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Curso ARTE EM EDUCAÇÃO E SAÚDE Disciplina OFICINA DE ARTES VISUAIS

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Curso ARTE EM EDUCAÇÃO E SAÚDE

Disciplina

OFICINA DE ARTES VISUAIS

Curso ARTE EM EDUCAÇÃO E SAÚDE

Disciplina

OFICINA DE ARTES VISUAIS

Maria Helena REQUIÃO William PORTO

www.avm.edu.br

So

bre

os

au

tore

s

Oi, alunos. É um prazer conhecê-los e espero fazer de vocês meus

novos amigos. Foi muito prazeroso participar deste caderno, gostei

muito dos temas abordados, e acho que vocês também gostarão e

aproveitarão ao máximo as pesquisas que irão aumentar seus

conhecimentos sobre os elementos visuais da arte, utilizados pelos

grandes artistas ao longo dos tempos. Meu nome é WILLIAM

HENRIQUES PORTO, engenheiro mecânico, professor da Arte do

Mosaico, com cursos em Arteterapia e Dinâmica de Grupo (Criar-

se) e pós graduação em Docência para Nível Superior (UCAM-AVM

concluído) e atuei como professor de Mecânica Técnica e

Elementos de Máquina (Escola Técnica Rezende Hammel). Mesmo

trabalhando em engenharia, sempre mantive contato com a arte,

produzindo pinturas e trabalhos em artesanato e, atualmente, faço

trabalhos em Mosaico. Participei na organização de diversos

congressos sobre Arteterapia promovidos pelo Espaço de Artes e

Terapias Eveline Carrano.

MARIA HELENA PINHEIRO REQUIÃO, professora de História com

especialização em História Contemporânea (Instituto Bennett) sem

defesa de tese, e completou fazendo curso de Atualização em

História (PUC), Atualização em Educação (UERG), Cultura Oriental

(PUC) e Filosofia Oriental também na PUC. Depois, resolveu mudar

fazendo Arteterapia com especialização na UCAM-RJ e outra

especialização em Psicologia Analítica (IBMR). Atualmente,

trabalha com senhoras idosas em instituição israelita, realizando

trabalho voluntário em instituições beneficentes. Faz palestras

para senhoras da 3ª Idade, na UNATI, e para prestadoras de

trabalhos voluntários, também, na UNATI.

5

Su

mário

07 Apresentação

09 Aula 1

O ponto

25 Aula 2

A linha

39 Aula 3

A forma

61 Aula 4

A cor

81 Aula 5

A textura

95 Aula 6

A composição

115 AV1

Estudo dirigido da disciplina

118 AV2

Trabalho acadêmico de

aprofundamento

121 Referências bibliográficas

Oficina de Artes Visuais

CA

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NO

DE

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TU

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S

Ap

res

en

taç

ão

Começamos, agora, o curso de arte na educação e na saúde.

Neste caderno teremos seis aulas sobre os elementos visuais da

arte.

Na primeira aula, estudaremos um pouco sobre o “Ponto”, como

menor elemento do alfabeto visual da arte, e sua importância na

educação e na saúde.

Na segunda aula, abordaremos as possibilidades expressivas da

“Linha” na arte e seu poder na comunicação gráfica.

Na terceira aula, falaremos sobre a construção da “Forma”.

Na quarta aula, conheceremos a “Cor” e sua função simbólica na

comunicação de sentimentos, sensações e emoções.

Na quinta aula, veremos a “Textura” visual e tátil em arte.

Na sexta aula, descobriremos a “Composição” visual em arte e a

integração dos elementos do alfabeto visual.

Ob

jeti

vo

s g

era

is

Este caderno de estudos tem como objetivos:

Conhecer mais sobre a importância da linguagem visual e de

seus elementos na arte;

Apreciar novas técnicas sobre o uso desses elementos na arte

e criar outras para aplicar no seu trabalho, tanto na educação

como na saúde;

Aprender o manejo e os recursos dos diferentes elementos

visuais, explorando suas qualidades expressivas e afetivas;

Reconhecer a conjugação dos elementos visuais na construção

de efeitos especiais na composição artística;

Reconhecer a importância e o uso do ponto, da linha, da

forma, da cor e da textura como elementos visuais na

composição em arte.

O ponto

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

LA

1

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, passaremos conceitos e modos de aprender e

ensinar a utilização do ponto como marca gráfica.

O elemento mínimo da imagem é o PONTO, a partir dele tudo se

constrói.

O deslocamento do ponto gera a linha e induz a direção, o

agrupamento de pontos pode formar uma imagem na qual

podemos não perceber sua presença.

Alguns artistas que vamos conhecer fundaram o movimento

chamado de PONTILHISMO, como técnica artística eles criavam

suas obras utilizando apenas os pontos.

Faremos um breve passeio observando a trajetória do ponto na

história da arte.

Iremos nos surpreender com o poder de expressão do Ponto.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância do ponto como elemento visual na

composição;

Conhecer mais sobre a importância do ponto na linguagem

visual;

Aprender o manejo e os recursos do ponto como um dos

elementos visuais da arte, explorando suas qualidades

expressivas e afetivas;

Aprender novas técnicas de arte e criar outras que serão muito

importantes para o seu trabalho tanto na educação como na

saúde;

Reconhecer a conjugação dos elementos visuais da arte na

construção de efeitos especiais na composição final;

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam o uso do ponto na criação artística.

Aula 1 | O ponto 10

O ponto

Algumas definições para refletirmos sobre

a grandeza de um PONTO.

Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – O

Globo

A grandeza considerada em abstrato, sem

dimensão.

Medida da sexta parte da linha, que serve

para a grandeza dos caracteres.

Ponto de exclamação sinal ortográfico, o

mesmo que ponto de admiração.

Lugar onde duas linhas se cortam.

É aquele que o pintor escolhe para pôr os

objetos em perspectiva.

O Ponto é a unidade de comunicação visual

mais simples e irredutivelmente mínima, única e o

início de tudo que chamamos Artes Visuais

Quando os elementos visuais constituem a

substância básica do que vemos, o ponto é um dos

vistos, os pontos se ligam, sendo, portanto, capazes de

dirigir o olhar. Quanto mais próximos entre si, maior a

capacidade de guiar o olho e desenvolver a

observação.

Quando qualquer material líquido ou duro, seja

tinta ou um bastão, atinge uma superfície, assume uma

forma arredondada, mesmo que esta não simule um

ponto perfeito. Logo pensamos nesse elemento visual

como um ponto de referência ou um indicador de

espaço. Em grande número e justapostos, os pontos

criam a ilusão de tom ou de cor, o que, como já se

observou aqui é o fato visual em que se baseiam os

meios mecânicos para reprodução de qualquer tom.

O ponto 10 O início da composição 11 O ponto na representação pictórica 13 O ponto na história da arte 18 Trabalhando as relações 22

Aula 1 | O ponto 11

Para saber mais:

Na gramática, o ponto com que se encerra um

período (ponto final) pode significar o fim; como

elemento visual na arte, ele significa o princípio de algo

que quando adequadamente arranjado, levando em

consideração a quantidade, tamanho, cor e

grupamento, seu poder de expressão e comunicação

visual ganha amplitude de uma fantástica obra de arte

e se torna um ponto de exclamação ou admiração

quando admirada, ou um ponto de interrogação de

como foi feita a obra com tanta criatividade e beleza.

No início da observação, não entendemos como foi

possível o artista ter criado tanta beleza com simples

pontos. Considera – se, então, como um elemento

primário do desenho, da pintura e da arte gráfica.

O Início da Composição

Se pensarmos em um ponto como um sinal

gráfico mínimo, elementar e solitário em uma tela

branca, ele não mudará o seu aspecto, e a tela

continuará praticamente em branco, mas se a ele

juntarmos outros pontos podemos obter todas as

formas possíveis e, dependendo da criatividade do

artista, lindas obras de arte.

A disposição dos pontos sobre a superfície pode

criar ideias, provocar efeitos, sensações insuspeitas de

quando o víamos isolado sobre o branco da tela.

Dica da professora

Ao apreciar uma obra de arte e saber ler as imagens, é preciso desenvolver a observação, transformando-a de passiva em ativa, pois na medida em que vamos educando a atenção, a nossa capacidade de ver vai aumentando, se tornando melhor.

Vamos em frente ,temos muito que andar até o ponto final... Que tal conhecermos um dos elementos gráficos essenciais na linguagem visual? Aquele que pode prender a nossa atenção durante a observação de uma obra de arte...

Aula 1 | O ponto 12

Como os pontos se apresentam na natureza

e mostram sua expressão através da história da

arte.

Van Gogh soube explorar e usar o ponto em

suas obras com beleza e criatividade.

AGORA VEREMOS OS VÁRIOS TIPOS DE PONTO

Ponto Geométrico

É espacial, e marca o centro de uma

circunferência.

Ponto Físico

É caracterizado por possuir altura, largura e

profundidade, é aquele que determina um lugar no

espaço, um objeto.

Ponto Gráfico

É um pequeno sinal semelhante ao que a ponta

de um lápis imprime no papel.

EFEITOS VISUAIS CRIADOS POR PONTOS

Quanto à utilização, podemos aplicar o ponto

nos trabalhos, para conseguirmos diversos efeitos

visuais.

Pare por alguns minutos feche, os olhos e reflita

com as poucas informações que você teve até este

momento como, com tão pouco, podemos criar

tanta beleza e harmonia em uma obra artística que nos surpreende e encanta.

Os pontos na natureza – Criação

de Deus

Azul II 4/3/61 - Joan Miró

Jardim florido Vincent Van Gogh

Aula 1 | O ponto 13

SOMBREAMENTO, DELINEAMENTO E CONTORNO

O ponto pode ser representado em tamanhos

diferentes. Também podemos agrupar pontos da

mesma maneira para que fiquem mais dispersos ou

mais próximos uns dos outros, produzindo resultados

bem diferentes; quando multiplicado, seu poder de

expressão e de comunicação torna se mais amplo.

O efeito dos pontos sobre uma superfície é

influenciado pela distribuição, afastamento, quantidade,

tamanho e cor.

FORMAÇÃO DO CAMPO VISUAL

O ponto é o elemento básico de

representação, a partir dele, todos os outros

elementos gráficos e visuais poderão ser

representados, construídos e estudados.

O ponto atua como forma e desenvolve-se

numa superfície limitada chamado de Campo

Visual.

O ponto na representação pictórica

Como elemento visual, dá origem à linha, em

consideração à abstração muitas vezes utilizada na

linguagem visual, o ponto pode ser considerado como

uma "imagem" plástica com todas as potencialidades

para representar uma determinada realidade, que

proporcionam ideias, sensações, movimento, luz,

sombra, volume, espaço.

O PONTO COMO ELEMENTO VISUAL AUTÔNOMO

O ponto não está em conexão com a escrita,

com a linguagem verbal; faz parte do mundo das

imagens, da linguagem visual e, adquire outro

Aula 1 | O ponto 14

significado. Sua intensidade está concentrada nele

mesmo e não mais no sentido dos textos ao qual

estava “preso”; passa a ser um elemento autônomo, ou

seja, o ponto passa a ser uma imagem que fala por si

só.

É estudado e analisado segundo diferentes

aspectos, designados por valores do ponto:

Tamanho;

Forma;

Quantidade;

Agrupamento e Ordenação.

TAMANHO

O ponto pode ser pequeno, médio ou grande:

Em relação a outros pontos

Em relação a outros elementos visuais

FORMA

Formas do ponto

O ponto adquire diferentes tipos de formas, de

acordo com o tipo de representação gráfica final

pretendida:

Aula 1 | O ponto 15

Regular Irregular Geométrica

O PONTO NA ESTRUTURA DA FORMA

A relação entre a forma e o ponto deve ser

pensada de acordo com as circunstâncias em que

ambas são observadas. Assim, quando um determinado

objeto, a certa distância, pode ser percebido como um

ponto, sem nunca deixar de ser interpretado numa

representação como esse mesmo objeto. No entanto,

se organizarmos um conjunto de pontos de uma

determinada forma, podemos obter a configuração de

um objeto, sem nunca esquecermos que são os pontos

que dão forma a esse objeto e sem recorrermos a outro

tipo de elementos visuais, tais como a linha e o plano.

O ponto, quando adquire um valor próprio e

autônomo, dará origem a uma forma ou representação

que habitualmente se obtém através de outros

elementos visuais: a linha, o plano, o volume, a textura

e a cor.

