cursodedireitoprevidenciario inss analista 2013 ehv robson carvalho

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Direito Previdenciário Prof. Robson Carvalho ESPAÇO HEBER VIEIRA Rua Corredor do Bispo, 85, Boa Vista, Recife/PE Página 1 F.: 3222-6231 www.espacohebervieira.com.br CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS 1. SEGURIDADE SOCIAL 1.1 Denominação O sistema securitário social consagra a proteção do indivíduo contra possíveis riscos que possam surgir, seja através da saúde, da assistência social e da pre- vidência social. A seguridade social foi constitucionalmente subdividi- da em normas sobre a previdência social, saúde e assistência social, regendo-se pelos princípios da universalidade da cobertura e do atendimento, da igualdade ou equivalência dos benefícios, da unidade de organização pelo Poder Público e pela solidarieda- de financeira, uma vez que é financiada por toda a sociedade. 1.2 Conceito ―A seguridade social compreende um conjunto inte- grado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social‖. (Morais, Alexandre de, Direito Constitucional, 11ª edição, ed. Atlas, pg. 663). ―O Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indiví- duos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social‖. (Martins, Sérgio Pinto, Direito da Seguridade Social, 21ª edição, ed. Atlas, pg. 44). A própria Constituição determinou que a seguridade social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais do em- pregador e da empresa, do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, além de outras fon- tes de receita. A seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiá- rios dos direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalha- dores em geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida. Em suma, a seguridade social visa, portanto, amparar os indivíduos nas hipóteses em que não possam pro- ver suas necessidades e as de seus familiares, por seus próprios meios. A intervenção estatal, na composição da seguridade social, é obrigatória, por meio de ação direta ou con- trole, a qual deve atender a toda e qualquer demanda referente ao bem-estar da pessoa humana. 1.3 Organização A Seguridade Social é gênero do qual são espécies a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde. A previdência social, a saúde e a assistência social estão elencados entre os direitos sociais, conforme dispõe o art. 6º da Constituição Federal vigente: ―Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segu- rança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na for- ma desta Constituição‖. Conforme disciplina o texto constitucional (art. 194 da CF/88), a seguridade social é o conjunto de iniciativas da sociedade e do Poder Público visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. Significa dizer que a seguridade social tem por finalidade e objeto maior garantir tran- quilidade aos indivíduos para que, em caso de acome- timento por alguma contingência, a qualidade de vida desses indivíduos e da família deles não seja diminuí- da. Ainda de acordo com a vigente Constituição, é compe- tência privativa da União legislar sobre seguridade social . Todavia, a lei complementar pode autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas, nos exatos termos do art. 22, inciso XXIII e parágrafo único da CF/1988. Isto significa que a competência legislati- va privativa da União pode ser delegada aos Estados, não se tratando, portanto, de competência exclusiva. Por outro lado, a competência legislativa em relação à previdência social é concorrente entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, consoante previsão constante no art. 24, inciso XII da Constitui- ção. 1.3.1 Previdência Social O art. 201 da vigente Constituição dispõe acerca da Previdência Social, estabelecendo que a mesma será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. A previdência social é seguro original, pois é de filia- ção obrigatória para os regimes básicos (RGPS e RPPS), além de coletivo, contributivo e de organiza- ção estatal. Já o regime complementar tem como ca- racterísticas a autonomia frente aos regimes básicos e a facultatividade de ingresso, sendo igualmente contri- butivo, mas coletivo ou individual. O ingresso também poderá ser voluntário no RGPS para aqueles que não exercem atividade remunerada (é o caso dos denomi- nados segurados facultativos). A previdência brasileira comporta dois regimes bási- cos, que são o Regime Geral de Previdência Social RGPS e os Regimes Próprios de Previdência de Ser- vidores Públicos RPPS, este último para servidores ocupantes de cargos efetivos e militares. Em paralelo aos regimes básicos, há o complementar. O regime complementar ao RGPS é privado, enquanto o complementar ao RPPS é público, sendo em ambas as hipóteses o ingresso voluntário, tendo como objeti- vo ampliar rendimento quando da aposentadoria. A natureza desses dois regimes previdenciários bási- cos (RGPS e RPPS) é institucional ou estatutária, já que o Estado, por meio de lei, utiliza-se de seu Poder

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Direito Previdenciário Prof. Robson Carvalho

ESPAÇO HEBER VIEIRA Rua Corredor do Bispo, 85, Boa Vista, Recife/PE Página 1 F.: 3222-6231 – www.espacohebervieira.com.br

CCUURRSSOO DDEE DDIIRREEIITTOO PPRREEVVIIDDEENNCCIIÁÁRRIIOO PPAARRAA OO

IINNSSSS

1. SEGURIDADE SOCIAL

1.1 – Denominação O sistema securitário social consagra a proteção do indivíduo contra possíveis riscos que possam surgir, seja através da saúde, da assistência social e da pre-vidência social. A seguridade social foi constitucionalmente subdividi-da em normas sobre a previdência social, saúde e assistência social, regendo-se pelos princípios da universalidade da cobertura e do atendimento, da igualdade ou equivalência dos benefícios, da unidade de organização pelo Poder Público e pela solidarieda-de financeira, uma vez que é financiada por toda a sociedade. 1.2 – Conceito ―A seguridade social compreende um conjunto inte-grado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social‖. (Morais, Alexandre de, Direito Constitucional, 11ª edição, ed. Atlas, pg. 663). ―O Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indiví-duos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social‖. (Martins, Sérgio Pinto, Direito da Seguridade Social, 21ª edição, ed. Atlas, pg. 44). A própria Constituição determinou que a seguridade social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais do em-pregador e da empresa, do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, além de outras fon-tes de receita. A seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiá-rios dos direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalha-dores em geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida. Em suma, a seguridade social visa, portanto, amparar os indivíduos nas hipóteses em que não possam pro-ver suas necessidades e as de seus familiares, por seus próprios meios. A intervenção estatal, na composição da seguridade social, é obrigatória, por meio de ação direta ou con-trole, a qual deve atender a toda e qualquer demanda referente ao bem-estar da pessoa humana.

1.3 – Organização A Seguridade Social é gênero do qual são espécies a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde. A previdência social, a saúde e a assistência social estão elencados entre os direitos sociais, conforme dispõe o art. 6º da Constituição Federal vigente:

―Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segu-rança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na for-ma desta Constituição‖.

Conforme disciplina o texto constitucional (art. 194 da CF/88), a seguridade social é o conjunto de iniciativas da sociedade e do Poder Público visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. Significa dizer que a seguridade social tem por finalidade e objeto maior garantir tran-quilidade aos indivíduos para que, em caso de acome-timento por alguma contingência, a qualidade de vida desses indivíduos e da família deles não seja diminuí-da. Ainda de acordo com a vigente Constituição, é compe-tência privativa da União legislar sobre seguridade social. Todavia, a lei complementar pode autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas, nos exatos termos do art. 22, inciso XXIII e parágrafo único da CF/1988. Isto significa que a competência legislati-va privativa da União pode ser delegada aos Estados, não se tratando, portanto, de competência exclusiva. Por outro lado, a competência legislativa em relação à previdência social é concorrente entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, consoante previsão constante no art. 24, inciso XII da Constitui-ção. 1.3.1 – Previdência Social O art. 201 da vigente Constituição dispõe acerca da Previdência Social, estabelecendo que a mesma será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. A previdência social é seguro original, pois é de filia-ção obrigatória para os regimes básicos (RGPS e RPPS), além de coletivo, contributivo e de organiza-ção estatal. Já o regime complementar tem como ca-racterísticas a autonomia frente aos regimes básicos e a facultatividade de ingresso, sendo igualmente contri-butivo, mas coletivo ou individual. O ingresso também poderá ser voluntário no RGPS para aqueles que não exercem atividade remunerada (é o caso dos denomi-nados segurados facultativos). A previdência brasileira comporta dois regimes bási-cos, que são o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e os Regimes Próprios de Previdência de Ser-vidores Públicos – RPPS, este último para servidores ocupantes de cargos efetivos e militares. Em paralelo aos regimes básicos, há o complementar. O regime complementar ao RGPS é privado, enquanto o complementar ao RPPS é público, sendo em ambas as hipóteses o ingresso voluntário, tendo como objeti-vo ampliar rendimento quando da aposentadoria. A natureza desses dois regimes previdenciários bási-cos (RGPS e RPPS) é institucional ou estatutária, já que o Estado, por meio de lei, utiliza-se de seu Poder

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de Império e cria a figura da vinculação automática ao sistema previdenciário, independente da vontade do beneficiário. Assim sendo, o seguro social é vinculado ao ramo público ou social do Direito (Direito Previden-ciário). O seguro social atua por meio de prestações previ-denciárias, as quais podem ser benefícios, tais como aposentadorias e pensões por morte, possuindo natu-reza pecuniária, ou serviços, como é o caso da reabili-tação profissional e do serviço social. O sistema previ-denciário deve ser auto-sustentável, isto é, deve finan-ciar-se a partir das contribuições de seus participantes (segurados), evitando-se uma dependência indevida de recursos estatais, o que naturalmente poderia comprometer o sistema protetivo securitário. Outra característica marcante nos regimes RGPS e RPPS é a compulsoriedade, a qual inexiste no seg-mento da previdência complementar. Assim, no Brasil, qualquer pessoal, brasileira ou estrangeira, que venha a exercer atividade remunerada em território nacional filia-se, automaticamente, ao Regime Geral de Previ-dência Social – RGPS, sendo obrigado a efetuar o recolhimento da contribuição previdenciária. Tal obri-gatoriedade de filiação aos sistema previdenciário é norma de ordem pública, sendo proibido ao segurado alegar que não deseja ingressar na previdência social. A Previdência Social abrange a cobertura de contin-gências decorrentes de doença, invalidez, velhice, desemprego, morte e proteção à maternidade, medi-ante contribuição, concedendo aposentadorias, pen-sões, auxílios etc.

ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.3.1.1 – O Regime Geral de Previdência Social – RGPS O Regime Geral de Previdência Social – RGPS é o mais amplo, responsável pela proteção da grande massa de trabalhadores brasileiros, sendo organizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, au-tarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social. O RGPS possui caráter contributivo, sendo de filiação obrigatória, devendo serem observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Entre-tanto, a Constituição Federal faz previsão da opção de filiação (segurado facultativo), proibindo a filiação ao RGPS na qualidade de facultativo do participante de

regime próprio de previdência, nos termos do § 5º. do art. 201:

―Art. 201......................................................................... §5º. É vedada a filiação ao regime geral de previdên-cia social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.‖

Estão vinculados ao RGPS os denominados segura-dos obrigatórios (empregado; empregado doméstico; trabalhador avulso; contribuinte individual e segurado especial). O RGPS também admite os denominados segurados facultativos (é o caso do estudante, da dona-de-casa, do desempregado etc). Para a previ-dência social, segurados são as pessoas físicas que exercem, exerceram ou não atividade, remunerada ou não, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empre-gatício. Não importa se a pessoa exerce ou não atividade remunerada, pois o estudante, o desempregado, a dona-de-casa não exercem atividade remunerada, mas podem ser considerados segurados. Para ser segurado é preciso ter a idade de 16 anos, que é a idade mínima permitida para trabalhar (art. 7º, XXXIII, da CF/88). Todavia, a exceção diz respeito ao menor aprendiz, que pode trabalhar aos 14 anos de idade. Em regra, todos os trabalhadores são segurados do RGPS. Não serão segurados do RGPS os vinculados a regimes próprios e os que prestam serviços a enti-dades estrangeiras, quando amparados por regimes de previdência desses países. Estão ainda vinculados ao RGPS os servidores ocu-pantes exclusivamente de cargo em comissão e os empregados públicos. No tocante às aposentadorias previstas na Constitui-ção, o RGPS garante: 1) Aposentadoria por tempo de contribuição: sendo os homens aos 35 (trinta e cinco) anos e, as mulheres, aos 30 (trinta) anos de contribuição. Esses tempos são reduzidos em 05 (cinco) anos para os professores que comprovarem efetivo exercício no magistério em edu-cação infantil, ensino fundamental e médio. Nota-se que essa prerrogativa não se estende aos professores universitários; 2) Aposentadoria por idade: sendo os homens aos 65 (sessenta e cinco) anos e, as mulheres, aos 60 (sessenta) anos de idade. Tal requisito (idade) é redu-zido em 05 (cinco) anos para os trabalhadores rurais que exercem suas atividades em regime de economia familiar. Entre esses trabalhadores incluem o empre-gado rural, permanente e eventual, o trabalhador avul-so rural e o segurado especial. A contagem recíproca entre o RGPS e o RPPS é as-segurada, havendo a compensação financeira entre os regimes. Não há necessidade de complementação por parte do segurado. Por exemplo, se José foi servidor público federal por 15 anos (vinculado ao RPPS) e, após sua exoneração, passou a trabalhar em empresa privada (vinculado ao RGPS) por mais 20 anos; aque-les 15 anos não serão desperdiçados, pois a Constitu-ição assegura essa contagem; o mesmo valendo para quem passa da iniciativa privada (RGPS) para o servi-ço público vinculado ao RPPS.

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ANOTAÇÕES:

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1.3.1.2 – Os Regimes Próprios de Previdência So-cial – RPPS Os Regimes Próprios de Previdência são os mantidos pela União, pelos Estados e pelos Municípios, em favor de seus servidores públicos e militares. Nesses entes federativos, os servidores ocupantes de cargos públicos efetivos não são vinculados ao RGPS, mas sim a regime próprio de previdência, desde que existente. Apenas em relação a esses regimes próprios de previdência é que Esta-dos e Municípios poderão legislar. A organização dos Regimes Próprios de Previdência é regulada pela Lei nº 9.717/98 e pela Lei nº 10.887/04. O fundamento constitucional dos regimes próprios de servidores civis está no art. 40 da Constituição, ao passo que o dos militares está previsto no art. 142, inciso X, da CF/88. O RPPS é instituído por lei do respectivo ente da fede-ração (Estados e Municípios, por exemplo), desde que garantidas, pelo menos, os benefícios previdenciários de aposentadoria e a pensão por morte. Caso a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios assegurem apenas um desses benefícios básicos, os servidores serão filiados obrigatórios do RGPS. No caso de extinção do RPPS, os entes federativos assumirão integralmente a responsabilidade pelo pa-gamento dos benefícios concedidos durante a sua vigência, bem como daqueles benefícios cujos requisi-tos necessários à sua concessão foram implementa-dos anteriormente à extinção do regime próprio de previdência social. Nos demais casos, há vinculação automática ao RGPS, com contagem recíproca do tempo de contribuição, o qual será averbado no RGPS, inclusive para efeito de carência.

ANOTAÇÕES:

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REGIME PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES

PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-pios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegu-rado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensio-nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposenta-dos, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissio-nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, na for-ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribui-ção; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pen-sões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentado-ria, por ocasião da sua concessão, serão considera-das as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-salvados, nos termos definidos em leis complementa-res, os casos de servidores: (Redação dada pela E-menda Constitucional nº 47, de 2005) I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela E-menda Constitucional nº 47, de 2005) III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de con-tribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorren-tes dos cargos acumuláveis na forma desta Constitui-ção, é vedada a percepção de mais de uma aposenta-doria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) I - ao valor da totalidade dos proventos do servi-dor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela exce-dente a este limite, caso em atividade na data do óbi-to. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 8º É assegurado o reajustamento dos benefí-cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentado-ria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previ-dência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-neração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e crité-rios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-ção e exoneração bem como de outro cargo temporá-rio ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 20, de 15/12/98) § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previ-dência complementar para os seus respectivos servi-dores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-das pelo regime de que trata este artigo, o limite má-ximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por inter-médio de entidades fechadas de previdência comple-mentar, de natureza pública, que oferecerão aos res-pectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do corres-pondente regime de previdência complementar. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 17. Todos os valores de remuneração conside-rados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de

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previdência social de que trata o art. 201, com percen-tual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 41, 19.12.2003) § 19. O servidor de que trata este artigo que te-nha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de per-manência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para apo-sentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servido-res titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do re-gime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

1.3.1.3 – Regimes de Previdência Complementar O regime de previdência complementar pode ser de dois tipos: a) Regime de Previdência Complementar dos Ser-vidores Públicos: previsto no art. 40, §14 ao §16 da Constituição Federal. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respecti-vos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas por seus regimes, o limite máximo estabe-lecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social. A previdência complementar dos servidores ainda não foi instituída, dependendo de lei ordinária de iniciativa do Poder Executivo de cada ente federativo. O regime de previdência complementar dos servidores públicos será gerenciado por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de con-tribuição definida. b) Regime de Previdência Privada Complementar: A previdência privada é um sistema complementar e facultativo de seguro, de natureza contratual. Suas normas básicas estão previstas no art. 202 da Consti-tuição Federal e nas Leis Complementares nº 108/2001 e nº 109/2001. O regime de previdência privada pode ser dividido em duas categorias: previ-dência complementar fechada (aplicada a grupos fe-chados que contribuem para obter os respectivos be-nefícios, como por exemplo, a PREVI – Fundo de Pensão para os Empregados do Banco do Brasil); e previdência complementar aberta (organizada por instituições financeiras e disponibilizadas para quem deles tiver interesse em participar, como por exemplo, Bradesco Previdência).

1.3.2 – Assistência Social A assistência social será prestada a quem necessi-

tar, independentemente de contribuição, ou seja, à-quelas pessoas que não possuem condições de ma-nutenção própria. A Assistência Social vem disciplinada nos artigos 203 e 204 da Constituição Federal. Não apresenta natureza de seguro social, sendo reali-zada com recursos do orçamento da seguridade soci-al. O requisito para o auxílio assistencial é a necessi-dade do assistido. Assim, as pessoas dotadas de recursos para a sua manutenção não serão destinatá-rias das ações estatais na área assistencial, não sen-do possível o fornecimento de benefício assistencial pecuniário. A assistência social é aparelhada por lei própria – Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – a qual traz definição legal deste segmento da seguridade social:

“A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não-contributiva, que prevê os mínimos sociais, reali-zada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”.

A assistência social tem como principais objetivos: a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, espe-cialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à

infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com defici-ência e a promoção de sua integração à vida comuni-tária; e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; f) a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territo-rialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimi-zações e danos; e g) a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais.

Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais,garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. Importante registrar que muitas pessoas não exercem atividades remuneradas, daí serem desprovidas de qualquer condição de custear a proteção previdenciá-ria. Não compete à previdência social a manutenção de pessoas carentes; por isso a assistência social é definida como atividade complementar ao seguro so-cial. A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e coman-do único das ações em cada esfera de governo; II - participação da população, por meio de organiza-ções representativas, na formulação das políticas e no

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controle das ações em todos os níveis; III - primazia da responsabilidade do Estado na condu-ção da política de assistência social em cada esfera do governo. A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistên-cia Social (Suas). A Constituição Federal determina que a ação estatal na assistência social será realizada preferencialmente com recursos do orçamento da seguridade social, e organizada com base na descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e mu-nicipal, bem como a entidades beneficentes e de as-sistência social. Também a participação da população é prevista em texto constitucional, por meio de organi-zações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. A Constituição Federal vigente, com o advento da Emenda Constitucional nº 42/2003 trouxe a faculdade aos Estados e ao Distrito Federal de vincular a pro-grama de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. Para os fins de recebimento do benefício de prestação continuada (BPC), a família é composta pelo reque-rente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausên-cia de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. Para efeito de concessão deste benefício, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedi-mentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-ções com as demais pessoas. impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com defici-ência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. A remuneração da pessoa com deficiência na condi-ção de aprendiz não será considerada para fins do cálculo a que se refere o § 3o deste artigo. O benefício de prestação continuada da assistência social não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. O benefício de prestação continuada não se trata de um benefício previdenciário devido à sua lógica de funcionamento: não carece de contribuição do benefi-ciário, bastando a comprovação da condição de ne-cessitado. A concessão do benefício somente será feita ao brasi-leiro, inclusive ao indígena, não amparado por nenhum

sistema de previdência social ou ao estrangeiro natu-ralizado e domiciliado no Brasil, não coberto por sis-tema de previdência do país de origem. O benefício poderá ser pago a mais de um membro da família, desde que comprovadas todas as condições exigidas. Contudo, para o inválido, o valor concedido a outros membros do mesmo grupo familiar passa a integrar a renda, para efeito de cálculo per capita do novo benefício requerido. Já para o idoso, o benefício concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar, em decorrência previsão constante no Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/03. A cessação do pagamento do benefício ocorre nas seguintes situações: a) superação das condições que lhe deram origem; b) morte do beneficiário; c) morte presumida do beneficiário, declarada em juízo; d) ausência declarada do beneficiário, na forma da lei civil; e) falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao exame médico pericial, por ocasião de revisão de benefício; f) falta de apresentação pelo idoso ou pela pessoa portadora de deficiência da declaração de composição do grupo familiar por ocasião de revisão de benefício. O benefício assistência é intransferível, não gerando direito à pensão por morte a herdeiros ou sucessores, extinguindo-se com a morte do beneficiário. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. Caso o beneficiário não mais se enquadre na condição de necessitado, o auxílio deixa de ser pago. Apesar de o benefício de prestação continuada ser o benefício assistencial por excelência, outros existem na lei. São os benefícios eventuais, isto é, os auxílios funeral e natalidade, que eram benefícios previdenciários, mas agora se encon-tram vinculados à assistência social. Também são limitados às famílias, cujas rendas per capita sejam

inferiores a ¼ do salário mínimo.

