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10/05/2015 1 PRÁTICA DE ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA DE EMPRESAS Miguel Oliveira 2015 Objetivos Gerais: Dotar os Formandos de conhecimentos teóricos para a realização de Relatórios de Análise Económica e Financeira de Empresas Dotar os formandos de instrumentos práticos, nomeadamente folhas de cálculo, para aferir sobre a situação económica e financeira de uma empresa Prática de Análise Económica e Financeira de Empresas Dotar os formandos de conhecimentos teóricos e práticos, para diagnosticar a presença de fenómenos que influenciam a vida das empresas e saber quais as medidas a implementar para melhorar a performance económica e/ou a saúde financeira das empresas

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    PRTICA DE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA DE

    EMPRESAS

    Miguel Oliveira2015

    Objetivos Gerais:

    Dotar os Formandos de conhecimentos tericos para a realizao de Relatrios de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Dotar os formandos de instrumentos prticos, nomeadamente folhas de clculo, para aferir sobre a situao econmica e financeira de uma empresa

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Dotar os formandos de conhecimentos tericos e prticos, para diagnosticar apresena de fenmenos que influenciam a vida das empresas e saber quais as medidas a implementar para melhorar a performance econmica e/ou a sade financeira das empresas

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    PRTICA DE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA DE

    EMPRESAS

    Mdulo 1 As Demonstraes Econmicas e Financeiras previstas no SNC

    Mdulo 1 As Demonstraes Econmicas e Financeiras previstas no SNC(Sistema de Normalizao Contabilstica)

    Objetivos do Mdulo:

    Os formandos devero ser capazes de conhecer e construir as Demonstraes Financeiras previstas no SNC com base no balancete de uma empresa

    Temas a abordar:

    1. Introduo 2. Anlise das rubricas do Balano3. A Demonstrao de Resultados prevista no SNC4. A Demonstrao de Origem e Aplicao de Fundos5. A Demonstrao de Fluxos de Caixa6. A Demonstrao das Alteraes no Capital Prprio 7. Casos Prticos: Construo das Demonstraes Financeiras com base nos balancetes de uma empresa real

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

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    Miguel Oliveira

    Contexto Externo/Mediato

    Contexto Interno/Imediato

    EMPRESA

    Marketing

    Financeira

    ProduoTrabalhadores

    Investidores

    Estado

    Bancos

    Clientes

    Fornecedores

    PolticaEconmica

    ConjunturaEconmica

    Ambiente

    1.Introduo

    A Empresa e a envolvente

    Esta anlise prende-se com o interesse em saber quais so as variveismacroeconmicas que tm influncia na vida das empresas e de que forma estasinfluenciam o seu modo de funcionamento:

    Meio Ambiente Polticas Governo Variao Cambial Tecnologias existentes Cultura Sociedade

    1.Introduo

    Contexto Externo/Mediato

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    Agentes econmicos para os quais a informao das empresas til, na medida em quelhes permite avaliarem e tomarem decises importantes sobre a vida das entidades, soeles:

    Agentes Econmicos Utilidade da Informao

    Clientes Avaliar a capacidade da empresa de operar

    de forma continuada, por forma a fornecer

    os bens e servios que estes necessitam

    Fornecedores Avaliar a capacidade da empresa em solver

    os seus compromissos nos prazos negociados

    e tambm avaliar a capacidade da empresa

    em operar de forma continuada

    Estado Avaliar a regularidade das atividades das

    empresas, para garantirem que no h

    evaso fiscal. Para servirem de base ao

    apuramento do Imposto sobre o Rendimento

    das Pessoas Coletivas e Estatsticas

    semelhantes

    1.Introduo

    Contexto Interno/Imediato

    Agentes Econmicos Utilidade da Informao

    Trabalhadores Avaliar a capacidade da empresa em criar emprego, pagar

    as remuneraes, garantir a progresso de carreira e

    benefcios da reforma

    Bancos Avaliar o risco de conceder crdito, ou seja, avaliar a

    capacidade que a empresa tem de solver os compromissos

    com eles assumidos: capital e juros.

    Investidores Avaliar o retorno do investimento, auxiliar na tomada de

    deciso e avaliar a capacidade da empresa pagar os seus

    dividendos

    Gesto Auxiliar o cumprimento das responsabilidades no planeamento,

    controlo e tomada de deciso

    1.Introduo

    Contexto Interno/Imediato

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    Empresa e o sistema de informao

    1.Introduo

    I n p u t O u t p u t

    Informao econmica e

    financeira que espelha a situao

    da empresa, patrimnio e rentabilidade

    FactosPatrimoniais

    Documentos

    Permutativos - no alteram a composio do balano

    o Exemplo: pagamentos das despesas dos colaboradores,

    recebimentos de clientes, pagamento do reembolso de capital de

    um financiamento

    Modificativos - alteram a composio do balano

    o Exemplo: despesa em eletricidade, custos com pessoal, desgaste

    dos equipamentos, desvalorizao dos crditos

    Factos Patrimoniais

    1.Introduo

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    A contabilidade no s uma obrigao fiscal, mas um sistema de informao onde se

    regista a vida das empresas em termos:

    Econmicos Desempenho Econmico das empresas

    Financeiros Estrutura dos Capitais

    Monetrios Utilizao e gerao das disponibilidades

    Com o objetivo de apoiar os gestores na gesto e na tomada de decises da organizao.

    Empresa e o sistema de informao

    1.Introduo

    Assim, a contabilidade:

    1) Possibilita a prtica da economia tributria na distribuio de lucro para os scios

    da empresa, com substancial reduo dos impostos pagos a nvel singular;

    2) Facilita a relao com as instituies financeiras no acesso a linhas de crditos;

    3) Representa a verdadeira situao econmico e patrimonial da empresa, que serve

    de base aos gestores e investidores para tomada de deciso.

    1.Introduo

    Empresa e o sistema de informao

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    Funes Financeiras

    MaximizarLucro

    GerarCash-Flow

    GarantirSolvncia

    Empresa e as funes financeiras fundamentais

    1.Introduo

    Factos Patrimoniais

    Documentos Processamento contabilstico(Classificao e lanamento)

    Balancete

    BalanoDemonstrao de ResultadosDemonstrao Fluxos Caixa

    Empresa e os instrumentos da gesto financeira

    Gesto do Negcio

    1.Introduo

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    Empresa e os instrumentos da gesto financeira

    1.Introduo

    Balancete - Documento contabilstico originado pelos lanamentos efectuados naContabilidade e que serve de base para todo o trabalho de anlise financeira deuma empresa

    Quanto ao grau de desagregao das contas

    -Analtico Figuram todas as contas e sub contas.-Sinttico Figuram apenas as contas

    Quanto periodicidade:

    - Perodo - Acumulado

    Tipos de Balancetes

    Informao Patrimonial

    1.Introduo

    Dada atravs do:

    BalanoDemonstrao de Origem e Aplicao de Fundos (no utilizado em SNC)Demonstrao de Fluxos de Caixa (no obrigatrio para PE)Demonstrao nas alteraes do Capital Prprio (no obrigatrio para PE)

    Informao EconmicaDada atravs do:

    Demonstrao de Resultados por Natureza

    As Demonstraes Financeiras so relatrios contabilsticos que apoiam tomada de deciso nas empresas, so uma representao estruturada da performance econmica, da posio financeira e da alterao na posio financeira da empresa

    Demonstraes Financeiras

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    1.Introduo

    O Balano um documento contabilstico esttico que nos d a posio patrimonial da empresa numa determinada data ou momento.

    O Balano permite percecionarmos a posio financeira da empresa, isto , d-nos a informao dos bens (Ativo) que detm face s obrigaes (Passivo), resultando assim a diferena, no chamado valor contabilstico da empresa O Capital Prprio ou Situao Lquida

    Balano

    2. Anlise das rubricas do Balano

    A estrutura do Balano divide-se em 3:

    Ativo Recurso controlado pela Empresa como resultado de acontecimentos passadose do qual se espera que fluam benefcios econmicos futuros e que o seu custo sejafacilmente mensurvel - conjunto de bens e direitos (patrimnios e mercadorias),crditos sobre terceiros e a Liquidez sob a forma de contas bancrias e dinheiro em caixa.

    Passivo Obrigao da Empresa proveniente de acontecimentos passados - dvidasa instituies de crdito, aos fornecedores e outros credores.

    Capital Prprio (ou Situao Lquida) Interesse residual nos ativos da Empresa, depois dededuzidos os passivos - capital investido pelos proprietrios, reservas, os suprimentosconsolidados e os resultados dos exerccios.

    Ativo(Bens e direitos)

    CAPITAL

    PRPRIO

    PASSIVO(Obrigaes)

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    2. Anlise das rubricas do Balano

    De uma forma mais detalhada:

    Ativo

    2.Anlise das rubricas do Balano

    No Corrente

    Fixo Tangveis IntangveisGood-willBiolgicosFinanceiroPropriedades de InvestimentoAtivos por impostos diferidos

    Corrente

    Inventrios e Ativos Biolgicos

    Dvidas a receber

    Disponibilidades

    Diferimentos

    MercadoriasMatriasProdutosAtivos Biolgicos

    ClientesAdiantamentos a FornecedoresPessoalEOEPFinanciamentos ConcedidosAccionistas Scios Outras contas a receber

    Outros Ativos financeirosCaixa e Depsitos Bancrios

    Ativos no correntes detidos para Venda

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    Ativo:

    2.Anlise das rubricas do Balano

    O Ativo divide-se em corrente e no corrente, consoante o grau de transformao deste em liquidez, e ordena-se por esta ordem do menor ao maior grau.

    Ativo no Corrente

    O Ativo no corrente engloba o patrimnio da empresa, ou seja, aquele que fixo (aplicaes com prazo superior a 12 meses) afeto explorao, assim como tambm, os Ativos financeiros estveis.

    2.Anlise das rubricas do Balano

    Este por sua vez, engloba os seguintes grandes grupos de ativos:

    Ativos Fixos Tangveis que so os bens materiais tais como os edifcios, a maquinariada produo , os meios de transporte, as ferramentas especficas e equipamentoadministrativo, que estejam ao servio da empresa ou detidos para rendimento ou venda;

    Ativos Intangveis so os bens no materiais afetos atividade da empresa, correspondem a investimentos que as empresas podem fazer em conhecimentos cientficos e tcnicosso exemplos as despesas de instalao, a propriedade industrial, o software informticolista de clientes, franchisings e o goodwill;

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    Good Will - um ativo intangvel. Em consequncia de fuses e aquisies poderesultar good will positivo ou negativo, contabilizados e registados ao seu justo valor.