O ponto, em uma composição formal, pode ser

representado conjuntamente com outros elementos

visuais. Por exemplo, se associarmos o ponto com a

linha, o plano, o volume, a textura ou a cor, podemos

obter resultados tão surpreendentes quanto os

desejados.

Quanto maior for a variedade de combinações

entre os diferentes elementos visuais, maiores serão as

possibilidades de concretizarmos os objetivos que

queremos atingir com a composição formal pretendida.

Livre Cheia Vazia

Aula 1 | O ponto 16

Existem certos resultados formais que só são

obtidos com a utilização do ponto associado a outros

elementos visuais: o plano, a linha, a cor e a textura.

O ponto deve ser considerado como um

elemento visual tão importante como os outros, na

representação da realidade ou na criação artística

plástica e formal.

É a partir da qualidade visual do ponto,

enquanto elemento gráfico independente e autônomo, e

da sua relação com outros pontos ou formas diferentes,

que se obtêm composições e representações gráficas

com qualidade visual, expressivas e organizadas.

QUANTIDADE

O ponto poderá ser representado isolado ou

agrupado com outros pontos, independente dos seus

tamanhos.

Isolado

Agrupado

A capacidade única em que uma série de pontos

tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior

proximidade dos pontos.

A B C D

Aula 1 | O ponto 17

Veja exemplos de combinações e

reagrupamentos compositivos:

No exemplo A, os pontos estão agrupados;

No exemplo B, os pontos estão dispersos;

No exemplo C, os pontos estão dispersos e

agrupados;

No exemplo D, os pontos estão dispersos e

agrupados em diferentes tamanhos.

Este conhecimento pode ser trabalhado na

educação e na saúde como uma forma de mostrar aos

alunos como as pessoas se relacionam entre si.

Podemos pedir ao grupo para caminhar pelo espaço e,

ao som de um instrumento qualquer, eles têm que se

agrupar de diferentes formas, dando origem a novos

grupos. O facilitador pode sugerir diferentes posições

no espaço. Esta dinâmica pode e deve ser usada antes

de trabalhar conceitos matemáticos como longe, perto,

acima, abaixo, dentro, fora. Na saúde, podem ser

trabalhadas as parcerias e a busca de novos parcerias.

O ponto sempre transmite alguma

informação, conforme a percepção observada em

cada imagem.

O ponto centralizado em um plano demarcado

atrai para si a atenção, transmitindo a sensação de

equilíbrio e estabilidade.

Nesta posição, passa a sensação de que vai sair

pela parte superior do plano demarcado ou estar

flutuando no espaço.

Aula 1 | O ponto 18

Nesta posição, parece haver pressão, como se

uma força o empurrasse. Não há sensação de equilíbrio

e sim um peso para baixo ou na diagonal.

Adicionando mais um elemento

Os efeitos da relação de cada ponto com o plano

demarcado continuam existindo. Os dois pontos estão

tão próximos que se pode quase percebê-los como se

fossem um único elemento da composição.

O ponto na história da arte

O ponto como elemento visual pode ser

apreciado em diferentes contextos na História da Arte,

como veremos a seguir:

Aula 1 | O ponto 19

O termo Op. art também conhecido como optical

art (arte óptica, usado para descrever alguns quadros e

outras obras de arte que usam ilusões óticas).

PONTILHISMO

O pontilhismo surgiu em 1884, dentro do

movimento impressionista.

No pontilhismo, as figuras são representadas por

pontos ou manchas coloridas que se misturam quando

mantemos certa distância da obra observada.

O pontilhismo é uma técnica de pintura em que

pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela

justaposição, uma mistura óptica nos olhos do

observador (imagem).

Esta técnica baseia-se na lei das cores

complementares, avanço científico impulsionado no

século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de

uma consequência extrema dos supostos ensinamentos

dos Impressionistas; segundo eles, as cores deviam

ser justapostas e não entremescladas, deixando à

retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo

pintor, combinando as diversas impressões registradas.

A técnica de utilização de pontos coloridos

justapostos, também, pode ser considerada o

representante máximo do desprezo dos impressionistas

pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração

do homem para representar a natureza.

O PRECURSOR DA ARTE DIVISIONISTA

Georges Seurat (1859-1891), pintor

impressionista francês que inventou um estilo de

pintura chamado de Pontilhismo, é aquele que pode

Kandinsky

Aula 1 | O ponto 20

ser considerado o iniciador da corrente que pintava

quadros usando pequeninos pontos de tinta de cores

puras, não misturadas em vez de pinceladas normais e

áreas contíguas de cor. Os diferentes tons eram

produzidos pintando pontos de cores puras próximos

um dos outros, que, quando observados a distância,

proporcionam a sensação de misturar-se criando um

efeito cromático.

Para criar a cor verde, misturava pontos azuis

com pontos amarelos; os pontos marrons e dourados

eram criados com minúsculos pontos de cores

vermelho, azul e laranja.

No quadro “Um Domingo na Ilha de la

Grande Jatte”, ao ser observado de perto, a tela está

coberta de millhares de pequenos pontos de tinta. Ao

ser observado a uma certa distância, os pequenos

pontos de tinta de cor pura se misturam para produzir

uma cena iluminada. Seurat descobriu que o brilho da

luz do sol poderia ser representado por pequenos

pontos de tinta laranja espalhados com as outras cores.

O seu grande tributo inovador consistiu na

decomposição prismática da cor e na mistura óptica

que ela provoca, deixando para segundo plano a

representação do instante luminoso que tanto havia

apaixonado os impressionistas.

O ponto quando adquire um valor próprio e

autônomo pode dar origem a uma forma ou

representação que habitualmente se obtém através de

outros elementos visuais (linhas, claro/ escuro).

Suas obras podem ser consideradas o ápice atingido

pelo pontilhismo, tal como ¨Tarde de Domingo na

Ilha de Grande Jatte¨, a obra-prima inacabada ¨O

Circo¨,” A torre Eiffel,” ¨O Sena na Grande Jatte¨ e tantas outras obras.

A torre Eiffel, Georges Seurat – 1889 – Óleo sobre tela -15 x 24 cm

Tarde de Domingo na Ilha de La Grande

Jatte, Georges Seurat–óleo sobre

tela

Aula 1 | O ponto 21

O PONTILHISMO NO BRASIL

No Brasil, diversos artistas atuantes no período

da Primeira República (1889-1930) empregaram

procedimentos divisionistas, especialmente em suas

paisagens e pinturas decorativas.

Podemos destacar, nesse sentido, os nomes de

Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti, Artur Timóteo da

Costa, Guttmann Bicho, entre outros.

EXERCÍCIO 1

Podemos dizer que ponto geométrico é:

( A ) O que possui altura e largura;

( B ) O que marca o centro de uma circunferência;

( C ) O que possui altura e profundidade;

( D ) Um pequeno sinal;

( E ) TRA.

EXERCÍCIO 2

O pintor impressionista Georges Seurat foi o iniciador

do pontilhismo, técnica de pintura que se caracteriza:

( A ) Por pequeninos pontos de cores puras;

( B ) Os pontinhos são usados substituindo as

pinceladas comuns;

( C ) Os tons são produzidos pelos pontos de cores

puras e próximosuns dos outros;

( D ) Por provocar um efeito cromático;

( E ) TRA.

Aula 1 | O ponto 22

EXERCÍCIO 3

Na composição do Alfabeto Visual, foram utilizadas dez

técnicas de pintura. Cite cinco.

1.___________________________________________

2.___________________________________________

3.___________________________________________

4.___________________________________________

5.___________________________________________

EXERCÍCIO 4

Qual o significado de linguagens e códigos?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Trabalhando as relações

Tema: Ocupando Diferentes Espaços

Técnica: Ponto Gráfico

Pontinhos Pontões

Materiais: Papel A4 e Gráficos

1 - Família 2 -

Trabalho

/Escola

3 - Amigos 4 - Eu no Mundo

Aula 1 | O ponto 23

Consignas: Pontilhar os grupos com pontos

agrupados ou dispersos fazendo uma composição.

Desenvolvimento da atividade:

Iniciar com o corpo em movimento no espaço,

trabalhando os diferentes agrupamentos. Juntar e

separar. Em seguida, expressar esses movimentos no

papel.

Dividir o papel em 4 quadrantes.

Em cada quadrante, fazer pontinhos

representando os relacionamentos 1, 2, 3 e 4,

ocupando os diferentes espaços.

Retorno teórico:

Podemos observar como as pessoas se

relacionam num grupo específico. Esta dinâmica dá

uma série de retornos para o terapeuta/professor,

sobre a posição que a pessoa ocupa nas diferentes

relações.

RESUMO

Vimos até agora:

O ponto como elemento visual e seus

benefícios na saúde e na educação;

O ponto na estrutura da forma;

O ponto como início da composição;

O ponto na história da arte, fazendo uma

correlação com a trajetória do homem.

A linha

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

LA

2

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, falaremos dos conceitos abordando os

diferentes modos de aprender e ensinar a utilização da linha como

marca gráfica.

A linha como elemento visual, a partir dela tudo se constrói.

Enfocaremos artistas e movimentos da história da arte, onde a

linha ganha maior valor, se destaca fazendo-se mais presente.

Faremos um passeio pelo tempo, onde a linha onde a língua é a

linha.

Perceberemos, então, o poder de expressão da linha.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Entender a linha como um elemento visual importante na

composição.

Aprender o manejo e os recursos da linha, explorando suas

qualidades expressivas e afetivas.

Empregar a linha para a criação de efeitos visuais e recursos

expressivos para serem aplicados em seu trabalho, tanto na

educação como na saúde.

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam o uso da linha na criação artística.

Conhecer mais sobre a influência da linha como linguagem

visual, na trajetória da história da arte.

Aula 2 | A linha 26

A Linha

A evolução da linguagem escrita começou com

as imagens (pictografia), passou pela representação

das unidades fonéticas e, finalmente, o alfabeto. O

homem nunca se limitou aos desenhos simples do

alfabeto, mas também teve uma tendência para se

expressar através da arte.

A linha surge do gesto que, numa composição

visual, representa ou transforma a realidade através do

desenho. Ao se configurar torna-se, através de uma

ação mais consciente, uma forma de comunicação.

Podemos observar que, desde a pré-história, o

homem tem observado a linha na natureza e se serviu

dela para transmitir suas mensagens na arte rupestre,

pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, é o nome

que se dá às mais antigas representações pictóricas,

onde as figuras pintadas nas rochas e em utensílios

demonstram como nossos ancestrais a utilizavam.

Ao observarmos o meio que nos cerca,

descobriremos linhas quer na natureza, quer em

realizações efetuadas pelo homem.

Definição

A linha pode ser descrita como um ponto em

movimento, podendo ter diversas características tais

como: fina, grossa, reta, sinuosa, contínua, curva,

tracejada, poligonal, mista, imprecisa, indisciplinada,

delicada, nítida, hesitante, indecisa. Variando sua

expressão de acordo com o que o artista pretenda

transmitir a sua obra.

A linha é gerada por pontos tão próximos que é

impossível identificá-los individualmente, dando a

Gravura rupestre–Vila Nova de Foz Côa - Portugal

Importante

A linha é um meio de representação elementar que por sua natureza pode conferir diversos aspectos e é o elemento essencial do esboço, do desenho e da gravura.

A linha 26 Definição 26 Tipos de linha 27 Posições relativas das linhas retas 29 Formas que expressam emoções 29 Dinâmica da linha 32

Aula 2 | A linha 27

sensação de direção, e esse conjunto de pontos se

transforma em uma linha quando então nasce outro

importante elemento visual.

Traço contínuo com dimensões definidas pela

largura e comprimento, que é formada por uma

sucessão de pontos que, dependendo da direção e da

velocidade, pode obter diversas formas. Elemento

visual que determina um sentido, uma direção, um

espaço e um volume.

Tipos de Linha

Em tudo que nos rodeia, encontraremos vários

tipos de linhas que, através das suas formas, podem se

expressar e modificar comportamentos.

QUANTO A POSIÇÃO

Linha Horizontal

Indica a impressão de repouso e estabilidade.

Vertical

Indica um possível movimento de subida e

descida, associada à ideia de elevação, atraindo o olhar

para cima.

Diagonal (Inclinada)

Indica o movimento e a instabilidade, por ser

mais dinâmica.

