curso de formaÇÃo pastoral - instituto universe

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INSTITUTO UNIVERSE LTDA www.institutouniverse.com.br E-Mail: [email protected] __________________________________________________________________________________________ CURSO DE FORMAÇÃO PASTORAL Central de Atendimento: Telefones: (xx11) 3229-9277 - nosso site: www.institutouniverse.com.br Rua Brigadeiro Tobias nº 247 - Cj. 1219 –- bairro Santa Efigênia - São Paulo-SP CEP 01032-000

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CURSO DE FORMAÇÃO PASTORAL

Central de Atendimento: Telefones: (xx11) 3229-9277 - nosso site: www.institutouniverse.com.br

Rua Brigadeiro Tobias nº 247 - Cj. 1219 –- bairro Santa Efigênia - São Paulo-SP CEP 01032-000

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CURSO DE FORMAÇÃO PASTORAL

MÓDULO I

Sumário

DISCIPLINAS/UNIDADES

UNIDADE 1: TEOLOGIA GERAL I 4 UNIDADE 2: TEOLOGIA GERAL II 13 UNIDADE 3: TEOLOGIA GERAL III 22 UNIDADE 4: TEOLOGIA PASTORAL I 47 UNIDADE 5: TEOLOGIA PASTORAL II 64 UNIDADE 6: TEOLOGIA PASTORAL III 79

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DICAS PARA UM BOM APRENDIZADO DURANTE O CURSO

Organizem seus horários de estudos, procurando variar seu planejamento do programa, alternando entre ler, escrever, resolver atividades. O ideal seria dedicar 2 (duas) horas diárias ao seu estudo. Sabemos, porém,

Que em determinados dias à disponibilidade de tempo será pequena e, em outros, será bem maior, havendo uma compensação natural;

Estabeleça um tempo de reserva, pois imprevistos podem ocorrer.

O planejamento só é racional se os períodos de estudos corresponderem ao seu ritmo de vida e forem previstos pausas e tempo livre para descanso.

Melhore sua concentração através de um programa de treinamento pessoal, observando os seguintes pontos:

· Estude uma coisa de cada vez;

· Separe as fases de trabalho das de descanso;

· Sempre que possível, estabeleça horário para estudar;

· Avalie suas capacidades e estabeleça metas possíveis de atingir.

Lembre-se que você não está sozinho, ou sozinha colocamos a sua disposição para tirar suas dúvidas em relação aos conteúdos, atividades, e exercícios no decorrer do curso.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Unidade

TEOLOGIA GERAL I

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O que é Teologia?

O termo teologia vem do grego theós “deus”, e logos, “estudo”, “discurso”, “raciocínio”. Assim,

essa palavra indica o estudo das coisas relativas a Deus, à sua natureza, obras e relações

com os homens, etc. Uma definição léxica diz: “um corpo de doutrinas acerca de Deus. E por

outra definição que é a mais usada podemos dizer que”:

Teologia é a Ciência e das coisas divinas.

Na teologia estudamos muitas matérias, mas todas são sub pontos da teologia. Estudamos

na teologia as matérias de Angelologia, Escatologia, Cristologia, Geografia Bíblica, Filosofia

da Religião, Religiões Comparadas, etc...

A teologia estuda vários ramos conforme destacamos a seguir:

a) A teologia exegética: procura descobrir o verdadeiro significado das escrituras.

b) A teologia histórica: traça a história do desenvolvimento da interpretação doutrinária e

envolve o estudo da história da igreja.

c) A teologia dogmática: é o estudo das verdades fundamentais da fé, como se nos

apresentam nos credos da Igreja.

d) A teologia bíblica: traça o progresso da verdade através de diversos livros da Bíblia, e

descreve a maneira de cada escritor em apresentar as doutrinas importantes.

e) A teologia sistemática: neste ramo de estudo, os ensinos bíblicos concernentes a Deus e

aos homens, são agrupados em tópicos.

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A necessidade das Escrituras

De que fontes se extrairão a verdade inerente acerca de Deus? A natureza, na verdade,

revela a existência, o poder e sabedoria de Deus. Mas não expõe o caminho do perdão, e

nenhum meio prevê de escapar ao pecado e às suas conseqüências.

Qual a razão de aceitarem as opiniões bíblicas como sendo a pura verdade? A resposta a tal

pergunta leva-nos ao estudo da natureza das Escrituras, a sua inspiração, precisão e

confiança.

Quem destruísse um livro, como já tentaram fazer os inimigos da felicidade humana, nos

deixaria profundamente desconhecedores do nosso Criador, da criação do mundo que

habitamos, da origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro destino, e nos

subordinaria para sempre ao domínio do capricho, das dúvidas e da concepção visionária. A

destruição deste Livro nos privaria da religião cristã, como todos os seus confortos espirituais,

esperanças e perspectivas animadoras, e no lugar destes, nada nos deixaria, a não ser a

penumbra triste da infidelidade, as monstruosas sombras do paganismo.

Enfim, a destruição deste livro nos roubaria, de uma vez, tudo quanto evita que a nossa

existência se torne a maior das maldiçoes; cobriria o sol; secaria o oceano e removeria a

atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem a ponto de ele ter ciúmes da posição dos

próprios animais.

A EXISTÊNCIA DE DEUS.

Vivemos num Universo cuja imensidão pressupõe um Criador Poderoso, universo cuja beleza,

desenho e ordem apontam um sábio Legislador. Mas quem fez o Criador? Podemos recuar no

tempo, indo da causa para o efeito, mas não podemos continuar nesse processo de recuo:

reconhecer um ser supremo.

Aquele ser eterno é Deus, o Eterno, a Causa, a Origem por criação de todas as coisas boas

que existem.

Se as Escrituras não oferecem nenhuma demonstração racional da existência de Deus, por

não vamos fazer esta tentativa? Pelas seguintes razões:

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Primeiramente, para convencer os que genuinamente buscam a Deus, isto é, pessoas cuja fé

tem sido ofuscada por alguma dificuldade, e que dizem: “Eu quero crer em Deus; mostra-me

que seja razoável crer nele”. Mas evidencia nenhuma convencerá a pessoa que, por desejar

continuar no pecado e no egoísmo, diz: “Desafio -te a provar que Deus existe” a fé me questão

moral e não intelectual. Se a pessoa não está disposta aceitar, ela porá de lado todas e

quaisquer evidências. (Lucas 6:31).

OS ANJOS.

Ao nosso redor há um mundo de espíritos, muito mais populoso, mais poderoso e de maiores

recursos do que no nosso mundo visível de seres humanos. Bons e maus espíritos dirigem os

passos em nosso meio. Os de Deus acampam ao redor dos crentes e inocentes e os livram e

os maus dominam o homem ímpio e iníquo.

Passam de um lugar para outro, com a rapidez de um relâmpago e com movimentos

imperceptíveis. Eles habitam os espaços ao redor de nós. Sabemos que alguns deles se

interessam pelo nosso bem-estar; outros, porém, estão empenhados em fazer-nos mal. Os

escritores inspirados fazem-nos descortinar uma visão desse mundo invisível, a fim de que

possamos ser, tanto confortados, como admoestados.

Sua natureza – Os Anjos são:

a) Criaturas, sito é, seres criados. Foram feitos do nada pelo poder de Deus. Não

conhecemos a época exata de sua criação, porém sabemos que antes que aparecesse o

homem, já eles existiam, havia muito tempo, e que a rebelião daqueles sob Satanás já se

havia registrado, deixando duas classes – os anjos bons e os anjos maus. Sendo eles

criaturas, recusam a adoração (Apoc. 19:11;22:8,9) e ao homem, por sua parte, é proibido

adorá-los. (Col. 2:18).

b) Espíritos. Os anjos são descritos como espíritos, por que, diferentes dos homens, eles não

estão limitados às condições naturais e físicas.

c) Imortal, isto é, não estão sujeitos às mortes.

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d) Em Lucas 20:34-36. Jesus explica, aos saduceus que os santos ressuscitados serão como

os anjos, no sentido que não podem mais morrer.

e) Numerosos. As Escrituras nos ensinam que o seu número é muito grande. “Milhares e

milhares os serviram, milhões e milhões” (Dan 7:10). Portanto, seu Criador e Mestre é

descrito como o “Senhor dos Exércitos”.

f) Sem sexo. Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não têm

sexo; não propagam e sua espécie. (Lucas 20:34,35).

O HOMEM

Somente Deus pode verdadeiramente revelar Deus. Esta revelação de si mesmo, tão

necessária à salvação, encontra-se nas Escrituras. Da mesma fonte deriva a opinião de Deus

sobre o homem, que é a opinião verdadeira, pois quem melhor pode conhecer o homem do

que o seu Criador?

Neste dias, quando as falsas filosofias teológicas e antropológicas representam de forma

errada a natureza humana, é de grande importância que conhecemos a verdade. Assim,

melhor poderemos compreender também as doutrinas sobre o pecado, o juízo e a salvação,

as quais baseiam no ponto de vista bíblico da natureza do homem.

A tri-unidade humana.

Segundo Gênesis 2:7, o homem se compõe de duas substâncias – a substância imaterial,

chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma. A alma é a vida do corpo, e quando

a alma se retira, o corpo morre.

Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se compõe de três substancia – espírito,

alma e corpo; alguns estudantes da Bíblia defendem essa opinião de três partes da

constituição humana versus doutrina de duas partes apenas, adotada por outros.

Ambas as opiniões são corretas, quando bem compreendidas.

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O espírito e a alma representam os dois lados da substância não-física do homem; ou, em

outras palavras, o espírito e a lama representam os dois lados da natureza espiritual. Embora

distintos. O espírito e alma são inseparáveis, são entrosados uns no outro. Por estarem

ligadas, as palavras “espírito” e “alma” muitas vezes se confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9); de

maneira que, em um trecho, a substância espiritual do homem se descreve como alma (Mat.

10:28) e, em outra passagem, como espírito (Tiago 2:26).

Alma e espírito.

A alma do homem o distingue dos animais. Estes possuem alma, mas é alma terrena,

enquanto dura o corpo (Elc. 3:21). A alma do homem é qualidade diferente, sendo vivificada

pelo espírito humano. Como “toda carne não é a mesma carne”, assim sucede com a alma;

existe alma humana e existe alma dos irracionais.

O espírito foi formado por Deus na parte interna da natureza do homem, capaz de renovação

e desenvolvimento. (Sal. 51:10). Esse espírito é o centro da vida humana; o espírito é aquilo

que faz o homem diferente dos outros seres vivos. É dotado de vida humana e inteligência

(prov. 20:27; Jô 32:8).

Os irracionais têm alma (Gen. 1:20, no original), mas não têm espírito.

O PECADO

Está escrito por Deus, ao completar a obra da criação, declarou que tudo era “muito bom”.

Observamos as coisas, mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas

que agora existem, não são boas – o mal, a impiedade a opressão, a luta, a guerra, a morte, e

o sofrimento.

E natural surge à pergunta:

- Como entrou o mal no mundo? – pergunta que têm deixado perplexos muitos pensadores. A

bíblia oferece a resposta de Deus; ainda mais, informa-nos o que o pecado realmente é;

melhor ainda, apresenta-nos o remédio para o pecado.

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O novo Testamento descreve o pecado como:

a) Errar o alvo, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o homem erra o alvo

final da vida. Ser achado em falta, ao ser passado na balança de Deus.

b) Dívida. (Mat. 6:12.) O homem deve a Deus a guarda de seus mandamentos: todo pecado

cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é

ser perdoado, ou obter a remissão da dívida.

O SENHOR JESUS CRISTO

A pergunta “Quem é o Cristo?” Tem sua melhor reposta na declaração e explicações dos

nomes e títulos pelos quais ele é conhecido.

Da mesma forma, como “filho do homem” significa um nascimento do homem, assim também

“Filho de Deus” significa um nascido de Deus. Por isso, dizemos que esse título proclama a

deidade de Cristo. Jesus nunca é chamado um Filho de Deus, como os homens e os anjos são

chamados filhos de Deus. (Jô 2:1). Ele é o Filho de Deus. Jesus é descrito mantendo uma

relação para com Deus não participada por nenhuma pessoa no universo. Então ele é Deus

Filho.

SALVAÇAO.

O senhor Jesus Cristo, pela sua morte expiatória, comprou a salvação para os homens. Como

Deus a aplica e como é ela recebida pelos homens para que se torne uma realidade

experimental?. As verdades relacionadas com a aplicação da salvação agrupam-se sob três

títulos: JUSTIFICAÇÃO, RENEGAÇÃO e SANTIFICAÇÃO.

A conversão, segundo a definição amais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de

Deus. (Atos 3:19). O termo é usado para exprimir tanto o período crítico, em que o pecador

volta aos caminhos da justiça, como também para expressar o arrependimento de alguma

transgressão por parte de quem já se encontra nos caminhos da justiça. (Mat. 18:3; Luc. 22:32;

Tiago 5:20).

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O ESPÍRITO SANTO.

A doutrina do Espírito Santo, a julgar pelo que ocupa nas Escrituras, está em primeiro lugar

entre as verdades redentoras. Como exceção das Epístolas 2 e 3 de João, todos os livros do

Novo Testamento contêm referências à obra do Espírito; todos os Evangelhos começam com

uma promessa do derramamento do Espírito Santo. No entanto, é reconhecida como a doutrina

mais negligenciada. O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm produzido uma reação

contra a ênfase à obra do Espírito na experiência pessoal.

Naturalmente, este fato resultou em decadência espiritual, pois não pode haver Cristianismo

sem o Espírito. Somente ele pode fazer real o que a obra de Cristo possibilitou.

Nomes do Espírito Santo:

a) Espírito de Deus – Lucas 11:20.

b) Espírito de Cristo – Romanos 8:9.

c) O consolador – João 14 á 17.

d) Espírito da Promessa – Lucas 24:49; Gálatas 3:14.

e) Espírito da Graça – Hebreus 10:29; Zacarias 12:10.

f) Espírito da Vida – Romanos 8:2; Apoc. 11:11.

g) Espírito de Adoção –Romanos 8:15.

A IGERJA.

Jesus projetou, claramente, a existência duma sociedade de seus seguidores, que diria aos

homens seu Evangelho e ministraria a humanidade no seu Espírito, e que trabalharia pelo

aumento do reino de Deus, como ele o fez. Ele não modelou nenhuma organização e nenhum

plano de governo para essa sociedade... Ele fez algo mais grandioso que lhe dar organização

ele lhe concedeu vida. Jesus formou essa sociedade de seus seguidores, chamando-os a unir-

se a Ele, comunicando-lhes, durante o tempo em que esteve no mundo, tanto quanto fosse

possível, de sua própria vida, de seu Espírito e de seu propósito. Ele prometeu continuar até ao

fim do mundo concedendo sua vida à sua sociedade, à sua Igreja.

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Podemos dizer que seu dom á igreja foi ele mesmo.

A obra da Igreja:

Pregar a salvação. A obra da igreja é pregar o Evangelho a toda criatura (Mat. 28:19,20) e

explanar o plano da salvação, tal qual é ensinado nas escrituras. Cristo tornou acessível a

salvação, por provê-la; a Igreja deve torná-la real, por proclamá-a.

AS ÚLTIMAS COISAS.

“Assim diz o Senhor...Eu sou o primeiro, e sou o último....” (Isaias 44:6). Deus já escreveu, tanto

o último como o primeiro capítulo da história de todas as coisas. No livro de Gênese, lemos a

respeito da origem de todas as coisas. Nas escrituras proféticas, muito especiais no livro do

Apocalipse, revela-se como estas coisas alcançarão seu alvo máximo e consumação.

O fato da vida de Cristo é mencionado mais de 300 vezes no Novo Testamento. Paulo refere-se

ao evento umas cinqüenta vezes. Há interpretações que procuram evitar a opinião de que a vida

de Cristo seja literal e pessoal. Alguns ensinam que a morte é a segunda vinda de Cristo. Mas a

bíblia mostra que a segunda vinda é o contrário da morte, pois os mortos em Cristo

ressuscitarão nessa ocasião. Com a morte iremos para Cristo, mas na sua vinda Ele virá para

nos buscar.

SINAIS DA SUA VINDA:

As Escrituras ensinam que à aparição de Cristo inaugurando a idade Milenial será precedida por

um tempo agitado de transição, no qual haverá distúrbios físicos, guerras, crises econômicas,

declínio moral, apostasia religiosa, infidelidade, pânico geral e perplexidade.

Contudo, primeiro ocorrerá o Arrebatamento e a última parte desse período transitório chama-se

“A Tribulação”, durante a qual o mundo inteiro estará sob o domínio dum governo contra Deus e

anticristão, e os poucos desviados ou naturais que confessarem Deus, serão brutalmente

perseguidos durante a terceira guerra mundial.

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Vencidas as ramificações como noções especificas, tem-se que Teologia Sistemática no geral é

o estudo lógico de Deus, ciência que estuda Deus e as coisas divinas e suas relações com o ser

humano. Theos = Deus (no Grego) e lógis = Estudo Lógico.

Abrange: Exegética, que estuda o significado das Escrituras, enquanto que a Bibliologia

analisam as suas doutrinas.

História – Traça a história do desenvolvimento da interpretação doutrinária, envolvendo a

análise da vida cronológica da Igreja. Já pelo lado doutrinário, a Eclesiologia é responsável pelos

dogmas e fundamentos da fé e suas variadas formas de apresentação na Igreja.

Bíblia – Acompanha e analisa a evolução do encaixe da trama da bíblia em seus variados livros,

levando em consideração a cultura de cada povo, bem como a localização geográfica e época

de cada escrito e escritor.

Sistemática – Divide-se por sistemas, métodos e agrupamentos dos ensinos e ciência de Deus

e seus efeitos criativos.

O termo teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas:

Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão).

Tanto Cristo, a Palavra Viva, como a Bíblia, a Palavra Escrita, são o Logos de Deus. Eles são

para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão.

A teologia é, portanto, uma Theo-loga, isto é, uma palavra, uma fala ou expressão sobre Deus;

uma doutrina sobre Deus. É o estudo lógico sobre a revelação de Deus, que é a expressão dos

Seus pensamentos e, logo, é também, o estudo sobre sua própria Pessoa. Portanto, teologia é o

estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação.

Embora não encontremos nas Escrituras a palavra teologia, ela é bíblica em seu caráter . Rm.

3:2 encontramos ta logia tou Theou 9os oráculos de DEUS); EM 1ª Pe. 4:11 encontramos logia

Theou (Oráculos de Deus), e em Lc.8:21 temos ton Logon tou Theou (a Palavra de Deus).

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Unidade TEOLOGIA GERAL II

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1. Pentateuco

Para se começar um bom curso de Teologia, depois das noções gerais, deve ser pelo começo da Bíblia. Penta = cinco os cincos primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Escritos por Moisés, declaradamente a lei de Moisés (Ed. 6:18, 7:6; Ne. 8:11). É a Lei de Deus (2 Cr. 34:14). Os hebraicos denominaram o Pentateuco de “Torá” e para eles a Bíblia começa e termina aí. Formando um só pergaminho indivisível. Já quando traduzido, nos “Setenta”, apareceu dividido em cinco livros, com os atuais títulos.

Sempre foi traduzido para outras línguas e dialetos, exemplo do Pentateuco Samaritano, traduzido para Samaria, que ocupou o lugar das tribos do norte de Israel, bem depois das invasões da Síria e da Babilônia.

Moisés pode ter começado a escrever o Pentateuco no Egito e terminado no deserto do Sinai. Do século XV ao XIV a.C., Deus revelou diretamente a ele o segredo da criação e a história da civilização (Caim, Enoque, Noé e Abraão) até então. Ou por ordem de Deus, pode ter recolhido fragmentos da história, que veio repassado nos baús de Sem, Abraão e outros. As palavras originais eram em hebraico. Depois foram traduzidas para a Grécia, Roma e Samaria. Hoje, geralmente, ocorrem várias divergências de traduções. A Grécia a traduziu em 270 a.C., obtendo o nome de “Septuaginta”, especialmente para os Judeus que residiam em Alexandria e falava com mais freqüência o grego (esta também foi usada por Cristo e seus discípulos). Outros poliglotas gregos, a partir do 2º século, também apresentaram as suas traduções:

Áquilo, Teodócio e Simaco.

O Pentateuco, em conjunto com os demais livros bíblicos, percorreu o mundo. A versão africana circulava no norte da África, de 150 a 200 d.C., nesta versão pesquisaram Tertualiano, Cipriano e Agostinho, foi revisada e chegou na Itália, precedida por Jerônimo (331 a 420 d.C.).

A Síria, por meio dos Judeus cristãos, efetuou a tradição também do Velho Testamento, no primeiro século, e do Novo Testamento, no segundo século. Até para os Judeus deportados para a Babilônia, no ano 604 a.C., retornaram a Israel, tiveram o privilégio da versão caldaica.

Livros do Pentateuco

Primeiro livro da Bíblia. Narra acontecimentos, desde a criação do mundo, na perspectiva judaica (o chamado "relato do Génesis"), passando pelos Patriarcas hebreus, até à fixação deste povo no Egito, depois da história de José. Génesis é o inicio´, é o principio da criação dos céus, da terra, da humanidades e de tudo quando existe vida, todos os seres. Escrito por Moisés.

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Êxodo

O livro conta a história da saída do povo de Israel do Egito, onde foram escravos durante 400 anos. Narra o nascimento, a vida e o ministério de Moisés diante do povo de Israel, bem como o estabelecimento da Lei e a construção do Tabernáculo. Mostra o início de um relacionamento entre o povo recém-saído do Egito e Deus através de uma aliança proposta pelo próprio Deus. É a organização do judaísmo.

Levítico

Basicamente é um livro teocrático, isto é, tem caráter legislativo; apresenta em seu texto o ritual dos sacrifícios, as normas que diferenciam o puro do impuro, a lei da santidade e o calendário religioso entre outras normas e legislações que regulariam a religião. Mostra como o povo se aproxima de Deus por meio do sangue. Abrange acontecimentos de 39 anos no deserto.

Números

Este livro é de interesse histórico, pois fornece detalhes acerca da rota dos israelitas no deserto e de seus principais acampamentos. O título é da versão dos setenta, porque narra dois recenseamentos. Primeiro, quando da chegada dos hebreus no Sinai, no segundo ano depois da travessia do Mar Vermelho. O segundo, na travessia do Jordão, no final dos 40 anos de peregrinação. Tinham 603.550 guerreiros acima de 20 anos no começo e, 601.730 no final, perfazendo um universo total de 3 milhões de hebreus no final, que atravessaram o Jordão. Dos primeiros recenseados, apenas Josué e Calebe foram contados novamente. Numero é serviço e ordem. É certa que dos 40 anos peregrinando, 37 foram fixos ao sul de Canaã, zona de Neguebe, perto de Cadesbarnéia, onde o tabernáculo era o ponto central da vida civil e religiosa exercida por Moisés.

Deuteronômio

Contém os discursos de Moisés ao povo, no deserto, durante seu êxodo do Egito à Terra Prometida por Deus. Os discursos contidos nesse livro, em geral, reforçam a idéia de que servir a Deus não é apenas seguir sua Lei. O título provém do grego e quer dizer: Segunda Lei, ou melhor, Repetição da Lei. Em êxodo, Levítico e Números, as leis foram dadas, conforme a necessidade da ocasião, a um povo acampado no deserto. Em Deuteronômio, essas leis foram repetidas a uma geração que, dentro em breve, moraria nas casas vilas e cidades da terra prometida.

Em Gêneses encontra-se toda a doutrina Deus, homem, pecado e da salvação. É dividido em: origem do mundo e do ser humano e os patriarcas. Da criação do dilúvio foram 1656 anos, e de Noé a Abraão, foram em torno de 2630. assim, de 4.430 a 1800 a.C., também ficou em evidência a 1ª Babilônia, em 2200 (não a de Nabucodonosor, mas a de Hamurab, do olho por olho e....); a civilização do Egito, em 3300 (pirâmides) e a Suméria em 4200, após o dilúvio. O Pentateuco deu origem ao Antigo e ao Novo Testamento, que é composto de obras de autores diversos, como Moisés, que foi um príncipe e legislador, Josué, um general; Davi e Salomão reis e poetas; estadista e profeta; Daniel, primeiro ministro; Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas; Amós, homem do campo. A Bíblia toda (66 livros) teve cerca de 40 escritores, por um período de 16 séculos aproximadamente, os quais não se conheceram; pertenciam a diversas classes, de continentes diferentes, muitas vezes sem ter conhecimento do que os outros haviam escrito.

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A perfeita unidade da Bíblia, quando lemos, inspira-nos a glorificar a Deus, porque em meio a alegrias e tristezas, o produto final apresenta uma só mensagem e uma salvação completa: JESUS! Inicialmente, os escritos da Bíblia não eram divididos em capítulos e versículos; a divisão em capítulos só veio a acontecer no ano de 1250 d.C., pelo Cardeal Hugo de Sancto Caro, monge dominicano, que dele se serviu a sua concordância com a Vulgata. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Sephen Langton, falecido em 1228. no ano de 1551, Robert Stephen fez a divisão em versículos, publicando a primeira Bíblia, assim dividida em 1555, a Vulgata. Em 1525, Jacob Bem Haim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, também havia dividido o Antigo Testamento em versículos. O Antigo Testamento se encerra, citando a palavra maldição. O Novo Testamento se encerra, citando graça do Senhor Jesus Cristo. - Há 8.000 vezes a palavra “Senhor”. - A volta de Jesus é citada 1.845 vezes. - O autor da Bíblia é Deus. - O Intérprete da Bíblia é o Espírito Santo. - O assunto central da Bíblia é Jesus Cristo. - A Bíblia é o livro mais editado e vendido do mundo. - A Bíblia é o mais lido do mundo. Existem, aproximadamente, 2.800 línguas e 3.000 dialetos, mas a Bíblia já foi vertida, em parte, em 1.500 línguas e dialetos. A Bíblia inteira só está traduzida em cerca de 300 línguas. A Bíblia contém 66 livros, 1.189 capítulos, 31.278 versículos, dos quais mais de 5.000 são promessas (alguns autores falam de cerca de 32.000 promessas, o que daria a média de maus de uma promessa por versículo) e cerca de 3 milhões de letras, assim distribuídos: Antigo Testamento: 39 livros; 929 capítulos; 23.328 versículos; cerca de 31 autores; escrito em hebraico (com porções em aramaico). Novo Testamento: 27 livros; 260 capítulos; 7.950 versículos; cerca de 9 autores; escrito em grego.

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2. Livros Históricos

São 16 livros em que é contada a historia de Israel a parti da conquista da Terra Santa, a Palestina. São eles: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus. Destes, veremos 8 a seguir:

JOSUÉ

Após a libertação do povo da escravidão dos egípcios, Moisés organizou-os na península do Sinai e o conduziu até as margens do Jordão (Rio). Para continuar a mesma missão de Moisés, sucedeu-lhe Josué, tinha à sua frente duas tarefas: ocupar as terras de Canaã, expulsando os antigos habitantes e dividir o país entre as várias tribos de Israel. O livro é a narração, ora detalhada, ora resumida, desta grande empresa.Este livro é formado por longo e complexo processo de confecção. Os crentes, tanto judeus como cristãos, já o consideraram como fruto da inspiração.

JUÍZES

Este livro tira seu título dos doze heróis de Israel, cujos feitos registra. Não eram eles magistrados, mas chefes militares enviados por Deus para ajudar e socorrer seu povo em tempo de perigo externo.

Exerceram suas atividades no intervalo de tempo entre a morte de Josué e a instituição da monarquia em Israel.

Seis deles : Otoniel, Aod, Barac, Gedeão, Jefté e Sansão, são tratados com mais detalhes e em conseqüência são chamados os Juizes Maiores.

Os outros seis, as atividades são registradas de maneira mais resumida, são chamados de Juizes menores. O propósito do livro é mostrar que a sorte de Israel dependia da obediência ou desobediência do povo à lei de Deus. Sempre que se rebelavam contra ele, era oprimido pelas nações pagãs, quando se arrependiam Deus suscitava os juízes para liberta-los.

