curso de engenharia de produÇÃo melhorias no...
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CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MELHORIAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO EM
LINHAS DE MÓDULOS AUTOMOTIVOS
Eduardo Armellini Ramos
Mariana Missio de Faria
Samuel Mansano da Silva
Campinas – São Paulo – Brasil
2013
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Campinas
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MELHORIAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO EM
LINHAS DE MÓDULOS AUTOMOTIVOS
Eduardo Armellini Ramos
Mariana Missio de Faria
Samuel Mansano da Silva
Monografia apresentada à disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia de
Produção da Universidade São Francisco, sob a
orientação do Prof. Ms. Helton Salles, como
exigência parcial para conclusão do curso de
graduação.
Orientador : Prof. Ms. Helton Salles
Campinas – São Paulo – Brasil
2013
iii
MELHORIAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO EM
LINHAS DE MÓDULOS AUTOMOTIVOS
Eduardo Armellini Ramos
Mariana Missio de Faria
Samuel Mansano da Silva
Monografia defendida e aprovada em 03 de Dezembro de 2013 pela
Banca Examinadora assim constituída:
Prof. Ms. Helton Salles de Oliveira
USF – Universidade São Francisco – Campinas / SP.
Prof Emilio Gruneberg Boog
USF – Universidade São Francisco – Campinas / SP.
Prof. Dra. Annete Silva Faesarela
USF – Universidade São Francisco – Campinas / SP.
iv
“Mas, se desejarmos fortemente o melhor e,
principalmente, lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo,
e não do tamanho da minha altura”.
Carlos Drummond de Andrade
v
Agradecimentos
Eduardo
Agradeço a todos que participaram desta breve jornada e gostaria de lembrá-los que as
mais longas caminhadas começaram com um simples passo.
Este é o meu primeiro passo.
Mariana
A Deus, pela luz e proteção nos momentos difíceis, fazendo deles apenas degraus para
crescer e chegar à vitória.
Aos meus pais, Angela e Jeferson , os quais sempre souberam me educar e dar amor, por
sempre estarem me incentivando e confiando em mim, pelos seus essenciais ensinamentos
e dedicação integra, preocupando-se comigo nos momentos de dificuldade e vibrando com
minhas conquistas. Às minhas irmãs, Dominique e Monizze , por me encorajarem a seguir
em frente e fortificar o tripé de amor, apoio e dedicação que nos envolve.
Ao meu tio Luiz Carlos , que me espelha e me mostra que o conhecimento nos enobrece e
nos abre caminhos para novas experiências.
Ao meu querido avô, Mauro Missio , que me mostrou as primeiras ferramentas da fé e
perseverança, rezando e torcendo por mim.
Samuel
Agradeço a Deus, pelo discernimento no momento das escolhas mais difíceis. Aos meus
pais, pelo sopro de vida, pelo apoio e incentivo. A minha irmã, Brenda , a qual me fez seu
espelho, motivo pelo qual sempre busquei o correto e o melhor. Aos meus colegas e
professores que participaram de mais uma etapa em minha vida.
Agradecemos ao professor e orientador Helton Salles, pela orientação na concretização e
desenvolvimento deste trabalho e acima de tudo por abrir novos horizontes e transmitir os
segredos desta árdua caminhada.
vi
Sumário
Resumo ............................................ ................................................................................... ix
Abstract .......................................... ...................................................................................... x
1 Introdução ........................................ .............................................................................. 1
1.1 Contextualização................................................................................................. 1
1.2 Características da empresa ................................................................................ 1
1.3 Caracterização da situação problema ................................................................. 3
1.4 Objetivos ............................................................................................................. 3
1.5 Justificativas ........................................................................................................ 3
2 Revisão Bibliográfica ........................... ............................................................................ 5
2.1 O sistema de produção enxuta............................................................................ 5
2.2 Lean Manufacturing - Fundamentos .................................................................... 5
2.2.1 JIT (Just in Time) ............................................................................. 5
2.2.2 Cinco Princípios do Lean Manufacturing .......................................... 7
2.2.3 Sete desperdícios ............................................................................. 8
2.3 Indicadores ....................................................................................................... 11
2.3.1 OEE ............................................................................................... 11
2.3.1.1 Cálculo do OEE ............................................................... 11
2.3.2 Lead Time ...................................................................................... 14
2.4 Brainstorming - "Tempestade de ideias" ........................................................... 15
2.5 5's ..................................................................................................................... 15
2.6 Sistema de Gerenciamento da Produção .......................................................... 16
2.7 Balanced Scorecard .......................................................................................... 17
3 Metodologia ....................................... .......................................................................... 19
3.1 Coleta de dados ................................................................................................ 19
4 Resultados obtidos ................................ ..................................................................... 20
4.1 Análise e caracterização da situação problema ................................................ 20
4.2 Soluções e implementações (plano de ações) .................................................. 27
4.2.1 Armazenagem de peças ................................................................. 27
4.2.2 Adaptações dos carrinhos .............................................................. 29
vii
4.2.3 Layout ............................................................................................ 30
4.2.3.1 Implementação novo layout ............................................. 32
4.2.4 Fluxo de abastecimento.................................................................. 33
4.3 Base de indicadores .......................................................................................... 34
4.3.1 Tempo de parada de abastecimento x Custos ................................ 34
4.3.2 Scorecard ....................................................................................... 37
4.3.3 Auxílios Visuais .............................................................................. 38
4.4 Considerações finais ......................................................................................... 38
4.5 Relato de desvios.............................................................................................. 38
4.6 Soluções futuras ............................................................................................... 39
5 Referências Bibliográficas ...................... ....................................................................... 40
viii
Lista de Siglas
BCA Benteler Componentes Automotives
BEA Benteler Estamparia Automotiva
OEE
GM
IHM
FIFO
PCP
Overall Equipament Efficient
General Motors
Interface Homem – Máquina
Firs In – First Out (Primeiro a entrar / Primeiro a sair)
Planejamento e Controle da Produção
ix
Ramos, Eduardo Armellini; Faria, Mariana Missio de; Silva, Samuel Mansano da, aplicação
da ferramenta Kaizen através do conceito Lean Manufaturing. Campinas, 2013. Trabalho de
Conclusão de Curso da graduação de Engenharia de Produção da Universidade São
Francisco de Campinas.
RESUMO
O Lean Manufacturing classifica-se como um conjunto de inovações organizacionais que a
empresa Japonesa Toyota começou a desenvolver na metade da década de 1940
(JUNQUEIRA et al. 2004), tendo como seu criador o engenheiro da Toyota, Sr. Taiichi
Ohno, e seus colaboradores. O objetivo principal do Lean Manufaturing reside na busca da
melhoria contínua dos processos produtivos, visando à eliminação de desperdícios e a
criação de valor. Tal técnica de gestão permite a otimização dos mais diversos resultados
através de uma análise profunda de processos, planejamento eficaz e envolvimento de
pessoas-chave.
Juntamente com metodologia Kaizen é possível discorrer sobre várias questões que
asseguram a melhoria dos processos produtivos de uma organização.
