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CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO JOSÉ ANTINO DA SILVA FILHO DESENVOLVIMENTO DE SITE JORNALÍSTICO SOBRE A RESERVA EXTRATIVISTA DO BATOQUE FORTALEZA 2011

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CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO

JOSÉ ANTINO DA SILVA FILHO

DESENVOLVIMENTO DE SITE JORNALÍSTICO SOBRE A RESERVA EXTRATIVISTA DO BATOQUE

FORTALEZA 2011

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JOSÉ ANTINO DA SILVA FILHO

DESENVOLVIMENTO DE SITE JORNALÍSTICO SOBRE A RESERVA EXTRATIVISTA DO BATOQUE

Projeto apresentado à coordenação do curso de Comunicação Social – Jornalismo, como exigência final para conclusão do curso.

Orientador: Prof. Ms. Dilson Alexandre Mendonça Bruno

FORTALEZA 2011

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Folha de aprovação

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RESUMO

Este trabalho é um relatório teórico e técnico sobre o desenvolvimento do site jornalístico sobre a Reserva Extrativista do Batoque (www.praiadobatoque.com.br). O presente estudo tem o intuito apresentar todas as etapas percorridas pelo pesquisador na elaboração de um conteúdo multimídia a respeito da história e cotidiano de uma comunidade marcada pela luta contra grandes grupos empresariais e o turismo de massa no litoral cearense. Entendendo que o desenvolvimento de um produto jornalístico web forjado na academia deve levar em consideração aspectos teóricos e práticos, referenciais teóricos são colocados em confronto com as experiências práticas vividas ao logo da criação do produto. Este relatório dialoga sobre os processos de elaboração e execução da pauta, das entrevistas, do layout, dos textos e dos mapas do site. Assim, o produto é o resultado do embate direto entre o pensar e o fazer jornalístico.

Palavras-chave: Site. Jornalismo. Reserva Extrativista do Batoque. Multimídia. Turismo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5

1 REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 9

2 METODOLOGIA DE PESQUISA ....................................................................................... 14

3 O SITE ................................................................................................................................... 15

3.1 Pauta ................................................................................................................................... 15

3.2 Entrevistas .......................................................................................................................... 18

3.3 Layout ................................................................................................................................. 20

3.4 Texto ................................................................................................................................... 22

3.5 Mapas ................................................................................................................................. 24

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27

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INTRODUÇÃO

Apoiar o potencial turístico de uma área litorânea somente em seus atrativos naturais

é uma prática comum. Palavras como “praia”, “sol” e “mar” servem de incentivos para o

turismo de massa, o qual é “[...] promovido pela mídia, tecnificado e colocado nas prateleiras

do mercado da informática, mobilizando grandes fluxos de visitantes, para núcleos receptores

especiais.” (CORIOLANO, 2003, p. 42). Esse tipo de apelo tem grande força entre as classes

mais abastardas, que possuem tempo e renda para financiar os gastos com deslocamentos e

hospedagem.

O turismo é uma forma de lazer praticada pela elite. “É uma modalidade de

entretenimento que exige viagem, deslocamento de pessoas, consumo do tempo livre e o uso

de um equipamento por mínimo que seja como transporte e hotéis.” (CORIOLANO, 2003, p.

115). No nordeste brasileiro, mais especificamente no Ceará, a exploração do turismo de

massa vem gerando danos para pequenas comunidades que habitam os pontos turísticos.

Com a transformação de comunidades pesqueiras em importantes polos turísticos do

Ceará, os moradores perdem espaço para a implantação de um turismo que os exclui dos

ganhos e benefícios trazidos pelos visitantes. Além de não ganhar, a população ainda perde as

suas raízes culturais e, até mesmo, a posse da terra para a implantação de empreendimentos

focados no turismo de massa.

Estes megaprojetos dirigem a atual estruturação territorial ocupando grandes porções do solo dessas vilas. Instrumentos jurídicos estão nas mãos de proprietários estrangeiros, tendo estes, grandes facilidades jurídicas para adquirir imóveis que se destinam a construções de hotéis, condomínios privados, restaurantes, discotecas, bares, centros comerciais, centros de convenções, flats sendo que muitos deles situam-se em zonas proibidas do litoral. (CORIOLANO, 2008, p. 12)

Mesmo diante do processo de exclusão, algumas comunidades do litoral cearense

buscam se inserir na atividade turística por meio da prestação de pequenos serviços aos

viajantes como, por exemplo, o aluguel de quartos nos domicílios, restaurantes e pousadas

comunitárias, venda de artesanato e como guias de passeios locais.

O turismo comunitário afasta-se do turismo de massa ao tentar dar prioridade à

conservação da cultura e do meio ambiente local. Ele é “[...] a alternativa encontrada pelas

comunidades que buscam desenvolver o turismo, criando oportunidades de trabalho,

complementando a renda dos moradores. As ações são tentativas de constituir uma política

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comunitária e social, cujo objetivo é a permanência e sobrevivência no espaço litorâneo.”

(MENDES; CORIOLANO, 2006, p. 1).

Para apoiar comunidades que desejam diminuir os impactos negativos do turismo de

massa no Ceará, foi criada a Rede Tucum – rede cearense de turismo comunitário. Trata-se de

um projeto tem como objetivo desenvolver o turismo local, garantindo às populações

tradicionais a permanência em seu território. Isso possibilita a continuidade das atividades

econômicas tradicionais, em particular a pesca e a agricultura.

Atualmente, a Rede Tucum auxilia doze localidades cearenses na promoção da

sustentabilidade turística, que tem três fatores como base:

O objetivo da sustentabilidade ecológica é assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a manutenção do processo ecológico. A sustentabilidade sociocultural deve assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a cultura e valores da comunidade e por fim a sustentabilidade econômica busque um desenvolvimento economicamente eficiente com recursos geridos de maneira que possam manter gerações futuras. (ROSE, 2002, p. 45)

Entre as comunidades que integram a Rede Tucum, está a da praia do Batoque, que

foi a primeira Reserva Extrativista (Resex) do Ceará. O local, localizado a 52 km de

Fortaleza, tornou-se Unidade de Conservação em 5 de junho de 2003, após décadas de lutas

contra ataques de “grileiros” (nome dado para quem falsifica documentos e de forma ilegal

tornar-se dono por direito de terras devolutas ou de terceiros), que tentaram tomar posse da

terra, pertencente aos pescadores e agricultores da região.