RUTE

O livro de Rute tem este nome por causa da mulher Moabita que se uniu ao povo Israelita por seu casamento com o ilustre Booz de Belém. Rute contem um belo exemplo de piedade filial, tão apreciada pelos hebreus. Seu espírito de auto sacrifício,

sua piedade, sua integridade moral foram realçados por Deus com o dom da fé e um casamento ilustre, ao qual se tornou ancestral de Davi e de Cristo.

Vem após o livro dos Juízes pois esta intimamente ligado por causa do tempo de ação , pode se caracterizar este livro como uma forma literária dramática, pois cerca de dois terços dele tem a forma de dialogo, contudo há probalidade que contenha História real, não existe certeza quanto ao autor do livro, foi escrito muito tempo depois dos acontecimentos narrados.

SAMUEL

Esta obra sagrada compreende assim a História de cerca de um século, descrevendo o fim da era dos juizes e o começo da monarquia em Israel, sob Saul e Davi. Não é uma História contínua, nem relato sistemático, mas uma série de episódios, desenrolados em torno As figuras de Samuel, Saul e Davi, as principais personagens no estabelecimento da real dinastia (pertencentes à uma só família) de Davi.

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REIS

Como no livro de Samuel,estendem a história consecutiva de Israel do nascimento até à destruição de Jerusalém, em 687 a. c, este trabalho é delineado como história religiosa, por isto o templo, que é lugar escolhido para o culto de Javé, ocupa em reis, o centro da atenção. O primeiro livro de Reis, traz a história de Israel dos últimos dias e morte de Davi, até a ascenção ,na Samaria, de Acóssias, filho de acab, quase fim do reinado de Josafá, rei de Judá.

Devemos notar os dois grande ciclos de tradições que se desenvolveram em torno das grandes figuras proféticas de Elias e Eliseu, um no primeiro e outro no segundo livro de Reis. O ciclo de Elias é mais importante porque salienta a difícil luta de Israel com a religião de Canaã.

I CRÔNICAS

O Título grego significa “coisas omitidas ou ignoradas” em

Samuel e Reis. Os livros de crônicas, registram com certa minúcia o extenso período entre o reinado de Saul e a volta do Exílio.

O cronista propôs-se a definir e defender as legítimas reivindicações da monarquia Davídica na história de Israel e exaltar o lugar de Jerusalém e do culto no templo determinado por Deus como o centro da vida religiosa para a comunidade judaica de então.

Do ponto de vista do cronista o reinado de Davi era o ideal a que todo subseqüente governo de Judá deveria aspirar.

O cronista estava muito mais interessado na influencia religiosa e litúrgica de Davi, do que em seu poder político. Ou seria um povo sujeito a Deus ou nada.

II CRÔNICAS.

Começa com o relato do reinado de Salomão, de acordo com o ponto de vista pessoal do cronista. A figura de Salomão é exaltada: só é inferior à de Davi. A grande obra de construção do templo e a magnificência da corte de Salomão são descritas com minúcias, ao passo que os graves defeitos desse reinado são omitidos.

Tudo isso está de acordo com a intenção do cronista de realçar a suprema importância do templo e seu culto.

Ele deseja convencer seus leitores do esplendor da morada de Deus e a magnificiencia da Liturgia do sacrifício, oração e louvor que ali são ofertados.A comunidade restaurada teria de se adaptar a esse ideal de um povo unido no culto de um só e verdadeiro Deus no templo de Jerusalém fundado por Davi e Salomão.

ESTER

Este livro relata a libertação do cativeiro do povo hebreu, no império persa, por ação da judia Éster, escolhida para a rainha, entre as outras mulheres do harém, em substituição à decaída Vasti, que se recusara à comparecer num banquete organizado por Assuero, transcrição hebraica de Xerxes I.

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O Objetivo do livro é didático: glorificação do povo judeu e explicação da origem.

A Obra foi concebida como meio de consolação para Israel, uma lembrança de que a providencia divina vela constantemente pelo seu povo, nunca o abandonando quando a serve fielmente ou a ele se dirige com sincero arrependimento.

Os Livros históricos do Antigo Testamento da Bíblia cristã são:

• Josué,

• Juízes,

• Rute,

• I Samuel,

• II Samuel,

• I Reis,

• II Reis,

• I Crônicas,

• II Crônicas,

• Esdras,

• Neemias e

• Ester.

BIBLIA: Livros históricos. Na Bíblia cristã, esses livros estão agrupados em quatro blocos: (1) Josué, Juízes, Rute, Samuel e Reis; (2) Crônicas, Esdras e Neemias; (3) Tobias, Judite e Ester; (4) Macabeus. Na Bíblia hebraica, Josué, Juízes, Samuel e Reis são chamados profetas anteriores, para distingui-los de Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12 profetas menores, que são os posteriores. Chamam-se históricos porque têm como tema principal as relações de Israel com Iavé, nome pelo qual os israelitas designam Deus. Primeiro bloco. O Deuteronômio, último livro do Pentateuco, relata em seu capítulo final que, após a morte de Moisés, "Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés lhe impusera as mãos." Eis por que Josué é o primeiro dos livros históricos, pois seu relato dá imediata continuidade ao Deuteronômio. Mostra como o povo eleito instalou-se na terra prometida, Canaã, depois de atravessar o Jordão. Por meio da conquista de Jericó, os israelitas, comandados por Josué, apropriam-se da nova terra, cuja posse vai ser mantida enquanto houver obediência à lei.

É feita a divisão da terra entre as tribos transjordânicas e cisjordânicas, que testemunham sua unidade pelo altar comum dedicado a Iavé. Com a morte de Josué, os filhos de Israel consultam Iavé sobre quem os dirigirá doravante, e recebem como resposta o destaque da tribo de Judá. Assim começa o segundo livro histórico, Juízes, cujo nome se refere aos heróis da libertação, chefes escolhidos por Deus para governar seu povo, no período entre a morte de Josué e a entronização de Saul, primeiro rei de Israel.

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Rute, o terceiro livro histórico, narra a conversão da moabita Rute, seu casamento com Booz e o nascimento de seu filho, Obed, que será o avô de Davi. É um livro de genealogia judaica, de Farés até o rei Davi.

Os dois livros de Samuel, que na Bíblia hebraica constituem um só, relata o início do período monárquico. Foi Samuel, chefe religioso dos israelenses, quem ungiu o primeiro rei, Saul, seu sucessor, Davi, e quem os repreendeu por seus pecados. Os dois livros dos Reis, quinto dos históricos, formam, como os de Samuel uma só obra na Bíblia hebraica. Seu relato abrange um longo período, que vai de Samuel até à queda de Jerusalém, e o cativeiro na Babilônia. Segundo bloco. Crônicas, Esdras e Neemias formam um segundo grupo de livros históricos, que repetem e prolongam os relatos constantes dos livros anteriores.

As Crônicas, tanto na Bíblia hebraica quanto na edição da Vulgata, recebem o nome de Paralipômenos, ou seja, livros que relatam as coisas omissas. Referem-se à época em que o povo judeu, que perdera a independência política, lutava por viver segundo as normas de sua lei religiosa. Contêm as listas genealógicas das tribos israelitas, desde Adão até Davi, um relato sobre o governo deste último e sobre o governo de Salomão -- com ênfase na construção do templo -- e a história do reino de Judá, até sua destruição.

Esdras e Neemias narram a volta dos judeus da Babilônia e a reconstituição de Jerusalém. Terceiro bloco. O terceiro grupo dos livros históricos compõe-se de Tobias, Judite e Ester. Os dois primeiros não foram admitidos nem pela Bíblia hebraica nem pelos protestantes. Para a Igreja Católica, são deuterocanônicos, admitidos depois do sínodo romano do ano 382.

Os três livros são cheios de inconsistências históricas, misturam datas e lugares e apresentam omissões. No entanto, são extremamente bem escritos, de leitura agradável e absorvente, e inspira-se em relatos patriarcais do Gênesis. Tobias é uma história edificante, em que se ressaltam a caridade, os deveres para com os mortos e o sentimento familiar. Judite conta a vitória do povo eleito contra seus inimigos, graças à coragem de uma mulher. O mesmo enredo é o tema de Ester, em que se evidencia a hostilidade que os judeus provocavam no mundo antigo, devido à singularidade de sua vida.

3. Geografia Bíblica.

3.1 Consideração sobre o tema Geografia Bíblica: O pastor evangélico é um cientista da religião, ou seja, alguém capaz de enxergar o mundo e o homem através de seu caráter histórico, social e antropológico. Sendo assim, em nosso curso de formação de pastor não poderíamos de deixar de abordar essa matéria tecendo conhecimento historicamente Bíblico.

A Bíblia começou a ser escrita no deserto do Sinai, no Oriente Médio, ao norte da África e do Egito; ao sul da Rússia, do Mar Negro, da Turquia e da Grécia; ao leste do Mar Mediterrâneo e ao oeste da Jordânia e Síria; ao sul do Líbano e Europa (sul). Moisés iniciou a escrever a Santa Bíblia em 1400 a 1445 e foi terminada em 96 d.c., POR João, o Apóstolo do Amor, depois que saiu do exílio da ilha de Patmos; cerca de 40 escritores usados por Deus gastaram cerca de pouco mais de 1500 anos em um raio de mais de 5 mil (quilômetros.

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Moisés escreveu fatos globais e universais, relatando toda a criação efetuada por Deus. Falou sobre o Jardim do Éden na Mesopotâmia, para o ano zero. Aobrw a arca de Noé, que pairou em Ararat, na Armênia, no ano 1656 da criação. Falou sobre Ur dos Caldeus, de onde veio Abraão do Kuwait (do petróleo de fogo de Sedam) em torno do ano 1900. escreveu também algo referente à Síria, Egito e de todo Israel, que no tempo era Canaã, de Jeru e de Salém (centro da terra), nos anos 1800 a 1500. Israel, inicialmente, foi muito próspero no reinado de Salomão, que comercializava com Tiro, índia, Etiópia. A história secular afirma que Salomão amasiou-se com a rainha etíope, razão de ter vários judeus negros, inclusive, em 1994, tive a oportunidade de ver vários deles refugiados em Jerusalém, e outros, Salomão implantou a siderurgia do alumínio e cobre e aumentou os impostos, levando afinal o povo à miséria. Provocando cisma ou separação, sob o reinado de Roboão, separando as 10 tribos do norte das duas tribos do sul.

As tribos do norte foram invadidas pela Assíria, em 722 a.C., e as do sul pela Babilônia em 604 a.C. Das tribos do norte, poucos retornaram e se espalharam pelo mundo até o dia de hoje, e as de Judá, a maioria, e não todos retornaram após Daniel, o que registra Esdras. Surgindo daí com período interbíblico no ano 438, até que ocorreu o início dos evangélicos; foram 438 anos sem história inspirada e, conseqüentemente, sem geografia. Hebreus vinham de todos os países do mundo para as festas anuais em Israel, especialmente Páscoa e Pentecostes, Jesus, sendo um bom judeu e cumpridor da Lei e dos costumes, também participava das festas todos os anos (a partir de 10 anos quando retornou do Egito).

A Bíblia fez história no Egito, mas não fez escrita. Como a história geral registra fatos sumerianos em torno do ano 4 mil e fatos do Egito do ano 3300 (pirâmides), então nós, da teologia, não podemos ignorar o que está historicamente e cientificamente comprovado; assim, alguns comnetaristas menos esclarecidos, estão errados ao afirmarem que o dilúvio de Noé ocorreu no ano de 2200 e que a criação de Adão e Eva ocorreu no ano de 3500, como querem afirmar vários comentários bíblicos (a data e comentários que as editoras colocam no começo de cada livro ou no dicionário bíblico, não são inspirados, por isso varia muito). Daniel fez história na Babilônia no século 5 e 6 a.c., no meio de um povo que pensava que a vida dependia dos astros e de sonhos (embora o calendário romano, com 12 meses e 365 dias, usado hoje em 90% dos países, inclusive o Brasil, foi criado pela primeira Babilônia em 2200 e aperfeiçoado pela segunda Babilônia dos anos 600 a.C.)

O ponto central da Bíblia é Cristo (nascimento, morto e ressurreição) e, conseqüentemente, o ponto central da geografia é Belém e Jerusalém. Cristo pregou apenas em Israel e seus apóstolos e discípulos, até os confins da terra. São Paulo pregava em grego, nos países do Oriente. São Pedro também fez várias viagens missionárias e ambos faleceram durante o governo romano de Nero. Foram maltratados e vários cristãos eram atirados ás arenas, para alimento das feras famintas, sob aplausos da multidão do circo romano.

A Geografia localizada se encontra no final de qualquer Bíblia; todo seminarista deve manusear para ampliar e ter um conhecimento específico das tribos, bem como das Cidades. O Jordão era a fonte de vida para Israel, nasce ao norte origina-se das geleiras noturnas de zero grau do monte Hermom, e com o calor de 45 graus do dia, degela, desce e forma oi lago (mas falam de mar) da Galiléia (lago de 10 km por 10 km), termina no Mar Morto, ao sul do Israel, sem peixes e sem vida e com dezenas de minérios, o que faz de Israel o país mais rico do mundo (uma das razões por que irá dominar o mundo, na terceira guerra). Resíduos de Sodoma e Gomorra.

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Hoje, as dezenas de rios que desaguavam no Jordão, se tornaram apenas valas desérticas e ondulações de rochas e areias (a pouca agricultura e pastagem de Israel é por meio de irrigação oriunda do Jordão e do Mar Mediterrâneo, esta última depois de fazer o processo de retirada do sal).

Então, o Jordão de hoje não é mais aquele, hoje ele é estreito, porque dele se extrai estas dezenas de irrigações e abastecimentos às cidades, além do que é poluído. O Mar Morto está diminuindo, hoje 5 por 20 km, com vários hotéis turísticos de judeus americanos ás suas margens. Hoje, a Cisjordânia ocupa o espaço que era das tribos de: Rubem, Gade e Manasses (Israel errou em devolver um assentamento aos palestinos em 2005, mas m breve será retomando, é uma daquelas sábias armadilhas enigmas dos judeus contra os inimigos, o cadeião); a Síria, o espaço da tribo de Dã, e o Líbano, a tribo de Aser, e dentro de pouco tempo, tudo isso voltará a ser de Israel também, (a Síria, em 2005, retirou o seu exército de 20 mil soldados do Líbano, limpando caminho para Israel retomar).

Jerusalém é a capital interna onde ficam o parlamento e sede nacional, e Tel-Aviv, a capital internacional, onde ficam as embaixadas (e nesse começo de milênio já se estuda a possibilidade de tudo ficar unificado em Jerusalém). Jerusalém é a capital das religiões: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, onde peregrinam milhares de fiéis por dia, do que sobrevivem economicamente 80% da economia de Israel. Israel vive em constante guerra, fria ou declarada, a Israel Oriental, judeus americanos mantém constante ajuda, a Israel americana situa-se na colônia de dois milhões de judeus, em Nova Iorque, que é muito mais rica e poderosa que a soma dos judeus Orientais. As constantes guerras e conflitos entre judeus e palestinos afugentam os turistas, que receiam a bomba perdida e a crise permeia a nação.

São Paulo viajou e escreveram em vários pontos da Ásia, Capadócia, Síria, Acaia, Macedônia, Sicília e Itália, além dos Mares: Mediterrâneo, Adriático, Tirreno e Egeu.

Naquele tempo bíblico, apenas índio (ou selvagens) existiam no Brasil, vieram as maiores partes da Europa, a partir do século 25 a.C., em dezenas de caravanas e embarcações anuais para as Américas (Norte, Central e Sul), não tiveram condições de retorno e se perderam pelas matas adentro, perdendo a cultura e a civilização. Salvo os incas, Maias e Astecas, mas que também depois pereceram.

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Unidade TEOLOGIA GERAL III

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1. RELIGÕES E SEITAS

Religiões, teologicamente falando, são denominações cristãs genuínas que seguem Cristo e

a bíblia. Já seitas são as religiões heréticas e que seguem ensinamentos do homem

(filosofias e culturas). O mundo possui hoje cerca de 7 bilhões de pessoas e, agora, nesse

começo do terceiro milênio, é que os povos estão-se universalizando; assim, em cada região

ou continente impera uma religião predominante. Por falta de um meio de comunicação mais

eficiente, via satélite ou Internet, os povos ainda sentem-se distantes, principalmente entre

os continentes. Por essa razão, as grandes religiões e seitas ficaram estagnadas durante

séculos, em uma mesma região geográfica. Portugal e Espanha descobriram as Américas

Central e Sul trouxeram o catolicismo Já a América do Norte foi colonizada pela Inglaterra,

que implantou o protestantismo ali. Os usos e costumes das nações orientais são também

diferentes das nações ocidentais, não deixando de ser obstáculo.

DEFINIÇÃO DOS TERMOS

O termo adquiriu definição mais precisa e sociológica com os estudos de Ernst Troeltsch,

Reinhold Niebuhr e Liston Pope: seita é todo grupo cismático nascido no interior de uma igreja

organizada e em oposição a ela. Em obediência a uma autoridade carismática, a seita regula-

se por uma interpretação literal ou extremamente alegórico dos textos sagrados, com ênfase

nas doutrinas desprezadas pela igreja à qual pertencia, e é fortemente mística, missionária,

messiânica e escatológica. Sua oposição alcança igualmente os valores culturais e, não raro,

os costumes vigentes, em protesto contra a ordem estabelecida.

O que significam as palavras seita e heresia? Ambas derivam da palavra grega háiresis,

que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola etc. A palavra

heresia é adaptação de háiresis. Quando passada para o latim, háiresis virou seita. Foi do latim

que veio a palavra seita.

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Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de

seita (At 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os lideres judaicos viam os cristãos como mais

um grupo, uma facção dentro do Judaísmo. Com o tempo, háiresis também assumiu conotação

negativa, como em 1 Co 11.19; Gl 5.20; 1 Pd 1.1-2.

Em termos teológicos, podemos dizer que seita refere-se a um grupo de pessoas e que

heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. Baseando-se nessa explicação,

podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo,

fazer parte de uma seita.

Há ainda outras definições sobre o que é seita:

Neste termo encontramos as mais variadas associações tais como: corrente de pensamento,

separação, facção, dissidência, partido, heterodoxia entre outras.

Qual o significado da palavra seita na opinião de alguns apologistas da fé cristã atual?

1ª "Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por

uma ou mais pessoas" – Dr. Walter Martin.

2ª "É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos ensinos

históricos da Igreja cristã" – Josh McDoweell e Don Stewart.

3ª "Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria" – J.K. Van Baalen.

4º "Uma seita é alguma perversão religiosa. É a crença e a prática, dentro do mundo religioso,

que requer a devoção das pessoas a algum ponto de vista religioso ou para algum líder,

estribados em alguma doutrina falsa. Uma seita é uma heresia organizada." – Dave Breese.

Façamos um breve comentário sobre o que é doutrina. A palavra significa ensino. Vem do latim

doutrina, que significa ensino. Referindo-se a qualquer tipo de ensino ou a algum ensino

específico.

6 Existem três formas de doutrina:

a) Doutrina de Deus – At 13.12; 1.42; Tt 2.10.

b) Doutrina de homens – Mt 15.9; 16.12; Cl 2.22.

c) Doutrina de demônios – 1 Tm 4.1.

A primeira é boa, as duas últimas são danosas. É preciso distinguir a primeira das últimas,

senão os prejuízos podem ser fatais. O contraste entre a verdade e a mentira é mais nítido que

o contraste entre a verdade e a falsidade.

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Religiões e seitas pagãs podem ser analisadas facilmente. Contudo, uma religião ou seita que

se apresente como cristã, mas tem uma doutrina contrária às Escrituras, merece toda nossa

atenção. Para tanto, devemos conhecer os meios adequados para se identificar uma seita.

As Seitas estão em todos os lugares As Seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e amplamente aceitas. Outras são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar um exame de suas ações. Elas estão crescendo e florescendo a cada dia. Algumas seitas causam grande sofrimento aos seus seguidores, enquanto outras até parecem muito úteis e benéficas. Em 1978, o então missionário norte-americano Jim Jones, foi responsável pela morte de 900 seguidores, na Guiana Francesa, todos envenenados após Ter anunciado a eles o fim do mundo. Um fato interessante desse trágico acontecimento foi o depoimento de um dos militares americanos responsáveis pela remoção dos corpos. Ele disse que, após vasculhar todo o acampamento, não foi encontrado um só exemplar da Bíblia. Jim Jones substituiu a Bíblia por suas próprias palavras. Em 1993, o líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do Senhor Jesus, promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde ficava a seita Branch Davidian. Seduzindo os seguidores com a filosofia de que deveria morrer para depois ressuscitar das cinzas, derramou combustível no rancho e ateou fogo, matando 80 pessoas, incluindo 18 crianças. Em 1997, outra seita denominada Heaven’s Gate (Portão do Céu), que misturava ocultismo com fanatismo religioso, levou 40 seguidores ao suicídio. Na ocasião, essas pessoas acreditavam que seriam conduzidas para outra dimensão em uma nave que surgiria na cauda do cometa Halley Bop. No Brasil também existem muitas seitas e denominações que se reforçam em profecias do Apocalipse. Uma das mais conhecidas, devido ao destaque dado pela mídia, são as Borboletas Azuis, da Paraíba, que em 1980 anunciou um dilúvio para aquele ano. Em Brasília, encontra-se o Vale do Amanhecer, que conta com aproximadamente 36.000 adeptos. No Paraná, um homem de nome Iuri Thais, se auto-intitula como o próprio Senhor Jesus reencarnado. Fundador da seita Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade, ele parece ter decorado a Bíblia de capa a capa e, com isso, tem enganado a muitos. Muitas das seitas são conhecidas dos cristãos brasileiros, a saber: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, etc. Mas muitas novas seitas pseudo-cristãs estão chegando ao Brasil e são pouco conhecidas: Igreja Internacional de Cristo/Boston (Igreja de Cristo, no Brasil), Ciência Cristã, Escola Unida do Cristianismo, Meninos de Jesus etc. Quase todas essas seitas refutam a Trindade (com a conseqüente diminuição do Senhor Jesus Cristo), a ressurreição, a salvação pela Graça e contrariam outros princípios bíblicos. Aspectos comuns 1. As seitas subestimam o valor do Senhor Jesus ou colocam-no numa posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos como conseqüência. 2.Crêem apenas em determinadas partes da Bíblia e admitem como "inspirados" escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa parte daquilo que crêem; 1.Dizem ser os únicos certos; 2.Usam de falsa interpretação das escrituras;

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3.Ensinam o homem a desenvolver sua própria salvação, muitas vezes, sob um conceito totalmente naturalista; 4. Costumam buscar suas presas em outras religiões, conseguindo desencaminhar para o seu meio, inclusive, muitos bons cristãos.

SEITAS E HERESIAS

O surgimento da religiosidade Gn 4:3-7 A palavra "religião" vem do latim religião, que significa "religar". O conceito implícito nessa palavra é o de uma tentativa do homem de "religar-se" a Deus, reatando uma comunhão rompida. Esse sentimento "religioso" é comum a todos os homens, não importando sua origem social ou geográfica. A religião surgiu no vácuo provocado pela ausência da comunhão autêntica com Deus. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, e na falta dessa comunhão ele experimenta, ainda que inconscientemente, um sentimento de profunda frustração. Esse anseio (e não o "medo do desconhecido", como muitos sustentaram no passado) é que originou na humanidade a busca religiosa. O mesmo espírito religioso que está por detrás de cultos como o islamismo, o animismo (adoração de espíritos, englobando todas as formas de umbanda), o espiritismo e outras manifestações religiosas, está também por detrás de todas as seitas e heresias que surgiram no meio da Igreja no decorrer da história. Na verdade, o diabo é especialista em variar suas armas no ataque contra a Igreja. A diferença entre o paganismo e o cristianismo é fácil de ser detectada, mas o mesmo não acontece entre o cristianismo verdadeiro e alguns movimentos heréticos. Heresias A palavra "heresia" vem do termo grego "hairesis". Essa palavra é empregada no Novo Testamento com dois sentidos principais: (1) seita, no sentido de facção ou partido, um corpo de partidários de determinadas doutrinas (veja At 5:17; 15:5; 24:5; 26:5; 28:22); e (2) opinião contrária à doutrina prevalecente, de cujo ponto de vista é considerada heresia (veja 2 Pe 2:1). 1 Co 11:19; Gl 5:20 Nestes dois textos, o termo haireseis procura definir a atividade facciosa ou partidária. No primeiro, o sentido negativo do termo "partidos" é esclarecido pelo contexto: os aprovados são aqueles que não tomam parte nos "partidos". No segundo, é traduzido como "facções". 1 Co 1:10; 11:18 Em ambos os textos, a palavra traduzida "divisões", no grego, é schismata, que significa literalmente "rasgões em pano". Alguns estudiosos sustentam que essa palavra indica divisões em torno de personalidades, e não em torno de ensinos. Segundo esse ponto de vista, divisões em torno de personalidades seriam um "mal menor", não tão grave quanto as "heresias" (negações de verdades da fé). O texto de 1 Co 11:19, no entanto, parece relacionar as divisões aos partidos (haireseis).

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Conclusão "heresia" = Ensinos que, de alguma maneira, contrariam alguma verdade da fé cristã.

OBS.: A heresia não pode ser confundida com a apostasia. O apóstata é alguém que rejeitou completamente a fé cristã; o herege continua vinculando-se à fé, excetuando-se os pontos em que seu sistema nega a fé cristã. 1 Co 15:12; Cl 2:8,16,20-22; 2 Ts 2:2; 1 Tm 4:1-3,7; 1 Jo 2:18,19,22; 4:2,3 Estes textos exemplificam diversas ocorrências de heresias, ainda no período da Igreja primitiva Seitas Em seu sentido mais genérico, seita é "devoção a uma pessoa ou coisa particular, dedicada por uma corporação de adeptos". Esta definição está na raiz de termos como "sectarismo", e por esse ângulo tanto um partido político como uma torcida organizada de futebol poderiam ser classificados como "seita". Em nosso estudo, no entanto, estamos interessados em estudá-las de uma perspectiva cristã e, nesse prisma, as seitas aparecem invariavelmente como falsificações da fé cristã. Podemos dizer que as seitas, em sua maior parte, são o produto final das heresias, ou seja, o resultado da fermentação herética na massa da igreja. Nem toda heresia culmina na formação de uma seita, mas toda seita possui em seu sistema elementos heréticos. 1 - Semelhança com o cristianismo. Virtualmente todas as seitas possuem forte semelhança com a fé cristã legítima, e é justamente essa semelhança que se constitui na principal estratégia do diabo com relação a elas (veja 2 Co 11:13-15). 2 - Adeptos sinceros. veja Rm 10:2 3 - A questão da origem. Todas as seitas, praticamente, reivindicam como sua fonte inicial alguma nova revelação da parte de Deus. Mas os Testemunhas de Jeová, por exemplo (que tem em Ário um "precursor" de seu fundador, C. T. Russell) constantemente reivindicam revelações adicionais como base para seus ensinos 4 - Reconhecimento de autoridade adicional às Escrituras. As seitas sempre reconhecem uma autoridade adicional às Escrituras, que acaba sobrepujando a Bíblia e se torna sua base para doutrina e governo. O Mormonismo tem O Livro de Mórmon, a Pérola de Grande Valor e Doutrinas e Alianças; a Ciência Cristã tem o livro Ciência e Saúde, escrito pela fundadora, Mary Baker Eddy; os Adventistas do Sétimo Dia têm os escritos de Ellen G. White; e etc. 5 - Negação de verdades essenciais à fé cristã. As seitas negam aspectos essenciais da fé cristã, em geral seus ensinos discordam da verdade bíblica em áreas tão centrais quanto a Pessoa de Jesus (Testemunhas de Jeová), a Pessoa do Espírito Santo (Testemunhas de Jeová) a obra expiatória de Jesus (Adventistas do Sétimo Dia), a Justificação pela Fé (Mórmons), a Triunidade de Deus (Testemunhas de

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Jeová), o ensino das Escrituras sobre o pecado (Pensamento Positivo) a ressurreição e ascensão físicas do corpo de Jesus (Testemunhas de Jeová), entre outros. 6 - Rejeição do espírito de oração. Em sua quase totalidade elas desvalorizam a oração. A oração é uma atividade que não oferece atrativos, exceto para aqueles que são filhos de Deus. Como pode haver um legítimo espírito de oração numa seita que, por exemplo, nega o conceito de pecado, repudia a obra redentora de Jesus e rejeita o Espírito Santo como Pessoa.

