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CURSO DE FISIOTERAPIA VALDIRENE FLORENTINO DA SILVA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA CUIABÁ, MT 2018

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CURSO DE FISIOTERAPIA

VALDIRENE FLORENTINO DA SILVA

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO

TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA

CUIABÁ, MT

2018

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VALDIRENE FLORENTINO DA SILVA

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO

TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à UNIC – Universidade de Cuiabá, como

requisito parcial para a obtenção do título de

graduado em fisioterapia.

Orientadora: Flavio Guidotti

CUIABÁ, MT

2018

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VALDIRENE FLORENTINO DA SILVA

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO

TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIC – Universidade de Cuiabá,

como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Flavio Guidotti.

Prof(ª). Patrícia Kishi

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Cuiabá-MT, de julho de 2018.

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Dedico este trabalho primeiramente à Deus por

nunca ter me deixado desistir mesmo diante

das maiores dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

A minha família por me incentivar ao termino deste curso. E a todos os

docentes desta instituição sem exceção, que contribuíram para conclusão deste

curso.

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''Com a fisioterapia procuramos

manter a vida em movimento''

Felipe sereno

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SILVA, Valdirene Florentino. Abordagem fisioterapêutico no tratamento da fibromialgia. 2018. 30 fls. Trabalho de Conclusão de Curso Fisioterapia – UNIC – Universidade de Cuiabá, Cuiabá - MT, 2018.

RESUMO

A fibromialgia trata-se de uma síndrome reumática cujos principais sintomas são dores crônicas e difusas, geralmente recebe tratamento medicamentoso. Existem alternativas que podem ser associados aos fármacos, como exercícios físicos e alguns estratégias fisioterapêuticas. O presente estudo tem como objetivo geral elaborar um relato a respeito da eficácia do tratamento fisioterapêutico no combate dos sintomas da fibromialgia a partir das pesquisas publicadas. O método de pesquisa utilizado para o desenvolvimento deste estudo foi à pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa descritiva. Conclui-se que a fisioterapia apresenta estratégias, tais como a TENS que associadas a exercícios físicos possibilitam redução dos sintomas da fibromialgia, reestabelecem as habilidades funcionais dos indivíduos permitindo que os mesmos retomem as atividades diárias pessoais e profissionais, e tenham mais qualidade de vida.

Palavras Chave:Fibromialgia. Tratamento medicamentoso. Fisioterapia. Exercícios físicos.

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SILVA, Valdirene Florentino. Physiotherapeutic approach in the treatment of fibromyalgia. 2018. 30 fls. Physical Therapy Course Conclusion - UNIC - University of Cuiabá, Cuiabá - MT, 2018.

ABSTRACT

Fibromyalgia is a rheumatic syndrome whose main symptoms are chronic and diffuse pains, usually receive drug treatment. There are alternatives that can be associated with drugs, such as physical exercises and some physiotherapeutic strategies. The present study has as general objective to elaborate a report on the effectiveness of the physiotherapeutic treatment in the combat of the symptoms of fibromyalgia from the published researches. The research method used for the development of this study was the bibliographical research with descriptive qualitative approach. It is concluded that physiotherapy presents strategies, such as TENS that associated with physical exercises make it possible to reduce the symptoms of fibromyalgia, reestablish the functional abilities of the individuals allowing them to resume personal and professional daily activities, and have a better quality of life.

Keywords: Fibromyalgia. Medicinal treatment. Physiotherapy. Physical exercises.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Fibromialgia (FM)

Organização Mundial de Saúde (OMS)

Scientific Eletronic Library Online (SCIELO)

Síndrome da fibromialgia (SFM)

Síndrome reumática (SR)

Síndrome Sensibilidade Central (SSC)

Sistema Inibidor de Dor (SID)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fibromialgia ................................................................................................ 14

Figura 2. Infográfico benefícios da caminhada .......................................................... 26

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1 A FIBROMIALGIA ................................................................................................. 13

1.1 FIBROMIALGIA: DIAGNÓSTICO ..................................................................... 15

1.2 FIBROMIALGIA: ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA. ......... 15

2 FISIOTERAPIA E A FIBROMIALGIA .................................................................... 19

3 FIBROMIALGIA E AS ESTRATÉGIAS FISIOTERAPÊUTICAS .......................... 23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 27

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28

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INTRODUÇÃO

Atualmente têm sido crescentes estudos voltados à fibromialgia (FM)

por ser uma doença crônica. O tratamento, na maioria das vezes é

medicamentoso sob orientações de um reumatologista ou neurologista, do qual

os mesmos também prescrevem a fisioterapia. Mas, existem tratamentos tão

eficazes quanto o medicamentoso que propiciam mais qualidade de vida ao

paciente acometido pela FM.