    O good will a diferena entre o preo de aquisio e o respetivo justo valor dos ativos adquiridos, deduzido do justo valor dos passivos adquiridos, representa o pagamentoem excesso que se fez acima do valor de mercado de cada um dos bens adquiridos, e que se justifica pela marca da empresa adquirida pela lista de clientes, pela qualidade dos recursos humanos, etc.

    O good will resultante de uma aquisio no deve ser amortizado, mas passa a ser testado e deduzido pela perda de imparidade que se observe.

    Ativos biolgicos dizem respeito a animais ou plantas vivos, no mbito da atividade agrcola, que renam as condies para serem consideradas investimento.

    2.Anlise das rubricas do Balano

    Investimentos Financeiros so aplicaes de capital superior a 12 meses enquanto participao de capital noutras sociedades.

    Outros Ativos Financeiros so ativos financeiros com inteno de serem mantidos at maturidade do vencimento, cujo vencimento ocorre a mais de 12 meses da data do balano. So exemplos as obrigaes de tesouro, obrigaes de empresas e outros Instrumentos financeiros detidos pela empresa.

    Ativos por impostos diferidos quantias de impostos sobre o IRC recuperveis em perodos futuros respeitantes a diferenas temporrias dedutveis, reporte de perdas fiscais no utilizadas e reporte de crditos tributveis no utilizados.

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    Ainda no Ativo no corrente, existe a rubrica de Propriedades de Investimento:

    Propriedade de Investimento so os bens materiais, detidos para obter rendas ou para valorizao do Capital ou para ambas, e no para:

    a) Uso na produo ou fornecimento de bens e servios ou para atividadesadministrativasb) venda no curso ordinrio do negcio

    2.Anlise das rubricas do Balano

    Tal como na anterior legislao (DR2/90), na actual legislao (DR 25/09), o custo da depreciao do Ativo no corrente, diferido no tempo, atravs de desvalorizaes anuais

    As depreciaes e amortizaes de valor, variam de acordo com as especificidadesdos bens em questo.

    Em termos fiscais, o DR25/2009 fixa tabelas com taxas de depreciaes por tipo de atividades (especficas) e por tipo de bens (genricas)

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    O Ativo corrente engloba o patrimnio mais lquido da empresa, ou seja, aqueleque j o fruto da atividade da empresa:

    Os inventrios ativos detidos para venda no decurso ordinrio da atividadematrias-primas para a produo, os produtos em curso, os produtos acabados e as mercadorias prontas para a venda;

    Os Ativos biolgicos (atividades agrcolas) animais ou plantas vivos, no mbito da atividade agrcola, quer consumveis no decurso normal da atividade, quer de produo;

    As dvidas de terceiros crdito diferido no tempo e concedido a clientes, nas vendas de mercadorias e servios da empresa;

    Adiantamentos a fornecedores adiantamentos feitos pela empresa sobre fornecimentos sem preo fixado;

    Os crditos sobre o Estado So exemplos os pagamentos por conta do IRC e o IVA a receber.

    2.Anlise das rubricas do Balano

    O Ativo corrente engloba tambm:

    Os crditos sobre scios ou accionistas da empresa;

    Os Ativos financeiros de carcter no estvel, como aplicaes de curto prazo e valores mobilirios para transao;

    Devedores por acrscimos de rendimentos a reconhecer no exerccio, mas somente realizveis no exerccio seguinte;

    Ativos no correntes detidos para venda Ativos cuja quantia escriturada recuperada principalmente atravs de uma transaco de venda em lugar de o ser pelo uso continuado. Implica que o Ativo seja disponvel para venda imediata na sua condio presente e a sua Venda seja altamente provvel

    As disponibilidades saldos de depsitos ordem e o dinheiro em caixa;

    Diferimentos Gastos a reconhecer realizao destes antes do exerccio econmico a que dizem respeito.

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    Neste captulo, importante mencionar A Imparidade de Ativos prevista no SNC Sistema de Normalizao Contabilstica:

    Uma entidade deve avaliar em cada data de relato se h qualquer indicao de que um Ativo possa estar em imparidade. Caso exista indicao de imparidade, a entidade deve estimar a quantia recupervel do Ativo, atravs de um teste de imparidade:

    Teste de Imparidade:

    Quantia Escriturada > Quantia Recupervel

    Sendo: Quantia Recupervel o valor mais alto entre: Justo valor menos o custo de vender e o valor de uso (estimativa dos fluxos de caixa futuros, considerando o valor temporal do dinheiro).Quantia Escriturada custo histrico ou valor reavaliado (deduzidos de depreciaes acumuladas e de perdas por imparidade

    Se existem indcios de que um Ativo pode estar com imparidade: so exemplos, a obsolescncia ou dano fsico, desempenho econmico do Ativo est a declinar, entre outros.

    1. Estimar a Quantia Recupervel

    2. Se Quantia Escriturada > Quantia Recupervel, reconhecer a perda por imparidade.

    2.Anlise das rubricas do Balano

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    Perda por imparidade reconhecimento (reconhecimento e mensurao)

    Se, e apenas se, a quantia recupervel de um Ativo for menor do que a sua quantia escriturada, a quantia escriturada deve ser reduzida para a sua quantia recupervel. Esta reduo uma perda por imparidade.

    Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos resultados, a no ser que o Ativo seja escriturado pela quantia revalorizada de uma outra norma

    2.Anlise das rubricas do Balano

    2.Anlise das rubricas do Balano

    Exemplos de Perdas por imparidade:

    Clientes em contencioso de cobrana obrigam precauo da constituio de uma proviso do custo com a potencial perda pela incobralidade da dvida

    Inutilizao de mercadorias por utilizao destas por prazos caducados, avarias, mas tambm furto ou desaparecimento.

    Nos valores mobilirios, estes devem ser permanentemente registado pelo seu valor de cotao, o que acarreta o registo permanente das imparidades e tambm a reverso destas.

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    CAPITALPRPRIO

    2.Anlise das rubricas do Balano

    Inicial (de Constituio)

    Acumulado

    Em exerccios anteriores

    No exerccio

    2.Anlise das rubricas do Balano

    CAPITAL PRPRIO

    O Capital Prprio, ou tambm designado como Situao Lquida, resulta da equao fundamental da contabilidade da diferena entre o Ativo e o Passivo da Empresa:

    A = CP + P

    CP = A P

    Quanto maior este for, maior ser a sade financeira da empresa e a sua autonomiaperante o endividamento.

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    CAPITAL PRPRIO

    Compem o Capital Prprio as seguintes rubricas:

    Capital Social realizado Fundos fornecidos e realizado na constituio ou em diminuies posteriores, pelos scios ou accionistas.

    Aquisio de aces ou quotas prprias pela empresa as entidades podem adquirir aces ou quotas prprias, estas aquisies representam uma reduo do capital da sociedade , logo devem ser apresentadas no Balano como deduo de capital.

    Os outros instrumentos de Capital prprio onde se englobam as Prestaes suplementares concedidas pelos scios ou accionistas. respeitam a entradas de dinheiro, como reforo do capital social, que podem ser exigidas por contrato aos scios, ocupando uma posio intermdia entre o capital e as reservas.

    2.Anlise das rubricas do Balano

    CAPITAL PRPRIO

    Os prmios pagos pelos novos accionistas ou scios pela diferena entre o valor nominal das aces ou quotas da empresa e aquele que desembolsaram so valores tambm escriturados no capital prprio da empresa.

    Reservas, as quais podem ser de natureza variada. Podem resultar de lucros no distribudos aos scios ou accionistas (livres), por imposio dos estatutos (estatutrias), na sequncia da assembleia de aprovao de contas e/ou por imposio legal (legais)

    Os resultados transitados so os valores acumulados (positivos ou negativos) de lucros ainda no distribudos ou prejuzos.

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    CAPITAL PRPRIO

    Excedentes de revalorizao correspondentes s diferenas para os montantes escriturados das reavaliaes de Ativos no correntes da empresa pelo modelo de justo valor.

    Resultado lquido do perodo corresponde ao resultado lquido, dado pela diferena entre rditos/rendimentos/ganhos e gastos/perdas.

    PASSIVO

    2.Anlise das rubricas do Balano

    No Exigvel Provises para outros riscos e encargos

    Exigvel

    No Corrente

    Corrente

    Financiamentos ObtidosResponsabilidades por Benefcios Ps-EmpregoPassivo por impostos diferidosOutras contas a pagar

    FornecedoresAdiantamentos de ClientesEOEPAcionistas/Scios a receberFinanciamentos ObtidosOutras contas a pagarDiferimentos Passivos no correntes detidos para venda

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    PASSIVO

    No exigvel Passivo que no ser exigvel no futuro, no est em causa um movimento financeiro.

    Exigvel so as dvidas de uma empresa que sero liquidadas com prazo superior a um ano, financiamentos, ttulos a pagar, entre outros

    Dentro do Passivo exigvel podemos distinguir: Corrente (prazo de exigibilidade inferior a 1 ano) e No Corrente (prazo de exigibilidade superior a 1 ano)

    2.Anlise das rubricas do Balano

    PASSIVOProvises para outros riscos e encargos responsabilidades da empresa para com factos claramente definidos, de ocorrncia certa, mas de data e valor incerto;

    Financiamentos Obtidos: de mdio e longo prazo (passivo no corrente), de curto prazo (passivo corrente). Os financiamentos concedidos registam-se nos investimentos financeiros;

    Passivo por impostos diferidos so reconhecidas quantias de IRC pagveis em perodos futuros respeitantes a diferenas temporrias tributveis;

    Dvidas a fornecedores de matrias-primas e mercadorias para a explorao, no se inclui portanto os fornecedores de investimento e capital;

    Dvidas ao Estado e outros organismos pblicos - IVA a pagar, contribuies para a segurana social, retenes na fonte;

    Dvidas a scios e accionistas, a empresas participadas e participantes

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    2.Anlise das rubricas do Balano

    PASSIVO

    Credores por acrscimos de Gastos - gastos a reconhecer no exerccio, mas somente realizveis no exerccio seguinte; Esta conta serve de contrapartida aos gastos a reconhecer no prprio exerccio, ainda que no tenham documentao vinculativa, cuja despesa s venha a ocorrer em exerccio ou exerccio posteriores. Ex: Encargos com Frias e SF vencidas no exerccio mas a processar no exerccio seguinte

    Adiantamentos de clientes adiantamentos recebidos por clientes para fornecimentos de bens pela empresa, com preo previamente fixado;

    Benefcios ps Emprego registam-se as responsabilidades da empresa perante os trabalhadores e a sociedade gestora do fundo. (Fundos de penso, Cuidados de sade ps emprego, etc);

    Rendimentos a reconhecer - realizao destes antes do exerccio econmico a que dizem respeito. Nesta conta registam-se os rendimentos que devam ser reconhecidosnos exerccios seguintes cujo recebimento j se deu neste exerccio Exemplos : Rendas / alugueres recebidos por antecipao

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    A demonstrao de resultados pretende demonstrar a situao econmica daempresa.

