a aprendizagem seraacute mais significa-

tiva viva enriquecedora (ROMANOWSKI MARTINS JUNQUEIRA 2004 p 24)

Eacute possiacutevel que essas praacuteticas se pautem em atividades que sejam relevantes natildeo somente para a assimilaccedilatildeo dos conteuacutedos mas tambeacutem para o desenvolvimento de uma postura criacutetico-reflexiva que contribua para a formaccedilatildeo do aluno como um todo E isso pode ser promovido a partir da exploraccedilatildeo das muacuteltiplas linguagens

Leher et al (2004) reconhecem o descompasso nas relaccedilotildees entre os textos e as leituras segundo eles atreladas agrave decodificaccedilatildeo de um sentido singular supostamente uacutenico O estudo desenvolvido pelos autores discute as praacuteticas pedagoacutegicas como forma de mediaccedilatildeo das rela-ccedilotildees entre sujeitos e materiais de leitura

Para Barcellos (2007) a linguagem verbal foi a uacutenica modalidade explorada pela escola ao longo do tempo e a partir das tecnologias os aspectos natildeo-verbal e paraverbal devem compor um quadro mais abrangente do texto como ldquoelemento baacutesico com que devemos trabalhar no processo de construccedilatildeo do conhecimento ()rdquo (BARCELLOS 2007 p 2)

Ainda segundo a autora ldquo() eacute atraveacutes dele (do texto) que o usuaacuterio da liacutengua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamentoconhecimento e de transmitir ideacuteias informaccedilotildees e opiniotildees em situaccedilotildees comunicativasrdquo (BARCELLOS 2007 p 2) Ela aponta a compreen-satildeo superficial como um dos problemas da aacuterea da liacutengua portuguesa Todavia reconhecemos que isso tambeacutem ocorre em liacutengua estrangeira Pensamos que as muacuteltiplas linguagens soacute tecircm a contribuir com o processo de ensinoaprendizagem promovendo o desenvolvimento real de habilidades e competecircncias para ampliar as dimensotildees que envolvem o ler e o escrever e per-mitindo que nossos alunos vivenciem o letramento

A partir dos anos 50 estudos com foco nos usos e funccedilotildees da escrita na sociedade tecircm apon-tado que aleacutem das dimensotildees linguiacutesticas nas atividades em que se faz presente a modalidade escrita da liacutengua sobrepotildeem-se dimensotildees sociais culturais cognitivas poliacuteticas e ideoloacutegicas No acircmbito desses estudos o termo Letramento (traduccedilatildeo do inglecircs literacy) destaca-se como um denominador comum no intuito de abarcar essas dimensotildees e colocar em evidecircncia as re-laccedilotildees que elas tecem com as dimensotildees linguiacutesticas na construccedilatildeo do saber ler escrever e usar a escrita como meio de comunicaccedilatildeo

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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

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nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

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bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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Material de apoio

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contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

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reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
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Rede Satildeo Paulo de

Cursos de Especializaccedilatildeo para o quadro do Magisteacuterio da SEESP

Ensino Fundamental II e Ensino Meacutedio

Satildeo Paulo

2011

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isciplina 02TEMAS

sumario

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Sumaacuterio1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos 1

12 Letramento e Praacuteticas Sociais 5

13 Letramento e ensino de LE 7

2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE 12

21 Discurso e interaccedilatildeo 13

22 Discurso liacutengua em uso 15

3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE 20

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas 21

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios 27

Bibliografia 40

Ficha da Disciplina 48

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A interaccedilatildeo entre os indiviacuteduos e o meio social eacute mediada pela linguagem considerando-se suas inuacutemeras formas e realizaccedilotildees Em dias atuais esta multiplicidade de linguagens pode ser percebida se atentarmos para as diversas maneiras de apresentaccedilatildeo do conteuacutedo e propagaccedilatildeo do saber

Os vaacuterios gecircneros discursivos apontam para novos caminhos que podem ser trilhados nas praacuteticas pedagoacutegicas a fim de aproximar o conteuacutedo a ser desenvolvido da bagagem cultural dos aprendizes Concordamos com Barcellos (2007) quando afirma que cabe a noacutes levar o aluno a ler nas entrelinhas a integrar o conteuacutedo e os fatos sociais a perceber num texto que as linguagens assumem funccedilotildees e a aproximar os conhecimentos sistematizados dos jaacute inter-nalizados pelos aprendizes Segundo Romanowski Martins e Junqueira (2004)

1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situaccedilotildees reais

experimentais profissionais ligadas aos seus estudos a aprendizagem seraacute mais significa-

tiva viva enriquecedora (ROMANOWSKI MARTINS JUNQUEIRA 2004 p 24)

Eacute possiacutevel que essas praacuteticas se pautem em atividades que sejam relevantes natildeo somente para a assimilaccedilatildeo dos conteuacutedos mas tambeacutem para o desenvolvimento de uma postura criacutetico-reflexiva que contribua para a formaccedilatildeo do aluno como um todo E isso pode ser promovido a partir da exploraccedilatildeo das muacuteltiplas linguagens

Leher et al (2004) reconhecem o descompasso nas relaccedilotildees entre os textos e as leituras segundo eles atreladas agrave decodificaccedilatildeo de um sentido singular supostamente uacutenico O estudo desenvolvido pelos autores discute as praacuteticas pedagoacutegicas como forma de mediaccedilatildeo das rela-ccedilotildees entre sujeitos e materiais de leitura

Para Barcellos (2007) a linguagem verbal foi a uacutenica modalidade explorada pela escola ao longo do tempo e a partir das tecnologias os aspectos natildeo-verbal e paraverbal devem compor um quadro mais abrangente do texto como ldquoelemento baacutesico com que devemos trabalhar no processo de construccedilatildeo do conhecimento ()rdquo (BARCELLOS 2007 p 2)

Ainda segundo a autora ldquo() eacute atraveacutes dele (do texto) que o usuaacuterio da liacutengua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamentoconhecimento e de transmitir ideacuteias informaccedilotildees e opiniotildees em situaccedilotildees comunicativasrdquo (BARCELLOS 2007 p 2) Ela aponta a compreen-satildeo superficial como um dos problemas da aacuterea da liacutengua portuguesa Todavia reconhecemos que isso tambeacutem ocorre em liacutengua estrangeira Pensamos que as muacuteltiplas linguagens soacute tecircm a contribuir com o processo de ensinoaprendizagem promovendo o desenvolvimento real de habilidades e competecircncias para ampliar as dimensotildees que envolvem o ler e o escrever e per-mitindo que nossos alunos vivenciem o letramento

A partir dos anos 50 estudos com foco nos usos e funccedilotildees da escrita na sociedade tecircm apon-tado que aleacutem das dimensotildees linguiacutesticas nas atividades em que se faz presente a modalidade escrita da liacutengua sobrepotildeem-se dimensotildees sociais culturais cognitivas poliacuteticas e ideoloacutegicas No acircmbito desses estudos o termo Letramento (traduccedilatildeo do inglecircs literacy) destaca-se como um denominador comum no intuito de abarcar essas dimensotildees e colocar em evidecircncia as re-laccedilotildees que elas tecem com as dimensotildees linguiacutesticas na construccedilatildeo do saber ler escrever e usar a escrita como meio de comunicaccedilatildeo

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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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Campinas Mercado de Letras 2001

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245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

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bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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Material de apoio

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tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

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list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

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poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

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Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                                                        2. Paacutegina 51
                                                        3. Paacutegina 52
                                                          1. Botatildeo 53
                                                            1. Paacutegina 50 Off
                                                            2. Paacutegina 51
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sumario

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Sumaacuterio1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos 1

12 Letramento e Praacuteticas Sociais 5

13 Letramento e ensino de LE 7

2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE 12

21 Discurso e interaccedilatildeo 13

22 Discurso liacutengua em uso 15

3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE 20

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas 21

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios 27

Bibliografia 40

Ficha da Disciplina 48

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A interaccedilatildeo entre os indiviacuteduos e o meio social eacute mediada pela linguagem considerando-se suas inuacutemeras formas e realizaccedilotildees Em dias atuais esta multiplicidade de linguagens pode ser percebida se atentarmos para as diversas maneiras de apresentaccedilatildeo do conteuacutedo e propagaccedilatildeo do saber

Os vaacuterios gecircneros discursivos apontam para novos caminhos que podem ser trilhados nas praacuteticas pedagoacutegicas a fim de aproximar o conteuacutedo a ser desenvolvido da bagagem cultural dos aprendizes Concordamos com Barcellos (2007) quando afirma que cabe a noacutes levar o aluno a ler nas entrelinhas a integrar o conteuacutedo e os fatos sociais a perceber num texto que as linguagens assumem funccedilotildees e a aproximar os conhecimentos sistematizados dos jaacute inter-nalizados pelos aprendizes Segundo Romanowski Martins e Junqueira (2004)

1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situaccedilotildees reais

experimentais profissionais ligadas aos seus estudos a aprendizagem seraacute mais significa-

tiva viva enriquecedora (ROMANOWSKI MARTINS JUNQUEIRA 2004 p 24)

Eacute possiacutevel que essas praacuteticas se pautem em atividades que sejam relevantes natildeo somente para a assimilaccedilatildeo dos conteuacutedos mas tambeacutem para o desenvolvimento de uma postura criacutetico-reflexiva que contribua para a formaccedilatildeo do aluno como um todo E isso pode ser promovido a partir da exploraccedilatildeo das muacuteltiplas linguagens

Leher et al (2004) reconhecem o descompasso nas relaccedilotildees entre os textos e as leituras segundo eles atreladas agrave decodificaccedilatildeo de um sentido singular supostamente uacutenico O estudo desenvolvido pelos autores discute as praacuteticas pedagoacutegicas como forma de mediaccedilatildeo das rela-ccedilotildees entre sujeitos e materiais de leitura

Para Barcellos (2007) a linguagem verbal foi a uacutenica modalidade explorada pela escola ao longo do tempo e a partir das tecnologias os aspectos natildeo-verbal e paraverbal devem compor um quadro mais abrangente do texto como ldquoelemento baacutesico com que devemos trabalhar no processo de construccedilatildeo do conhecimento ()rdquo (BARCELLOS 2007 p 2)

Ainda segundo a autora ldquo() eacute atraveacutes dele (do texto) que o usuaacuterio da liacutengua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamentoconhecimento e de transmitir ideacuteias informaccedilotildees e opiniotildees em situaccedilotildees comunicativasrdquo (BARCELLOS 2007 p 2) Ela aponta a compreen-satildeo superficial como um dos problemas da aacuterea da liacutengua portuguesa Todavia reconhecemos que isso tambeacutem ocorre em liacutengua estrangeira Pensamos que as muacuteltiplas linguagens soacute tecircm a contribuir com o processo de ensinoaprendizagem promovendo o desenvolvimento real de habilidades e competecircncias para ampliar as dimensotildees que envolvem o ler e o escrever e per-mitindo que nossos alunos vivenciem o letramento

A partir dos anos 50 estudos com foco nos usos e funccedilotildees da escrita na sociedade tecircm apon-tado que aleacutem das dimensotildees linguiacutesticas nas atividades em que se faz presente a modalidade escrita da liacutengua sobrepotildeem-se dimensotildees sociais culturais cognitivas poliacuteticas e ideoloacutegicas No acircmbito desses estudos o termo Letramento (traduccedilatildeo do inglecircs literacy) destaca-se como um denominador comum no intuito de abarcar essas dimensotildees e colocar em evidecircncia as re-laccedilotildees que elas tecem com as dimensotildees linguiacutesticas na construccedilatildeo do saber ler escrever e usar a escrita como meio de comunicaccedilatildeo

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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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Page 4: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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A interaccedilatildeo entre os indiviacuteduos e o meio social eacute mediada pela linguagem considerando-se suas inuacutemeras formas e realizaccedilotildees Em dias atuais esta multiplicidade de linguagens pode ser percebida se atentarmos para as diversas maneiras de apresentaccedilatildeo do conteuacutedo e propagaccedilatildeo do saber

Os vaacuterios gecircneros discursivos apontam para novos caminhos que podem ser trilhados nas praacuteticas pedagoacutegicas a fim de aproximar o conteuacutedo a ser desenvolvido da bagagem cultural dos aprendizes Concordamos com Barcellos (2007) quando afirma que cabe a noacutes levar o aluno a ler nas entrelinhas a integrar o conteuacutedo e os fatos sociais a perceber num texto que as linguagens assumem funccedilotildees e a aproximar os conhecimentos sistematizados dos jaacute inter-nalizados pelos aprendizes Segundo Romanowski Martins e Junqueira (2004)

1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situaccedilotildees reais

experimentais profissionais ligadas aos seus estudos a aprendizagem seraacute mais significa-

tiva viva enriquecedora (ROMANOWSKI MARTINS JUNQUEIRA 2004 p 24)

Eacute possiacutevel que essas praacuteticas se pautem em atividades que sejam relevantes natildeo somente para a assimilaccedilatildeo dos conteuacutedos mas tambeacutem para o desenvolvimento de uma postura criacutetico-reflexiva que contribua para a formaccedilatildeo do aluno como um todo E isso pode ser promovido a partir da exploraccedilatildeo das muacuteltiplas linguagens

Leher et al (2004) reconhecem o descompasso nas relaccedilotildees entre os textos e as leituras segundo eles atreladas agrave decodificaccedilatildeo de um sentido singular supostamente uacutenico O estudo desenvolvido pelos autores discute as praacuteticas pedagoacutegicas como forma de mediaccedilatildeo das rela-ccedilotildees entre sujeitos e materiais de leitura

Para Barcellos (2007) a linguagem verbal foi a uacutenica modalidade explorada pela escola ao longo do tempo e a partir das tecnologias os aspectos natildeo-verbal e paraverbal devem compor um quadro mais abrangente do texto como ldquoelemento baacutesico com que devemos trabalhar no processo de construccedilatildeo do conhecimento ()rdquo (BARCELLOS 2007 p 2)

Ainda segundo a autora ldquo() eacute atraveacutes dele (do texto) que o usuaacuterio da liacutengua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamentoconhecimento e de transmitir ideacuteias informaccedilotildees e opiniotildees em situaccedilotildees comunicativasrdquo (BARCELLOS 2007 p 2) Ela aponta a compreen-satildeo superficial como um dos problemas da aacuterea da liacutengua portuguesa Todavia reconhecemos que isso tambeacutem ocorre em liacutengua estrangeira Pensamos que as muacuteltiplas linguagens soacute tecircm a contribuir com o processo de ensinoaprendizagem promovendo o desenvolvimento real de habilidades e competecircncias para ampliar as dimensotildees que envolvem o ler e o escrever e per-mitindo que nossos alunos vivenciem o letramento

