curso de pós-graduação “lato sensu” em fisioterapia hospitalar … · 2010. 5. 26. ·...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia Hospitalar Alana Santos Dias AVERIGUAÇÃO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO E VOLUMES PULMONARES EM PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDO À HEMODIÁLISE E FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA POR MEIO DE INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO À FLUXO LINS – SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia Hospitalar

Alana Santos Dias

AVERIGUAÇÃO DO PICO DE FLUXO

EXPIRATÓRIO E VOLUMES PULMONARES EM

PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

SUBMETIDO À HEMODIÁLISE E FISIOTERAPIA

RESPIRATÓRIA POR MEIO DE INCENTIVADOR

INSPIRATÓRIO À FLUXO

LINS – SP

2010

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ALANA SANTOS DIAS

AVERIGUAÇÃO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO E VOLUMES

PULMONARES EM PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

SUBMETIDO À HEMODIÁLISE E FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA POR MEIO

DE INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO À FLUXO

Monografia apresentada Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do titulo de especialista em Fisioterapia Hospitalar sob a orientação dos Professores M.Sc. Antonio Henrique Semençato Júnior e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2010

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Dias, Alana Santos

Averiguação do Pico de Fluxo Expiratórios e Volumes Pulmonares em Portador de Insuficiência Renal Crônica Submetido à Hemodiálise e Fisioterapia Respiratória por Meio de Incentivador Inspiratório à Fluxo / Alana dos Santos Dias. – – Lins, 2010.

53p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia Hospitalar, 2010.

Orientadores: Antonio Henrique Semençato Júnior; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Insuficiência Renal Crônica. 2. Fisioterapia Respiratória. I Título.

CDU

D58a

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ALANA SANTOS DIAS

AVERIGUAÇÃO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO E VOLUMES

PULMONARES EM PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

SUBMETIDO À HEMODIÁLISE E FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA POR MEIO

DE INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO À FLUXO.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em Fisioterapia Hospitalar.

Aprovada em: _____/_____/_____.

Banca Examinadora:

Prof. M.Sc. Antonio Henrique Semençato Júnior

Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI - Instituto Brasileiro de Terapia

Intensiva da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva - SOBRATI/SP.

_______________________________________________________________

Prof. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

_______________________________________________________________

LINS – SP

2010

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Dedico este trabalho a meus pais,

pois sem sua dedicação,

paciência e perseverança,

nada seria possível.

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Agradeço a Deus, nosso ser supremo, por ter me dado forças para

vencer obstáculos, por ter me feito forte, não permitindo que o cansaço me

dominasse e, se consegui chegar ao meu ideal, devo ao Senhor.

Aos meus pais, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos,

para que, muitas vezes, pudesse realizar os meus. Pela longa espera e

compreensão durante minhas longas viagens, não bastaria um muitíssimo

obrigado. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não bastaria dizer, que

não temos palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que acontece agora,

quando procuro arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar.

Uma emoção que jamais seria traduzida por palavras. Amo vocês!

Meu irmão pela ajuda no início da carreira, pelas conversas que muito

me ajudaram neste trabalho e pela torcida positiva, muito obrigado.

Meu namorado por sua paciência e todo seu carinho, sempre me

apoiando e ajudando a resolver tudo, meu muito obrigado.

Amigos pelo apoio e pelas agradáveis lembranças que serão

eternamente guardadas no coração, muito obrigado.

A fisioterapeuta Dra Estela pelo tempo dedicado, compreensão,

paciência e sem medir esforços para auxiliar na conclusão deste trabalho, meu

muito obrigado.

A voluntária Bete por ter contribuído sempre com carinho e atenção para

realização deste trabalho, obrigado.

Ao enfermeiro Gilberto Especialista em auditoria em serviços de saúde,

pelo auxílio, paciência, em poder ter me ajudado no resultado do trabalho de

conclusão do curso. O meu muito obrigado.

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Ao Orientador Prof. M.Sc. Antonio Henrique Semençato Júnior, pela

resignação e prudência durante o processo de conclusão desta fase

suplementar a minha vida profissional.

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RESUMO

Apesar dos avanços tecnológicos à custa de modelos científicos de última geração que crescem a cada dia em nosso meio, facilitando desde a recuperação parcial até a cura de pacientes em tratamento hemodialítico. Faz-se necessária uma observação abrangente de portadores de processos patológicos renais, pois os mesmos podem desencadear alterações de sua cinesia fazendo-se necessária a intervenção neste contexto do Fisioterapeuta Intensivista (Cardiorrespiratório) que assume papel importante para o sucesso e melhora dos aspectos gerais destes pacientes. Este trabalho abeirou-se na acuidade frente à utilização de incentivador inspiratório a fluxo no processo terapêutico inerente ao sistema respiratório de uma paciente com hipótese diagnóstica médica de insuficiência renal crônica submetida a tratamento hemodialítico três vezes por semana, para tanto se utilizou de aferições do pico de fluxo expiratório bem como volumes pulmonares, demonstrando alterações dignas de intervenções Fisioterapêuticas Respiratórias precoces no caso. Assim a finalidade última deste, destacou a ocorrência de alterações dos volumes pulmonares através de mensurações executadas através do aparelho Ventilômetro de Wright®, bem como o grau de obstrução e/ou restrição das vias aéreas por meio do Peak Flow®, que evidenciaram ocorrência na biomecânica respiratória do caso avaliado; ressaltando tal fato aos demais portadores de insuficiência renal crônica, cujo comprometimento e ocorrência de maiores complicações parecem ser comuns. Por fim se faz respeitável com que profissionais da saúde tenham maiores conhecimentos dos aspectos relevantes a tal assunto, bem como a população portadora de tal processo patológico seja conscientizada, destes achados a fim de melhorar sua qualidade terapêutica, diminuindo riscos referentes a complicações passíveis de tratamentos de fácil acesso e baixo custo. Ressaltam-se avaliações constantes dos tratamentos adaptados de acordo com o agravo e fase do processo patológico, considerando que o objetivo principal desta fora referente à melhora dos volumes pulmonares através da reexpansão pulmonar em paciente sob hemodiálise. Para equalização deste estudo fora executada pesquisa descritiva de um caso, sendo entrevistada uma paciente com Insuficiência Renal Crônica, submetido às sessões de hemodiálise na Santa Casa de Misericórdia de Tupã/SP, seguindo seu consentimento livre e esclarecido se fez desde a avaliação, tratamento, obtenção de dados que receberam tratamento estatístico descritivo através de tabelas e gráficos que expressam os achados. Por fim enfatizaram-se aspectos na conclusão desta que devem sofrer maiores explorações científicas por profissionais de Fisioterapia.

Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica. Fisioterapia Respiratória.

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ABSTRACT

Despite technological advances at the expense of scientific models of last generation that grows each day in our country, making a partial recovery from even the cure of patients on hemodialysis. There needs to be a comprehensive observation of patients with renal disease processes, as these can trigger changes in your kinesis making necessary intervention in the context of Intensive Physical Therapist (Cardiorespiratory) assumes an important role for the success and improvement of the general aspects of these patients. This work approached except in front of the visual use of incentive spirometry to flow in the therapeutic process inherent in the respiratory system of a patient with a medical diagnosis of chronic renal failure treated by hemodialysis three times a week, so we used measurements of peak expiratory flow and lung volumes, showing changes worthy of respiratory physiotherapy interventions early in the case. So the ultimate purpose of this, highlighted significant changes in lung volume measurements performed by using the apparatus Ventilometer Wright®, and the degree of obstruction and / or restriction of the airways through the Peak Flow®, which showed the occurrence biomechanics respiratory case evaluated, noting that fact to other patients with chronic renal failure, whose commitment and occurrence of complications appear to be common. Finally it is respectable that health professionals have a greater knowledge of issues relevant to the subject, and the population with this disease process is made aware of these findings to improve their quality therapy, reducing risks for complications that might treatments accessible and low cost. Stand out constant evaluations of treatments tailored according to the injury and stage of disease process, whereas the main objective of this out on the improvement of lung volumes by pulmonary edema in patients on hemodialysis. For equalization of this study was performed descriptive of a case, and interviewed a patient with chronic renal failure, underwent hemodialysis at the Santa Casa de Misericórdia de Tupã/SP, following their informed consent was made from the assessment, treatment, obtain data that were treated through descriptive statistical tables and graphs that express the findings. Finally aspects are emphasized in conclusion that this must be most scientific explorations of physical therapy professionals. Keywords: Chronic Renal Failure. Respiratory Therapy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hemodiálise ...............................................................................

Figura 2: Diálise peritoneal .......................................................................

Figura 3: Incentivador Inspiratório Fluxométrico - Respiron® ..................

Figura 4: Ventilometria - Ventilômetro de Wright® ...................................

Figura 5: Pico de Fluxo Expiratório – Peak Flow® ...................................

Figura 6: Avaliação inicial e final do Volume Minuto, antes e após

tratamento .................................................................................................