A temática abordada visou discutir a importância do profissional de

fisioterapia frente à população acometida pelo diagnóstico de FM. Diversos

estudos evidenciam que o tratamento geralmente visa o controle da dor, ao

gerar relaxamento e elevar a flexibilidade muscular.

Em relação ao diagnóstico da fibromialgia considera-se o mesmo

complexo, o indivíduo responde a inúmeros questionamentos que permite

caracterizar a dor e, muitos relatam dores abaixo do quadril e em ambos os

lados, cuja duração ultrapassa há três meses.

A FM é um problema de saúde cuja prevalência e incidência vem

aumentando a cada relevância acadêmica dessa discussão volta-se para a

atuação do fisioterapeuta.

A fibromialgia também denominada como síndrome reumática, cuja

maior prevalência está entre indivíduos do sexo feminino com idade entre 40 e

55 anos, atinge a musculatura e sítios dolorosos característicos de palpações.

Sabe-se que as causas da fibromialgia não estão definidas e podem

ser desencadeada por diversos fatores (físicos, psíquicos, sociais). Há

predisposição genética, tais como distúrbios neuroendócrinos e psicológicos,

bem como alterações no mecanismo de percepção da dor.

Problemas socioeconômicos, tais como: desemprego, baixa renda,

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baixa instrução, divórcio geralmente contribuem com deflagração dos sintomas

da síndrome reumática, principalmente entre os indivíduos do sexo feminino.

Os futuros profissionais de fisioterapia, ainda em formação, precisam

compreender a fibromialgia para que possam avaliar as sensações

desagradáveis advindas dos sintomas da dor e, assim propor estratégias que

proporcionem alívio e qualidade de vida aos pacientes.

O tratamento fisioterapêutico pode contribuir com a redução dos

sintomas dor advindo da fibromialgia?

Tem-se como objetivo geral elaborar um relato a respeito da eficácia do

tratamento fisioterapêutico no combate dos sintomas da fibromialgia a partir

das pesquisas publicadas. E como objetivos específicos descrever a

epidemiologia e fisiopatologia da síndrome reumática; averiguar as estratégias

propostas pela fisioterapia no tratamento da FM.

O método de pesquisa selecionado para o desenvolvimento desse

estudo foi a pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa descritiva.

Para a realização do levantamento bibliográfico recorreu-se a base de

dados eletrônicos tais como: Bireme, SCIELO, Lilacs, entre outras, a partir dos

seguintes descritores: fisioterapia, atuação do fisioterapeuta; tratamento

fisioterapêutico; fibromialgia. Restringiu-se o levantamento aos estudos

publicados nos últimos cinco (5) anos, entre 2012 a 2017.. A pesquisa será de

revisão bibliográfica; abordagem qualitativa; documental, e descritiva.

Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica, não haverá necessidade de

submetê-la ao comitê de ética e pesquisa com seres humanos, no entanto,

será respeitada a integridade intelectual dos autores citados, utilizados na

pesquisa, sendo também respeitados os princípios dos direitos autorais de

acordo com a lei nº 9.610/98 que regulamenta os direitos autorais no Brasil.

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1 A FIBROMIALGIA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2016), entre 2% a

8% da população mundial apresentam fibromialgia, cujos sintomas são dores

musculares generalizadas e em lugares específicos afligem pessoas

consideradas saudáveis. A FM é a segunda doença reumatológica mais

frequente, após a osteoartrite. A prevalência é de 2,5% na população, sendo a

maioria do sexo feminino (40,8%) 35 e 44 anos de idade.

