CURSO DE MEDICINA

Trabalho de Conclusão de Curso Resumos

Turma 4ª B – 2015.1

COORDENADORA DO CURSO: Prof.ª Eliana de Paula Santos

SALVADOR

TEMA: CORTICOIDE INALATÓRIO E A RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DE CATARATA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNA: CAMILA LOPES LEAL ORIENTADORA: PROFA. NEDY MARIA B. C. NEVES

RESUMO

O uso crônico de corticóide sistêmico já é bem definido pela literatura como fator de risco para

o desenvolvimento de catarata. Entretanto, a ocorrência de catarata como efeito adverso do

uso de corticóide inalatório ainda não está bem definida, tornando-se importante o

conhecimento dos efeitos adversos decorrentes do uso dessa terapia. Objetivo: avaliar

evidências de associação entre o uso de corticóide inalatório (CI) e o risco de desenvolvimento

de catarata em adultos. Método: revisão sistemática de estudos observacionais. Realizou-se

busca de artigos na base de dados BVS/PubMed/Scielo, aplicando-se os critérios de inclusão:

estudos observacionais, uso de corticóide inalatório e/ou corticóide nasal, indivíduos sem

diagnóstico de catarata no momento de início de uso do corticóide inalatório ou com o primeiro

diagnóstico durante o registro no banco de dados e adultos maiores de 18 anos. Fez-se uma

seleção inicial por título e, posteriormente, pela leitura dos resumos por dois autores diferentes.

Os artigos lidos integralmente foram selecionados para revisão final. Resultados: quatro

artigos foram incluídos na presente revisão com resultados que demonstraram haver relação

entre o uso de corticóide inalatório e o desenvolvimento de catarata, principalmente, quando

relacionado a maiores doses e por tempo prolongado. Dados comparativos entre o uso de CI e

de corticóide nasal foram analisados apenas em um dos estudos selecionados. Conclusão:

uso prolongado associado a altas doses de CI está relacionado com o desenvolvimento de

catarata em adultos.

Palavras-chave: 1. Catarata; 2. Corticóide inalatório; 3. Dose-resposta; 4. Exposição.

TEMA: IMPACTO DO DIAGNÓSTICO TARDIO NO PROGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV. ALUNA: ANA ELISA ALMEIDA SANTOS DE OLIVEIRA ORIENTADORA: DRA. CIBELE MARIA RIBEIRO DOURADO

RESUMO

Introdução: Desde a sua descoberta, a infecção HIV/ AIDS obteve grandes avanços,

principalmente no que tange ao diagnóstico e terapêutica, entretanto essas conquistas não são de

fácil acesso a todos, fazendo com que muitos tenham o diagnóstico tardio da doença, o que resulta

em um desfecho desfavorável, em grande parte das vezes. Objetivo: Descrever as características

epidemiológicas e o impacto nos prognósticos dos pacientes com diagnóstico tardio da infecção

HIV/ AIDS, além de implicações para a sociedade e para o sistema de saúde. Método: Trata-se de

uma revisão sistemática, logo foram revisados os artigos da base Biblioteca Virtual em Saúde. Os

descritores escolhidos foram “HIV” e “Diagnóstico tardio”, unidos pelo booleano “AND”. A busca foi

limitada a artigos que tivessem “Diagnóstico tardio” e “Doenças oportunistas relacionadas com a

AIDS” como tema principal, “Prognóstico” como aspecto clínico e que foram publicados nos anos

de 2012 a 2014. Os artigos selecionados tiveram a qualidade avaliada pelo STROBE, tendo como

ponto de corte 18 pontos. Resultados: Dessa forma, cinco artigos foram incluídos na revisão. No

que tange aos aspectos epidemiológicos dos pacientes com diagnóstico tardio da infecção HIV/

AIDS, três artigos abordaram a questão, sendo que dois demonstraram prevalência na parcela

feminina e houve um consenso: há um atraso no diagnóstico na faixa etária a partir dos 60 anos de

idade. A baixa de linfócitos TCD4+ propicia o aumento de internações em UTI e surgimento de

infecções oportunistas, sendo que quatro artigos citaram as mais prevalentes nos seus respectivos

grupos de estudos: pneumocistose, linfoma, criptococose e tuberculose (TB), a qual foi

mencionada em mais de um artigo. Conclusão: Com o presente estudo, foi possível perceber que

a infecção HIV/ AIDS não está mais limitada aos chamados “grupos de risco”, se tornando uma

infecção crônica amplamente conhecida, que alcança qualquer faixa etária e sem preferência

sexual. Além disso, é interessante recomendar o rastreamento em relação ao HIV nos pacientes

com TB, já que a coinfecção dessas duas doenças tem sido muito prevalente.

Palavras-chave: HIV. Prognóstico. Fatores de Riscos. Imunidade.

TEMA: AVALIAÇÃO DAS ATUAIS EVIDÊNCIAS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE OS NÍVEIS DE HDL-COLESTEROL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE META-ANÁLISES.

ALUNA: AMANDA SILVA FRAGA

ORIENTADOR: PROF. ME. MÁRIO CÉSAR CARVALHO

CO-ORIENTADOR - PROF. DR. CLOUD KENNEDY COUTO DE SÁ

RESUMO

Introdução: As doenças cardiovasculares estão em primeiro lugar entre as causas de mortes no Brasil. As dislipidemias são distúrbios do metabolismo lipídico e são preditores de risco para doença arterial coronariana e cerebrovascular. A elevação em 1% no HDL- colesterol se associa com redução de 3% nas taxas de mortalidade cardiovascular. Entretanto, se exercitar ao ponto de gerar alterações benéficas do HDL-c, ainda é desafiador, pois as evidências são conflitantes, antigas e com baixa qualidade metodológica. Objetivo: avaliar as evidências do exercício físico sobre os níveis de HDL-colesterol. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de meta-análises, de artigos indexados ao PUBMED/MEDLINE, SciELO e LILACS . Utilizou-se os termos "Lipoproteins”, "Lipoproteins, “HDL", "Cholesterol, HDL”, "Exercise" e"Resistance Training”. Avaliou-se a qualidade metodológica dos estudos através da lista de verificação AMSTAR. Critérios de inclusão: meta-análises, publicadas até 22 de janeiro de 2015, com o exercício físico como forma de intervenção e com desfecho no HDL-c. Critérios de Exclusão: Não citação/correção de efeitos de confusão (uso de medicações, álcool, drogas), não avaliação do HDL-c como desfecho primário, ou com associação dieta/outras intervenções. Resultados: A pesquisa totalizou em 209 artigos, 15 foram incluídos através da leitura dos títulos, e destes, 05 preencheram os critérios de exclusão. Ao final 10 estudos foram incluídos. Treinamento Aeróbio: Oito estudos avaliados. Quatro foram significantes para aumento de HDL-c. Destes, a menor duração em semanas foi 21.8 ± 19.5, e a maior 35.3 ± 31.8; a menor frequência: 3.5 ± 1.0 e a maior 4.0 ± 1.1; a menor intensidade/VO2máx: 64,8% e a maior 69.2 ± 10.1; a menor duração da sessão em minutos: 36.3 ± 13.2 e a maior 42.4 ± 12.1; a menor porcentagem de sessões atendidas: 60% e a maior 86.1 ± 13.5. Houve associação positiva entre VO2máx e HDL-C. Quatro estudos não foram significantes, sendo a menor duração em semanas: 10.7 ± 3.2, e a maior: 23.19 ± 17.7; a menor frequência: 3.7 ± 0.8 e a maior 4.75 ± 2.5; a menor intensidade/% Vo2max: 64.2 ± 9.4 e a maior 74.7 ± 11.8; a menor duração em minutos: 35.0 ± 12.5 e a maior 47,1 ± 14,4. Treinamento Resistido: três estudos avaliados e nenhum foi significante. Treinamento combinado (aeróbio + resistido): Um único estudo observou aumento nos níveis de HDL-c (diferença de média (IC 95%):0,08 (95% CI, 0,05-0,12 mmol / L)). Conclusões: Os resultados sugerem que não é possível concluir que o treinamento aeróbio, resistido ou combinado, proporcionem aumentos estatisticamente significantes sobre os níveis de HDL-c. Isso confirma a literatura conflitante a respeito do tema e limita sua prescrição como terapia eficiente para aumento de HDL-c.

Palavras-chave: Lipoproteínas. Colesterol HDL. Exercício. Treino de Resistência.

TEMA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA MENSURADA PELO QUESTIONÁRIO DE VIAS AÉREAS 20 (AQ20) EM PACIENTES INTERNADOS. ALUNO: MARCUS VINICIUS ASSIS DA SILVA ORIENTADOR: PROF. DR. AQUILES ASSUNÇÃO CAMELIER

RESUMO

Introdução: A qualidade de vida é um dos temas mais comentados e discutidos em fóruns,

debates ou congressos, seja entre profissionais da área de saúde ou não. Sendo definida como

sensação íntima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas,

intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da

comunidade à qual pertence. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo geral comparar o

escore do Questionário de Vias Aéreas 20 (AQ20) com o tempo de hospitalização dos pacientes,

tendo como base um hospital especializado em Salvador-BA. Metodologia: Trata-se de um

estudo do tipo descritivo com dados primários, realizado em enfermarias clínicas. Serão

estudados os pacientes internados por motivos de agudização de doença clínica, com idade maior

ou igual a 18 anos, após realização de entrevista e preenchimento concomitante de ficha

padronizada denominada de Questionário de Vias Aéreas 20. Resultados: Foram abordados 121

pacientes internados, sendo que 102 pacientes aceitaram responder os questionários. Foi

evidenciado escores médios do AQ20(%) de 45,78. Pacientes com escore do AQ20 < 49,9% e

AQ20 >= 50% permaneceram em média, respectivamente, 45,73 e 43,57 dias internados.

Encontrou-se escore médio de 42,75 no questionário AQ20 para pacientes que obtiveram alta

hospitalar e escore 59,29 para aqueles que evoluíram a óbito. Conclusão: Houve associação

estatisticamente significante entre a pontuação do AQ20 com o estado vital do paciente, porém

não foi encontrada esta associação entre escore do AQ20 com o tempo de hospitalização dos

pacientes e pontuação do KANBAN.

Palavras-chave: Qualidade de vida, AQ20, KANBAN, mortalidade.

TEMA: PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DA SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO

EM MULHERES COM OBESIDADE ASSISTIDAS POR AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA DO

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). ALUNO: LUIS FELIPE IVANOFF DE MENEZES ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARIA DE LOURDES LIMA

RESUMO

Introdução: A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é caracterizada pela interrupção parcial ou completa da respiração durante o sono. É mais prevalente na população obesa (destacando-se o padrão de obesidade central) e seu principal sintoma consiste na presença de sonolência diurna. Apesar da baixa taxa de mortalidade, apresenta grande morbidade, o que resulta na piora da qualidade de vida desses pacientes e um elevado gasto para a saúde pública. Há também estudos que mostram a relação da SAOS com doenças cardiometabólicas, tais como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Síndrome Metabólica (SM), Diabetes, complicações cardiovasculares e doenças reumatológicas. Objetivos: Avaliar a prevalência de sintomas de SAOS em mulheres com obesidade acompanhadas em ambulatório do especializado do Sistema Único de Saúde (SUS), comparando o perfil clínico e metabólico, incluindo a presença de HAS e SM, de mulheres obesas com e sem sintomas de apneia do sono. Metodologia: estudo transversal, no qual foram incluídas mulheres maiores de 18 anos de idade com índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 30 Kg/m2. As medidas antropométricas obtidas foram: peso, altura, IMC, medida da circunferência abdominal, quadril e circunferência do pescoço. A presença de HAS e/ou SM foi obtida através da análise dos prontuários dos pacientes participantes do estudo. A verificação da presença de sintoma da SAOS foi avaliada pela Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e pelo Questionário de Berlim (QB). Três grupos foram categorizados para os sintomas de SAOS: nenhum questionário alterado (Grupo 1), um questionário alterado (Grupo 2) e ambos os questionários alterados (Grupo 3). Resultados: A casuística foi composta por 84 mulheres, com média de idade de 49,40±13,73 anos, o IMC de 37,54±5,47 kg/m2, a Relação Cintura/Quadril de 0,86±0,07 e a Circunferência Cervical de 36,46±3,49 cm. Foi observado que 33 pacientes (39,28%) apresentaram sintomas de distúrbio do sono pela ESE, enquanto o QB evidenciou que 62 pacientes (73,81%) apresentaram alto risco para SAOS. Ao avaliar a relação entre os questionários, foi constatado que a média da Relação Cintura/Quadril foi menor entre as mulheres do Grupo 1 em comparação com os demais (p=0,003). Foi notado que a prevalência de sintomas de SAOS não se altera a medida que o IMC, circunferência abdominal e circunferência cervical aumentam; também não foi encontrada diferença na prevalência de HAS e SM entre os grupos com os questionários alterados e os que não apresentaram alteração. Conclusão: Prevalência elevada de sintomas de SAOS foi encontrada nas pacientes obesas avaliadas, especialmente quando aplicado QB, achado concordante com a literatura. Foi encontrada relação entre a alteração em ambos os questionários e maiores valores da da relação cintura/quadril. Não foi encontrada relação entre as demais variáveis com a presença de alteração nos questionários.

Palavras-chave: Apneia obstrutiva do sono; Questionários; Obesidade; Mulheres.

TEMA: BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA NA INTERAÇÃO SOCIAL DE AUTISTAS. ALUNO: FILIPE BRITO PORTO ORIENTADORA: DRA. MILENA PEREIRA PONDÉ CO-ORIENTADORA: MARIANA CARIBÉ

RESUMO

Introdução: O transtorno do espectro autista é um distúrbio do desenvolvimento neurológico,

associado a uma tríade de alterações na comunicação, interação social e comportamento

repetitivo, cuja incidência vem aumento nos últimos anos. A musicoterapia é uma terapia

alternativa bastante estudada e optada no tratamento do autismo, aplicada de maneiras

diversas no TEA. Objetivo: O objetivo deste estudo é revisar sistematicamente o efeito da

musicoterapia em pessoas com TEA. Métodos: Foi realizada revisão sistemática, realizada

através de trabalhos entre 1995 e 2014, nas bases de dados PubMed Central, PubMed Gov,

Bireme e Scielo, com as palavras-chave Autism AND Music Therapy. Resultados: Foram

encontrados 33 trabalhos, dos quais 22 foram excluídos e 11 selecionados para avaliação

metodológica, resultando em 5 artigos selecionados. Melhora significativa foi evidenciada em

todos os estudos, indicando melhora da interação social e contato visual. Discussão: Os

resultados sugerem efeito benéfico da musicoterapia e superioridade em relação às

intervenções estudadas. Estudos com amostras maiores e instrumentos de avaliação

padronizados são necessários para gerar evidências mais sólidas.

Palavras-chave: Musicoterapia; Autismo; Revisão sistemática.

TEMA: MENSURAÇÃO DA DISPNÉIA PELO ÍNDICE MRC EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL ESPECIALIZADO OCTÁVIO MANGABEIRA SALVADOR, BAHIA. ALUNO: MARCOS VINÍCIUS TONHÁ RODRIGUES ORIENTADOR: PROF. DR. AQUILES ASSUNÇÃO CAMELIER

RESUMO

A dispneia é um sintoma bastante comum em unidades de urgência e emergência e é causa de

um grande número de internações hospitalares em unidades públicas. A avaliação da dispneia

quanto a sua gravidade e suas características a partir do questionário MRC se constitui em uma

ferramenta importante para a realização do diagnóstico precoce. Dessa forma, é possível instituir

precocemente o tratamento para promover a redução do tempo de internamento hospitalar e uma

melhoria da qualidade de vida dos pacientes. OBJETIVOS: Comparar a intensidade da dispneia

avaliada pelo Índice de Dispneia do MRC de acordo com a média do tempo de internamento dos

pacientes internados no Hospital Especializado Octávio Mangabeira(HEOM). METODOLOGIA: O

estudo adotará uma metodologia descritiva, com dados primários que será aplicado em pacientes

internados nas enfermarias do HEOM a partir da aplicação do questionário MRC. Para a análise

estatística do estudo, serão usadas variáveis que incluem a pontuação do questionário MRC,

pontuação Kanban e e outras varíaveis clínicas e sóciodemográficas. Antes de ser aplicado, o

estudo passou pela aprovação do Comitê de ética em pesquisa(CEP) da EBMSP.

RESULTADOS: A amostra deste estudo incluiu 102 pacientes com média de idade de 49,1 anos

e predominando o sexo masculino. Destes, 86,3% apresentaram um tempo de internamento

acima de 15 dias com uma média de 44,86% dias, 14,7% evoluiram para óbito e 23,5%

apresentaram uma pontuação 4 na escala MRC com uma média geral de 1,9. No que se refere à

prevalência das doenças que motivaram a internação hospitalar, a tuberculose, o derrame pleural

e a neoplasia pulmonar foram as que mais incidiram na amostra deste estudo. CONCLUSÕES:

Os pacientes que apresentaram pontuação MRC mais alta permaneceram menos tempo

internados na unidade hospitalar. A pontuação MRC dos pacientes não internados nas alas de

tuberculose era, em média, mais elevada para os pacientes que evoluíram para óbito. A escala

MRC é valida para a avaliação prognóstica e funcional de pacientes que não estão submetidos ao

tratamento da tuberculose.

TEMA: AVALIAÇÃO DA MORTALIDADE ESPERADA EM 10 ANOS E DA FREQUÊNCIA DE COMORBIDADES MENSURADAS PELO ÍNDICE DE CHARLSON EM PACIENTES INTERNADOS. ALUNO: LUCAS PASSOS GOMES ORIENTADOR: PROF. DR. AQUILES ASSUNÇÃO CAMELIER

RESUMO

As comorbidades são descritas como a existência de uma doença adicional ou coexistente a uma patologia diagnosticada capaz de afetar a atividade e a sobrevida dos indivíduos. A avaliação das comorbidades existentes pode ser utilizada como um indicador de prognóstico para o tempo de internação, fatores de custo, e resultado ou sobrevivência do paciente. A maneira como é avaliada a existência de comorbidades nos pacientes varia muito em cada serviço, sempre buscando o número de comorbidades existentes e a sua correlação com a doença atual e a sua relação com a mortalidade. OBJETIVO: Avaliar a correlação da pontuação do Índice de Comorbidades do Charlson e tempo de sobrevida estimado dos pacientes internados e avaliar a correlação da pontuação do Índice de Comorbidades do Charlson (ICC) com a mortalidade, tempo de internamento hospitalar e pontuação Kanban. METODOLOGIA: O estudo faz parte de um projeto principal intitulado “Características clínicas e sócio-demográficas de pacientes internados no Hospital especializado Octávio Mangabeira, Salvador, Bahia: Uma coorte prospectiva”, com dados colhidos entre agosto a dezembro de 2014. Os pacientes incluídos na coorte serão seguidos desde a data de internamento nas enfermarias clínicas dos hospitais envolvidos até a alta hospitalar ou óbito. RESULTADOS: Entre os 102 pacientes, 78,4% (84/102) tiveram alta hospitalar, 6,9% (7/102) foram a óbito e 14,7% (15/102) permaneceram internados ao fim desta análise. Dos 102 pacientes 72,5% (74/102) são do sexo masculino, e 27,5% (28/102) do sexo feminino. A idade variou de 19 a 79 anos com média de 49,1 (±14,8) anos. O tempo de internamento hospitalar médio dos pacientes foi de 44,86 dias, sendo que apenas 2% (2\102) dos pacientes ficaram internados por menos de 7 dias 12 (11,8%) ficaram internados por até 15 dias e 88 pacientes (86,3%) ficaram em internamento por mais de 15 dias. A média da pontuação do Charlson foi de 2,68 (±2,68). Os pacientes que tiveram alta hospitalar apresentaram escore médio no Charlson de 2,78 e os que foram a óbito o escore médio foi de 3,00. Observou-se que 14 (13,7%) pacientes ficaram internados até 15 dias de internamento e tiveram um ICC médio de 1,43 e 88 pacientes ficaram internados por mais de 15 dias e obtiveram um ICC médio de 2,88. As patologias mais frequentes foram Tuberculose pulmonar (31 casos), o Derrame pleural (13 casos), a Neoplasia pulmonar (9 casos), a Pneumonia por microrganismo não especificados (8 casos), a Doença pulmonar obstrutiva crônica (6 casos) e a Insuficiência cardíaca (3 casos). CONCLUSÃO: A correlação do ICC com o tempo de internamento resultou em um valor estatisticamente significante e não foi encontrado valor significativo para a relação do ICC com a mortalidade dos pacientes internados. Palavras-chave: Comorbidade. Índice de Comorbidades de Charlson. Mortalidade.

TEMA: PREVENÇÃO DA PEREGRINAÇÃO ANTEPARTO: O EFEITO DO PRÉ-NATAL. ALUNA: MARIA TEREZA KARAOGLAN MENDES BORGES LIMA ORIENTADOR: PROF. DR. BRUNO GIL DE CARVALHO LIMA CO-ORIENTADORA: PROFA. CLÁUDIA MARGARET SMITH

RESUMO

Objetivo: O objetivo primário deste trabalho foi verificar a efetividade do encaminhamento das gestantes à maternidade pelo serviço de pré-natal na redução da peregrinação anteparto. Secundariamente, averiguar a efetividade da Rede Cegonha nesta atenuação, identificar possíveis fatores de risco para a peregrinação anteparto e verificar se esta peregrinação é um fator de risco para realização de cesariana. Métodos: Trata-se de um estudo de secção transversal, que utilizou dados da pesquisa “Vinculação à Assistência Pré-Natal em uma Maternidade Pública em Salvador- BA”.Foram analisadas 1.087das 1. 100 entrevistadas, sendo a amostra composta por puérperas que pariram com 36 semanas ou mais de gestação, internadas entre dezembro de 2013 e maio de 2014 nas enfermarias da Maternidade Climério de Oliveira (MCO), unidade de atendimento exclusivo à rede SUS, localizada em Salvador- BA.Além das entrevistas, foram coletados dados dos cartões de pré-natal e dos prontuários da paciente e do respectivo recém-nascido, na busca de dados sócio-demográficos da mãe, antecedentes obstétricos, dados do pré-natal, do internamento, do parto e das condições do concepto. A análise foi feita utilizando oSPSS 2012,versão 21.0. Este estudo seguiu a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da MCO. Resultados: Das 1087 pacientes entrevistadas, apenas 572 (52,62%) foram encaminhadas para a maternidade pelo serviço de pré-natal. A prevalência de peregrinação do total de puérperas foi de 26,13% ( n=284). Houve 43% maior chance de peregrinação para o as pacientes que não tiveram encaminhamento (RP= 1,43 [1,17; 1,75], p <0,001). Constatou-se que aquelas que realizaram pré-natal nos Distritos Sanitários dos quais a MCO não é maternidade-referência apresentaram aproximadamente 3,5 mais chance de peregrinar (RP=3,51; IC [2,618;4,504], p<0,001).Houve 45% maior chance de peregrinação para as pacientes que não realizaram pré-natal ou não o fizeram até o fim da gestação (RP = 1,45 [1,19;1,78] ). A renda própria foi a única variável socioeconômica e demográfica que apresentou associação estatisticamente significante com a busca de mais de uma maternidade no momento do parto. Não houve diferença estatisticamente significante em relação à via de parto entre as pacientes que peregrinaram e aquelas que foram atendidas na primeira maternidade buscada (RP= 1,07 [0,93; 1,23] ). Conclusões: Identificou-seque o encaminhamento da gestante pelo serviço de Pré-natal diminuiu a prevalência de peregrinação anteparto, com 43% a mais de chance de peregrinação para as pacientes que não foram encaminhadas.A Rede Cegonha pareceu ter efeito positivo na redução da peregrinação anteparto e verificou-se que a renda própria foi a única variável socioeconômica e demográfica que apresentou associação estatisticamente significante com a busca de mais de uma maternidade no momento do parto. A não realização do Pré-natal ou a realização incompleta deste aumentou as chances de peregrinação e não encontrou-se significância estatística entre o profissional assistente do Pré-natal e a busca de um ou mais serviços de saúde no momento da parturição. Por fim, a peregrinação anteparto não foi um fator de risco para realização de cesariana. Palavras –chaves: Cuidado pré-natal. Peregrinação. Assistência ao parto. Serviços de saúde. Maternidadepública.

TEMA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA MENSURADA PELO QUESTIONÁRIO SF-36 EM PACIENTES INTERNADOS, UM ESTUDO DESCRITIVO. ALUNO: THIAGO TINÔCO LEITE ORIENTADOR: PROF. DR. AQUILES ASSUNÇÃO CAMELIER

RESUMO

A qualidade de vida é definida como a ‘auto percepção’ do indivíduo em sua posição na vida,

relacionada principalmente ao conjunto de valores nos quais ele vive e tem como padrão. Sua

mensuração permite a avaliação mais objetiva e clara do impacto global das doenças crônicas

na vida dos pacientes, em especial nos casos de pacientes que ficam por longos períodos

internados. OBJETIVOS: Avaliar a Qualidade de Vida referida dos pacientes internados em um

hospital especializado e estudar a comparação da pontuação do SF-36 com a mortalidade,

tempo de internamento hospitalar, pontuação Kanban e sexo. METODOLOGIA: Foi realizado

um estudo do tipo descritivo com dados primários, colhidos entre agosto a dezembro de 2014.

Os dados foram coletados por meio de aplicação do Questionário de Qualidade de Vida Short

Form 36 (SF 36) pelos alunos do curso de medicina da EBMSP, supervisionados pelos

médicos e docentes da mesma instituição. As fichas e questionários foram preenchidas por

intermédio de entrevista direta com o paciente, ou com o principal familiar responsável e por

meio de consulta ao seu prontuário. RESULTADOS: Foram entrevistados 102 pacientes no

período de agosto de 2014 e outubro de 2014. A maior parte era composta por homens 74

(72,5%). Oitenta e oito pacientes (86,3%) enquadravam-se no grupo de Kanban III. Foi

observado uma redução na maioria dos domínios, com média inferior a 60 em seis dos oito

domínios do questionário. Verificou-se que pacientes com menor tempo de internamento

(Kanban I e II) relatavam possuir qualidade de vida superior em todos os aspectos mensurados

pelo Questionário Genérico SF-36. CONCLUSÃO: A qualidade de vida mensurada pelo SF-36

esteve diminuída nos pacientes internados nos HEOM. O maior tempo de internamento esteve

associado a uma pior qualidade de vida nos Domínios Vitalidade e Aspectos Sociais. Não

foram observadas associações entre Qualidade de Vida e Sexo e Qualidade de Vida e

Desfecho Clínico.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. Mortalidade. Doenças Respiratórias.

TEMA: ANÁLISE DE INTERAÇÃO DE IDADE, SEXO FEMININO E DIABETES COM O VALOR PREDITOR DAS CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA AGUDA QUANTO À PRESENÇA DE DOENÇA CORONÁRIA OBSTRUTIVA. ALUNA: FERNANDA OLIVEIRA DE ANDRADE LOPES ORIENTADOR: PROF. DR. LUIS CLÁUDIO LEMOS CORREIA

RESUMO

Fundamento: É prevalente a crença de que idosos, mulheres e diabéticos apresentam

sintomatologia mais comumente atípica durante síndromes coronarianas agudas. Objetivo:

Testar a hipótese de que idade, sexo feminino e presença de diabetes modificam o valor

preditor das características da dor torácica aguda quanto à presença de doença coronária

(DAC) obstrutiva. Métodos: Pacientes consecutivamente admitidos na Unidade de Dor

Torácica do Hospital São Rafael foram submetidos a entrevista parametrizada, sendo

registradas 14 características da dor. O diagnóstico de DAC obstrutiva foi dado por estenose ≥

70% na angiografia, enquanto a ausência desta condição foi definida pela angiografia ou

exame funcional negativo. Foi avaliada interação (efeito modificador) da idade, sexo feminino e

diabetes com cada característica da dor, sendo utilizado ajuste de Bonferroni para múltiplas

comparações. Resultados: Foram estudados 370 pacientes, 60 ± 16 anos, 43% do sexo

feminino, 31% diabéticos, 62% idosos. DAC obstrutiva foi identificada em 176 pacientes,

determinando prevalência de 48%. Das 14 características da dor, apenas duas (irradiação para

pescoço e sensível à movimentação do braço) apresentaram interação com idade na predição

de DAC obstrutiva. Após ajuste para múltiplas comparações, ambas perderam significância

estatística (P = 0,06 e P = 0,06; respectivamente). Da mesma forma, duas características

apresentaram na interação com sexo feminino (irradiação para membro superior esquerdo e

sensível à posição), porém não significativas após ajuste (P = 0,09 e P = 0,12;

respectivamente). Quanto à presença de diabetes, não houve interação com qualquer das 14

características clínicas. O modelo multivariado final, com três preditores independentes

(melhora com nitrato, pleurítica, mudança com compressão), não apresentou interação com

idade (P = 0,85), sexo (P = 0,11) ou diabetes (P = 0,92). Conclusão: Idade, sexo feminino e

diabetes não interferem no valor preditor das características da dor torácica aguda quanto à

presença de DAC obstrutiva. Sendo assim, não devemos esperar que idosos, mulheres ou

diabéticos apresentem manifestações mais atípicas do que a população geral.