7 - Ênfase numa "fórmula" particular. Todas as seitas enfatizam geralmente uma "fórmula" específica, muitas vezes um esquema rígido que deve ser seguido a fim de que determinados resultados sejam obtidos. 8 - Pretensão de exclusividade. Esta é uma característica invariável das seitas: consideram-se a única expressão válida do cristianismo. O caso do Adventismo do Sétimo Dia é típico: para ministrar o batismo, esse grupo exige do "catecúmeno" uma confissão de que "a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a Igreja remanescente", o que exclui todos os demais grupos cristãos. A título de conclusão, poderíamos ilustrar da seguinte maneira a diferença entre "heresia" e "seita": heresia é como um câncer num ser humano; começa lento, insidioso, mas tende a crescer e a dominar todo o sistema do indivíduo. Já a seita, é como um "homem artificial", uma imitação do ser humano.

Ef 6:11,12 Podemos e devemos estudar acerca das seitas, a fim de que possamos principalmente instruir pessoas que estão ou estiveram aprisionadas por elas e desejam ser libertas; nunca, porém, para debatermos com seus seguidores

HANY POTTER

Em inglês potter é oleiro - Isaías 64:8 Harry Potter, é um fenômeno editorial mundial que possui como tema a saga de um menino feiticeiro, cujos pais foram mortos por um bruxo muito poderoso, e que mora numa casa onde é maltratado por todos. Ele é apresentado como um simpático menino de óculos e com um raio estampado na testa. Vejam a seguir uma breve definição esotérica do que significa raio: "de longa data o raio é considerado um instrumento e arma divinos; e é o símbolo da atividade celeste, da ação transformadora do céu sobre a terra. Como se pode ver, nada é ao acaso. Até o raio estampado na testa de Harry Potter, tem um forte simbolismo esotérico. A temática de Harry Potter é profundamente mística e inteiramente comprometida com bruxaria, feitiçaria e esoterismo, e é apresentada como literatura mimetizada em contos pueris, quando na realidade é perversa e advinda do inferno. Uma reportagem na revista Veja edição 1671 ano 33 número 42 de 18 de outubro de 2000,.sobre O efeito Potter - Pequeno bruxo cativa os adultos e leva crianças a novos autores traz informações preciosas, dentre elas que a Editora Rocco, que publica os títulos no Brasil, recebe cerca de 1 000 e-mails por mês sobre Harry Potter. Destes e-mails, cerca de 20% são de adultos que aguardam ansiosos pelos próximos números ou surpresos com a reação de seus filhos.

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Os demais e-mails são das próprias crianças, que já tendo lido os dois primeiros livros da série lançados em português, elogiam as publicações e pedem sugestões e dicas de livros parecidos. São crianças pedindo sugestões de livros com o mesmo assunto de Harry Potter, ou seja: iniciando-se nas artes da bruxaria e da feitiçaria. Temos crianças, que em vez de estarem brincando ou aprendendo coisas sadias, estão mergulhando de cabeça em práticas místicas e profundamente comprometidas espiritualmente, sob o olhar complacente de pais e mães, a exemplo do que acontece com o halloween. Pasmo absoluto! Goeebels, o ideólogo da propaganda nazista dizia que uma mentira repetida reiteradas vezes toma ares de verdade. A mentira aqui é fazer pensar que Harry, o oleiro de mentira, representado numa literatura malígna e perniciosa pode substituir Deus o Oleiro verdadeiro na vida da humanidade. Viram, que não há nada casual? A série de três livros atingiu a estrondosa marca de 30 milhões de exemplares vendidos no mundo todo. Uma milionária e estrondosa campanha de marketing fomenta a venda dos livros, que virarão filmes para crianças em 2001. Segundo a imprensa americana, Harry Potter reativou uma antiga tradição: famílias inteiras se reúnem para ler as histórias do menino-bruxo em voz alta. No Brasil, foram lançados dois títulos "Harry Potter e a Pedra Filosofal", e "Harry Potter e a Câmara Secreta", e há a previsão de que seja lançado o terceiro volume no mês de dezembro O QUE A BÍBLIA DIZ ÀCERCA DO OCULTO

A Bíblia é o único livro que tem autoridade para esclarecer este assunto, porque é a Palavra de Deus. Muitas pessoas têm os seus pontos de vista àcerca do oculto e acham muitas coisas. Mas vamos ver o que a Bíblia diz. Deus criou todas as coisas e entregou tudo nas mãos do homem. Satanás enganou o homem,

que de sua livre vontade virou as costas a Deus e fez-se a si mesmo escravo do pecado, dominado por satanás.

Deus decidiu ajudar a humanidade enviando ao mundo o Seu único Filho, Jesus Cristo. Jesus já fez tudo o que era preciso para nós sermos salvos. E a própria Bíblia dá testemunho

disto: Actos 4:12 - "E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro

nome dado aos ho-mens que nos possa salvar". Mais uma vez, veio satanás, para voltar a enganar o homem com religiões, filosofias, avareza,

sinais sobrenaturais ligados com bruxaria e espiritismo, etc. Leva as pessoas a acreditar piamente que estão a servir a Deus, e que vão pelo caminho verdadeiro, "porque todas as

religiões vão dar a Deus". Ao homem foi dada uma vontade própria. Não está nas mãos de Deus, nem de satanás, decidir

o rumo da vida do homem. Antes, cabe a ele escolher: seguir Jesus, ou seguir satanás.

1 – Como satanás engana o homem O ser humano é curioso por natureza e gosta de se envolver com coisas do oculto. O propósito do oculto é manifestar o poder sobrenatural para atrair a atenção das pessoas. As obras do oculto são o assunto mais reprovado pelas Escrituras quer no Velho Testamento como no Novo Testamento.

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O Velho Testamento (Deuteronómio 7:25-26) fala-nos das abominações e de como Deus rejeita essas coisas. "Queimarás no fogo as imagens dos seus deuses. Não cederás à tentação de ficares com a prata e com o ouro que as cobre, porque isso origina a tua ruína, e são uma abominação para o Senhor teu Deus... Detestá-la-ás e afastá-la-ás com horror". "Maldito o homem que faz uma estátua esculpida ou fundida, objecto abominável ao Senhor " (Deuteronómio 27:15) Satanás opera por detrás de toda a idolatria, para enganar as pessoas e afastá-las, cada vez mais, do verdadeiro caminho, que é Jesus. "... nada disto compreendem os que conduzem em procissão o seu ídolo de madeira e dirigem as suas orações a um deus que não pode salvar" (Isaías 45:20). Deus declara que o culto a imagens é culto a demónios. "... a carne sacrificada aos ídolos é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coi-sa? Pelo contrário, digo-vos que os que sacrificam, sacrificam aos demónios e não a Deus, e Eu não quero que vós tenhais parte com demónios" (I Corínti-os 10: 19-20).

2 – As obras do oculto Hoje já não é como nos tempos em que a Bíblia foi escrita. Naquele tempo chamavam-se bruxas, astrólogos, feiticeiros, videntes etc. Hoje são poucos os que têm estes nomes, mas por detrás da camuflagem de Professor, Doutor Ervanário e outros, as suas obras continuam a ser as mesmas. Mas a Bíblia continua a chamar tais pessoas de: bruxos, feiticeiros e mágicos. Pensando que servem a Deus (alguns), têm comunhão com demónios. A Bíblia exorta-nos a não crermos em toda a gente, mas para vermos se o espírito é de Deus. Há um ditado que diz: "nem tudo o que luz é ouro". A questão é: "como é que eu posso provar os espíritos, saber se são de Deus ou não"? I João 4-1: "Amados, não creais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". A resposta é simples, pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus é o guia, a chave, a solução. É por ela que nós vamos saber. Há muita gente que diz coisas em Nome de Deus e quando vamos à Bíblia, não encontramos lá nada disso que proferem. Como é que nós devemos saber se isto que está aqui é verdadeiro ou falso? Se estamos a falar verdade ou mentira? Quando as pessoas não fazem o que a Bíblia diz, não se vê nada de Deus acontecer nas suas vidas. Elas teimam em afirmar que falam ou fazem práticas a favor e em nome de Deus! Decerto, se passa algo de errado com elas. A Bíblia ensina-nos: "pelos seus frutos os conhecereis". Mas eis a solução de tudo: Se estivermos numa Igreja onde os bêbados se convertem, deixam os vícios e começam a viver condignamente; as prostitutas se convertem e se transformam em pessoas decentes; os drogados se convertem e são libertos pelo Poder de Deus; as pessoas são libertas de demônios ou os doentes são curados, essa é a Igreja de Jesus ( Pelos seus frutos os conhecereis ).

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A CONSULTA AOS MORTOS No Velho Testamento No espiritismo ensinam a comunicar com os mortos, com os espíritos e sobre a reencarnação. Vamos ver o que a Bíblia diz em Deuteronómio 18: 9-12: - "Quando chegarem à terra prometida, tomem cuidado! Não vão ficar corrompidos pelos horríveis costumes dos povos que vivem atualmente lá!

Não haja ninguém no meio de ti que faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê à prática de encantamentos, ou se entregue à leitura dos astros, à adivinhação ou à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios ou à evocação dos mortos. Porque o Senhor abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas". Em II Crónicas 10:13, 14 (Bíblia Viva), podemos ler que Deus irritou-se com o rei Saúl, por ele ter ido consultar uma adivinhadora. Deus proíbe o espiritismo, pelos frutos que dele conhecemos. "Saúl morreu porque tinha desobedecido ao Senhor e porque tinha consultado um médium, em vez de pedir a orientação de Deus." A idolatria, a feitiçaria, o espiritismo e os adivinhadores irritam a Deus.

FEITIÇARIA E MAGIA II Reis 23: 4-5 No Novo Testamento I João 4-1 "Amados, não creais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". Mateus 7:13-15 Mateus 7:16-18 Como vimos em Mateus 7:13, são muitos os caminhos que os homens apresentam para se chegar ao céu, mas Deus o Pai, preparou apenas UM CAMINHO, o Seu Filho Jesus Cristo. ÀCERCA DA REENCARNAÇÃO. Algumas pessoas pensam que uma pessoa, depois de morrer, volta várias vezes ao mundo e que se purifica cada vez que cá vem. Olhe para o mundo lá fora e veja como é que ele está! Cada vez pior! Cada vez se faz mais mal uns aos outros! Se esta doutrina fosse verdadeira, o mundo estaria a caminhar para melhor. A consumação da reencarnação não existe. O diabo sabe imitar vozes. Ele é o imitador. Veja Hebreus 9:27: - " E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o Juizo ".

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Os mortos não andam por cá a passear estilo balão. As pessoas por vezes dizem: "mas eu fui a um sítio e eles disseram-me coisas que eram verdade". Claro! O diabo está cá, há muitos séculos, e anda a ver o que é que você faz. O que ele quer é enganar as pessoas. Vejamos o que Jesus diz em Lucas 16:19-26: A lição a tirar daqui é muito simples: uma pessoa quando morre não fica cá na terra; ou vai para um sítio ou vai para outro e de lá nunca mais sai. Coitados daqueles que vão para o lugar errado! Quão terrível vai ser! A Bíblia diz que uma vez que a pessoa vai para o céu nunca mais sai de lá, e uma vez que a pessoa vai para o inferno também nunca mais sai de lá. Não há reencarnação. Os espíritos não voltam à terra. Não pode haver comunicação com os mortos. As pessoas não estão a comunicar com os mortos, mas com demónios, que falam e

depois fazem todo o tipo de males às pessoas.

3 - O QUE TRAZ AS PESSOAS AO OCULTO - Procura de Poder - Procura de Fama (Conjuntos Rock) - Procurar Controlar Outros - nos negócios, em famílias (o casarem com quem eles querem);

na separação de casais; na manipulação a nível de Partidos e Governos - Amaldiçoar quem se lhes oponha - Contactar entes já falecidos Isaias 8:19 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes: - não recorrerá um povo ao seu Deus? a favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?" II Reis 22:17- queimaram incenso a falsos deuses SOLUÇÃO Quando uma pessoa se envolve nestes caminhos do Oculto, satanás fica com direito sobre a vida dessa pessoa e mais cedo ou mais tarde, ele vai cobrar-se dos favores que lhe andou a fazer. A pessoa tem que decidir: continuar a pedir favores a satanás ou seguir a Jesus. A escolha é pessoal!

4 - O QUE FAZER PARA SE LIBERTAR DO OCULTO 1º) ARREPENDA-SE (Actos 19:18-20) a) Reconheça e Confesse o seu Pecado Diante de Deus (I João 1:9)

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b) Deixe o seu Pecado Diante de Deus (Isaías 55:7) 2º) RASGUE OS PACTOS COM SATANÁS Depois de dizer a Deus que nunca mais se envolverá com o oculto, rasgue esses compromissos ou pactos que tinha com o diabo, usando a autoridade investida no Nome de Jesus. A Bíblia nos ensina que devemos pensar e fazer somente o que é verdadeiro, amável, justo e puro, e que "todo o nosso espírito, alma e corpo devem ser conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Salvador Jesus Cristo" (1 Tess. 5.23). Uma pessoa que se fantasia de bruxa, coloca máscaras com motivos demoníacos e passa horas a fio num ambiente de trevas, estaria conservando seu corpo alma e espírito irrepreensíveis? Não, pelo contrário, estaria invocando o poder das trevas; desejando maior aproximação com os demônios. A Palavra ainda adverte: "Não vos voltareis para médiuns, nem para os feiticeiros [bruxos], a fim de vos contaminardes com eles" (Levíticos 19.31). "Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro" (Mateus 6.24). Não podemos ser ao mesmo tempo servos das trevas e servos da luz. Ou somos filhos de Deus ou filhos do Diabo. Quem serve ao Diabo com alegorias, fantasias, licores, danças e outras coisas mais, não é servo do Altíssimo. Mas haveria uma saída para quem está contaminado? Jesus responde: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). "Eis que estou à porta, e bato; Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3.20). Quem está enlaçado ao Diabo deve saber que o Senhor Jesus veio "para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos" (Lucas 4.18). Porque "em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4.12).

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2. CRISTOLOGIA

INTRODUÇÃO

A Cristologia trata da significação da pessoa e do trabalho de Jesus Cristo, os cristãos acreditam que Jesus de Nazaré é o Cristo. Cristo é uma palavra grega que significa Messias, em hebraico significa ungido ou escolhido para ser rei no antigo testamento. O povo de Israel acreditava que Deus enviaria um rei ou Messias para salvá-lo. Então, a Cristologia tem duas partes, a primeira explica quem era Jesus, e a segunda a finalidade para qual ele veio e sua missão como Messias.

A finalidade da vinda de Jesus como Messias era realizar a salvação. Devemos entender porque o homem necessita de salvação, e o que é salvação? A salvação se tornou necessária por causa da queda humana. Então devemos compreender: o que aconteceu na queda humana? Por que Adão e Eva caíram? O que foi o pecado dos primeiros antepassados humanos? A "Queda" significa que o plano original da criação de Deus não foi realizado, então devemos primeiro elucidar qual é a finalidade da criação e o significado da vida. Por que Deus nos criou? Devemos conhecer o valor do homem original recebido na criação.

Quem era Jesus?

A história humana pode ser encarada sob o ponto de vista da salvação e da providência da restauração do que foi perdido no momento da queda no Jardim do Éden e o objetivo é a realização do Reino do Céu na terra1[2].

1. O Adão aperfeiçoado e Jesus como a Restauração da Árvore da Vida

A Árvore da Vida que foi perdida no Jardim do Éden2[3] será restaurada nos Últimos Dias. Podemos conhecer o relacionamento entre Jesus e Adão aperfeiçoado compreendendo o relacionamento entre a Árvore da Vida do Jardim do Éden e a Árvore da Vida que deve ser restaurada no fim dos tempos. Se Adão tivesse chegado a atingir o ideal da criação, ele teria se tornado a Árvore da Vida (Gn 2.9). Contudo Adão caiu e foi expulso do Jardim do Éden (Gn 3.24) sem atingir a Árvore da Vida, e a partir de então tem sido a esperança dos homens decaídos restaurar-se à esta Árvore da Vida (Pv 13.12, Ap 22.14).

Visto que o homem decaído jamais pode restaurar-se como Árvore da Vida por

seu próprio poder, é necessário que um homem que tenha completado o ideal

da criação venha como uma árvore de vida e enxerte em si todas as pessoas.

Jesus é esta árvore da vida mencionado na Bíblia no Livro do Apocalipse.

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Por isso Adão aperfeiçoado, simbolizado pela Árvore da Vida no Jardim do Éden, e Jesus, que é também comparado com a Árvore da Vida no Apocalipse, são idênticos, do ponto de vista de que são homens que atingiram o ideal da criação. Por isso, São Paulo chamou Jesus Cristo de "ultimo Adão" que deve vir de novo à Terra como a Árvore da vida nos Últimos Dias.

2) Jesus e os Homens que Alcançaram a Finalidade da Criação

São Paulo escreveu em I Timóteo 2. 5: "Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os Homens, o homem Jesus Cristo". E em Romanos 5. 19: "Porque, como pela desobediência de um só homem [Adão], muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só homem [Jesus], muitos se tornarão justos".

E também I Coríntios 15. 21: "Visto que a morte veio por um homem [Adão], também por um homem [Jesus] veio a ressurreição dos mortos”.

A Bíblia disse também em Atos 17. 31, no discurso de São Paulo em Atenas: "Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos."

Por maior que seja o valor de Jesus, ele não pôde assumir um valor maior do que o de um homem que atingiu a finalidade da criação. Por isso, não podemos negar que Jesus foi um homem que alcançou a finalidade da criação.

Como já foi comentado, os homens devem ser perfeitos como Deus é perfeito e Jesus é verdadeiramente um homem aperfeiçoado, tão valioso que possui deidade, um valor único, senhor de toda a criação e é um só corpo com Deus.

3) Jesus é o Próprio Deus?

Quando Filipe pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai [Deus], Jesus disse-lhe: "Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?. (Jo 14. 9,10) Também diz a Bíblia: "O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu”.(Jo 1. 10)

Jesus também disse: "Em verdade, eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu sou" . (Jo 8. 58) Baseados nestes versículos, muitos cristãos acreditam que Jesus é o próprio Deus, o Criador É verdade que aquele que vê Jesus, vê Deus; mas ele não disse que era o próprio Deus, Jesus, sendo um só corpo com Deus, pode ser chamado de segundo Deus ou imagem de Deus, mas não pode ser o próprio Deus.

Está escrito que Jesus é o Verbo feito carne, ou seja encarnação da "Palavra". Esta escrito também que todas as coisas foram feitas através dele. Baseada nessas citações Jesus vem sendo chamado de Criador.

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Segundo o Princípio da Criação, o universo criado é o desenvolvimento substancial da natureza interna e da forma externa de um ser humano de caráter perfeito. Jesus com um homem que cumpriu a finalidade da criação está na posição de ter restaurado todas as coisas, estes versículos de São João não significam que Jesus era o próprio criador. Como Jesus pode dizer: "Antes que Abraão existisse, eu sou", Jesus era descendente de Abraão, mas em relação à providência da restauração, ele dá renascimento a toda a humanidade, ele veio como o novo antepassado de todos incluindo Abraão. Jesus, na Terra, não foi um homem diferente de nós, externamente, exceto pelo fato de ser sem pecado original. Em Romanos 8. 34 está escrito que Jesus intercede por nós, se ele fosse o próprio Deus, como poderia interceder por nós perante si mesmo? Além disso ele chamava Deus "Pai", reconhecendo assim que ele não era o próprio Deus. Se Jesus fosse o próprio Deus, como poderia ser tentado por Satanás? Finalmente quando lemos as palavras que ele disse na cruz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mt 27. 46) fica bem claro que Jesus não é o próprio Deus.

4) Qual era a relação entre Jesus e Deus?

A primeira comunidade cristã era composta de judeus que aceitaram Jesus como o Messias de Israel, eles nunca pensaram que Jesus era Deus. Eles entenderam o conceito de "Filho de Deus", no sentido de um relacionamento intimo entre Jesus com seu Pai celestia. A nação de Israel era chamada "meu filho" por Deus]. O rei Davi também.

Para os primeiros cristãos, Jesus não era Filho de Deus porque seu nascimento era um "milagre", mas porque ele foi especialmente eleito desde o batismo, o Espírito Santo desceu sobre ele e que Deus declarou, como no tempo de Davi: "Tu és meu Filho". (Sl 2. 7).

O título de "Filho de Deus" era equivalente a Messias, que não era suposta a ser uma personalidade sobrenatural, mas simplesmente um homem escolhido por Deus e dotado por Ele de um poder particular.

Então, como apareceu a crença da conceição virginal de Jesus? Como foi a mudança de conceito de Jesus eleito ao conceito de Jesus concebido Filho de Deus? Esta crença não está mencionada nas cartas de São Paulo, os mais antigos textos do Novo testamento.

Está escrito assim: "com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade..." (Ro 1. 3,4) A conceição virginal de Jesus não aparece também no evangelho de São Marco, o mais antigo dos quatro, nem no evangelho de São João. Há possibilidade que está crença foi introduzida mais tarde nos evangelhos de Mateus e Lucas segundo Boers. A idéia da conceição milagrosa está presente em outras fontes pagãs, judias e nos manuscritos do Mar Morto, na antigüidade grega egipciana e romana a paternidade divina era atribuída para os grandes personagens da história. Naturalmente, a expressão Filho de Deus perdeu o sentido judeu de "abençoado por Deus" e se tornou sinônimo de "concebido diretamente por Deus", então a partir de "Filho de Deus", Jesus se tornou "Deus o Filho", a segunda pessoa da Santa Trindade, preexistente eternamente na criação3[18].

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II) A Finalidade da vinda de Jesus como Messias

1. Qual tipo de Reino Jesus anunciou?

Na época de Jesus todo o povo Judeu esperava o Reino de Deus, eles Recitavam uma oração semelhante ao “Pai nosso”: “venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mt 6. 10, Lc 11. 2)

Se Deus é o Alfa, então o Reino de Deus, o cumprimento final de Sua vontade criadora, é o Omega. O objetivo principal da pregação de Jesus era de exortar o povo a se arrepender e preparar a chegada do Reino dos céus.

2. O que é o Reino de Deus?

A expressão “Reino de Deus” que Jesus usou significa a “autoridade do império de Deus, mas poderíamos traduzi-la como a “lei divina” ou “teocracia”, Mateus preferiu utilizar a expressão “Reino dos Céus” seguindo o costume Judáico de não pronunciar o nome de Deus, palavra muito sagrada que não poder ser proferida.

Há dois conceitos de Reino de Deus, o primeiro é a visão profética na esperança de uma nação regenerada e politicamente libertada para um rei escolhido pelo Espírito de Deus, é o tipo messiânico. O segundo é a transformação sobrenatural do mundo e o julgamento de Deus salvando os bons e castigando os maus, é o tipo apocalíptico.

As duas esperanças são encontradas juntas nas escrituras, como nos livros dos Salmos e

de Enoquio, as esperanças de um rei vitorioso sobre as nações inimigas eram a destruição e a regeneração sobrenatural do mundo.

Jesus seguiu a linha dos profetas reformadores como Isaías e Zacarias que anunciaram a esperança do Messias e o ideal do Reino de Deus de uma maneira pacifista quando todas as nações “converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras” (Is 2. 4) e universalista proclamando que Deus é “O Senhor de toda a terra”.(Zc 4. 14) A visão de Jesus era de estabelecer o Reino de Deus na Terra, começando à partir da nação de Israel e a fórmula que Jesus revelou era a prática e a ética dos ensinamentos do Sermão da Montanha.

Jesus não rejeitou a sucessão do rei Davi, que era um aspecto essencial das mensagens dos profetas da esperança messiânica popular da época, ele não negou o título de rei dos judeus que a multidão clamou: “Bendito é o rei que vem em nome do Senhor!” (Lc 19. 38, Mc 11. 10) ou quando ele foi interrogado por Pilato: ”És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: tu o dizes.” (Lc 23. 3)

1. A Vinda do Reino de Deus não é apocalíptica

A visão apocalíptica do Filho do Homem chegando nas nuvens encontrada no capítulo 13 de São Marco, vem dos livros de Daniel, Isaías e Ezequiel. Segundo os especialistas isso não era ensinamento de Jesus, mas teria sido introduzido pelos discípulos devido a influência de João Batista.

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Essas imagens foram repetidas em vários textos cristãos: At 2. 19, 20; 2Th 1. 7; 2 Pe 3, 7; Ap 1. 7 e 8, 10, 12, mas não são palavras de Jesus.

Essas orientações apocalípticas da fé cristã se afirmaram na Igreja depois da morte de Jesus, enquanto os discípulos tinham de escolher uma das duas opções: desistir da esperança que Jesus ensinou, da realização próxima do Reino de Deus através da conversão do povo de Israel, ou reinterpretar esta esperança de uma maneira apocalíptica.

O Reino de Deus de Jesus não é compatível como a visão apocalíptica: “Não vem o reino de Deus com visível aparência... Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lc 17. 20, 21) Aqueles que entrarão no reino dos céus são aqueles que fazem a vontade do pai, eles são semelhantes a uma semente ou ao fermento, eles devem encarnar-se sobre a Terra através da prática do amor altruísta e sacrifical capaz de abraçar o inimigo e brotar no coração dos homens para se realizar na sociedade.

2. O Reino de Deus não é exclusivamente espiritual

Além da visão apocalíptica, os discípulos começaram a pregar a “espiritualização” ou desencarnação do Reino de Deus como as conseqüências das seguintes novas situações:

3. A expansão da fé cristã nas regiões helenísticas com a crença espiritualista desprezando o mundo terreno. 4. A volta gloriosa do Cristo ressuscitado não aconteceu, uma nova

interpretação do Reino de Deus na terra era necessária. 5. A preocupação dos cristãos de não se envolverem com o messianismo nacionalista judeu e não receber oposição do Império Romano.

Por todas essas razões, a Igreja passou a minimizar a função terrena do Reino de Deus prometido por Jesus. Paulo interpretou a mensagem de Jesus apontando a transformar o mundo através o amor de Deus, em uma nova religião enfatizando a salvação individual baseado na crença em vez de praticar o amor ao próximo: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”(Ro 10. 9) No entanto, colocando a palavra “Meu Reino não é deste mundo” na boca de Jesus, o quarto evangelho encerrou o processo de “espiritualização” do Reino de Deus, fazendo o orgulho do cristianismo perante o judaísmo julgado “carnal” demais.

Assim que nós sempre ouvimos repetir que Jesus era o gênio que deu a noção terrena do Reino de Deus, uma significação unicamente espiritual fora deste mundo. Não tem nada de mais errado. Na continuação do fundamento do Antigo Testamento, Jesus queria o Reino de Deus como uma realidade encarnada na vida social, e no nível nacional e até expandir no nível mundial.

Na verdade, Jesus pregou primeiro o Reino interno do coração, mas é claro que este Reino interno devia ter influência na vida social, nacional e política.

5) A Morte de Jesus na Cruz

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Será que a morte de Jesus na cruz correspondeu ao desejo mais profundo da Vontade de Deus? 1- Vamos examinar as palavras de Estevão em Atos 7. 52, ele sentiu uma grande indignação contra a ignorância e descrença do povo que causou a crucifixão de Jesus, ele chamou aqueles que mataram Jesus, de traidores e assassinos. Se a morte de Jesus tivesse sido um resultado da predestinação de Deus, não haveria motivo para Estevão ficar tão bravo, indignado e ressentido, mas deveria ter se sentido grato pelo cumprimento da Vontade de Deus.

