curso intensivo - s3.sanar.online da vida.pdf · logo, impacta na redução destas secreções. •...

32
CURSO INTENSIVO PARA RESIDÊNCIAS NUTRIÇÃO CICLOS DA VIDA Aula demonstrativa de Nutrição do Idoso

Upload: others

Post on 02-Nov-2020

10 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

CURSO INTENSIVOPARA RESIDÊNCIAS

N U T R I ÇÃO

CICLOS DA VIDAAula demonstrativa de

Nutrição do Idoso

Page 2: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

PROFESSORAS

Ana Paula Azevêdo Macêdo Naruna Rocha Nutricionista formada pela Universidade Federal da Bahia. Pós-graduada em Fitote-rapia pela Faculdade Alfredo Nasser. Mestranda em Ciências de Alimentos pela Universidade Federal da Bahia.Experiência em nutrição clínica ambula-torial e nutrição esportiva. Docente e pre-ceptora de estágios em cursos técnicos em nutrição.

Nutricionista pela Universidade Federal do Maranhão (2012). Doutora e Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Fe-deral de Viçosa (2018). Residência em Nu-trição Clínica pelo Programa de Residên-cia Multiprofissional do Hospital Regional da Asa Norte HRAN (2014). Membro do Grupo de estudo Pesquisa de Avaliação da Saúde do Escolar (PASE-Brasil) da Univer-sidade Federal de Viçosa. Professora nos cursos de nutrição e gastronomia do Cen-tro Universitário de Minas (UNIFAMINAS) e consultora em análise estatística para cursos da área de saúde. Atuação nas áre-as de materno-infantil, nutrição clínica, higiene e microbiologia dos alimentos e bioestatística.

Page 3: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

SUMÁRIOApresentação .................................................................................... 5

Ciclos da vida ................................................................................... 61. Criança ............................................................................................ 62. Adolescência ................................................................................. 393. Adulto ............................................................................................ 634. Idoso .............................................................................................. 93

Gabarito ............................................................................................. 117Referências ....................................................................................... 120

Page 4: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

4Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

4. IDOSO

A Organização Mundial de Saúde (2001) classifica como idosos indivíduos com 60 anos de idade ou mais para os países em desenvolvimento como o Brasil. Em países desenvolvidos o ponto de corte é de 65 anos de idade.

4.1 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS

O envelhecimento é um processo fisiológico, contínuo e gradual de alte-rações naturais que começam na idade adulta que conduz a efetivas re-duções nas funções fisiológicas. A qualidade do envelhecimento é deter-minada pela vida pregressa do indivíduo. As alterações relacionadas ao envelhecimento têm relação direta com o estado nutricional e o hábito alimentar do idoso.

4.1.1 ALTERAÇÕES SENSORIAIS

• Redução das papilas gustativas;

• Disgeusia;

• Hiposmia;

• Redução da acuidade visual;

• Redução da capacidade auditiva.

As alterações sensoriais podem estar associadas à inapetência na pes-soa idosa.

• Olfato e paladar

Disgeusia: é a distorção ou diminuição do senso do paladar.

Hiposmia: baixa sensibilidade olfativa.

Page 5: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

5Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

O fator que mais interfere na diminuição do consumo alimentar é a redu-ção da sensibilidade ao gosto. A redução das papilas gustativas faz com que tenham mais dificuldade em identificar o sabor dos alimentos e os predispõe a adoçar/salgar mais os alimentos.

A diminuição da acuidade visual pode levar à diminuição do apetite, em decorrência da diminuição do reconhecimento dos alimentos e da habili-dade de alimentar-se.

As estimulações do paladar e odor também induzem mudanças meta-bólicas, tais como secreções salivares, de ácido gástrico e pancreático. Assim, a estimulação sensorial diminuída pode prejudicar os processos metabólicos.

4.1.2 ALTERAÇÕES NA CAPACIDADE MASTIGATÓRIA

• Diminuição da secreção salivar (xerostomia);

• Ausência de dentes ou próteses dentárias inadequadas.

A ausência de unidades dentárias deve-se a cáries não tratadas e da pe-riodontite, muitos dos idosos utilizam próteses totais ou parciais. Caso a prótese esteja mal adaptada dificulta a mastigação. Por isso, a consistên-cia da dieta do idoso deve ser adequada a sua capacidade mastigatória.

Nos idosos, a produção de saliva é diminuída. A saliva auxilia no proces-so digestivo, na lubrificação das mucosas e na prevenção de cáries.

Esses fatores interferem na fase inicial do processo digestivo. A mastiga-ção ineficaz compromete a formação do bolo alimentar.

A menor produção de saliva compromete a mastigação, a deglutição e o processo enzimático.

Xerostomia: também conhecida como boca seca ou secura da boca é um sintoma relacionado à ausência de saliva.