Além do benefício de prestação continuada, o governo federal tem mantido diversas ações neste segmento da assistência social, tais como, o Bolsa Família.

ANOTAÇÕES: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1.3.3 – Saúde A Constituição Federal de 1988 estabelece nos artigos 196 a 200 o direito à saúde. Cuidam ainda sobre esta matéria a Lei nº 8.080/1990 e a Lei nº 8.212/91 em seu art. 2º. É objetivo da Saúde oferecer uma política social e econômica destinada a reduzir riscos de doenças e outros agravos, proporcionando ações e serviços para a proteção e recuperação do indivíduo. Compete ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre a regulamentação, fiscalização e controle, de-vendo sua execução ser feita diretamente ou por mei-os de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídi-ca de direito privado. A saúde é direito de todos e dever do Estado, ou seja, independente de contribuição, qualquer pessoa tem o direito de obter atendimento na rede pública de saú-de. Atualmente, a saúde tem organização totalmente dis-tinta da previdência social. Após a extinção do INAMPS, as ações nesta área são agora de respon-sabilidade direta do Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde – SUS. A saúde é segmento autônomo da seguridade social, com organização distinta. Assim, a saúde é garantida mediante políticas sociais e econômicas, visando à redução do risco de doença e de outros agravos, com o acesso universal e igualitário às ações e aos servi-ços necessários para sua promoção, proteção e recu-peração. As ações e os serviços de saúde são de extrema rele-vância, cabendo ao Poder Público sua execução dire-tamente ou através de terceiros, incluindo pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. O emprego de particulares na proteção à saúde é freqüente, com o governo reembolsando atendimento destas entidades ao SUS. O Sistema Único de Saúde é financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Tal orçamento destina ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalida-des, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdên-cia Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Constituição determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão aplicar, anu-almente, em ações e serviços públicos de saúde, re-cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre suas arrecadações tributárias, além de parcela dos valores obtidos a partir de repasses da União e dos Estados e dos Fundos de Participação de Estados e Municípios. A Constituição Federal vigente também evidenciou a possibilidade de assistência à saúde pela iniciativa privada. Sendo assim, a saúde não é exclusividade do Poder Público, podendo as instituições privadas parti-cipar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as enti-dades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Entretanto, é vedada a destinação de recursos públi-cos para auxílios ou subvenções às instituições priva-

das com objetivo de lucro. Ainda que o Estado venha a efetuar pagamentos pelos serviços prestados à po-pulação, não poderá auxiliar empreendimentos eco-nômicos na área da saúde com recursos públicos. Finalmente, convém acrescentar que ao Sistema Úni-co de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: a) controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde, além de parti-cipar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; b) executar as ações de vigilância sanitária e epide-mológica, bem como as de saúde do trabalhador; c) ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; d) participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; e) incrementar em sua área de atuação o desenvol-vimento científico e tecnológico; f) fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendendo o controle e seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; g) participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produ-tos psicoativos, tóxicos e radioativos; h) colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendendo o do trabalho.

ANOTAÇÕES:

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2. PRINCIPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

Princípios são as proposições básicas que fundamen-tam as ciências. Para o Direito, o princípio é o funda-mento, a base que irá informar e inspirar as normas jurídicas. O Direito Previdenciário, como ramo autônomo do Direito, possui princípios próprios, os quais norteiam a aplicação e a interpretação das regras constitucionais e legais relativas ao sistema protetivo. Alguns princí-pios são exclusivos da seguridade social, o que revela sua autonomia didática, enquanto outros são genéri-cos, aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o da Seguridade Social. Para a Seguridade Social, alguns princípios têm natu-reza internacional, estando inseridos em inúmeras

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legislações, além de serem básicos, tais como o prin-cípio da solidariedade, da universalidade e o da sufici-ência das prestações. Os princípios podem ser divididos em gerais – que se aplicam não só à Seguridade Social, mas a outros ramos do Direito -, e específicos – que se aplicam exclusivamente a determinado ramo do Direito. 2.1 – Princípios Gerais a) Princípio da Igualdade Está previsto no caput do art. 5º da Constituição, bem como em seu inciso I, que assim rezam: “Art.5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à i-gualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-mos seguintes:” “I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”. A igualdade aqui tratada não é a mera isonomia for-mal, mas sim a material ou geométrica, na qual os iguais são tratados de modo igual e os desiguais de modo desigual, dentro dos limites de suas desigualda-des. É a igualdade material que justifica, por exemplo, alí-quotas diferenciadas de contribuição para diferentes espécies de segurados e faixas distintas de remunera-ção. A igualdade geométrica possibilita a restrição de benefícios de acordo com o status econômico do be-neficiário, como o salário-família, por exemplo. b) Princípio da Legalidade É compreendido no inciso II do art. 5º da Carta Magna, estando assim disposto: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Nesses termos, só haverá a obrigação de pagar de-terminada contribuição previdenciária ou a concessão de determinado benefício da Seguridade Social, se houver previsão em lei. Por ser um ramo do Direito Público, o Direito Previ-denciário sofre maior influência do princípio da legali-dade, já que a autonomia da vontade é muito restrita no campo previdenciário. c) Princípio do Direito Adquirido Encontra-se inserido no contexto do inciso XXXVI do art. 5º da Constituição, quando prevê que ―a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per-feito e a coisa julgada‖. Direito adquirido é o que faz parte do patrimônio jurídi-co da pessoa, que implementou todas as condições para esse fim, podendo exercê-lo a qualquer momen-to, sendo defeso ao Estado sua exclusão por qualquer meio. O direito já é da pessoa, em razão de que cumpriu todos os requisitos para adquiri-lo, por isso faz parte do seu patrimônio jurídico, ainda que não integre o seu patrimônio econômico. Tem-se como exemplo o caso da aposentadoria não ter sido requerida, apesar da pessoa já ter implementado todos os requisitos para esse fim. De outro modo, falar-se-á em mera expectativa de direito. A legislação previdenciária, como regra geral,

respeita, de certa forma, a expectativa de direito, cri-ando regras transitórias para pessoas que já se en-contravam no sistema antigo, mas sem o direito ple-namente adquirido. A Súmula 359 do Supremo Tribunal Federal – STF dispõe que “ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigen-te ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários”. 2.2 – Princípios Específicos Estão previstos no parágrafo único do art. 194 da Constituição e são repetidos no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.212/91. a) Solidarismo A solidariedade pode ser considerada um postulado fundamental do Direito da Seguridade Social, previsto ainda que implicitamente na Constituição. Sua origem é encontrada na assistência social, em que as pesso-as faziam uma assistência mútua para alguma finali-dade e também com base no mutualismo, de se fazer um empréstimo ao necessitado. Ocorre a solidariedade na Seguridade Social quando várias pessoas economizam em conjunto para asse-gurar benefícios quando as pessoas do grupo necessi-tarem. O inciso I do art. 3º da Constituição Federal indica a solidariedade como pressuposto genérico, haja vista que ―construir uma sociedade livre, justa e solidá-ria‖ é objetivo da República Federativa do Brasil.

É este princípio que permite e justifica uma pessoa poder ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter qualquer contribuição recolhi-da para o sistema. Também é a solidariedade que justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado que volta a trabalhar. Este deverá adimplir seus reco-lhimentos mensais, como qualquer trabalhador, mes-mo sabendo que não poderá obter nova aposentadori-a. A razão é a solidariedade: a contribuição de um não é exclusiva deste, mas sim para a manutenção de toda rede protetiva. b) Princípio da Universalidade de Cobertura e do Atendimento No nosso sistema, tem a Seguridade Social como postulado básico a universalidade, isto é, todos os residentes no país farão jus a seus benefícios, não devendo existir distinções, principalmente no que diz respeito aos segurados urbanos e rurais. Com relação à saúde e assistência social, vimos que a universalidade de cobertura e de atendimento é a regra. Todavia, quanto à previdência social, por ser regime contributivo, é, a princípio, restrita aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a figura do se-gurado facultativo. A universalidade da cobertura deve ser entendida como a necessidade daquelas pessoas que forem atingidas por uma contingência humana, como a im-possibilidade de retornar ao trabalho, a idade avança-da, a morte etc. A universalidade do atendimento refere-se às contin-gências que serão cobertas, não só às pessoas envol-vidas no sistema, ou seja, às adversidades ou aos acontecimentos em que a pessoa não tenha condi-

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ções próprias de renda ou de subsistência.

c) Princípio da Uniformidade e Equivalência das Prestações entre às Populações Urbanas e Rurais Trata-se de um desdobramento do princípio da igual-dade, no sentido da impossibilidade de serem estabe-lecidas distinções. A uniformidade refere-se aos aspectos objetivos, às contingências ou aos eventos que irão ser cobertos. Já a equivalência vai tomar por base o aspecto pecu-niário ou do atendimento dos serviços, que não serão necessariamente iguais, mas equivalentes, na medida do possível. Apesar de a área rural ser extremamente deficitária, a igualdade de tratamento justifica-se, já que todos são trabalhadores. Se as contribuições rurais não atingem patamar adequado, isto não é culpa do trabalhador. Ademais, cabe aqui a aplicação do princípio da solida-riedade – os trabalhadores urbanos auxiliam no cus-teio dos benefícios rurais.

d) Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços A seleção das prestações vai ser feita de acordo com as possibilidades econômico-financeiras do sistema da seguridade social. Nem todos terão acesso aos bene-fícios, contudo, a assistência médica será igual para todos, desde que dela necessitem e haja previsão para tanto. A lei é que irá dispor a que pessoas os benefícios e os serviços serão atendidos. Assim por exemplo, a con-cessão do salário-família e do auxílio-reclusão para o segurado e dependente de baixa renda são formas de seletividade, de atender a determinadas pessoas que seriam as necessitadas e não outras. A distributividade implica a necessidade de solidarie-dade para poderem ser distribuídos recursos. Trata-se de uma forma de distribuição de renda, apresentando caráter social.

e) Princípio da Irredutibilidade do Valor dos Bene-fícios Trata-se de uma segurança jurídica contida na Consti-tuição em benefício do segurado e dependentes deste diante da inflação. Diz respeito à correção do benefí-cio, o qual deve ter seu valor atualizado, de acordo com a inflação do período. O poder aquisitivo dos benefícios não pode ser onera-do. A forma de correção dos benefícios previdenciá-rios vai ser feita de acordo com a preceituada na lei. O §4º do artigo 201 da CF/88 dispõe que ―é assegu-rado o reajustamento dos benefícios para preser-va-lhes, em caráter permanente, o valor real, con-forme critérios definidos em lei‖. f) Princípio da Eqüidade na Forma de Participação no Custeio Embora a regra seja a contribuição de todos, até em virtude do princípio da solidariedade, seus valores não precisam ser, necessariamente, iguais. Evidentemente algumas pessoas podem contribuir mais que outras e, por isso, as regras de custeio devem atender para esta capacidade contributiva de seus segurados. Exemplo de eqüidade na forma do financiamento é a prevista no § 9º do art. 195 da Constituição, no sentido de que as contribuições do empregador, da empresa ou entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou

bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. g) Princípio da Diversidade da Base de Financia-mento A diversidade de base de financiamento quer dizer diversidade de fontes de custeio. A Constituição prevê diversas formas de financiamen-to da seguridade social, por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos de prognósticos (art. 195, I a III). Do orçamento da União virá grande parte do financia-mento da seguridade social, assim com essa irá cobrir eventuais insuficiências financeiras do sistema. h) Princípio Democrático e Descentralizado da Administração A Emenda Constitucional nº 20/98 ofertou nova reda-ção ao inciso VII, do parágrafo único do art. 194 da CF/88: “caráter democrático e descen-tralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalha-dores, dos empregado-res, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados”. Este princípio visa à participação da sociedade na organização e no gerenciamento da seguridade social, mediante gestão quadripartite, com participação de trabalhadores, empregadores, aposentados e governo. O art. 3º da Lei nº 8.213/91 instituiu o Conselho Na-cional de Previdência Social (CNPS), que tem repre-sentantes do governo federal, dos aposentados e dos pensionistas, dos trabalhadores em atividade e dos empregadores. Compete a esse conselho – CNPS, em especial: a) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à previdência social; b) participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária; c) apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social; d) acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência social etc.

i) Princípio da Preexistência do Custeio em Rela-ção ao Benefício ou Serviço O § 5º do art. 195 da Constituição apenas inseriu no seio da nossa Lei Maior o conceito de seguridade social, em um sentido amplo, englobando tanto a Pre-vidência Social como a Assistência Social, com a se-guinte redação: “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. Este princípio visa ao equilíbrio atuarial e financeiro do sistema securitário. A criação do benefício, ou mesmo a mera extensão de prestação já existente, somente será feita com a previsão da receita necessária.

j) Princípio da Tríplice Forma de Custeio O custeio tríplice envolve contribuições de trabalhado-res, das empresas e do próprio governo. A contribui-ção do empregador, o qual funciona como patrocina-dor compulsório (obrigatório) dos benefícios previden-ciários de seus empregados, existe desde a criação da previdência social. O Poder Público também deve destinar parcela de sua arrecadação tributária, além das contribuições sociais, ao custeio previdenciário. Isto deve ocorrer assim pelo singelo fato de o Estado ser, também, empregador.

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EXERCÍCIOS

01. (ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MF – 2009 – ESAF) À luz dos dispositivos consti-tucionais referentes à Seguridade Social, julgue os itens abaixo: I. A Seguridade Social pode compreender ações de iniciativa da sociedade. II. Saúde, Previdência e Trabalho compõem a Segu-ridade Social. III. Compete ao Poder Público organizar a Segurida-de Social nos termos da lei. IV. A Seguridade Social não foi definida na Constitui-ção Federal de 1988. a) Todos estão corretos. b) I e III estão corretos. c) I e IV estão incorretos. d) Somente I está incorreto. e) III e IV estão incorretos.

02. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – 2010 – CESPE/UNB) Acerca da estrutura dada pela CF e pelas normas infraconstitucionais à seguri-dade social, julgue os itens seguintes. 1. É perfeitamente admissível que se estabeleça uma base única de financiamento para a seguridade social, desde que a administração do sistema se man-tenha democrática e descentralizada. 2. É vedada a adoção de requisitos e critérios dife-renciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de ativi-dades exercidas sob condições especiais que prejudi-quem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de necessidades es-peciais, nos termos definidos em lei complementar. 03. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – 2007 – CESPE/UNB) Julgue os itens a seguir, acerca do conceito, da organização e dos princípios da segu-ridade social. 1. Assistência social é a política social que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à ado-lescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiên-cia, independentemente de contribuição à seguridade social. 2. A seguridade social obedece aos princípios da seletividade e da distributividade na prestação dos benefícios e serviços. 04. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – 2010 – CESPE/UNB) De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social e o Decreto n.º 1.744/1995, julgue os itens que se seguem. 1. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 anos de idade ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. 2. O benefício de prestação continuada deverá ser revisto a cada 5 anos, para reavaliar as condições que lhe deram origem.

05. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 2ª REGIÃO – 2007 – FCC) Contribuem para a seguridade social, da mesma forma, aqueles que estão em iguais condições contributivas. As empresas NÃO con-tribuem da mesma forma que os trabalhadores, em conformidade, especificamente, com o princípio da a) universalidade. b) seletividade na prestação de benefícios e servi-ços. c) eqüidade na forma de participação no custeio. d) irredutibilidade do valor dos benefícios. e) natureza democrática e descentralizada da admi-nistração. 06. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 2ª REGIÃO – 2007 – FCC) O Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, órgão superior de deliberação co-legiada, terá como membros, dentre outros, nove representantes da sociedade civil, sendo a) três representantes dos aposentados e pensionis-tas; três representantes dos trabalhadores em ativida-de e três representantes dos empregadores. b) um representante dos aposentados e pensionis-tas; quatro representantes dos trabalhadores em ativi-dade e quatro representantes dos empregadores. c) dois representantes do Governo Federal; três representantes dos aposentados e pensionistas; dois representantes dos trabalhadores em atividade e dois representantes dos empregadores. d) quatro representantes do Governo Federal; um representante dos aposentados e pensionistas; dois representantes dos trabalhadores em atividade e dois representantes dos empregadores. e) dois representantes dos aposentados e pensionis-tas; quatro representantes dos trabalhadores em ativi-dade e três representantes dos empregadores.

07. (PROCURADOR – PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – 2008 – FCC) É princípio explícito da

seguridade social na Constituição de 1988: (A) irredutibilidade do valor das contribuições. (B) desnecessidade de fonte de custeio total para criação de benefícios. (C) universalidade da cobertura e do atendimento. (D) retributividade na prestação dos benefícios e ser-viços. (E) caráter democrático e descentralizado da adminis-tração, mediante gestão bipartite, com a participação de trabalhadores e empregadores nos órgãos colegia-dos. 08. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – TRF 4ª REGIÃO – 2010 – FCC) O princípio constitucional que consiste na con-cessão dos benefícios a quem deles efetivamente necessite, devendo a Seguridade Social apontar os requisitos para a concessão de benefícios e servi-ços é, especificamente, o princípio da (A) universalidade da cobertura e do atendimento. (B) equidade na forma de participação no custeio. (C) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. (D) diversidade da base de financiamento. (E) uniformidade e equivalência dos benefícios e ser-viços às populações urbanas e rurais.

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09. (ADVOGADO – NOSSA CAIXA – 2011 – FCC) O princípio da universalidade da cobertura prevê (A) que os benefícios são concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a Seguridade Social deve apontar os requisitos para a concessão dos benefícios e serviços. (B) que a proteção social deve alcançar todos os e-ventos cuja reparação seja premente, a fim de manter a subsistência de quem dela necessite. (C) que o benefício legalmente concedido pela Previ-dência Social não pode ter o seu valor nominal reduzi-do. (D) a participação equitativa de trabalhadores, empre-gadores e Poder Público no custeio da seguridade social. (E) que não há um único benefício ou serviço, mas vários, que serão concedidos e mantidos de forma seletiva, conforme a necessidade da pessoa. 10. (ANALISTA JUDICICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – TRF 3ª REGIÃO – 2007 – FCC) Considere as se-guintes assertivas a respeito da assistência social: I. A assistência social será prestada a quem dela ne-cessitar, independentemente de contribuição à seguri-dade social. II. A participação da população, por meio de organiza-ções representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis é uma das diretrizes de organização das ações governamentais na área da assistência social. III. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincu-lar a programa de apoio à inclusão e promoção social até três décimos por cento de sua receita tributária líquida. IV. É vedada a aplicação dos recursos de programa de apoio à inclusão e promoção social dos Estados e do Distrito Federal no pagamento de despesas com pes-soal e encargos sociais. De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) II e IV. 11. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – COORDENADORIA JURÍDICA – TCE/SE – 2011 – FCC) Maria e João são empregados da empresa X. Maria possui três dependentes enquanto João não possui dependentes. Na qualidade de segurada Maria recebe o benefício salário-família enquanto João apesar de segurado não recebe. Neste caso específico está sendo aplicado o princípio consti-tucional da (A) equidade na forma de participação no custeio. (B) distributividade na prestação dos benefícios. (C) universalidade do atendimento. (D) diversidade da base de financiamento. (E) seletividade da prestação dos benefícios. 12. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – COORDENADORIA JURÍDICA – TCE/SE – 2011 – FCC) No tocante à evolução legislativa da Seguri-dade Social no Brasil, dentre as primeiras regras

de proteção, a aposentadoria por invalidez aos servidores públicos (A) foi prevista inicialmente na Constituição Federal brasileira de 1946. (B) somente teve previsão constitucional na Constitui-ção Federal brasileira de 1988. (C) teve previsão inicial em lei especial de caráter nacional publicada em 1942. (D) foi prevista inicialmente na Constituição Federal brasileira de 1891. (E) teve previsão inicial de caráter nacional na conhe-cida Lei Eloy Chaves. 13. (AUDITOR – TCE/CE – 2006 – FCC) Entre os princípios que regem a Seguridade Social, encon-tra-se o da eqüidade na forma de participação no custeio. Especificamente, segundo esse princípio, (A) apenas aqueles que estiverem em igualdade de condições contributivas é que terão que contribuir da mesma forma, diversificando empregados e emprega-dores. (B) a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente, a fim de manter a sub-sistência de quem dele necessite. (C) a escolha das prestações será feita de acordo com as possibilidades econômicas-financeiras do sistema da Seguridade Social. (D) os benefícios serão concedidos a quem deles efetivamente necessite, não havendo um único bene-fício, mas sim vários. (E) deverá ocorrer uma equivalência entre os benefí-cios e serviços concedidos às populações urbanas e rurais. 14. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) Entre as diversas ações que integram o sistema de seguridade social brasileiro, está previsto que cabe garantir benefício mensal (A) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, independentemente de prova de exer-cício de trabalho ou contribuição previdenciária anteri-ores. (B) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-ciência e ao idoso, desde que o beneficiário comprove ter vertido um mínimo de contribuições previdenciárias anteriormente, já que todos devem contribuir para o financiamento do sistema. (C) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-ciência e ao idoso, independentemente de ter havido contribuição previdenciária anterior, mas desde que o beneficiário comprove ao menos ter trabalhado por um número mínimo de meses ao longo de sua vida, já que, sem trabalho, não pode haver proteção do siste-ma. (D) de valor variável, sempre de acordo com as mé-dias das contribuições previdenciárias pessoalmente vertidas, independentemente de se tratar de portado-res de deficiência ou idosos e ainda que o benefício resulte em valor inferior ao do salário mínimo, já que se impõe a preservação do equilíbrio financeiro e atua-rial do sistema. (E) à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, no

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valor variável de um quinto do salário mínimo, para os que nunca contribuíram, e de pelo menos um salário mínimo para os que comprovem ter trabalhado e con-tribuído por um período mínimo de anos.

3. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Segurados são as pessoas físicas que exercem, exer-ceram ou não atividade, remunerada ou não, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício. Não importa se a pessoa exerce ou não atividade remunerada, pois o estudante, o desempregado, a dona-de-casa não exercem atividade remunerada, mas podem ser considerados segurados. Segurado será sempre a pessoa física, haja vista que a pessoa jurídica será contribuinte, pois a lei determi-na que deverá pagar determinada contribuição à segu-ridade social. Para ser segurado é preciso ter a idade de 16 anos, que é a idade mínima permitida para trabalhar (art. 7º, XXXIII, da CF/88). Todavia, a exceção diz respeito ao menor aprendiz, que pode trabalhar aos 14 anos de idade. Em regra, todos os trabalhadores são segurados do RGPS. Não serão segurados do RGPS os vinculados a regimes próprios e os que prestam serviços a enti-dades estrangeiras, quando amparados por regimes de previdência desses países. Para a previdência social – RGPS -, os segurados classificam-se em duas categorias: obrigatórios (em-pregado; empregado doméstico; trabalhador avulso; contribuinte individual e segurado especial) e faculta-tivos.

Os segurados obrigatórios em regra são: a) os que exercem atividade remunerada, efetiva ou eventual; b) os que exercem atividades de natureza urbana ou rural; c) aqueles que prestam serviço com ou sem vínculo empregatício. Como requisitos essenciais, devem ser pessoas físi-cas e prestar atividade laborativa lícita. Atividades ilegais ou ilícitas não estão abrangidas pela cobertura da previdência social, como o tráfico de drogas (entor-pecentes). O enquadramento como segurado na previdência social repercute na forma de arrecadação, valor da contribuição devida e no recebimento dos benefícios previdenciários.

NOTA: O aposentado pelo RGPS que estiver exer-

cendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições previstas na Lei nº 8.212/91.

3.1 – Segurados obrigatórios I – Empregado a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive co-mo diretor empregado;

II – Empregado doméstico A Lei nº 8.212/91 disciplina esta categoria de segurado em seu art. 12, inciso II. Considera-se empregado doméstico aquele que presta serviço de natureza con-tínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucra-tivos.

Características / requisitos: a) tratar-se de contrato celebrado entre pessoas físi-cas; b) natureza contínua (necessidade permanente): os serviços devem ser prestados com continuidade; c) o serviço deve ser prestado a pessoa ou a família – ambiente familiar - (ex.: mordomo, copeira, cozinheira, jardineiro, motorista etc.), que não tenha por intuito atividade lucrativa e para o âmbito residencial delas; d) subordinação do empregado à pessoa ou à família; e e) prestação do serviço personalíssima e a título one-roso. III – Trabalhador avulso O inciso VI do art. 12 da Lei nº 8.212/91 considera avulso “quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”.

Por seu turno, o inciso VI do art. 9º do Decreto nº 3.048/99 esclarece que o trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empre-gatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra. Características: 1) liberdade na prestação de serviços, pois não tem vínculo nem com sindicato, muito menos com as em-presas tomadoras de serviço; 2) possibilidade de prestação de serviços a mais de uma empresa; 3) o órgão sindical é que faz a intermediação da mão-de-obra, colocando os trabalhadores onde é o serviço necessário, cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o rateio entre as pessoas que participam da prestação de serviços; 4) o curto período de tempo em que o serviço é pres-tado ao beneficiário. De acordo com o Regulamento da Previdência Social – Decreto nº 3.048/99, são considerados trabalhado-res avulsos: a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para car-ga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto;

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h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro; e j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.

IV – Contribuinte Individual O inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212 usa a expressão contribuinte individual. Esta categoria foi criada pela Lei nº 9.876/99, a qual reuniu três categorias existentes – autônomo, equipa-rado a autônomo e empresário – em uma única, de-nominada contribuinte individual. Estes segurados são definidos na legislação previdenciária da seguinte forma (art. 11, V da Lei nº 8.213/91):

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou des-contínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quan-do em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8

o e 23 deste artigo;

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por inter-médio de prepostos, com ou sem o auxílio de empre-gados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para orga-nismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; e) o titular de firma individual urbana ou rural; f) o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima; g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria; h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam re-muneração decorrente de seu trabalho e o administra-dor não empregado na sociedade por cotas de res-ponsabilidade limitada, urbana ou rural; i) o associado eleito para cargo de direção em coope-rativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem rela-ção de emprego; l) a pessoa física que exerce, por conta própria, ativi-dade econômica de natureza urbana, com fins lucrati-vos ou não; m) o cooperado de cooperativa de produção que, nes-ta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executa-do; e n) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tra-tam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar n

o 123,

de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhi-mento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.

3.2 – Segurado Especial

Está previsto inicialmente no § 8º do art. 195 da Cons-tituição Federal, assim como no inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212/91. O segurado especial, em síntese, é o pequeno produ-tor rural e o pescador artesanal. São denominados especiais, porque estes segurados recolhem com base de cálculo diferenciada em relação aos demais trabalhadores, pois enquanto estes recolhem com base na remuneração auferida pelos serviços presta-dos (salário-de-contribuição), os especiais recolhem sobre a comercialização da produção agropecuária ou pesqueira. Além do que, mesmo que não recolham nada aos cofres da previdência social, os segurados especiais terão direito aos benefícios previdenciários, desde que comprovem, apenas, o tempo de serviço em atividade agropecuária ou pesqueira. A Lei nº 11.718/2008 deu nova qualificação ao segu-rado especial, nos seguintes termos: pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urba-no ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua co-laboração, na condição de: 1 - produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatá-rio ou arrendatário rurais, que explore atividade: a) agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou b) de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2° da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 2 - pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 3 - cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado que, comprovadamente, trabalhem com o grupo fami-liar respectivo. Entende-se como regime de economia familiar a ativi-dade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvi-mento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

– Segurado facultativo

Segurado facultativo é a pessoa que não tem obriga-ção legal de recolher a contribuição previdenciária, mas o faz para contar tempo de contribuição. Nos termos do § 5º do art. 201 da Constituição, é ve-dada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. É segurado facultativo o maior de 16 anos de idade que se filiar ao RGPS mediante contribuição, desde que não esteja incluído entre os segurados obrigató-rios. O enquadramento como facultativo é um ato de vonta-de da pessoa e não uma imposição legal, como ocorre

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com o segurado obrigatório, gerando efeitos somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir, nem a competências anteriores à sua inscrição, exceto se fizer opção pelo recolhimento trimestral.

NOTA: 1 - O recolhimento da contribuição em atraso é admitido apenas se não ocorrer perda da qualidade de segurado. 2 - Caso o segurado facultativo venha exercer alguma atividade remunerada, automática-mente converter-se-á em segurado obrigatório, devendo passar a efetuar seus recolhimentos nesta condição. A filiação compul-sória sempre se sobrepõe à facultativa.

São exemplos de segurados facultativos: a) a dona-de-casa; b) o síndico de condomínio, quando não remunerado; c) o estudante; d) o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviços no exterior; e) aquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social, como desempregado; f) o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços à empresa de acordo com a Lei nº 6.494/97; h) o bolsista que se dedique em tempo integral à pes-quisa, curso de especialização, pós-graduação, mes-trado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previ-dência social; i) presidiário que não exerça atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime da previdên-cia social; j) o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e k) o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais em-presas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.

EXERCÍCIOS

01. (ANALISTA PREVIDENCIÁRIO - INSS – 2005 - CESGRANRIO) É segurado facultativo do Regime Geral da Previdência Social o: a) ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa. b) pescador artesanal que exerça sua atividade indi-vidualmente ou em regime de economia familiar. c) prestador de serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. d) o estudante. e) o síndico de condomínio, desde que receba remu-neração. 02. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS –

2010 – CESPE/UNB) Cada um dos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com relação ao RGPS e ao RPPS.

1. João aposentou-se pelo RPPS em 16/11/2009 e, a partir de então, passou a prestar consultoria a diver-sas empresas do Distrito Federal, atividade que não interrompeu mesmo após a sua contratação para tra-balhar em missão diplomática norte-americana locali-zada no Brasil. Nessa situação, João é segurado obri-gatório do RGPS, ainda que já receba aposentadoria oriunda de regime próprio de previdência. 2. Lucas entrou no gozo de aposentadoria pelo RPPS em 16/11/2009. Nessa situação, Lucas poderia ter optado por filiar-se ao RGPS na qualidade de segu-rado facultativo, mediante ato volitivo de inscrição e pagamento da primeira contribuição. 3. Denise requereu exoneração do cargo que ocupa-va na administração pública federal, fato que se con-sumou em 16/11/2009. A partir dessa data, ela passou a viajar pelo Brasil, sem exercer qualquer atividade econômica, e não se filiou ao RGPS na qualidade que lhe seria legalmente permitida então. Nessa situação, se sofrer um acidente em 27/12/2010, Denise não poderá pleitear, perante o INSS, nenhum benefício por incapacidade, pois não possuirá a qualidade de segu-rado. 4. Pedro foi contratado para prestar serviços no Bra-sil, em missão diplomática norte-americana. Nessa situação, Pedro será segurado obrigatório da previ-dência social brasileira, ainda que a legislação previ-denciária dos Estados Unidos da América expressa-mente lhe confira proteção. 03. (TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO - INSS – 2003 – CESPE/UNB) A respeito do regime geral de previ-dência social (RGPS), julgue os itens de 1 a 4. 1. ( ) A inscrição é o ato pelo qual o segu-rado é cadastrado no RGPS, por meio de comprova-ção de dados pessoais e outros elementos. 2. ( ) Trabalhador avulso é aquele que presta serviços sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, com ou sem a intermediação de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra. 3. ( ) Um trabalhador que tenha sido con-tratado como escrevente por titular de serviços notari-ais em 2/1/1995 é segurado obrigatório da previdência social como empregado. 4. ( ) O proprietário de terreno urbano que realize obra de construção civil com finalidade de resi-dência própria é equiparado à empresa para fins pre-videnciários. 05. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – COORDENADORIA JURÍDICA – TCE/SE – 2011 – FCC) O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Au-tarquias, inclusive em regime especial, e Funda-ções Públicas Federais (A) é segurado obrigatório da Previdência Social como trabalhador avulso. (B) não é segurado da Previdência Social por expres-sa disposição legal. (C) é segurado facultativo da Previdência Social. (D) é segurado obrigatório da Previdência Social como contribuinte individual.

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(E) é segurado obrigatório da Previdência Social na qualidade de empregado. 06. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) São segurados obrigatórios do regime geral de previdência social: (A) a dona de casa e o estudante, desde que maiores de 16 (dezesseis) anos de idade. (B) os servidores públicos autárquicos ocupantes de cargo de provimento efetivo em Municípios que te-nham instituído regime próprio. (C) os trabalhadores autônomos, empresários e minis-tros de confissão religiosa. (D) os desempregados, nos 12 (doze) meses que se seguem à sua dispensa pela empresa. (E) os consumidores de planos de previdência privada administrados por entidades abertas de previdência complementar. 07. (JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO – TRT 11ª REGIÃO – 2007 – FCC) Podem contribuir facultati-vamente para o regime geral de previdência social (A) a dona-de-casa, o estudante a partir dos dezesseis anos de idade e o servidor público sem regime próprio. (B) a dona-de-casa, o estudante a partir dos dezesseis anos de idade e o servidor público com regime próprio e que não exerce atividade vinculada ao Regime Geral de Previdência Social. (C) o trabalhador eventual, o estudante a partir dos dezesseis anos de idade e a trabalhadora doméstica diarista. (D) a dona-de-casa, o advogado profissional liberal e o brasileiro contratado no Brasil para trabalhar em filial de empresa brasileira no exterior. (E) o segurado especial, o estagiário regular, maior de dezesseis anos, e o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior. 08. (ANALISTA TRIBUTÁRIO – RECEITA FEDERAL DO BRASIL – 2009 – ESAF) Pedro Luís, servidor público estadual concursado, deseja se filiar ao regime geral de previdência. Assim, entra com requerimento na Secretaria de Administração do Estado pedindo que não seja mais descontado o valor da contribuição para o sistema estadual de previdência própria pública decorrente do cargo público efetivo que exerce na repartição estadual. Com relação ao pedido formulado por Pedro Luís, é correto afirmar que: a) Pedro Luís pode participar do Regime Geral de Previdência Social como segurado obrigatório empre-gado. b) Pedro Luís não pode participar do Regime Geral de Previdência Social, pois já participa de Regime Próprio de Previdência Social como servidor ocupante de cargo efetivo. c) Pedro Luís pode participar do Regime Geral de Previdência Social como segurado obrigatório contri-buinte individual. d) Pedro Luís pode participar do Regime Geral de Previdência Social como segurado facultativo. e) Caso haja compensação das contribuições já pa-gas, Pedro Luís pode participar do Regime Geral de Previdência Social.

4. PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

4.1 – Beneficiários do RGPS As pessoas cobertas pelo RGPS são denominadas beneficiárias, sendo classificadas como segurados e dependentes. Portanto, para a Previdência Social, no gênero beneficiário tem-se como espécies: os segura-dos e os seus dependentes. I – Segurados Os beneficiários segurados, que são também contribu-intes, compreendem: a) empregado; b) empregado doméstico; c) trabalhador avulso; c) contribuinte individual; d) segurado especial; e) segurado facultativo. 4.1.2 - Manutenção e perda da qualidade de segu-rado A filiação ao RGPS decorre do exercício da atividade remunerada. Em virtude desta condição, caso o segu-rado deixasse de exercer esta atividade, como em virtude de desemprego, deveria, automaticamente, perder sua filiação ao RGPS. Contudo, a legislação previdenciária prevê que, em determinadas situações, o trabalhador manterá a qua-lidade de segurado, independente de estar exercendo atividade remunerada e, conseqüentemente, contribu-indo para a previdência social durante um determinado período de tempo (período de graça). Somente após o período de graça é que o segurado não mais mantém vínculo com a previdência social, perdendo condição para gozo dos benefícios. O período de graça não conta para carência, nem como tempo de contribuição. Trata-se de mera exten-são da rede protetiva por tempo maior, a fim de dar oportunidade ao trabalhador de obter nova atividade em certo tempo. O art. 15 da Lei nº 8.213/91 dispõe os casos e o lapso temporal, em que, independente de efetuar o recolhi-mento da contribuição social, o segurado manterá essa qualidade.

NOTA: Importante observar que há casos em que o

segurado empregado, em situação de desemprego, e ainda no período de graça, não possui direito aos benefícios: salário-família, salário-maternidade (para empregada gestante tão somente quando despedida sem justa causa, pois neste caso a obrigação será da empresa e não do INSS).

Assim, mantém a qualidade de segurado, no período de graça, independente de contribuições: I – SEM LIMITE DE PRAZO: para aquele que está em gozo de benefícios. Presume-se que está impossibili-tado de exercer atividade e assim estaria dispensado de contribuir. II – ATÉ 12 (DOZE) MESES: a) Após a cessação do benefício concedido por inca-pacidade (aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença);

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b) Após a cessação das contribuições, para o segura-do que deixar de exercer atividade abrangida pelo RGPS (o que perder o emprego, p.ex.), ou está sus-penso ou licenciado sem remuneração. Nesses casos, incluindo o item anterior, contando o segurado com mais de 120 contribuições, o prazo poderá ser esten-dido até 24 meses. Os prazos anteriores ainda pode-rão ser prorrogados por mais 12 meses, o que pode chegar a 36 meses, caso o segurado se encontre desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. c) Após cessação da segregação, do segurado aco-metido por doença de segregação compulsória; d) Após o livramento do segurado detido ou recluso. III – ATÉ 3 (TRÊS) MESES: após o licenciamento do segurado incorporado às forças armadas para serviço militar. Durante o serviço militar obrigatório não há necessidade de recolhimento das contribuições previ-denciárias dos empregados afastados para prestarem serviço militar. IV – ATÉ 6 (SEIS) MESES: após a cessação das con-tribuições do segurado facultativo.

NOTA: O reconhecimento da perda da qualidade de

segurado ocorrerá no dia 16 do segundo mês seguinte ao término dos prazos fixados acima. Este prazo exis-te em razão do recolhimento previdenciário ser feito somente no mês seguinte ao da competência. A desfi-liação, no último mês do período de graça, somente ocorre após o prazo de vencimento desta competên-cia, que ocorrera no dia 15 do mês seguinte.

EXEMPLO: Suponhamos que José, segurado empre-gado, foi demitido em 31/01/2000, sendo a última con-tribuição recolhida à competência janeiro. Tendo ape-nas 70 contribuições anteriormente recolhidas à de-missão, José comprovou a situação de desemprego involuntário por meio de registro no MTE. Assim, o prazo de graça a que José tem direito é de até 12 meses, acrescidos por mais 12 meses; o térmi-no do prazo seria então 31/01/2002. Como a perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do con-tribuinte individual, relativamente ao mês imediata-mente posterior, no caso fevereiro/2002, o dia se-guinte ao vencimento ocorrerá em 16/03/2002.

NOTA: Ressalta-se que para ter direito ao período de graça, o segurado tem que deixar de exercer atividade laboral abrangida pelo RGPS.

4.1.3 – Carência Período de carência é o número de contribuições mensais mínimas que o segurado deve efetivar para ter direito a benefício, consideradas a partir do trans-curso do primeiro dia dos meses de suas competên-cias. O segurado empregado, o trabalhador avulso e o con-tribuinte individual têm por presumido, para efeito de carência, o recolhimento das contribuições deles des-contadas pela empresa, bastando, para tanto, a com-provação de vínculo empregatício ou a existência de atividade remunerada para a empresa. Contudo, o mesmo raciocínio não se aplica ao empre-

gado doméstico – sua carência não é presumida, pois apesar do recolhimento ser encargo do empregador doméstico, o trabalhador carece de comprovação dos pagamentos dos mesmos, ao contrário do empregado, do avulso e do contribuinte individual. Caso não consi-ga comprovar os recolhimentos, mas demonstre ter trabalhado durante todo o período necessário como empregado doméstico, terá benefício no valor de um salário mínimo.

ANOTAÇÕES: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nem todos os benefícios têm carência, somente os seguintes: I – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 contribuições mensais;

NOTA: dispensa-se da carência de que trata este item, os casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de algumas doenças, a princípio definidas no art. 186 do RPS.

II – aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial: 180 contri-buições mensais; III – salário-maternidade para as seguradas contribuin-te individual, especial e facultativa: 10 contribuições mensais. Caso o parto seja antecipado, a carência será reduzida em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.

NOTA: Caso o segurado seja oriundo de regime pró-

prio de previdência, como um ex-servidor, também poderá trazer seu tempo de contribuição para o RGPS, salvo se já aposentado por este regime. Tal tempo será aproveitado para todos os efeitos, inclusi-ve para os de carência.

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NOTA: Havendo perda da qualidade de segurado, as

contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência, depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência. Excluem-se desta regra as concessões de aposentadorias por tempo de contribuição e especial, igualmente apli-cável, ainda, para as aposentadorias por idade, desde que, neste caso, o segurado conte com, no mínimo, cento e oitenta contribuições mensais.

O período de carência começa a ser contado: I – para o segurado empregado e trabalhador avulso – a partir da data de filiação ao RGPS; II – para o segurado empregado doméstico, contribuin-te individual que não seja remunerado por empresa, segurado especial enquanto contribuinte individual e facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso.

NOTA: Para o segurado especial que não opta pelo

recolhimento como contribuinte individual, que são a grande maioria, o período de carência é contado a partir do efetivo exercício na atividade rural.

4.2 – DEPENDENTES Os dependentes são, em ordem de classe (art. 16 da Lei nº 8.213/91): 1) CLASSE I – o cônjuge, a companheira, o compa-nheiro e o filho não emancipado, de qualquer condi-ção, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, e equiparados aos filhos (enteados e tutelados).

ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) CLASSE II – os pais.

ANOTAÇÕES:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) CLASSE III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim decla-rado judicialmente.

NOTA: A emancipação é uma das causas da extinção

do poder familiar. Ocorrendo a emancipação, o filho apesar de ser menor, poderá exercer pessoalmente todos os atos da vida civil sem necessidade da assis-tência dos pais, adquirindo dessa forma a capacidade plena.

De acordo com o disposto no art. 5º, parágrafo único do Código Civil – Lei nº 10.406/2002, cessará, para os menores, a incapacidade: I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independen-temente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II – pelo casamento; III – pelo exercício de emprego público efetivo; IV – pela colação de grau em curso de ensino superi-or; V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Para o INSS, com a emancipação presume-se a perda da dependência econômica, ressalvado o caso em que a emancipação seja decorrente de colação de grau em curso de ensino superior. Para a Previdência Social, os dependentes de uma classe concorrem em igualdade de condições e a existência de dependentes de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das classes seguin-tes. Após o falecimento de dependente superior, o benefí-cio não se transfere para os dependentes inferiores, só para os da mesma classe ou hierarquia. Se há dependentes da mesma categoria, o benefício é dividido em partes iguais. Se, por exemplo, o segurado deixa a viúva e três filhos, a pensão por morte será dividida em quatro cotas partes iguais. Se um dos

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filhos morre ou completa 21 anos, sua parcela reverte para os demais, que passam a receber 1/3, e assim por diante. Os dependentes da classe I têm dependência eco-nômica presumida, exceto o menor tutelado e o ente-ado, que, assim como os demais (classes II e III), devem comprovar a dependência econômica para receberem o benefício previdenciário. O menor enteado ou o tutelado somente será depen-dente preferencial do segurado, caso comprove a dependência econômica e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. A tutela é instituto do Direito Civil conferida aos meno-res de idade nos casos de falecimento ou ausência dos pais ou perda do poder familiar. O enteado é o parente por afinidade em linha reta, cuja mãe ou pai se casou novamente, em relação ao seu padrasto ou madrasta. A dependência econômica é comprovada de acordo com o previsto em regulamento (art. 22, § 3º do RPS), observando que, conforme o caso, devem ser apre-sentados, no mínimo, três dos seguintes documentos: 1- certidão de nascimento de filho havido em comum; 2- certidão de casamento religioso; 3- declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado com seu dependente; 4- disposições testamentárias; 5- declaração especial feita perante tabelião; 6- prova do mesmo domicílio; 7- prova de encargos domésticos evidentes e existên-cia de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; 8- procuração ou fiança reciprocamente outorgada; 9- conta bancária conjunta; 10- registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segu-rado; 11- anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; 12- apólice de seguro da qual conste o segurado com instituidor do seguro e a pessoa interessada com sua beneficiária; 13- ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; 14- escritura de compra e venda de imóvel pelo segu-rado em nome do dependente; 15- quaisquer outros documentos que possam levar à convicção do fato a comprovar.

ANOTAÇÕES:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O cônjuge ausente somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de

dependência econômica, não excluindo do direito a companheira ou o companheiro. O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os demais dependentes referidos na classe I. Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união estável com o segurado ou segu-rada. União estável é aquela configurada na convivên-cia pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o § 1

o do art. 1.723 do Código Civil,

instituído pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002

.. De acordo com o atual Código Civil, é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contí-nua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família, mesmo no caso de a pessoa ser casada se achar separada de fato ou judicialmen-te.

NOTA: O INSS, a partir de decisão judicial (Ação Civil

Pública 2000.71.00.009347-0), passou a reconhecer a união estável homossexual, de modo que o parceiro (a) de segurado do mesmo sexo tem direito à pensão por morte e auxílio-reclusão, desde que provada a união estável.

4.2.1 – Perda da qualidade de dependente A perda da qualidade de dependente ocorre: I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio,

enquanto não lhe for assegurada a prestação de ali-mentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; II - para a companheira ou companheiro, pela ces-sação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimen-tos; III - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim decla-rado judicialmente; IV - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelec-tual ou mental, pelo levantamento da interdição; e IV - para os dependentes em geral: a) pelo falecimento.

5. BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente de trabalho, expres-sas em benefícios e serviços (art. 18 da Lei nº 8.213/91): 1) Quanto ao segurado: a) Aposentadoria por invalidez; b) Aposentadoria por idade; c) Aposentadoria por tempo de contribuição; d) Aposentadoria especial; e) Auxílio-doença; f) Salário-família;

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g) Salário-maternidade; h) Auxílio-acidente. 2) Quanto ao dependente: a) Pensão por morte; b) Auxílio-reclusão. 3) Quanto ao segurado e dependente: a) Reabilitação profissional; b) Serviço social. Os benefícios são prestações pecuniárias pagas aos segurados ou dependentes, enquanto os serviços são prestações colocadas à disposição dos beneficiários, como a reabilitação profissional, sem cunho monetá-rio, que visam à melhoria das condições de vida dos segurados e dependentes. 5.1 – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ A aposentadoria por invalidez é um dos benefícios da previdência social, regulado pela Lei nº 8.213/91, arti-gos 42 a 47. Objetiva substituir os rendimentos dos segurados que forem considerados incapazes para exercer atividade laborativa e não puderem ser reabili-tados para atividade que lhe garanta a subsistência. I) Período de carência A concessão da aposentadoria por invalidez depende do seguinte período de carência (art. 25 da Lei nº 8.213/91): 12 contribuições mensais.

NOTA: De acordo com o art. 26 da Lei nº 8.213/91, independe de carência a concessão de aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natu-reza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. NOTA: A doença pré-existente ao ingresso no RGPS não pode ser invocada como causa para afastar o período de carência.

II) Exame médico-pericial A concessão de aposentadoria por invalidez depende-rá da verificação da condição de incapacidade, medi-ante exame médico-pericial a cargo da previdência social, podendo o segurado fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. Importante registrar que a concessão desse benefício, inclusive mediante transformação de auxílio-doença, está condicionada ao afastamento de todas as ativida-des. O aposentado por invalidez fica obrigado, sob pena de sustação do pagamento do benefício, a submeter-se a exames médico-periciais, a realizar-se bienalmente. III) Salário-de-benefício

O salário-de-benefício consiste para as aposentadori-as por invalidez na média aritmética simples dos maio-res salários-de-contribuição correspondente a 80% de todo período contributivo.

NOTA: Salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios, exceto o salário-família, a pensão por morte, o auxílio-reclusão e o salário-maternidade.

IV) Renda mensal A aposentadoria por invalidez consiste numa renda mensal de 100% do salário-de-benefício, sendo devida a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, quando este a preceder, ou concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, aposentadoria por invalidez será devida (art. 43 da Lei nº 8.212/91): a) ao segurado empregado a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entra-da do requerimento, se entre o afastamento e a entra-da do requerimento decorrerem mais de 30 dias. Du-rante os primeiros 15 dias de afastamento consecuti-vos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário; b) ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou data da entrada do requerimento, se entre essas datas decor-rerem mais de 30 dias.

NOTA: O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, desde que a enfermidade conste na relação do Anexo I do Regu-lamento da Previdência Social, sendo devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal. São as seguintes situações que garantem ao segura-do aposentado por invalidez a majoração de 25% sobre a aposentadoria: cegueira total; perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impos-sível; perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível; perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossí-vel; alteração das faculdades mentais com grave per-turbação da vida orgânica e social; doença que exija permanência contínua no leito; incapacidade perma-nente para as atividades da vida diária.

V) Tempo de contribuição De acordo com o disposto no art.60, III do RPS, é contado como tempo de contribuição o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, entre períodos de ativida-de. VI) Encerramento Julgando apto a retornar à atividade, o aposentado por invalidez deverá solicitar a realização de nova avalia-ção médico-pericial. Caso a perícia médica do INSS conclua pela recuperação da capacidade laborativa, a aposentadoria será cancelada.

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Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, excetuando-se a situa-ção em que o aposentado retorne voluntaria-mente à atividade, que neste caso terá sua aposentadoria au-tomaticamente cessada, a partir da data do retorno, serão observadas as seguintes regras (artigos 46 e 47 da Lei nº 8.213/91):

1) quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 (cinco) anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício ces-sará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na em-presa ao se aposentar, na forma da legislação traba-lhista, valendo como documento, para tal fim, o certifi-cado de capacidade fornecido pela previdência social; ou b) após tantos meses quantos forem de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.

2) quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período de 5 (cinco) anos, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) pelo seu valor integral, durante 6 (seis) meses

contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 (seis) meses; e c) com redução de 75%, também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definiti-vamente.

EXEMPLO: Jorge, aposentado por invalidez em 04/04/1995, após perícia realizada pelo INSS, verifi-cou-se a recuperação parcial do segurado em 06/03/2001. Nesse caso, Jorge receberá até 06/09/2001 o valor integral do benefício, dessa data até 06/03/2002 receberá 50% do benefício, até 06/09/2002 apenas 25% do valor da aposentadoria, findando o benefício.

ANOTAÇÕES:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________

5.2 – APOSENTADORIA POR IDADE Benefício da previdência social, regulado pela Lei nº 8.213/91, artigos 48 a 51. Visa conferir rendimentos aos segurados em virtude de idade avançada, possibi-

litando a retirada destes do mercado de trabalho. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a ca-rência exigida – 180 contribuições mensais – ou 180 meses para o segurado especial, será devida ao segu-rado que completar 65 anos de idade, se homem, ou 60, se mulher, reduzidos esses limites para 60 e 55 anos de idade para os trabalhadores rurais, respecti-vamente, homens e mulheres, bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovada-mente, em regime de economia familiar. I) Período de carência A concessão da aposentadoria por idade depende do seguinte período de carência: 180 contribuições mensais ou 180 meses para o segurado especial, em virtude de este não ter que provar contribuição, ape-nas o tempo de atividade. II) Requerimento A aposentadoria por idade será devida (art. 49 da Lei nº 8.213/91): 1) ao segurado empregado, inclusive o doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não hou-ver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias do desligamento. 2) aos demais segurados: a partir da data da entrada do requerimento. III) Aposentadoria compulsória Conforme disposto no art. 51 da Lei nº 8.213/91, esse benefício pode ser requerido pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando com-pletar 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino, sendo compulsória para o segu-rado, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, consi-derada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. IV) Salário-de-benefício O salário-de-benefício consiste para a aposentadoria por idade na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo período contributivo, multiplicada pelo fator previ-denciário (art. 29 da Lei nº 8.213/91).

NOTA: Para cálculo do salário-de-benefício, é garanti-

do ao segurado com direito à aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário. Assim, caso o valor do benefício resultar inferior àque-le obtido com a não aplicação do fator, o segurado terá direito ao benefício que lhe garante maior renda mensal.

V) Renda mensal A aposentadoria por idade consiste numa renda men-sal calculada com 70% sobre o salário-de-benefício, mais 1% deste por grupo de 12 contri-buições men-sais, até o máximo de 30%. O tempo de contribuição na administração pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal será considerado para efeito do percentual de acréscimo.

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EXEMPLO: Ana Maria, aos 64 anos de idade reque-reu a aposentadoria por idade após 25 anos ininterrup-tos de contribuição ao RGPS. Calculado o salário-de-benefício obteve-se o valor de R$ 1.000,00. Dessa forma, Ana receberá o benefício com a renda mensal no valor de R$ 950,00 (70% + 25% (25 grupos de 12 contribuições) de R$ 1.000,00).

ANOTAÇÕES: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.3 – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO É um dos benefícios da previdência social conferido ao segurado, regulado nos artigos 52 a 56 da Lei nº 8.213/91. Possuindo o objetivo de conferir rendimen-tos aos segurados que tenham contribuído para a previdência social durante um determinado período de tempo. A aposentadoria por tempo de contribuição, uma vez cumprida a carência exigida, 180 contribuições men-sais, será devida ao segurado homem após 35 anos de contribuição ou 30 anos de contribuição, se mulher. O tempo de contribuição dessa aposentadoria para o professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educa-ção infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio, será reduzido em 5 (cinco) anos.

NOTA: Para a previdência social, considera-se função do magistério a atividade docente do professor exerci-da em sala de aula, ou, ainda, esteja o professor no exercício de direção, coordenação ou assessoramento pedagógico. NOTA: Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria, nas condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos previstos ao segurado que optou em permanecer em atividade.

VI) Período de carência A concessão da aposentadoria por tempo de contribu-ição depende do seguinte período de carência: 180 contribuições.

NOTA: O segurado especial só possui direito a este benefício se contribuir facultativamente como contribu-inte individual. Por esse fato não se fala em carência de 180 meses para o segurado especial.

VII) Salário-de-benefício O salário-de-benefício consiste para a aposentadoria por tempo de contribuição, na média aritmética sim-ples dos maiores salários-de-contribuição correspo-dentes a 80% de todo o período contributivo, multipli-cada pelo fator previdenciário. Para aposentadoria por tempo de contribuição é obrigatória a utilização do fator previdenciário.

NOTA: O fator previdenciário é utilizado como multipli-cador da média aritmética simples dos 80% maiores salário-de-contribuição, nas aposenta-dorias por idade e tempo de contribuição. O fator pode ter valor maior ou menor que o número um. Sendo maior, elevará o valor do salário-de-benefício, e o contrário ocorrerá, caso seja menor.

F = Tc x a x [1+ (Id + Tc x a)] Es 100

F = Fator previdenciário Es = Expectativa de sobrevida Tc = Tempo de contribuição Id = Idade no momento da aposentadoria a = alíquota fixa correspondente a 0,31

VIII) Renda mensal A aposentadoria por tempo de contribuição consiste numa renda mensal calculada com 100% sobre o salário-de-benefício para a segurada mulher aos 30 anos de contribuição e para o homem aos 35 anos de contribuição, ou para o professor ao 30 anos e profes-sora aos 25 anos de contribuição e efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no en-sino fundamental ou médio.

IX) Início do benefício A data do início da aposentadoria por tempo de contri-buição será fixada da seguinte maneira (art. 58 do RPS): 1) ao segurado empregado, inclusive doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não hou-ver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias. 2) aos demais segurados: a partir da data da entrada do requerimento.

X) Tempo de contribuição Considera-se tempo de contribuição o período, conta-do de data a data, desde o início até a data do reque-rimento ou do desligamento de atividade abrangida pela Previdência Social, descontados os legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamen-to da atividade. O art. 60 do RPS (Decreto nº 3.048/99) disciplina, exemplificativamente, os casos em que são contados como tempo de contribuição. Não será computado como tempo de contribuição o já considerado para concessão de qualquer aposentado-ria pelo RGPS ou por outro regime de previdência social. O segurado especial que contribui facultativamente como contribuinte individual somente fará jus à apo-sentadoria por idade, pr tempo de contribuição e es-pecial após o cumprimento da carência exigida para

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estes benefícios, não sendo considerado como perío-do de carência o tempo de atividade rural não contri-butivo. XI) Comprovação do tempo A prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição, observadas, no que couber, as peculiari-dades do segurado contribuinte individual que presta serviço de natureza eventual a uma ou mais empresas e o que exerce por conta própria atividade econômica de natureza urbana e do segurado facultativo, é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término e, quando se tratar de trabalho avulso, a duração do trabalho e a condição em que foi prestado. Os documentos que servem como prova de tempo de serviço estão elencados no artigo 62, § 2º do RPS. Na falta de documento contemporâneo podem ser aceitos declaração do empregador ou seu preposto, atestado de empresa ainda existente, certificado ou certidão de entidade oficial dos quais constem os da-dos necessários para comprovação do exercício de atividade, desde que extraídos de registros efetiva-mente existentes e acessíveis á fiscalização previden-ciária. Se o documento apresentado pelo segurado não a-tender ao estabelecido pela previdência social, a prova exigida pode ser complementada por outros documen-tos que levem à convicção do fato a com-provar, inclu-sive mediante justificação administrativa. A comprovação realizada mediante justificação admi-nistrativa ou judicial só produz perante a previdência social quando baseada em indício de prova material.

ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.4 – APOSENTADORIA ESPECIAL

Consiste em um dos benefícios previdenciários de prestação continuada concedidos aos segurados em-pregados, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de produção. Objetiva substituir o salário-de-contribuição ou rendi-mento do trabalho dos segurados que exerceram suas atividades sujeitas a condições que possam prejudicar a sua saúde ou integridade física.

É concedida em um período mais curto de tempo quando comparada às aposentadorias por idade e por tempo de contribuição. Uma vez cumprida a carência exigida, a aposentadoria especial será devida ao segurado que tenha trabalha-do durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujei-to a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. As disposições sobre aposentadoria especial aplicam-se, também, ao cooperado filiado à cooperativa de trabalho e de produção que trabalha sujeito a condi-ções especiais que prejudiquem a sua saúde ou inte-gridade física. As condições de trabalho que dão ou não direito à aposentadoria especial deverão ser comprovadas pelas demonstrações ambientais, que fazem parte das obrigações acessórias dispostas na legislação previ-denciária e trabalhista, devendo constar dos seguintes documentos: a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA; b) Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR; c) Programa de Condições e Meio Ambiente de Tra-balho na Indústria da Construção – PCMAT; d) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-cional – PCMSO; e) Laudo Técnico de Condições Ambientais do Tra-balho – LTCAT; f) Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (considerado o documento mais importante para fins de concessão de aposentadoria especial, haja vista que reúne as informações dos demais documentos, sendo obrigatório a partir de 01/01/2004 sua elabora-ção, devendo o PPP ser mantido atualizado pela em-presa ou entidade a ela equiparada, de forma indivi-dualizada para seus empregados, trabalhadores avul-sos e cooperados que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física); g) Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT.

I) Período de carência O período de carência para este benefício é de 180 contribuições mensais.

II) Salário-de-benefício O salário-de-benefício consiste para aposentadoria especial na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo.

III) Renda mensal A aposentadoria especial consiste numa renda mensal calculada com 100% sobre o salário-de-benefício. IV) Início do benefício A data de início a aposentadoria especial será fixada da mesma maneira da que é realizada para a aposen-tadoria por idade (art. 57, § 2º da Lei nº 8.213/91). V) Cancelamento do benefício O aposentado especial que retornar ao exercício de atividade ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos, ou nele permanecer, terá sua aposentadoria automaticamente cancelada a partir da data do retorno à atividade. Atualmente a legislação permite a conversão do tempo

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de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum. VI) Contribuições A empresa deve contribuir com alíquotas específicas, para o financiamento do benefício por aposentadoria especial, sobre o total das remunerações pagas, devi-das ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.

NOTA: Em relação a esse benefício não há redução do tempo de 5 anos para as mulheres. ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.5 – AUXÍLIO-DOENÇA Está regulado pelos arts. 59 a 64 da Lei nº 8.213/91, sendo devido ao segurado que, após cumprida, quan-do for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Esse benefício objetiva garantir a manutenção da remuneração dos segurados da Previdência Social por ocasião da incapacidade laborativa em virtude de doença ou lesão.