2- Vejamos do ponto de vista da Providência de Deus se a crucifixão de Jesus era inevitável como a predestinação de Sua Vontade.

Deus escolheu o povo de Israel, descendentes de Abraão, mandou os profetas que prometiam a vinda do Messias, Ele preparou-os através da construção do Tabernáculo e do Templo, Ele enviou os magos do oriente; Simeão, Ana e João Batista testemunharam o nascimento e a vinda do Messias. O propósito de Deus em enviar uma personalidade de alto escalão como João Batista, os milagres que aconteceram no seu nascimento criando uma grande expectativa, foram para encorajar e levar o povo judeu a acreditar em Jesus como Messias.

Se eles tivessem acreditado em Jesus como Messias como, poderiam eles tê-lo crucificado depois de esperar por ele por tanto tempo? Os Israelitas crucificaram Jesus porque, contra a Vontade de Deus, não acreditaram que Jesus era o Messias. Neste sentido, podemos compreender que Jesus não veio para morrer na cruz.

1.- Vamos analisar as palavras e ações de Jesus para ver se a crucifixão era o meio de realizar sua missão de Messias. Quando as pessoas lhe perguntaram o que devia fazer para realizar a obra de Deus, Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (Jo 6. 29)

Jesus chorou à vista de Jerusalém devido à descrença dos fariseus, ele indicou claramente a ignorância do povo da cidade: “...porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.”(Lc 19. 44) Em outra ocasião: “Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!...” (Mt 23. 37) Jesus censurou o povo que se recusou a acreditar nele, mesmo quando as escrituras davam testemunho sobre ele: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.”(Jo 5. 39) “Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis...” (Jo 5. 43), “Porque, se de fato crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito.” (Jo 5. 46)

Jesus realizou muitos milagres e sinais na esperança de que pudesse crer nele. Contudo, eles o condenaram como alguém que estava possuído por Belzebu. “...se não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai.” (Jo 10. 38)

Jesus através de suas palavras e obras, tentou levar o povo a acreditar nele porque esta era a vontade de Deus. Se os judeus tivessem acreditado que ele era o Messias, o que tanto Deus e Jesus queriam, será que poderiam tê-lo crucificado?

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Podemos ver que a crucifixão de Jesus foi o resultado da ignorância e descrença do povo judeu, e não da predestinação de Deus para realizar a finalidade de sua vinda como Messias. “...nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor de glória;(I Co 2. 8)

Se a crucifixão de Jesus originalmente tivesse sido a predestinação de Deus como poderia ele ter orado, três vezes, para que o cálice da morte passasse dele. Porque ele sabia muito bem que a história de aflição seria prolongada até a época do Senhor do Segundo Advento, se a descrença do povo viesse a impedir a realização do Reino do Céu na Terra.

Em Isaías diz 9. 6,7:

“Porque um menino nos nasceu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu

nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, pai da Eternidade, Príncipe da

Paz; para que aumente seu governo, e venha a paz sem fim sobre o trono de Davi e

sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde

agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.”

Esta é a predição de que Jesus viria sobre o trono de Davi e estabeleceria um reino eterno. Um anjo apareceu a Maria quando ela concebeu Jesus e disse:

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.

Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, O Senhor, lhe dará o

trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu

reinado não terá fim. (Lc 1. 31-33)

Destas passagens podemos ver claramente que Deus tinha chamado os israelitas, o povo escolhido e os tinha conduzido por dois mil anos a fim de estabelecer um Reino de Deus na Terra mandando Jesus como Messias.

Mas devido à incredulidade, foi crucificado. Desde então os judeus foram espalhados, sofrendo perseguições até o dia de hoje. Isto pode ser entendido como uma trágica conseqüência do erro ao condenar à morte o Messias. Também os cristãos tiveram de carregar a cruz pelo pecado coletivo da crucifixão de Jesus.

Porque a idéia da necessidade providencial da Cruz se tornou uma das bases da doutrina cristã? Foi um acontecimento inevitável, indispensável para a sobrevivência da Igreja. Nunca a igreja teria conseguido se desenvolver, nem resistir às perseguições judáicas e romanas, se fosse fundada na consciência uma falha do plano divino (em realidade uma falha da porção de responsabilidade humana que era de acreditar no Messias). Logo no início depois da morte do mestre, os discípulos estavam convencidos que foi a vontade de Deus e de Jesus. Assim Paulo acreditou:

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“Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (I Co 15. 3,4) A idéia da necessidade providencial da morte do Messias se formou no pensamento dos discípulos depois da crucifixão.

A passagem de Isaías 53. 5, reivindicada pelos cristãos como uma profecia da rejeição do Messias, sobre o servidor sofredor que foi escrita no passado, não era considerada como uma profecia na época de Jesus. Se Jesus estivesse convencido de que sua execução era a vontade de Deus, ele teria ido completamente sereno, não teria tido medo de arriscar a sua vida. A oração do jardim de Getsemani, não era a respeito de seu sofrimento mas era para consolar Deus e por ele ter pensado em todos os martírios que seguirão seu curso.

6) A Ressurreição de Jesus

Em Lucas 9. 60, encontramos dois conceitos de vida e morte, o primeiro à respeito do corpo físico, que era o caso do pai do discípulo, que devia ser enterrado. O segundo é o conceito da vida e morte com respeito às pessoas que se reuniram para o enterro do pai, as quais Jesus indicou estarem mortas.

Quando Jesus disse: “quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” (Jo 11. 25) A declaração de Jesus neste caso é a indicação de que a morte física do homem não influencia sua vida eterna no mundo espiritual.

Nossa carne é como roupas para nosso espírito; e é natural que nós removemos a carne, quando está velha, como tiraríamos velhas roupas. Então os homens espirituais vão para o mundo invisível a fim de lá viverem para sempre.

Antigamente os Israelitas acreditaram na sobrevivência dos “mortos” ou a imortalidade da alma como a maioria dos povos, mas para combater o culto dos “mortos” a religião oficial de Israel chegou a negar a existência dos “mortos” então a crença na ressurreição dos mortos veio para substituir este vácuo eterno. Segundo o padre dominicano Marie-Emile Boismard Jesus negou esta crença analisando a resposta de Jesus para os Saduceus. (Mc 12. 24-27).

Depois da Ressurreição, Jesus não era o mesmo que tinha vivido com seus discípulos antes da crucifixão.

Ele já não era um homem visto com os olhos físicos, pois era um ser transcendente de tempo e espaço. Certa vez apareceu repentinamente em uma sala fechada, onde seus discípulos estavam reunidos (Jo 20. 19), em outra ocasião, apareceu diante de dois discípulos que se dirigiam para Emaús, o os acompanhou por uma longa distância. Mas seus olhos não podiam reconhecer Jesus, que apareceu diante deles. (Lc 24 15, 16)

Jesus que aparecia, também desaparecia subitamente. Jesus disse: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei” (Jo 2. 19), Jesus ressuscitado iniciou um novo curso espiritual e se tornou o “novo templo” objeto de fé para os cristãos que se tornaram o segundo Israel. Depois que João Batista se tornou cético e se afastou de Jesus, e que o povo que acreditava em João Batista, se viu obrigado a não crer em Jesus,

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Ele iniciou um jejum de quarenta dias no deserto para restaurar um novo fundamento de fé e para se separar de Satanás.

Jesus ressuscitado, também tinha que estabelecer um fundamento espiritual de 40 dias, reunindo seus discípulos, dispersos na Galiléia, e dando-lhes o poder de realizar milagres. (Mt 28. 16) Os apóstolos escolheram a Matias em lugar de Judas para completar o número 12, e creram, serviram e seguiram a Jesus ressuscitado, que se tornou Messias espiritual na posição de Verdadeiro Pai espiritual. Depois da Pentecostes (At 2. 1- 4), o Espírito Santo trabalhou como a Verdadeira Mãe espiritual e assim começando a obra de renascimento espiritual para os cristãos. Assim os corpos físicos dos crentes que seguem o Messias espiritual estão na mesma posição que o corpo físico de Jesus, invadido por Satanás através da cruz, então o pecado original ainda permanece em si (Rm 7. 25). Todos os cristãos têm que esperar pelo segundo advento do Senhor para resolver completamente a separação de Satanás.

Assim como Josué, que substituiu Moisés na restauração nacional de Canaã, o Senhor do Segundo Advento tem que realizar o Reino de Deus na Terra, realizando um curso substancial mundial de Canaã.

CONCLUSÃO

A Cristologia é o estudo sobre Cristo, é uma parte da teologia cristã que estuda e define a natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, com uma particular atenção à sua relação com Deus, às origens, ao modo de vida de Jesus de Nazaré, visto que estas origens e seu papel dentro da doutrina de salvação, tem sido objeto de estudo e discussão desde os primórdios do Cristianismo.

A tradição cristã elevou Jesus na posição de sobre-homem, ser sobrenatural e mais tarde se tornou da mesma natureza que Deus. A metamorfose de Jesus, de Messias terreno em enviado celestial foi acrescentada pelo quarto evangelista, usando a palavra ambígua “Filho do Homem” enviado celestial aparecendo nas nuvens inspirada da leitura literal de Daniel 7. 13.

3. ESCATOLOGIA BÍBLICA

Escatologia Bíblica é: o tratado ou o estudo das coisas futuras, relacionadas com a Bíblia. Vejamos alguns motivos pelos quais devemos nos interessar por Escatologia Bíblica. O estudo desta matéria serve para trazer aos cristãos um sinal de alerta e vigilância a respeito das coisas vindouras.

Escatologia, qual a sua corrente escatológica? Escatologia é o estudo das ultimas coisas dos fins dos tempos e a bíblia fala muita coisa sobre o assunto principalmente no Novo Testamento, os cristãos são unânimes quanto à volta de Jesus, mas diferem quanto a tribulação e o milênio, são varias as correntes escatológicas, quem estuda sabe que nenhuma dessas correntes devem tomar seu posicionamento como verdade absoluta, pois são consideradas como teorias, pois só quem

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sabe como será realmente é o Deus Eterno criador dos céus e da terra. Segue abaixo as correntes escatológicas: Corrente pré-milenista pré-tribulacionista Corrente pré-milenista pós-tribulacionista Corrente pré-milenista mid-tribulacionista Corrente pré-milenista pré-tribulacionista com arrebatamento parcial Corrente pré-milenista do arrebatamento pré– ira Corrente pós-milenista evangélica Corrente amilenista de Sto Agostinho Corrente amilenista (uma segunda versão) É um sinal dos últimos tempos, por isso precisamos obter mais conhecimento e estar mais preparados para responder a quem quer que seja. Por meio do conhecimento de tão importante assunto a Igreja pode exercer, de uma melhor maneira, a virtude da paciência ao entender sobre os tempos do Senhor. A Bíblia é bem clara quando nos exorta para que não durmamos. Vejamos I Ts 5:6: Não durmamos,pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios. Este verso nos chama à responsabilidade sobre a atitude que a Igreja deve ter em relação à volta do Senhor. Não podemos brincar de ser crentes, como muitos andam fazendo por aí. Pelo contrário, precisamos, cada vez mais, ser crentes fiéis e dedicados à boa obra. O estudo de tão importante matéria também nos prepara para estarmos com o Senhor. Nos dias atuais onde a sociedade sofre uma enxurrada de previsões, por meio de adivinhos, astrólogos, tarólogos, buziólogos e outros "tarólogos" do ramo esotérico, todos visando apresentar um "caminho" ou soluções para o problema da humanidade.

Na realidade, todos esses profissionais querem apenas amenizar a ansiedade que existe no coração do ser humano em querer conhecer o futuro. É intrínsico ao homem querer conhecer o seu passado e seu futuro. Assim é com a arqueologia que busca identificar passagens de povos por regiões, associando-as à cultura local ou geral. O homem tem ansiedade em saber o que foi e o que há de ser. Para esta necessidade a Bíblia tem a palavra certa: I Pedro 5:7 Lançai sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. Neste aspecto, até mesmo o cristão é curioso. Quem não gostaria de saber quando será a vinda de Jesus? Entre os vários ditados existentes há um que diz: De 1000 passará, mas de 2000 não chegará. A resposta bíblica para uma afirmação desse tipo é: para Deus 1000 anos são como um dia. E só. O que passar disso extrapola o que está escrito na Bíblia. Bom, então o que nos está reservado, você poderia perguntar? A Bíblia registra no livro de Atos, capítulo 1, versos 6 e 7 as seguintes palavras de Jesus antes de subir aos céus: Não vos pertence saber os tempos ou as épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.

Por que será que Jesus deu esse alerta? É para mostrar ao homem que por mais que ele tente e se esforce em adentrar nas searas divinas ele não conseguirá. Porque está reservado ao Pai. Na Palavra de Deus há, do Gênesis ao Apocalipse, um traçado histórico

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de toda a humanidade, do propósito de Deus para com o homem, do afastamento deste de Deus, da reconciliação provida pelo nascimento de Jesus, da redenção, pela morte do Filho de Deus e pela promessa de estarmos com Ele para sempre, numa vida futura.

Para entendermos melhor a riqueza da Palavra de Deus é necessário conhecer os métodos adequados de estudo da Escatologia Bíblica: o alegórico e o literal. O alegórico é aquele em que utiliza-se um artifício de linguagem para dar uma melhor compreensão à idéia. Alguns exemplos bíblicos: o apóstolo Paulo ao se referir que os que são de Cristos crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências. Jesus quando falou que edificaria o templo em três dias, referindo ao seu corpo. Por outro lado, o método literal quer explicar exatamente o que diz a palavra escrita ou falada. Um exemplo: ainda falando sobre o templo, Jesus disse que não ficaria em pé pedra sobre pedra. Era uma referência à uma profecia sobre a destruição física do templo de Jerusalém.

Desta forma, como apresentado acima, podemos compreender a importância de um estudo aprofundado sobre a Escatologia Bíblica. Em primeiro lugar para não sairmos do "trilho" que significa a Palavra de Deus. Em segundo lugar, para obtermos o conhecimento e o discernimento sobre aquilo que Deus espera que conheçamos. Por fim, alguns versículos que servirão para uma maior meditação sobre a importância do conhecimento da Escatologia Bíblica: Eclesiastes 11:5, sobre a ignorância do homem; Deuteronômio 29:29, sobre as coisas encobertas e reveladas da parte de Deus; e o alerta sobre a parábola das virgens, em Mateus 25: 1-13.

RESUMINDO: Escatologia é o estudo das coisas futuras, é a previsão do futuro, com base na Bíblia Sagrada como guia e roteiro de certeza e de argumentação. A palavra “Profecia” relaciona-se àquele que prediz o futuro e tem origem no grego, significa interprete de um deus ou Deus, e que transmite ou explica a vontade de deus ou Deus; que interpreta a palavra do oráculo, doutrina ou pensamento, sempre anunciando o futuro. No latim, a palavra “ profecia” significa: sacerdote de templo: explicações dos livros santos; interpretar s vontade de Deus e dizer as coisas que hão de vir. Profeta no sentido lato significa: todo aquele que aquele que prediz o futuro, vidente, adivinho e título que os muçulmanos dão a Maomé. Daí resulta o profetismo, que é uma doutrina religiosa, baseada nas profecias, vaticanas e conjeturas.

Noções Proféticas: - A ciência que estuda profecias chama-se escatologia: trata da analise e aplicação do relato passado para os últimos dias. Em toda a face da Terra, a países e tempos, sempre existiram profecias, são: pelo espírito de Deus ou pelo espírito de Satanás. O grande dilema de todos os tempos foi a descoberta a distinção dos espíritos profetizados. No Antigo Testamento, a Bíblia relata que existiam profetas falsos de deuses mudos (Satanás), que profetizavam mentiras e coisas que o povo queria e gostava de ouvir, por outro lado, afirma que também existiam os santos profetas, cujo Deus que, por graça, se manifesta no conhecimento das coisas presentes.

A Bíblia demonstra dois tipos de profetas (I Reis 18:22): Santo e Santânico. Elias foi um servo do Deus Altíssimo e profetizava com a vontade e pela vontade do Régio Dominador.

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Baal, deus falso tinha em sua laia 450 profetas antagônicas a Elias e sempre o verdadeiro aniquila o falso (I Reis 18:40). Os falsos são verdadeiros, dizem mentiras, praticam adivinhações e não prevalecem debaixo da sombra do Rei dos santos profetas (Ez.13). Deus ungiu pessoas a profetas, até mesmo dentro do ventre, o que ocorreu com Jeremias (Jr. 1:5). Os falsos profetas usam vários argumentos, como espiritismo, astrologia e falsas religiões; em alguns casos, podem acontecer cumprimentos da falsa profecia, isso com muito esforço da Satanás, para encarrilhar os fatos a ocorrerem de acordo com o profetizado, para que possa ganhar a credibilidade da vítima. O falso profeta pode até adivinhar algo certo; é o caso do espírito iníquo (demônio), que acompanha a vida de uma pessoa incrédula, e este espírito iníquo apodera-se do falso profeta ou comunica-se com outro espírito iníquo, que está possessado na vítima e revela fatos através do profeta da mentira, até então ocultos e não sabidos. Na realidade, todos esses profissionais querem apenas amenizar a ansiedade que existe no coração do ser humano em querer conhecer o futuro.

1. No Apocalipse, o futuro define o presente. O Apocalipse inverte a nossa noção de tempo. O futuro modela e estrutura o presente. 2. Saber como a história termina nos ajuda a entender como devemos nos encaixar nela, agora. Por isso, já estamos vivendo os últimos dias. 3. As visões de João mostram a realidade do juízo divino, quando cada um de nós dará conta de sua existência diante de Deus. Deus recompensará aqueles que, às vezes, ao custo de sua própria vida "guardaram as palavras da profecia deste livro". 4. Profecia é proclamação da Palavra de Deus. E no Novo Testamento é proclamação das boas novas. Três blocos de textos 10 bloco Vers. 6 > As palavras são fiéis e verdadeiras. Vers. 7 > É feliz quem guarda as palavras daquilo que é proclamado (profecia) neste livro. 20 bloco Vers. 10 > Não feche este livro. O futuro é hoje. Vers. 11 e 12 > O futuro deve definir o que você faz. E você dará conta disso. E receberá o troco. 30 bloco O que Cristo diz àqueles que obedecem às palavras desse livro? Vers. 18 > Quem acrescentar = sofrerá os flagelos Vers. 19 > Quem tirar = fica fora. Sem acesso à árvore da vida, fora da cidade santa e sem as benções prometidas no livro. O Apocalipse hoje O inspirador livro do Apocalipse foi escrito, para dar forças espirituais aos crentes que sofriam a perseguição das autoridades políticas, e eram alvo de ataques dos hereges dentro da Igreja dos dias apostólicos. As visões e suas lições São sete as visões que ocorrem nos seus vinte e dois capítulos. Mas a mensagem é a mesma: a Igreja de Jesus Cristo, apesar de sofrer perseguição, apesar das

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tribulações, do martírio, tem um glorioso destino: A VITÓRIA! A condenação atingirá o sistema deste mundo, e Jesus Cristo reinará para todo o sempre como Rei dos reis e Senhor dos senhores! Procuremos, então, ser práticos, e extrair lições de todo o livro do Apocalipse. Como o livro é formado por visões, sete ao todo, um plano adequado para a nossa pesquisa é partir de cada uma. E por falar em visões... A primeira visão (1-5) Seu tema é "Jesus Cristo e a Igreja Militante no mundo e na vida celeste". Apropriadíssimo como abertura para todo o livro.

A primeira lição que devemos aprender é que, visto que Jesus Cristo é o começo e o fim de todas as coisas, o "Alfa e o Ômega" (1.8), "o autor e consumador da nossa fé" (Hb 12.2), nossa esperança deve estar unicamente nEle. Ele é o "que vem sobre as nuvens" e Aquele "que todo olho verá" (Ap 1.7). Isso significa que é inadmissível para o discípulo de Jesus abraçar qualquer movimento ou idéia que não reflita a atitude e a mente de Cristo. É vigiar como se Jesus estivesse para retornar a qualquer momento (o que, aliás, é verdade), sem facilitar as coisas para o Tentador, aguardando a suprema alegria de louvar o Cristo vitorioso! Outra importante lição aprendemos nas cartas as igrejas da Ásia (capítulos 2 e 3). Algumas falam de deslealdade, é verdade. Outras, no entanto, mencionam a fraternidade e a comunhão que existiam ou deveriam existir na comunidade de fé que se chama igreja

A ênfase do livro do Apocalipse não é outra senão a vitória do Bem! Não esqueçamos que João, o Vidente, tendo registrado a revelação de Jesus Cristo, estava levando o conforto e a esperança de Sua mensagem às sete igrejas da Ásia, as quais representam toda a Igreja Militante e perseguida de todos os tempos e em todos os lugares. É uma mensagem para os cristãos caçados, aprisionados e vitimados pelo Império Romano, e para a chamada Igreja Subterrânea na China comunista, é para a Igreja de Cristo em certos países muçulmanos onde a fé cristã é igualmente hostilizada, e precisa desta mensagem de conforto. Surgiram na Babilônia alguns fatos interessantes e relevantes. O primeiro deles é o enorme senso de dependência de Deus. Já não havia o Beth haMikdash, o Templo; não mais havia sacrifícios, razão porque tiveram os exilados que realizar algo novo. Diante de uma situação inusitada, pode-se tomar uma de duas soluções: ou algo novo é criado ou a pessoa se adapta à situação. Foi o que aconteceu com os judeus na Babilônia. Lá foi criada a sinagoga (Beth haSefer), já que não havia Templo, cuja função era a da realização de sacrifícios. Só isso.

Assim, passaram a estudar básica e sistematicamente a Torah. Só como referência presente, as terras da antiga Babilônia hoje são o Iraque e seu entorno. Que fique na mente o nome destas duas cidades: Babilônia e Jerusalém: são importantes para o restante do nosso estudo. Babilônia, no código do Apocalipse, é a representação do mal, do pecado, da imoralidade, de tudo o que afasta de Deus; Jerusalém, por outro lado, é o símbolo do bem, da vida pura, de tudo o que traz para mais perto do Criador.

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Unidade TEOLOGIA PASTORAL I

4 1. Teologia do Antigo Testamento Uma das primeiras preocupações de Walter Kaiser é discutir se de fato existe a possibilidade de uma teologia do Antigo Testamento. Para analisar esta questão, o autor faz uma apresentação das posições adotadas por grandes teólogos do AT neste século, como Walter Eichrodt, Theology of the Old Testament (Londres: SCM, 1961) e Gerhard von Rad, Teologia do Antigo Testamento, 2 vols. (SP: ASTE, 1986). Eichrodt fez um ataque violento contra o historicismo. Alegava que a coerência interior do AT e do NT tinha sido reduzida a um tênue fio de conexão histórica e seqüencial, causal, entre os dois testamentos, que resultava de uma causalidade externa. Já von Rad não somente negava qualquer fundamento histórico genuíno para a confissão de fé de Israel, como também tinha mudado o objeto do estudo teológico de uma focalização sobre a palavra de Deus e sua obra para os conceitos religiosos do povo de Deus. O objeto e enfoque da teologia do Antigo Testamento tinham sido mudados da história como evento e da palavra como revelação para uma abordagem tipo história da religião. Assim, Kaiser vai mostrar que a natureza da teologia do AT não é somente uma teologia que está em conformidade com a Bíblia inteira, mas é aquela que se descreve e se contém na Bíblia. Essa teologia expressa uma vinculação real com os períodos históricos que compreendem a história de Israel, onde cada contexto antecedente e mais antigo se torna a base para a teologia que vem a seguir. Dessa maneira, para Kaiser, na teologia do Antigo Testamento a estrutura está colocada historicamente e seu conteúdo se encontra exegeticamente controlado. Como conseqüência, a teologia do AT em Kaiser tem um centro e conceitualização unificadas e traduzidas nas descrições, explanações e conexões do texto sagrado. Ao procurar identificar as teologias do AT, Kaiser vai trabalhar com quatro variáveis: 1. A teologia estrutural, que descreve o esboço básico do pensamento e da crença do AT em unidades tiradas por empréstimo da teologia sistemática, da sociologia, ou de princípios selecionados, e depois arma seus relacionamentos com conceitos secundários. Eichrodt e Th. C. Vriezen, An Outline of Old Testament Theology (Newton, Mass.: Charles T. Branford Co. 1970) pode sem enquadrados na teologia estrutural. Para Kaiser, essa teologia não tem autonomia, existindo apenas como função heurística da teologia sistemática. 2. A teologia diacrônica que expõe a crença dos sucessivos períodos e das estratificações da história de Israel, colocando a ênfase sobre as tradições sucessivas da fé e da experiência da comunidade religiosa. Von Rad é seu grande expoente. Para Kaiser, não estamos diante de uma teologia do AT, mas diante de uma história da religião de Israel.3.

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A teologia lexicográfica, que limita sua investigação a um grupo ou a grupos de personalidades bíblicas, analisando seu vocabulário teológico especial, como por exemplo, os sábios, o eloísta, o vocabulário sacerdotal, etc. Gerhard Kittel, editor, G. W. Bromiley, trad., Theological Dictionary of the New Testament, 10 vols. (Grand Rapids: Eerdmans, 1964-74); Peter F. Ellis, The Yahwist: the Bible's First Theologian (Notre Dame: Fides Publishers, 1968). 4. E por fim a teologia de temas bíblicos, que leva sua busca além do vocabulário de personagens, para abranger uma constelação de palavras que gira ao redor de um tema chave. Aqui se coloca o próprio Kaiser. O enquadramento da teologia do AT Outra questão colocada por Kaiser é a que se refere ao enquadramento da teologia do AT. Deve-se incluir material alheio ao cânone, como apócrifos, textos da biblioteca de Qunram ou comentários do Talmude? Para Kaiser a utilização de material alheio ao texto debilitariam o propósito de discutir a feição integral da teologia dentro de uma corrente da revelação. Toma como exemplo a pregação de Jesus que, considera Kaiser, trabalhou apenas com os textos enquadrados no cânone judaico. Assim, para Kaiser, a teologia deve ser bíblica e não precisa repetir cada detalhe do cânone para ser autêntica e exata. O método deve sintetizar os detalhes que parecem discrepantes, a fim de termos, então, uma única teologia bíblica embalada sob a etiqueta de dois testamentos. O que move a teologia do AT? O texto pede para ser entendido e colocado num contexto de eventos e significados. Os estudos históricos colocam o exegeta em contato com os fluxo de eventos no tempo e no espaço. As análises gramaticais e sintáticas identificam a coleção de idéias no período histórico sob investigação. Assim, as raízes históricas da mensagem em seu desenvolvimento e o julgamento das avaliações normativas do texto traduzem o propósito e o papel da teologia bíblica. A motivação maior é entender o texto enquanto texto colocado num contexto de significados. É assim, considera Kaiser, que a teologia bíblica sua grande contribuição, especial e peculiar. E o centro canônico, existe ou não? Kaiser levanta algumas perguntas: existe uma chave para uma organização metódica e progressiva de assuntos, temas e ensinos do Antigo Testamento? Os escritores do AT tinham consciência dessa organização quando acrescentavam algo a essa corrente histórica da revelação? E conclui que as respostas a seus questionamentos definirão o destino e a direção da teologia do AT. Caso seja impossível responder positivamente as duas perguntas, então, somos obrigados a falar de diferentes teologias do AT, no sentido de variedade ou de linhas de continuidade que acontecem dentro de tendências de diversidade. Mas para Kaiser isso não acontece: os escritores bíblicos reivindicam a posse da intencionalidade divina na sua seletividade e interpretação daquilo que foi registrado e nós não podemos negar essa realidade.