Page 6: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

6Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

4.1.3 ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS

• Disfagia

A disfagia é um sintoma que se caracteriza por qualquer alteração no trânsito do alimento da boca até o estômago, colocando o indivíduo em risco de aspiração pulmonar, desnutrição e desidratação.

A deglutição é dividida em três fases:

1. Fase preparatória-oral

Essa fase compreende basicamente a mastigação. E é comprometida nos idosos por:

• Problemas de mastigação ocasionados por falta de dentes ou por pró-teses antigas e mal adaptadas;

• Alteração na saliva.

O idoso pode engasgar, tossir e broncoaspirar, antes da deglutição.

2. Fase faríngea ou faringolaríngea

Após a mastigação, o movimento ondulatório da língua conduz o bolo ali-mentar até a faringe.

As principais alterações são:

• A faringe, órgão constituído apenas por músculos, diminui sua força di-ficultando o transporte do alimento para o esôfago.

Nessa fase, o idoso tem risco de engasgo e broncoaspiração.

Page 7: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

7Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

3. Fase esofágica

Compreende a abertura da transição entre a faringe e o esôfago, em se-guida se desencadeiam ondas peristálticas que transportam o alimento até o estômago.

As principais alterações nos idosos são:

• As ondas se tornam mais lentas e ineficazes;

• Diminuição da pressão do esfíncter.

Esse quadro leva a maior incidência de refluxo e hérnia de hiato.

• Secreções gástricas diminuídas

A atrofia da mucosa gástrica ou gastrite atrófica no idoso resulta na me-nor produção de ácido clorídrico e fator intrínseco, provocando menor absorção da vitamina B12.

A hipocloridria pode levar à má absorção de nutrientes como cálcio, fer-ro e vitamina B12. Além disso, essa alteração no ph do estômago provoca a SIBO (small intestinal bacterial overgrowth) – é uma sigla para o excessivo crescimento bacteriano no intestino delgado que leva a disbio-se intestinal.

O ácido clorídrico facilita a digestão criando um pH ideal para a pepsina e a lipase gástrica e estimulando a secreção de bicarbonato pelo pâncreas. Logo, impacta na redução destas secreções.

• Redução da maioria das enzimas digestivas

O intestino sofre atrofia na mucosa e no revestimento muscular, diminuin-do as enzimas da borda em escova como, por exemplo, a lactase, por isso é muito comum idosos apresentarem intolerância a lactose.Hérnia de hiato: o estômago avança e invade a cavidade torácica por meio de uma abertura onde o tubo alimentar (esôfago) liga-se ao estômago.

Gastrite atrófica: condição em que as glândulas normais do estômago estão diminuídas ou ausentes.

Page 8: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

8Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Além disso, a atrofia da mucosa reduz a absorção de nutrientes.

• Peristalse diminuída

Com as ondas peristálticas mais lentas, há elevação do tempo de esva-ziamento gástrico, especialmente para líquidos.

• Constipação intestinal

A constipação intestinal é frequente em idosos. Há discreto retardo no movimento do conteúdo pelo intestino grosso associado aos efeitos ad-versos de medicamentos que causam constipação intestinal, ao seden-tarismo (principalmente nos casos de imobilidade), à ingestão deficiente de líquidos e fibras, à ingestão inadequada de energia, ao menor número de refeições diárias.

4.1.2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS

• Redução da taxa metabólica basal de 10 a 15%

Provocada pela mudança da composição corporal, diminuição do tecido muscular, o qual é um tecido metabolicamente ativo.

Associado a conteúdos alterados de fluidos corporais, alterações hormo-nais e inatividade física.

• Aumento do tecido adiposo

Figura 13. Causas do aumento do tecido adiposo em idosos

Aumento do percentual de gordura do idoso

Redução da ati-vidade do tecido adiposo marrom

Menor síntese hor-monal (testosterona nos homens e estró-geno nas mulheres)

Menor secreção de norepinefrina

Balanço energético positivo crônico

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Page 9: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

9Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

A redistribuição do tecido adiposo tende a se concentrar mais como te-cido adiposo visceral do que como subcutâneo.

• Redução da massa magra

O número e o tamanho das fibras musculares declinam durante o final da meia-idade e dos anos posteriores.

Há maior perda das fibras musculares de contração rápida do que as fibras musculares de contração lenta.

Essa redução é causada por:

1. Redução do hormônio do crescimento e de testosterona;

2. Inatividade física.

• Sarcopenia

A sarcopenia consiste na perda progressiva e generalizada da força e da massa muscular.

Figura 14. Processo da sarcopenia

Redução do número de fibras musculares do

tipo 1 e 2

Idades mais avançadas ocorre redução (atrofia)

do tamanho das fibras do tipo 2 (ação rápida)

As fibras musculares são substituídas por tecido fibroso (miofibrose) e

gordura (mioesteatose)

Provoca diminuição da densidade muscular e aumento na gordura

intramuscular

Podem preceder a per-da da massa muscular

propriamente dita.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Page 10: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

10Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Há mudanças na composição corporal: concentração da gordura em re-gião abdominal e perirrenal, redução de massa muscular e água corporal total.