Palavras-chave: Dor torácica. Síndrome coronariana aguda. Sexo feminino. Idade. Diabetes.

TEMA: MORTALIDADE E ASPECTOS RELACIONADOS AO GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE. ALUNA: MAIANA HAMDAN MELO COELHO ORIENTADOR: PROF. DR. EDSON LUIZ PASCHOALIN CO-ORIENTADOR: DR. RAPHAEL PEREIRA PASCHOALIN

RESUMO

Introdução: Estudos apontam que o Ganho de Peso Interdialítico (GPID) de pacientes em

hemodiálise (HD) pode sofrer influência de vários aspectos e que o GPID excessivo afeta

negativamente a Pressão Arterial (PA) associando-se à mortalidade. Objetivo: Analisar a

relação entre os fatores clínicos, demográficos e nutricionais relacionados ao GPID e sua

correlação com a mortalidade nos pacientes em HD. Métodos: Estudo transversal

retrospectivo com 114 pacientes que foram à óbito e estavam em HD há três meses ou mais.

GPID excessivo foi considerado para valores ≥ 5.7% do peso seco. A curva de regressão linear

foi realizada na correlação GPID e tempo, até o óbito. Os testes Qui-quadrado, de Pearson e T

de Student foram utilizados na comparação entre o GPID excessivo e as variáveis clínicas e

sócio-demográficas. Resultados: A média de idade foi 57.94±14,34 anos, 59.6% do gênero

masculino, 51.8% etilista, 40.4% tabagista, 91.2% Hipertensos, 39.5% Diabéticos, 23.7% com

Insuficiência Cardíaca (IC), 20% com Acidente Vascular Encefálico (AVE) prévio, PAPré-Diálise

teve valores médios de 140±14 / 81±6 mmHg. Houve correlação entre um padrão crescente de

GPID com tempo, até o óbito (R2 = 0.94; β = 0.87; p= 0.001). A frequência do GPID excessivo

foi: 29.1% em pacientes idosos, 41.3% no sexo feminino, 34.8% em tabagistas, 54.4% em

etilistas, 45.5% em desnutridos, 34.6% em hipertensos, 35.6% em diabéticos, 51.9% em

portadores IC (p= 0.019), 60.0% em pacientes com AVE prévio (p=0.005), 31.5% e 33.3% em

portadores de PA sistólica e/ou diastólica elevadas. Os fatores associados ao GPID excessivo

foram: presença de IC e AVE prévio. Conclusões: GPID se relacionou com a mortalidade e

variáveis patológicas foram associadas com seus valores excessivos. Além disso, valores de

PA e outros aspectos clínicos, demográficos e nutricionais não se mostraram estatisticamente

significantes quando associados ao GPID excessivo.

Palavras-chave: 1. Hemodiálise. 2. Doença Renal Crônica. 3. Ganho de Peso Interdialítico. 4. Pressão Arterial.

TEMA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR AIDS NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NO ESTADO DA BAHIA. ALUNA: MARIANE STAGI ALMADA ORIENTADORA: PROFA. CIBELE DOURADO

RESUMO

Introdução: A descoberta da doença síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) em 1981 foi um marco na história da humanidade, por se tratar de uma epidemia mundial. Assim que foi descoberta, já ficou evidente o quão grave era o comprometimento imunológico do paciente, sendo naquela época, diagnosticado após já estar com uma doença oportunista. Dispomos hoje da terapia anti-retroviral, que vem sendo utilizada desde 1987, e desde então, grandes avanços foram obtidos com relação a morbi-mortalidade da doença. Apesar disso, muitos pacientes não aderem ao tratamento de forma correta e muitos cidadãos não se previnem de maneira adequada. Objetivo: Analisar as características biológicas e demográficas dos pacientes que foram a óbito por Aids nos últimos 5 anos no estado da Bahia. Métodos: Estudo descritivo, a partir de uma fonte de dados secundária – Departamento de Informática do Sistema Único de Sáude (DATASUS). O local de estudo foi o estado da Bahia e o período foi compreendido entre os anos de 2008 e 2012. Foram incluídos no estudo todos os pacientes cuja causa básica diagnóstica é o grupo CID-10 (Doença pelo vírus da imunodeficiência humana), na faixa etária de 0-80 anos. As variáveis foram analisadas através da sua distribuição percentual, e os resultados foram apresentados sob a forma de gráficos e tabelas, através do programa Excel. Resultados: Foram identificados 2905 óbitos no período do estudo, sendo 64% do sexo masculino e 36% do sexo feminino. 6,6% dos óbitos ocorreram nos menores de 1 ano, 2,8% entre 1 a 19 anos, 46% de 20 a 39 anos, 38,7% entre 40 a 59 anos, 5,2% entre 60 e 79 anos e 0,3% na idade de 80 anos e mais. Teve-se que 52% da população era parda, 20% preta e 13% era branca. 61% dos óbitos ocorreram na região leste, 10% na região sul, 8% no extremo sul, 7% no centro-leste, 5% no norte, 4% no sudoeste, 2% no oeste, 1% no nordeste e 1% no centro-norte. Com relação ao estado civil, 50% eram solteiros, 12% casados, 3% viúvos, 2% separado legal e 2% outros. Conclusão: Vemos que apesar da grande quantidade de informação sobre a Aids, e do avanço médico com relação a essa doença, muitos pacientes ainda morrem no estado da Bahia por essa causa, principalmente adultos jovens, sexual e economicamente ativos. Medidas de prevenção devem ser constituídas, visando a não contaminação da faixa etária mais acometida.

Palavras-chave: HIV/Aids. Mortalidade. Epidemiologia.

TEMA: DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS NO ESTADO DA BAHIA. ALUNA: DANIELLA MARTINELLI ORIENTADORA: LIANNA GABRIELA GONÇALVES DANTAS

RESUMO

Introdução: Dentre as complicações crônicas microvasculares da DM, está a Nefropatia Diabética (ND), que corresponde a principal causa de Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) nos países industrializados. A ND é secundária a prolongada alteração metabólica do DM, sendo a hiperglicemia necessária para a expressão desta desordem, porém importantes fatores moduladores interferem para a progressão da doença. A fisiopatologia da ND é multifatorial, tendo como principais fatores de risco: suscetibilidade genética, sexo, idade, pressão arterial, descontrole da glicemia, dislipidemia, tabagismo, taxa de excreção de albumina, taxa de filtração glomerular , raça e obesidade. Objetivo: Analisar a prevalência da nefropatia diabética, suas características biológicas e demográficos e seus fatores de risco em pacientes diabéticos acompanhados pelo Hiperdia no Estado da Bahia entre 2008 e 2012. Métodos: Estudo descritivo utilizando dados secundários do programa Hiperdia (Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos) obtidos do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde). O local do estudo foi o estado da Bahia e o período foi compreendido entre os anos 2008 e 2012. A população do estudo foi composta de pacientes diabéticos cadastrados no Hiperdia. As variáveis categóricas foram descritas por número absoluto e percentagem válida. As prevalências encontradas foram descritas com os respectivos intervalos de confiança, calculados com o programa WinPepi (versão 11.43). A análise bivariada foi realizada utilizando o teste qui-quadrado com o programa estatístico SPPS versão 17.0. Os resultados serão apresentados sob a forma de tabelas através do programa Numbers® da Apple para iOS. Resultados: Foram avaliados 109.498 pacientes dos quais 3.369 apresentavam também doença renal. A prevalência de Doença Renal Crônica (DRC) foi de 1,72%, 1,36% e 3,45% nos pacientes com DM tipo 1, DM tipo 2 e DM associada com HAS, respectivamente. O sexo feminino constituiu a maioria da amostra independentemente do tipo de DM. A faixa etária com maior número de ND foi dos 50-64 anos, enquanto que a menor prevalência encontrada foi em menores de 20 anos. O fator de risco mais prevalente foi o sedentarismo e o menos prevalente foi o tabagismo. Dentre as macrorregiões, a região Leste foi a que apresentou maior número da doença, enquanto a região Nordeste teve a menor quantidade. Tabagismo, sobrepeso e sedentarismo foram associados a maior chance de DRC com nível de significância. Conclusão: No programa Hiperdia durante o período de 2008-2012, a maioria dos pacientes com DM e ND tinha HAS associada. A faixa etária com maior prevalência de ND foi entre 50-64 anos em todos os grupos da amostra. Tabagismo, sedentarismo e sobrepeso foram significativamente mais prevalentes nos pacientes com DM e DRC associada do que nos pacientes sem complicação renal. A macrorregião Leste foi a que apresentou maior número de pacientes com ND, enquanto a Nordeste apresentou o menor número.

Palavras-chave: Diabetes Melittus. Insuficiência Renal Crônica. Epidemiologia. Fatores de Risco.

TEMA: PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA REFRATÁRIA NO SERVIÇO DE EPILEPSIA DA ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAUDE PÚBLICA (EBMSP). ALUNA: RAQUEL NASCIMENTO LOPES ORIENTADOR: HUMBERTO DE CASTRO LIMA FILHO

RESUMO

INTRODUÇÃO: A epilepsia é uma doença crônica caracterizada por predisposição persistente

do cérebro em gerar crises epilépticas. A persistência de crises epilépticas, mesmo após a

utilização de 2 esquemas terapêuticos em doses corretas e bem tolerados, define uma

epilepsia como sendo fármaco-resistente ou refratária. Estes pacientes precisam ser avaliados

em serviços especializados em cirurgia de epilepsia. OBJETIVOS: 1) Determinar a prevalência

de epilepsia refratária no Serviço de Epilepsia da EBMSP. 2) Verificar o perfil dos pacientes

estudados referente à idade do surgimento das crises epilépticas. 3) Identificar a etiologia mais

frequente nesses pacientes. 4) Avaliar a frequência de epilepsia fármaco- resistente em

pacientes que possuem diagnóstico de Esclerose Mesial Temporal (EMT). 5) Verificar

prevalência de indicações a Tratamento Fora de Domicílio (TFD) entre os pacientes com

epilepsia refratária. 6) Determinar tempo médio entre a solicitação para realização do TFD e a

realização do procedimento cirúrgico em questão. METODOLOGIA: Trata-se de estudo

longitudinal retrospectivo. Os dados são originários das informações contidas nos prontuários

de pacientes que se encontram em seguimento no Serviço de Epilepsia da EBMSP. Foram

estudados 106 pacientes matriculados no ambulatório até dezembro de 2014. RESULTADOS:

Dentre os 106 pacientes com epilepsia, 32 foram diagnosticados com epilepsia refratária,

representando 30,18% dos pacientes em seguimento no serviço. A idade média do início das

crises foi significativamente menor em pacientes com epilepsia refratária, quando comparada a

pacientes sem esse diagnóstico. Em 52% dos pacientes, a etiologia foi classificada como

desconhecida. Observou-se que o diagnóstico de EMT configura fator de risco importante para

o desenvolvimento de epilepsia fármaco-resistente. Dos 32 pacientes com epilepsia refratária,

em 43,7% foi indicada a realização de avaliação de cirurgia de epilepsia. O tempo médio de

espera entre a solicitação do tratamento e a realização do procedimento cirúrgico foi de 15,5

meses. CONCLUSÃO: O resultado encontrado é compatível com os dados de prevalência de

epilepsia refratária mundialmente e evidencia a importância da existência de serviços que

realizem avaliação e procedimentos cirúrgicos para o correto tratamento da Epilepsia refratária.

O estado da Bahia não dispõe, atualmente, desse tipo de serviços. Tal situação traz como

consequência a necessidade de encaminhamento dos pacientes candidatos à avaliação

cirúrgica para fora do estado, aumentando significativamente o tempo e provavelmente os

gastos nesta etapa do tratamento.

Palavras-chave: Epilepsia. Epilepsia refratária. Cirurgia epilepsia. Tratamento epilepsia.

Prevalência epilepsia.

TEMA: OSTEONECROSE DOS MAXILARES INDUZIDA POR BISFOSFONATOS: REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: MATEUS FAGUNDES GÓES ORIENTADORA: PROFA. DRA. LILIANE ELZE FALCÃO LINS KUSTERER

RESUMO

Os bisfosfonatos têm sido amplamente utilizados para o tratamento e prevenção de doenças

associadas à excessiva reabsorção óssea. A osteonecrose em maxilares induzida por

bisfosfonatos (ONMB) é uma das complicações do uso deste medicamento, descrita em 2007.

Contudo, não há estudos que foram prospectivamente desenhados ou tinham evidências o

suficiente para medir o risco de ONMB como desfecho primário. O presente trabalho objetivou

verificar, na literatura, as evidências científicas que abordam uma possível relação entre o uso

intravenoso de bisfosfonatos e osteonecrose maxilar, bem como os prováveis fatores

influenciadores envolvidos na gênese desta complicação. A busca foi realizada nas bases de

dados PubMed, Cochrane Library, SciELO e LILACS. Dos 1717 artigos encontrados, foram

selecionados apenas 11 ensaios clínicos randomizados de boa ou moderada qualidade

metodológica, de acordo com a escala JADAD. A incidência de ONMB foi maior nos estudos

que tiveram menor intervalo entre as medicações, exposição ao fármaco por um período mais

prolongado e em portadores de mieloma múltiplo. Os principais fatores de risco envolvidos na

gênese da osteonecrose parecem ser o uso de ácido zoledrônico nas doses de 4-5mg,

intervalo entre as medicações de 3-4 semanas, pacientes portadores de neoplasias e

manipulações e/ou infecções da cavidade oral.

Palavras-chave: Bisfosfonatos. Osteonecrose. Osteonecrose da arcada osseodentária associada a bisfosfonatos. Ácido zoledrônico.

TEMA: FATORES RELACIONADOS À REDUÇÃO DA LETALIDADE DA LEPTOSPIROSE EM HOSPITAL REFERÊNCIA PARA DOENÇAS INFECCIOSAS DE SALVADOR-BA. ALUNA: PAULA SOUZA REIS ORIENTADORA: DRA. ANA VERÔNICA MASCARENHAS BATISTA CO-ORIENTADORA: PROFA. DRA. REGINA MARIA BRASIL SANTOS

RESUMO

A leptospirose é uma zoonose endêmica de importância mundial associada a alta

morbimortalidade. O Hospital Couto Maia, referência para doenças infecciosas no estado da

Bahia, interna a grande maioria dos pacientes que adquirem a doença. Em 2008, foram

implementadas algumas mudanças na assistência a esses pacientes, após o que, vem se

observando queda nas taxas de letalidade. Objetivos: analisar fatores envolvidos na redução

da letalidade de indivíduos com leptospirose internados em um hospital de referência para

doenças infectocontagiosas na Bahia e descrever o perfil clínico e epidemiológico dessa

população. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal de coorte retrospectiva no qual

foram analisados 50 pacientes internados com leptospirose no Hospital Couto Maia de janeiro a

dezembro de 2012. Os dados foram obtidos através de pesquisa com prontuários médicos.

Resultados: Verificou-se que 47 pacientes (94,0%) receberam alta e 3 (6,0%) foram a óbito,

dentre os quais, 2 (66,6%) secundários à Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e 1 (33,3%)

secundário à Insuficiência Renal Aguda (IRA). Encontrou-se um predomínio de indivíduos do

sexo masculino, os quais representaram 88,0% da amostra estudada, e 44 pacientes (88,0%)

eram procedentes da Grande Salvador. A idade média foi de 36,46 ± 15,01 anos e o tempo

médio de doença foi de 6,08 ± 3,01 dias. Houve alta incidência das manifestações clássicas de

leptospirose, como febre (98,0%), cefaleia (86,0%), icterícia (76,0%) vômitos (64,0%), e dor na

panturrilha (64,0%). Conclusões: A IRpA foi associada a maior letalidade e considerada como

provável fator prognóstico. Níveis elevados de leucócitos e a baixa contagem de plaquetas

também foram associados ao óbito. A presença de IRA, a assistência dos pacientes fora da

UTI e a elevação dos níveis de ureia, creatinina, potássio e aminotransferases foram

frequentes entre os pacientes que evoluíram para óbito. Além disso, observou-se o provável

benefício da hemodiálise no prognóstico dos pacientes que desenvolveram IRA.

Palavras-chave: Leptospirose. Prognóstico. Letalidade.

TEMA: TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL E CÂNCER DE MAMA. ALUNA: BEATRIZ MONTEIRO DE BARROS PEREIRA

ORIENTADORA: PROFA. CONCEIÇÃO GUEDES

RESUMO

A terapia de reposição hormonal é uma opção de tratamento utilizada no período da

menopausa. Todavia, estudos apontam que o seu uso está associado a maiores riscos de

incidência do câncer de mama. Atualmente, a terapia hormonal é contraindicada nos casos de

mulheres que apresentam outros fatores de risco como mutações gênicas ou história familiar

de câncer de mama. O uso de hormônios bioidênticos surgiu como uma esperança de terapia

hormonal mais segura, entretanto, apesar de ser preferível em mulheres com indicação de uso

de hormônios, os riscos da sua utilização naquelas que apresentam fatores de risco associados

permanece incerto, não devendo ser indicada nesses casos. O presente trabalho tem como

objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura e uma análise crítica sobre o uso de

terapia de reposição hormonal associada ao risco de câncer de mama, avaliando a correlação

do risco e prognóstico do câncer com o tipo de terapia e seu tempo de uso.

TEMA: DESCOMPENSAÇÃO VOLÊMICA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA VERSUS FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA. ALUNO: GABRIEL NEIMANN DA CUNHA FREIRE ORIENTADORA: PROFA. MÁRCIA MARIA NOYA RABELO

RESUMO

Introdução: Vários ensaios têm demonstrado vantagens na utilização do NT-proBNP como

marcador diagnóstico e prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Entretanto,

dispomos de poucos dados que avaliem o papel desse marcador na diferenciação do grau de

descompensação volêmica entre os pacientes com e sem disfunção ventricular sistólica.

Objetivo: Avaliar dentre as duas apresentações da insuficiência cardíaca: a IC com fração de

ejeção preservada e a IC com fração de ejeção reduzida, qual apresenta maior

descompensação volêmica através da mensuração dos níveis plasmáticos do NT-

proBNP. Metodologia: De janeiro 2013 até outubro de 2014, pacientes consecutivamente

admitidos na Unidade Cardiovascular Intensiva do Hospital São Rafael com diagnóstico de

IC tiveram história clínica colhida de forma sistematizada e submetidos a realização de exames

laboratoriais, ecocardiograma e dosagem do NTpro-BNP. Insuficiência Cardíaca

foi caracterizada pela presença de dispnéia progressiva e/ou sintomas de baixo débito

associada a elevação do NTpro-BNP. Enquanto que o status volêmico foi definido pela

concentração sérica do NTpro-BNP. Resultados: Foram estudados 77 pacientes, 70±16 anos,

54% homens, internados por IC descompensada. Do total de pacientes, 45% apresentaram

fração de ejeção preservada do ventrículo esquerdo (FEP), e 55% apresentavam fração de

ejeção reduzida (FER). A mediana do nível sérico do NTpro-BNP na admissão dos pacientes

com FEP foi de 4.631pg/ml (IIQ: 3.083-7.464), comparada a dos pacientes com FER, que foi

de: 2.875 pg/ml (IIQ:2.291-6.720); p=0,39. Na alta, os valores das medianas apresentadas do

NT-proBNP foram de- FEP: 1.873 pg/ml (IIQ:996-3952) e pacientes com FER: 2145 pg/ml (IIQ:

1464-3543); p=0,094. Não foram observadas diferenças nos níveis séricos do NTpro-BNP

quando comparados pacientes com FER e FEP. Conclusões: Não há diferença de gravidade

volêmica entre IC com FE reduzida ou preservada. A queda dos níveis do NT-proBNP está

ligada à melhora clínica em ambos os grupos, refletindo a mesma resposta terapêutica.

Palavras-chave: Descompensação volêmica. Insuficiência cardíaca. Fração de ejeção.

TEMA: INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS BIOLÓGICAS NO ELETROCARDIOGRAMA DE PACIENTES DE UM AMBULATÓRIO DOCENTE ASSISTENCIAL. ALUNO: BRENO LIMA ANDRADE ORIENTADORA: PROFA. DRA. LUCÍOLA M. LOPES CRISOSTOMO

RESUMO

Introdução: O eletrocardiograma (ECG) tem sua utilidade estabelecida, porém, ainda são escassos estudos que demonstrem a influência de variáveis biológicas no ECG em diferentes populações. Objetivos: Descrever as variáveis eletrocardiográficas em relação a sexo e idade em pacientes de um ambulatório docente assistencial em Salvador, BA e avaliar a associação de frequência cardíaca, ritmo e conclusão do eletrocardiograma, com sexo e idade, nos pacientes estudados. Métodos: Estudo observacional, descritivo. População constituída por pacientes que realizaram ECG em um ambulatório docente assistencial em Salvador, BA, no período de outubro de 2014 a março de 2015, selecionados randomicamente. Critérios de inclusão: ECG disponíveis em base de dados, com registro e laudos. Critérios de exclusão: ECG inadequado para avaliação. Variáveis de Interesse: biológicas e eletrocardiográficas. Em 5,0% dos ECG, houve avaliação segundo diretrizes, por dois avaliadores cegos. Análise estatística: estatística descritiva, teste t de Student não pareado, Mann-Whitney e X2. Kappa para concordância interobservador. Valores de p<0,05 foi considerado estatisticamente significante. Aspectos éticos: protocolo de pesquisa aprovado por CEP-EBMSP. Resultados: Incluídos 553 pacientes, 67,0% mulheres (M) e 33,0% homens(H). Idade=48,7+17,8anos(1-87). Frequência cardíaca (FC)=69,9+12,2bpm (32-129) e sem diferença estatisticamente significante entre M e H. O ritmo foi sinusal em 97,3%. Em M houve 2,7% de ritmo não sinusal vs. 3,3% em H, p=0,554. Os ECG foram alterados em 34,9% dos pacientes, 28,3% em M e 48,4% em H p<0.0001; 50,9% em Idosos (I) vs. 28,1% em não idosos(NI), p<0.0001. As alterações mais frequentes foram bloqueios intraventriculares, sobrecarga ventricular esquerda (SVE) e arritmia supraventricular e ventricular, 11,9%, 10,5% e 7,0% respectivamente. SVE em H=15,4% vs. M=8,1%, p=0,008 e em NI=15,2% vs. I=8,5%, p=0.020. Conclusões: ECG alterado foi mais frequente em homens que em mulheres, e idosos que não idosos, enquanto que SVE foi mais frequente em não idosos, e essas diferenças alcançaram significância estatística. A frequência cardíaca e ritmo não apresentaram diferenças estatisticamente significante em relação ao sexo e idade nos pacientes estudados. Portanto, este estudo sugere que sexo e idade podem ter influência no eletrocardiograma de pacientes ambulatoriais.

Palavras-chave: Eletrocardiograma. Variáveis biológicas. Ambulatório docente.

TEMA: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTITUMORAL DE EXTRATOS DE PLANTAS ENDÊMICAS DA CAATINGA BAIANA. ALUNA: LORENZA ANDRES ALMEIDA DE SOUZA ORIENTADOR: PROF. DR. DIEGO MENEZES CO-ORIENTADORA: DRA. ALENE VANESSA AZEVEDO-SANTOS

RESUMO

O câncer representa cerca de 13% de todas as causas de morte no mundo, caracterizando-se

como um problema de saúde pública. Há ainda muitas dificuldades associadas ao tratamento,

como a elevada toxicidade dos fármacos, po9r não apresentarem especificidade às células

tumorais, a insolubilidade em água dos medicamentos e os crescentes casos refratários.

Atualmente, o número de projetos desenvolvidos em torno da bioprospecção de substâncias

envolvendo extratos de plantas endêmicas dos diversos biomas tem aumentado

significativamente, esse crescimento deve-se ao fato de que muitos dos medicamentos

utilizados no tratamento do câncer são derivadas dos produtos naturais, por exemplo:

vincristina e vimblastina (Vinca rosea), paclitaxel e docitaxel (Taxus brevifolia), etoposídeo e

teniposídeo (Podophyllum peltatum e P. emodi). Nesse contexto, nosso projeto objetivou

avaliar o potencial antitumoral de extratos oriundos de plantas endêmicas da caatinga baiana.

Para tanto, as linhagens celulares HEPG2 (carcinoma hepatocelular) e B16F10 (melanoma

murino) foram cultivadas em garrafas plásticas utilizando meio RPMI® suplementado com soro

bovino fetal e antibiótico, mantidas em estufa a de 5% de CO2. Posteriormente a proliferação foi

avaliada com o teste colorimétrico do azul de metileno, após as células serem incubadas em

placas tratadas com os extratos na concentração de 100 µg/ml por 24 e 48 horas. Os

resultados obtidos demonstraram que os extratos A10F, A11F e A19F apresentaram inibição

significativamente estatística superior a 80% em 24 e 48 horas. Assim, espera-se, a longo

prazo, o desenvolvimento de mais pesquisas para identificar os possíveis alvos celulares de

atuação, o tipo de morte e as vias bioquímicas envolvidas. Após a triagem in vitro dos extratos

almeja-se isolamento das substâncias ativas e a realização de testes in vivo.

Palavras-chave: Bioprospecção. Produtos naturais. Quimioterapia. Caatinga. Câncer.

TEMA: QUALIDADE DA NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO FATAIS NO INSTITUTO MÉDICO-LEGAL NINA RODRIGUES, SALVADOR-BA. ALUNO: THIAGO DE OTÁVIO ARAUJO MORGANTI ORIENTADOR: PROF. DR. BRUNO GIL DE C. LIMA

RESUMO

Introdução: Estudos mostram que, no Brasil e no mundo, a quantidade de acidentes de

trabalho é extremamente elevada. Sua notificação, no Brasil, é feita, muitas vezes, de forma

incorreta, por mau uso dos sistemas de notificação. Entretanto, existem poucos trabalhos que

avaliam a qualidade da notificação dos acidentes de trabalho fatais no país. Objetivos: Avaliar

a qualidade da notificação dos acidentes de trabalho fatais no Instituto Médico-Legal Nina

Rodrigues e traçar o perfil social e de causa de morte das vítimas. Metodologia: Estudo

descritivo exploratório, que, durante os meses de Julho a Dezembro de 2013, avaliou, através

de um questionário aplicado a família de indivíduos necropsiados no IML Nina Rodrigues, a

incidência e o perfil das mortes para, então, identificar as que haviam sido decorrentes de

Acidentes de Trabalho Fatais e descrever o perfil desses acidentados. Foi utilizado como

critério de inclusão, os óbitos por causas externas para os quais as famílias preencheram o

questionário entregue pelo IMLNR. Foram calculadas proporções simples para cada variável do

estudo. Resultados: Foram avaliados no período 110 óbitos, onde foram constatados que 18

deles decorrentes de Acidentes de Trabalho, o que correspondeu a 16,3% do total de óbitos.

Em relação à escolaridade, concluiu-se que o grupo mais afetado foi o que concluiu o ensino

fundamental (59%). Quanto à ocupação, os autônomos foram os mais acidentados. A causa

básica prevalente no estudo foi a pérfuro-contusão por arma de fogo, tanto no grupo dos

acidentes de trabalho como no grupo que não teve como causa acidente de trabalho.