Percebe-se que as bases de uma produção enxuta estão diretamente atreladas às bases da
metodologia Kaizen, com o propósito de se estabelecer os principais parâmetros de
melhorias.
Os resultados obtidos com a implementação do Lean Manufacturing e Kaizen são de caráter
extremamente prático, de fácil apuração e visualização, levando a empresa ao aumento de
produtividade, aumento da capacidade produtiva, diminuição significativa de estoques,
melhoria no atendimento de prazos de entrega, diminuição de custos e liberação de
espaços.
Palavras-chave: Kaizen, Lean Manufacturing, melhoria contínua, produtividade, processo.
x
Ramos, Eduardo Armellini; Faria, Mariana of Missio; Silva, Samuel Mansano da,
implementation of Kaizen through Lean Manufaturing concept. Campinas, 2013. Labor
Course Completion Graduation Production Engineering from University São Francisco of
Campinas.
ABSTRACT
Lean Manufacturing is classified as a set of organizational innovations that the Japanese
company Toyota began developing in the mid-1940s (JUNQUEIRA et al. 2004), having as its
creator Toyota engineer, Taiichi Ohno, and colleagues. The main goal of Lean Manufacturing
lies in continuous improvement of production processes, aimed at eliminating waste and
creating value. This management technique enables the optimization of the various results
through a thorough analysis of processes, effective planning and involvement of key people.
Along with Kaizen methodology it is possible to discuss various issues that ensure the
improvement of production processes of an organization.
Realize that the foundations of lean production are directly linked to the bases of the Kaizen
methodology, in order to establish the benchmarks for improvements.
The results obtained with the implementation of Lean Manufacturing and Kaizen are
extremely practical, with an easy calculation and visualization, and they lead the company to
increase productivity, to increase production capacity, significant reduction of inventories, to
improved care delivery, to decrease costs and to free spaces.
Key words: Kaizen, Lean Manufacturing, continuous improvement, productivity, process.
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
O abastecimento das linhas de montagem de módulos automotivos é um processo
de controle e organização para a eficiência do desenvolvimento produtivo, que visa à
diminuição de perdas e aumento da produtividade.
Os módulos são formados por componentes automotivos, sendo parte de um
processo de montagem em que um conjunto de operações são individualmente efetuadas
de forma manual, com o auxílio de ferramentas, tais como manipuladores para peças
grandes que constituem o produto, parafusadeira, ponteadeira, entre outras.
As peças produzidas são basicamente feitas por aço, recebendo, algumas delas,
tratamento térmico e, outras, uma camada de pintura para sua conservação. Os módulos se
compõem de acordo com o modelo a ser produzido. Algumas peças são produzidas dentro
de processos internos da empresa, seja por estamparia, usinagem ou tratamento térmico, e
outras são recebidas pelo fornecedor.
Neste trabalho, apresentaremos as ferramentas de Kaizen e Lean Manufacturing,
como forma de melhorar e agilizar o processo de montagem de módulos automotivos,
utilizando situações vividas na prática, com o objetivo reduzir custos e tempo de produção.
1.2 Características da empresa
Este trabalho de conclusão pertence a uma das plantas da Benteler Automotive,
localizada em Campinas-SP, sendo uma empresa global. Sob a realização da gestão
estratégica, Benteler International AG, a empresa operacional está organizada em três
divisões de negócios juridicamente independentes Benteler Automotive, Benteler Aço/Tubo
e Benteler na Benteler Distribution Deutschland GmbH.
Benteler Automotive desenvolve e produz produtos inovadores - sempre com foco
em segurança, meio ambiente e eficiência. Atua como um fornecedor de serviço completo,
que serve praticamente a todos os principais fabricantes de automóveis do mundo, com
soluções orientadas para o cliente dentro de uma ampla gama de produtos e serviços.
2
Alguns dos produtos são: Chassis Grupo de Produtos: Componentes de chassis
leves feitos de uma grande variedade de metais e materiais com partes não metálicas;
Módulos de Grupo de Produtos: Tudo a partir de uma única fonte: a montagem sobre total
responsabilidade por sistemas de integração de módulos de alta complexidade para
exteriores e interiores de veículos; Estruturas de Grupo de Produtos: Componentes leves de
alta resistência para veículos seguros e leves componentes de alumínio para carros, Motor e
Sistema de exaustão de gases e grupos de produtos: Soluções para todos os aspectos de
motores, bem como componentes e módulos com grande potencial de diminuição de
tamanho; Engenharia Benteler e Serviços de grupos de produtos: Desenvolvimento de
componentes individuais até ao nível do módulo - a partir do conceito fase de testes para
apoiar a produção em série; Benteler Engenharia Mecânica Grupo de Produtos:
Desenvolvimento e comercialização de conceitos inovadores para máquinas e instalações
em arquitetônico, vidro automotivo e solar, e para sistemas ópticos de medição 3-D.
Benteler Defesa da Unidade de Negócios
• Desenvolvimento e produção de soluções de proteção adequados a uma ampla
variedade de clientes e segmentos de mercado.
Joint Venture Benteler-SGL Automotive Compósitos
• Conceitos de materiais compósitos leves e inovadores para construção e
personalização de soluções.
A planta localizada em Campinas possui quatro unidades de negócios, divididas em
duas plantas: BCA (Benteler Componentes Automotivos) e BEA (Benteler Estamparia
Automotiva). A planta BCA é composta por processos diversificados de produção, tais como
solda, hidroformação e montagem de módulos automotivos.
Figura 1. Logo da empresa Benteler
Fonte: Benteler Automotive, 2013
3
1.3 Caracterização da situação problema
Atualmente, a linha de montagem de módulos automotivos GM da planta
Componentes possui ineficiências em seu abastecimento, gerando alto índice de paradas
não programadas na linha e impactando diretamente nos dados de OEE e lead time.
1.4 Objetivos
O objetivo do projeto é o estudo minucioso da sistemática de funcionamento de
uma linha de produção e seu respectivo sistema de abastecimento a fim de identificar
ineficiências, suas possíveis causas e apontar soluções, tais como a redução de estoque,
abastecimento com conceito Just-in-time, entre outros sistemas que se referem ao
armazenamento e abastecimento enxutos.
Prevenir interrupções na linha de produção otimizando os procedimentos de
abastecimento, contemplando uma série de padronizações para que se obtenha o melhor
rendimento produtivo. Além disso, como objetivos gerais, temos:
• Diminuir gastos (refugo, paradas);
• Diminuir em 30% o tempo de parada;
• Diminuir ineficiência;
• Aumento valor agregado;
1.5 Justificativas
Na busca por competitividade, as indústrias estão aplicando, cada vez mais,
ferramentas e conceitos a fim de reduzir os desperdícios em seus processos produtivos. Um
dos principais causadores da elevação dos custos de uma empresa são as ineficiências
existentes em seus processos internos. Nesse aspecto, encontram-se oportunidades para
melhorias e otimização dos processos. Em geral, a otimização de todos os segmentos
ligados direta ou indiretamente a uma linha de produção resulta na melhoria da qualidade,
redução de custos e desperdícios em geral, consequente aumentando o valor agregado.
