curso de direito constitucional gilmar ferreira mendes, inocиncio mаrtires coelho & paulo...

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direito constitucional brasileiro

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  • 1. Gilmar Ferreira Mendes Inocncio Mrtires Coelho Paulo Gustavo Gonet Branco Curso OH-S"txtJLC10HL9L1. - 4s edio revista e atualizada 2009

2. Rua Henrique Schoumann, 270, Pinheiros So Paulo SP CEP 05413-010 PABX: (11) 3613 3000 SAUR: 0800055 7688 De 2 a a 61 , das 8:30 s 19:30 [email protected] Acesse: www.saroivajur.com.br FILIAIS AMAZONAS/RONDNIA/R0RAI MA/ACRE Rua Costa Azevedo, 56 - Centro Fone: (92) 3633-4227 - Fox: (92) 3633-4782 - Monaus BAHIA/SERGIPE Rua Agripino Dreo, 23 - Brotos Fone: (71) 3381-5854/3381-5895 Fox: (71) 3381-0959 - Salvador BAURU (SO PAULO) Rua Monsenhor Cloro, 2-55/2-57 - Centro Fone: (14) 3234-5643-Fox: (14) 3234-7401 - Bauru CEAR/PIAU/MARANHO Av. Filomeno Gomes, 670 - Jacarecango Fone: (85) 3238-2323/3238-1384 Fox: (85) 3238-1331 -Fortaleza DISTRITO FEDERAL SIG QD 3 BI. B - Lojo 97 - Setor Industrial Grfico Fone: (61) 3344-2920/3344-2951 Fax: (61) 3344-1709 Braslia GOISAOCANTINS Av. Independncia, 5330 - Setor Aeroporto Fone: (62) 3225-2882/3212-2806 Fax: (62) 3224-3016 - Goinia MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSO Rua 14 de Julho, 3148 Centro Fone: (67) 3382-3682 - Fax: (67) 3382-0112 - Campo Gronde MINAS GERAIS Rua Alm Paraba, 449 - Logoinho Ueio HnzonTe" ISBN 978-85-02-07819-2 Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileiro do Livro, SP, Brasil) Mendes, Gilmar Ferreira Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Inocncio Mrtires Coelho, Paulo Gustavo Gonet Branco. - 4. ed. rev. e atual. - So Patdo : Saraiva, 2009. 1. Brasil - Direito constitucional 2. Direito constitucional I. Coelho, Inocncio Mrtires. II. Branco. Paulo Gustavo Gonet. III. Ttulo. 08-11262 CDU-342 ndice para catlogo sistemtico: 1. Direito constitucional i42 -Fox: C IJT^ALAGOAS Fone: (31) 3429-8300 PAR/AMAP Travessa Apinags, 186 - Batista Fone: (91) 3222-9034/3224- Fox: (91) 3241-0499-Belm PARAN/SANTA CATARINA Rua Conselheiro Laurindo, 2895 Fone/Fox: (41)3332-4894-0 PERNAMBUCO/PARAI BA/R. G. D) Rua Corredor do Bispo, 185 - BocfVJ! Fone: (81) 3421-4246-Fax: (i RIBEIRO PRETO (SO PAULO) Av. Francisco Junqueira, 1255 - ( Fone: (16) 3610-5843 - Fox: (1 RIO DE JANEIRO/ESPIRITO SANTO Rua Visconde de Santo Isabel, 113 a 119 - Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494-Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 - Rio de Janeiro RIO GRANDE DO SUL Av. A. J. Renner, 231 - Farrapos Fone/Fax: (51) 3371-4001 /3371-1467/3371-1567 Porto Alegre SO PAULO Av. Marqus de So Vicente, 1697 - Barra Fundo Fone: PABX (11) 3613-3000 Saa Paulo Diretor editorial Antonio Luiz de Toledo Pinto Diretor de produo editorial Luiz Roberto Curi Editor Jnotas Junqueira de Mello Assistente editorial Ihiago Marcon de Souza Produo Editorial Lgia Alves Clarissa Boraschi Maria Coura Estagirio Vincius Asevedo Vieira Preparao de originais Maria Lcio de Oliveira Godoy Evandro Lisboa Ereire Arte e diagramao Cristino Aparecida Agudo de Ereitas Aldo Moutinho de Azevedo Reviso de provas Rita de Cssio Queiroz Gorgoti Maria Cndido Machado Serw&ediieuQis Koria Mario de Almeida Costa Caria Cristino Morgues Ano Paulo Mazzoco Muiroqui i Editorao Grfica Dvidas? Acesse www.saraivajur.com,br Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da Kditora Saraiva. A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 c punido pelo artigo 1S4 do Cdigo Penal. 3. EXPLICAO E DEDICATRIA 1 Este livro integra-se ao recente selo em que o IDP se liga, com regozijo, Editora Saraiva, no intuito comum de oferecer aos que se dedicam ao Direito novos cenrios de reflexo jurdica. O IDP Instituto Brasiliense de Direito Pblico surgiu em 1998, com um curso que intitulamos Panorama Bsico do Direito Constitucional. Hoje, contam-se na casa das dezenas as disciplinas jurdicas que compem as grades dos nossos cursos de ps-graduao e, desde maro de 2007, do Mestrado em Direito Constitucional, devidamente credenciado pela C A P E S . Os eventos do IDP esto sempre a se multiplicar, e nesse contexto o livro foi concebido; , pois, a base das aulas que ministramos na ps-graduao, sob o nome de Curso Avanado de Direito Constitucional. Nele, cada um de ns se incumbe de um grupo de tpicos e essa diviso foi aqui respeitada. Assim, os captulos sobre limites dos direitos fundamentais, direito de propriedade, direito adquirido, direitos fundamentais de carter judicial, direito de nacionalidade, direitos polticos, Poder Executivo e Poder Judicirio, alm de toda a parte sobre controle de constitucionalidade, foram escritos por Gilmar Mendes. A Inocncio Coelho tocaram os captulos sobre o ordenamento jurdico, fundamentos do Estado de Di- reito, Estado de Direito e Estado de exceo, direitos sociais, princpios constitucionais da Administrao Pblica e sobre os princpios da ordem tributria e oramentria, alm dos tpicos de hermenutica jurdica. Paulo Branco redigiu os captulos sobre o Poder Constituinte originrio e Poder Constituinte de reforma, sobre tpicos de teoria geral dos direitos fundamentais, liberdades fundamentais, Estado Federal, Poder Legislativo e sobre as Funes essenciais Justia, este ltimo juntamente com Inocncio Coelho. Se concordamos em tantos pontos, da no se pode inferir, porm, que coincidimos necessariamente em tudo. As idias e convices lanadas em cada parte do Curso, por isso, no devem ser tidas como compartidas necessariamente por todos os autores. O livro foi preparado sob a perspectiva de que nos dirigimos aos profis- sionais do Direito e aos que se preparam para a condio de colega da rea. Aborrecemos as posies que se credenciam apenas pela moda passageira, bem como nos enfastia a linguagem hermtica, veculo de idias mal-amanhadas, que mais no provoca do que a repulsa do leitor de bom senso. Queremos que voc, leitor amigo, tenha uma viso to ntida quanto possvel das questes constitu- cionais relevantes e que possa participar do nosso entusiasmo por essa provncia do Direito, de que depende a boa ordenao da sociedade democrtica. V 4. Pusemos nos captulos a seguir o que nos parecia indispensvel para que se transite com alguma segurana nos domnios do Direito Constitucional. O leitor atento observar que este Curso diferente de vrios outros no enfoque e na seleo das matrias que o compem. A disposio temtica reflete a nossa experincia em torno das necessidades e inquietaes que sentimos nos nossos amigos do IDP, e no alheia condio profissional de cada um de ns, que, alm do magistrio, nos dedicamos prtica jurdica em posies diversas: na Suprema Corte como seu membro (caso do primeiro autor do livro), na advocacia (caso do segundo autor) e como integrante do Ministrio Pblico Federal (caso do terceiro autor). O Curso, por definio, no aspira ao status de Tratado. As digresses tm de ser resumidas e se impe o corte de matrias. No nosso objetivo esgotar todo o esturio de temas relacionados com a Constituio; antes, o nosso empenho centrou-se em mapear o que se revela, atualmente, como impostergvel. Acreditamos que esto expostos, no livro, os princpios necessrios para que o leitor compreenda e enfrente os desafios que o contato com a Lei Maior pode propiciar. Isso cremos tambm o essencial. No h valia em nos reduzirmos ao estado do vertiginoso Funes, personagem a quem Jorge Luis Bor- ges concedeu o extraordinrio talento de reter, na atualidade da sua fantstica memria, todos os dados com que se defrontava, na ntegra das suas infindveis mincias. Funes, em conseqncia, era incapaz de idias gerais, o que tornava o seu saber uma laboriosa inutilidade. "Pensar ressalta Borges olvidar diferenas, generalizar, abstrair", e a metfora da morte da personagem por congesto no podia ser melhor achada1 . Compreende-se, pois, que no nos propusemos a abarrotar o mundo do leitor com notcias doutrinrias excessivas, cansativas e acaso prescindveis, mas desejamos apresentar-lhe as principais chaves para a soluo de problemas reais e prementes. Daremos a nossa tarefa por cumprida se o leitor, na companhia deste volume, sentir-se disposto e confiante para viver a sua vocao de articulado profissional do Direito e de cidado empenhado no aprimoramento da vida poltica nacional. Somos agradecidos a todos os que colaboraram de diversas formas com a confeco deste livro, lendo os seus originais, sugerindo e opinando. Agradece- mos, de modo especial, a Valria Porto, Ranuzia Braz dos Santos, Andr Rufino, Daniel Augusto, Christine de Oliveira Peter, Arnaldo Godoy, Liana Dourado e Francisco de Salles Mouro Branco. Expressamos nossa gratido tambm para a formidvel equipe de reviso da Editora Saraiva. Este livro, afinal, dedicado aos nossos alunos do IDP. Gilmar Ferreira Mendes Inocncio Mrtires Coelho Paulo Gustavo Gonet Branco 'Jorge Luis Borges. Ficciones. Madrid: Alianza Emece, 1985. VI 5. Nesta 4a edio, vrias passagens do Curso original foram reelaboradas e referncias jurisprudenciais foram atualizadas. Houve a incluso de novos tpicos. O leitor encontrar indicado, no sumrio e no texto principal, junto a cada uma das divises estabelecidas, o nome do autor a quem tocou o texto respectivo. Renovamos os agradecimentos constantes das edies anteriores. Externa- mos a nossa gratido tambm aos pesquisadores Ana Carolina Figueir Longo e Fbio Thomazini pela valiosa colaborao. VII 6. Explicao e dedicatria V Captulo 1 ORDENAMENTO JURDICO, CONSTITUIO E NORMA FUNDAMENTAL Inocncio Mrtires Coelho 1. Ordenamento jurdico, Constituio e norma fundamental. Conceito, objeto e elementos da Constituio. Classificao das constituies. Fontes do direito constitucional. Supremacia constitucional 1 1.1. Ordenamento jurdico, Constituio e norma fundamental 1 1.2. Conceito e objeto da Constituio 4 1.2.1. Constituio como garantia do status quo econmico e social (Ernst Forsthoff) 6 1.2.2. Constituio como instrumento de governo (Hennis) 6 1.2.3. Constituio como processo pblico (Peter Hberle) 7 1.2.4. Constituio como ordem fundamental e programa de ao que identifica uma ordem poltico-social e o seu processo de realizao (Bulin) 8 1.2.5. Constituio como programa de integrao) e representao nacionais (Krger) 9 1.2.6. Constituio como legitimao do poder soberano, segundo a idia de Direito (Burdeau) 9 1.2.7. Constituio como ordem jurdica fundamental, material e aberta, de determinada comunidade (Hesse) 10 1.3. Objeto da Constituio 13 1.4- Elementos da Constituio 13 1.5. Supremacia constitucional 14 1.6. Classificao das constituies 17 1.7. Fontes do direito constitucional 20 1.8. Prembulo 28 1.8.1. A questo dos prembulos 28 1.8.2. Conceito e definio de prembulo 29 1.8.3. Natureza jurdica dos prembulos 30 IX 7. 1.8.4- Funes do prembulo 34 1.8.5. Os prembulos na experincia constitucional brasileira 37 1.8.6. O prembulo da Constituio de 1988 38 1.9. Disposies constitucionais transitrias 39 1.9.1. Viso geral 39 1.9.2. Valor jurdico das disposies constitucionais transitrias.. 41 1.9.3. A inalterabilidade das disposies constitucionais transitrias. 