A perda excessiva de massa muscular e força resulta em deficiência físi-ca, fragilidade, incapacidade e dependência.

• Menor tolerância à glicose

Redução da função do pâncreas e um declínio na taxa de liberação de in-sulina.

Aumento da resistência à insulina, devido à redução da massa muscular.

O idoso tem a liberação de insulina diminuída e ainda apresenta resistência a este hormônio.

4.2 NECESSIDADES NUTRICIONAIS

A alimentação da pessoa idosa é influenciada por diversos fatores, como utilização de medicamentos, estado nutricional, higiene oral e estado do sistema nervoso central. A conduta nutricional deve ser adequada às al-terações fisiológicas presentes, com o objetivo de manter ou adequar o estado nutricional, melhorar as condições clínicas e a qualidade de vida.

A alimentação inadequada contribui para a progressão de várias doenças, assim como é considerada um importante fator contribuinte para o de-senvolvimento da sarcopenia.

Necessidades energéticas

Com as alterações metabólicas que ocorrem nos idosos, as necessidades energéticas vão diminuindo. A energia pode ser calculada por meio das equações que constam na Tabela 34.

Page 11: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

11Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Tabela 34. Equações para cálculo do gasto energético total para idoso

Equações para cálculo do gasto energético total

Referência Sexo Equações

Diretriz BRASPEN

(2019)Ambos 30 a 35 Kcal por kg de peso corporal*

IOM (2002)Masculino 662 – (9,53 X I) + CAF x (15,91 x P) + (539,6 x A)

Feminino 354 – (6,91 X I) + CAF x (9,36 x P) + (726 x A)

FAO/OMS (1985)

Masculino TMB X CAF = (8,8 x P) + (1128 x A) – 1071

Feminino TMB X CAF = (9,2 x P) + (637 x A) – 302

P- Peso em Kg, I – Idade em anos, A – Altura em metros, CAF – Coeficiente de Atividade Física, TMB – Taxa Metabólica Basal.

*A Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no envelhecimento alerta que as calorias por quilo de peso devem ser individualizadas e é uma estimativa aproximada das necessidades totais de energia.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Segue abaixo os coeficientes de atividade física. Cada fórmula deve utili-zar o coeficiente de atividade física específico (Tabelas 35 e 36).

Tabela 35. Coeficiente de Atividade Física

Coeficiente de Atividade Física (IOM, 2002)

  Homens Mulheres  

Sedentário (a) 1,00  1,00  

Pouco (a) ativo (a) 1,11 1,12

Ativo (a) 1,25 1,27  

Muito (a) ativo (a) 1,48 1,45

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Page 12: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

12Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Tabela 36. Coeficiente de Atividade Física

Coeficiente de Atividade Física (FAO/OMS – 1985)

  Homens Mulheres

Leve 1,55/1,40 1,56/1,40

Moderada 1,78/1,60  1,64/1,60

Intensa 2,10/1,90   1,82/1,80

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Necessidade de macronutrientes

• Proteínas

A ingestão de proteína torna-se mais importante no envelhecimento de-vido à perda de massa muscular. O consumo insuficiente de proteína acelera essa perda. Uma ingestão segura de proteínas fica em torno de 1-1,25g/kg de peso.

• Carboidratos

Os carboidratos no plano alimentar dos idosos se destacam pelo papel de poupador de proteína. O percentual de 45-75% das calorias diárias devem ser provenientes dos carboidratos para garantir que a proteína não sofra desvio de rota metabólica. Deve priorizar a oferta de carboidratos inte-grais como grãos integrais, leguminosas, raízes e tubérculos.

• Lipídios

O percentual de gordura adotado para idoso varia de 25 a 35% das calo-rias diárias totais. Para o consumo de lipídios, deve-se reduzir o consumo de gorduras saturadas e a das monoinsaturadas e polinsaturadas.

Page 13: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

13Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Necessidade de micronutrientes

A carência de minerais em pessoas idosas pode ser atribuída à ingestão de alimentos inadequada, alterações fisiológicas e efeitos adversos da medicação. A seguir listamos os micronutrientes mais requisitados nessa fase da vida.

• Vitamina D

A vitamina D tem sua síntese diminuída em idosos e é dependente das quantidades ideais de cálcio e fósforo, além de necessitar da exposição do idoso ao sol.

• Vitamina B12

As alterações metabólicas do trato gastrintestinal provocadas pelo enve-lhecimento dificultam a absorção da vitamina B12, bem como sua síntese.

• Cálcio

O cálcio é fundamental para a nutrição do idoso. Pois com a diminuição na capacidade de absorção do cálcio e reabsorção da matriz óssea, os ido-sos correm risco de desenvolver osteoporose.