A partir dos anos 50 estudos com foco nos usos e funccedilotildees da escrita na sociedade tecircm apon-tado que aleacutem das dimensotildees linguiacutesticas nas atividades em que se faz presente a modalidade escrita da liacutengua sobrepotildeem-se dimensotildees sociais culturais cognitivas poliacuteticas e ideoloacutegicas No acircmbito desses estudos o termo Letramento (traduccedilatildeo do inglecircs literacy) destaca-se como um denominador comum no intuito de abarcar essas dimensotildees e colocar em evidecircncia as re-laccedilotildees que elas tecem com as dimensotildees linguiacutesticas na construccedilatildeo do saber ler escrever e usar a escrita como meio de comunicaccedilatildeo

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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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cado de letras 1995

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Tema 1 - Bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situaccedilotildees reais

experimentais profissionais ligadas aos seus estudos a aprendizagem seraacute mais significa-

tiva viva enriquecedora (ROMANOWSKI MARTINS JUNQUEIRA 2004 p 24)

Eacute possiacutevel que essas praacuteticas se pautem em atividades que sejam relevantes natildeo somente para a assimilaccedilatildeo dos conteuacutedos mas tambeacutem para o desenvolvimento de uma postura criacutetico-reflexiva que contribua para a formaccedilatildeo do aluno como um todo E isso pode ser promovido a partir da exploraccedilatildeo das muacuteltiplas linguagens

Leher et al (2004) reconhecem o descompasso nas relaccedilotildees entre os textos e as leituras segundo eles atreladas agrave decodificaccedilatildeo de um sentido singular supostamente uacutenico O estudo desenvolvido pelos autores discute as praacuteticas pedagoacutegicas como forma de mediaccedilatildeo das rela-ccedilotildees entre sujeitos e materiais de leitura

Para Barcellos (2007) a linguagem verbal foi a uacutenica modalidade explorada pela escola ao longo do tempo e a partir das tecnologias os aspectos natildeo-verbal e paraverbal devem compor um quadro mais abrangente do texto como ldquoelemento baacutesico com que devemos trabalhar no processo de construccedilatildeo do conhecimento ()rdquo (BARCELLOS 2007 p 2)

Ainda segundo a autora ldquo() eacute atraveacutes dele (do texto) que o usuaacuterio da liacutengua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamentoconhecimento e de transmitir ideacuteias informaccedilotildees e opiniotildees em situaccedilotildees comunicativasrdquo (BARCELLOS 2007 p 2) Ela aponta a compreen-satildeo superficial como um dos problemas da aacuterea da liacutengua portuguesa Todavia reconhecemos que isso tambeacutem ocorre em liacutengua estrangeira Pensamos que as muacuteltiplas linguagens soacute tecircm a contribuir com o processo de ensinoaprendizagem promovendo o desenvolvimento real de habilidades e competecircncias para ampliar as dimensotildees que envolvem o ler e o escrever e per-mitindo que nossos alunos vivenciem o letramento

A partir dos anos 50 estudos com foco nos usos e funccedilotildees da escrita na sociedade tecircm apon-tado que aleacutem das dimensotildees linguiacutesticas nas atividades em que se faz presente a modalidade escrita da liacutengua sobrepotildeem-se dimensotildees sociais culturais cognitivas poliacuteticas e ideoloacutegicas No acircmbito desses estudos o termo Letramento (traduccedilatildeo do inglecircs literacy) destaca-se como um denominador comum no intuito de abarcar essas dimensotildees e colocar em evidecircncia as re-laccedilotildees que elas tecem com as dimensotildees linguiacutesticas na construccedilatildeo do saber ler escrever e usar a escrita como meio de comunicaccedilatildeo

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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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Hoje portanto jaacute natildeo eacute possiacutevel discutir uma proposta pedagoacutegica para ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - sem levar em consideraccedilatildeo as questotildees levantadas a partir das per-spectivas fundamentadas na noccedilatildeo de Letramento

Propomos iniciarmos aqui uma breve exposiccedilatildeo visando e esclarecer os significados do termo Letramento veiculados nos trabalhos de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) Soares (2001 2002 2004) e Kern (2009) e assim construirmos uma explicitaccedilatildeo e um entendimento comum a respeito do que eacute letramento para delinearmos suas implicaccedilotildees em nossa concep-ccedilatildeo do que eacute aprender e ensinar liacutengua Assim buscamos compreender em que medida o conceito de letramento pode fundamentar e transformar nossa praacutetica pedagoacutegica em accedilotildees que respondam agraves necessidades de nossos alunos no que concerne aos usos de uma liacutengua estrangeira na sociedade contemporacircnea

Oralidade E Escrita

Um questionamento para reflexatildeo

Considerando o conceito de letramento em que situaccedilotildees da vida cotidiana o seu aluno envolve-se em atividades de leitura e escrita em liacutengua inglesa fora do ambiente de sala de aula

Natildeo eacute exagero ou despropoacutesito afirmar que uma definiccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas de leitura e escrita na sociedaderdquo estaacute presente nas obras de Kleiman (1995) Marcuschi (2001) e Soares (2002) Tampouco seria despropoacutesito afirmar que podemos encontrar uma definiccedilatildeo semelhante em diversas outras obras que tratam deste tema Se por um lado uma definiccedilatildeo assim tatildeo sucinta abrange uma multiplicidade de contextos e de questotildees tendo em vista a onipresenccedila da escrita na sociedade tecnoloacutegica e industrializada por outro lado conforme ressalta Marcuschi (2001 p 24) ldquoletramento parece ter hoje em dia tantas definiccedilotildees quantas satildeo as pessoas que tentam definir a expressatildeordquo

Soares (2002) reconhece que natildeo se trata de uma diversidade de conceitos mas de ecircnfases para caracterizar o fenocircmeno do letramento concluindo que letramento ldquoeacute fenocircmeno plural

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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

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WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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ficha sumaacuterio bibliografia

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245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

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-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

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tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Acesso em 15 de julho de 2010

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poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                                                    3. Paacutegina 47
                                                    4. Paacutegina 48
                                                    5. Paacutegina 49
                                                      1. Botatildeo 52
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                                                        2. Paacutegina 51
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                                                            1. Paacutegina 50 Off
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                                                              3. Botatildeo 4
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historicamente e contemporaneamenterdquo (SOARES 2002 p 156)

Apesar dessas possiacuteveis diversas definiccedilotildees Marcuschi (2001) aponta o reconhecimento de que aspectos poliacuteticos sociais e cognitivos aleacutem dos linguiacutesticos estatildeo envolvidos na discussatildeo sobre a definiccedilatildeo de letramento Frisa que

() hoje natildeo eacute mais possiacutevel investigar as questotildees relativas ao letramento isto eacute

as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade permanecendo apenas no aspecto

linguumliacutestico sem uma perspectiva criacutetica uma abordagem etnograficamente situada

e uma inserccedilatildeo cultural das questotildees nos domiacutenios discursivos Investigar o letra-

mento eacute observar praacuteticas linguumliacutesticas em que tanto a escrita como a fala satildeo centrais

para as atividades comunicativas em curso Friso que se trata de praacuteticas linguumliacutesticas

isto eacute natildeo ignoro que no caso do letramento a liacutengua estaacute envolvida de modo cru-

cial o que nos impede de ignoraacute-la embora natildeo faccedilamos dela (enquanto forma)

o foco central da abordagem pois nossa visatildeo volta-se para a liacutengua em uso (como

praacutetica atividade accedilatildeo) (MARCUSCHI 2001 p 25)

Tendo em vista as palavras de Marcuschi (2001) destacamos que investigar as praacuteticas da leitura e da escrita na sociedade envolve tambeacutem observar os usos e os lugares da fala - a liacutengua oral - no conjunto das atividades comunicativas em que a escrita e a leitura estatildeo presentes Letramento portanto diz respeito aos contextos socioculturais em que produzimos significa-dos na base da leitura e da escrita e que envolvem mais do que apenas o texto escrito diz respeito aos ldquousos da leitura e da escrita em contextos contiacutenuos reais etnograficamente de-senvolvidos e natildeo isoladosrdquo (MARCUSCHI 2001 p 37) Nessa perspectiva o oral e o escrito estatildeo portanto inseridos no letramento em relaccedilotildees muacuteltiplas e diversas e juntos constituem as praacuteticas linguiacutesticas nos contextos socioculturais em que se situam

Ponto para reflexatildeo

Tendo em vista o contexto sociocultural da sala de aula de liacutengua inglesa em que medida a oralidade e a escrita podem ser trabalhadas em conjunto

Algumas atividades satildeo sugeridas abaixo vocecirc acha possiacutevel colocaacute-las em praacutetica

Faccedila uma pesquisa em sala de aula para verificar as preferecircncias musicais

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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

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ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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Material de apoio

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contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

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reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

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bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

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PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

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ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
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de seus alunos Procure identificar em que medida essas preferecircncias envolvem o uso da liacutengua inglesa Peccedila para trazerem nomes e letras das canccedilotildees bio-grafia dos cantores e das bandas e produzir colaborativamente um painel na sala de aula

Faccedila uma pesquisa semelhante para verificar a cultura cinematograacutefica de seus alunos Peccedila que identifiquem nome dos filmes e personagens mais popu-lares e projete trechos desses filmes com cenas e diaacutelogos que os alunos possam apresentar na sala de aula

12 Letramento e Praacuteticas Sociais

Ponto para reflexatildeo

Segundo Soares (2001 p 20)

ldquo() soacute recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo

Eacute possiacutevel que as aulas de liacutengua inglesa sejam permeadas por dimen-sotildees aleacutem das linguiacutesticas

Recorrendo a Kleiman (1995) vejamos alguns outros aspectos relevantes para a explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento Para esta autora letramento deve ser considerado como ldquoconjunto de praacuteticas sociais cujos modos especiacuteficos de funcionamento tecircm implicaccedilotildees im-portantes para as formas pelas quais os sujeitos envolvidos nessas praacuteticas constroem relaccedilotildees de identidade e poderrdquo A autora esclarece que os estudos sobre letramento examinam ldquoas mudanccedilas poliacuteticas sociais econocircmicas e cognitivas relacionadas com o uso extensivo da es-crita nas sociedades tecnoloacutegicasrdquo e propotildee definir letramento como ldquoum conjunto de praacuteticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simboacutelico e enquanto tecnologia em contextos especiacuteficos para objetivos especiacuteficosrdquo e em sendo praacuteticas social e culturalmente determina-das ldquodependem de contextos e instituiccedilotildeesrdquo Ressalta que a investigaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

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reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

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list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

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poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

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bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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pressupotildee ldquograndes aacutereas de interface entre praacuteticas orais e praacuteticas letradasrdquo Ressalta igual-mente que ldquoo fenocircmeno do letramento extrapola o mundo da escritardquo entendido apenas como processo de aquisiccedilatildeo e uso de formas linguiacutesticas em um coacutedigo alfabeacutetico

Retomando as questotildees levantadas anteriormente acerca do contexto da sala de aula de liacuten-gua estrangeira destacamos nas palavras de Kleiman (1995 p 22) a importacircncia e relevacircncia que ela atribui agrave discussatildeo sobre as praacuteticas de letramento na escola com vistas a identificar o sucesso ou fracasso na ldquoconstruccedilatildeo de contextos facilitadores da transformaccedilatildeo dos alunos em sujeitos letradosrdquo

Em continuidade agrave nossa explicitaccedilatildeo do que entendemos por letramento vejamos o que nos diz Soares Apresentando letramento como um ldquonovo conceito receacutem-introduzido no campo da Educaccedilatildeo das Ciecircncias Sociais da Histoacuteria das Ciecircncias Linguumliacutesticasrdquo (SOARES 2001 p 10) Soares justifica o surgimento desse termo afirmando que ldquosoacute recentemente pas-samos a enfrentar esta nova realidade social em que natildeo basta apenas saber ler e escrever eacute preciso tambeacutem saber fazer uso do ler e do escrever saber responder agraves exigecircncias de leitura e escrita que a sociedade faz continuamenterdquo (SOARES 2001 p 20)

Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como ldquopraacuteticas sociais de leitura e escritardquo a autora esclarece que letramento diz respeito agraves ldquohabilidades de ler compreender e usar textos em prosa como editoriais reportagens poemas etc de usar informaccedilotildees extraiacutedas de mapas ta-belas quadros de horaacuterio etc ldquo (SOARES 2001 p 23) ou seja diz respeito ao ldquosaber fazer uso de diferentes tipos de material escrito compreendecirc-los interpretaacute-los e extrair deles infor-maccedilotildeesrdquo (SOARES 2001 p 23) conforme suas necessidades e interesses Por fim conforme Soares (2001) destacamos que o termos letramento tambeacutem diz respeito ldquoaos aspectos sociais psiacutequicos culturais poliacuteticos cognitivos linguumliacutesticos e ateacute mesmo econocircmicosrdquo (SOARES 2001 p 18) decorrentes da apropriaccedilatildeo das praacuteticas sociais de leitura e escrita por um grupo social ou um indiviacuteduo

A partir dessa exposiccedilatildeo fundamentada nos autores citados propomos uma siacutentese dos aspectos relevantes na explicitaccedilatildeo do termo letramento lembrando sempre de ter em per-spectiva nossa praacutetica como professores de liacutengua estrangeira e o contexto social cultural e institucional em que estaacute inserido o processo de ensino e aprendizagem de liacutenguas - materna e estrangeira

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

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tema1

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
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Page 10: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Assim letramento refere-se ao conjunto das praacuteticas sociais de leitura e escrita em con-textos especiacuteficos para fins especiacuteficos pressupotildee grandes aacutereas de interface entre liacutengua oral e liacutengua escrita abrange natildeo apenas aspectos linguiacutesticos e cognitivos mas tambeacutem sociais e culturais poliacuteticos ideoloacutegicos e econocircmicos envolve igualmente relaccedilotildees de identidade e poder Letramento nos remete agraves praacuteticas comunicativas autecircnticas e aos contextos de circu-laccedilatildeo dos gecircneros discursivos

Vamos refletir

Quais dimensotildees socioculturais poderiam estar presentes nas atividades didaacuteticopedagoacutegicas desenvolvidas na sala de aula de liacutengua inglesa

13 Letramento e ensino de LE

Vamos refletir

Considerando-se os aspectos sociais envolvidos no letramento quais ativi-dades de leitura e escrita vocecirc considera importantes para serem realizadas no ambiente de sala de aula de liacutengua inglesa Em que medida essas atividades podem estar relacionadas agrave praacutetica oral da liacutengua

Situando nossa discussatildeo no contexto de uma proposta pedagoacutegica para ensino de inglecircs - liacutengua estrangeira recorremos a Kern (2009) Vejamos o que ele nos informa a respeito do termo letramento em seu livro Literacy and Language Teaching

Literacy is the use of socially- historically- and culturally-situated practices of cre-

ating and interpreting meaning through texts It entails at least a tacit awareness

of the relationship between text conventions and their contexts of use and ideally

the ability to reflect critically on those relationships Because it is purpose-sensitive

literacy is dynamic - not static - and variable across and within discourse communi-

ties and cultures It draws on a wide range of cognitive abilities on knowledge of

written and spoken languageon knowledge of genres and on cultural knowledge

(KERN 2009 p 16)