44 2. Norma constitucional: espcies e caractersticas, princpios jurdicos e regras de direito 46 2.1. Introduo 46 2.2. Normas constitucionais materiais e formais 46 2.3. Normas constitucionais operativas e programticas 49 2.4. Normas constitucionais auto-executveis e no auto-executveis 49 2.5. Normas de organizao e normas definidoras de direitos 52 2.6. Princpios jurdicos e regras de direito 52 3. Direito, Estado e Estado de Direito. Origens, desenvolvimento histrico e modelos de Estado de Direito 61 3.1. Colocao do tema 61 3.2. Conceito de Estado 61 3.3. Conceito de Direito 63 3.4- Conceito de Estado de Direito 63 3.5. Origens, desenvolvimento histrico e modelos de Estado de Direito. 64 3.6. Os grandes desafios: a "terceira via" e o Estado de Direito do gnero humano 70 4- Hermenutica filosfica e hermenutica jurdica. O Direito como objeto cultural e o problema da compreenso. A dialtica da aplicao do Direito e o carter exemplar da hermenutica jurdica para as cincias do esprito. Diretrizes para uma hermenutica jurdica estrutural 75 4-1 Hermenutica e Direito. O Direito como objeto cultural e o problema da compreenso 75 4.2. A dialtica da aplicao do Direito e o carter exemplar da hermenu- tica jurdica para as cincias do esprito 77 4-3. Diretrizes para uma interpretao estrutural dos modelos jurdicos 105 5. Criao judicial do Direito. Fundamentos e limites da atividade judicial como fase do processo de produo normativa. Mtodos e princpios da interpretao constitucional. Limites da interpretao constitucional. Mutao constitucional. Jurisdio constitucional: posio institucional, legitimidade e legitimao. Estado constitucional de Direito ou Estado judicial de Direito? 108 X 8. 5.1. O cnone hermenutico da autonomia do obj eto 108 5.2. O problema da autonomia do objeto nas cincias do esprito 111 5.3. A criao judicial do Direito em face do cnone hermenutico da autonomia do objeto e do princpio constitucional da separao dos Poderes 114 5.4- Mtodos e princpios da interpretao constitucional 119 5.4.1. Mtodos da interpretao constitucional 121 5.4.1.1. Mtodo jurdico ou hermenutico-clssico 122 5.4-1.2. Mtodo tpico-problemtico 123 5.4.1.3. Mtodo hermenutico-concretizador 125 5.4-1-4. Mtodo cientfico-espiritual 126 5.4-1-5. Mtodo normativo-estruturante 128 5.4-1.6. Mtodo da comparao constitucional 130 5.5. Princpios da interpretao constitucional 132 5.5.1. Princpio da unidade da Constituio 135 5.5.2. Princpio da concordncia prtica ou da harmonizao 136 5.5.3. Princpio da correo funcional 138 5.5.4- Princpio da eficcia integradora 139 5.5.5. Princpio da fora normativa da Constituio 140 5.5.6. Princpio da mxima efetividade 140 5.5.7. Princpio da interpretao conforme a Constituio 141 5.5.8. Princpio da proporcionalidade ou da razoabilidade 142 5.6. Limites da interpretao constitucional 144 5.7. Mutao constitucional 151 5.8. Limites da mutao constitucional 152 5.9. Jurisdio constitucional: posio institucional, legitimidade e legiti- mao. Estado constitucional de Direito ou Estado judicial de Direito?. 155 Captulo 2 FUNDAMENTOS DO ESTADO DE DIREITO Inocncio Mrtires Coelho 1. Princpios da ordem poltica 169 1.1. Princpio republicano 169 1.2. Princpio do Estado Democrtico de Direito 170 1.3. Princpio da dignidade da pessoa humana 172 1.4. Princpio da separao dos Poderes 177 1.5. Princpio do pluralismo poltico 178 1.6. Princpio da isonomia 179 1.7. Princpio da legalidade 180 X I 9. Captulo 3 A EXPERINCIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA: DA CARTA IMPERIAL DE 1824 CONSTITUIO DEMOCRTICA DE 1988 Inocncio Mrtires Coelho 1. A Carta Poltica do Imprio do Brasil de 1824 183 2. A Constituio de 1891 186 3. A Constituio de 1934 189 4- A Carta Poltica de 1937 191 5. A Constituio de 1946 194 6. A Constituio de 1967 197 7. A Emenda n. 1 Constituio de 1967 201 8. A Constituio de 1988 201 Captulo 4 PODER CONSTITUINTE Paulo Gustavo Gonet Branco I _ I N T R O D U O : O V A L O R DA C O N S T I T U I O U M A PERSPECTIVA HISTRICA 215 1. Na Europa 215 1.1. Supremacia do Parlamento e controle de constitucionalidade 222 2. Nos Estados Unidos 224 II PODER C O N S T I T U I N T E ORIGINRIO 231 1. Momentos de expresso do poder constituinte originrio 234 2. Constituio de 1988: resultado de exerccio do poder constiminte originrio. 234 3. Formas de manifestao do poder constituinte originrio 235 4. Questes prticas relacionadas com o poder constituinte originrio 296 4.1. Supremacia da Constituio 237 4-2. Recepo 237 4-3. Revogao ou inconstitucionalidade superveniente? 238 4-4. Normas da antiga Constituio compatveis com a nova Constituio 239 4.5. Normas anteriores Constituio e modificao de competncia. 240 4-6. Repristinao 241 4.7. Possibilidade de se declarar inconstitucional norma anterior Consti- tuio, com ela materialmente compatvel, editada com desobedin- cia Constituio ento vigente 241 4.8. Poder constituinte originrio e direitos adquiridos 242 III PODER C O N S T I T U I N T E DE REFORMA 247 1. Constituies rgidas e constituies flexveis 247 XII 10. 2. Denominaes do poder de reforma 248 3. Limites ao poder de reforma espcies 249 4. As limitaes materiais introduo 250 4.1. Limites materiais dificuldades tericas para a sua aceitao 250 4.2. Natureza da clusula ptrea 251 4-3. Finalidade da clusula ptrea o que ela veda 253 4-4. Alcance da proteo da clusula ptrea 253 4-5. Controle de constitucionalidade de emendas em face de clusula ptrea 255 4.6. As clusulas ptreas em espcie 256 4.6.1. Forma federativa do Estado 256 4.6.2. A separao de Poderes 257 4.6.3. O voto direto, secreto, universal e peridico 257 4.6.4- Os direitos e garantias individuais 257 4.6.5. Direitos sociais e clusula ptrea 258 4-6.6. Criao de novos direitos fundamentais 259 4.6.7. Direitos previstos em tratados sobre direitos humanos 260 4.6.8. A clusula ptrea da garantia do direito adquirido 261 4.7. Clusulas ptreas implcitas 262 IV M U T A O C O N S T I T U C I O N A L 263 Captulo 5 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS I DIREITOS FUNDAMENTAIS: TPICOS DE T E O R I A GERAL .... 265 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Introduo 265 2. Histrico 265 2.1. Geraes de direitos fundamentais 267 3. Concepes filosficas justificadoras dos direitos fundamentais 269 4. Noo material dos direitos fundamentais (fundamentalidade material).. 269 5. Caractersticas dos direitos fundamentais 273 5.1. Direitos universais e absolutos 273 5.2. Historicidade 275 5.3. Inalienabilidade/indisponibilidade 276 5.4. Constitucionalizao 278 5.5. Vinculao dos Poderes Pblicos 279 5.5.1. Vinculao do Poder Legislativo 279 XIII 11. 5.5.2. Vinculao do Poder Executivo 281 5.5.3. Vinculao do Poder Judicirio 284 5.6. Aplicabilidade imediata 285 6. Tendncias na evoluo dos direitos humanos 287 7. Funes dos direitos fundamentais 288 7.1. A teoria dos quatro status de Jellinek 289 7.2. Direitos de defesa, a prestao e de participao 289 7.2.1. Direitos de defesa 289 7.2.2. Direitos a prestao 291 7.2.3. Direitos a prestao jurdica 292 7.2.4- Direitos a prestaes materiais 293 7.2.5. Direitos fundamentais de participao 299 7.2.6. ndole ambivalente de vrios direitos fundamentais 299 8. Dimenses subjetiva e objetiva dos direitos fundamentais 299 9. Direitos e garantias 302 10. Garantias institucionais 302 11. Outros direitos decorrentes do regime constitucional e de tratados 303 12. Titularidade dos direitos fundamentais 305 12.1. Direitos fundamentais e pessoa jurdica 305 12.2. Direitos fundamentais e estrangeiros 306 12.3. Capacidade de fato e capacidade de direito 307 12.4. Sujeitos passivos dos direitos fundamentais 309 13. Coliso de direitos fundamentais breves consideraes 318 14. Direitos fundamentais e relaes especiais de sujeio 325 II LIMITAES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 328 Gilmar Ferreira Mendes 1. Consideraes gerais 3 2 8 1.2. mbito de proteo: determinao 3 3 0 1.3. Conformao e restrio 330 1.3.1. Consideraes preliminares 3 3 0 1.3.2. mbito de proteo estritamente normativo 332 2. Restries a direitos fundamentais 333 2.1. Consideraes preliminares 333 2.2. Tipos de restries a direitos individuais 3 3 6 2.2.1. Reserva legal simples 340 2.2.2. Reserva legal qualificada 343 2.3. Direitos fundamentais sem expressa previso de reserva legal 347 3. Os limites dos limites 348 XIV 12. 3.1. Consideraes preliminares 348 3.2. O princpio da proteo do ncleo essencial 349 3.2.1. Consideraes preliminares 349 3.2.2. Diferentes posies dogmticas sobre a proteo do ncleo essencial 350 3.2.3. Ncleo essencial na doutrina constitucional brasileira 353 3.3. O princpio da proporcionalidade 355 3.3.1. Consideraes preliminares 355 3.3.2. Fundamentos do princpio da proporcionalidade 356 3.3.3. Elementos do princpio da proporcionalidade 364 3.3.4- Da proibio do excesso proibio da proteo insuficiente (Untermassverbot) 367 3.3.5. A proporcionalidade na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal 367 3.3.6. Duplo controle de proporcionalidade e controle de proporcio- nalidade in concreto 370 3.4. Proibio de restries casusticas 373 3.5. A coliso de direitos fundamentais 375 3.5.1. Consideraes preliminares 375 3.5.2. Tipos de coliso 376 3.5.3. Soluo dos conflitos 377 3.5.3.1. Consideraes preliminares 377 3.5.4. Coliso de direitos na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal 380 3.6. Concorrncia de direitos fundamentais 390 Apndice 1 391 Apndice II 392 Captulo 6 DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPCIE I DIREITO A VIDA 393 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Titularidade do direito vida 2. Direito vida: direito de defesa e dever de proteo II LIBERDADES 402 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Liberdades de expresso 402 1.1. Contedo da liberdade de expresso 403 1.2. Sujeitos do direito liberdade de expresso 404 1.2.1. A liberdade de expresso enseja a pretenso do indivduo de ter acesso aos meios de comunicao? 406 XV 13. 1.3. Modos de expresso 407 1.4. Limitaes ao direito de expresso 409 1.4.1. A verdade como limite liberdade de expresso 4 1 4 1.4-2. Expresso, honra e sensibilidade 416 1.4.3. Liberdade de expresso, famlia e dignidade 417 1.5. Proibio das manifestaes em casos concretos 418 2. Direito intimidade e vida privada 4 2 0 2.1. Em que consiste o direito privacidade e intimidade? 420 2.2. Limites ao direito privacidade 424 2.2.1. Restrio privacidade com o consentimento do indivduo 424 2.3. Privacidade e sigilo bancrio/fiscal 428 2.4. Privacidade e inviolabilidade do domiclio 4 3 0 2.4-1. Objeto da tutela da inviolabilidade do domiclio 431 2.4-2. Os sujeitos do direito 432 2.5. Privacidade e sigilo das comunicaes 435 3. Liberdade de reunio e de associao 437 3.1. Direito de reunio 437 3.1.1. Elementos do direito de reunio 438 3.1.2. Limites do direito de reunio 440 3.1.3. Hiptese de concorrncia de direitos 442 3.1.4. Direito de absteno e direito a prestao 443 3.2. Liberdade de associao 444 3.2.1. Breve notcia de histria 445 3.2.2. A liberdade de associao na Constituio Federal 446 3.2.3. Contedo da liberdade de associao 447 3.2.4. A base constitutiva da associao pluralidade de pessoas e ato de vontade 447 3.2.5. A finalidade da associao 448 3.2.6. Dimenses subjetiva e objetiva do direito livre associao a liberdade de associao em face do Estado e em face dos particulares 449 3.2.7. Entidades associativas e representao de associados 455 4. Liberdade de conscincia e de religio 456 4.1. Liberdade de conscincia 4 5 6 4.1-1. Contedo da liberdade de conscincia 456 4-2. Liberdade religiosa 4 6 0 III _ o DIREITO DE PROPRIEDADE NA C O N S T I T U I O DE 1988 465 Gilmar Ferreira Mendes 1. Consideraes preliminares 465 XVI 14. 