Recentemente, as segmentações ligadas à logística passaram a receber mais
atenção no quesito respeito a transporte, armazenamento, estoque, abastecimento, e este
será o foco principal do projeto.
O trabalho será dividido da seguinte maneira:
4
Definição do Problema: Nesta seção, é realizada uma descrição da empresa, dos
processos a serem analisados e do objetivo do trabalho.
Levantamento das Deficiências do Sistema: Aqui são apresentados todos os
problemas encontrados no sistema de abastecimento e algumas possíveis causas e
consequências.
Propostas de Melhorias: São apresentados os objetivos, os fatores críticos responsáveis
pela maioria das operações do sistema de abastecimento das linhas de montagem da
empresa e as propostas para a resolução dos problemas listados anteriormente, além de
alguns tópicos teóricos e técnicas relevantes.
Conclusão: Nesta fase são reunidos os resultados obtidos com as propostas
implementadas e o andamento das mesmas.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 O sistema de Produção Enxuta
O Sistema de Produção Enxuta é baseado principalmente no Sistema Toyota de
Produção (em inglês: Toyota Production System, sigla TPS), que tem como objetivo
principal a busca pela eficiência produtiva por meio da redução dos desperdícios. O TPS
tem sua origem no período pós-guerra, momento importante da história a qual as fábricas
japonesas necessitavam de uma rápida reestruturação. Os nomes ligados à criação do TPS
são, em sua maioria, de integrantes da família Toyoda, entre eles, o do fundador da
empresa, Sakichi Toyoda, seu filho Kiichiro Toyoda, o primo Eji Toyoda e o chefe de
engenharia, o chinês Taiicho Ohno (WOMACK, JONES, ROOS, 1992). A base do conceito
de Produção Enxuta está consolidada no Just in Time, que determina o processamento em
períodos específicos, de forma que a matéria-prima e o produto devam chegar aos seus
destinos na quantidade e no tempo corretos (SHINGO, 1996). O sistema Just in Time inicia
sua cadeia de operações verificando as necessidades e expectativas do cliente final e, antes
de qualquer processamento fabril, é realizada a venda do produto. Isso resulta no sistema
puxado. O método implica em uma brusca redução de estoques, porém ele exige uma
cadeia de fornecedores engajados no atendimento específico de seus clientes, na
freqüência e na quantidade corretas de peças a serem entregues.
2.2 Lean Manufacturing – Fundamentos
2.2.1 JIT (Just in Time )
O Just In Time surgiu na Toyota Motor Company em função da busca por um
sistema de administração da produção que proporcionasse a coordenação da produção com
demandas específicas de diferentes modelos e configurações de veículos.
O sistema Kanban, como ficou conhecido no Ocidente, na qual a produção é
“puxada” a partir da quantidade demandada, é resultado da produção apenas de itens
necessários, na quantidade necessária e no momento necessário. Contudo, o Just In Time é
muito mais do que uma técnica ou um conjunto de técnicas de administração da produção,
6
sendo considerado uma filosofia completa, a qual inclui aspectos de administração de
materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização do trabalho e
gestão de recursos humanos (WOMACK, JONES, ROOS, 1992).
O sistema Just In Time atua na redução dos estoques, mecanismo que tende a
camuflar diversas ineficiências de um processo produtivo, tais como: problemas de
qualidade, uma vez que o estoque permite a continuidade entre os processos, tornando-os
independentes em entre si; problemas com equipamentos, por exemplo, quando uma
máquina para devido a problemas de manutenção, os estágios subseqüentes não são
interrompidos por causa do estoque em processo (work in process), situação em que
também se verifica a independência entre os processos; problemas por preparação de
máquina devido à necessidade de trocas de ferramental para o processamento de peças de
modelos diferentes, gerando a necessidade do rateio dos custos em função das máquinas
paradas em grandes lotes de produção, esses executados antecipadamente à demanda. A
redução dos estoques possibilita a visualização de problemas para que estes sejam
eliminados por meio de esforços priorizados e concentrados. A filosofia Just In Time prioriza
o fluxo de produção, de maneira que os produtos fluam de forma suave e contínua nos
diversas etapas do processo produtivo e, conforme citado anteriormente, quando se “puxa”
a produção, há a garantia de que os recursos e equipamento serão utilizados no momento
certo. Tal ponto nos remete à necessidade de uma demanda razoavelmente estável e uma
faixa de produtos consideravelmente estreita (CORRÊA, GIANESI, 1993).
O conceito de fazer o certo na primeira tentativa remete, à mão-de-obra da
produção, a “responsabilidade” pela qualidade segundo a filosofia Just in Time, sendo este o
responsável direto pelo manuseio dos produtos, possuindo os requisitos necessários para
que sejam atingidos os níveis de qualidade. Aos setores de mão-de-obra indireta, como
gestores e engenharia, cabe o papel de suporte técnico sofisticado, aos operários, atribui-se
a identificação de problemas e, aos especialistas determina-se o papel de facilitadores para
a resolução de problemas, os quais sempre são resolvidos em conjunto.
A organização e a limpeza são premissas dadas como fundamentais para que se
atinjam os objetivos da filosofia Just in Time, a limpeza induz à disciplina, fator importante
para o sucesso da filosofia na companhia.
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2.2.2 Cinco princípios do Lean Manufacturing
O termo “Lean Thinking” (Mentalidade enxuta) foi criado por James Womack e
Daniel Jones a fim de definir um conceito de negócios baseado no Sistema Toyota de
Produção, que busca a análise sistemática da cadeia produtiva identificando desperdícios e
operações que agregam valor aos produtos para o cliente final. O desenvolvimento do
conceito de Lean Manufacturing está ligado à capacidade de atender às expectativas do
cliente, no momento específico, com custos cada vez menores, níveis de qualidade cada
vez melhores, lead times menores e rentabilidades aceitáveis (SHINGO, 1996). Os 5
princípios do Lean são:
• Valor: A definição do que é valor em um determinado sistema produtivo é originado
a partir do cliente, sendo que este define previamente diretrizes relacionadas à sua
expectativa. As expectativas e necessidades do cliente geram valor e as empresas
definem formas de atender tais requisitos buscando sempre manter seus níveis de
competitividade através da melhoria contínua de seus processos, visando à redução
de custos e atendimento dos níveis máximos de qualidades;
• Fluxo de valor: A criação de valor depende da análise dos processos a fim de
identificar o fluxo de valor. Para tal, separa-se a cadeia produtiva realizando um
mapeamento desta em três categorias distintas, sendo: os processos que de fato
agregam valor ao produto; processos que não agregam valor, porém, são
importantes para o processo e os processos que não agregam valor ao produto e
deve ser eliminados;
• Fluxo contínuo: O conceito de fluidez também deve ser explorado e os processos
ligados à cadeia produtiva devem seguir um fluxo contínuo Assim observa-se a
redução de tempos de ciclo na concepção de produtos, processamentos e estoques;
• Produção puxada: A inversão do fluxo produtivo é quase o ápice da aplicação dos
conceitos de Lean Manufacturing, uma vez que quem determina a produção é o
cliente final, resultando na produção puxada, principal fator para reduzir de estoques
e agregar valor ao produto;
• Perfeição: O último conceito do pensamento Lean é a perfeição, fator que deve
nortear todos os processos da empresa, visando sempre agregar o máximo de valor
ao produto.