A síndrome reumática nada mais é do que uma doença crônica que

causa dor generalizada pelo corpo. É muito mais comum em mulheres do que

em homens, principalmente na faixa etária de 20 a 50 anos de idade. Pode ser

causada por infecções virais, doenças autoimunes, por sedentarismo e

motivações genéticas, também está associada à fadiga, aos distúrbios do sono,

rigidez matinal, dispneia, ansiedade e alterações de humor (pode evoluir para

um quadro de depressivo). O paciente fibromialgico pode apresentar

dificuldade em desenvolver suas atividades rotineiras, como trabalhar, ou seja,

interfere negativamente no desempenho das atividades diárias e,

consequentemente, na qualidade de vida.

A síndrome reumática é uma síndrome clínica que se desponta

ocasionando dores no corpo inteiro, sendo de difícil definir se a dor é muscular

ou nas articulações. Muitos pacientes relatam que ocorpo todo doí, e ainda

sentem fadiga, escassez de memória, concentração, ansiedade, depressão,

dores de cabeça e tonturas (MARQUES et. al, 2016).

A dor é apenas um sintoma da FM, sendo necessário descobrir as

causas. Algumas ações podem deflagrar dor, como exemplo: mal

posicionamento diante da escrivaninha ou do computador; travesseiros

inadequados; dormir de mau jeito resulta em dores no pescoço e nas costas.

Se a dor for persistente e generalizada, com pouca ou nenhuma melhora, a

fibromialgia pode ser levada em consideração (PEREA, 2013).

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A FM tem como característica principal ador musculoesquelética difusa

e crônica. Os indivíduos ainda se queixam de: fadiga, distúrbios do sono,

rigidez matinal, parestesias de extremidades, sensação subjetiva de edema e

distúrbios cognitivos. Gerlamente está associada a outras comorbidades, que

elevam o o sofrimento e reduz a qualidade de vida. Dentre as comorbidades

associadas a síndrome reumática estão: a depressão, a ansiedade, a síndrome

da fadiga crônica, a síndrome miofascial, a síndrome do cólon irritável e a

síndrome uretral inespecífica (PEREA, 2013).

Segundo Marques et. al (2016), em 90% dos casos, a doença acomete

as mulheres, esse dado pode confundir um diagnóstico. Atualmente, a FM é

uma doença pertinente ao funcionamento do sistema nervoso central do qual

emite os sinais de dor, pode se dizer que além da dor, ela provoca outros

sintomas como fadiga, falta de disposição e alterações do sono. Acredita-se

que 2% a 3% das pessoas são acometidas pela doença, acomete mais

mulheres que homens e costuma surgir entre os 30 e 55 anos. Mas, existem

casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

Figura 1. Fibromialgia

Fonte: Provenza, 2004

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A FM abrange vários sinais e sintomas e podem ocorrer

simultaneamente. Todavia é confundida e pouco entendida já que vários dos

seus sintomas podem ser encontrados em outras doenças (PROVENZA,

2004).

1.1 FIBROMIALGIA: DIAGNÓSTICO

A principal manifestação clínica da fibromialgia é a dor sentida

principalmente nos músculos e/ou articulações, os indivíduos enfatizam que a

dor aflige todo o corpo, geralmente acompanhada de cansaço, problemas de

memorização e concentração, ansiedade, dormências, depressão, cefaleias,

tontura e alterações intestinais, além de apresentar elevada sensibilidade ao

toque e compressão de pontos nos corpos (PROVENZA, 2004, p.13).

Os indivíduos com FM possuem mais sensibilidade a dor do que

aqueles que não possuem. Pode-se dizer que o cérebro do indivíduo com SR

apresenta reação exagerada aos estímulos e ativa o sistema nervoso para

sentir mais dor. Acredita-se que a gravidade dos eventos, experiências

traumáticas (física ou psicológica) ou infecção grave podem causar a FM

(PROVENZA, 2004, p.13).

Segundo Arice (2014) o diagnóstico da síndrome reumática FM é feito

clinicamente (por meio da história dos sintomas e do exame físico) não existe

testes laboratoriais que possam atingir o diagnóstico, mas o médico pode

promover exames de sangue para que outras doenças, com sintomas e

características parecidos, sejam descartadas entre os possíveis diagnósticos.