2. mbito de proteo 467 2.1. Conceito de propriedade 467 2.2. Propriedade e patrimnio 469 2.3. Direito de propriedade e direitos subjetivos pblicos de carter patrimonial 4 7 0 2.4. Direito autoral e sua proteo 471 2.5. Propriedade de inventos, patentes e marcas 473 2.6. Propriedade pblica 475 2.7. Direito de herana 475 2.8. Alterao de padro monetrio e a garantia da propriedade 476 2.8.1. Consideraes preliminares 476 2.8.2. Significado da garantia constitucional da propriedade e alte- rao do padro monetrio 478 3. Limitao 481 3.1. Definio e limitao do contedo do direito de propriedade 481 3.2. Restrio ao direito de propriedade e o princpio da proporcionalidade 486 3.3. Desapropriao 488 3.3.1. Consideraes gerais 488 3.3.2. Desapropriao indireta 492 3.3.3. Desapropriao de imvel rural para fins de reforma agrria... 493 3.3.4- Desapropriao de imvel urbano no edificado mediante pa- gamento em ttulos pblicos 494 3.4. Requisio 495 3.5. Servides administrativas 495 3.6. Impenhorabilidade dos bens de famlia e garantia do fiador 4 9 6 3.7. Usucapio de imvel urbano 497 3.8. Expropriao de terras destinadas cultura de plantas psicotrpicas.. 498 4. A garantia institucional do direito de propriedade como limite do limite (Schranken-Schranke) 498 Anexo I 4 9 9 Anexo II 4 9 9 IV DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURDICO PERFEITO, C O I S A J U L G A D A E S E G U R A N A JURDICA 501 Gilmar Ferreira Mendes 1. Consideraes preliminares 501 2. Direito adquirido, ato jurdico perfeito e coisa julgada 504 3. Direito adquirido como garantia constitucional ou infraconstitucional? 505 4. Direito adquirido e instituto jurdico ou estatuto jurdico 508 XVII 15. 5. Direito adquirido, direito de propriedade e outros direitos reais 515 6. Graus de retroatividade e sua repercusso sobre o estatuto contratual.... 517 6.1. Consideraes gerais 517 6.2. Direito adquirido e leis monetrias 521 7. Direito adquirido e recurso judicial 524 8. A doutrina do direito adquirido na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal 525 9. Insuficincia da doutrina do direito adquirido e o princpio da segurana jurdica 531 V D I R E I T O S F U N D A M E N T A I S DE C A R T E R J U D I C I A L E G A R A N T I A S C O N S T I T U C I O N A I S DO PROCESSO 535 Gilmar Ferreira Mendes 1. Introduo 535 2. Proteo judicial efetiva 539 2.1. Consideraes gerais 539 2.2. mbito de proteo 540 2.2.1. Consideraes preliminares 540 2.2.2. Duplo grau de jurisdio 540 2.2.3. Arbitragem e juzo arbitral 543 2.2.4. Durao razovel do processo 545 2.2.5. Publicidade do processo 547 2.2.6. Questes polticas 550 2.3. Titularidade 553 2.4. Conformao e limitao 554 2.4.L Proibio de liminares e exigncia de cauo 557 2.4-2. Necessidade de motivao das decises judiciais 559 2.4.3. Substituio processual 561 2.4.4- Frmulas de precluso e outras exigncias formais 564 2.4-5. Proteo judicial efetiva e Justia Desportiva 565 2.5. Habeas corpus 565 2.5.1. Consideraes gerais 565 2.5.2. mbito de proteo 566 2.5.2.1. Consideraes gerais 566 2.5.2.2. Habeos corpus, ilegalidade que no afeta direito de lo- comoo e fungibilidade 569 2.5.2.3. Punies disciplinares militares 571 2.5.2.4- Cabimento de habeas corpus contra deciso denegato- ria de liminar em habeas corpus 572 XVIII 16. 2.5.3. Titularidade 575 2.5.4- Conformao e limitao 577 2.6. Mandado de segurana 577 2.6.1. Consideraes gerais 577 2.6.2. mbito de proteo 578 2.6.2.1. Consideraes preliminares 578 2.6.2.2. Mandado de segurana coletivo 580 2.6.2.3. Impetrao de mandado de segurana por rgos pblicos 582 2.6.2.4- Mandado de segurana contra tramitao de proposta de emenda constitucional 583 2.6.2.5. Mandado de segurana contra lei em tese 584 2.6.3. Titularidade 584 2.6.4. Conformao e limitao 585 2.7. Mandado de injuno 587 2.8. Habeasdata 588 2.8.1. Consideraes preliminares 588 2.8.2. mbito de proteo 588 2.8.3. Conformao e limitao 589 2.9. Ao popular, ao civil pblica, ADI, ADC, ADI por omisso e ADPF como instrumentos de proteo judicial 589 3. Direito ampla defesa e ao contraditrio (na esfera judicial e administrativa) 591 3.1. Consideraes preliminares 591 3.2. mbito de proteo 591 3.2.1. Consideraes preliminares 591 3.2.2. Processo penal 592 3.2.2.1. Consideraes preliminares 592 3.2.2.2. Denncia genrica 594 3.2.2.3. Falta de apresentao de alegaes finais por parte da defesa 597 3.2.2.4. Condenao com base exclusiva no inqurito policial. 599 3.2.2.5. Direito de defesa e inqurito policial 600 3.2.2.6. Emendatio libelli e mutatio libelli 601 3.2.2.7. Excesso de linguagem na pronncia 603 3.2.3. Aplicao do direito defesa e ao contraditrio nos processos administrativos em geral 604 3.2.3.1. Direito de defesa nos procedimentos administrati- vos e questes de fato e de direito 608 3.2.3.2. Direito de defesa e aprovao de proventos de aposen- tadoria ou penses pelo T C U 608 XIX 17. 3.2.3.3. Direito de defesa nos processos de cassao/rejeio de contas de prefeitos 609 3.2.3.4- Direito ao contraditrio e ampla defesa no processo administrativo disciplinar 6 1 0 3.2.3.5. Direito de defesa nos processos disciplinares contra parlamentares 610 3.3. Conformao e limitao 611 4- Direito de petio 611 4.1. Consideraes gerais 611 4.2. mbito de proteo 612 4.2.1. Conceito de petio 612 4.2.2. Destinatrios da petio 612 4.2.3. Requisitos de admissibilidade 612 4.2.4. Pretenso de ser informado 613 4.3. Titularidade 614 4.4. Conformao e limitao 614 5. Direito ao juiz natural e proibio de tribunais de exceo 615 5.1. Consideraes gerais 615 5.2. mbito de proteo 616 5.2.1. Consideraes preliminares 616 5.2.2. A competncia da Justia Militar 617 5.2.2.1. Consideraes preliminares 617 5.2.2.2. Conformao da Justia Militar Estadual 618 5.2.3. Prerrogativa de foro e o princpio do juiz natural 619 5.3. Titularidade 623 5.4- Conformao e limitao 623 5.5. Instituio do Tribunal do Jri 624 5.5.1. Consideraes gerais 624 5.5.2. mbito de proteo 625 5.5.3. Conformao e limitao 627 6. Garantias constitucionais quanto definio do crime, pena e sua execuo 628 6.1. Mandatos constitucionais de criminalizao 628 6.2. Princpios da legalidade e da anterioridade penal 634 6.2.1. Consideraes gerais 634 6.2.2. mbito de proteo 635 6.2.2.1. Consideraes preliminares 635 6.2.2.2. Determinabilidade do tipo penal e proibio de analogia 636 XX 18. 6.2.2.3. Proibio de retroatividade da lei penal 639 6.2.2.4- Conformao e limitao 646 6.3. Princpio da responsabilidade pessoal e responsabilidade patrimonial do agente e dos sucessores 646 6.3.1. Consideraes gerais 646 6.3.2. mbito de proteo 647 6.3.3. Conformao e limitao 648 6.4. Tipos da pena admitidos e proibio de penas cruis ou da pena de morte 648 6.4.1. Consideraes gerais 648 6.4-2. mbito de proteo 649 6.5. Individualizao da pena e progresso do regime penal 652 6.5.1. Consideraes gerais 652 6.5.2. mbito de proteo 655 6.5.2.1. Consideraes preliminares 655 6.5.2.2. Direito individualizao: novo contedo 658 6.5.3. Conformao e limitao 658 7. Da no-extradio de brasileiro e da no-extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opinio e de outras limitaes ao processo extradicional 660 7.1. Consideraes gerais 660 7.2. mbito de proteo 661 7.2.1. Consideraes preliminares: no-extraditabilidade do brasi- leiro nato ou naturalizado 661 7.2.2. No-extraditabilidade do estrangeiro por crime poltico ou de opinio 664 7.3. Titularidade 669 7.4. Conformao e limitao 669 7.4-1. Consideraes preliminares 669 7.4.2. No-extraditabilidade e ausncia de observncia dos parmetros do devido processo legal 670 7.4-3. A priso preventiva para extradio 674 7.4.4- Extradio e pena de morte ou priso perptua 675 8. Presuno de no-culpabilidade 676 8.1. Consideraes gerais 676 8.2. mbito de proteo 678 8.2.1. Consideraes gerais 678 XXI 19. 8.2.2. Presuno de no-culpabilidade e compatibilidade com o reco- lhimento priso para apelar e com a inadmissibilidade de li- berdade provisria 679 8.3. Conformao e limitao 684 9. A garantia do devido processo legal 685 9.1. Consideraes preliminares 685 9.2. Da inadmissibilidade da prova ilcita no processo 687 9.2.1. Consideraes preliminares 687 9.2.2. mbito de proteo 687 9.2.2.1. Consideraes preliminares 687 9.2.2.2. Interceptaes e gravaes 690 9.2.2.2.1. Interceptao e gravao ambiental 690 9.2.2.2.2. Interceptao e gravao telefnica 692 9.2.2.2.3. Interceptao telefnica, juiz competente e encon- tro fortuito de outras provas 696 9.2.2.3. A inviolabilidade de dados ou da comunicao de dados e a liceidade da prova 700 9.2.2.4. Da inviolabilidade de domiclio e da busca e apreenso 702 9.3. Das garantias constitucionais quanto priso 704 9.3.1. Consideraes gerais 704 9.3.2. Das condies da priso em flagrante, da priso preventiva, da priso provisria, da restituio da liberdade e da liberdade provisria com ou sem fiana 704 9.3.2.1. Priso em flagrante 705 9.3.2.2. Priso preventiva 708 9.3.2.2.1. Requisitos e prazos para priso preventiva 712 9.3.2.3. Priso temporria 713 9.3.2.4- Liberdade provisria, restituio da liberdade e relaxa- mento da priso ilegal 714 9.3.3. Do dever de comunicao da priso e do local, onde se encon- tre o preso, ao juiz competente e famlia ou pessoa por ele indicada, informao dos direitos do preso, inclusive o direito ao silncio, direito assistncia da famlia e de advogado, direito identificao dos responsveis pela priso ou pelo interrogatrio policial 716 9.3.3.1. Consideraes gerais 716 9.3.3.2. Da comunicao imediata ao juiz competente e aos familiares do preso do local onde se encontra 716 9.3.3.2.1. mbito de proteo 716 9.3.3.2.2. Direito de assistncia da famlia e do advogado 718 XXII 20. 9.3.3.3. Do direito de permanecer em silncio 718 9.3.3.3.1. Consideraes gerais 718 9.3.3.3.2. mbito de proteo 719 9.3.3.3.3. Direito ao silncio nas Comisses Parlamen- tares de Inqurito e nos processos disciplinares.... 722 9.3.3.3.3.1. Conformao e limitao 722 9.3.4- Direito de identificao dos responsveis pela priso ou pelo interrogatrio policial 723 9.3.5. Regime da priso sob estado de defesa 723 9.4. Proibio da priso civil por dvida 723 9.4-1. Consideraes preliminares 723 9.4-2. mbito de proteo 725 9.4-3. Conformao e limitao 725 9.4.3.1. Priso civil do alimentante 725 9.4.3.2. Priso civil do depositrio infiel 728 9.4-4. Priso civil do depositrio infiel em face dos tratados interna- cionais de direitos humanos 737 Captulo 7 DIREITOS SOCIAIS Inocncio Mrtires Coelho 1. Colocao do tema 757 2. Os direitos civis e polticos e os direitos econmicos, sociais e culturais . 758 3. Direitos sociais em espcie 762 4. A interpretao constitucional e os direitos sociais 762 Captulo 8 DIREITO DE NACIONALIDADE E REGIME JURDICO DO ESTRANGEIRO Gilmar Ferreira Mendes 1. Consideraes gerais 765 2. Nacionalidade brasileira 765 2.1. Consideraes preliminares 765 2.2. Brasileiros natos 766 2.3. Brasileiros naturalizados 769 2.4- Distino entre brasileiro nato e naturalizado 769 2.5. Perda da nacionalidade brasileira 770 3. O Estatuto de Igualdade entre brasileiros e portugueses 771 XXIII 21. 