Conclusão: No IML Nina Rodrigues, houve um alto número de acidentes de trabalho fatais não

notificados. Levando em consideração as causas para isso, pode-se atribuir principalmente ao

não preenchimento da CAT e ao não entendimento da classificação dos acidentes de trajeto, já

que a maioria dos acidentes não notificados foi classificada como de trajeto.

Palavras-chave: Notificação de Acidentes de Trabalho. Instituto Médico-Legal. Medicina Legal.

TEMA: DIETA ISENTA EM GLÚTEN E RISCO DE DESFECHOS GESTACIONAIS DESFAVORÁVEIS EM MULHERES COM DOENÇA CELÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: FERNANDO AUGUSTO MONTANHA TEIXEIRA ORIENTADORA: DRA. ANA PAULA DE SOUZA LOBO MACHADO

RESUMO

Introdução: Doença celíaca materna tem sido associada a desfechos gestacionais desfavoráveis na gravidez, como baixo peso ao nascer, prematuridade e pequeno para idade gestacional. A dieta isenta em glúten parece diminuir o risco desses desfechos, entretanto ainda são poucos os estudos que avaliam essa associação. O melhor entendimento acerca do tema pode vir a influenciar na qualidade da saúde reprodutiva da mulher com doença celíaca. Objetivo: Comparar o risco de desfechos gestacionais desfavoráveis selecionados (baixo peso, prematuro, pequeno para idade gestacional) entre mulheres com doença celíaca tratadas e não tratadas com dieta isenta em glúten. Métodos: A revisão sistemática foi realizada nas bases de dados do PubMed e da Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS, IBECS, MEDLINE, SciELO, Biblioteca Cochrane). Foram incluídos estudos de coorte que compararam a incidência de desfechos gestacionais desfavoráveis em mulheres com doença celíaca tratadas e não tratadas com dieta isenta em glúten. A validade interna dos estudos foi avaliada através dos critérios STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology). Resultados: As buscas realizadas nas bases de dados resultaram em 119 artigos. A partir dos critérios de inclusão, foram identificados 5 estudos para inclusão nessa revisão sistemática, sendo que destes, apenas 1 estudo não alcançou a pontuação de corte pelos critérios STROBE. Todos os estudos avaliaram o desfecho de prematuridade, 3 estudos avaliaram baixo peso, e apenas 1 estudo avaliou pequeno para idade gestacional como desfecho. Doença celíaca materna não tratada esteve associada a prematuridade, baixo peso ao nascer e pequeno para idade gestacional. Quando tratada, não houve aumento no risco desses desfechos. Conclusões: Essa revisão sistemática demonstrou que a doença celíaca materna não tratada esteve associada a desfechos gestacionais desfavoráveis, como baixo peso ao nascer, pequeno para idade gestacional e prematuridade. O tratamento com a dieta isenta em glúten reduziu de forma importante o risco desses desfechos, aproximando-o do encontrado em mulheres saudáveis. Diante disso, é fundamental que os profissionais de saúde que acompanham essas mulheres esclareçam-nas da importância da adesão da dieta isenta em glúten em sua saúde reprodutiva. Palavras-chave: 1. Doença Celíaca. 2. Dieta Livre de Glúten. 3. Resultado da Gravidez. 4. Revisão Sistemática.

TEMA: ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE RESISTÊNCIA INSULÍNICA EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO SEM DIABETES MELLITUS 2. ALUNA: FERNANDA SCOPPETTA SAMPAIO ALVES ORIENTADORA: DRA. MARIA DE LOURDES LIMA

RESUMO

Introdução: A obesidade representa um importante fator de risco cardiovascular e está relacionada com resistência insulínica (RI), que contribui para a fisiopatologia do desenvolvimento do diabetes mellitus 2 (DM2). O Homestatic model assessment of insulin resistance (HOMA-IR) vem sendo amplamente utilizado, representando uma ferramenta alternativa para avaliação da RI, dada a sua boa aplicabilidade em estudos populacionais, rapidez e baixo custo. Objetivos: Determinar a prevalência de RI em mulheres com excesso de peso sem diagnóstico de DM2 em ambulatório do SUS e comparar o perfil antropométrico, clínico e bioquímico das mulheres com e sem RI. Metodologia: Estudo de corte transversal, descritivo e analítico, onde foram incluídas mulheres com índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 25kg/m², maiores de 18 anos de idade. As variáveis clínicas e antropométricas mensuradas foram IMC, circunferência abdominal (CA), relação cintura-quadril (C/Q) e pressão arterial. As variáveis laboratoriais analisadas foram glicemia de jejum (GJ), teste de tolerância oral a glicose, hemoglobina glicada, perfil lipídico, ácido úrico (AR), proteína C reativa de alta sensibilidade, vitamina D (25-OH D) e insulina plasmática. Os critérios de exclusão foram pacientes com diagnóstico prévio de DM2 e/ou em uso de antidiabéticos orais. O ponto de corte do HOMA-IR para identificar RI foi valores maiores que 2,7. Resultados: A casuística foi composta por 86 mulheres, com média de idade de 42.4 ± 11.4 anos, com IMC de 37 ± 6.1 kg/m², revelando uma prevalência de RI de 74.4% (64/86). A média do HOMA-IR foi de 3.86 (±1.8), variando de 0.7 a 9.4. Do total de pacientes com RI, 67.2% apresentavam síndrome metabólica e 100% possuíam obesidade abdominal. As análises estatísticas demonstraram maiores valores de CA (110.1±10.3 vs 103.1±9.3 cm; p=0.007), de relação C/Q (0.86±0.08 vs 0.81±0.08 cm; p=0.029), de GJ (96.8±9.6 vs 84.9±10.6 mg/dl; p=0.003), assim como de AR (4.7±1.1 vs 3.8±0.8 mg/dl; p=0.002), em contraposição a menores valores médios de 25-OH D (22.6±5.1 vs 25.5±5.9 ng/dl; p=0.034) no grupo RI em comparação com o grupo sem RI. Observou-se correlação positiva entra HOMA-IR com o IMC (r=0.304; p=0.004), CA (r=0.455; p<0.001), relação C/Q (r=0.34; p=0.002), GJ (r=0.309; p=0.004), AR (r=0.321; p=0.004) e negativa com 25-OH D (r= -0.226; p=0.036). Conclusão: A prevalência de RI na população estudada foi maior do que a relatada na literatura para a população geral e para mulheres com excesso de peso. O HOMA-IR correlacionou-se positivamente com IMC, relação C/Q, GJ e AR e negativamente com níveis de 25-OH D, demonstrando ser um exame de utilidade nas pesquisas como marcador de resistência insulínica e síndrome metabólica.

Palavras-chave: Diabetes mellitus; Obesidade; Resistência à insulina.

TEMA: PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM PACIENTES COM TRANSTORNOS DE HUMOR E/OU DE ANSIEDADE ACOMPANHADOS EM UM AMBULATÓRIO DE PSIQUIATRIA EM SALVADOR – BA. ALUNA: LOHANA SANTANA ALMEIDA DA SILVA ORIENTADORA: PROFA. DRA. ELZA MAGALHÃES SILVA CO-ORIENTADOR: DR. DANIEL SANTANA FARIAS

RESUMO

Introdução: Cefaleia é um importante problema de saúde no Brasil, representando mais da metade das buscas por atendimento em neurologia e uma das principais queixas nos serviços de emergência. Estudo populacional revela que sua prevalência é de 71,3% da população geral, sendo que 10,7% dos indivíduos se encaixam no diagnóstico de migrânea. A literatura demonstra uma significativa associação entre migrânea e transtornos de humor e de ansiedade, o que acarreta prejuízos que implicam em incapacidades e redução do desempenho acadêmico e/ou profissional, afetando a qualidade de vida dos indivíduos. Objetivos: Descrever a prevalência de cefaleia em pacientes com transtornos de humor e/ou ansiedade acompanhados no ambulatório de psiquiatria do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), em Salvador-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo-analítico, de corte transversal, cuja amostra foi composta por 118 pacientes atendidos no ambulatório de psiquiatria do HUPES para tratamento de transtorno de humor e/ou de ansiedade entre agosto de 2014 e abril de 2015. Para confirmação do diagnóstico do transtorno psiquiátrico, foram analisados dados dos prontuários e, em seguida, aplicados questionários elaborados com base nos critérios da Classificação Internacional de Cefaleia, 3ª edição, a fim de estabelecer diagnóstico para o tipo de cefaleia, se presente. Os participantes foram agrupados de acordo com o transtorno psiquiátrico e a cefaleia. Grupos com e sem cefaleia tiveram suas características basais comparadas pelo teste de qui-quadrado ou teste exato de Fisher para as variáveis categóricas e, para as variáveis contínuas, o teste T ou Mann-Whitney, conforme a distribuição da variável. As análises foram conduzidas com o software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS ®, Chicago, IL, EUA) 21.0. Resultados: Foram questionados 118 pacientes sobre a existência ou não de cefaleia. Desse grupo, 73,7% disse sofrer com algum tipo de cefaleia. Quanto à frequência dos transtornos psiquiátricos, a maior parte dos pacientes apresentava diagnóstico de transtorno de humor (50,0%), enquanto 34,2% tinha o diagnóstico de transtorno de ansiedade. Especificamente, quanto aos pacientes que relataram sofrer de cefaleia, 75,9% se encaixaram no diagnóstico de migrânea, sendo 32,9% com aura. A maioria (76,7%) dos participantes com cefaleia eram usuários não abusivos de medicamentos. Conclusão: Há uma elevada prevalência de cefaleia nos pacientes analisados na amostra, notadamente o tipo migrânea. Tal resultado corrobora com os dados presentes em literatura que evidenciam uma associação entre migrânea e transtornos de humor e/ou de ansiedade. Futuros estudos prospectivos podem fornecer mais informações sobre eventuais associações de causalidade e outros fatores de risco associados. Palavras-chave: Migrânea. Transtornos mentais. Cefaleia. Ansiedade. Depressão.

TEMA: CIRURGIA DE TROCA VALVAR EM MULHERES NA IDADE FÉRTIL: A ESCOLHA DA PRÓTESE E PLANEJAMENTO FAMILIAR. ALUNA: AGNES SOUZA OLIVEIRA JANSEN MELO ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

Introdução: A condução de mulheres cardiopatas em fase reprodutiva traz dilemas de

escolhas frente à expectativa de gestações futuras. O planejamento familiar no

acompanhamento destas pacientes visa à redução da morbimortalidade materno-fetal. O

objetivo do estudo foi identificar as orientações de planejamento familiar e condutas

contraceptivas em pacientes submetidas à cirurgia para troca valvar. Metodologia: Estudo

transversal, retrospectivo e descritivo, realizado em um centro público da Bahia no período de

2009 a 2013. A amostra é formada por pacientes em idade fértil (15 – 49 anos) submetidas à

cirurgia de troca valvar. Resultados: Revistos os prontuários de 70 pacientes, a média de

idade foi de 33,67±8,037 anos. O acometimento univalvar ocorreu em 42 casos (60%), tendo

como diagnóstico predominante Insuficiência Mitral isolada, com 19 (45,24%) casos. Quanto ao

tipo de prótese utilizada na cirurgia, 61 (87,1%) pacientes receberam a biológica enquanto 9

(12,9%) a metálica. Observou-se que 64 (91,4%) pacientes apresentaram histórico de

cardiopatia reumática. Não houve registro de orientação de planejamento familiar. Conclusão:

O estudo demonstra comprometimento predominante univalvar e por insuficiência mitral, assim

como uso preferencial de próteses biológicas. Constatou-se ainda inexistência de registro de

orientações sobre planejamento familiar ou histórico gestacional nos prontuários avaliados.

Palavras-chave: Planejamento Familiar. Próteses Valvulares Cardíacas; Doenças das Valvas Cardíacas.

TEMA: INTOXICAÇÕES AGUDAS POR MEDICAMENTOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM UM HOSPITAL PÚBLICO NA BAHIA. ALUNO: AUGUSTO SETUBAL PINTO ORIENTADOR: PROF. DR. DILTON RODRIGUES MENDONÇA

RESUMO

Introdução: As intoxicações agudas por medicamentos em crianças são um importante problema de saúde pública e representam uma frequente causa de admissão nas emergências. Objetivos: Descrever as intoxicações agudas por medicamentos em crianças e adolescentes, identificando os principais grupos farmacológicos envolvidos e a evolução clínica. Métodos: Estudo descritivo, de série temporal em crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, atendidas no Hospital Geral Roberto Santos e pelo Centro Antiveneno da Bahia, vítimas de intoxicações, no período de 1º de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012. A coleta de dados foi realizada nos prontuários e nas fichas de notificação, sendo estudadas as variáveis que compreenderam as características dos eventos e dos agentes tóxicos, a evolução clínica e os desfechos. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva através do programa SPSS 21.0. Resultados: Foram registrados 657 casos de intoxicações exógenas agudas, sendo 188 (28,6%) por medicamentos, predominando o sexo feminino (53,2%). A zona urbana representou 96,3% dos casos, sendo 96,2% procedentes de Salvador. A principal via de intoxicação foi a oral (98,4%) e a maioria dos acidentes ocorreram na residência (92,6%), principalmente no horário de 14h-17h59 (29,8%). A faixa etária de um a quatro foi a mais acometida (61,7%) e a tentativa de suicídio ocorreu em 10,1% dos acidentes. Os principais grupos farmacológicos envolvidos foram os neurolépticos (20,9%), benzodiazepínicos (17,1%), uso de mais de um medicamento (15,5%) e anticonvulsivantes (7,5%). As principais manifestações clínicas foram as neuropsíquicas (47,9%), seguidas por digestivas (28,2%). Em 177 (94,1%) casos não ocorreram complicações. A maioria dos casos foram caracterizados como leve (63,8%) e a cura foi registrada em 97,9% dos casos. Cerca de 19% necessitaram de internamento. Conclusões: As intoxicações medicamentosas são frequentes em crianças, especialmente em menores de cinco anos e causadas por neurolépticos, benzodiazepínicos e anticonvulsivantes. A residência é o local mais comum desses acidentes e, habitualmente, são não intencionais. A adoção de medidas preventivas no ambiente doméstico, a fiscalização quanto à comercialização e ao uso de medicamentos são medidas que podem diminuir a morbimortalidade por esses acidentes. Palavras-chave: Intoxicações. Medicamentos. Crianças. Acidentes.

TEMA: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA CARDIOMIOPATIA DIABÉTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNA: ANDRESSA INÁCIO GOMES ORIENTADORA: SIMONE GARCIA MACAMBIRA

RESUMO

As complicações cardiovasculares merecem destaque na fisiopatologia do diabetes mellitus, tendo em vista que constituem a principal causa de morbidade e mortalidade, especialmente nos indivíduos com diabetes tipo 2 (DM 2). O DM pode afetar a estrutura e função cardíacas na ausência de comorbidades como aterosclerose e hipertensão, condição denominada cardiomiopatia diabética. Nos estágios iniciais desta condição crônica, desenvolvem-se graus variados de disfunção diastólica e hipertrofia ventricular esquerda, progredindo, nas fases mais avançadas, para disfunção sistólica e insuficiência cardíaca descompensada. Objetivo: analisar o efeito independente de diferentes tratamentos farmacológicos na progressão da cardiomiopatia diabética em indivíduos com DM 2. Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura publicada até 2014 sobre o tratamento farmacológico da cardiomiopatia diabética, a partir de artigos disponíveis nas bases de dados online: PubMed, Scielo e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Levando-se em consideração a adequação ao tema, os artigos foram selecionados inicialmente pelo título e, posteriormente, pela leitura dos resumos. Foram incluídos no estudo ensaios clínicos randomizados que estivessem de acordo com os seguintes critérios: a) população: indivíduos diagnosticados com cardiomiopatia diabética ou indivíduos com DM tipo 2 e disfunção de VE; b) Tempo de seguimento: mínimo de 3 meses; c) Exposição: diferentes classes de fármacos usados no tratamento da cardiomiopatia diabética; d) Comparador: placebo ou qualquer outro tratamento; e) Desfecho primário: melhora da função sistólica ou diastólica do VE. Parâmetros bioquímicos e metabólicos foram considerados variáveis secundárias no estudo. Resultados: Três artigos foram incluídos no estudo, sendo que um deles comparou os efeitos do ramipril (IECA), telmisartan (BRA) e da terapia combinada; outro avaliou o efeito da inibição da fosfodiesterase 5A com o uso do sildenafil e, por fim, o último avaliou o efeito independente da espironolactona em indivíduos com DM tipo 2 e disfunção diastólica do VE. O ramipril promoveu um aumento de 29% na relação E/A e de 20% na relação VTIE/VTIA (p < 0,001), enquanto que o telmisartan aumentou as razões E/A e VTIE/VTIA em 25% e 23% (p < 0,001), respectivamente. A terapia combinada mostrou-se ainda mais eficaz em melhorar a disfunção diastólica nos pacientes do estudo, com um aumento das relações E/A e VTIE/VTIA de 36% e 28% (p < 0,001), respectivamente. O sildenafil, por sua vez, ocasionou as seguintes alterações na função do VE: redução do ângulo de torção do VE (p < 0,0001), melhora da disfunção intramiocárdica (p < 0,0001), aumento do volume diastólico final (p = 0,018), redução na relação MVE/VDF (p = 0,021), aumento do volume sistólico (p = 0,042) e aumento do índice cardíaco (p = 0,003). A espironolactona não proporcionou alterações significativas na função diastólica. Conclusão: Ramipril, telmisartan, terapia combinada (ramipril + telmisartan) e sildenafil mostraram-se eficazes em melhorar a função de VE, sendo, portanto, tratamentos benéficos para a cardiomiopatia diabética. Já a espironolactona proporcionou alterações mínimas na função diastólica, não se mostrando eficaz para o tratamento da patologia em questão. Palavras-chave: 1. Cardiomiopatia diabética; 2. Diabetes mellitus tipo 2; 3. Disfunção diastólica; 4. Tratamento.

TEMA: SEGURANÇA DAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS NO IMPLANTE DE PRÓTESES DE PANTURRILHA. ALUNO: ANDREI FELIPE SILVA CARVALHO ORIENTADOR: PROF. VINICIO MOITINHO DO CARMO

RESUMO

Introdução: O implante de próteses de silicone gel em panturrilhas tem se tornado cada vez

mais comum à medida que ocorre uma maior exposição do corpo. As duas técnicas cirúrgicas

mais relatadas para tal procedimento, na literatura, são o implante subfascial e o submuscular

das próteses, revelando bons resultados estéticos e satisfação dos pacientes. Como todo

procedimento cirúrgico, essas técnicas podem apresentar complicações, as quais serão

analisadas neste trabalho, a fim de avaliar a segurança dessas cirurgias. Objetivo: Descrever

as complicações mais frequentes relacionadas às técnicas cirúrgicas utilizadas no implante de

próteses de panturrilha. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura com

busca por artigos científicos nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS. Incluiu-se

estudos desde 1979 a 2015, nos idiomas português, inglês e espanhol, sendo submetidos à

análise metodológica pela escala de pontos STROBE. Resultados: Foram selecionados quatro

artigos de acordo com os critérios de inclusão, exclusão e pelo STROBE, e comparados quanto

às complicações ocorridas. Houve 102 complicações (20,4%) em um total de 500 implantes de

panturrilha, sendo a maioria constituída de cicatriz hipertrófica ou hiperpigmentada, hematomas

e seroma. Outras complicações foram síndrome compartimental, ruptura ou herniação das

próteses, infecção e deiscência de suturas. Os trabalhos obtiveram uma baixa qualidade

metodológica, de acordo com o STROBE. Conclusão: O implante de próteses de silicone gel

em panturrilhas é um procedimento seguro, com baixas taxas de complicações, dentre as quais

a maioria é de simples resolução; os estudos analisados tiveram uma metodologia pobre,

sendo necessários novos trabalhos para melhorar a confiabilidade dos seus resultados.

Palavras-chave: implante de panturrilha, prótese panturrilha.

TEMA: ANÁLISE DO PERFIL DE MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA BAHIA. ALUNO: BRUNO CALDEIRA SOUZA ORIENTADOR: PROF. LUIZ AGNALDO PEREIRA DE SOUZA

RESUMO

Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma doença coronariana de elevada incidência no Brasil e no mundo. A progressão súbita do quadro clínico e o potencial de gravidade da doença fazem dela uma entidade clínica com altas taxas de mortalidade. Por tratar-se de uma condição muito prevalente, torna-se fundamental avaliar o perfil de maior risco e acompanhar o potencial de letalidade da mesma. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos internados na Bahia entre 2009 e 2013 e analisar a letalidade hospitalar no mesmo período. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo, de dados secundários do Ministério da Saúde, cujo parâmetro diagnóstico é o IAM. Inclui-se todas as internações registradas na Bahia entre 2009 e 2013 que tenham tal diagnóstico. A descrição do perfil epidemiológico foi pela macrorregião do estado, por sexo, faixa etária e cor/raça. Resultados: Foram registradas 21.264 internações hospitalares por IAM no estado, durante os cinco anos estudados. Considerando esse total, obteve-se maior incidência de casos na região leste do estado – 30,44%. A população de maior frequência nas internações foram homens, (58,28%), pardos (74,86%), com mais de 65 anos de idade (46,61%). Relacionando-se à letalidade, foram registrados 1797 óbitos por IAM como causa primária. A análise global demonstrou letalidade de 9,54% para o sexo feminino e 7,67% para o sexo masculino. Em relação à letalidade por faixa etária, a maior letalidade significante foi nos pacientes acima de 65 anos (12,13%). Discussão: Por tratar-se de uma doença muito prevalente em todo o mundo, existem muitos estudos epidemiológicos sobre IAM. O perfil populacional encontrado no presente estudo foi coerente com o comparativo já descrito. Buscou-se, além de analisar o perfil epidemiológico, acompanhar a letalidade por sexo e faixa etária, em números significantes os resultados inferiram maior letalidade para mulheres e maiores de 65 anos, o que corrobora com a literatura. É importante ressaltar a presença de casos de IAM diagnosticados em menores de 15 anos, faixa etária cuja prevalência foi insignificante estatisticamente, mas é uma população que não é descrita nos principais estudos. Conclusão: O perfil epidemiológico das internações foram homens, pardos, com mais de 65 anos, moradores da região leste do estado da Bahia. Tal perfil manteve-se constante nos 5 anos estudados. A letalidade hospitalar não sofreu variações consideráveis nos cinco anos estudados e registrou números mais elevados em mulheres e a população com mais de 65 anos. Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio, Epidemiologia, Letalidade hospitalar.

TEMA: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE SUBSTANCIAS QUÍMICAS SINTÉTICAS. ALUNO (A): BEANIE CONCEIÇÃO MEDEIROS NUNES ORIENTADORA: PROFA. DRA SUZANA RAMOS FERRER

RESUMO

Introdução A síntese de novas substâncias, com atividade farmacológica é sem dúvida, um grande avanço tecnológico diante da problemática da resistência antimicrobiana(1, 2, 4). Alguns grupos químicos possuem moléculas altamente versáteis, com propriedades que confere possibilidades de serem aplicadas na busca por novas substâncias terapêuticas, sendo o potencial antimicrobiano uma importante área a ser investigada(2, 9). Objetivos Testar, frente as bactérias gram positivas (Staphylococcus aureus ATCC® 25923 e Enterococcus faecalis ATCC® 29212), gram negativas (Pseudomonas aeruginosa ATCC® 27853 e Klebsiella pneumoniae ATCC® 1705) e fungos leveduriformes (candida sp), a atividade antimicrobiana e a concentração inibitória mínima (CIM) de substancias sintéticas de grupos químicos das indolizidinonasMetodologia Foram realizados testes de susceptibilidade às substâncias sintéticas pelos métodos de difusão de disco e microdiluição em caldo(6, 7, 10, 13). Resultados Os resultados obtidos estimulam o aprofundamento dos estudos para algumas dessas substancias a exemplo o grupo das indolizidinonas (RRF 222, 225, 228 e 354) que demonstraram atividade para as bactérias Staphylococcus aureus ATCC® 25923 na concentração inibitória mínima (MIC) correspondente de 12,5 microgramas/dL, para as bactérias Klebisiella pneumoniae ATCC® 1705 na MIC de 800 microgramas/dL, para as bactérias Pseudomonas aeruginosa ATCC® 27853 na MIC de 400 microgramas/dL e para as bactérias Enterococcus faecalis ATCC® 29212 na MIC de 400 microgramas/dL. Os testes de microdiluição foram realizados em triplicata e os controles negativos e positivos não apresentaram alterações. Porém para os testes de disco difusão não foi observada atividade antimicrobiana para tais substancias. Discussão Foi observado que houveram resultados diferentes nas duas metodologias, necessitando maior investigação para tal conclusão apesar de estudos demonstrarem que a microdiluição, de fato é um método mais sensível para detectar atividade antimicrobiana e que, portanto, pelo fato de a difusão não ter apresentado grau de reatividade não invalida o resultado obtido na microdiluição(17, 19, 20).Conclusão Conclui-se que necessitam-se de estudos mais apurados dos mecanismos de influência do substrato na curva de morte bacteriana por se tratar de um experimento inédito com tais substancias. Deve-se ser investigada também, como uma perspectiva futura, a realização de testes antimicrobianos em culturas de pacientes.

Palavras-chave: susceptibilidade antimicrobiana. indolizidinonas. Bioprospecção. Concentração inibitória mínima.

TEMA: PATOGÊNESE E TRATAMENTO DE ALOPECIA AREATA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: BRUNO BERNARDO CASIMIRO BRAGA ORIENTADOR: PROF. ENIO RIBEIRO M. BARRETO

RESUMO

Introdução: A alopecia areata (AA) é frequentemente caracterizada por perda rápida e

completa de pelos em qualquer região do corpo; contudo, na prática clínica, observa-se o

acometimento do couro cabeludo em 90% dos casos. A patogênese da AA ainda é

desconhecida. Dos diversos fatores que veem sendo investigados, se destacam: (1) fatores

genéticos, (2) reações autoimunes restritas a determinados órgãos e (3) reações autoimunes

não-específicas. A falta de boas evidências sobre a patogênese da doença cria um desafio

para o desenvolvimento de tratamentos eficazes para AA. Até o presente momento todos os

tratamentos existentes nem sempre são eficazes. Objetivo: identificar e avaliar quais as

evidências científicas recentes acerca da patogênese e do tratamento da alopecia areata.

Método: revisão sistemática de literatura com posterior avaliação do rigor metodológico.

Resultados: os trabalhos sugerem que a utilização do platelet-rich plasma, total glucosides of

paeony capsule e do pimecolimus cream 1% como prováveis caminhos no tratamento da AA.

Contudo, existem ressalvas e adendos. Conclusão: além dos resultados encontrados,

observamos uma grande demanda por grupos de estudos cada vez maiores, favorecendo a

análise de todas as variáveis possíveis dessa doença multifatorial, inclusive aquelas que

podem não parecer diretamente relacionadas com a patologia. A complexidade da doença e

suas arrasadoras conseqüências estéticas, por si só, justificam de forma suficiente a

continuidade dos estudos.

Palavras-chave: alopecia areata, alopecia areata e patogênese, alopecia areata e tratamento.

TEMA: AVALIAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM GESTANTES ACOMPANHADAS EM CENTRO DE REFERÊNCIA. ALUNA: CAMILA PINTO BARONE ORIENTADORA: DRA. ANA GABRIELA TRAVASSOS

RESUMO

INTRODUÇÃO A terapia antirretroviral (TARV) promove a qualidade e a expectativa de vida

dos infectados pelo HIV. Sabe-se que o uso dela associada a outras medidas preventivas

preconizadas pelo Ministério da Saúde, podem reduzir a transmissão vertical do HIV para

menos de 1%. OBJETIVO Avaliar resposta terapêutica ao uso de TARV durante o pré-natal de

gestantes infectadas pelo HIV. METODOLOGIA Coorte retrospectiva, onde foram avaliados

prontuários de gestantes que realizaram o pré-natal em centro de referência em HIV de

Salvador-BA, no período de 2011. Foram avaliados dados sociodemográficos e laboratoriais.