Um lápis deslocado, de forma contínua sobre uma

superfície plana, gerará uma série de pontos que

vão enfileirando-se no espaço, tão unidos em uma

sequência que se confundem com um traço

contínuo, originando o nascimento de um novo

elemento visual, a linha, que ao imprimir maior ou

menor pressão sobre o lápis serão obtidas linhas

finas ou grossas, mais clara ou mais escura, com infinitas possibilidades do artista criar suas obras.

Aula 2 | A linha 28

QUANTO À FORMA

As linhas quanto à forma podem produzir

sensações de tranquilidade, serenidade, movimento,

instabilidade, delicadeza, energia, violência, vivacidade,

firmeza, graciosidade e diversas sensações...

As linhas podem apresentar uma diversidade de

tamanhos e formas, produzindo expressividade aos

desenhos, aprofundando a percepção visual.

Reta

É o caminho mais curto que liga dois pontos.

Curva

Linha com a forma côncava ou convexa.

Poligonal (Quebrada)

Composta por segmentos de reta que sequem

várias direções.

Mista

Composta de segmentos retos e curvos .

Sinuosa

É composta por curvas que sequem em várias

direções.

Aula 2 | A linha 29

Semirreta

É cada uma das partes de uma linha, separadas

por um ponto.

A

Segmento de Reta

É a parte de uma reta, limitada por dois pontos.

A B

Posições relativas das linhas retas

Paralelas

É quando duas ou mais linhas, no mesmo plano,

nunca se encontram, por mais que aumentem de

comprimento. Guardam entre si a mesma distância em

todos os pontos, podendo ser vertical, horizontal e

inclinada.

Perpendicular

As duas linhas determinam ângulos adjacentes

de 90º

Formas que expressam emoções

As linhas podem adotar formas diversas e

expressarem diferentes sensações e podem ser:

Paul Klee utilizou as posições relativas das linhas

com beleza e suavidade, neste quadro que nos

encanta pela simplicidade. Artista: Paul Klee

400 x 549

Aula 2 | A linha 30

Delicada;

Indisciplinada;

Ondulada;

Vacilante;

Indecisa;

Nervosa.

A linha fina produz a sensação de delicadeza;

A linha grossa produz a sensação de energia;

A linha carregada produz a sensação de

violência;

A linha comprida produz a sensação de

vivacidade.

A linha curta produz a sensação de firmeza.

EXERCÍCIO 1

Identifique, quanto à posição e à forma, as linhas

utilizadas por Mondrian nos quadros A e B, abaixo.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Quadro A After the work of Piet Mondrian.

Quadro B 337 x 400 Grey Tree by Mondrian 400 x

296

Aula 2 | A linha 31

EXERCÍCIO 2

Construa uma figura utilizando as posições e formas

das linhas. Utilize cores ao criar sua obra.

EXERCÍCIO 3

Neste espaço, iniciando de um ponto qualquer, trace

uma única linha contínua passeando livremente sobre o

papel e forme um desenho com sua criatividade.

Aula 2 | A linha 32

Dinâmica da linha

Título: Os Elementos Visuais da Arte.

Tema: As linhas ganham sentimento

Técnica: Ditado de linhas, desenho e dança com

linhas.

Materiais Utilizados: Folha de papel A4,

gráficos, rolo de papel crepom e CD de música clássica.

Consigna: Expressar através das linhas o

significado da palavra ditada. Escolher duas linhas

opostas e fazer uma composição.

Desenvolvimento da Atividade:

Fazer um ditado de sentimentos, que deverão

ser transformados em um tipo de linha. Pedir para as

pessoas escolherem duas linhas com sentimentos

opostos e fazer uma composição com as mesmas.

Desenvolvimento da Atividade:

Iniciar com o ditado de linhas. Pedir para os

alunos desenharem linhas dando significado conforme

as palavras “Saltitante, Inquieta, Tranquila, Amorosa,

Enrolada, Agressiva, Insegura, Gaga e Paz”.

Após representarem as linhas, pedir para

escolherem duas linhas com significados bem opostos e

com elas fazer uma composição, construindo aos

poucos uma cena “completa”.

Propor a escolha de uma linha e fazer uma

poesia ou contar uma história.

Aula 2 | A linha 33

Pedir o retorno dos alunos sobre a atividade,

comentando os resultados.

Retorno Teórico

Esta dinâmica ajuda a reconhecer as linhas

como possibilidades de expressar sentimentos.

A expressão de sentimentos opostos e a

posterior integração dos mesmos vão permitir, em

primeiro lugar, o reconhecimento dos mesmos e a

posterior elaboração e transformação;

O MOVIMENTO DA LINHA

A linha na posição Horizontal vai indicar

repouso, calma, pouco movimento e estabilidade. Já a

linha na posição Vertical sugere um possível

movimento de subida ou descida, sendo mais associada

à ideia de elevação. As linhas Diagonais e as Curvas

são mais dinâmicas, pois sugerem mais movimento,

instabilidade e mudança de direção.

Nós podemos modular o movimento da linha

introduzindo intervalos que funcionam como pausas,

criando com isso a impressão de que o movimento é

mais lento, mais rápido ou mesmo não existente

(modulamos o fluir do tempo). A linha pode se tornar

mais lenta por uma mudança de direção, uma inversão

de horizontal para vertical, por exemplo.

Uma linha horizontal cheia de inversões

(verticais, como em um eletrocardiograma) tem seu

peso visual aumentado, ocorrendo a redução do seu

movimento visual. E quando cruzamos linhas diagonais,

fazendo um “X”, elas se tornam ainda mais lentas e,

visualmente, bastante densas e pesadas.

Aula 2 | A linha 34

Os artistas utilizam as linhas com muitas e

diferentes intenções, podendo criar formas ou

sensações, para transmitir sentimentos ou reproduzir

figuras, determinar espaços ou criar a impressão do

movimento.

O movimento visual só é percebido no desenho

através do contraste causado pela utilização de

elementos dinâmicos que são as linhas diagonais e

curvas e estáticos, que são as linhas horizontais.

A representação do movimento é bem mais

difícil, somente com alguns recursos podemos

conseguir como, por exemplo, as linhas que na história

em quadrinhos indicam de onde vem o personagem ou

o objeto, como também repetindo o desenho do objeto

como os artistas do movimento futurista. Outro recurso

utilizado pelos artistas para criar o movimento era o

efeito óptico conseguido a partir de linhas, formas e

cores. São os artistas do movimento “Optical Art”.

A LINHA FORMANDO UM ESPAÇO BIDIMENSIONAL

Um conjunto de linhas, ao delimitarem uma

parte do espaço formam um “Plano ou Superfície”,

são as linhas que delimitam os contornos da maior

partes das figuras.

O famoso pintor Piet Mondrian utilizou com

maestria a linha em suas obras, para ele a linha era

um elemento artístico vital em um determinado momento da sua trajetória artística.

Optical Art:

Também conhecida como Arte Cinética (Arte em

Movimento) por solicitar a participação do espectador.

Trabalha com formas geométricas quadradas,

circulares e triangulares, conjugadas com suas

versões em perspectivas. Nestas obras, o

espectador tem a sensação de um movimento real,

mesmo sabendo que a obra não está em

movimento.

Árvore Vermelha, Piet Mondrian,

1898

Aula 2 | A linha 35

Ao percebermos as dimensões altura e largura

em conjunto, observamos as superfícies que elas

criam em formas que podem ser abertas, fechada,

curvas, planas, regulares, irregulares.

As superfícies podem ser vistas como o próprio

suporte do trabalho artístico, das pinturas, dos

desenhos e das gravuras.

EXERCÍCIO 4

Um conjunto de linhas, quando delimitam uma parte do

espaço, forma uma superfície criando formas que

possuem altura e largura e que podem ser:

( A ) Regulares;

( B ) Irregulares;

( C ) Fechadas;

( D ) Abertas;

( E ) TRA.

EXERCÍCIO 5

Os artistas utilizam as linhas com diferentes intenções.

Entre elas:

( A ) Criar formas;

( B ) Transmitir sentimentos e sensações;

( C ) Reproduzir figuras;

( D ) Dar a impressão de sentimento;

( E ) TRA.

Aula 2 | A linha 36

EXERCÍCIO 6

Desenvolva uma atividade com seus alunos usando as

linhas.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 7

Os artistas do movimento Optical Art utilizavam as

linhas, as formas e as cores para criar movimento.

Experimente fazer o mesmo no espaço abaixo.

Aula 2 | A linha 37

RESUMO

Vimos até agora:

A evolução da linguagem escrita através do

desenho com linhas desde a pré-história;

A linha sendo descrita como um ponto em

movimento;

Os vários tipos que podem expressar e

modificar comportamentos;

As posições relativas das linhas retas muito

utilizadas pelo artista Paul Klee;

As linhas adotando formas que expressam

emoções;

Uma dinâmica utilizando a linha;

O movimento da linha dirigindo a atenção do

observador;

A utilização das linhas pelos artistas

transmitindo sentimentos;

A linha formando espaços;

A participação do espectador – Optical Art.

A forma

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

LA

3

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, passaremos conceitos e modos de aprender e

ensinar a utilização da forma como marca gráfica.

Faremos um breve passeio observando a trajetória da forma na

história da arte.

A forma pode ser criada quando a linha percorre um caminho e se

fecha.

As diversas formas criadas pela natureza que inspiraram tantos

artistas.

As formas geométricas e livres.

O significado das formas através das percepções psicológicas e

fisiológicas.

Iremos nos surpreender com o poder de expressão da forma.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância da forma como elemento visual na

composição;

Conhecer mais sobre a importância da forma na linguagem

visual;

Aprender o manejo e os recursos da forma como um dos

elementos visuais da arte, explorando suas qualidades

expressivas e afetivas;

Aprender novas técnicas de arte e criar outras que serão muito

importantes para o seu trabalho tanto na saúde como na

educação;

Reconhecer a conjugação dos elementos visuais da arte na

construção de efeitos especiais na composição final;

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam a forma na criação artística.

Aula 3 | A forma 40

Criar é, basicamente, forma. É poder

dar forma a algo novo.

Fayga Ostrower

A Forma

A forma sempre esteve presente e acompanhou

a humanidade, pois o homem sempre conviveu com a

forma, sendo ela determinante em sua vida. A maneira

de viver em cada época e cultura. A espiritualidade

predominante na Idade Média, o aspecto intelectualista

do Renascimento, o Rococó, a formação da sociedade

em decorrência da revolução industrial exemplificam

formas de viver e que se espelham nas Artes Plásticas,

de maneira tão objetiva; os artistas estabelecem seus

modelos particulares para retratar seus sentimentos,

juntamente com os da sociedade.

Podemos definir como forma a figura ou

imagem delimitada e visível de conteúdo. Através das

formas, obtemos informações sobre seus limites

exteriores de que são constituídas e seus aspectos

particulares. Todos os elementos que observamos ao

nosso redor, em nosso dia a dia, possuem as mais

diversas formas.

FORMAS DA NATUREZA

Muitos artistas em quase todas as correntes da

arte se inspiraram nas formas da natureza, para

criarem suas obras como, por exemplo, René Magrite.

Você sabia?

Que, quando a linha percorre um caminho e se fecha no início do percurso, determina uma forma que pode ser regular ou irregular.

Idade Antiga

Idade Média

Renascimento

A forma 40 Definição 46 Forma e experiência social 49 Psicologia da forma e fenomenologia 51 As personalidades das imagens 53

Aula 3 | A forma 41

René Magritte (1898–1967) – Pintor surrealista

belga. Suas obras foram influenciadas pelos

movimentos futurismo, cubismo e surrealismo. Pintou

quadros com imagens ilusionistas, expressava ideias

poéticas usando artifícios formais, que sugerem mais

do que o que pode ser visto, tinha por hábito brincar

com as imagens. Confundir e, ao mesmo tempo,

envolver o espectador seriam apenas dois dos inúmeros

objetivos a que se propunha quando pintava.

Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i

Domènech (Figueres, 11 de Maio de 1904), conhecido

apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor

catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O

trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível

combinação de imagens bizarras, oníricas, com

excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos

mestres da Renascença. O seu trabalho mais

conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em

1931. Salvador Dalí teve, também, trabalhos artísticos

no cinema, na escultura, e na fotografia. Ele colaborou

com Walt Disney no curta de animação Destino, que foi

lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred

Hitchcock, no filme Spellbound.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%

AD

EXERCÍCIO 1

Agora é a sua vez de criar. Escolha três objetos sem

que tenham nenhuma relação entre eles. Por exemplo:

A ilha do tesouro, René Magritte,

Cisnes refletidos com elefantes - Salvador Dalí

Você sabia?