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isciplina 02TEMAS

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

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Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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Page 11: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Reiterando a concepccedilatildeo de letramento como o conjunto de praacuteticas comunicativas inter-mediadas por textos Kern (2009) discorre sobre toacutepicos tais como colaboraccedilatildeo entre quem escreve e quem lecirc interpretaccedilotildees de mundos reais e imaginaacuterios convenccedilotildees culturais ati-tudes costumes e crenccedilas valores e ideais compartilhados soluccedilatildeo de problemas reflexatildeo e auto-reflexatildeo a liacutengua em contextos orais e escritos

Kern (2009) apresenta esses toacutepicos como princiacutepios que poderiam ser igualmente utiliza-dos em relaccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo humana em geral Colocando em foco os processos discursivos nos contextos de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira ressalta que uma proposta cur-ricular embasada na concepccedilatildeo de letramento que envolve esses princiacutepios prevecirc a participaccedilatildeo dos alunos em atividades que explorem aspectos sociais cognitivos e culturais presentes no discurso Em um curriacuteculo assim fundamentado o processo de ensino e aprendizagem envolve natildeo apenas a liacutengua mas tambeacutem e inclusive o discurso em todos os seus aspectos Nesse sentido conforme esclarece o autor aos recursos linguiacutesticos- sintaxe e vocabulaacuterio elementos de coesatildeo e coerecircncia - imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do discurso conjugam-se recursos de ldquoesquemas cognitivosrdquo que envolvem o conhecimento dos contextos culturais de circulaccedilatildeo do discurso o conhecimento de mundo das convenccedilotildees sociais de gecircneros discursivose dos modelos de apresentaccedilatildeo do texto

Letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do discurso - do saber usar os recursos linguiacutesticos - da escrita e da oralidade - para participar das praacuteticas sociais para ter acesso a informaccedilotildees e usaacute-las conforme a necessidade e o interesse para ampliar o repertoacuterio cultural e a visatildeo de mundo para a apreciaccedilatildeo esteacutetica para tornar-se consciente do papel e do lugar da linguagem na construccedilatildeo das relaccedilotildees sociais e na percepccedilatildeo de mundo

Frente ao desafio de avanccedilar para aleacutem dos recursos linguiacutesticos necessaacuterios para as praacuteticas discursivas e explorar os aspectos sociais culturais e cognitivos envolvidos nessas praacuteticas a noccedilatildeo de ldquogecircneros discursivosrdquo aponta para possiacuteveis cenaacuterios de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira em que as atividades na sala de aula contribuem para a aquisiccedilatildeo do discurso nessa liacutengua

Dos gecircneros discursivos portanto devemos tratar a seguir antes poreacutem apresentamos algumas consideraccedilotildees sobre o Discurso e suas implicaccedilotildees e contribuiccedilotildees no contexto do ensinoaprendizagem de liacutengua estrangeira

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
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Page 12: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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edefor bull Moacutedulo I bull D

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Pontos para reflexatildeo

O processo de ensinoaprendizagem de liacutenguas abrange uma multiplici-dade de linguagens Sob a noccedilatildeo de letramento e aquisiccedilatildeo de discurso em que situaccedilatildeo o trecho abaixo pode ser apropriado

ldquoThere was once a cat who fell in love with a young man and prayed to Venus to change her into a girl hoping to win his affectionsrdquo

Reflita sobre os conhecimentos que foram acionados para vocecirc chegar agrave sua resposta

Propomos a produccedilatildeo de um texto escrito que decirc continuidade ao trecho apresentado acima

Bibliografia

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bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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TEMASU

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tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 13: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

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bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

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contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

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list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

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Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

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poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

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tema1

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Acesso em 15 de julho de 2010

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poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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TEMASU

nespRedeforbullM

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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TEMASU

nespRedeforbullM

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tema3

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1

2

3

8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
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Page 14: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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isciplina 02TEMAS

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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cado de letras 1995

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bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
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                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
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                              1. Botatildeo 58
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                                4. Paacutegina 18
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                                6. Paacutegina 20
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                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
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                                      1. Botatildeo 60
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                                        2. Paacutegina 24
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                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
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                                        10. Paacutegina 32
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                                        15. Paacutegina 37
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                                        18. Paacutegina 40
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Page 15: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE

Conforme exposto letramento diz respeito agrave aquisiccedilatildeo do lsquodiscursorsquo Nesse sentido escla-recer o que entendemos por lsquodiscursorsquo eacute fundamental para colocar em accedilatildeo uma pedagogia que corresponda a uma concepccedilatildeo de ensino de liacutengua cujo foco seja o saber usar a liacutengua para participar de praacuteticas sociais em que a fala e a escrita se conjugam aos nossos conhecimentos de mundo e das convenccedilotildees sociais

Nesta breve exposiccedilatildeo a respeito do que entendemos por lsquodiscursorsquo vamos inicialmente buscar em Fairclough (1989) e em Gee (1989) uma perspectiva cujo foco centra-se na liacutengua como elemento constituinte dos processos de interaccedilatildeo social em que participamos como indiviacuteduos conforme papeacuteis sociais e padrotildees de comportamento reconhecidos Permeando a concepccedilatildeo de lsquodiscursorsquo explicitada por esses autores igualmente destaca-se a lsquoliacutengua como praacutetica socialrsquo Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem de liacutengua envolve os lugar-

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

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bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

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cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

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bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

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Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

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ficha sumaacuterio bibliografia

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subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 16: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema2

ficha sumaacuterio bibliografia

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es e as condiccedilotildees sociais em que essa liacutengua e esse processo estatildeo inseridos Aleacutem de abarcar os aspectos formais da liacutengua o ensino deve igualmente ter em vista as dimensotildees sociais que constituem parte integrante dos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Ampliando nossa explicitaccedilatildeo do termo lsquodiscursorsquo em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica recorremos a Cook (1989) que ao colocar em foco ldquoa liacutengua em usordquo destaca a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo como fundamental na concepccedilatildeo do que ele entende por lsquodiscursorsquo Ressaltando as limitaccedilotildees de uma concepccedilatildeo de ensino de liacuten-gua fundamentada nos aspectos formais da liacutengua e destacando os aspectos sociais e cognitivos associados ao uso da liacutengua Cook (1989) procura discutir como e porque palavras e frases adquirem significados conforme colocadas em uso em situaccedilotildees comunicativas tendo em vista nosso conhecimento de mundo e nosso conhecimento linguiacutestico

21 Discurso e interaccedilatildeo

ldquoStudies of discourse have roots in a range of theoretical traditions that investigate the rela-tions between language structure and agency The notion of lsquodiscoursersquo is the subject of heated debate It has become one of the key critical terms in the vocabulary of the humanities and the social sciences so it is not surprising that it is contentious Discourse encompasses the use of spoken written and signed language and multimodalmultimedia forms of communicationrdquo Leia mais

Vamos refletir

Considerando lsquodiscursorsquo como processo de interaccedilatildeo social intermediado pela liacutengua que aspectos desse processo podem abordados nas atividades de leitura em liacutengua inglesa

Conforme perspectivas da Anaacutelise do Discurso proposta pelo teoacuterico francecircs Michel Fou-cault Fairclough (1989) ressalta o caraacuteter de interdependecircncia entre a liacutengua e nossas praacuteticas sociais No segundo capiacutetulo de seu livro Language and Power natildeo por coincidecircncia intitu-lado Discourse as Social Practice e na seccedilatildeo tambeacutem com o mesmo tiacutetulo discorre sobre o que implica ver a liacutengua como uma forma de praacutetica social Para o autor a liacutengua eacute um fenocircmeno

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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Page 17: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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social e os fenocircmenos sociais satildeo constituiacutedos pela liacutengua entre a liacutengua e sociedade haacute uma relaccedilatildeo interna e dialeacutetica

Segundo Fairclough (1989) todas as vezes que usamos a liacutengua para falar ouvir ler ou es-crever nos colocamos como indiviacuteduos exercendo accedilotildees socialmente determinadas accedilotildees que tecircm efeitos sociais e que pressupotildeem a participaccedilatildeo de outros indiviacuteduos tambeacutem socialmente situados Igualmente todas as nossas accedilotildees sociais pressupotildeem o uso da liacutengua A liacutengua natildeo eacute simplesmente reflexo ou expressatildeo de nossas praacuteticas sociais eacute parte dessas praacuteticas uma vez que se realizam por meio da liacutengua

Fairclough (1989) usa o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social como um todo no qual o texto - a liacutengua falada ou escrita - constitui parte integrante desse processo Segundo o autor o discurso envolve condiccedilotildees sociais que abrangem trecircs niacuteveis de organizaccedilatildeo a situaccedilatildeo comunicativa em si as instituiccedilotildees sociais e a sociedade como um todo Essas condiccedilotildees se colocam presentes sempre que nos envolvemos nos processos de produccedilatildeo e interpretaccedilatildeo de textos Nesse sentido conforme ressalta sempre que usamos a liacutengua colo-camos em accedilatildeo nosso conhecimento linguiacutestico nossas representaccedilotildees do mundo natural e do mundo social nossos valores crenccedilas e perspectivas que estatildeo todos diretamente relacionados agravequelas condiccedilotildees mencionadas acima

Glee (1989) igualmente utiliza o termo discurso para referir-se aos processos de interaccedilatildeo social intermediados pelo uso da liacutengua em uma perspectiva que coloca em foco dimensotildees cognitivas sociais e linguiacutesticas que se conjugam na realizaccedilatildeo dessas praacuteticas sociais

Conforme o autor todas as vezes que usamos a liacutengua aleacutem de falar ou escrever conforme os padrotildees e as regras dessa liacutengua desempenhamosdesempenhamos um papel social e ao mesmo tempo expressamos valores crenccedilas e atitudes Assim o que eacute importante natildeo eacute so-mente a liacutengua e tampouco a gramaacutetica mas sim o fato de sabermos nos colocar e agir como indiviacuteduos em uma situaccedilatildeo social especiacutefica Glee (1989) considera o discurso como maneiras de estar no mundo formas de accedilatildeo que integram palavras accedilotildees valores crenccedilas atitudes identidade social e tambeacutem gestos olhares posiccedilotildees do corpo e vestuaacuterio

Nesta perspectiva discurso eacute visto como um lsquokit identidadersquo com instruccedilotildees de como agir falar e escrever de modo assumir e representar um papel socialmente reconhecido Nesse sen-

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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cado de letras 1995

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bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
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                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
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                              1. Botatildeo 58
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                                4. Paacutegina 18
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                                6. Paacutegina 20
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                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
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                                      1. Botatildeo 60
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                                        2. Paacutegina 24
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                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
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                                        10. Paacutegina 32
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                                        15. Paacutegina 37
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                                        18. Paacutegina 40
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Page 18: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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tido para todas e possiacuteveis maneiras de estar no mundo haacute um discurso correspondente real-izado conforme os papeacuteis sociais e os padrotildees linguiacutesticos apropriados Ser membro de uma classe socioeconocircmica um trabalhador de faacutebrica ou vendedor de loja meacutedico ou paciente no hospital professor ou aluno de literatura membro de um clube esportivo ou de uma gangue de rua convidado de uma festa ou jantar satildeo maneiras de estar no mundo satildeo situaccedilotildees sociais em que seus participantes satildeo identificados e reconhecidos pela maneira como usam a liacutengua e por diversos outros padrotildees de comportamento associados a este uso da liacutengua

Reiterando o que foi exposto todas as vezes que usamos a liacutengua somos participantes em uma praacutetica social em que compartilhamos um conjunto de atitudes e comportamentos com outros partiacutecipes nessa praacutetica e assim o fazemos por meio do discurso Lembrando que no contexto institucional da escola o ensino de liacutengua - materna ou estrangeira - na maioria das vezes significa apenas ensino dos aspectos formais da liacutengua quando na verdade o que deveria estar em foco natildeo eacute o ensino da liacutengua mas sim de maneiras de usar a liacutengua em nossas praacuteti-cas sociais e para que isso aconteccedila eacute necessaacuterio explorar aspectos sociais cognitivos culturais e ideoloacutegicos presentes no discurso

Ponto para reflexatildeo

Verifique as atividades de ldquolisten amp watchrdquo disponiacuteveis em Learn English Considerado o contexto institucional de sua escola vocecirc poderia desenvolver essas atividades com seus alunos

Sim Natildeo Justifique

Que adaptaccedilotildees seriam necessaacuterias

22 Discurso liacutengua em uso

Intercalando nosso texto com citaccedilotildees retiradas das obras de Cook (1989) McCarthy (1991) buscamos ampliar nossa explicitaccedilatildeo do termo discurso em busca de um entendimento comum que venha fundamentar nossa praacutetica pedagoacutegica

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 19: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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TEMASU

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tema2

ficha sumaacuterio bibliografia

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Vejamos inicialmente o que nos diz McCarthy

Discourse analysis is concerned with the study of the relationship between language

and the contexts in which it is used It grew out of work in different disciplines in

the 1960s and early 1970s including Linguistics Semiotics Psychology Anthro-

pology and Sociology Discourse analysis study language in use written texts of all

kinds and spoken data from conversation to highly institutionalised forms of talk

(McCARTHY 1991 p 5)

Tendo em vista as palavras desse autor podemos inferir que o termo lsquodiscursorsquo diz respeito agrave ldquoliacutengua em usordquo abrange aleacutem da liacutengua em seus aspectos formais do leacutexico e da gramaacutetica o contexto em que a liacutengua eacute usada Discurso diz respeito a todo o tipo de atividade humana em que a liacutengua - oral e escrita - se faz presente seu estudo portanto ultrapassa os limites da Linguiacutestica e pressupotildee perspectivas de outras disciplinas que venham ampliar nosso en-tendimento e concepccedilatildeo do que eacute liacutengua Nesse sentido podemos afirmar que ao buscar as relaccedilotildees entre a liacutengua e os contextos em que ela eacute usada deixamos de ver a liacutengua apenas um sistema de regras para a construccedilatildeo de frases corretas e passamos vecirc-laacute como componente de uma atividade humana e como tal pressupotildee uma interposiccedilatildeo de aspectos sociais culturais histoacutericos e psicoloacutegicos que compotildeem esses contextos

Colocar em foco o discurso - a liacutengua em uso - nos ambientes de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira implica na adoccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica que ofereccedila aos alunos situaccedilotildees em que possam fazer uso dos recursos linguiacutesticos na liacutengua-alvo de modo a atender seus interesses necessidades e curiosidades em situaccedilotildees comunicativas diversas e fazer uso da liacutengua implica em articular o conhecimento linguiacutestico com contextos socioculturais diversos em accedilotildees nos processos de interaccedilatildeo nos quais participamos

Vejamos nas palavras de Cook (1989) o que tem a nos dizer sobre o Discurso

Discourse Analysis examines how stretches of language considered in their full

textual social and psychological context become meaningful and unified for their

users It is a rapidly expanding field providing insights into the problems and pro-

cesses of language use and language learning and is therefore of great importance

to language teachers Traditionally language teaching has concentrated on pronun-

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema2

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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cado de letras 1995