Os primeiros ataques proferidos por Antônio Sales foram a proibição da venda de coco, plantação de vazante, proibição de cerca e finalmente, o controle rígido de construção de casas para os filhos dos nativos. A comunidade, por muito tempo, foi vigiada por capangas armados e muito violentos que ameaçavam de morte qualquer pessoa ou instituição que viesse tentar conscientizar os nativos das injustiças implantadas ali. Diante disso, outros especuladores apareceram se dizendo donos das terras, inclusive o Sr. Miguel Gazineu que apresentou até escritura. Mais tarde apareceu o milionário Ivens Dias Branco, se intitulando, também, dono das terras. (ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIALUTA PELA TERRA-CIDADANIA E MEIO AMBIENTE, 2003, s/pág.1)

Hoje, cerca de 320 famílias vivem na Reserva Extrativista (Resex) do Batoque, que,

segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

1 Por se tratar de um documento disponível na internet não consta página. Sempre que isso ocorrer, colocaremos a expressão “s/pág.” daqui em diante.

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(IBAMA), abrange uma área de 617 hectares e tem na pesca a sua principal fonte de renda.

Desde 2007, a Resex é gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio) que administra, fiscaliza e auxilia na implementação de projetos

para o desenvolvimento local junto aos moradores.

A história da comunidade do Batoque pela posse da terra é passada oralmente para as

novas gerações de pescadores e está registrada em estudos realizados pela Universidade

Estadual do Ceará (UECE). Antes da criação da reserva, foi publicado um site sobre a praia.

No entanto, ele foi desativado e o conteúdo só pode ser acessado por meio de buscas com

ferramentas especiais. Por isso, é importante o desenvolvimento de um projeto que registre a

história do local de uma maneira mais ampla e acessível.

O objetivo deste trabalho é desenvolver e publicar um conteúdo multimídia para web

sobre a história, costumes e cotidiano da comunidade que habita a Reserva Extrativista do

Batoque. O repórter atuou analisando a rotina dos moradores; entrevistando as lideranças e

estudiosos; registrando com imagens, texto, áudio e vídeo; editando o material; e publicando

o resultado em um site da internet. O site terá como foco os internautas interessados em visitar

a praia do Batoque.

A luta da comunidade da praia do Batoque pela posse da terra e pela conservação de

suas raízes culturais é um exemplo de mobilização em torno de um bem comum. No entanto,

a falta de reportagens ou registros sobre essa história pode fazer com que o esforço de décadas

seja esquecido pelas próximas gerações.

Por suas características multimídias, a web demonstra ser a melhor plataforma para a

publicação de um conteúdo que deve registrar em texto, imagens e áudio a história e o

cotidiano dos moradores daquela região, levando em consideração aspectos humanos,

econômicos e sociais.

A Reserva Extrativista do Batoque não possui nenhum site ou qualquer outra forma

de comunicação via internet. Como a comunidade desenvolve um trabalho de turismo

sustentável, ter uma visibilidade na rede mundial de computadores pode ajudar na divulgação

do estilo de vida local e atrair ainda mais visitantes interessados em conhecer a reserva dentro

da proposta de turismo comunitário.

Com os espaços para interação com os usuários que devem ser desenvolvidos no site,

o conteúdo gerado poderá ser comentado, compartilhado e estendido nas caixas para

comentários. Dessa forma, além de acessar as informações, os leitores poderão contribuir com

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a divulgação e aumento do que será postado, criando um centro online difusor de conteúdo

sobre a praia do Batoque. No capítulo a seguir, apresentamos uma pesquisa bibliográfica que

serviu de base para o desenvolvimento das ações do pesquisador.

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1 REFERÊNCIAL TEÓRICO

De acordo com Lévy (1999), novas tecnologias inseridas no cotidiano social

implicam em mudanças significativas no meio. As transformações não partem da tecnologia

em si, pois elas não agem sobre o homem de maneira autônoma. As alterações da práxis

social partem dos valores que o próprio homem agrega à tecnologia.

[...] a técnica é um ângulo de análise dos sistemas sócio-técnicos globais, um ponto de vista que enfatiza a parte material e artificial dos fenômenos humanos, e não uma entidade real, que existiria independentemente do resto, que teria efeitos distintos e agiria por vontade própria. (LÉVY, 1999, p. 22).

A técnica descrita por Lévy (1999) não veio de outros planetas ou surgiu sozinha do

frio mundo das máquinas. Ela não foi dada ao homem pronta e com um fim em si mesmo. De

acordo com o autor as “[...] técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu

uso pelos homens.” (p. 21). E é o uso das ferramentas que compõe a humanidade enquanto

tal.

Ao lançarmos nosso olhar sobre a história da comunicação encontraremos diversos

pontos de convergência entre o fazer jornalístico e o desenvolvimento tecnológico. A

invenção revolucionária da prensa e dos tipos móveis por Gutenberg puderam dar vazão ao

rio de informações que inundavam a Europa nos séculos XVI e XVII. “A procura de livros,

nas cortes do Renascimento e nas universidades, atingiu proporções tais que os copistas não

tinham condições para atender todas as solicitações.” (MELO, 2003, p. 41).

Com a prensa, a materialização de pensamentos em letras e páginas tornou-se mais

rápido e possibilitou a publicação de material com temas mais efêmeros. De acordo com

Steingberg (1963, p. 24-25), estava nascendo nesse momento a “[...] moderna publicidade

impressa, que se baseia na produção massiva de material idêntico e na livre combinação de

tipos, em uma quase infinita variedade de composição.” No século XIX, o desenvolvimento

industrial agrega aperfeiçoamentos para a já ultrapassada invenção de Gutenberg. Os parques

gráficos ajudam na massificação dos jornais ao permitir a produção em larga escala.