    So inscritos nesta, os gastos e os rendimentos da empresa num dado exerccioeconmico , separando-os pela sua natureza instrumental:

    rea Bruta da Atividade: diretamente derivados da atividade desenvolvida pelaempresa;

    rea Operacional: reflete o desempenho da estrutura de gastos operacionais daempresa, sejam eles variveis ou fixos. Inclui os gastos com provises e depreciaes;

    rea Financeira: reflete a forma como a empresa est a gerir o seu ciclo de explorao,isto , se a empresa tiver de recorrer a financiamento externo para fazer face explorao, est a consumir recursos, ou se pelo contrrio, gerar excedentes, gerarendimentos de financiamento.

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    GASTOS

    Gastos (correntes)

    PerdasPerdas por imparidadePerdas por redues de justo valorOutros

    Custo Mercadorias Vendidas e Matrias ConsumidasFornecimentos e Servios ExternosImpostos Gastos com o pessoalGastos de depreciao e de amortizaoProvises do perodoOutros Gastos e PerdasGastos de Financiamento

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    A definio de gastos engloba quer gastos ordinrios quer perdas:

    Os gastos resultam do decurso das atividades ordinrias da empresa, tais como, custo das vendas, salrios e depreciaes.

    As perdas representam outros itens que satisfaam a definio de gastos e podem, ou no, surgir no decurso das atividades correntes da empresa.

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

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    Custo das mercadorias vendidas e das matrias consumidas configurando umareduo do capital prprio da entidade de relato, esta rubrica agrega os gastos que,no decorrer da atividade do perodo a entidade de relato teve relativamente :

    Utilizao de matrias-primas, subsidirias e de consumo para a sua vertenteprodutiva de bens e/ou servios, Venda de mercadorias vendidas para a sua vertente comercial

    Fornecimentos e servios externos Evidenciando os gastos incorridos com oconsumo de bens e servios destinados atividade operacional no integrantes darubrica anterior. Esta linha tambm configura uma reduo do capital prprio daentidade de relato.

    Gastos com o pessoal Esto aqui relatados os valores referentes aos gastos comremuneraes e outros encargos incorridos com os recursos humanos da entidade derelato.

    79

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    Gastos/reverses de depreciao e de amortizao engloba as depreciaes de ativosfixos tangveis e intangveis, bem como, no caso de existirem, as respetivas reverses.

    Provises (aumentos/redues) incluem as provises de exerccio reconhecidas emresultado do reconhecimento de uma probabilidade de perda resultante de uma aojudicial.

    Outros gastos e perdas Esta linha subtrada s anteriores agrega todos os gastos de:

    diferenas de cmbio desfavorveis desconto de pronto pagamento concedidos

    Gastos de financiamento registam-se os juros e gastos com financiamentos obtidos

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    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

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    Integram tambm a Demonstrao de Resultados, as seguintes perdas:

    Imparidade de inventrios (perdas/reverses) Esta linha evidencia as variaesocorridas no perodo de relato relativamente aos ajustamentos a efetuar nos inventrios

    Imparidade de Dvidas a Receber (perdas/reverses) Esta linha tem idnticotratamento relativamente anterior, mas no que concerne s dvidas a receber.Imparidade de Investimentos no depreciveis/amortizveis (perdas/reverses) Deidntico tratamento das duas anteriores

    Aumentos/redues de Justo valor Esta rubrica recebe os efeitos da aplicao doJusto Valor na mensurao subsequente das Propriedades de Investimento, AtivosBiolgicos e Produtos Agrcolas

    Imparidade de investimentos depreciveis/amortizveis (perdas/reverses) Aevidenciao desta rubrica feita tendo em ateno o lquido entre as perdas e asreverses existentes na imparidade de ativos.

    81

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    RENDIMENTOS

    Rditos

    Ganhos Outros Rendimentos e GanhosRendimentos e ganhos de financiamentoGanhos por Diminuies de justo valorOutros

    VendasServios PrestadosVariao nos Inventrios de ProduoSubsdios de Explorao

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

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    A definio de rendimentos engloba quer rditos ordinrios quer ganhos:

    Rditos provm do decurso das atividades ordinrias da empresa, sendo referidos, por uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, prestaode servios, trabalhos para a prpria entidade. Corresponde portanto, ao influxobruto de benefcios econmicos durante o perodo proveniente do curso dasatividades ordinrias de uma entidade quando esses influxos resultarem emaumentos de capital prprio.

    Ganhos representam outros items que satisfaam a definio de rendimentos e podem, ou no, provir do decurso das atividades ordinrias de uma empresa.

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    Vendas e prestaes de Servios: So o primeiro elemento deste mapa sendoevidenciados de forma agregada entre si. uma rubrica que apresentar sempre valorpositivo

    Subsdios Explorao Evidencia os subsdios relacionados com a produo namedida em que esto relacionados com a produo do perodo de relato. Esta rubrica,se existir sempre adicionada anterior pois apresentar valor positivo.

    Variao nos inventrios da produo Esta rubrica pode apresentar valor positivo ounegativo em funo do incremento ou reduo da variao no valor dos inventriosrelativamente ao ano N-1. Se o valor for positivo adicionado, se for negativo, tem queser subtrado.

    Trabalhos para a prpria entidade Apresenta os montantes de gastos que foramcapitalizados em ativos no correntes. uma rubrica sempre adicionada aos valoresanteriores pois, se existir, ter sempre valor positivo.

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    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

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    Outros rendimentos e ganhos Todos os rendimentos e ganhos que no sejam juros ou similares e que no estejam includos nas rubricas anteriores devero integrar esta rubrica, sendo adicionados s anteriores linhas. De salientar que os valores destes rendimentos e ganhos devero ser de valor imaterialmente relevante de forma a poderem ser agregados.

    Juros e rendimentos similares obtidos Esta linha inclui todos os rendimentos financeiros que tenham a natureza de juros ou similares, Atendendo lgica de construo da demonstrao dos resultados por naturezas o valor evidenciado nesta rubrica adicionado aos anteriores.

    85

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    Atravs desta demonstrao financeira o utente pode analisar nos diferentes itens as diferentes polticas que a empresa seguiu, designadamente:

    Os gastos das produes, o seu grau de escoamento e consequentemente os nveis de variao das produes;

    Os rditos provenientes das vendas

    A adequao dos nveis de compras aos nveis de consumos

    A correlao entre os diferentes tipos de rditos e os diferentes tipos de gastos nas diferentes atividades (atividades industriais e os de natureza financeira);

    O Valor acrescentado economia, visto em diferentes acees.

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    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

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    RESULTADOS

    Resultados antes de depreciaes, gastos de financiamento e impostos

    Resultados Antes de Impostos

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    Resultados Operacional (antes de gastos de financiamento e impostos

    Resultado Lquido do perodo

    Resultados antes de depreciaes gastos de financiamento e impostos

    RditosVendas, Prestao de Servios, os subsdios de explorao, as variaes na produo e os trabalhos para a prpria empresa

    GastosGastos com Consumos de Matrias Primas e o Custo das Mercadorias vendidas , osFornecimentos e Servios Externos, os Gastos com o pessoal ao servio da empresa

    Por ltimo, as imparidades de investimentos no depreciveis/amortizveis, as provises e os outros gastos e rendimentos, somados ou subtrados, completam o resultado antes de depreciaes, gastos de financiamento e impostos

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    RADGFI = Rendimentos Operacionais Gastos Operacionais + Depreciaes + Amortizaes + Provises

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    Resultados Operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

    Este resultado engloba para alm das rubricas anteriores, os custos com as depreciaes e amortizaes dos Ativos da empresa, assim como tambm (quando aplicvel) as perspetivas reverses, e as perdas ou reverses de e por imparidades para investimentos.

    Resultados Antes de Impostos

    Este resultado passa a incluir os gastos e rendimentos da funo financeira da empresa

    3.A Demonstrao de Resultados prevista no SNC

    Resultado Lquido do perodo

    Este o resultado depois de deduzido o imposto do rendimentos do exerccio

    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos tem tambm como objetivo a Anlise da vertente patrimonial da empresa.

    Esta Demonstrao dinmica:

    1. Informao baseada na variao dos valores dos balanos, dado que analisa a variao entre 2 perodos sucessivos ou no.

    Este mapa/demonstrao pretende evidenciar um valor absoluto da empresa, a liquidez, cuja falta sucessiva influencia muito negativamente a solvabilidade.

    Ou seja, o bom equilbrio que a DOAF pretende demonstrar, significa que a origem e aaplicao dos fundos, permitem empresa as disponibilidades suficientes para honrar osseus compromissos de pagamento.

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    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    Esta demonstrao, so 2 mapas:

    A) Demonstrao de fundos correntes:Demonstrao das Variaes dos Fundos Correntes

    ATIVAS PASSIVAS

    1. Aumento de Inventrios X 1. Diminuies de Inventrios X

    2. Diminuies das Dvidas a Terceiros de curto prazo

    X 2. Aumentos das Dvidas a Terceiros de curto prazo

    X

    3. Aumento das Dvidas de Terceiros de curto prazo

    X 3. Diminuio das Dvidas de Terceiros de curto prazo

    X

    4. Aumento de Disponibilidades X 4. Diminuies de Disponibilidades

    X

    5. Diminuio dos Fundos Correntes X 5. Aumento dos Fundos Correntes X

    TOTAL X TOTAL X

    O Objetivo desta demonstrao isolar as variaes do balano que dizem respeito atividade corrente da empresa, d-nos uma primeira imagem da liquidez de curto prazo

    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    B) A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    Origens de Fundos:

    Diminuies do AtivoAumentos do Passivo e Capital Prprio

    Aplicaes de Fundos

    Aumentos do AtivoDiminuies do Passivo e Capital Prprio

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    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    Origens de Fundos:

    Fontes Internas, fruto da atividade da empresa:

    1. Resultado Lquido (positivo) do perodo2. Depreciaes, Amortizaes e Provises

    Fontes Externas de fundos:

