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1 CURSO TÉCNICO DE: SEGURANÇA DO TRABALHO Legislação 2º Período Prof. Renato Horta 2007 Atualizada até julho de 2010

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CURSO TÉCNICO DE: SEGURANÇA DO TRABALHO

Legislação 2º Período

Prof. Renato Horta 2007

Atualizada até julho de 2010

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Índice Importância da engenharia de segurança do trabalho............................................................................. 3 1. Introdução........................................................................................................................................... 3

1.1. Conceito:...................................................................................................................................... 3 1.2. Principais normas atinentes ao curso:.......................................................................................... 3 1.3. Hierarquia das Normas: ............................................................................................................... 3

2 Primeiras definições das legislações Trabalhistas. .............................................................................. 6 2.1.Conceito de Direito do trabalho: .................................................................................................. 6 2.2. Conceito art. 2o da CLT: Empregador ......................................................................................... 6 2.3.Conceito art. 3o da CLT: Empregado ........................................................................................... 6

3. Responsabilidade civil (dano moral e material) e criminal. ............................................................... 4 3.1. Conceito:...................................................................................................................................... 4

4. Ato ilícito:........................................................................................................................................... 4 4.1Conceito:........................................................................................................................................ 4 4.2. Conceito: Dos elementos............................................................................................................. 5 4.3.Assédio moral no trabalho:........................................................................................................... 5

5. Direitos Sociais................................................................................................................................... 6 Capitulo II......................................................................................................................................... 10

Dos Direitos Sociais ..................................................................................................................... 10 6. ADICIONAIS................................................................................................................................... 12

6.1.Noturno:...................................................................................................................................... 12 6.2. Insalubridade: ............................................................................................................................ 12 6.3. Periculosidade: .......................................................................................................................... 12 6.4 Penosidade:................................................................................................................................. 13

7. CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENSÃO DE ACIDENTES).......................................... 13 8. ATUAÇÃO DO PREPOSTO........................................................................................................... 13

8.1. Fases do processo ...................................................................................................................... 13 9. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA............................................................................................... 14

9.1. Regimes de previdência social: ................................................................................................. 15 9.2. Segurado sem contribuição:....................................................................................................... 15 9.3. Benefícios: ................................................................................................................................. 16 9.4.Contribuições.............................................................................................................................. 17 9.5.Alíquota, salário contribuição e salário beneficio: ..................................................................... 17 9.6. Aposentadoria por invalidez:..................................................................................................... 18 9.7. Aposentadoria por invalidez...................................................................................................... 18 9.8. Aposentadoria por tempo de serviço: ........................................................................................ 19 9.9. Aposentadoria especial:............................................................................................................. 19 9.10. Auxílio-doença: ....................................................................................................................... 19 9.11. Salário-família: ........................................................................................................................ 20 9.12. Salário maternidade: ................................................................................................................ 20 9.13. Auxílio-acidente: ..................................................................................................................... 21 9.14. Pensão por morte: .................................................................................................................... 21 9.15. Auxílio-reclusão: ..................................................................................................................... 22 9.16. Serviço social: ......................................................................................................................... 22 9.17. Habilitação e reabilitação social: ............................................................................................. 22

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Importância da engenharia de segurança do trabalho A quem interessa a evitar os acidentes de trabalho:

1- ao empregado: obviamente, pois, poderá restar seqüelas irreversíveis, como doenças incapacitastes e mutilações;

2- ao empregador: pois, em caso de suspensão do contrato de trabalho, perderá material humano e conseqüentemente diminuirá a produção, além de possíveis conseqüências administrativas/fiscais, civis e penais;

3- a União, que terá que arcar com o auxilio acidente ou doença (após o 15o dia de afastamento), além de redução no PIB (Produto Interno Bruto) , em face da redução da produção.

Em que pese os vários desdobramentos jurídicos, sociais e econômicos decorrentes de acidentes de trabalho, atualmente o Brasil está na incomoda 15a colocação no rank dos paises onde mais ocorre acidente do trabalho, segundo a OIT. Lembrando que esta estatística, estão de acordo com dados fornecidos pelas DRTs que não condizem com a realidade brasileira, em virtude das omissões e do alto nível de informalidade da População Economicamente Ativa. 1. Introdução. 1.1. Conceito: Lei – de forma técnica e especifica, são normas regulamentadoras de conduta (Leis Ordinárias e Leis Complementares) impostas, obrigatoriamente, a todos. Possui competência legislativa é do Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais; Decreto – Após a Constituição de 1988, é editado para regulamentar uma lei, ou definir vocábulos.Possui competência legislativa: os chefes dos poderes executivos. Resolução - é norma jurídica destinada a disciplinar assunto do interesse interno. Possui competência legislativa: o administrador. Norma – na acepção jurídica do termo, seria toda regra jurídica escrita ou não. 1.2. Principais normas atinentes ao curso: CF/88; CLT; Leis; NR; Portarias; 1.3. Hierarquia das Normas: PRINCIPIO DA LEGALIDADE: II – ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Em todos os Estados, as leis apresentam uma hierarquia (uma ordem de importância), na qual as de menor grau devem obedecer às de maior grau. A hierarquia trata-se, portanto de uma escala de valor, à semelhança de um triângulo.