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de outra ferramenta influenciará diretamente

em como os jornais serão escritos: o telégrafo. Para Furtado (2005, p. 73), “[...] os jornais

rapidamente perceberam a preciosidade dessa nova fonte. No momento em que se realiza a

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ligação entre cidades, países e continentes amplia-se consideravelmente o campo dos

conhecimentos dos fatos, das notícias e dos acontecimentos.”

Para tomar posse das novas possibilidades advindas do telégrafo, os jornais tiveram

que se adaptar às limitações técnicas da ferramenta. Os cabos telegráficos espalhados pelo

mundo não eram completamente confiáveis, por isso as informações mais relevantes eram

escritas logo no primeiro parágrafo do texto. Assim nasceu o lead.

Atualmente, vivemos outra mudança, talvez a mais profunda delas. A internet nos

brinda com um mundo de novas possibilidades de publicação e apuração de informações. No

mundo, além das prensas, o texto é uma das maneiras de informar e não mais a única. Sendo

assim, é necessário ter em mãos as novas ferramentas oferecidas pela web.

A internet é um produto tecnológico da nossa sociedade que implicou em

significativas mudanças culturais. A evolução da rede foi além dos nichos tecnológicos e dos

muros acadêmicos. A internet provocou modificações profundas em áreas como produção,

educação, política e comunicação. O seu toque é tão profundo que Castells (2003, p. 15)

compara sua importância com a da própria eletricidade:

Se a tecnologia da informação é o equivalente histórico do que foi a eletricidade na era industrial, em nossa era poderíamos comparar a Internet com a rede elétrica e o motor elétrico, dado sua capacidade para distribuir o poder da informação por todos os âmbitos da atividade humana.

O desenvolvimento da rede mundial de computadores não se deu do dia para a noite.

A internet, como a conhecemos, é o resultado da evolução de comunidades que deram início à

cultura de troca de informação em rede. Segundo Castells (2003), essa nova forma de

comunicação se espalhou pelo mundo contemporâneo e está influenciando diretamente na

nossa cultura. “Todos os domínios da vida social estão sendo modificados pelos usos

disseminados da internet.” (p. 225). Um desses domínios é o jornalismo impresso.

O primeiro passo do jornalismo dentro do novo mundo digital foi o da transposição

integral do conteúdo veiculado no papel para a internet. Cabrera González (2000) chama esse

modelo de “Fac-simile”. Os jornais foram digitalizados e publicados na rede com o mesmo

formato que iam para as ruas. Em um segundo momento, os sites dos jornais impressos

passaram a transpor as matérias do papel para um layout diferente e mais adaptado ao online.

No entanto, ainda não eram gerados conteúdos próprios.

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Somente na terceira fase de adaptação, os jornais incorporaram um modelo digital

mais concreto. Aqui, o design é completamente pensado de acordo com as necessidades do

leitor da internet. Com o uso de links, o conteúdo passa a ser hipertextualizado, o que

possibilita a expansão da informação. Também foi expandida a experiência do usuário com o

conteúdo a partir do momento em que foram abertos canais para que ele pudesse comentar e

contribuir com a informação.

Cabrera González (2000) ainda destaca um quarto modelo do jornal na internet, o

multimídia. Nesta fase, os sites utilizam ao máximo todos os recursos que o meio online

possibilita. Além da interatividade com o público, os jornais se preocupam em complementar

as informações com vídeos, áudios e animações.

Esses diversos modelos ainda coexistem na internet. É possível encontrar em alguns

veículos a digitalização do conteúdo impresso na integra e conteúdos multimídia. Pois, apesar

da evolução de sua versão online, os sites de notícia ainda necessitam de suas edições

impressas.

La aceptación de la situación actual como etapa transitoria de la prensa en

línea, da razón de la necesaria dependencia de ésta de los medios

tradicionales, en concreto, de la prensa escrita. Resulta innegable la

necesidad de coexistencia del medio on line con la prensa convencional por

varios motivos, entre los que podemos señalar: la necesidad de una

infraestructura organizativa que todavía no existe de modo independiente en

la edición digital, la falta de contenidos informativos suficientemente

elaborados, y la urgente demanda de profesionales cualificados. (CABRERA GONZÁLEZ, 2000, s/pág.).

Essa dependência fica ainda mais evidente quando observamos os sites de notícia

ligados aos grupos regionais de comunicação. Nesses casos, o portal foi implementado como

mais um veículo de comunicação da empresa, mas não recebe os mesmos investimentos que

as outras empresas do grupo.

As bases para o desenvolvimento de notícias online ainda está crescendo nas raízes

dos antigos veículos. Conteúdos jornalísticos na web, que tenham nascido diretamente para a

internet, ainda podem ser considerados raridades. Isso nos faz pensar o que realmente é o

jornalismo digital.

En una definición sintética el periodismo digital es todo el producto

discursivo que construye la realidad por medio de la singularidad de los

eventos, que tiene como soporte de circulación las redes telemáticas o

cualquier otro tipo de tecnología por donde se transmita señales numéricas

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y que incorpore la interacción con los usuarios a lo largo del proceso

productivo. (GONÇALVES, 2000, p. 19).

Os sinais numéricos (señales numéricas) mencionados por Gonçalves (2000) são as

bases das informações trocadas via internet. Por causa do código binário, todo e qualquer

dado pode ser convertido em infinitas sequências de “0” e “1”, transmitidos por meio de

cabos ou sinais eletrônicos e processadas por um computador. Assim, texto, imagem, áudio e

vídeo podem ser experimentados em uma mesma plataforma, o que caracteriza a

“multimidialidade” do jornalismo na web.

Ser capaz de disponibilizar em uma mesma plataforma diversas mídias não é

privilégio somente do jornalismo feito para web. A televisão também é capaz de veicular

gráfico, imagens, áudio e texto em sua narrativa.

A internet não deve ser encarada com uma plataforma que sintetiza aquilo que o

impresso, rádio e televisão já fazem. Ela não é a simples junção do que já é realizado nos

outros veículos. A web não pode ser entendida da mesma maneira que as mídias de massa.