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2.2.3 Sete desperdícios
A aplicação do Lean Manufacturing está diretamente ligada à identificação e
eliminação dos desperdícios que podem ser encontrados nos sistemas produtivos
assumindo diversos formatos, como materiais, estoques, documentos, movimentos,
infraestrutura, utilidades e outras atividades que não agregam valor ao produto.
Os sete desperdícios (clássicos) foram definidos por Taiichi Ohno, chefe de
engenharia da Toyota em 1943, sendo: Defeitos, Superprodução, Tempo de Espera,
Transporte, Movimentação, Super processamento e Estoque (CORRÊA, GIANESI, 1993).
1. Defeitos: Consiste no processamento e reprocessamento de produtos defeituosos.
Principais causas:
• Especificações incorretas;
• Processo incapaz de atender especificações;
• Falta de controles no processo;
Uma definição clássica de qualidade é “fazer o certo na primeira oportunidade”, ou
seja, excluindo-se processos de inspeção e de re-processamento devem-se obter produtos
dentro dos padrões pré-estabelecidos. Produzir produtos defeituosos significa desperdiçar
materiais, disponibilidade de mão-de-obra, disponibilidade de equipamentos, movimentação
de materiais defeituosos, armazenagem de produtos defeituosos, inspeção de produtos,
entre outros.
2. Excesso de produção ou Superprodução: Consiste em produzir mais do que o
necessário, mais rápido do que o necessário ou ainda produzir sem necessidade.
Principais causas:
• Planejamento ineficiente da produção;
• Aumento de capacidade produtiva do equipamento;
• Desequilíbrios na linha de produção
A superprodução além de acarretar custos de armazenamento devido à criação de
estoques pode ainda suprimir uma série de outras ineficiências no processo. Um processo
enxuto produz somente o que é necessário e no momento certo, tornando a produção
sincronizada à demanda.
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3. Espera: Compreende ociosidade humana e/ou de equipamentos;
Principais causas:
• Processos ou linhas desbalanceadas;
• Atrasos ou faltas de matérias/equipamentos;
• Superdimensionamento de equipe;
Os desperdícios ligados à espera resultam em ociosidade de recursos, sejam
humanos ou equipamentos, que são obrigados a esperar em virtude da falta de insumos,
instrumentos ou outros recursos, como informações, por exemplo.
4. Transporte: Consiste na movimentação desnecessária de produtos, matérias-primas,
equipamentos e pessoas;
Principais causas:
• Fluxo de materiais ineficiente;
• Layout de equipamentos inapropriado;
• Fornecedores distantes da produção;
Pode ocorrer quando há transportes desnecessários de um local para outro, seja de
produtos, matérias-primas ou pessoas. Encaradas como desperdícios de tempo e recursos,
as atividades de transporte devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo, através da
elaboração de arranjos físicos adequados, redução de estoque com consequente redução
de movimentação (SHINGO, 1996).
5. Movimentação: Consiste em movimentações desnecessárias na realização de um
determinado processo;
Principais causas:
• Posto de trabalho desorganizado;
• Fluxo de trabalho não definido;
• Operações realizadas de forma desordenada;
Geralmente ligado à movimentação de pessoas ocorre principalmente por
ineficiências em layoutss, local de trabalho desorganizado, dentre outro fatores. A economia
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de movimentos aumenta a produtividade e reduz os tempos associados ao processo
produtivo.
6. Processamento inapropriado ou super processamento: Consistem em
processamentos desnecessários realizados por pessoas ou máquinas.
Principais causas:
• Qualidade excessiva;
• Análise inadequada de valor;
• Instruções de trabalho ineficientes;
Ocorrem por etapas realizadas que não aumentam a qualidade produto ou ainda
etapas que os clientes não necessitam. Para que se evitem movimentos desnecessários, é
preciso o estudo das metodologias de engenharia e análise de valor, buscando a redução
do número de componentes ou operações necessários à confecção de determinado
produto.
7. Estoque: Consiste no excesso de estoque de produtos acabados ou matérias primas.
Também pode ser relacionado ao estoque de peças formado durante o processo
produtivo (work in process).
Principais causas:
• Produção Excessiva
• Produção em grandes lotes;
• Tempo elevado entre o pedido e a entrega do produto (lead time);
A redução dos desperdícios de estoque deve ser feita através da eliminação das
causas geradoras da necessidade de manter estoques. Eliminando-se todos os outros
desperdícios, reduzem-se, por consequência, os desperdícios de estoque. Isto pode ser
feito reduzindo os tempos de preparação de máquinas e os lead times de produção,
sincronizando os fluxos de trabalho, reduzindo as flutuações de demanda, tornando as
máquinas confiáveis e garantindo a qualidade dos processos (CORRÊA, GIANESI, 1993).
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2.3 Indicadores
2.3.1 OEE
A sigla OEE, em inglês Overall Equipement Effective (Eficiência Global do
Equipamento), é um indicador desenvolvido pelo Instituto Japonês de Manutenção de Planta
e visa à medição do valor agregado ao produto durante o processo produtivo ou a eficiência
de determinado equipamento ao se realizar determinada tarefa.
O OEE é um produto calculado a partir de três fatores:
• Disponibilidade;
• Performance (desempenho);
• Qualidade;
O valor do produto é variável de 0 a 1 ou de 0 a 100% (SANTOS, 2007)
2.3.1.1 Cálculo do OEE
O cálculo do OEE é realizado com os fatores individuais, conforme citado
anteriormente e apresenta a utilização dos equipamentos.
• Cálculo de Disponibilidade:
O fator “Disponibilidade” é utilizado para mensurar paradas não programas. “Tempo
disponível” é o tempo do qual são debitadas as paradas programas e pode-se então realizar
uma operação. “Paradas não programas” são interrupções que acontecem em uma
operação devido a quebras, manutenção corretiva, falta de mão de obra.
Disponibilidade = Tempo total planejado - Downtime = Tempo efetivo de produção
Tempo total planejado
• Cálculo de Performance
O fator “Performance” é utilizado para mensurar as perdas em relação ao volume a
ser produzido em um período determinado. A performance de um processo está relacionada
a possíveis variações que possam ocorrer dentro do processo, e não por paradas não
programadas. Como exemplo, podemos citar necessidade de ajustes de equipamentos,
limpezas e variações no processo.
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Performance = Total Peças Produzidas
Total de peças programas
• Cálculo de Qualidade
O fator “Qualidade” é utilizado para mensurar as perdas em função da fabricação
de produtos defeituosos. Um processo de fabricação pode apresentar produtos em
discordância com os padrões estabelecidos, riscos, medidas não conforme.