    1. Aumentos de Capital e Outros Instrumentos de Capital2. Aumento de prmios de emisso de aces3. Cobertura de Prejuzos4. Diminuio de Investimentos Financeiros5. Diminuio de Dvidas de Terceiros de mdio e longo prazo (curto prazo fazemparte da demonstrao de fundos correntes)6. Aumentos das dvidas a Terceiros a mdio e longo prazo7. Diminuies de Ativo no Corrente8. Diminuio dos Fundos Correntes (valor transitado da demonstrao de variaode fundos correntes)

    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    Aplicao de Fundos:

    1. Distribuio de Resultados2. Aplicao em reservas3. Diminuies de Capital ou devoluo de outros instrumentos de Capital4. Prejuzos, resultados lquidos do perodo negativos5. Aumento de Investimentos Financeiros6. Aumento de Dvidas de Terceiros a mdio e longo prazo7. Diminuio das Dvidas a Terceiros a mdio e longo prazo8. Aquisies de Ativos no correntes9. Aumento dos Fundos Correntes (valor transitado da demonstrao de variao

    de fundos correntes)

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    4.A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos

    Origem de Fundos Aplicao de Fundos

    Internas Distribuies

    Resultados Lquidos do perodo (positivos) X Por aplicao de Resultados X

    Depreciaes e Amortizaes X Por aplicao de Reservas X X

    Variao de Provises X X

    Diminuio dos Capitais Prprios

    Resultados Lquidos Negativos X

    Externas

    Aumento dos Capitais Prprios Movimentos Financeiros a MLP

    Aumento de Reservas X Aumento de Inv. Financeiros X

    Movimentos Financeiros a Mdio e Longo Prazo

    Diminuio dvidas a Terceiros MLP X

    Diminuies de Inv. Financeiros X Aumento dvidas de Terceiros MLP X X

    Diminuio dvidas de terceiros MLP X

    Aumento dvidas a terceiros MLP X X Aumentos de Imobilizaes

    Diminuio de Ativos no Correntes Trabalhos da Instituio para ela prpria X

    Cesso de Ativos no Correntes (pelo valor contabilstico)

    X Aquisio de Ativos no Correntes X X

    Diminuio dos Fundos Correntes X Aumento dos Fundos Correntes X

    TOTAL X TOTAL X

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Alguns Conceitos de interesse

    Caixa

    Compreende o numerrio e os depsitos bancrios imediatamente mobilizveis.

    Equivalentes a caixa:

    Compreende os outros depsitos bancrios e os investimentos de curto prazo cuja converso em numerrio possa efetuar-se sem grandes riscos de alteraes de valor no prazo mximo de trs meses a contar da data da sua constituio ou aquisio.

    Fluxos de caixa:

    So as entradas em caixa (recebimentos) e as sadas de caixa (pagamentos) e seusequivalentes.

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    Conforme j falamos, existem na empresa um conjunto de fluxos externos que tm a

    ver com a circulao da moeda, e que designamos por fluxos monetrios

    Fluxos estes que esto representados na Demonstrao dos Fluxos de Caixa.

    So exemplos destes fluxos, as entradas, tais como: recebimentos das vendas vista,

    vendas a crdito, vendas de imobilizado, aumento de capital e contrao de

    emprstimos. E as sadas: pagamento de fornecimentos, a pessoal, aquisio de ativos,

    reembolsos de emprstimos, entre outros

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Entradas Sadas

    Vendas Vista

    Contrao Emprstimos

    Vendas a Crdito

    Vendas de Imobilizado

    Aumento de Capital

    Fluxos de Caixa

    Fornecimentos

    Outros Desembolsos

    Folhas Remunerao

    Despesas

    Aquisio Ativos

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    Este Mapa tem como principal objetivo mostrar aos utentes da informao financeira

    o modo como a empresa gera e utiliza o dinheiro num determinado perodo

    (normalmente anual).

    A Demonstrao dos Fluxos de Caixa, conjuntamente com o Balano e a Demonstrao

    de Resultados, permite aos utentes melhorar o conhecimento das variaes ocorridas

    na estrutura financeira (incluindo a liquidez e a solvabilidade) e sobre a capacidade de

    gerar meios de pagamento e em que tempo.

    Note-se que os ajustamentos efetuados no mbito da anlise financeira no implicam

    quaisquer alteraes a nvel dos recebimentos e pagamentos efetuados pela empresa,

    pelo que o analista apenas se limita a analisar a informao constante neste mapa.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    As informaes acerca dos fluxos de caixa auxiliam os utentes dos mapas

    contabilsticos e financeiros na obteno de informaes relevantes sobre a utilizao

    e a origem de praticamente todos os recursos financeiros, ao longo de um

    determinado perodo de tempo.

    Estas informaes so importantes para a tomada de decises econmicas pelos

    utentes dos mapas contabilsticos e financeiros, pois permitem aos investidores e

    credores:

    avaliar a capacidade que a empresa ter para distribuir dividendos,

    de contrair emprstimos,

    pagar juros e amortizar dvidas,

    aplicar os excedentes de caixa nas operaes mais rentveis para a entidade, mas

    tambm auxiliam na determinao da liquidez e solvncia empresarial.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    Existem cinco seces diferentes numa Demonstrao de Fluxos de Caixa, so elas:

    saldo Inicial de Caixa: quantidade de dinheiro que a empresa tem na sua posse noincio do ano econmico. Saldos credores no devem ser considerados aqui;

    fontes estimadas de dinheiro: inclui todas as fontes de rendimento que irodesempenhar um papel nos fluxos de caixa, tais como investimentos e royalties;

    o uso estimado do Caixa: quantidade de dinheiro que a empresa espera pagardurante o perodo de fluxo de caixa, incluindo todos os custos de operao.

    variao lquida estimada: saldo final do caixa menos o seu saldo inicial, que dar avariao lquida (este nmero pode ser negativo, caso em que deve ser indicadocomo um deficit).

    saldo final de Caixa: variao lquida estimada mais o saldo de caixa inicial.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Na estruturao desta demonstrao financeira adotada uma classificao por

    atividades.

    Esta classificao por atividades proporciona informao que permite aos utentes

    determinar o impacto destas na posio financeira da entidade e nas quantias de

    caixa e seus equivalentes, podendo tambm ser utilizada para avaliar as relaes

    entre as atividades, so elas:

    Atividades Operacionais ou de explorao - So as que constituem o objeto das

    atividades da empresa e outras que no sejam de considerar como atividades de

    investimento ou de financiamento.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    Atividades de Investimento - Compreendem a aquisio e alienao de ativos

    fixos tangveis e intangveis e aplicaes financeiras no consideradas como

    equivalentes a caixa.

    Atividades de Financiamento - So as que resultam de alteraes na extenso e

    composio dos emprstimos obtidos e do capital prprio da empresa.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    O ciclo de atividades operacionais abrange o processo de venda e de produo das

    mercadorias/produtos que garante o funcionamento normal da empresa, envolvendo as

    seguintes atividades:

    Aprovisionamento (aquisio de bens e servios);

    Produo (transformao desses bens e servios);

    Comercializao (venda da produo ou de mercadorias).

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Atividades Operacionais ou de Explorao

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    Os recebimentos e pagamentos referentes a este ciclo referem-se, em termos gerais, s

    atividades:

    Aquisio, transformao ou produo e outros (que geram custos operacionais

    pagamento de mercadorias/matrias-primas, pagamento de servios, pessoal, outros

    custos, impostos, etc)

    Venda, prestao de servios e outros (que geram proveitos operacionais acrescidos da

    respetiva margem comercial Vendas, Prestao de Servios e Subsdio explorao).

    Deste modo, esperado que, neste ciclo, os recebimentos sejam superiores aos pagamentos,

    ou seja, que liberte fluxos de caixa positivos.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Alguns exemplos de fluxos de caixa de atividades operacionais:

    Recebimentos provenientes de vendas e de prestaes de servios;

    Recebimentos relativos a royalties, honorrios, comisses, e outros proveitos;

    Pagamentos referentes a compras de bens e servios;

    Pagamentos a empregados e por conta deles;

    Pagamentos e reembolsos de imposto sobre o rendimento,

    Recebimentos e pagamentos inerentes a contratos relacionados com a atividade normal da empresa.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    O ciclo de investimento abrange o conjunto de operaes que garantem a existncia e

    gesto dos Investimentos Financeiros e restantes Ativos No Correntes que suportam as

    diversas operaes do Ciclo das Atividades Operacionais, envolvendo as seguintes

    atividades:

    Aprovisionamento (equipamento de transporte, armazns, etc.);

    Produo (instalaes, mquinas, registo de marcas e patentes, etc.);

    Comercializao (equipamento administrativo, publicidade, redes de comercializao,

    etc.), entre outros.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Atividades de Investimento

    Apresentam-se seguidamente exemplos de fluxos de caixa originados por atividades de

    investimento:

    Pagamentos relativos aquisio de ativos fixos tangveis e intangveis, bem como de

    outros Ativos de longo prazo. Incluem-se nestes pagamentos os relacionados com

    custos capitalizados (de desenvolvimento, financeiros e outros) e com Ativos fixos

    auto-construdos;

    Recebimentos relativos alienao de ativos fixos tangveis e intangveis, bem como

    de outros Ativos de longo prazo;

    Pagamentos relativos aquisio de partes de capital, de obrigaes e de outras

    dvidas;

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    Os recebimentos e pagamentos referentes a este ciclo referem-se, em termos gerais, s

    atividades de aquisio e alienao de Ativos Fixos Tangveis e Intangveis e

    Investimentos Financeiros.

    O investimento em Ativo Fixo constitui, normalmente e para quase todos os tipos de

    negcio, uma componente essencial e imprescindvel para a sobrevivncia e

    crescimento da empresa no mdio longo prazo.

    A sua alienao faz-se, normalmente, apenas aquando da sua substituio por outro

    mais moderno, ou seja, quando o Ativo est obsoleto e com baixo valor de mercado.

    Deste modo, esperado que, neste ciclo, os recebimentos sejam inferiores aos

    pagamentos, ou seja, que liberte fluxos de caixa negativos.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Apresentam-se seguidamente exemplos de fluxos de caixa originados por atividades deinvestimento:

    Recebimentos relativos alienao de partes de capital, de obrigaes e de outras

    dvidas, qualquer que seja a forma como se encontrem representadas;

    Adiantamentos e emprstimos concedidos;

    Recebimentos resultantes do reembolso de adiantamentos e de emprstimos

    concedidos;

    Pagamentos e recebimentos inerentes a contratos de "futures", "forward", "options",

    e swaps", excepto quando tais contratos constituam atividade operacional ou os

    pagamentos sejam classificados como atividade de financiamento;

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    O ciclo das atividades de financiamento abrange o conjunto de operaes que

    garantem a existncia e gesto dos meios financeiros necessrios ao normal

    funcionamento essencialmente do Ciclo de Investimento mas tambm do Ciclo das

    Atividades Operacionais, envolvendo as seguintes atividades:

    Obteno e reembolso de financiamentos;

    Alteraes do Capital Social, distribuio de resultados, etc.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Atividades de Financiamento

    Os recebimentos e pagamentos referentes a este ciclo referem-se, em termos gerais,

    s atividades de obteno de recursos financeiros e respetivos reembolsos.