Lemos e Cunha (2003, p. 15) exemplificam a diferença crucial entre a internet e os outros

meios de comunicação:

[...] quando falo que estou lendo um livro, assistindo TV ou ouvindo rádio, todos sabem o que estou fazendo. Mas quando digo que estou na internet, posso estar fazendo todas essas coisas ao mesmo tempo, além de enviar email, escrever em blogs ou conversar em um chat. Aqui não há vínculo entre o instrumento e a prática. A internet é um ambiente, uma incubadora de instrumentos de comunicação e não uma mídia de massa, no sentido corrente do termo.

Portanto, um dos diferenciais da internet está no nível de interação que o usuário tem

com o conteúdo. Mesmo sendo capaz de transmitir diversos tipos de dados, a narrativa feita

na televisão é rígida. Na web, os hiperlinks permitem que o usuário escolha por onde vai

começar e como vai terminar o consumo de um conteúdo.

A flexibilidade dos meios online permite organizar as informações de acordo com as diversas estruturas hipertextuais. Cada informação, de acordo com as suas peculiaridades e os elementos multimédia disponíveis, exige uma estrutura própria. (SALAVERRIA, 2005, p. 108).

Com a interação na web, o usuário deixa de ser um simples receptor da informação e,

junto com o jornalista, passa a ser autor do conteúdo. “Por suas características de sistema

hipertextual, como vimos anteriormente, a internet permite que esta audiência trace seu

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próprio caminho para o acesso aos conteúdos, determinando quando e quais informações quer

receber. A sua postura deixa de ser a do receptor passivo.” (MONTEIRO, 2001, p. 32).

A participação do usuário vai muito além da reconfiguração no modo de ler vai

muito além do texto hiperlincado. Hoje, o leitor não só consome a informação da maneira que

deseja, ele também é capaz de disseminar conteúdos. “Acima de tudo ele é também co-autor,

já sendo conhecido nos meios internacionais como ‘prosumer’, que é formado pelas palavras

produtor + consumidor (producer e consumer em inglês). Esse novo consumidor presente na

internet, chamado de usuário, tem vez e tem voz.” (MARQUES, 2009, p. 4).

Diante de um usuário ativo que faz a sua própria narrativa da notícia por meio de

uma navegação multimídia, torna-se necessária uma mudança no perfil do profissional de

jornalismo. O repórter deve ser capaz de desenvolver conteúdo o conteúdo multimídia.

Segundo Magaly Prado (2011), redigir bem ainda é fundamental, mas não é mais o suficiente

para um profissional que queira ser bem-sucedido no século XXI.

Não basta mais só saber redigir, o mercado carece e prefere que o jornalista saiba, de forma extremamente profissional (porque amadores são pantópicos), gerar páginas na internet, fazer locução, mexer em câmeras e, em muitos casos, editar também; tudo isso com uma visão aguçada, claro. (p. 3).

É com esse perfil de repórter que deve ser produzido um produto jornalístico

multimídia capaz de interagir e permitir que o próprio usuário construa a sua narrativa, sem as

amarrações dos veículos mais tradicionais de comunicação. A proposta ainda é desenvolver

conteúdo que apesar de estar ancorado em um meio conhecido pela instantaneidade seja capaz

de fazer o leitor aprofundar-se na navegação.

Achar que o mais importante é oferecer as últimas notícias o mais rápido possível é um grande equívoco do meio. Os leitores raramente percebem quem foi o primeiro a dar a notícia – e, na verdade, nem se importam com isso. Uma notícia superficial, incompleta ou descontextualizada causa péssima impressão. É sempre melhor colocá-la no ar com qualidade [...]. (FERRARI, 2003, p. 49).

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2 METODOLOGIA DE PESQUISA

Com o intuito de produzir um conteúdo jornalístico multimídia a respeito da história

e do cotidiano da comunidade de pescadores e agricultores que vivem na Reserva Extrativista

do Batoque foi preciso primeiramente realizar um levantamento de todo o material publicado

a respeito do local. A pesquisa em arquivos públicos, bibliotecas e acervos de jornais

impressos foi a base para o desenvolvimento da pauta que norteou as ações do projeto.

Após a fase de pesquisa, a pauta foi construída levando em consideração a busca de

fontes que confirmaram ou esclareceram os fatos levantados em pesquisa. Entrevistas com

líderes comunitários, pescadores, acadêmicos e gestores públicos foram realizadas e gravadas

em áudio e vídeo, sendo utilizadas para o desenvolvimento do site.

Com a produção e edição do conteúdo, iniciamos a fase de desenvolvimento do site e

de postagem do material na web. Nessa etapa, criamos e implementamos o layout onde estão

publicadas as matérias, fotos, áudios e vídeos de modo que houvesse um diálogo coerente e

coeso dos temas por meio de hiperlinks.

O quadro abaixo mostra o cronograma de como o projeto foi realizado.

Quadro 1 – Cronograma de realização do projeto ABRIL MAIO JUNHO

Pesquisa X Produção conteúdo X X Edição conteúdo X Desenvolvimento site X Publicação do site X Fonte: Elaboração do autor.

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3 O SITE

3.1 Pauta

A construção da pauta foi o primeiro passo dado para nortear o desenvolvimento do

conteúdo do site sobre a Reserva Extrativista do Batoque (www.praiadobatoque.com.br). A

pauta é uma ferramenta relativamente recente do jornalismo. Kotscho (2001), por exemplo,

afirma que ela não existia na década de 60. Segundo ele, o chefe de reportagem designava os

repórteres de acordo com as demandas que despencavam sobre sua mesa.

O autor afirma que a pauta nasceu com o objetivo de organizar. “O crescimento dos

jornais e das redações tornou necessária a instituição da pauta, principal elo de ligação entre a

produção e a edição das matérias. Em outras palavras, era preciso organizar a bagunça para

saber quem estava fazendo o quê.” (KOTSCHO, 2001, p. 11).