Figura 7: Avaliação inicial e final do Volume Corrente, antes e após

tratamento .................................................................................................

Figura 8: Avaliação inicial e final do Pico de Fluxo Expiratório, antes e

após tratamento ........................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores observados, inicial e final, e percentual de melhora da

variável volume minuto antes e após o tratamento fisioterapêutico .........

Tabela 2: Valores observados, inicial e final, e percentual de melhora da

variável. Volume corrente antes e após tratamento fisoterapêutico .........

Tabela 3: O nível de variação entre os valores previstos e observados

foi calculado pela equação .......................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DP: Diálise Peritoneal

DPA (diálise peritoneal automatizada

DPAC (diálise peritoneal ambulatorial contínua

IRA: Insuficiência Renal Aguda

IRC: Insuficiência Renal Crônica

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 13

CAPÍTULO I - INSUFICIÊNCIA RENAL.......................................................... 15

1 INSUFICIÊNCIA RENAL....................................................................... 15

1.1 Morfofisiologogia renal .......................................................................... 15

1.2 Insuficiência renal aguda....................................................................... 16

1.2.1 Diagnóstico laboratorial ......................................................................... 16

1.2.2 Prevenção ............................................................................................. 17

1.2.3 Tratamento clínico ................................................................................. 17

1.3 Insuficiência renal crônica ..................................................................... 18

1.3.1 Sinais e sintomas da insuficiência renal crônica ................................... 20

1.3.2 Complicações da insuficiência renal crônica ......................................... 21

1.3.3 Hemodiálise e tratamentos clínicos....................................................... 22

1.3.4 Diálise peritoneal ................................................................................... 26

CAPÍTULO II - INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO FLUXOMÉTRICO ............. 31

2 INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO FLUXOMÉTRICO - RESPIRON® .. 31

2.1 Ventilometria ......................................................................................... 33

2.2 Pico de fluxo expiratório ........................................................................ 35

CAPÍTULO III - PESQUISA ............................................................................. 37

3 PICO DE FLUXO E VOLUMES PULMONARES .................................. 37

3.1 Do relato................................................................................................ 37

3.2 Resultados e discussões....................................................................... 38

3.3 Parecer final .......................................................................................... 42

CONCLUSÃO .................................................................................................. 43

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REFERÊNCIAS ............................................................................................... 44

APÊNDICES .................................................................................................... 48

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INTRODUÇÃO

A insuficiência renal crônica (IRC) é o resultado de lesões renais

irreversíveis e progressivas provocadas por processos patológicos que tornam

os rins incapazes de realizarem suas funções. A progressão depende da

doença primária e de determinadas causas agravantes, como hipertensão

arterial, infecção urinária, nefrite, hiperuricemia e alteração da glicemia na

corrente sanguínea. De acordo com o grau da disfunção, é necessário realizar

procedimento terapêutico denominado hemodiálise, cuja filtragem do sangue

se dá de forma artificial. (MARQUES; PEREIRA; RIBEIRO, 2005)

Apesar de ser um processo lento, a única escolha para se ter qualidade

de vida melhorada, é proporcionado por tratamento de diálise peritoneal ou

hemodiálise, sendo que as pessoas acometidas por IRC, no Brasil fazem

acompanhamento em programas de hemodiálise laboratorial que são

realizados três vezes por semana cuja duração em torno 3 a 4 horas por

sessão dependendo da gravidade da cada paciente. (ANDREOLI;

NADALETTO, 2010)

Os rins são órgãos pares, na forma de um grão de feijão gigante, de

coloração castanha - avermelhada, que fazem parte do sistema excretor, estão

localizados na região retroperetoneal. Cada rim é constituído por cerca de um

milhão de néfrons com capacidade para formar a urina. Os rins filtram todas as

substâncias provenientes da corrente sanguínea, cujos resíduos formam parte

da urina continuamente conduzidas, pelos ureteres até a bexiga, onde é

armazenada e posteriormente expelida do organismo, através da uretra.

(FIGUEIREDO; VIANA; MACHADO, 2008)

O objetivo deste trabalho, foi levantar dados inerentes ao pico de fluxo e

volumes pulmonares para posterior intervenção com incentivador inspiratório

fluxométrico em pacientes com IRC, na tentativa de elucidar e demonstrar tais

métodos e técnicas, prevenindo e tratando possíveis disfunções como

atelectasias.

Para tanto foi realizada pesquisa de campo em uma cliente da Santa

Casa de Misericórdia de Tupã entre março a junho de 2009, observando-se o

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pico de fluxo inspiratório através do aparelho Peak Flow® e os volumes

pulmonares pelo ventilômetro de Wright®.

Diante destes pressupostos surgiu a questão: O pico de fluxo inspiratório

bem como os valores pulmonares podem estar alterados em pacientes

portadores de IRC e submetidos a tratamento dialíticos?

Em resposta a tal problema emergiu a hipótese de que clientes que

estejam em tratamento para hemodiálise e até mesmo diálise peritoneal podem

apresentar diminuição da mecânica respiratória e conseqüentemente em longo

prazo tornando-se pacientes com grau de restrição respiratória as custa de tal

diminuição, o que poderia ser evitado utilizando de recursos, manobras e

técnicas fisioterapêuticas que têm por finalidade de averiguar, propor e efetuar

uma gana de programas de reabilitação, prevenção e tratamento, antes que

tais pacientes possam sofrer efeitos cardiopulmonares deletérios secundários

tanto ao processo patológico em si com procedimentos médicos específicos.

Desta forma o trabalho foi dividido de forma a elucidar brevemente a

morfofisiologia renal, no primeiro capítulo descrevendo seus mecanismos e as

formas de procedimentos empregados aos mesmos para melhorar reflexão dos

problemas levantados. Também discorre sobre a IRA (Insuficiência Renal

Aguda) sob aspectos fisiopatológicos, enfatizando sua evolução para IRC

(Insuficiência Renal Crônica), além de elucidar os tratamentos médicos através

de diálise e hemodiálise executados em tais pacientes.

No segundo capítulo finalizando aspectos teóricos envolvidos na

elaboração deste, demonstraram – se á a execução, configuração e aspectos

fisioterapêuticos inerentes ao incentivador fluxométrico - Respiron®,

ventilometria de Wright®, Peak Flow® durante as atividades executadas frente

a conduta fisioterapêutica adotada para o caso, por fim seguem os resultados

obtidos através de gráficos, tabelas para meio de estatística descritiva

elucidando tal trabalho, concluindo desta forma o trabalho em questão.

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CAPÍTULO I

INSUFICIÊNCIA RENAL

1 INSUFICIÊNCIA RENAL

1.1 Morfofisiologogia renal

Dentre os órgãos humanos o sistema urinário é um dos principais, em

virtude de suas as atividades orgânicas que resultam na decomposição de

proteínas, lipídios e carboidratos, acompanhada da liberação de energia e

formação de produtos que devem ser eliminados para o meio externo.

Conforme descreve (FIGUEIREDO; VIANA; MACHADO, 2008), o sistema

urinário tem seu papel importante na homeostase, regulando a pressão arterial,

sendo um importante dispositivo para a redução do volume hídrico. Os rins são

responsáveis pela filtração do sangue, onde se constitui a urina, mantém o

equilíbrio homeostático e excreta os produtos residuais que ficam no sangue, o

mesmo é formado por um tecido conjuntivo que forma e sustenta a glândulas

supra - renais.

Os rins são órgãos pares de coloração vermelho - escuro, localizados na

cavidade abdominal, coberto por uma cápsula fibromuscular fina, sendo que

cada rim pesa 150 gramas, tamanho de uma mão fechada, sua forma é de um

grão de feijão envolvida por uma membrana fibroelastica fina e brilhante

denominada de cápsula renal que adere a pelve e os vasos sanguíneos da

região do hilo (concavidade na borda média, onde os vasos e os ureteres

penetram). O rim direito está situado em nível um pouco mais abaixo que o

esquerdo, além disso, ele tem seu tamanho reduzido, em relação ao rim

esquerdo. O rim direito localiza-se logo abaixo do fígado e o rim esquerdo está

situado abaixo do baço, diante da suas localizações são chamados de órgãos

retroperitoniais. (SMELTZER; BARE, 2007)

Segundo Figueiredo; Viana; Machado (2008), os rins têm suas

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estruturas divididas em quatro partes: vasos sangüíneos, glomérulos, túbulos e

interstício. Filtra em torno de 150 litros de sangue por dia dependendo do

biótipo do individuo, produzindo aproximadamente 1000 mililitros de líquido

denominado urina, além do que, desempenha outras funções, dentre elas a

excreção dos produtos de degradação do metabolismo; regula a concentração

corporal de água e sais, mantêm o equilíbrio do ácido básico apropriado do

plasma e funciona como órgão endócrino.