Foi considerada resposta terapêutica adequada quando o resultado de carga viral(CV) para o

HIV for indetectável (<50), no período peri-parto e foram excluídas mulheres que só tiveram

uma medição durante toda a gestação. RESULTADOS Foram avaliadas 69 gestantes. A média

de idade das gestantes foi 27,7(±6,0) anos, a idade gestacional média de início do pré-natal foi

de 21,9(±9,03) semanas, eram 55,8% (29/52) negras, 68,2%(45/66) em união estável,

16,6%(9/54) usavam álcool, 1,6% (1/64) usavam tabaco, 6.5%(4/62) usavam drogas ilícitas

durante a gestação, 31,2%(21/69) apresentavam alguma co-infecção durante a gestação,

sendo 11,6% (8/69) sífilis; 59,9% (41/69) não utilizaram TARV previamente, 90% (62/69)

utilizaram 2 Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de nucleosídeos combinados com

um Inibidor de protease e Ritonavir durante a gestação, no início da gestação apenas

21,7%(15/69) das pacientes apresentavam carga viral menor que 50 cópias/ml. Após

introdução da TARV, 81,2%(56/69) apresentaram carga viral menor que 1000 cópias/ml e

55,1%(38/69) com CV<50 cópias/ml. CONCLUSÃO Apesar da disponibilidade da TARV, a

resposta terapêutica esperada ao uso desta durante a gestação necessita de boa adesão e

acompanhamento cuidadoso. A transmissão vertical em países em desenvolvimento ainda

persiste apesar dos recursos disponíveis e novas estratégias precisam ser implementadas.

Palavras-chave: Gestantes; pré-natal; HIV; Terapia Antirretroviral.

TEMA: CORTICOIDE INALATÓRIO E A RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DE CATARATA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNA: CAMILA LOPES LEAL ORIENTADORA: PROFA. NEDY MARIA B. C. NEVES

RESUMO

O uso crônico de corticóide sistêmico já é bem definido pela literatura como fator de risco para

o desenvolvimento de catarata. Entretanto, a ocorrência de catarata como efeito adverso do

uso de corticóide inalatório ainda não está bem definida, tornando-se importante o

conhecimento dos efeitos adversos decorrentes do uso dessa terapia. Objetivo: avaliar

evidências de associação entre o uso de corticóide inalatório (CI) e o risco de desenvolvimento

de catarata em adultos. Método: revisão sistemática de estudos observacionais. Realizou-se

busca de artigos na base de dados BVS/PubMed/Scielo, aplicando-se os critérios de inclusão:

estudos observacionais, uso de corticóide inalatório e/ou corticóide nasal, indivíduos sem

diagnóstico de catarata no momento de início de uso do corticóide inalatório ou com o primeiro

diagnóstico durante o registro no banco de dados e adultos maiores de 18 anos. Fez-se uma

seleção inicial por título e, posteriormente, pela leitura dos resumos por dois autores diferentes.

Os artigos lidos integralmente foram selecionados para revisão final. Resultados: quatro

artigos foram incluídos na presente revisão com resultados que demonstraram haver relação

entre o uso de corticóide inalatório e o desenvolvimento de catarata, principalmente, quando

relacionado a maiores doses e por tempo prolongado. Dados comparativos entre o uso de CI e

de corticóide nasal foram analisados apenas em um dos estudos selecionados. Conclusão:

uso prolongado associado a altas doses de CI está relacionado com o desenvolvimento de

catarata em adultos.

Palavras-chave: 1. Catarata; 2. Corticóide inalatório; 3. Dose-resposta; 4. Exposição.

TEMA: PERFIL DOS MÉDICOS RESIDENTES E SUAS PERCEPÇÕES SOBRE O PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM CLÍNICA MÉDICA EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DE SALVADOR/BAHIA. ALUNA: CLÁUDIA ROCHA PARANHOS ORIENTADORA: PROFA. IÊDA MARIA BARBOSA ALELUIA

RESUMO

Introdução: A residência médica é um passo importante no treinamento dos médicos residentes (MRs) no Brasil; entretanto, são poucos os estudos que avaliam os Programas de Residência Médica (PRMs), especialmente, em Clínica Médica (CM) e sob o ponto de vista do próprio MR. Objetivos: Caracterizar o perfil sóciodemográfico do MR de CM em um hospital filantrópico de Salvador e identificar a sua percepção acerca do PRM. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo-quantitativo, observacional, de corte transversal, com aplicação de um questionário, incluindo 22 dos 32 MRs em curso ou egressos do PRM de CM do Hospital Sagrada Família (HSF) de 2006 até 2014 e utilizando questões abertas e fechadas que abordam: dados sóciodemográficos, aspectos sobre a vida escolar pré-residência, percepções sobre o programa e o impacto deste sobre sua formação. Os dados quantitativos foram analisados utilizando estatística descritiva, com medidas de tendência central e dispersão. Já a análise qualitativa utilizou a categorização pelos temas surgidos através da análise do discurso escrito. Resultados: Verificou-se, entre os MRs, que há predomínio dos seguintes aspectos sóciodemográficos: sexo feminino (63,6%), estado civil solteiro (77,3%), naturalidade da Bahia (86,4%), idade entre 25 e 30 anos (77,3%), cor de pele branca (54,5%), faixa de renda entre 2 a 10 salários mínimos (59,1%), sendo que todos eles participaram de curso preparatório para a prova de RM. A maioria deles (68,2%) já tinha ouvido falar sobre o PRM em foco, todavia a maioria deles (90,9%) informa que não o escolheu como primeira opção. Apesar disso, 68,2% dos MRs consideraram esta RM organizada, 54,5% afirmaram que as instalações são boas e 59,1% avaliaram os preceptores como muito bons, destacando o papel fundamental destes no processo de formação. Como ponto negativo, a maioria dos MRs (59,1%) considerou as sessões científicas deste PRM em CM como regular ou bom, com prejuízo tanto na qualidade quanto na quantidade. Como pontos positivos revelaram satisfação quanto ao PRM, com destaque para a segurança adquirida nas condutas médicas adotadas, e utilizaram os seguintes termos quanto à impressão sobre este PRM na sua formação: aquisição de conhecimentos teóricos, habilidades práticas, aprendizado, experiência, segurança, grande disponibilidade da preceptoria. Entre as sugestões para este PRM, os MRs ressaltaram: reabertura de um rodízio de Emergências Clínicas e mudança do estágio de neurologia para um outro serviço que dispõe de maior diversidade de patologias neurológicas. Conclusão: A percepção dos MRs quanto ao PRM em CM do HSF foi positiva no que se refere a organização, às instalações e a preceptoria com impacto positivo na formação destes. Espera-se que os aspectos destacados e as sugestões apresentadas possam servir de subsídios para o aprimoramento deste e de outros PRMs em CM no país.

Palavras-chave: residência médica, avaliação de programas, médicos residentes.

TEMA: URBANIZAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIA – RELAÇÃO ENTRE O AMBIENTE URBANO E O CONSUMO DO CRACK. ALUNO: DIMITRI HANSEN GUIMARÃES ORIENTADOR: PROF. ESDRAS CABUS MOREIRA

RESUMO

INTRODUÇÃO: O uso de crack é uma prática extremamente complexa e danosa que é

encontrada em diversos locais do mundo, tomando um grau tão extenso que passou a ser

chamada de “epidemia” onde era propagada. Estudos que possam entender o comportamento

desta “epidemia” são de extrema importância para compreender suas características e no

estabelecimento de medidas para o seu controle e, para que isso seja feito de forma eficiente,

é indispensável a compreensão da relação do uso da substância com o ambiente urbano e a

distribuição populacional. OBJETIVO: Analisar a relação entre o uso de crack e o ambiente

urbano nos Estados Unidos da América. METODOLOGIA: Estudo secundário descritivo de

séries temporais, baseado em dados do NSDUH, banco de dados de acesso online e gratuito,

abordando os anos de 2002 e 2013. Foram utilizadas as variáveis uso de crack, sexo, idade,

estado ocupacional e estado conjugal. RESULTADOS: Foi encontrado maior prevalência de

usuários de crack nos Estados Unidos da América entre os anos de 2002-2013 em regiões

mais urbanizadas, com declínio de uso em áreas mais povoadas e acréscimo em regiões com

menor número de pessoas. Apesar dessa predominância, houve maior uso de crack em

regiões menos povoadas por pessoas entre 18 e 25 anos quando comparadas com usuários

entre 15 e 44 anos. A avaliação do estado conjugal e ocupacional dos usuários de crack

sugeriu maior estabilidade dos usuários, com maior proporção de pessoas casadas e com

ocupação fixa. CONCLUSÕES: A proporção de usuários em regiões não-metropolitanas

sugere uma permanência da epidemia nesses locais. Um aumento proporcional de usuários

mais jovens em regiões menos densamente habitadas sugere surgimento de novos casos nas

localidades. Houveram achados sugestivos de presença de platô da epidemia em áreas mais

povoadas, através de maior número de relações estáveis e usuários com ocupação fixa.

Palavras-chave: Crack. Cocaína. Urbanização. Epidemiologia

TEMA: ACHADOS MÉDICO-LEGAIS PARA DIAGNÓSTICO DE ASFIXIA MEDIANTE CONSTRIÇÃO CERVICAL. ALUNO: DANILO DE OLIVEIRA SANTANA RAMOS ORIENTADOR: PROF. DR. BRUNO GIL DE CARVALHO LIMA

RESUMO

INTRODUÇÃO: As asfixias correspondem a uma síndrome composta por todos os efeitos que

derivam da privação de oxigênio nos tecidos, completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa

ou interna. Em se tratando das asfixias mecânicas, esta privação é proveniente de um

impedimento mecânico de causa fortuita, violenta e externa. A Medicina Legal, em seus

estudos através das necropsias, é capaz de identificar sinais anátomo-patológicos que não são

patognomônicos, mas que são de grande valia na identificação desses processos asfixíticos.

OBJETIVO: Descrever os principais achados anátomo-patológicos usados para o diagnóstico

das asfixias por constrição cervical. METODOLOGIA: Coleta de dados no arquivo do Instituto

Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLNR) referentes à presença, ausência ou não citação dos

sinais de asfixia mecânica mediante constrição cervical, mediante protocolos de pesquisa,

incluindo os sinais comuns de asfixia e os específicos para cada modalidade. RESULTADOS:

A maioria dos sinais pesquisados não foi relatada nem como presente, nem como ausente,

obtendo uma grande porcentagem de dados ignorados. DISCUSSÃO: Sabe-se que os

achados anátomo-patológicos (macro e microscópicos) costumam ser suficientes para a

descoberta da causa mortis, o que não se pode afirmar com tanta certeza é até que ponto

estes sinais podem ser utilizados como método diagnóstico único no IMLNR, uma vez que

neste local, os mesmos apresentam relato insatisfatório nas perícias médico-legais. O grande

desafio é reconhecer de onde vem essa defasagem: se é da formação profissional em

conjunto, se é decorrente de particularidades do legista, ou se é da carência de investimentos

nesta área da Medicina em termos de produção de conhecimento, para que uma resolução

seja pensada o quanto antes. CONCLUSÃO: A Medicina Legal é uma ciência que deve estar

sempre a serviço da sociedade, seja sob a forma de perícias, ou servindo de base para

resoluções judiciais. Para que se possa obter êxito nesse quesito, podem-se sugerir protocolos

de pesquisa, a fim de padronizar a análise dos achados, bem como uma “reciclagem” periódica

dos profissionais, garantindo a atualização dos conhecimentos, para que, enfim, o laudo

pericial se torne um documento incontestável.

Palavras-chave: Asfixias. Autopsia. Lesões do pescoço.

TEMA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HÉRNIA INGUINAL NO BRASIL - 2008 A 2014. ALUNO: EMÍLIO MAGALHÃES MARTINS GUTZEIT WILL ORIENTADOR: PROF. DR. VINICIO MOITINHO

RESUMO

A alta incidência das hérnias inguinais faz das hernioplastias as operações mais comumente

realizadas por cirurgiões gerais. O reparo das hérnias inguinais consome uma importante parte

dos recursos destinados à saúde. A despeito dos avanços relacionados ao seu tratamento, as

hérnias inguinais ainda apresentam epidemiologia não muito bem documentada na literatura. O

presente trabalho objetivou descrever o perfil epidemiológico dos pacientes hospitalizados por

hérnia inguinal no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil no período compreendido entre

2008 e 2014. Foram utilizados dados secundários obtidos na base de dados do Ministério da

Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pelo Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O perfil epidemiológico demonstrado foi

composto, majoritariamente, por indivíduos do sexo masculino, entre 40 a 69 anos. As variáveis

cor/raça e região nacional não demonstraram relevância epidemiológica pronunciada, uma vez

que que as hospitalizações seguiram um padrão proporcional ao número total de indivíduos

quanto à análise dessas variáveis.

Palavras-chave: Hérnia. Inguinal. Epidemiologia.

TEMA: IMPORTÂNCIA DA CÁPSULA EXTREMA NA CONECTIVIDADE DOS OPÉRCULOS FRONTOPARIETAL E TEMPORAL: UM ESTUDO EM TENSOR DE DIFUSÃO. ALUNO: EDUARDO DE SOUZA BARRETO ORIENTADOR: PROF. IGOR LIMA MALDONADO

RESUMO

Introdução: O entendimento da composição e da organização tridimensional das fibras que

compõem a cápsula extrema ainda é relativamente incompleto. Nesse estudo, utilizamos o uma

técnica de tractografia por tensor de difusão em ressonância nuclear magnética como

instrumento de dissecção virtual para reconstrução tractográfica de grupos de fibras nessa

topografia. Objetivo: Verificar a existência de conexões opérculo-operculares trafegando na

cápsula extrema através de dissecções virtuais em tensor de difusão. Metodologia: Estudo

anatômico baseado na análise de imagens adquiridas de quatro voluntários hígidos destros em

um aparelho de ressonância magnética biomédica 1.5T (Philips Medical Systems, Best,

Holanda): dois do sexo feminino e dois do sexo masculino, com a idade variando entre 22 e 30

anos. Resultados: Demonstra-se a presença de fibras de associação subcorticais insulares, na

topografia da cápsula extrema, nos hemisférios cerebrais esquerdos (dominantes para

linguagem) estendendo-se até os opérculos frontal e temporal em um caso e até os opérculos

parietal e o temporal em quatro. Em hemisférios cerebrais direitos, não dominantes, grupos de

fibras de topografia semelhante foram identificadas, mas não resultaram em reconstruções

satisfatórias até os opérculos fronto-parietal e temporal. Conclusão: De acordo com os

resultados do presente estudo, existe evidência para afirmar que parte das conexões entre as

áreas cerebrais situadas nos opérculos fronto-parietal e temporal se dá através de grupos de

fibras que trafegam profundamente ao córtex da ínsula, topografia da cápsula extrema. Essas

conexões podem se dar de forma operculo-opercular direta, bem como através de estações

sinápticas no lobo da ínsula, e ter implicações sobre a modelagem de circuitos cognitivos, em

especial da linguagem.

Palavras-chave: 1. substância branca; 2. tensor de difusão; 3. cápsula extrema; 4. modelos de linguagem.

TEMA: BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA NA INTERAÇÃO SOCIAL DE AUTISTAS. ALUNO: FILIPE BRITO PORTO ORIENTADORA: DRA. MILENA PEREIRA PONDÉ CO-ORIENTADORA: MARIANA CARIBÉ

RESUMO

Introdução: O transtorno do espectro autista é um distúrbio do desenvolvimento neurológico,

associado a uma tríade de alterações na comunicação, interação social e comportamento

repetitivo, cuja incidência vem aumento nos últimos anos. A musicoterapia é uma terapia

alternativa bastante estudada e optada no tratamento do autismo, aplicada de maneiras

diversas no TEA. Objetivo: O objetivo deste estudo é revisar sistematicamente o efeito da

musicoterapia em pessoas com TEA. Métodos: Foi realizada revisão sistemática, realizada

através de trabalhos entre 1995 e 2014, nas bases de dados PubMed Central, PubMed Gov,

Bireme e Scielo, com as palavras-chave Autism AND Music Therapy. Resultados: Foram

encontrados 33 trabalhos, dos quais 22 foram excluídos e 11 selecionados para avaliação

metodológica, resultando em 5 artigos selecionados. Melhora significativa foi evidenciada em

todos os estudos, indicando melhora da interação social e contato visual. Discussão: Os

resultados sugerem efeito benéfico da musicoterapia e superioridade em relação às

intervenções estudadas. Estudos com amostras maiores e instrumentos de avaliação

padronizados são necessários para gerar evidências mais sólidas.

Palavras-chave: Musicoterapia; Autismo; Revisão sistemática.

TEMA: DIETA ISENTA EM GLÚTEN E RISCO DE DESFECHOS GESTACIONAIS DESFAVORÁVEIS EM MULHERES COM DOENÇA CELÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: FERNANDO AUGUSTO MONTANHA TEIXEIRA ORIENTADORA: DRA. ANA PAULA DE SOUZA LOBO MACHADO

RESUMO

Introdução: Doença celíaca materna tem sido associada a desfechos gestacionais desfavoráveis na gravidez, como baixo peso ao nascer, prematuridade e pequeno para idade gestacional. A dieta isenta em glúten parece diminuir o risco desses desfechos, entretanto ainda são poucos os estudos que avaliam essa associação. O melhor entendimento acerca do tema pode vir a influenciar na qualidade da saúde reprodutiva da mulher com doença celíaca. Objetivo: Comparar o risco de desfechos gestacionais desfavoráveis selecionados (baixo peso, prematuro, pequeno para idade gestacional) entre mulheres com doença celíaca tratadas e não tratadas com dieta isenta em glúten. Métodos: A revisão sistemática foi realizada nas bases de dados do PubMed e da Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS, IBECS, MEDLINE, SciELO, Biblioteca Cochrane). Foram incluídos estudos de coorte que compararam a incidência de desfechos gestacionais desfavoráveis em mulheres com doença celíaca tratadas e não tratadas com dieta isenta em glúten. A validade interna dos estudos foi avaliada através dos critérios STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology). Resultados: As buscas realizadas nas bases de dados resultaram em 119 artigos. A partir dos critérios de inclusão, foram identificados 5 estudos para inclusão nessa revisão sistemática, sendo que destes, apenas 1 estudo não alcançou a pontuação de corte pelos critérios STROBE. Todos os estudos avaliaram o desfecho de prematuridade, 3 estudos avaliaram baixo peso, e apenas 1 estudo avaliou pequeno para idade gestacional como desfecho. Doença celíaca materna não tratada esteve associada a prematuridade, baixo peso ao nascer e pequeno para idade gestacional. Quando tratada, não houve aumento no risco desses desfechos. Conclusões: Essa revisão sistemática demonstrou que a doença celíaca materna não tratada esteve associada a desfechos gestacionais desfavoráveis, como baixo peso ao nascer, pequeno para idade gestacional e prematuridade. O tratamento com a dieta isenta em glúten reduziu de forma importante o risco desses desfechos, aproximando-o do encontrado em mulheres saudáveis. Diante disso, é fundamental que os profissionais de saúde que acompanham essas mulheres esclareçam-nas da importância da adesão da dieta isenta em glúten em sua saúde reprodutiva. Palavras-chave: 1. Doença Celíaca. 2. Dieta Livre de Glúten. 3. Resultado da Gravidez. 4. Revisão Sistemática.

TEMA: ANÁLISE DE INTERAÇÃO DE IDADE, SEXO FEMININO E DIABETES COM O VALOR PREDITOR DAS CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA AGUDA QUANTO À PRESENÇA DE DOENÇA CORONÁRIA OBSTRUTIVA. ALUNA: FERNANDA OLIVEIRA DE ANDRADE LOPES ORIENTADOR: PROF. DR. LUIS CLÁUDIO LEMOS CORREIA

RESUMO Fundamento: É prevalente a crença de que idosos, mulheres e diabéticos apresentam

sintomatologia mais comumente atípica durante síndromes coronarianas agudas. Objetivo:

Testar a hipótese de que idade, sexo feminino e presença de diabetes modificam o valor

preditor das características da dor torácica aguda quanto à presença de doença coronária

(DAC) obstrutiva. Métodos: Pacientes consecutivamente admitidos na Unidade de Dor

Torácica do Hospital São Rafael foram submetidos a entrevista parametrizada, sendo

registradas 14 características da dor. O diagnóstico de DAC obstrutiva foi dado por estenose ≥

70% na angiografia, enquanto a ausência desta condição foi definida pela angiografia ou

exame funcional negativo. Foi avaliada interação (efeito modificador) da idade, sexo feminino e

diabetes com cada característica da dor, sendo utilizado ajuste de Bonferroni para múltiplas

comparações. Resultados: Foram estudados 370 pacientes, 60 ± 16 anos, 43% do sexo

feminino, 31% diabéticos, 62% idosos. DAC obstrutiva foi identificada em 176 pacientes,

determinando prevalência de 48%. Das 14 características da dor, apenas duas (irradiação para

pescoço e sensível à movimentação do braço) apresentaram interação com idade na predição

de DAC obstrutiva. Após ajuste para múltiplas comparações, ambas perderam significância

estatística (P = 0,06 e P = 0,06; respectivamente). Da mesma forma, duas características

apresentaram na interação com sexo feminino (irradiação para membro superior esquerdo e

sensível à posição), porém não significativas após ajuste (P = 0,09 e P = 0,12;

respectivamente). Quanto à presença de diabetes, não houve interação com qualquer das 14

características clínicas. O modelo multivariado final, com três preditores independentes

(melhora com nitrato, pleurítica, mudança com compressão), não apresentou interação com

idade (P = 0,85), sexo (P = 0,11) ou diabetes (P = 0,92). Conclusão: Idade, sexo feminino e

diabetes não interferem no valor preditor das características da dor torácica aguda quanto à

presença de DAC obstrutiva. Sendo assim, não devemos esperar que idosos, mulheres ou

diabéticos apresentem manifestações mais atípicas do que a população geral.

Palavras-chave: Dor torácica. Síndrome coronariana aguda. Sexo feminino. Idade. Diabetes.

TEMA: ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE RESISTÊNCIA INSULÍNICA EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO SEM DIABETES MELLITUS 2. ALUNA: FERNANDA SCOPPETTA SAMPAIO ALVES ORIENTADORA: DRA. MARIA DE LOURDES LIMA

RESUMO

Introdução: A obesidade representa um importante fator de risco cardiovascular e está relacionada com resistência insulínica (RI), que contribui para a fisiopatologia do desenvolvimento do diabetes mellitus 2 (DM2). O Homestatic model assessment of insulin resistance (HOMA-IR) vem sendo amplamente utilizado, representando uma ferramenta alternativa para avaliação da RI, dada a sua boa aplicabilidade em estudos populacionais, rapidez e baixo custo. Objetivos: Determinar a prevalência de RI em mulheres com excesso de peso sem diagnóstico de DM2 em ambulatório do SUS e comparar o perfil antropométrico, clínico e bioquímico das mulheres com e sem RI. Metodologia: Estudo de corte transversal, descritivo e analítico, onde foram incluídas mulheres com índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 25kg/m², maiores de 18 anos de idade. As variáveis clínicas e antropométricas mensuradas foram IMC, circunferência abdominal (CA), relação cintura-quadril (C/Q) e pressão arterial. As variáveis laboratoriais analisadas foram glicemia de jejum (GJ), teste de tolerância oral a glicose, hemoglobina glicada, perfil lipídico, ácido úrico (AR), proteína C reativa de alta sensibilidade, vitamina D (25-OH D) e insulina plasmática. Os critérios de exclusão foram pacientes com diagnóstico prévio de DM2 e/ou em uso de antidiabéticos orais. O ponto de corte do HOMA-IR para identificar RI foi valores maiores que 2,7. Resultados: A casuística foi composta por 86 mulheres, com média de idade de 42.4 ± 11.4 anos, com IMC de 37 ± 6.1 kg/m², revelando uma prevalência de RI de 74.4% (64/86). A média do HOMA-IR foi de 3.86 (±1.8), variando de 0.7 a 9.4. Do total de pacientes com RI, 67.2% apresentavam síndrome metabólica e 100% possuíam obesidade abdominal. As análises estatísticas demonstraram maiores valores de CA (110.1±10.3 vs 103.1±9.3 cm; p=0.007), de relação C/Q (0.86±0.08 vs 0.81±0.08 cm; p=0.029), de GJ (96.8±9.6 vs 84.9±10.6 mg/dl; p=0.003), assim como de AR (4.7±1.1 vs 3.8±0.8 mg/dl; p=0.002), em contraposição a menores valores médios de 25-OH D (22.6±5.1 vs 25.5±5.9 ng/dl; p=0.034) no grupo RI em comparação com o grupo sem RI. Observou-se correlação positiva entra HOMA-IR com o IMC (r=0.304; p=0.004), CA (r=0.455; p<0.001), relação C/Q (r=0.34; p=0.002), GJ (r=0.309; p=0.004), AR (r=0.321; p=0.004) e negativa com 25-OH D (r= -0.226; p=0.036). Conclusão: A prevalência de RI na população estudada foi maior do que a relatada na literatura para a população geral e para mulheres com excesso de peso. O HOMA-IR correlacionou-se positivamente com IMC, relação C/Q, GJ e AR e negativamente com níveis de 25-OH D, demonstrando ser um exame de utilidade nas pesquisas como marcador de resistência insulínica e síndrome metabólica.

Palavras-chave: Diabetes mellitus; Obesidade; Resistência à insulina.

TEMA: AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D EM PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR: REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNA: FERNANDA FERNANDES DE OLIVEIRA MARQUES DE SOUZA ORIENTADOR: DR. THOMAZ RODRIGUES PORTO DA CRUZ

RESUMO

Esta revisão sistemática tem por objetivo avaliar o prognóstico do tratamento da Tuberculose

(TB) Pulmonar após suplementação com Vitamina D em diferentes doses. Para isto, foram

analisados 8 ensaios clínicos randomizados avaliados através de escore Jadad (cuja seleção

está descrita na seção Métodos). Dentre os artigos selecionados, um só apresentou resultados

parciais e três não mostraram benefício quanto à suplementação com Vitamina D. Os demais

estudos evidenciaram melhora ou radiológica, ou laboratorial, ou imunológica. As doses de

suplementação adotadas variaram de 2,500UI a 800,000UI, com diferentes esquemas de

aplicação. Os ECRs analisados não foram conclusivos quanto a melhora prognóstica,

necessitando de maiores estudos para definir a dosagem ideal do colecalciferol a ser utilizada.

Palavras-chave: Tuberculose. Suplementação de Vitamina D. Mycobacterium tuberculosis.

TEMA: ALTERAÇÕES ECOCARDIOGRÁFICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ANEMIA FALCIFORME. ALUNA: FRANCIANNE FERREIRA E RIBEIRO ORIENTADORA: PROFA. ANA MARICE LADEIA

RESUMO Introdução: A anemia falciforme é uma hemoglobinopatia hereditária, de alta prevalência na

Bahia, apresentando associação com muitas comorbidades, entre as quais se destacam as

alterações cardiovasculares. O diagnóstico precoce da condição clínica possibilita o

acompanhamento do paciente antes do aparecimento da sintomatologia e suas complicações.

Objetivo: avaliar as alterações ecocardiográficas anatômicas e funcionais em crianças e

adolescentes com anemia falciforme. Método: estudo de corte transversal que incluiu crianças

de 6 a 18 anos com diagnóstico de AF, matriculadas no ambulatório de Hematologia do

Ambulatório Magalhães Neto, ambulatório de pediatria do Hospital Geral Roberto Santos e

Hebeatria que preencheram os critérios para participar do estudo. Os pacientes foram

submetidos ao exame ecocardiográfico padronizado por ecocardiografista habilitado pela SBC

no Hospital Ana Nery. Resultados: foram avaliados 32 pacientes, 19 (59%) do sexo masculino.

A média de idade foi 12,3 anos. O aumento do ventrículo esquerdo foi à alteração mais comum

observada em 21 (65,6%) pacientes. A insuficiência valvar tricúspide e o refluxo tricúspide foi

um achado comum em 13 (41%) dos pacientes. A hipertensão pulmonar leve foi observada em

4 (12,5%) pacientes. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo médio estimado foi 67,46 ±

4,44 % e dez pacientes com AF apresentaram ecocardiograma com dimensões de cavidades

normais para a superfície corpórea e função ventricular normal. Conclusões: Crianças com AF

apresentam grande frequência de dilatações cavitárias o que pode corroborar com as

evidências da literatura na caracterização de uma cardiomiopatia falcêmica.

