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Curso de Edificações e Gerente e de Obras I NSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS AULA 04 Elaboração: Roberta Fontenelly Engenheira Civil 2020

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Page 1: Curso de Edificações e Gerente e de Obras...Aparelho destinado à instalação predial e ao uso de água para fins higiênicos ou a receber dejetos e águas servidas. Fecho hídrico

Curso de Edificações

e Gerente e de Obras

INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

AULA 04

Elaboração: Roberta Fontenelly

Engenheira Civil

2020

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Sumário

1 INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO....................................................................3

1.1 Sistemas de esgotos ......................................................................................................3

1.2 Itens do Sistema de esgoto e definições .......................................................................4

1.3 Materiais .......................................................................................................................5

2 INSTALAÇÃO ...................................................................................................................5

2.1 Recomendações gerais .................................................................................................8

2.2 Esquemas e detalhamento de peças ..............................................................................9

3 DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES .................................................................19

4 ATIVIDADE 04 ................................................................................................................23

5 APÊNDICE .......................................................................................................................24

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1 INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO

Esgoto sanitário é o despejo proveniente do uso da água para fins higiênicos. A norma

para instalações de esgoto sanitário é a NBR 8160/99 – Sistemas Prediais para Esgoto Sanitário

– Projeto e Execução.

O sistema predial de esgoto sanitário é o conjunto de tubulações e acessórios destinados

a coletar e transportar o esgoto sanitário, garantir o encaminhamento dos gases para a atmosfera,

e evitar a introdução dos mesmos nos ambientes sanitários.

Também deve garantir o encaminhamento dos gases para a atmosfera, e evitar a

introdução dos mesmos nos ambientes sanitários.

1.1 Sistemas de esgotos

Sistema unitário: as águas residuárias e as águas pluviais são transportadas numa

mesma canalização.

Sistema separador absoluto: as águas residuárias e as águas pluviais são conduzidas

em tubulações independentes. É o sistema adotado no Brasil.

Sistema Separador Absoludo de Esgoto Sanitário.

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1.2 Itens do Sistema de esgoto e definições

Aparelho sanitário Aparelho destinado à instalação predial e ao uso de água para fins

higiênicos ou a receber dejetos e águas servidas.

Fecho hídrico Camada líquida que, em um desconector, veda a passagem de gases

Desconector Dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem

de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto.

Ralo seco Recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior

que recebe as águas de pisos e chuveiros.

Caixa sifonada Caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da

instalação secundária de esgotos.

Ramal de descarga Tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos

sanitários.

Ramal de esgoto Tubulação primária que recebe efluentes de ramais de decarga

diretamente, ou a partir de um desconector.

Instalação secundária de

esgotos

Conjunto de tubulações e dispositivos onde não tem acesso os gases

provenientes do sistema

Instalação primária de

esgotos

Tubulações e dispositivos onde tem acesso os gases provenientes do

sistema

Tubo de queda (coluna de

esgoto)

Tubulação vertical que recebe efluentes de ramais de descarga,

esgoto e de subcoletores.

Coletor predial Último trecho da tubulação que conduz os efluentes de esgotos ao

coletor público ou ao sistema particular (tanque séptico)

Caixa de inspeção

Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das

redes de esgoto enterradas.

Deve ser instalada em:

Mudanças de direção;

Mudanças de diâmetro;

Mudança de declividade;

Mudança de vários ramais;

No máximo a cada 25 m.

Tubo ventilador

Tubo destinado a possibilitar o escoamento de ar da atmosfera para

o sistema de esgoto e vice-versa, com a finalidade de proteger os

fechos hídricos por compressão ou aspiração, e encaminhar os gases

para a atmosfera.

Unidade Hunter de

Contribuição

Fator numérico que representa a contribuição considerada, em

função da utilização habitual de cada tipo de aparelho sanitário.

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1.3 Materiais

As tubulações mais comuns para esgoto sanitário são as de PVC Brancas, as mesmas

vistas na aula 01 para instalações de água fria provisórias, e sua instalação tem os mesmos

procedimentos.