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bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
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                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
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                              1. Botatildeo 58
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                                4. Paacutegina 18
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                                6. Paacutegina 20
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                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
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                                      1. Botatildeo 60
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                                        2. Paacutegina 24
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                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
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                                        10. Paacutegina 32
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                                        15. Paacutegina 37
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                                        18. Paacutegina 40
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Page 20: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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ciation grammar and vocabulary and while these remain the basis of foreign lan-

guage knowledge discourse analysis can draw attention to the skills needed to put this

knowledge into action and to achieve successful communication (COOK 1989 p 9)

Conforme esse autor discursorsquo tem em perspectiva ldquoa liacutengua em usordquo sequecircncias de palavras e frases que adquirem unidade e significado para seus usuaacuterios levando em consideraccedilatildeo as-pectos textuais sociais e psicoloacutegicos envolvidos nesse processo Segundo as palavras de Cook (1989) embora o ensino da pronuacutencia da gramaacutetica e do vocabulaacuterio ainda permaneccedila como fundamental no processo de ensino e aprendizagem de liacutengua estrangeira uma pedagogia fundamentada na noccedilatildeo de discurso chama nossa atenccedilatildeo para outros conhecimentos e ha-bilidades necessaacuterios para colocarmos em accedilatildeo o conhecimento linguiacutestico e fazer uso desses conhecimentos em situaccedilotildees comunicativas especiacuteficas

Fundamental na explicitaccedilatildeo do que envolve o lsquodiscursorsquo segundo Cook (1989) eacute a noccedilatildeo de ldquocoerecircnciardquo - the quality of being meaningful and unfied (COOK 1989 p 4) Nesse sentido ldquodiscursordquo pode ser considerado como qualquer manifestaccedilatildeo linguiacutestica agrave qual podemos atri-buir unidade e significaccedilatildeo desde um resmungo ou exclamaccedilatildeo ou uma breve troca de palavras ateacute um romance do porte de Guerra e Paz de Tolstoy ou um extenso processo judicial O que importa natildeo eacute que as palavras e frases estejam em conformidade com as regras da liacutengua o que importa eacute que essas palavras e frases sejam reconhecidas pelos usuaacuterios como um conjunto ldquocoerenterdquo como uma unidade agrave qual atribuiacutemos significaccedilatildeo - um conjunto de elementos linguiacutesticos atraveacutes do qual estabelecemos um processo de a comunicaccedilatildeo

Deste modo o fato de percebemos unidade e significaccedilatildeo em sequecircncias de palavras e frases condiccedilatildeo essencial para a comunicaccedilatildeo e para o aprendizado de liacutengua estrangeira natildeo eacute possiacutevel de ser explicado somente a partir de um enfoque linguiacutestico precisamos levar em conta a situaccedilatildeo comunicativa e as relaccedilotildees sociais e culturais entre as pessoas envolvidas nessa situaccedilatildeo Ao colocarmos em foco essas relaccedilotildees avanccedilamos para aleacutem das normas da liacutengua num sentido estrito e passamos a olhar para outros aspectos envolvidos quando usamos a liacuten-gua como meio de comunicaccedilatildeo a mente o corpo a sociedade o mundo fiacutesico ou seja tudo o que conhecemos a respeito do mundo e de noacutes mesmos como usuaacuterios da liacutengua

Conforme observa Cook (1989) embora o ldquodiscursordquo seja usualmente percebido como tal por grupos e natildeo por indiviacuteduos haacute sempre um componente de subjetividade quando atribuiacute-

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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Page 21: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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mos unidade e significaccedilatildeo agraves sequecircncias de palavras e frases - o que pode ser coerente para uma pessoa pode natildeo fazer sentido algum para quem natildeo compartilha os mesmos conheci-mentos de mundo ou o mesmo repertoacuterio cultural

O discurso - a liacutengua em uso - sempre reflete nosso conhecimento de mundo sempre re-flete nossa visatildeo de mundo sempre reflete a maneira como usamos a liacutengua para interpretar o mundo

Portanto podemos afirmar que quando usamos a liacutengua para nos comunicar quando par-ticipamos de uma praacutetica discursiva usamos mais que nosso conhecimento sobre o coacutedigo linguiacutestico - usamos todo nosso conhecimento de mundo Usamos o que sabemos ou supo-mos saber a respeito das pessoas que participam como parceiros na situaccedilatildeo comunicativa o que sabemos a respeito das regras e das convenccedilotildees de interaccedilatildeo social o que sabemos sobre o mundo fiacutesico ao nosso redor nosso comportamento e nossos haacutebitos Sabemos quais satildeo nossas motivaccedilotildees e interesses em participar em uma situaccedilatildeo de comunicaccedilatildeo e ainda que nem sempre de forma expliacutecita sabemos a respeito dos valores e crenccedilas compartilhados pela sociedade na qual nos situamos nesse processo de comunicaccedilatildeo

Ponto para reflexatildeo

Em que situaccedilotildees e lugares podemos usualmente encontrar as pa-lavras de expressotildees ldquoDANGERrdquo ldquoSLOWrdquo ldquoEXITrdquo ldquoKEEP LEFTrdquo ldquoKEEP OUTrdquo ldquoKEEP OFF THE GRASSrdquo ldquoLOOK LEFTrdquo ldquoLOOK RIGHTrdquo ldquoDRIVE THRUrdquo Que significados elas tecircm Que aspectos socioculturais estatildeo envolvidos na apreensatildeo desses significados

Amplie esta lista com outras palavras e expressotildees semelhantes

Eacute possiacutevel propor aos seus alunos a confecccedilatildeo de paineacuteis eou a redaccedilatildeo de textos a partir da observaccedilatildeo dos contextos de uso dessas palavras

Sugestatildeo de leitura ldquoText and Discourserdquo

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Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University 1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

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ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

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SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

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Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

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ficha sumaacuterio bibliografia

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subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 22: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema2

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Referecircncias

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bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

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Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                                                    3. Paacutegina 47
                                                    4. Paacutegina 48
                                                    5. Paacutegina 49
                                                      1. Botatildeo 52
                                                        1. Paacutegina 50 Off
                                                        2. Paacutegina 51
                                                        3. Paacutegina 52
                                                          1. Botatildeo 53
                                                            1. Paacutegina 50 Off
                                                            2. Paacutegina 51
                                                            3. Paacutegina 52
                                                              1. Botatildeo 7
                                                              2. Botatildeo 8
                                                              3. Botatildeo 4
Page 23: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE

Como jaacute vimos na disciplina sobre metodologia eacute importante que o professor tenha clareza dos pressupostos teoacutericos que sustentam sua praacutetica pedagoacutegica A busca pela compreensatildeo das accedilotildees empreendidas em sala de aula mobiliza o processo reflexivo docente No tocante agraves teorias que tecircm ancorado o ensino de Liacutenguas nos assentamos na encontramos a na visatildeo so-ciointeracional da linguagem e da aprendizagem nesse sentido no caso da liacutengua estrangeira os Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCN (BRASIL 1998) ressaltam que

O enfoque sociointeracional da linguagem indica que ao se engajarem no discurso

as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu ou quem se dirigiu a elas na con-

struccedilatildeo do significado Eacute determinante nesse processo o posicionamento das pes-

soas na instituiccedilatildeo na cultura e na histoacuteria Para que essa natureza sociointeracio-

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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de Janeiro Lucerna 2005

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

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Tema 1 - Bibliografia

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bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
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Page 24: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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nal seja possiacutevel o aprendiz utiliza conhecimentos sistecircmicos de mundo e sobre a

organizaccedilatildeo textual aleacutem de ter de aprender como usaacute-los na construccedilatildeo social do

significado via Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p 15)

Diante do exposto a ideia de que nos comunicamos por textos e como pessoas situadas em contextos sociais e culturais definidos selecionamos para nos comunicar textos adequados agravequilo que desejamos expressar a nossos interlocutores da mesma forma social e cultural-mente situados Sendo assim faz-se relevante a ideia de que nos comunicamos por meio de gecircneros textuais A seguir traccedilaremos um esboccedilo da concepccedilatildeo de gecircneros textuais e de sua relevacircncia para o ensino de LE Como forma de auxiliar na compreensatildeo de caminhos para a implementaccedilatildeo de uma praacutetica pedagoacutegica atrelada agrave concepccedilatildeo de linguagem como forma de interaccedilatildeo bem como da valorizaccedilatildeo dos textos produzidos em contextos soacutecio histoacuterico e culturalmente situados exporemos algumas definiccedilotildees acerca de transposiccedilatildeo didaacutetica e sua potencialidade para o planejamento e aplicaccedilatildeo de praacuteticas de ensino de liacutengua a partir da concepccedilatildeo de gecircneros textuais

Ainda no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios mo-mentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais complexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discur-siva imediata vinculadas agrave comunicaccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado Dessa forma ainda nesse tema discorreremos brevemente acerca da consideraccedilatildeo bakhtiniana de gecircneros primaacuterios e secundaacuterios

Tal preocupaccedilatildeo encontra-se atrelada agrave importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas dis-cursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

Refletindo sobre o tema Observe o texto abaixo e responda aos questionamentos

A) Onde este texto pode ser encontrado

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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
                                        14. Paacutegina 36
                                        15. Paacutegina 37
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B) Como esse texto eacute chamado

C) Vocecirc acha que esse texto eacute de faacutecil compreensatildeo Por quecirc

D) Como vocecirc adquiriu os conhecimentos que lhe possibilitaram responder agraves questotildees A e B

Patildeo de queijo de liquidificador

Ingredientes

3 xiacutecaras (chaacute) de polvilho doce

100g de queijo ralado

3 ovos

12 xiacutecara (chaacute) de oacuteleo

1 xiacutecara (chaacute) de leite

1 colher (chaacute) de fermento em poacute

sal a gosto

Modo de preparo

Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com oacuteleo

Eacute soacute assar

Um dos fatores que nos impulsionam a pensar na concepccedilatildeo de gecircneros discursivos como elemento orientador para a seleccedilatildeo e trabalho com textos eacute a afirmaccedilatildeo dos PCN para o ensino de LE momento em que o referencial afirma

A aprendizagem de uma liacutengua estrangeira deve garantir ao aluno seu engaja-

mento discursivo ou seja a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso

Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagoacutegicas centra-

das na constituiccedilatildeo do aluno como ser discursivo ou seja sua construccedilatildeo como su-

jeito do discurso via Liacutengua Estrangeira Essa construccedilatildeo passa pelo envolvimento

do aluno com os processos sociais de criar significados por intermeacutedio da utilizaccedilatildeo

de uma Liacutengua Estrangeira (BRASIL 1998 p19)

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Fundamental 1998

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fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
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Page 26: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Tal afirmaccedilatildeo logo na abertura desse documento oficial daacute o tom de toda a sua constituiccedilatildeo ou seja o discurso de um ensino que privilegie as praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem tanto na fala quanto na escrita tambeacutem de uma perspectiva histoacuterica e cultural Esta eacute sem duacutevida uma visatildeo ampla da praacutetica de ensinar inglecircs Assim tendo em vista tal magnitude os PCN carregam em seu bojo um conjunto de questotildees teoacutericas que ao professor resta captar transformar e a partir da compreensatildeo alcanccedilada construir seus planos de ensino

Eacute com esse discurso que os PCN satildeo apresentados e embora muitos professores natildeo perce-bam esta transposiccedilatildeo eacute complexa e requer um exerciacutecio de reflexatildeo constante que vai aleacutem da simples leitura Antes entretanto de ponderar acerca do movimento existente entre a teoria e a praacutetica pedagoacutegica pensamos ser ideal discorrer sobre alguns pontos teoacutericos que perpassam a noccedilatildeo de gecircnero discursivo

Vale ressaltar que por sua amplitude o conceito de gecircnero eacute utilizado por diversas aacutereas de investigaccedilatildeo o que o torna multidisciplinar No Brasil os vieses de estudo dos gecircneros assumi-ram caminhos diversos Poreacutem no espaccedilo desta disciplina destacaremos apenas dois O pri-meiro deles diz respeito a ldquouma linha bakhtiniana alimentada pela perspectiva de orientaccedilatildeo vigotskiniana soacutecio-construtivista da Escola de Genebra que eacute representada por Schneuwly Dolz e pelo interacionismo soacutecio-discursivo de Bronckartrdquo (MARCUSCHI 2001 p 5) Essa orientaccedilatildeo de estudos tem como foco o ensino de liacutengua materna tanto de gecircneros escritos quanto falados

O segundo vieacutes nos estudos de gecircnero eacute representado por uma perspectiva soacutecio-cognitiva e interativa da qual fazem parte por exemplo os estudos de Ingedore Vilaccedila Koch e do proacuteprio Marcuschi Os dois vieses tecircm interesse no ensino Poreacutem o segundo estaacute mais voltado para os aspectos da estrutura formal do texto tanto que este uacuteltimo autor faz a distinccedilatildeo entre gecircne-ros e tipos textuais esmiuccedilando as estruturas linguiacutesticas do texto Nesse sentido distancia-se de Bakhtin que utiliza em vaacuterios momentos de sua obra a expressatildeo tipos de enunciados para referir-se a gecircnero

Assim como eacute de costume e natildeo vemos como fazer diferente iniciamos esta discussatildeo pelas exposiccedilotildees bakhtinianas

Todos os diversos campos da atividade humana estatildeo ligados ao uso da lingua-

gem Compreende-se perfeitamente que o caraacuteter e as formas desse uso sejam tatildeo

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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
                                        14. Paacutegina 36
                                        15. Paacutegina 37
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multiformes quanto os campos da atividade humana o que eacute claro natildeo contradiz

a unidade nacional de uma liacutengua O emprego da liacutengua efetua-se em forma de

enunciados (orais ou escritos) concretos e uacutenicos proferidos pelos integrantes desse

ou daquele campo da atividade humana Esses enunciados refletem as condiccedilotildees

especiacuteficas e as finalidades de cada referido campo natildeo soacute por seu conteuacutedo (temaacuteti-

co) e pelo estilo de linguagem ou seja pela seleccedilatildeo de recursos lexicais fraseoloacutegi-

cos e gramaticais da liacutengua mas acima de tudo por sua construccedilatildeo composicional

(BAKHTIN 2004 p 261)

Ao fazer tal colocaccedilatildeo mesmo que natildeo tenha sido sua intenccedilatildeo inicial Bakhtin provo-ca transformaccedilotildees na visatildeo que se tem da liacutengua e consequentemente de seu ensino Desta forma os rumos das propostas para o ensino de liacutengua na escola natildeo foram os mesmos apoacutes a descoberta e propagaccedilatildeo de suas ideias O fato de estabelecer as bases de constituiccedilatildeo dos gecircneros ndash conteuacutedo temaacutetico estilo de linguagem e construccedilatildeo composicional ndash abre uma nova perspectiva para se pensar a constituiccedilatildeo dos textos