1.2 FIBROMIALGIA: ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA.

Segundo Perea (2013) a etiologia da FM tem sido objeto de estudo da

atualidade bem como a terapêutica que se baseia em controlar os sintomas e

sinais. Porem, uma única diferença é que o paciente é tratado de maneira

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global, nos diferentes domínios afetados pela dor crônica. Com relação ao

tratamento fisioterapêutico, tem sido orientado o exercício terapêutico, o

exercício aeróbico, acupuntura, eletroterapia, termoterapia e a

hidrocinesioterapia.

Diversos estudos tais como Arice (2014); Santos, Pereira e Marcos

(2015); Marques et. al. (2016); caracterizam como etiologia preferencialmente

mulheres de meia idade, isso em ambos os sexos em qualquer idade, porém o

homem tem uma menor proporção. Os referidos autores concordam entre si

que 70 a 90% dos casos são do sexo feminino. Essa patologia inicia-se entre

12 e 45 anos e a média de idade está entre 35 a 40 anos, acredita-se que se

torna mais incomum depois dos 60 anos, quando os indivíduos apresentam

outras doenças como artrite.

Segundo Arice (2014) a FM é uma síndrome comum em que a pessoa

sente dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidades nas

articulações, músculos, tendões e outros tecidos moles. Assim, o índice de

pessoas portadoras desta síndrome tem aumentado anualmente, podendo ser

de difícil diagnostico poucas pessoas conhecem sobre essa doença, podendo

estar está associada à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão

e ansiedade.

Segundo Marques et. al. (2016), os sintomas mais comuns da

fibromialgia são: dores musculares generalizadas e intensas; rigidez muscular;

dores de cabeça; fadiga excessiva; sono desregulado; noites mal dormidas;

problemas cognitivos; ansiedade e síndrome das pernas inquietas (GASCHU et

al., 2001; LOGGIA et al., 2014).

A etiologia da síndrome reumática ainda não está totalmente

esclarecida, seu diagnóstico é bem subjetivo, entretanto o tratamento acha-se

em constante evolução. A prevalência varia entre 2 a 8% nos países

desenvolvidos, não há ainda tratamentos efetivos que combatam a doenças,

mas os existentes (medicamentosos, exercícios físicos, fisioterapia entre

outros) reduzem os sintomas e fornecem mais qualidade de vida ao indivíduo

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(MATSUTANI, 2003; RICCI, DIAS e DRIUSSO, 2010).

Em relação à fisiopatologia, existe a teoria de sensibilização central em

que se destaca a desregulação central das vias da dor. Alguns estudos

sustentam essa teoria por evidenciarem as áreas matriciais da dor, tais como:

córtex sensitivo motor, temporal, parietal e pré-frontal. Há ainda a probabilidade

de 8,5 vezes de o indivíduo apresentar a síndrome reumática quando existe

histórico de parentes de primeiro grau que com a doença (MATSUTANI, 2003;

FERREIRA, 2015).

A deflagração também ocorre por meio de marcadores genéticos da

COMT e, por diversas síndromes psiquiátricas (depressão, ansiedade, entre

outras). Pode ser mais prevalecente em pessoas com experiência de estresse

pós-traumático que altera a neuroplasticidade e resultar em SFM

(MATSUTANI, 2003; FERREIRA, 2015).

A fisiopatologia da SFM apresenta semelhanças com outras doenças,

examinando-se o fenótipo particular de um grupo amplo de doenças agrupadas

no que se denomina Síndrome Sensibilidade Central (SSC), o que inclui

doenças como: síndrome da fadiga crônica, dor pélvica crônica, endometriose,

cefaleias de tensão, dor lombar idiopática, cistite intersticial, estresse pós-

traumático, síndrome de dor miofascial, dismenorreia, síndrome das pernas

inquietas, etc.. Diversos fatores etiológicos e epidemiológicos associados à

SFM e a sensibilização central (LOGGIA et al., 2014; FERREIRA, 2015).

Estudos randomizados evidenciam ainda mudanças na resposta à dor,

bem como nos mecanismos de antecipação da dor e do alívio associado aos

mecanismos de recompensa e inflexão descendente da dor. Os indivíduos com

FM apresentam menor resposta a antecipação da dor no córtex, na zona

periaquedutal, no córtex pré-frontal dorsolateral, córtex insular frontal e

gânglios basais, zonas associadas na integração sensorial e cognitiva e

inflexão da dor; também evidenciam resposta menor a antecipação do alívio da

dor em diversas regiões, córtex motor, lobo parietal superior e córtex insular

(LOGGIA et al., 2014; FERREIRA, 2015).