Que os pintores da corrente surrealista criaram objetos surrealistas, expressão de

impulsos, desejos recalcados; como também conferiram aos simples objetos cotidianos, significação estranha, mergulhando-os numa atmosfera de mistério e absurdo. Criavam também paisagens de sonho.

Aula 3 | A forma 42

Após, organize-os mentalmente, imaginando

como colocá-los no papel.

Procure copiá-los com a maior clareza possível.

A seguir, organize um fundo de uma forma harmônica,

fazendo uma conexão entre eles. Em uma segunda

folha, abstraia a forma real concreta, tornado-a

abstrata.

FORMAS GEOMÉTRICAS

A linha descreve uma forma. Nas artes visuais, a

linha gera a simplicidade ou complexidade da forma.

Existem três formas geométricas básicas: o quadrado,

o círculo e o triângulo equilátero.

Aula 3 | A forma 43

O quadrado é uma figura de quatro lados, com

ângulos retos iguais nos 4 cantos e 4 lados com mesmo

comprimento.

O círculo é uma figura curva fechada, cujo

contorno em todos os pontos é equidistante do seu

centro.

O triângulo equilátero é uma figura de três

lados, cujos 3 ângulos e 3 lados têm a mesma

dimensão.

São formas regulares, em formatos

bidimensionais, e em formatos tridimensionais como

cubo, esfera, pirâmide.

Formas bidimensionais

Formas tridimensionais

USO DAS FORMAS GEOMÉTRICAS NAS PINTURAS

Vamos conhecer alguns pintores que utilizaram

formas geométricas em suas obras.

Se colocarmos duas formas absolutamente iguais,

mas em posições diferentes, elas nos darão a

sensação de serem apenas semelhantes.

Aula 3 | A forma 44

Alfredo Volpi (Lucca, 1896 —1988) foi um

pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um

dos artistas mais importantes da segunda geração do

modernismo. Na década de 1950, evoluiu para o

abstracionismo geométrico, em que é exemplo a série

de bandeiras e mastros de festas juninas.

FORMAS LIVRES

Formas e formatos sem qualquer controle

geométrico, irregulares, podendo ser usadas em obras

de escultura, colagem, pintura, desenho e em outras

técnicas artísticas.

FORMAS NATURAIS E GEOMÉTRICAS

As formas naturais e geométricas possuem

“inteligência” quando estão a serviço da Arte; devendo

ser observadas pelo poder de inspiração e ensino como

valor expressivo, mesmo antes de se tornarem motivos

estéticos. A natureza exemplifica a quantidade de

formas que servem de motivação a conotações

psicológicas assim como a elementos da natureza:

árvores que dão a ideia de tragédias ou romances, a

água, podendo significar calma ou agitação, o luar,

inspirando sonhos e todos, oferecendo situações

estéticas opostas.

As formas são possuidoras de “personalidade”,

deixando aparecer sem dúvida uma ideia exterior e

interior. Existe uma diferença fundamental entre

“semelhança” e “realidade”; a semelhança acontece

Mastro com bandeiras, 1965,

Alfredo Volpi

Alfredo Volpi, 1960

Surrealismo Abstrato

O porto - Miró

Aula 3 | A forma 45

quando um artista retrata a forma de uma coisa,

deixando escapar seu espírito; a realidade existe

quando o artista captou ambas: forma e espírito.

Todas as formas básicas são figuras planas e

simples, fundamentais, que podem ser facilmente

descritas e construídas, tanto visual quanto

verbalmente. O quadrado é uma figura de quatro lados,

com ângulos retos rigorosamente iguais nos cantos e

lados que têm exatamente o mesmo comprimento. O

círculo é uma figura continuamente curva, cujo

contorno é, em todos os pontos, equidistante de seu

ponto central. O triângulo equilátero é uma figura de

três lados, cujos ângulos e lados são todos iguais. A

partir de combinações e variações infinitas dessas três

formas básicas, derivamos todas as formas físicas da

natureza e da imaginação humana.

EXERCÍCIO 2

Agora uma sugestão de atividade: desenhe duas

formas geométricas e acrescente outras formas da

natureza a sua escolha e faça uma paisagem utilizando

o espaço abaixo

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

CARACTERÍSTICA ESPECÍFICA E SIGNIFICADO

Cada uma das formas básicas são figuras

planas e simples, fundamentais, que podem ser

facilmente descritas e construídas com suas

características específicas, e a cada uma se atribui uma

grande quantidade de significados, alguns por

Aula 3 | A forma 46

associação, outros por vinculação arbitrária, e outros,

ainda, através de nossas próprias percepções

psicológicas e fisiológicas.

Vejamos alguns significados, entre eles:

Quadrado: enfado, honestidade, retidão,

esmero, firmeza, imobilidade, dureza e força.

Triângulo: ação, conflito, tensão, equilíbrio.

Círculo: ação, velocidade, transformações,

infinitude, calidez, proteção.

Definição

Podemos definir como forma a figura ou imagem

visíveis de conteúdo. Através dela obtemos informações

sobre seus limites exteriores que é constituída e seus

aspectos particulares. Tudo que podemos observar

possui formas.

AS FORMAS

Há milhares de anos, a humanidade tem sido

cercada por formas que determinam a própria maneira

de viver em cada época e cultura. A espiritualidade

predominante na Idade Média, o aspecto intelectualista

do Renascimento, o Rococó, a formação da sociedade

Aula 3 | A forma 47

em decorrência da revolução industrial exemplificam

formas de viver e que se espelham nas Artes Plásticas,

de maneira tão objetiva; os artistas estabelecem seus

modelos particulares para retratar seus sentimentos

juntamente com os da sociedade.

Quando o espírito é esquecido, a forma é morta.

FORMAS GEOMÉTRICAS

Formas exatamente iguais, mas, em posições

diferentes, ocasionam sensações óticas também

diferenciadas. Se colocarmos dois retângulos

absolutamente iguais, um em pé, outro deitado,

teremos duas figuras semelhantes do ponto de vista

geométrico e que deveriam produzir logicamente igual

impressão estética, o que não acontece na realidade.

Enquanto o retângulo na posição vertical acusa o ato de

levantar-se com firmeza sobre sua base, o retângulo

em posição horizontal repousa sobre sua base,

oferecendo, o primeiro, o exemplo de vencer a força da

gravidade, enquanto o segundo deixa-se dominar pela

mesma.

Os mesmos itens, referentes às figuras simples

e isoladas, servem para as figuras reunidas, quer sejam

geométricas ou naturais, onde deve existir um

“diálogo” permanente, como a harmonia entre

sonoridades opostas e aparentemente inaceitáveis

umas pelas outras. Quando as formas estão isoladas

dentro de um retângulo, acontece a falta de

comunicação entre as mesmas. Sabemos que, para

conseguir harmonia e ritmo, devemos buscar a

frequência proporcional dos elementos plásticos em

tempos dados. De acordo com Thiersch: “a harmonia

resulta da repetição da forma fundamental em suas

subdivisões”.

Aula 3 | A forma 48

Os artistas gregos entenderam perfeitamente a

Lei da Similaridade, quando utilizaram formas similares

na decoração dos vasos e nos ornatos, com a repetição

da mesma forma a intervalos regulares. Também a

dessemelhança, um fator necessário na composição,

evita a monotonia, devendo ser entendida como

propulsora da harmonia geral do conjunto ao relacionar

e criar uma convivência amistosa entre os elementos

representados existindo todos eles como uma certa

“comunidade de formas”.

Na composição, os espaços livres participam da

mesma maneira que o agrupamento total, devendo ser

observados com cuidado, pelo fato de constituírem

dimensões numéricas no plano em duas dimensões do

retângulo onde se encontra o motivo plástico.

Forma e experiência social

A forma não é algo acidental, arbitrário ou

inessencial. As leis e convenções da forma são a

corporificação do próprio domínio do homem sobre a

matéria: nelas, a experiência se transmite se preserva

e as realizações são salvaguardadas. Manifestam a

ordem necessária à arte e à vida.

A forma de um objeto social – um produto do

trabalho humano – é diretamente conexa à sua função.

O homem primitivo dava uma forma a uma pedra, a

um pedaço de pau ou a um osso para fazê-los servir a

suas finalidades: em outras palavras, a forma e as

tentativas de imitação, finalmente, chegaram a produzir

certas formas permanentes que consubstanciavam a

totalidade da experiência do passado em um campo

particular. Milhares de anos antes do desenvolvimento

de uma forma padronizada de pote, os potes eram

feitos para um propósito ad hoc, com vistas à função e

sem um domínio da forma. Depois, uma determinada

Aula 3 | A forma 49

forma particularmente útil foi fixada como amostra e

modelo para uma produção mais racional. A forma é a

experiência social solidificada.

A forma também é, em certa medida,

condicionada pelo material utilizável.

As formas que evoluem a partir do processo

coletivo do trabalho – formas que são a experiência

social solidificada – tendem a ser extremamente

conservadas. Se estudarmos o desenvolvimento da

produção, da construção, veremos que aí se manifesta

uma tendência para a preservação das velhas formas,

mesmo quando novos materiais são adotados. Às

vezes, naturalmente, o novo material é como que

violentado pela velha forma. Elementos do estilo

primitivo, do estilo das casas construídas com ramos,

lama e galhos de árvore, podem ser reconhecidos nas

casas de pedra de uma época posterior. A forma dos

instrumentos de pedra ainda persiste nos instrumentos

de Idade do Bronze e do Ferro, embora os novos

materiais ensejassem formatos mais práticos. Não há

nada de surpreendente nessa tendência conservadora

da forma: é uma extensão da tendência de todas as

coletividades para salvaguardarem a experiência social

por elas duramente adquirida, passando-a de uma

geração a outra como tesouro herdado. Uma forma

alcançada por uma coletividade era considerada coisa

sagrada e pesava como uma obrigação: devia ser assim

e não de outro modo. Alterar semelhantes formas era

pecado que podia ter consequências perigosas. O

sentido conservador da forma contava com a oposição

da produção material que, com seu constante

enriquecimento de experiência, manifestava a

tendência de tornar o trabalho mais fácil e mais

eficiente pelo uso de instrumentos mais apropriados e

pelo emprego de materiais obtidos no desenvolvimento

do trabalho e mais profunda observação da natureza.

Aula 3 | A forma 50

Psicologia da forma e fenomenologia

Em nosso século, porém, a Filosofia alterou

bastante essas duas tradições e as superou numa nova

concepção do conhecimento sensível. As mudanças

foram traduzidas pela Fenomenologia de Husserl e pela

Psicologia da Forma ou teoria da Gestalt (palavra alemã

que significa configuração, figura estruturada, forma).

Ambas mostraram-se:

contra o empirismo, que a sensação não é

reflexo pontual ou uma resposta físico-fisiológica

a um estímulo externo também pontual;

contra o intelectualismo, que a percepção não

é uma atividade sintética feita pelo

pensamento sobre as sensações;

contra o empirismo e o intelectualismo, que

não há diferença entre sensação e percepção.

Empiristas e intelectualistas, apesar de suas

diferenças, concordavam num aspecto: julgavam que a

sensação era uma relação de causa e efeito entre

pontos das coisas e pontos de nosso corpo. As coisas

seriam como mosaicos de qualidades isoladas,

justapostas e nosso aparelho sensorial (órgãos dos

sentidos, sistema nervoso e cérebro) também seria um

mosaico de receptores isolados e justapostos. Por isso,

a percepção era considerada atividade que “somava” ou

“juntava” as partes numa síntese que seria o objeto

percebido.

Fenomenologia e Gestalt, porém, mostram que

não há diferença entre sensação e percepção porque

nunca temos sensações parciais, pontuais ou

elementares, isto é, sensações separadas de cada

qualidade, que depois o espírito juntaria e organizaria

como percepção de um único objeto. Sentimos e

percebemos formas, isto é, totalidades, estruturas

dotadas de sentido ou de significação.

Aula 3 | A forma 51

Assim, por exemplo, ter a sensação e a

percepção de um cavalo é sentir/perceber de uma só

vez sua cor (ou cores), suas partes, sua cara, seu

lombo e seu rabo, seu porte, seu tamanho, seu cheiro,

seus ruídos, seus movimentos. O cavalo-percebido não

é um feixe de qualidade isoladas que enviam estímulos

aos meus órgãos dos sentidos (como suporia o

empirista), nem um objeto indeterminado esperando

que meu pensamento diga às minhas sensações: “Este

objeto é um cavalo” (como suporia o intelectualista). O

cavalo-percebido não é um mosaico de estímulos

exteriores (empirismo), nem uma ideia

(intelectualismo), mas é, exatamente, um cavalo-

percebido.

