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Curso de atualização em Medicina do Trabalho 2016

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Curso de atualização em

Medicina do Trabalho

2016

Metais

Prova

66 questões

23 % - Galvânicas (cromo e cianeto)

14% - Mercúrio

12% chumbo

Mn, Zn, As, F, Be

Poeiras

Assuntos diversos

49 %

Metais

Existência desde 2000 a.C.

Não sofrem ação do homem

Presença

Controle (agrotóxicos, alimentos)

Classificação

Elementos essenciais

(Na, K, Ca, Fe, Zn, Cu, Mg)

Essenciais estruturas

Estabilizantes

Mecanismos de controle

Ativadores enzimáticos

Sistema óxido redução

Classificação cont.

Micro-contaminantes ambientais:

(As, Pb, Cd, Hg, Al, Ti, Sn, Tu)

Elementos essenciais e

simultaneamente micro-

contaminantes

(Cr, Zn, Fe, Co, Mn e Ni)

Tratamento das intoxicações

Antídotos (Agentes quelantes)

Dimercaprol (BAL) - As

Edetato Dissódico de Cálcio - Pb

Penicilamina – Cu, Pb e Hg

Tratamento das intoxicações

Terapia de suporte

Condição respiratória e

circulatória

Balanço hídrico e eletrolítico

SNC

Controle da exposição

Monitoramento ambiental

Limite de tolerância e nível de ação

Monitoramento biológico

Indicadores biológicos (IBMP)

Exposição

Efeito

Correção pela creatinina

Galvanoplastia

Mecânico

Químico

Pré-tratamento

Esmerilhamento

Tamboreamento

Riscamento

Polimento

Desengraxamento

Decapagem

Cobre alcalino

Cobre ácido

Níquel

Cromo

Eletrodeposição

Figura 01 - Fluxograma do Processo Galvânico

( Cromação )

Agentes químicos e etapas da

galvanoplastia Processo

Substância

Natureza Físico- Química do Contaminante

Gasolina Vapor Tri E Tetracloroetileno

Vapor

Desengraxamento

Hidróxido De Sódio Névoa e Solução aquosa

Ácido Clorídrico Gás, Névoa e Líquido Ácido Sulfúrico Gás, Névoa e Líquido

Ácido Nítrico Gás, Névoa e Líquido

Decapagem

Ácido Fluorídrico Gás, Névoa eLíquido Sais De Cobre Névoas

Cobreação Sais de cianeto sais alcalinos usados também em banhos desengraxantes

Gás, Névoa, Solução e Sólido

Niquelação Sais De Níquel Névoas e solução aquosa

Cromação Ácido crômico Névoas

Cromo

Cr (III), (VI), (óxidos)

USOS

• Galvanoplastias

• Metalúrgicas

• Curtumes

• Materiais refratários e magnéticos

• Preservantes de madeira

Toxicocinética - Cr

Cr (VI)

Absorção: Via inalatória

Distribuição: Pulmão, baço, fígado, rim e coração

Eliminação:Via urinária

t ½:10 horas

Modelo tricompartimental

0,5; 5,9 e 83,4 dias

Toxicodinâmica - Cr

Cr (VI)

Ação local - Irritante

Ação sistêmica

Produção de radicais livres (Cr III, IV e V)

Carcinogenicidade – Agente A1 (ACGIH, 2003)

Interação com DNA – danos estruturais, funcionais e

efeitos celulares

Achados clínicos - CrExposição aguda

Irritação do trato respiratório, pele

Úlceras

Exposição crônica

Prurido nasal, rinorréia, epistaxe e ulceração eperfuração de septo nasal,

Irritação de conjuntiva com lacrimejamento eirritação de garganta;

Na pele observa-se prurido cutâneo nasregiões de contato, erupções eritematosas ouvesiculares e ulcerações de aspecto circularcom dupla borda, a externa rósea e a internaescura (necrose), o que lhe dá um aspectocaracterístico de "olho de pombo"

Monitorização ambiental e

biológica - Cr

Cr (VI)

Ambiental

TLV-TWA: 0,01mg/m3 (ACGIH, 2010) Compostos

insolúveis

LT: 0,04mg/m3 (NR 15, 1978)

Biológica

VR: até 5g/g de creatinina

IBMP: Cr-U – 30g/g de creatinina

ACGIH

Final da jornada e da semana: 25ug/L

Aumento durante a jornada: 10ug/L

Níquel

USOS

Fundição (ligas)