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Outro estudo deduziu-se que a indução de inflexão inibitória

descendente da dor, a contração isométrica de um músculo até resultar em

fadiga muscular. Os indivíduos com SFM apresentam mecanismos

moduladores descendentes ampliam o limiar da dor como o reduz, a resposta é

um facilitador e um inibidor. A FM modifica os mecanismos de modulação da

dor (GE et al., 2012;CAGNIE et al., 2014).

Segundo Fernandes (2013) a fisiopatologia da FM reside sobre os

mesmos alicerces tão incertos e multicausais quanto a sua etiologia. Contudo,

a importância de fatores sociais, emocionais, familiares, podem ser fatores de

riscos para resposta aos estímulos dolorosos e do baixo nível de

condicionamento cardiovascular e de desempenho muscular, sendo essas as

mais evidenciadas hipóteses.

Finaliza-se o presente capítulo ressaltando que as contrafações do

metabolismo da serotonina implicam na redução da atividade do Sistema

Inibidor de Dor (SID), e pode ocasionar uma resposta dolorosa aos estímulos

ou mesmo na manifestação de dor espontânea.

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2 FISIOTERAPIA E A FIBROMIALGIA

A fisioterapia, enquanto profissão foi inserida no Brasil em 1969, até

então era considerada uma especialidade paramédica que visava à reabilitação

e preparação de indivíduos lesionados para as atividades diárias. As

resoluções do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

(COFFITO) n. 08/1978 e n. 80/1987, entre os anos de 70 e 80 (século XX),

forneceram novas atribuições aos fisioterapeutas, exaltando a fisioterapia como

ciência aplicada, focado no movimento humano e todas as suas expressões e

potencialidade, a fim de preservar, desenvolver e restaurar a integridade de

sistema, órgão ou função (LIMA, 2013; FRANÇA et al., 2012).

Enquanto ciência, a fisioterapia visa promover a recuperação e preservar

a funcionalidade, reduzindo complicações. A Associação de Medicina Intensiva

Brasileira (AMIB) estabeleceu regras de condutas dos fisioterapeutas em

unidades de terapia intensiva, com recomendações para recuperação do

condicionamento físico e declínio funcional. As recomendações atendem as

prescrições com execução de atividades físicas e mobilizações realizadas pelo

fisioterapeuta com base em seu diagnóstico (FRANÇA et al., 2012; LIMA,

2013).

Nos últimos anos a fisioterapia vem se destacando no tratamento da

FM, devido a crescente melhora em seus resultados e de efeitos colaterais,

através de treinamentos muscular do assoalho pélvico que auxilia no

fechamento uretral o, melhorando os sintomas da perda de urina, através do

fortalecimento da musculatura pélvica e um relaxamento da musculatura sob

tensão. A fisioterapia além de promover a saúde e qualidade de vida através da

reabilitação também trabalha perante a promoção da saúde das mulheres

idosas (FERNANDES, 2011).

A SFM apesar de ainda não haver um tratamento eficaz, o

medicamentoso pode contribuir com a diminuição dos sintomas dolorosos e

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melhorar o sono, bem como a realização regular de atividades físicas que além

de fortalecer a musculatura, melhor as funções cardiovasculares, o

relaxamento pode combater a tensão muscular. Ou seja, a junção do

tratamento medicamentoso com atividade física e fisioterapia pode diminuir os

sintomas da SFM.

Estudos demonstram que atuação do profissional fisioterapeuta é

necessário pois desempenham m papel essencial e totalmente indispensável

na assistência à pacientes portadores de fibromialgia. Sabe-se que é a partir de

uma assistência de qualidade iniciada pode estar evitando dores e melhorando

qualidade de vida (CALDAS, 2010).