4- Regime jurdico do estrangeiro 772 4.1- Consideraes preliminares 772 4.2. Excluso do estrangeiro por iniciativa local 772 4-3. Asilo poltico 776 4-4. A situao de refugiado 777 Captulo 9 DIREITOS POLTICOS NA CONSTITUIO Gilmar Ferreira Mendes 1. Introduo 779 2. mbito de proteo 779 2.1. Direito ao sufrgio 779 2.2. Voto direto, livre, secreto, peridico e igual 783 2.3. Igualdade de voto e sistemas eleitorais 784 2.3.1. Consideraes gerais 784 2.3.2. O sistema proporcional brasileiro 786 2.4- Plebiscito, referendo e iniciativa popular 800 2.5. Condies de elegibilidade 802 2.5.1. Das inelegibilidades 805 3. Restrio ou limitao de direitos polticos: perda e suspenso de direitos polticos 810 3.1. Perda de direitos polticos 810 3.2. A suspenso dos direitos polticos 811 4- Dos partidos polticos 814 4.1. Consideraes preliminares 814 4.2. Autonomia, liberdade partidria, democracia interna e fidelidade partidria 817 4.2.1. Noes gerais 817 4-2.2. Fidelidade partidria e extino do mandato 821 4.3. Igualdade de "chances" entre os partidos polticos 829 4.4. Financiamento dos partidos 839 4-5. Acesso ao rdio e televiso 844 4.6. O princpio da anualidade da lei eleitoral e o devido processo legal eleitoral 845 Captulo 10 ORGANIZAO DO ESTADO I ESTADO FEDERAL 847 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Notcia de Histria 847 XXIV 22. 2. Caractersticas bsicas do Estado Federal 848 2.1. Soberania e autonomia 848 2.2. Existncia de uma Constituio Federal 849 2.3. Repartio de competncias prevista constitucionalmente 849 2.4- Participao dos Estados-membros na vontade federal 850 2.5. Inexistncia de direito de secesso 851 2.6. Conflitos: o papel da Suprema Corte e a interveno federal 851 3. Conceito abrangente de Estado Federal 851 4- Por que os Estados assumem a forma federal? 852 5. O Estado Federal brasileiro 852 5.1. A Unio 852 5.1.1. Interveno federal 853 5.1.1.1. Entes passveis de interveno federal 856 5.1.1.2. Procedimento 857 6. Os Estados-membros 859 6.1. Poder constituinte dos Estados-membros 860 6.2. Auto-organizao do Estado-membro e processo legislativo 861 6.3. Separao de Poderes e princpio da simetria 862 6.4. Limitao relativa a competncia legislativa reservada da Unio.. 864 7. Os Municpios 865 8. O Distrito Federal 866 9. Territrios 867 10. A repartio de competncias na Constituio de 1988 868 10.1. Competncia geral da Unio 868 10.2. Competncia de legislao privativa da Unio 868 10.3. Competncia relativa aos poderes reservados dos Estados 869 10.4. Competncia comum material da Unio, dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municpios (competncias concorrentes administrativas) 870 10.5. Competncia legislativa concorrente 870 10.6. Competncias dos Municpios 871 11. Inexistncia de hierarquia entre lei federal e estadual 873 12. Competncia privativa ou exclusiva? 873 13. Conflitos jurdicos no Estado Federal brasileiro 873 II _ PRINCPIOS C O N S T I T U C I O N A I S DA A D M I N I S T R A O PBLICA 875 Inocncio Mrtires Coelho 1. Introduo 875 2. Estrutura da Administrao Pblica 877 XXV 23. 3. Princpios constitucionais da Administrao Pblica 881 3.1. Princpio da legalidade 881 3.2. Princpio da impessoalidade 883 3.3. Princpio da moralidade 883 3.4- Princpio da publicidade 884 3.5. Princpio da eficincia 884 4- Responsabilidade civil do Estado 884 Captulo 11 ORGANIZAO DOS PODERES I _ PODER LEGISLATIVO 895 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Introduo 895 2. Estrutura e funcionamento 895 3. Funo de fiscalizao 898 3.1. As Comisses Parlamentares de Inqurito 899 3.1.1. A previso da CPI na Constituio 900 3.1.2. Controle judicial dos atos da CPI 901 3.1.3. Objeto da CPI 901 3.1.4. Limitao cronolgica 904 3.1.5. CPI como direito das minorias parlamentares 905 3.1.6. Poderes das Comisses Parlamentares de Inqurito 906 3.1.7. Testemunhas e indiciados 906 3.1.8. Testemunhas, CPI e separao de poderes 910 3.1.9. Poderes cautelares 910 3,. 1.10. Diligncias e requisio de documentos 911 3.1.11. Atuao do advogado do depoente 914 3.1.12. Consideraes finais sobre as CPIs 914 4- Funo legislativa 915 4.1. Processo legislativo 916 4.1.1. A iniciativa 916 4 - l . l . L Iniciativa comum 916 4.1.1.2. Iniciativa reservada 916 4-1 1.3. Iniciativa privativa de rgos do Judicirio 916 4-1 1 -4- Iniciativa privativa do Ministrio Pblico 916 4-1-1.5. Iniciativa privativa da Cmara dos Deputados, do Senado e do Tribunal de Contas da Unio 917 4.1.1.6. Iniciativa privativa do Presidente da Repblica 917 4.2. Discusso 918 4.3. Votao 919 XXVI 24. 4.4. Sano ou veto 920 4-5. Promulgao e publicao 921 5. Notas sobre as espcies legislativas 922 5.1. Leis delegadas ? 922 5.1.1. Controle da delegao legislativa 923 5.2. Lei ordinria e lei complementar 923 5.3. Medidas provisrias 924 5.3.1. Notcia de histria 924 5.3.2. As medidas provisrias na Constituio Federal de 1988. Natureza jurdica 925 5.3.3. Efeitos 926 5.3.4- Conceito de medida provisria 926 5.3.5. Pressupostos da medida provisria 926 5.3.6. Apreciao dos pressupostos da urgncia e da relevncia... 927 5.3.7. Medida provisria. O contedo possvel. Histrico legislativo 928 5.3.8. As limitaes de contedo medida provisria 928 5.3.8.1. Direito poltico 928 5.3.8.2. Medida provisria e organizao do Ministrio Pblico e do Judicirio 929 5.3.8.3. Medida provisria e leis oramentrias 929 5.3.8.4- Medida provisria e matria de lei complementar 930 5.3.8.5. Direito processual e direito penal 931 5.3.8.6. Medida provisria e confisco de poupana 931 5.3.8.7. Medida provisria e projeto de lei j aprovado pelo Congresso Nacional 931 5.3.8.8. Medida provisria e instituio ou majorao de impostos 932 5.3.8.9. Medida provisria e matria da iniciativa legislativa exclusiva de outro Poder ou da competncia exclusiva ou privativa do Congresso ou das suas Casas 933 5.3.8.10. Reedio de medida provisria e medida provisria sobre matria objeto de projeto de lei rejeitado 933 6. Medida provisria converso em lei ou rejeio. A medida provisria no Congresso Nacional 934 6.1. O prazo para apreciao da medida provisria 935 6.2. Aprovao total da medida provisria 935 6.3. Aprovao da medida provisria com emendas 936 6.4. No-converso da medida provisria em lei 937 7. Outras questes em torno das medidas provisrias 939 XXVII 25. 7.1. Medida provisria que declara a inconstitucionalidade de outra... 939 7.2. Medidas provisrias editadas e em vigor antes da EC n. 3 2 / 2 0 0 1 . . 940 7.3. Eficcia da medida provisria reeditada no regime anterior EC n. 32/2001 940 7.4. Possibilidade de os Estados e o Distrito Federal editarem medidas provisrias 941 8. Estatuto do congressista 941 8.1. Prerrogativa de foro 944 8.2. Perda do mandato 945 8.3. Deputados estaduais e distritais 946 8.4. Vereadores 946 II _ PODER EXECUTIVO 947 Gilmar Ferreira Mendes 1. Eleio e mandato do Presidente da Repblica 948 2. Reeleio do Presidente da Repblica 948 3. Vice-Presidente da Repblica, substituio e vacncia 949 4- Ordem de sucesso e vacncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repblica 951 5. Ministros de Estado 952 5.1. Consideraes gerais 952 5.2. Requisitos especiais para o exerccio de determinados cargos e sua compatibilidade com o cargo de Ministro de Estado 953 5.3. Exerccio de cargo de Ministro de Estado por parlamentar e quebra de decoro 955 6. Atribuies do Presidente da Repblica 956 6.1. Direo da Administrao Federal 956 6.1.1. Expedio de regulamento 956 6.1.2. Regulamento "autorizado" 958 6.1.3. Decretos autnomos 960 6.2. Relao com o Congresso Nacional e atuao no processo legislativo.. 961 6.2.1. Consideraes preliminares 961 6.2.2. Edio de medidas provisrias 963 6.2.3. Sano, veto, promulgao e publicao 965 6.2.4- Convocao extraordinria do Congresso Nacional 965 6.2.5. Atribuies no plano das relaes internacionais 965 6.3. Atribuies concernentes segurana interna, preservao da ordem institucional e da harmonia das relaes federativas 967 XXVIII 26. 6.4. Nomeao de juzes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores 967 7. Responsabilidade do Presidente da Repblica, imunidades e prerrogativas. 967 7.1. Consideraes preliminares 967 7.2. Crimes de responsabilidade: conceito 968 7.3. Procedimento 969 7.4. Renncia ao mandato no processo de crime de responsabilidade.. 971 7.5. Processo contra o Presidente da Repblica por crime comum 971 8. Do Conselho da Repblica 972 9. Do Conselho de Defesa 972 III PODER JUDICIRIO 974 Gilmar Ferreira Mendes 1. Introduo 974 2. Garantias do Poder Judicirio 975 2.1. Organizao, autonomia administrativa e financeira, aspectos institucionais 976 2.2. Garantias e limitaes dos membros do Poder Judicirio 978 3. rgos do Poder Judicirio e competncias 980 3.1. Supremo Tribunal Federal 980 3.1.1. Consideraes gerais 980 3.1.2. Competncia do Supremo Tribunal Federal 990 3.1.2.1. Consideraes gerais 990 3.1.2.2. Competncias implcitas 996 3.1.3. O Supremo Tribunal Federal e a modernizao da prestao jurisdicional 998 3.1.3.1. Consideraes preliminares 998 3.1.3.2. Repercusso geral e controle incidental de constitucio- nalidade no Supremo Tribunal 1002 3.1.3.3. O recurso extraordinrio contra deciso de juizados especiais federais 1005 3.1.4- O Supremo Tribunal Federal e as smulas vinculantes 1008 3.1.4-1- Consideraes gerais 1008 3.1.4.2. Requisitos formais da smula vinculante, reviso e cancelamento 1009 3.1.4-3. Obrigatoriedade e limites objetivos e subjetivos da smula vinculante 1012 XXIX 27. 3.1.4.4. Smula vinculante e reclamao constitucional 1013 3.2. Superior Tribunal de ] ustia 1014 3.2.1. Consideraes gerais 1014 3.2.2. Competncia 1015 3.2.3. Competncia recursal do Superior Tribunal de Justia 1016 3.3. Tribunal Superior do Trabalho e Justia do Trabalho 1019 3.3.1. Consideraes preliminares 1019 3.3.2. Tribunais Regionais do Trabalho e juzes do trabalho 1020 3.3.3. Competncia da Justia do Trabalho 1020 3.4- Tribunal Superior Eleitoral e Justia Eleitoral 1021 3.4.1. Consideraes preliminares 1021 3.4-2. Competncia 1022 3.5. Superior Tribunal Militar e Justia Militar 1024 3.6. Tribunais Regionais Federais e juzes federais 1026 3.6.1. Competncia 1026 3.6.2. Competncia dos Tribunais Regionais Federais 1031 3.7. Tribunais de Justia estaduais, juzes estaduais e Justia Militar estadual 1032 4- Do Conselho Nacional de Justia 1033 4.1. Consideraes preliminares 1033 4.2. Controvrsia sobre a constitucionalidade do Conselho Nacional de Justia 1035 4.3. Conselho Nacional de Justia e Supremo Tribunal Federal 1035 IV M I N I S T R I O P B L I C O , A D V O C A C I A E D E F E N S O R I A PBLICA FUNES ESSENCIAIS J U S T I A 1037 Paulo Gustavo Gonet Branco 1. Ministrio Pblico 1037 1.1. Notcias de histria 103 7 1.2. Caracterstica bsica do Ministrio Pblico 1039 1.2.1. Princpios institucionais 1039 1.3. Garantias e vedaes 1040 1.4- A organizao do Ministrio Pblico 1041 1.4.1- O Ministrio Pblico estadual 1041 1.4-2. O Ministrio Pblico da Unio 1042 1.5. Competncias do Ministrio Pblico 1043 2. Outras funes essenciais Justia 1044 X X X 28. 2.1. Advocacia 2.2. Advocacia pblica. 