Aço inoxidável

Baterias recarregáveis

Materiais de robótica

Catalisador

Cordas de instrumentos musicais

Toxicocinética - Ni

Absorção: Vias inalatória e dérmica

Distribuição: Proteínas e Pulmões

Eliminação: Via urinária e Demais vias

t ½: 4,6 a 23h

Retenção pulmonar (dias)

Toxicodinâmica - Ni

Acúmulo de macrófagos

Liberação da prolactina (pituitária) – efeitos

reprodutivos

Ação genotóxica in vitro, porém não in vivo

Carcinogenicidade (ACGIH, 2008)

Compostos Inorgânicos Insolúveis – A1

Compostos Inorgânicos Solúveis – A4

Níquel elementar – A5

Achados clínicos - Ni

Exposição aguda

Dermatites, “rash cutâneo”

Exposição crônica

Hipersensibilidade Dérmica

Distúrbios pulmonares e Câncer pulmonar ou desinus nasal

Monitorização ambiental e

biológica - Ni

Ni – Compostos insolúveis

Ambiental

TLV-TWA: 0,2mg/m3 (ACGIH, 2010)

NR 15: Não propõem LT

Biológica

IBMP: Ni-U – 60g/g de creatinina (NR 7, 1978)

retirado em 1994

ACGI: Não propõem limite

Cianetos e derivados

Ácido cianídrico (HCN)

Cianogênio (CN)2

Sais do HCN: NaCN, KCN, Ca(CN)2

Cloreto e Brometo de cianogênio (CNCl e (CNBr)

Nitrilas: acetonitrila e acrilonitrila

Cianetos e derivados

Efeitos tóxicos

(inibição da respiração celular e consequente

formação de ATP)

Excitação, Depressão, Convulsão,

Paralisia e Recuperação

Cianetos e derivados

Exposição crônica

Cianidrismo (cefalgias, caimbras, anorexia,

lesões cutâneas, eczemas e palpitações)

Ácido cianídrico

NR15 – LT 8ppm / ACGIH – TLV-TWA 5ppm

Cianogênio (Senteça de morte)

NR15 – LT 8ppm / ACGIH – TLV-TWA 10ppm

TRATAMENTO

CN-troca seu OH- por

CN- livre no plasma

HIDROXOCOBALAMINA

CIANOCOBALAMINA

URINA

formando

= vit. B12

(atóxico)

HEMOGLOBINA

METEMOGLOBINA

favorece a

formação

NITRITO

DE AMILA

E DE SÓDIO

(HbFe2+)

CITOCROMO OXIDASE

reage

competem

pelo CN-

(Cit-Fe3+)(HbFe3+)

COMPLEXO CITOCROMO

OXIDASE-CN CIANOMETEMOGLOBINA

TIOSSULFATO DE

SÓDIOformando formando

SULFOCIANETO OU

TIOCIANATO

Transfere S para o CN-,

dissociando o complexo, através

da RODANASE (transforma

cianeto em tiocianato)

(respiração é inibida)

(HbFeCN)formando

(volta a respirar)

(é relativ. atóxica)

(íon cianeto)

Renata Antunes dos Santos

Farmácia - UFSC

TRATAMENTO

1) Nitrito de amila

– inalação 20 a 30 seg/ min (nova ampola a cada 3 minutos)

2) Nitrito de sódio

– 300mg em adultos (10mL de solução 3%) IV de 3

a 5 minutos

3) Hipossulfito de sódio

– 12,5mg em adultos (50mL de solução 25%) IV

4) Hidroxicobalamina: Administrar 5g (crianças: 70mg/kg) por infusão IV 15 minutos;

Em casos graves, uma segunda dose de 5g poderá ser infundida durante 15 minutos a 2 horas, quando necessário

Avaliação em Galvânicas

Histórico

• 1992 - (FUNDACENTRO, CEREST, DRT,

Subdelegacias e Sindicatos)

• 22 indústrias avaliadas (ambiental, biológico e

clínico)

• 2002 - Comissão Tripartite Paritária

• Nov/2002 - Convenção Coletiva de Melhoria

das Condições de Trabalho em Prensas e

Equipamentos Similares, Injetoras de Plástico e

Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias

Metalúrgicas no Estado de São Paulo

O Programa de Prevenção de Riscos

no Tratamento Galvânico de

Superfícies

Sistemas de exaustão,

Recursos que diminuam a superfície decontato com o ar,

Sinalização e identificação dos tanques,

Guarda corpo

Piso deve ser de material antiácido,inclinado, com estrados de madeira ou pisocom material anti-derrapante