Segundo Caldas (2010) uma das melhores maneiras de se começar

um tratamento e com uma detalhada avaliação e pode ser realizada de 2 a 4

vezes por semana e o tratamento deve ser direcionado para o alívio dos

sintomas que o indivíduo apresenta, o tratamento de fisioterapia pode ser feito

com: exercícios de alongamento que melhoram a mobilidade e flexibilidade

muscular; hidroterapia; massagem corporal para relaxar a musculatura e

combater a fadiga; aplicação de equipamentos de eletroterapia (TENS ou

biofeedback) reduzem os pontos dolorosos e melhoram a circulação local.

A fisioterapia é importante no tratamento da síndrome reumática

porque ela ajuda a controlar sintomas como dor, cansaço e distúrbios do sono,

promovendo o relaxamento e o aumento da flexibilidade muscular. As

atividades físicas são consideradas benéficas no tratamento da FM, no entanto,

ainda não se sabe quais exercícios aliviam os sintomas primários dessa

síndrome, no caso a dor (MINHOTO, 2009).

As estratégias fisioterapêuticas são de relevância na redução dos

impactos e sintomas da fibromialgia dos indivíduos, auxiliam na melhora da

capacidade funcional e na qualidade de vida. Também contribui com a redução

e controla dor e diminuição dos outros sintomas que provocam os sintomas

(BRESSAN et al., 2008; ARICE, 2014).

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Os exercícios aeróbicos também trazem benefícios aos indivíduos,

apesar da dificuldade de se mensurá-los, pois tais exercícios podem ser

realizados de varias maneiras (caminhada, natação, bicicleta, jogos, etc.) a

duração varia de oito a vinte e quatro semanas, a intensidade com que são

realizados também os tornam mais eficazes. Programas de condicionamento

físico, alongamento e fortalecimento muscular aplicados em pacientes com

fibromialgia podem ser benéficos. Dentre os quais redução da fadiga e bem

estar, pois elevam a capacidade aeróbica. Até mesmo o treinamento de força,

quando bem aplicado pode dar bons resultados BRESSAN et al., 2008; ARICE,

2014).

A intensidade da dor acaba por dificultar as atividades rotineiras como

o trabalho, e ainda altera a qualidade de vida dos indivíduos com FM, os

exercícios físicos auxiliam na redução dos impactos da fibromialgia.

Segundo Caldas (2010) a fisioterapia reduz a dor e eleva as

habilidades funcionais do indivíduo, além dos métodos tradicionais de

fisioterapia, a associação com outros tratamentos podem aliviar a dor e

melhora a qualidade, tais como: acupuntura, hidroterapia, pilates e homeopatia.

Os programas de exercícios físicos promovem os maiores ganhos na

diminuição do impacto dos sintomas da síndrome reumática na vida dos

pacientes. O tipo, a intensidade e a duração desses programas são variados,

dificultando a sua comparação. Os exercícios de baixa intensidade, ou aqueles

em que o paciente é capaz de identificar o limite de seu esforço e dor, parecem

ser os mais efetivos. Além disso, a aderência aos programas de exercícios é a

melhor maneira de se prolongarem os ganhos terapêuticos (DI BENEDETTO;

VINHAS; MAGALHÃES, 2008; CALDAS, 2010).

Os exercícios físicos quando praticados regularmente podem reduzir a

sensação de dor, alguém de fortalecer o tônus muscular e diminuir os

distúrbios de sono ao liberar endorfinas no sistema nervoso central (SNC) o

que resulta em sensação de conforto e bem estar. Os exercícios físicos quando

associados ao tratamento medicamentoso e a fisioterapia, ainda que leves e

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elevados gradativamente, auxiliam na redução dos sintomas das dores

resultantes da fibromialgia (DI BENEDETTO, VINHAS e MAGALHÃES, 2008;

CALDAS, 2010).

Os exercícios físicos devem ser realizados de forma moderada,

devendo ser evitado os de alta intensidade que possam aumentar as dores e a

fadiga. Um programa adequado EF associado à fisioterapia pode atenuar as

dores e a fadiga oriundas da FM, devendo ser regular (MINHOTO, 2009;

CALDAS, 2010).

Marques et al. (2002) destacou em sua revisão de literatura os

benefícios dos exercícios aeróbicos Os exercícios aeróbicos (caminhada de

baixa intensidade) realizada três vezes por semana, com aumento da carga de

maneira gradativa oferece mais benefícios.