PVC Linha Sanitária (até 60 °C) – atualmente é o

material mais utilizado nas instalações de esgoto

sanitário;

PVC Série Reforçada (até 60 °C) – PVC com maior

resistência mecânica;

Ferro Fundido – utilizado em instalações

que exigem miores esforços e temperaturas acima

de 60 °C.

2 INSTALAÇÃO

Critérios de Projeto:

a. Permitir o rápido escoamento do esgoto para fora do ambiente e para fora da edificação

e não permitir o seu refluxo;

Afim de facilitar o escoamento, as

tubulações são instaladas com declividades

(mínima de 1%), que pela ação da

gravidade, auxiliam no escoamento.

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b. Permitir um fácil acesso às suas tubulações em uma futura manutenção.

As tubulações de esgoto não devem

passar por elementos estruturais, tais

como vigas e pilares, pois

inviabilizam sua manutenção, além do

risco de comprometer esses

elementos.

c. Não permitir que os gases da decomposição do esgoto provenientes da fossa ou coletor

público entrem no ambiente e na edificação. Essa condição é garantida pelos

desconectores;

Caixa Sifonada

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Sifão

Problema: Se existir sucção a montante do escoamento do esgoto, pode haver o que chamamos

de quebra do selo hídrico. A pressão do escoamento causa a sucção da água do desconector

permitindo a entrada dos gases no ambiente.

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Solução: além da instalação dos desconectores, são instalados também os Ramais de

Ventilação, que é um tubo simples, aberto à atmosfera. O Ramal de Ventilação garante que a

pressão interna do tubo seja sempre igual a pressão atmosférica.

2.1 Recomendações gerais

Declividades mínimas:

o DN ≤ 75 mm → 𝑖 = 2%

o DN ≥ 100 mm → 𝑖 = 1%

É proibida a ligação de extravasores de caixas d’água diretamente a tubulações de

esgoto;

Não devem ser reduzidos os diâmetros das tubulações no sentido do escoamento do

esgoto;

O coletor predial e os subcoletores devem, sempre que possível, serem executados na

parte não edificada;

Para o tubo de queda é recomendado diâmetro uniforme;

O diâmetro mínimo recomendado para tubulações que recebem despejos de bacias

sanitárias é de 100 mm (4”);

Toda tubulação de ventilação deve ter um aclive de 1%;

Os ramais devem ser ligados individualmente às caixas sifonadas, exceto as bacias

sanitárias e as pias de cozinha;

Toda coluna de ventilação deve ter o diâmetro uniforme;

Podem ser considerados devidamente ventilados os desconectores quando ligados a

um tubo de queda, provido de um ventilador primário, que não receba efluentes de

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bacias sanitárias e mictórios, e, desde que sejam observadas as máximas distâncias de

ventilação da tabela 1;

Mudanças de direção:

o Vertical: permitem curvas de 90°

o Horizontal: peças com ângulo máximo de 45°, e de preferência com caixas de

inspeção nos trechos externos enterrados.

Efluentes de despejos de cozinhas devem ser ligados a caixas de gordura (de

preferência coletivas)

2.2 Esquemas e detalhamento de peças

Esquema com indicações para o dimensionamento:

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Detalhes de um banheiro:

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Caixa de inspeção

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Caixa de gordura

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Legendas para projeto:

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3 DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES

Exercício: determinar os trechos de esgoto sanitário do banheiro de uma residência, localizado

no 1º pavimento, pelo Método Hunter de Contribuição (UHC) – descrito na NBR 8160/99.

Planta com o traçado das tubulações de

esgoto, com seus trechos numerados e

colunas de esgoto e ventilação indicados:

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1. Tabela relacionando os itens sanitários:

Trecho Ramal Unidade Hunter de Contribuição -

UHC (1)

Diâmetro mínimo

(1)

1 Lavatório (2) 1 40

2 Chuveiro (2) 2 40

3 Esgoto (3) (4) Trecho 1 + trecho 2 = 3 40

4 Bacia Sanitária (2) 6 100

5 Esgoto (4) Trecho 3 + trecho 4 = 9 100 (5)

(1): Tabela 3 da NBR 8160/99

(2): Ramais de descarga – tabela 3

(3): Ramal de Esgoto – tabela 5

(4) : Dois ou mais ramais de descarga

(5) : Pela tab. 5, seria 75 mm, porém recebe tubulação da bacia sanitária, que possui diâmetro mínimo

de 100 mm.