Qualidade = Número Total de Peças OK
Total de peças produzidas
OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade
Exemplo numérico:
Figura 2. Exemplo numérico de OEE
Fonte: Benteler Automotive, 2012
OEE = 100 %
TEMPO PRODUTIVO 6 HORAS
PRODUÇÃO DESEJADA = 100 PEÇAS (16,6 Pçs/Hr)
PRODUÇÃO EFETIVA = 90 PEÇAS (15 Pçs/Hr)
PEÇAS PRODUZIDAS = 90
PEÇAS BOAS = 80
TEMPO TOTAL EXISTENTE 7 HORAS
1
HORA
DE
REFEIÇÃO
1 HORAS -
AJUSTE
DE
MÁQUINA
VARIAÇÃO
DE RÍTMO
– 10 PÇS
REJEITAD
AS
10 PÇS
TEMPO TOTAL EXISTENTE 8 HORAS
88 %
QUAL
90 %
PERF
86 %
DISP
OEE = 68% PERDAS DO OEE = 32%
13
Matematicamente temos:
OEE = 0,88 x 0,90 x 0,86 = 0,68 ou 68%
• Fatores de Influência do OEE:
Afeta o OEE?
Sim Não Fator OEE
SETUP x
Manutenção Planejada x
TPM/ Pit Stop x
Treinamentos/ Reuniões Rápidas x
Limpeza / 5S x
Quebra de Máquina x
Esperas x
Falta Material x
Falta de embalagem x
Ajustes x
Falta de funcionário x
Refeições x
Quebras em Geral x
Manutenções não planejadas x
Peças rejeitadas no fim da linha x
Performance do operador x
Trabalhos acíclicos que não estejam descritos no trabalho padronizado e no tempo BDT x
Quebra de Fluxo (fornecedor interno deixou de atender a linha) x
Preenchimento de documentação da linha x
Kanban atendido x
Sem programação x
Tabela 1. Fatores que influenciam OEE
Fonte: Benteler Automotive, 2010
Fatores do OEE
Qualidade
Disponibilidade
Performance
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2.3.2 Lead time
O Lead Time pode representar, por meio de uma medição de tempo, uma operação
desde a geração de um pedido de compras até a entrega do produto acabado ao cliente. Ele
é comumente relacionado à capacidade e agilidade de resposta ao cliente, ou seja, menor
tempo de processamento, custo mínimo e dentro das expectativas do cliente (TUBINO,
1999).
Outra definição aponta que o Lead Time se refere ao tempo de entrada de matéria-
prima até o momento em que está deixa os estoques como produto acabado (LAMBERT,
1998).
Acompanhando-se um processo produtivo podemos visualizar os diversos
componentes do Lead Time, conforme figura 3: tempo de espera, tempos de execução,
tempos de inspeção e tempos de abastecimento. O tempo de espera compreende o tempo
gasto com a programação da produção, espera por recursos. O tempo de execução
compreende o tempo necessário para o processamento da matéria-prima em produto
acabado. O tempo de inspeção é necessário para as devidas verificações do produto
conforme as especificações. O tempo de transporte é empregado nas movimentações do
produto segundo o roteiro pré-estabelecido (BITENCOURT, 2010).
Figura 3. Descrição de lead time com processos
Fonte: SAP Education Brazil, 2000.
15
2.4 Brainstorming – “Tempestade de ideias”
O Brainstorming foi desenvolvido por Alex Osborn, em 1939 e busca, na sinergia, o
compartilhamento de ideias e opiniões a respeito de uma situação-problema pré-
estabelecida. Para a criação das ideias, devem-se seguir etapas inerentes a sistemática,
sendo elas: encontrar os fatos; Gerar ideias e Buscar soluções. Geralmente, o brainstorming
é aplicado para problemas a quais não possuem uma solução óbvia e necessitam de ideias
para tal.
Através do Brainstorming, pretende-se romper paradigmas na abordagem das
questões. Espera-se liberar os membros da equipe de formalismos limitantes, que inibem a
criatividade e, portanto, reduzem as opções de soluções e meios. Busca-se encontrar a
diversidade de opiniões e ideias. Por estes motivos, talvez seja a técnica mais difícil de ser
utilizada, pois está mais centrada na habilidade e vontade das pessoas do que em recursos
gráficos ou matemáticos (OLIVEIRA, 1996).
2.5 5’s
O 5S, como é conhecido, surgiu no Japão em meados da década de 1950. Aplicado
na indústria, tem como objetivos principais evitar desperdícios, liberar espaço físico, facilitar
a utilização de recursos e execução de atividades. O Programa 5S é assim denominado
devido a primeira letra de cinco palavras japonesas: Seiri (utilização), Seiton (ordenação),
Seiso (limpeza), Seiketsu (higiene) e Shitsuke (autodisciplina), conforme tabela 2. O
programa visa mobilizar, motivar e conscientizar todas as pessoas da empresa para a
Qualidade Total, através da organização e da disciplina. (PETERSON, JIM, SMITH,
ROLAND, 1998)
A implementação da sistemática 5S resulta em maior produtividade, segurança,
motivação dos funcionários e clima organizacional agradável, contribuindo para a
competitividade da empresa. (IMAI,1992)
16
Denominação Conceito Objetivo particular
Português Japonês
Utilização Seiri Separar o necessário do
desnecessário
Eliminar do espaço de
trabalho o que seja
desnecessário
Ordenação Seiton Colocar as coisas em
seus devidos lugares
Organizar o espaço de
trabalho
Limpeza Seisō Limpar e zelar pelo
ambiente de trabalho
Melhorar o nível de
limpeza e higiene
Saúde Seiketsu Tornar saudável e
amigável o ambiente de
trabalho
Prevenir o aparecimento
de supérfluos e a
desordem
Autodisciplina Shitsuke Rotinizar e padronizar a
aplicação dos S
anteriores
Incentivar esforços de
aprimoramento
Tabela 2. Descrição 5’s
Fonte: Wikipedia, 2013
2.6 Sistema de Gerenciamento da Produção
O Sistema de Gerenciamento de Produção PCPMASTER, desenvolvido pela
empresa EGA Engenharia e Automação, apresenta-se como uma ferramenta extremamente
versátil, sendo capaz de efetuar medições em tempo real em máquinas e equipamentos,
possibilitando as devidas tomadas de decisão em função de impactos no sistema produtivo.
A geração e coleta dos dados são realizadas em sincronia, uma vez que é
disponibilizada uma IHM (Interface Homem Máquina), figura 4, que é acoplada à máquina, a
qual coleta os dados, independentemente da ação do operador e disponibiliza as
informações necessárias para o processamento de determinado produto, como número de
ordem de serviço, código do produto, código da operação, etc. Ainda por meio da IHM, o
operador pode informar motivos de paradas, quantidade/motivo da fabricação de produtos
defeituosos. (EGA, 2013)
17
Figura 4. IHM do sistema EGA
Fonte: www.ega.com.br, 2013
Na tela de Status On-line podemos acompanhar a situação real de cada
equipamento que utiliza sistema. Com extrema facilidade é possível visualizar máquinas
paradas e seus respectivos motivos e tempos de intervenção, operador atual da máquina,
quantidade de peças processadas, quantidade de produtos defeituosos, tendências, tempo
de ciclo, Disponibilidade, Performance, Qualidade (OEE). O sistema apresenta todos os
dados em forma gráfica, de acordo com o período e equipamento desejados.