1.2 Insuficiência renal aguda

Insuficiência Renal Aguda (IRA) é a redução aguda da função renal em

horas ou dias. Refere-se principalmente à diminuição do ritmo de filtração

glomerular, porém ocorrem também disfunções no controle do equilíbrio hidro-

eletrolítico e ácido básico. Podem ocorrer alterações hormonais, como a

deficiência de eritropoetina e de vitamina D. Identificar causas (perda de

volume extracelular), fatores de risco (drogas, contrastes radiológicos) e

severidade da IRA. Manifestações clínicas como febre, mal-estar, rash cutâneo

e sintomas musculares ou articulares podem estar associados à vasculites ou

glomerulonefrites. Dores lombares ou suprapúbicas, dificuldade nas micções,

cólicas nefréticas e hematúria podem sugerir IRA pós-renal. (SMELTZER;

BARE, 2007)

Na investigação deve se atentar aos sinais associados com a etiologia e

repercussão da IRA. A Hipovolemia, Hipotensão arterial, obstrução do trato

urinário, alterações na coloração da urina, observando se a presença de

hematúria, anúria, edema de face pode diferenciar IRA como, pré - renal e pós

- renal. (GARCIA, et. al, 2005)

1.2.1 Diagnóstico laboratorial

Segundo Smeltzer; Bare (2007):

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a) bioquímica: uréia, creatinina, bicarbonato, sódio, potássio, ácido

úrico, cálcio e fósforo;

b) urina: sedimento urinário, sódio, creatinina, osmolaridade;

c) imagem: ultra-sonografia e tomografia computadorizada (tamanho,

forma, ecogenicidade, simetria e número de rins);

d) biópsia renal: casos selecionados (causa desconhecida, evolução

atípica e/ou prolongada, nefrite intersticial por drogas, necrose

cortical, doença ateroembólica).

1.2.2 Prevenção

Estabeleça o nível basal de função renal por dosagem de creatinina

sérica ou depuração de creatinina. Pacientes com o nível de creatinina elevada

apresentam maior possibilidade de desenvolver lesão renal após

procedimentos de risco ou uso de drogas nefrotóxicas; avalie as condições

clínicas do paciente.

A medida mais importante é assegurar que o volume intravascular esteja

convenientemente expandido. Mantenha pressão arterial média acima de 80

mmHg (ou mais, se o paciente for hipertenso), hematócrito acima de 30% e

oxigenação tecidual adequada;

Corrija as doses das drogas de acordo com a função renal, mantenha o

paciente adequadamente hidratado e monitorize a função renal.

Evite associação de drogas nefrotóxicas;

Não utilize diuréticos de alça para prevenção de nefrotoxicidade;

Em caso de mioglobinúria e hemoglobinúria, o uso de solução

expansora com bicarbonato de sódio e manitol reduz a prevalência e a

gravidade da lesão renal. (INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA, 2010)

1.2.3 Tratamento clínico

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Segundo Smeltzer; Bare (2007):

a) evite hiperhidratação, que poderá causar edema, hipertensão,

insuficiência cardíaca e hiponatremia. IRA é um processo

hipercatabólico, se o paciente que não estiver eliminando

aproximadamente 300 g de peso corporal por dia certamente,

encontra-se em desequilíbrio no balanço positivo de água;

b) previna hipercalemia diminuindo a ingestão de potássio e evite

drogas que interferem com a sua excreção. Trate agressivamente

hipercalemias graves ou sintomáticas através de infusão endovenosa

de cálcio, soluções polarizantes (glicose e insulina), uso de agonistas

ß2 correção da acidose e hemodiálise;

c) a prevenção de processos infecciosos evita problemas para o

paciente e equipe médica. Evite antibioticoterapia desnecessária,

quebras da barreira cutâneo-mucosa (sondas, cateteres, etc) e

pesquise cuidadosamente a presença de focos infecciosos;

d) é preciso manter equilíbrio nutricional, para repor as perdas, balanço

nitrogenado menos negativo possível através da administração

fracionada de calórico/protéica adequada. Se a sobrecarga de

volume for um problema não contornável clinicamente, inicie diálise

precocemente ou a intensifique.

1.3 Insuficiência renal crônica

A insuficiência renal crônica é uma perda brusca ou gradativa, de forma

irreversível de sua função renal, ou seja, pode começar com um quadro

progressivo, lento ou agudo. Na verdade o tratamento mais indicado para esse

tipo de doença que também é considerado como definitivo é o transplante

renal.

Apesar de ser um processo lento, a única escolha para se ter uma

qualidade de vida melhor está no tratamento de diálise peritoneal ou

hemodiálise, sendo que as maiorias destas pessoas com IRC, no Brasil fazem

acompanhamento em programas de hemodiálise laboratorial que são

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realizados três vezes por semana que tem duração de 3 a 4 horas por sessão

dependendo da gravidade da cada paciente.

A hemodiálise substitui a função renal pelo método de remoção tóxica e

substâncias prejudiciais ao organismo por meio da circulação sanguínea

extracorpórea (é utilizado em casos de cirurgias cardíacas, ou seja, quando o

coração precisa parar seu funcionamento para que a cirurgia possa ser

realizada). (TRENTINI, et al, 2004)

Apesar de ser uma doença progressiva o portador dessa doença na

maioria das vezes morre de doenças cardiovasculares, até mesmo antes de

utilizar a diálise. Em fase terminal da doença do renal crônico, os rins não

mantêm mais sua normalidade do meio interno do paciente.

Sabe-se hoje que o paciente renal crônico se tornou um grande

problema tanto de saúde publica quanto para os médicos, pois a quantidade de

pacientes com IRC aumentou muito nos últimos oito anos no Brasil, segundo

Romão (2004), sendo que a incidência de novos pacientes cresce a cada ano

com o percentual de 8% ao ano, com o total de 18.000 pacientes em 2001 e

que os gastos com programas de diálise e transplantes renal no Brasil chega a

1,4 bilhões de reais ao ano. No Brasil de 24.000 de pacientes mantidos em

tratamento dialítico em 1994, teve um alcance de 59.153 em 2004.

Referente ao tratamento da Insuficiência Renal Crônica, é observada de

perto com exames físicos freqüentes, checagem de pressão sanguínea e

exames de sangue, sendo que o tratamento inclui uma dieta com baixo teor de

proteína e de sal, medicamentos para tratar a pressão alta e às vezes

medicamento hormonal chamado eritropoietina (é um hormônio secretado pelo

rim que estimula a medula óssea a elevar a produção de células vermelhas do

sangue. O principal benefício do treinamento em altitude é aumentar a

produção natural de EPO (eritropoietina), o que eleva a quantidade de

hemoglobina no sangue) para corrigir a anemia. (CARDOZO; VIEIRA;

CAMPANELLA, 2006)

A IRC não tem muitas expectativas de cura, desta forma o tratamento

tem como fundamental objetivo oferecer uma maior qualidade de vida aos

portadores da doença. Mesmo sabendo que o portador da IRC tem que se

adaptar as várias mudanças e desafios no seu estilo de vida, é difícil para eles

compreenderem que todo esse processo deve ser feito e que tornam

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essenciais na luta pela sua própria vida, e que se torna muitas vezes

incômodo, se sentem excluídos ou diferentes por serem restrito a certos

alimentos, ou seja, os familiares e amigos do paciente devem colaborar o

máximo possível para que seus dias sejam melhores.

1.3.1 Sinais e sintomas da insuficiência renal crônica

A insuficiência renal crônica manifesta-se clinicamente de forma

inespecífica durante uma grande parte da sua evolução. O paciente que possui

a doença renal crônica apresenta inúmeros sinais e sintomas, pois quase todo

sistema orgânico é afetado pela uremia, portanto a gravidade desses

indicadores depende, em parte, do grau de comprometimento renal de outras

condições subjacentes inclusive da idade do paciente.

Os problemas cardiovasculares são considerados a causa predominante

da morte em pacientes com doença renal crônica; dentre eles destacam-se a

hipertensão, a insuficiência cardíaca, o edema pulmonar, a pericardite,

acidente vascular cerebral podendo também deixar com seqüelas, relacionado

a hipervolemia. Smeltzer, Bare (2007), definem que a hipertensão pode ser

controlada se houver uma supervisão rigorosa do volume hídrico em pacientes

que recebem diálise peritoneal. Em pacientes que realizam a hemodiálise

crônica, aproximadamente 45% da mortalidade total são atribuídas a doenças

cardíacas e cerca de 20% dessas mortes cardíacas devem-se ao infarto agudo

do miocárdio.

É muito comum observar o prurido intenso, principalmente no membro

em que foi realizada a fístula arterovenosa, e conseqüentemente naquele local

onde será inserido o cateter para realização da hemodiálise.

Pode ocorrer também o congelamento urêmico (depósito de cristais de

uréia na pele), mas nos dias atuais é raro por causa do tratamento precoce e

agressivo da doença renal crônica com a diálise.