NOTA: Não será devido auxílio-doença ao segurado

que se filiar ao RGPS já portador de doença ou lesão invocada como causa para concessão do benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

I) Período de carência Em regra, o período de carência é de 12 contribui-ções mensais, contudo, não há a carência para os casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como para os casos de segurados obrigatório e facultativo, que após se filiarem ao RGPS, forem aco-metidos de alguma das doenças ou afecções previstas pelos Ministérios da Saúde e da Previdência. No caso do segurado que exerce mais de uma ativi-dade abrangida pelo RGPS, o auxílio-doença será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo

estiver exercendo. II) Pagamento

Em regra, o benefício é pago pelo INSS, com exceção do segurado empregado, que deve observar o seguin-te: a) durante os primeiros 15 dias consecutivos de afas-tamento da atividade por meio de doença, incumbe à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário; b) a partir do 16º dia, incumbe ao INSS pagar o bene-fício. Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afasta-mento, prorrogando-se o benefício anterior e descon-tando-se os dias trabalhados, se for o caso. Caso o segurado empregado, por motivo de doença, afasta-se do trabalho durante 15 dias, retornando a atividade no 16º dia, e se dela voltar a se afastar den-tro de 60 dias desse retorno, fará jus ao auxílio-doença a partir da data do novo afastamento. O segurado que sofrer o acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manu-tenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário. III) Salário-de-benefício O salário-de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição corres-pondentes a 80% de todo o período contributivo (art. 29 da Lei 8.213/91).

IV) Renda mensal O auxílio-doença consiste numa renda mensal calcu-lada com 91% sobre o salário-de-benefício, sendo devido da seguinte forma (arts. 60 e 61 da Lei nº 8.213/91): a) a contar do 16º dia do afastamento da atividade para o segurado empregado, exceto o doméstico; b) a contar da data do início da incapacidade, para os demais segurados; ou c) a contar da data de entrada do requerimento, quan-do requerido após o 30º dia do afastamento da ativi-dade, para todos os segurados.

V) Salário-de-contribuição O benefício do auxílio-doença não integra o salário-de-contribuição para nenhum fim. O lapso temporal em que o segurado recebeu o auxí-lio-doença entre período de atividade é contado como tempo de contribuição para a Previdência Social. VI) Encerramento O auxílio-doença cessa pela recuperação da capaci-dade para o trabalho, pela transformação em aposen-tadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso, se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho. O segurado em gozo do auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez.

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ANOTAÇÕES:

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5.6 – SALÁRIO-FAMÍLIA Visa auxiliar os segurados empregado e trabalhador avulso de baixa renda na manutenção da família. Está previsto no art. 201, inciso IV da CF/88 e regula-do pela Lei nº 8.213/91, arts. 65 a 70. O salário-família é pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. Esse benefício é devido em prestações mensais aos segurados empregado (exceto o doméstico) e ao tra-balhador avulso, mesmo que em gozo de auxílio-doença ou aposentados por invalidez ou por idade, aos 65 ou 60 anos, homens ou mulheres, respectiva-mente e ao trabalhador rural aposentado por idade. I) Pagamento O salário-família é pago mensalmente segundo a re-gra prevista pelo RPS. O salário-família pode ser pago pela empresa (segu-rado ou empregado), pelo sindicato ou OGMO, se houver convênio (trabalhador avulso), ou pelo INSS (aposentados, beneficiários de auxílio-doença ou tra-balhadores avulsos quando não houver convênio com o OGMO ou sindicato). II) Período de carência A concessão do salário-família independe de período de carência. III) Valor da quota mensal De conformidade com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 15/2013, a partir de 1º de janeiro de 2013, o valor da quota do salário-família por filho ou equipa-rado, de qualquer condição, até 14 anos de idade, ou inválido de qualquer idade, é de: I) R$ 33,16 (trinta e três reais e dezesseis centavos) para o segurado com remuneração mensal não supe-rior a R$ 646,55 (seiscentos e quarenta e seis reais e cinquenta e cinco centavos); II) R$ 23,36 (vinte e três reais e trinta e seis centavos)

para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 646,55 (seiscentos e quarenta e seis reais e cin-quenta e cinco centavos) e igual ou inferior a R$ 971,78 (novecentos e setenta e um reais e setenta e

oito centavos). IV) Encerramento do benefício

O direito ao salário-família cessa automaticamente nos seguintes casos: a) por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; b) quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; c) pela recuperação da capacidade do filho ou equipa-rado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessa-ção da incapacidade; d) pelo desemprego do segurado; ou e) pela morte do segurado. V) Salário-de-contribuição O salário-família não integra o salário-de-contribuição para nenhum fim. Ressaltando-se que as quotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou benefício.

ANOTAÇÕES:

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5.7 – SALÁRIO-MATERNIDADE O salário-maternidade é um dos benefícios da previ-dência social, com previsão constitucional no art. 201, inciso II. Este benefício visa conservar a qualidade de vida das seguradas pela manutenção da remuneração quando do afastamento da atividade laborativa por ocorrência do parto ou de aborto não criminoso ou, ainda, por ocasião da adoção. Como regra geral, é devido à segurada da previdência social, durante 120 dias, com início 28 dias antes e término 91 dias depois do parto. Ocorrendo aborto não criminoso (ocorrido antes de seis meses de gestação), comprovado mediante ates-tado médico, a segurada tem direito ao salário-maternidade correspondente a duas semanas. Em se tratando de natimorto e estando a segurada com mais de seis meses de gestação, terá direito ao salário-maternidade por período de 120 (cento e vinte) dias.

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O salário-maternidade da empregada será devido pela Previdência Social enquanto existir a relação de em-prego. Mesmo após o desligamento do emprego, se a segurada estiver dentro do período de graça, terá direito ao benefício. Nos termos da Lei nº 10.421/2002, à segurada que adotar ou obtiver a guarda judicial para fins de adoção de criança é garantido o benefício do salário-maternidade por período que pode variar de 30 a 120 dias, conforme a idade da criança a ser adotada: a) 120 dias: até 1 ano de idade; b) 60 dias: de 1 a 4 anos de idade; c) 30 dias: de 4 a 8 anos de idade. I) Pagamento O salário-maternidade é pago diretamente pela previ-dência social. Contudo, para eventos ocorridos a partir de 01/09/2003, em virtude da Lei nº 10.710/2003, cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à res-pectiva empregada gestante, efetivando-se a compen-sação (reembolso, na verdade), quando do recolhi-mento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. Com exceção da segurada empregada, todas as de-mais seguradas, em gozo de salário-maternidade, serão pagas pelo INSS. Entretanto, no caso das mães adotivas, é pago diretamente pela previdência social. II) Período de carência A concessão do salário-maternidade depende do se-guinte período de carência (art. 25 da Lei nº 8.213/91): 10 contribuições mensais: para as seguradas contribuinte individual e facultativa. Para a segurada especial deve ser comprovado o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício. Independe de carência a concessão do salário-maternidade para as seguradas empregada, empre-gada doméstica e trabalhadora avulsa. III) Renda mensal O benefício do salário-maternidade, descontada a contribuição social devida pelas seguradas, consistirá: a) Para a segurada empregada: numa renda mensal igual à sua remuneração integral. Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada empre-gada, esse benefício será proporcional aos dias de afastamento do trabalho; b) Para a segurada empregada doméstica: em valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição; c) Para a trabalhadora avulsa: numa renda mensal igual à sua remuneração integral equivalente a um mês de trabalho. d) Para a segurada especial: em um salário mínimo; e) Para as seguradas contribuinte individual e faculta-tiva: em 1/12 da soma dos 12 últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a 15 meses.

NOTA: O salário-maternidade devido à segurada em-pregada e trabalhadora avulsa não tem que observar o limite máximo do teto dos benefícios pagos pela previ-dência social (atualmente – R$ 4.159,00).

IV) Salário-de-contribuição O salário-maternidade integra o salário-de-contribuição para todos os fins, incidindo, inclusive, a contribuição previdenciária.

ANOTAÇÕES: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.8 – AUXÍLIO – ACIDENTE Esse benefício previdenciário, de caráter indenizatório, visa suprir, pelo menos em parte, o dano causado à capacidade laborativa do trabalhador em decorrência de acidente. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao tra-balhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação das lesões decorrentes de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva, tais como, a redução da capacidade para o trabalho que habitual-mente exerciam; impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após o processo de reabilitação profissional. O custeio para esse benefício é a alíquota que financia os benefícios concedidos em razão do grau de inca-pacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais (RAT ou SAT). I) Período de carência De acordo com o art. 26 da Lei nº 8.213/91, inde-pende de carência a concessão do auxílio-acidente decorrente de acidente de qualquer natureza. II) Início do benefício O auxílio-acidente será devido a contar do dia seguin-te ao da cessação do auxílio-doença, independente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. Nem todos os acidentes conferem direito ao auxílio-acidente, pois, segundo a legislação previdenciária, não dará ensejo ao auxílio-acidente os seguintes ca-sos: 1) que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa; e 2) de mudança de função, mediante readaptação pro-

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fissional promovida pela empresa, como medida pre-ventiva, em decorrência do local de trabalho. III) Suspensão No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxí-lio-doença reaberto, quando será reativado. IV) Renda mensal Esse benefício, pago mensalmente, corresponderá a 50% do salário-de-benefício que deu origem ao auxí-lio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente. Esse benefício pode ter valor inferior ao salário-mínimo. V) Encerramento do benefício É devido até a véspera de início de qualquer aposen-tadoria ou até a data do óbito do segurado.

ANOTAÇÕES:

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5.9 – PENSÃO POR MORTE A pensão por morte é benefício da Previdência Social previsto no art. 201, V da CF/88 e regulado nos arts. 74 a 79 da Lei nº 8.213/91. Objetiva fornecer à família do segurado, em caso de morte deste, a manutenção do rendimento, para que de um momento a outro não vejam como prover seu sustento ou tenham este substancialmente reduzido. I) Início do benefício O benefício da pensão por morte é devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposenta-do ou não, a contar da data: 1) do óbito, quando requerido até 30 dias depois des-te. 2) do requerimento, quando solicitado após 30 dias do óbito; 3) da decisão judicial, no caso de morte presumida. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer habilitação posterior que importe em exclu-são ou inclusão de dependente somente produzirá efeito a contar da data da habilitação (art. 107 do RPS).

Esse benefício somente será devido ao dependente inválido se for comprovada pela perícia médica a exis-tência de invalidez na data do óbito do segurado, ex-ceto para dependente menor. O cônjuge ausente somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência econômica, não excluindo do direito à companheira ou ao companheiro. II) Morte presumida De acordo com o RPS, em seu artigo 112, a pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida, nas seguintes condições: a) mediante sentença declaratória de ausência, expe-dida por autoridade judiciária, a contar da data de sua emissão; b) em caso de desaparecimento do segurado por mo-tivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil. III) Cota individual A pensão por morte, havendo mais de um beneficiário, será rateada entre todos, em partes iguais, desde que pertencentes à mesma classe. Reverterá em favor dos demais dependentes a parte daquele cujo direito à pensão cessar. NOTA: A parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental que o torne ab-soluta ou relativamente incapaz, assim declarado judi-cialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% (trinta por cento), devendo ser inte-gralmente restabelecida em face da extinção da rela-ção de trabalho ou da atividade empreendedora. IV) Salário-de-benefício Não há envolvimento direto deste conceito para cálcu-lo da renda mensal desse benefício. V) Renda mensal A pensão por morte consiste numa renda mensal cal-culada com 100% sobre o valor da aposentadoria que o aposentado recebia ou daquela a que o segurado teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento. VI) Encerramento do benefício O pagamento da cota individual da pensão por morte cessa nos seguintes casos (art. 114 do RPS): a) pela morte do pensionista; b) para o pensionista menor de idade, ao completar 21 anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ain-da que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; c) para o pensionista inválido, pela cessação da invali-dez, verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social. O dependente menor de idade que se invalidar antes de completar 21 anos deverá ser submetido a exame médico-pericial, não se extinguin-do a respectiva cota se confirmada a invalidez.

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ANOTAÇÕES:

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5.10 – AUXÍLIO – RECLUSÃO

O auxílio-reclusão é benefício previdenciário, previsto no art. 201, IV da CF/88 e regulado pela Lei nº 8.213/91, em seu artigo 80. Objetiva manter o rendimento da família dos segura-dos de baixa renda que foram afastados do mercado de trabalho em virtude da prisão, evitando que a famí-lia fique sem rendimentos para sua manutenção. O auxílio-reclusão será devido nas mesmas condi-ções da pensão por morte, aos dependentes do segu-rado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$ 917,18 (novecentos e dezessete reais e dezoito centavos).

I) Período de carência De acordo com o art. 26 da Lei nº 8.213/91, independe de carência a concessão do auxílio-reclusão.

II) Requisitos É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segura-do, mesmo quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado. O pedido de auxílio-reclusão deve ser instruído com certidão do efetivo recolhimento do segurado à prisão, firmada pela autoridade competente. Aplicam-se ao auxílio-reclusão as mesmas normas referentes à pensão por morte, com relação aos de-pendentes. III) Início do benefício A data do início do benefício será fixada na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requeri-do até 30 dias depois desta, ou na data do requeri-mento, se posterior. IV) Salário-de-benefício Não há o envolvimento direto deste conceito para concessão do auxílio-reclusão.

V) Renda mensal O valor mensal do auxílio-reclusão é de 100% do valor da aposentadoria que o segurado teria direito se esti-vesse aposentado por invalidez. VI) Suspensão e encerramento O auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer detento ou recluso. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segura-do continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente. Havendo fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado. O auxílio-reclusão é devido, apenas, durante o período em que o segurado estiver recolhido à prisão sob re-gime fechado ou semi-aberto.

ANOTAÇÕES:

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5.11 – ABONO ANUAL

Será devido abono anual ao segurado e ao dependen-te que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão. O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalha-dores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano. O valor do abono anual correspondente ao período de duração do salário-maternidade será pago, em cada exercício, juntamente com a última parcela do benefí-cio nele devida.

NOTA: Proibição de recebimento conjunto de be-nefícios: Não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social (respeitado o direito adquirido), inclusive quando decorrentes de acidente de trabalho:

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a) aposentadoria com auxílio-doença; b) mais de uma aposentadoria; c) aposentadoria com abono de permanência em ser-viço; d) salário-maternidade com auxílio-doença; e) mais de um auxílio-acidente; f) auxílio-acidente com qualquer aposentadoria; g) mais de uma pensão deixada por cônjuge; h) mais de uma pensão deixada por companheiro ou companheira; e i) mais de uma pensão deixada por cônjuge e compa-nheiro ou companheira. No caso dos situações previstas nas letras ―g‖, ―h‖ e ―i‖ é facultado ao dependente optar pela pensão mais vantajosa. Observação: o seguro-desemprego só pode ser cumu-lado com a pensão por morte, o auxílio-reclusão, o auxílio-acidente, o auxílio-suplementar ou o abono de permanência em serviço.

5.12 - DA HABILITAÇÃO E DA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

A assistência (re)educativa e de (re)adaptação profis-sional, instituída sob a denominação genérica de habi-litação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independen-temente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem. Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestação de que trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibili-dades administrativas, técnicas, financeiras e as con-dições locais do órgão, aos seus dependentes, prefe-rencialmente mediante a contratação de serviços es-pecializados. As pessoas portadoras de deficiência serão atendidas mediante celebração de convênio de cooperação téc-nico-financeira. O processo de habilitação e de reabilitação profissio-nal do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de: I - avaliação do potencial laborativo; II - orientação e acompanhamento da programação profissional; III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física res-trita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mer-cado de trabalho. A execução do processo de habilitação e de reabilita-ção profissional do beneficiário dar-se-á, preferencial-mente, mediante o trabalho de equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações excepcionais em que este terá direito à reabilitação profissional fora dela. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do pro-

cesso de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessá-rios à habilitação e à reabilitação profissional, trans-porte urbano e alimentação e, na medida das possibi-lidades do Instituto, aos seus dependentes. No caso das pessoas portadoras de deficiência, a concessão dos recursos materiais referidos no pará-grafo anterior ficará condicionada à celebração de convênio de cooperação técnico-financeira. O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a aquisição de órtese ou prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados por suas unidades de reabilitação profissional. Concluído o processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue capacitado. Não constitui obrigação da previdência social a manu-tenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, ces-sando o processo de reabilitação profissional com a emissão do certificado individual. Cabe à previdência social a articulação com a comu-nidade, com vistas ao levantamento da oferta do mer-cado de trabalho, ao direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso do reabili-tando no mercado formal. A empresa com cem ou mais empregados está obri-gada a preencher de dois por cento a cinco por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pes-soas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguin-te proporção: I - até duzentos empregados, dois por cento; II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento; III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou IV - mais de mil empregados, cinco por cento. A dispensa de empregado na condição estabelecida neste artigo, quando se tratar de contrato por tempo superior a noventa dias e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes.

5.13 – DO SERVIÇO SOCIAL

O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua inter-relação com a previdência social, para a solução de questões refe-rentes a benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção de outros recursos sociais da comunidade. Será dada prioridade de atendimento a segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção es-pecial a aposentados e pensionistas. Para assegurar o efetivo atendimento aos beneficiá-rios, poderão ser utilizados mecanismos de interven-ção técnica, ajuda material, recursos sociais, inter-câmbio com empresas, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos, ou pesquisa soci-al.

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O serviço social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e fortalecimento da política previdenciária, em articulação com associa-ções e entidades de classes. O serviço social prestará assessoramento técnico aos estados, Distrito Federal e municípios na elaboração de suas respectivas propostas de trabalho relaciona-das com a previdência social.

EXERCÍCIOS

01. (TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – 2003 – CESPE/UNB) João, casado com Sônia, é benefi-ciário da previdência social na condição de segu-rado. João tem um filho, José, com vinte anos de idade, de união anterior; um irmão inválido, cha-mado Mário, com 23 anos de idade; e um menor sob sua tutela, Luís, com seis anos de idade. Sônia tem um filho, Pedro, com 20 anos de idade, de pai falecido. Em comum, João e Sônia têm dois filhos: Josué, com cinco anos de idade, e Paulo, com dezenove anos de idade, que é inválido. Mário, Luís e Pedro não possuem bens suficientes para seu sustento e educação. Com base nessa situa-ção hipotética e considerando o plano de benefí-cios da previdência social, julgue os itens. 1. ( ) João pode, a qualquer momento, inscrever Sônia, os filhos de ambos e seu irmão Mário na previdência social como dependentes. 2. ( ) Caso João faleça, Sônia e os filhos de ambos, em comum ou não, concorrerão para o recebimento de pensão. 3. ( ) Em caso de falecimento de João, na distribuição de cotas de pensão, Sônia receberá 50% do valor, enquanto ou outros 50% serão igualmente distribuídos entre os demais dependentes. 4. ( ) A condição de dependente de Paulo prescinde de comprovação de sua dependência eco-nômica. 5. ( ) Na hipótese de falecimento de João, caso José, após tornar-se pensionista, contraia matri-mônio, sua cota de pensão reverterá em favor dos demais pensionistas.

02. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 2ª REGIÃO – 2007 – FCC) Considere as seguintes assertivas a respeito do salário família: I. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive ao doméstico e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respec-tivo número de filhos. II. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com sessenta e cinco anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria. III. A empresa conservará durante quinze anos, obrigatoriamente, os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões correspondentes, para exame pela fiscalização da Previdência Social. IV. A cota do salário-família não será incorporada ao salário ou ao benefício.

Está correto o que se afirma, APENAS em (A) I, II e III. (B) I e III. (C) I e IV. (D) II e IV.

(E) II, III e IV.

03. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 4ª REGIÃO – 2007 – FCC) O salário maternidade (A) será pago diretamente pela Previdência Social para a segurada empregada, que deverá requerer o benefício até 30 dias após o parto. (B) deverá ser requerido pela segurada especial e pela empregada doméstica até 60 dias após o parto. (C) é devido pelo período de 60 dias para a segu-rada da Previdência Social que adotar criança de até um ano de idade. (D) é devido pelo período de 45 dias para a segu-rada da Previdência Social que adotar criança entre 1 e 4 anos de idade. (E) da segurada trabalhadora avulsa, pago dire-tamente pela Previdência Social, consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral equivalente ao mês de trabalho.