Inevitavelmente o contexto de produccedilatildeo e a instacircncia discursiva de onde proveacutem o texto satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo dos elementos acima referidos No contexto de suas colo-caccedilotildees as produccedilotildees linguiacutesticas satildeo vistas entatildeo na sua totalidade quem falaescreve estaacute inserido em um contexto que engloba a situaccedilatildeo social e histoacuterica dos falantesescreventes Desta forma natildeo haacute como ignorar o lugar social de quem falaescreve o lugar social de quem lecircouve pois esses fatos influenciaratildeo na constituiccedilatildeo formal do texto

Logo o conteuacutedo temaacutetico esfera de sentido a qual pertence um determinado gecircnero es-taraacute sempre relacionado agrave praacutetica social de utilizaccedilatildeo da linguagem de que eacute constituinte As praacuteticas sociais de utilizaccedilatildeo da linguagem por sua vez satildeo diretamente determinadas pela instacircncia discursiva de que satildeo oriundas Grosso modo na comunicaccedilatildeo verbal de um hospital como exemplo podemos pensar na circulaccedilatildeo de receitas meacutedicas prontuaacuterios de pacientes cadastro de pacientes consultas etc Estes gecircneros possuem entatildeo seu conteuacutedo temaacutetico orientado por situaccedilotildees que envolvem pacientes meacutedicos medicamentos doenccedilas etc O seu estilo por sua vez variaraacute de acordo com as escolhas gramaticais de quem fala escreve e a situ-accedilatildeo de produccedilatildeo Jaacute a construccedilatildeo composicional diz respeito ao formato agrave fisionomia do texto que faz com que o gecircnero seja reconhecido Por exemplo uma receita meacutedica traraacute sempre o nome dos remeacutedios a serem tomados a dosagem e a duraccedilatildeo do tratamento medicamentoso

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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

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Tema 1 - Bibliografia

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bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
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                          1. Botatildeo 57
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                                    2. Paacutegina 16
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Marcuschi reforccedila a ideia de que os gecircneros textuais ldquosatildeo fenocircmenos histoacutericos profunda-mente vinculados agrave vida cultural e socialrdquo (MARCUSCHI 2005 p19) Nesse sentido o autor ressalta a dinamicidade plasticidade e maleabilidade dos gecircneros textuais que podem mudar seus contornos de acordo com as necessidades sociais de cada momento soacutecio-histoacuterico da vida humana E nos chama a atenccedilatildeo tambeacutem para o fato de que os novos gecircneros ldquonatildeo satildeo inovaccedilotildees absolutas quais criaccedilotildees ab ovo sem uma ancoragem em outros gecircneros jaacute exis-tentesrdquo (MARCUSCHI 2005 p 20) Nesta direccedilatildeo compara gecircneros como o telefonema e a conversa face a face sendo a primeira um desdobramento da segunda poreacutem cada uma com suas especificidades Assim tambeacutem o e-mail pode ser considerado uma versatildeo moderna das cartas bilhetes etc

Outro fator relevante a ser considerado nos estudos de Marcuschi eacute o fato de os gecircneros textuais poderem mesclar-se entre si A isso ele chama hibridizaccedilatildeo fato que ocorre quando um gecircnero assume a funccedilatildeo de outro O exemplo escolhido pelo autor eacute o poema ldquoE agora Joseacuterdquo de Carlos Drummond de Andrade que eacute utilizado como fonte inspiradora para a cria-ccedilatildeo de um artigo de opiniatildeo por Josias de Souza (1999)

ldquo-Satildeo Paulo- Calma Joseacute A festa comeccedilou a luz natildeo acendeu a noite natildeo

esquentou o Malan natildeo amoleceu mas se voltar a pergunta e agora Joseacute Diga

ora Drummond agora camdessus Continua sem mulher continua sem discurso

continua sem carinho ainda natildeo pode beber ainda natildeo pode fumar cuspir ai-

nda natildeo pode a noite ainda eacute fria o dia ainda natildeo veio o riso ainda natildeo veio

natildeo veio ainda a utopia o Malan tem miopia mas nem tudo acabou nem tudo

fugiu nem tudo mofou Se voltar a pergunta E agora Joseacute Diga ora Drum-

mond Agora FMI Se vocecirc gritasse Se vocecirc gemesse Se vocecirc dormisseSe vocecirc

cansasse Se vocecirc morresse O Malan nada faria mas jaacute haacute quem faccedila Ainda soacute

no escuro qual bicho-do-mato ainda sem teogonia ainda sem parede nua para se

encostar ainda sem cavalo preto Que fuja a galope Vocecirc ainda marcha Joseacute Se

voltar a pergunta Joseacute para onde Diga ora Drummond por que tanta duacutevida

Elementar elementar sigo para washington e por favor poeta Natildeo me chame de

Joseacute Me chame Josephrdquo

Neste caso temos o formato poema com a funccedilatildeo de artigo de opiniatildeo Isso de acordo com Marcuschi ldquonatildeo deve trazer dificuldade interpretativa jaacute que o predomiacutenio da funccedilatildeo supera a

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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

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Tema 1 - Bibliografia

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cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

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bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

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Campinas Mercado de Letras 2001

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

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bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

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tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

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bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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                                                              1. Botatildeo 7
                                                              2. Botatildeo 8
                                                              3. Botatildeo 4
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forma na determinaccedilatildeo do gecircnero o que evidencia a plasticidade e a dinamicidade dos gecircne-rosrdquo (MARCUSCHI 2005 p 31)

Os tipos textuais satildeo para Marcuschi

constructos teoacutericos definidos por propriedades linguiacutesticas intriacutensecas constituem

sequecircncias linguiacutesticas ou sequecircncias de enunciados no interior dos gecircneros e natildeo satildeo

textos empiacutericos sua nomeaccedilatildeo abrange um conjunto limitado de categorias teoacutericas

determinadas por aspectos lexicais sintaacuteticos relaccedilotildees loacutegicas tempo verbal designa-

ccedilotildees teoacutericas dos tipos narraccedilatildeo argumentaccedilatildeo descriccedilatildeo injunccedilatildeo (MARCUSCHI

2005 p 23)

A apreciaccedilatildeo desse conceito revela que em um gecircnero textual tal como uma carta pessoal podemos encontrar uma variedade de sequecircncias tipoloacutegicas (narrativa injuntiva expositiva etc)

Ao considerar na constituiccedilatildeo dos textos as ideias expostas cai por terra pelo menos no acircmbito dos estudos discursivos a visatildeo estrutural da liacutengua como um sistema de signos uti-lizados na comunicaccedilatildeo de um emissor e um receptor A este respeito Bakhtin salienta que

O estudo da natureza dos enunciados e dos gecircneros discursivos eacute segundo nos pa-

rece de importacircncia fundamental para superar as concepccedilotildees simplificadas da vida

do discurso do chamado ldquofluxo discursivordquo da comunicaccedilatildeo etc daquelas concep-

ccedilotildees que ainda dominam a nossa linguiacutestica (BAKHTIN 2004 p 269)

A liacutengua para Bakhtin eacute viva e portanto deve ser vista atraveacutes do enunciado Sendo assim

os enunciados e os seus tipos isto eacute os gecircneros discursivos satildeo correias de trans-

missatildeo entre a histoacuteria da sociedade e a histoacuteria da linguagem Nenhum fenocircmeno

novo (foneacutetico leacutexico gramatical) pode integrar o sistema da liacutengua sem ter percor-

rido um complexo e longo caminho de experimentaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de gecircneros e

estilos (idem p 268)

A observaccedilatildeo do ensino de Liacutengua estrangeira a partir da consideraccedilatildeo de gecircneros discur-sivos abre um horizonte para a utilizaccedilatildeo da liacutengua viva na sala de aula Abre possibilidades de compreensatildeo dos meandros sociais e culturais que envolvem a seleccedilatildeo das formas linguiacutesticas que compotildeem os textos falados e escritos Olhar para a liacutengua do outro de maneira mais pro-funda traz para a sala de aula a necessidade de refletir acerca da proacutepria liacutengua

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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ficha sumaacuterio bibliografia

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
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                                    4. Paacutegina 18
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                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
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                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
                                        14. Paacutegina 36
                                        15. Paacutegina 37
                                        16. Paacutegina 38
                                        17. Paacutegina 39
                                        18. Paacutegina 40
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                                        20. Paacutegina 42
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                                          1. Botatildeo 61
                                            1. Paacutegina 23 Off
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                                            7. Paacutegina 29
                                            8. Paacutegina 30
                                            9. Paacutegina 31
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                                            11. Paacutegina 33
                                            12. Paacutegina 34
                                            13. Paacutegina 35
                                            14. Paacutegina 36
                                            15. Paacutegina 37
                                            16. Paacutegina 38
                                            17. Paacutegina 39
                                            18. Paacutegina 40
                                            19. Paacutegina 41
                                            20. Paacutegina 42
                                            21. Paacutegina 43
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                                                4. Paacutegina 48
                                                5. Paacutegina 49
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                                                    4. Paacutegina 48
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                                                      1. Botatildeo 52
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                                                        2. Paacutegina 51
                                                        3. Paacutegina 52
                                                          1. Botatildeo 53
                                                            1. Paacutegina 50 Off
                                                            2. Paacutegina 51
                                                            3. Paacutegina 52
                                                              1. Botatildeo 7
                                                              2. Botatildeo 8
                                                              3. Botatildeo 4
Page 30: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode encontrar mais informaccedilotildees sobre esse assunto em vaacuterios estudos abaixo sugerimos alguns que podem aleacutem da bibliografia uti-lizada na elaboraccedilatildeo desse texto auxiliaacute-lo no aprofundamento de seus conhecimentos e desenvolvimento de sua pesquisa

Gecircneros (digitais) em foco

Anaacutelise do livro a liacutengua de eulaacutelia

Veiacuteculo de comunicaccedilatildeo e gecircnero textual noccedilotildees conflitantes

Gecircnero entrevista

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

CONVITE Agrave REFLEXAtildeO

() Aquela seca medonha fez tudo se atrapalharNatildeo nasceu capim no campo para o gado sustentarO sertatildeo esturricou fez os accedilude secarMorreu minha Vaca Estrela jaacute acabou meu Boi FubaacutePerdi tudo quanto tinha nunca mais pude aboiar () Patativa do Assareacute (LP ldquoA terra eacute Natura)

O TEXTO AO LADO PODE SER CONSIDERADO COMO PERTEN-CENTE A UMA FORMA MAIS COMPLEXA DA LINGUAGEM POR QUEcirc

O homem se comunica por meio de textos (linguiacutesticos ou natildeo) no tocante agrave comunicaccedilatildeo que envolve a liacutengua como jaacute dissemos em vaacuterios momentos anteriores os textos possuem caracteriacutesticas que os tornam mais ou menos elaborados linguisticamente e discursivamente Existem situaccedilotildees da vida cotidiana que natildeo demandam a utilizaccedilatildeo de linguagem mais com-plexa satildeo gecircneros que se formam na comunicaccedilatildeo discursiva imediata vinculadas agrave comuni-

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

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bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

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Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

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Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

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gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

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de Letras 2000

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_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

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Tema 1 - Bibliografia

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SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

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formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

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6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
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Page 31: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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caccedilatildeo oral mais cotidiana Por outro lado as comunicaccedilotildees discursivas ocorridas em contextos de um conviacutevio social mais complexo e relativamente mais desenvolvido e organizado satildeo consideradas pertencentes aos gecircneros secundaacuterios

Ressaltamos que conforme observamos no continuum (ver anexo 1) de gecircneros orais e es-critos expostos por Marcuschi (2005) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da oralidade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas mo-dalidades Logo eacute importante ter em mente que o que define um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita e sim na sua complexidade discursiva

Dessa forma nesse espaccedilo discorreremos um pouco mais detidamente acerca dessa pecu-liaridade do conceito de gecircneros discursivos Tal fato deve-se a importacircncia que a consideraccedilatildeo das esferas discursivas possui para a seleccedilatildeo e compreensatildeo da estrutura dos gecircneros textuais com os quais noacutes professores de liacutenguas escolhemos para trabalhar com nossos alunos

Em suma nos comunicamos por meio de gecircneros e satildeo eles guiados pelas necessidades comunicativas dos falantes que influenciam nas transformaccedilotildees do sistema linguiacutestico O autor instaura tambeacutem a noccedilatildeo de gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios Estes seriam as formas mais complexas de comunicaccedilatildeo enquanto que aqueles seriam formas mais simplificadas de comunicaccedilatildeo estando mais ligadas agraves produccedilotildees orais cotidianas Assim Bakhtin reforccedila a ideia de natildeo se minimizar a

extrema heterogeneidade dos gecircneros discursivos () a diferenccedila entre os textos per-

tencentes ao gecircnero primaacuterio e ao secundaacuterio natildeo eacute apenas funcional Os gecircneros

discursivos secundaacuterios (complexos ndash romances dramas pesquisas cientiacuteficas de toda

espeacutecie os grandes gecircneros publicitaacuterios etc) surgem nas condiccedilotildees de um conviacutevio

cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predomi-

nantemente o escrito) ndash artiacutestico cientiacutefico sociopoliacutetico etc No processo de sua for-

maccedilatildeo eles incorporam e reelaboram diversos gecircneros primaacuterios (simples) que se for-

maram nas condiccedilotildees da comunicaccedilatildeo discursiva imediata (BAKHTIN 2004 p 263)

Por este prisma os gecircneros primaacuterios incorporados pelos gecircneros secundaacuterios ldquoperdem o viacutenculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheiosrdquo (BAKHTIN 2004

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 32: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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p 263) Os gecircneros primaacuterios satildeo aqueles com os quais nos defrontamos a partir do momen-to que nos inserimos em processos de comunicaccedilatildeo verbal como a famiacutelia e a comunidade da qual somos parte Sendo assim os gecircneros secundaacuterios estatildeo completamente vinculados agrave linguagem escrita que nos seraacute apresentada oficialmente na escola Portanto os gecircneros secundaacuterios satildeo formulados a partir dos primaacuterios que fazem parte da vida de qualquer indi-viacuteduo independente de seu niacutevel de letramento definido por Molica como um conceito que

transcende o conhecimento da escrita para fora do acircmbito da escola na medida em

que nas sociedades complexas a escrita integra todos os momentos de nosso cotidi-

ano Sob tal perspectiva compreende-se que a escrita tem muacuteltiplas funccedilotildees desde

as mais rotineiras ateacute as que permitem acesso agraves esferas de poder Assim o letra-

mento tem que ser entendido como praacuteticas sociais em que se constroem identidade

e poder extrapolando-se os limites da escrita (MOLICA 2007 p 16)

Na mesma direccedilatildeo Soares (2001) exemplifica como reflexo desta mudanccedila de postura di-ante da questatildeo letramento alfabetizaccedilatildeo a alteraccedilatildeo que o censo adotou para verificar o nuacutemero de analfabetos e alfabetizados no Brasil Antigamente era considerado analfabeto o indiviacuteduo incapaz de escrever o proacuteprio nome ao passo que nas uacuteltimas deacutecadas o que define a condiccedilatildeo do entrevistado eacute a pergunta ldquosabe ler e escrever um bilhete simplesrdquo Para ela a mudanccedila reside no fato de se passar da ldquoverificaccedilatildeo de apenas codificar o proacuteprio nomerdquo para a ldquoverificaccedilatildeo da capacidade de utilizar a leitura e a escrita para uma praacutetica socialrdquo