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Admite-se, contudo a seguinte classificação, inobstante eventuais divergências doutrinárias:

constituição emenda à constituição Tratado Internacional sobre Direitos Humanos aprovado pelo Congresso Nacional lei complementar lei ordinária Tratado Internacional aprovado pelo Congresso Nacional medida provisória lei delegada decreto legislativo resolução decreto

Ramos do Direito: O Direito é uno, no entanto didaticamente é dividido em dois grandes ramos publico (administrativo, criminal, constitucional, tributário) e privado (cível, trabalhista, previdenciário). 2. Responsabilidade civil (dano moral e material) e criminal. A primeira legislação a respeito de indenizações a trabalhadores ou seus familiares em razão de acidente do trabalho remonta ao ano de 1865 na Alemanha, com a criação da “Lei de indenização obrigatória dos trabalhadores” responsabilizando o empregador pelos pagamentos dos acidentes. 2.1. Conceito de responsabilidade civil: responsabilidade antes de adentrar ao mérito da questão. Responsabilidade é a obrigação de ressarcimento em face de um dano causado a outrem, em virtude da inexecução de um dever jurídico de natureza legal ou contratual. É grande a importância para o empregador em evitar os traumas decorrentes do trabalho. Os traumas decorrentes do trabalho podem ser: físicos ou mentais, ou seja, acidente do trabalho ou doença ocupacionais. Os traumas do trabalho podem possuir desdobramentos administrativos, civis e criminais. A responsabilidade civil pode ser aquiliana ou contratual. Qto a responsabilidade civil, ficaremos restrito a responsabilidade extracontratual. Nas relações de trabalho a responsabilidade é subjetiva, necessitando de provas, acerca do fato, não cabendo aqui a Teoria do risco econômico, devendo haver a prova do ato ilícito. 3. Ato ilícito: 3.1Conceito: é um conjunto de elementos que somados caracterizam ato contrário a lei e causador da reparação/indenização civil. Por elementos do ato ilícito temos: Antijuridicidade, culpabilidade, dano e nexo causal. Na ausência de qualquer destes elementos, não haverá ato ilícito na esfera CIVEL, não sendo devida qualquer reparação/indenização.

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São excludentes de ilicitude: Caso fortuito (caso em que NÃO se pode prever e se mostra superior,as forças ou vontade do homem, quando vem, para que seja evitado). Força maior (é fato que se prevê ou é previsível, porém, mesmo assim não se pode evitar). 3.2. Conceito: Dos elementos * Antijuridicidade – conduta contrária ao direito material; * Culpabilidade – prática de atos negligentes (é a falta de cuidado, de atenção) ou imprudentes (é assunção de riscos desnecessários) A culpa poderá ser grave, leve, levíssima, no entanto, no ramo civil tão gradação não tem nenhuma relevância. A culpa pode ser classificada como: in committendo, in omittendo, in vigilando, in custodiendo e in eligendo. * Dano – Constitui uma subtração, lesão de um bem jurídico ou interesse. Poderá ser material ou imaterial. O dano material deverá ser reparado, já o dano moral, em face da impossibilidade de se reparar deverá ser indenizado. * Nexo causal – Nexo causal é relação de causa e efeito entre a conduta culpável do agente e o dano por ela provocado. O dano deve ser fruto da conduta reprovável do agente. Não havendo essa relação, não se pode falar em ato ilícito. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Sendo atribuído ao empregador todos os elementos característicos do ato ilícito, deverá o empregador reparar ou indenizar o empregado ou seus familiares. 3.3.Assédio moral no trabalho: É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetidas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e a ética de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e da organização da vitima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exerce-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 4. Conceito de responsabilidade criminal: A legislação impõe regras a serem observadas tipificando as condutas mais graves como crime ou contravenção penal. A diferença entre responsabilidade civil e criminal está em que essa impõe o cumprimento da pena estabelecida em lei, enquanto aquela acarreta a indenização do dano causado. Assim, se a atitude dolosa ou culposa praticada pelo empregador for tipificada estará este sujeito as sanções penais.

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Segundo a NR01, o empregador poderá tanto ser pessoa física como jurídica, se tratando de pessoa física aplica-se todas as penas contidas no ordenamento jurídico. O artigo 19 da Lei 8213/91 dispõe acerca da tipificação da contravenção penal realizada em face de descumprimento de normas atinentes a segurança e higiene do trabalho. Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. omissis 4 Primeiras definições das legislações Trabalhistas. 4.1.Conceito de Direito do trabalho: É o conjunto de princípios e normas que regulam as relações entre empregados e empregadores e de ambos com o Estado, para efeitos de proteção e tutela do trabalho. 4.2. Conceito art. 2o da CLT: Empregador Observar que a CLT intitula como empregador a EMPRESA, tal vocábulo é entendido como a pessoa física ou jurídica que contrata, dirige e assalaria o trabalho subordinado. Ex. Profissionais liberais, Igreja Católica, Condomínios, construtora ou empreiteiro (exceção reforma em residência), Grupo econômico, Microempresas, empresa pública e sociedade de economia mista. 4.3.Conceito art. 3o da CLT: Empregado Pessoa física que presta serviços de natureza não eventual, juridicamente subordinado, pessoalmente e de forma onerosa. (atenção a empregada doméstica) Exceção: Trabalhador autônomo, trabalho penitenciário, estagiário (curricular ou ação comunitária), voluntariado. 4.4.Principio do Direito do Trabalho Principio da proteção: Decorre de análise lógica, pois, se há jurisdição diferente é porque há algo especial, já que caso contrário seria regulado pelo Direito civil. Principio da norma mais benéfica: deve ser aplicada a norma mais benéfica, observado em todo caso a teoria da conglobamento. Se trata do in dubio pro operarium. Principio do contrato realidade: sobrepõe a realidade formal Principio da continuidade: Via de regra, todo contrato de trabalho é por prazo indeterminado Principio da irrenunciabilidade: O trabalhador não pode renunciar a um direito 5. Direitos Sociais Os direitos de segunda geração nasceram de fatos históricos e das necessidades sociais sendo estes aqueles enumerados no art.6º da CF/88, dentre outros ali não enunciados. Os direitos sociais são prestações reais proporcionadas pelo Estado que direta ou indiretamente possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos. O art. 7º da CF/88 traça alguns direitos dos trabalhadores de forma exemplificativa e equipara os trabalhadores urbanos e rurais.