• Ferro

A má absorção do ferro pode ocasionar a deficiência desse mineral em pessoas idosas, podendo até levar à anemia ferropriva. Por isso, é impor-tante ofertar a quantidade recomendada de ferro (8 mg) e selecionar os alimentos fontes de ferro heme.

• Sódio

As alterações nas papilas gustativas fazem com que o idoso adicione mais sal à comida para realçar o sabor. Isso pode tornar o consumo de sódio excessivo e ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças car-diovasculares e hipertensão.

Page 14: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

14Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

O uso de temperos naturais, além de realçar o sabor das preparações, irá aro-matizar. Para o idoso é muito importante, pois com a redução sensoriais do paladar e olfato é necessário que a comida se torne mais atrativa.

Consistência da dieta

A dieta deve ter sua a consistência adequada de acordo com a aceitação do idoso. Em casos de alteração na mastigação, a dieta pode ser branda ou pastosa conforme o nível de comprometimento. Cada caso deve ser avaliado individualmente, pois há idosos com ausência de unidades den-tárias que desenvolvem aptidão para mastigar diversos alimentos. Em quadro de disfagia, a consistência pode variar de pastosa a líquida, em ca-sos graves a suspensão da alimentação via oral pode ser necessária.

O idoso disfágico apresenta risco de broncoaspiração, desnutrição e de-sidratação. O nutricionista pode prevenir essas complicações utilizando a consistência alimentar adequada. Você pode ler mais sobre isso no mó-dulo de Dietoterapia!

Para idosos que apresentam disfagia para líquidos, o uso do espessante é uma alternativa. O espessante alimentar é utilizado para o aumento da viscosidade sem alterar as propriedades do alimento. A quantidade de espessante a ser utilizada para cada consistência varia de acordo com a marca do produto.

Vale salientar que o tratamento em caso de disfagia deve contar com uma equipe multidisciplinar, e a nutrição trabalha diretamente com a fonoau-diologia.

Page 15: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

15Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Hidratação

A adequada ingestão hídrica do idoso busca prevenir o quadro de desidra-tação comum neste grupo. A desidratação ocorre pela alteração na sen-sação de sede, ocorre diminuição na sensibilidade dos osmorreceptores. Além das perdas diárias normais como respiração, transpiração, urina e fezes que devem ser compensadas.

As necessidades de líquidos também estão relacionadas com o consumo de energia, temperaturas do local e maior intensidade de atividade física, por isso as recomendações devem ser avaliadas individualmente.

Fibras

As fibras dietéticas favorecem o controle glicêmico até o controle do peso corporal e o adequado funcionamento intestinal. Na velhice, o baixo consumo de fibras é comum pelas limitações na mastigação e deglutição. Entretanto, a ingestão de fibra deve ser adequada para prevenir e tratar a constipação intestinal.

4.4 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

As recomendações nutricionais para idoso devem atender às necessida-des nutricionais como a oferta adequada de calorias, proteínas, micronu-trientes, fibras e líquidos para manter ou melhorar o estado nutricional. As recomendações devem ser individualizadas a fim de assegurar uma ingestão nutricional adequada.

A referência mais atual para recomendações nutricionais de idosos é Di-retriz BRASPEN de terapia nutricional no envelhecimento (GONÇALVES, 2019). Esta diretriz está disponível como material suplementar. Vale a pena a leitura!

Page 16: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

16Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Recomendações de macronutrientes

• Carboidratos

As recomendações variam entre 45 a 75% (Tabela 37), no entanto, os per-centuais elevados de carboidratos podem aumentar os triglicerídeos plasmáticos. A referência da OMS que limita o consumo de açúcar de 5% é especificamente para adultos e crianças. Mas você, futuro residente, já sabe que para idosos esse consumo também deve ser reduzido e prioriza-do o consumo de carboidratos integrais!

Tabela 37. Recomendações de carboidratos para idosos

Recomendações de carboidratos para idosos

Referência Recomendação

IOM (2002-2005) 45 a 65% do VET (25% de açúcar de adição)

FAO/OMS (2003) 55 a 75% do VET (40 a 60% devem ser CHO integrais)

VET – Valor Energético total.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

• Proteínas

A recomendação de proteína deve ser analisada de forma individual e ajustada conforme o estado nutricional e a prática de atividade física. Além, de ser priorizado o consumo de proteínas de alto valor biológico. Você pode analisar as recomendações de proteínas para idosos disponí-veis na Tabela 38.

Page 17: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

17Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Tabela 38. Recomendações de proteínas para idosos

Recomendações de proteínas para idosos

Referência Recomendação

Diretriz BRASPEN (2019) 1,0 a 1,5g/kg de peso/dia

IOM (2002) 0,8g/kg de peso/dia; 10 a 35% do VET

FAO/OMS (2003) 10 a 15% do VET

Bauer et al. (2013) 1,0 a 1,5g /kg de peso/dia

VET – Valor Energético total.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

• Lipídios

As recomendações nutricionais de lipídios para idosos saudáveis são si-milares aos valores de referência preconizados para adultos (Tabela 39). Entretanto, a prescrição de dieta com percentual de gorduras menores que 20% pode afetar o paladar, a saciedade e a digestão em idosos sau-dáveis.