Chuveiro de emergência e lava-olhos

Banhos de cromo decorativo e os

operadores executando a atividade

Mercúrio (Hg)

Exposição não ocupacional

Amálgmas

Exposição ocupacional

Indústria lâmpadas frias

Cirugiões dentistas

Garimpos

Laboratórios

Diferentes formas químicas = Diferente comportamento

Hg

Toxicocinética

Absorção (inalatória)

Distribuição/Armazenamento

(Hg inorgânico)

Excreção renal (relação linear)

T1/2 > 1 ano

Hg

Toxicodinâmica

Afinidade grupo sulfidrila sistemas enzimáticos

Afinidade grupo Tiós (Monoamino-oxidase)

Acúmulo serotonina

Hg

Efeitos

Exposição aguda

Hg Inorgânico

TGI e rins

Hg orgânico

Neurológicos (irritabilidade e incoordenação)

Vapores de mercúrio

(Sistema respiratório + SNC)

Hg

Exposição crônica

(Hidrargirismo ou mercurialismo)

TGI

Transtornos psiquícos

Transtornos renais

Hg

Monitorização Ambiental

TLV-TWA (ACGIH, 2010): 0,025mg/m3

LT (NR 15, 1978) 0,04mg/m3

Monitorização Biológica

Hg na urina

VR até 5ug/g creatinina

IBMP 35ug/g creatinina

ACGIH, 2010

–Urina igual / Sg 15ug/L

A Lâmpada Fluorescente

Chumbo (Pb)

Exposição ambiental

Água (10 – 100ug)

Ar (20 – 80ug)

Alimentos (300 – 460ug)

Pb

Exposição ocupacional

Indústria Petrolífera

Tintas

Corantes

Cerâmica

Bélica

Gráfico

Metalurgia / Fundições

Pb

Toxicocinética

Absorção (oral, dérmica e inalatória)

Distribuição/Armazenamento

(Tecidos moles e ossos)

Excreção

Fezes

Rins

Pb – Toxicodinâmica 1

SuccunilCoA + Glicina vit. B6 Ácido -amino -cetoadípico + S-CoA

(instável)

Chumbo

Ácido -amino -cetoadípico ALA-sintetase Ácido -amino levulínico (ALA)

-COOH

Condensação

ALA + ALA Porfobilinogênio

ALA-desidratase

Chumbo

4 Porfobilinogênio Uroporfibilinogênio

Uroporfirinogênio III Coproporfirinogênio I e III

Protoporfirinogênio IX

Chumbo

Protoporfirina IX + Fe2+ Heme Sintetase Hemoglobina

Pb

Toxicodinâmica 2

Biossintese do Heme

SNC

Sistema Renal

Sistema Hepático

Carcinogênico

Teratogênico

Pb

Efeitos

Exposição aguda

TGI

Exposição crônica (Saturnismo)

Neurológicos (neuropatia)

Cardiovasculares (hipertensão)

Hematopoiéticos (eritrócitos)

Insuficiência renal (fibrose intersticial)

Intoxicação crônica por Chumbo

Paciente atendido no CIT/SC

Intoxicação crônica por Chumbo

Paciente atendido no CIT/SC

Pb

Monitorização Ambiental

TLV-TWA (ACGIH, 2010): 0,05 ug/m3

LT (NR 15, 1978): 0,1mg/m3

Monitorização Biológica

Indicadores de exposição

Pb no sangue

VR até 40ug/dL

IBMP 60ug/dL

BEI (ACGIH, 2010): 30ug/dL

Pb

Monitorização Biológica

Indicadores de efeito

ALA urinário

• VR: 4,5mg/g creatinina

• IBMP: 10mg/g creatinina

Protoporfirina zinco sanguínea

• VR: 40ug/dL

• IBMP: 100ug/dL

Reciclagem de bateriasObtenção da amálgma de chumbo

Reciclagem de bateriasDerretimento do chumbo

Reciclagem de bateriasProdução da pasta para obtenção das placas

Reciclagem de bateriasAcabamento e modelagem

Manganês (Mn)

Elemento essencial

Ampla distribuição na natureza

Exposição ocupacional

Fabricação de pilhas secas

Eletrodos para soldas

Indústria elétrica

Indústria de fertilizantes

Indústria de Fungicidas

Mn

Toxicocinética

Absorção (inalatória e oral)