No espaccedilo desse curso especificamente interessa-nos a relaccedilatildeo entre letramento e orali-dade Recorro entatildeo a Marcuschi (2001 p 25) que faz o contraponto letramento x oralidade tratando esta uacuteltima como ldquopraacutetica social para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gecircneros textuais fundados na realidade sonorardquo Fala e escrita seriam entatildeo formas de produccedilatildeo textual discursivas para fins comunicativos a primeira situando-se no plano da oralidade e a outra no plano dos letramentos

Por conseguinte a adoccedilatildeo do posicionamento de que lidamos com ldquopraacuteticasrdquo de letramen-tos e oralidade remete segundo ele agrave ideia de que ldquoas liacutenguas se fundam nos usos e natildeo o con-traacuteriordquo (MARCUSCHI 2001 p 16) Esta afirmaccedilatildeo inaugura o conceito de que natildeo devemos considerar apenas como letramento a escrita aprendida na escola Pelo contraacuterio mesmo um indiviacuteduo ldquoanalfabetordquo para participar da vida em sociedade tem necessidade de algum tipo

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

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Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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de Janeiro Lucerna 2005

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

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Tema 1 - Bibliografia

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bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
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Page 33: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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de letramento que pode ser representado por praacuteticas tais como conseguir contar dinheiro ateacute pegar um ocircnibus com o itineraacuterio correto

Ainda com relaccedilatildeo agrave fala e a escrita o autor assinala que o fato de a escrita ser a representa-ccedilatildeo formal de um tipo de letramento fez com que esta se tornasse indispensaacutevel no dia-a-dia adquirindo um ldquostatus mais altordquo Aleacutem disso segundo ele do ponto de vista mais central da realidade humana o homem pode ser definido como um ser que fala e natildeo como um ser que escreve Todavia isso natildeo torna a fala superior agrave escrita e tampouco ratifica a convicccedilatildeo de que a fala seja primaacuteria

Assim sendo a escrita e a oralidade constituem praacuteticas e usos da liacutengua que por sua vez possuem caracteriacutesticas proacuteprias Poreacutem estas caracteriacutesticas natildeo as tornam dicotocircmicas pois

ambas permitem a construccedilatildeo de textos coesos e coerentes ambas permitem a elab-

oraccedilatildeo de raciociacutenios abstratos e exposiccedilotildees formais e informais variaccedilotildees estiliacutesti-

cas sociais dialetais e assim por diante (MARCUSCHI 2001 p 17)

Outra maneira de encarar a questatildeo da relaccedilatildeo entre fala e escrita apontada por Marcuschi como sendo mais facilmente aplicaacutevel no ensino eacute a perspectiva variacionista pois ldquotrata o papel da escrita e da fala sob o ponto de vista dos processos educacionais e faz propostas es-peciacuteficas a respeito do tratamento da relaccedilatildeo padratildeo e natildeo padratildeo linguiacutestico nos contextos de ensino formalrdquo (MARCUSCHI 2001 p31)

Esta eacute uma variante da visatildeo dicotocircmica mas com grande sensibilidade para os conheci-mentos trazidos pelos alunos que enfrentam o ensino formal Neste paradigma haacute uma forte preocupaccedilatildeo com regularidades e variaccedilotildees Aleacutem disso natildeo se distingue fala e escrita e sim se observam as variedades linguiacutesticas distintas Acrescenta-se o fato de que todas as variedades submetem-se a algum tipo de norma ldquoMas como nem todas as normas podem ser padratildeo uma ou outra delas seraacute tida como norma padratildeordquo (idem 31)

Todavia eacute evidente que a fala possui caracteriacutesticas proacuteprias tal como a circunstacircncia de ser relativamente natildeo-planejaacutevel de antematildeo pois ao contraacuterio do que acontece no texto escrito o oral apresenta-se em se fazendo Neste sentido Vilela e Koch (2001) chamam atenccedilatildeo para o fato de que o texto falado apresenta uma sintaxe caracteriacutestica contudo a sintaxe geral da liacutengua serve-lhe de pano de fundo Aleacutem disso a escrita pode ser considerada como resultado

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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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TEMASU

nespRedeforbullM

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tema3

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1

2

3

8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
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de um processo portanto estaacutetica enquanto a fala eacute o processo sendo assim dinacircmica Sobre este aspecto remetem a Halliday que

captam bem essa diferenccedila utilizando a metaacutefora do quadro e do filme Para o leitor

o texto se apresenta de forma sinoacuteptica ele existe estampado numa paacutegina ndash por

traacutes dele vecirc-se um quadro Jaacute no caso do ouvinte o texto o atinge de forma dinacircmica

coreograacutefica ele acontece viajando atraveacutes do ar ndash por traacutes dele eacute como se existisse

natildeo um quadro mas um filme (HALLIDAY 1987 p74 apud VILELA KOCH

2001 p 453)

Enfim eacute importante salientar a afirmaccedilatildeo de Marcuschi de que referir-se agraves relaccedilotildees entre oralidadeletramento e falaescrita natildeo eacute algo consensual tampouco como objeto de anaacutelise Isso ocorre por tratar-se de ldquofenocircmenos de fala e escrita enquanto relaccedilatildeo entre fatos lin-guiacutesticos (relaccedilatildeo fala-escrita) e enquanto relaccedilatildeo entre praacuteticas sociais (oralidade versus letra-mento)rdquo (MARCUSCHI 2001 p34) Desta forma eacute preciso entender que relaccedilotildees entre fala e escrita ldquonatildeo satildeo oacutebvias nem lineares pois elas refletem um constante dinamismo fundado no continuum que se manifesta entre essas duas modalidades de uso da liacutengua Tambeacutem natildeo se pode postular polaridades estritas e dicotomias estanquesrdquo (idem p34)

Aprofundando um pouco mais a questatildeo texto falado e escrito os linguistas Vilela e Koch (2001 p 454) reforccedilam o postulado de que ldquoos diversos tipos de praacuteticas sociais de produccedilatildeo textual situam-se ao longo de um contiacutenuo tipoloacutegico em cujas extremidades estariam de um lado as escritas formais e de outro a conversaccedilatildeo espontacircneardquo

Ainda sobre esta questatildeo Marcuschi (2001 p41) eacute elucidativo ao exibir o contiacutenuo dos gecircneros textuais na fala e na escrita de acordo com a representaccedilatildeo do continuum de gecircneros textuais na fala e na escrita

Nesse continuum encontramos por exemplo textos falados (como conversas puacuteblicas tele-focircnicas e espontacircneas) ao lado de textos escritos (como cartas pessoais bilhetes avisos etc) Da mesma forma textos acadecircmicos artigos cientiacuteficos e documentos oficiais satildeo represen-tados no contiacutenuo como estando mais proacuteximos da exposiccedilatildeo acadecircmica da conferecircncia e de discursos oficiais Ou seja de um lado gecircneros estritamente calcados na escrita e de outro gecircneros que apesar de serem representados oralmente estatildeo muito proacuteximos da escrita

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
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Page 35: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Aleacutem destes textos existem os gecircneros mistos que podem ser representados na escrita pelas convocaccedilotildees comunicados anuacutencios classificados e na fala pelos noticiaacuterios de TV e de raacutedio e explicaccedilotildees teacutecnicas Sendo assim caem por terra as explicaccedilotildees que veem a relaccedilatildeo fala e escrita como formas dicotocircmicas de representaccedilatildeo da linguagem Aleacutem disso o autor reforccedila a ideia de que tanto fala como escrita variam e ldquoa comparaccedilatildeo deve tomar como criteacuterio baacutesico de anaacutelise uma relaccedilatildeo fundada no continuum dos gecircneros textuais para evitar as dicotomias estritasrdquo (MARCUSCHI 2001 p 42)

Logo eacute muito significativo o fato de Bakhtin chamar atenccedilatildeo para a observaccedilatildeo da natureza do enunciado como forma de natildeo perder a relaccedilatildeo da ldquoliacutengua com a vidardquo (BAKHTIN 2004 p263) Os gecircneros satildeo portanto heterogecircneos e representam possibilidades de comunicaccedilatildeo oral e escrita nas diversas instacircncias sociais Sendo assim variam e se modificam agrave medida em que os costumes sociais se alteram e a tecnologia evolui Poreacutem de acordo com Bakhtin (2004) natildeo cabe ao homem criar os gecircneros pois eles lhe satildeo dados no processo de inserccedilatildeo nas praacuteticas sociais de comunicaccedilatildeo Pensando por este acircngulo temos entatildeo que os gecircneros nos satildeo anteriores e que os apreendemos de acordo com as necessidades comunicacionais que nos satildeo impostas

Ainda com relaccedilatildeo aos gecircneros textuais Schneuwly (2004) desenvolve a partir da filosofia marxista e da concepccedilatildeo bakhtiniana de gecircnero a ideia de que estes satildeo instrumentos Como forma de explicitar este pensamento propotildee primeiramente um questionamento ldquocomo o in-strumento pode ser um fator de desenvolvimento das capacidades individuaisrdquo (SCHNEU-WLY 2004 p 23) Fazendo uma analogia simplificada da explicaccedilatildeo dada pelo autor pensar no gecircnero como instrumento a partir de uma perspectiva soacutecio-interacionista significa dizer que a atividade de utilizaccedilatildeo da linguagem possui de um lado o locutor do outro o interlocutor e entre os dois o instrumento que por sua vez deve tornar possiacutevel a interaccedilatildeo entre ambos aleacutem de corresponder ao contexto em que a interaccedilatildeo acontece Sendo assim o gecircnero seria um ldquoinstrumento semioacutetico complexordquo (SCHNEUWLY 2004 p 27) Nesse contexto Scheneuwly critica a tese bakhtiniana de que os gecircneros tecircm valor normativo para o indiviacuteduo natildeo cabendo a este a sua criaccedilatildeo A esse respeito transcrevo abaixo um excerto do texto de Bakhtin

ao falante natildeo satildeo dadas apenas as formas da liacutengua nacional (a composiccedilatildeo vo-

cabular e a estrutura gramatical) obrigatoacuterias para ele mas tambeacutem as formas de

enunciados para ele obrigatoacuterias isto eacute os gecircneros do discurso estes satildeo tatildeo indis-

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pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

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bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

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cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

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bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

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Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

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Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

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ficha sumaacuterio bibliografia

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subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 36: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

33

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

pensaacuteveis para a compreensatildeo muacutetua quanto as formas da liacutengua Os gecircneros do dis-

curso comparados agraves formas da liacutengua satildeo bem mais mutaacuteveis flexiacuteveis e plaacutesticos

entretanto para o indiviacuteduo falante eles tecircm significado normativo natildeo satildeo criados

por ele mas dados a ele (BAKHTIN 2003 p 285)

A criacutetica de Scheneuwly entatildeo incide no fato de Bakhtin natildeo mencionar os mecanismos de adequaccedilatildeo do gecircnero agraves situaccedilotildees concretas de comunicaccedilatildeo ou seja os esquemas de utiliza-ccedilatildeo O primeiro esquema de acordo com o autor

eacute aquele que articula o gecircnero agrave base de orientaccedilatildeo da accedilatildeo discursiva Esse esquema

funciona em dois sentidos de um lado o gecircnero como instrumento ndash unidade de

conteuacutedo temaacutetico composiccedilatildeo e estilo ndash deve poder ser adaptado a um destinataacuterio

preciso a um conteuacutedo preciso a uma finalidade dada numa determinada situaccedilatildeo

(SCHNEUWLY 2004 p 28)

Deste modo utilizando o mesmo exemplo que o autor apresenta seria necessaacuterio conhecer o que eacute e como se estrutura um romance para proceder agrave accedilatildeo discursiva de escrever um Isso significa que ldquoos gecircneros prefiguram as accedilotildees de linguagem possiacuteveisrdquo (SCHNEUWLY 2004 p 28) Em outras situaccedilotildees contudo a accedilatildeo discursiva precede os meios Neste caso eacute permitida ao indiviacuteduo a escolha do gecircnero para um determinado fim como por exemplo ldquopersuadir algueacutem a parar de fumar panfleto tratado teoacuterico relato ou diaacutelogo () O conhecimento e a concepccedilatildeo da realidade estatildeo parcialmente contidos nos meios para agir sobre elardquo (idem p 28)

A posiccedilatildeo de Scheneuwly a respeito dos gecircneros discursivos eacute esclarecedora pois conduz agrave ponderaccedilatildeo acerca dos processos de utilizaccedilatildeo dos gecircneros tanto orais quanto escritos Mais interessante ainda eacute o viacutenculo estabelecido pelo autor com os temas relacionados ao ensino de gecircneros na escola preocupaccedilatildeo central de nossa disciplina

Ressaltamos que conforme observamos no continuum de gecircneros orais e escritos expostos por Marcuschi (2001) existem gecircneros escritos que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da orali-dade (os bilhetes por exemplo) Da mesma forma que existem textos falados que possuem caracteriacutesticas proacuteprias da escrita (um discurso acadecircmico por exemplo) Aleacutem disso natildeo seria absurdo considerarmos os gecircneros que se situam no meio dessas duas modalidades Logo eacute importante ter em mente que a definiccedilatildeo de um gecircnero como primaacuterio ou secundaacuterio natildeo estaacute na distinccedilatildeo fala e escrita mas sim na sua complexidade discursiva

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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

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bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

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Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

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2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

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bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

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bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

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IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

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Campinas Mercado de Letras 2001

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mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

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ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

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tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

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bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

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bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

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Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

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de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

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Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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                                                              3. Botatildeo 4
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A observaccedilatildeo da constituiccedilatildeo dos gecircneros primaacuterios ou secundaacuterios faz parte essencial no processo de anaacutelise das caracteriacutesticas de utilizaccedilatildeo social de determinado gecircnero isso em no en-sino de LE eacute fator essencial para que o discente possa compreender os posicionamentos compor-tamentais e linguiacutesticos deve empreender no processo de produccedilatildeo de textos orais ou escritos

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode aprofundar um pouco mais esse assunto lendo aleacutem da bibliografia utilizada na elaboraccedilatildeo desse toacutepico estudos tais como

Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios no ciacuterculo de Bakhtin

Relaccedilotildees discursivas entre a canccedilatildeo popular e os gecircneros primaacuterios da comunicaccedilatildeo

O texto eletrocircnico e os gecircnero do discurso

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Refletindo

A professora de inglecircs Maria preparou uma atividade de produccedilatildeo de textos de e-mail para sua sala do 8 ano do Ensino Fundamental Os tex-tos seriam escritos e direcionados para o editor de uma revista de bandas de muacutesica da atualidade O texto produzido teria o intuito de comentar uma reportagem publicada em uma ediccedilatildeo anterior e seria publicado na sessatildeo de opiniatildeo dos leitoresresolveu ensinar seus alunos do 8 ano do Ensino Fundamental a produzirem textos de e-mail direcionados ao editor de uma revista de notiacutecias comentando uma mateacuteria publicada Veja os passos que a professora utilizou para desenvolver a atividade com os alunos