Tabela 39. Recomendações de lipídios para idosos

Recomendações de lipídios para idosos

Referência Recomendação

IOM (2002/2005) 20 a 35% do VET

FAO/OMS (2003) 15 A 30% do VET

VET – Valor Energético total.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Para pessoas idosas deve-se priorizar o consumo das gorduras mono e poli-insaturadas. Principalmente o ômega 3, que apresenta benefícios como auxilia no controle da hipertrigliceridemia, previne o declínio cogni-tivo e melhorar a função imunológica.

Page 18: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

18Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Para distribuição de lipídios para idosos (Tabela 40) são adotados os mes-mos valores para adultos, pois não há valores específicos para gordura saturada, trans, mono e polinsaturada para idosos.

Entretanto, tem-se a AMDR de ácido linoléico (5-10%) e alfa-linolênico (0,6-1,2%) para idosos. E a RDA para sexo masculino é de 14 gramas de ômega 6 e 1,6 grama de ômega 3. Para o sexo feminino a RDA é de 11 gra-mas de ácido linoleico e 1,1 gramas de alfa-linolênico.

Tabela 40. Distribuição de lipídios para idosos

Distribuição de lipídios para idosos

Distribuição de lipídios Recomendação

  WHO (2003)

Ácidos graxos saturados < 10%

Ácidos graxos monoinsaturados A diferença

Ácidos graxos poli-insaturados 6 – 10% do VET

ω – 6 5 – 8% VET

ω – 3 1 – 2 % VET

Ácidos graxos tans < 1% VET

Colesterol < 300g

VET – Valor Energético total; ↑- Aumentado.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Recomendação de micronutrientes

Os micronutrientes são reguladores de vários processos metabólicos. A recomendação de micronutrientes para os idosos seguirá o IOM (2004) apresentado nas Tabelas 41 e 42.

Page 19: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

19Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Tabela 41. Ingestão diária recomendada de minerais para idosos

Ingestão diária recomendada em miligramas

Minerais Feminino Masculino

Cálcio (mg) 1200 1000/12001

Ferro (mg) 8 8

Zinco (mg) 8 11

Sódio (mg) 1300/1200² 1300/1200²

Potássio (mg) 4700 4700

Selênio (µg) 55 55

Magnésio (mg) 320 420

1 100 miligramas para a faixa etária de 51-70 anos, 1200 miligramas para faixa etária de ≥70 anos.2 1300 miligramas para a faixa etária de 51-70 anos, 1200 miligramas para faixa etária de ≥70 anos.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Tabela 42. Ingestão diária recomendada de vitaminas para idosos

Ingestão diária recomendada em miligramas (IOM, 2004)

Vitamina Feminino Masculino

A (µg) 700 900

C (mg) 75 90

D (µg) 15/20¹ 15/20¹

E (mg) 15 15

B1 (mg) 1,1 1,2

B2 (mg) 1,1 1,3

B3 (mg) 14 16

B6 (mg) 1,3 1,3

B9 (µg) 400 400

B12 (µg) 2,4 2,4

1 15 miligramas para a faixa etária de 51-70 anos, 20 miligramas para faixa etária de ≥70 anos.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Page 20: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

20Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

• Fibras

A recomendação de fibra dietética para idosos varia de 20 a 30 gramas por dia (Tabelas 43 e 44). Para esse consumo proporcionar efeitos positi-vos no funcionamento intestinal deve estar associado à adequada inges-tão de líquidos ao longo do dia.

Tabela 43. Recomendação de fibras para idosos

Recomendações de fibras para idosos

Referência Recomendação

Diretriz BRASPEN (2019) 25g/dia

SBAN (1990) 20g/dia ou 10g/1000 Kcal/dia

FAO/OMS (2003) 25g/dia

SBC (2005) 20 a 30g/dia

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Tabela 44. Ingestão diária recomendada de fibras para idosos, de acordo com o IOM

Recomendação de fibras (IOM, 2002-2005)

IOM (2002-2005) Feminino Masculino

≥ 50 anos 21 30

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Recomendações de líquidos

A manutenção da hidratação para o indivíduo idoso é fundamental. Essas recomendações baseiam-se na ingestão hídrica total, variam de 2,0 a 3,7 litros de água (Tabela 45), espera-se que as bebidas correspondam a 70 – 80% dos líquidos consumidos diariamente. Os demais correspondem à água dos alimentos.