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Por isso Kaiser defende a realidade do centro canônico. Considera, porém, que a maioria dos teólogos erra ao definir um centro apriorístico, externo, e tentar enquadrar o conteúdo do AT nele. A metodologia deve partir de uma exegese cuidadosa, evitando todo e qualquer encaixe precipitado. Até a década de 70, a maioria dos teólogos considerava que a história era o veículo da revelação divina no AT. Aquilo que se conhecia de Deus era conhecido através da história. Outros, no entanto, argumentavam que a revelação verbal tinha tanto direito quanto a história de ocupar o centro do palco teológico. A fé de Israel, assim como a teologia bíblica, tinha de Ter como seu objeto não os atos de Deus na história, mas aquilo que o povo confessava, não importa a veracidade primeira dos acontecimentos. A essa afirmação, um teólogo católico, Roland de Vaux, Historia antigua de Israel, 2 vols. (Madri, Cristiandad, 1975) - id., Instituciones del Antiguo Testamento (Barcelona, Herder, 1976) argumenta: "A interpretação da história dada é verdadeira e tem origem em Deus ou não é digna da fé de Israel e da nossa". O mais importante, para Kaiser, é a conexão entre a reivindicação divina - o ter anunciado muito antes de ter acontecido o curso dos eventos - e o fato de que isso estava de acordo com seu plano e propósito. E os escritores bíblicos tinham a palavra divina e o juramento divino de promessa. Esse é o centro canônico que Kaiser vai devolver em sua obra, depois de uma ampla e bem defendida exposição metodológica. Trabalhando a partir dessa metodologia, Kaiser constrói sua teologia bíblica, organizando o cânone a partir das promessas de Deus ou daquelas passagens onde considera que Deus acrescentou seu compromisso ou juramento. [Teologia do Antigo Testamento, Walter C. Kaiser Jr., tradução de Gordon Chown, SP, Edições Vida Nova, 1997, pp. 2 a 56]. O TRIUNFO DA FÉ EM TEMPOS DE CRISE Na época de Habacuque, reinava Jeoaquim. Seu reinado teve a marca da violência e da ausência de uma justiça verdadeira. Habacuque vê a maldade social crescendo e a justiça manipulada por parte dos poderosos. No início do seu livro ele se mostra perplexo, pois a violência se alastra e Deus parece não tomar nenhuma providência. O justo está sendo explorado e massacrado pelo corrupto e parece que Deus se mostra completamente apático, indiferente a tudo. Não é de admirar que o profeta clamasse em profunda angústia: "Até quando Senhor ..." (1:2). O profeta viu Israel cair numa condição de apostasia. A nação estava se afastando de Deus. Entregara-se à idolatria e outras buscas destituídas de qualquer valor. Que quadro triste! Pecado, imoralidade e vício dominavam o povo de Israel. A lei não era aplicada com equidade e honestidade. A justiça era frouxa e indolente. A ilegalidade campeava solta (1:3,4). A nação de Israel estava em grave decadência espiritual, moral e social.

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Realmente, era um problema e não é para estranhar que Habacuque viesse a entrar em crise. Ele não conseguia entender porque Deus permitia tudo aquilo. Orou a Deus a esse respeito, mas Deus parecia não responder. Daí a sua perplexidade: "Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?" (1:2) A questão que Habacuque levanta e que a maioria dos cristãos enfrenta é: Onde está Deus que vê tudo isso e não faz nada para sanar o problema? Será que Deus não vê? Não vê toda esta brincadeira humilhante com a vida humana, como o direito está sendo pervertido, como o justo está sendo massacrado? Vale a pena ter fé num Deus como este? Esta é a resposta que Habacuque nos dará em seu pequeno livro. A Fé que triunfa. O SILÊNCIO DE DEUS EM MOMENTOS DE CRISE A primeira coisa que descobrimos quando estudamos as ações de Deus em Habacuque, é que pode parecer que Ele esteja estranhamente silencioso e inativo em momentos de crise. "Até quando Senhor". É uma tremenda ousadia fazer uma indagação desta a Deus. O profeta vê a violência em seus dias crescer, a justiça sendo torcida, a desonestidade ganhando espaço ... e onde está Deus que não intervém e nada faz para cassar todo este mal? Não é esta a questão que muitos levantam hoje também? Por que Deus permite que certas coisas aconteçam? Por que Deus permite que a enfermidade entre no lar e comece a dizimar famílias cristãs e fiéis a Deus? Por que Ele permite que a idolatria e o espiritismo cresçam espantosamente? Por que Ele não intervém e fira de morte todos aqueles que proferem mentiras e negam a fé? Sempre foi difícil entender o silêncio de Deus nos assuntos humanos. Porém, não presumamos que esse silêncio seja indicativo de sua apatia. Longe está Deus de ser um mero espectador desinteressado nos assuntos dos homens. Tudo está sob o seu olhar e todas as coisas estão debaixo de suas poderosas mãos. Ele não se apavora nem se precipita. Deus não está com os olhos fechados, os ouvidos tapados, as mãos encolhidas, a mente alienada, e com os pensamentos longe dos dramas que enfrentamos na vida. A Palavra nos orienta dizendo que "Deus fará justiça aos seus escolhidos, embora pareça demorado em defendê-los" (Lc 18:7). E ainda mais, nenhum fio de cabelo cairá de nossa cabeça alheio a sua vontade. O cristão vive pela fé, mesmo quando não está vendo suas orações sendo respondidas. RESPOSTAS INESPERADAS ÀS NOSSAS ORAÇÕES A segunda coisa que descobrimos é que Deus, às vezes, dá respostas inesperadas às nossas orações (1:5-11). Isto, mais do que qualquer outra coisa, foi o que deixou Habacuque perplexo. Por um longo tempo Deus parecia não responder. Então, quando

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responde, o que diz é mais misterioso até do que sua aparente falha em ouvir as orações. Na mente de Habacuque estava claro que Deus tinha que castigar a nação e depois enviar um grande avivamento. Mas quando Deus disse: "Estou respondendo a sua oração suscitando o exército Caldeu para marchar contra suas cidades e destruí-las", o profeta não consegue acreditar no que ouviu. Mas foi o que Deus lhe disse, e que realmente aconteceu. Deus responde a oração do profeta, mas de uma forma inesperada. Habacuque levou um susto, pois Deus iria suscitar os caldeus (Babilônicos) uma nação pagã para julgar o seu próprio povo. Habacuque queria que Deus respondesse a sua oração e Deus respondeu, mas não do jeito que ele queria. Todos temos a tendência de prescrever as respostas às nossas orações. Freqüentemente, oramos dizendo a Deus exatamente como Ele tem de fazer, como se Ele fosse um Deus que não soubesse como agir. Tem gente que chega quase ao absurdo de ensinar a Deus como ser Deus. Precisamos entender que Deus é livre. Ele faz o que quer, como e quando quiser. A Fé que triunfa é aquela que descansa na liberdade divina. Pela fé e pelo estudo das Escrituras, o cristão sabe que Deus nunca erra. Suas respostas podem parecer estranhas, podem parecer sem sentido, mas é assim que Ele age às vezes. Um exemplo clássico. Os irmãos de José o venderam como escravo (Gên. 37) e assim foi ele parar no Egito. Muito mais tarde, porém José e seus irmãos se encontraram e ele declara que não foram eles, mas Deus que o enviara para lá (Gên. 45:7). Nossa Fé não é um sentimento positivo, nem um amontoado de conceitos moralistas e piegas. É a firme crença num Deus que tudo encaminha para o ponto que Ele deseja. Pensamos que Deus pode se manifestar somente de uma forma. Mas a Bíblia ensina que Deus, às vezes, responde as nossas orações permitindo que as coisas piorem muito antes que possam melhorar. Ele pode, às vezes, fazer o contrário do que prescrevemos. Ele pode sim, às vezes, nos colocar à frente de um exército caldeu. Mas é um princípio fundamental na vida e caminhar da fé que, quando tratamos com Deus, devemos estar sempre preparados para o inesperado. Certa vez li o seguinte caso em um livro: Havia um membro de uma determinada Igreja que era a "pedra no sapato" de toda a comunidade. Era criador de casos, sempre mal-humorado, era altamente personalista e sua palavra devia ser sempre a última em todos os assuntos. Numa noite de vigília, não se sabe se querendo isentar-se de culpa ou transferi-la para outros, orou dizendo: "Deus, remove desta Igreja aquele que a atrapalha". No dia seguinte, menos de 24 horas depois, seu corpo estava sendo velado no templo daquela Igreja. Orar pode ser perigoso. Queremos que Deus, realmente, responda às nossas orações ou apenas que Ele nos beneficie?

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DEUS USA OS ÍMPIOS COMO INSTRUMENTO Eis agora um terceiro aspecto surpreendente dos caminhos de Deus. Ele usa, às vezes, instrumentos estranhos para corrigir sua Igreja. Os caldeus, dentre todos os povos, são os que Deus levanta para disciplinar o seu povo. Habacuque não podia imaginar tal coisa. Mas aqui também está um fato evidente em toda a Bíblia: Deus usa o instrumento que quiser. No curso da história, Ele tem usado toda sorte de instrumentos estranhos e inesperados, para a realização de seus propósitos. Usou Pilatos, usou Herodes, usou Saul, usou uma mula. O mal não é de sua autoria, mas Ele, às vezes, o usa para educar e corrigir os da sua Igreja. Quantas vezes somos acometidos por uma enfermidade, desemprego, crise conjugal, injustiças ou outras tragédias da vida? Deus é livre para usar qualquer instrumento para disciplinar o seu povo. "O Senhor corrige o que ama" e "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119:71). O TRIUNFO DA FÉ: "Mas o justo viverá pela sua Fé" (2:4) Sim, o justo, o crente em Jesus, viverá pela sua fé. E esta fé no Senhor triunfante, ressuscitado e glorioso, transmite à vida diária uma vitalidade vibrante. O cristão não se abate com o presente, embora o veja muitas vezes como sendo sombrio. "Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide; o produto da oliveira mente e os campos não produzam mantimentos; as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. (Hab. 3:17, 18) Este texto é uma declaração de fé em um momento de crise inigualável. Faltariam figos, uvas, azeitonas, os campos não produziriam os alimentos. O Rebanho seria exterminado. Os currais sem gado. E qual é a atitude do profeta? Desespero? Inconformismo? Não. Fé!. Habacuque nos ensina que a resposta à crise é a fé. Sua segurança não brota de emoções, mas de uma fé viva. E quem crê, não se abala. "Aqueles que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, estão firmes sempre" (Sl 125:1). "Ainda que a figueira não floresça... e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor". (Hab. 3:17 ). Que fé! No meio da crise, alegria. Que lição para todos os cristãos aborrecidos, murmuradores, emburrados com Deus e com o mundo.

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Façamos como Habacuque, manter a fé em Deus mesmo que Ele se mostre indiferente às nossas orações; manter a fé mesmo que suas respostas sejam inesperadas; manter a fé mesmo que Ele esteja usando instrumentos dolorosos para nos disciplinar e educar e ainda que venhamos a perder tudo, todavia, devemos nos alegrar no Senhor, pois Ele é a única riqueza que vai perdurar sempre. Que o Senhor da Fé nos abençoe! O VALE DAS SOMBRAS Uma história diz que o Culto se desenvolvia, e dois homens recitaram o Salmo 23. Um deles era um grande e aplaudido ator, dono de um jogo de cena fora do comum, magnífica oratória, dramaticidade nos gestos, leu o Salmo 23. Quando terminou de fazê-lo, o auditório, nesse culto mais informal, quase veio abaixo de tantos aplausos. Depois, um senhor idoso, encurvado, trêmulo, frágil, apoiado na sua bengala foi à frente e recitou de memória o Salmo 23. Quando terminou, não houve qualquer aplauso. Pelo contrário, houve um profundo silêncio no santuário; e lágrimas. Nisso, o ator, foi à frente e, com a voz embargada, disse: "Meus amigos, há uma enorme diferença entre nós dois, declamadores. Eu conheço o "Salmo do Pastor", mas, este piedoso homem, conhece o Pastor do salmo". O Salmo 23 foi chamado de uma das criações mais sublimes de todo os tempo, como também "a pérola do livro dos Salmos". Houve, igualmente, quem dissesse que é um hino de louvor à providência divina. Não é um Salmo longo, são apenas seis versículos, e no entanto, é, sem dúvida, o capítulo mais amado do Antigo Testamento, senão de toda a Bíblia. É conhecido pelas crianças. Dos cento e cinqüenta salmos, é aquele que 90% dos leitores sabem de cor. Qualquer criança que vai à Escola Bíblica o conhece. E tem sido a última leitura solicitada por muitos cristãos neste mundo quando em seu leito de dor já encarando a morte. O tema do Salmo 23 é "a segurança daquele que crê em Deus", e em cada versículo, exceto o primeiro, que é uma introdução, apresenta duas necessidades básicas de toda pessoa, vitais, sentidas, porém, de um modo mais profundo, mais reflexivo, mais intimista pelo crente em Jesus Cristo. São necessidades com promessas de absoluta satisfação, visto que "o Senhor é o meu pastor", razão porque nada me faltará. É um cântico de confiança apresentado em linguagem simples, de beleza literária, e rica dos conceitos e das lições espirituais implícitos em suas expressões. Paulo, apóstolo, escreveu na Carta aos Filipenses uma expressão bem dentro do mesmo conceito, quando exprimiu: "Meu Deus, suprirá todas as vossas necessitadas segundo as suas riquezas na glória e em Cristo Jesus". É então, esse Salmo, um cântico de confiança numa linguagem simples, é verdade, ímpar na beleza literária, e rico nos seus conceitos e nas lições espirituais. O PASTOR Quem é o Pastor? Façamos uma exposição versículo por versículo. O primeiro versículo diz, "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará". A imagem do pastor é muito encontrada na Escritura Sagrada, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Largamente utilizada foi essa palavra nos livros proféticos.. Os Salmos, também, têm uso abundante da imagem do pastor, e o próprio Jesus Cristo disse sobre si próprio, "Eu sou o bom pastor".

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O pastor do Salmo 23 é Jesus Cristo, sem dúvida alguma, e disse que daria Sua vida pelas Suas ovelhas. O texto diz, "nada me faltará". A verdade é que ninguém precisa estar perdido no meio da multidão quando o Senhor é o nosso pastor. Nós temos a segurança da Sua palavra; nós temos a segurança da Sua presença e do Seu poder, seja na vida secular ou na espiritual, se é que alguém pode separar do cristão a vida secular da espiritual. E Davi mostra que esse pastor resolve, completa e definitivamente, o problema do enfado, do cansaço; dando novas provisões de força, bem como dá solução às necessidades físicas de abrigo e de alimentação. Diz o Salmo 37, "Eu fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão". E melhor do que qualquer psicoterapeuta, psicólogo ou psicanalista; ele elimina o temor, a falta de significado na vida. E sabem o que mais? "Nada me faltará", diz o texto. Porque nós temos dois excelentes guarda-costas, especialíssimos guarda-costas nominados no final do Salmo; a Bondade e a Misericórdia que nos perseguirão todos os dias da nossa vida. E temos também um destino santo que é, habitar na Sua casa por toda a eternidade. O SEGREDO DA VIDA "Nada me faltará", porque o segredo da vida espiritual, o segredo da vida cristã é o que Ele, Cristo, faz em nós; o que Ele faz através de nós; e o que Ele faz e fez para nós. Então, se "nada me faltará", por que a ansiedade? Por que a preocupação? As palavras de Jesus Cristo nos dão tanta serenidade, porque Ele diz: "Não estejais ansiosos quanto à vossa vida pelo que haveis de comer; ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves dos céus que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros e vosso Pai Celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Portanto, não vos inquieteis dizendo: O que havemos de comer; ou o que havemos de beber; ou com o que nos havemos de vestir. Mas buscai primeiro Seu Reino e a Sua Justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas". Então, por que se afastar do Pastor de nossas vidas e buscar outros pastos que julgamos até mais verdejantes? Chegamos, assim, ao verso dois "Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas". Temos aqui duas novas promessas: a de descanso e a de paz. E Ele vos conduz dia a dia às fontes daquilo que nós necessitamos. Mas, vamos lembrar algo. Vamos lembrar que até chegar a esses verdes pastos, a ovelha precisa caminhar muito; não é sair de casa e logo se chega ao pasto, não. Há que andar dias e dias, quilômetros e quilômetros buscando água, sombra, pasto e proteção. Indefesa diante das feras e dos ladrões, a ovelha, no entanto, não está só, porque a Bíblia declara: "Guia-me mansamente". Há um detalhe também aqui. Estamos lendo a respeito de uma paisagem bucólica e romântica. Mas, a vida das ovelhas não é assim. Talvez em uma situação destas, muita gente quisesse ser leão, ou tigre, ou um cavalo selvagem, fogoso, ou, mesmo, um pássaro livre para voar. Mas, ser ovelha?! Parece que são todas iguais?! Esse Salmo nada tem de romântico. Ele fala de perigos, de dificuldades, de penhascos, há pesares, mas, também do Senhor que guia mansamente, e Ele não leva a águas paradas, estagnadas, infectadas, não! Ele leva a águas serenas, calmas, a águas de repouso, de descanso, de satisfação.

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E caímos na segunda promessa, no verso três, "Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça, por amor do seu nome". Mais duas promessas: saúde e orientação. Quem escreveu este Salmo foi Davi, o Rei de Israel, que fora um tremendo pecador. Todos conhecem a sua história com Batseba (Betsabá). Diz a Bíblia que ele, cobiçara a esposa de um dos seus oficiais superiores. Urias era o seu nome. Com ela, adulterou, e por ela, tornou-se mandante de um assassinato. Davi viveu uma horrorosa miséria moral, e uma ainda mais tremenda miséria espiritual. Aliás, não podemos separar uma da outra, não. Mas ele se arrependeu. E quando isso aconteceu, ele expressou o seu arrependimento e o seu pedido de perdão no Salmo 51, dizendo: "Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim". E foi perdoado por Deus; e foi purificado; e foi resgatado, e, agora, escreve o Salmo 23. Ao escrevê-lo, declara que o Senhor restaura, renova e dá refrigério. E realmente, "refrigera a minha alma" é o mesmo que dizer: restaura minha vida; refaz o meu ser.. Quem sabe você necessita ser curado, igualmente, de problemas íntimos tão sérios, de pecados desconhecidos dos outros mas muito diante dos seus olhos, como Davi também tinha o seu pecado diante dos olhos e confessou o seu próprio pecado. Então observe esse outro, "guia-me nas veredas da justiça". Sabe qual é a nossa maior necessidade? É conhecer a vontade de Deus. E esse "guia-me nas veredas", é completamente diferente do verso 2 que diz "guia-me mansamente". Porque se nos desviarmos da Sua vontade, Ele nos traz de volta. Essa é a razão porque os pastores usavam, como ainda hoje os pastores bascos, um cajado que tem uma ponta curva como um cabo de guarda-chuva. Na outra ponta há um aguilhão de metal. Esse bastão funciona como três coisas: com a ponta curva, se a ovelha cair num buraco, ele a puxa para cima; mas se começar a se desviar do grupo (não é uma vereda? se cair para o lado vai para o despenhadeiro), ele toca de leve e ela volta para o lugar; com a ponta de ferro, ele espanta o lobo. Aí temos a restauração por amor do Seu Nome. Apesar de em português ser o mesmo verbo, o primeiro é uma direção devagarinho, é uma direção calma, é uma direção mansa, mas, o segundo é um pouquinho diferente. O verbo no original da língua hebraica significa um pouco mais, significa até colocar um pouquinho mais de pressão para que volte a ovelha para o caminho da justiça. Não é aquele toquezinho de leve com o bastão, não, talvez seja colocar o bastão do lado e empurrar para refazer o caminho da justiça, porque, se nos desviarmos da sua vontade ele nos traz de volta. E chegamos à Palavra Santa. E a palavra diz assim: "Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita, ainda que caia não ficará prostrado; pois o Senhor lhe segura a mão." É a restauração por amor do seu nome. O VALE SOMBRIO Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam". Aqui nós temos coragem e conforto; coragem e consolação. Essa expressão: "vale da sombra da morte", era uma expressão coloquial para os hebreus antigos e para nós.

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Nos Estados Unidos há um deserto chamado Vale da Sombra da Morte. Quase não tem vida. Com respeito aos hebreus, todos tinham conhecimento de um trecho da estrada entre Jerusalém e o Mar Morto, no sul da Palestina. Estamos falando de três mil anos atrás, quando esse Salmo foi escrito.

Era um trecho tremendamente perigoso, por isso, era chamado de vale da sombra, como apelido. Era o vale da sombra da morte, era o vale da profunda escuridão, significado também, da expressão sombra da morte, proximidade da morte. Amados, há quem não goste, não tolere. Há quem não suporte falar em morte. Talvez alguém esteja agora, começando a se inquietar com esse assunto. Há quem fale com muita naturalidade sobre a morte.

E não são os donos ou gerentes das casas funerárias, não. E nem são os coveiros lá do Jardim da Saudade ou do Campo Santo, não. Tomas Mann, ele disse: "Sem a morte haveria muito poucos poetas na terra". Pois é, filósofos, cantores, musicistas se expressaram sobre esse evento, sobre esse fato na natureza humana e ninguém ignora ou contesta que morrer faz parte do processo da vida.

O cristão tem tudo para ser natural diante da morte. Até comemoramos, ao lado do nascimento de Jesus, o Natal, a Sua morte na Ceia Memorial. Mas, a morte nos incomoda, não é? Por quê? Um irmão de nossa igreja passou por experiência desse tipo; quase nos disse adeus. Ninguém desconhece isso, nem ele que é médico, ele sabe da depressão pela qual passou, e um médico nos informou isso mesmo: cirurgia de ponte de safena traz um processo de depressão logo em seguida. Por que razão não gostamos de falar nesse assunto?

Há muitas opiniões sobre a vida após a morte. Aliás, será conveniente trocar a expressão para "vida após a vida". Os arqueólogos têm encontrado túmulos com dois mil; dois mil e quinhentos; três mil; quatro mil anos. Túmulos onde havia restos de comida, bebida, armas, roupas, carruagens e até escravos, que foram ali colocados vivos para servir aquele nobre, aquele faraó, aquele rei no outro mundo. Até os primitivos falam sobre a vida após a vida. E há um resquício dessa idéia primitivíssima em certas correntes ditas até como ciência que acreditam que os espíritos dos falecidos vagueiam pelo ambiente dos vivos, interferindo até nas suas vidas.

O fato é que há em nós, em todos nós, um tremendo instinto de sobrevivência pessoal, por uma básica razão: é que nós não fomos criados para a morte; e sim para viver! A morte então, é um acidente num tremendo incidente que se chama "a Queda". É uma expressão da teologia para mostrar como toda a humanidade está ligada de um modo único ao representante federal nosso que é o primeiro pai, Adão.

E a Bíblia não esconde, e chega a dizer com muita clareza: "O salário do pecado é a morte", mas, completa pela misericórdia de Deus, "que o dom gratuito de Deus é a vida; a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor". Sim, nós amamos a vida! Todos nós amamos e prezamos e valorizamos tremendamente a vida! Nosso Deus é o Deus da vida. Ele é chamado na Escritura de o Deus Vivo. É o Deus que ama a vida e por isso, ele nos sustenta nesta vida e dá-nos a eternidade para a vindoura.

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INFORMAÇÕES SOBRE A VIDA APÓS A VIDA

São difíceis as informações sobre a vida após está vida, porque quem conhece bem o assunto não voltou para contar. No entanto, temos no maior best seller do mundo, a Bíblia Sagrada, promessas gloriosíssimas sobre a vida após esta vida. Aqui estão para o nosso conforto. Por exemplo, em Mateus há uma palavra de Jesus que diz:

"Dirá o rei no juízo aos que estiverem a sua direita: Vinde benditos do meu pai; possui por herança o reino que vos está preparado desta fundação do mundo".

Que promessa extraordinária! Ou, ainda, esta outra que também vem dos lábios do Senhor, "Quem crê no filho tem a vida eterna; o que porém desobedece ao filho", [você está levando Jesus a sério?] "O que desobedece ao filho não verá a vida; mas, sobre ele permanece a ira de Deus". Você está levando Jesus Cristo a sério? Querem ver outra? "Eu vivo; e vós vivereis". E poderíamos continuar pelo resto da manhã mostrando textos e textos, promessas e promessas, profecias e mais profecias sobre a vida depois desta vida. Jesus Cristo nos trouxe uma palavra tão clara, e essa palavra tão clara diz que "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço; e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha mão".

E ele também, ainda disse essa outra, "Que todo aquele que vê o Filho e crê nele tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia". Pois é, Jesus , o doador da vida eterna; Jesus, a fonte da vida; o pão da vida; a água da vida.

Mas, há que não tema a morte? Creio que sim. A Segunda Guerra Mundial trouxe ao cenário bélico uns idealistas com um misto de fanatismo, e eles não temem a morte. Aqueles que amarram bombas no corpo e entrando numa loja ou num mercado público de modo que muita gente morre com aquela pessoa, que morreu por esse ideal, eles não tinham medo de morrer, não.

Eram os pilotos kamicaze, eles eram jovens oficiais, pilotos japoneses que tendo transformado o avião transformado em uma bomba, e iam pilotando diretamente para o alvo, um porta-aviões, por exemplo; para que não se perdesse nenhuma dessas bombas. E aqueles homens que dirigem carros bomba, são islamitas, são muçulmanos da linha xiita. Que também, eles não temem a morte.

Há aqueles que são plenamente realizados e justificados por Deus. Um excelente exemplo é o do patriarca Abraão. Diz a Escritura Sagrada a respeito de Abraão o seguinte, "Abraão expirou, morrendo em boa velhice; velho e cheio de dias e foi congregado ao seu povo". Foi o caso também de Simeão. Quando viu Jesus nenenzinho no templo pata sua apresentação, Simeão agradecido orou dizendo que agora o Senhor já podia levá-lo com as seguintes palavras, "despedes em paz o teu servo, pois os meus olhos já viram a tua salvação".

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Há os que foram e voltaram. A revista Vinde trouxe há algum tempo uma reportagem sobre o tema da ressuscitação, tendo dado à matéria o título seguinte: Quando o céu pode esperar. Foi quase o título de um filme a respeito da reencarnação, doutrina intranqüila, e que não se encontra na Bíblia Sagrada. O jornalista falou do Pastor João de Oliveira, que em 1966, em Pindamonhangaba, São Paulo, foi declarado morto e voltou; Dona Luzanira Barbosa, em Maceió, em 1974; um médico, ou seja, um homem de ciência, o Dr. Joannis Garakis, em Brasília, em 1986; Dona Hortência Conceição dos Santos, em São Gonçalo, em 1990; o administrador de empresas Renato Liro, no Rio; e também um outro, filho da nossa igreja, a Igreja Batista Sião,

O Dr. Samuel Figueira, por duas vezes em 1949 e em 1964. Hoje, aprouve a Deus levá-lo de vez depois de ele ter percebido que acontecia do outro lado.

Todos acharam e acham dificuldade em exprimir o inexprimível. Exatamente como o apóstolo Paulo quando 1Coríntios 2.9 disse "As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem; são as que Deus preparou para os que os amam". Nesse mesmo sentido, o apóstolo Paulo declarou em seguida que fora arrebatado ao Paraíso, tendo ouvido palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir (cf. 2Co 12.4). Mas todos têm a santa capacidade de exclamar com o apóstolo Paulo dizendo o seguinte, "Onde está ó morte a tua vitória, onde está ó morte o teu aguilhão; mas, graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo". E mesmo Jó, no Antigo Testamento, também disse: "Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra e depois de consumida esta minha pele, então, fora da minha carme eu verei a Deus".

Como temos passado pelo vale sombrio e frio do desânimo, da tristeza, da dor, da necessidade, da doença incurável, do paciente terminal da sombra da morte! No entanto, pela presença do Bom Pastor esse vale se torna esplendidamente iluminado e o senso de absoluta e perfeita segurança, bem como o senso de objetivo, de propósito, de finalidade, de destino, se apresenta com tanta definição!

No verso 5, mais duas promessas: de proteção e de provisão. E o verso cinco diz: "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; ungis com óleo a minha cabeça, o meu cálice trasborda".