Palavras-chave: anemia falciforme, ecocardiografia, anemia, disfunção cardíaca.

TEMA: ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE: NO PERÍODO DE 1980 À 2012. ALUNO: FELIPE CARVALHO LEÃO ORIENTADORA: MAÍRA CORRÊA TAVARES CO-ORIENTADOR: CARLOS ALBERTO SAMPAIO PEREIRA FILHO

RESUMO

O câncer de mama é um importante problema de saúde pública no Brasil. No Nordeste a

neoplasia mamária é a mais comum entre as mulheres vem apresentando crescentes taxas de

mortalidade. Objetivo: avaliar o comportamento do coeficiente de mortalidade por câncer de

mama em mulheres nos nove estados da região Nordeste do Brasil, padronizado por idade,

utilizando um modelo de série temporal, entre os anos de 1980 a 2012. Metodologia: Trata-se

de um estudo ecológico de série temporal. Foram coletados dados anuais do Departamento de

Informação e Informática do SUS (DATASUS, http://www.datasus.gov.br), sobre o número de

óbitos por câncer de mama para o período entre 1980 a 2012, dos estados da Região

Nordeste. Foram calculadas as taxas de mortalidade por 100 mil habitantes do sexo feminino

por ano e para cada Estado. Essas taxas foram padronizadas por faixa etária, utilizando-se,

como referência, os dados de população residente em cada Estado, referentes ao Censo

Demográfico 2010. Para a análise estatística, utilizou-se modelo de regressão linear simples, a

fim de estimar os coeficientes das taxas de mortalidade padronizadas em cada um dos

Estados. Resultados: Ao longo de trinta e dois anos, houve aumento significativo nas taxas

mortalidade por câncer de mama de todos os estados. No ano de 2012, Sergipe apresentou a

maior taxa (10,42/100.000), sendo precedido por Pernambuco (9,35/100.000). As menores

foram observadas no Maranhão (4,82/100.000) e na Bahia (7,52/100.000). Evidenciou-se

também que todos os estados da Região Nordeste tendem à um aumento nas taxas de

mortalidade por câncer de mama. Sergipe possui a maior tendência de aumento da taxa, onde

espera-se um aumento de 0,188 óbitos por ano em cada 100.000 habitantes. A Bahia e

Alagoas apresentam a menor tendência (0,105/100.000). Conclusão: As taxas de mortalidade

por câncer de mama, ao longo de trinta e dois anos, aumentaram em todos nove estados do

Nordeste, com tendência a aumentar a cada ano.

Palavras-chave: Câncer de mama. Nordeste. Mortalidade.

TEMA: FATORES PREDITORES DE ANORMALIDADE TOMOGRÁFICA EM VÍTIMAS DE DÉFICIT NEUROLÓGICO AGUDO EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA DA REDE SUS-BAHIA. ALUNA: FERNANDA SANDES BRITO ORIENTADOR: PROF. IGOR LIMA MALDONADO

RESUMO Introdução: A tomografia computadorizada (TC) de crânio tem mostrado ser o principal método de avaliação por imagem de pacientes com presença de déficits neurológicos súbitos na emergência. Esse exame, contudo, é frequentemente normal. Tal fato leva à reflexão, portanto, sobre quando ele seria realmente prioritário ou indispensável para a elucidação diagnóstica desses pacientes na emergência. Objetivo: Verificar a existência ou não de associações entre características da apresentação de vítimas de AVE suspeito e uma maior ocorrência de alterações tomográficas em uma unidade de Referência da Rede SUS-Bahia. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, com desenho retrospectivo e caráter observacional, o qual incluiu pacientes que, admitidos com a presença de um déficit neurológico agudo e suspeita diagnóstica principal de AVE, realizaram tomografia de crânio na unidade de emergência do Hospital do Subúrbio de Salvador. Não foram incluídos no estudo, pacientes com idade inferior a 16 anos e cujos laudos tomográficos não foram encontrados, não estavam acessíveis ou legíveis. Resultados: Foram avaliados 72 laudos de tomografias de crânio, dos quais 66 foram elegíveis para o estudo e 35 apresentaram alterações vasculares relacionados à doença aguda. Da amostra estudada, 51,5% pacientes eram do sexo masculino e 48,5% do sexo feminino. Dentre a diversidade de sinais e sintomas identificados, os déficits motores, de linguagem e rebaixamento do nível de consciência foram as manifestações mais frequentes, estando presentes respectivamente em 63,7%, 59,1% e 39,4% dos casos. Quanto a Escala de Coma de Glasgow, cerca de 73,7% dos pacientes apresentaram uma pontuação superior a 8 e 52,6% obtiveram mais de 12 pontos na escala. Notou-se que a maioria dos pacientes (75%) deu entrada no serviço após o término da janela terapêutica para trombólise intravenosa, comumente fixada em 4h 30min. Entretanto, a maioria dos indivíduos (60%) chegou em até 24 horas do início do quadro. No que se refere à forma de admissão, a maioria dos pacientes (64,1%) foi regulada. Por fim, em um número substancial de casos (30 pacientes, 45,5%) foi observada uma comum combinação de fatores: a presença de déficit motor focal e uma apresentação relativamente tardia à unidade de emergência (após 4h30min). Nessa situação a ocorrência de lesão parenquimatosa visível à tomografia se mostrou significantemente mais frequente do que entre os demais pacientes (66,7% contra 41,7%, p=0,042). As outras analises não demonstraram, por sua vez, significância estatística. Conclusões: De acordo com os resultados do estudo, a presença de insultos parenquimatosos visíveis em tomografias de crânio sem contraste solicitadas durante a investigação emergencial de um AVE suspeito em fase aguda não esteve associada aos fatores gênero, idade, déficit sensitivo, motor ou de linguagem, cefaléia, crise convulsiva, vômitos, alterações do comportamento, forma e tempo de admissão quando estudados isoladamente. Entretanto, a presença de déficit motor após término da janela terapêutica esteve associada de forma significante à ocorrência de anormalidades tomográficas.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de crânio, emergência, acidente vascular encefálico.

TEMA: SOROPOSITIVIDADE PARA SÍFILIS ENTRE PACIENTES INTERNADAS EM UMA MATERNIDADE-ESCOLA PÚBLICA DE SALVADOR-BA. ALUNA: GABRIELA BARBOSA ROMEO D’OLIVEIRA SANTOS ORIENTADORA: DRA. CLAUDIA MARGARET SMITH

RESUMO

Após a instituição da Portaria GM/MS 3.242/2011, que orienta a realização de teste rápido para sífilis em todas as gestantes internadas nas maternidades públicas, se tornou possível evidenciar a prevalência da soropositividade nessa população e a percepção mais fidedigna do cenário. As taxas de sífilis em gestantes estão em ascendência no Brasil, na Bahia e em Salvador. Estratégias para a redução da sífilis e da sífilis congênita têm sido estimuladas pela OMS/ OPAS. Dentre elas, está o amplo acesso à assistência pré-natal, assim como a garantia do tratamento adequado para a gestante e seu parceiro, quando infectado. A detecção precoce e o tratamento adequado e oportuno são premissas fundamentais para a redução da prevalência destas patologias. OBJETIVOS: Calcular a taxa de prevalência de soropositividade para sífilis nas gestantes internadas na Maternidade Climério de Oliveira. Correlacionar características da assistência pré-natal com o tratamento adequado da gestante e do seu parceiro. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo descritivo, em que foram levantados dados dos prontuários das pacientes internadas na Maternidade Climério de Oliveira no período entre 01/06/13 a 31/05/14, com soropositividade para sífilis em teste-rápido (teste treponêmico) e confirmado pelo VDRL (teste não treponêmico). A partir dos prontuários destas pacientes soropositivas, foram colhidas informações sobre a assistência pré-natal, tratamento materno prévio para sífilis, e tratamento do parceiro. Foi avaliado se as gestantes soropositivas para sífilis atingiram o número de consultas de pré-natal preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil que seria uma no primeiro trimestre (até 93 dias), três até completar o segundo trimestre (até 186 dias), e seis ao completar o terceiro trimestre (até 280 dias). O tratamento adequado para sífilis da gestante e do seu parceiro é considerada pelo Ministério da Saúde como uso de penicilina G benzatina 2.400.000 UI/IM, em três aplicações, com intervalo de uma semana entre cada aplicação. RESULTADOS: Das 4.448 pacientes internadas na Maternidade Climério de Oliveira no período estudado, foram detectados 95 casos de soropositividade para sífilis pelo teste rápido e confirmado pelo VDRL, levando a taxa de prevalência de 2,13%. Entre as gestantes submetidas ao número preconizado de consultas de pré-natal, 46,93% foram tratadas para sífilis previamente ao internamento, enquanto que 53,07% não obtiveram tratamento adequado. Entre os parceiros das gestantes que foram submetidas a número preconizado de consultas de pré-natal, 13,73% receberam tratamento adequado para sífilis e 86,27% não receberam o tratamento. Nenhuma gestante que não realizou assistência pré-natal foi submetida a tratamento para sífilis durante a gravidez, assim como os seus parceiros. CONCLUSÃO: A taxa de prevalência da soropositividade para sífilis na Maternidade Climério de Oliveira em Salvador-BA, no período estudado, foi de 2,13%. Apesar da assistência pré-natal se mostrar importante para possibilitar o tratamento da sífilis na gestação, à quantidade de consultas de pré-natal não se mostrou relevante para promover o tratamento adequado das gestantes nem dos seus parceiros.

Palavras-chave: Sífilis; soropositividade; pré-natal.

TEMA: ANÁLISE DOS INTERNAMENTOS POR NEUROCISTICERCOSE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA ENTRE OS PERÍODOS DE 1998 A 2002 E 2007 A 2011. ALUNO: IURI PONTE PORTELLA ORIENTADOR: PROF. DR. FREDERICO LUIZ DA SILVA FIGUÊROA

RESUMO

Introdução: A neurocisticercose (NCC), doença causada pela presença da forma larvária da Taenia solium no sistema nervoso central (SNC), é a parasitose mais comum desse sistema. Suas manifestações clínicas são inespecíficas e pleomórficas. Isso ocorre devido a diversidade de sinais e sintomas que podem surgir quando as oncosferas atingem as diversas topografias do SNC. O complexo teníase-cisticercose constitui um sério problema de saúde pública em países onde existem precárias condições sanitárias, socioeconômicas e culturais. No entanto, a prevalência da NCC não é conhecida no Brasil pela ausência de notificação obrigatória na maioria dos Estados. Objetivo: Descrever a frequência das internações hospitalares por neurocisticercose no estado da Bahia entre os períodos de 1998 a 2002 e 2007 a 2011. Método: Estudo descritivo de agregados utilizando dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). O desfecho de interesse foi o diagnóstico de NCC categorizado pelo CID-10 registrados como causa da internações hospitalares no estado da Bahia entre 1998 a 2002 e 2007 a 2011. As variáveis de análise foram: número de internações hospitalares por NCC, idade, sexo, número de óbitos, tempo de internamento e local de residência. Os dados foram analisados utilizando-se estatística descritiva, com dados apresentados em valores absolutos, proporções, tabelas e imagens. Resultados: Entre os anos de 1998 e 2002, houveram 15 internações no estado da Bahia por NCC. Destas internações, 40% correspondem a homens e 60%, a mulheres. A faixa etária mais atingida foi a entre 21 e 30 anos de idade (40%) e o tempo de internamento mais frequente foi de 1 a 10 dias em 73,3% dos casos. Além disso, observa-se que 53,3% das internações ocorreram nas cidades do centro-sul baiano. Já entre 2007 e 2011, houveram 39 hospitalizações por NCC. Dessas, 71,8% foram devido a pacientes do sexo masculino e 28,2%, do sexo feminino. As faixas etárias mais acometidas foram as dos 21 aos 50 anos (61,5%) e 59% dos pacientes ficaram internados por menos de 10 dias. 56,4% dos casos ocorreram na mesorregião do centro-sul baiano. Conclusão: As internações por NCC aumentaram 160% de 1998 a 2002 para 2007 a 2011. Houve uma mudança no perfil dos pacientes hospitalizados devido a NCC. Em 1998 a 2002 ocorreu predomínio de mulheres entre 11 e 30 anos, enquanto que, em 2007 a 2011, de homens entre 31 e 50 anos. Além disso, houve manutenção da prevalência dos internamentos por NCC entre as mesorregiões do centro-sul baiano e a região metropolitana de Salvador entre os dois períodos. Palavras-chave: Neurocisticercose. Epidemiologia. Hospitalização. Bahia.

TEMA: ASPECTOS CLÍNICOS E PSICOSSOCIAIS ASSOCIADOS AO DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA). ALUNA: ISADORA ARAGÃO SILVA TRABUCO ORIENTADORA: PROFA. DRA. ISABEL CARMEN FONSECA FREITAS

RESUMO

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) constitui um grupo de inabilidades do

desenvolvimento, caracterizado por deficiências na interação social e comunicação com

padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento. Este estudo visa descrever a

frequência de fatores considerados preditivos à expressão da condição de TEA em indivíduos

de uma associação de apoio ao transtorno e relacionar os sentimentos dos pais ao saberem

do diagnóstico do filho, o tempo decorrido entre esse diagnóstico e a busca por ajuda

especializada. Foram aplicados questionários aos pais ou responsáveis pessoas com autismo,

com perguntas relacionadas à sintomatologia, história perinatal e familiar, momento do

diagnóstico, manifestação inicial e sentimento dos pais após o diagnóstico. As variáveis foram

descritas em frequências simples, medidas de tendência central para as variáveis contínuas e

Desvio Padrão como medida de dispersão. Na amostra estudada o gênero masculino (86%) foi

mais acometido e a ocorrência de outros casos semelhantes diagnosticados nas famílias foi de

14%. A taxa da gravidez não planejada foi 56% e de cesariana 59%, 48% da amostra

apresentaram alterações ao nascer, desses 72,92% evoluíram com internação. Referente aos

sintomas iniciais de TEA, 82% dos portadores apresentaram distúrbio de linguagem, 64%

desatenção e 64% prejuízo na interação social. O diagnóstico de TEA despertou

principalmente tristeza (39%). Porém, alívio (10%) e sentimentos positivos (5%) também foram

referidos. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi 1,95 anos. Os fatores

preditivos associados ao autismo estão em consonância com os descritos na literatura,

chamando-se atenção para a importância da necessidade de melhor atendimento a gestantes

e RN visando a redução das intercorrências obstétricas e neonatais que foram significativas.

Diante de uma criança com atraso de linguagem e prejuízos na interação social deve-se

pensar em TEA e indicar o acompanhamento especializado. O acolhimento e o apoio

psicológico aos familiares são essenciais para minimizar o sofrimento e ajudar na aquisição de

novas habilidades por parte dos portadores de TEA.

Palavras-chave: Transtorno Autístico. Fatores de risco. Etiologia. Pais. Comportamento.

TEMA: COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO: FATORES DE RISCO PARA ANSIEDADE E DEPRESSÃO NOS PAIS. ALUNA: JÚLIA RAMOS OLIVEIRA ORIENTADORA: DRA. MILENA PEREIRA PONDÉ

RESUMO

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome neuropsiquiátrica

caracterizada como um déficit persistente na comunicação e interação social em diferentes

contextos, associados a padrões de comportamento e interesses restritos. Algumas

comorbidades psiquiátricas destacam-se por possuir uma significativa prevalência nos

portadores do espectro autista, dentre essas estão o Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno desafiante opositor (TDO) e o Transtorno de Conduta

(TC). A associação de comorbidades psiquiátricas ao autismo traz consequências à qualidade

de vida familiar e aumenta a probabilidade dos genitores apresentarem desordens mentais,

tanto por razões genéticas, como ambientais. Objetivo: Avaliar a correlação entre sintomas de

TDAH, TDO e TC em crianças autistas e sintomas de ansiedade e depressão nos pais.

Método: Estudo de coorte transversal, no qual questionários e entrevistas foram aplicados a

pais de crianças com diagnóstico prévio de TEA. Resultados: A prevalência dos sintomas de

ansiedade e depressão é maior nos genitores de crianças com TEA e TDAH, visto que 40%

dos pais de crianças autistas com essa comorbidade apresentavam os sintomas, enquanto nos

pais de crianças autistas sem TDAH, a prevalência caia para 9,8% (p=0,004). A presença de

TDO associado ao autismo também acarretou um uma maior prevalência de sintomas ansiosos

e depressivos nesses pais, visto que 60% deles possuiam tais sintomas, enquanto apenas

16,4% dos pais de crianças sem TDO relataram a presença dos sintomas (p=0,007). Não

houve relação estatisticamente significativa entre TC nas crianças e sintomas de ansiedade e

depressão nos pais.Conclusão: Há uma forte associação entre a presença das comorbidades

TDAH e/ou TDO em portadores do TEA e a presença de sintomas de ansiedade e depressão

nos pais. É importante, portanto, rastrear e cuidar dos sintomas maternos e paternos,

possibilitando que a criança tenha todos os fatores disponíveis para seu desenvolvimento e

tratamento efetivo.

Palavras-chave: Autismo. Ansiedade. Depressão. TDAH. TODO. TEA.

TEMA: INTOXICAÇÕES POR RATICIDAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM UM HOSPITAL PÚBLICO NA BAHIA. ALUNO (A): JOIMILLY BARBOSA PINTO ORIENTADOR: PROF. DR. DILTON RODRIGUES MENDONÇA

RESUMO Introdução: As intoxicações exógenas agudas por raticidas em crianças e adolescentes

representam um problema de saúde pública, devido a alta incidência e risco potencial à saúde.

Entre os agentes tóxicos mais frequentes na infância, destacam-se os inibidores da

acetilcolinesterase. Objetivo: Descrever as características epidemiológicas, principais

manifestações clínicas e evolução das intoxicações agudas por raticidas. Métodos: Estudo

descritivo, de série temporal, das intoxicações agudas por raticidas em crianças de 0 a 14

anos, atendidas no Hospital Geral Roberto Santos e pelo Centro Antiveneno da Bahia, no

período de 1º de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012. A coleta de dados foi realizada

nos prontuários e nas fichas de notificação, sendo estudadas as variáveis que compreenderam

as características dos eventos e dos agentes tóxicos, a evolução clínica e os desfechos. Os

dados foram analisados por meio de estatística descritiva através do programa SPSS 21.0

Resultados: A maioria dos casos foram procedentes de Salvador (91,3%), na faixa etária entre

1 e 4 anos (42,1%) e no sexo feminino (54,4%). Todos os casos foram de intoxicações por via

oral e ocorreram no domicílio em 75,4% dos acidentes. Houve predomínio na primavera

(33,4%). Entre os raticidas, os carbamatos foram referidos em 77,1% dos casos e as principais

manifestações clínicas foram vômitos (66,7%), sialorreia (36,8%), miose (33,4%). A

colinesterase sérica estava diminuída em (60,7%) dos casos. Cerca de 60% dos acidentes

foram leves, 33% moderados e 29,8% necessitaram de internamento. A cura ocorreu em

98,2% dos casos, porém houve complicações em quatorze pacientes e uma criança evoluiu

para óbito. Conclusão: As crianças menores de cinco anos representam uma faixa etária de

risco para intoxicações por raticidas, especialmente no domicílio e por via oral. A maioria das

intoxicações foi por inibidores da colinesterase, especialmente por um produto conhecido como

chumbinho, correlacionando-se com as manifestações clínicas de síndrome colinérgica. A

maioria dos casos foram leves/moderados, porém resultando em internamentos nos casos

graves e ocorrência de um óbito. Observa-se que a intoxicação por raticidas é uma realidade

nos domicílios no Brasil, onde produtos são comercializados ilegalmente e de fácil acesso para

a população, levando a riscos à saúde de crianças e custos à saúde pública.

Palavras-chave: Raticidas. Acidentes. Crianças. Intoxicações.

TEMA: ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS EM CURSO PRÉ-VESTIBULAR. ALUNA: JÉSSYCA VICTOR BACELAR ORIENTADOR: PROF. ANDRÉ DANTAS ZIMMERMANN

RESUMO

Introdução: O ensino de primeiros socorros para a população pode contribuir para o

atendimento rápido e eficaz de uma vítima no local do acidente. Leigos possuem

conhecimento, na maioria das vezes, incorretos ou incompletos, comprometendo o socorro

adequado. A finalidade desse estudo foi analisar o impacto do ensino de primeiros socorros em

curso pré-vestibular de Salvador no estado da Bahia. Metodologia: Foi realizado um estudo de

intervenção em curso pré-vestibular. A amostra compreendeu sujeitos com idade igual ou

superior a 18 anos que concordaram em responder a questionários iguais pré e pós-teste. O

instrumento de coleta de dados foi composto de questões fechadas (verdadeiro e falso), que

abordaram temas básicos de primeiros socorros. A avaliação pós-teste dos estudantes foi

realizada depois de ministrado um curso com carga horária de 3 horas. Resultados: Amostra

constituída por 327 estudantes com 84,4% na faixa etária de 18 a 20 anos, sendo a maioria do

sexo masculino (73,7%) e apenas 5,2% tendo nível superior completo. Em relação à realização

de cursos prévios de primeiros socorros, 269/327 (81,3%) nunca haviam participado. Na

comparação dos resultados pré e pós-intervenção, observou-se diferença significativa nos

testes t-Student e Menn Withney (p<2.2e-16). As variáveis “faixa etária”, “sexo”, “graduação” e

“curso prévio de primeiros socorros” não foram estatisticamente significativas quando

relacionadas ao pré-teste e pós-teste. Conclusão: O ensino de primeiros socorros promoveu

aprendizado nesta amostra e pode ser aplicado como medida preventiva em populações com

diferentes características.

Palavras-chave: Primeiros Socorros. Pré-vestibular. Promoção de Saúde.

TEMA: PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE TDAH EM ESTUDANTES DE MEDICINA DA EBMSP. ALUNA: JANAÍNA SILVEIRA KROGER ORIENTADOR: DR. VICTOR MASCARENHAS DE ANDRADE SOUZA

CO-ORIENTADORA: DRA. ANA PAOLA ROBATTO NUNES

RESUMO

Objetivo: Quantificar a prevalência de sintomas de TDAH entre estudantes de medicina da EBMSP. Método: Estudo transversal observacional realizado através da aplicação da escala auto-aplicável usada para aferir sintomas de TDAH em adultos, ASRS-18, entre estudantes de todos os semestres do curso de medicina da EBMSP por meio de plataforma virtual (Survio). Resultados: A amostra do estudo foi de 226 estudantes, cuja média de idade foi de 22,0 ±2,7. Dentre os estudantes, 30 (13,3%) apresentaram sintomas de TDAH. A prevalência no sexo feminino foi de 10,5% e no sexo masculino de 18,1% (p=0,105). Não houve diferença significante entre os anos do curso. 5 (2,2%) participantes relataram ter diagnóstico prévio de TDAH, todos estes ainda apresentam sintomas do transtorno. 21 (9,3%) já fizeram uso de psicoestimulantes em algum momento de suas vidas, sendo que 7 deles apresentaram sintomas de TDAH. 26 (11,%) dos participantes tinham sintomas de desatenção e 6 (2,7%) de hiperatividade/impulsividade, sendo que 2 (0,9%) apresentavam ambos os sintomas. Conclusões: A prevalência de sintomas de TDAH entre estudantes de medicina da EBMSP se mostrou maior do que a referida na literatura em população universitária, sendo maior no sexo masculino (conforme referida em literatura). Os sintomas mais apresentados pelos estudantes foram de desatenção, o que é compatível com dados literários de remissão dos sintomas de hiperatividade após a adolescência. Não houve diferença significativa da prevalência destes sintomas ao longo do curso. Uma quantidade muito maior que a de alunos previamente diagnosticados com TDAH relataram já ter feito uso, em algum momento de suas vidas, de psicoestimulantes, gerando a hipótese do uso indiscriminado e ilegal desta classe de medicamentos entre estudantes desta instituição. É importante diagnosticar os alunos com o transtorno como forma de possibilitar seu tratamento e evitar os prejuízos acadêmicos e sociais decorrentes dele. É necessário realizar pesquisas quanto ao abuso de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre os estudantes da EBMSP, sobretudo entre aqueles que utilizam drogas estimulantes sem prescrição médica.

Palavras-chave: Prevalência. Sintomas. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Estudantes de Medicina. Questionário.

TEMA: A ESPECIALIDADE MÉDICA – DESCRIÇÃO DA TENDÊNCIA DE ESCOLHA DA ESPECIALIDADE POR MÉDICOS FORMADOS NA BAHIA DE 2002 A 2010. ALUNO: KLEBER DO ESPIRITO SANTO FREIRE ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

Introdução: Atualmente o número de médicos no mercado de trabalho é questionado. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo-CREMESP, ocorre distribuição desproporcional entre localidades e especialidades médicas. Observa-se que a concentração de médicos é maior na capital do que no interior. Além disso, determinadas especialidades concentram um maior número de profissionais. Diante de tais vazios demográficos e concentração de especialidades é importante fazer uma análise da formação médica na Bahia. Objetivo: Descrever o perfil da escolha de especialidade dos egressos da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e analítico, de natureza quantitativa com utilização de dados secundários. Foram utilizados profissionais médicos egressos da EBMSP e UFBA no período de 2002 a 2011. Foi realizada busca individualizada, por nome do profissional em banco de dados disponíveis no site do Conselho Federal de Medicina e na Comissão Nacional de Residência Médica. Resultados: No período estudado, 3561 médicos graduaram. A EBMSP foi responsável pelo predomínio dos formandos, com 1963 (55,12%), enquanto a UFBA foi responsável por 1598 (44,88%). Do total, 1817 (51,02%) pertenciam ao sexo masculino e 1744 (48,98%) ao feminino. Em relação à especialidade médica, foram detectados, 3553 (99,77%), sendo que 2099 (58,94%) já a realizaram, 301 (8,45%) encontram-se realizando e 1153 (32,38%) não realizaram. Entre os que escolheram realizar a residência médica, 844 (23,69%) escolheram o grupo que abrangia outras especialidades de acesso direto, 626 (17,59%) optaram por clínica médica, 427 (12%) decidiram por cirurgia geral, 295 (8,29%) entraram na especialidade de pediatria e 208 (5,8%) optaram por ginecologia e obstetrícia. Nos homens 60,9% dos egressos realizaram residência, enquanto 39,1% não. Já entre as mulheres a proporção varia para 74,2% e 25,8%, respectivamente. Foi encontrado que 421 (12%) médicos atuavam no interior do estado. A atuação em outro estado foi composta por 871 (24%) egressos e a grande maioria dos formandos, 2226 (63,3%) médicos, permaneceram atuando na capital. Em relação à associação a realização de residência com a atuação no interior do estado, percebe-se que o percentual de egressos sem a residência, atuando no interior do estado é cerca do dobro em relação àqueles com este tipo de formação. Conclusão: O presente estudo encontrou um predomínio do sexo feminino no perfil da escolha da residência. No que diz respeito à relação entre realização de residência médica e instituição de ensino superior de origem, não foi encontrada diferença entre pública ou privada. Com relação à escolha da especialidade, predominou aquelas que servem de pré-requisitos para outras subespecialidades. O local de escolha para a realização da residência, assim como a presença de registro no Conselho Federal de Medicina, predominou a Bahia. O estudo demonstrou ainda que a opção pela realização ou não da residência médica interferiu com a migração dos egressos para o interior do Estado. Palavras-chave: Educação Médica; Educação de graduação em medicina; Escolha da profissão; Internato e residência.

TEMA: ASPECTOS TÉCNICOS E COMPLICAÇÕES DA GLUTEOPLASTIA DE AUMENTO COM PRÓTESE - UMA REVISÃO DE LITERATURA. ALUNO: LAIO LOPES COIMBRA ORIENTADOR: PROF. VINICIO MOITINHO DO CARMO

RESUMO

INTRODUÇÃO: A gluteoplastia de aumento com prótese é um dos segmentos que mais

crescem na cirurgia plástica, atualmente. A elevação na procura por esse tipo de cirurgia tem

possibilitado o desenvolvimento das técnicas e pesquisas acerca da abordagem à região

glútea, planos para a colocação de prótese e desenvolvimento de inúmeros tipos de implante.