De acordo com Smeltzer, Bare (2007), os sinais e sintomas

gastrintestinais (GI) são comuns, incluindo a anorexia, náuseas, vômitos e

soluços; as alterações neurológicas, inclusive os níveis alterados da

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consciência, incapacidade de se concentrar, contratura muscular, dores de

cabeça, convulsões, cãibras, hipotensão (por causa da excessiva ultrafiltração,

podendo ser outros fatores também), a síndrome do desequilibro (relacionado

por tontura, confusão), ocorrendo principalmente quando as alterações

bioquímicas da uremia são corrigidas. As infecções podem desencadear

septicemia severa, e pode ser observado em pacientes renais crônicos. Ainda

não se sabe os mecanismos exatos para muitos desses sinais que ocorrem, no

entanto acredita-se em geral, que o acúmulo dos produtos residuais urêmicos é

a provável causa.

1.3.2 Complicações da insuficiência renal crônica

Na doença renal crônica observam-se muitas complicações potenciais,

das quais mais preocupam e que exigem uma conduta colaborativa para o

cuidado são a hipercalemia (que decorre da excreção diminuída), acidose

metabólica, catabolismo e ingesta de medicamentos ou líquidos; a pericardite e

tamponamento pericárdico devido à retenção de produtos residuais urêmicos e

diálise inadequada; a hipertensão que ocorre devido à retenção de sódio e

água e funcionamento deficiente do sistema renina – angiotensina -

aldosterona; a doença óssea e calcificações metastáticas devido à retenção de

fósforo, baixos níveis séricos de cálcio, metabolismo anormal da vitamina D e

níveis de alumínio elevados.

A anemia é uma das complicações que mais preocupa pacientes RC,

devido à produção diminuída de eritropoetina, espectro de vida diminuído dos

eritrócitos e sangramento no trato gastrintestinal a partir de toxinas irritativas e

perdas sangüíneas durante a hemodiálise. A eritropoetina que normalmente é

uma substância produzida pelo rim, estimula a medula óssea liberar os

eritrócitos, mas a liberação de eritropoetina diminui e resulta na anemia

profunda, fazendo com que os pacientes apresentam fadiga, angina e falta de

ar.

Smelttzer, Bare (2007), afirmam que os principais sintomas da doença

renal crônica são: hipercalemia provocada pela excreção diminuída de líquidos,

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a pericardite que é o derrame pleural e tamponamento do pericárdio, a

hipertensão causada pela retenção de água e sódio, a anemia que é provocada

pela eritropoetina diminuída do organismo, e doenças ósseas e calcificações

metastáticas devido á retenção do fósforo, cálcio e vitamina D.

O distúrbio no metabolismo de cálcio e fósforo é outra anormalidade

importante observada na insuficiência renal crônica. Os níveis séricos de cálcio

e fosfato apresentam uma relação inversa no corpo: quando um se eleva, o

outro diminui. Se a filtração através do glomérulo renal diminui, ocorre um

aumento no nível sérico de fosfato e uma diminuição correspondente no nível

sérico de cálcio, o nível sérico de cálcio diminuído provoca a secreção

aumentada de paratormônio a partir das glândulas paratireóides.

Contudo, na insuficiência renal, o corpo não responde normalmente à

secreção aumentada do paratormônio; em conseqüência disso, o cálcio sai do

osso, gerando, com freqüência, alterações ósseas, além disso, o resíduo ativo

da vitamina D (1,25-diidroxicolecalciferol) normalmente pelo rim diminui à

medida que a insuficiência renal progride. A doença óssea urêmica,

freqüentemente chamada de osteodistrofia renal, desenvolve-se a partir das

alterações complexas no equilíbrio do cálcio, fosfato e paratormônio.

Na doença renal crônica a osteodistrofia, favorece para o

desenvolvimento de complicações aumentando a morbidade dos pacientes,

entre elas o número de fraturas e calcificações vasculares é favorável para a

mortalidade, e independente do tempo da doença renal, mesmo com Doença

Renal Crônica terá alguma alteração óssea.

1.3.3 Hemodiálise e tratamentos clínicos

O tratamento clinico da hemodiálise em pacientes renais crônicos, o

objetivo do tratamento é manter a função renal e a homeostasia pelo tempo

maior de intervalo possível, onde todos os fatores são identificados e tratados.

O tratamento é feito com medicamentos, terapia com dieta, e às vezes a diálise

também pode ser útil para diminuir o nível de resíduos no sangue (SMELTZER;

BARE, 2007).

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Para a realização da hemodiálise é necessária à utilização de uma

máquina computadorizada que tem a função de tratar a água juntamente com

um filtro que fará as trocas entre a solução de diálise e o sangue do paciente.

De acordo com Souza, Mozachi (2007), neste tipo de diálise, o sangue

do paciente passa por meio de um filtro, entrando indiretamente em contato

com uma solução de diálise. Para que o fluxo de sangue seja adequado é

necessário um acesso vascular de bom calibre, cateter de duplo lúmen

instalado em veia jugular interna, veia femoral ou subclávia ou fistula

arterovenosa.

Segundo Smeltzer, Bare (2007), a hemodiálise (HM) é o conceito de

diálise mais utilizado para pacientes que estão agudamente doentes e exigem

diálise por curto prazo (dias a semanas) e para aqueles com doença renal

crônica, que necessitam de terapia de substituição ou por longo prazo. Ela é

realizada por um dialisador, que serve como uma membrana semipermeável

sintética, que substitui os glomérulos e túbulos renais como um filtro para os

rins lesionados.

A (HM) tem como propósito extrair as substâncias nitrogenadas tóxicas

do sangue e remover o excesso de água; o sangue carregado de toxinas e

resíduos nitrogenados é desviado do paciente para o dialisador, em que é

retirada a impureza, em seguida, devolvido ao paciente.

Para os pacientes com doença renal crônica, a (HM) evita morte,

mesmo que não tenha prognóstico da melhora da doença renal e não

compense quanto à perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins.

A (HM) é um tratamento que deve ser feito para o resto da vida ou até que se

submetam a um transplante renal bem-sucedido. Comumente o tratamento

ocorre três vezes por semana durante, pelo menos 4 horas. Nos intervalos

entre as sessões de hemodiálise, os pacientes podem executar suas tarefas

normais de trabalho, mas como as toxinas do corpo vão se acumulando é

preciso uma restrição alimentar e controle de ingesta de sal e água.

(CARDOZO; VIEIRA; CAMPANELLA, 2006)

De acordo com Souza, Mozachi (2007), a difusão, a osmose e a

ultrafiltração são os princípios nos quais se baseia a hemodiálise, as toxinas e

os resíduos no sangue são removidos por difusão, eles movimentam-se de

uma área de maior concentração no sangue para uma área de menor

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concentração no dialisado, que é constituído de todos os eletrólitos importantes

em suas concentrações extracelulares ideais. Quanto ao nível de eletrólitos no

sangue do paciente, o mesmo pode ser colocado sob controle ajustando-se

adequadamente o banho de dialisado; a membrana semipermeável impede a

difusão de grandes moléculas, como eritrócitos e proteínas. Os pacientes

recebem diálise crônica ou de retenção quando precisam da terapia de diálise

para a sobrevida e controle dos sintomas urêmicos. A tendência é iniciar o

tratamento da doença renal crônica antes que os sinais e sintomas associados

à uremia se tornem grave.

O excesso de água é removido do sangue por osmose, na qual a água

de uma área de maior concentração do soluto (o sangue), para uma área de

menor concentração do soluto (o dialisado), a ultrafiltração é definida como a

água que se move sob alta pressão para uma área de menor pressão, esse

processo é muito mais eficiente na remoção de água que a osmose. A

ultrafiltração é realizada ao se aplicar à pressão negativa ou uma força de

aspiração na membrana de diálise. Como os pacientes com doença renal

geralmente não podem excretar água, essa força é necessária para remover o

líquido visando alcançar o equilíbrio hídrico.

Smeltzer; Bare (2007), mediante o uso de um dialisado constituído de

bicarbonato ou acetato, que o sistema-tampão do corpo é mantido, que é

metabolizado para formar bicarbonato. A heparina é administrada para impedir

que o sangue coagule no circuito de diálise e o sangue limpo é devolvido ao

corpo. Quando a sessão da diálise termina muitos produtos residuais foram

removidos, o equilíbrio eletrolítico foi restaurado e o sistema-tampão foi

reposto.

É de extrema importância dizer que a (HM) pode ser combinada com

ultrafiltração no mesmo procedimento, removendo até 1-1,5 litros por hora em

pacientes hipervolêmicos. No início da diálise é feita à programação da

quantidade a ser removida, mediante o balanço positivo do dia anterior e o

previsto para o dia atual, isso possibilita maior segurança para a infusão dos

volumes necessários de hemoderivados, fluídos, drogas vasoativas e nutrição

parenteral. (SMELTZER; BARE, 2007)

Os pacientes que são submetidos a tratamentos de diálise podem

permanecer dependentes durante anos. Em comparação com a diálise

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peritoneal a hemodiálise ainda é uma escolha do paciente com cirurgia

abdominal recente ou fistula, sendo sua contra indicação para pacientes com

hipotensão, sangramento ativo ou coagulopatia. As limitações da capacidade

de trabalho do paciente decorrentes da doença e da diálise usualmente

impõem uma grande carga financeira sobre os pacientes e suas famílias.