Page 21: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

21Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Tabela 45. Recomendação de ingestão hídrica para idosos

Recomendação de ingestão hídrica

Referências Sexo masculino Sexo feminino

Diretriz BRASPEN (2019) 2,5 litros/dia (2,0 litros de bebidas)

2,0 litros/dia (1,6 litros de bebidas)

WHO/FAO (2003) (19 a 70 anos) 3,7 litros/dia 2,7 litros/dia

IOM (2003) (≥70 anos) 3,7 litros/dia  2,7 litros/dia

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Por fim, o Ministério da Saúde desenvolveu um manual para profissionais de saúde sobre Alimentação saudável para a pessoa idosa. Esse manual é guia prático sobre alimentação e rotinas saudáveis para idosos que inclui 10 passos para uma alimentação saudável para essa faixa etária. Para ter acesso ao manual é só acessar o link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/pu-blicacoes/alimentacao_saudavel_idosa_profissionais_saude.pdf.

4.5 EFEITO ADVERSOS DA POLIMEDICAÇÃO

Os idosos, pelas limitações fisiológicas, são mais susceptíveis ao aparecimento de doenças e por isso sofrem os efeitos da polimedicação. Os medicamentos apresentam efeitos adversos, interação entre si e com nutrientes. Portanto, a seguir serão elucidados os principais efeitos ad-versos dos fármacos mais utilizados pelos idosos.

• Diuréticos: desidratação e depleção eletrólitos, especialmente potássio.

• Laxante: desidratação e deficiência de vitaminas e minerais.

• Inibidores de bomba de prótons: diminuem a absorção de ferro e vita-mina B12.

• Antibióticos: alteram a microbiota intestinal.

• Anti-inflamatórios não esteroides: provocam irritação na mucosa gás-tricas, favorecem o surgimento de gastrites e úlceras.

Page 22: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

22Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

4.6 SUPLEMENTAÇÃO NO ENVELHECIMENTO

A suplementação nutricional só deve ser feita sob orientação de nutricio-nista ou, em determinados casos, por médico. Isso porque o excesso de alguns nutrientes é eliminado na urina ou nas fezes, mas outros podem gerar sobrecarga no organismo e serem tóxicos.

Cálcio

A suplementação de cálcio deve ocorrer em casos de deficiências. O cál-cio é suplementado na forma de sais de cálcio, o carbonato de cálcio é a forma mais comum, este deve ser consumido junto às refeições.

O cálcio deve ser suplementado em associação com a vitamina D, pois, a suplementação de sais de cálcio isolada apresenta risco como a calcifi-cação vascular. Em casos de necessidades, o fósforo também deverá ser suplementado.

Vitamina D

A suplementação de vitamina D é recomendada para maiores de 65 anos para prevenção de fraturas e outros transtornos. A suplementação de vi-tamina D pode ser isolada ou associada à reposição de cálcio. A suple-mentação deve ser baseada nas recomendações das DRI´s, não devendo ultrapassar a UL.

Page 23: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

23Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Vitamina B12

Em casos de deficiência é recomendada a suplementação de vitamina B12. Não há um esquema único de tratamento preconizado para reposição de vitamina B12. Entretanto, a dose oral não é bem estabelecida.

Adota-se a via intramuscular e a parenteral. A parenteral é indicada em pacientes com dificuldades de absorção gastrointestinal, mas a prescri-ção não compete ao nutricionista.

Proteína

O uso de suplementos alimentares de proteína poder ser utilizado por idosos para complementar a oferta proteica dos alimentos. Para idosos inapetentes o suplemento é uma estratégia para facilitar a ingestão des-te nutriente. A ingestão proteica total não deve ultrapassar as recomen-dações citadas acima.

Probióticos

A suplementação de probiótico em idosos saudáveis para prevenir e/ou tratar a disbiose intestinal, uma condição muito comum nessa faixa etá-ria, deve ser feita de forma individualizada, pois muitos estudos ainda são necessários para indicar, com segurança, o uso rotineiro mesmo para ido-sos saudáveis.

O uso de probióticos pode modular de forma benéfica a microbiota intes-tinal dos idosos contribuindo para a redução da colonização de microrga-nismos patogênicos. Os probióticos também são importantes na regu-lação do sistema imunológico, principalmente influenciando no balanço das citocinas pró e anti-inflamatórias. Entretanto, segundo a Diretriz da BRASPEN (GONÇALVES, 2019), é uma evidência de nível baixo.

Page 24: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

24Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Para finalizar nosso conteúdo, aí vai uma visão geral sobre as principais características que a literatura refere nas fases do ciclo da vida.