04. (PERITO MÉDICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – 2006 – FCC) O auxílio-doença (A) exige a incapacidade total e provisória para o exercício de todas as atividades laborativas. (B) exige a incapacidade total e provisória para o exercício das atividades laborativas habituais. (C) é devido aos segurados empregados desde o afastamento da atividade. (D) é devido aos segurados especiais desde o requerimento. (E) é devido, a contar do 16º dia, aos segurados em-pregados e domésticos. 05. (PÉRITO MÉDICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – 2006 – FCC) A respeito da manutenção e perda da qualidade de segurado é correto afirmar que (A) a perda da qualidade de segurado acarreta o reiní-cio da contagem do prazo de carência para a obten-ção de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e aposentadoria especial. (B) o segurado que estiver recebendo benefício por incapacidade mantém essa qualidade durante seis meses após a cessação do benefício, independente-mente do retorno à atividade remunerada. (C) a perda da qualidade de segurado não será consi-derada para a concessão de auxílio-doença, aposen-tadoria especial e aposentadoria por tempo de contri-buição. (D) é irrelevante para a concessão da aposentadoria por idade, desde que o segurado comprove a carência exigida para a obtenção do benefício. (E) o segurado facultativo tem um período de graça de seis meses, prazo que poderá ser prorrogado por doze meses se comprovada a situação de desempregado perante o Ministério do Trabalho e Emprego. 06. (ANALISTA JUDICICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – TRF 5ª REGIÃO – 2008 – FCC) De acordo com a Lei nº 8.231/91, em regra, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições até (A) seis meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. (B) seis meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. (C) três meses após o licenciamento, o segurado in-

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corporado às Forças Armadas para prestar serviço militar. (D) seis meses após a cessação das contribuições, o segurado que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. (E) doze meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. 07. (ADVOGADO – NOSSA CAIXA – 2011 – FCC) Segundo a Lei nº 8.213/91, havendo perda da quali-dade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de ca-rência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no míni-mo, (A) um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício da pensão por morte, independentemente do benefício a ser requerido. (B) dois terços do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o bene-fício a ser requerido. (C) um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido. (D) metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício de auxílio-doença, independentemente do benefício a ser requerido. (E) metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.

08. (ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – INSS – 2005 - CESGRANRIO) A inscrição do (a) companheiro (a) do segurado (a) no Regime Geral da Previdência Social será promovida, na qualidade de dependen-te, quando do requerimento do benefício a que tiver direito. Para comprovação do vínculo e da dependência econômica do (a) companheiro (a), é suficiente a apresentação de: a) certidão de nascimento de filho havido em comum. b) prova testemunhal de que o segurado e o depen-dente mantêm ou mantiveram união estável. c) disposições testamentárias, prova de mesmo do-micílio e conta bancária conjunta. d) declaração do (a) companheiro (a) de que viveu uma relação de companheirismo com o segurado, mesmo que esta tenha terminado anos antes do ato de inscrição. e) sentença homologatória em procedimento Judicial que se presta a colher prova testemunhal, em juízo, da existência da união estável. 09. (ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – INSS – 2005 - CESGRANRIO) Caio, em maio de 2000, se-parou-se, judicial-mente, de Maria. Na referida se-paração, acordou-se, judicialmente, que Caio não iria pagar pensão alimentícia à ex-esposa e que só iria pagar tal encargo para Ana, filha do casal, 19 anos. Em agosto de 2002, Caio, conhece Teresa, com a qual vem a morar e manter união estável. Em agosto de 2004, Caio falece. Quem tem direito à pensão por morte, na qualidade de dependente de Caio? a) Maria, Ana e Teresa. b) Maria e Ana.

c) Ana e Teresa. d) Ana. e) Teresa. 10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) Para o recebimento de auxílio-reclusão no regime geral de previdência social, é exigido pela legisla-ção: (A) ter o segurado recolhido um mínimo de 12 (doze) meses de contribuições previdenciárias. (B) ter o segurado recolhido um mínimo de 180 (cento e oitenta) meses de contribuições previdenciárias. (C) que filhos menores de 16 (dezesseis) anos e côn-juge comprovem que dependiam economicamente do segurado preso ou recluso. (D) prova trimestral de que o segurado permanece na condição de presidiário. (E) prova de bom comportamento e exercício de traba-lho na prisão pelo segurado. 11. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) Constitui condição legal ao recebimento de apo-sentadoria por invalidez por segurado do regime geral de previdência social: (A) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo do SUS (Sistema Único de Saúde). (B) ter havido a reunião de pelo menos 12 (doze) con-tribuições mensais, ressalvadas hipóteses excepcio-nais, entre as quais aquelas em que a incapacidade tenha decorrido de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho. (C) não se tratar de incapacidade decorrente de doen-ça ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se à previdência social, mesmo que tal incapacidade tenha decorrido de mera progressão ou agravamento daquela doença ou lesão. (D) a consolidação de lesões que resultem em seqüe-las que impliquem redução da capacidade para o tra-balho que habitualmente exercia o segurado. (E) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da empresa, nos casos em que esta disponha de serviço médico próprio ou em convênio. 12. (PÉRITO MÉDICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – 2006 – FCC) Considera-se tempo de contri-buição para fins de concessão de aposentadoria o (A) período de contribuição efetuado por segurado facultativo. (B) tempo de serviço baseado em prova exclusiva-mente testemunhal, quando não houver documentos contemporâneos dos fatos a serem comprovados. (C) tempo de serviço militar já computado para a inati-vidade remunerada nas Forças Armadas. (D) exercício da medicina, a partir da inscrição no Conselho Regional de Medicina. (E) tempo de auxílio-reclusão. 13. (PÉRITO MÉDICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – 2006 – FCC) O salário-maternidade (A) é indevido à mãe adotiva quando a mãe biológica tiver recebido o mesmo benefício por ocasião do nas-cimento da criança. (B) é devido por 90 (noventa) dias, quando a adoção referir-se à criança com idade de um até quatro anos. (C) será concedido em duplicidade, quando se tratar

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do nascimento de gêmeos. (D) poderá ser prorrogado por duas semanas nas situações em que exista risco de vida para o feto, a criança ou a mãe. (E) será pago juntamente com o auxílio-doença quan-do ocorrer incapacidade concomitante ao período de pagamento do benefício. 14. (AUDITOR – TCE/CE – 2006 – FCC) Observados os requisitos legais, o benefício da aposentadoria por idade (A) poderá, em regra, ser concedida ao trabalhador rural, quando, cumprida a carência, forem completa-dos 55 anos de idade, se homem, e 50, se mulher. (B) consistirá, em regra, numa renda mensal de 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste, por grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%. (C) não poderá, em regra, resultar da transformação do benefício de aposentadoria por invalidez, havendo expressa vedação legal neste sentido. (D) de segurado empregado será devida a partir da data do desligamento do emprego, se for requerida até 180 dias após a data do efetivo desligamento. (E) possui, em regra, o período de carência de 90 contribuições mensais e não pode ser concedida de forma compulsória. 15. (PÉRITO MÉDICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – 2006 – FCC) O auxílio-acidente (A) pressupõe seqüela definitiva após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-reza. (B) é devido aos empregados, contribuintes individuais e trabalhadores avulsos. (C) não exige o cumprimento do período de carência e tem caráter vitalício, extinguindo-se apenas com o óbito do segurado. (D) não é devido ao desempregado, desde que dete-nha qualidade de segurado. (E) poderá ser cumulado com auxílio-doença e com aposentadoria por tempo de contribuição.

6. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

6.1 - Receitas da União Nos termos do art. 195 da Constituição Federal a se-guridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos proveni-entes dos orçamentos da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais. O art. 195, §1º da Constituição vigente prevê que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. No âmbito federal, o orçamento da seguridade social é composto de receitas provenientes da União; das contribuições sociais; e de outras fontes. A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoria-mente na Lei Orçamentária anual. A União é responsável pela cobertura de eventuais

insuficiências financeiras da seguridade social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da previdência social, na forma da Lei Orçamentária anual. Para pagamento dos encargos previdenciários da União poderão contribuir os recursos da seguridade social das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o lucro, na forma da Lei Orçamentária anual, assegurada a destinação de recursos para as ações de saúde e assistência social. 6.2 – Receitas das Contribuições Sociais A instituição das contribuições sociais é, em regra, da União, conforme previsão constante no art. 149 da Constituição. Apenas caberá aos Estados, ao Distrito Federal e Municípios a criação de contribuições para o custeio de seus respectivos regimes próprios. As contribuições sociais são um dos componentes do orçamento da seguridade social. Compõem o orçamento da seguridade social: 1 - as receitas da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios (compõem também a receita da União os recursos adicionais do Orçamento Fiscal); 2 - as contribuições sociais: a) empresas – folha de pagamento de salários e de-mais rendimentos do trabalho, receita ou faturamento e o lucro; b) empregadores domésticos; c) trabalhadores; d) associações desportivas que mantêm equipes de futebol profissional; e) comercialização da produção rural; f) concursos de prognósticos; g) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 3 - outras fontes, conforme previsão do art. 195, § 4º da CF/88. Estudar-se-á especificamente as contribuições previ-denciárias, que são as contribuições sociais dos traba-lhadores e das empresas, incidentes sobre a folha de pagamento (art. 195, I, ―a‖ e II da CF/88). Tais contribuições são denominadas de previdenciá-rias, haja vista que se destinam exclusivamente ao custeio dos benefícios do RGPS (art. 167, XI da CF/88) e devido à origem de tais exações estar inti-mamente ligada ao nascimento da própria previdência social. Neste instante, será abordado o objeto da obrigação previdenciária, a contribuição social, que une o sujei-to ativo, titular das contribuições previdenciárias, a Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRFB, ao sujeito passivo, obrigado ao pagamento do tributo. No caso das contribuições previdenciárias, o INSS tam-bém tem obrigação de realizar a contraprestação por meio do pagamento dos benefícios e de prestação de serviços.

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OBJETOOBJETOSUJEITOSUJEITO

ATIVOATIVOSUJEITOSUJEITO

PASSIVOPASSIVO

ContribuiçõesContribuições

PrevidenciáriasPrevidenciáriasSRFBSRFB

SeguradosSegurados

Empresas eEmpresas e

equiparadosequiparados

EmpregadorEmpregador

domésticodoméstico

Obrigação PrevidenciáriaObrigação Previdenciária

A contribuição previdenciária tem natureza pública em razão do nascimento da obrigação independer da vontade da pessoa que irá contribuir. O inciso II do art. 217 do Código Tributário Nacional estabelece que é a contribuição da seguridade social uma espécie de tributo, atendendo ao disposto na alínea ―a‖ do inciso III do art. 146 da Constituição Fe-deral. A contribuição à Seguridade Social é uma contribuição social vinculada, com destinação específica, que se traduz no custeio da seguridade. 6.2.1 – Contribuições dos Segurados I) EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO. Para esses segurados, a alíquota incide sobre o salá-rio-de-contribuição, que, como regra, corresponde à remuneração do trabalhador, ou seja, aos valores percebidos em virtude do labor (trabalho). Ainda no tocante a esses segurados, a incidência da contribui-ção é progressiva, isto é, à medida que é aumentado o salário-de-contribuição incrementa-se a alíquota. A previdência social considera remuneração para os segurados empregado e trabalhador avulso, consoan-te reza o art. 28, inciso I da Lei nº 8.212/91, a totalida-de dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive, as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilida-des e os adiantamentos decorrentes de reajuste sala-rial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sen-tença normativa. Para o segurado empregado doméstico, a base de cálculo da contribuição previdenciária é a remunera-ção registrada na CTPS (art. 214, II do RPS). O quantum devido à seguridade social é calculado da seguinte forma: ALÍQUOTA x SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (não-cumulativa) (base de cálculo) = VALOR DEVIDO (contribuição social)

As alíquotas em vigor, por força do que dispõe a Por-taria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 de Janeiro de 2013, são as seguintes:

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)

ALÍQUOTA (%)

Até R$ 1.247,70 8%

De R$ 1.247,71 até R$ 2.079,50 9%

De R$ 2.079,51 até R$ 4.159,00 11%

Em relação à base de cálculo, há o limite mínimo, que é o piso legal ou normativo da categoria, e, na ausên-cia destes, é o salário mínimo tomado em seu valor mensal, horário ou diário. Também há o limite máximo – atualmente correspondente a R$ 4.159,00 (quatro mil, cento e cinquenta e nove reais) - que é o valor estabelecido por meio da Portaria Conjunta do Ministé-rio da Previdência Social e Ministério da Fazenda sempre que ocorrer alteração nos valores dos benefí-cios. O segurado com mais de um emprego ou que exerça mais de uma atividade abrangida pelo RGPS sofrerá incidência em cada um desses, observados os limites citados. O recolhimento, nesse caso, é proporcional em cada empresa e, como a alíquota é não-cumulativa, soma-se todo o rendimento para definir alíquota aplicável para o segurado. No tocante à forma de recolhimento, para os segura-dos empregado, avulso e doméstico, a obrigação do desconto e do recolhimento da contribuição é encargo da empresa e do empregador doméstico, respectiva-mente. Será feito em conjunto com o recolhimento dos empregadores ou empresas, na mesma guia. EXEMPLO: Pedro é segurado empregado nas empresas ABC Vendas Ltda. e DDA Empreendimentos Ltda. Na primeira, recebeu, referente a salários, no mês de março de 2013, o valor de R$ 800,00, enquanto na segunda recebeu a importância de R$ 1.300,00. Qual

o valor devido à previdência por este segurado? Devem-se somar os rendimentos para verificar a alí-quota referente: R$ 800,00 + R$ 1.300,00 = R$ 2.100,00 (base de cálculo) x 11% (alíquota) = R$ 231,00 Esta é a contribuição do segurado, que deverá ser descontada dos rendimentos para recolhimento à seguridade social.

II) CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E SEGURADO FACULTATIVO Para esses segurados, a alíquota é fixa e de 20% (vinte por cento), incidente sobre o salário-de-contribuição, de acordo com o que preceitua o art. 21 da Lei nº 8.212/91. A exemplo do cálculo para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso existem os limites mínimo e máximo para o contribuinte individual e facultativo.

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Assim tem-se a seguinte fórmula: ALÍQUOTA x SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO =

(20%) (entre o salário mínimo e o limite máximo de R$ 4.159,00)

= VALOR DEVIDO

SISTEMA DE INCLUSÃO PREVIDENCIÁRIA Com o advento da Lei Complementar nº 123/06, que instituiu o SIMPLES Nacional, criou-se outra possibilidade do contribuinte individual recolher contribuição inferior. A nova lei prevê que este segurado poderá contribuir com somente 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição (salário mínimo), e desde que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado. Nesta situação, garantirá benefícios do RGPS no valor de salário mínimo, exceto a aposentadoria por tempo de contribuição, que fica excluída (art. 21, § 2º, Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela LC nº 123/06). Essa regra mais benéfica também é aplicável ao facultativo, nos mesmos termos. Já no caso do microempreendedor individual, de que trata o art. 18-A da Lei Complementar n

o 123, de

14 de dezembro de 2006; e do segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residên-cia, desde que pertencente a família de baixa renda, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite míni-mo mensal (salário mínimo) do salário de contribuição será de 5% (cinco por cento). Considera-se de baixa renda, para os fins de se en-quadrar na condição de segurado facultativo que se dedica exclusivamente ao serviço doméstico, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. É importante observar que os demais contribuintes individuais continuam submetidos à regra geral, isto é, seus salários-de-contribuição são fixados de acordo com a respectiva remuneração do mês, dentro dos limites mínimo e máximo da legislação, contribuindo com uma alíquota de 20%, salvo se prestadores de serviço a empresas, situação na qual, em regra, a mesma é reduzida para 11%. Caso estes segurados, posteriormente, pretendam contar o tempo correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca entre regimes previdenciários, deverão complementar a contribuição mensal median-te o recolhimento de mais 9% (nove por cento) ou 15% (quinze por cento), conforme o caso, acrescido dos juros moratórios, mas sem multa de mora. O art. 7° da LC n° 128/08 dá nova redação ao art. 21, § 4° da Lei n° 8.212/91, prevendo que a contribuição complementar de 9% para os segurados que optaram por recolher somente 11% (contribuintes individuais ou facultativos), pode ser exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do benefício. É tentativa evi-dente de afastar qualquer tentativa de aplicação da súmula vinculante n° 08 do STF. O art. 45-A da Lei nº 8.212/91 prevê que “o contribuinte individual que pre-tenda contar como tempo de contribuição, para fins de

obtenção de benefício no Regime Geral de Previdên-cia Social ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcan-çada pela decadência deverá indenizar o INSS”.

Prestação de serviços a pessoas jurídicas - art. 216 e §§ do Regulamento da Previdência Social - RPS

Para os fatos geradores ocorridos a partir de a-bril/2003, as pessoas jurídicas ficaram com o encargo de descontar as contribuições devidas pelos contribu-intes individuais que lhes prestarem serviço e recolher esses valores para a previdência social. Esta regra foi inserida no texto da Lei nº 8.212/91, art. 30, § 4º, que dispõe:

“Na hipótese de o contribuinte individual prestar servi-ço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo salário-de-contribuição.”

A alíquota de contribuição a ser descontada pela em-presa da remuneração paga ou creditada ao contribu-inte individual a seu serviço, observado o limite máxi-mo do salário-de-contribuição, é de 11% no caso das empresas em geral e de 20% quando se tratar de entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições sociais patronais. A alíquota será de 11% em função de haver o recolhi-mento da cota patronal. Como há essa contribuição pelo tomador de serviços, o contribuinte terá direito à redução de 45% de sua contribuição, o que resultará em uma redução de 9% em sua alíquota. EXEMPLO: Paulo, em fevereiro de 2009, prestou ser-viço à empresa ABC Ltda. como contribuinte indivi-dual, auferindo o rendimento de R$ 1.500,00. A dedu-ção do direito do contribuinte individual seria: 45% de 20% x R$ 1.500,00 = 9% x R$ 1.500,00 = R$ 135,00 Reduzirá dessa maneira 9% em sua alíquota, que é de 20%, o que resultará uma alíquota de 11%. Assim a empresa ABC Ltda. descontará de Paulo R$ 165,00 (11% de R$ 1.500,00), e recolherá esse valor para a previdência social. Obviamente, contribuintes individuais que não prestem serviços à empresa e segurados facultativos estão fora desta regra, já que não há o que deduzir. Estes contribuem com a totalidade, ou seja, 20% (vinte por cento) sobre seus salários-de-contribuição.

NOTA: A lei determina que esta mesma sistemática

seja aplicável ao cooperado que preste serviços, por intermédio de cooperativa de trabalho. Esta se equipara à empresa, mas contribui, ainda que indiretamente, de forma diferenciada, sobre o valor da nota fiscal ou fatura (quem faz o recolhimento é o tomador de serviço, em seu próprio nome). Nesses casos, caberá ao segurado ―presumir‖ que, sobre seu salário-de-contribuição, houve a contribuição, e daí

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proceder ao cálculo pela regra exposta.

III) PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA E SEGURADO ESPECIAL A alíquota para esses segurados é de 2,1% incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, sendo 2,0% (dois por cento) para a seguridade social; 0,1% (zero vírgula um por cento) devido ao financiamento das prestações por acidente de traba-lho. O produtor rural pessoa física efetua duas contribui-ções distintas – uma na condição de segurado contri-buinte individual (alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição) e outra na condição de empresa (alíquo-ta de 2,1% sobre o valor da comercialização da produ-ção). O segurado especial pode optar por recolher como contribuinte individual, além da contribuição sobre a receita bruta da comercialização da produção rural. Recolhendo sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, o segurado especial e seus depen-dentes têm direito apenas aos seguintes benefícios: salário-maternidade, aposentadoria por idade e por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte, no valor de um salário mínimo e o auxílio-acidente no valor de meio salário mínimo. Contudo, se recolher como contribuinte individual, terá direito aos benefícios do RGPS conferidos aos contribuintes individuais, sem necessariamente ter que observar o limite de um salário mínimo. O segurado especial trabalha com o grupo familiar e, portanto, não é equiparado à empresa; sua única con-tribuição é a incidente sobre sua produção. Integra também a receita bruta, para fins de contribui-ção do produtor rural e segurado especial: a) aquela originária da comercialização da produção obtida em razão de contrato de parceria ou meação de parte do imóvel rural; b) da comercialização de artigos de arte-sanato; c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades turística e de entrete-nimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais; d) do valor de mercado da produ-ção rural dada em pagamento ou que tiver sido troca-da por outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade; e e) de atividade artística.