A fisioterapia alivia os sintomas, principalmente a dor, além disso,

permite que o indivíduo com SFM possa realizar atividades físicas diárias e

tenha mais qualidade de vida.

Na sequência apresentam-se algumas técnicas de fisioterápicas que

podem ser aplicados aos indivíduos com síndrome reumática e, assim

melhorarem o controle da dor, elevar a manutenção das habilidades e

funcionais e qualidade de vida do mesmo em âmbito pessoal quanto

profissional.

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3 FIBROMIALGIA E AS ESTRATÉGIAS FISIOTERAPÊUTICAS

Como já se mencionou a fibromialgia trata-se de uma doença crônica

não articular que apresenta dor difusa pelo corpo, entre os sintomas está a

fadiga muscular, distúrbio do sono, depressão e problemas cognitivos, os

podem diminuir a funcionalidade e a capacidade de trabalho e a qualidade de

vida (GÜR, 2006; RICCI, DIAS e DRIUSSO 2010).

Devido às características da SFM o tratamento deve ser interdisciplinar

com intervenções físicas, medicamentosa, cognitivo comportamental e

educacional. A fisioterapia apresenta algumas estratégias que podem ser

aplicadas, tais como: hidroterapia, eletrotermofototerapia, relaxamento,

massoterapia, acupuntura e outros.

Estudos demonstram a eficácia dos exercícios aeróbicos na melhoria

da funcionalidade física e redução da dor nos SFM. Enquanto os treinamentos

de força e flexibilidade moderados, as acupunturas e a eletroacupuntura

também possibilitam diminuição da dor aos indivíduos da síndrome reumática

(BUSCH et al., 2007; RICCI, DIAS e DRIUSSO, 2010).

A fisioterapia pode promover alívio dos sintomas dolorosos da SFM por

meio de algumas estratégias, tais como: alongamento, condicionamento

cardiovascular, eletrotermofototerapia, estimulação elétrica nervosa

transcutânea, entre outros. O condicionamento físico é essencial, pois o

encurtamento do músculo pode gerar desequilíbrio e instabilidade nas

articulações, o alongamento possibilita que o músculo recupere seu

comprimento de forma a manter o alinhamento postural correto, a estabilidade

articular, assegurando a integridade e a função muscular.

A terapêutica indicada aos pacientes com fibromialgia visa a diminuição

dos sintomas, daí a relevância da fisioterapia, pois permite o controle da dor,

elevação e manutenção das habilidades funcionais dos indivíduos em âmbito

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residencial e trabalho (MARQUES et al., 2002)

A fisioterapia faz amplo uso da eletrotermofototerapia em desordens

osteomioarticulares, porém sem especificidade quanto à SFM. Também tem

sido usada em programa de reabilitação para aliviar a dor. Resultando em

amplitude de movimento, força muscular, diminuição da dor, resistência física,

elevação das habilidades funcionais (OTTAWA PANEL, 2004; RICCI, DIAS e

DRIUSSO, 2010).

Acredita-se que a eletrotermofototerapia pode ser benéfica aos

indivíduos com síndrome reumática, além das vantagens por ser uma

intervenção não invasiva e célere com poucos efeitos adversos,

contraindicações, em relação ao tratamento medicamentoso que reduzem os

sintomas, mas o uso desse recurso deve ser aplicado por um profissional

especializado e visitas periódicas do paciente ao local da intervenção

(OTTAWA PANEL, 2004; RICCI, DIAS e DRIUSSO, 2010).

Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) se fundamenta no

trabalho desenvolvido por Melzack e Wall que teorizou a ativação de axônios

mielinizados de grande diâmetro na periferia, elevando a intensidade de

inibição que age nas células T na medula espinal através de substância

gelatinosa, pode produzir dados sensitivos a partir de aferentes de baixo limiar

que dificulta a excitabilidade das células T por meio das células SG (GASCHU

et al, 2007).

A TENS alivia a dor durante a aplicação e depois, libera endorfinas que

são produzidas por glândulas pituitárias que influencia na modulação da dor. A

forma como a TENS modula a dor ainda não está totalmente esclarecido, seu

uso pode distorcer o funcionamento do sistema nervoso e intervir em algum de

seus inputs, pois as fibras αβ-mielinizadas fornecem caminho para TENS

(GASCHU et al, 2007).