Tabela 46. Características gerais nas fases do ciclo da vida

INFÂNCIA ADOLESCENTE (10 aos 19

anos)

ADULTO (20 aos 59 anos) IDOSO

(≥ 60 anos no Brasil)PRÉ-ESCOLAR

(2 aos 6 anos)ESCOLAR

(7 aos 9 anos) MULHERES HOMENS

Redução do Cres-cimento

Crescimento ace-lerado próximo ao

estirão

Aceleração na velocidade de cres-

cimento

Adulto jovem (20 aos 40 anos)

Adulto de meia idade (40 aos 59 anos)

Alterações sensoriais e

mastigatórias

ImitaçãoIndependência

e aceitação dos alimentos

Estímulos Hormo-nais Ciclo Menstrual

Composição corporal

(maior massa magra)

Alterações gas-trointestinais

Influência do meio externo

Apetite aumen-tado Mudanças físicas

Síndrome pré-menstrual

(SPM)Testosterona Sarcopenia

InapetênciaReafirmação dos hábitos alimen-

tares

Estágios de Ma-turação Sexual

(Tanner)

Climatério e menopausa Andropausa

Redistribuição do tecido adi-

poso

Fonte: Autoria Própria, 2020.

E para você não se confundir quanto às recomendações dos macronu-trientes nas diferentes fases da vida, segue a Tabela 47.

Tabela 47. Recomendações dos macronutrientes distribuídas entre os ciclos da vida

NutrientesINFÂNCIA INFÂNCIA E

ADOLESCENCIA ADULTO IDOSO

1 a 3 anos 4 a 18 anos RECOMENDAÇÕES > 19 anos

Carboidratos 45% a 65% 45% a 65%IOM: 45 a 65%

FAO/OMS: 55 a 75%

Proteínas 5% a 20% 10% a 30% IOM: 10 a 15%

Lipídios 30 a 40% 25% a 35%IOM: 20 a 35%

FAO/OMS: 15 a 30%

Poli-insaturada 5 a 15% 6 e 10%

Ácidos graxos saturados < 10%

Ácidos graxos trans. < 1%

N-6 (ácido linoleico) 5% - 10% 5 a 6% 5 a 8%

N-3 (acido linolênico) 0,6% - 1,2% 1 a 2%

Fonte: Autoria Própria, 2020.

Page 25: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

25Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

Assista agora a Pocket Aula sobre esse assunto clicando

no ícone ao lado

08. Vários fatores podem afetar a biodisponibilidade dos minerais ingeridos. Nos idosos, uma condição conhecida como acloridria pode ser responsável pela absorção reduzida de cálcio. Assim, a recomendação para o consumo de suplementos de cálcio em idosos seria:

🅐 no momento da refeição. 🅑 em jejum, logo ao acordar. 🅒 uma hora antes da refeição. 🅓 após uma hora da refeição.

RESPOSTA: 🅐

Page 26: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

26Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

09. Um idoso de 78 anos procura a Unidade de Saúde da Família, sendo encaminhado ao Nutricionista com sinais de sarcopenia. Sobre os achados que podem ser identificados nesse idoso, analise os itens abaixo:

I. Perda progressiva e generalizada da massa muscular esque-lética.

II. Redução da função muscular (força e desempenho) e baixa resistência física.

III. Excesso de tecido adiposo.

IV. Deficiência de micronutrientes que devem ser suplementa-dos.

Estão CORRETOS, apenas:

🅐 I e II. 🅑 III e IV. 🅒 I, II e III. 🅓 I, II e IV. 🅔 II, III e IV.

RESPOSTA: 🅐

Page 27: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

27Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

10. As alterações fisiológicas, decorrentes do envelhecimento, precisam ser monitoradas para evitar comprometimentos do es-tado nutricional. Assim, ao estabelecer um plano alimentar para uma pessoa idosa, devem ser levadas em consideração alterações observadas no idoso.

Sobre isso, analise as afirmativas abaixo:

I. Com a idade, a mucosa intestinal perde a elasticidade e os movimentos de contração, causando diarreia e reduzindo a absorção intestinal de nutrientes.

II. A perda dentária e as doenças da gengiva são comuns com o envelhecimento, e o indivíduo passa a limitar a ingestão de alimentos.

III. A acloridria, que acomete aproximadamente 30% das pes-soas com idade superior a 60 anos, compromete a digestão de proteínas e a absorção da vitamina B12.

IV. O uso de diuréticos, comuns no tratamento da hipertensão arterial, contribui para a constipação intestinal.

V. Vitamina C e zinco devem ser suplementados para os idosos devido à baixa ingestão alimentar.

Quantas das condutas acima listadas são CORRETAS?

🅐 Uma, apenas . 🅑 Todas. 🅒 Duas, apenas. 🅓 Três, apenas.

🅔 Quatro, apenas.

RESPOSTA: 🅓

Page 28: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

28Curso Intensivo para Residências | Nutrição

REFERÊNCIAS1. APPEL, Lawrence J. et al. Dietary reference intakes for water, potas-

sium, sodium, chloride, and sulfate. Washington, DC: Institute of Me-dicine, 2005.

2. CUPPARI, L. Nutrição clínica do adulto. Guias de medicina ambulato-rial e hospitalar UNIFESP/Escola Paulista de Medicina. 2. ed. Barueri: Manole, 2005.

3. Definition of key terms. WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013. Dís-ponivel em http://www.who.int/hiv/pub/guidelines/arv2013/intro/ke-yterms/en/. Acesso em: 21 maio 2020.