Observações: se a caixa sifonada receber esgoto de banheira, adotar o diâmetro mínimo de 75

mm.

2. Diâmetro do Ramal de ventilação (trecho 6)

Consultar na tabela 8 da norma o diâmetro da tubulação. No nosso exemplo temos 9

UHC, e como trata-se de grupo com bacia sanitária, o diâmetro nominal DN = 50 mm.

Observar as distâncias máximas dos conectores ao tubo de ventilação de acordo com a tabela 1

3. Diâmetro do Tubo de queda (TQ)

Supondo que vamos utilizar o mesmo tubo de queda para a suíte ao lado do banheiro 2,

e que essa suíte tem 11 UHC, o tubo tem de carregar

11 + 9 UHC = 20 UHC

Pela tabela 6 temos 75 mm, pois nossa residência tem menos de 3 pavimentos. Porém o

trecho 6 tem DN = 100 mm, logo o TQ terá DN = 100 mm.

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4. Diâmetro da Coluna de ventilação (CV)

Utilizando a tabela 2, o total de UHC, o diâmetro do tubo de queda (TQ), e o

comprimento da coluna de ventilação:

𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 2 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑎 𝐷𝑁𝑉 {

11 + 9 UHC = 20 UHC DN𝑇𝑄 = 100 𝑚𝑚

𝐿 = 2,80 𝑚 (𝑝é 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜) + 0,30 𝑚 (𝑙𝑎𝑗𝑒) = 3,10 𝑚

DN𝑉 = 50 𝑚𝑚

5. Diâmetros dos Subcoletores e do Coletor Predial

Todo subcoletor e coletor predial deve ter declividade mínima de 1%. Seu diâmetro

mínimo é de 100 mm e pode receber até 180 UHC de despejos sanitários. Caso ultrapasse 180

UHC, seu diâmetro deve ser de 150 mm.

Trechos 1 à 6: Subcoletores

Trecho 7: Coletor Predial

DN 𝑆𝑈𝐵𝐶𝑂𝐿𝐸𝑇𝑂𝑅 = 100 𝑚𝑚

Verificar a somatória de UHC de

todos os subcoletores ligados ao

coletor predial

DN 𝐶𝑃 = 100 𝑚𝑚 𝑠𝑒 𝑈𝐻𝐶 ≤ 180

DN 𝐶𝑃 = 150 𝑚𝑚 𝑠𝑒 𝑈𝐻𝐶 > 180

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Observação: O diâmetro mínimo para ligação do coletor predial com a rede pública é de 100

mm, e no máximo 150 mm.

Caso uma edificação com um total de 1600 UHC no coletor predial, seriam necessárias

3 saídas de 150 mm (1600/700=2,3).

Solução:

Trecho DN

1 40

2 40

3 40

4 100

5 100

Ramal de ventilação (trecho 6): DN = 50 mm

Coluna de ventilação (V): DN = 50 mm

Tudo de Queda (E): DN = 100 mm

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4 ATIVIDADE 04

Realizar os seguintes itens para o projeto:

a) Desenhos no AutoCad:

o Locar: pontos de utilização dos aparelhos sanitários, ralos, colunas de esgoto (E)

e ventilação (V)

o Traçar os ramais de descarga, esgoto e ventilação;

o Indicar nos desenhos a posição das colunas de esgoto e ventilação;

o Traçar os subcoletores e coletores prediais;

o Posicionar caixas de gordura e de inspeção.

b) Realizar o dimensionamento das tubulações pelo método Hunter de contribuição

(UHC), seguindo os passos de 1 à 5 do exercício.

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5 APÊNDICE

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