A estimulação das fibras αβ-mielinizadas de célere condução

podecoibir a entrada incitação da dor conduzida pelas fibras C, não mielinizada

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de condução lenta, antes que a incitação dolorosa caminhe até a medula

espinhal. A TENS em baixa frequência agiliza a elevação dos níveis de

endorfina no líquido cérebro espinhal (OTTAWA PANEL, 2004; GASCHU et al,

2007).

O fármaco naloxone pode reverter à analgesia promovida pela TENS

de baixa frequência, pois essa estratégia fisioterapêutica libera opiaceos

endógenos, numa baixa frequência de 1 a 20 Hz, para dores crônicas indica-se

15Hz, acredita-se que TENS de baixa intensidade e alta frequência alivia a dor

ao incitar os mecanismos de comporta (OTTAWA PANEL, 2004; GASCHU et

al, 2007).

Os exercícios físicos auxiliam significativamente no tratamento da

síndrome reumática, principalmente o alongamento que recupera os músculos

encurtados ao alongar as cadeias mais comprometidas, com melhorias como

diminuição da dor, agilidade na execução das atividades rotineiras e qualidade

de vida (VALIM, 2006; BRESSAN et al., 2008; CABRAL, SOUSA e RAYDAN,

2013).

Estudos controlados demonstraram que exercícios aeróbicos

beneficiam o organismo assim como o alongamento e relaxamento muscular,

particularmente aos indivíduos com SR. O uso de esteira fornece

condicionamento físico, como diferença significativa no sono e rigidez dos

indivíduos tratados com alongamento muscular. Ou seja, os estudos

demonstram que o condicionamento físico e os alongamentos melhoria a

aptidão física, a força muscular, e a qualidade de vida, principalmente dos

indivíduos com SFM(RICHARDS, SCOTT, 2002; BRESSAN et al., 2008;

CABRAL, SOUSA e RAYDAN, 2013).

Segundo Valim (2006) salienta que o alongamento e o

condicionamento físico beneficiam o organismo, melhora o sono e a rigidez,

além de reduzir os impactos nocivos da SR na qualidade de vida do indivíduo,

mas também promove melhorias sociais e emocionais. Recomenda-se a

intervenção multidisciplinar aos indivíduos que apresentam SFM.

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Os resultados alcançados, segundo Valim (2006), foram obtidos em

condições experimentais que possibilitaram sugerir o alongamento muscular

como uma estratégia fisioterápica para reduzir os impactos negativos da SFM

na qualidade de vida dos indivíduos, pois melhora o sono e a rigidez. Enquanto

o condicionamento físico não apresentou mudanças significativas depois do

tratamento. Necessita-se de novos estudos que evidenciem a eficiência dos

alongamentos e condicionamento físico no tratamento da SR.

A fisioterapia apresenta recursos e estratégias que podem ser

aplicadas no tratamento da SR, aliviando os sintomas da dor e melhorando a

qualidade de vida dos mesmos.

Figura 2. Infográfico benefícios da caminhada

Fonte: https://www.pinterest.es/pin/360569513910866250/

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A FM é uma síndrome reumática de etiologia desconhecida, cuja maior

prevalência ocorre na população do sexo feminino, apresenta sintomas

musculoesqueléticos, com dor crônica e difusa, além de sítios específicos de

dor.

Além do tratamento medicamentoso, a fisioterapia associado a

exercícios físicos podem promover melhorias essenciais ao indivíduo, como

recuperação dos músculos encurtados, habilidades funcionais, entre outras que

possibilitam mais qualidade de vida.

Os estudos analisados evidenciaram que a TENS associada ao

alongamento muscular possibilita melhorias tais como: diminuição das dores,

aumento da flexibilidade, execução das atividades diárias e melhoria da

qualidade de vida (pessoal e profissional).

Conclui-se que a fisioterapia associada a um tratamento muldisciplinar

(medicamentoso e exercicios físicos), por reduzir a dor e outros sintomas, além

de restabelecer a capacidade física. Neste contexto o papel do fisioterapeuta é

essencial, para tanto, necessita conhecer a síndrome de FM a fim de propor

estratégias fisioterapêuticas benéficas.

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