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2016

Atualizado em: 10/04/2016

PROVAS COMENTADAS ESFCEX

QUESTÕES ESPECÍFICAS

DE DIREITO

Provas: 2012, 2013, 2014 e

2015

(Questões de todas as provas anteriores revisadas e

atualizadas de acordo com o novo CPC)

Pedro Luz | www.concursandomilitar.com.br

1. APRESENTAÇÃO

Olá pessoal! Ire fazer aqui a apresentação do material que elaborei

comentando as quatro últimas provas da Escola de Formação Complementar do

Exército (EsFCEx), na área do direito, visando contribuir com todos os que têm o

sonho de ingressar na carreira militar.

Antes, uma rápida apresentação pessoal. Meu nome é Pedro Luís Luz dos

Santos, sou Primeiro-Tenente do Exército QCO (Direito) e fui o 2º colocado no

concurso de 2014 da EsFCEx. Graduei-me em direito no ano de 2011, pela

Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e, a partir de então, iniciei meus

estudos para concurso, obtendo êxito no concurso de 2014.

Portanto, sei bem o que vocês estão passando nesse momento. O que

percebi nessa caminhada é que somente um concurseiro é capaz de entender

outro. São muitas as preocupações, angústias, incertezas, além da enorme

renúncia exigida durante a preparação. Mas não se preocupem. Com fé, foco,

disciplina e a estratégia correta vocês irão realizar esse sonho.

O concurso da ESFCEX é um dos mais singulares do País, pois apresenta

uma enorme variedade de conteúdos, o que torna a preparação extremamente

complexa. Ou alguém aí conhece algum edital que vá do Direito Penal Militar ao

Trabalhista, passando por Previdenciário, Ambiental, Tributário, Civil, etc. Ah! E

ainda tem história, geografia, língua estrangeira e português.

Não bastassem todas essas disciplinas, no ano de 2015 ainda foi incluído o

Direito Internacional dos Conflitos Armados.

São aproximadamente 14 disciplinas somente na área jurídica, mais 4 da

parte geral, somando 18 disciplinas. Em sua elaboração, a prova também tem

características próprias, o que exige uma preparação muito específica e

estratégia.

Por essa razão entendo que as provas anteriores comentadas podem

ajudá-los na montagem de uma estratégia mais precisa. Não há muitos materiais

específicos para a nossa prova, sobretudo em relação ao direito penal militar e

processo penal militar, o que sem dúvida é uma dificuldade a mais que

enfrentamos.

Acredito que não há melhor maneira de montar um planejamento de

estudos senão através da análise das últimas tendências da banca. Não que não

seja importante praticar com provas mais antigas da banca, não é isso. Mas é que

a tendência da banca normalmente é revelada pelas suas últimas provas.

Quem está estudando há mais tempo ou andou pesquisando as provas

anteriores vai perceber que o Direito Penal e Processual Penal Militar sofreram

uma enorme mudança de 2012 pra cá. Até a prova de 2011, tínhamos poucas


questões de direito penal militar e processo penal militar, e elas vinham com

enunciados curtos e simples. Não tinham contexto fático e não analisavam casos

concretos.

A partir de 2012 começou uma grande mudança que, com as provas de

2013, 2014 e 2015, revelaram claramente uma nova tendência da banca. Agora, o

direito penal militar e processual penal militar são os verdadeiros “divisores de

água” da prova. Para se ter uma ideia, a prova de 2014 cobrou nada menos do

que 13 questões de direito penal e processual penal militar, em sua maioria com

textos enormes, que criavam casos concretos e contextualizavam as situações

em que a lei seria aplicada, mudando radicalmente o que vinha sendo feito até

2012. A última prova (2015) cobrou 11 questões de Direito Penal Militar e

Processo Penal Militar.

Daí a importância de montarmos uma estratégia com base nas últimas

tendências da banca.

Explicarei no próximo tópico como foi elaborado o material.

2. DAS PROVAS COMENTADAS - Metodologia

O material refere-se ao comentário das provas da ESFCEX dos anos de

2012, 2013 e 2014 e 2015. São 278 páginas. Mas não se assustem! A leitura é

bem fluente e objetiva. É que são quase de 800 comentários (cada alternativa das

160 questões foi comentada) em que se procurou demonstrar a posição da

banca, sendo que todos eles estão fundamentados na legislação, doutrina ou

jurisprudência.