2.3. Defensoria Pblica 1044 1045 1047 Captulo 12 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Gilmar Ferreira Mendes I _ CONSTITUCIONALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE, DE- FESA DA CONSTITUIO, TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE 1049 1. Consideraes preliminares 1049 2. Constitucionalidade e inconstitucionalidade 1051 3. Defesa e proteo da Constituio 1054 3.1. Consideraes preliminares 1054 3.2. Notas sobre os modelos jurisdicionais de controle de constitucionalidade 1056 3.3. Os diferentes tipos de inconstitucionalidade 1060 3.3.1. Consideraes preliminares 1060 3.3.2. Inconstitucionalidade formal e inconstitucionalidade material 1061 3.3.2.1. Inconstitucionalidade formal 1061 3.3.2.2. Inconstitucionalidade material 1063 3.3.3. Inconstitucionalidade originria e superveniente 1065 3.3.3.1. Consideraes preliminares 1065 3.3.3.2. Vcio formal: inconstitucionalidade originria 1070 3.3.3.3. Configurao da inconstitucionalidade e mudana nas relaes fticas ou jurdicas 1073 3.3.4- Inconstitucionalidade por ao e inconstitucionalidade por omisso 1075 3.3.5. Inconstitucionalidade de normas constitucionais 1078 3.3.5.1. O controle de constitucionalidade da reforma consti- tucional e as "clusulas ptreas" 1078 3.3.5.2. Limites imanentes ao poder constituinte 1080 II _ E V O L U O DO C O N T R O L E DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO BRASILEIRO 1083 1. Introduo 1083 2. Consideraes preliminares: a Constituio Imperial 1083 3. O controle de constitucionalidade na Constituio de 1891 1084 4- A Constituio de 1934 e o controle de constitucionalidade 1086 5. O controle de constitucionalidade na Constituio de 1937 1088 XXXI 29. 6. A Constituio de 1946 e o sistema de controle de constitucionalidade 1090 6.1. A representao interventiva 1090 6.2. A Emenda n. 16, de 1965, e o controle de constitucionalidade abstrato 1092 7. O controle de constitucionalidade na Constituio de 1967/69 1094 7.1. Consideraes sobre o papel do Procurador-Geral da Repblica no controle abstrato de normas sob a Constituio de 1967/69: proposta de releitura 1095 7.2. O carter dplice ou ambivalente da representao de inconsti- tucionalidade 1097 8. O controle de constitucionalidade na Constituio de 1988 1101 8.1. Consideraes preliminares 1101 8.2. Criao e desenvolvimento da ao declaratria de constitu- cionalidade 1104 8.3. Desenvolvimento da arguio de descumprimento de preceito fundamental 1106 8.3.1. Consideraes preliminares 1106 8.3.2. Incidente de inconstitucionalidade e arguio de descum- primento 1109 III _i C O N T R O L E INCIDENTAL OU C O N C R E T O 1111 1. Introduo 1111 2. Pressupostos de admissibilidade do controle incidental 1116 2.1. Requisitos subjetivos 1116 2.2. Requisitos objetivos 1117 2.3. Participao de amicus curiae, do Ministrio Pblico e de outros inte- ressados no incidente de inconstitucionalidade perante os tribunais.. 1123 2.4. Controle incidental de normas e parmetro de controle 1124 3. O controle incidental de normas no Supremo Tribunal Federal 1124 3.1. Consideraes preliminares 1124 3.2. Possibilidade de declarao incidental de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal sem que se verifique a relevncia da aplicao da lei para o caso concreto 1125 3.3. Repercusso geral e controle incidental de constitucionalidade no Supremo Tribunal 1126 3.4. Controle preventivo de projeto de emenda constitucional em manda- do de segurana 1127 3.5. O papel do Senado Federal 1127 3.5.1. A suspenso pelo Senado Federal da execuo de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal na Consti- tuio de 1988 1131 XXXII 30. 3.5.2. A repercusso da declarao de inconstitucionalidade pro- ferida pelo Supremo Tribunal sobre as decises de outros tribunais 1133 3.5.3. A suspenso de execuo da lei pelo Senado e mutao constitucional 1133 4. Peculiaridades do controle incidental na Constituio de 1988 1140 4.1. Consideraes preliminares 1140 4.2. A ao civil pblica como instrumento de controle de constitu- cionalidade 1141 4.3. O controle incidental e a aplicao do art. 27 da Lei n. 9.868/99 . 1146 IV A O DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1151 1. Consideraes preliminares 1151 2. Pressupostos de admissibilidade da ao direta de inconstitucio- nalidade 1152 2.1. Legitimao para agir e capacidade postulatria 1152 2.1.1. Legitimao de confederao sindical e entidade de classe de mbito nacional 1152 2.1.2. Pertinncia temtica 1157 2.1.3. Governador de Estado/Assemblia Legislativa e relao de pertinncia 1158 2.1.4- Direito de propositura dos partidos polticos 1158 2.2. Objeto da ao direta de inconstitucionalidade 1159 2.2.1. Leis e atos normativos federais 1159 2.2.2. Leis e atos normativos estaduais 1162 2.2.3. Leis e atos normativos distritais 1163 2.2.4. Atos legislativos de efeito concreto 1164 2.2.5. Direito pr-constitucional 1165 2.2.6. Projeto de lei e lei aprovada mas ainda no promulgada .... 1166 2.2.7. Ato normativo revogado 1167 2.2.8. A problemtica dos tratados 1168 2.2.9. Lei estadual e concorrncia de parmetros de controle 1168 2.3. Parmetro de controle 1170 2.4- Procedimento 1171 2.4.1. Requisitos da petio inicial e admissibilidade da ao 1172 2.4-2. Interveno de terceiros e amicus curiae 1173 2.4.3. Informaes das autoridades das quais emanou o ato normativo e manifestaes do Advogado-Geral da Unio e do Procurador-Geral da Repblica 1175 XXXIII 31. 2.4-4. Apurao de questes fticas no controle de constitu- cionalidade 1176 2.4.5. Medida cautelar 1177 3. Deciso 1178 V A O DECLARATRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 1180 1. Criao da ao declaratria de constitucionalidade 1180 2. Legitimidade para propositura da ao declaratoria 1181 2.1. Consideraes preliminares 1181 2.2. Demonstrao da existncia de controvrsia judicial na ao declaratoria de constitucionalidade 1181 3. Objeto 1184 4- Parmetro de controle 1184 5. Procedimento 1184 5.1. Consideraes preliminares 1184 5.2. Requisitos da petio inicial e admissibilidade da ao 1185 5.3. Interveno de terceiros e amicus curiae 1187 5.4. Apurao de questes fticas no controle de constitucionalidade. 1189 6. Medida cautelar 1189 7. Deciso 1190 V I A R G U I O D E D E S C U M P R I M E N T O D E P R E C E I T O FUNDAMENTAL 1192 1. Introduo 1192 1.1. Origens da lei sobre a arguio de descumprimento de preceito fundamental 1192 1.2. A controvrsia sobre a constitucionalidade da Lei n. 9.882/99 1194 1.3. Incidente de inconstitucionalidade e arguio de descumprimento ... 1195 1.4- Caractersticas processuais: carter principal ou incidental 1198 1.5. A arguio de descumprimento de preceito fundamental na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal 1198 2. Legitimidade para argir o descumprimento de preceito fundamental... 1200 2.1. Consideraes preliminares 1200 2.2. Legitimao ativa 1201 2.3. Controvrsia judicial ou jurdica nas aes de carter incidental.. 1201 2.4- Inexistncia de outro meio eficaz: princpio da subsidiariedade 1202 3. Objeto da arguio de descumprimento de preceito fundamental 1208 3.1. Consideraes preliminares 1208 3.2. Direito pr-constitucional 1208 XXXIV 32. 3.3. Lei pr-constitucional e alterao de regra constitucional de compe- tncia legislativa 1209 3.4- O controle direto de constitucionalidade do direito municipal em face da Constituio Federal 1210 3.5. Pedido de declarao de constitucionalidade (ao declaratria) do direito estadual e municipal e arguio de descumprimento 1211 3.6. A leso a preceito decorrente de mera interpretao judicial 1212 3.7. Contrariedade Constituio decorrente de deciso judicial sem base legal (ou fundada em falsa base legal) 1213 3.8. Omisso legislativa no processo de controle abstrato de normas e na arguio de descumprimento de preceito fundamental 1215 3.9. O controle do ato regulamentar 1216 4- Parmetro de controle 1216 4.1. Consideraes preliminares 1216 4-2. Preceito fundamental e princpio da legalidade: a leso a preceito fundamental decorrente de ato regulamentar 1219 5. Procedimento 1222 5.1. Requisitos da petio inicial e admissibilidade das aes 1222 5.2. Informaes e manifestaes do Advogado-Geral da Unio e do Procurador-Geral da Repblica 1223 5.3. Interveno de terceiros e amicus curiae 1224 5.4- Apurao de questes fticas e densificao de informaes na ao de descumprimento de preceito fundamental 1224 6. Medida cautelar 1225 7. As decises do Supremo Tribunal Federal na arguio de descumprimento.... 1226 7.1. Procedimento de tomada de decises 1226 7.2. Tcnicas de deciso, efeitos da declarao de inconstitucionalidade, segurana e estabilidade das decises 1227 VII _ A A O DIRETA DE I N C O N S T I T U C I O N A L I D A D E P O R OMISSO 1229 1. Introduo 1229 2. Pressupostos de admissibilidade da ao direta de inconstitucionalidade por omisso 1233 2.1. Consideraes preliminares 1233 2.2. Legitimao para agir 1234 3. Objeto da ao direta de inconstitucionalidade por omisso 1236 3.1. Consideraes preliminares 1236 3.2. Omisso legislativa 1237 XXXV 33. 3.2.1. Consideraes preliminares 1237 3.2.2. A omisso parcial 1240 3.2.3. Casos relevantes de omisso legislativa na jurisprudncia do STF 1243 3.3. Omisso de providncia de ndole administrativa 1245 3.3.1. Exerccio de poder regulamentar 1245 3.3.2. Omisso de medidas ou atos administrativos 1245 4- Procedimento 1247 4-1. Consideraes gerais 1247 4-2. Cautelar em ao direta de inconstitucionalidade por omisso 1247 5. A deciso na ao direta de inconstitucionalidade por omisso 1249 5.1. Suspenso de aplicao da norma eivada de omisso parcial e/ou aplicao excepcional 1253 5.2. Suspenso dos processos 1256 VIII MANDADO DE INJUNO 1257 1. Cons ideraes gerais 1257 2. mbito de proteo 1257 3. O mandado de injuno na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal... 1260 4- O direito de greve do servidor e a viragem da jurisprudncia 1265 IX A REPRESENTAO INTERVENTIVA 1274 1. Introduo 1274 2. Pressupostos de admissibilidade da representao interventiva 1277 2.1. Consideraes preliminares 1277 2.2. Legitimao ativa ad causam 1278 2.3. Objeto da controvrsia 1279 2.3.1. Consideraes preliminares 1279 2.3.2. Representao interventiva e atos concretos 1281 2.3.3. Representao interventiva e recusa execuo de lei federal 1282 2.4- Parmetro de controle 1283 3. Procedimento 1288 3.1. Consideraes preliminares 1288 3.2. Procedimento da representao interventiva segundo o Regimento Interno do S T F 1288 3.3. Cautelar na representao interventiva 1289 3.4- Procedimento da representao interventiva Necessidade de nova lei 1290 4. Deciso 1292 XXXVI 34. X AS DECISES NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE N O R M A S E SEUS EFEITOS 1296 1. Introduo 1296 2. A declarao de nulidade da lei 1296 2.1. Consideraes preliminares 1296 2.2. Declarao de nulidade total 1297 2.2.1. Declarao de nulidade total como expresso de unidade tcnico-legislativa 1297 2.2.2. Declarao de nulidade total em virtude da dependncia ou interdependncia entre as partes constitucionais e inconstitucionais da lei 1298 3. Declarao de nulidade parcial 1299 4. Declarao de nulidade parcial sem reduo de texto 1300 5. A interpretao conforme Constituio 1302 5.1. Introduo 1302 5.2. Qualificao da interpretao conforme Constituio 1303 5.3. Admissibilidade e limites da interpretao conforme Constituio. 1307 5.4- Entre a interpretao conforme e a deciso manipulativa de efeitos aditivos 1307 6. A declarao de constitucionalidade das leis e a "lei ainda constitucional". 1309 7. A declarao de inconstitucionalidade sem a pronncia da nulidade e a declarao de inconstitucionalidade de carter restritivo ou limitativo . 1311 7.1. Introduo 1311 7.2. As decises proferidas no mandado de injuno e na ao direta de inconstitucionalidade por omisso 1312 7.3. Reflexes conceptuais 1314 7.3.1. Consideraes preliminares 1314 7.4- Aplicao da lei inconstitucional 1317 7.5. A declarao de inconstitucionalidade de carter limitativo ou restritivo 1319 7.5.1. Consideraes preliminares 1319 7.5.2. A declarao de inconstitucionalidade restritiva, sua reper- cusso sobre as decises proferidas nos casos concretos e admisso da limitao de efeitos no sistema difuso 1321 XI _ S E G U R A N A E ESTABILIDADE DAS DECISES EM CON- TROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE E A RECLA- M A O C O N S T I T U C I O N A L 1325 1. Consideraes preliminares 1325 2. Eficcia erga omnes e declarao de constitucionalidade 1325 XXXVII 35. 