As experiências conhecidas como figura-e-fundo

mostram que não temos sensações parciais, mas

percepções globais de uma forma ou de uma estrutura.

As experiências com formas “incompletas”

mostram que a percepção sempre percebe uma

totalidade completa, o que seria impossível se

tivéssemos sensações elementares que o pensamento

unificaria numa percepção.

Se a percepção fosse uma soma de sensações

parciais e se cada sensação dependesse dos estímulos

diretos que as coisas produzissem em nossos órgãos

dos sentidos, então teríamos que ver como sendo de

mesmo tamanho duas linhas que são objetivamente de

mesmo tamanho. Mas a experiência mostra que nós as

percebemos como diferentes porque as percebemos

como formas ou totalidades diferentes.

Aula 3 | A forma 52

As personalidades das imagens

TÉCNICAS VISUAIS APLICADAS

A forma configura-se de diferentes maneiras.

Observar como ela se organiza é muito importante não

apenas para o aperfeiçoamento da leitura de imagens,

mas também para o desenvolvimento do processo

criativo na elaboração e compreensão de projetos em

todas as áreas. Essa organização classifica-se de

acordo com as características da composição em

categorias. O nome de cada categoria expressa um

conceito. Observe alguns deles:

CLAREZA

Clareza é o texto visual que possui unidade,

harmonia e equilíbrio. Essa técnica pode se apresentar

em imagens simples (com poucas unidades) ou em

imagens complexas (muitas unidades compositivas),

contudo sempre dentro de uma ordem. Tal ordem

expressa clareza.

SIMPLICIDADE

A simplicidade de um texto visual tende a

apresentar baixo número de informações,

caracterizando-se por organizações formais facilmente

assimiladas e compreendidas.

COMPLEXIDADE

A complexidade visual caracteriza-se pela

presença de muitas unidades formais.

MINIMALIDADE

A minimalidade caracteriza-se pelo mínimo de

unidades ou elementos informacionais que preservam,

geralmente, apenas o essencial.

Aula 3 | A forma 53

PROFUSÃO

A profusão caracteriza-se pela riqueza de

elementos com infinitas unidades de informação em um

mesmo objeto ou composição associada, geralmente, à

riqueza e aos adornos, a profusão é bastante explorada

nos estilos gótico, barroco.

COERÊNCIA

A coerência caracteriza-se pela organização

visual na qual as partes se harmonizam com o todo.

Cada elemento “faz sentido” com outro.

INCOERÊNCIA

A incoerência caracteriza-se por organizações

visuais distintas ou conflitantes nas partes ou no todo e

por objetos formais desarticulados, desintegrados ou

desarmônicos.

EXAGERAÇÃO

São formas com configurações extravagantes,

cuja finalidade é intensificar a expressão do todo ou de

partes para ressaltar um aspecto.

ARREDONDAMENTO

Caracteriza-se pela suavidade e maciez que as

formas orgânicas geralmente transmitem, o que

possibilita, na leitura visual, a continuidade do olhar,

sem sobressaltos ou interrupções.

TRANSPARÊNCIA FÍSICA

Técnica que permite a visualização de objetos ou

coisas sobrepostos permitindo à visão perceber o que

está atrás. A transparência física valoriza as sensações

Aula 3 | A forma 54

sinestésicas do olhar, dando ao objeto suavidade e

delicadeza. Essa técnica é muito empregada com

finalidades utilitárias ou para transmitir leveza e

composições não apenas funcionais.

TRANSPARÊNCIA SENSORIAL

Percepção da transparência próxima da

realidade obtida pela produção de recursos gráficos e

visuais tradicionais ou computadorizados como

desenho, pintura.

OPACIDADE

Técnica obtida pela ocultação de um elemento

ou do bloqueamento de luz.

REDUNDÂNCIA

Técnica caracterizada principalmente pela

repetição de uma unidade ou pela predominância de

elementos iguais. Esta técnica transmite ritmo à visão.

SEQUENCIALIDADE

Conceito de ordenação de unidade ou de

elementos organizados de modo contínuo e lógico em

qualquer disposição visual.

AMBIGUIDADE

Organização geométrica de formas com a

finalidade de suscitar diferentes interpretações e

percepções de unidades e do todo.

ESPONTANEIDADE

Técnica de criação espontânea que

aparentemente não apresenta planejamento.

Aula 3 | A forma 55

ALEATORIEDADE

Disposição de unidades ou elementos

organizados em um esquema rítmico que não obedece

a uma sequência.

FRAGMENTAÇÃO

Decomposição de unidades ou elementos que

mantêm relação entre si, mas que conservam sua

individualidade. Essas unidades transmitem sensações

como tensão, excitação e dinâmica.

SOBREPOSIÇÃO

Organização visual baseada na sobreposição de

unidades e elementos.

DISTORÇÃO

Alteração da forma das unidades ou do todo,

com a finalidade de criar efeitos plásticos.

PROFUNDIDADE

Conceito centrado principalmente na variação,

no tamanho e na distorção das retas obtidas pela

perspectiva.

DIFUSIDADE

Difusidade é o conceito que expressa a sensação

de diluição, falta de precisão, calor, sonho, ilusão.

SUTILEZA

Sutileza é considerada uma técnica elegante por

meio da qual se expressam delicadeza e refinamento

visual em reação ao todo.

Dica da professora

Agora você é o ARTISTA!!! Construa uma obra utilizando as três formas geométricas básicas. Sobreponha as figuras de forma que as intersecções formadas gerem formas geométricas livres. Pinte as figuras principais com cores primárias e as interseções com as cores secundárias resultantes.

Aula 3 | A forma 56

SUPERFICIALIDADE

Técnica visual utilizada para representar

unidades ou o todo, de forma chapada. A

superficialidade é caracterizada, geralmente, pela falta

de perspectiva da composição ou do objeto.

AJUSTE ÓPTICO

Configuração bidimensional ou tridimensional

que resulta no aperfeiçoamento de formas e cores,

tornando-as mais nítidas.

RUÍDO VISUAL

São interferências ou distorções parciais que

perturbam a harmonia ou a ordem num objeto ou

numa composição.

Agora, de acordo com o que foi abordado nesta

aula, faça os exercícios abaixo:

Para pesquisar

Agora você é um PESQUISADOR!!! Quais as principais características das

obras de Alfredo Volpi, após ter evoluído para o abstracionismo geométrico?

Aula 3 | A forma 57

EXERCÍCIO 3

Formas e formatos sem qualquer controle geométrico,

irregulares, podendo ser usadas em obras de escultura,

colagem, pintura, desenho e em outras técnicas

artísticas. Miró em suas obras usava esse tipo de

formas, com belos resultados.

Ele é considerado a maior figura do movimento.

( A ) Cubismo;

( B ) Academicismo;

( C ) Op art;

( D ) Surrealismo;

( E ) Expressionismo abstrato.

EXERCÍCIO 4

Pintor ítalo-brasileiro que, na década de 50, evoluiu

para o surrealismo abstrato e autor do quadro abaixo.

( A ) Tarsila do Amaral;

( B ) Alfredo Volpi;

( C ) Lasar Segall;

( D ) Portinari;

( E ) Di Cavalcanti.

Bandeirinhas

Aula 3 | A forma 58

EXERCÍCIO 5

Dê o exemplo de um artista que tenha se utilizado do

abstracionismo geométrico em suas obras.

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____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

OBRA

EXERCÍCIO 6

Crie um desenho na forma bidimensional e um na

forma tridimensional.

Aula 3 | A forma 59

RESUMO

Vimos até agora:

A forma está presente, acompanha a

humanidade e se espelha nas artes plásticas;

Quando a linha percorre um caminho e se

fecha cria uma forma;

Muitos artistas se inspiraram nas mais

diversas formas da natureza;

Os pintores surrealistas criavam suas obras

com imagens ilusionistas, utilizando artifícios

formais;

A importância das principais formas

geométricas nas artes visuais;

O abstracionismo geométrico utilizado por

Volpi;

A forma sem qualquer controle geométrico -

“a forma livre”;

O surrealismo abstrato retratado por Miró;

Características e significados nas formas

básicas, através das percepções psicológicas

e fisiológicas.

A cor

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

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4

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, conheceremos as cores como estrutura

fundamental de uma obra de arte.

Abordaremos o efeito terapêutico e educativo da cor.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância da cor como elemento visual na

composição;

Conhecer mais sobre a importância da cor na linguagem visual;

Aprender o manejo e os recursos da cor como um dos

elementos visuais da arte, explorando suas qualidades

expressivas e afetivas;

Aprender novas técnicas de arte e criar outras que serão muito

importantes para o seu trabalho tanto na educação como na

saúde;

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam o uso da cor na criação artística.

Aula 4 | A cor 62

A Cor - Elemento primordial na pintura e

no desenho

Um dos elementos visuais que mais chamam a

atenção em qualquer obra de arte, nas embalagens,

nas propagandas, em quase tudo no nosso dia a dia, é

a cor, que é uma sensação provocada pela luz na visão

humana

A existência das cores está ligada a um

fenômeno ótico sendo provocada pela ação da luz sobre

os órgãos da visão, sem a luz não se percebe as cores.

A coloração própria dos diversos pigmentos deve-se à

reflexão da luz, correspondendo fisicamente à

quantidade de luz que não é absorvida pela sua própria

matéria.

Elemento primordial na pintura e do desenho é a

cor. A relação entre os espaços coloridos de uma obra

constitui a sua estrutura fundamental, levando o

observador a ter sensações de calor, frio, profundidade.

A cor é, sem dúvida, a base da obra, da

imagem. É com ela que nós falamos e sentimos,

gostamos ou rejeitamos, associada às emoções ela

pode ser utilizada para intensificação e expressão das

informações visuais.

Definição Clássica

“O aspecto dos corpos decorrentes da percepção

daquelas radiações pelos órgãos visuais,

determinado, basicamente por suas variáveis (a

fonte de luz e a superfície refletora, um objeto

colorido), e que tem como atributos principais o

matiz, a luminosidade e a saturação”. (Novo dicionário Aurélio)

A cor – Elemento primordial na pintura e no desenho 62 Cor – Luz e Cor - Pigmento 63 Classificação das cores quanto à pureza 64 Relação das cores entre si em uma composição 66 Cores Quentes, Frias e Neutras 67 A cor e a comunicação visual 71 Cromoterapia – Vibração de Cores 72 Uso terapêutico das cores 73 O descobrimento de novas cores ao longo do tempo 74 As cores na pintura 74

Aula 4 | A cor 63

Aqui, abordaremos as cores no aspecto

terapêutico, mas não nos esquecendo, porém, do

aspecto educativo. As cores, como podemos perceber,

fazem parte de nossas vidas. Em alguns casos, chegam

a alterar o nosso modo de reagir, de sentir. É a cor

atuando na nossa psique. Embora esta afirmação

tenha uma base científica, não são todos que

concordam com ela, mas acreditamos que esta

influência vai depender do grau de sensibilidade de

cada pessoa.

Cor - Luz e Cor - Pigmento

Esses dois grupos são responsáveis por

percebermos as cores. Chamamos de cores-pigmento

as substâncias corantes que fazem parte do grupo das

cores químicas.

As cores obtidas por meio de pigmentos são as

que podemos criar e fixar em maior ou menor

quantidade em determinado suporte.

Os objetos têm a propriedade de refletir a luz.

Exemplo: Ao receber luz, a superfície de uma maçã

reflete a cor vermelha e absorve as outras cores,

nossos olhos somente percebem a cor vermelha e nós e

enxergamos a maçã dessa cor.

PRINCIPAIS ATRIBUTOS DAS CORES

Matiz

É a cor em si. Atributo de uma cor, que indica a

predominância de determinada cor primária ou

secundária. São as diferentes graduações das cores.

Saturação

É a pureza da cor, o quanto ela tem de cores

primárias e secundárias ou de outras cores misturadas.

Aula 4 | A cor 64

A cor mais saturada é intensa, forte e a menos

saturada é suave e repousante.

Tonalidade ou Tons e Luminosidade

O trabalho com as cores exige atenção e

concentração, uma vez que é um verdadeiro processo e

mistura para conseguir a tonalidade e a luminosidade

desejada. A coloração pode ser feita com tons mais

escuros, saturados ou mais claros oferecendo uma

enorme graduação cromática para conseguir o efeito

desejado. Pode-se, também, obter novos matizes pela

superposição de cores, mas tem que haver certo grau

de transparência, para isso, as novas pinceladas têm

que ser feitas sobre a tinta molhada, quando estas são

sobre a tinta seca, surge uma nova textura.