No início do material há um índice no qual consta a divisão de cada prova

por disciplina, com as páginas correspondentes, para facilitar a busca no decorrer

dos estudos. O índice está estruturado da seguinte forma:

As questões também foram agrupadas por assunto, pois a banca por vezes

cobra as disciplinas fora de ordem (alternadas). Isso permitirá uma melhor

identificação do que é mais cobrado dentro de cada matéria.

Conteúdo: Prova 2012

1. Direito

Administrativo............Erro! Indicador não definido.

2. Direito

Ambiental..................Erro! Indicador não definido.


Também há no material alguns esquemas para facilitar a compreensão e

fixação do conteúdo, como uma tabelinha para contagem dos prazos de deserção

(veremos na questão comentada abaixo), esquema para os Conselhos da Justiça

Militar, para as penas da lei de improbidade administrativa, para a prescrição da

ação penal, etc.

Por exemplo, vamos ver uma parte do comentário da letra a, da questão

53, da prova de 2012, no qual montei uma tabelinha com os prazos para

verificação da prescrição da ação penal:

(...) segundo o art. 125 do CPM, a prescrição da ação penal regula-se pelo

máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. Deve-se verificar

a pena prevista para o crime e enquadrá-la nos incisos do art. 125 do Código

Penal Militar. A tabela abaixo irá ajudar na visualização:

Prescreve 2 anos 4 anos 8 anos 12 anos 16 anos 20 anos 30 anos

Máx. Pena

Priv. Lib.

inferior a

1 ano

igual a 1,

ou não

excede 2

superior a

2 e não

excede 4

superior a

4 e não

excede 8

superior a

8 e não

excede 12

superior a

12

pena de

morte

Nas questões de Processo Civil, os comentários foram feitos apontando o

dispositivo legal de acordo com o CPC de 1973 (que estava vigente à época das

provas) e como o assunto está tratado no CPC de 2015.

Enfim, eu acredito que o material pode ajudá-los a montar de forma mais

precisa uma estratégia rumo à aprovação.

Para não ficar somente na conversa, vamos dar uma olhada em duas

questões extraídas do material.

Desejo muito sucesso a todos nessa caminhada.

Forte Abraço!


CONCURSO DE ADMISSÃO – 2015 ao CFO/QC – 2016

DIREITO PENAL MILITAR

69 - O civil Paul ao se alistar, acabou recebendo Certificado de dispensa de

incorporação (CDI). No ano seguinte, acabou prestando vestibular para uma

faculdade particular de medicina que cursou integralmente, até se formar,

em julho de 2014. Apresentou-se para a seleção e foi, então, convocado à

incorporação para servir, em 2015, ao Exército como médico. A data

prevista para apresentação era 15 de fevereiro de 2015 no Regimento

Sampaio, no Rio de Janeiro/RJ. O civil Paul se apresentou na data, mas se

ausentou antes do ato oficial de incorporação, não mais retornando, pois

pretendia montar uma clínica em Salvador-BA. O Tenente Lennon, que

presenciou a apresentação do civil Paul no Regimento Sampaio estava de

férias, em Búzios, quando, enquanto tomava banho de mar, viu o civil Paul

na areia e entendeu que devia lhe dar voz de prisão como insubmisso. Deu

voz de prisão ao civil Paul e, quando este, sem esboçar violência, reação ou

fuga, tentou alegar não ser insubmisso por já ter o CDI, foi espancado pelo

tenente Lennon, sofrendo lesões corporais graves.

Com base no caso acima, analise as afirmativas e fundamentos abaixo e, em

seguida, assinale a alternativa correta.

(A) Caso não se apresentasse para a seleção após a conclusão do curso de

medicina, o civil Paul seria considerado insubmisso.

(B) O crime do Tenente Lennon não pode ser considerado militar vez que embora

o Tenente Lennon achasse que se encontrava em serviço por mandamento legal

– que determina que os militares devem prender quem for insubmisso – o civil

Paul não era insubmisso, e fora erroneamente convocado, vez que fora

dispensado de incorporação antes de cursar medicina.

(C) Caso não se apresentasse para seleção após a conclusão do curso de

medicina, o civil Paul seria considerado refratário.

(D) Caso não se apresentasse para seleção após a conclusão do curso de

medicina, o civil Paul não sofreria qualquer sanção nem prejuízo, vez que já

estava quite com o serviço militar.

(E) O crime do Tenente Lennon não pode ser considerado militar vez que embora

o Tenente Lennon achasse que se encontrava em serviço por mandamento legal,

só existe previsão de que os militares devem prender quem for desertor ou estiver

em flagrante delito. Não se colocara, pois, em serviço, por mandamento legal.