3. Limites objetivos da eficcia erga omnes: a declarao de constitucionalidade da norma e a reapreciao da questo pelo S T F 1328 4. Eficcia erga omnes na declarao de inconstitucionalidade proferida em ao declaratria de constitucionalidade ou em ao direta de inconstimcionalidade 1330 5. A eficcia erga omnes da declarao de nulidade e os atos singulares praticados com base no ato normativo declarado inconstitucional 1330 6. A eficcia erga omnes da declarao de inconstitucionalidade e a superve- niencia de lei de teor idntico 1331 7. Conceito de efeito vinculante 1332 7.1. Limites objetivos do efeito vinculante 1333 7.2. Limites subjetivos 1338 7.3. Efeito vinculante da cautelar em ao declaratria de consti- tucionalidade 1339 7.4. Efeito vinculante da deciso concessiva de cautelar em ao direta de inconstitucionalidade 1340 7.5. Efeito vinculante de deciso indeferitria de cautelar em ao direta de inconstitucionalidade 1341 7.6. Efeito vinculante de deciso proferida em ao direta de inconsti- tucionalidade 1342 8. Eficcia erga omnes, efeito vinculante da deciso e reclamao 1343 8.1. Consideraes preliminares 1343 8.2. Objeto da reclamao 1346 8.2.1. A reclamao para assegurar a autoridade das decises do Supremo Tribunal Consideraes gerais 1346 8.2.2. A reclamao para assegurar o cumprimento de deciso de mrito em ao direta de inconstitucionalidade e em ao declaratria de constitucionalidade 1347 8.2.3. Cabimento da reclamao para preservar a autoridade de deciso do Supremo Tribunal Federal em cautelar concedida em ao direta de inconstitucionalidade e ao declaratria de constitucionalidade 1350 8.3. Deciso em arguio de descumprimento de preceito fundamental e reclamao 1351 9. Procedimento: linhas gerais 1354 XII O C O N T R O L E A B S T R A T O DE CONSTITUCIONALIDADE DO DIREITO ESTADUAL E DO DIREITO MUNICIPAL 1356 1. Consideraes preliminares 1356 2. Controle do direito estadual e municipal na Constituio de 1988 e a coexistncia de jurisdies constitucionais estaduais e federal 1357 XXXVIII 36. 3. Concorrncia de parmetros de controle 1364 4- Parmetro de controle estadual e questo constitucional federal 1366 4.1. Consideraes preliminares 1366 4-2. Recurso extraordinrio e norma de reproduo obrigatria 1367 5. Ao declaratria de constitucionalidade no mbito estadual 1369 6. A arguio de descumprimento de preceito fundamental e o controle de atos municipais em face da Constituio Federal 1371 6.1. Consideraes gerais 1371 7. O controle da omisso legislativa no plano estadual 1371 8. O controle de constitucionalidade no mbito do Distrito Federal 1373 8.1. Consideraes preliminares 1373 8.2. A possibilidade de instituio de ao direta no mbito do Distrito Federal 1375 9. Eficcia erga omnes das decises proferidas em sede de controle abstrato no mbito estadual 1378 9.1. Consideraes preliminares 1378 Captulo 13 ESTADO DE DIREITO E ESTADO DE EXCEO Inocncio Mrtires Coelho 1. Estado de direito e estado de exceo. Democracia, emergncia constitucional e defesa das instituies democrticas. Estado de defesa e estado de stio 13 83 1.1. A organizao constitucional e as crises 1383 1.2. A emergncia constitucional no Direito comparado 1387 1.3. Emergncia constitucional no Direito brasileiro. Antecedentes histricos e situao atual 1391 Captulo 14 PRINCPIOS DA ORDEM TRIBUTRIA Inocncio Mrtires Coelho 1. Princpios da ordem tributria 1395 1.1. Princpio da estrita legalidade tributria 1397 1.2. Princpio do tratamento isonmico 1397 1.3. Princpio da anterioridade 1398 1.4. Princpio da irretroatividade das leis tributrias 1398 XXXIX 37. 1.5. Princpio do no-confisco 1398 1.6. Princpio da capacidade contributiva 1400 Captulo 15 PRINCPIOS DA ORDEM ORAMENTRIA Inocncio Mrtires Coelho 1. Princpios da ordem oramentria 1401 1.1. Princpio da legalidade 1401 1.2. Princpio da unidade 1402 1.3. Princpio da universalidade 1402 1.4. Princpio do oramento bruto 1403 1.5. Princpio da anualidade ou periodicidade 1403 1.6. Princpio do equilbrio 1404 Captulo 16 PRINCPIOS DA ORDEM ECONMICA E FINANCEIRA Inocncio Mrtires Coelho 1. Princpios da ordem econmica e financeira 1405 1.1. Princpio da funo social da propriedade 1407 1.2. Princpio da livre concorrncia 1409 1.3. Princpio da defesa do consumidor 1413 Captulo 17 PRINCPIOS DA ORDEM SOCIAL Inocncio Mrtires Coelho 1. Princpios da ordem social 1417 1.1. Princpio da solidariedade 1418 1.2. Princpio da responsabilidade 1418 1.3. Princpio do equilbrio financeiro e atuarial 1419 1.4- Princpio da reserva do financeiramente possvel 1420 1.5. Princpio do acesso universal e igualitrio s aes e servios de sade 1421 1.6. Princpios informadores da educao: universalidade, igualdade, pluralismo, gratuidade do ensino pblico, valorizao dos profis- sionais, gesto democrtica da escola e padro de qualidade 1421 1.7. Princpios da comunicao social: liberdade de manifestao do pensamento, de criao, de expresso e de informao 1422 XL 38. 1.8. Princpios relativos ao meio ambiente 1423 1.9. Princpios gerais relativos famlia, criana, ao adolescente e ao idoso: igualdade e proteo 1425 1.10. Princpios relativos aos ndios 1427 Referncias 1429 ndice alfabtico-remissivo 1471 XLI 39. ORDENAMENTO JURDICO, CONSTITUIO E NORMA FUNDAMENTAL 1. ORDENAMENTO JURDICO, CONSTITUIO E NORMA FUNDA- MENTAL. CONCEITO, OBJETO E ELEMENTOS DA CONSTITUIO. CLASSIFICAO DAS CONSTITUIES. FONTES DO DIREITO CONS- TITUCIONAL SUPREMACIA CONSTITUCIONAL INOCNCIO MRTIRES COELHO 1.1. Ordenamento jurdico. Constituio e norma fundamental Como a compreenso do ordenamento jurdico, enquanto tal, est inti- mamente ligada s idias de Constituio e de norma fundamental, as quais, por seu turno, reaparecero quando formos abordar as questes hermenuticas e o problema da criao judicial do Direito, impe-se desde logo situar essa temtica, sumariamente embora, antes de tratarmos da estrutura e da classifi- cao das normas jurdicas, sobretudo as de nvel constitucional, que possuem especial relevncia para a interpretao/aplicao da normatividade ordinria em geral1 . Registrando, desde logo, que so mltiplos os sentidos atribudos expres- so norma fundamental a que correspondem outras tantas funes correlatas , inclusive na obra de Hans Kelsen, a quem se deve a sua mais ampla utilizao no jogo de linguagem do Direito, esclarecemos que, para os fins desta exposio, qualificaremos como norma fundamental aquela norma que, numa determinada comunidade poltica, unifica e confere validade s suas normas jurdicas, as quais, em razo e a partir dela, se organizam e/ou se estruturam em sistema1 . Resumidamente, em palavras do prprio Kelsen, considera-se norma fundamental aquela que constitui a unidade de uma pluralidade de normas, enquanto representa o fundamento de validade de todas as normas pertencen- 1 Sobre a importncia e funes da interpretao constitucional para a totalidade do orde- namento jurdico, ver Pablo Prez Tremps, Tribunal Constitucional y poder judicial, Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1985, p. 120; e Jerzy Wrblewski, Constitucin y teora general de la interpretacin jurdica, Madrid: Civitas, 1985, p. 93-114. 2 Sobre os sentidos e funes da norma fundamental, Juan Antonio Garca Amado, Hans Kelsen y la norma fundamental, Madrid: Marcial Pons, 1996. 1 40. tes a essa ordena normativa; aquela norma que, pelo fato mesmo de situar-se na base do ordenamento jurdico, h de ser pressuposta, visto que no pode ser posta por nenhuma autoridade, a qual, se existisse e tivesse competncia para edit-la, s disporia dessa prerrogativa em razo de uma outra norma de hierarquia ainda mais elevada, e assim sucessivamente; aquela norma, enfim, cuja validade no pode ser derivada de outra e cujo fundamento no pode ser posto em questo3 . Em sntese, como aquele grande jurista acabou admitindo4 , essa norma fundamental seria uma fico, um como se; um recurso de que se vale o pensa- mento quando ele no consegue alcanar o seu objetivo com os elementos disponveis; um truque da razo jurdica graas ao qual, mesmo sem podermos contar com essa norma como dado de realidade, ns a utilizamos como hiptese instrumental, de natureza lgico-transcendental, para fundamentar no apenas a validade da primeira Constituio, mas tambm, a partir desta, a validade de todas as normas que integram o ordenamento jurdico, normas que, de resto, entrelaam-se precisamente pelo conceito de validade, formal e derivativa, que cada uma recebe da que lhe superior5 . Dessarte, por uma questo de ordem prtica, pois do contrrio estaramos condenados a um regressus in infinitum, temos de supor a existncia dessa norma inaugural que determina se cumpra aquilo que prescreve a primeira Cons- tituio6 e sobre essa norma inaugural, meramente suposta, pr a primeira Constituio histrica, cuja validade o suposto ltimo do qual depende a validade de todas as normas do sistema por ela institudo e de tudo quanto, a partir dela e na forma que ela mesma estabelecer, venha a ser positivado como direito7 . Sobre a impossibilidade no apenas desse regresso fundante, mas tambm de uma interminvel seqncia na escala de produo normativa a chamada dupla finitude do Direito como limite da sua interpretao , merece transcrio esta passagem de Sebastin Soler: "A filosofia jurdica moderna mostrou que, diferentemente de um raciocnio qual- quer, consisten-te no encadeamento de proposies predicativas, a fundamentao jurdica no suscetvel de um desenvolvimento in infinitum. (...). A limitao do retrocesso fundante, alm de ser um aspecto formal de toda es- trutura jurdica, concretamente uma caracterstica positiva de todo sistema vigente de direito. A coisa julgada insere-se nessa estrutura fechada. No recebe sua validez de nenhum sopro carismtico que lhe infunde o rgo do Estado; 3 Teoria pura do direito, Coimbra: Armnio Amado Ed., 1962, v. 2, p. 4. 4 Hans Kelsen, Teoria geral das normas, Porto Alegre: Srgio A. Fabris, Editor, 1986, p. 328- 329; Carlos Maria Crcova, La opacidad dei derecho, Madrid: Trotta, 1998, p. 36-37. 5 Maria Jos Falcn y Telia, Conceito e fundamento da validade do direito, Torres-RS: Instituto Brasileiro de Informtica e Direito, 1998, p. 163-164. 6 Hans Kelsen, Teoria geral das normas, cit., p. 327. 7 Hans Kelsen, Teoria general dei derecho y dei Estado, Mxico: UNAM, 1969, p. 135. 