Sabe-se que a (HM) prolonga a vida, mas não altera a evolução da

doença e nem substitui por completa a função renal, podendo o paciente

apresentar várias complicações, entre elas à fatal é a doença cardiovascular

aterosclerótica, doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de

placas de gordura dentro dos vasos sanguíneos. (SMELTZER; BARE, 2007)

Alguns medicamentos utilizados na hemodiálise:

a) ferro: para melhorar a anemia;

b) vitamina D ativada: aumenta a absorção intestinal de cálcio

melhorando a mineralização óssea;

c) eritropoetina: aumenta a produção dos eritrócitos ou glóbulos

vermelhos, medula óssea e corrigindo desta forma a anemia;

d) vitaminas: há perdas de vitaminas durante a diálise, assim refaz a

proteína e a reposição A ingestão de vitaminas repõe o seu nível;

e) acetato ou carbonato de cálcio: fornece suplemento de cálcio,

evitando a absorção do fósforo e diminuindo acidose no sangue.

Reduzindo o fósforo evita-se a doença do doente renal;

f) anti-hipertensivos: a pressão alta que não baixa depois da sessão de

diálise precisa de medicação para controlá-la, sendo que o médico

indicara o mais adequado para cada paciente, ou seja, qualquer um

desses medicamentos, tomados sem controle medico podem ter

efeitos desastrosos, por isso é importante que cada paciente siga as

orientações de seu médico.

O médico determina a quantidade de hemodiálise que o paciente precisa

de acordo com a atividade que cada corpo necessita, da alimentação e

ingestão de líquidos. O tratamento tem o objetivo do bem estar do paciente,

bem nutrido, livre dos inchaços, pressão alta controlada, níveis aceitáveis de

potássio, uréia entre outros. De certa forma a doença renal é comum, podendo

ser ameaçadora para a saúde, é fácil identificar e tem tratamentos eficazes.

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Não deixe de procurar o médico caso tenha dúvidas e obtenha o Maximo de

informação que puder e aproveite para fazer uma revisão de sua saúde.

1.3.4 Diálise peritoneal

A primeira descrição de aplicação clínica da DP foi em 1923 por Georg

Ganter, mas, somente a partir de 1959, esta terapia passou a ser utilizada em

todo o mundo, na forma de diálise peritoneal intermitente. Palmer e Tenckhoff,

na década de 1960, criaram o cateter peritoneal de longa permanência, e, em

1976, Moncrief e Popovich introduziram a diálise peritoneal ambulatorial

contínua. (ABENSUR, 2008)

A DP é a modalidade utilizada em cerca de 10% a 12% dos pacientes

com DRC em programa de diálise no Brasil (CENSO, 2009). As contra-

indicações para realização de DP são: aderências peritoneais extensas,

hérnias não corrigíveis, colostomia e ausência de estrutura domiciliar para

realização do método.

As principais modalidades de DP são:

a) DPAC (diálise peritoneal ambulatorial contínua): trata-se de um

método manual. Caracteriza-se pela infusão de 1,5 a 2,5 L de

solução de diálise na cavidade peritoneal. O volume infundido é

drenado após certo tempo de permanência na cavidade peritoneal.

Habitualmente são realizadas três trocas diurnas com permanência

de 5 a 6 horas e uma troca noturna com permanência de 6 a 8 horas;

b) DPA (diálise peritoneal automatizada): trata-se de um método

automático. Utiliza-se uma máquina cicladora que é acoplada ao

cateter peritoneal (cateter de Tenckhoff). Essa cicladora realiza, de

forma automática, as trocas de solução de diálise (infusão e

drenagem). São feitas de três a seis trocas no período da noite,

enquanto o paciente dorme. Os tipos mais empregados de DPA são:

1) DPCC (diálise peritoneal cíclica contínua): três a seis trocas

noturnas, mantendo líquido na cavidade peritoneal durante o dia.

Volume de infusão a cada troca de 1,5 a 2,5 L; 2) DPIN (diálise

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peritoneal intermitente noturna): realiza-se de três a seis trocas

noturnas, com volume de infusão por troca de 1,5 a 2,5 L, porém a

cavidade peritoneal fica vazia durante o dia, sendo indicada a

pacientes que ainda apresentam função renal residual ou baixa

drenagem da solução de diálise infundida, ou até mesmo volume

drenado inferior ao infundido, quando a solução de diálise

permanece por muito tempo na cavidade peritoneal.

Na DP, as trocas são feitas entre o sangue contido nos capilares

peritoneais e a solução de diálise infundida na cavidade peritoneal. A

membrana peritoneal é composta de diversas camadas: endotélio, membrana

basal endotelial, interstício e mesotélio. Essas camadas impõem grau variável

de resistência à passagem dos solutos. (MARGETTS; BRIMBLE, 2006)

O peritônio possui superfície de troca de cerca de 1 a 2 m² no indivíduo

adulto, com fluxo de sangue nos capilares peritoneais de 50 a 100 mL/min2.

Duas categorias de transporte ocorrem de maneira simultânea dos capilares

peritoneais para a solução de diálise: a) difusão, que é a passagem de solutos

a favor do seu gradiente de concentração (por exemplo, uréia, creatinina,

potássio, com maior concentração sangüínea, passam através da membrana

peritoneal para solução de diálise), e b) ultrafiltração, que é a passagem de

água para a cavidade peritoneal promovida por gradiente osmótico, o qual é

estabelecido pela elevada concentração de glicose presente na solução de

diálise. (MARGETTS; BRIMBLE, 2006)

A ultrafiltração também pode ser promovida por gradiente

coloidosmótico, quando em vez da glicose é empregado um polímero de

glicose com elevado peso molecular, a icodextrina, que será introduzida

brevemente no Brasil e que, diferentemente da glicose, não é pouco absorvida

da cavidade peritoneal, mantendo a ultrafiltração por períodos mais

prolongados, podendo drenar em torno de 400 ml de ultrafiltrado do paciente.

(SOUZA; MOZACHI, 2007)

A peritonite bacteriana é a principal complicação da DP e tem como

agente etiológico mais freqüente o estafilococo. Também pode ser causada por

bactérias Gram-negativas e, menos freqüentemente, por fungos. O achado de

turvação do líquido peritoneal e dor abdominal são suficientes para o

diagnóstico, mas sempre deve ser colhida amostra de líquido peritoneal para

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contagem de leucócitos, Gram e cultura. A contagem de leucócitos deverá

mostrar mais que 100 leucócitos/ml, com predomínio de leucócitos

polimorfonucleares. (PIRAINO; BENDER, 2008)

Pode haver complicações mecânicas pelo aumento da pressão intra-

abdominal, tais como: hérnias, extravasamento de líquido ao redor do cateter e

edema genital, complicações metabólicas, como: hiperglicemia, sendo

freqüentemente necessário o ajuste das doses de insulina; perda protéica que

pode atingir até 10 g/dia; e hipo ou hipernatremia, a depender da taxa de

ultrafiltração e da ingestão hídrica. É importante ressaltar que, para pacientes

mantidos em terapia dialítica de manutenção, em especial, DP, deve-se

preservar a função renal residual, visto que na DP a depuração renal residual

contribui de maneira importante na retirada total de solutos e para o balanço

hídrico. Logo, deve-se evitar, sempre que possível, o uso de antiinflamatórios

não hormonais, contraste iodado e outras drogas nefrotóxicas.

Fonte: autora, 2009

Figura1: Hemodiálise

Quando os rins falham, os produtos da degradação metabólica e o

excesso de água podem ser removidos do sangue através da hemodiálise ou

da diálise peritoneal. Na hemodiálise, o sangue é removido do corpo e

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circulado através de um aparelho denominado dialisador, o qual realiza a sua

filtração. Na diálise peritoneal, o peritôneo, uma membrana existente no

abdômen, é utilizado como filtro.

Na hemodiálise, uma fístula arteriovenosa (conexão entre uma artéria e

uma veia) é criada cirurgicamente para facilitar a remoção e o retorno do

sangue. O sangue flui para o dialisador através de um tubo conectado à fístula.

No interior do dialisador, uma membrana artificial separa o sangue de um

líquido (dialisado) similar aos líquidos corpóreos normais. Através da

membrana, o líquido, os produtos da degradação metabólica e as substâncias

tóxicas presentes no sangue são filtrados para o dialisador. O sangue

purificado retorna ao corpo da pessoa. (SMELTZER; BARE, 2007)

Fonte: autora. 2009

Figura 2: Diálise peritoneal

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Na diálise peritoneal, um cateter é inserido através de pequena incisão

na parede abdominal até o espaço peritoneal. O dialisado drena através da

ação da força da gravidade ou é bombeado através de um cateter, sendo

mantido no espaço peritoenal durante um período suficiente para permitir a

filtragem dos produtos da degradação metabólica presentes no sangue para o

dialisado. Em seguida, o dialisado é drenado, descartado e substituído.