A primeira figura, foi a de um pastor que protege, guia, cuida e orienta a ovelha. Agora, eu temos uma outra imagem, a de um acampamento de beduínos, de pastores, naquelas planícies do Oriente Médio, armaram suas tendas, e já caindo a noite, ou mesmo no sol inclemente do meio dia, um viajante aparece naquele acampamento. E então, um dos beduínos, recebe o viajante, e o coloca casa, e não permite que um fio de cabelo de seu hóspede seja tocado. Até hoje, ainda é assim. Se alguém vai ao Oriente próximo, descobre que a hospitalidade é uma verdade ali entre eles. A escassa água é tornada disponível para a ablução, para que ele lave o rosto, para que lave as mãos, para que os pés sejam também lavados. O perfume vem em forma de um óleo, que aliás, é símbolo de alegria festiva na Bíblia, de cura. E a proteção, a imunidade contra os inimigos é garantida. Se o caso for, o hospedeiro chega a ponto de perder a vida para resguardar a do seu hóspede na tenda. Ele é muito bem recebido e é isso que diz a expressão, "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unge com óleo a minha cabeça e meu cálice trasborda".

Mas, quem são esses inimigos? O primeiro grande inimigo é Satanás, o inimigo das nossas almas, atazanando a vida do crente por todos os lados com enfermidades, impiedade alheia e com perturbação.

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São pessoas que oprimem, são os que se levantam contra Deus, é a família iníqua, são os injustos.

Outro inimigo é a ansiedade, é o medo da morte, é o medo do futuro.

Mas, sabem quem é o último inimigo nosso? É a morte. Está em 1Coríntios 15.26: "O último inimigo a ser destruído é a morte". Mas nós temos proteção e provisão bem definidas da parte do Senhor.

E no verso 6, "Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias".

Que coisa maravilhosa, porque temos tudo o que foi dito acima e o céu também! Temos amor e vida! Foi dito no começo que temos dois guarda-costas especiais, a bondade e a misericórdia. O texto sagrado diz, "me seguirão", no original, porém, a palavra é "perseguir". Os inimigos perseguem, mas, a bondade e a misericórdia nos seguem bem de perto, isto é, somos perseguidos. É exatamente o que o autor quis colocar, nós temos bondade, tov, e temos a misericórdia, hesed. Que lindas palavras na língua hebraica. Tov, é de onde vem o nome próprio Tobias, que quer dizer, "Deus é bom". E, na verdade, Davi quer falar de algo que sobrepuja toda a nossa compreensão. Ele quer falar da paz de Deus que excede todo o entendimento. E como não encontra palavras para falar da eternidade, ele declara: "Habitarei na casa do Senhor por longos dias".

Se Enoque e Elias foram arrebatados pelo Senhor, porque não seremos levados com alegria no rosto e serenidade no coração à presença do Pai quando chegar a hora da nossa morte? E Jesus não falou sobre isso? E não contou Ele a história do rico e do Lázaro em Lucas 16.22?

"Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado".

"Levado pelos anjos", que outra promessa extraordinária na palavra de Deus... Jesus não disse nessa história que o mendigo foi levado pelos anjos, arrebatado pelos anjos para o seio de Abraão? Paulo não menciona isso, o arrebatamento, em 1Tessalonicenses 4.17? Pois é, bondade e misericórdia, tov e hesed. Aliás, essa palavrinha é, até, mais que só misericórdia, porque ela é lealdade, a lealdade de Deus, é bondade, é salvação, é a fidelidade do Pai, é a justiça, é a verdade. E a fidelidade de Deus está aí, até cantamos, "Tu es fiel Senhor, meu Pai celeste". Por isso que emoções e sentimentos perturbados serão acalmados pelo Senhor, temor, pavor, espanto, medo, serão tranqüilizados por Deus e perdão sempre "e habitarei na casa do Senhor".

Estamos falando de segurança, de segurança para a vida eterna. E Jesus disse, "Na casa de meu pai há muitas moradas; senão fosse assim eu vo-lo teria tido". E agora, ele assegura, "Vou prepara-vos lugar". Nós estamos falando de segurança eterna, de segurança verdadeira, porque nada nos arrebatará da mão de Jesus, porque nós somos parte da casa do Senhor, da família de Deus.

Vou lhe dizer o que fazer, e vou fazê-lo com a palavra de Deus. Nós vamos encerrar, mas, o amigo já observou que houve um uso constante da primeira pessoa do singular? Porque esse é um Salmo pessoal, esse é um Salmo para você recitar: "O Senhor é o meu pastor".

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O Senhor é o seu pastor? Você tem certeza de que nada vai lhe faltar? Que é que você pode fazer para ter este Bom Pastor na sua vida? A primeira coisa é ter fé. Creia que só Jesus Cristo pode lhe dar soluções. Confesse a Jesus como seu Salvador. E a ênfase é no Deus que conhece a cada um de nós, é no Deus que conhece a você, porque você não é um anônimo diante de Deus. É o Deus que cuida de você, é o Deus que busca ajudá-lo e você acabou de conhecer o Salmo do Pastor comentado por este pastor. Mas, conhece o Pastor deste Salmo e de todo o rebanho de Deus? Que pode você fazer para ter este bom Pastor na sua vida? E eu vejo que Jesus coloca tudo na base da fé, da confiança, na fé-adesão, na fé-compromisso com ele. Você precisa, então, crer. Essa é a primeira coisa, fé. Você precisa confessar, confessar a Jesus Cristo, o passado, o seu pecado, deixá-lo para trás e obedecer-Lhe e andar com Ele.

E este pastor extraordinário lhe oferece provisões abundantíssimas porque Ele faz a vida transbordar. Nós temos o Seu óleo, nós temos a Sua unção, nós temos a Sua bênção, a Sua revelação, as Suas visões, a visão do céu, a visão de Deus, a visão da eternidade, a visão do mais além, a visão da vida após esta vida. Portanto, creia, confesse, e obedeça.

Encontramos várias vezes no texto do Antigo Testamento a menção de seres dos quais não temos certeza quanto à sua origem e espécie. Dois deles são Rahab e Leviatan. Muitas vezes Rahab e Leviatan aparecem no texto lutando contra Yahweh. Geralmente esta luta de Yahweh contra Rahab e Leviatan se dá em contextos poéticos que tratam da origem do cosmos (cosmogonia). Como exemplo temos Jó 26.10- 13 Traçou um círculo à superfície das águas, até aos confins da luz e das trevas. 11 As colunas do céu tremem e se espantam da sua ameaça. 12 Com a sua força fende o mar e com o seu entendimento abate o adversário. 13 Pelo seu sopro aclara os céus, a sua mão fere o dragão veloz (serpente veloz/fugitiva) Salmo 74.13-17 Tu, com o teu poder, dividiste o mar; esmagaste sobre as águas a cabeça dos monstros marinhos. 14 Tu espedaçaste as cabeças do crocodilo e o deste por alimento às alimárias do deserto. 15 Tu abriste fontes e ribeiros; secaste rios caudalosos. 16 Teu é o dia; tua, também, a noite; a luz e o sol, tu os formaste. 17 Fixaste os confins da terra; verão e inverno, tu os fizeste. O que são o Rahab e o Leviatan, citados juntamente com os monstros marinhos nessas passagens? Como interpretar textos que citam esses elementos e fazem referências à criação? Mary K. Wakeman, estudando a literatura do antigo Oriente Próximo, concluiu que a mitologia de diversas fontes antigas (Suméria, Índia, Mesopotâmia, Anatólia, Grécia e Canaã) traz traços comuns: (1) um monstro repressivo impedindo a criação; (2) a derrota do monstro por um deus heróico que então libera as forças essenciais para a vida e (3) o domínio final do herói sobre estas forças. Nesses mitos do antigo Oriente Próximo Rahab e Leviatan são sempre identificados como estes monstros anti-criacionais. Estariam os textos acima mencionados fazendo referência a estes elementos mitológicos comuns às culturas do antigo Oriente Próximo? A referência feita em Jó e Salmos teria características comuns com a mitologia? Entender estas referências a aspectos da mitologia do antigo Oriente Próximo nos escritos canônicos prejudica de alguma forma a nossa compreensão de inspiração, inerrância e historicidade das Escrituras? Vejamos algumas respostas a estas perguntas.

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O simples fato de Rahab e Leviatan serem citados em literatura mítica e na literatura bíblica não implica necessariamente que estejam falando da mesma coisa. Porém, o contexto e o fato de não sabermos a que o texto bíblico se refere exatamente nos leva a crer que estes elementos são os mesmos citados na literatura mítica. Nossas traduções são a prova de que nossa lexicografia é incerta quanto a estes vocábulos. Rahab aparece traduzido em português como ‘adversário’ (RA), ‘soberba’ (RC), ‘monstro Raabe’ (BLH). O léxico hebraico (BDB) traz como possibilidades para a tradução ‘soberbo’, ‘arrogância’ (como nomes), ‘nome emblemático para o Egito’, ‘monstro mítico’ (seguindo a Septuaginta) entre outros. Leviatan aparece traduzido como ‘crocodilo’ (RA), e ‘Leviatan’ (RC e BLH). O mesmo BDB traz como possibilidades de tradução ‘leviatan’, ‘monstro marinho’, ‘dragão’ , grande animal aquático’, ‘talvez um dinossauro extinto’, ‘significado exato desconhecido’. Em Jó 41 encontra-se uma descrição do Leviatan que certamente não se encaixa com qualquer animal conhecido, ou mesmo a possibilidade de algum animal extinto, mas sim com a figura mitológica comum do dragão que lança fogo pela boca (Jó 41.19-21). No contexto dos textos acima (Jó 26.12 e Sl 74.14) tanto Rahab quanto Leviatan aparecem acompanhados de outros seres que lembram também elementos mitológicos, ainda que sua presença não indique necessariamente uma fonte mitológica para os textos (e.g. a serpente em Gênesis 3). Em geral, este monstro está associado ao mar e o Senhor domina e derrota o monstro, como o Salmo 89.9-10 9 Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas. 10 Calcaste a Raabe, como um ferido de morte; com o teu poderoso braço dispersaste os teus inimigos. Salmo 104:26 25 Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes. 26 Por ele transitam os navios e o monstro marinho que formaste para nele folgar. Isaías 27.1 1 Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o dragão, serpente veloz, e o dragão, serpente sinuosa, e matará o monstro que está no mar. Associar as menções de Rahab e Leviatan na Bíblia aos mitos pagãos do antigo Oriente Próximo implica em que os autores bíblicos criam nestes mitos? Não. O fato dos mitos serem citados implica, em primeiro lugar, que eles eram conhecidos dos autores bíblicos e, certamente, da audiência deles. Segundo, que usando de uma lógica clara, eles citam estes mitos dentro de literatura reconhecidamente poética, para demonstrar que Yahweh é superior a todos estes elementos míticos. A Escritura é muito clara em demonstrar que o politeísmo pagão é condenável e os autores bíblicos bem sabiam disto. Afirmar que, porque citaram a mitologia, criam nela, é ir além do que o contexto nos permite. Waltke demonstra, convincentemente, que pelo menos três aspectos podem ser estabelecidos a partir destas citações na literatura bíblica.

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Primeiro, que os autores bíblicos estavam declarando a superioridade de Yahweh sobre os deuses pagãos na criação, e, assim, descartando sua religião mitológica. Segundo, que ao identificar Rahab com inimigos históricos do povo de Deus como o Egito (Is 30.7; Is 51:9-10 Rahab=Egito), sustentam a vitória de Yahweh no presente, auxiliando o seu povo. Terceiro, ao identificar estes elementos mitológicos na literatura apocalíptica, apresentam a vitória futura e final de Yahweh sobre todos os seus inimigos (Is 27.1; Ap 12.7-9). No contexto da criação os textos de Jó e Salmos nos ajudam a entender alguns fatos importantes. Primeiro, que o Senhor é o grande criador, e não os deuses destes relatos mitológicos (Baal, Faraó, Marduque, etc.). Segundo, que o Deus criador do cosmos foi vitorioso no passado e será no futuro.

Segundo Waltke, É inconcebível pensar que estes monoteistas estritos [os escritores bíblicos] intencionaram dar suporte à sua visão a partir da mitologia pagã, que eles indubitavelmente detestavam e abominavam, a não ser que tivessem absoluta certeza de que seus ouvintes iriam entender que suas alusões eram usadas num sentido puramente figurativo. O Judaísmo afirma que Jesus não foi o Messias, pois não realizou as esperanças messiânicas. Ele não estabeleceu a paz universal e justiça social para toda a humanidade, nem redimiu o povo de Israel, e nem tampouco elevou as montanhas do Senhor acima do topo das alturas. No tocante aos judeus, seu próprio exílio e falta de um lar, e a continuação da guerra, pobreza e injustiça são provas conclusivas de que o Messias ainda não chegou, pois sua vinda, de acordo com promessas proféticas, apressará a redenção do povo de Israel do exílio e a redenção de todo o mundo dos males da guerra, pobreza e injustiça. Resposta - Todas as profecias messiânicas se cumpriram em Jesus Cristo. O Messias prometido, Jesus, o Ungido de Deus, veio para destruir as obras do diabo, dar liberdade aos cativos, quebrar as algemas invisíveis, trazer Boas Novas e preparar um povo para morar no céu (Is 61-2; Lc 4.18; Jo 3.16). Veio para todas as nações, "para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Ele [O Cristo do Senhor] "é luz para iluminar os gentios, e para glória do teu povo Israel" (Lc 2.32). "É Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente" (Rm 3.29). O povo de Deus não é exclusivamente a nação de Israel, mas os que estão lavados e remidos no sangue do Cordeiro. A REDENÇÃO em Jesus é espiritual. Todos os que O recebem são espiritualmente renovados. Jó disse: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumada a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus" (Jó 19.25-26). A esperança no Redentor é que Ele viria salvar seu povo do pecado e da condenação (Rm 3.24; Gl 3.13; 4.5; Ef 1.7; Tt 2.14), livrá-lo do medo da morte (Hb 2.14,15; Rm 8.2) e da ira vindoura (1 Ts 1.10); e dar-lhe vida eterna (Rm 6.23). Tudo isso encontramos na pessoa do Senhor Jesus. O reinado de Jesus será estabelecido num tempo vindouro, quando haverá plena paz no mundo. Vejam: "Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono de sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel" (Mt 19.28); "Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas" (Mt 25.31-32). Os judeus "pensavam que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente" (Lc 19.11).

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Supunham que Jesus iria comandar um exército para libertar os judeus do jugo romano. Ficaram decepcionados quando viram o Rei humilhado diante de Pilatos; conduzido para o Calvário; castigado, vencido, fraco e morto. Nesse sentido, realmente Ele não realizou "as esperanças messiânicas". Mas trouxe vida abundante para todos os que O recebem como o verdadeiro Messias, o Filho do Deus vivo. A ênfase de Jesus em seus próprios ensinamentos, a maioria dos quais contrários ao verdadeiro espírito da profecia hebraica, culminou em sua reivindicação de possuir proximidade especial com Deus, proximidade não compartilhada e nem mesmo semelhante à de qualquer outro ser humano. Assim ele declarou: "Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho se não o Pai, e ninguém conhece o pai, se não o filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Deus, do modo como o judeu o conhece, está igualmente próximo de todos os homens, e sua proximidade depende de quão próximo eles querem que ele esteja e quão próximo eles desejam chegar dele. Nenhum profeta judeu nem mesmo Moisés, o mestre dos profetas, alguma vez afirmou estar mais próximo de Deus do que qualquer outro homem. Resposta - Jesus continua junto à sua Igreja, aos seus, ao seu povo, a todos os que O aceitam como Senhor. Ele mesmo disse que estaria conosco todos os dias (Mt 28.20). Ele foi chamado de Emanuel, que significa "Deus conosco" (Is 7.14). Jesus estabeleceu a diferença. Realmente, nenhum outro teve a ousadia de dizer que era "o Cristo, o Filho do Deus Vivo" (Mt 16.16-17); nenhum profeta, em qualquer época, ouviu "uma voz dos céus, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.17; 17.5); ninguém jamais disse de si mesmo: "Eu sou o Senhor do sábado" (Mt 12.8); nenhum profeta foi chamado de "Filho do Altíssimo" (Lc 1.32); a respeito de nenhum outro profeta se lê na Bíblia: "E estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus, e a vida eterna" (1 Jo 5.20); ninguém, antes de Jesus, teve a autoridade para declarar: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). Realmente, Jesus fez a diferença. Antes dele, ninguém pôde dizer com tanta certeza: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). E ninguém deu tantas evidências de Sua própria divindade quanto Ele, pois curou milhares de doentes, expulsou demônios, ressuscitou mortos, acalmou tempestades, andou sobre as águas. Em toda a história da humanidade, jamais um homem predisse a sua própria ressurreição: "Depois de eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galiléia" (Mt 26.32); "E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. No terceiro dia ele ressurgirá" (Mt 20.19). As Escrituras hebraicas, a exemplo do Salmo 22 e Isaías 53, falam do sacrifício de Jesus na cruz, exceto para quem ainda espera, em vão, o Messias prometido.

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Unidade TEOLOGIA PASTORAL II

5 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO UMA ANÁLISE BREVE Diferentes critérios podem ser utilizados passar estudar este trecho. Pode acontecer que alguém tenha uma veia literária, e através dela veja apenas o aspecto poético de Isaías 61. Observe-se o paralelismo entre os termos apresentados, entre os versos, por exemplo: "Porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres", e "Restauração de vista aos cegos". Porque, praticamente, é a mesma coisa que está sendo dita. Quando diz: "enviou-me para proclamar libertação aos cativos", isso é paralelo a "para por em liberdade os oprimidos". É a mesma idéia, portanto. E todo esse paralelismo, encontra o seu ponto culminante na expressão final: "para proclamar o ano aceitável do Senhor", que é o objeto da nossa reflexão. Pode ser que alguém deixe de lado o aspecto literário, mas queira destacar o apelo político do que Jesus afirmou, o que, aliás, tem sido bastante explorado. Busca-se ver o lado político de expressões tão fortes como, "anunciar boas novas aos pobres", "libertação aos cativos", "restauração de vista aos cegos", "por em liberdade os oprimidos". O apelo político é muito do agrado dos radicais de plantão. Desejamos, porém, ver a extraordinária lição de apostolado que se encontra no que Jesus Cristo disse, aplicando a Si mesmo. Enfocamos o embasamento de um ministério que é repassado à Igreja de Jesus Cristo. Queremos analisar a missão quer nos foi entregue pelo Senhor, porque vejo que tudo começa com a unção, visto que nenhum empreendimento em nome de Jesus Cristo subsiste sem a unção do Espírito Santo; nenhuma empresa em nome do evangelho, nenhuma campanha, nada, movimento algum pode subsistir em nome de Jesus Cristo se não tiver a unção do Espirito Santo sobre si. Por essa razão, Jesus leu: "O Espirito do Senhor está sobre mim", e daí em diante Ele explica para quê. Pedro num culto de proclamação do evangelho, na casa de um militar, um oficial do exército romano, refere-se ao ministério de Jesus Cristo, e afirma: "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele." (At 10:38), o que vai nos conduzir às expressões que definem a plataforma que vai ser seguida por Jesus Cristo, o Seu programa. "O Espirito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, por em liberdade os oprimidos." (Lc 4.18). PROFUNDA CARGA EMOCIONAL

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"Pobres". falar de pobreza é uma carga emocional fortíssima. O jornal A Tarde (de Salvador) vem falando sobre a fome e a desnutrição no estado da Bahia. Falar de pobreza traz para nós sentimentos tremendamente emocionais; "Cativos". Falar de prisão é a mesma coisa. É pesado, é triste, traz mágoa. "Opressão". Há opressão demoníaca neste mundo. O crente é oprimido, mas não possuído. Jesus fala de cegueira, e lê essas palavras em Isaías 61, capítulo considerado como o cerne da mensagem desse profeta. Jesus se identifica com o fato profético descrito, e demonstra ser Ele mesmo as boas novas; o profeta escatológico, o proclamador do evangelho; demonstra ser Aquele que traz libertação para os oprimidos, função eminentemente messiânica. Para os pobres, para os cativos, para os cegos, e para os oprimidos que são, não apenas os desafortunados deste mundo, mas todos os que têm necessidade especial de dependência de Deus (Lc 1.53; 6.20). Ou na expressão do comentarista de Lucas da Bíblia do Intérprete,"o cativeiro a que Jesus se refere (Lc 4.18, 19) é evidentemente moral e espiritual. O pensamento não se move no plano de abrir portas físicas, para que os presos saiam], mas livrar os homens da invisível, porém terrivelmente real prisão de suas almas". Na verdade essas palavras de tão forte carga emocional descrevem a falência espiritual à qual Jesus dá especial atenção. E no verso 19: "e para proclamar o ano aceitável do Senhor". Esse ano a ser proclamado é a era messiânica iniciada nele mesmo, na pessoa e na obra de Cristo. No verso 21, verificamos: "Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos". Os contemporâneos de Jesus não duvidavam que o reino de Deus viria algum dia. Todos criam no reino de Deus. Mas Jesus está ensinando que Deus está agindo agora, naquele mesmo momento, no presente, na obra dEle mesmo. E, assim, Ele se torna o centro da História, e até a História, porque a partir dEle ela passou a ser antes de Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C.). O propósito de Deus é tudo colocar sob a autoridade de Jesus Cristo. E aqui O temos Senhor da História, agora com a vinda do reino, exaltado, glorificado nos termos de Mateus 28, final do verso 18 que diz: "foi-me dado todo o poder no céu e na terra". E porque recebemos a graça da libertação, podemos encontrar esta expressão do apóstolo Paulo: "Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso" (1 Co 3.22), autoridade que nos é passada por Jesus Cristo. AS LIÇÕES O ser humano vive preocupado com o seu salário, com a inflação que parece querer voltar; com os aumentos das passagens dos ônibus (verdade que agora mais espacejados), o avanço e engodo das seitas, com o desenvolvimento do país, com a paz mundial. Pois Jesus traz uma nova compreensão da vida humana, por isso que, plenamente de acordo com sua plataforma de ação, é o portador da obra redentora de Deus, e oferece Sua palavra e Suas ações como desafio à nossa própria fé. Muitos contemporâneos de Jesus criam que o reino de Deus era só comida e bebida (Rm 14.12), ou libertação política (Mt 27.39-44; Jo 6.14ss; At 1.6); ou, ainda, poder temporal (Lc 22.24-30; Mt 20.20). Até os discípulos caíram nesse erro?! Mas Jesus diz que o reino de Deus já veio em Sua pessoa e dá prova disso (Mt 4.17; 11.1-6; 12.28; Lc 17.20ss). Pois a fraqueza de algumas pregações está na idéia de que o reino de Cristo ainda virá (pregação do premilenismo e dos posmilenismo ). Não é isso o que Jesus Cristo nos ensina, e permitam-me voltar a Lucas 17.20,21 : "Interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência visível. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque o reino de

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Deus está dentro de vós." (Mt 12.28; 3.2). É o reino inaugurado, apesar de que será plenamente cumprido na Parousia, na Segunda Vinda (Lc 22.18). É aquilo que C. H. Dodd chamou de "escatologia realizada", as coisas dos últimos dias já estão acontecendo e aconteceram na Pessoa de Jesus Cristo. Quais são as lições que tiramos desses fatos? A primeira é que Jesus Cristo é o cumprimento das antigas profecias. Apesar de Suas palavras fazerem nascer opiniões diferentes ou de admiração (Lc 4.22), ou de repulsa (v. 28), Jesus cumpre as profecias! Apesar se quererem os Seus contemporâneos os sinais do shalom que Ele traz (v. 23), Jesus Cristo traz a salvação integral, o verdadeiro shalom, a paz. O apóstolo Paulo diz que "Ele é a nossa paz" (Ef 2.14). A segunda lição é que o reino de Deus é Jesus Cristo entre nós, é o Emanuel. Emanuel é toda uma expressão hebraica, que significa "Deus entre nós", "Deus no nosso meio", "Deus habitando no nosso meio", "Deus conosco". Não é libertação para o futuro, para os últimos dias, mas Jesus é hoje a boa notícia, a graça , a redenção dos homens. Jesus glorificado, Jesus Salvador, Jesus senhor, Jesus, o Cristo, é poder renovador sobre a terra, é salvação para a pessoa humana individual, razão porque o livro dos Atos dos Apóstolos repete até o fim que a verdade está em Cristo Jesus, e mostra o modelo da "Plataforma de Nazaré" na defesa/sermão de Paulo quando fala ao rei Agripa em Atos 26.17,18 : "Eu te livrarei deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrir os olhos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam remissão dos pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim". Tocado por isso, Agripa diz a Paulo, "Ora, Paulo quase que eu viro cristão" (v. 28 BLH), e esse foi o seu grande erro, perto do reino, mas sem salvação: "Quase aceito o evangelho". O erro de muita gente é um "quase". A terceira lição a destacar é que a missão da Igreja é dada por Deus. "A missão de Cristo [é] padrão e modelo para missão de sua igreja", diz Grellert em Os Compromissos da Missão. "Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim como o pai me enviou, eu vos envio." (Jo 20.21). Isso quer dizer que para igrejas que têm como modelo a missão de Jesus, há necessidade de vidas modeladas pelo mesmo Jesus. E assim disse João em sua Primeira Carta: "aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1 Jo 2.6). "Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Co 2.16); "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achando na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz." (Fp 2.5-8); "Pois os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conforme a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8.29). Assim, temos que moldar a nossa vida pela de Jesus Cristo. Então, se como nós afirmamos, Missões é o nosso braço para alcançar este mundo para o Senhor. Temos o fato de que o Deus vivo é um Deus que envia. Os povos pagãos, vizinhos de Israel, não tinham deuses que enviavam a qualquer lugar pessoas com uma mensagem. Mas o nosso Deus é um Deus que envia: Ele enviou Seu Filho ao mundo, diz a Bíblia; enviou os apóstolos; Jesus Cristo enviou os setenta; e envia a Igreja; ele mesmo manda o Espírito Santo à Igreja para a unção, e a nossos corações,

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por isso Ele nos envia, também ao mundo perdido. "Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim como o pai me enviou, eu vos envio." (Jo 20.21) , "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo." (Jo 17.18). E aí vem, a quarta lição: é preciso redescobrir a importância da escatologia, que é o ponto de contato entre a teologia (aquilo que nós cremos), e a missão (aquilo que nós fazemos). É preciso centralizar tudo na escatologia, porque do ponto de vista da teologia, se não tivermos uma dimensão de futuro, o evangelho deixa de ser evangelho e se torna ética: um clube ético, e só. Se não olharmos para a Segunda Vinda de Cristo, teremos um grupo de idealistas que toda manhã de domingo vem para cantar, orar, e pronto, idealismo apenas e nada mais. Agora do ponto de vista de Missões, a escatologia é a sua razão. O Povo de Deus não pode ter crise de identidade, pois sabe quem Deus é, e sabe que é o povo desse Deus maravilhoso, Vivo e Verdadeiro! É povo que sabe o que faz! E sabe para que vive, porque a identidade da igreja como povo de Deus é uma identidade missionária! Além disso, o povo de Deus não pode perder a memória. Quanta gente desmemoriada lá fora! De vez em quando é dito que "O Brasil está perdendo a memória, destruindo os seus monumentos, e seu passado". A nossa memória é o Novo Testamento, é a Escritura Sagrada! A nossa memória são as ações apostólicas, o que eles fizeram no passado! A nossa memória são os atos da Igreja Primitiva; como agia, assim queremos agora! O Povo de Deus há de estar padrões acima do mundo. Que história é essa de querermos nos igualar ao mundo?! E damos um exemplo: se o mundo vem à Igreja e ouve sua própria música aqui sendo tocada, onde está o fermento levedando a massa? Se nos colocamos no mesmo pé de igualdade, ou até abaixo, como vamos elevar os padrões do mundo? Mas Jesus, o Cristo de Deus, é decisivo e normativo para os assuntos de fé e prática. Afunilando o assunto um pouco mais, isso vai trazer mais uma lição: é a de que ninguém pode obedecer às ordens de "ir" ou de "servir" se não tiver amor. Porque a obra de expansão do reino de Deus não pode ser realizada com carência de amor. Aí Jesus perguntou a Pedro: "Simão, filho de João, [verdadeiramente] tu me amas?" (Jo 21.16). E Jesus perguntou tantas vezes porque Pedro nunca respondia "[verdadeiramente] eu te amo", mas tão somente "eu te amo, eu tenho significativa amizade por ti". Que significa isso hoje? Sem dúvida, temos três passos no compromisso nosso com Cristo. Quando Jesus nos pergunta, "Fulano, você verdadeiramente me ama?", temos um convite à autoconsciência. Você tem que tomar consciência de quem é diante de Deus, e deste mundo também. Você representa as mãos de Deus, os pés de Deus e os olhos de Deus; você é um instrumento de Deus, um agente do reino de Deus. A segunda coisa é que você tem um convite à consciência da Pessoa de Jesus Cristo que é o Senhor do nosso futuro, é o Messias de Deus, é o ungido do Pai, é o Filho de Deus, é o Senhor de nossas almas, é o Salvador de nossas vidas. Você tem, igualmente, um compromisso. Há um hino que diz, "Eis-me submisso pra teu serviço". Bonito, não é? Porém, há crentes que parecem que cantam assim: "Eis-me sumiço...", quer dizer, "caio fora, desapareço, não quero compromisso com a Igreja de Cristo". Mas temos um convite ao compromisso com a Igreja de Cristo. Um convite ao compromisso é o que precisa acontecer conosco, nos termos de Romanos 5.8: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu pôr nós, sendo nós ainda pecadores". Que o Senhor nos ajude nesses compromissos!