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O contrato de trabalho, via de regra, é por prazo indeterminado, e mesmo que não seja escrito cria vinculo e obrigações às partes (empregado e empregador). O contrato de trabalho pode ser tácito, escrito ou verbal. A CF/88 protege o empregado contra dispensas arbitrárias (sem qualquer motivação) e sem justa causa (motivado por razões econômicas, sociais, mercadológicas, técnico ou profissional), assegurado a multa rescisória (40% do FGTS) e o seguro desemprego (3 ou 5 meses). O número de parcelas do seguro desemprego obedecerá aos seguintes critérios: •três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos últimos trinta e seis meses; •quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo doze meses e no máximo 23 meses, nos últimos 36 meses; •cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo 24 meses, nos últimos 36 meses. O FGTS é pago exclusivamente pelo empregador, até o dia 7 de cada mês, cujos valores mensalmente depositados correspondem a 8% da remuneração do empregado, inclusive 13º, horas extras e gratificações. Havendo culpa recíproca pela dispensa do empregado a multa a ser paga corresponderá a 20% do valor existente na conta vinculada (FGTS). Saque do FGTS está condicionado as hipóteses previstas no art. 20 da Lei 8036/90, sendo estes: 1- despedida direta ou indireta sem justa causa, ou por culpa recíproca; 2- Aposentadoria; 3- Pelos dependentes cadastrados na previdência social ou na falta destas por meio de alvará judicial aos sucessores do falecido; 4- Para pagamento total ou parcela do financiamento habitacional, desde que o empregado possua pelo menos 3 anos FGTS depositados e no último caso o saque anterior não seja inferior a 2 anos; 5- Qdo o trabalhador ficar 3 anos ininterruptos sem recolhimento do FGTS (desempregado) podendo sacar os valores ali existentes na data de seu aniversário; 6- Caso o empregado ou dependente seja acometido de doença grave; 7- Quando o empregado atingir a idade de 70 anos; 8- Extinção do contrato de trabalho regulado pela Lei 6019/74; 9- Suspensão do trabalho avulso por período de 90 dias. O inciso IV do art. 7ºda CF/88, garante o salário mínimo ao trabalhador que cumpra a hora normal de trabalho (8h diárias e 44h semanais. O salário mínimo será instituído anualmente por LEI que assegure o potencial aquisitivo, motivo pelo qual é vedada sua vinculação a qualquer fim. O salário mínimo é nacionalmente unificado, porém, o poder executivo local poderá instituir salário mínimo superior ao nacional. Piso salarial de categoria profissional, superior ao salário mínimo, será estipulado por sentença normativa ou CCT. Via de regra, o salário é irredutível, porém, poderá ser reduzido por meio de ACT ou CCT, como forma de garantir o próprio emprego. Aos que trabalhem sob o regime comissionado é garantido, em todo caso, o salário mínimo. O 13º salário será pago tendo como base o salário pago no mês de dezembro (Lei 4090/62) na proporção de 1/12 por mês trabalhado, assegurado ao mês que o trabalhador tiver trabalhado 15 dias

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como mês inteiro. O 13º salário poderá ser adiantado, a critério do empregador, entre os meses de fevereiro a novembro (1ª parcela). Poderá o empregado requerer a 1ª parcela em janeiro, que será paga quando da concessão das férias anuais. A 2ª parcela, ou parcela integral deve ser paga até o dia 20 de dezembro, decotado, caso exista, os valores adiantados. Remuneração do trabalhador noturno superior ao diurno, proibido, em todo caso, ao menor de 18 anos. Urbano art. 73 da CLT; agrícola e pecuária Lei 5889/73. A maioridade trabalhista é alcançada ao 16 anos, sendo completa ao completar 18 anos. Ao maior de 14 e menor de 16 poderá exercer atividade remunerada desde que na condição de aprendiz. Ao menor de 14 anos é proibido qualquer tipo de trabalho. A retenção dolosa do salário é considerada crime, contudo não há lei que institui o tipo penal e a sanção a ser aplica. A participação do empregado na empresa é principio recepcionada por nossa Constituição inspirada na Constituição alemã de Weimar de 1917. Contudo a nossa Constituição apenas traça o caminho não assegurando tal direito aos empregados, deixando a cargo da lei complementar nº 10.101/00. A participação dos trabalhadores ocorrerá caso exista a vontade das partes (empregado e empregador) por meio de ACT ou CCT e comissão escolhida pelas partes com a representação de um membro do Sindicato das categorias. O salário família será pago mensalmente ao trabalhador em razão de dependentes (enteados, pupilo – menor tutelado). (Lei 8213/91) Para fazer jus é necessário possuir remuneração não superior ao máximo estipulado por meio de portaria interministerial, atualmente: R$ 752,12; Possui dependente até 14 anos, ou pessoas inválidas; Apresentar Certidão de Nascimento, e anualmente, cartões de vacinação ao empregado e comprovante de freqüência em escola. Segundo a Portaria Interministerial nº 350, de 30de dezembro de 2010, o valor do salário-família será: Renda: até R$ 513,12� R$ 27,24, por filho ou dependente; Renda: R$ 513,13 até R$ 798,30� R$ 19,19, por filho ou dependente; A jornada normal de trabalho será de 8h diárias e 44 semanais, contudo, isto não impede as partes de pactuarem como hora normal de trabalho jornada inferior. Poderá a hora normal de trabalho também ser matéria de ACT e CCT. Há algumas categorias profissionais regulamentadas é assegurada hora normal de trabalho reduzida. Aqueles que realizam trabalhos ininterruptos de revezamentos, capaz de colocar o trabalhador, alternativamente, em cada semana, quinzena ou mês, em contato com as diversas fases do dia e da noite, cobrindo as 24h integrantes, a sua jornada de trabalho será de 6h. RSR ocorrerá preferencialmente aos domingos, não sendo, portanto obrigatória a norma esculpida neste dispositivo constitucional, contudo, primando-se pela saúde psíquica e o equilíbrio familiar do empregado (um dia completo dedicado a família e amigos) deve-se dar relevância ao descanso nos domingos. Aos empregados do comercio é garantido ao menos uma vez no período máximo de quatro semanas um descanso no domingo.