2 41. que todo sistema jurdico autolimita no apenas o retrocesso fundante no sentido expresso acima, mas tambm o processo dedutivo, estabelecendo tambm aqui um limite alm do qual no se pode ir. Num extremo da ordem jurdica est a Consti- tuio, no outro, a coisa julgada; no direito, assim como no h 'regressus', tampouco h l progressus' 'in infinitum', j que a existncia deste ltimo seria incompatvel com aquela limitao. Toda regulao , por natureza, limitada e limitante, e na regulao jurdica caracterstico que se estabelea com bastante nitidez o limite do prprio desenvolvimento normativo. A sentena, eirada ou certa, no est dotada de validez pelo fato de que nela esteja depositada qualquer misteriosa essncia vivificante. Toda a sua validez provm do mesmo sistema normativo que autolimita o mbito da sua prpria interpretao, quer dizer, no procede do juiz e sim de uma norma que declara irrevisvel a sentena"8 , (grifos nossos) Se e quando houver ruptura na cadeia de sustentao do sistema no caso de uma revoluo vitoriosa, por exemplo , a velha ordem, globalmente considerada, desaparecer porque ter sido trocada a norma bsica que lhe conferia os atributos da juridicidade fundamento, eficcia e vigncia , pas- sando a vigorar, como direito novo, com o mesmo fundamento de validade, no apenas as normas editadas pelo poder recm-constitudo, mas tambm aquelas que, embora positivadas antes do fato revolucionrio, e em consonncia com os valores ento prevalecentes, admitam recepo pelo sistema emergente ou leitura conforme a nova ordem estabelecida. Por se constituir em texto que igualmente reputamos de grande importn- cia, no particular, tambm merece transcrio esta passagem de Kelsen sobre o modo como se d a absoro/convalidao ou a recepo das normas jurdicas preexistentes, nos momentos de ruptura ou de transio institucional: "Se algumas leis promulgadas sob o imprio da velha Constituio 'continuam vlidas' com a nova Constituio, isso s possvel porque a nova Constituio lhes confere validade, expressa ou tacitamente. Esse fenmeno um caso de recepo (semelhante do Direito Romano). A nova ordem 'recepciona', quer dizer, adota normas da velha ordem; e isto significa que a nova ordem considera vlidas (ou pe em vigor) normas que possuem o mesmo contedo daquelas que vigoravam sob a ordem precedente. A 'recepo' , assim, um procedimento abre- viado de criao jurdica. As leis que, em linguagem comum, permanecem vlidas, do ponto de vista jurdico so leis novas, cujo sentido coincide com o das leis anteriores. No so idnticas a essas leis, porque seu fundamento de validade distinto e repousa na Constituio nova e no sobte a que foi substituda, no existindo continuidade entre essas duas constituies, quer sob a perspectiva da Constituio anterior, quer do ngulo da que foi promulgada posteriormente. Destarte, no apenas, a Constituio, mas todo o ordenamento, que muda em con- seqncia de uma revoluo"9 . (grifos nossos) Assim que se desenvolvem, no jogo de linguagem do Direito, ao menos como este jogo praticado por Kelsen, as relaes, digamos, normais entre a Lei 8 La interpretacin de la Ley, Barcelona: Ariel, 1962, p. 95-96. 9 Teora general del derecho y del Estado, cit., p. 138. 3 42. Fundamental como hiptese ou fico e as constituies histricas, enquanto realidades constitucionais10 . 1.2. Conceito e objeto da Constituio Aplicando-se, tambm a essa temtica, o insttumental terico antes re- ferido, sobretudo a idia de pr-compreenso, poderemos afirmar que qualquer noo, por mais elementar que seja, sobre o conceito e objeto da Constituio estar condicionada, at certo ponto, pelo que desde logo a partir de uma posio, de uma viso e de uma concepo prvias ns acharmos o que ou deve ser, e o que contm ou deve conter uma Constituio. Como, por outro lado, toda pr-compreenso possui algo de irracional porque, entre outros fatores que a detetminam, ela se funda em pr-juzos, pr- suposies ou pr-conceitos idias-crenas ou evidncias no refletidas, no sentido em que Ortega y Gasset as distinguia das idias propriamente ditas, porque s estas resultam da nossa atividade intelectual11 , em razo disso torna-se necessrio racionalizar, de alguma forma, a pr-compreenso, o que se obter pela reflexo crtica levada a cabo pela teoria da Constituio. Por isso, tambm constitui tarefa importante da teoria constitucional submeter a pr-compreenso da Constituio ao tribunal da razo, em ordem a distinguitmos ou pelo menos tentarmos distinguir os pr-juzos legtimos dos ilegtimos, os falsos dos verdadeiros e, assim, alcanarmos uma compreenso da Lei Fundamental, se no verdadeira, pelo menos constitucionalmente adequada. Nessa ordem de consideraes, Gomes Canotilho afirma que a teoria da Constituio no se limita tarefa de investigao ou descoberta dos problemas polticos constitucionais, tampouco funo de elemento concretizador das nor- mas da Lei Fundamental, antes servindo, tambm, para racionalizar e controlar a pr-compreenso constitucional12 . Posta a questo em termos de pr-compreenso constitucional, o primeiro e radical problema, cuja soluo condicionar tudo o mais, consiste em sabermos como h de ser concebida a Lei Fundamental, se devemos consider-la apenas como Constituio jurdica, simples estatuto organizatrio ou mero instrumento de governo, no qual se regulam processos e se definem competncias; ou, pelo con- trrio, se devemos admiti-la mais amplamente, como Constituio poltica, capaz 10 Para uma crtica da norma fundamental kelseniana, porque traz em si "potencialmente todas as possveis variaes do seu contedo normativo"; conduz ao arbtrio do legislador real, livre de qualquer vnculo jurdico-moral; identifica direito e fora; e, ao limite, acaba considerando todo Estado como Estado de Direito, cf. Hermann Heller, La soberania, Mxico: UNAM, 1965; e Teoria do Estado, So Paulo: Mestre Jou, 1968. 11 Ideas y Creencias, in Obras completas, Madrid: Revista de Occidente, 1964, t. 5, p. 383-394. 12 Constituio dirigente e vinculao do legislador, Coimbra: Coimbra Ed., 1982, p. 80-81. 4 43. de se converter num plano normativo-matetial global, que eleja fins, estabelea programas e determine tarefas. Noutras palavras, em resumo do prprio Canotilho, o que precisamos de- cidir antes de tudo se a Constituio h de ser uma lei do Estado, e s dele, ou o estatuto jurdico do fenmeno poltico em sua totalidade, ou seja, um plano normativo global que no cuide apenas do Estado, mas tambm de toda a sociedade13 . que, a partir dessa deciso preliminar, tanto a teoria quanto a praxis constitucionais refletiro a idia ou a ideologia subjacentes a essa opo de base, tornando visvel a vontade do constituinte, a frmula poltica que, afinal, se materializou na Constituio e condicionar a sua realizao1 *. Como anotado anteriormente, a tesposta a essas indagaes, que dizem respeito natureza e funo de uma lei constitucional, surgir do debate teo- rtico-jurdico e teortico-poltico travado no mbito da teoria da Constituio, que , precisamente, onde se inicia toda compreenso constitucional. Advertindo, desde logo como o faz Konrad Hesse , que em termos de conceito e peculiaridade da Constituio a teoria do direito constitucional ainda est engatinhando, sem ter chegado sequer a uma opinio dominante15 , resumiremos, a seguir, algumas das mais importantes teorias constitucionais da atualidade, cuja compreenso facilitar o acesso aos temas e problemas com que se defronta a moderna teoria do direito constitucional, permitindo-nos, afinal, formular conceitos de Constituio que, mesmo sem contarem com a aceitao majotitria da doutrina, nem por isso caream de consistncia e utilidade. Em ltima anlise, trata-se de procurar respostas que, luz das diversas experincias constitucionais, possamos considerar pelo menos aceitveis para aquelas indagaes transcendentais que, enquanto tais, precedem ou condicio- nam, criticamente, as opes concretas em torno dos modelos constitucionais revelados no curso da Histria. Nessa ordem de preocupaes, acreditamos serem inevitveis as perguntas listadas a seguir, porque traduzem alguns dos mais relevantes problemas com que se defronta a doutrina constitucional contempornea, no particular aspecto do objeto e dos elementos consubstanciais a toda Constituio: 13 Constituio dirigente, cit., p. 12. 14 Sobre o conceito, alcance, finalidade e valor hermenutico da frmula poltica, cf. Ral Canosa Usera, Interpretacin constitucional y frmula poltica, Madrid: Centro de Estudios Cons- titucionales, 1988; sobre a idia de realizao constitucional, cf. Gomes Canotilho, Direito constitucional e teoria da Constituio, Coimbra: Almedina, 1998, p. 1074- 15 Concepto y cualidad de la Constitucin, in Escritos de derecho constitucional, Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1983, p. 4; Elementos de direito constitucional da Rep- blica Federal da Alemanha, traduo de Lus Afonso Heck, Porto Alegre: Srgio A. Fabris, Editor, 1998, p. 26. 44. que tarefas ou funes devem ser confiadas Constituio de um de- terminado pas? que matrias tm ou devem ter dignidade constitucional? deve a Constituio limitar-se a ser uma ordem de competncias, uma simples norma de organizao, embora de carter fundamental? deve, ao contrrio, ostentar um bloco de diretrizes materiais, correspon- dentes s aspiraes e interesses de uma sociedade concreta, isto , de uma sociedade historicamente situada e datada? enfim, deve a Constituio simplesmente sancionar o existente ou servir de instrumento de ordenao, conformao e transformao da realidade poltica e social? Para ordenar as respostas a essas indagaes, trabalharemos com as dou- trinas constitucionais analisadas por Gomes Canotilho, cuja avaliao crtica, no particular, reputamos da maior utilidade para esta exposio. 1.2.1. Constituio como garantia do status quo econmico e social (Ernst Forsthoff) Resumindo o que qualifica como as trs idias fundamentais que conden- sam essa teoria constitucional, Canotilho diz que ela concebe a Constituio como garantia do status quo econmico e social; que uma teoria da Constituio em busca do Estado perdido; e, finalmente, que teoria da Constituio de um Estado de Direito meramente formal. Em razo desse indiferentismo, que entende inaceitvel, quer quanto aos seus pressupostos, quer quanto s suas conseqncias porque uma Constitui- o, materialmente entendida, no pode ser axiologicamente neutra, devendo, antes, ser democrtica e social , aquele ilustre constitucionalista lusitano diz que as idias de Ernst Forsthoff no constituem ponto de partida para a ela- borao de uma teoria da Constituio constitucionalmente adequada, de uma teoria capaz de compreender o Estado de Direito como ordem jurdica e poltica intencionalmente socializante, semelhana do modelo inicial adotado pela Constituio portuguesa de 19761 6 . 1.2.2. Constituio como instrumento de governo (Hennis) Assim compreendida, a Constituio no passa de uma lei processual, em cujo texto apenas se estabelecem competncias, regulam-se processos e defi- nem-se limites para a ao poltica. Mesmo contrariando uma tendncia de grande parte da teoria constitucional contempornea, que admite sobrecarregar o barco constitucional com matria 16 Promulgada em 2-4-1976, com frmula poltica assumidamente socialista fruto da Revo- luo dos Cravos, que pretendeu institucionalizar essa Carta Poltica j passou por vrias revises, do que resultou transformar-se numa Constituio de ndole social-democrtica, essencialmente idntica dos outros membros da Unio Europia, em cujo mbito parece no haver lugar para o chamado socialismo real. Para uma compreenso histrica dessa viragem poltica, ver o prprio Gomes Canotilho, in Direito constitucional, cit., p. 201-208. 