OBJETIVOS: 1) Estudar aspectos da gluteoplastia de aumento com próteses, relatados na

literatura recente. 2) Identificar os principais planos utilizados para colocação da prótese glútea.

3) Verificar quais os principais tipos de implantes utilizados para a realização gluteoplastia de

aumento. 4) Apontar as complicações pós-operatórias mais frequentes nesse tipo de cirurgia.

METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, consistindo na busca

retrospectiva de artigos científicos. O critério metodológico escolhido para a avaliação da

qualidade dos artigos foi o escore STROBE com pontuação maior ou igual a 80%.

RESULTADOS: Cinco artigos foram selecionados para esta revisão. Os autores destacam os

planos subfacial e intramuscular como principais planos para colocação da prótese glútea. O

tipo de implante mais utilizado é o de silicone em gel com superfície texturizada. As

complicações mais associadas ao procedimento em questão são: seroma, contratura capsular,

infecção, deiscência e necessidade de reoperação. As taxas de complicação do procedimento

são aceitáveis. CONCLUSÃO: As técnicas de gluteoplastia de aumento com implantação da

prótese nos planos intramuscular e subfacial possibilitam resultados satisfatórios. O plano

intramuscular tem sido preferencialmente escolhido pelos cirurgiões. Os tipos de implantes

mais utilizados são os de silicone em gel com superfície texturizada. Independente do plano

anatômico escolhido e do tipo de implante, as taxas de complicação da gluteoplastia de

aumento com prótese são aceitáveis, tornando o procedimento seguro.

Palavras-chave: Palavras-chave: gluteoplastia, gluteoplastia de aumento com prótese, implante de glúteo.

TEMA: ANÁLISE QUANTITATIVA DAS MAMOGRAFIAS DE RASTREAMENTO, NA FAIXA ETÁRIA ENTRE 40-69 ANOS, NO BRASIL. ALUNA: LAYANA ANIZIA VIEIRA PEREIRA ORIENTADORA: MILENA BASTOS BRITO

RESUMO

INTRODUÇÃO: O câncer (CA) de mama é a segunda neoplasia mais frequente no mundo, sendo a primeira causa de mortalidade no sexo feminino. Um terço das neoplasias de mama tem cura, desde que diagnosticados precocemente, dai a necessidade do rastreio mamográfico precoce. Atualmente o Ministério da Saúde preconiza o rastreio bianual em mulheres entre 50-69 anos. OBJETIVOS: Descrever a quantidade de mamografia de rastreamento realizadas pelo SUS no Brasil, em 2013, em mulheres na faixa etária entre 40-69 anos, observando incidência de morbimortalidade. METODOLOGIA: Estudo do tipo descritivo e comparativo, que se baseia na análise de dados secundários sobre mamografias de rastreamento (MR) realizadas no Brasil, que estão disponibilizados nos bancos de dados do Sistema de Informação do Câncer de Mama – SISMAMA (gerado pelo DATASUS) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Foram incluídos os dados de realização mamografia de rastreamento, referentes a mulheres na faixa etária entre 40-49 anos (FE I) e entre 50-69 anos (FE II), que não tenham risco elevado de câncer de mama. RESULTADOS: Das 1.427.797 MR realizadas pelo SUS no ano de 2013, 40,59% foram em mulheres na FE I, enquanto que 59,41% foram na FE II. A taxa de MR realizadas em 2013 sobre a população estimada para 2012, observou-se que 4,30% na FE I versus 5,01% na FE II realizaram o exame. Em todas as regiões brasileiras houve aumento do número de MR classificadas como categoria BIRADS 5 (na FE II em relação a FE I), sendo que a média nacional quase dobrou, indo de 0,07% na FE I para 0,13% na FE II. Em 2013, a taxa de óbitos por neoplasia maligna da mama na população feminina no Brasil duplicou da FE I para a FE II, porém houve não houve redução da mortalidade de 2009 para 2013 em ambas faixas etárias. DISCUSSÃO: No presente estudo observou-se que, em 2013, houve aproximadamente 10% de cobertura na realização de mamografias de rastreamento pelo SUS na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde, entre 50-69 anos, tomando como base o rastreio bianual. A taxa de realização de mamografia na FE I foi relativamente mais baixa que na FE II, porém a taxa de assistência privada nas mulheres mais jovens foi mais elevada. Como já era esperado, houve uma maior incidência de MMG BIRADS 4 (suspeita de malignidade) e 5 (provavelmente maligno) entre mulheres mais velhas (50-69 anos), corroborando com dados da literatura que evidenciam aumento de incidência e da mortalidade a partir dos 50 anos. A realização de MMG é uma ação essencial para redução da mortalidade (25%) em países desenvolvidos, porém foi observado que houve aumento da mortalidade no Brasil de 2009 para 2013. CONCLUSÂO: Em 2013, houve predomínio das MR, assim como da incidência de BI-RADS 4 e 5, na FE II. Também houve aumento da quantidade de MR entre 2009 e 2013, sem redução da mortalidade por CA de mama. Palavras-chave: câncer de mama; rastreamento mamográfico; diagnóstico precoce.

TEMA: CORRELAÇÃO ENTRE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE MAMÓGRAFOS E TAXA DE MORTALIDADE POR NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA NOS ANOS DE 2006, 2009 E 2012 NO ESTADO DA BAHIA. ALUNO: LEANDRO VLADIMIR SILVEIRA CAVALCANTI ORIENTADOR: MITTERMAYER BARRETO SANTIAGO CO-ORIENTADORA: CAROLINA FREITAS LINS

RESUMO

Introdução: O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente, assim como a principal causa de morte por câncer na população feminina em todo o mundo. Em países desenvolvidos, observa-se aumento da incidência desta patologia acompanhado de uma redução da mortalidade. Já em países em desenvolvimento o aumento da incidência é acompanhado pelo aumento da mortalidade. Isto é atribuído a um retardo no diagnóstico e no tratamento adequado. Programas de detecção precoce através de rastreamento mamográfico tem mostrado redução na mortalidade, em especial naquelas com mais 50 anos. Não há estudos no estado da Bahia que mostrem o caráter da distribuição espacial dos aparelhos de mamografia. Objetivo: Correlacionar a distribuição espacial de Mamógrafos com a taxa de mortalidade por neoplasia maligna da Mama no sexo feminino nos anos de 2006, 2009 e 2012 no Estado da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de série temporal com medidas calculadas para o agregado a partir de dados secundários do DATASUS. O Estudo foi realizado no estado da Bahia nos anos de 2006, 2009 e 2012, analisando-se por macrorregiões de saúde. Foram considerados os mamógrafos em funcionamento disponíveis no CNES. Os dados de óbito foram coletados a partir do Sistema de Informação de Mortalidade. Dados populacionais foram adquiridos segundo estimativas do IBGE da publicação "Saúde no Brasil - 2012" disponíveis na base de dados do DATASUS do ministério da saúde. Os dados estatísticos de coeficiente de correlação de Pearson e significância estatística foram obtidos a partir do programa SPSS versão 21.0. Resultados: Há forte correlação positiva entre a distribuição espacial de mamógrafos e mortalidade por Câncer de mama na maior parte das macrorregiões da Bahia e na esfera estadual em sua totalidade. Isto implicou que o aumento da distribuição espacial de mamógrafos fosse acompanhado por um aumento na mortalidade, nestas macrorregiões. Só houve redução da mortalidade e aumento de mamógrafos na macrorregião Oeste, com forte coeficiente de correlação. O valor de P foi estatisticamente significante apenas na macrorregião Sul. Conclusão: Percebe-se que há forte correlação entre a distribuição espacial de mamógrafos e a taxa de mortalidade por neoplasia maligna da mama na maioria das macrorregiões do Estado da Bahia. No entanto, outros estudos mais profundos sobre este assunto precisam ser realizados. Palavras-chave: Mamógrafos. Taxa de mortalidade. Correlação. Distribuição espacial.

TEMA: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM APENDICITE AGUDA ENCAMINHADOS A UM HOSPITAL PÚBLICO EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA: SETEMBRO DE 2014 A ABRIL DE 2015. ALUNO: LÉO DANTAS PEREIRA ORIENTADOR: PROF. RINALDO ANTUNES BARROS

RESUMO

A Apendicite Aguda (AA) é a causa mais comum de abdome agudo e uma das mais frequentes indicações de cirurgia abdominal de emergência. O diagnóstico da AA é eminentemente clínico e nenhum exame radiológico ou laboratorial possui acurácia de 100%. Para diagnosticar as suas apresentações típicas não se faz necessário o uso de exames radiológicos. O tempo adicional transcorrido entre o início dos sintomas e a apendicectomia, seja por atraso no diagnóstico ou por demora em procurar a emergência, pode representar uma maior probabilidade de complicações e rápida evolução clínica dessa patologia. Objetivo: Analisar o perfil biológico e clínico de pacientes com apendicite aguda, encaminhados, sem diagnóstico, a um hospital público, em Feira de Santana, Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, utilizando dados primários através da aplicação de um questionário e da revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de Apendicite Aguda confirmado no intraoperatório e que tenham sido encaminhados, sem diagnóstico, de outro serviço de emergência. A coleta de dados iniciou apenas após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Foram analisados dados como a tipicidade do quadro clínico, idade, sexo, duração da dor até primeira procura médica, numero de vezes que procurou serviços de emergência médica, tempo adicional para o diagnóstico, exames de imagem utilizados, o grau da apendicite e a necessidade de reabordagem cirúrgica. Resultados: Em um total de 18 pacientes, 67% eram do sexo masculino e a média de idade entre os participantes foi de 38,5+10,97 anos. O tempo de dor inicial teve maior incidência no intervalo de 6 a 12 horas, a quantidade média de atendimentos médicos prévios foi de 2,39+1,29, sendo que 39% dos pacientes procuraram 3 vezes ou mais. O tempo adicional encontrado teve mediana de 39 horas, sendo que todos os pacientes realizaram ultrassonografia de abdome, 33,3% fizeram a radiografia de abdome, sendo que dois desses também realizaram a tomografia computadorizada de abdome. No pós-operatório, evidenciou-se que 55,6% apresentaram AA grau IV e nenhum dos pacientes foi portador do grau I. Não houve nenhum relato de óbito dentre os pacientes, entretanto três pacientes necessitaram de reabordagem cirúrgica. Discussão: além de todos os pacientes não terem tido diagnóstico em outros serviços, 77,7% deles relataram um intervalo de tempo adicional acima de 20 horas, ou seja, houve atraso no diagnóstico da apendicite aguda na população estudada. Esse em 55% foi acima de 24 horas, submetendo os paciente a um risco de progressão da doença, a qual aconteceu em proporções até maiores que as encontradas na literatura. Conclusão: A trajetória dos pacientes estudados através de serviços médicos de emergência mostrou-se longa e não resolutiva, acarretando atraso que repercutindo negativamente na evolução clínica da patologia nos pacientes, além de aumentar o risco de complicações, a taxa de reabordagem cirúrgica e de colocar o paciente em risco de morte.

Palavras-chave: 1.Apendicite;2.DiagnósticoTardio.

TEMA: PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM PACIENTES COM TRANSTORNOS DE HUMOR E/OU DE ANSIEDADE ACOMPANHADOS EM UM AMBULATÓRIO DE PSIQUIATRIA EM SALVADOR – BA. ALUNA: LOHANA SANTANA ALMEIDA DA SILVA ORIENTADORA: PROFA. DRA. ELZA MAGALHÃES SILVA CO-ORIENTADOR: DR. DANIEL SANTANA FARIAS

RESUMO

Introdução: Cefaleia é um importante problema de saúde no Brasil, representando mais da metade das buscas por atendimento em neurologia e uma das principais queixas nos serviços de emergência. Estudo populacional revela que sua prevalência é de 71,3% da população geral, sendo que 10,7% dos indivíduos se encaixam no diagnóstico de migrânea. A literatura demonstra uma significativa associação entre migrânea e transtornos de humor e de ansiedade, o que acarreta prejuízos que implicam em incapacidades e redução do desempenho acadêmico e/ou profissional, afetando a qualidade de vida dos indivíduos. Objetivos: Descrever a prevalência de cefaleia em pacientes com transtornos de humor e/ou ansiedade acompanhados no ambulatório de psiquiatria do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), em Salvador-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo-analítico, de corte transversal, cuja amostra foi composta por 118 pacientes atendidos no ambulatório de psiquiatria do HUPES para tratamento de transtorno de humor e/ou de ansiedade entre agosto de 2014 e abril de 2015. Para confirmação do diagnóstico do transtorno psiquiátrico, foram analisados dados dos prontuários e, em seguida, aplicados questionários elaborados com base nos critérios da Classificação Internacional de Cefaleia, 3ª edição, a fim de estabelecer diagnóstico para o tipo de cefaleia, se presente. Os participantes foram agrupados de acordo com o transtorno psiquiátrico e a cefaleia. Grupos com e sem cefaleia tiveram suas características basais comparadas pelo teste de qui-quadrado ou teste exato de Fisher para as variáveis categóricas e, para as variáveis contínuas, o teste T ou Mann-Whitney, conforme a distribuição da variável. As análises foram conduzidas com o software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS ®, Chicago, IL, EUA) 21.0. Resultados: Foram questionados 118 pacientes sobre a existência ou não de cefaleia. Desse grupo, 73,7% disse sofrer com algum tipo de cefaleia. Quanto à frequência dos transtornos psiquiátricos, a maior parte dos pacientes apresentava diagnóstico de transtorno de humor (50,0%), enquanto 34,2% tinha o diagnóstico de transtorno de ansiedade. Especificamente, quanto aos pacientes que relataram sofrer de cefaleia, 75,9% se encaixaram no diagnóstico de migrânea, sendo 32,9% com aura. A maioria (76,7%) dos participantes com cefaleia eram usuários não abusivos de medicamentos. Conclusão: Há uma elevada prevalência de cefaleia nos pacientes analisados na amostra, notadamente o tipo migrânea. Tal resultado corrobora com os dados presentes em literatura que evidenciam uma associação entre migrânea e transtornos de humor e/ou de ansiedade. Futuros estudos prospectivos podem fornecer mais informações sobre eventuais associações de causalidade e outros fatores de risco associados. Palavras-chave: Migrânea. Transtornos mentais. Cefaleia. Ansiedade. Depressão.

TEMA: RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA EM PACIENTES COM CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNA: LISANDRA LEMOS ROCHA ORIENTADORA: DRA. ELOINA NUNES DE OLIVEIRA

RESUMO

A Terapia de Ressincronização Cardíaca é uma terapêutica já consagrada para o tratamento

de cardiomiopatias. Não se sabe, no entanto, o seu efeito sobre os pacientes portadores de

Cardiomiopatia Chagásica Crônica. Como essa etiologia tem significativa prevalência da

América Latina e no Brasil, faz-se importante compreender suas peculiaridades diante os

tratamentos disponíveis na atualidade. Objetivo: Avaliar o efeito da ressincronização cardíaca

na morbidade em indivíduos com Cardiomiopatia Chagásica Crônica e sua repercussão sobre

a classe funcional da insuficiência cardíaca e sobre a fração de ejeção do ventrículo esquerdo.

Métodos: foi realizada uma revisão sistemática nos sites de busca de artigos BVS/ Lilacs/

SciELO/ PubMed. Conforme os artigos encontrados apresentassem adequação ao tema,

selecionou-se estudos pelos seus títulos, seguida pela leitura dos seus resumos por dois

autores distintos. Após leitura integral desses trabalhos, foram elegíveis para a análise, os

artigos que se enquadrassem nos critérios de inclusão: estudos observacionais ou ensaios

clínicos randomizados que evidenciassem o efeito da ressincronização cardíaca em pacientes

com cardiomiopatia chagásica. Resultados: quatro artigos foram selecionados para a análise

dessa presente revisão e evidenciaram melhora da classe funcional da insuficiência cardíaca,

bem como melhora da fração de ejeção do ventrículo esquerdo nos pacientes chagásicos

submetidos a implantação de marcapasso. Discussão: a melhora na morbidade dos pacientes

com Doença de Chagas submetidos à TRC pode ser vista através da melhora da classe

funcional e da fração de ejeção e corresponde à resposta documentada em outras

cardiopatias. Quanto maior o tempo de permanência do marcapasso, melhor será a resposta

da FE à TRC. Como os pacientes chagásicos são comumente mais jovens e se apresentam

com cardiopatia mais grave no momento da implantação do dispositivo, essa população

apresenta pior prognóstico. Conclusão: A TRC se mostrou benéfica nos pacientes com

Cardiomiopatia Chagásica Crônica e reduz a morbidade a ela associada.

Palavras-chave: 1. Cardiomiopatia Chagásica; 2. Doença de Chagas; 3. Terapia de Ressincrônização Cardíaca; 4. Marcapasso

TEMA: AVALIAÇÃO ANATOMOFUNCIONAL ARTERIAL EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO. ALUNA: LUANA LEITE MENEZES SANTOS ORIENTADORA: PROFA. MARISTELA MAGNAVITA OLIVEIRA GARCIA

RESUMO

Introdução: Sobrepeso e obesidade tornaram-se problemas crônicos de saúde mundiais e têm sua incidência aumentada cada vez mais na população feminina. A gordura visceral e perivascular, presentes em excesso nessa patologia, predispõem eventos cardiovasculares através da inflamação crônica vascular, alteração da função endotelial pelo aumento dos estados vasoconstrictor e pró-coagulante, bem como alterações na anatomia arterial, através da aterosclerose. Por sua vez, a Espessura Médio-intimal Carotídea (EMIC) e a Vasodilatação Mediada por fluxo (VMF) são exames não-invasivos de identifica alterações vasculares subclinicas na anatomia e função endoteliais, respectivamente. Objetivo: Testar a hipótese de que o excesso de peso e sua distribuição associam-se com a anatomia e função arterial. Metodologia: Estudo transversal, com 46 mulheres do Ambulatório Docente Assistencial da Escola Bahiana de Medicina, Salvador-Bahia, com IMC > 25 Kg/m², maiores de 18 anos e LDL-c >100 mg/dl. Analisou-se a anatomia arterial pela EMIC e a função arterial pela VMF da artéria braquial, ambos com aparelho de ultrassonografia de alta resolução, marca GE, modelo VIVID3. Dados antropométricos, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram medidos. A análise bioquímica incluiu PCR de alta sensibilidade, perfil lipídico e glicemia de jejum(G). As variáveis desfechos foram EMIC e VMF e as preditoras, IMC, relação cintura-quadril(C/Q) e circunferência abdominal (CA). Correlação de Spearmann e Regressao linear múltiplas foram utilizados. Resultados:A médias(dp) de idade, IMC, CA e C/Q foram, respectivamente, 43,3(10) anos, e 35,3(5,8) kg/m², 107,3(11,43) cm e 0,9(0,06) cm.. Os médias (dp) dos exames laboratoriais, de Colesterol total, HDLc, LDLc, Triglicerídeos e glicemia, respectivamente 212,5(37,67)mg/dL; 50,1(11,15)mg/dL; 137,4(31,44)mg/dL; 129(66,08)mg/dL; 104(51,36), sendo que PCR teve mediana(IIQ) de 3,56 (1,7-6,7). A média (dp) da EMIC foi 0,7(0,12)mm e a mediana (IIQ) de VMF foi 0,064 (0,057-0,11). Foi verificada significativa correlação entre CA e EMIC, (r:0,32 p:0,039), mas não entre CA e VMF (r:-0,07 p:0,064). IMC e C/Q não se correlacionaram com EMIC ou VMF, de forma significativa. Observou-se também, que não houve diferenças entre os grupos abaixo e acima de 5% da VMF, quanto ao IMC (p:0,059), CA (p:0,059) ou C/Q (p:0,26) Após ajuste para variáveis de confusão, na análise multivariada, apenas idade (β:0.56;p:0,001) e a CA (β:0,45;p:0,004) mostraram-se independentemente associados com EMIC. Conclusão:Circunferência Abdominal e Idade mostraram-se diretamente relacionadas com a anatomia arterial, independente de outros fatores de risco, nesta população. Palavras-chave: Obesidade. Circunferência abdominal. EMIC. VMF. Aterosclerose. Função endotelial.

TEMA: PERFIL DE PERSONALIDADE DE PAIS DE CRIANÇAS COM AUTISMO.

ALUNO: LUCAS ALMEIDA SANTANA ROCHA ORIENTADORA: PROFA. MILENA PEREIRA PONDÉ

RESUMO

Introdução: A hipótese da Vulnerabilidade Genética do Autismo (VGA) consiste na expressão

de fenótipos, qualitativamente semelhantes aos definidores do Transtorno do Espectro do

Autismo (TEA), em familiares de autistas. Nesse contexto, é possível encontramos aspectos

suaves da personalidade e do comportamento em pais e parentes de indivíduos autistas, que

poderiam ser influenciados pela genética do autismo. Diversos autores já haviam observado

uma personalidade menos afetiva em pais de autistas desde 1940, porém, apenas nas ultimas

décadas que a vulnerabilidade genética do autismo e sua expressão na personalidade

passaram a ser fortemente debatidas na literatura. Objetivo: O trabalho objetiva-se por

descrever a expressão dos fatoriais de personalidade em pais de indivíduos com autismo.

Metodologia: Estudo de corte transversal, tendo como instrumento o Inventário Fatorial de

Personalidade, avaliando 15 motivos psicológicos em 82 Mães e 48 Pais biológicos de

indivíduos com TEA. A extração dos Escores Percentílicos, em tabelas padronizadas para a

prevalência dos fatoriais em brasileiros(as), permite observar a expressão da personalidade já

com uma análise comparativa com a população geral do país. Resultados: Observou-se uma

inclinação prevalente de baixa expressão dos fatoriais de Mudança, Afago, e Intracepção,

indicando sujeitos com desgosto em novidades (como mudar de hábitos), pouca busca pelo

apoio de terceiros e pequena capacidade ou interesse pela fantasia e abstração. Além disso,

fatoriais de Heterossexualidade, Agressão e Exibição também foram predominantemente de

baixa expressão na amostra estudada. Discussão: Estudos antigos contrariam a hipótese de

um padrão diferenciado de personalidade nos pais de indivíduos com TEA. Pensando em

eliminar limitações metodológicas, pesquisas mais recentes demonstraram um perfil de maior

rigidez à mudanças, menor afetividade e interesses sociais nesses pais, corroborando com

presente estudo. Conclusão: Apesar de controvérsias na literatura, ainda há necessidade de

maiores estudos para comprovar ou eliminar a hipótese de um padrão de personalidade

diferenciado em pais de indivíduos com TEA, refletindo a vulnerabilidade genética desta

condição.

Palavras-chave: Autismo. Personalidade. Vulnerabilidade Genética do Autismo.

TEMA: PREDIÇÃO DE RISCO EM EVENTOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES ADMITIDOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDAMENTE DESCOMPENSADA: ESCORES ADHERE E OPTIMIZE-HF. ALUNO: LUCAS CARVALHO ANDRADE ORIENTADORA: PROFA. MÁRCIA MARIA NOYA RABELO

RESUMO

Introdução: A Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada (ICAD) apresenta elevada morbimortalidade a despeito do avanço terapêutico. Identificar fatores de pior prognóstico é importante para melhor assistência durante a fase hospitalar e acompanhamento após a alta. A utilização de escores de risco tem sido de grande utilidade na prática clínica, permitindo melhor conhecimento do médico e de sua equipe no manejo dos pacientes. Objetivo: Comparar os escores de risco, OPTIMIZE-HF e ADHERE como preditores de eventos cardiovasculares ocorridos em até 60 dias em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada. Métodos: estudo prospectivo, observacional e comparativo com pacientes admitidos entre janeiro de 2013 a outubro de 2014 na Unidade Cardiovascular Intensiva do Hospital São Rafael, que tiveram história clínica colhida de forma sistematizada e submetidos a realização de exames laboratoriais, ecocardiograma e dosagem do NTpro-BNP, com diagnóstico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada. O critério de inclusão é o aumento da dosagem plasmática do NT-proBNP (> 450 pg/ml para pacientes abaixo de 50 anos ou NT-proBNP > 900 pg/ml para pacientes acima de 50 anos) em pacientes que apresentaram dispneia em repouso ou aos mínimos esforços, por pelo menos duas semanas ou então, que apresentaram um dos sinais de congestão periférica. Foram calculados os escores de risco ADHERE (Acute Decompensated Heart Failure National Registry) e OPTIMIZE-HF (Organized Program To Initiate Lifesaving Treatment In Hospitalized Patients With Heart Failure) e realizado a curva ROC dos escores para avaliar a acurácia em predição de eventos cardiovasculares em 60 dias. Resultados: foram estudados 110 pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada, 55% homens, com idade média de 68 (±16) anos; dispneia foi o principal motivo do internamento (92% da amostra) e 50% com etiologia isquêmica. A PAS média da admissão de 150 (±35) mmHg, FC 92 (±32) bpm e a mediana do NT-proBNP 3962pg/ml (IIQ= 2345-6667), fração de ejeção do ventrículo esquerdo 45% (±20). A curva ROC do escore ADHERE e eventos cardiovasculares em 60 dias, apresentou uma área sob a curva de 0,62 (P = 0,06; IC 95% = 0,51 - 0,72); e a curva ROC do escore OPTIMIZE-HF e eventos cardiovasculares em 60 dias apresentou área sob a curva de 0,65 (P = 0,06; IC 95% = 0,54 - 0,74). A diferença entre as curvas foi de 2% (P=0,6). Conclusão: Ambos os escores, ADHERE e OPTIMIZE-HF, foram capazes de predizer eventos cardiovasculares em 60 dias, com desempenho semelhante em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada. Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada. Mortalidade. Reinternação. OPTIMIZE-HF. ADHERE.

TEMA: TRATAMENTO ENURESE NÃO-MONOSSINTOMÁTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: LUIS GUSTAVO ANDRADE FRAGA ORIENTADOR: PROF. DR. UBIRAJARA DE OLIVEIRA BARROSO JR

RESUMO

Introdução: A enurese não-monossintomática é caracterizada incontinência enquanto a

criança dorme, na ausência de doenças neurológicas, acompanhada de sintomas diurnos do

trato urinário inferior. Embora o tratamento da enurese monossintomática já esteja bem

descrito e consolidado, existe uma carência de estudos referentes especificamente à enurese

não-monossintomática. Estudos direcionados a essa patologia são necessários, pois ela tem

etiologias distintas da monossintomática. Objetivos: Dessa forma, objetivou-se, nesse estudo,

preencher tal lacuna através da revisão da literatura afim de determinar a conduta terapêutica

mais indicada, ao buscar avaliar a eficiência das diversas formas de terapêutica e os fatores

preditores de falha ou sucesso terapêutico. Resultados e conclusão: Foi observado uma

superioridade do uso da combinação entre desmopressina e oxibutinina, da imipramina e da

neuromodulação, com taxas de sucesso de 79,2%, 64,5% e 63%. Entretanto, esse resultado foi

de baixa confiabilidade, dada a heterogeneidade dos estudos no que se refere aos critérios de

inclusão, follow-up e métodos de avaliação. Foi possível concluir, por outro lado, sobre a

necessidade de se desenvolver novos estudos com esse foco e com uma padronização da

metodologia.

Palavras-chave: Enurese não-monossintomática. Tratamento. Sucesso terapêutico. Critérios

de inclusão.