    Uma empresa recorre, normalmente, a novos financiamentos (e se cumprir a Regra do

    Equilbrio Financeiro Mnimo referida na aula anterior) aquando de novos

    investimentos. Depois segue-se um perodo em que tem de reembolsar esses

    financiamentos com os respetivos juros.

    Desta forma, no possvel definir partida um fluxo de caixa esperado positivo ou

    negativo, pois depende se a empresa est num perodo de contrao ou de reembolso

    de financiamentos. claro que podero ocorrer as duas situaes em simultneo. A

    avaliao do fluxo produzido efetuada em termos lquidos.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    Apresentam-se seguidamente exemplos de fluxos de caixa originados por atividades de

    financiamento:

    Recebimentos provenientes da realizao de aces (quotas), prmios de emisso e

    prestaes suplementares;

    Pagamentos por aquisio de aces (quotas) prprias, reduo do capital ou

    amortizao aces (quotas);

    Recebimentos provenientes de emprstimos obtidos, qualquer que seja o prazo e a

    forma como se encontrem representados;

    Reembolso dos emprstimos obtidos;

    Pagamento das amortizaes relativas a contratos de locao financeira.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    De entre os objetivos do clculo dos fluxos de caixa, destacam-se:

    honrar os compromissos dentro das datas fixadas, para que a entidade no seja

    prejudicada com coimas e juros.

    previso da falta de recursos;

    investir os recursos financeiros disponveis, evitando que fiquem estagnados;

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    saber, exatamente, quando surgir a falta de recursos para a entidade e

    antecipar-se a ela;

    analisar quais as melhores fontes de recursos para a entidade, tais como

    emisso de novas aes ou emprstimos bancrios, bem como analisar as

    melhores taxas do mercado (quais as instituies que oferecem as melhores

    linhas de crdito);

    encontrar o equilbrio perfeito entre liquidez vs rentabilidade;

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Conclui-se ento, que analisar os fluxos de Caixa tm vantagens, pois os diferimentos nos

    prazos de pagamento e recebimento, poderem gerar diferenas significativas entre o

    momento do rendimento ou gasto e o momento do recebimento ou pagamento, tais

    como:

    a apresentao da real condio de pagamento das dvidas;

    a facilidade de entendimento pelos diversos tipos de utilizadores;

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

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    a anlise dos fluxos de caixa passados evidenciam informaes relevantes sobre os

    fluxos de caixa futuros;

    permite inferir acerca das decises de investimento;

    aponta de um modo mais claro e objetivo a situao de liquidez e solvncia da

    empresa.

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    Mtodo de Apresentao

    Direto aquele em que so divulgados os principais componentes, dosrecebimentos de caixa e dos pagamentos de caixa, em termos brutos, permitindoaos utentes compreender o modo como a empresa gera e utiliza os meios depagamento.

    Indireto - aquele em que o resultado lquido do perodo ajustado por forma aexclurem-se os efeitos de transaces que no sejam a dinheiro, acrscimos oudiferimentos relacionados com recebimentos ou pagamentos passados ou futuros econtas de proveitos ou custos relacionados com fluxos de caixa respeitantes satividades de investimento ou de financiamento.

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    5.A Demonstrao de Fluxos de Caixa

    NOTAS PERODOResultados Variao Dez-2009

    Fluxos de caixa das actividades operacionais - mtodo directoRecebimentos de clientes

    Pagamentos a fornecedores

    Pagamentos ao pessoal

    Caixa gerada pelas operaes 0 0 0 Pagamentos/recebimentos do imposto sobre o rendimento 0

    Outros recebimentos/pagamentos 0

    Fluxos de caixa das actividades operacionais (1) 0 0 0

    Fluxos de caixa das actividades de investimentoPagamentos respeitantes a:Activos fixos tangveis 0

    Activos fixos intangveis 0

    Investimentos financeiros 0

    Outros activos 0

    Recebimentos provenientes de:Activos fixos tangveis 0

    Activos fixos intangveis 0

    Investimentos financeiros 0

    Outros activos 0

    Subsdios ao investimento 0

    Juros e rendimentos similares 0

    dividendos 0 Fluxos de caixa das actividades de investimento (2) 0 0 0

    Fluxos de caixa das actividades de financiamentoRecebimentos provenientes de:Financiamentos obtidos 0

    Realizaes de capital e de outros instrumentos de capital prprio 0

    Cobertura de prejuzos 0

    Doaes 0

    Outras operaes de financiamento 0

    Pagamentos respeitantes a:Financiamentos obtidos 0

    Juros e gastos similares 0

    Dividendos 0

    Redues de capital e de outros instrumentos de capital prprio 0

    Outras operaes de financiamento 0

    Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3) 0 0 0

    Variaes de caixa e seus equivalentes (1+2+3) 0 0 0 Efeito das diferenas de cmbioCaixa e seus equivalentes no incio do perodoCaixa e seus equivalentes no fim do perodo

    RUBRICAS

    6.A Demonstrao das Alteraes no Capital Prprio

    Este novo modelo de demonstrao financeira no obrigatria para as pequenas Entidades, foi criado com o objetivo do leitor conhecer todas as modificaes do Capital Prprio entre dois perodos contabilsticos.

    um quadro de dupla entrada onde as linhas so descriminadas em funo das razesque originaram a alteraes no capital prprio e nas colunas se listam os itens do capital prprio contantes do balano.

    Existem 3 possveis origens para as alteraes do Capital Prprio:

    1. As que resultam dos detentores de Capital 2. O resultado lquido do perodo, gerado pelas atividades da empresa3. Todas as alteraes que so geradas pelas atividades da empresa mas que

    no transitam pela Demonstrao de Resultados

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    6.A Demonstrao das alteraes no Capital Prprio

    Este modelo reveste-se de alguma importncia na medida em que d a informao aos stakeholders para a tomada de deciso, uma vez que explica os movimentos do capital prprio de um perodo para o outro e tambm explana quais as razes dessas alteraes.

    Capital Capital Capital Capital

    r eal izado real izado real izado real izado

    (51-261-(51-261-(51-261-(51-261-

    262)262)262)262)

    Aces Aces Aces Aces

    (quotas) (quotas) (quotas) (quotas)

    prpr ias prpr ias prpr ias prpr ias

    (52)(52)(52)(52)

    Outros Outros Outros Outros

    instrumentos instrumentos instrumentos instrumentos

    de capital de capital de capital de capital

    prpr io (53)prpr io (53)prpr io (53)prpr io (53)

    Prm ios Prm ios Prm ios Prm ios

    de de de de

    em isso em isso em isso em isso

    (54)(54)(54)(54)

    Reservas Reservas Reservas Reservas

    legais legais legais legais

    (551)(551)(551)(551)

    Outras Outras Outras Outras

    reservas reservas reservas reservas

    (552)(552)(552)(552)

    Resu ltados Resu ltados Resu ltados Resu ltados

    tr ans itados tr ans itados tr ans itados tr ans itados

    (56)(56)(56)(56)

    Ajustamentos Ajustamentos Ajustamentos Ajustamentos

    em activos em activos em activos em activos

    financeiros financeiros financeiros financeiros

    (57)(57)(57)(57)

    Excedentes de Excedentes de Excedentes de Excedentes de

    r evalo rizao r evalo rizao r evalo rizao r evalo rizao

    (58)(58)(58)(58)

    Outras Outras Outras Outras

    variaes variaes variaes variaes

    no capital no capital no capital no capital

    prpr io prpr io prpr io prpr io

    (59)(59)(59)(59)

    Resultado Resultado Resultado Resultado

    l qu ido do l qu ido do l qu ido do l qu ido do

    per odo per odo per odo per odo

    (81)(81)(81)(81)

    TotalTotalTotalTotal

    POSIO NO INCIO DO PERODO N-1POSIO NO INCIO DO PERODO N-1POSIO NO INCIO DO PERODO N-1POSIO NO INCIO DO PERODO N-1 1111

    ALTERAES NO PERODOALTERAES NO PERODOALTERAES NO PERODOALTERAES NO PERODOPrimeira adopo de novo referencial contabilsticoAlteraes de polticas contabilsticasDiferenas de converso de demonstraes financeirasRealizao do excedente de revalorizao de activos fixos tangveis e intangveisExcedentes de revalorizao de activos fixos tangveis e intangveis e respectivas variaesAjustamentos por impostos diferidosOutras alteraes reconhecidas no capital prprio

    2222

    RESULTADO LQUIDO DO PERODORESULTADO LQUIDO DO PERODORESULTADO LQUIDO DO PERODORESULTADO LQUIDO DO PERODO 3333

    RESULTADO INTEGRALRESULTADO INTEGRALRESULTADO INTEGRALRESULTADO INTEGRAL 4=2+34=2+34=2+34=2+3

    OPERAES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERODOOPERAES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERODOOPERAES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERODOOPERAES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERODORealizaes de capitalRealizaes de prmios de emissoDistribuiesEntradas para cobertura de perdasOutras operaes

    5555

    POSIO NO FIM DO PERODO N-1POSIO NO FIM DO PERODO N-1POSIO NO FIM DO PERODO N-1POSIO NO FIM DO PERODO N-1 6=1+2+3+56=1+2+3+56=1+2+3+56=1+2+3+5

    NotasNotasNotasNotasDESCRIODESCRIODESCRIODESCRIO

    Capital Prpr io atr ibuido aos detentores do capital da empresa-meCapital Prpr io atr ibuido aos detentores do capital da empresa-meCapital Prpr io atr ibuido aos detentores do capital da empresa-meCapital Prpr io atr ibuido aos detentores do capital da empresa-me

    PRTICA DE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA DE

    EMPRESAS

    Mdulo 2 Elementos de Anlise Econmica e Financeira

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    Objetivos do Mdulo:

    Os formandos devero ser capazes de identificar os 4 elementos de uma anlise econmica e financeira de uma empresa e de calcular os indicadores econmicos, financeiros e de funcionamento de uma empresa, bem como, relacion-los e retirarconcluses sobre a situao econmica e financeira da empresa.