NOTA: Da mesma forma que o produtor rural pessoa física, o produtor rural pessoa jurídica é segurado obrigatório na condição de contribuinte individual, devendo efetuar suas contribuições mensais nesta condição, como qualquer outro individual. Com o ad-vento da Lei nº 10.666/03, sua contribuição será retida e recolhida em conjunto com a cota patronal. A diferença reside na sua contribuição como empresa. O produtor rural pessoa física é equiparado à em-presa, enquanto o produtor rural pessoa jurídica é empresa, já que constituído como pessoa jurídica. A alíquota do produtor rural pessoa jurídica é de 2,6%, sendo que 2,5% sobre a receita bruta proveni-ente de sua comercialização de sua produção + 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, para o financiamento da complementa-ção das prestações por acidente de trabalho.

NOTA: A agroindústria, que também é o produtor

rural pessoa jurídica, cuja atividade econômica é a industrialização de produção própria ou de produção própria adquirida de terceiros, tem idêntica contribui-ção para previdência ao do produtor rural pessoal jurídica – 2,6%. 6.2.2 – Contribuições das Empresas A contribuição previdenciária da empresa é definida na Constituição no art. 195, inciso I, alínea ―a‖, que assim disciplina:

“Art. 195 – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos ter-mos da lei, mediante recursos provenientes dos orça-mentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do traba-lho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em-pregatício.”

Como regra geral, o prazo para recolhimento das con-tribuições previdenciárias da empresa, incluindo os descontos dos segurados empregados e avulsos é de até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competên-cia. A Medida Provisória nº. 447/08 altera a Lei nº. 8.212/91 e prevê novo prazo de recolhimento para as empresas, que deixa de ser o dia 10 (dez) do mês seguinte para ser o dia 20 (vinte). Como isso, as em-presas ganham mais dez dias para adequar seu fluxo financeiro. Este novo prazo engloba as contribuições de empresa que eram submetidas a regra anterior, isto é, a cota patronal, a contribuição descontada dos segurados, a retenção de 11% na prestação de serviços (art. 31, Lei 8212/91) e mesmo a contribuição devida pela empresa adquirente de produção rural. Até a contribuição das cooperativas de trabalho, dos valores descontados dos cooperados, que era prevista no dia 15, vai tam-bém para o dia 20. Agora, a cooperativa de trabalho não mais possui prazo diferenciado de recolhimento. Os recolhimentos de empregador doméstico, contribu-inte individual e facultativo continuam no dia 15 do mês seguinte, assim como o recolhimento sobre o 13º salário (20/12) - aqui, nada foi alterado. Interessante também notar que o novo prazo - dia 20, quando cair em dia sem expediente bancário, provoca-rá a antecipação do mesmo, e não o diferimento, co-mo era a regra antiga - se, por exemplo, dia 20 for sábado, as empresas deverão recolher até o dia 19. Assim, somente o prazo de recolhimento do emprega-dor doméstico, contribuinte individual e facultativo é que será prorrogado caso não haja expediente bancá-rio do dia 15 do mês subseqüente. O recolhimento das empresas sobre o 13º salário con-tinua sendo antecipado se não há expediente bancário no dia 20/12.

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ANOTAÇÕES:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

I) Contribuição incidente sobre as remunerações de empregados e trabalhadores avulsos A contribuição da empresa é de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qual-quer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços. O modo de remuneração pode ser qualquer um, inclu-sive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os rendimentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou to-mador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de traba-lho ou sentença normativa. Ao contrário da contribuição dos segurados, a qual incide sobre o salário-de-contribuição, a cota patronal incide sobre a remuneração. Isso é fundamental pelo seguinte: a base de incidência da contribuição patronal não possui limite máximo, como a dos segurados. Assim, se um empregado, por exemplo, recebe remu-neração de R$ 4.000, 00 (quatro mil reais), sua contri-buição, na condição de segurado empregado, será de 11% sobre o teto (R$ 3.467,40), enquanto a contribui-ção da empresa será de 20% sobre o total, ou seja, 20% sobre R$ 4.000,00.

NOTA: As empresas que prestam serviços de Tecno-

logia da Informação – TI e de Tecnologia da Informa-ção e Comunicação – TIC poderão sofrer reduções no que diz respeito à contribuição patronal previdenciária. A redução será obtida mediante a subtração de um décimo do percentual correspondente à razão entre a receita bruta de venda de serviços para o mercado externo e a receita bruta total de vendas de bens e serviços. Exemplo: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A empresa ainda deverá contribuir para o financiamen-to do benefício por aposentadoria especial e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapa-cidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (Seguro contra Acidentes de Trabalho - SAT), sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, sendo: a) 1% para as empresas em cuja atividade preponde-rante o risco de acidentes do trabalho seja considera-do leve; b) 2% risco seja considerado médio; c) 3% risco seja considerado grave.

NOTA: A Lei nº 10.666/2003 prevê a possibilidade do Poder Executivo reduzir em até 50% ou aumentar em até 100% as alíquotas relativas ao SAT, caso a em-presa venha ou não atender às expectativas de inves-timentos em prevenção e controle de acidentes de trabalho. A variação da alíquota SAT básica será feita a partir do Fator Acidentário de Prevenção – FAP.

A partir da entrada em vigor da Lei nº 9.732, de 11/12/98, essas alíquotas foram acrescidas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, conforme a atividade exerci-da pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente. Esse a-créscimo incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas.

ACRÉSCIMO (%) APOSENTADORIA ESPECIAL (anos)

12 15

9 20

6 25

O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, observada a sua atividade econômica preponderante, e será feito men-salmente, cabendo à auditoria fiscal rever o auto-enquadramento em qualquer tempo. Por isso é res-ponsabilidade da empresa identificar corretamente sua atividade preponderante e localizar sua alíquota de contribuição. O enquadramento é feito, levando-se em consideração todos os estabelecimentos da empresa, de modo que a alíquota SAT será única. Se, por exemplo, há um único estabelecimento com risco grave, tendo 500 empregados, e outros 5 estabelecimentos com risco leve, tendo 50 empregados cada, a alíquota SAT será de 3% incidente sobre a remuneração de todos os 750 empregados. Vale a pena lembrar que a contribuição para o SAT é obrigação exclusiva da empresa, não do segurado. A cobrança desses valores, sob hipótese alguma, pode-rá ser repassada ao beneficiário do seguro.

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NOTA: O acréscimo à alíquota básica do SAT incide,

exclusivamente, sobre a remuneração do segurado sujeito as condições especiais, ao contrário do SAT básico, de 1, 2 ou 3%, que incide sobre a totalidade da remuneração de empregados e avulsos. Assim, por exemplo, supondo que determinada em-presa tenha 1.000 empregados, mas somente 50 têm exposição habitual e contínua a agentes nocivos – neste caso, a alíquota básica do SAT incidirá sobre a folha de pagamento referente aos 1.000 empregados, enquanto o adicional incidirá somente sobre a remune-ração dos 50 segurados expostos.

II) Contribuição incidente sobre as remunerações dos contribuintes individuais. Esta contribuição é de 20% sobre o total das remune-rações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes indivi-duais que lhe prestem serviços (art. 22, III da Lei nº 8.212/91). A regra aplica-se a qualquer pessoa física que preste serviço à empresa sem vínculo empregatício ou sem a condição de segurado avulso.

Nota: No caso do contribuinte individual transportador

autônomo, o qual realiza frete, carreto ou transporte de passageiros por conta própria, a sua remuneração corresponderá ao valor resultante da aplicação do percentual de 20% sobre o valor bruto do frete, carreto ou transporte de passageiros. Exemplo: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

III) Instituições Financeiras Segundo o art. 195, § 9º da Constituição, as contribui-ções sociais poderão ter alíquotas ou base de cálculo diferenciada em razão de atividade econômica ou da utilização intensiva de mão de obra. No caso de bancos comerciais, bancos de investimen-tos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades correto-ras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, em-presas de seguros privados e de capitalização, agen-tes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições já mencionadas, é devido o adicional de 2,5% sobre a base de cálculo, gerando, portanto, uma alíquota de 22,5%. Esta alíquota distinta incide sobre os pagamentos a todos os segurados, isto é, sobre as remunerações de empregados, avulsos e contribuintes individuais. O SAT - Seguro contra Acidentes de Trabalho e o seu adicional são pagos pela regra geral.

IV) As Cooperativas de Trabalho

A contribuição da empresa é de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de traba-lho. Observa-se que o sujeito passivo desta contribuição é a empresa contratante, tomadora de serviço, e não a cooperativa. A idéia desta contribuição é substituir a que seria devida pela cooperativa, ao repassar os valores recebidos a seus cooperados. Desta forma, a cooperativa não terá de efetuar reco-lhimento algum em razão dos valores creditados a seus cooperados, já que tal obrigação foi substituída pelo recolhimento a cargo da empresa tomadora de serviço.

NOTA: Caso a cooperativa tenha empregados ou

contrate outros contribuintes individuais, distintos de seus cooperados, estará sujeita a todas as contribui-ções previstas em lei, como qualquer empresa. Essa forma diferenciada somente existe para as contrata-ções que envolvam seus coope-rados, e o respectivo repasse de valores a estes.

Cabe, ainda, registrar, que também será devida a contribuição adicional para o SAT básico de 9%, 7% ou 5%, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de presta-ção de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, res-pectivamente.

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6.2.3 – Contribuições do Empregador Doméstico O empregador doméstico deve efetuar o recolhimento de contribuição relativa a 12% incidente sobre o salá-rio-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço (art. 24 da Lei nº 8.212/91). A lei define como base de cálculo da contribuição o salário-de-contribuição do doméstico e não a remuneração, con-cluindo-se que a contribuição do empregador, assim como a do doméstico, é dotada de limite máximo.

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Além de sua contribuição, também é de responsabili-dade do empregador doméstico o desconto e repasse para a previdência da contribuição devida pelo empre-gado a seu serviço, sendo ambas recolhidas em con-junto, na mesma guia. O prazo de recolhimento é idên-tico ao contribuinte individual – dia 15 do mês seguinte ao da competência.

ANOTAÇÕES: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6.2.4 – Contribuições do Clube de Futebol Profis-sional Essas instituições contribuem com alíquota de 5% (cinco) por cento sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbo-los, publicidade, propaganda e transmissão de espe-táculos esportivos. Esta alíquota substitui a contribuição a cargo das em-presas em geral (20% sobre o total das remunerações + SAT), sendo ainda obrigação das entidades despor-tivas descontar e recolher a contribuição dos empre-gados, atletas ou não; recolher a contribuição pra terceiros etc. A contribuição irá incidir sobre eventos de qualquer modalidade desportiva (voleibol, basquetebol, nata-ção, remo, entre outras) e não apenas quando se tratar de jogo de futebol. A responsabilidade de efetuar o desconto dos 5% e o respectivo recolhimento à Previdência Social, no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento, é da entidade promotora. Cabe à empresa ou entidade que repassar recursos a

título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, a responsabilidade de reter e recolher, até o dia 20 do mês subseqüente, o valor correspon-dente aos 5%, não admitida qualquer redução.

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6.2.5 – Contribuições sobre a receita de Concursos de Prognósticos Entende-se por concurso de prognóstico o que envol-ve o sorteio de números ou símbolos, loterias e apos-tas, nas esferas federal, estadual ou municipal, pelo Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. Quando realizado por órgãos do Poder Público, a receita da seguridade social, para a esfera de governo que realizar o concurso, será a renda líquida, excetu-ando-se os valores destinados ao Programa Crédito Educativo. Considera-se renda líquida o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados a pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração. Quando realizados pelas demais empresas, aplicam-se as seguintes alíquotas: ALÍQUOTA (5%) x movimento global de apostas (total das importâncias) em prado de corridas. ALÍQUOTA (5%) x movimento global (total da receita bruta) do sorteio de números e símbolos. 6.2.6 – Receitas de outras fontes

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O Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social também traz as chamadas outras fontes de custeio, as quais fornecem recursos adicionais ao caixa da seguridade social. São elas: multas, atualização monetária, juros morató-rios; remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; doações, legados, subvenções e outras receitas even-tuais; 40% do resultado dos leilões dos bens apreen-didos pela Receita Federal do Brasil; e outras receitas previstas em legislação específica.

7. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

7.1 – Conceito Trata-se de expressão que quantifica a base de cálcu-lo da contribuição previdenciária dos segurados da previdência social. O salário-de-contribuição também é base de cálculo da contribuição do empregador doméstico, e não é aplicado ao segurado especial, que tem regra própria de custeio, sobre a produção rural, salvo quando con-tribui facultativamente como contribuinte individual. Entende-se por salário-de-contribuição: a) para o empregado e trabalhador avulso: é a re-muneração auferida, em uma ou mais empresas; sen-do o total dos rendimentos pagos, devidos ou credita-dos, a qualquer título, durante o mês para retribuir o trabalho, inclusive gorjetas, ganhos habituais sob a forma de utilidades, adiantamentos decorrentes de reajuste, quer pelos serviços prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador na forma da lei, contrato, convenção, acordo coletivo ou sentença normativa. b) para o empregado doméstico: é a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Soci-al (CTPS), observados os limites mínimo (salário mí-nimo ou piso salarial da categoria) e máximo (teto do RGPS). c) para o contribuinte individual: é a remuneração em uma ou mais empresas ou a advinda do exercício de atividade por conta própria, durante o mês. d) para o segurado facultativo: é o valor por ele declarado, observados os limites mínimo (salário mí-nimo) e máximo (teto do RGPS) do salário de contribu-ição.

NOTA: Para o segurado empregado e para o empre-gado doméstico, o salário-de-contribuição é propor-cional aos dias trabalhados no mês, levando em con-sideração a admissão, dispensa, os afastamentos e as faltas. O salário-maternidade também é salário-de-contribuição, sendo exceção ao princípio de que sobre o benefício não incide alíquota para cálculo da contri-buição social.

7.2 - Parcelas integrantes do salário-de-contribuição A remuneração total dos segurados e trabalhadores avulso é composta por diversas partes, algumas das quais compõem a base de cálculo de contribuições

previdenciárias, enquanto outras, quase sempre de natureza indenizatória, não integram o salário-de-contribuição, mesmo porque não irão repercutir nos valores dos benefícios previdenciários. Assim, integram o salário-de-contribuição: a) remuneração – salários e gorjetas – em regra, as alíquotas incidem sobre a remuneração que são as retribuições recebidas com habitualidade pelo empre-gado, em virtude da prestação de serviços, em dinhei-ro ou utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer as necessidades básicas do traba-lhador e da família dele. Trata-se de definição que engloba o conceito de salários, que são os valores fornecidos diretamente pelo empregador em decorrên-cia do contrato e as gorjetas, que são os pagamentos provenientes de terceiros. b) adicional de férias (1/3 constitucional) – conside-rando que as férias gozadas estão sujeitas à composi-ção da base de cálculo da contribuição previdenciária, o adicional de férias também estará sujeito à incidên-cia da contribuição previdenciária.

NOTA: Entretanto, as importâncias recebidas a título

de férias indenizadas e respectivo adicional constitu-cional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Con-solidação da Leis do Trabalho – CLT são excluídas do salário-de-contribuição. O abono pecuniário, referente à conversão em pecúnia de 1/3 do período de férias a que tiver direito, também é excluído da base de inci-dência.

c) gratificação natalina (13º salário) – é devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da últi-ma parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. Incide sobre o valor bruto sem compensação dos adi-antamentos, aplicando em separado a tabela. Aplica-se a tabela em separado, justamente para que a par-cela do 13º, acrescida à remuneração do mês, não exceda o limite máximo do salário-de-contribuição.

NOTA: A gratificação natalina não integra o salário-de-contribuição para fins de cálculo do salário-de-benefício.

d) diárias para viagens excedentes a 50% - quando os valores pagos aos segurados referentes a diárias excederem 50% da remuneração, essas diárias inte-grarão pelo seu valor total o salário-de-contribuição, não computando o valor dessas se inferior a 50% da remuneração. e) abonos – são auxílios monetários concedidos aos segurados em função de adiantamento de valores a estes devidos, ou como bonificação aos serviços pres-tados, além das remunerações usualmente recebidas (exemplo: adiantamentos em dinheiro e a antecipação salarial). f) comissões e percentagens – as comissões são os pagamentos decorrentes de vendas, possuindo um valor determinado (exemplo: R$ 100,00 para cada produto vendido). Percentagens são alíquotas que irão incidir sobre as vendas para cálculo da retribuição do segurado (exemplo: 2% do valor da venda do produ-to). Em ambos os casos incidirá a contribuição previ-denciária, pois tais parcelas integram o salário-de-

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contribuição. g) gratificações – as gratificações compõem a remu-neração para todos os efeitos, logo integram o salário-de-contribuição. h) férias – as férias gozadas integram o salário-de-contribuição; as indenizadas não sofrerão incidência. i) adicionais – integram o salário-de-contribuição os adicionais de insalubridade, periculosidade, por tempo de serviço, horas-extras; j) aviso prévio – quando o aviso prévio é trabalhado ou indenizado, este integra o salário-de-contribuição. 7.3 - Parcelas NÃO- integrantes do salário-de-contribuição Não integram o salário-de-contribuição as seguintes parcelas: I) os benefícios da previdência social – os benefí-cios previdenciários não sofrem a incidência da contri-buição previdenciária, exceto o salário-maternidade. II) as ajudas de custo e o adicional mensal recebi-dos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929/1973 – a ajuda de custo relaciona-se à mudança de base do aeronauta e o adicional mensal está rela-cionado aos deslocamentos de caráter indenizatório. III) a parcela “in natura” recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Mi-nistério do Trabalho e da Previdência Social – Lei nº 6.321/1976 – este é um incentivo fiscal para con-cessão de alimentação ao trabalhador, não integrando o salário-de-contribuição quando pago de acordo com a lei específica. O pagamento não poderá ser realiza-do em pecúnia, senão integrará a base de cálculo.

NOTA: fazem parte do salário in natura: alimentação, habitação, vestiário, veículos, entre outras.