Diferente do cenário descrito por Kotscho (2001), não existia nenhuma grande

equipe para ser comandada na produção do site. Sendo assim, o objetivo da pauta foi levantar

o histórico do local, os objetivos do trabalho e os recursos utilizados. Ela foi desenvolvida em

parceria com o orientador do projeto e teve como base o conceito descrito no Manual da

Redação utilizado pelo jornal Folha de S. Paulo (2001). Segundo a publicação, a pauta é

gerada por meio de investigação e não é feita somente em uma iniciativa técnica.

Também não nasce apenas da imaginação, mas do trabalho exaustivo com as fontes de informação, da leitura diária de vária publicações impressas e eletrônicas, […] da observação da vida da cidade, da reflexão sobre os acontecimentos em processo no mundo, da capacidade de manter o olhar atento e curioso, da suspeição permanente em relação a tudo que seja consensual ou habitual e da percepção do que seja útil ou válido para a informação e o entendimento do leito. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2001, p. 21).

A primeira etapa da construção da pauta foi a mesma utilizada atualmente em quase

todas as redações: uma busca na internet por “praia do Batoque”. A atitude, que parece

simples, foi importante para levantarmos o que já havia sido publicado sobre o local. Diante

de artigos acadêmicos, matérias de jornais, posts em blogs e discussões em fóruns, foram

feitas as perguntas que iriam compor a pauta.

Após a pesquisa na web, fizemos o levantamento dos nomes das fontes que seriam

entrevistadas: líderes comunitários, representantes de instituições federais, professores

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universitários e moradores da praia do Batoque foram contatados via telefone e pré-

entrevistados. Dessa forma, complementamos as informações colhidas na pesquisa.

A pauta também mostra quais são os itens mais relevantes do tema, ao deixar claro

quem é o público-alvo do site: internautas interessados em conhecer mais sobre o Batoque.

Além disso, ela lista o material multimídia que deve ser colhido, já visualizando as mídias que

iriam compor o site. A pauta continha os seguintes pontos:

a) Histórico dos acontecimentos em questão

A Reserva Extrativista (Resex) do Batoque abrange uma área de 617 hectares e tem

por objetivo assegurar a conservação e dos recursos naturais renováveis da área, protegendo a

cultura e os meios de vida da população local.

A praia tornou-se unidade de conservação em 5 de junho de 2003, após décadas de

lutas contra ataques de “grileiros”, que tentaram tomar posse da área pertencente aos

pescadores e agricultores da região. A iniciativa da criação da reserva foi tomada pela própria

comunidade e teve apoio do o IBAMA/CE, por meio do seu Núcleo de Educação Ambiental.

Hoje, a Resex é gerencia da pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

(ICMBio).

Além da pesca e da agricultura, os habitantes do Batoque também gerenciam

pequenos empreendimentos ligados ao turismo como, por exemplo, pousadas, restaurantes

com a culinária local e passeios. Essas atividades econômicas levam em consideração o

menor impacto no meio ambiente e o crescimento sustentável da comunidade.

b) Roteiro de perguntas essenciais que o texto deve responder

• Quem foram os primeiros habitantes do Batoque?

• Quando foram iniciadas as atividades dos “grileiros” na região?

• Como a comunidade agiu diante dos ataques?

• Como foi criada a Reserva Extrativista?

• O que caracteriza uma Reserva Extrativista?

• Quais são as atividades econômicas praticadas pela comunidade do Batoque?

• O que é turismo comunitário?

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• Como essa forma de turismo é praticada no Batoque?

• Quais as atrações turísticas existentes no local? Como elas podem ser

aproveitadas?

• Existe algum manual para o visitante?

• Onde o turista pode se hospedar, comer e se divertir no Batoque?

• Quantas pousadas e restaurantes existem no local?

c) Itens mais relevantes do assunto na perspectiva da linha editorial adotada

O público-alvo do site é composto por turistas que pretendam conhecer o Batoque e

ao mesmo tempo, ter um contato mais profundo com os habitantes do local. Por isso, além da

história da comunidade é importante destacar quais atividades podem ser praticadas no

Batoque. Itens como “Como chegar”, “Onde ficar” e o “O que fazer” devem conter

informações precisas para que o futuro visitante não se sinta desestimulado.

Deve ficar claro em todo o material como funciona o turismo comunitário e a

diferença entre essa modalidade e o de massa, que é o mais praticado no litoral do Ceará.

d) Fontes que devem ser procuradas para o levantamento das informações

• Presidente da Associação de Moradores do Batoque – Dona Elma;

• Chefe do Instituto Chico Mendes, responsável pela Reserva – Marcel Machado;

• Professora Luzia Neide Coriolano;

• Professor Fábio Perdigão;

• Dono da Pousada do Gil – Gilmar;

• Responsável pela pousada comunitária – Raimundo;

• No local, pescadores, agricultores e comerciantes devem ser ouvidos.

e) Previsão de box com personagem envolvido no tema da reportagem etc.

Busca de um personagem que esteja ligado à história do local ou com características

curiosas

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f) Material iconográfico (fotos, gráficos, tabelas e outros)

• Fotos das atividades;

• Vídeos das entrevistas;

• Vídeos para inserções;

• Mapa dos estabelecimentos do local;

• Rota de como chegar ao Batoque;

• Gráfico com linha do tempo da história do Batoque.

3.2 Entrevistas

Lage (2008) classifica a entrevista, do ponto de vista do objetivo, em quatro

categorias: ritual – é mais centrada na divulgação do entrevistado do que no que ele realmente

tem a dizer; temática – aborda um assunto no qual o entrevistado, supostamente, domina;

testemunhal – quando o entrevistado relata algo que participou ou assistiu; e em profundidade

– aquela em que os objetos principais são as histórias e opiniões do próprio entrevistado.

Usando a classificação de Lage (2008), podemos caracterizar as entrevistas

realizadas neste trabalho como temáticas, pois as fontes dialogaram sempre a respeito do

mesmo assunto (a reserva extrativista do Batoque). No entanto, o tema foi abordado com cada

um dos entrevistados de acordo com a sua relação com o objeto.