2.7 Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, e tem
como principal objetivo relacionar indicadores financeiros e não-financeiros, este último
relacionado ao atendimento das expectativas do cliente, desenvolvimentos de processos e
conhecimentos internos, fatores importantes para saúde competitiva da empresa, Em outras
palavras, é possível mensurar o capital intangível da companhia. (MOTA, 2005).
Mediante a principal preocupação do corpo gerencial de uma companhia, o
acompanhamento e certificação de que os objetivos estratégicos sejam alcançados a
Balanced Scorecard apresenta-se como ferramenta de mensuração extremamente útil e
funcional, ao passo que consolida-se uma forte base a partir de dados mensurados
(PRADO, 2000)
A sistemática utilizada pelo Balanced Scorecard apresenta a interação das
informações de diversas áreas da empresa, proporcionando bases para as tomadas de
decisão e é formada basicamente por três grupos distintos: Estratégico, Operacional e
Organizacional.
18
Aplicado o Balanced Scorecard, pode-se apresentar a organização a partir de
quatro vertentes: a visão do cliente, dos processos internos, do aprendizado e crescimento e
do financeiro, conforme o quadro demonstra a seguir:
Indicadores
Financeiros
Medidas do Cliente Medidas de
aprendizado e
Crescimento
Medidas dos
Processos Internos
Retorno sobre o
investimento e valor
econômico agregado
Retenção dos
clientes; satisfação
dos clientes;
participação de
mercado, aquisição
de novos clientes
Satisfação dos
funcionários;
retenção de
funcionários;
lucratividade por
funcionário
Apuração dos custos
dos processos;
apuração do tempo
de processamento
das transações;
apuração da
qualidade do
processo
Tabela 3. Detalhamento das quatro vertentes do Balanced Scorecard
Fonte: Cassa de Oliveira, 2003
19
3 METODOLOGIA
A metodologia ilustra os passos para identificação de problemas e aponta métodos
para suas respectivas soluções. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de pesquisa, coleta
de dados e análise de casos.
Neste projeto, serão utilizadas metodologias qualitativas e quantitativas, visto que a
análise será feita com base em problemas com resultados visuais e de tempo.
Serão utilizadas técnicas como otimização de layout, identificação através de
métodos de trabalhos padronizados, abastecimento realizado em múltiplos conforme
processo de montagem e utilização do conceito Just-in-time que, na quantidade certa e no
momento certo, fazem com que a logística de abastecimento seja eficiente.
3.1 Coleta de dados
Primeiramente será definido um grupo com integrantes de diferentes áreas e serão
realizadas reuniões para análises e discussões sobre possíveis causas dos problemas
possivelmente encontrados durante o processo de abastecimento. O sistema EGA será
utilizado como base de coleta de dados para obtenção dos indicadores que afetavam
diretamente o problema em questão.
20
4 RESULTADOS OBTIDOS
Os resultados foram obtidos por meio de indicadores extraídos de documentos
internos da empresa, atualizados em tempo real ou periodicamente, de acordo com
variações nos processos produtivos.
4.1 Análise e caracterização da situação problema
Podemos verificar na figura 5 o layout atual da área de armazenamento de peças e
de carrinhos para o abastecimento na linha.
Figura 5. Layout com destaque das áreas para armazenamento das peças e carrinhos
Fonte: Os autores, 2013
Devido à quantidade de peças que chegam à embalagem do fornecedor seja
diferente da quantidade de peças que são enviadas ao cliente, tem-se a necessidade de
efetuar o Repacking (re-embalagem), onde os materiais são colocados em carrinhos
alternativos que comportam a mesma quantidade de itens da embalagem final. Este
processo de agrupamento é chamado de abastecimento por kit. O processo atual consiste,
como detalhado no diagrama de spaguetti (figura 6), na ação do operador logístico, que
transporta manualmente os carrinhos até o local de armazenamento de itens, e que realiza o
21
Repacking e desloca os carrinhos manualmente até a linha de produção. Há falta de
organização referente ao espaço utilizado para deixar os carrinhos, assim como o correto
posicionamento dos mesmos perante a linha de produção. É utilizada uma grande área
próxima à linha para o armazenamento de itens, porém os mesmos se encontram
desorganizados.
Figura 6. Layout com descrição de movimentação para abastecimento da linha
Fonte: Os autores, 2013
Principais problemas encontrados:
- Não respeito ao FIFO (embalagens únicas);
22
- Falta de sinal claro de resuprimento proporcionando embalagens em local
impróprio;
- Erros de sequenciamento;
- Tempo de setup elevado (troca de modelo);
- Alta movimentação dos operadores logísticos;
- Trabalho acíclico mínimo da linha (troca de racks feitos pela logística).
Relacionado ao transporte interno de peças (feito por meio de carrinhos), entre a
linha de produção e o local de armazenamento de peças próximo à linha, verificou-se que
este local era inadequado, pois não havia organização para localização de peças e ordem
de abastecimento (vide figura 7). Além disso, não havia um local propriamente definido para
acomodar os carrinhos e racks com itens pequenos e grandes (Figura 6), comprometendo
todo o processo, dificultando assim o fluxo e tempo de abastecimento, gerando alta
movimentação de operadores logísticos e comprometendo a passagem de empilhadeiras e
carrinhos de transporte.
Figura 7. Layout antigo com má organização de carrinhos
Fonte: Benteler Automotive, 2013
23
Figura 8. Antigo local próximo à linha para armazenamento de peças
Fonte: Benteler Automotive, 2013
O transporte das peças entre o local de armazenamento e a linha era feito por um
carrinho antigo e incompatível à embalagem final, pois o número de peças que eram
transportadas no carrinho não correspondia ao número de peças da embalagem final,
gerando a necessidade de empilhar as peças, umas sobre as outras, para atender a
necessidade da embalagem.
Como apresentado na figura 9, os carrinhos para transporte das peças “braço de
suspensão” possuíam apenas 14 divisórias por andar (7 para braços esquerdos e 7 para
braços direitos), totalizando 28 lugares, porém a embalagem final é de 18 peças para o
modelo GSV e 16 peças para o modelo Delta, visto que são utilizadas 2 peças por
montagem. Já as figuras 10 e 11 mostram a situação encontrada com o carrinho de
mangueiras, onde a quantidade de peças colocada no carrinho é a mesma que vinha na
caixa, fazendo com que não haja organização referente à embalagem final.
24
Figura 9. Peças modelo GSV empilhadas incorretamente sobre as outras
Fonte: Benteler Automotive, 2013
Figura 10. Peças empilhadas incorretamente sobre as outras
Fonte: Benteler Automotive, 2013
25
Figura 11. Peças empilhadas incorretamente sobre as outras
Fonte: Benteler Automotive, 2013
Esse empilhamento fazia com que as peças não ficassem devidamente fixadas no
carrinho, possibilitando assim as quedas das mesmas durante o transporte, afetando a
qualidade do produto. Além disso, devido ao grande número de modelos de peças e grande
rotatividade de operadores logísticos, o operador possuía dificuldade em identificar a
quantidade e modelos das peças para a montagem dos carrinhos, fazendo com que a linha
parasse por falta ou mistura de peças, afetando o OEE. Relacionados à organização, os
racks de peças não eram alocados de forma ordenada e, consequentemente, o repacking
era feito de forma aleatória, desrespeitando o FIFO, pois, apesar de possuir uma sequência
de produção, não havia uma sequência para abastecimento.