Isso, porém, exigirá uma grande sutileza por

parte de quem mistura as tintas, e o conhecimento do

material químico que entra na sua composição.

Quando adicionamos a cor branca ou a cor preta

sobre outra cor, conseguimos as diversas tonalidades

dessa cor. Adicionando o branco, conseguimos diminuir

a saturação, em consequência, o grau de pureza da

mesma forma ao ser adicionado o preto, a

luminosidade da cor vai diminuindo, em conseqüência,

a quantidade de luz à cor.

Classificação das cores quanto à pureza

As cores podem ser classificadas segundo sua

pureza (primárias, secundárias e terciárias), quanto a

sua influência em nossa percepção (quentes ou frias), e

na sua relação com as outras cores (composições

monocromáticas ou policromáticas).

Vamos conhecer as classificações das cores com

mais detalhes a seguir, enriquecendo nossos conhecimentos no incrível mundo das cores.

Dica da professora

A luminosidade é a intensidade da luz refletida pela superfície dos objetos, enquanto o brilho é a quantidade de luz emitida pelas superfícies de objetos luminosos como o Sol ou uma lâmpada.

Aula 4 | A cor 65

CORES PRIMÁRIAS

São as cores puras que não se decompõem e

que, misturadas em diferentes proporções, geram

todas as cores do espectro.

Na cor pigmento, com os quais produzimos as

tintas, as cores primárias são Vermelho-Magenta,

Amarelo e Azul-Ciano.

(Soares, pág. 38 – 1995)

CORES SECUNDÁRIAS

São formadas pela mistura de duas cores

primárias, em quantidades iguais.

Exemplo:

O Laranja se consegue misturando o Amarelo

(cor primária) com o Vermelho (cor

primária);

O Verde se consegue misturando o Amarelo

(cor primária) com o azul (cor primária).

Azul-Ciano

Amarelo primário

Vermelho - Magenta

Você sabia?

Ao juntarmos as três cores primárias, teremos como resultado a cor PRETA.

Aula 4 | A cor 66

CORES TERCIÁRIAS

São formadas pela mistura de uma cor primária

com uma secundária.

Exemplos:

Laranja = vermelho + amarelo

Oliva = verde + amarelo

Turquesa = verde + ciano

Celeste = azul + ciano

Violeta = azul + magenta

Cor-de-rosa = vermelho + magenta

A definição das cores terciárias independe de o

caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor), as

cores são sempre as mesmas e com as mesmas

combinações.

Fonte de pesquisa: Wikipédia

Relação das cores entre si em uma

composição

MONOCROMIA

Quando é utilizada apenas uma cor e seus

diversos tons em um desenho ou em uma pintura.

A Tragédia, 1903 - Pablo Picasso –

Fase Azul

Aula 4 | A cor 67

POLICROMIA

Quando são utilizadas várias cores e seus

diversos tons em um desenho ou em uma pintura.

Cores Quentes, Frias e Neutras

A percepção das cores pode influenciar

psicologicamente, segundo esse critério, podemos

classificá-las em quentes, frias e neutras.

Quentes Frias

CORES QUENTES

Entende-se por cores quentes as que estão

associadas, em nossa memória, à luz do sol e ao calor

e são aquelas que vão do vermelho, em todas as suas

nuances, até chegarem ao amarelo, umas são mais

alegres, vivas e excitantes, contudo, produzem um

cansaço visual e mental não sendo indicadas para

ambientes de leitura, salas de trabalho, escolas e

hospitais.

Aula 4 | A cor 68

CORES FRIAS

As cores frias estão associadas, em nossa

memória, à sombra, ao mar e ao frescor, não são tão

vivas e alegres, mas acalmam e tranquilizam. O azul e

o verde com mais ou menos quantidade de amarelo. A

cor violeta tanto pode ser fria ou quente, dependendo

da quantidade de vermelho.

Há cores quentes e frias, leves ou pesadas,

excitantes ou calmantes, cada uma expressando aquilo

que realmente é a sua potencialidade.

Nenhuma cor é isenta de beleza, a escolha vai

depender do estilo ou preferência de cada um, incluindo

a luminosidade e a sombra.

Aula 4 | A cor 69

CORES NEUTRAS

As cores neutras não formam outras cores,

apenas combinadas com as cores fundamentais

proporcionam maior ou menor intensidade. São as

cores:

Preto Branco Cinza Bege

As cores cinzas e os marrons são consideradas

cores neutras.

A função das cores neutras é servir de

complemento da cor aproximada, para dar-lhe

profundidade, visto que as cores neutras em geral têm

pouca refletividade de luz. As cores neutras dão origem

às tonalidades ou tons, que são a intensidade obtida

pela cor quando adicionamos o branco ou o preto.

O tom refere-se à maior ou à menor quantidade

de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a uma

determinada cor, esta se torna gradualmente mais

escura, e são chamadas escalas tonais. Para se obter

escalas tonais mais claras, acrescenta-se o branco.

VOCÊ SABIA?

Decomposição da luz branca

O físico inglês Isaac Newton em seus estudos de

óptica observou que a luz branca ao passar por um

prisma se decompõe nas cores do arco-íris que são:

Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e

Violeta.

Disco de Newton

É um dispositivo utilizado para demonstrar a

composição da luz branca.

Através de um disco de papelão pintado em sete

seções iguais com as cores do arco-íris, fazendo-o

girar rapidamente em torno de seu centro,

observamos que o disco ficará co aspecto branco.

Aula 4 | A cor 70

EXERCÍCIO 1

Pinte os espaços em branco e descubra as cores

secundárias e indique as cores primárias.

EXERCÍCIO 2

Faça seu próprio disco de Newton e comprove a

composição da luz branca.

Aula 4 | A cor 71

A cor e a comunicação visual

A preferência de uma pessoa por determinada

cor nos dá indício da sua personalidade. Essa teoria,

porém, não é aceita por todos. Mas o certo é que cada

um de nós reage à cor de uma forma própria. A escolha

de uma cor pode estar baseada em seu tipo de

personalidade, circunstâncias momentâneas ou levadas

por processos mentais profundos até mesmo

inconscientes, mas de qualquer maneira é uma escolha

sua, da sua visão do mundo. De um modo geral, as

pessoas não escolhem uma cor porque ela é boa ou

porque ela lhe é favorável (a não ser por moda ou

crendice), mas sim porque gostam da cor, não se

lembrando, na maioria das vezes, se ela preenche as

suas necessidades.

Existem diferentes formas de comunicar

informações por meio de cores. Publicitários utilizam a

cor para causar impacto e estimular a memória e a

imaginação. Assim, buscam influenciar consumidores

para que adquiram o produto anunciado.

A cor, além de ser empregada para vender

produtos, ditar moda e impor modelos, tem uma outra

função na sociedade. Desempenha importante papel na

comunicação visual, oferecendo-nos a possibilidade de

identificar objetos, locais, transportes, além de chamar

nossa atenção para certos riscos.

A importância do efeito das cores sobre os seres

humanos se estende a vários campos, por exemplo, na

publicidade, o lançamento de um produto obedece a

um criterioso estudo sobre a cor da embalagem para

que atinja os resultados esperados, assim temos o

verde indicado para anúncios que caracterizem o frio,

usados nos azeites, verduras; o roxo, utilizados em

artigos religiosos, acessórios funerários; a púrpura e o

Aula 4 | A cor 72

ouro em artigos de luxo; o vermelho, em artigos

técnicos e de ginástica. O mesmo acontece em relação

aos ambientes, hospitais, escolas, decoração, quando a

cor do ambiente reflete no nosso estado de ânimo.

Cromoterapia – Vibração de Cores

Baseadas no efeito das cores sobre os seres

humanos, temos a Cromoterapia como uma modalidade

terapêutica que utiliza a vibração das cores do espectro

solar para restaurar o equilíbrio físico-energético em

áreas do corpo que apresentam alguma disfunção

usando os benefícios das cores para cura de

enfermidades, para isso se utilizam as 7 cores do

espectro solar (que também correspondem às cores dos

7 chacras do corpo humano): Vermelho, Laranja,

Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta.

Tudo isso é uma visão terapêutica, uma vez que

faz parte da nossa abordagem de cor na educação e na

saúde, aumentando nosso conhecimento sobre a

atuação do espectro solar na vida do homem.

“A percepção da cor é uma experiência direta, pois

ela atua diretamente sobre as emoções, apesar de

ser também curiosamente abstrata. Ela nos afeta

fisicamente, psicologicamente, mental, emocional e

espiritualmente, e está expressa nos símbolos

religiosos de todos os tempos.

Sabe-se que a cor existe desde o começo dos

tempos e aparece tanto no reino vegetal quanto no

animal. Pode expressar medo, perigo, alegria,

morte, nascimento e puberdade. É usada para

agradar aos deuses e também como forma de

proteção”.

Wills, Pauline – 1997 – pág. 13

“No princípio, existia a sagrada escuridão, de onde

surgiu a luz.

A luz e a escuridão dançaram a dança da criação. E

surgiram as cores do espectro”.

Theo Gimbel

Fonte: Wills, Pauline – 1997 – pág. 26

Aula 4 | A cor 73

Cores do espectro visível

Comprimento

de onda Frequência

~ 625-740 nm ~ 480-405 THz

~ 590-625 nm ~ 510-480 THz

~ 565-590 nm ~ 530-510 THz

~ 500-565 nm ~ 600-530 THz

~ 485-500 nm ~ 620-600 THz

~ 440-485 nm ~ 680-620 THz

~ 380-440 nm ~ 790-680 THz

Uso Terapêutico das Cores

Vermelho - Aumenta a energia vital.

Rosa - Ativa a energia amorosa, elimina impurezas do

sangue.

Laranja - Proporciona maior alegria, jovialidade e

libido.

Amarelo Desenvolve a criatividade, purifica o sistema

e é benéfico para a pele.

Amarelo forte - Fortifica o corpo e age em tecidos

internos

Verde - Aumenta a capacidade física e mental.

Verde forte - Anti-infeccioso, antisséptico e

regenerador.

Azul - Acalma e equilibra, é analgésico, regenera as

células dos músculos, nervos, pele e aparelho

circulatório.

Azul forte - Lubrifica as juntas e as articulações.

Rosa forte - Age como desobstruidor e cauterizador

das veias e vasos e artérias e elimina impurezas do

sangue.

Índigo - Anestésico, coagulante e purificador da

Os primeiros estudos sobre cromoterapia se

remetem a 2800 a.C. feito por Imhotep considerado

pai da medicina universal, e estão relacionados com

a civilização egípcia seguida por chineses, hindus, gregos.

Aula 4 | A cor 74

corrente sanguínea, limpa as correntes psíquicas.

Violeta - Sedativo dos nervos motores e sistema

linfático.

Dourado - Concede a influência do Sol, dando ânimo e

exaltação. Representa a opulência e a riqueza.

Prateado - Concede a influência da Lua, proporciona

mistério e magia, receptividade e uma natureza mais

feminina.

O descobrimento de novas cores ao longo

do tempo

As cores através dos tempos sofreram uma

evolução, algumas se perderam, como o azul dos

“vitrais da Igreja de Chartre” na França, e outras

surgiram pela mistura de novos pigmentos. A mistura

das cores é um dos aspectos mais importante das

cores, pois dele vai depender o resultado do trabalho.

Quando a criança entra em contato com a tinta, ela

começa a buscar uma cor que corresponda a aquela

que imaginou para dar vida a sua obra. Nesse caso,

após lavar as mãos da criança, é aconselhável colocar

duas ou mesmo três cores semelhantes nos dedinhos

da criança e deixar que ela encontre a cor desejada

através da mistura feita com os dedos. Durante toda a

história da pintura dos tempos mais remotos aos dias

atuais, vemos uma sucessão de estilos e de cores e de

buscas sempre atrás do novo, do inusitado que

conseguisse transmitir à imagem, o sentimento, aquilo

que não se via ou imaginava, mas que se sentia muitas

vezes de uma forma que nem mesmo o artista sabia

expressar. Vejamos alguns exemplos:

As cores na pintura

A IDEIA RELIGIOSA NO EGITO ANTIGO.