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As férias anuais possuem razões médicas, familiares e sociais, o principio atualmente consagrado em nossa Constituição advém da Conv. no 52 da OIT As férias serão anuais e fará jus o empregado que alcançar o período aquisitivo de 12 meses. O empregador terá o prazo de 11 meses após o período constitutivo para conceder as férias. As férias poderão ser divididas em duas partes desde que respeitadas a proporção mínima de 1/3. Poderá o empregado poderá requerer o abono de férias ao empregado desde que respeitado o mínimo de 2/3 de gozo. Aos menores de 18 e maiores de 50 as férias devem ser integrais. Avisado com antecedência mínima de 30 dias da concessão. Aos estudantes até 18 anos deverá ser lhe concedido férias no mesmo período em que houver férias escolares. Licença, salário e estabilidade. A licença maternidade será de 120 dias, podendo ser requerida 28 dias antes do parto, ou em período anterior desde que por determinação médica. A assegurada que adotar ou tiver a guarda de criança terá direito a licença maternidade, recativada em face da idade do adotado. O salário maternidade será pago pelo empregador e posteriormente decotado das contribuições previdenciárias deste. Não há teto para o salário maternidade, sendo este o último salário da gestante. Deverá haver recolhimento do FGTS. A assegurada terá direito a estabilidade provisória desde a informação ao empregador de sua gravidez, até 5 meses após o parto, conforme art. 10, b dos ADCT. A licença paternidade será de 5 dias após o parto nos termos do Art. 10 dos ADCT, não possui característica previdenciárias e é arcado pelo empregador, IN1/88 do MTb e analogia ao art. 473 III da CLT. Proteção da mulher no mercado de trabalho consiste em políticas sociais e legislativas: Proibição de discriminação contra a mulher no provimento de empregos; a proibição o trabalho feminino em minas subterrâneas e empresas industriais entre inúmeros outros. Aviso prévio é o valor correspondente a última remuneração do trabalhador. Existem dois tipos de aviso prévio: indenizado ou cumprido. O primeiro ocorre quando o empregado não cumpre sua jornada laboral, e o segundo ocorre quando o empregado cumpre (trabalha) no período de aviso prévio. Caso a dispensa seja involuntária o empregado fará jus ao salário correspondente ao mês de aviso prévio, podendo este ser indenizado ou cumprindo. Caso o empregado não queira cumprir o aviso prévio, o empregador poderá descontar o valor no acerto rescisório o valor correspondente ao salário/aviso prévio. A dispensa por justa causa isenta o empregador do pagamento do aviso prévio e o empregado de seu cumprimento. A automação é inevitável e resultado do desenvolvimento industrial, porém a regra constitucional tem o intuito de proteger o emprego do trabalhador criando políticas que evitem a dispensa em massa em virtude da substituição do material humano por máquinas. Cabe ao empregador contratar, as suas espessas, seguro para indenizar as vítimas de acidente do trabalho. Esse seguro cobrirá sinistro decorrente de culpa/dolo de terceiros, da própria vitima ou de eventos naturais. Trata-se aqui de obrigação objetiva. Caso ocorra um desses fatos e o empregador não tenha contraído seguro, assumindo, portanto o risco, deverá indenizar o empregado, ou familiares, fazendo às vezes da seguradora. Contudo, caso o acidente se dê em face da culpa/dolo do empregador, a culpa é subjetiva e o empregado deve comprovar a culpa ou dolo do empregador, que deverá indenizar o empregado ou

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familiares pelo dano. O empregado terá o prazo de 2 anos, após a extinção do contrato de trabalho, para ingressar com a reclamação trabalhista, podendo requerer seus direitos referentes aos 5 últimos anteriores ao ingresso da reclamação. A Constituição traça o princípio da isonomia, onde proíbe a diferença salarial ou de critérios de admissão em função do sexo, idade, cor, estado civil ou deficiência física. Ao empregado doméstico são assegurados alguns direitos enunciados constitucionalmente, tais como: salário mínimo e irredutibilidade de salário, 13o salário, RSR, férias, licença paternidade e maternidade, aviso prévio e aposentadoria. ________________________________ Capitulo II Dos Direitos Sociais Art. 6 o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de

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deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

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6. ADICIONAIS 6.1.Noturno: Art. 7º, IX Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Trabalho Urbano Trabalho Rural Lavoura: 21h às 5h Horário que caracteriza o

trabalho noturno 22h às 5h.

Pecuária: 20h às 4h Duração da hora de trabalho 52’30’’ 60’ Adicional pago em relação á

hora diurna Acréscimo 20% Acréscimo 25%

Proibição do trabalho noturno ao menor de 18 anos. Cumulação de adicional noturno com hora extra e demais adicionais. Caso o empregador somente tenha atividades no período noturno o adicional será calculado a base do salário mínimo, nos demais casos o adicional é baseado no salário percebido pelo empregado. Aos petroleiros não se aplica a hora reduzida e o adicional Sumula 112 do TST, por possuir lei própria 5811/72; O Adicional pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os fins, Súmula 60 TST; A alteração de turno implica na perda do direito ao adicional noturno Sumula 265 TST 6.2. Insalubridade: São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que por, sua natureza, condição ou método de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. As atividades insalubres devem ser provadas pelo MT. O trabalho em condições insalubres dá o direito ao empregado ao adicional de 40% (grau máximo), 20% (grau médio), 10% (grau mínimo), calculado sobre o salário mínimo. Comprovada a insalubridade, caberá às DRTs notificar as empresas, estipulando o prazo para as providencias no sentido de neutraliza-la ou elimina-la, por meio das seguintes providencias:

1- Medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; 2- Utilizar EPIs.

6.3. Periculosidade: São consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou método de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado (art. 193 da CLT). O trabalho nessas condições dá o empregado o direito ao adicional de periculosidade, cujo valor é de 30% sobre seu salário contratual sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios e PL. Para caracterizar e classificar as atividades insalubres ou perigosas, tanto as empresas quanto os sindicatos interessados poderão requerer ao MT que mande um perito, médico, engenheiro, para aferir as condições de trabalho dos empregados. Se argüida em juízo, o juiz determinará que seja feita a perícia para comprova-las.