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PARA UMA ALMA RELIGIOSA, CURIOSA E CONFUSA "Se alguém não tiver sabedoria suficiente, peça-a a Deus, que a dá a todos de graça sem humilhar ninguém" (Carta de São Tiago, 1.5, Tradução Interconfessional dos Franciscanos Capuchinhos) Estas perguntas, nós as recebemos para que déssemos uma resposta pastoral dentro da Palavra de Deus. Foram devidamente encaminhadas tanto ao anônimo consulente quanto ao portal evangélico que no-las enviou. Um amigo leu as respostas dadas, e sugeriu-nos dar publicidade para ajudar outros espíritos religiosos, curiosos porém confusos, assim como, nossos irmãos em Jesus Cristo. O nível é apologético."Meus caros irmãos das Igreja Evangélicas, eu sou da Igreja Católica e gostaria muito que vocês me respondessem a estas perguntas": PERGUNTA 1 "Já que a Igreja Batista, Adventista, Pentecostal, Messiânica, Presbiteriana, Quadrangular, Deus é Amor, Universal do Reino de Deus, etc... não têm imagem de nenhum "demônio" como na Igreja Católica, e se vocês adoram a Jesus Cristo, por que vocês então não se unem e formam uma única Igreja de Cristo?" NOSSA RESPOSTA: Na realidade, caro consulente, só existe uma Igreja de Jesus Cristo. Ela é formada por todos os salvos, de todos os tempos, de todos os quadrantes da Terra, de todas as línguas, de todas as raças, de todas as condições sociais, e não é conhecida por qualquer nome de Igreja particular, Grupo ou Denominação. É um Corpo que reúne todos os que foram alcançados pela Graça(1) de Deus, unido este Corpo pela fé a Jesus Cristo, o Filho de Deus, e sem nenhuma cor sectária. A Igreja de Cristo não é qualquer organização terrena, visível seja do movimento Ortodoxo em suas diversas formas (Grego, Russo, Ucraniano, Igrejas Orientais, etc.), dos diversos agrupamentos Católico-Romanos ou de quaisquer grupos Protestantes e outros Evangélicos (2). Outrossim, não nos parece que qualquer grupo evangélico, para-evangélico ou presumido-evangélico tenha acusado as imagens e outros ícones presentes nos templos, capelas e lares católico-romanos de "demônios". Reconhecemos, sim a absoluta falta de ensino bíblico com respeito à veneração ou culto (mesmo que o seja de dulia ou hiperdulia, visto que na teologia romana a latria só é devida ao Criador), razão porque o culto anicônico das igrejas evangélicos é realizado nos moldes do ensino neotestamentário: "em espírito e verdade" e "racional"(3). A propósito, vamos desfazer um engano: a assim chamada Igreja Messiânica Mundial do Brasil não é uma igreja evangélica. É um movimento não-cristão de origem japonesa, que não tem a Bíblia Sagrada como seu livro de fé. Portanto, convém não mais relacioná-la com as Igrejas denominadas protestantes nem com as evangélicas. PERGUNTA 2 "Já que vocês dizem que as imagens que estão na Igreja Católica são demônios ou ídolos, dêem-me a prova de que elas realmente o são". NOSSA RESPOSTA Pena que sua afirmação está certa somente em parte. Não conhecemos qualquer afirmação entre os evangélicos de serem as imagens dos templos católicos "demônios". No entanto, quem as coloca na categoria de "ídolos" é a própria edição católico-romana da Bíblia Sagrada num livro considerado deuterocanônico (nós o chamamos "apócrifo") e que não se encontra no Cânon Original, que é o Palestino (escritos os livros em hebraico e aramaico), e conseqüentemente, também não no Cânon Protestante/Evangélico.

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Trata-se do livro de Sabedoria, do qual transcrevemos uma parte e indicamos outras. Foi utilizada para essa transcrição a edição da Bíblia Sagrada, traduzida pelo Pe. Matos Soares (4). Diz o capítulo 13.11ss: Eis que um artista hábil corta do bosque um tronco direito, e destramente lhe tira toda a casca,e, valendo-se da sua arte, faz com esmero uma peça útil para uso da vida(5), e os restos daquela obra emprega-os para cozinhar a comida(6). E, quanto ao resto de tudo isto, que para nenhum uso é útil, por ser um madeiro torto e cheio de nós, vai-o esculpindo cuidadosamente nas horas livres, e, pela perícia de sua arte dá-lhe uma figura, e configura-o à semelhança de um homem,...Depois prepara-lhe um nicho conveniente, pondo-o numa parede, e segurando-o com algum ferro, usando com ele desta precaução, para que não caia, reconhecendo que não pode ajudar-se a si mesmo, porque é uma estátua e tem necessidade de auxílio. E, fazendo-lhe votos, consulta-o a respeito dos seus bens, e dos seus filhos, ou de um casamento. Não se envergonha de falar com aquele madeiro, que está sem alma; e roga pela saúde a um inválido, e pede a vida a um morto, e invoca em seu socorro um inútil; e, para o bom sucesso de uma jornada, recorre àquele que não pode andar; e para as suas compras, suas empresas, e para o bom êxito de todas as suas coisas, implora a quem é incapaz de tudo. Continue lendo o capítulo seguinte, o 14, sobretudo os versos 7 e 8. Veja também os versos 17 a 20. O livro do profeta Isaías (46.7,8) tem igualmente uma palavra de condenação quando exclama: Levam-no às costas, colocam-no no seu nicho, e ele fica sem se mover do seu lugar; e ainda, quando clamarem para ele, não ouvirá, nem os salvará da tribulação Lembrai-vos disto, envergonhai-vos, entrai em vós mesmos. É ou não, a mesmíssima forma de uma prática de religiosidade encontrada sobretudo nos países latinos europeus e do Novo Mundo? Veja, ainda, Isaías 44.9-20. A claríssima recomendação do Novo Testamento e que se encontra no último versículo da Primeira Carta de São João é: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos". PERGUNTA 3 "Eu lhes pergunto quando Deus Todo Poderoso ordenou não fazer imagem, proibiu se fazer imagens dos homens santos, ou de se fazer imagens de deuses?" NOSSA RESPOSTA Leia o que diz a Bíblia. Vamos reproduzir as palavras da tradução do Pe. Matos Soares em Êxodo 20.4,5: Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima no céu, e do que há em baixo na terra, nem do que há nas águas debaixo da terra. Não adorarás tais coisas, nem lhes prestarás culto. Raciocine: há cabimento para qualquer tipo de culto, seja dulia ou hiperdulia? A proibição é TOTAL: de "homens santos" e de "deuses" também. PERGUNTA 4 "Para vocês existem ou não os santos Ler 2 Tessalo-nicenses 1,10; Efésios 3,8. NOSSA RESPOSTA Do começo ao fim, a Bíblia Sagrada ensina uma Teologia da Santidade. Os textos mencionados são dois entre centenas tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

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A pergunta não deve ser se "existem ou não os santos". A pergunta é "QUE SIGNIFICA SER SANTO?" Há uma teologia popular e há uma Teologia Bíblica sobre este assunto. A primeira é incentivada e alimentada por uma compreensão equivocada do termo e do conceito; a segunda tem um caudal puríssimo na Escritura Sagrada. A idéia popular é de que "santo" é alguém que, tendo obtido um altíssimo grau de bondade, perfeição e virtude, nem precisa passar pelo Purgatório, onde supostamente se "purificaria" dos pecados veniais(7). Outrossim, esta "teologia popular" da santificação avança no imaginário do povo com o conceito de beatificação até se chegar à canonização. São mais duas idéias não encontradas no Novo Testamento. Graças a Deus, o ensino bíblico é suficientemente iluminado para não deixar dúvidas: "Santo é o que está reservado para Deus". O conceito de santidade (em hebraico kidshut) está ligado a objetos, eventos/datas, lugares e pessoas. A "Arca da Aliança" era chamada Aron haKodesh, ou seja, a Arca Santa, porque era um objeto reservado, exclusivo do culto a Deus; o Templo de Jerusalém era nomeado Beith haMikdash porque era um edifício de uso exclusivo de Javé e Seu Culto; o povo de Israel era Santo por ser uma nação separada para Deus; o Shabath, um Dia Santo porque nele só uma realidade interessa: fazê-lo diferente de todos os outros. Recorde-se do mandamento que regula: "Lembra-te de santificar o dia de Repouso". Aproveite e leia o restante que está em Êxodo 20.7 a 11. Assim sendo, quem são os "santos"? A resposta da Bíblia Sagrada é que são aqueles que pertencem a Jesus Cristo, aqueles que foram lavados e purificados pelo sangue de Jesus (não pelo batismo, o que não é ensino neotestamentário), aqueles que O receberam pela fé salvadora, outro nome para a fé-adesão, fé-compromisso, fé-levada-a-sério. A Bíblia chama a estes de "fiéis", "santos" e "santificados", entre outros significativos epítetos. Leia: 1Coríntios 1.1,2; 2Coríntios 1.1; Efésios 1.1; Filipenses 1.1; Colossenses 1.1,2. PERGUNTA 5 "Pois quando Deus disse em Levítico 19,1: ‘Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus sou santo’, Deus estava mandando seu povo ser santo ou demônio?" NOSSA RESPOSTA Deus estava ordenando Seu povo, e, por extensão, aos salvos e fiéis da Igreja de Jesus Cristo a serem diferentes, que é, sem dúvida, a melhor interpretação para o conceito teológico veterotestamentário expresso pela palavra Kadosh. Ser uma reserva especial para Deus e Jesus Cristo. A Primeira Carta de São Pedro (2.5)esclarece: Vós, também, como pedras vivas sede edificados sobre ele como casa espiritual, sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. PERGUNTA 6 "Os homens que seguem a Jesus Cristo, estão ou não estão no caminho da santidade? Ler: (I Coríntios 7,32-34)" NOSSA RESPOSTA Os verdadeiros discípulos já encontraram esse caminho como bênção inicial de sua vida cristã. Caminhar por Ele é um ato de entrega e de adesão. Ninguém é salvo por procuração ou representado por outra pessoa como se pratica.

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A Bíblia registra as palavras de Jesus Cristo em João 14.6: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Bíblia de Jerusalém). Os cristãos da Igreja do tempo dos apóstolos eram chamados de "os do Caminho". Quem segue a Jesus Cristo busca a vida de separação, vida de-fazer-diferença-neste-mundo, ou, para usar a palavra bíblica: de santidade. PERGUNTA 7 "Já que os que seguem a Jesus Cristo estão no caminho da santidade (para serem santos), será que nenhum homem chegou a alcançar essa santidade, chegou ou não chegou?" NOSSA RESPOSTA Santidade é separação deste mundo, já o vimos. Ao longo da História da Salvação(8), milhões têm experimentado a santidade como estilo e prática de vida. Nas ruas de qualquer cidade ou no campo, os santos estão andando e passando por nós. Eles nos encorajam a tudo suportar pelo amor de Cristo e de Seu reino. PERGUNTA 8 "Quantas Igrejas de Jesus Cristo existem, pois no Evangelho Jesus diz: ‘E eu te declaro: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.’ Ler: (Mateus 16,18), Jesus Cristo não disse no plural: "as minhas igrejas", Ele disse: a minha Igreja. Por que será então que existem tantas Igrejas?" NOSSA RESPOSTA A resposta da Pergunta 1 cobre, de certo modo, o alcance desta questão. A Igreja de Jesus Cristo, repetimos, não se identifica com uma Igreja nacional, um grupo local ou organização religiosa. Não tem um nome específico (Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Reformada, Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Igreja Presbiteriana do Brasil, Assembléia de Deus - Ministério de Belém, Igreja Batista Sião, Jovens com uma Missão, Missão Antioquia, etc, etc). A Igreja Cristo é supranacional, e atemporal; o Corpo Místico de Cristo se forma de todos os fiéis sem distinção de raça, cor, língua ou filiação cristã. Um alerta, entanto, se faz necessário: os chamados "fiéis", "santos", "salvos" são aquelas pessoas que, conduzidas pelo Espírito Santo ao Salvador (Espírito que, como ensina a Bíblia na tradução do Pe. Matos Soares, convence o mundo "quanto ao pecado, à justiça e ao juízo"(9), pela fé receberam o perdão para os seus pecados (o Novo Testamento usa para essa gloriosa realidade o termo justificação)(10). A Igreja Cristo, Seu Corpo Místico, não é qualquer Igreja nominal (que tem origem e organização humana, inclusive a Igreja Católica Apostólica Romana, cuja origem se prende à "conversão" de Constantino, apesar de a história oficial conta-la diferentemente. PERGUNTA 9 "O que Jesus queria dizer quando disse a Pedro: "Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado no céu e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" ?, e o que significa ligar e desligar?" NOSSA RESPOSTA

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O versículo mencionado se encontra no contexto de Mateus 16.13-20 que registra uma pesquisa conduzida por Jesus para saber qual a opinião popular em torno de Sua Pessoa. Os discípulos respondem que algumas pessoas entendiam que Jesus era João Batista, outros que seria Elias, o tesbita, outros, ainda, acreditavam que seria o profeta Jeremias ou talvez um outro dos inflamados pregadores da Antiga Aliança. O mesmo versículo aparece em 18.15-22 num contexto de disciplina e perdão no âmbito da igreja. Em João 20.23 em instruções que foram dadas aos apóstolos após a ressurreição, o mesmo ensino aparece ligeiramente modificado. Paulo em 1Coríntios 5.4,5 expõe um comentário sobre o mesmo tema. Ligar e desligar são termos técnicos rabínicos que significam "permitir" e "proibir" uma ação acerca da qual uma questão tenha sido levantada. Em Mateus 18.18, a ação de "ligar e desligar" tem a ver com a disciplina exercida pela igreja local, paroquial. 1Coríntios 5.4,5 reflete a excomunhão, exclusão da igreja para mortificação da natureza carnal. PERGUNTA 10" Baseado nesta observação: Pedro negou Jesus por três vezes antes de Jesus morrer. Porém quando Jesus ressuscitou; Jesus confirmou Pedro como primeiro pastor das suas ovelhas, também por três vezes. Ler: (João 21,15-17), agora me responda já que Pedro iria morrer um dia, e o seu lugar ficaria vago, o substituto de Pedro teria ou não teria o mesmo poder que Jesus outorgou a Pedro? Ler para comparar Atos 1,15-26, e responda". NOSSA RESPOSTA Cremos que será conveniente fazer uma exegese de João 21.15ss para entender porque Jesus fez por três vezes a pergunta "Simão, filho de João, amas-me?" para não se cair no pecado de ler o que não foi dito. O Mestre fez a indagação a Pedro utilizando um verbo e Pedro todo o tempo com outro. Jesus lhe perguntou: "Simão, filho de João, agaposme? ("Tu me amas de verdade?") Pedro responde: "Sim, Senhor, tu sabes que filote" (Tu sabes que eu tenho amizade por ti). Não é isso o que Jesus Cristo quer de Seus discípulos. Não tendo ficado satisfeito com a resposta de Simão Pedro, Jesus repete a pergunta. A palavra final do Mestre é "Apascenta as minhas ovelhas". Não há qualquer indicação (nem por inferência) a um primado de Pedro. Há, sim, uma dupla lição para os cristãos: É preciso que cada discípulo de Jesus Cristo tenha uma PAIXÃO pelo Senhor, pelo Seu reino, pela Sua Causa, pela Sua missão neste mundo ("agaposme?", "Amas-me verdadeiramente?"); É preciso que cada discípulo de Cristo tenha uma MISSÃO, que confiada à Igreja é repassada a cada um individualmente ("apascenta as minhas ovelhas"). Como louvamos a Deus por este e outros espíritos que, religiosos, porém confusos, são curiosos a respeito de sua fé! Como pedimos que a iluminação do Seu Santo Espírito revele a verdade eterna, salvadora, purificadora e santificadora. Que sejam como os bereanos que "de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas escrituras se estas coisas eram assim"(At 17.11). NOTAS (1) Graça: termo da Teologia que expressa o "o amor que não merecemos da parte de Deus ". Em Efésios 2.8, o apóstolo S. Paulo repassa o ensino vindo do Espírito Santo de que "Com efeito, é pela graça que vós sois salvos por meio da fé; e isto não depende de vós, é Dom de Deus. Isto não vem das obras, para que ninguém se

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orgulhe" (TEB - Tradução Ecumênica da Bíblia, SP, Edições Loyola com Recomendação de D. Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB). (2) Protestantes e Evangélicos são realidades distintas, como o prezado consulente deve ter conhecimento, embora a opinião popular e a mídia os confunda. (3) Assim o descreveu Jesus em João 4.23,24, e Paulo, apóstolo, em Romanos 12.1. (4) 45a ed. SP, Edições Paulinas, 1988. (5) Ou seja, faz algo de utilidade como um móvel ou prateleira, etc. (6) A lenha tem utilidade no uso doméstico (7) Ressalte-se que nem a idéia de um "purificatório" ou "purgatório" nem a de "pecados veniais" têm substância no ensino bíblico. (8) "História da Salvação" (Heilsgeschichte) é termo técnico para designar desde o evento cósmico e existencial chamado A Queda até o ministério salvador de Jesus Cristo e as conseqüentes implicações, até a Sua Parusia, a ressurreição final e a bem-aventurança eterna. (9) João 16.8. (10) Leia Romanos 5.1ss.

RELIGIÃO OU EVANGELHO?

"Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é Dom de Deus - não das obras para que ninguém se glorie." Ef. 2:8,9 Desejamos refletir a respeito de algumas práticas religiosas do passado e do presente, e compará-las com o evangelho de Jesus Cristo. Observamos que quando abrimos qualquer livro que aborde a religião dos antigos, ele ensina que estava essa religião muito mesclada com a superstição. No antigo Egito, consideravam no seu panteão muitos deuses. Havia deuses para todos os gostos; havia um centro de cultos na cidade de Heliópolis, a cidade do Sol. O próprio deus do Sol era Rá, razão porque alguns faraós se consideram "filho do sol", adotando o nome de Ramsés, palavra formada de Rá (sol) e Mses (filho). Animais eram cultuados, o crocodilo (alguns podem ser vistos mumificados em museus), que era considerado deus da água; o gato, deus da alegria e do amor; o chacal era o guarda dos túmulos e deus dos mortos; Seu nome entre os egípcios era Anúbis. E o touro também, o deus Ápis. Quando o povo de Israel estava no deserto, notando a ausência de Moisés que estava no alto do monte Sinai, o povo pediu a Arão que fizesse um bezerro de ouro, uma reprodução do deus Ápis. Em outras civilizações, encontraremos o mesmo fenômeno. Na Assíria e na Babilônia, cultuava-se a natureza. O Sol (Shamesh) era cultuado; e havia uma deusa para a noite, a Lua (Nanna). O céu era cultuado com o nome de Ass; o deus do ar era Enlil, da água, Enki. A Mãe-terra era chamada Ninhursg, e a rainha do céu, Innana. Aliás, Gênesis 1 é uma verdadeira canção marcial. Por isso, no relato da obra criada parece no verso 11, "E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente estava nele, sobre a terra. E assim foi" (1.11). Florestas, e campos eram cultuadas em Canaã como sendo a expressão da Mãe-natureza. O retorno à natureza era o grande desejo dos cananeus. No entanto, o Senhor está dizendo: "Vocês cultuam a natureza, mas Eu sou o Criador dessa natureza que vocês admitem como deuses".

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Mais adiante lemos: "Haja luminares". Eles eram cultuados, conforme vimos, no Egito, na Assíria, na Babilônia. Seres aquáticos foram cultuados: o peixe (na Filistia, Dagon), as aves (o íbis, no Egito). Em tudo Deus está dizendo, "Eu criei, enquanto vocês estão se dedicando a esses falsos deuses". Mas não é preciso ir ao passado. Hoje esse tipo de coisa acontece. Na Índia, o Hinduísmo ensina que a salvação se obtém através das boas obras. E uma pessoa vai realizando boas obras na sua presente vida e em outras do passado e do futuro de maneira a alcançar a purificar-se. Naquele país, ainda hoje existe o sistema de castas. A mais elevada é a dos brâmanes, os sacerdotes. Uma pessoa da casta dos sacerdotes não se casa com alguém de uma casta inferior. A seguinte é a dos militares, onde acontece o mesmo. Depois vem a dos comerciantes, e a dos agricultores, e por fim a dos "zé-ninguém", o pária, aquele cuja sombra tocando outra pessoa de casta acima, obriga-a a se purificar através de um banho porque ficou maculada pela sua sombra. No sistema hindu, se uma pessoa foi muito pecadora nesta vida, precisa cumprir a lei do Karma, tem que sofrer muito, e vai nascer numa casta inferior. Se era da casta militar, mas fez tanta coisa que não prestava nesta vida, tem que nascer numa casta inferior, como agricultor pôr exemplo. Mas fez tanto nessa outra condição que vai nascer como pária, e como pária foi tão ruim que pode nascer como um animal inferior. Por isso não matam animais. A TV Cultura mostrou o "Templo dos Ratos" alimentados com comida, com leite, e água levados pelas pessoas, que depois de bebida, e pisada pelos ratos é passada no corpo dos fiéis. Não é de admirar que na Índia haja uma explosão de epidemias por essa idéia que têm. Isso é hoje, e nem comem carne, porque a vaca, que é um animal sagrado, fica solta pelas ruas, atrapalhando, prejudicando o trânsito, mas ninguém tem a ousadia de matar uma vaca porque é considerada sagrada. Entre os nossos índios, ocorre o animismo, a idéia de que cada coisa tem o seu espírito. Existe o espirito das árvores, o espirito das águas, e o das nuvens, o espírito disso e daquilo. E cada pessoa que morre transforma-se num espírito vagante. Há uma cerimônia no Xingu chamada quarup, quando, todos os anos, derrubam uma grande árvore na da floresta de modo a ser cortada em vários pedaços que são pintados e enfeitados para a "dança do quarup" que, segundo eles, faz com que o espírito daquele que morreu se incorpore naquele pedaço de tronco. Dançam, choram e oferecem presentes pensando estar na alma do seu parente incorporado. Essa coisa está vindo para o nosso meio. O jornal está falando de uma psicóloga em Salvador que se intitula Xamã. E ela está trazendo o Xamanismo como meio de terapia. Xamanismo é feitiçaria, pois em algumas tribos o feiticeiro, o pajé é chamado xamã. Ë pajelança. Mulher preparada, ilustrada trazendo a feitiçaria?! UM INSTINTO RELIGIOSO. Que quer dizer tudo isso? Esses fatos nos dizem que há um instinto religioso na pessoa humana. Da mesma maneira que você tem o instinto de segurança, e o de alimentação, tem, igualmente, o instinto religioso que se encontra não só em cada pessoas individualmente falando, mas também em cada página da história. Por isso, Jesus disse: "Errais não conhecendo as Escrituras". E iam não somente atrás do crocodilo, atrás do peixe, ou atrás do trio elétrico, mas também atrás do xamanismo, porque pensam, sentem e querem algo que lhes satisfaça o instinto. E a religião é a expressão organizada desse instinto, razão porque o ser humano tem feito de tudo um deus: rãs, bois, sol, lua, árvores, etc. Isso quer dizer então, que todas as religiões

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sentem a mesma coisa, ou sejam elas primitivas ou altamente elaboradas. Todas são motivadas porque o ser humano necessita de Deus. O EVANGELHO Mas há algo diferente e especial no evangelho de Jesus Cristo: enquanto as religiões são motivadas pelo instinto religioso do ser humano o evangelho é motivado pelo amor de Deus. Que extraordinária diferença! Voltando à Escritura, encontramos o texto que diz "pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom [é presente que vem da parte] de Deus"( Ef. 2.8). O cristianismo tem suas raízes no conceito de salvação, o que significa que nada que você faça, nada, absolutamente nada lhe pode dar a salvação. Somente a graça de Deus pode salvar. É o que diz aqui: "Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é Dom de Deus" (Ef. 2.8). Que ensinam os outros sistemas religiosos? Todos dizem que você precisa fazer alguma coisa para obter a salvação. Há os que dizem que você precisa realizar boas obras. "fora da caridade, não há salvação", dizem eles. Mas a Bíblia diz "não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef. 2.9). Há os que dizem que vem através dos rituais, das rezas, das penitências. Está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos o discurso que Paulo fez diante dos intelectuais em Atenas, afina flor dainteligentzia ateniense. No meio do discurso ele citou, "Homens atenienses, em tudo vejo que sois muito religiosos. Pois passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO... Portanto, sendo nós geração de Deus, não havemos de pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam" (17: 22,23 a 29, 30). Então vejam o interesse do evangelho não é que os deuses sejam aplacador, não é que se façam doações, ou rituais pelos quais espíritos sejam tranqüilizados, mas quer você seja salvo dos seus pecados, razão porque é perfeitamente correta a afirmação "O Cristianismo é uma religião de redenção."