6 45. poltica, econmica e social uma tendncia que, de resto, reflete e conforma a realidade constitucional posterior ao primeiro ps-guerra quando no texto das constituies professorais "o poltico e o social tornam-se jurdico11 , mesmo contrariando essa tendncia, a concepo instrumental da Constituio tem o mrito de facilitar a sua converso em ordem fundamental do Estado e habilit-la a absorver a clssica tenso entre Constituio e realidade constitucional"18 . Trata-se de vantagem que, no entanto, deve ser vista com reservas porque uma Constituio excessivamente processual ou formal, alm de no corres- ponder s necessidades da prtica poltica, ao limite acaba se convertendo em ordem de domnio dos agentes de determinada ideologia, porque atrs de todo positivismo jurdico, de toda neutralidade estatal ou de todo indiferentismo po- ltico, escondem-se aqueles que lograram positivar a Lei Fundamental de acordo com as suas idias, interesses e aspiraes19 . Precisamente por isso, arremata Canotilho, o problema maior no reside em contrapor uma Constituio, como instrumento de governo, a uma Consti- tuio como ordem material fundamental de uma comunidade, mas em precisar o modo como "uma Constituio pode e deve ser uma ordem material"20 . 1.2.3. Constituio como processo pblico (Peter Hberle) Nessa perspectiva, para utilizarmos palavras do prprio Hberle, longe de ser um simples estampido ou detonao originria que comea na hora zero, a Constituio escrita , como ordem-quadro da Repblica, uma lei necessria mas fragmentria, indeterminada e carecida de interpretao, do que decorre, por outro lado, que a verdadeira Constituio ser o resultado sempre temporrio e historicamente condicionado de um processo de interpretao conduzido luz da publicidade. Mais ainda, a Constituio , ela mesma, um processo, donde Hberle insistir nessa expresso e em outras do mesmo sentido, tais como compreenso pluralstica normativo-processual, alternativas, pluralizao da legislao constitu- cional, pluralidade de intrpretes e fora normativa da publicidade. A luz dessa concepo, em palavras do prprio Hberle, a lei constitucio- nal e a interpretao constitucional republicana aconteceriam numa sociedade pluralista e aberta, como obra de todos os participantes, em momentos de dilogo e de conflito, de continuidade e de descontinuidade, de tese e de anttese. S assim, entendida como ordem jurdica fundamental do Estado e da sociedade, a Carta 17 Boris Mirkine-Guetzvitch, Les constitutions europennes, Paris: PUF, 1951, p. 17. 18 Gomes Canotilho, Constituio dirigente, cit., p. 87. 19 Sobre os fatores reais de poder, subjacentes em qualquer Constituio, Ferdinand Lassalle, A essncia da Constituio, traduo de Walter Stnner, Rio de Janeiro: Liber Jris, 1988. 20 Constituio dirigente, cit., p. 89. 46. Poltica ser tambm uma Constituio aberta, de uma sociedade aberta e verda- deiramente democrtica. Essa compreenso, bem se v, chega a ser fascinante, sobretudo para aqueles que, a pretexto de combatetem o positivismo e a dogmtica jurdica, processuali- zam a viso do Direito e do Estado, sem se darem conta, no entanto, de que por esse caminho e ao limite acabaro dissolvendo a normatividade constitucional numa dinmica absoluta e retirando da Lei Fundamental uma de suas mais im- portantes dimenses, que precisamente a de servir de instrumento ordenador, conformador e estabilizador da vida social2 1 . Por isso, o prprio Canotilho, que inegavelmente admira as posies de Peter Hberle, ao fazer o balano crtico da teoria desse ilustre jurista alemo, ope-lhe a ressalva de que, caracterizada como processo, a Lei Fundamental apre- senta um elevado dficit normativo, pois a pretexto de abertura e de existencialismo atualizador do pluralismo, o que se tem em verdade a dissoluo da normati- vidade constitucional na poltica e na interpretao, faltando pouco para se concluir que legiferao constituinte e interpretao constitucional so uma s e mesma coisa2 2 . 1.2.4. Constituio como ordem fundamental e programa de ao que identifica uma ordem poltico-social e o seu processo de realizao (Bulin) Nessa perspectiva, a Constituio no um simples instrumento de proteo das relaes existentes, mas a norma fundamental em que se projeta e se realiza uma sociedade em devir e transformao, uma lei superior onde se indicam as mudanas e se definem os processos de conformao do sistema poltico, das relaes sociais e da prpria ordem jurdica. Concretamente, alm de ser a lei bsica do Estado (perspectiva jurdica), a Constituio tambm a norma fundamental ordenadora e conformadora da vida social (perspectiva sociopoltico), em cujo mbito se formulam os fins sociais globais mais significativos, onde se fixam limites s tarefas da comunidade e onde, afinal, se ordena o processo poltico como um todo. Em face desse amplo espectro, e para atingir seu desiderato, a Constituio deve ser, a um s tempo, ordem fundamental e programa de ao, do que resulta construda naturalmente com e pela prpria Constituio a unidade so- ciopoltica e econmica da sociedade. 21 Peter Hberle, Hermenutica constitucional, traduo de Gilmar Ferreira Mendes, Porto Alegre: Srgio A. Fabris, Editor, 1997. Sobre a hermenutica constitucional de Hberle, ver Inocncio Mrtires Coelho, As idias de Peter Hberle e a abertura da interpretao consti- tucional no direito brasileiro, Revista de Informao Legislativa, Braslia, ano 35,n.l37,p.l57-164, jan./mar. 1998; e Konrad Hesse/Peter Hberle: um retorno aos fatores reais de poder, Revista de Informao Legislativa, Braslia, ano 35, n. 138, p. 185-191, abr./jun. 1998. 22 Constituio dirigente, cit., p. 476. 8 47. Diversamente do que sustentam Peter Hberle e os seus seguidores, sob o enfoque de Bulin embora continue a ser concebida como um programa aberto e carente de concretizao na praxis constitucional a Lei Fundamental deve ser realizada dentro dos seus limites, sem descambar para um pluralismo ra- dical, moda de direito livre, em cujo mbito torna-se difcil, talvez impossvel, enxergarmos onde termina a realidade constitucional e comeam as prticas inconstitucionais. 1.2.5. Constituio como programa de integrao e representao nacionais (Krger) Vista como programa de integrao e de representao nacionais, a Consti- tuio entendida, aqui, apenas como Constituio do Estado, do que decorre assumir-se a tese de que uma Constituio s deve conter aquilo que disser res- peito comunidade, nao, totalidade poltica a chamada matria consti- tucional, relegando-se tudo o mais, aquilo que a moderna constitucionalstica denomina Constituio econmica, Constituio do trabalho, Constituio social, Constituio cidad, por exemplo, condio de Constituies subconstitucionais ou simplesmente subconstituies. Essa opo, evidente, advm da compreenso de que a Constituio, para ter estabilidade e durao, no pode constitucionalizar matrias sujeitas a oscilaes quotidianas, nem cristalizar interesses, relevantes embora, que digam respeito apenas a grupos particularizados e no nao como um todo. Criticando essa compreenso da Lei Fundamental, Canotilho diz que ela padece dos defeitos do integracionismo mais extremo e no contempla os proble- mas que hoje se colocam Constituio de um Estado democrtico, nos planos poltico, econmico e social2 3 . 1.2.6. Constituio como legitimao do poder soberano, segundo a idia de Direito (Burdeau) Das mais conhecidas e admiradas, a teoria constitucional de Georges Burdeau tornou-se material de consumo intelectual obrigatrio, seja pela cla- reza da sua exposio, seja pela abrangncia e conciso do seu enunciado a Constituio o estatuto do poder. Como observam os seus inmeros adeptos, essa teoria tem a vantagem de associar a concepo de Constituio com a idia de Estado de Direito, do qual ela se apresenta como pressuposto, tanto com referncia aos governantes porque os priva da condio originria de donos do poder, para reduzi-los ao papel de meros prepostos da sociedade poltica quanto em relao ao prprio poder, cujo exerccio juridizado, vale dizer, racionalizado pela Constituio. ' Constituio dirigente, cit., p. 112. 48. A Constituio, pela forma como atua sobre o poder afirma Burdeau , deve ser considerada verdadeiramente criadora do Estado de Direito, pois se antes dela o poder mero fato, resultado das circunstncias, produto de um equilbrio frgil entre as diversas foras polticas que o disputam, com a Cons- tituio esse poder muda de natureza, para se converter em Poder de Direito, desencarnado e despersonalizado24 . 1.2.7. Constituio como ordem jurdica fundamental, material e aberta, de determinada comunidade (Hesse) Temos, aqui, uma das mais prestigiosas teorias da Constituio do nosso tempo, embora, em rigor, no prime pela originalidade, como se ver a seguir. Com efeito, como deixam entrever os Escritos do prprio Konrad Hesse, se nos conscientizarmos de que no existe sequer uma opinio dominante sobre o conceito e a peculiaridade da Constituio natureza, estrutura, sentido e funes da Lei Fundamental , mas, ainda assim, pretendermos realizar algum trabalho profcuo nessa direo, mesmo que no seja original, poderemos faz- lo apenas operando as teorias conhecidas e extraindo delas a iluminao para determinado aspecto ou dimenso do compreender constitucional. Se assim agirmos, acabaremos realizando tarefa til e formulando um conceito sintetizador, tal como, afinal, foi conseguido por esse importante cons- titucionalista alemo. Para tanto, partiu Konrad Hesse do reconhecimento de que, a par da inexistncia daquela opinio dominante sobre, digamos, a essncia da Consti- tuio, o que antes se via era uma utilizao acrtica de conceitos hauridos de teorias de outras pocas, manifestamente incapazes de dar consistncia, terica e prtica, para uma doutrina da Constituio temporalmente adequada, para uma doutrina constitucional que reflita o modo como as leis fundamentais so vivenciadas nos dias atuais. Dessa tomada de posio, resultou uma anlise na qual esse importante jurista contempotneo levou em conta os aspectos ou dimenses ressaltados pelas doutrinas constitucionais precedentes algumas das quais foram resu- midas acima para, afinal, formular o seu conceito de Constituio. Pela natureza do seu trabalho, pode-se dizer que, em vez de desenvolver uma teoria constitucional prpria, Konrad Hesse em verdade apenas descre- veu e integrou os diferentes ngulos a partir dos quais se poderia chegar a um conceito de Constituio, se no pacfico, pelo menos no rejeitvel de plano por eventuais opositores. Trata-se da mesma e justa preocupao que torturou o saudoso professor Orlando Bitar, quando, no incio dos anos sessenta, foi desafiado pelos seus ir- reverentes alunos, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Par, a 24 Trait de science politique, Paris: LGDJ, 1980, t. 4, p. 44-45. 10 49. ministrar-lhes um conceito inatacvel de direito constitucional, um repto a que ele respondeu formulando, tambm descritivamente, com palavras de exemplar probidade acadmica, o seu conceito de direito constitucional: " um sistema de normas, que regulam a organizao, o funcionamento e a proteo de um deter- minado Estado e os direitos e deveres fundamentais de seus jurisdicionados". "Preocupou-nos a busca, de certo modo torturada de um conceito vlido para a universalidade dos Estados modernos; que revelasse uma bivalencia ainda relativa (ou, s vezes, nominal) face s duas concepes do mundo que dividem doloro- samente nossa poca. Tambm que fugisse a peculiaridades desta ou daquela rea constitucional, prestando-se, claro, por sua mesma generalidade, a retrat-la. Da no termos dito normas supremas ou escritas, invlido para a Constituio btitnica; nem direitos individuais, invlido para a rea socialista". Aps essa explicao sinttica, aquele erudito professor detalhou os ele- mentos desse conceito, em texto que se tornou raro porque, ao que saibamos, s foi publicado em peridico do Diretrio Acadmico daquela Faculdade23 . Mas, voltando a Konrad Hesse, diz-nos esse publicista que a Constitu