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Não é possível cumular os adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade. 6.4 Penosidade: Foi criado pela CF art. 7º XXIII, mas ainda não tem aplicação porque não foi regulamentada. 7. CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENSÃO DE ACIDENTES) Obs: NR 04 e 05. A formação da CIPA é obrigatória e compete ao MT a expedição das instruções necessárias ao funcionamento, estabelecendo a composição e as atribuições. A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, de acordo com os critérios que o MT determinar. O empregador indicará seus representantes e seus suplentes, por outro lado os empregados votarão (voto secreto) seus representantes e suplentes. Não será exigida para candidatura a representante dos empregados na CIPA a filiação sindical, sendo exigido apenas que este seja empregado. O mandato será de um ano, permitida uma recondução. O suplente incidirá na mesma regra caso tenha pelo menos a metade das reuniões. O presidente da CIPA será um representante indicado pelo empregador e o vice-presidente será um indicado pelos empregados. É vedada a dispensa arbitrária (sem justa causa) do membro eleito da CIPA (representante e suplente) desde o registro de sua candidatura até um ano após o fim do pleito; caso ocorra a dispensa motivada caberá ao empregador comprovar que a dispensa se deu por motivo de disciplina, técnico, econômico ou financeiro. É garantido também ao empregado membro da CIPA a inamovibilidade. É obrigação das empresas manterem serviços especializados em segurança e medicina do trabalho. 8. ATUAÇÃO DO PREPOSTO De acordo com a CLT, é facultado ao empregador fazer-se substituir pelo agente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. O preposto deve ser empregado do empregador reclamado, conhecer do processo e das pretensões do reclamante, procurar testemunhas e esclarece-las dos fatos, auxiliar o advogado na audiência, ler previamente a defesa a ser apresentada pelo advogado, informar ao advogado sobre o valor máximo proposto pelo empregador, na hipótese de acordo. O preposto será apresentado ao juiz por meio de uma carta de preposição que é um documento que a empresa emite ao magistrado. O preposto comparecerá a audiência munido de autorização. Não se exige reconhecimento de firma. O preposto deve levar a CTPS devidamente anotada pela reclamada, para servir como credencial. 8.1. Fases do processo Audiência de conciliação*;

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Apresentação de defesa (escrita ou oral); Audiência de instrução e julgamento*, onde serão ouvidas as testemunhas e as partes; O juiz profere a sentença; Recursos; Apresentação de cálculos; Pagamento. * Poderá a audiência de conciliação e de instrução se dar em um só ato processual. 9. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Regulamentada pela Constituição Federal, Lei 8213/91, Regulamento Geral, IN 11 de 20/09/2006 do INSS. A previdência social é um seguro social que o segurado tem para ter uma renda no momento em que não puder trabalhar. Para ter direito a algum beneficio previdenciário é necessário ser inscrito no RGPS e ter contribuído para com a Previdência, não se confundido com BPC (beneficio de Prestação Continuada), LOAS Lei 8742/93. Apesar de parecer um benefício previdenciário, o Benefício Assistencial não pertence ao leque de benefícios da Previdência Social. Ele faz parte da Política Nacional de Assistência Social do Governo Federal e é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O INSS é responsável apenas pela operacionalização do benefício assistencial, que inclui a habilitação, concessão, realização de perícias médicas, manutenção e pagamento. Os BPC são intransferíveis, não dá direito a pensão aos dependentes e nem paga 13º salário. Quem tem direito são: - Pessoa Idosa - IDOSO: deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que não recebe nenhum benefício previdenciário, ou de outro regime de previdência e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente. - Pessoa com Deficiência - PcD: deverá comprovar que a renda mensal do grupo familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo, deverá também ser avaliado se a sua deficiência o incapacita para a vida independente e para o trabalho, e esta avaliação é realizada pelo serviço de pericia médica do INSS. Para cálculo da renda familiar é considerado o número de pessoas que vivem na mesma casa: assim entendido: o requerente, cônjuge, companheiro(a), o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, pais, e irmãos não emancipados, menores de 21 anos e inválidos. O enteado e menor tutelado equiparam-se a filho mediante a comprovação de dependência econômica e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. O benefício assistencial pode ser pago a mais de um membro da família desde que comprovadas todas a condições exigidas. Nesse caso, o valor do benefício concedido anteriormente será incluído no cálculo da renda familiar. O benefício deixará de ser pago quando houver superação das condições que deram origem a

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concessão do benefício ou pelo falecimento do beneficiário. O benefício assistencial é intransferível e, portanto, não gera pensão aos dependentes. O benefício assistencial é revisto a cada dois anos e é pago enquanto permanecerem as condições que lhe deram origem. Por outro lado a Seguridade Social Previdenciária se assemelha a um seguro comum possuindo coberturas sendo estas: A – Doença, invalidez, morte e idade avançada; B – Proteção à maternidade, especialmente a gestação; C – Amparo financeiro temporário ao trabalhador (CLT) desempregado; D – Salário-família e auxílio-reclusão ao segurado de baixa renda; E – Pensão por morte do segurado, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Assim como em um seguro, o segurado paga um prêmio, mensalmente, e caso ocorra o sinistro receberá a indenização (pensão, aposentadoria ou auxílio). 9.1. Regimes de previdência social: A – Regime Facultativo de Complementação de Previdência Social é objeto de lei especifica. B – RGPS obrigatório; Existem dois tipos de beneficiários, sendo estes: segurados* e dependentes** . * Segurados: A lei lista seis categorias de segurados e enumera quase 30 tipos de segurados, sendo estes: A - Empregados B - Empregado doméstico. C - Contribuinte individual; D - Trabalhador avulso; E - Especial; F - Facultativo; 9.2. Segurado sem contribuição: Apesar do caráter contributivo para se gozar dos benefícios do RGPS, a lei estabelece alguns critérios para concessão de seguridade e benefícios independentemente de contribuição, sendo eles: A – Aquele que já está em gozo de algum beneficio não precisa contribuir enquanto permanecer usufruindo do benefício; B – Por até12 meses aquele que não estiver exercendo nenhuma das atividades enumeradas nas categorias anteriores (desempregado), ou estiver suspenso ou licenciado, este prazo poderá estender-se para 24 meses caso o segurado tiver 10 anos de contribuição previdenciária ininterrupta. O prazo ainda poderá ser estendido por mais 12 meses, mesmo que o empregado não tenha 10 anos de contribuição, se o segurado comprovar sua situação de desemprego perante o MTb e o INSS, podendo ser ampliado para 36 meses, caso possua 10 anos de contribuição; C – Para aquele que estiver obrigatoriamente separado do convívio social por motivo de doença durante todo este período e mais os 12 meses que o sucedem; D – Até 12 meses após estar o solto o preso; E – Até 03 meses após o fim da incorporação as Forças Armadas; F – Por até 06 meses a cessação do segurado facultativo O trabalhador rural que produz para sua própria subsistência e de sua família é segurado previdenciário ainda que não tenha realizado qualquer contribuição. Durante os prazos acima apresentados, aos segurados são garantidos os mesmos direitos que