1 A professora mostrou para os alunos alguns modelos de e-mails de leitores escritos para a revista

2 A professora pediu para que os alunos escrevessem seus textos recolheu a produccedilatildeo

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dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 38: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

35

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

dos alunos levou-a para casa e efetuou a correccedilatildeocorrigiu considerando a constituiccedilatildeo gramatical do texto

3 Na terceira e uacuteltima aula destinada agrave atividade a professora devolveu os escritos dos alunos comentou e encerrou a atividade

Pense Vocecirc acha que a forma como a professora conduziu a atividade

auxiliou os alunos a compreenderem a constituiccedilatildeo linguiacutestica e social do texto produzido O que vocecirc faria diferente

Leia o texto que segue e ao final da leitura confirme ou modifique sua resposta

Tendo em vista o exposto no item anterior acerca do tratamento dado agrave produccedilatildeo de gecircne-ros orais nos materiais didaacuteticos pensamos que seja importante discorrer mesmo que breve-mente sobre o conceito de sequecircncia didaacutetica

A noccedilatildeo de sequecircncia didaacutetica estaacute completamente ligada agrave ideia de organizaccedilatildeo e pro-gressatildeo dos conteuacutedos a serem trabalhados com os alunos No caso do ensino de liacutengua baseado na concepccedilatildeo de gecircneros textuais eacute necessaacuterio pensar em um primeiro momento nos contor-nos que caracterizam o gecircnero a ser trabalhado A esse respeito Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 97) salientam que uma sequecircncia didaacutetica pode ser considerada como ldquoum conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemaacutetica em torno de um gecircnero textual oral ou escritordquo Para esses autores a sequecircncia didaacutetica tem a funccedilatildeo de auxiliar o aluno no domiacutenio de uma forma de texto que ele ainda natildeo utiliza com proficiecircncia Sendo assim a se-quecircncia didaacutetica permite ao aluno adequar-se a determinadas situaccedilotildees comunicativas agraves quais ele teria dificuldades em participar sem o auxiacutelio da escola

Nesse contexto a sequecircncia didaacutetica deve estar organizada de forma a permitir ao profes-sor definir os passos a serem seguidos e ao aluno compreender o porquecirc de suas accedilotildees na concretizaccedilatildeo do gecircnero aprendido Para que isso ocorra eacute necessaacuterio que o professor faccedila uma avaliaccedilatildeo preacutevia como forma de verificar a compreensatildeo dos alunos acerca do gecircnero alvo Essa avaliaccedilatildeo eacute fruto do que os referidos autores chamam de ldquoproduccedilatildeo inicialrdquo Desta forma

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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ficha sumaacuterio bibliografia

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bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 39: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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eacute necessaacuterio que o professor apresente a situaccedilatildeo inicial ndash o gecircnero e todos os seus contornos ndash por exemplo se o objetivo eacute produzir um programa de raacutedio na escola o professor deve ouvir a programas de raacutedio com os alunos delimitar o assunto central do programa (esporte culinaacuteria lazer notiacutecias entrevista etc) trabalhar com a montagem dos textos que daratildeo suporte para as falas trabalhar a entonaccedilatildeo o vocabulaacuterio etc Aleacutem disso faz-se necessaacuterio que o aluno compreenda o porquecirc de suas escolhas linguiacutesticas pois natildeo haacute como desvincular a produccedilatildeo oral das questotildees ideoloacutegicas que perpassam tais seleccedilotildees

Como se pode ver a delimitaccedilatildeo de uma sequecircncia didaacutetica eacute complexa e envolve vaacuterios elementos externos ao meramente linguiacutestico Por isso entre a primeira e a uacuteltima produccedilatildeo existem outros moacutedulos Procuramos com o quadro abaixo possibilitar a visualizaccedilatildeo do que Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p 99-102) propotildeem

1 ndash Apresentar um problema de comunicaccedilatildeo bem definido (projeto coletivo de produccedilatildeo de um gecircnero oral ou escrito proposto aos alunos de maneira bastante expliacutecita para que eles compreendam o melhor possiacutevel a situaccedilatildeo na qual devem agir

Qual eacute o gecircnero abordado A quem se dirige a produccedilatildeo

Que forma assumiraacute a produccedilatildeo Quem participaraacute da produccedilatildeo

2ndash Preparar os conteuacutedos dos textos que seratildeo produzidos (na apresentaccedilatildeo da situaccedilatildeo eacute preciso que os alunos percebam imediatamente a importacircncia desses conteuacutedos e saibam com quais vatildeo trabalhar

Quadro 4 ndash Base de uma sequecircncia didaacutetica (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004)

Os autores ressaltam que a primeira produccedilatildeo deve servir como base para uma avaliaccedilatildeo formativa

para o professor essas primeiras produccedilotildees ndash que natildeo receberatildeo evidentemente

uma nota ndash constituem momentos privilegiados de observaccedilatildeo que permitem refi-

nar a sequecircncia modulaacute-la e adaptaacute-la de maneira mais precisa agraves capacidades reais

dos alunos de uma dada turma Em outros termos de pocircr em praacutetica um processo

de avaliaccedilatildeo formativa () o professor obteacutem assim informaccedilotildees preciosas para

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

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ficha sumaacuterio bibliografia

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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3

ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
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Page 40: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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diferenciar e ateacute individualizar se necessaacuterio seu ensino (DOLZ NOVERRAZ e

SCHNEUWLY 2004 p 102)

Dessa avaliaccedilatildeo formativa emergem as ideias para a elaboraccedilatildeo das etapas necessaacuterias para a obtenccedilatildeo dos resultados esperados Nesse sentido Dolz Noverraz e Schneuwly (2004 p103) salientam a importacircncia do trabalho com a organizaccedilatildeo de moacutedulos pois isso auxilia na res-oluccedilatildeo de problemas que aparecem na primeira produccedilatildeo e oferece aos alunos instrumentos para superaacute-los

O instrumento geral da sequecircncia didaacutetica vai portanto do complexo para o mais simples da produccedilatildeo inicial aos moacutedulos cada um trabalhando uma ou outra capacidade necessaacuteria ao domiacutenio de um gecircnero No fim o movimento leva novamente ao complexo a produccedilatildeo final (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 103)

O trabalho orientado por moacutedulos eacute o princiacutepio baacutesico no uso das sequecircncias didaacuteticas Ele potildee em relevo os processos de observaccedilatildeo e de descoberta Desta forma distancia-se da ideia de que o fazer eacute suficiente para o desenvolvimento de uma nova capacidade De acordo com os jaacute citados autores (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) este fazer ldquose inscreve numa perspectiva construtivista interacionista e social que supotildee a realizaccedilatildeo de atividades intencionais estruturadas e intensivas que devem adaptar-se agraves necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizesrdquo

Outro fator relevante sobretudo para as observaccedilotildees que efetuei no estudo que ora apre-sento diz respeito agraves diferenccedilas entre o trabalho com a escrita e com a oralidade Isso deve-se ao fato de que na fala ldquoo processo de produccedilatildeo e o produto constituem um todordquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 110) Desse modo eacute necessaacuterio criar mecanismos de controle da produccedilatildeo o que natildeo constitui uma tarefa faacutecil A criaccedilatildeo do texto falado re-quer a criaccedilatildeo de automatismos e preparaccedilatildeo sobretudo para a fala puacuteblica Essa necessidade leva obrigatoriamente agrave consideraccedilatildeo do texto escrito e da memorizaccedilatildeo sem deixar de lado a necessidade de variaccedilatildeo impostas pelos imprevistos da comunicaccedilatildeo real Nesse contexto deve ocorrer uma correccedilatildeo preacutevia ldquonuma atividade de preparaccedilatildeo intensa cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominarrdquo (DOLZ NOVERRAZ SCHNEUWLY 2004 p 112)

Outro fator importante para a construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas de produccedilatildeo de textos orais eacute fazer com que o comportamento possa ser observado Para isso as gravaccedilotildees em viacutedeo

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
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Page 41: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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ou cassete satildeo instrumentos indispensaacuteveis Esse procedimento auxilia na anaacutelise dos textos produzidos e na comparaccedilatildeo com outros textos As sequecircncias didaacuteticas devem dialogar com outros conhecimentos produzidos em outros momentos da vida escolar Os criteacuterios para a seleccedilatildeo das estruturas linguiacutesticas a serem trabalhadas na hora da seleccedilatildeo dos gecircneros deve su-perar a ideia utilitaacuteria de utilizaccedilatildeo da liacutengua Na confecccedilatildeo das sequecircncias didaacuteticas eacute preciso prever a alternacircncia entre atividades orais e escritas principalmente no que tange agrave produccedilatildeo oral que eacute mais difiacutecil de conduzir pois por incluir movimentos corporais e de voz produzem um cansaccedilo maior em professores e alunos

A produccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas para o ensino de gecircneros pressupotildee o planejamento de um trabalho que parte do que o aluno jaacute sabe para chegar agravequilo que ele ainda natildeo domina seja na construccedilatildeo de textos orais ou de textos escritos Em um primeiro momento o professor deve selecionar o gecircnero a ser trabalhado em seguida definir os contornos linguiacutesticos e dis-cursivos que compotildeem tal gecircnero Barbosa 2000 ao tratar da progressatildeo curricular no ensino de Liacutengua baseado na proposta de sequecircncia didaacutetica reforccedila a ideia de que

classificar os gecircneros a partir de criteacuterios coerentes com os pressupostos adota-

dos parece ser uma medida importante sobretudo tendo-se em vista a praacutetica esco-

lar Isso daacute paracircmetros para que o professor possa considerar diferentes capacidades

de linguagem diferentes esferas de comunicaccedilatildeo etc (BARBOSA 2000 p 169)

No caso do ensino de LE eacute importante uma seleccedilatildeo de gecircneros baseado na competecircncia co-municativa que o professor deseja que o aluno desenvolva tanto na oralidade quanto na escrita Barbosa (2000) explicita as caracteriacutesticas de um trabalho de ensino de LP a partir da noccedilatildeo de gecircneros pela relevacircncia das colocaccedilotildees da autora e pela possibilidade de aplicaccedilatildeo na construccedilatildeo de sequecircncias didaacuteticas em Liacutengua Inglesa exporemos abaixo sua descriccedilatildeo na iacutentegra

4 Seleccedilatildeo de gecircneros

5 Elaboraccedilatildeo de uma progressatildeo curricular

6 Coleta de um corpus de textos pertencentes ao gecircnero em questatildeo

7 Anaacutelise de um corpus de textos pertencentes a um gecircnero em questatildeo Isso porque a descriccedilatildeo de gecircneros natildeo parte de um modelo teoacuterico previamente formulado mas sim da anaacutelise de textos efetivamente produzidos

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8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

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Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

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oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

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ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

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fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 42: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

8 Descriccedilatildeo do gecircnero tendo em vista sua soacutecio-histoacuteria de desenvolvimento seus usos e funccedilotildees sociais suas condiccedilotildees de produccedilatildeo seu conteuacutedo temaacutetico sua construccedilatildeo composicional e seu estilo

9 Elaboraccedilatildeo de um projeto de trabalho levando em conta questotildees relativas agrave trans-posiccedilatildeo didaacutetica decidindo que textos deveraacute selecionar e que elementos da descriccedilatildeo iraacute privilegiar Note-se que a definiccedilatildeo do que seraacute tematizado em cada gecircnero junto aos alunos depende da articulaccedilatildeo curricular com as demais seacuteries (ou ciclos ou aacutereas) e da avaliaccedilatildeo das capacidades dos alunos e do que jaacute sabem sobre o gecircnero em questatildeo algo a ser avaliado em um primeiro momento diagnoacutestico De qualquer forma a manuten-ccedilatildeo da coerecircncia com os pressupostos enunciativos e discursivos assumidos depende do fato do trabalho sempre incluir todos os componentes da descriccedilatildeo exposta acima Assim pode-se ateacute e isso eacute adequado natildeo se esgotar todos os elementos observados fruto do trabalho de descriccedilatildeo Mas natildeo se pode explorar apenas o conteuacutedo temaacutetico ou apenas a forma composicional pois isso descaracterizaria o trabalho com gecircneros tal como vimos defendendo

10 Elaboraccedilatildeo de uma sequencia didaacutetica com gecircnero (BARBOSA 2000 p 173-174)

A orientaccedilatildeo proposta por Barbosa (2000) nos leva a importacircncia do planejamento das atividades trabalhadas em sala de aula bem como agrave ideia de que o conhecimento eacute construiacutedo em etapas Salientamos que essa forma de proceder respeita os conhecimentos que o aluno jaacute possui sobre o gecircnero que iraacute produzir e principalmente propicia ao discente a possibilidade de compreender o porquecirc de suas seleccedilotildees discursivas no processo de construccedilatildeo do texto (oral ou escrito) Essa compreensatildeo eacute essencial para o aprendiz de LE pois os contextos soacutecio-culturais estrangeiros satildeo diferentes daqueles vivenciados por nossos alunos Somente haveraacute apropria-ccedilatildeo verdadeira dos diversos discursos produzidos em um universo de letramentos muacuteltiplos mediante a verdadeira compreensatildeo dos fatores que circundam a produccedilatildeo discursiva

Ponto para reflexatildeo

Vocecirc pode ler estudos sobre sequecircncia didaacutetica consultando aleacutem da bibliografia utilizada para a confecccedilatildeo da unidade os links abaixo

Ensino de liacutengua inglesa gecircneros textuais e inclusatildeo social

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

41

TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

42

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

46

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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UnespR

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Curriacuteculo em debate

Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

43

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

44

UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 44: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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TEMASU

nespRedeforbullM

oacuteduloIbullDisciplina02

tema3

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
                        9. Paacutegina 12
                        10. Paacutegina 13
                        11. Paacutegina 14
                          1. Botatildeo 57
                            1. Paacutegina 4 Off
                            2. Paacutegina 5
                            3. Paacutegina 6
                            4. Paacutegina 7
                            5. Paacutegina 8
                            6. Paacutegina 9
                            7. Paacutegina 10
                            8. Paacutegina 11
                            9. Paacutegina 12
                            10. Paacutegina 13
                            11. Paacutegina 14
                              1. Botatildeo 58
                                1. Paacutegina 15 Off
                                2. Paacutegina 16
                                3. Paacutegina 17
                                4. Paacutegina 18
                                5. Paacutegina 19
                                6. Paacutegina 20
                                7. Paacutegina 21
                                8. Paacutegina 22
                                  1. Botatildeo 59
                                    1. Paacutegina 15 Off
                                    2. Paacutegina 16
                                    3. Paacutegina 17
                                    4. Paacutegina 18
                                    5. Paacutegina 19
                                    6. Paacutegina 20
                                    7. Paacutegina 21
                                    8. Paacutegina 22
                                      1. Botatildeo 60
                                        1. Paacutegina 23 Off
                                        2. Paacutegina 24
                                        3. Paacutegina 25
                                        4. Paacutegina 26
                                        5. Paacutegina 27
                                        6. Paacutegina 28
                                        7. Paacutegina 29
                                        8. Paacutegina 30
                                        9. Paacutegina 31
                                        10. Paacutegina 32
                                        11. Paacutegina 33
                                        12. Paacutegina 34
                                        13. Paacutegina 35
                                        14. Paacutegina 36
                                        15. Paacutegina 37
                                        16. Paacutegina 38
                                        17. Paacutegina 39
                                        18. Paacutegina 40
                                        19. Paacutegina 41
                                        20. Paacutegina 42
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                                        22. Paacutegina 44
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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Tema 1 - Bibliografia

bull BARCELLOS R S As muacuteltiplas linguagens e a construccedilatildeo do conhecimento In CONGRES-