OS OBJETOS DA PAIXÃO

Lucas 24. 13-35

"Em seguida, os soldados do governador, conduzindo Jesus ao pretório, reuniram em torno dele toda a corte. E despindo-o, cobriram-no com um manto escarlate, e, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça. Na mão direita puseram um caniço e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! E, cuspindo nele, tiraram-lhe o caniço, e batiam-lhe com ele na cabeça. Depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe o manto, vestiram-lhe as suas vestes. E o levaram para ser crucificado" (Mt 27.27-31). A rotina da crucificação havia começado. O verso 26 declara que depois de todo o sofrimento moral de Jesus, Pilatos, o Governador romano, mandara açoitá-lo. Depois da prisão (Mt 26.47ss), depois da passagem pelo Superior Tribunal Judaico (vv. 57ss), depois da negação de um dos Seus discípulos (26.69ss), depois do questionamento pelo Governador (27.11ss), Jesus é entregue aos soldados romanos (vv. 26,27; Jo

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19.1-3). Agora é a vez dos soldados. Diz a Bíblia que Jesus foi despido e chicoteado (v. 28). Na realidade, foi flagelado. O flagelo ou açoite consistia de uma tira de couro largo com pedacinhos de osso e chumbo. Era comum o seu uso antes da crucificação de um condenado, quando o corpo ficava reduzido a uma só chaga. Alguns morriam durante a sessão de tortura; outros ficavam loucos, e poucos permaneciam conscientes. Pois Jesus foi entregue aos soldados, enquanto os últimos detalhes da malfadada pena eram preparados. Há no relato acima transcrito (Mt 27.27-31) alguns objetos que chamam a atenção: o manto real, a coroa real, o cetro real e a cruz. O REI ESCARNECIDO (Mt 27.27-31) O Manto Escarlate. João, em seu Evangelho, dá-nos o detalhe da flagelação, o que não é encontrado nos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Encontra-se em 19.1-3. Após a sessão de flagelação, foi Jesus entregue para ser cumprida a pena. Diz a narrativa que os soldados fizeram uma paródia de um rei ao vestirem-no com uma capa vermelha (tirada de um deles), ao colocarem na Sua cabeça uma coroa de espinhos, e ao lhe darem um pedaço de caniço como se fosse o cetro de um rei. Continua o texto por dizer que Pilatos chegou a ter um momento de consciência (v. 4), para logo depois sair trazendo Jesus com a coroa de espinhos e o manto escarlate a fim de apresentá-lo ao povo sedento de violência, de sangue, do castigo sobre alguém. A Coroa de Espinhos (v.29) O próprio Jesus já havia anteriormente falado em espinhos (Mt 7.16; Mc 4.7). Os galhos com espinhos eram largamente usados como cercas (como as nossas de arame farpado), e como combustível (nos fogões de lenha). Coroas, havia-as de todo tipo: de ramos de louro como símbolo de vitória entre os gregos e os romanos; havia coroas de ouro e de pedras preciosas. De espinhos, porém, só de brincadeira, brincadeira de mau gosto; de espinhos, só mesmo as de uma mascarada, como é o caso no episódio da prisão de Jesus. A coroa, o manto e caniço feito cetro eram simbólicos do reinado de Cristo, do Rei dos reis feito Servo Sofredor. Apontavam para o futuro reino (Ap 17.4), embora o significado óbvio e original da coroa de espinhos tivessem sido a evidência da crueldade, brutalidade e zombaria da soldadesca. Por outro lado, o significado figurado e profético da coroa de espinhos é o símbolo do ministério terreno de Jesus Cristo, representando, ainda o caráter do evangelho: a humildade, a contrição, o arrependimento e a servidão, ao tempo que de paz, vitória e poder. O SERVO SOFREDOR: A CRUZ (Lc 23.33-46) Relatam os historiadores que a crucificação teve sua origem entre os persas. Destes passou aos cartagineses (povo de Norte da África de origem fenícia) e deles para os gregos e romanos. Narra a história que Alexandre, o Grande, certa ocasião ordenou que cerca de dois mil habitantes de Tiro, na Fenícia, fossem crucificados. O governo romano a usava com os rebeldes, escravos fugidos e criminosos.

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O método da crucificação é retratado com clareza nos Evangelhos: o criminoso, já uma massa sangrenta por causa dos açoites, se resistisse era colocado na cruz para morrer de fome, sede, calor, fadiga e choque. Os que resistiam ficavam na cruz, às vezes, por dias, sujeitos à tortura das moscas e mosquitos nas feridas abertas e dos elementos: chuva, poeira, vento e Sol, além da dor física e moral. Foi isso o que Jesus sofreu por nós: dor e zombaria. O criminoso era levado pelo caminho mais longo de modo a ser visto pelo maior número de pessoas. Foi isso o que Jesus sofreu pelo ser humano. No entanto, a cruz significa a obra salvadora de Jesus Cristo. Paulo afirma que o evangelho da salvação é a palavra da cruz de acordo com 1Coríntios 1.18. NO GÓLGOTA, TRÊS CRUZES (Lc 23.33-46) A Cruz de Desprezo (v. 39). É a blasfêmia em pessoa o criminoso ao lado esquerdo de Jesus que se reúne às autoridades, aos soldados e ao povo que descrê de Jesus e dEle escarnece. A zombaria se centralizava nas afirmações feitas por Jesus e Sua aparente impotência na cruz. Usavam a glória de Cristo para fazer mofa, como já haviam zombado de Sua realeza. O General Booth, fundador do Exército da Salvação, expressou com muita propriedade, "é precisamente porque Cristo não quis descer que nEle cremos". A Cruz da Confiança (v. 42). O criminoso do Seu lado direito, o penitente, o arrependido, após recriminar o escárnio de seu companheiro, volta-se para Jesus numa atitude de fé, precisamente a atitude que torna possível a salvação. A Cruz do Perdão (v. 43). É a da redenção, da libertação. Observemos que Jesus não desceu da cruz, levando consigo o malfeitor arrependido. Não havia sentido em fugir à morte. Pelo contrário, a morte é apresentada sob uma nova luz, visto que é necessária para que se cumpra a promessa que fizera ao criminoso penitente. A morte não é uma derrota, mas experiência necessária para entrar na glória. Oh, cruz do perdão!... O verso 34 expressa, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". O perdão cristão é assombroso. Estevão também exclamou nos seus momentos finais, "Senhor, não lhes imputes este pecado"; Paulo instruiu os irmãos de Éfeso, "Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4.32). O perdão de Jesus aos Seus juízes e carrascos é, sem dúvida, impressionante. Ainda na cena da crucificação, a suprema lição de que nunca é demasiado tarde para vir a Cristo exemplificado pelo criminoso em seus momentos de agonia.

A DÚVIDA DE JOÃO.

De acordo com o dicionário Caldas Aulete, dúvida significa: "Incerteza, vacilação, hesitação da inteligência entre a afirmativa e a negativa de um fato, ou de um asserto, como verdadeiro". Mateus relata que "Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?" (Mt 11.2,3). Alguns intérpretes acham que não foi João Batista quem duvidou se Jesus era ou não era "aquele que estava para vir", mas tão somente os discípulos dele (de João).

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Ele os enviou a Cristo a fim de que a dúvida deles fosse dissipada. Contudo, essa não parece ser uma interpretação segura. A afirmação de Jesus, "Ide e anunciai a João" (Mt 11.4), confirma que era João mesmo quem tinha a dúvida. Em que consistia a dúvida de João? Os judeus tinham a idéia de que o reino vindouro do Messias seria um reino militarista, nacionalista e materialista. Os judeus pensavam que quando o Messias chegasse haveria de firmar-se como um grande Monarca, o qual haveria de libertá-los de toda a sua escravidão, e que elevaria os judeus acima de todos os demais povos, através do que se tornariam eles a raça conquistadora e proeminente. O próprio João Batista parece ter-se apoiado nesse conceito quando enviou seus discípulos para fazerem a Jesus a referida pergunta. É como se ele tivesse mandado dizer: "Eu sei tudo sobre esses milagres que tu fazes, mas quando terá lugar aquele grande acontecimento?". Jesus respondeu a João citando as Escrituras (Mt 11.4-6), como costumeiramente fazia. Em que sentido era alentadora esta resposta? Não é verdade que João Batista já sabia tudo isto (cf. Mt 11.2), e que o fato de o saber havia contribuído substancialmente para criar a dúvida? É verdade, porém, a forma de Jesus se expressar era nova. Era nova no sentido de que os amigos que informaram João dos milagres de Cristo não havia usado este tipo de formulação. Por outro lado, a mensagem na forma em que Jesus a expressou tinha um som conhecido. João devia recordar-se de certas predições proféticas; a saber, Isaías 35.5,6; 61.1. É como se Jesus dissesse ternamente a João: "Você se lembra destas profecias? Isto também foi predito acerca do Messias. E tudo isso está se cumprindo hoje em mim". A mensagem dirigida a João Batista termina com as palavras: "E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11.6). Ou seja, quem não permite que nada do que faço ou diga lhe sirva de laço, o induza a pecar. Ainda que seja correto o ponto de vista segundo o qual nesta admoestação Jesus estivesse repreendendo João, a repreensão (se é que houve) era tão terna que não eclipsava em nenhuma forma o amor do Senhor por seu discípulo momentaneamente confuso. Na verdade, considerada corretamente, a admoestação contém uma bem-aventurança. "Bem-aventurado é aquele que...". O Senhor trata tão ternamente a João como o fez com o cego de nascença, a mulher pega em adultério, Pedro, Tomé, etc. Em vista do modo em que Jesus imediatamente procede a elogiar João publicamente, e a repreender aqueles que vêem falta neste arauto e nAquele de quem ele deu testemunho (Mt 11.7-19), temos como certo que a mensagem de Jesus teve o efeito desejado em João. Porém, o que se destaca é a sabedoria e a ternura de Jesus, e isto tanto na mensagem de alento dirigida a João como no testemunho dado acerca de João.

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Unidade TEOLOGIA PASTORAL III

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1. TEOLOGIA PASTORAL

O pastor apascenta o rebanho de Deus, é o trabalho mais significante que um ser humano pode ter na face da terra. Subilime, porque diretamente é empregado de Deus. A seara é grande e poucos os ceifeiros. Deus precisa de homens na terra para zelar, cuidar e tratar das ovelhas. A primeira arma do pastor é saber a Bíblia por completo e, sobretudo, praticá-la, sabendo quais os objetivos, deveres e responsabilidades para com o rebanho e para com o Patrão (Deus). O pastor deve entender tudo sobre as diversas ramificações da Teologia Geral e Sistemática, porque para ensinar, deve primeiramente saber, além de um pastor é um evangelista. É importante que um pastor seja de carreira, tendo vivido vários meses em todos os departamentos e cargos da igreja ou que tenha feito um bom curso. Assim, irá saber reconhecer o problema de cada um, para apresentar a melhor solução. Para os seminaristas internos e outros que desejam o pastorado, é muito importante a fase de estágio e adaptação. Durante um curso, deve paralelamente auxiliar em tudo em alguma igreja, e mesmo depois de formado, deve passar por um estágio probatório. Nas igrejas pequenas, o pastor faz o papel de um governante geral: diretor administrativo e burocrático, diretor financeiro e pessoal, diretor de contabilidade, obras e serviços; além da administração espiritual, música, louvor, visita e assistência filantrópica, pregação e aconselhamento, batismo e santa ceia, oração e evangelismo e todos os demais departamentos. Nas igrejas grandes, pode e deve delegar poderes, mas deve supervisionar tudo. É bom ter pastor para grupo de 50 pessoas. Igreja com 500 membros, então 10 pastores, além de 20 evangelistas, 30 presbíteros e 40 diáconos e vários auxiliares diversos. Totais de 20% devem ser obreiros. Pastor é um cargo muito complicado e pesado, por isso ninguém deve ter presa de querer ocupar o cargo, sem ter ainda as devidas condições, causa um transtorno muito grande entre as ovelhas: trocam de pasto, desviam-se e a igreja, por completo, sofre as penas e conseqüências. A função e separação devem ser na hora certa, o futuro pastor pode e deve ser sincero diante da igreja, e declarar que ainda não recebeu o chamado de Deus, e que ainda não está preparado, tudo isso é melhor do que ocupar indevidamente um cargo. Quem tem a vocação, deve então fazer o curso e exercitar o dom a que foi chamado, e com urgência, porque poucos são os obreiros e não pode se acovardar. Toda igreja tem que ajudar o pastor a pastorear, mesmo ajudando, a coisa ainda é pesada, pois trabalha com vidas pregressas diferentes e personalidades diferentes de todas as escalas sociais. A igreja é uma convergência de idéias, para o pastor conduzir a todos na idéia de Cristo, O Cabeça. O pastor tem que fazer a maior ginástica para agradar a maioria, porque a todos é impossível. Sempre alguns irão ficar insatisfeitos, em determinados momentos. Depende de maturidade, tolerância e compreensão de todos. O neófito precisa de muito mais ajuda do rebanho e assessoria dos anciãos, embora com o presente curso a coisa melhore, e muito.

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O pastor deve levar uma vida familiar exemplar. A ética tem que ser invejável na conduta pessoal, no relacionamento com a igreja e com colegas. Em determinados dias, chega problema inteiro de uma família, é momento de conselho, personalidade e maturidade positiva. O pastor que não for letrado deve ter um co-pastor ou secretário muito eficiente, para preencher as lacunas burocráticas e ajudar na administração geral. Os problemas ministeriais sempre surgem, ninguém é perfeito ou infalível. Todos têm fraquezas e imperfeições. Pastor e rebanho, todos devem dar um pouco de si e se empenharem todos para dar certo, procurando o amadurecimento de cada um. A igreja deve em tudo obedecer ao pastor, este em tudo deve obedecer ao ministério central e convenções (Heb. 13:17). Digno é o obreiro de seu salário, se precisar e se a igreja tiver condições tem que pagar. Embora haja pastor que paga para seu pastor, ou porque é rico, já é aposentado ou ganha bem. Há pastor bom que é disputados por várias igrejas e ministérios e há pastor ruim, sem relações públicas e grosso, que deveria pagar caro para ser pastor e existem até aqueles que conseguem matar uma igreja rapidinho. A administração financeira é muito complicada, a igreja tem que ser produtiva, precisa e deve ser auto-suficiente para pagar o aluguel, água, luz, despesas gerais, salário e moradia pastoral. Pastor que não possui esse Dom e capacidade administrativa, já tem tudo para não ser um pastor e retornar para a liderança de outros, pois Deus não precisa, mas a sua obra precisa muito de dinheiro. O pastor tem que saber pedir e muito, mas com honestidade e sem enganos, para que a obra venha desdobrar-se em novas construções de templos, compras de som, bancadas, veículos para assistir os fiéis e aumento de programas evangélicos e outros gastos primordiais. Pode e deve convencer os membros a contribuir com valores alçados específicos, para determinados eventos separados dos dízimos. Descaracteriza muito um pastor o fechamento de um trabalho, por falta de dinheiro. A administração espiritual também é muito importante, o pastor tem que conduzir o povo a sempre fazer campanhas de oração para determinados fins especiais, como semana de: cura, libertação de cansaço psicológico e de opressão maligna, família, sentimental, prosperidade, problemas jurídicos, problemas com vizinhos ou no trabalho, etc. e estudo da palavra sobre: arrebatamento, pecado, céu e inferno, estudos sobre o papel e a atuação do Espírito Santo na vida de cada um e o significante e real valor do Sangue do Cordeiro Jesus, etc. e não pode ficar só envolvido com batalha espiritual sem a fundamentação, auto-estima e prosperidade financeira. O pastor tem que saber encher a igreja, pastor não pode ser fraco e medroso. Tem que ter grande poder de persuasão e convencimento, as ovelhas têm que sentir firmeza ouvindo a voz do pastor e recebendo o alimento, sob pena de fugir do pasto e mudar de rebanho (passar para uma igreja onde tem um pastor mais dinâmico e com mais poder e sabedoria). Pastor que não sabe conquistar e arrebanhar almas, não é querido, nem desejado por nenhum ministério. Sempre tem que ficar alegre e feliz, demonstrando muito bom humor. Pastor tem que querer ajuda e amar o apoio de todos e sempre lutar para ter muitos obreiros, ajudantes e auxiliares ao seu lado. Feliz é um pastor que fica o mês todo sem ministrar, só dividindo as oportunidades de ministrações com seus auxiliares. Pastor que gosta de fazer tudo sozinho, tende a ficar sozinho, pois os demais obreiros vão saindo de um para outro lugar, à procura de espaço e lugar onde possam exercitar seus dons. O pastor tem que ser festeiro, saber programar e dirigir um festa seja ao nível de cidade local ou regional. O povo gosta de festa, de contato e de se comunicar, principalmente os jovens. Em Israel, eram 3 festas anuais e o compromisso estava no coração e vinham de todos os países do mundo, e numa igreja, tem que ter ao menos 3 festas ao ano:

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Dos jovens,das irmãs e aniversário do templo, em intervalos em média, de 4 meses, para não ficar muito próximo uma dar outra e não cansar os membros intelectualmente e financeiramente e sempre aparecem irmãos de inúmeras denominações e visitantes de todas as partes da cidade e sempre rendem almas para Deus e a igreja sempre cresce quantitativamente (ex. tem irmãs que muda de sua igreja, sobre o argumento de que apenas tinha uma festa ao ano e a outra somente ficava procurando festa em todas as igrejas). Vinte por cento (20%) dos membros de uma igreja devem trabalhar na obra e ser, no possível, aproveitados na participação de um culto. Manter uma constante diretoria com 30% de pessoas sobre a quantidade de membros; por exemplo: se a igreja tiver 30 membros, 9 devem participar da diretoria; se tiver 100 membros, 30 devem pertencer à diretoria; se tiver 300 membros, 90 devem ser da diretoria, pois isso entrelaça e amarra todo esse povo com compromissos na igreja e evita visitações e saídas para outras igrejas, evita matar cultos e esfriar na fé, o povo têm que ter compromisso e responsabilidade com a igreja local. O dia que não houver culto no templo deve-se programar cultos nas casas de irmãos e até fixar ponto de culto como congregação e não deixar nenhum dia vago por semana, pois aquele irmão que é mais saído e fervoroso, fica tendo lugar para ele ir. Quando mais membros, mais deve ir criando cargos na diretoria, e desdobrando cargos. Ex. uma igreja relativamente pequena, com 80 membros, e que tinha um presidente e 8 vices, 6 diretores de evangelismos e missões, 12 irmãs encarregadas das visitas e 16 da oração etc., enfim, acampam todos os 80 membros e ainda alguns foram repetidos em vários cargos e todos prestavam relatórios mensais em reuniões dos obreiros e obreiras e todos ficam entrelaçados. E ainda em épocas de festas, formam várias comissões temporárias para levantamento de fundos, organização e recepções, divulgação e propaganda, convites, contatos, corrente de orações 24 horas etc. podem e devem ocorrer outras festas menores e sempre com intuitos evangelísticos, como no dia das crianças, das mães, dos pais, dos namorados, natal, aniversário do pastor, etc. Programar, dentro das limitações, sempre o melhor, em termos de cantores e ministradores e aplicar muito na mídia local e depois manter um atuante trabalho de visitação. A igreja tem que manter um programa diário de, no mínimo uma hora no melhor rádio da cidade e, aos domingos, duas horas para oferecer hinos para todos os membros. O povo é manhoso ou tem falta de afetividade e segurança e gosta de ser visitado e receber orações e a igreja deve ter um grupo e manter uma lista de visitações e orações domiciliares, no mínimo uma vez ao mês e há casas que, se não for à presença do próprio pastor, não resolve. Também o próprio pastor deve marcar presença na casa de todos os membros, se a igreja tiver até 50 membros, deve então visitar a casa de todos uma vez ao mês; se tiver de 50 a 100, uma vez em cada 2 meses, e acima, de 100 a 200, uma vez trimestralmente, e acima de 200, já tem que vários pastores auxiliares para mensalmente visitar os fiéis. O pastor deve amar muito o rebanho, sorrir para todos e nunca deixar transparecer nervos, ira, ódios, raiz de amargura e ressentimentos. Os problemas pessoais e familiares devem ser resolvidos dentro das 4 paredes e até mesmo os problemas de saúde devem ser secretos, para não repassar desânimo e desconfianças no poder da cura. As amizades solidificam os fiéis, no salão de festa da igreja devem ser feitos almoços aos domingos e feriados, com estudos e jogos bíblicos, antes e após. Cada um pode trazer os cereais e ingredientes de seu próprio sustento, ou rateio das despesas ou cobrir com o caixa da igreja. As entidades seculares (Rótary, Lions, Maçonaria e outras) têm suas confraternizações semanais, justamente para os membros não ficarem isolados e sempre fortalecer as amizades e atualizar as fofocas e, nós os evangélicos, devem entrelaçar-nos mais nesse sentido.

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A casa do pastor deve ser a casa de todos os fiéis, acolher a todos como se fosse, depois da igreja, o segundo ponto de descanso das ovelhas, lugar de confraternização e boas conversas. Não basta apenas a sabedoria bíblica e oratória eloqüente, ser pastor é ser muito mais, é ter uma palavra mansa e gostosa, é querer ajuntar e não espalhar, é ser humilde e não autoritário. O povo é carente e precisa de afetividade e carinho. Igreja vive é do povo, pois afinal precisa de entrada e de caixa para cobrir as despesas e avançar no campo. Muita gente, que não tem a mínima experiência com sustentação financeira de igreja, fica criticando que igreja é comércio e igual supermercado, mas a obra caminha é com dinheiro, pois tudo envolve dinheiro, e muito, para poder cobrir : aluguel do salão, construção do templo próprio, feira semanal para o pastor alimentar-se, pagamento de água e luz, sapatos todo mês para os obreiros que visitam a pés ou pneus, gasolina e manutenção para os que têm veículos. Quando chegar numa igreja já formada, tem que deixar claro que chegou para multiplicar a igreja e aumentar as oportunidades para todos os obreiros, demonstrar energia e vigor em fazer um templo maior, em construir novos templos, mapear a cidade e bairros e ter em mãos, locais das outras denominações, e estatísticas da população, para ver onde comporta outro templo. Se tiver 20 obreiros, argumentar que precisa de 40 ou 60; se tiver 3 pastores auxiliares, argumentar que precisa de 6 ou 9 e que em pouco serão consagrados mais e mais obreiros em geral, em todas as hierarquias e escalões de costume; que já está sentindo e enxergando talentos que precisavam exercitar suas capacidades; sempre procurar agradar a todos e pedir ajuda e opiniões para todos, o povo gosta de sentir-se valorizado. E aos poucos, depois de uns 90 dias, pode ir fazendo as modificações que se julgarem necessárias e sempre com respaldo do ministério ou da sede e nunca mexer de imediato naqueles membros que transparecerem ser os pilares e as colunas de fé, espiritual, moral ou financeira, “se mexer em determinados esteios, a casa pode ficar abalada e até cair”. Não negar consagrações e separações das hierarquias espirituais, para os que estão vivendo na graça, e possuem cultura secular de segundo grau ou faculdade (isso é muito ridículo e, infelizmente, em algumas regiões do Brasil, acontece com muita freqüência no meio evangélico, parece que determinados obreiros ficam com medo de perder a posição e o cargo e esquecem que a obra é de Deus e que devemos desejar o crescimento do próximo, para nós crescemos também e a obra ir-se multiplicando). É costume sempre, em mudança de pastor, perder 5% dos membros, pois desafeto sempre existiu (irmã ou irmão que não encarou a outra irmã ou outro irmão) e sempre existirá (ou mesmo aquelas pessoas que já estavam querendo mudar de igreja ou deixar de ser crentes e aproveitam a brecha da mudança do pastor antigo, para conseguir os intentos), contudo, por outro lado, sempre um pastor novo agrada novas pessoas, sejam elas já crentes ou não, e na reposição o novo pastor tem que trabalhar dobrado nos primeiros meses, para no meio do “sai e entra” não sair perdendo quantitativamente.

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2. PISOCLOGIA CRISTÃ OU PASTORAL Psicologia é a ciência que estuda a alma ou a personalidade, ou ciência do conhecimento do espírito, enfim, ciência do comportamento humano. A Psicologia está centrada no homem; a Palavra de Deus está centrada em Deus. Ao estudarmos a Palavra de Deus, descobrimos que homens e mulheres de Deus buscam sabedoria e conhecimento em ambos: a Palavra revelada e o mundo físico. Paulo ensina que todos nós somos responsáveis diante de Deus por causa da evidência que a criação dá de Sua existência. Isto posto, o teólogo tem que saber, pelo bom senso, captar o ambiente diversificado da igreja e ter um reflexo de pensamento rápido, quando estiver diante de um grupo com várias culturas e idades. O pastor tem que ser muito psicólogo, ou seja, “vivo”, “prudente”, perceber as coisas no ar, enxergar do lado de lá da parede. Ler e compreender os reflexos dos olhos e das faces das ovelhas. A psicologia divide-se em mais de quarenta ramos (educacional, político, social, industrial, religioso, aprendizagem etc.). Para nossa introdução, basta a individual e social. A individual estuda as relações de aceitação ou rejeição grupal. A social é o conjunto da individual e suas influências, reações e transformações. O ser humano normalmente é tímido, carente, sempre vive em falta de amor e afeto. O pastor e o obreiro em geral, principalmente nesses últimos dias do fim, de tribulação e de muitos problemas, têm então um campo muito grande para atuar e arrastar inúmeros para a fé. Temos que dialogar, conversar e valorizar o próximo e o Espírito Santo faz a obra. O homem natural, que está isolado de tudo e de todos, quando encontra um bom amigo, característica de todo o crente, então ele confia na mensagem que está recebendo, não sabendo que, afinal, irá se encontrar com Jesus, uma amizade ainda mais profunda. Temos as escolas Gestáltista, Psicanalítica e a Reflexológica e todas se concentram no campo da percepção humana. Delas, sempre recebemos ensinamentos de que não devemos julgar a ninguém pela primeira impressão. Temos a nosso favor os reflexos condicionais, conforme a escola de Ivan Pavlov. Freud também nos ensina que o comportamento é uma somatória de motivos ocultos e inconscientes. Sendo assim, nós, com desejo primeiramente de ganhar almas (tirando-as do inferno de fogo e sofrimento eterno e conduzido-as para sempre ao céu de felicidade e descanso glorioso), apresentamos remédios para todos os problemas e, com certeza, o ouvinte recebe, de uma forma ou de outra, a resolução de seus problemas. Todo crente é sábio, porque vive dominado pelo Espírito de Deus. Por isso é que as nossas palavras persuadem o próximo e surgem frutos. Determinadas igrejas, geralmente as ecléticas, usam muito, e às vezes apenas, o método psicológico e, por sinal, se saem muitas bem, opções do pastor ou do ministério e arrebanham grande quantidade de ovelhas e vão trabalhando por cima dessa causa e ao mesmo tempo discipulando , ensinando e firmando os tais na fé. Tocam na alma, nos problemas internos, nas angústias e estresses, nas depressões, no medo, no cansaço da lama, cansaço do pecado, medo da morte, temores da vida em geral, olho gordo, inveja, traumas, valorização pessoal, eliminação do azar e busca da sorte e felicidade, elevação da auto-estima e ensina a super os problemas e dar a volta por cima, ser cabeça e não cauda, e expulsar os espíritos que causam e provocam opressões e libertação de todo mal.

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E justamente, nesse tempo do fim, as pessoas precisam muito de erguer a cabeça e vencer os obstáculos e, afinal, apresentam Jesus e o Espírito Santo como o socorro bem presente nestes momentos e o único que pode ajudar a se livrarem e socorro bem presente nestes momentos e o único que pode ajudar as livrarem e socorrem e as pessoas ficam cheias e fortalecidas com o Espírito Santo e amigas, fãs e seguidoras incondicionais do Mestre Médico e Psicólogo Doutor Jesus e passam a amar os crentes, sentindo confiança e respeito mútuo, pois é o mesmo Espírito que opera em um, opera também no outro crente. O amor ágape (de Deus) é quem faz a diferença da Igreja com os grupos sociais, entidades sociais, de classe ou beneficentes; nestas entidades existem apenas os amores naturais que, por sua vez, podem ser invejosos, interesseiros e injustos e já nas igrejas o amor é perfeito. Há cultos que são verdadeiras clínicas terapeutas de auto-estima, cura interior e sentimental, pois fica o tempo todo ocupado com ministração de palavras de ordem e de elevação. Na verdade, foi o Senhor Jesus quem lançou o desafio, quando disse que eram para chegar a Ele todos os que estivessem cansados e oprimidos, que Ele os aliviaria, e principalmente, para esse princípio de dores que antecede a grande tribulação, o método está totalmente ajustado e eficiente e quase todas as igrejas estão se moldando na técnica, existem igrejas que, para colaborar e aperfeiçoar, até orientam grupos de mulheres e esposas dos pastores a fazerem psicologia, para trabalhar no departamento e gabinete, ajudando no aconselhamento. Um pastor que trabalha já há 5 ou 10 anos na prática pastoral e atendendo com conselhos em gabinete pastoral, na realidade já é um verdadeiro psicólogo prático, sobretudo porque tem o puro e sobrenatural bom senso e discernimento, que é o “espiritual”.

A nossa finalidade é proclamar o Evangelho de Jesus Cristo, pois é a mensagem que anuncia a forma como Deus oferece reconciliação com a humanidade, o perdão dos pecados e a vida eterna através do Senhor Jesus. Sendo assim, este curso é oferecido a todos(as), independente de religião ou nomenclatura de igreja, só Jesus Salva!.