Durante o transporte, algumas peças se danificavam devido ao atrito entre os
materiais, necessitando assim de um estudo das características dos materiais envolvidos.
Alguns itens importantes também foram elencados como fontes de melhoria do
processo: as características dos equipamentos envolvidos (capacidade dos carrinhos
transportarem a quantia de material necessária a produção), suas dimensões (adequados
26
ao local de espera e produção), suprimentos (necessidade de resuprimento), resíduo (caixas
de embalagem) e manutenção; análise da mão de obra envolvida, trabalhadores diretos e
indiretos (organização do setor , instrução e procedimentos de segurança); análise da
movimentação dos operadores e dos rebocadores; as características de infraestrutura do
edifício ( fins gerais e especiais, rampas, piso e sinalização adequada); características da
esperas envolvidas com armazenamentos em processo, refugos e peças fora de processo
(peças que não pertencem ao processo de montagem ou que estão em maior quantidade do
que o necessário).
Durante as reuniões diárias de trabalho na área de produção da empresa, na planta
de componentes automotivos BCA (Benteler Componentes Automotivos), foi identificado,
através do sistema EGA, que a fábrica apresentava um alto índice de paradas não
programadas por falha de abastecimento, especialmente nas linhas de montagem de
módulos. Possuindo um alto índice de paradas e gerando perdas à produção, assim como
peças danificadas durante o transporte interno, foi abordada a linha de montagem de
módulos automotivos do GSV (comercializado no modelo Cobalt), Delta (comercializado no
modelo Cruze) e PM7 (comercializado no modelo Spin), referente à parte dianteira, pois esta
apresentava maior índice de paradas. A ideia era iniciar um estudo na linha de montagem
dianteira para, posteriormente, estender às demais linhas (módulo traseiro e amortecedor).
Figura 12. Imagem da montagem do módulo automotivo dianteiro DELTA
Fonte: Benteler Automotive, 2012
27
Figura 13. Imagem da montagem do módulo automotivo dianteiro GSV
Fonte: Benteler Automotive, 2012
4.2 Soluções e implementações (plano de ações)
Após a análise dos problemas e coleta de dados, o mesmo grupo realizou a
aplicação do brainstorming para idéias e soluções dos problemas discutidos anteriormente e
elencou possíveis problemas relacionados às áreas envolvidas no processo. Depois disso,
foi elaborado, junto ao time, um cronograma para implementação e acompanhamento das
ações.
4.2.1 Armazenagem de peças
Algumas situações encontradas na prática, a partir de problemas anteriores a este
estudo, já podem ser consideradas como resultado do trabalho proposto, pois um dos casos
encontrados no projeto foi a questão da necessidade do armazenamento correto das peças.
A empresa possuía anteriormente um projeto para construção de um novo galpão destinado
ao armazenamento de aproximadamente 90% das peças utilizadas nas duas plantas
existentes na empresa, tanto componentes para montagem de módulos e solda quanto para
estampagem. As peças referentes à linha do GSV/Delta eram pequenas (como parafusos,
porcas) e grandes (como eixos e braços de suspensão) e, dessa forma, proporcionando
uma correta organização das peças e componentes dos módulos automotivos.
28
Figura 14. Warehouse
Fonte: Benteler Automotive, 2013
Essa construção é chamada Warehouse e sua utilização começou próximo ao início
das alterações realizadas no projeto. Trata-se de um galpão com prateleiras e
armazenamento vertical das peças, separados por tamanho e devidamente identificados de
acordo com as rotas de abastecimento pré-estabelecidas em conjunto com a produção,
eliminando o estoque de itens grandes e os componentes não utilizados na linha de
produção. Além disso, como visto na figura 15, os pallets foram devidamente organizados e
identificados por meio de auxílio visual, facilitando a localização das peças.
Figura 15. Organização de peças na Warehouse
Fonte: Benteler Automotive, 2013
29
4.2.2 Adaptações dos carrinhos
Referente aos problemas durante o transporte, os carrinhos foram alterados para
serem transportados por meio de rebocadores (vide figura 16), visto que o transporte é mais
rápido e não exige o esforço físico demasiado dos operadores logísticos e, para que o
transporte pudesse ocorrer por meio dos rebocadores, foi necessário redimensionar o eixo
dos carrinhos para torná-los mais estáveis e compatíveis com a nova velocidade de
transporte proporcionado pelos rebocadores, novos engates também tiveram que ser
desenvolvidos para poder acoplar diversos carrinhos, formando assim um comboio.
Figura 16. Carrinhos abastecidos na linha
Fonte: Benteler Automotive, 2013
Durante o transporte, algumas peças eram danificadas devido ao atrito entre os
materiais, necessitando assim de um estudo das características dos materiais envolvidos.
Alguns itens importantes também foram elencados como fontes de melhoria do
processo: as características dos equipamentos envolvidos (capacidade dos carrinhos
transportarem a quantia de material necessária à produção), suas dimensões (adequados
ao local de espera e produção), suprimentos (necessidade de resuprimento), resíduo (caixas
de embalagem) e manutenção; análise da mão-de-obra envolvida, trabalhadores diretos e
indiretos (organização do setor, instrução e procedimentos de segurança); análise da
movimentação dos operadores e dos rebocadores; as características de infraestrutura do
edifício (fins gerais e especiais, rampas, piso e sinalização adequada); características da
esperas envolvidas com armazenamentos em processo, refugos e peças fora de processo
30
(peças que não pertencem ao processo de montagem ou que estão em maior quantidade do
que o necessário).
Um dos problemas encontrados foi o absenteísmo de operadores logísticos,
resultando em alta rotatividade e gerando a necessidade de realizar treinamentos com certa
freqüência. Para isso, como mostra a figura 17, foram disponibilizados juntos aos seus
respectivos carrinhos, auxílios visuais contendo fotos dos produtos, números de
identificação (Part Number) e suas corretas quantidades.
Figura 17. Carrinho com identificação visual das peças para montagem
Fonte: Benteler Automotive, 2013
4.2.3 Layout
As peças para montagem dos módulos na linha do GSV/Delta e PM7 ocupavam
uma grande área, devido à desorganização dos pallets, caixas e peças alocadas de forma
incorreta. A reorganização do layout possibilitou o armazenamento adequado dos itens na
Warehouse, liberando assim o espaço inicialmente destinado às peças, para a instalação de
uma nova linha de montagem da Honda Fit (figura 18). A nova organização do layout
possibilitou uma melhora no armazenamento de peças pequenas, que aguardavam para
entrar na linha de montagem da GM. Dessa forma, essa nova linha de montagem trará
muitos benefícios econômicos além de ampliar a capacidade produtiva da empresa. Já a
figura 19 mostra uma vista superior da linha durante a organização do layout e pintura das
faixas, a fim de definir visualmente os limites para o trânsito de empilhadeiras e
rebocadores, carrinhos para abastecimento e operadores.