(SOUZA; MOZACHI, 2007)

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CAPÍTULO II

INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO FLUXOMÉTRICO

2 INCENTIVADOR INSPIRATÓRIO FLUXOMÉTRICO - RESPIRON®

Na década de 1970, a inspirometria tornou-se uma terapia respiratória

profilática eficiente e segura, sua aplicação terapêutica possibilitava o paciente

a realizar uma inspiração máxima, como o objetivo de prevenir a hipercapnia, o

shunt, a atelectasia e a hipóxia, desta forma a técnica da inspirometria tornou

se eficaz no tratamento, melhorando o trabalho respiratório. (RODRIGUES;

BRITO, 2010)

A recuperação da expansibilidade pulmonar é uma técnica

fisioterapêutica utilizada de forma mecânica ou através de exercícios atuando

em áreas pulmonares que não estejam expandindo adequadamente, cujos

volumes e capacidades pulmonares principalmente podem estar afetados.

Esses exercícios ou utilização de incentivadores são destinados a auxiliar o

desempenho muscular respiratório bem como a eficiência mecânica da

ventilatoria pulmonar, proporcionando o aumento da oxigenação arterial.

(NAKAGAWA, 2006)

Os intervalos entre os exercícios devem ser monitorados. O incentivador

inspiratório a fluxo é por via oral, sendo seu inicio rápido e mantido até o final

com maior trabalho ventilatório, essa técnica deve ser aplicada em pacientes

que requerem acompanhamento clínico, para que o incentivador não traga

desconforto.

Os autores Nakagawa (2006) descreve em sua obra que existe dois

tipos de inspirometros de incentivo: através de fluxo e a volume:

a) inspirometro de incentivo de fluxo – permite o controle da

estabilidade do fluxo expiratório lento;

b) os aparelhos a volume permitem uma maior controle do volume de ar

inspirado;

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c) porém os aparelhos deve ser utilizado de acordo com as patologias

dos pacientes para tornarem eficaz na recuperação da

expansibilidade pulmonar, para que o fluxo possa atingir todas as

estruturas internas.

É um aparelho incentivador expiratório com pressão positiva, indicada para pacientes com alguma obstrução ou diminuição do espaço aéreo no pulmão, tendo por objetivo manter uma pressão positiva da via aérea durante a fase de inspiração promovendo a reexpansão do pulmão. Esse aparelho incentiva o paciente a fazer esforços máximos de inspiração, sendo possível obter os valores inspiratórios através da elevação de esferas no interior do aparelho que funcionam como um feed back visual. (AGUIAR; RECH, 2008, p.24)

Os testes de função pulmonares têm um importante papel no diagnóstico

e na quantificação da intensidade dos distúrbios respiratórios dos pacientes

com doenças pulmonares que atinge tanto adulto quanto as crianças.

Sendo assim a eficácia do diagnóstico depende do fisioterapeuta possuir

competências e habilidades para manusear e interpretar os resultados obtidos

no exame clínico.

O incentivador inspiratório a fluxo por sua vez tem o objetivo de melhorar

o condicionamento de pacientes antes das cirurgias, prevenção e tratamento

de atelectasias pulmonares, prevenção de infecções pulmonares em idosos,

incentiva a inspiração profunda, expande os alvéolos pulmonares e melhora da

perfusão renal com O2, através de exercícios respiratórios aumentando o fluxo

inspiratório, auxilia na prevenção de doenças bronco-pulmonares, acamados

ou outras situações segundo orientações médicas ou fisioterapêuticas. Para o

uso do incentivador a fluxo deve-se graduar a dificuldade do exercício.

Devendo girar o anel regulador, utilizando a alavanca anterior, a posterior ou

ambas. A alavanca anterior move-se sob uma escala (0 – 1 – 2 – 3) e funciona

como um ponteiro, indicando o grau de dificuldade do exercício, o ponteiro

posicionado no 0 - fácil, 1 - regular, 2 - difícil, 3 -muito difícil. É um sistema de

variação continua, todas as posições intermediárias são possíveis,

proporcionando dificuldades também intermediárias. O aparelho deve ser

mantido na embalagem quando não utilizado, o bocal deve ser lavado antes e

depois de cada sessão de exercícios, o bocal deve ser ajustado aos lábios e

inspire (não soprar), essa inspiração deve ser profunda e enérgica, mas não

repentina, ou seja, o tempo não pode ser muito curto, onde as esferas devem

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se elevar com movimentos suaves e uniformes, mas não brusco finalizado o

exercício retire o bocal dos lábios concluindo a inspiração e expirando

normalmente (NCS, 2009).

Fonte: RESPIRON, 2009

Figura 3: Incentivador Inspiratório Fluxométrico - Respiron®

2.1 Ventilometria

A ventilometria submete o paciente à pressão positiva intermitente e

contínua em portadores de IRC, com decréscimo do trabalho ventilatório,

diminuição do índice de dispnéia e aumento do volume residual, prevenindo a

presença de patologia que colabem as estruturas internas pulmonares

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favorecendo o retorno do trabalho alveolar, como também aumentando a

pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2).

De acordo com Cangussu (2006), define o objetivo da ventilometria

como mensuração do volume corrente (Vt), volume minuto (VM), e freqüência

respiratória (FR), e a capacidade vital (VC), volumes residuais (VR),

capacidade pulmonar total, capacidade residual funcional, entre outros

necessitam de equipamentos específicos. Sendo que, a capacidade vital (CV) é

um dos mais importantes e testes utilizado na mensuração do trabalho do

sistema respiratório, porém destaca que o pesquisador não encontrou obras

que estabeleçam a ligação entre a permanência do paciente em decúbito

dorsal e a diminuição da CV, a CV é a quantidade de ar expirado como define o

autor, após da maior inspiração possível. Também descreve que outros autores

têm definição da CV como o volume medido na cavidade oral entre as posições

de inspiração total e expiração completa. Representando o maior volume de ar

mobilizado.

Para a mensuração da ventilometria utiliza-se de um aparelho concebido com a finalidade de analisar a expiração de indivíduos para que possa ser estabelecido através dos valores por ele fornecidos, o limiar anaeróbio ventilatório, e mesmo outras variáveis quando o equipamento é acoplado a outros aparelhos como volume de oxigênio, gás carbônico e coeficiente respiratório, sendo que os valores mencionados são obtidos da seguinte maneira: estando um indivíduo realizado um esforço pré determinado em um ergômetro e utilizando o bocal com a válvula bidirecional (do aparelho, sua expiração é mensurada e demonstrada no display constante da parte frontal do aparelho sendo que para obter os pontos necessários para que se possa estabelecer o limiar anaeróbio, o equipamento pode fornecer de maneira automática a soma dos valores a cada minuto ou estando na posição manual o momento da soma será determinado pelo examinador, que para tal se utilizará dos botões "congela" e "rearme”, sendo que para confirmar a condição do que está sendo demonstrado no display, um led existente no equipamento acenderá vermelho para valores "congelados" e verde para valores simultâneos a expiração do indivíduo. (VENTILÔMETRO, 2010)

Este aparelho é uma das tecnologias utilizada na atualidade no campo

da fisioterapia, tanto quando na área hospitalares e esportivos, proporcionando

assistência qualificada aos indivíduos com ou sem patologias avaliando a

capacidade pulmonar e melhorando a qualidade de vidas destes.

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Fonte: VENTILÔMETRO DE WRIGHT, 2009

Figura 4: Ventilômetro de Wright®

2.2 Pico de fluxo expiratório

O PFE (Pico de Fluxo Expiratório), é uma medida espirométrica, onde

avalia a velocidade com que o ar é expelido dos pulmões com registro em

Litros/min. Como na crise de asma, os brônquios encontram - se estreitados,

obstruídos e conseqüentemente o ar passa com dificuldade, o PFE possibilita

analisar o grau de estreitamento e de obstrução dos brônquios. A importância

da mensuração do PFE em portadores de asma pode ser detectada na

correlação positiva do mesmo com o volume expiratório forçado no primeiro

segundo (VEF1). (FONSECA, et. al. 2006).

Pico de fluxo expiratório se trata de um aparelho destinado a

profissionais de saúde principalmente por fisioterapeutas que utilizam tal

ferramenta com objetivo ultimo de averiguar possíveis alterações fisiológicas

inerentes ao trato respiratório humano principalmente aqueles que porventura

apresentam e a classe médica, como recurso para a avaliação das alterações

fisiológicas do aparelho respiratório e que acompanha a evolução do

tratamento dos pacientes com qualidade e precisão. Os medidores de pico de

fluxo expiratório fornecem informações de grande valia para utilidade clinica, de

certa forma quando alterado este aparelho revela o grau de obstrução das vias

aéreas. O aparelho é de estrutura e concepção simples que possuam aspectos

fundamentais no seu manejo.