Distribuição/Armazenamento

T1/2 plasmática (5 minutos)

Remoção total (37 dias)

Excreção renal (relacionada a via de

administração - EPP)

Mn

Toxicodinâmica

Inconclusa

Mal de parkinson

Compromete sistema extrapiramidal

Alteração metabolismo de catecolaminas

(Dopamina)

Depleção de serotonina

Oxidação celular microssômica

Mn

Efeitos

Exposição aguda

Sistema respiratório (Alvéolos)

Exposição crônica

Fase Pré mangânica

Alterações comportamentais (Humor)

MnFase crônica

Mn Fase crônica (Casos mais adiantados)

Mn Fase crônica (Quadro mais grave)

MnFase crônica

Comprometimento equilíbrio

Aumento do tremor

Problemas de fala e escrita

Problemas pulmonares

Pneumonite química

Mn

Monitorização Ambiental (ACGIH, 2010)

Elementar 0,2 mg/m3

Mn Ciclopentadienil tricarbonila 0,1mg/m3

Monitorização Biológica

NE

Arsênio (As)

Semi-metal

Minérios de ouro, prata, cobalto, níquel,

chumbo, cobre e antimônio.

Arsenopirita (FeAsS).

CCA

Arsênio (As)

Produção

E.U.A 1901 - 270 toneladas métricas

1998 - 27.000 toneladas importadas

95% comercializado - trióxido de arsênio -(2000) - 33.900 toneladas métricas

China - 40% da produção mundial (16.000toneladas métricas)

Arsênio metálico - fabricação de produtoseletrônicos

Arsênio (As)

Principais Usos

E.U.A - preservação da madeira (90%) CCAe na agricultura (10%) organoarseniais

Brasil (2000) - 1.357 toneladas

Metano-arseniato ácido monossódico (MSMA) -Daconate®

CCA

Compostos arilarseniais (ácido p-aminofenilarsônico) - rações para aves esuínos

Arsênio (As)

Trióxido de arsênio e ácido arsênico -descolorante, clareador e dispersante debolhas de ar - garrafas de vidro e outrasvidrarias

Arsênio metálico - ligas não ferrosas,(chumbo e latão) à corrosão

Arseneto de gálio - semi-condutores (diodosde emissão de luz, lasers, circuitosintegrados e células solares)

Medicamento

As Efeitos

Exposição aguda

TGI

Cardiovascular

Encefalopatia

Hepatite tóxica

Nefrotoxicidade

Anemia hemolítica (AsH3)

Neurotoxicidade tardia – Neuropatia periférica

As Efeitos

Exposição crônica

TGI (via oral)

Sintomas gerais

Neuropatia periférica (sensitivo)

Hepatotoxicidade

Dermatológicos

Cardiovasculares

Anemia, leucopenia e trombocitopenia

Efeito endócrino

As

Efeitos

Carcinogenicidade

Pulmões e Pele

Fundições – câncer respiratório e de

pele

Aplicação de praguicidas – câncer de

pulmão e hepático

Exposição ambiental-câncer de pele

As

Monitorização Ambiental

ACGIH, 2010

TLV-TWA (Arsênio e compostos)

0,01 mg/m3

NR15, 1978

LT (Arsina) 0,16 mg/m3

As

Monitorização Biológica

As na urina

VR < 10ug/g creatinina

IBMP: 50ug/g creatinina

ACGIH, 2010: 35ug/L

Fluor

Manufatura de alumínio metal,

Solda de níquel, cobre e ouro,

Fabricação de pesticida,

Atividades com vidro.

Fluorose ocupacional

Diminuição do número de osteoclastos,

Espessamento de osso cortical,

Diminuição de elementos medulares

Arranjo irregular de condrócitos

Calcificação de ligamentos

Cloreto de vinila

Substância volátil usada na polimerização do cloreto de polivinila

Agente 1 A IARC – reconhecidamentecarcinogênico (Fígado)

BerílioInflamação pulmonar (fumos ou pequenas partículas)

Tosse, dificuldade respiratória, perda de peso e alterações RX, tipo inflitrado miliar difuso

Classificação IARC

A 1 – Carcinogênico humano confirmado

A 2 – Carcinogênico humano suspeito

A 3 – Carcinogênico animal confirmado

A 4 – Não classificável como carcinogênico

para humanos

A 5 – Não suspeito como carcinogênico

para o homem