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àqueles que estão contribuindo. ** Dependentes: A lei lista três classes de dependentes que se beneficiarão da qualidade de segurado atribuída ao contribuinte: 1ª Classe: Cônjuge, companheira, filho não emancipado, menor de 21 anos ou inválido, independente de comprovação da dependência financeira. Enteado e menor tutelado desde que menores de 21 anos ou inválidos e que comprovem na forma do Regulamento (Dec. 3048/99) sua dependência financeira. A comissão dos JEF já consolidou entendimento que não se aplica aqui a possibilidade de extensão de pensão previdenciária ao filho maior de 21anos ainda que universitário. Não é necessário a declaração judicial de união estável para então ter assegurado o direito do companheiro, bastando a prova documental do fato. O cônjuge ainda que divorciado ou separado judicialmente, será beneficiário de 1ª classe desde que seja alimentado pelo assegurado. 2ª Classe: Os pais, desde que comprovem a dependência financeira. 3ª Classe: O irmão não emancipado e menor de 21 anos, ou inválido, desde que comprove a dependência financeira. As primeiras classes excluem as seguintes, porém dentro da mesma classe não há supressão de beneficiários devendo o benefício ser dividido entre os pertencentes à mesma classe. Cabe aos dependentes a inscrição como tal e o requerimento do beneficio, na forma estabelecida no Regulamento (Dec. 3048/99). O cônjuge perderá a qualidade de dependente do segurado, sendo cancelado sua inscrição, caso seja anulado o casamento, ou decretada separação judicial ou divorcio sem direito a alimentos, ou ainda no caso de seu falecimento, mediante apresentação da Certidão de óbito. 9.3. Benefícios: Assim como a CF/88 a Lei também apresenta o rol de benefícios e serviços prestados pelo RGPS, sendo eles: A – Aposentadoria por idade; B – Aposentadoria por invalidez; C – Aposentadoria por tempo de serviço; D – Aposentadoria especial; E – Auxílio-doença; F – Salário-família; G – Salário-maternidade; H – Auxílio-acidente; I – Pensão por morte; J – Auxílio-reclusão; K – Serviço social; L – Reabilitação profissional.

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Alguns destes benefícios possuem como destinatários, ora o segurado, ora os dependentes, ora ambos. Os benefícios contidos nas alíneas A a H são exclusivos dos segurados; os contidos nas alíneas I e J são exclusivos dos dependentes, e os de alíneas K e L são benefícios ofertados tanto aos segurados como aos seus dependentes. 9.4.Contribuições A alíquota de contribuição é instituída por lei extravagante, enquanto que o teto do salário-de-beneficio e o salário-de-contribuição serão estipulados por Portaria expedida pelo INSS em conjunto com o Ministério da Fazenda. Aquele que exercer mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS deverá recolher as contribuições inerentes às atividades conforme as alíquotas instituídas em lei. O aposentado que retornar as atividades laborais cujo regime estejam sob a égide do RGPS é segurado obrigatório devendo contribuir para com a Previdência (art.11, §3º), porém não fará jus aos benefícios previdenciários, salvo o salário-família e à reabilitação profissional (Art.18, § 2º). 9.5.Alíquota, salário contribuição e salário beneficio: O RGPS é mantido por meio de contribuições previdenciárias compulsórias, arrecadadas pelo empregador, pelo tomador de serviços e pelos segurados. A alíquota para fins de recolhimento ao INSS possui três patamares, sendo estes: 8,00%; 9,00% e 11,00%. A variação da alíquota é vinculada ao salário-de-contribuição, sendo assim sintetizada:

Salário-de-contribuição Alíquota Valor máximo recolhido* até 1.024,97 8% R$ 77,25 de 1.024,98 até 1.708,27 9% R$ 144,85 de 1.708,28 até 3.467,40 11% R$ 381,41

* A alíquota do trabalhador facultativo e autônomo. O piso do salário-beneficio corresponde ao salário mínimo nacionalmente unificado, enquanto que o teto corresponde a R$ 3.218,90. A Portaria Interministerial nº 350, de 30 de dezembro de 2009, regulariza o salário-de-contribuição e também o salário-beneficio fixando o teto da contribuição e o teto do beneficio. 9.5.1. Outras fontes de custeio: O RGPS possui como principal fonte de custeio a contribuição social acima mencionada existindo também outras fontes tais como: Cooperados � 15% sobre o valor bruto da nota fiscal; Espetáculos � 5% da renda bruta; Patrocínio � 5% retido pelo patrocinador; DPVAT � 40% do valor bruto arrecadado; Bens apreendidos em razão do tráfico ilícito de drogas � 50% do valor confiscado A contribuição do contribuinte individual, bem como a do contribuinte facultativo será de 20% sobre o valor do salário-de-contribuição declarado, exigindo-se para estes que o salário-de-contribuição declarado no mínimo o valor do salário-mínimo. Desde a competência abril/2007, o contribuinte individual (autônomo) e o facultativo, podem