COMENTÁRIOS:


1 – letra a: incorreta. A Lei nº 12336/2010 alterou dispositivos da Lei do Serviço

Militar (Lei nº 4375/64) e passou a prever a obrigatoriedade de que médicos,

farmacêuticos, dentistas e veterinários, que ainda não tivessem prestado o

serviço militar inicial, ou então, tivessem sido dispensados da incorporação em

momento anterior, ficassem sujeitos à prestação do serviço militar.

Desta forma, estabeleceu que os concluintes dos aludidos cursos que

já estavam dispensados do serviço militar, deveriam revalidar seus Certificados

de Dispensa de Incorporação (CDI), podendo a Administração Militar ratificar a

dispensa ou recolher o CDI no caso de incorporação às Forças Armadas,

dependendo da necessidade (art. 75, § 3º, Lei nº 4375/64).

Então, o cidadão que recebe um CDI em uma seleção para ingresso

nas Forças Armadas, após a conclusão dos cursos citados deverá retornar para

nova seleção a fim de revalidação de seu CDI. Caso não apareça para a seleção,

o cidadão é considerado refratário e não insubmisso, nos termos do art. 24 da

Lei do Serviço Militar (4375/64):

Art 24. O brasileiro que não se apresentar para a seleção durante

a época de seleção do contingente de sua classe ou que, tendo-o

feito, se ausentar sem a ter completado, será considerado

refratário. (grifo nosso)

2 – letra b: incorreta. O Tenente Lennon agiu de acordo com o art. 243 do CPPM:

Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for

insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.

(grifo nosso)

Seria o caso de estrito cumprimento do dever legal (art. 42, III), não

houvesse o Tenente se excedido e espancado o civil Paul.

Nesse caso, o Tenente Lennon cometeu crime de lesões corporais. Até

aqui tudo bem. Mas afinal, é ou não crime militar? O Tenente estava de férias, em

Búzios e a vítima era civil.

Pessoal, nesse caso, tendo em vista que o militar tem o dever legal de

prender o insubmisso, pelo fato justamente de ser militar, ele estaria atuando em

razão da função, de acordo com o art. 9º, II, c, CPM. Assim, cometido o crime

pelo militar atuando em razão da função contra civil, o crime seria militar. Essa é a

posição do Professor Jorge César de Assis.

Vejamos o que diz o art. 9º, II, c, CPM:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam

com igual definição na lei penal comum, quando praticados:


c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em

comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do

lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou

reformado, ou civil. (grifo nosso)

Assim, o crime do Tenente Lennon é militar.

A segunda parte afirma que o civil Paul não era insubmisso, pois teria

sido erroneamente convocado por ter recebido o CDI. Já vimos que a partir de

2010, os concludentes de medicina podem ser convocados, independentemente

de já terem sido dispensados. Nesse caso, se deixarem de se apresentar à

incorporação ou se ausentarem antes do ato oficial serão considerados

insubmissos (art. 183, CPM). Paul, portanto, era insubmisso, pois se ausentou

antes do ato oficial de incorporação.

3 – letra c: correta. É o que prevê o art. 24, da Lei do Serviço Militar (4375/64)

acima transcrito, combinado com o art. 75, § 3º, da mesma Lei, conforme já

explicado.

4 – letra d: incorreta. Vimos que atualmente os médicos, farmacêuticos, dentistas

e veterinários, ainda que tenham sido dispensados do Serviço Militar devem

apresentar-se novamente para a seleção a fim de revalidarem seu CDI (art. 75, §

3º, Lei nº 4375/64). Os que não comparecerem serão considerados refratários

(art. 24, Lei nº 4375/64).

5 – letra e: incorreta. Conforme art. 243 do CPPM:

Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for

insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.

(grifo nosso)

Assim, tendo em vista que praticou o crime atuando em razão da

função cometeu crime militar, de acordo com o art. 9º, II, c, CPM

Alternativa correta: letra C.

CONCURSO DE ADMISSÃO – 2012 ao CFO/QC – 2013

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

57. Analise os casos abaixo, colocando entre parênteses a letra V, quando

se tratar de afirmativa verdadeira e a letra F, quando se tratar de afirmativa

falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) O 1º Sargento do Exército Brasileiro Fulano, praça estável, faltou à formatura

matinal de sua Organização Militar no dia 23 de abril de 2012 e não mais retornou

até a data de hoje. Segundo a contagem do Código de Processo Penal Militar

(CPPM) passou à condição de desertor a partir da 00h00minh (zero hora) do dia


1º de maio de 2012.