As entrevistas não foram realizadas como o simples propósito de confirmar os fatos

levantados em pesquisa. Mais do que registrar afirmações já esperadas, elas deveriam ser um

encontro entre o repórter e o entrevistado. O contato buscado foi o mais pessoal possível,

como descreve Medina (1995, p. 6): “[...] quando, em um desses raros momentos, ambos –

entrevistado e entrevistador – saem ‘alterados’ do encontro, a técnica foi ultrapassada pela

‘intimidade’ entre o EU e o TU.”

Levando em consideração que a plataforma final do conteúdo é capaz de suportar

diversas mídias, todas as entrevistas foram realizadas de modo que pudessem ser aproveitadas

em texto, vídeo ou áudio. O problema é que a prática levanta uma questão comum em

redações: usar ou não gravadores em entrevistas?

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Oyama (2008, p. 18) explica que “[...] o gravador muitas vezes ajuda a inibir o

entrevistado.” Se isso acontece com um pequeno gravador, a situação fica ainda mais

complexa quando acrescentamos uma câmera com um tripé para registrar tudo. O mesmo

problema é enfrentado por repórteres de TV. Por isso, foi utilizada uma dica dada para

profissionais dessa área: “Quem não está acostumado a falar para a televisão costuma ficar

intimidado com o microfone e a câmera. O bate-papo com o repórter serve também para

descontrair o entrevistado, deixá-lo mais à vontade.” (BACELLAR; BISTANE, 2005, p. 17).

Mesmo com o uso dessa técnica, ficou claro que manter a interação do diálogo e, ao mesmo

tempo, gerenciar diversos equipamentos eletrônicos é uma tarefa que exige muito do repórter.

Outra dificuldade estava na condução do processo. Em entrevistas voltadas para o

impresso, é realmente possível dialogar com o entrevistado e estimulá-lo por meio de

intervenções. Para meios eletrônicos, a técnica é oposta. Oyama (2008, p. 56) dá a seguinte

dica para os repórteres:

Não ficar repetindo “hãhã”, “mmm” ou “ahh”, enquanto o entrevistado fala. Esses sons […] podem funcionar como um estímulo para o entrevistado em conversas destinadas a publicação de jornais e revistas. No rádio (e na TV) servem apenas para “sujar” a transmissão e irritar o ouvinte.

Se a entrevista deveria ser utilizada nos três formatos, o que fazer diante do dilema?

A solução foi “sujar” o mínimo possível a gravação, fazendo interrupções pontuais e

buscando estimular o entrevistado por meio de expressões faciais. Tudo isso sem perder de

vista o bom funcionamento dos equipamentos e, claro, o que os sujeitos estavam falando.

Segundo Ferrari (2003, p. 48), os vídeos para web “[...] são mais facilmente

assistidos se o fundo for plano e as imagens estiverem o mais próximas possível.” Por isso, foi

priorizado o uso do primeiro plano, que “[...] mostra do peito para cima. Frequentemente

usado no meio de uma narrativa feita por repórter ou por apresentado.” (CURADO, 2002, p.

108). O uso do primeiro plano também ajudou na captação de áudio, já que não foram

utilizados microfones de lapela.

Todas as entrevistas foram decupadas para facilitar eventuais consultas. As falas das

fontes foram utilizadas no corpo do texto e nos vídeos postados. Para a edição, foi utilizado o

software iMove. O programa não é profissional, mas permitiu o corte das imagens captadas,

inserção de legendas e transições. Ou seja, o necessário para a edição básica de um vídeo para

web.

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Para a publicação dos vídeos na web, optamos por usar o serviço mais popular: o

Youtube. A plataforma permite a postagem de vídeos em alta definição e disponibiliza a

opção de incorporar o material em nosso site. Utilizar um player próprio seria uma luta

inglória contra servidores, softwares e outras questões técnicas. Além disso, ao ser postado no

Youtube, o vídeo é mais facilmente disseminado na web, pois o material é mais facilmente

indexado em buscas para o Google.

Nenhuma entrevista foi postada somente em áudio no site. Como todas as entrevistas

estavam em vídeo, não houve necessidade de utilizar somente o áudio de alguma delas. Por

isso, optamos por utilizar o recurso de uma forma diferente. Em alguns posts, sugerimos que

os usuários lessem o texto escutando determinada música. O player foi incorporado antes do

texto.

3.3 Layout

O layout de uma página web está para o webjornalismo como a diagramação está

para o jornal impresso. O design é tão importante para o site quanto a imagem é para a TV e o

áudio para o rádio. É sob essa plataforma que a informação será tratada e publicada. “O

webdesigner deve ser o melhor amigo do webwriter – e vice-versa. A programação visual

deve apoiar, em todos os momentos, a ação do redator Web. Em outras palavras, caro amigo,

se um internauta der de cara com uma página feia, ‘adeus webwriting’.” (RODRIGUES, 2000,

p. 32).

Fazer um site não é uma tarefa simples. Hoje, são necessários pelo menos três

profissionais para desenvolvê-lo: designer, webdesigner e programador. O primeiro é o

responsável por desenhar as páginas, distribuir os elementos, balancear cores, escolher fontes

e designar tamanhos. O webdesigner é quem codificará o layout utilizando HTML (linguagem

usada pelos navegadores) e CSS (código responsável por distribuir os elementos do HTML).

Assim, tudo poderá ser “lido” pelos navegadores. O programador é quem possibilita, por

exemplo, a utilização de uma ferramenta de gerenciamento do conteúdo, que facilita a

postagem dos textos e imagens na página.

O desenvolvimento técnico do site foi realizado em parceria com a agência Index

Comunicação Digital. Todo o processo foi acompanhado para que o layout e as ferramentas

disponibilizadas estivessem de acordo com os objetivos do produto final. O primeiro passo do

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processo foi definir qual seria a ferramenta de gerenciamento de conteúdo. Dentre as diversas

opções grátis do mercado, escolhemos a mais popular: o WordPress.