SO DE LETRAS DA UERJ 4 2007 Satildeo Gonccedilalo RJ Anais eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttp

wwwfilologiaorgbrcluerj-sganaisivcompletosoficinaRenata20da20Silva20de20Bar-

cellospdfgt Acesso em 27 jul 2010

bull KERN R Literacy and language teaching Oxford Oxford University 2009

bull KLEIMAN A B (Org) Os significados do letramento Campinas Mercado de Letras 1995

bull LEHER E M T MAGALHAtildeES L K C OLIVEIRA J M A Muacuteltiplas linguagens e

formaccedilatildeo de professores In SEMINAacuteRIO INTERNO DO LABORATOacuteRIO EDUCACcedilAtildeO E

IMAGEM 2 Rio de Janeiro 2004

bull MARCUSCHI L A Letramento e oralidade no contexto das praacuteticas sociais e eventos comu-

nicativos In SIGNORINI I (Org) Investigando a relaccedilatildeo oralescrito e as teorias do letramento

Campinas Mercado de Letras 2001

bull MORAN J M Os novos espaccedilos de atuaccedilatildeo do professor com as tecnologias In ROMANO-

WSKI J P MARTINS P L O JUNQUEIRA S R A (Org) Conhecimento local e conheci-

mento universal diversidade miacutedias e tecnologias na educaccedilatildeo Curitiba Champagnat 2004 v 2 p

245-253 Disponiacutevel em lthttpwwwecauspbrprofmoranespacoshtmgt Acesso em 7 jun 2011

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull SOARES M Novas praacuteticas de leitura e escrita letramento na cibercultura Educaccedilatildeo amp

Sociedade v 23 n 81 dez 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0101-

-73302002008100008ampscript=sci_arttextamptlng=esgt Acesso em 16 jul 2010

bull SOARES M Letramento e alfabetizaccedilatildeo as muacuteltiplas facetas Revista Brasileira de Educa-

ccedilatildeo n 25 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

-24782004000100002amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 16 jul 2010

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
                1. Paacutegina 3 Off
                  1. Botatildeo 11
                    1. Paacutegina 3 Off
                      1. Botatildeo 56
                        1. Paacutegina 4 Off
                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
                        6. Paacutegina 9
                        7. Paacutegina 10
                        8. Paacutegina 11
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Page 46: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

Material de apoio

bull BUZATO M K O letramento eletrocircnico e o uso do computador no ensino de liacutengua estrangeira

contribuiccedilotildees para a formaccedilatildeo de professores 2001 188 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Es-

tadual de Campinas Campinas 2001 Disponiacutevel em lthttpead1unicampbre-langpublicacoes

down0000pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull CELANI M A A (Org) Professores e formadores em mudanccedila relato de um processo de

reflexatildeo e transformaccedilatildeo da praacutetica docente Campinas Mercado de Letras 2003

bull MARGATO A F Alfabetizaccedilatildeo e letramento um compromisso de todas as aacutereas The ESPecia-

list v 27 n 2 p 121-146 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwcorpuslgorgjournalsthe_especialist

issues27_2_2006ARTIGO1_Margatopdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull SILVA C H D Uma proposta de letramento para ensino de liacutengua estrangeira na escola puacuteblica

2008 Trabalho de conclusatildeo de curso (Licenciatura)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre 2008 Disponiacutevel em ltwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle1018316864000653740

pdfsequence=1gt Acesso em 15 jul 2010

bull SOARES M B O que eacute letramento Diaacuterio do Grande ABC Santo Andreacute 29 ago 2003 Dis-

poniacutevel em lthttpverzeriorgbrartigos003pdfgt Acesso em 15 jul 2010

bull UNESCO-United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Understandings of

literacy In _____ Education for all Global Monitoring Report 2006[Sl] UNESCO 2006 cap

6 p 147-159 Disponiacutevel em lthttpwwwunescoorgeducationGMR2006fullchapt6_engpdfgt

Acesso em 15 de julho de 2010

bull HORTON JR F W Understanding information literacy a primer Paris UNESCO 2007 Dis-

poniacutevel em lthttpunesdocunescoorgimages0015001570157020epdfgt Acesso em 15 jul 2010

Tema 2 - Referecircncias

bull COOK G Discourse Oxford Oxford University Press1989

bull FAIRCLOUGH N Language and Power New York Longman 1989

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

2

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

1

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
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Page 47: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull GEE J P Literacy discourse and linguistics Journal of Education v 171 n 1 p 5-26 1983

bull McCARTHY M Discourse analysis for language teachers Cambridge Cambridge University

1991

Material de Apoio

bull Centre for discourse studies

bull Discourse analysis

bull Research in critical discourse studies

bull The relevance of discourse studies

bull The study of discourse

bull Discourse analysis as a new cross-discipline

Tema 3 - Bibliografia

bull BAKHTIN M Esteacutetica da criaccedilatildeo verbal 4ordf ed Satildeo Paulo Martins Fontes 2004

bull BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Satildeo Paulo Hucitec 1986

bull BARBOSA J P Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de Liacutengua Portuguesa satildeo os

PCNs praticaacuteveis In ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs

Satildeo Paulo Mercado de Letras 2000 p 15-25

bull BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Paracircmetros Curriculares Nacionais Terceiro e quarto

ciclos do ensino fundamental liacutengua inglesa (5ordf a 8ordf seacuteries) Brasiacutelia MEC Secretaria de Educaccedilatildeo

Fundamental 1998

bull BRAIT B PCNs gecircneros e ensino de liacutengua faces discursivas da textualidade In ROJO R

(Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado de Letras

2000 p 15-25

bull CRISTOVAtildeO V L L Modelo didaacutetico de gecircnero como instrumentos para formaccedilatildeo de pro-

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

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ficha sumaacuterio bibliografia

1

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3

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ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

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de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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UnespR

edefor bull Moacutedulo I bull D

isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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isciplina 02TEMAS

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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Page 48: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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isciplina 02TEMAS

bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

1

2

3

fessores In MEURER J L MOTTA-ROTH D (Org) Gecircneros textuais e praacuteticas discursivas

subsiacutedios para o ensino da linguagem Bauru EDUSC 2002 p 31-73

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A (Org) Gecircneros textuais e ensino 4

ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DOLZ J NOVERRAZ M SCHNEUWLY B Sequecircncias para o oral e a escrita apresentaccedilatildeo

de um procedimento In SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo

Roxane Rojo e Glaiacutes S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull KLEIMAN AB Modelos de letramento e as praacuteticas de alfabetizaccedilatildeo na escola In _____ (Org)

Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a praacutetica social da escrita Campinas Mer-

cado de letras 1995

bull MARCUSCHI L A Da fala para a escrita atividades de retextualizaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2001

bull MARCUSCHI L A Gecircneros textuais definiccedilatildeo e funcionalidade In DIONIacuteSIO A P MA-

CHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio de Janeiro Lucerna 2005

bull DIONIacuteSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Gecircneros textuais e ensino 4 ed Rio

de Janeiro Lucerna 2005

bull MOLLICA M C Fala letramento e inclusatildeo social Satildeo Paulo Contexto 2007

bull SAtildeO PAULO (Estado) Secretaria da Educaccedilatildeo Proposta curricular do estado de Satildeo Paulo liacuten-

gua inglesa Satildeo Paulo SEE 2008

bull ROJO R (Org) A praacutetica da linguagem na sala de aula praticando os PCNs Satildeo Paulo Mercado

de Letras 2000

bull SCHNEUWLY B Palavra e ficcionalizaccedilatildeo um caminho para o ensino da linguagem oral In

SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes S

Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004 p 129-147

bull SCHNEUWLY B DOLZ J Gecircneros orais e escritos na escola Traduccedilatildeo Roxane Rojo e Glaiacutes

S Cordeiro Campinas Mercado de Letras 2004

bull SOUZA J Um novo Joseacute Folha de S Paulo Satildeo Paulo 04 out 1999 Caderno 1 p 2

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bibligrafia

ficha sumaacuterio bibliografia

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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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              2. Botatildeo 3
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bull SOARES M Letramento um tema em trecircs gecircneros Belo Horizonte Autecircntica 2001

bull VILELA M KOCH I V Da gramaacutetica da palavrafrase para a gramaacutetica do textodiscurso In

_____ Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa Lisboa Almedina 2000

Anexo 1

Continuum

bullMARCUSCHI 2001

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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isciplina 02TEMAS

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Autoria

Rozana Aparecida Lopes Messias

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

Jorge Augusto Lopes

Ficha da Disciplina

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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Page 51: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

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Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutora em Educaccedilatildeo pela Faculdade de Filosofia e Ciecircncias - Mariacutelia (2009) Atualmente eacute professora assistente-doutora de praacutetica de en-sino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literaturas espanholas I e II e praacutetica de ensino e estaacutegio supervisionado de liacutengua e literatura francesa I e II na UN-

ESP-Assis Trabalhou como professora de Liacutengua Portuguesa na Educaccedilatildeo Baacutesica de 1993 a 2005 Atuou em universidades privadas ministrando as disciplinas de Praacutetica de Ensino de Liacutengua Estrangeira e Liacutengua Portuguesa de 2002 a 2009 Tambeacutem na Educaccedilatildeo Superior ministrou as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Linguiacutestica Teoria da Comunicaccedilatildeo Didaacutetica Informaacutetica aplicada agrave educaccedilatildeo Didaacutetica para o ensino agrave distacircncia etc Atuou principal-mente nos seguintes temas formaccedilatildeo de professores ensino de liacutenguas linguiacutestica aplicada tecnologia e ensino de liacutenguas

Jorge possui graduaccedilatildeo em Letras Plena pela Faculdade de Ciecircncias e Le-tras e Educaccedilatildeo de Presidente Prudente (1983) mestrado em Letras (UN-ESP-Assis 1991) e doutorado em Letras pela UNESP - Assis Eacute profes-sor assistente-doutor na Universidade Estadual Paulista Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas

Daniela possui graduaccedilatildeo em Letras pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (1997) mestrado em Letras pela Universidade Estadual Pau-lista Juacutelio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Estudos Linguiacutesticos pela Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho (2010) Atualmente eacute

professora do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis e professora assistente da Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Tem experiecircncia na aacuterea de Letras com ecircnfase em Liacutenguas Estrangeiras Modernas atuando principalmente nos seguintes temas ensino de inglecircs ambiente tecnoloacutegico novas tecnologias tandem ensino aprendizagem

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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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isciplina 02TEMAS

ficha da disciplinaficha sumaacuterio bibliografia

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Ementa

A produccedilatildeo de sentido nos vaacuterios gecircneros discursivos reconhecimentos de gecircneros textuais dimensotildees composicionais temaacuteticas e linguiacutesticas Novos gecircneros e novas formas de comuni-caccedilatildeo na sociedade tecnologizada

Palavras-chave

abordagens meacutetodos e teacutecnicas praacuteticas soacuteciointerativas ensino de Inglecircs (LE)

DISCIPLINA TEMAS TOacutePICOS

Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros

Discursivos

1 MUacuteLTIPLAS LINGUAGENS E LETRAMENTO CONCEPCcedilOtildeES E

IMPLICACcedilOtildeES PARA O ENSINO DE LIacuteNGUAS

11 Oralidade e Escrita

12 Letramento e praacuteticas sociais

13Letramento e Ensino de LE

Bibliografia

2 DISCURSO CONSIDERACcedilOtildeES E

RELEVAcircNCIA PARA O ENSINO DE LE

21 Discurso e interaccedilatildeo

22 Discurso Liacutengua em uso

Bibliografia

3 GEcircNEROS DISCURSIVOS UM

PILAR PARA O ENSINO DE LE

31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas

32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios

33 Sequecircncia didaacutetica um caminho para a praacutetica

Bibliografia

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
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Page 53: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr

Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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Page 54: Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da ... · samos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber

Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen

Coordenadora Pedagoacutegica

Ana Maria Martins da Costa SantosClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva

Rogeacuterio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)

Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)

Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)

Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho

NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)

Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe

Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

  • Marcador 1
  • 1 Muacuteltiplas Linguagens e Gecircneros Discursivos
  • 12 Letramento e Praacuteticas Sociais
  • 13 Letramento e ensino de LE
  • 2 Discurso consideraccedilotildees e relevacircncia para o ensino de LE
    • 21 Discurso e interaccedilatildeo
      • 22 Discurso liacutengua em uso
      • 3 Gecircneros discursivos um pilar para o ensino de LE
        • 31 Gecircneros discursivos consideraccedilotildees teoacutericas
          • 32 Gecircneros primaacuterios e gecircneros secundaacuterios
          • Bibliografia
          • Ficha da Disciplina
              1. Botatildeo 2
              2. Botatildeo 3
              3. Botatildeo 10
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                  1. Botatildeo 11
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                        2. Paacutegina 5
                        3. Paacutegina 6
                        4. Paacutegina 7
                        5. Paacutegina 8
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                                            5. Paacutegina 27
                                            6. Paacutegina 28
                                            7. Paacutegina 29
                                            8. Paacutegina 30
                                            9. Paacutegina 31
                                            10. Paacutegina 32
                                            11. Paacutegina 33
                                            12. Paacutegina 34
                                            13. Paacutegina 35
                                            14. Paacutegina 36
                                            15. Paacutegina 37
                                            16. Paacutegina 38
                                            17. Paacutegina 39
                                            18. Paacutegina 40
                                            19. Paacutegina 41
                                            20. Paacutegina 42
                                            21. Paacutegina 43
                                            22. Paacutegina 44
                                              1. Botatildeo 62
                                                1. Paacutegina 45 Off
                                                2. Paacutegina 46
                                                3. Paacutegina 47
                                                4. Paacutegina 48
                                                5. Paacutegina 49
                                                  1. Botatildeo 63
                                                    1. Paacutegina 45 Off
                                                    2. Paacutegina 46
                                                    3. Paacutegina 47
                                                    4. Paacutegina 48
                                                    5. Paacutegina 49
                                                      1. Botatildeo 52
                                                        1. Paacutegina 50 Off
                                                        2. Paacutegina 51
                                                        3. Paacutegina 52
                                                          1. Botatildeo 53
                                                            1. Paacutegina 50 Off
                                                            2. Paacutegina 51
                                                            3. Paacutegina 52
                                                              1. Botatildeo 7
                                                              2. Botatildeo 8
                                                              3. Botatildeo 4