31
Figura 18. Área para nova linha Honda Fit
Fonte: Benteler Automotive, 2013
Figura 19. Layout linha de produção
Fonte: Benteler Automotive, 2013
32
4.2.3.1 Implementação do novo layout
A organização do layout resultou em melhorias no aproveitamento dos espaços
próximos à linha, possibilitou um trânsito livre de empilhadeiras, rebocadores e operadores,
definiu locais fixos e adequados aos pallets, organização dos carrinhos para respeito do
FIFO, diminuição de movimentação dos carrinhos e operadores logísticos dentro da linha de
produção, conforme figura 20.
Figura 20. Novo layout de abastecimento
Fonte: Benteler, 2013
33
4.2.4 Fluxo de abastecimento
Para diminuir os erros de quantidade durante o Repacking, os carrinhos foram
adaptados para quantidade exata correspondente a cada embalagem e pintados de cores
diferentes para que haja uma correspondência entre as cores, peças transportadas e
modelos. Essa alteração de cor (figura 21) facilita a identificação das peças e ajuda a
diminuir o erro de seqüenciamento do abastecimento, evitando assim paradas na linha de
montagem por abastecimento incorreto. A adequação dos carrinhos com a quantidade de
peças múltiplas à embalagem final proporcionou também uma redução de peças danificadas
durante o transporte da Warehouse à linha de montagem, visto que agora as peças são
transportadas nas quantidades adequadas sem que estas sejam empilhadas. Outra
alteração realizada foi a utilização de carrinhos movimentados por rebocadores, onde os
rebocadores aumentam a capacidade de transporte, apresentam velocidade superiores e
maior eficiência do que os operadores, evitando que os carrinhos tenham que ser
empurrados manualmente da Warehouse até a linha de montagem.
Figura 21. Novo layout de abastecimento
Fonte: Benteler Automotive, 2013
34
4.3 Base de indicadores
4.3.1 Tempo de parada de abastecimento x Custos
As paradas por tempo de abastecimento possuem alguns fatores externos que
influenciam diretamente em seu resultado.
Gráfico 1. Tempo de parada por motivos antes das melhorias
Fonte: Os autores, 2013
O gráfico 1 apresenta os valores mensais de paradas antes das alterações
realizadas. Vê-se que o fator mais relevante é o tempo de parada por abastecimento,
seguido pelo tempo de parada por falta de embalagem, ocasionado pelo atraso de entrega
pelo próprio cliente. Além desses motivos, outros fatores como a falta de empilhadeira,
peças molhadas, dificuldade de encontrar peças também influenciaram diretamente no
abastecimento.
35
Gráfico 2. Tempo de parada por motivos após melhorias
Fonte: Os autores, 2013
No mês de Janeiro, foram iniciadas as alterações dos carrinhos e layout e, como
observado no gráfico 2, houve uma grande redução do tempo de abastecimento. No mês de
Fevereiro, ocorreram as maiores alterações na linha, fazendo com que o tempo de
abastecimento fosse elevado, devido à grande quantidade de teste. Nesta fase do projeto,
outros fatores influenciaram no resultado, entre eles, destacam-se: teste das rotas: os
operadores ficaram destinados á testar quais rotas eram melhores á fim de não interferir nos
demais processos produtivos; Incompatibilidade de carrinhos: ajuste e reforma dos carrinhos
que apresentavam algum tipo de problema durante o percurso, tais como troca de rodízio,
reforma de engates, suportes para movimentação de carrinhos, entre outros; Peças não
identificadas: o hábito de organização e de alocar as peças nos lugares corretos ainda
estava em processo de adaptação, porém não houve reincidência posterior. Treinamento: os
operadores eram treinados durante os testes de rota.
Durante os meses de Março e Abril, ainda houve paradas devido à adaptação das
mudanças realizadas, porém após esse período, o absenteísmo foi reincidente,
influenciando nos tempos de parada.
36
Referente aos custos de produção, fez-se o cálculo, de acordo com o valor unitário
interno de produção do módulo completo e quantidade de peças que deixaram de ser
produzidas pelo tempo de parada (visto que se perde tempo de produção) e os valores são
os apresentados na tabela 4:
Período:Julho 2012 à
Dezembro de 2012Janeiro 2013 à Julho de 2013
Ganho em %
Tempo total de parada(minutos):
3380 1898 42,09%
Tempo total de parada por abastecimento
(minutos):2896 1357 53,79%
Custo(peças produzidas e tempo
total): R$ 683.847,68 R$ 396.017,26 -
Custo(peças produzidas e tempo
total de abastecimento): R$ 586.012,05 R$ 270.801,01 -
Tabela 4. Valores de tempo e custos antes e depois da implantação do projeto
Fonte: Os autores, 2013
Visto que o projeto foi realizado internamente, o valor do investimento foi de
aproximadamente R$43.000,00, referente aos materiais utilizados nas reformas dos
carrinhos.
38
Os indicadores utilizados no Scorecard como base de resultados para o projeto foram:
• Peças OK: esse indicador mostra a quantidade de peças aprovadas no final da linha.
Porém, como as peças devem vir com qualidade antes da montagem dos módulos
automotivos, essa estatística possui relação direta com as alterações realizadas
durante o abastecimento;
• OEE: após as alterações, houve melhoras de qualidade, disponibilidade (variações
de valores por quebra de fluxo, falta de funcionário, falta de embalagem, esperas);
• Lead time: Devido às alterações iniciadas em Fevereiro, índice de Lead time foi
acima do esperado. Porém, nos meses seguintes, houve uma redução, chegando
próximo ao objetivo. As alterações de valores são decorrentes do absenteísmo, visto
que trata-se de um fator não planejado, tornando-se uma situação imprevisível e
inerente à produção.
4.3.3 Auxílios visuais
As identificações visuais, tanto nos carrinhos quanto na Warehouse, proporcionam
uma fácil localização das peças no estoque e auxílio na montagem dos kits nos carrinhos de
transporte. Além disso, facilitam o treinamento e o acompanhamento dos operadores
logísticos, proporcionando autonomia aos mesmos.
4.4 Considerações Finais
Após a realização do projeto, houve uma melhoria significativa, tanto em valores
mensuráveis quanto pessoais, pois foram necessárias reuniões com pessoas de diferentes
áreas da empresa e, segundo os resultados obtidos, podemos observar, neste caso, a
importância de unir as áreas de produção e logística, vendo que os fatores externos à linha
de produção influenciam diretamente nos resultados finais.
4.5 Relato de desvios
Durante o processo de melhoria na linha de produção, o índice de absenteísmo foi
o principal fator a influenciar negativamente os valores de OEE, Lead time e tempos de
paradas e, visto que este é uma razão inesperada, não há controle prévio para este desvio.
39
4.6 Soluções futuras
Para solucionar o problema de absenteísmo, a logística deverá realizar estudos e
analisar a viabilidade entre contratação ou remanejamento dos operadores. Além disso,
para que haja uma melhor padronização do trabalho para o transbordo de peças entre a
Warehouse e a linha de produção, será necessário o estudo para o desenvolvimento da
ferramenta Kanban, que auxiliará a comunicação entre PCP (Planejamento e Controle da
Produção), logística e produção.
40
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