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A medida do pico de fluxo expiratório representa o pico máximo de fluxo

expiratório (PFE), atingindo um ponto da curva expiratória, ou seja, uma

expiração forçada. O aparelho é de baixo custo e de fácil manuseio, e permite

que o fisioterapeuta avalie com máxima segurança a obstrução das estruturas

internas dos pulmões. O instrumento utilizado para a avaliação do pico de fluxo

expiratório, tem como objetivo avaliar a demanda, e executar várias

mensurações diárias, ou seja, normalmente esses períodos variam de 7, 14, 21

dias, para que se tenha uma precisão na evolução do tratamento indicado. O

tempo é um ponto negativo em relação à tomada de decisão, pois às vezes é

preciso alterar o tratamento e analisar os dados obtidos sem uma ferramenta

de apoio em longos períodos, à tarefa é complicada e pode acarretar erros

principalmente se o período exceder a 7 dias (FERNANDES, 2008).

Segundo Fernandes (2008), ele é utilizado para:

a) diagnosticar a asma;

b) avaliar a severidade da doença;

c) monitorizar a evolução da asma;

d) registrar dados objetivos e regulares que servirão de apoio ao

médico assistente;

e) verificar a resposta à medicação;

f) prevenir crises.

Dos valores obtidos indicam se há resistência ou obstrução do fluxo

aéreo nas vias respiratória.

Aparelho utilizado para aferir o Pico de Fluxo Expiratório – Peak Flow®:

Fonte: PEAK FLOW, 2009

Figura 5: Pico de fluxo expiratório – Peak Flow®

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CAPÍTULO III

PESQUISA

3 PICO DE FLUXO E VOLUMES PULMONARES

O objetivo deste trabalho, foi levantar dados inerentes ao pico de fluxo e

volumes pulmonares para posterior intervenção com incentivador inspiratório

fluxométrico em pacientes com IRC, na tentativa de elucidar e demonstrar tais

métodos e técnicas, prevenindo e tratando possíveis disfunções como

atelectasias.

Para tanto foi realizada intervenção em uma cliente da Santa Casa de

Misericórdia de Tupã entre março a junho de 2009, observando – se o pico de

fluxo inspiratório através do aparelho Peak Flow® e os volumes pulmonares

pelo ventilômetro de Wright®.

3.1 Do relato

Inicialmente foi feito o contato com um paciente que realiza (HM) neste

contato são expostos às técnicas e procedimentos a que o paciente é

submetido. O estudo foi composto de avaliações fisioterápicas (APÊNDICE A),

contendo dados pessoais do paciente, anamnese clínica, antecedentes

pessoais, exames físicos para mensuração dos sinais vitais e testes

específicos, sendo elaborado pela pesquisadora responsável pelo trabalho.

A paciente é do gênero feminino, com idade de 46 anos e aposentada,

não tabagista apresenta alergia ao medicamento dipirona, relata renite, nega

HAS e HAD, diabetes. O diagnóstico foi preciso quando a paciente foi ao

médico, pois a mesma apresentava dispnéia, o médico relatou que um dos rins

estava com comprometimento, que foi desencadeado devido a Neuropatia

Crônica (força muscular reduzida). Atualmente a paciente relata estar bem, faz

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hemodiálise três vezes por semana a 18 anos. Cerca de um ano atrás foi feito

um transplante renal, doado por familiares de um paciente com morte cerebral,

mas o mesmo apresentou rejeição. A paciente apresentava uma pressão

arterial de 90/60 mmHg, freqüência cardíaca de 72 bpm, freqüência respiratória

de 16 rpm, saturação de oxigênio de 97% através do oximetro e normotérmica

e apresentava diminuição de murmúrio vesicular em bases.

O trabalho buscou analisar os benefícios do incentivador inspiratório

fluxométrico na melhora dos volumes pulmonares (volume corrente, volume

minuto) e do grau de obstrução.

3.2 Resultados e discussões

O pico de fluxo expiratório do sistema respiratório foi avaliado através do

Peak Flow da marca AIRMED® mensurando o pico de fluxo expiratório e

volume corrente e volume minuto através do Ventilômetro de Wright Mark 14 -

Ferraris, no início e término do tratamento com incentivador inspiratório

fluxométrico - Respiron®, sendo verificada em cada sessão, a freqüência

respiratória, a saturação de oxigênio, a freqüência cardíaca e a pressão

arterial.

A avaliação do pico de fluxo expiratório foi realizada na paciente

sentada, a mesmo foi orientada a inspirar profundamente e em seguida expirar

o mais forte e rápido no bucal do aparelho, este procedimento foi feito por três

vezes, sendo registrado o de maior valor.

Na avaliação da pressão positiva intermitente e contínua, no intuito de

mensurar o volume corrente e volume minuto, foi utilizado o recurso da

ventilometria, Ventilômetro de Wright®, com a paciente sentada, o mesmo

inspira e expira normalmente, no bucal do aparelho, durante um minuto e a

pesquisadora faz a contagem da freqüência respiratória, ou seja, número de

vezes que o paciente inspira/expira por minuto, obtendo o valor do volume por

minuto indicado no aparelho. Os valores do volume minuto e da freqüência

respiratória são para calcular o volume corrente minuto (VC = FR / VM). O

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tratamento fisioterapêutico

0

2

4

6

8

10

12

1 2

Volume

minuto

Avaliação Inicial na 1º série de 10 Avaliação Final após 3º série de 10 em 30 minutos

L I

T

R

O

S

Volume minuto antes e após

volume minuto é o volume de gás entregue aos alvéolos em um minuto e o

volume corrente é o gás entregue a cada inspiração.

O tratamento, com incentivador inspiratório fluxo métrico foi realizado

com o paciente na posição sentado; consistia em levar o bocal do aparelho até

os lábios e inspirar (não soprar) através do mesmo, de modo a elevar

seqüencialmente às três esferas do aparelho, mantendo-as elevadas por

alguns segundos.

O tratamento foi realizado por um período de dois meses e meio, sendo

três vezes por semana, realizando três séries de dez repetições em cada

sessão de 30 minutos.

Na tabela 1 estão apresentados os valores do teste da ventilometria na

mensuração do volume corrente em mililitros e volume minuto em litros, antes e

após o tratamento fisioterapêutico. O volume minuto na avaliação inicialmente

foi de 6 litros, enquanto que seu valor final foi de 10 litros, observando assim

uma melhora de 40%.

Tabela 1: Valores observados, inicial e final, e percentual de melhora da

variável volume minuto antes e após o tratamento fisioterapêutico

Fonte: Dados coletados pela autora, 2009

Fonte: Dados coletados pela autora, 2009

Figura 6: Avaliação inicial e final do Volume Minuto, antes e após tratamento

Variável Avaliação Inicial Avaliação Final % de Melhora

Volume Corrente

(ml)

500 1000 100

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Na figura 6, estão apresentados os valores do pico de fluxo expiratório

antes e após o tratamento de fisioterapia. Observou-se na avaliação inicial

atingiu 330L/min e na reavaliação 350 L/min. Observou-se melhora após a

reabilitação pulmonar, alcançando 85,37% do valor ideal para sua idade e

estatura.

Verificou-se resultado significante de melhora com 6% em relação ao

pico fluxo expiratório inicial.

Fonte: dados coletados pela autora. 2009.

Figura 7: Avaliação inicial e final do Volume Corrente, antes e após tratamento

Na tabela 2, através do ventilômetro obteve o volume minuto, e assim

calculamos os valores do volume corrente (VC = FR / VM) que na avaliação

inicial foi de 500 ml e na avaliação final foi de 1000 ml, obtendo 100% de

melhora.

Tabela 2: Valores observados, inicial e final, e percentual de melhora da

variável. Volume corrente antes e após tratamento fisoterapêutico

Fonte: Dados coletados pela autora.