    Temas a abordar:

    1. Elementos de anlise econmica e financeira2. Mtodo dos Rcios

    2.1 Indicadores de Rentabilidade 2.2 Indicadores Financeiros2.3 Indicadores de Funcionamento2.4 Outros Indicadores2.5 Rcios de Mercado

    3. Vantagens e Limitaes do Mtodo dos Rcios 4. Caso Prtico: Anlise das Demonstraes Financeiras de uma empresa real

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    1. Elementos de Anlise Econmica e Financeira

    A rendibilidade da empresa um elemento essencial numa empresa, dado que atravs da monitorizao deste, que o gestor verifica que a empresa est a gerar lucros.

    A gesto da tesouraria este elemento incide sobre dois aspectos fundamentais do Balano: a gesto do Ativo corrente (inventrios e crditos correntes) e o exigvel corrente (dbitos correntes). A boa gesto deste elemento essencialpara a gerao de meios libertos de uma empresa.

    A anlise de investimentos este elemento insere-se na gesto financeira de mdio e longo prazo. Ao investir em qualquer Ativo fixo (instalaes, mquina produtiva), necessrio analisar se os meios gerados no futuro, em consequncia do investimento,vo compensar o investimento efectuado, isto , se o investimento tem retorno.

    O planeamento a mdio e longo prazo este elemento trata da agregao da gesto de tesouraria com a estrutura financeira da empresa, que sustente a atividade da empresa no futuro

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

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    2. Mtodo dos Rcios

    Este mtodo consiste, com base nas Demonstraes Financeiras, obter uma informao mais detalhada, que permita quantificar e explicar factos ou fenmenos com relevnciana vida da empresa.

    Os rcios so excelentes indicadores de gesto, pois permitem concluses mais expressivas que a simples anlise de valores absolutos. Por serem uma relao entre duas grandezas, permitem estabelecer uma relao entre uma grandeza econmica e uma grandeza patrimonial.

    Ex: Rendibilidade do Ativo

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    2. Mtodo dos Rcios

    A anlise financeira pelo mtodo dos rcios faz mais sentido se houver bases de comparao,tais como:

    Para o gestor:

    O Oramento uma vez que reflete os objetivos da empresa

    Para o analista externo e para o gestor:

    O HistricoCentral de Balanos do Banco de PortugalCofaceDun & BradstreetRelatrios de contas das empresas concorrentes

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    2. Mtodo dos Rcios

    Grupos interessados na evoluo dos rcios de uma empresa:

    Gestores

    Credores e Pessoal

    Proprietrios

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Rendibilidade so os rcios expressos em percentagem da relao entre oresultado (lucro ou prejuzo) e as vendas ou uma grandeza de capital. Servempara avaliar a eficincia com que as empresas utilizam os seus Ativos

    Rendibilidade Bruta das Vendas = Margem Bruta/Vendas

    Explicao: Reflecte a margem das vendas depois de considerados os custos das matrias primasconsumidas e das mercadorias adquiridas. D-nos a Margem Bruta em percentagem.

    2.1 Indicadores Econmicos

    1. Rendibilidade Bruta das Vendas

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    Rendibilidade das Vendas Antes de Gastos de Financiamento e Impostos = Resultado Antes de Gastos de Financiamento e Impostos /(Vendas + Servios Prestados)

    Explicao: Reflecte os lucros internos da empresa, dado que a lgica considerar os encargos financeiros e os impostos como custos externos atividade da empresa

    Adicionalmente ao indicador da Rentabilidade Bruta das Vendas tem em considerao os restantes gastos para alm dos consumos das matrias primas e das aquisies de mercadorias (inclui depreciaes e imparidades nos inventrios, de dvidas a receber, entre outras)

    2. Rendibilidade das Vendas Antes de Encargos Financeiros e Impostos

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    3. Rendibilidade Lquida das Vendas e Prestao de Servios:

    Explicao: Reflete os lucros gerados por cada unidade monetria de Vendas e Servios Prestados; um rcio com menor relevncia na medida em que inclui gastos e rendimentos no diretamente associados explorao da empresa, como o exemplo dos gastos e rendimentos financeiros, e tambm o prprio imposto sobre os lucros.

    4.Rendibilidade do Ativo

    Rendibilidade Lquida das Vendas e Servios Prestados = Resultado Lquido do Perodo/(Vendas + Servios Prestados)Rendibilidade Lquida das Vendas e Servios Prestados = Resultado Lquido do Perodo/(Vendas + Servios Prestados)

    Rendibilidade do Ativo = (Resultado Lquido + IRC+ Gastos Financeiros Lquido) / Ativo

    ou

    RAGFI/Ativo

    Explicao: Tambm designado de ROA (Return on Assets) Reflecte o desempenho dos capitais totais investidos na empresa, independentemente da sua origem (prpria ou alheia).

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    6. Rendibilidade dos Capitais Permanentes

    Explicao: Mede o nvel de retorno do capital investido no s pelos accionistas ou scios, mastambm pelas fontes de financiamento externo (instituies bancrias e financeiras, por exemplo)

    Rendibilidade dos Capitais Permanentes = Resultado Lquido do Perodo/ (Capitais Prprios + Passivo no corrente)

    Rendibilidade dos Capitais Prprios = Resultado Lquido do Perodo / Capital Prprio

    5. Rendibilidade dos Capitais Prprios

    Explicao: Tambm designado por 'Return On Equity' (ROE) , relaciona o nvel de resultados lquidos gerados pela empresa com o montante investido pelos scios/accionistas; i.e., permite avaliar o retorno/remunerao do capital prprio. Com este rcio, o scio/accionista pode estabelecer comparaes com as taxas de rendibilidade do mercado de capitais e com as taxas de juro do financiamento.

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Tempo de recuperao da dvida = Passivo/(Resultado Lquido do Perodo + Depreciaes + Amortizaes + Perdas por Imparidade + Provises)

    7. Tempo de recuperao da dvida

    Explicao: Mede o nmero de anos que a empresa demorar a pagar as suas dvidas, mantendo inalterveis as condies atuais. Sempre que assumir um valor negativo significa que os meios libertos so negativos, tornando impossvel a sua leitura econmica.

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Grau de Cobertura de Juros = Resultado Operacional/Juros Suportados

    8. Grau de Cobertura de Juros

    Explicao: Mede o nmero de anos que a empresa demorar a pagar os juros de financiamento, com os seus Resultados Operacionais/Meios Libertos Totais. No limite, se menor que um, a empresas ser capaz de pagar os juros recorrendo a financiamento externo, com fundos acumulados, desinvestindo.

    Este um rcio muito utilizado pelos bancos na classificao do rating da empresa

    Grau de Cobertura de Juros = Cash Flow Operacional/Juros Suportados

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    Financeiros so aqueles que apreciam os aspetos que se relacionamexclusivamente com aspetos financeiros, tais como a estrutura financeira,a capacidade de endividamento e a solvabilidade.

    1. Liquidez Geral:

    Liquidez Geral = Ativo Corrente / Passivo Corrente ou (Inventrios+Dvidas de Terceiros + Disponibilidades)/Passivo Corrente

    Explicao: Permite comparar a capacidade que a empresa apresenta para realizar liquidez com as dvidascorrentes, i.e., permite estimar se uma empresa est em rutura financeira no curto prazo.

    Resultado=1, a regra do equilbrio financeiro mnimo, bastante arriscada se tivermos em considerao ,por exemplo, que sendo parte do circulante inventrios, a sua rotao ter de ser elevada , ou casocontrrio, temos de ter um diferencial forte entre prazos de pagamento (elevados) e prazos derecebimento (baixos)

    Resultado>1,5 a 2, o desejvel, na medida em que no se comprometem os tempos de rotao dosInventrios, e os equilbrios de prazos de recebimento e pagamento esto adequados

    Resultado

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    4. Autonomia Financeira

    Autonomia Financeira = Capital Prprio / Ativo

    Explicao: Mede o peso relativo das origens prprias no financiamento do Ativo, i.e., o peso dos capitais prprios nos capitais totais. Um valor elevado significa uma independncia forte perante credores.

    Em alguns programas de apoio s empresas, so exigidos valores mnimos (15% a 25%) para este rcio . Este tambm um indicador de relevo na anlise de crdito das instituies financeiras.

    5. Cobertura do Ativo Fixo

    Cobertura do Ativo Fixo = Capitais Permanentes / Ativo Fixo

    Explicao: Este rcio reflecte o nvel de cobertura do Ativo fixo pelos financiamentos concedidos, em princpio para a sua aquisio. Um valor superior a 100% indica que a empresa est no mdio e longo prazo, com origens prprias ou alheias (Capitais Permanentes)superiores s aplicaes (Ativo Fixo).

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    6. Endividamento:

    Endividamento = Passivo / Ativo

    Explicao: Mede a extenso com que a empresa utiliza capitais alheios no financiamento das suas atividades. Quanto maior o valor deste rcio, maior a dependncia face a terceiros. A somadeste rcio com a Autonomia sempre igual a 1.

    7. Taxa do Endividamento (debt to equity ratio):

    Taxa do Endividamento = Passivo / Capitais Prprios

    Explicao: Mede tambm o grau de dependncia perante credores. Ao contrrio da AutonomiaFinanceira, quanto mais baixo for este rcio, mais independente financeiramente a empresaest.

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

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    9. Solvabilidade

    Solvabilidade = Capital Prprio / Passivo

    Explicao: Mede a capacidade da empresa para fazer face aos compromissos assumidos para com terceiros. Quanto maior o valor deste rcio, maior a capacidade para responder aos compromissos, mantendo a autonomia financeira.

    8. Estrutura do Endividamento

    Estrutura do Endividamento = Passivo Corrente / Passivo

    Explicao: Mede o peso relativo das dvidas de curto prazo nas dvidas totais. Quanto maior for o rcio, maior ser a presso exercida sobre a tesouraria.

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    10. Fundo de Maneio

    Fundo de Maneio = Ativo Corrente Passivo Corrente

    Explicao: Tambm designado de margem de segurana da Tesouraria o Ativo corrente (lquido de imparidades), menos o passivo corrente. Ou seja, o excedente de Tesouraria gerado pela diferena entre por um lado, o inventrio, dvidas de clientes e disponibilidades, e pelas dvidas de fornecedores, outros credores e financiamentos de curto prazo.