( ) O 2º Tenente Beltrano, oficial temporário do Exército Brasileiro, desertou. Deve

ser excluído do serviço ativo, até que se apresente ou seja capturado.

( ) Um Soldado do efetivo variável, praça sem estabilidade, desertou em fevereiro

de 2012 e foram tomadas as providências legais. Em maio de 2012, foi capturado

e submetido a inspeção de saúde e julgado apto para o serviço militar. Deverá,

em seguida, ser procedida sua reversão ao serviço ativo.

(A) V – V – V.

(B) V – F – V.

(C) F – F – V.

(D) F – V –F.

(E) F – F – F.

COMENTÁRIOS:

1- primeiro V ou F: Falso. Pessoal, o início da contagem dos dias para a

consumação do crime de deserção está previsto no art. 451, § 1º do Código de

Processo Penal Militar (CPPM).

Já vimos que a deserção, prevista no art. 187, do CPM é quando o militar

se ausenta sem autorização por mais de 8 dias.

Em relação à contagem, vejamos o que diz o § 1º, do art. 451, do CPPM:

§ 1º A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do

termo de deserção, iniciar-se-á a zero hora do dia seguinte

àquele em que for verificada a falta injustificada do militar.

(grifo nosso)

A melhor forma de se visualizar como é a contagem do prazo de deserção

é através de um exemplo. O exemplo foi extraído do julgamento do HC nº

2005.01.034103-0-RS - STM:

o paciente faltou ao quartel no dia 09/08/04, completando, às 24

horas deste mesmo dia, o período de ausência que antecede a

contagem do prazo de graça. Logo, às 24 horas do dia 10/08/04

completa-se o primeiro dia da contagem do prazo de deserção,

que se encerra às 24 horas do dia 17/08/04, devendo o militar ser

excluído do estado efetivo da OM no dia 18/08/04 e lavrado o

Termo de Deserção na mesma data.

Não se preocupem tanto em entender em detalhes a redação art. 451, § 1º,

do CPPM ou o texto acima. As questões normalmente irão perguntar o momento


em que a pessoa passou à situação de desertor.

O importante é saber: se faltou dia 10 de janeiro, consumará o crime de

deserção às 24 horas do dia 18 de janeiro. A lavratura do termo e a exclusão, no

caso de praça não estável, serão no dia 19 de janeiro.

Cuidado, pois as questões costumam colocar datas que envolvem mais de

um mês. Ex: faltou 24 de fevereiro (só tem 28 dias, exceto em anos bissextos);

faltou 26 de março (tem 31 dias), etc. Portanto, atenção nas questões que

envolvem contagem do prazo de deserção!

Vamos para a questão. O Sgt faltou no dia 23 de abril, logo, consumará o

crime de deserção às 24 horas do dia 1º de maio, ou a zero hora do dia 02 de

maio. Cuidado gente, pois 24 horas do dia 1º e zero hora do dia 2 é exatamente

o mesmo momento.

Farei uma tabela para melhor visualização:

23 abr 24 abr 25 abr 26 abr 27 abr 28 abr 29 abr 30 abr 1º maio 2 maio

Faltou 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia 8º dia Termo

deserção

Portanto, a primeira afirmativa é falsa.

2 – segundo V ou F: Falso. Há dois ritos processuais de deserção previstos no

CPPM. Um para oficiais (arts. 454 e 455) e outro para praças (arts. 456 e 457).

Os oficiais desertores não são excluídos, como afirma a assertiva, e sim

agregados (art. 454, § 1º) até apresentarem-se ou serem capturados.

3 – terceiro V ou F: Falso. Entre as praças também há diferença no tratamento

dado pelo CPPM.

As praças não estabilizadas são excluídas do serviço ativo (art. 456, § 4º)

sendo que, quando se apresentam ou são capturadas, após submeterem-se à

inspeção de saúde, caso julgadas aptas, são reincluídas e não revertidas (art.

457, § 1º). Já às praças estabilizadas não são excluídas do serviço ativo, mas

agregadas (art. 456, § 4º). Desta forma, caso se apresentem ou sejam

capturadas será procedida a sua reversão (art. 457, § 3º).

24 horas do dia 1º

maio ou zero hora do

dia 2 maio consuma o

crime.


Alternativa correta: letra E.

curso preparatório de redes de · pdf filepor essa razão entendo que as provas...

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