Variável Avaliação Inicial Avaliação Final % de melhora

VM (L) 6,0 10,0 40

Volume c orrente antes e após tratamento fis ioterapêutic o

0

200

400

600

800

1000

1200

1 2

V olumeC orrente

Avaliação Inic ial Avaliaç ão F inal

ML

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P ic o de flux o ex piratório no primeiro s eg undo ante e após o tratamento

fis ioterapêutic o

320

325

330

335

340

345

350

355

1 2

P F E

Avaliação Inic ial

Avaliação F inal

Fonte: dados coletados pela autora, 2009

Figura 8: Avaliação inicial e final do Pico de Fluxo Expiratório, antes e após

tratamento

Para análise dos dados, os achados das variáveis numéricas foram

resumidos por meio de gráficos, tabelas, valores absolutos e porcentagem, as

variáveis nominais foram encontradas no procedimento realizado. O nível de

variação entre os valores previstos e observados foi calculado pela equação na

tabela 3 a seguir. (BOAVENTURA et. al, 2007)

Tabela 3: Nível de variação entre os valores previstos e observados

Fonte: BOAVENTURA, et. al, 2007

Δ% = (Valor Observado – Valor Previsto) x 100% (Valor Previsto)

Variável Avaliação Inicial Avaliação Final % de

melhora

observado previsto % do

previsto

observado previsto % do

previsto

PFE 330 410 80,49 350 410 85,37 6,0

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Os níveis indicam melhora para as variáveis em relação ao tratamento

fisioterapêutico foi obtido pela equação:

% de Melhora = (Valor Observado Final – Valor Observado Inicial) x 100% (Valor Observado Inicial)

3.3 Parecer final

A teoria demonstrou que a paciente apresenta insuficiência renal

crônica, tem indicação de faça exercícios com incentivadores respiratórios a

fluxo e volume, pois a insuficiência renal crônica é uma destruição dos néfrons,

resultando em dano renal irreversível, tendo como sintomas fadiga, edema

progressivo, diminuição do débito urinário.

O tratamento utilizado, através do incentivador inspiratório fluxométrico

que tem como objetivo de resgatar a reexpansão pulmonar, aumentando assim

seus volumes pulmonares mostrando que seus sintomas podem ser

melhorados para que, conseqüentemente, realize suas atividades físicas

diárias.

A observação de um caso submetido a esse tratamento obteve melhora

de 6% através do pico de fluxo expiratório, sendo realizadas 30 sessões, assim

o tratamento realizado foi baseado inteiramente em sua avaliação, para assim

obter o melhor resultado desejado.

No que se foi levantado em questões literárias e práticas do tratamento

terapêutico da inspirometria de incentivo a fluxo e a de volume, obteve

resultados satisfatórios em otimizar a insuflação pulmonar, em ganho da

reexpansão pulmonar.

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CONCLUSÃO

O paciente com insuficiência renal crônica requer um cuidado específico

para evitar as complicações da função renal reduzida, os estresses e

ansiedades, a fim de lidar com uma doença de risco de morte. Há necessidade

de fornecer as explicações necessárias para o paciente e a família em relação

à doença e ao tratamento hemodialítico, já que o mesmo será realizado

constantemente.

A equipe multiprofissional deve atuar na realização de procedimentos,

mas deve fornecer também apoios emocionais aos pacientes e familiares por

causa das inúmeras alterações experimentadas, além disso, eles precisam de

considerável assistência e apoio para lidar com a necessidade de um

tratamento doloroso tanto no aspecto físico, como psicológico.

A anemia é uma das complicações que mais preocupa a equipe e

pacientes com insuficiência renal crônica, ocorre devido à produção diminuída

de eritropoetina, espectro de vida diminuído dos eritrócitos e sangramento no

trato GI a partir de toxinas irritativas e perdas sangüíneas durante a

hemodiálise, por isso é importante o acompanhamento médico para intervir no

que necessário dependendo do agravo da patologia e ou doença.

Sabe-se que a hemodiálise é o método mais comum para tratamento de

insuficiência renal, mesmo com melhores procedimentos e equipamentos, a

hemodiálise ainda é uma terapia complicada e inconveniente, a qual requer

esforço de toda uma equipe que pode incluir nefrologista, técnico de diálise,

enfermeiro de diálise e nutricionista.

Os exercícios respiratórios nada mais são do que um complemento no

tratamento da expansibilidade pulmonar promovendo um padrão respiratório

normal e adequado.

Conclui-se através da pesquisa realizada em paciente com insuficiência

renal crônica, que foi possível obter maior conhecimento sobre a patologia,

sendo avaliado e tratado com incentivador inspiratório fluxométrico, para

beneficiar sua estrutura respiratória, melhorando assim sua condição de vida.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

Os tratamentos foram realizados na unidade hemodiálise da Santa

Casa de Misericórdia de Tupã, No período vespertino, sendo 3 vezes por

semana com duração média 30 minutos com incentivador inspiratório

fluxométrico - respiron®.

1.1 Relato do Trabalho Realizado Referente ao Assunto Estudado

Os materiais utilizados para a realização do tratamento foram:

Ventilômetro de Wright® , incentivador inspiratório fluxométrico - respiron®,

para o pico de fluxo expiratório - Peak Flow .

1.2 Discussão

Melhora da reexpansão pulmonar em um paciente com insuficiência

renal crônica.

1.3 Parecer Final Sobre o Caso

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APÊNDICE B - AVALIAÇÃO HOSPITALAR

Avaliação Hospitalar Nome: Data: Gênero: Idade: Profissão: Endereço: Telefone: Responsável: Hip. Diagnostico: Investigação Hipótese Principal: Hipótese Secundário: Tabagismo passivo Sim ( ) Não ( ) Tabagismo ativo atual Sim ( ) Não ( ) Quantos maços/dia? Há quanto tempo fuma? Tabagismo ativo no passado Sim ( ) Não ( ) Quantos maços/dias? Há quanto tempo? Medicamentos: História Pregressa: Historia Atual: Antecedentes Pessoais Hospitalizações Sim ( ) Não ( ) Quando foi a ultima internação? Motivo: Alérgico Sim ( ) Não ( ) A que: Diabético Sim ( ) Não ( ) Controle: Medicamentos: HAS: Controle Sim ( ) Não ( )

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Medicamentos: Fator que desencadeou a insuficiência renal? Faz hemodiálise Sim ( ) Não ( ) Quanto tempo: Possui caso familiar: Faz uso de bebida alcoólica Sim ( ) Não ( ) Quanto tempo: Faz uso de drogas Sim ( ) Não ( ) Quais: Exame Físico PA: FC: bem: F: RPM Sp O2 % T (ºC): Inspeção Sinais Coloração: acianótico ( ) cianose periférica ( ) cianose central ( ) Pálido ( ) ictérico ( ) corado ( ) Regiões periféricas: edema de MMII ( ) edema de MMSS ( ) baqueamento digital () Tipo corpóreo: normolineo ( ) brevilineo ( ) longilineo ( ) Avaliação Respiratória Inspeção Torácica Padrão ventilatório: normal ( ) dispnéia ( ) taquipnéia ( ) bradispnéia ( ) hiperventilação ( ) ortopnéia ( ) apnéia ( ) Cheyne-Stokes ( ) paradoxal ( ) Configuração Torácica: ausência de deformidade () tórax em barril () pectus carinatum () pectus escavatum () hipercifose () escoliose () Palpação Expansibilidade: diminuída ( ) assimétrica ( ) simétrica ( ) Frêmito tóraco vocal: normal ( ) Diminuído ( ) aumentado ( ) não avaliado ( ) Dor torácica: ausência ( ) aumenta com palpação ( ) Aumenta ao inspirar ( ) não se modifica a palpação e inspiração ( ) Ausculta Pulmonar: MVnormal ( ) MV diminuído ( ) Roncos ( ) sibilos ( ) estridor ( ) estertores creptantes ( ) estertores bolhosos ( )

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Local: Percussão: maciço ( ) timpânico ( ) normal ( ) Não avaliado ( ) Local: Tosse: ausente ( ) seca ( ) produtiva ( ) ineficaz ( ) eficaz ( ) deglutiva ( ) expectorada ( ) Secreção Coloração: clara ( ) amarela esverdeada ( ) sanguinolenta ( ) rósea ( ) marrom ( ) Consistência: fluídica ( ) semi-espessa ( ) espessa ( ) espumosa ( ) Odor: ausente ( ) fétido ( ) Testes para Avaliar Função Pulmonar: Manovacuômetro: Ventilômetro Diagnóstico Fisioterapêutico: Objetivos do tratamento: Conduta/ tratamento:

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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO

Termo de consentimento livre e esclarecido

Eu, , do gênero , de ano, residente á , do RG estou

de pleno acordo em participar do estudo referente a monografia como parte

integrante do processo de conclusão da pós-graduação hospitalar; autorizando

para tanto a utilização de tais dados, exames e testes necessários com o

intuito de maximizar os conteúdos e objetivos proposto e com a finalidade de

avaliar alguns mecanismos para reexpansão pulmonar em pacientes renal

crônicos mensurando o volume e obtendo-se o volume corrente com atenção

do pico de fluxo expiratório posteriormente tratado com Respiron®; fornecendo

condições de avaliar tais que resultados com maior precisão e assim e definir

novos procedimentos que possam se fazer necessários, condizentes com o

quadro apresentado.

Declaro ter sido informado de que minha participação, não é

obrigatória e de minha liberdade em contribuir em parte ou não da pesquisa,

sem nenhum ônus relacionado ao tratamento ou qualquer custo adicional, bem

como a garantia do sigilo frente a ética e a moral de minha identidade.

Data.......................de............................de 2009

De acordo

Nome do paciente:

________________________

Assinatura

Pesquisadora: Alana Santos Dias

Orientador: Prof. M. Sc. Antonio Henrique Semençato Júnior.