Aula 4 | A cor 75

Os temas eram, normalmente, a representação

da vida cotidiana de lendas religiosas ou de motivos de

natureza escatológica.

Arte Bizantina

Podemos afirmar, então, que a arte bizantina

está dirigida pela religião.

Foi da arte bizantina que surgiram os modelos

para toda a Idade Média

Renascimento

O homem centro do universo. Novas técnicas

surgiram buscando a perfeição, novas cores foram

infinitamente pesquisadas.

Sandro Botticelli – A Primavera- 1842

Barroco

Esse movimento prioriza a cor mais do que o

formato. Utiliza o efeito de luz e sombra, para dar vida

a obra.

Seguem-se muitos outros movimentos de arte

como o Neoclassicismo, este já dando mais

importância à forma do que à cor. Em 1880/1900,

Rapto da Europa - Luca Giordano

Aula 4 | A cor 76

surge o Impressionismo buscando atingir a realidade,

dando muita importância à cor, à luminosidade. Suas

obras eram feitas ao ar livre para aproveitar a luz

natural, demorando por isso muito tempo para serem

concluídas, pois dependiam das condições climáticas.

As cores também foram muito valorizadas pelos

pós-impressionistas como Van Gogh que, através

experiências individuais se utilizando de pinceladas

fortes e expressivas, nos deixou belíssimas obras como

a que se segue, Noite Estrelada, pintada em 1889.

Não podemos encerrar as cores sem deixar

alguns exemplos de obras que, pelos temas abordados

e as cores utilizadas, exploram o inconsciente, e as

imagens que não podem ser controladas pela razão.

Cores utilizadas

por Monet na pintura.

Lagoa das Ninfeias – Claude Monet

Noite Estrelada - Van Gogh

A Girafa a Arder - Salvador Dalí

Aniversário - Marc Chagall

Pablo Picasso - Guernica

Dica da professora

Faça a sua leitura das obras acima, procurando explicar o porquê das cores escolhidas.

Aula 4 | A cor 77

OUTRA SUGESTÃO PARA VOCÊ

A vida não é estática, como você tão bem

observa, está em constante movimento, buscando

novas criações, pontos de vista. Assim acontece em

todos os campos de atividades. A pintura como um

movimento de vanguarda é, talvez, onde se possa

sentir com mais clareza essas mudanças. Os artistas se

utilizam das cores para expressar seus sentimentos e

estado de espírito. Até aí, nada de novo, mas com a

sucessão de movimentos diferentes, as cores, como

também as formas, são usadas de maneira jamais

imaginada, isso para chocar, chamar atenção, fazer

refletir sobre o que não está claro, sobre as verdades

que nos cercam e que passamos por elas sem darmos a

devida atenção. Por isso, proponho que você observe a

obra de um pintor modernista, surrealista, cubista ou

outro escolhido, e procure saber o que motivou o

artista a usar a forma ou a cor, de um modo nada

convencional, e a seguir faça a sua leitura da obra,

dando a sua opinião sobre o significado da cor na obra.

Serão duas obras. A 1ª eu escolho, a segunda você

escolhe.

Agora você é o artista. Escolha uma cor para

cada sentimento:

Alegria Dor Esperança

Amor Tristeza Entusiasmo

Solidão Paz

Aula 4 | A cor 78

Então, vamos à minha escolha: A Mulher de

Cabelos Verdes - Anita Malfatti (1915/1916).

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Agora, a sua escolha.

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EXERCÍCIO 3

Você entrou no Universo das Cores. Dentro dele

responda:

Qual a mistura que resulta uma cor secundária?

( A ) Azul + vermelho;

( B ) Azul + magenta;

( C ) Verde + amarelo;

( D ) Azul + ciano;

( E ) Vermelho + magenta.

Aula 4 | A cor 79

EXERCÍCIO 4

O Fauvismo foi um movimento que se caracterizou:

( A ) Pelo uso da cor preta;

( B ) Pelos padrões côncavos;

( C ) Pelo uso das cores fortes;

( D ) Pelo uso das tonalidades claras;

( E ) Pela mistura dos tons claros e escuros.

EXERCÍCIO 5

Crie uma atividade com seus alunos para fixar a relação

das cores entre si em uma composição, ou seja, da

monocromia e da policromia.

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EXERCÍCIO 6

As cores terciárias são o resultado da mistura de uma

cor primária com uma cor secundária. Crie um

exemplo, usando lápis colorido ou tinta usando

somente cores terciárias.

Um exemplo:

Aula 4 | A cor 80

RESUMO

Nesta aula, foi abordada a cor como um dos

elementos visuais da arte.

Vimos até agora:

A cor como elemento primordial na arte da

pintura e do desenho;

Os principais atributos da cores;

A classificação das cores quanto a sua

natureza;

A relação das cores entre si, em uma

composição visual;

A cor e a comunicação visual;

A cromoterapia e as vibrações das cores;

O uso terapêutico das cores;

O descobrimento de novas cores ao longo dos

tempos;

As cores nas pinturas;

A utilização das cores por alguns artistas;

A influência das cores nos movimentos da

arte.

A Textura

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

LA

5

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, abordaremos alguns conceitos e modos de

aprender e ensinar a textura como elemento visual na arte.

Ao longo da história da arte, encontraremos alguns artistas que

utilizaram a textura em sua técnica artística, eles criavam suas

obras utilizando a textura para explorar os efeitos visuais.

Faremos, então, um breve passeio observando a trajetória da

textura na história da arte.

Iremos nos surpreender com o poder e a força expressiva da

textura na pintura.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância da textura como elemento visual na

composição;

Conhecer mais sobre a importância da textura na linguagem

visual;

Aprender o manejo e os recursos da textura como um dos

elementos visuais da arte, explorando suas qualidades

expressivas e afetivas;

Aprender novas técnicas de arte e criar outras que serão muito

importantes para o seu trabalho tanto na saúde como na

educação;

Reconhecer a conjugação dos elementos visuais da arte na

construção de efeitos especiais na composição final;

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam o uso da textura na criação artística.

Aula 5 | A textura 82

A Textura

A textura é o aspecto de uma superfície utilizada

nas artes visuais representada por diferentes materiais

que estão disponíveis no ambiente que nos cerca, que

podem apresentar ou insinuar o estado das superfícies

como rugosas, ásperas, suaves, brilhosas, opacas,

homogêneas e as diferentes sensações que podem ser

percebidos através do tato ou através da visão.

Então, podemos dizer que as texturas se

dividem em táteis e visuais, sendo que as texturas

visuais sugerem através da visão as texturas táteis,

com a repetição de linhas, traços e pontos de forma

regular ou irregular, criando padrões ou áreas

expressivas nas superfícies ou volume, caracterizando a

tridimensionalidade.

Algumas texturas visuais utilizadas pelos artistas

em suas pinturas servem para representar diversos

materiais como, por exemplo, peles de animais, cabelo,

barba, e objetos sólidos dando o sentido de volume e a

ideia de espaço como, por exemplo, uma esfera.

A textura é uma forma de expressão plástica,

onde através da representação pictórica de elementos

simples como sinais, pontos, linhas, manchas que, ao

serem utilizadas com o objetivo de dar forma e

conteúdo às mais variadas temáticas artísticas como,

por exemplo, a simulação de um tecido, de pelo de um

animal ou das fibras da madeira.

Os artistas também utilizam a textura para

contrastar e dar mais valor aos claros e escuros, à luz e

à sombra, dando um sentido de volume, provocando os

mais diversos efeitos apresentados nas mais diferentes

superfícies.

Saint James the Apostle, Albrecht

Dürer, 1516. Fonte:

www.artinthepicture.com/.../james

.jpeg

A textura 82 Utilização das texturas pelos artistas 84

Aula 5 | A textura 83

EXERCÍCIO 1

Vamos pesquisar?

Utilizando como superfície-base uma folha de papelão,

faça o contorno de um ou mais desenhos. Passe cola

dentro da linha do desenho e, antes da cola secar,

salpique grãos de areia fina e grossa. Após a cola

secar, retire a areia que não aderiu e pinte com cores

escolhidas por você. Descreva as texturas conseguidas

na sua obra com os efeitos táteis e visuais.

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EXERCÍCIO 2

No cilindro desenhado, utilize linhas e pontos para dar

sentido de volume e imagine e direcione um foco de luz

e projete a sombra gerada.

People in the Manner, Giorgio Morandi, 2003

Fonte: www.uh.edu/engines/peopleinthemannerofmor

andi.jpg

Aula 5 | A textura 84

EXERCÍCIO 3

Crie suas próprias texturas visuais nos retângulos

abaixo.

Utilização das texturas pelos artistas

Como vimos, a textura pode se apresentar nas

formas áspera ou lisa, sendo uma das características

das superfícies que desperta o sentido do tato e da

visão. A textura é a pele da comunicação visual, sendo

a qualidade determinante das características das

superfícies. É também um fator importante para definir

o tipo de material utilizado na composição de uma

pintura ou de um desenho, onde simula a maciez das

nuvens, as ondulações dos tecidos das vestimentas

feitas pelo pintor nas figuras presentes dando volume

aos elementos da obra.

Na pintura, foi depois da invenção da tinta à

base de óleo de linhaça que as texturas tornaram-se

um personagem à parte nas obras de arte. Artistas

como Jan van Eyck valorizaram a representação de

O casal Arnolfini, Van Ejck ,1434

Aula 5 | A textura 85

materiais a níveis até então desconhecidos. Dado o seu

processo lento de secagem, a tinta a óleo presta-se ao

meticuloso trabalho de pincel necessário à

representação dos materiais.

O pintor Van Eyck utilizou com grande habilidade

as texturas dos objetos e pintava sobre madeira polida,

resultando naturalmente em uma sensação de

profundidade e brilho. Em suas obras, existem detalhes

na textura e na procura da representação da

tridimensionalidade e a perspectiva.

ASPECTOS VISUAIS DA TEXTURA

Quanto ao aspecto visual, podemos

classificar as texturas em:

Texturas Naturais:

As texturas naturais, como o nome mesmo diz,

são aquelas encontradas na natureza de uma forma

mais natural possível, basta apenas aprender a ver e

estimular o aluno/paciente a perceber. A natureza é

composta de textura em sua forma mais singular; ao

olharmos para uma árvore, observando seu tronco,

veremos uma série de veios, de reentrâncias e

saliências que ganham uma forma e um colorido todo

especial. Dá para viajar na imaginação só observando-

a. As folhas são uma obra a parte, poderia ficar por

dias e dias somente colhendo e agrupando folhas a

partir da observação de sua textura. As rochas

encontradas próximas ao mar são esculpidas pela água

e pelo vento, sua textura vai da mais lisa à mais

porosa.

Fonte:HTTP://images.google.com/imgres?imgurl=HTTP

upload.wikimedia.org

Tronco

Pedra

Folhas

Aula 5 | A textura 86

Sugestão de atividade:

As texturas nos rodeiam nas folhas das árvores

múltiplas e diferentes, nos troncos, cada um mais

elaborado do que o outro, nas pedras dos caminhos,

nos pelos dos animais, e assim por diante. Aproveite os

espaços abaixo, e crie suas próprias texturas, baseadas

daquelas encontradas na natureza.

Texturas Artificiais:

Aquelas que resultam da intervenção humana

através da utilização de materiais e instrumentos

devidamente manipulados. O homem desde sempre

tenta criar, nas superfícies / objetos, texturas idênticas

às criadas na natureza.

Áspera ou lisa, acolhedora ou espinhosa, a

textura é a característica das superfícies que alude ao

sentido do tato. A textura é a pele da comunicação

visual, sendo a qualidade determinante da sensualidade

das superfícies. É, também, uma determinante para

definir o material de que são feitas as figuras

presentes.

Nas suas obras, existem pormenores na textura

e na procura de novos sistemas de representação da

tridimensionalidade, a perspectiva. Mas apesar disso,

ele não recorria muito à perspectiva, deixando de lado

os cálculos matemáticos dos mestres italianos sendo

que as suas obras podiam ser por vezes imperfeitas,

mas nem por isso irreais. Pintava sobre madeira,

polindo-a, o que fazia com que houvesse naturalmente

uma sensação de profundidade e brilho.

Aula 5 | A textura 87

Um piso de mármore, uma coluna de cedro, um

tecido de veludo azul, anéis de ouro reluzente, a pele

cálida e relaxada depois do amor, todos são

representados através de suas texturas.