TEMA: ASSOCIAÇÃO ENTRE TABAGISMO E CÂNCER GÁSTRICO EM PACIENTES ATENDIDOS

EM CENTRO DE REFERÊNCIA ONCOLÓGICA EM SALVADOR – BAHIA. ALUNA: MARIA FERNANDA CHAVES DANIELUK ORIENTADOR: DR. JUAREZ PEREIRA DIAS CO-ORIENTADORA: DRA. LÍVIA MARIA QUERINO DE SOUZA

RESUMO

INTRODUÇÃO: O tabaco se configura como principal fator de risco isolado e modificável para doenças graves e fatais, estando o tabagista exposto continuamente a mais de quatro mil substâncias tóxicas, muitas delas cancerígenas. Em 2002, foi estabelecida uma relação causal entre o tabagismo e o câncer gástrico, que, apesar do declínio em sua incidência nas últimas décadas, ainda permanece como a segunda causa de mortalidade por câncer no mundo. OBJETIVO: Testar a associação entre tabagismo e neoplasia maligna de estômago. METODOLOGIA: Estudo analítico, de corte transversal, que utilizou dados primários e secundários de prontuários e de entrevistas a pacientes com neoplasia maligna de estômago, atendidos em um hospital de referência na cidade de Salvador-BA. Foram obtidos dados relacionados ao sexo, faixa etária, tipo histológico da neoplasia e estadiamento, tabagismo e carga tabágica. Para as variáveis contínuas com distribuição normal foram calculadas as médias e desvio-padrão e a variação intervalar. Para as variáveis categóricas foram calculadas as distribuições percentual e a variação intervalar. Para verificação de diferenças estatisticamente significantes foi utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fischer e o teste t de student para as variáveis contínuas. RESULTADOS: A amostra se constituiu, em maior parte, por mulheres (50,7%), a faixa etária mais acometida foi dos 61 aos 70 anos (28,2%) e a letalidade global foi 19,9%. O tipo adenocarcinoma respondeu pela maior parte dos tumores (84,1%), sendo o tipo intestinal o mais comum (57,5%). O estadiamento tardio, III e IV, foi predominante na maior parte dos pacientes (50,9%), sendo mais pronunciado naqueles atendidos pelo SUS, 32,5% no estadio IV. A evolução para óbito ocorreu em 25,6% dos pacientes do SUS e nos tabagistas, 35,3%. CONCLUSÃO: O tabagismo foi fator agravante no estadiamento e influiu fortemente na mortalidade dos pacientes com câncer de estômago. O diagnóstico foi tardio em grande parte dos pacientes, realidade que se torna mais pronunciada nos pacientes atendidos pelo SUS. Houve diferença na letalidade entre os dois grupos, SUS e Particular/Convênio, com duas vezes mais mortes no primeiro grupo. Houve maior número de casos de neoplasia maligna de estômago entre mulheres, o que difere da literatura nacional e internacional.

Palavras-chave: câncer gástrico, tabagismo, fatores de risco.

TEMA: RASTREAMENTO DO CÂNCER DE PULMÃO UTILIZANDO TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA: ESTIMATIVA DO CUSTO NO BRASIL. ALUNA: MARIANA DE ALENCAR FONTES ORIENTADOR: ALMÉRIO DE SOUZA MACHADO JUNIOR

RESUMO

Introdução: O câncer de pulmão apresenta o maior índice de mortalidade entre os cânceres. O

advento da tomografia computadorizada (TC) trouxe um novo entusiasmo para triagem de

câncer de pulmão, uma vez que é capaz de identificar nódulos menores do que outro

identificador. O estudo The NCI-sponsored National Lung Screening Trial (NLST) demonstrou

uma redução relativa na mortalidade por câncer de pulmão com rastreio utilizando baixa dose

de TC. Em 2014 o Medicare decidiu cobrir as despesas para rastreamento de câncer pulmão

por TC para os beneficiários elegíveis. Objetivo: Estimar o custo da tomografia

computadorizada para rastreamento de câncer de pulmão no Brasil com base no período de

2009 a 2012. Métodos: trata-se de estudo descritivo de série temporal, foram utilizados dados

secundários da base de dados do Datasus do Ministério da Saúde. Também foram usados

dados da Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por Inquérito

Telefônico (VIGITEL) Resultados: A realização de TC para rastreio acrescentaria um custo

médio anual de R$ 2.451.960.064 para rastrear a população de risco (tabagistas na faixa etária

de 55 a 79 anos). Com diferença entre a mortalidade total em 4 anos de 17.707 óbitos e menos

4.427 óbitos em média ao ano. Conclusão: O custo para o rastreamento do grupo de risco se

mostrou elevado para o orçamento público, apesar de diminuir a mortalidade. A sugestão é

incrementar as medidas preventivas contra o tabagismo.

Palavras-chave: Câncer de pulmão. Tomografia Computadorizada. Custo.

TEMA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR CÂNCER GÁSTRICO NA BAHIA, 2002

A 2012. ALUNA: MARIANA DE OLIVEIRA SILVA ORIENTADORA: DRA. ALCINA MARTA DE SOUZA ANDRADE

RESUMO

Introdução: O câncer gástrico, de acordo com as estimativas do INCA de 2012, é o quarto tumor maligno mais frequente entre os homens e sexto entre as mulheres no Brasil. Exibe maiores taxas de incidência e mortalidade nas faixas etárias mais elevadas, sendo cerca de duas vezes mais altas no sexo masculino. Os principais fatores de risco para o câncer gástrico estão vinculados aos maus hábitos alimentares, como o elevado consumo de aditivos e sal, que podem conferir inflamação da mucosa gástrica. No Brasil, o seu diagnóstico é feito frequentemente quando a doença encontra-se em fases mais avançadas e, estima-se que cerca de 10% seja identificado em fase inicial. Tal realidade é conseqüência do atraso no diagnóstico e começo do tratamento no sistema de saúde público e privado, tornando, dessa forma, imprescindível o desenvolvimento de políticas públicas e comprometimento dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce desse tumor. Resultados: Durante o período do estudo foram registrados 6.576 óbitos que tiveram como causa básica neoplasia gástrica no estado da Bahia. Verificou-se tendência de crescimento do coeficiente de mortalidade ao longo dos anos apresentando uma variação de 3,44 óbitos/ 100.000 habitantes em 2002 a 5,09 óbitos/100.000 habitantes em 2012, sendo os maiores coeficientes encontrados nos indivíduos com 80 anos ou mais. Entre as macrorregiões, verificou-se o maior número de óbitos na macrorregião Leste (2.333), e o menor na Oeste (214). O risco de morrer por esta doença aumentou em ambos os sexos, sendo mais evidente no sexo masculino, que apresentou um aumento de 33,99% no período em análise. Revelaram-se ainda elevadas freqüências da distribuição dos óbitos por câncer gástrico entre indivíduos pardos e pretos e naqueles com nenhum ou baixo grau de escolaridade. Conclusão: A identificação fatores de risco para o desenvolvimento do câncer gástrico pode promover a implantação de programas de prevenção e controle da doença, através, por exemplo, de medidas educacionais e conscientização da população a respeito de elementos de risco passíveis de modificação e, do empenho dos profissionais de saúde no diagnóstico precoce dessa neoplasia.

Palavras-chave: Neoplasias gástricas. Coeficiente de mortalidade. Perfil de saúde.

TEMA: ALTERAÇÕES FETAIS DECORRENTES DE GESTAÇÕES DE MÃES SUBMETIDAS A

CIRURGIA BARIÁTRICA PRÉVIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. ALUNA: MARIANA MAY CEDRO ORIENTADORA: PROFA. DRA. NÁDIA REGINA CALDAS RIBEIRO

RESUMO

Introdução: A gravidez após a cirurgia bariátrica representa uma condição especial por conta do desequilíbrio nutricional que ocorre ainda intra útero, podendo resultar em alterações ao longo do desenvolvimento do feto. Nascimento pré-termo (recém-nascido com menos de 37 semanas de idade gestacional), baixo peso ao nascer (recém-nascido com peso inferior a 2.500 gramas) e ser pequeno para a idade gestacional/PIG (recém-nascido cujo peso ao nascer está abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional) são os três problemas fetais mais comuns relatados em estudos recentes sobre essa temática. Objetivo: Descrever os achados quantitativos e qualitativos dos problemas fetais de gestações de mulheres que foram submetidas a cirurgia bariátrica prévia. Métodos: O método adotado foi o de Revisão Sistemática de Literatura internacional, por meio das bases de dados MEDLINE, SciELo e Períodicos Capes, dos cinco últimos anos, utilizando os seguintes unitermos: Bariatric surgery, pregnancy e fetal outcomes. Ao final do processo de seleção 06 artigos foram escolhidos. Resultados: Os achados da literatura mostram que, embora ocorram alterações nutricionais fetais decorrentes da restrição da ingesta e da má absorção dos alimentos pela mãe submetida ao procedimento de cirurgia bariátrica, os problemas fetais mais prevalentes por conta do estado de carência nutricional (pré-termo, baixo peso ao nascer e PIG) não são consequência absoluta. Apenas poucos casos destacam a possibilidade de efeitos colaterais da cirurgia bariátrica sobre o feto. Conclusão: Os achados literários sugerem que a gravidez após gastroplastia é segura para o feto após os dois primeiros anos da operação. Após dois anos as alterações não tem grande prevalência. Tanto nos dois primeiros anos ou após eles, a mulher irá necessitar de um acompanhamento contínuo por equipe especializada, mudança no estilo de vida, dieta balanceada e uso de suplementos a fim de minimizar a possibilidade de ter algum comprometimento fetal. Entretanto, em virtude do limitado volume de pesquisas disponíveis sobre o tema, investigações adicionais são necessárias para estabelecer recomendações apropriadas com relação ao seguimento das gestações e ao seguimento após o nascimento dos mesmos.

Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica. Problemas Fetais. Gravidez.

TEMA: ANÁLISE DO PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS À TROCA VALVAR: A ESCOLHA DA

PRÓTESE. ALUNA: MARIANA MENDES FERRER ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

Introdução: A doença cardíaca valvar representa um grande problema de saúde em todo o mundo, afetando mais de 100 milhões de pessoas. Apesar das intervenções terapêuticas voltadas para esses pacientes visarem ao máximo os procedimentos menos invasivos, em muitos casos a trocar valvar representa o único método resolutivo. As desvantagens de cada prótese estão intimamente relacionadas aos seus riscos específicos e a escolha do substituto valvar deve ser feita seguindo os critérios das diretrizes, considerando adaptações às condições particulares de cada paciente. O objetivo do estudo é descrever e analisar o perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar, considerando-se o tipo de prótese implantada em hospital especializado no Estado da Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e analítico realizado no centro de referência em questão no período de 2007 a 2013. A população do estudo é constituída de pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar e foi dividida em dois grupos de acordo com o tipo de prótese utilizada. Foram analisadas variáveis relacionadas ao perfil biológico, como sexo e idade em anos e faixa etária, e clínico dos pacientes, incluindo valva acometida, complicações e óbitos. Resultados: O banco de dados foi constituído de 1263 pacientes que foram submetidos à cirurgia de troca valvar, havendo maior prevalência do uso de prótese biológica, com 74,5% dos pacientes. Neste grupo foi observada uma média de idade de 44,82 ± 18,46 e maior prevalência da faixa etária de 41 a 60 anos, bem como uma predominância do sexo feminino, representada por 51,9% dos casos. A troca da valva mitral preponderou em 53% de pacientes deste grupo e os óbitos representaram 1,2% da amostra. O grupo de prótese metálica apresentou média de idade 40,63 ± 12,99, com predominância do sexo masculino, com 51,7%, e da troca de valva mitral, com 52,1%. Os óbitos corresponderam a 1% da população deste grupo. Sangramentos e arritmias, nesta ordem, foram as complicações mais frequentes em ambos os grupos. Conclusão: Houve predominância do uso de biopróteses em todas as faixas etárias da amostra, além da preferência pelo uso das próteses biológicas em mulheres, em idade fértil, e idosos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos, no que diz respeito a complicações e óbitos intraoperatórios. Palavras-chave: Próteses valvulares cardíacas. Doença das valvas cardíacas. Implante de prótese.

TEMA: MORBI-MORTALIDADE POR QUEIMADURA NAS REGIÕES BRASILEIRAS. ALUNA: MARINA SILVA FERREIRA ORIENTADOR: PROF. DR. BRUNO GIL DE C. LIMA

RESUMO

Objetivos: Calcular coeficientes de morbidade e de mortalidade por queimadura nas regiões

brasileiras. Comparar coeficientes de morbidade e de mortalidade por queimadura conforme o

tempo e o espaço. Comparar coeficientes de mortalidade por queimadura conforme sexo e

faixa etária. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, a partir de fontes de

dados secundárias, do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (SIM), componentes do DATASUS – Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde. Foram selecionadas todas as internações e óbitos por

queimadura nas capitais do Brasil no período de 2008 a 2012. Resultados: As regiões do

Brasil apresentaram um aumento na incidência de internações e atendimentos de urgência de

queimados. A região Nordeste, entretanto, conseguiu reduzir a mortalidade por queimadura,

sendo a única região que alcançou tais resultados. A mortalidade de crianças de 0-14 anos

vem diminuindo em todo o país. Discussão: Os resultados do presente estudo demonstram

um aumento na incidência de internações por queimadura em todas as regiões do Brasil, assim

como um aumento na mortalidade por queimaduras. As causas desses números não estão

claras na literatura, mostrando uma necessidade de um maior aprofundamento no tema, a fim

de que providências sejam tomadas.

Palavras-chave: Queimaduras. Mortalidade. Morbidade. SUS.

TEMA: MORBIDADE E MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL, NO PERÍODO DE 2001 A 2011. ALUNO: MATHEUS MAGALHÃES PERDIZ ORIENTADORA: PROFA. DRA. HERMILA GUEDES

RESUMO

Introdução. Causas externas são, historicamente, um grave problema de saúde pública no Brasil, com estatísticas de morbidade e mortalidade alarmantes, alcançando os diferentes perfis demográficos. É uma questão que exige atuação e intervenção dos diversos setores da sociedade, no entanto, tem um forte impacto sobre o setor da saúde. No que compete à saúde, políticas e iniciativas visado prevenir os eventos e atuar diante deles, estão sendo desenvolvidas e incorporadas aos serviços. Objetivo. Descrever o perfil epidemiológico de mortalidade e de morbidade por Causas Externas no Brasil entre 2001 e 2011. Material e Métodos. Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo, com utilização da plataforma do DATASUS e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Foram analisados os dados correspondentes a todo o Brasil, no período de 2001 a 2011, referentes às notificações de óbitos e internações consequentes a causas externas de morbimortalidade; além dos dados referentes a Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) pagas, Taxa de Mortalidade e Inquérito VIVA. Resultados: As causas externas constituíram o terceiro principal conjunto de doenças causadoras de óbitos, em frequência, no Brasil, de 2001 a 2011. Tal grupo de agravos apresenta a maior desproporção de ocorrência de óbitos por sexo, dentre todos os grupos de causas de agravos. Os óbitos prevaleceram nos indivíduos do sexo masculino; na faixa etária dos 15 a 29 anos; solteiros e procedentes da região sudeste. As frequências na população parda e branca foram semelhantes. Agressões foram os principais causas de óbito. No que refere à morbidade o perfil de sexo, faixa etária e procedência se repete. Em todos os anos analisados pelo Inquérito VIVA, os acidentes de transporte, quedas e outros acidente representaram mais de 86% dos atendimentos de urgência e emergência por acidentes ou violências. Conclusão: As causas externas representam um problema que atinge diversos setores da sociedade. Apesar das iniciativas públicas e privadas visando à prevenção, faz-se necessário uma abordagem multidisciplinar e intersetorial para a prevenção de acidentes e violências. É importante produzir conhecimentos na área, disseminando-os, a fim de impulsionar intervenções. Além disso, é preciso vigiar a tendência de frequências e avaliar a efetividade das eventuais intervenções. Palavras-chave: Causas externas. Violência. Acidentes. Mortalidade. Morbidade.

TEMA: MORBIDADE E MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL, NO PERÍODO DE 2001 A 2011. ALUNA: MAYARA MENDONÇA SAMPAIO ORIENTADORA: PROFA. DRA. ALCINA ANDRADE

RESUMO

Introdução: Doença Pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por alterações estruturais no pulmão, decorrentes do processo inflamatório crônico e progressivo causado pela inalação de gases tóxicos. A DPOC está associada com a alta morbimortalidade global, e apresenta como principal fator de risco o tabagismo. No Brasil e no mundo, a prevalência e a mortalidade pela doença é maior em homens acima dos 40 anos. No entanto, tem se observado o crescimento da mortalidade no sexo feminino, que está associado ao aumento do tabagismo nesse grupo. Objetivo: Descrever o perfil da morbimortalidade por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com utilização de dados secundários. Foram utilizadas informações sobre internações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), sobre os óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SUS) e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE para os anos selecionados. Esses dados estão disponíveis na base de dados do Datasus do Ministério da Saúde. Foi selecionada Bronquite enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas como causa de internação e óbitos, no período de 2002 a 2011, tendo como variáveis analisadas o número de internações e óbitos por regiões brasileiras, por ano, sexo, faixa etária, sempre por local de residência, além de população residente no período. Os dados foram apresentados em números absolutos e relativos. Utilizou-se ainda o cálculo dos coeficientes para avaliar riscos. Resultados: O número de internações por DPOC no Brasil aumentou 38,9% e o de óbitos 20,28% entre 2002 e 2011. As regiões Sul e Sudeste são responsáveis por 70% dos casos tanto de internações quanto de óbitos e apresentaram os maiores Coeficientes de Mortalidade e Letalidade. A faixa etária acima de 60 anos foi responsável por 71,48% das internações, e a faixa etária acima dos 70 anos por 70,34% dos óbitos, apresentando maior coeficiente de Letalidade. O sexo masculino foi responsável pelas maiores proporções das internações e óbitos, porém o sexo feminino teve um aumento de 3,09 óbitos/100.000 habitantes no coeficiente de Mortalidade ao longo dos anos. Conclusão: A morbidade por DPOC no Brasil apresentou redução, enquanto a mortalidade aumentou. A morbimortalidade foi maior nas regiões Sul e Sudeste, bem como os Coeficientes de Letalidade e Mortalidade. A morbimortalidade foi maior no sexo masculino e na faixa etária acima dos 60 anos.

Palavras-chave: DPOC. Morbimortalidade. Tabagismo. Brasil.

TEMA: ADESÃO ÀS DIRETRIZES PARA INDICAÇÃO CIRÚRGICA NA INSUFICIÊNCIA MITRAL EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM CARDIOLOGIA. ALUNA: MELISSA ALVES DE CARVALHO ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

INTRODUÇÃO: A cirurgia de troca valvar é procedimento amplamente realizado no Brasil, visto que que apenas o SUS realiza cerca de 11.000/ano. Um fator importante é a significativa prevalência da sequela valvar reumática no país. Quando a plástica valvar é inviável, a troca é o método terapêutico de escolha na insuficiência mitral (IM). Dessa forma, a indicação cirúrgica deve sempre primar pelo uso da melhor evidência científica. O objetivo foi descrever o perfil dos pacientes submetidos à troca valvar única decorrente de insuficiência mitral e verificar a concordância dos critérios de indicação cirúrgica identificados com o proposto pelas diretrizes de valvopatias de 2004 e 2011 da Sociedade Brasileira de Cardiologia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, realizado em um centro de referência de cirurgia cardiovascular do SUS. A população do estudo é formada pelos pacientes que foram submetidos a cirurgias para troca de valva única secundária a insuficiência mitral no período de 2007 a 2013. Foram revistos os perfis demográfico, clínico, ecocardiográfico e cirúrgico. Quanto à análise da indicação cirúrgica, utilizou-se a diretriz de 2004 como referência para os pacientes operados de 2007 a 2011 e, para os pacientes operados posteriormente, os critérios foram do consenso de 2011. RESULTADOS: Foi revisado um total de 70 prontuários de pacientes, sendo 61% pacientes do sexo masculino. A idade média foi de 45 anos (DP 19,4). Após a análise das informações, notou-se que, em 17% dos pacientes, não foram identificados critérios indicados por ambas as diretrizes supracitadas. Nesses casos, notou-se uma tendência (63%) à intervenção precoce da lesão. Evidenciou-se que 68% possuíam critérios específicos de indicação, enquanto que, em 15%, os dados estavam incompletos. Quanto às classes funcionais da NYHA, estavam distribuídos entre II (13%) e III/IV (77%). Além disso, 56% apresentavam histórico de febre reumática, 19% hipertensão pulmonar e 29% fibrilação atrial. Dos resultados ecocardiográficos, 81% apresentavam IM importante, enquanto 9% apresentavam moderada. Mais de 70% dos casos apresentavam Fração de ejeção (FE) ≥ 60%, sendo a média de 64%. Não foram registrados óbitos intraoperatórios, porém 9% apresentaram complicações. CONCLUSÕES: Observou-se baixa adesão aos critérios de indicação. O perfil foi compatível, na maioria das variáveis, com o descrito na literatura. Palavras-chave: Insuficiência da valva mitral; cirurgia torácica; implante de prótese.

TEMA: ASPECTOS CLÍNICOS E METABÓLICOS DE PACIENTES COM SÍNDROME DE PRADER-WILLI ACOMPANHADOS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA. ALUNA: MONIQUE FIGUEIREDO ROLIM ORIENTADOR: PROF. NEY BOA SORTE

RESUMO

A síndrome de Prader-Willi (SPW) é uma doença neurocomportamental que decorre da falta de expressão dos genes da região cromossômica 15q11-q13 paterna que sofrem o fenômeno de imprinting genômico. A incidência é de cerca de 1:15.000 nascidos vivos e a prevalência de 60:1.000.000, acometendo igualmente ambos os sexos. Os sintomas cardinais, em lactentes, são hipotonia durante o período neonatal e primeira infância, dificuldade de sucção, letargia, choro fraco e hiporreflexia. A partir dos seis meses, apresenta melhora gradual da hipotonia, ganho de peso e desenvolvimento progressivo da hiperfagia e obesidade, associada ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e déficit intelectual. O aumento de apetite e ganho ponderal tem como consequência a obesidade, sendo essa a maior preocupação dentro da síndrome, devido às comorbidades associadas. Objetivo: Descrever as características e principais comorbidades clínicas e metabólicas da síndrome de Prader-Willi em pacientes de um ambulatório de referência em Nutrologia Pediátrica em Salvador–BA. Métodos: Estudo descritivo de série de casos, com coleta de dados em prontuários, tendo como critério de inclusão a presença de diagnóstico clínico e/ou laboratorial de Síndrome de Prader-Willi, matriculado e acompanhado no Serviço de Nutrologia do COM-HUPES. A coleta de dados foi realizada através da consulta aos prontuários médicos dos pacientes que tiveram consulta entre 2007 e 2015 no Ambulatório de Nutrologia do COM-HUPES com diagnóstico de SPW. A seleção dos pacientes ocorreu mediante consulta dos diagnósticos em agenda de marcação do referido serviço. Para a coleta foi utilizado um questionário padronizado elaborado pelos autores. Os desfechos avaliados correspondem aos aspectos clínicos (características da SPW, idade do diagnóstico, forma de diagnóstico, presença de comorbidades) e laboratoriais (perfil metabólico, deficiência de hGH, hipotireoidismo, esteatose hepática). Os dados serão descritos através de medidas de frequência simples e relativa, quando categóricos; e por medidas de tendência central e dispersão, quando contínuos. Resultados: Foram analisados 10 pacientes com diagnóstico de SPW, sendo sete com confirmação molecular e três baseados em critérios clínicos. Predominou o sexo masculino (7/10), com média de idade no momento da coleta de 16,12 (8,66) anos, variando de 3 a 31 anos. Em relação aos sinais clínicos característicos da síndrome, observou-se que a hipotonia nos primeiros meses de vida e teimosia foram os dados clínicos de maior prevalência, estando presente em todos os pacientes estudados, seguidos de hiperfagia e obesidade, presentes em 9 (90%) pacientes. Mãos e pés pequenos foram identificadas em 8 (80%) dos pacientes. Em relação às comorbidades, observou-se que a maioria delas se relacionavam com a presença de obesidade, sendo a dislipidemia presente em 7 (70%) dos pacientes, mesma freqüência da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Conclusão: Os pacientes com SPW avaliados apresentavam achados clássicos da síndrome e tiveram a obesidade e as comorbidades associadas ao excesso de peso como os principais achados. Palavras-chave: Síndrome de Prader-Willi; Obesidade; Síndrome de Hipoventilação pela Obesidade; Dislipidemias.

TEMA: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA SINDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA EM UTI DE UM HOSPITAL GERAL DE SALVADOR-BA. ALUNO: AILTON DA SILVA TUNES

ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO BENIGNO

CO-ORIENTADORA: DRA. RAQUEL HERMES

RESUMO

A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é uma doença marcada pela presença de

desconforto respiratório, hipoxemia e achados radiológicos de congestão pulmonar que não

sejam totalmente explicados por determinantes cardíacos, com início em até de 7 dias após

uma causa clínica conhecida. Apresenta alta taxa de mortalidade, porém, com o devido

monitoramento e manejo na UTI, essa síndrome pode ser revertida. Dessa forma, fica

evidenciada a importância de se estudar esta afecção no ambiente da terapia intensiva. O

presente estudo visa analisar o perfil clínico e epidemiológico de 20 casos com diagnóstico

desta condição, admitidos na UTI de um hospital de Salvador, descrevendo quadro clínico,

possíveis fatores predisponentes, comorbidades associadas, gravidade e mortalidade. Trata-se

de um estudo retrospectivo, de série de casos, com base na análise de prontuários. Os

pacientes contemplam os critérios de SARA segundo a definição de Berlim (2012). Nesse

presente estudo foi observado uma mortalidade em 28 dias de 90%; 60% dos pacientes

possuíam todos os quadrantes acometidos, verificados na radiografia de tórax e também 60%

não desenvolveram complicações. Porém, dentre os que tiveram complicações, predominaram

IRA, pneumotórax e enfisema subcutâneo. Também foi visto um valor médio de PEEP de

10,154, de creatinina de 1,6511 e balanço hídrico (BH) de +1912,38. Importante destacar que

85% dos pacientes tiveram sepse prévia, como o principal fator de risco para o

desenvolvimento de SARA. A relação PaO2/FiO2 apresentou valores de SARA moderada em

43,8% dos casos, grave em 37,5% e leve em 18,8%. As principais comorbidades foram

hipertensão, disfunção renal, neoplasias e DM II. Tivemos uma média de idade de 51,2 anos.

Palavras-chave: Síndrome do Desconforto Respiratório do Adulto. Epidemiologia. Unidades de Terapia Intensiva. Brasil.

TEMA: FATORES ASSOCIADOS À AGILIDADE DE ADMISSÃO DAS VÍTIMAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM FASE AGUDA: ESTUDO EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA DA REDE SUS-BAHIA ANTES E APÓS PUBLICAÇÃO DAS PORTARIAS 664 E 665 DE 12 DE ABRIL DE 2012. ALUNO: DANIEL ROCHA PARANHOS

ORIENTADOR: PROF. DR. IGOR LIMA MALDONADO

RESUMO

INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das mais frequentes causas de morbimortalidade adquirida em todo o mundo. No ano de 2012, o Ministério da Saúde publicou e divulgou as portarias oficiais 664 e 665 que reforçaram a importância da presteza do atendimento médico e detalharam os critérios a serem utilizados para estabelecer unidades de referência para o tratamento. OBJETIVO: Identificar, em vítimas de AVE, fatores associados a uma chegada precoce a uma unidade de referência da rede SUS-Bahia antes e após o ano de 2012, no qual medidas governamentais fomentaram e divulgaram a importância do atendimento emergencial à isquemia cerebral em fase aguda. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal de caráter observacional e desenho retrospectivo. A amostra foi composta por pacientes atendidos em caráter de urgência na vigência dos anos de 2011 e 2013 no Hospital do Subúrbio de Salvador, ou seja, antes e após publicação das portarias governamentais. As seguintes informações foram coletadas: idade, gênero, utilização de ambulância, realização transferência via sistema de regulação de leitos, período do dia em que se iniciaram as manifestações clínicas e local de moradia. RESULTADOS: A amostra contou com 238 indivíduos: 104 em 2011 com idade de 65,3 ± 12,8 anos e 134 em 2013 com 65,9 ± 15,8 anos (média ± DP). Houve um aumento no número absoluto de atendimentos (12,3%) e no número de indivíduos atendidos em até 24h do início dos sinais e sintomas (13,1%) em 2013 em relação a 2011. Uma idade superior ou igual a 65 anos esteve associada a uma maior proporção de atendimentos nas primeiras 24h em 2013 (p=0,013). No mesmo ano, os atendimentos dentro da janela terapêutica de 4h 30min foram mais frequentes entre as mulheres (p=0,020) e entre os indivíduos que moravam nas imediações da unidade (p=0,009). A utilização de transporte não-especializado esteve relacionada a uma maior frequência de admissões na janela terapêutica em 2011 (p=0,001) e nas primeiras 24h em 2013 (p=0,010). Entretanto, a proporção de pacientes que obtiveram uma atenção nas 24h em 2013 foi significantemente menor entre aqueles admitidos via central de regulação de leitos (em comparação à demanda espontânea) e entre os que tiveram o seu déficit neurológico iniciado no período diurno (das 19h às 7h da manhã). CONCLUSÃO: Houve um aumento no número de atendimentos por AVE em fase aguda entre 2011 e 2013 de 12,9%. Uma maior proporção das vítimas chega à emergência em até 24 horas do início da sintomatologia. Fatores como gênero, idade, forma de transporte, o uso do sistema de regulação e o período do dia parecem exercer influência sobre a latência para obtenção de atendimento de uma vítima de AVE agudo.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral, trombólise.