IV) férias indenizadas e respectivo adicional, inclu-sive a dobra - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucio-nal, inclusive o valor correspondente à dobra da remu-neração de férias de que trata o art. 137 da Consoli-dação da Leis do Trabalho – CLT são excluídas do salário-de-contribuição. O abono pecuniário, referente à conversão em pecúnia de 1/3 do período de férias a que tiver direito, também é excluído da base de inci-dência. V) indenização compensatória de 40% do FGTS, com proteção do trabalhador à dispensa arbitrária ou sem justa causa – quando o trabalhador é despe-dido sem que haja justa causa, ele tem direito a rece-ber da empresa uma compensação de natureza inde-nizatória equivalente a 40% dos valores depositados na conta do FGTS durante a vigência do contrato de trabalho. Sobre esse valor não incide contribuição previdenciária. A partir da entrada em vigor da Lei Complementar nº 110/2001, a alíquota da indenização foi acrescida em 10%, cujo produto da arrecadação é destinado aos cofres públicos. Assim, tanto o percen-tual devido ao trabalhador (40%), como o devido ao Poder Público (10%) não integram o salário-de-contribuição. VI) relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 05/10/1988, do empregado não optante pelo FGTS - esta importância diz respeito aos traba-lhadores que, ao iniciarem suas atividades em período

anterior à Constituição de 1988, optaram pela estabili-dade prevista no art. 497 da CLT, em vez do recebi-mento do FGTS. VII) indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo determinado – conforme prevê o art. 479 da CLT, nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato de trabalho. VIII) indenização do tempo do safrista, quando da expiração normal do contrato de trabalho – nestes contratos, e seu término normal, a empresa paga ao safrista, a título de indenização do tempo de serviço, importância correspondente a 1/12 do salário mensal, por mês de serviço ou fração superior a 14 dias. IX) recebidas a título de incentivo à demissão – as verbas pagas a título de planos de demissão voluntá-ria (PDV) não integram o salário-de-contribuição. X) abono de férias convertido – o trabalhador pode converter 1/3 do período a que teria direito de férias em abono pecuniário. Sobre esse valor não incide a contribuição previdenciária, haja vista ter natureza indenizatória. XI) recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário – são verbas pagas pela empresa por liberalidade do empregador e que não possuem o caráter da habitua-lidade. De modo geral, entende-se que determinada rubrica (verba ou parcela) deixa de ser eventual, quando passa a ser paga por três meses consecuti-vos. XII) licença-prêmio indenizada – é uma vantagem concedida ao empregado que tem como pressuposto tempo de serviço do trabalhador prestado à empresa, conferindo-lhe um período de afastamento sem prejuí-zo da remuneração. Em alguns casos, o empregado vende esses dias a que tem direito, ao empregador. XIII) indenização por dispensa sem justa causa no período de 30 dias que antecede a correção salari-al – esta é uma licença obstativa, que tem por finali-dade impedir que o empregado adquira o direito ao reajuste salarial quando completado o período na empresa. Tal valor é excluído do salário-de-contribuição. XIV) a parcela recebida a título de vale-transporte – o vale-transporte foi instituído pela Lei nº 7.418/1985. O vale-transporte é utilizado para cobrir as despesas de deslocamento, residência-trabalho, por meio do sistema público de transporte coletivo. XV) ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado – refere-se às des-pesas resultantes da transferência do empregado, que correrão por conta do empregador. Somente estará excluída da base de incidência se paga em parcela única. XVI) as diárias para viagens, desde que não exce-dem a 50% da remuneração mensal – sendo as diárias superiores a 50%, presume-se que há omissão de remuneração. Assim, se, por exemplo, determinado empregado receber R$ 1.200,00, sendo R$ 300,00 referentes a diárias, seu salário-de-contribuição será somente de R$ 900,00. Logo, as contribuições do segurado e da empresa incidirão sobre R$ 900,00. XVII) a importância recebida a título de bolsa de

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complementação educacional de estagiário, quan-do paga nos termos da Lei nº 6.494/1977 – a bolsa percebida pelo estagiário não tem caráter remunerató-rio, logo não se constitui em salário-de-contribuição. XVIII) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica (Lei nº 10.101/2000) – A participa-ção nos lucros ou resultados da empresa de que trata a citada lei será fruto de negociação entre a empresa e seus empregados. Para que esta verba não incida a contribuição previdenciária, é necessário que haja lucro. Não é permitido o pagamento de qualquer ante-cipação ou distribuição de valores a título de participa-ção ou distribuição de valores a título de participação de lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. XIX) abono do Programa de Integração Social – PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público – PASEP – essa parcela não sofre incidência porque não é ônus do empregador, sendo conferido pelo Es-tado. Além do que, por meio de dita contribuição (PIS/PASEP), o empregador já colaborou na constitui-ção do fundo. XX) transporte, alimentação e habitação – os valo-res correspondentes a transporte, alimentação e habi-tação fornecidos pela empresa ao empregado contra-tado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, ob-servadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. XXI) complementação do auxílio-doença – a impor-tância paga ao empregado a título de complementa-ção ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da em-presa. XXII) assistência ao trabalhador da indústria cana-vieira – as parcelas destinadas à assistência ao traba-lhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870/1965. Parcela da receita obtida da mencionada lei é direcionada ao financiamento e cus-teio de assistência aos trabalhadores da agroindústria canavieira e seus dependentes. XXIII) previdência complementar – o valor das con-tribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. XXIV) assistência médico-odontológica – o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveni-ado, inclusive o reembolso de despesas com medica-mentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e diri-gentes da empresa. XXV) vestuários e equipamentos para uso no local do trabalho – o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao em-pregado e utilizados no local do trabalho para presta-ção dos respectivos serviços. XXVI) ressarcimento de despesas do veículo do empregado – o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, obser-

vado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas. XXVII) plano educacional (educação básica) – o

valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394/1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parce-la salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo. XXVIII) cessão de direitos autorais – os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos auto-rais. XXIX) valor devido à mora do pagamento das ver-bas rescisórias – de acordo com o disposto no art. 477 da CLT, o pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: a) até o 1º dia útil ao término do contrato; ou b) até o 10º dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. 7.4 - Proporcionalidade O salário-de-contribuição obedece a um valor mínimo e a um valor máximo. O valor mínimo depende da classe de segurado a que estejamos nos referindo, já o valor máximo é uniforme para todas as classes de segurado. Para os segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, o limite mínimo é o piso salarial legal ou normativo da categoria; inexistente estes, é o salário mínimo. Preceitua o art. 214, § 1º do Regula-mento da Previdência (Decreto 3.048/99), que tanto um quanto outro limite devem ser considerados no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado no contrato de trabalho, e considerando-se o número de dias ou horas, no mês, efetivamente trabalhados (critério proporcional). Assim, se ganharem salário profissional, que é o fixa-do em lei, ou piso normativo, que é estabelecido em norma coletiva, serão estes os patamares mínimos do salário de contribuição; em caso contrário, será o salá-rio mínimo. O cálculo é feito considerando-se o caráter temporal da prestação ajustado no contrato de traba-lho, podendo o mesmo ser horário, diário ou mensal. Desta forma, eventualmente o valor do salário de con-tribuição do empregado, do empregado doméstico e do trabalhador avulso, num determinado período, fica-rá em valor inferior ao do salário mínimo ou do piso salarial legal ou normativo da categoria. Isto ocorrerá quando a admissão, a dispensa, ou o afastamento do segurado se der em outra data que não no primeiro dia do mês (ou quando ele faltar ao serviço, evidente-mente), em vista da proporcionalidade do salário ao número de dias efetivamente trabalhados. Por exemplo, se o início do contrato se deu no dia 15 do determinado mês, o valor pago, devido ou credita-do ao segurado pelo seu trabalho nesse período ficará aquém do valor do limite mínimo, o salário mínimo ou do piso salarial legal ou normativo, conforme o caso. O regulamento não dispõe expressamente que o tra-balhador avulso está também sujeito a este critério de proporcionalidade, mas não há como se negar, em função da natureza do trabalho dessa categoria de segurado, que a ele também se aplica tal regra. Para os segurados facultativo e contribuinte individual

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o limite inferior do salário de contribuição é tão somen-te o salário mínimo, pois não há que se falar em piso salarial para tais categorias de segurado. Aqui não se leva em consideração o número de dias efetivamente trabalhados: a base de cálculo mínima para a contribu-ição é o valor do salário mínimo, mesmo quando não ocorra prestação de serviço durante todo o período mensal, ou a remuneração efetivamente auferida ficar aquém do salário mínimo, em se considerando o con-tribuinte individual. Com respeito ao segurado faculta-tivo, por óbvio, nem cabe de se cogitar a aplicação dessa regra. O limite máximo do salário de contribuição, ao contrá-rio do mínimo, é comum a todas as categorias de se-gurado.

EXERCÍCIOS

01. (TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – BALNEÁRIO CAMBORIÚ – 2007) O valor da contribuição previ-denciária a que está sujeita a empresa responsável pela execução de obra ou de serviço de constru-ção civil, que contratar cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, é de: a) 15% sobre o valor bruto constante da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. b) 12% sobre o valor bruto constante da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. c) 10% sobre o valor bruto constante da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. d) 8% sobre o valor bruto constante da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. e) 3% sobre o valor bruto constante da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. 02. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) São receitas da seguridade social: (A) recursos provenientes apenas dos orçamentos de Estados, Distrito Federal e Municípios, mas não da União, a quem cabe apenas administrar o sistema. (B) contribuições do empregador, da empresa e da entidade a tanto equiparada por lei, incidentes exclusi-vamente sobre a folha de salários pagos a emprega-dos, não incidindo contribuição sobre as demais re-munerações porventura pagas a empresários, autô-nomos e cooperados. (C) contribuições de entidades legalmente qualificadas como beneficentes de assistência social, incidentes sobre a receita ou faturamento e as remunerações pagas aos respectivos empregados. (D) contribuições do trabalhador e dos demais segura-dos do regime geral de previdência social, inclusive quando beneficiários das aposentadorias concedidas por esse regime. (E) contribuições do empregador, da empresa e da entidade a tanto equiparada por lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho, pagos à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. 03. (AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO – DIREITO – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA/SP – 2010 – FCC) Considere as seguintes assertivas a respeito do Regime Geral da Previdência Social: I. É vedada a filiação ao regime geral de previdência

social, na qualidade de segurado facultativo, de pes-soa participante de regime próprio de previdência. II. A gratificação natalina dos aposentados e pensio-nistas terá por base a média aritmética do valor dos proventos recebidos em cada ano. III. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercus-são em benefícios, nos casos e na forma da lei. IV. O Regime Geral da Previdência Social possui cará-ter contributivo e filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuari-al. De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) II e IV. 04. (ANALISTA JUDICICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – TRF 4ª REGIÃO – 2004 – FCC) Considere as se-guintes afirmativas: I. O financiamento da seguridade social provém, ex-clusivamente, das contribuições sociais. II. A Constituição enumera taxativamente as fontes dos recursos destinados a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. III. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. IV. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não po-derá contratar com o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. É correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. 05. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – TRF 4ª REGIÃO – 2010 – FCC) Publicada lei modificando a contribuição social sobre a receita ou faturamento, (A) não poderá ser exigida tal contribuição no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a refe-rida lei, independentemente da data de sua publica-ção. (B) poderá ser exigida tal contribuição imediatamente após a data da publicação da referida lei. (C) só poderá ser exigida tal contribuição após decor-ridos cento e vinte dias da data da publicação da refe-rida lei. (D) só poderá ser exigida tal contribuição após decor-ridos noventa dias da data da publicação da referida lei. (E) só poderá ser exigida tal contribuição após decor-ridos cento e oitenta dias da data da publicação da referida lei. 06. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA

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ADMINISTRATIVA – TRF 4ª REGIÃO – 2010 – FCC) O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os res-pectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade soci-al mediante a (A) contribuição fixa e predeterminada de dois salários mínimos. (B) aplicação de uma alíquota sobre o salário mínimo. (C) contribuição fixa e predeterminada de um salário mínimo. (D) aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção. (E) aplicação de uma alíquota sobre o lucro presumido e previamente declarado. 07. (ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MF – 2009 – ESAF) Maria Clara, contribuinte em-pregada pelo Regime Geral de Previdência Social desde 1994, deseja contribuir acima do valor má-ximo permitido pela previdência social. Assim, propõe na justiça ação contra o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, alegando que tem direito de contribuir acima do limite legal, pois deseja se aposentar com um valor acima do valor máximo pago pelo INSS. Assim, é correto afirmar, perante a legislação previdenciária de Custeio, que o pedido de Maria a) pode ser aceito, desde que ela contribua até 10% do valor máximo. b) não pode ser aceito, pois não cabe a Maria a escolha do montante a ser pago. c) pode ser aceito, desde que ela comprove ter despesas familiares acima do valor máximo. d) pode ser aceito, pois o pagamento da contribuição social tem natureza jurídica privada de forma contratu-al. e) pode ou não ser aceito, dependendo do nú-mero de dependentes que ela possua. 08. (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF – 2009 – ESAF) Além das contribui-ções sociais, a seguridade social conta com outras re-ceitas. Não constituem outras receitas da seguri-dade social: a) as multas. b) receitas patrimoniais. c) doações. d) juros moratórios. e) sessenta por cento do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Fe-deral do Brasil.

09. Julgue os itens a seguir, relacionados ao custeio e ao salário-de-contribuição do RGPS. 1. ( ) A contribuição a cargo da empresa é de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhes são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de produção. 2. ( ) A incidência da contribuição previ-denciária sobre a remuneração das férias ocorre no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista.

3. ( ) Considere a seguinte situação hipo-tética. Uma empresa de construção civil contratou 10 pedreiros e 20 auxiliares para concluir uma obra em uma localidade muito distante da residência dos obrei-ros. Foi avençado que os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação seriam fornecidos pelo empregador. Nessa situação, os valores desem-bolsados pela empresa integram o salário-de-contribuição dos empregados e serão utilizados, ulte-riormente, para fins de cálculo dos benefícios previ-denciários. 4. ( ) Não integram o salário-de-contribuição os benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o salário-maternidade.

10. Joaquina, dona de casa, segurada faculta-tiva da previdência social, emprega, em sua resi-dência, Maria, como empregada doméstica. Após conhecer os dotes culinários de Maria, Joaquina passou a utilizar-se dos seus serviços para prepa-rar biscoitos e doces que são vendidos em uma feira. Com base na situação hipotética acima, jul-gue os itens 1 e 2. 1. ( ) Joaquina poderá continuar a reco-lher à previdência social suas contribuições como segurada facultativa. 2. ( ) Em razão das atividades desenvol-vidas, as contribuições relativas à remuneração de Maria devem ser recolhidas como segurada emprega-da.

11. Cláudio, contador de uma empresa ataca-dista, está elaborando um manual de orientação para as pessoas que o ajudam a confeccionar a folha de pagamento da empresa. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens corresponden-tes às orientações que Cláudio está redigindo para incluir no manual. 1. ( ) Sobre despesas com alimentação, habitação e transporte fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabele-cidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não incide contribuição previdenciária. 2. ( ) Sobre o abono de férias — valor correspon-dente à conversão em dinheiro de um terço das férias, incide contribuição previdenciária. 3. ( ) Sobre o aviso prévio trabalhado incide contribuição previdenciária. 4. ( ) Incide contribuição previdenciária sobre os valores correspondentes a adicionais de insalubridade, de periculosidade, por trabalho noturno e por tempo de serviço. 5. ( ) Sobre férias normais usufruídas na vigência do contrato de trabalho, excetuado o terço constitucional, incide contribuição previdenciária. 6. ( ) Incide contribuição previdenciária sobre o saldo de salário recebido na rescisão de con-trato de trabalho. 12. (TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL - INSS – 2008 – CESPE/UNB) Em cada um dos itens seguin-tes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

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1. ( ) Rodrigo trabalha na gerência co-mercial de uma grande rede de supermercados e visi-ta regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a necessidades do trabalho que faz du-rante as viagens, Rodrigo recebe diárias que exce-dem, todos os meses, 50% de sua remuneração nor-mal. Nessa situação, não incide contribuição previden-ciária sobre os valores recebidos por Rodrigo a título dessas diárias. 2. ( ) Maria, segurada empregada da previ-dência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição para efeito de incidência. 3. ( ) Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto às demais rubricas que compõem sua remune-ração, que é devidamente depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contri-buição previdenciária sobre os valores rece-bidos por Mateus a título de vale-transporte. 4. ( ) Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de con-tribuição para a previdência privada, a Luís. 5. ( ) Tendo sido demitido sem justa cau-sa da empresa em que trabalhava, Vagner recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela empresa, a Vagner. 6. ( ) Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálcu-lo do salário-benefício, integrando-se apenas o cálculo do salário-de-contribuição. 7. ( ) A empresa em que Maurício traba-lha paga a ele, a cada mês, um valor referente à parti-cipação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nes-sa situação, incide contri-buição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros.

8. RECURSOS DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS

O órgão competente para apreciar os recursos das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários da previdência social é o Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS. O prazo para interposição de recursos e para o oferecimento das contra-razões do recurso é de 30 (trinta) dias, conta-dos da ciência da decisão e da interposição do recur-so, respectivamente.

NOTA: Com a edição da Lei nº 11.457/07, foi transfe-

rida do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS para o 2º Conselho de Contribuintes do Ministé-rio da Fazenda a competência para julgamento de recursos interpostos referentes às contribuições previ-denciárias.

O INSS pode reformar sua decisão, deixando, no caso de reforma favorável ao interessado, de encaminhar o recurso à instância competente. Se o reconhecimento do direito do interessado ocorrer na fase de instrução do recurso por ele interposto contra decisão da Junta de Recursos, ainda que de alçada, ou de Câmara de Julgamento, o processo, acompanhado das razões do novo entendimento, será encaminhado: a) à Junta de Recursos, no caso de decisão dela e-manada (proferida), para fins de reexame da questão; ou b) à Câmara de Julgamento, se por ela proferida a decisão, para revisão do acórdão, na forma que dispu-ser o seu regimento interno.

NOTA: A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto.

O Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS é composto de: I – 29 Juntas de Recursos (JR) – com a competência de julgar, em primeira instância, os recursos interpos-tos contra as decisões proferidas pelos órgãos regio-nais do INSS, em matéria de interesse de seus benefi-ciários. As Juntas de Recursos encontram-se espa-lhadas por todos os Estados brasileiros e darão priori-dade à análise e solução dos recursos interpostos dos segurados com idade igual ou superior a 65 anos. II – 4 Câmaras de Julgamento (CaJ) – com sede em Brasília, tendo a competência para julgar, em segunda instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pela JR que infringirem a lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial. III – Conselho Pleno – com a competência de unifor-mizar a jurisprudência previdenciária, através de e-nunciados, podendo ter outras definidas no Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência So-cial.

9 CONVÊNIOS, CONTRATOS, CREDENCIAMENTOS E ACORDOS.

A empresa, o sindicato ou entidade de aposentados devidamente legalizada poderá, mediante convênio, encarregar-se, relativamente a seu empregado ou associado e respectivos dependentes, de processar requerimento de benefício, preparando-o e instruindo-o de maneira a ser despachado pela previdência soci-al. . Somente poderá optar pelo encargo de pagamento, as convenentes que fazem a complementação de benefí-cios, observada a conveniência administrativa do INSS. A concessão e manutenção de prestação devida a beneficiário residente no exterior devem ser efetuadas nos termos do acordo entre o Brasil e o país de resi-dência do beneficiário ou, na sua falta, nos termos de instruções expedidas pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Os convênios, credenciamentos e acordos da linha do seguro social deverão ser feitos pelos setores de a-cordos e convênios do Instituto Nacional do Seguro

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Social. O Instituto Nacional do Seguro Social poderá ainda colaborar para a complementação das instalações e equipamentos de entidades de habilitação e reabilita-ção profissional, com as quais mantenha convênio, ou fornecer outros recursos materiais para a melhoria do padrão de atendimento aos beneficiários. A prestação de serviços da entidade que mantém convênio, contrato, credenciamento ou acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social não cria qualquer vínculo empregatício entre este e o prestador de servi-ço. Os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderão, mediante convênio com a previ-dência social, encarregar-se, relativamente aos seus funcionários, de formalizar processo de pedido de certidão de tempo de contribuição para fins de conta-gem recíproca, preparando-o e instruindo-o de forma a ser despachado pelo Instituto Nacional do Seguro Social. O Instituto Nacional do Seguro Social, de acordo com as possibilidades administrativas e técnicas das uni-dades executivas de reabilitação profissional, poderá estabelecer convênios e/ou acordos de cooperação técnico-financeira, para viabilizar o atendimento às pessoas portadoras de deficiência. Nos casos de impossibilidade de instalação de órgão ou setor próprio competente do Instituto Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e atendimento adequado à clientela da previdência soci-al, as unidades executivas de reabilitação profissional poderão solicitar a celebração de convênios, contratos ou acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento, para prestação de serviço, por dele-gação ou simples cooperação técnica, sob coordena-ção e supervisão dos órgãos competentes do Instituto Nacional do Seguro Social

---------------------------- x ---------------------------------

GABARITOS

GABARITO Capítulos 1 e 2

01. FV 02. B 03. VV 04. FF 05. C

06. A 07. C 08. C 09. B 10. B

11. E 12. D 13. B 14. A ---------

GABARITO Capítulos 4 e 5

01.FVFVV 02. D 03. E 04. B 05. D

06. C 07. C 08. C 09. E 10. D

11.B 12. A 13. D 14. B 15. A

GABARITO Capítulos 6 e 7

01. A 02. E 03. C 04. E 05. D

06. D 07. B 08. E 09.FVFV 10. FV

11. VFVVFV 12. FVVVF VV

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------------------------ x ----------------------- BIBLIOGRAFIA UTILIZADA COMO FONTE DESTA DISCIPLINA E RECOMENDADAS PARA AQUISIÇÃO PELOS ALUNOS: RAMOS VIEIRA, Marco André. Manual de Direito Previdenciário. 5ª ed. Rio de Janei-ro: Impetus. MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de Direito Previdenciário. 2ª ed. LTR. Sérgio MARTINS, Pinto. Direito da Seguridade Social. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direi-to Previdenciário. 10ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007. BALERA, Wagner; MUSSI, Cristiane Miziara. Direito Previdenciário. Edição de 2009: Método. Cons-tituição Federal de 1988. KERTZMAN, Ivan: Curso Prático de Direito Previdenciário. Edição de 2009: JusPodivm. Emenda Constitucional nº 20/1998. E-menda Constitucional nº 41/2003. Emenda Constitu-cional nº 47/2005. Lei nº 8.212/1991 e alterações. Lei nº 8.213/1991 e alterações. 8.080/1993. Lei nº 8.742/1993. Decreto nº 3.048/1999 e alterações. Por-taria Interministerial MPS/MF nº 350, de 30 de dezem-bro de 2009. Informações e artigos de Fábio Zambitte Ibrahim, constantes nos seguintes sites: www.editoraimpetus.com.br e www.pontodosconcursos.com.br.

GABARITO Capítulos 3

01. D 02.VFFF 03.VFVV 05. E 06. C

07. E 08.B ------- ------- ------