4. European Food Safety Authority. Scientific Opinion on Dietary Refe-rence Values for water. EFSA Journal, v.8, n.3, pp.1459, 2010.

5. FALUDI, André Arpad et al. Atualização da diretriz brasileira de disli-pidemias e prevenção da aterosclerose–2017. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 109, n. 2, p. 1-76, 2017.

6. FAO, OMS. UNU. Necesidades de energía y de proteínas. Informe de una Reunión Consultiva Conjunta FAO. OMS/UNU de Expertos. Gine-bra, OMS, p. 56-68, 1985.

7. FRANCESCHINI, S. C. C. Nutrição e saúde da criança. Rio de Janeiro: Rubio, 2018.

8. GONÇALVES, Thiago José Martins et al. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no envelhecimento. BRASPEN J, v. 34, n.3, p. 2-58, 2019.

9. HÄRTL, Gregory. WHO issues new guidance on dietary salt and potas-sium. Cent. Eur. J. Public Health, v. 21, p. 16, 2013.

Page 29: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

29Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

10. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary Reference Intakes for water, po-tassium, sodium, chloride, and sulfate. Washington, DC: The National Academies, 2004

11. INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Dietary reference intakes for ener-gy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and ami-no acids (macronutrients). Washington DC: The National Academies Press, 2005.

12. LUPTON, Joanne R. et al. Dietary reference intakes for energy, car-bohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. National Academy Press: Washington, DC, USA, v. 5, p. 589-768, 2002.

13. McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nu-trição, energia e desempenho humano. Traduzido por Giuseppe Taran-to. 7. ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

14. MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

15. MARTINS, Cristina; CARDOSO, Simone Pierosan. Terapia nutricional enteral e parenteral: manual de rotina técnica. In: Terapia nutricional enteral e parenteral: manual de rotina técnica. 2000. p. 445-445.

16. MOREIRA, Ana Paula Boroni et al. Evolução e interpretação das reco-mendações nutricionais para os macronutrientes. Rev Bras Nutr Clin, v. 27, n. 1, p. 51-9, 2012.

17. PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Pirâmide dos alimentos: fundamentos bá-sicos da nutrição. Editora Manole, 2008.

18. PRIORE, S. E. et al. Nutrição e saúde na adolescência. Rio de Janeiro: Rubio, 2010.

19. PHILIPPI, Sonia Tucunduva et al. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, v. 12, n. 1, p. 65-80, 1999.

Page 30: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

30Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

20. RODRIGUEZ, Nancy R.; DIMARCO, Nancy M.; LANGLEY, Susie. Posi-tion of the American Dietetic Association, Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and athletic per-formance. Journal of the American Dietetic Association, v. 109, n. 3, p. 509-527, 2016.

21. ROSSI, L. Tratado de nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanaba-ra Koogan, 2019.

22. SAMPAIO, Helena Alves de Carvalho. Nutritional aspects related to menstrual cycle. Revista de Nutrição, Campinas, v. 15, n. 3, p. 309-318, 2002.

23. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento de Nutrolo-gia. Manual de alimentação: orientações para alimentação do lacten-te ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar/Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamen-to Científico de Nutrologia. 4. ed. São Paulo, 2018.

24. VAZ, Monique Almeida et al. Suplementação na infância e a prevenção da carência de micronutrientes: Artigo de revisão. Revista de Medici-na e Saúde de Brasília, v. 6, n. 1, 2017.

25. VITOLO, MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.

26. WEFFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em pediatria: da neona-tologia à adolescência. 2. ed. Barueri: Manole, 2017.

27. WILLIAMS, C. L; BOLLELLA, M. ; WYNDER, E. A New Recommendation for Dietary Fiber in Childhood. Pediatrics, v. 96, n.5, p. 985-988, 1995.

28. WHO, Joint; CONSULTATION, FAO Expert. Diet, nutrition and the pre-vention of chronic diseases. World Health Organ Tech Rep Ser, v. 916, n. i-viii, 2003.

29. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guideline: sugars intake for adults and children. Geneva: WHO, 2015.

Page 31: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

31Curso Intensivo para Residências | Nutrição | Ciclos da Vida

30. WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Men, ageing and health: Achie-ving health across the life span. World Health Organization, 2001.

31. WORLD HEALTH ORGANIZATION SCIENTIFIC GROUP et al. Resear-ch on the menopause. Geneva: World Health Organization, 1981.

Page 32: CURSO INTENSIVO - s3.sanar.online da Vida.pdf · Logo, impacta na redução destas secreções. • Redução da maioria das enzimas digestivas O intestino sofre atrofia na mucosa

© 2020 - Todos os Direitos Reservados - R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & Pool,3º andar - Caminho das Árvores, CEP 41820-770, Salvador - BA - Brasil. Tel.: 71 3052-4831Editora Sanar LTDA - ME. CNPJ: 18.990.682/0001-92