    Ativo Fixo

    Ativo Corrente

    Passivo Corrente

    Passivo No Corrente

    Capital

    F.M

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    11. Renovao do Ativo Fixo

    Renovao do Ativo = Investimento Ativo Fixo/Gastos de Depreciao e Amortizao Exerccio

    Explicao: Este rcio d-nos o esforo de investimento da empresa e a capacidade de renovar o Ativo Fixo

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Resultado1, o valor do investimento em Ativo Fixo superior sua depreciao anual, ou seja, oque reflecte um esforo de investimento que permite renovar e aumentar o valor lquido do Ativo Fixo,garantindo o crescimento dos Ativos Fixos

    12. Envelhecimento do Ativo Fixo

    Envelhecimento do Ativo Fixo = Depreciaes Acumuladas/Ativo Fixo Bruto

    Explicao: Este rcio d-nos o grau de envelhecimento do Ativo Fixo. Este grau pode variar entre zero e um, dado que as depreciaes acumuladas no podem ser superiores ao valor do prprio Ativo Fixo.

    Quanto mais elevado o valor das depreciaes acumuladas, mais o grau de envelhecimento do Ativo fixo se aproxima de 1.

    O valor mximo de 1 representa 100% de depreciao do Ativo Fixo.

    Embora no haja um valor de referncia para este rcio, podemos aceitar como favorvel situaes em que o rcio EAF

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    13. Capacidade de Endividamento

    Capacidade de Endividamento = Capitais Prprios / Capitais Permanentes

    Explicao: A capacidade de endividamento, varia entre zero e um, dado que os Capitais Prprios no podem ser superiores ao valor dos Capitais Permanentes.

    Quanto mais elevado for o nvel de Capitais Prprios, maior a capacidade de endividamento da empresa face a terceiros.

    O valor mximo de 1 representa a situao em que os Capitais Prprios so iguais aos Capitais Permanentes por ausncia de Passivo no Corrente.

    Embora no haja um valor de referncia para este rcio, em termos gerais a maioria dos analistas recomenda que os Capitais Prprios devem representar pelo menos 50% dos Capitais Permanentes, ou seja, CE>=0,50

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Rcios Funcionamento so aqueles que ajudam a explicar osimpactos financeiros da gesto ao nvel do ciclo de explorao. Soos rcios do Tempo mdio de recebimento e pagamento, da duraomdia dos inventrios em armazm, entre outros

    1. Rotao do Ativo:

    Rotao do Ativo = Vendas/Ativo

    Explicao: Mede a capacidade proporcionada pelo Ativo de gerar Vendas

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    2.3 Indicadores de Funcionamento

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    2. Rotao do Fundo de Maneio:

    Rotao do Fundo de Maneio = Vendas/Fundo de Maneio

    Explicao: Mede as vezes que necessrias para as vendas reconstrurem o fundo de maneio da empresa.

    3. Rotao dos Inventrios:

    Rotao dos Inventrios = Vendas/Inventrios

    Explicao: Mede o tempo de sada dos inventrios da empresa. Um valor elevado de inventrios, conjugado com a produo da empresa, d uma noo da m qualidade da gesto dos stocks, dos tempos elevados de produo e da dificuldade da empresa em escoar mercadorias

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    4. Tempo mdio de recebimento (em dias):

    TMR = Clientes/Vendas * n dias corrente

    Explicao: Mede o tempo que, em mdia, os clientes demoram a liquidar as suas dvidas. Valores elevados podem significar ineficincias das cobranas ou falta de poder negocial junto dos nossos devedores.

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    5. Tempo mdio de pagamento (em dias):

    TMP = Fornecedores/(Compras + FSE )* n dias corrente

    Explicao: Mede o tempo que, em mdia, a empresa demora a pagar as suas dvidasaos fornecedores. Valores elevados indicam que a empresa tem poder negocial face aosseus credores

    6. Tempo mdio de inventrios (ao preo de custo em dias):

    TMI = Inventrios / Custo Mercadorias Vendidas e Matrias Consumidas * nmero de dias corrente

    Explicao: Mede o tempo que, em mdia, a empresa detm inventrios em armazm. Um valor baixo pode significar eficincia da gesto dos armazns; no entanto, pode tambm significar frequentes rupturas de stock's.

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    1. Produo

    Produo = Vendas+Servios Prestados+Trabalhos para a prpria entidade+Subsdios Explorao+Variao nos inventrios da Produo

    Explicao: Indicador semelhante ao Volume de Negcios embora mais abrangente, pois inclui tambm o valor do que a empresa produziu para si prpria, os subsdios exploraoe a variao ocorrida nos inventrios de produtos acabados e produtos em curso de fabrico.

    Margem Bruta = Produo - Custo das mercadorias vendidas e das matrias consumidas

    2. Margem Bruta

    Explicao: Reflecte a parte da produo da empresa que est disponvel para suportar os custos fixos e a remunerao dos capitais obtidos no financiamento da atividade.

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    2.4 Outros Indicadores

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    3. Margem de Contribuio

    Margem de contribuio = (Vendas + Servios Prestados) - Custo das mercadorias vendidas e das matrias consumidas

    Explicao: Reflecte a parte das vendas e prestaes de servios da empresa que est disponvel para suportar os custos fixos e a remunerao dos capitais obtidos no financiamento da atividade.

    Consumos Intermdios = Custo das mercadorias vendidas e das matrias consumidas + Fornecimentos e servios externos + Impostos indirectos

    4. Consumos Intermdios

    Explicao: a soma de Custo das mercadorias vendidas e das matrias consumidas, dos Fornecimentos e servios externos e dos Impostos indirectos

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    5. Valor Acrescentado Bruto

    VAB = Produo - Consumos intermdios

    Explicao: Mede o contributo da produo da empresa. O somatrio dos VAB de todas as empresas conhecido como Produto Interno Bruto (PIB).

    EBIT = Rendimentos Operacionais - Gastos Operacionais

    6. EBIT

    Explicao: (Earning Before Interest Taxes) corresponde aos Resultados Operacionais

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    7. EBITDA

    EBITDA = Resultados Antes de gastos de financiamento e Impostos + Depreciaes + Imparidade de Investimentos Depreciveis

    Explicao: (Earning Before Interest Taxes Depreciation Amortization) Mede os meiosmonetrios gerados pela atividade operacional da empresa num determinado perodo de tempo.

    Cash Flow = R.L.P. + Depreciaes + Imparidade de Investimentos Depreciveis

    8. Cash Flow

    Explicao: Mede os meios monetrios gerados pela atividade da empresa num determinado perodo de tempo. De notar que os Resultados Lquidos no representam,por si s, o dinheiro efectivamente criado; h que ter em conta os custos que no representam sadas de dinheiro (amortizaes e imparidades) bem como as variaes dos crditos concedidos e obtidos.

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Rcios de Mercado so aqueles que dizem respeito ao mercado dos valores mobilirios. So muito utilizados pelos investidores destesmercados e permitem a comparao entre empresas de um setor.

    PER = Cotao/Resultado da Ao

    Explicao: Mede a rentabilidade do investimento do investidor na ao, ou seja, a quantia que o investidor est disposto a pagar por cada unidade monetria dos ganhos da empresa.

    1. PER (Price Earning Ratio)

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    2.5 Indicadores de Mercado

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    EPS = Resultado Lquido/N de Aes

    Explicao: Mede o nvel de rentabilidade das aes em carteira.

    2. EPS (Earning per share)

    Dividend Yield= Dividendo por Ao/Cotao

    Explicao: Mede o retorno absoluto do investimento face ao investimento efetuado

    3. Dividend Yield

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    PBV = Cotao/Valor Contabilstico da Aco

    Explicao: Permite avaliar o nvel de especulao associado cotao do ttulo, por comparao com o seu valor contabilstico

    4. PBV (Price Book Value)

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

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    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    3. Vantagens e Limitaes do Mtodo dos Rcios

    3.1 Vantagens

    De entre os mtodos de anlise, o mais prtico, mais fcil de construir e mais

    rico em concluses, sobretudo porque permite:

    - Obter informaes sintticas (embora parciais) sobre aspetos que

    interessam gesto;

    - Efetuar comparaes que no so possveis efectuar por meio de

    nmeros absolutos;

    - Relacionando vrios indicadores logicamente interligados, obter

    algumas explicaes sobre os fenmenos em presena, e sua variao no

    tempo;

    -Situar a empresa no seu contexto, comparando os valores dos

    indicadores com valores tipo ou valores padro, calculados a nvel setorial

    para empresas da mesma dimenso e caractersticas.

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    3. Vantagens e Limitaes do Mtodo dos Rcios

    3.2 Limitaes

    Necessita de ser complementado com outro tipo de informao (incluindo no financeira e qualitativa)

    difcil estabelecer comparaes quando as empresas operam em vrias reas de atividade.

    Este mtodo limita-se contabilidade, por isso, podem estar distorcidos pelas regras de contabilidade adoptadas

    No devem ser analisados individualmente, pois podem levar a concluses erradas.

    Sazonalidade do negcio pode introduzir distores na anlise dos rcios.

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    Caso Prtico n2 Calado da Moda, Lda

    Mdulo 2 Elementos de Anlise Econmica e Financeira

    Com base nos Balano e na Demonstrao de Resultados de 2009, 2010 e 2011 da empresa Calado da Moda, Lda, pretende-se o clculo na folha de Excel dos seguintes indicadores:

    Econmicos (Rentabilidade Bruta das Vendas, Operacional das Vendas, Lquida das Vendas, Ativo, Capitais Prprios , Permanentes e Grau de Cobertura de Juros)

    Financeiros (Liquidez Geral, Liquidez Reduzida, Liquidez Imediata, Autonomia Financeira, Solvabilidade, Endividamento, Renovao do Ativo Fixo, Capacidade de Endividamento, Estrutura de Endividamento, Taxa de Endividamento e Cobertura do Ativo Fixo)

    Funcionamento (Rotao dos Inventrios, Rotao do Ativo, Rotao do Fundo de Maneio, Prazos Mdios de Inventrios, de Recebimento e Pagamento)

    Outros Indicadores(Margem Bruta, VAB, EBIT, EBITDA e Cash Flow)

    No papel de consultor, foi-lhe pedido para analisar a situao econmica e financeira da empresa, quais as suas recomendaes para o futuro?