TEMA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COQUELUCHE NO ESTADO DA BAHIA. ALUNA: PAULA NATASSYA BARBOSA ARGÔLO ORIENTADORA: PROFA. DRA. ALCINA MARTA DE S. ANDRADE

RESUMO

INTRODUÇÃO: A coqueluche já apresentou elevada morbidade no Brasil e a ampliação da cobertura vacinal com a tetravalente e DPT na década de 90 contribuiu consideravelmente para a modificação do perfil epidemiológico da doença. A cobertura vacinal em alguns países trouxe uma impressão de que a coqueluche estaria controlada, porém, nos últimos anos tem se observado o ressurgimento da doença. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico da coqueluche no estado da Bahia entre os anos de 2007 a 2013. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, com dados secundários e agregados de uma serie temporal. Foram utilizadas as informações sobre os casos notificados de Coqueluche no estado da Bahia no período de 2007 a 2013, disponíveis no Portal de Vigilância da Saúde da Secretaria da Saúde do Estado, endereço: www.suvisa.ba.gov.br. Utilizou-se os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação\SINAN. As variáveis analisadas foram: macrorregião de residência, mês de notificação, ano da notificação, sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor, critério de confirmação, classificação final da doença e evolução da doença. RESULTADOS: Neste estudo observou-se aumento do risco de adoecimento por coqueluche na Bahia no período estudado, evidenciado pelo aumento do coeficiente de incidência, que foi de 0,23/100.000 habitantes em 2007 para 7,84/100.000 habitantes em 2013. Considerando-se a distribuição dos casos por faixa etária, o grupo mais atingido foi o de menores de um ano onde estiveram concentrados 41,79% do total de casos e a letalidade encontrada essa faixa etária foi de 48%. Em relação ao sexo, não foi observada uma diferença significante entre os sexos. DISCUSSÃO: O aumento da coqueluche tem sido observado também em outras regiões do Brasil e do mundo. As possíveis explicações para o ressurgimento da coqueluche são: diminuição da imunidade adquirida por vacina; redução da eficácia da vacina; cobertura vacinal insuficiente; novos métodos diagnósticos e vigilância epidemiológica da doença mais efetiva e, finalmente uma evolução e/ou adaptação do patógeno. O grupo mais atingido é do da faixa etária de menores de um ano e a gravidade da doença também é maior nessa população. Esse dado também foi encontrado em outros estudos e pode ser explicado no fato dessa população não ter recebido o esquema completo de vacinação e, por isso, ser mais vulnerável. CONCLUSÃO: A incidência da coqueluche tem aumentado no estado da Bahia, no Brasil e no mundo. Há uma prevalência entre os menores de 1 ano e a gravidade da doença também é maior nessa faixa etária. É necessário que medidas sejam tomadas para que haja vacinação completa dos indivíduos, que é a principal forma de prevenção, e novos estudos sejam feitos para demonstrar a viabilidade de novos reforços vacinais. Palavras-chave: Coqueluche, Bahia, Epidemiologia.

TEMA: INTERNAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS EM SALVADOR-BA NO CONTEXTO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA. ALUNO: RAFAEL SANTANA BALEEIRO ORIENTADOR: PROF. DR. BRUNO GIL DE C. LIMA

RESUMO

Introdução: A luta antimanicomial se iniciou no Brasil nos anos 70 e, desde então, almeja a reorientação do modelo de assistência em saúde mental no país. Esse movimento social, de composição heterogênea, defende o rompimento com o as práticas tradicionais de assistência, pautadas na reclusão dos portadores de transtornos mentais em manicômios e hospitais psiquiátricos, e o com o paradigma cultural em torno da loucura. Nesse tempo, conquistas importantes foram alcançadas – como a criação das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) e o programa De Volta Para Casa. Objetivos: Descrever a morbidade hospitalar psiquiátrica de Salvador-BA de 1998 até 2012; comparar a morbidade hospitalar psiquiátrica do município de Salvador-BA de 1998 até 2012 com a do interior do estado da Bahia no mesmo período; e descrever a distribuição das internações por transtorno mental segundo unidade de saúde, nesses locais, no período de 2008 a 2012. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo de série temporal, utilizando o banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A extração restringiu-se a informações a respeito do Capítulo V da CID-10. Resultados: Foi observada uma queda de 69,8% no número de internações por transtornos mentais e comportamentais em Salvador-BA no período estudado. No interior do estado da Bahia, a redução foi menor, de 21,4%. Quanto às internações por unidades de saúde, ocorreu um aumento do número de internações no Hospital Juliano Moreira e diminuição desse número no Sanatório São Paulo e Hospital Especializado Lopes Rodrigues. Discussão: Nos últimos anos, a política de Estado brasileira referente à assistência em saúde mental se transformou, guiada por importantes aquisições jurídicas, a partir da Lei 10.216/2001. A diminuição do número de internações em hospitais psiquiátricos é, no contexto da reforma psiquiátrica, um dado importante para o movimento da luta antimanicomial. Entretanto, as RAPS ainda são insuficientes e apresentam entraves ao bom funcionamento em Salvador-BA e na maior parte dos municípios baianos, o que faz com que o serviço de assistência em saúde mental seja precário. Conclusão: Faz-se necessário o desenvolvimento das RAPS para que, à medida que os pacientes deixem os manicômios, seja fornecido a eles um serviço de assistência bem estruturado e funcionante. Palavra-chave: Saúde mental. Reforma psiquiátrica. Movimento antimanicomial.

TEMA: PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA DO BRASIL. ALUNO: RAFAEL SOLLA GALVÃO ORIENTADOR: PROF. JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA FILHO

RESUMO

A alta prevalência de depressão e sintomas depressivos em médicos, estudantes de medicina

e profissionais de saúde já é amplamente descrita pela literatura. O alto nível de cobrança

pessoal, familiar, de professores, social, aliado a uma carga horária de estudos elevada, bem

como ao contato precoce e contínuo com doenças e morte parecem favorecer o adoecimento

psíquico desta classe de estudantes. O presente trabalho objetivou descrever a prevalência de

depressão em estudantes de medicina de diversas escolas médicas brasileiras. Através de

uma ampla busca na Biblioteca Virtual em Saúde e, após isso, restringindo e analisando os

achados, foram encontrados 7 artigos para serem analisados nesta revisão sistemática. A

maior prevalência encontrada foi do estudo de Costa et al, 2012, cujo valor foi 40,5%. A menor

prevalência foi de Cavestro & Rocha, 2006, tendo encontrado 8,6%. Os resultados divergentes,

contudo, elevados, em algumas escolas refletem necessidade de maior atenção das escolas

médicas com relação a qualidade de vida do estudante de medicina.

Palavra-chave: Depressão. Transtorno Depressivo Maior. Transtorno depressivo. Estudantes de Medicina. Educação Médica.

TEMA: COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA ENTRE FOTOTERAPIA PUVA E UVB NB NO VITILIGO. ALUNO: RODRIGO AMARAL TORRES ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO ROBERTO LIMA MACHADO

RESUMO

O presente estudo visa comparar a eficácia da fototerapia com psoraleno via oral e radiação

ultravioleta A (PUVA) comparada com radiação ultravioleta B “narrow band” (UVB NB) através

de uma revisão sistemática da literatura. Introdução: o vitiligo é uma doença de

despigmentação que se apresenta em 1% da população mundial. A autoimunidade vem sendo

determinada como principal hipótese para sua patogenia. O quadro clínico é caracterizado por

máculas acrômicas que se desenvolvem na pele e membranas mucosas, de curso prolongado

e crônico, com importante impacto na saúde mental do paciente. Existem vários subtipos de

vitiligo que são classificados de acordo com a topografia, simetria e extensão das lesões.

Dentre as opções terapêuticas para o controle do vitiligo, a fototerapia vem sendo amplamente

usada desde a década de 70, com destaque para a fototerapia PUVA e mais recentemente, a

fototerapia UVB NB. Objetivos: realizar uma revisão sistemática de estudos nos últimos 10

anos que comparem a eficácia do PUVA e UVB NB no tratamento do vitiligo. Metodologia: foi

realizada uma pesquisa em 2015 nas bases de dados eletrônicos MEDLINE e LILACS. As

palavras de busca foram “vitiligo”, “phototherapy”, “nb-uvb” e “puva”. Foram incluídos estudos

retrospectivos e ensaios clínicos randomizados com avaliação prospectiva e publicados em

língua inglêsa. Utilizou-se a escala de Jadad para avaliar a qualidade dos estudos

selecionados. Resultados: Seguindo os critérios metodológicos, 3 estudos puderam ser

avaliados. A repigmentação média encontrada para o PUVA foi de 35,9% e para UVB NB

52,74%. Os níveis mais altos de repigmentação média (>50%,) foram encontrados na maioria

de pacientes em UVB NB enquanto os de PUVA obtiveram maioria em níveis mais baixos

(<50%). A fototerapia PUVA se associou com maior número de efeitos colaterais em maior

quantidade de pacientes. Conclusão: A fototerapia UVB NB é mais eficaz e mais segura que

a PUVA no tratamento do vitiligo.

Palavra-chave: vitiligo; UVB NB; NB-UVB; NBUVB; PUVA; fototerapia.

TEMA: CARACTERISTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES PORTADORES DE ESTENOSE AÓRTICA, SUBMETIDOS A TROCA VALVAR EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM SALVADOR: ÊNFASE EM PACIENTES IDOSOS. ALUNO: RODRIGO LOUREIRO MACHADO ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

Introdução: A estenose aórtica (EAo) é a doença valvar aórtica adquirida mais frequente,

geralmente ocorrendo em pessoas com idade acima de 60 anos. Assim, por conta do

envelhecimento populacional e maior frequência da população geriátrica nas unidades de

internação, as principais diretrizes (nacionais e internacionais) estabelecem os principais

parâmetros necessários para seu estadiamento e indicação cirúrgica. O objetivo deste estudo é

avaliar as características clinicas e indicações cirúrgicas dos pacientes portadores de EAo,

principalmente idosos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo

realizado em um centro de referência baiano, no periodo de 2007 a 2013. Foi realizado em

duas etapas, constando a primeira com 342 pacientes que realizaram cirurgia de troca valvar

aórtica isolada, porém sem critério de idade. Na segunda etapa foram selecionados 50

pacientes deste grupo, com idade igual ou superior a 60 anos, para análise de prontuários.

Resultados: A indicação cirúrgica seguiu critérios estabelecidos pelas diretrizes em 96%. A

maioria foi composta pelo sexo masculino (60%), tendo variado a idade entre 14 a 84 anos,

com média de 52 anos. Dentre os pacientes acima de 60 anos, a associação entre dispnéia e

precordialgia foi a mais frequente (30%), seguida pela dispnéia isolada (18%) e pela tríade

clássica da EAo (16%). A cirurgia de revascularização do miocárdio concomitante esteve

presente em 20% dos casos e a opção pela válvula biológica foi maioria com 90,3%.

Conclusões: Apesar da ausência de diretrizes nacionais existentes no período estudado, as

indicações cirúrgicas seguiram padrões internacionais na maioria dos casos. Os dados clínicos

e ecocardiográficos se assemelham aos encontrados na literatura, divergindo em alguns pontos

por conta das diferenças populacionais.

Palavra-chave: Estenose aórtica; Implante de prótese; cirurgia torácica; Serviços de saúde para idosos

TEMA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR HEPATITES VIRAIS NAS REGIÕES BRASILEIRAS, 2002 a 2011. ALUNA: SAMARA REZENDE REQUIÃO ORIENTADORA: PROFA. DRA. ALCINA ANDRADE

RESUMO

Introdução: As Hepatites Virais (HV) são doenças endêmico-epidêmicas e representam um grave problema de saúde pública. Estima-se que existam, no mínimo, 3 milhões de portadores crônicos de cada um dos vírus da doença, sendo diagnosticado a cada ano aproximadamente 40 mil novos casos de HV. A doença hepática crônica pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular, e levar a um aumento na morbidade e mortalidade. Além disso, é uma das principais indicações de transplante hepático em todo o mundo. Porém existe um desequilíbrio entre o número de doadores e a demanda de receptores selecionados para um transplante. Objetivo geral: Descrever o perfil epidemiológico das internações por HV no Sistema Único de Saúde nas regiões do Brasil. Objetivos específicos: Estimar a taxa de mortalidade por HV nas regiões do Brasil e comparar os números de transplantes hepáticos realizados nas regiões do Brasil, no período compreendido entre os anos de 2002 a 2011. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de série temporal com medidas calculadas para o agregado a partir de dados secundários, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde SIH/SUS e do Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM/SUS disponíveis na base de dados do Datasus. Foi selecionada hepatite aguda B (B.16) e outras hepatites virais (B.17) tendo como variáveis avaliadas o número de Autorizações de Internações Hospitalares/AIH e o número de óbitos considerando à causa básica de morte com o mesmo CID, no período entre 2002 a 2011, por Região Brasileira, por ano, sexo e faixas etárias, sempre por local de residência. Calculou-se o Coeficiente de Letalidade e Mortalidade. Também foi avaliado o número de transplantes realizados nas regiões. Resultados: No período do estudo, houve uma redução de 67,90% no número total de internações hospitalares por HV nas regiões brasileiras. A comparação das proporções por faixa etária das internações e dos óbitos revela que na faixa acima de 50 anos concentra-se a maioria dos pacientes. Não foi observada diferença significativa nos Coeficientes de Letalidade entre os sexos. Entretanto, o risco de morrer apresentou tendência de crescimento sendo mais elevado na região Sul. Conclusão: Ressalta-se a importância da melhora ao acesso ao serviço de saúde visando diminuir a mortalidade de pacientes acometidos por HV, e consequentemente, a frequência de transplantes de fígado. Para isso, é necessário conhecer melhor o perfil dos pacientes com HV e comparar tendências e diferenças espaciais regionais.

Palavra-chave: Hepatite Viral Humana. Epidemiologia. Transplante. SUS.

TEMA: ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA DA ESCALA ASPECTS PARA GRADUAÇÃO DA EXTENSÃO DO INFARTO CEREBRAL. ALUNO: VICTOR DA PAIXÃO GUIMARÃES ORIENTADOR: PROF. DR. IGOR LIMA MALDONADO

RESUMO

INTRODUÇÃO: Em 2012 o Ministério da Saúde aprovou as portarias 664 e 665 que

regulamentaram o uso do Ativador do Plaminogênio Tecidual recombinante (rTPA) em fase

aguda de obstruções arteriais intracranianas. Entretanto, as vítimas que apresentam

hipodensidades constituídas à tomografia de admissão (sobretudo as mais volumosas) têm se

mostrado maus candidatos à trombólise, por conta do risco de insucesso e de complicações

hemorrágicas. Nesse contexto, a escala ASPECTS tem se revelado útil na estimativa da

extensão da área de infarto visível, orientando a seleção para tratamento. Considerando o fato

de que importantes decisões terapêuticas são tomadas em função dessa classificação, torna-

se importante avaliar seu grau de concordância quando aplicada por diferentes observadores.

OBJETIVO: Avaliar a concordância inter-observador do escore ASPECT aplicado a tomografias

do crânio em vítimas de acidente vascular cerebral isquêmico em fase aguda. MÉTODO: Trata-

se de um estudo de concordância pelo método de Bland-Altman, com desenho retrospectivo e

caráter observacional. As imagens tomográficas foram realizadas em caráter de urgência após

um déficit neurológico agudo nos anos de 2011 e 2013. RESULTADOS: Foram realizadas 80

análises comparativas nas 40 imagens obtidas. Destas, apenas 04 diferenças extrapolaram os

limites estabelecidos pelo intervalo de confiança (n=95%), sendo um em cada perfil de

avaliador selecionado. A maior e a menor diferença média entre os avaliadores comparados,

dentro de cada perfil, foi de 0,8 e 0,3 (neurologistas e acadêmicos, respectivamente). O

ASPECTS médio encontrado no estudo foi de 8,45, tendo como moda 9. Levando-se em

consideração os pontos de corte de ASPECTS 03 e 05, foram compilados 158 e 157 laudos,

respectivamente. CONCLUSÃO: ASPECTS é um método sistemático e possui fácil

aplicabilidade. Concordância clínica foi identificada entre os avaliadores na maioria das

diferentes análises, respeitando os padrões do método de Bland-Altman.

TEMA: INTEGRAÇÃO CURRICULAR: AVALIAÇÃO TEMPORAL DO IMPACTO NOS ESTUDANTES SOB A VISÃO DOS PROFESSORES. ALUNO: VICTOR LUDWIG GONDIM DE OLIVEIRA ORIENTADORA: PROFA. MA. IÊDA MARIA BARBOSA ALELUIA

RESUMO

Introdução: Nos últimos anos as faculdades de Medicina vêm enfrentando uma série de debates e discussões acerca da sua estrutura curricular e modelo de ensino. Esse movimento é impulsionado pela criação de diretrizes e programas federais que buscam formar um profissional de saúde alinhado com a atenção básica e com uma abordagem integral do processo saúde-doença. Seguindo essas tendências, a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública tem buscado empregar um projeto de interdisciplinaridade, com antecipação das atividades práticas e integralização do seu currículo do curso de Medicina. Dessa forma, foi implementada a integração das disciplinas de Fisiologia 2 do Módulo de Biofunção II e Semiologia Médica 1 do Núcleo da Clínica Integrada I no 4º semestre, para que os alunos chegassem no curso de Semiologia Médica I do 5º semestre com a sistematização integrada da realização da anamnese e do exame físico. Em 2009, três semestres após serem realizadas as mudanças curriculares, foi realizado um estudo descritivo sobre a avaliação do desenvolvimento dos alunos através do olhar que os professores têm sobre eles, que demonstrou resultados positivos, como uma maior facilidade dos alunos na realização das anamneses e compreensão da fisiopatologia dos sintomas, benefícios na formação do aluno como futuro profissional de saúde e no trabalho dos professores. Objetivos: esse estudo tem como objetivo principal comparar a percepção dos professores de Semiologia Médica I em 2009 e 2015 sobre o desenvolvimento dos estudantes de medicina. Metodologia: Estudo quali-quanti onde foi aplicado um questionário misto com perguntas objetivas e com possibilidade de explanação para os professores de Semiologia Médica I. Resultados: Foi constatada uma grande convergência dos entrevistados em relação aos impactos positivos da reforma curricular, com números que mostraram uma evolução temporal ascendente. Os professores concordaram que ao longo dos anos os alunos vêm apresentando maior facilidade na realização da anamnese e exame físico, capacidade de relacionar a fisiologia com a fisiopatologia dos sintomas, e interpretaram as mudanças como positivas para o seu trabalho e para a formação profissional dos estudantes. Conclusão: Os impactos da reforma curricular se consolidaram ao longo do tempo e foram corroboradas pelos novos resultados. Desta forma, essa mudança abre caminho para novas reformulações na EBMSP que visem a interdisciplinaridade e colocam a instituição no rumo correto de ensino. Palavras-chave: Educação médica, Docentes de medicina, Currículo, Anamnese, Exame físico.

TEMA: EXISTE EVIDÊNCIA DE DISFUNÇÃO DA HEMODINÂMICA CEREBRAL EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ALUNO: YURI REIS CASAL ORIENTADOR: PROF. DR. AILTON DE SOUZA MELO CO-ORIENTADORA: PROFA. DRA. LARISSA LOBO MENEZES

RESUMO

Introdução: A doença de Parkinson é marcada por achados motores e não-motores. Dentre os

sinais não-motores, recentemente foram descobertos os aspectos desautonômicos, cujos

efeitos sobre a hemodinâmica cerebral ainda são pouco conhecidos. Os sintomas de disfunção

do sistema nervoso autônomo ocorrem com frequência nestes pacientes, sendo a hipotensão

ortostática um dos mais frequentes. Esses dados recentes levam à interrogação: quais os

efeitos da doença de Parkinson sobre a velocidade de fluxo sanguíneo cerebral, vaso

pulsatilidade e vasorreatividade cerebrais? Objetivo: Verificar na literatura possíveis diferenças

da velocidade média do fluxo sanguíneo cerebral, índice de pulsatilidade e a vasorreatividade a

estímulos entre pacientes com Doença de Parkinson e controles saudáveis. Método: revisão

sistemática da literatura com posterior avaliação do rigor metodológico. Resultados: Nos

resultados analisados, portadores da doença de Parkinson demonstraram ter uma velocidade

de fluxo sanguíneo cerebral inferior aos controles saudáveis, em repouso e durante o Tilt-Test,

além de uma tendência a apresentar um índice de pulsatilidade superior. Conclusão: Nossa

revisão sistemática da literatura indica que a Doença de Parkinson está associada com

redução da velocidade de fluxo sanguíneo cerebral em repouso e durante estresses posturais,

o que pode estar relacionado com alteração das manifestações das doenças vasculares

encefálicas. Ainda serão necessários mais estudos para definir o efeito sobre o índice de

pulsatilidade.

Palavras-chave: Circulação Cerebral. Doença de Parkinson. Doppler Transcraniano.

TEMA: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTITUMORAL DE NOVAS TIOSSEMICARBAZONAS NAS LINHAGES DE CARCINOMA HEPATOCELULAR E MELANOMA MURINHO. ALUNO: YURI BOA SORTE DE OLIVEIRA ORIENTADORA: ALENE VANESSA AZEVEDO-SANTOS CO-ORIENTADOR: PROF. DR. DIEGO MENEZES

RESUMO

Atualmente, o câncer é a primeira causa de mortalidade no mundo e por isso é alvo de diversos

estudos que buscam novas opções terapêuticas. Dentre as opções de tratamento, a

quimioterapia é a mais utilizada, porém, limitada devido aos fortes efeitos colaterais e às

recidivas. Sendo assim, a busca por novas substâncias ativas continua sendo importante.

Nesse contexto, as tiossemicarbazonas são moléculas que apresentam diversas atividades

biológicas e possuem uma grande versatilidade pela possibilidade de modificação estrutural

formando complexos metálicos que potencializam sua atividade farmacológica. Por isso

surgem como uma estratégia promissora na busca de moléculas ativas contra o câncer. Nesse

contexto, o presente trabalho pretende avaliar a atividade antitumoral de novas

tiossemicarbazonas in vitro contra linhagens de melanoma e carcinoma hepatocelular. As

triagens foram realizadas utilizando as linhagens tumorais: B16-F10 (melanoma) e HEPG2

(carcinoma hepatocelular). Avaliamos a susceptibilidade das linhagens em culturas in vitro,

mantidas em meio RPMI 1640 com repiques a cada 48 horas através do método colorimétrico

do azul de metileno. Foram testadas 8 substâncias. Dentre as 8 substâncias testadas em

HEPG2, a RAC 33 obteve melhores resultados com uma média de 76,45% de inibição de

crescimento celular em 24 horas na duas linhagens e 80,12% em 48 horas na duas linhagens.

Outras substâncias, como a RAC 7 e a RAC 9 também apresentaram bons valores de inibição

de crescimento tumoral. Sendo assim, as tiossemicarbazonas aparecem como moléculas

promissoras para o tratamento do câncer.

Palavras-chave: tiosemicarbazonas; quimioterapia; câncer.

TEMA: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTITUMORAL DE NOVAS TIOSSEMICARBAZONAS NAS LINHAGES DE CARCINOMA HEPATOCELULAR E MELANOMA MURINHO. ALUNO: YURI BOA SORTE DE OLIVEIRA ORIENTADORA: MARYA IZADORA DA SILVA PERDIZ CO-ORIENTADORA: PROFA. DRA. ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA

RESUMO

Introdução: Anemia falciforme é a doença monogênica mais comum no Brasil, caracterizada por uma hemoglobina anormal (HbS), que em condições especiais sofre polimerização e determina a formação de hemácias em foice. A hemólise crônica, associada a processos vaso oclusivos determinam um aumento do metabolismo basal e dificuldade no ganho de peso com consequente atraso do desenvolvimento puberal. Objetivo: Avaliar o estado nutricional e o desenvolvimento puberal de crianças e adolescentes com anemia falciforme (HbSS) procedentes do ambulatório de hematologia pediátrica do ambulatório Professor Magalhães Neto e da instituição Hemocentro da Bahia (HEMOBA) e relacioná-los com as variáveis: uso de hidroxiureia e disfunção endotelial. Metodologia: O trabalho faz parte da pesquisa intitulada “Avaliação das Alterações cardiovasculares e respiratórias em crianças e adolescentes com anemia falciforme”, que inclui crianças de 6 a 18 anos portadoras de HbSS sem manifestações agudas da doença, comparadas a grupo controle, pareadas por sexo e idade. A coleta de dados incluiu peso em quilogramas em balança digital, aferição da altura utilizando estadiômetro e cálculo de IMC através da fórmula de Quetelet. A classificação do estado nutricional foi feita com o gráfico de IMC da Organização Mundial de Saúde(OMS). O estadiamento puberal será avaliado conforme os critérios de Tanner. Resultados: Foi encontrado em pacientes com anemia falciforme um IMC reduzido em função daquele apresentado pelos pacientes do grupo controle, quanto à classificação dentro das curvas de escore z da OMS a maioria dos pacientes foram classificados como eutróficos tanto no grupo de falcêmicos quanto no grupo controle. Houve um percentual semelhante de pacientes considerados magros nos dois grupos, no entanto somente no grupo controle houve indivíduos com sobrepeso. Quanto ao desenvolvimento puberal, não foi notado atraso no início do aparecimento dos caracteres secundários em ambos os grupos e em ambos os sexos. No entanto, foi demonstrada média de idade da menarca entre as meninas do grupo controle menor quando comparado ao grupo anemia falciforme. Conclusão: Conclui-se que apesar de os valores de IMC serem reduzidos nos pacientes com anemia falciforme em comparação com o grupo controle, isso não influenciou em uma diferença significativa no que diz respeito ao percentual de magreza entre os grupos. Não foram encontradas evidências de que a anemia falciforme resulte em atraso no desenvolvimento puberal, pois não foram encontrados atrasos no início do aparecimento das características sexuais tanto no sexo feminino quanto no sexo masculino.

Palavras-chave: Anemia falciforme. Deficiências nutricionais. Puberdade.

TEMA: PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS À INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA POR VIA RADIAL E FEMORAL EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM CARDIOLOGIA. ALUNO: LUCAS SOUSA LOPES ORIENTADORA: MARTA SILVA MENEZES

RESUMO

Introdução: A doença arterial coronária responde pela maior parte dos óbitos dentre as

doenças cardiovasculares, sendo a aterosclerose a principal responsável por seu

desenvolvimento. A intervenção coronária percutânea (ICP) assume crescente papel de

destaque no tratamento da doença arterial coronária, tendo como vias de acesso principais a

punção da arteria femoral e radial. A via radial evoluiu na última década como uma abordagem

versátil e segura demonstrando resultados equivalentes ou superiores aos da via femoral.

Objetivos: descrever o perfil de pacientes submetidos à ICP por via radial e comparar com a

via femoral, em serviço de referência em cardiologia, Hospital Ana Neri, Salvador- BA no

período de Março a Dezembro de 2012. Resultados e Conclusão: Houve preferência ao

emprego da via femoral nos pacientes submetidos à ICP; o IMC foi mais elevado no grupo

submetido à ICP por via radial, enquanto outros fatores de risco não apresentaram diferenças

entre as vias de acesso; não houve diferença estatisticamente significativa entre os diferentes

quadros clínicos (AE, AI, IAM C SST, IAM S SST); nos pacientes submetidos à via radial,

houve uma menor incidência de complicações tardias em comparação com a via femoral.

Palavras-chave: doença arterial coronária; intervenção coronária percutânea; comparação.