WordPress é uma plataforma semântica de vanguarda para publicação pessoal, com foco na estética, nos Padrões Web e na usabilidade. O WordPress é ao mesmo tempo um software livre e gratuito. Em outras palavras, o WordPress é o que você usa quando você quer trabalhar e não lutar com seu software de publicação de blogs. (WORDPRESS, 2001, s/pág.).

Apesar de ser utilizado principalmente em blogs, o WordPress também desempenha

um bom papel no gerenciamento de um site. Isso ocorre pela sua capacidade de integração

com diversos layouts e o desenvolvimento de plugins, que são programas de computador

utilizados para adicionar funções a outros programas maiores. Ou seja, a plataforma é

altamente flexível.

Outra vantagem do WordPress é que ele possui uma das maiores comunidades de

webdesigner, que criam layouts especificamente para ele. Sendo assim, ao invés de iniciar o

desenvolvimento da “página em branco”, optamos por comprar um layout.

De acordo com Pinho (2003, p. 13), “Para ter sucesso na tarefa do desenvolvimento

visual de um site, cada um desses elementos devem ser considerados: espaços em branco,

combinação de cores, texturas, sequencia, proximidade e alinhamento, balanço, contraste

entre os elementos e unidade da página.” Baseado na boa utilização de cada um dos elementos

listados, o layout escolhido foi o Simplicity, disponível para compra no site Woothemes.

O tema adquirido possui elementos de gerenciamento de capa e um slideshow, onde

é possível destacar determinadas notícias, imagens, texto e até mesmo inserir vídeo dentro

dessa área. Assim, ele pode ser assistido sem necessariamente uma página ser acessada.

Abaixo do slideshow, existe uma área onde é possível fazer pequenas chamadas. Assim, os

conteúdos principais podem ser destacados. No topo, é possível fazer um menu com as

principais categorias de informações.

A disposição dos elementos na página principal tem como objetivo seguir a primeira

lei de Krug (2008, p. 11) sobre usabilidade: “As pessoas frequentemente me perguntam: ‘Qual

a coisa mais importante que eu devo fazer se quiser me assegurar de que meu web site seja

fácil de usar?’ A resposta é simples. […] ‘Não me faça pensar’.”

Segundo Krug (2008, p. 21), na maior parte do tempo, o que as pessoas fazem “[...] é

dar uma olhada em cada nova página, examinar uma parte do texto e clicar no primeiro link

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que lhes interessar ou lembrar vagamente aquilo que estão procurando.” As páginas devem

ser projetadas para serem olhadas e não lidas. Para que isso aconteça, é necessário criar uma

página com hierarquia visual clara.

Krug (2008) explica ainda que uma página bem hierarquizada possui três

peculiaridades: “Quanto mais importante algo é, mas proeminente está.” (p. 31); “Coisas que

estejam relacionadas logicamente estão relacionadas visualmente.” (p. 32); e “Coisas são

‘aninhadas’ visualmente para mostrar quais fazem parte de quais.” (p. 32). Além de estarem

presentes na capa do site, essas características também foram atendidas nas páginas internas,

onde foi publicado o conteúdo propriamente dito.

3.4 Texto

No que diz respeito à construção dos textos do site, foram levados em consideração

duas técnicas complementares: as de escrita voltadas para web e as de search engine

optimization (SEO ou “otimização para mecanismos de busca”). O primeiro está relacionado

ao internauta e o segundo é voltado para os mecanismos de buscas, que não podem ser

desconsiderados em trabalhos web. Além de legível, o conteúdo precisa ser localizável.

Segundo Pinho (2003, p. 198), “[...] os títulos, subtítulos e entretítulos de uma

publicação online devem ser redigidos de um modo que indiquem resumidamente o assunto

da matéria, chame a atenção do leitor e mantenham o seu interesse ao longo do texto.” O autor

também lembra que a objetividade e a clareza nesses elementos devem ser levadas ao

extremo.

O Google, mecanismo de busca mais utilizado atualmente, disponibilizou um guia

para Otimização de sites para Mecanismos de Pesquisa (SEO). De acordo com o documento,

os títulos devem ser descritivos e curtos. “Títulos podem ser curtos e informativos ao mesmo

tempo. Se o título for demasiado longo, o Google (2011) irá mostrar apenas uma parte dele no

resultado de pesquisa.” Conforme este documento, deve ser evitado “[...] utilizar títulos

extremamente longos e pouco úteis para os usuários e preencher o título com palavras-chave

desnecessárias.” (GOOGLE, 2011, s/pág.).

A preocupação em utilizar as palavras certas e eliminar as irrelevantes não foi

utilizada somente nos títulos do site. Ela esteve presente na construção do corpo do texto. De

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uma forma radical, Krug (2008, p. 45) alerta sobre o uso de palavras desnecessárias. “Livre-se

de metade das palavras de cada página e depois de metade das que restaram.” Para este autor,

excluir todas essas palavras reduzirá o nível de confusão, destacará o conteúdo mais útil e

permitirá que os usuários vejam a página com apenas um olhar sem precisar rolá-la.

Para Rodrigues (2008), não existe medida para o desejo do usuário por informações.

No entanto, existem limites. Ele acredita ser importante que a página “[...] não ultrapasse 20

linhas em cada uma. Esse é o patamar que mais se aproxima da expectativa do visitante.” A

orientação deste autor foi seguida, para evitar que o usuário se perdesse em um texto logo;

foram utilizados intertítulos para quebrar o bloco e negrito para destacar palavras-chave.

Mesmo conciso, o corpo do texto deve fazer bom uso das palavras-chave,

procurando variá-las. O manual do Google (2011, s/pág.) explica que “[...] os usuários que

possuem um conhecimento avançado sobre o tema poderiam utilizar palavras-chave

diferentes na pesquisa do que alguém que é leigo no assunto.” Além disso, elas não podem ser

excessivamente repetidas ao longo do texto. Os mecanismos de busca podem interpretar a

atitude como uma tentativa de forçar a relevância e punir o site por isso.

Ao produzir os textos, também foi pensada a utilização dos links para conteúdos

internos. É por meio deles que os usuários podem desenvolver uma narrativa própria do

conteúdo. “Na prática, para facilitar a navegação, os vínculos precisam mostrar claramente ao

usuário para onde eles estão indo e por que eles devem ir.” (PINHO, 2003, p. 187).