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contribuir com 11% sobre o valor do salário-mínimo. Tal opção implica exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (LC 123, de 14/12/2006). O Empregador também contribuirá com o RGPS, com o pagamento de 20% sobre o salário pago aos seus empregados. Poderá ainda ser acrescida a alíquota de contribuição patronal 1%, 2% ou 3% conforme o indicie de acidentes do trabalho. O empregador doméstico pagará a titulo de contribuição social sobre a alíquota de 12% sobre o salário pago ao empregado doméstico. 9.6. Aposentadoria por idade: Regra geral: Homem = 15 anos de contribuição + 65 anos de idade; Mulher = 15 anos de contribuição + 60 anos de idade. Trabalhadores rurais: Homem = 15 anos de contribuição + 60 anos de idade; Mulher = 15 anos de contribuição + 55 anos de idade. Segundo a Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão de aposentadoria por idade, desde que o trabalhador tenha cumprido o tempo mínimo de contribuição exigido, no ano em que emplementou a idade. Nesse caso, o valor do benefício será de um salário mínimo, se não houver contribuições depois de julho de 1994. A aposentadoria por idade é irreversível e irrenunciável: depois que receber o primeiro pagamento ou sacar o PIS e/ou Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. É facultativa a aplicação do fator previdenciário. Será de um salário mínimo para o trabalhador rural (segurado especial, empregado e contribuinte individual). Se o segurado especial houver contribuído facultativamente, o benefício do segurado especial será calculado como nos demais casos. O aposentado que retornar ao trabalho terá que contribuir para a Previdência Social, de acordo com a sua categoria de segurado e faixa salarial. Esses trabalhadores terão direito a salário-família, salário-maternidade e reabilitação profissional, caso a perícia médica da Previdência Social recomende. 9.7. Aposentadoria por invalidez Ocorre quando a perícia do INSS considerar uma pessoa total e definitivamente incapaz para o trabalho, seja por motivo de doença (carência de 12 meses) ou acidente (sem carência). A aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do salário de benefício, caso o trabalhador não esteja em auxílio-doença. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. O segurado especial (trabalhador rural) terá direito a um salário mínimo, se não contribuiu

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facultativamente. Se o trabalhador necessitar de assistência permanente de outra pessoa, atestada pela perícia médica, o valor da aposentadoria será aumentado em 25% a partir da data do seu pedido. O aposentado que retornar ao trabalho terá cassada sua aposentadoria passando a contribuir para a Previdência Social, de acordo com a sua categoria de segurado e faixa salarial. 9.8. Aposentadoria por tempo de serviço: Regra geral: Homem = 35 anos de contribuição; Mulher = 30 anos de contribuição. Professores no ensino fundamental e médio: Homem = 30 anos de contribuição; Mulher = 25 anos de contribuição. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. Sendo aplicado o fator previdenciário.

A aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: a partir do primeiro pagamento, o segurado não pode desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.

O aposentado que retornar ao trabalho terá que contribuir para a Previdência Social, de acordo com a sua categoria de segurado e faixa salarial. Esses trabalhadores terão direito a salário-família, salário-maternidade e reabilitação profissional, caso a perícia médica da Previdência Social recomende. 9.9. Aposentadoria especial: Concedido a pessoa que trabalha sob condições especiais, que prejudicam a saúde ou integridade física.a depender do risco, o segurado terá direito a aposentadoria especial após trabalhar e contribuir para a previdência social por 15, 20 e 25 anos. Somente tem direito a este tipo de aposentadoria aquele trabalhador que tem CTPS assinada. A comprovação será feita em formulário do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCA), expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. A tabela a seguir possui os índices de conversão anual:

Multiplicadores Tempo a converter

homem mulher

de 15 anos 2 2,33

de 20 anos 1,5 1,75

de 25 anos 1,2 1,4

9.10. Auxílio-doença: O empregado (CTPS assinada) que não puder trabalhar por mais de 15 dias seguidos, tem direito ao auxílio-doença, sendo pago o salário-beneficio a partir do 16º dia.

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Se o empregado for contribuinte individual (autônomo, empresário e etc) ou segurado facultativo, a previdência social paga desde o inicio da doença ou do acidente. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses. Esse prazo não será exigido em caso de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho). Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição, desde que tenha qualidade de segurado, o trabalhador acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget (osteíte deformante) em estágio avançado, síndrome da deficiência imunológica adquirida (Aids) ou contaminado por radiação (comprovada em laudo médico). O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico periódico e participar do programa de reabilitação profissional prescrito e custeado pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso. Não tem direito ao auxílio-doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resulta do agravamento da enfermidade. Quando o trabalhador perde a qualidade de segurado, as contribuições anteriores só são consideradas para concessão do auxílio-doença após nova filiação à Previdência Social houver pelo menos quatro contribuições que, somadas às anteriores, totalizem no mínimo 12. O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. 9.11. Salário-família: O trabalhador recebe o salário-família para cada um dos filhos de até 14 anos de idade, ou filho inválido de qualquer idade. Mas só tem direito os trabalhadores com CTPS assinada e os trabalhadores avulsos. Os empregados domésticos, os contribuintes individuais e os facultativos não têm direito. 9.12. Salário maternidade: Toda mulher que paga a previdência social tem direito ao salário-maternidade por 120 dias, período em que ficam afastadas do trabalho. A trabalhadora recebe o salário-maternidade por 28 dias antes do parto e por 91 dias depois do parto. Para concessão do salário-maternidade, não é exigido tempo mínimo de contribuição das trabalhadoras empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, desde que comprovem filiação nesta condição na data do afastamento para fins de salário maternidade ou na data do parto. A contribuinte facultativa e a individual têm que ter pelo menos dez contribuições para receber o benefício. A segurada especial receberá o salário-maternidade se comprovar no mínimo dez meses de trabalho rural. Se o nascimento for prematuro, a carência será reduzida no mesmo total de meses em que o parto foi antecipado. Considera-se parto, o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana de gestação, inclusive natimorto. Nos abortos espontâneos ou previstos em lei (estupro ou risco de vida para a mãe), será pago o