    Exerccio

    Caso Prtico n2 Calado da Moda, Lda

    Mdulo 2 Elementos de Anlise Econmica e Financeira

    Resposta:

    Em concluso, ao longo do perodo em anlise a Calado da Moda, Lda, assistiu a uma reduo muito significativa no Volume de Negcios, no entanto via reduo dos custos das mercadorias vendidas e gastos com o pessoal, a rentabilidade operacional e lquida tem vindo a melhorar. Chama-se no entanto a ateno, para o peso excessivo dos gastos com financiamento, que quase duplicou quando comparado com 2009, atingindo j em 2011 um peso de 8% do total dos rendimentos de explorao. Em termos financeiros, estamos perante uma empresa que por via dos maus resultados em 2009, do ciclo de explorao desfavorvel e da perda de valor que tem sentido, evidencia maior necessidade de recurso a crdito. Os conselhos para esta empresa seria tentar captar mais negcio, pois o nvel de atividade insatisfatrio, face estrutura de gastos, e rever o preo do financiamento, em princpio este aumento dever-se- ao nvel de risco de crdito da empresa, e tambm analisar a possibilidade de reduzir os outros gastos com financiamento. A nvel financeiro dado os problemas de tesouraria da empresa, aconselha-se a uma renegociao da dvida (mais anos), por forma a reduzir as responsabilidades de curto prazo, dando assim mais tempo para a Calado da Moda melhorar o desempenho econmico.. Aconselha-se tambm uma aposta mais forte na concretizao das cobranas, por forma a melhorar o ciclo de explorao

    Exerccio Resolvido

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    PRTICA DE ANLISE ECONMICA E FINANCEIRA DE

    EMPRESAS

    Mdulo 3 Anlise do risco e Gesto da Tesouraria

    Objectivos do Mdulo:

    Os formandos devero ser capazes de identificar os tipos de risco de um investidor e avaliar o risco do negcio e o risco financeiro de uma empresa, bem como demonstrara importncia da gesto da tesouraria numa empresa.

    Temas a abordar:

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo2. O Fundo de Maneio e as Necessidades de Fundo de Maneio3. A estrutura e o equilbrio de capitais 4. Estudo de Casos4.1 Financiamento da atividade futura da empresa

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

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    63

    1.1 Conceito de Risco: O risco pode ser definido como a possibilidade de perda. Quanto

    maior a possibilidade de perda maior o risco.

    1.2 Tipos de Risco:

    Risco no sistemtico/especfico - este risco est associado a factos

    como alteraes ou problemas ao nvel da gesto da empresa, greves ou

    modificaes nos padres de consumo relativos aos produtos da empresa.

    Este risco pode ser combatido pela diversificao.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Risco sistemtico/mercado risco geral do mercado, est relacionado com

    o mercado em todo o seu conjunto, como por exemplo, aspectos polticos,

    sociais econmicos . Este risco respeita incerteza da inflao, da poltica

    monetria , cambial, oramental, mudanas conjunturais, entre outras.

    Contrariamente, ao risco especfico/no sistemtico este no pode ser

    combatido pela diversificao dos mercados.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    Risco sistemtico/mercado Este risco pode-se decompor em:

    a) Risco de Negcio - este risco est associado gesto de explorao da empresa , influencia a variabilidade dos fluxos de caixa operacionais resultante da atividade da empresa sem considerao do endividamento, ou seja, antes de encargos de financiamento e impostos.

    b) Risco Financeiro este risco est associado estrutura financeira. O facto da empresa se endividar cria um risco adicional ao investidor. O endividamento como se ver, tem um efeito de alavanca sobre a rendibilidade dos capitais prprios, designado por GAF Grau de Alavanca Financeira.

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    1.3 Anlise do Risco Operacional e Financeiro

    A anlise do risco operacional, passa pela tentativa de quantificar a volatilidade dos resultados operacionais, ou seja, respeita unicamente elasticidade do Resultado antes de gastos de financiamento e impostos em relao quantidade vendida, da mesma forma que a avaliao do risco financeiro procura quantificar a volatilidade do resultado lquido causado pelo grau de endividamento da empresa.

    Da conjugao destes dois indicadores resulta o indicador combinado de risco.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    1.3.1 Instrumentos utilizados na anlise do risco operacional

    A) GAO Grau de Alavanca Operacional;

    B) Ponto Crtico Operacional Break Even point;

    C) Margem de Segurana Operacional

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    A) GAO Grau de Alavanca Operacional;

    Este indicador fornece o efeito de alavanca que uma variao nas Vendas de x% induz na

    variao dos resultados operacionais .

    Nota: Empresas que tm um elevado volume de gastos Fixos (indstrias Metalrgicas,

    Indstrias pesadas, construo naval) tm um elevado Grau de Alavanca Operacional, ou

    seja, elevado risco de negcio.

    Assim em situaes de crise de reduo do volume de negcios so empresas com grande

    risco, pois uma descida das vendas arrastam um decrscimo nos resultados operacionais

    mais do que desfavorvel, no entanto se o cenrio for de crescimento, implica um

    crescimento mais do que proporcional nos resultados operacionais.

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    GAO = ( RAGFI/RAGFI)/ (Q/Q) = (Q (Pv Gv)/(Vnd GOV - GOF ))/ (Q/Q)

    = Q (Pv- Gv) / (Vnd - GOV GOF) = Vnd GOV / Vnd GOV GOF

    = Margem de Contribuio / Resultado Antes de Gastos de financiamento e Impostos

    Em que:

    RAGFI = Resultado antes de gastos de financiamento e impostos

    Q Quantidade Vendida

    Pv = Preo de Venda Unitrio

    Gv = Gastos Variveis Unitrios

    GOF = Gastos Operacionais Fixos

    GOV = Gastos Operacionais Variveis

    Margem de Contribuio = Volume de Negcios Gastos de Explorao Variveis

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    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Exemplo de clculo do GAO

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    Empresa X Empresa Y

    Quantidade Vendida 10.000 5.000

    Preo de Venda Unitrio 100 200

    Gastos Variveis Unitrios 50 150

    Gastos Operacionais Fixos 400.000 150.000

    RAGFI 100.000 100.000

    GAO 5 2,5

    Ambas as empresas apresentam o mesmo VN e o mesmo RAGFI. A nica diferena entre elas a estrutura de gastos, resultando por isso uma diferena na margem de contribuio. A empresa X tem MC = 500.000 e a empresa Y MC = 250.000, logo o GAO de X 5 e o GAO de Y 2,5, assim a empresa X tem maior risco de negcio .

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    Impacto da variao das Vendas no RAGFI

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    Empresa X Cenrio Inicial Variao +20% Variao -20%

    Vendas 1.000.000 1.200.000 800.000

    Gastos Operacionais Variveis

    500.000 600.000 400.000

    Margem de Contribuio

    500.000 600.000 400.000

    Gastos Operacionais Fixos

    400.000 400.000 400.000

    RAGFI 100.000 200.000 0

    Como se pode verificar uma variao positiva de 20% nas Vendas tem um impacto de +100% (GAO* Vnd) nos RAGFI e uma variao de -20% nas Vendas tem um impacto de -100% (GAO* Vnd) nos RAGFI.

    B) Ponto crtico Operacional Break even point

    Este um indicador muito importante, sobretudo para atividades que tenham tido um

    incio recente, e que pretende demonstrar o volume de vendas necessrio para produzir

    um resultado antes de gastos de financiamento e impostos igual a zero, ou seja, o valor a

    partir do qual a operao comear a gerar rentabilidades positivas.

    RAGFI = 0 V GV GF = 0 Q*p-Q*Gvu GF = 0 Q (p-Gvu) GF = 0

    Q* = GF/ (p-Gvu) - Ponto Crtico Operacional em Quantidade

    Multiplica-se ambos os membros por p, e resulta o valor do ponto crtico em valor.

    V*0 = Q0*p = GF/((p-Gvu)/p) = GF/(m%)

    Assim, Ponto crtico operacional calculado pela quociente entre os Gastos Fixos e

    margem de contribuio em % das Vendas

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    B) Ponto Crtico Operacional Break even point

    Calcule o ponto crtico para a empresa X e Y, Qual das empresas tem maior risco de negcio

    Margem de Contribuio = Vendas Gastos Operacionais Variveis = 1.000.000 500.000 = 500.000

    Margem de Contribuio em % = 500.000 /1.000.000 = 50%

    Gastos Operacionais Fixos = 400.000

    Ponto Crtico X = GOF /m% = 400.000/0,5 = 800.000 enquanto que a empresa Y

    Ponto Crtico Y = GOF /m% = 150.000/0,25 = 600.000

    A empresa X necessita de maior volume de Vendas para alcanar o Resultado Antes de

    Gastos de Financiamento e Impostos de zero, logo tem maior risco.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    C) Margem de Segurana Operacional

    No s importante o ponto crtico, mas qual o nvel de vendas que a empresa atinge

    normalmente e qual a grandeza de distanciamento destas em relao ao nvel crtico de

    vendas , assim importante tambm a noo de margem de segurana operacional.

    Logo, MSO = (Vendas Ponto Crtico)/Vendas

    Voltando ao exemplo anterior:

    Mais uma vez, em princpio a empresa X tem um risco de negcio superior empresa Y, pois basta que as vendas caiam 20% para entrar na zona de prejuzo, enquanto que a empresa Y para que entrasse na zona de prejuzo as vendas teriam que cair 40%.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    Empresa X Empresa Y

    Margem de Segurana 20% 40%

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    1.3.2 Instrumentos utilizados na anlise do risco financeiro

    A) GAF Grau de Alavanca Financeira;

    A anlise do risco financeiro no pode ficar apenas pela anlise do Balano. Os financeiros concluram que uma empresa pode ter uma estrutura financeira aparentemente equilibrada , mas com uma rendibilidade que no lhe permita pagar os encargos financeiros resultantes da dvida.

    O grau de alavanca financeira permite analisar o risco associado utilizao da dvida, importa analisar e concluir se o endividamento est a ser favorvel ou prejudicial rendibilidade dos capitais prprios.

    O GAF indica a mudana percentual nos resultados disponveis para o accionista (RLP) face mudana percentual nos Resultados Antes de Gastos de Financiamento e Impostos.

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

    Prtica de Anlise Econmica e Financeira de Empresas

    GAF = (RLP /RLP)/ (RAGFI/RAGFI) = ((RAGFI) (1-t)/ (RAGFI-GF) (1-t))/ (RAGFI/RAGFI)

    = (RAGFI/ (RAGFI-GF) / (RAGFI/RAGFI) = RAGFI/(RAGFI GF) =

    = (Vnd GOV GOF) /(Vnd GOV GOF - GF) = RAGFI/RAI

    Em que:

    RLP Resultado Lquido do Perodo

    RO = Resultado Antes de Gastos e Financiamento e Impostos

    t = Taxa de impostos

    GF = Gastos de Financiamento

    GOF = Gastos Operacionais Fixos

    GOV = Gastos Operacionais Variveis

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    Exemplo de clculo do GAF

    1. Anlise do Risco na gesto de mdio e longo prazo

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    Empresa X Empresa Y

    Quantidade Vendida 10.000 5.000

    Preo de Venda Unitrio 100 200

    Gastos Variveis Unitrios 50 150

    Gastos Operacionais Fixos 400.000 150.000

    RAGFI 100.000 100.000

    Gastos de Financiamento 80.000 50.000