O Google (2011) também fornecesse dicas de como utilizar bem esse recurso. O

manual do buscador chama o texto que serve de link de “texto âncora” e diz que ele precisa

ser curto, porém descritivo. O Google sugere que seja evitado escrever textos âncora

genéricos como “página”, “artigo”, ou “clique aqui”. Para os mecanismos de busca, “[...]

quanto melhor o texto âncora, mais fácil será para os usuários navegar e para Google entender

do que se trata a página que você está apontando.” (s/pág.).

Mesmo levando em consideração as questões técnicas, os textos foram produzidos

levando em consideração o leitor humano. Por isso, procuramos informar de maneira objetiva,

mas sem parecer um texto robótico. Impressões sensoriais foram utilizadas para que os

usuários se sintam mais próximo do autor. A quantidade de “pessoalidade” muda de acordo

com o tema do post.

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3.5 Mapas

Não é simples chegar ao Batoque. Existem alguns problemas que fazem com que os

visitantes em potencial não consigam chegar ao local. O primeiro deles é o fato de a praia

pertencer ao município de Aquiraz, mas só ser acessível via Pindoretama. Além disso, as

estradas não pavimentadas e pouco sinalizadas, o que confunde os turistas. Por isso, foi criada

uma página somente indicando como chegar e um mapa no Google Maps para facilitar o

entendimento.

Nas visitas ao Batoque, também constatamos problemas para encontrar determinados

estabelecimentos. Assim, além do mapa com o caminho, foram desenvolvidos mapas

temáticos: “onde ficar”, “onde comer” e um geral, com a localização do posto de saúde, posto

policial e outros pontos importantes da Reserva.

Para criar os mapas, foi necessário utilizar mais do que a ferramenta do Google. O

Batoque não está catalogado na busca do serviço. Por isso, foi preciso descobrir as

coordenados de latitude e longitude da praia para saber a sua localização exata. Além disso,

para marcar os pontos no mapa foi utilizada a rede social Foursquare, onde foi possível

registrar a localização de pousadas e barracas de praia.

Juntando as marcações feitas no Foursquare e a visão aérea do Google Maps, foi

possível criar os infográficos. Os mapas também podem ser utilizados para navegar pelo

próprio conteúdo do site. Se, por exemplo, se um usuário clicar no ponto do mangue, ele

também terá acesso ao link do post sobre o local. Além disso, os mapas foram incorporados

dentro das notícias.

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4 CONCLUSÃO

Durante todo o processo de desenvolvimento do site sobre a Reserva Extrativista do

Batoque, a questão mais recorrente para o pesquisador foi: “Afinal, qual é o papel do

jornalista na web?” Segundo Ferrari (2003, p. 42), “[...] quem é capaz de mexer em várias

mídias ao mesmo tempo e, além disso, escreve corretamente e em português culto, tem

grandes chances de tornar-se um ciberjornalista.” Sem dúvida, essas habilidades são

indispensáveis.

Configurar uma filmadora digital, ajustar a luz de uma câmera, entender as

diferenças entre os formatos de áudio, escolher a melhor resolução para renderizar o vídeo e

editar imagens são algumas habilidades que foram essenciais para o desenvolvimento do site.

Assim, podemos afirmar que sem elas o conteúdo não teria sido produzido em tão poucos

meses.

Atualmente, saber fazer tudo é uma exigência feita somente ao webjornalista.

Repórteres de TV e impresso conduzem equipes técnicas compostas por cinegrafistas e

fotógrafos. Além disso, eles não são responsáveis pela edição do material feito na rua. Esse

luxo não é dado ao jornalista de web que, além de apurar, deve ser capaz de lidar com todos

os acessórios técnicos embutidos no processo de publicação do conteúdo.

Nesse momento, é preciso diferenciar o “ser capaz de fazer” do “ser o único que

pode fazer”. Se, além da produção do conteúdo propriamente dito, ainda continuarem sendo

exigidas do repórter de internet as habilidades técnicas, nunca seremos capazes de produzir

um conteúdo web de qualidade. Na verdade, isso compromete até mesmo uma das

características mais importantes da notícia na web: a velocidade.

Sendo responsável por produzir todo o conteúdo multimídia para web, o repórter

corre o risco de perder-se em questões técnicas e de equipamento, descuidando da agilidade e

deixando de focar no que é importante para o leitor. É necessário, urgentemente, mudar a

cultura existente em redações de online de que é possível fazer jornalismo de qualidade com

um “exército de um homem só”.

Ferrari (2003) destaca que o repórter web tem que ir além dos conhecimentos

técnicos e capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. A autora explica que “[...]

é preciso ter background cultural para conseguir contextualizar a informação e empacotá-la de

um jeito diferente a cada necessidade editorial.” (p. 42). Isso só será possível com a quebra da

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atitude do “jornalista faz tudo” e o desenvolvimento da cultura do “repórter capaz de fazer de

tudo”.

Para produzir o site sobre a Reserva Extrativista do Batoque, foi necessário balancear

a preocupação com a técnica e com o conteúdo. Levamos em consideração que o

webjornalista ainda precisará ser o que filma, escreve, apura e edita, mas que isso não deve

superar a apuração das informações.

Hoje, o site contém as impressões do repórter sobre o Batoque e informações para

internautas que desejam visitar o local. No fim, o conteúdo é um misto de diário de viagem

com um guia para os próximos visitantes. O site não deixa de contemplar o cotidiano dos

habitantes, a história de luta dos moradores pela posse da terra e as características de uma

reserva extrativista.

A administração do site será ofertada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio), que poderá utilizar a ferramenta para divulgar as atividades,

projetos e novidades sobre a Reserva. Futuramente, a ferramenta pode ser utilizada para a

publicação de conteúdos gerados pela própria comunidade. Assim, os moradores terão um

canal para divulgar o seu modo de vida, atraindo ainda mais interessados em visitar o Batoque

de maneira sustentável.

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