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salário-maternidade por duas semanas. A trabalhadora que exerce atividades ou tem empregos simultâneos tem direito a um salário-maternidade para cada emprego/atividade, desde que contribua para a Previdência nas duas funções. O salário-maternidade é devido a partir do oitavo mês de gestação (comprovado por atestado médico) ou da data do parto (comprovado pela certidão de nascimento). O pagamento do salário-maternidade das gestantes empregadas passará a ser feito diretamente pelas empresas, que serão ressarcidas pela Previdência Social. As mães adotivas, contribuintes individuais, facultativas e empregadas domésticas terão de pedir o benefício nas Agências da Previdência Social. 9.13. Auxílio-acidente: Quando o trabalhador sofre um acidente que reduz a sua capacidade para o trabalho, recebe o auxílio-acidente. Tem direito a esse beneficio o trabalhador com CTPS assinada, o trabalhador avulso e o trabalhador rural que é segurado especial, ou seja, aquele que produz em regime de economia familiar, incluindo o índio e o pescador artesanal. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não tem esse direito. Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica da Previdência Social. O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. O benefício deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta. O pagamento do auxílio inicia-se a partir do dia seguinte em que cessa o auxílio-doença. O valor do benefício corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente. 9.14. Pensão por morte: Quando o trabalhador que paga a previdência social morre, a sua família recebe a pensão por morte. Tem direito a esse beneficio, os dependentes de 1ª, 2ª e 3ª classe, respectivamente. Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção de aposentadoria, concedida pela Previdência Social. A pensão poderá ser concedida por morte presumida nos casos de desaparecimento do segurado em catástrofe, acidente ou desastre. Serão aceitos como prova do desaparecimento: Boletim de Ocorrência da Polícia, documento confirmando a presença do segurado no local do desastre, noticiário dos meios de comunicação e outros. Nesses casos, quem recebe a pensão por morte terá de apresentar, de seis em seis meses, documento sobre o andamento do processo de desaparecimento até que seja emitida a certidão de óbito.

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Corresponde a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia no dia da morte ou que teria direito se estivesse aposentado por invalidez. Se o trabalhador tiver mais de um dependente, a pensão por morte será dividida igualmente entre todos. Quando um dos dependentes perder o direito ao benefício, a sua parte será dividida entre os demais. A pensão por morte deixada por trabalhadores rurais é de um salário mínimo. 9.15. Auxílio-reclusão: Os dependentes do segurado que for preso por qualquer motivo têm direito a receber o auxílio-reclusão durante todo o período da reclusão. O benefício será pago se o trabalhador não estiver recebendo salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Não há tempo mínimo de contribuição para que a família do segurado tenha direito ao benefício, mas o trabalhador precisa ter qualidade de segurado e possuir os demais requisitos exigidos em Portaria conjunta do Mins. da Previdência Social e da Fazenda. Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente. Para os segurados com idade entre 16 e 18 anos, serão exigidos o despacho de internação e o atestado de efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juizado da Infância e da Juventude. O auxílio reclusão deixará de ser pago: - com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte; - em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou extinção da pena; - quando o dependente completar 21 anos ou for emancipado; - com o fim da invalidez ou morte do dependente. 9.16. Serviço social: É serviço social de orientação aos beneficiários de seus direitos sociais e meios de exerce-los, mediante equipe jurídica e multi-social. 9.17. Habilitação e reabilitação social: A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e as pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. A readaptação profissional compreende ao fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção; além de manutenção destes aparelhos e transporte do acidentado. Tais fornecimentos podem ser estendidos aos dependentes dos segurados. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação a Previdência Social emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelos beneficiários, podendo este exercer outra atividade para o qual se qualificar. As empresas com 100 ou mais empregados deverão preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas. 9.18. Carência: É o tempo mínimo de contribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário. Varia de acordo com o benefício solicitado:

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BENEFÍCIO CARÊNCIA

Salário-maternidade (*)

Sem carência para as empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas; 10 contribuições mensais (contribuintes individual e facultativo); 10 meses de efetivo exercício de atividade rural, mesmo de forma descontínua, para a segurada especial.

Auxílio-doença (**) 12 contribuições mensais

Aposentadoria por invalidez 12 contribuições mensais

Aposentadoria por idade 300 contribuições

Aposentadoria especial 180 contribuições

Aposentadoria por tempo de contribuição 180 contribuições

Auxílio-acidente sem carência

Salário-família sem carência

Pensão por morte sem carência

Auxílio-reclusão sem carência

Nota: (*) - A carência do salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual e facultativa, é de dez contribuições mensais, ainda que os recolhimentos a serem considerados tenham sido vertidos em categorias diferenciadas e desde que não tenha havido perda da qualidade de segurado. - Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzida em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado; - Para o salário-maternidade nas categorias que exijam carência, havendo perda da qualidade de segurada, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que a segurada contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com, no mínimo, três contribuições, observada a legislação vigente na data do evento. (**) Independe de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza e nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de doença ou afecção especificada em lista do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência Social.

A consciência profissional da importância das funções desempenhadas pelo técnico em segurança do trabalho é capaz de preservar não apenas a qualidade de vida do empregado, como também a própria existência do trabalhador,

que, de forma alguma, pretende cambiar sua vida por um pouco de pão!

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Curso: Técnico em Segurança do Trabalho Disciplina: Legislação Turma: 2º período Professor: Renato Horta Rezende Trabalho: Extraclasse Aluno (a):_____________________________________________________________. Processo nº ____________________________ data: ___/___/______ Vara: ________ Resumo da audiência: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. ____________________________. Assinatura e carimbo do juiz ou da secretaria Curso: Técnico em Segurança do Trabalho Disciplina: Legislação Turma: 2º período Professor: Renato Horta Rezende Trabalho: Extraclasse Aluno (a):_____________________________________________________________. Processo nº ____________________________ data: ___/___/______ Vara: ________ Resumo da audiência: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. ____________________________. Assinatura e carimbo do juiz ou da secretaria