Na pintura, foi depois da invenção da tinta à

base de óleo de linhaça que as texturas tornaram-se

um personagem à parte nas obras de arte. Artistas

como Jan van Eyck (falecido em 1441) elevaram a

representação de materiais a níveis até então

desconhecidos. Dado o seu processo lento de secagem,

a tinta a óleo presta-se ao meticuloso trabalho de

pincel necessário à representação dos materiais.

Alguns tipos de texturas

Estigmatização De São Francisco:

-Pintado por volta de 1428 a 1429;

-É novamente utilizado óleo sobre madeira;

-Encontra-se no Museu da Arte de Filadélfia,

Filadélfia.

Textura de pedra Textura de

tecido

Textura de palha Textura de madeira

Aula 5 | A textura 88

Frotagem

A palavra “Frottage” é de origem francesa -

frotter, que significa “esfregar”. Consiste em colocar

uma folha de papel sobre uma superfície áspera, que

contém alguma textura, e esfregá-la, pressionando-a

com um bastão de giz de cera, por exemplo, para que a

textura apareça na folha.

No campo da arte, essa técnica foi usada pela

primeira vez pelo pintor, desenhista, escultor e escritor

alemão Marx Ernest (1891–1976), um dos fundadores

do movimento “Dada” e, posteriormente, um dos

grandes nomes do Surrealismo.

Munido de um papel e um giz, uma caneta, ou

qualquer outro condutor, podemos sair em busca de

texturas interessantes.

Ao participante é requerido um olhar atento a

captar as propriedades da superfície dos objetos, da

estrutura arquitetônica e qualquer relevo que possa ser

usado na criação de imagens. O resultado é a surpresa

frente às mais inusitadas e ricas imagens.

Com o uso do lápis grafite, giz de cera, caneta

esferográfica, lápis de cor, chegaremos a diferentes

resultados, dos quais vamos escolher aqueles que mais

atendem a nossa proposta.

Frotagem sobre folhas

Frotagem sobre grade

Frotagem com colagem

Aula 5 | A textura 89

Por se tratar, de uma certa forma, de um

decalque sobre uma matriz, a frotagem nos permite a

repetição da ação e, consequentemente, a reprodução

do desenho várias vezes seguidas. Tendo um processo

de confecção bastante simples, a sua feitura pode ser

realizada em qualquer lugar, se firmando como um

ótimo exercício de experimentação contínua.

A textura artificial pode ser obtida de várias

maneiras; então, vamos para alguns exemplos:

Através do desenho, depende da forma do

traço;

Através da fricção (frotagem), passando o lápis

sobre uma superfície irregular;

Através da tinta – engrossar a tinta e depois

salpicá-la, ou mesmo despejá-la, sobre uma superfície.

Outro processo, também com tinta, é passá-la sobre

uma superfície absorvente, dando um efeito visual

diferente. Se desejar, pode continuar o trabalho

fazendo outra pintura, desenho ou colagem.

Também podem-se criar texturas com colagem.

Podendo ser:

Sem imagem, apenas papel rasgado;

Com imagem.

Textura Tátil:

É aquela textura que não é apenas visível mas

também sentida com as mãos.

Aula 5 | A textura 90

MATERIALIDADES

A investigação das propriedades táteis dos

objetos compreende a criação das mais ricas

visualidades. Passamos a olhar os objetos de maneira

diferente, prestando mais atenção às suas

propriedades, sempre imaginando as possibilidades

criativas que ele nos oferece. Partindo deste processo,

podemos iniciar um trabalho de elaboração de

desenhos e composições, articulando visualidades,

campos de força, movimentos, pesos, tonalidades sobre

o plano. Neste processo, trabalhamos diversos

elementos das artes visuais referentes ao estudo da

forma, composição, textura, estrutura do desenho,

executando processos mentais que exploram a intuição

e a percepção.

EXERCÍCIO 4

Veja que belíssima, as pedras possuem gradação de

cores, estão superpostas, sem perder a forma,

parecendo completamente integrada.

Este é um exemplo da textura que a natureza nos dá,

basta termos os olhos bem abertos para ver, e essa

amplidão de olha, tem que ser desenvolvida desde cedo

na escola pelo professor.

CARAVÁGGIO

A - Salomé e a

cabeça de João Batista

B - A Conversão de Paulo

Agora, depois de ter lido a aula sobre textura vamos aos exercícios

Aula 5 | A textura 91

No espaço abaixo, acrescente com palavras, pintando

ou desenhando, o exemplo de mais 3 texturas

encontradas na natureza.

EXERCÍCIO 5

Os artistas usam as texturas para dar:

( A ) A sensação de volume;

( B ) Contrastes;

( C ) Mais valor à diferença entre claro e escuro;

( D ) Simular cabelos e barbas;

( E ) TRA.

EXERCÍCIO 6

Qual o elemento dos abaixo relacionados que não pode

ser classificado como textura natural?

( A ) Rochas;

( B ) Tecidos;

( C ) Folha das árvores;

( D ) Pele dos animais;

( E ) Tronco das árvores.

Aula 5 | A textura 92

EXERCÍCIO 7

Quanto aos aspectos visuais, como podemos classificar

as texturas?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 8

Olhe bem para a imagem.

Identifique pelo menos 3 texturas diferentes.

Aula 5 | A textura 93

RESUMO

Continuando o estudo dos elementos visuais,

nesta aula, abordamos a Textura

Vimos até agora:

A importância da textura como elemento

visual;

Os vários tipos de textura;

A utilização das diferentes texturas nas obras

dos grandes mestres;

Marx Ernest – Frotagem;

Texturas da natureza;

Texturas visuais e táteis;

A composição

William Henriques Porto

Maria Helena P. Requião

AU

LA

6

Ap

res

en

taç

ão

A partir de agora, passaremos conceitos e modos de aprender e

ensinar a utilização da linha marca gráfica.

O elemento mínimo da imagem é o PONTO, a partir dele tudo se

constrói.

O deslocamento do ponto gera a linha e induz a direção, o

agrupamento de pontos pode formar uma imagem na qual

podemos não perceber sua presença.

Alguns artistas que vamos conhecer fundaram o movimento

chamado de PONTILHISMO, como técnica artística eles criavam

suas obras utilizando apenas os pontos.

Faremos um breve passeio observando a trajetória do ponto na

história da arte.

Iremos nos surpreender com o poder de expressão do Ponto.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância dos elementos visuais na composição.

Conhecer mais sobre a importância da composição na

linguagem visual;

Aprender o manejo e os recursos dos elementos visuais na

composição, explorando suas qualidades expressivas e

afetivas;

Aprender novas técnicas de arte e criar outras que serão muito

importantes para o seu trabalho tanto na educação como na

saúde;

Reconhecer a conjugação dos elementos visuais da arte na

construção de efeitos especiais na composição final;

Reconhecer, identificar e aplicar as diferentes técnicas que

envolvam o uso do ponto na criação artística.

Aula 6 | A composição 96

A composição

A composição é a essência da comunicação

visual. Trata-se basicamente das regras para organizar

os elementos visuais - formas e superfícies - em

mensagens que alcancem seus objetivos comunicativos

que agradem, que emocionem. A composição

corresponde a uma síntese entre intelecto e emoção,

entre o princípio da ordem geométrica e o da intuição.

Ao mesmo tempo em que a composição restringe -

dada a sua rigidez -, cabe ao artista a adequação da

estrutura à expressividade que tem em mente.

Segundo uma velha fórmula da estética, trata-se de

realizar uma síntese entre a liberdade humana e as

determinações da natureza. Nas mãos de gênios como

Leonardo e Botticelli, a armação geométrica em nada

reduz a naturalidade e a emotividade das figuras,

ampliando-lhes a beleza.

COMPOSIÇÃO

Composição é a distribuição ordenada e a

organização harmoniosa dos elementos visuais que,

combinados, formam uma síntese, um todo, que

através de uma expressão artística se transforma em

uma comunicação visual, com uma mensagem

subjetiva que emociona e provoca respostas afetivas

que podem encantar ou desagradar.

Sendo a essência da comunicação visual, a

composição representa a forma como a pintura é

organizada no espaço bidimensional, do papel ou da

tela, harmonizando o intelecto e a intuição, onde suas

proporções em relação ao espaço determinam a sua

estrutura e a sua expressividade. Portanto, podemos

observar se a obra está centralizada, se suas

dimensões estão proporcionais, pequenas ou grandes;

o número de elementos que a compõem, as cores que

A composição 96 O movimento “Realismo” 98 Elementos da composição artística 100 Corrente Impressionista 103 Cor ou Tom 105 Tipos de composição artística 108

Aula 6 | A composição 97

foram utilizadas, o destaque ou a diluição da figura em

relação ao fundo. Todos esses são fatores que

determinam o resultado da obra e a valorizam.

A ideia de planos da pintura é dada pela

dimensão dos elementos da composição, além das

cores que os trazem mais para perto ou para longe de

nós.

COMPOSIÇÃO ABSTRATA

É a composição em que as formas não são

naturalmente definidas, afastando da representação do

real, através de uma interpretação livre do artista, com

estilo pessoal e sentimentos realísticos independente do

tema e do assunto; desta forma, surgiram de maneira

informal as composições abstratas, com efeitos de

superfície, não seguindo as imposições rigorosas. O

surgimento de uma corrente geométrica, utilizando

formas regulares e espaços em equilíbrio, modifica

sensivelmente o modo como os artistas buscavam

retratar em suas obras o real. Provocando um

rompimento com o mesmo. A arte abstrata nasceu

como forma de rejeitar o que as composições artísticas

da época tinham como padrão expressivo.

COMPOSIÇÃO FIGURATIVA

É uma obra artística que procura, na sua

composição, apresentar de maneira mais ou menos

definida aspectos reconhecíveis da realidade natural.

Tendo a finalidade de representar formas que

reproduzem e dão uma aparência o mais próximo

possível do real, tanto as naturais quanto as criadas

“Esta pintura foi inspirada numa visita que Mondrian

fez a Nova Iorque. As formas geométricas são

menos rígidas e mais complexas, no entanto, ainda se regem pelas proporções da razão de ouro”.

Composition – Mondrian - 1920

Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Mondr

ian2.htm

Salvador Dalí

New York City - Mondrian, 1941-

42 Fonte:

http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Mondrian2.

htm

Aula 6 | A composição 98

pelo homem. A sua execução pode ser a partir da

observação, da memória ou da criação.

Figurativo Regionalista

O Movimento “Realismo”

Entre 1850 e 1880, o movimento cultural,

chamado Realismo, predominou na França e se

estendeu pela Europa e outros continentes. Os

integrantes desse movimento repudiaram a

artificialidade do Neoclassicismo e do Romantismo, pois

sentiam a necessidade de retratar a vida (os problemas

e os costumes das classes média e baixa) não inspirada

em modelos do passado. O movimento manifestou-se

também na escultura e, principalmente, na arquitetura.

Os principais representantes no campo da

pintura foram Gustave Courbet e Jean François

Millet.

Escravos – Thomas Hart Benton – 1924 – 27 Fonte:http://oseculoprodigioso.blogspot.com/2005/12/benton-

thomas-hart-figurativo.html

Aula 6 | A composição 99

Talvez, o modo mais simples de se definir ou de

se entender o que seja Realismo é reproduzir uma frase

atribuída a Coubert:

"Não posso pintar um anjo, se nunca vi um".

Realismo tem, portanto como característica a

representação detalhada, da natureza e da vida

contemporânea. Sem seguidores eram da sociedade

contemporânea. Eles retratavam as desigualdades da

condição humana mesmo com o advento da Revolução

Industrial.

O Realismo é um movimento que surgiu na

Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado

pelas transformações que ali ocorriam no âmbito

econômico, político, social e científico. Vivia-se a

segunda fase da Revolução Industrial, período marcado

pelo clima de euforia e progresso material decorrente

das inúmeras invenções.

Transferiu-se para Paris a fim de estudar direito,

mas não tardou a desistir das leis para dedicar-se à

pintura. Iniciou-se nesta arte copiando no Louvre os

mestres espanhóis do século XVII.

Autorretrato - Gustave Courbet - 1021 x 805 Fonte: www.pensemusica.com.br

http://blogdofavre.ig.com.br/tag/gustave-coubert Ornans, França, em 10 de junho de 1819.

Aula 6 | A composição 100

Em 1842, pintou “Autorretrato com um cão”,

obra já realista. Um de seus quadros mais célebres é

“Enterro em Ornans”, de 1849. Esse retrato da vida

campestre, vigoroso em sua plasticidade, escandalizou

pelo tema e pelo realismo.

Em 1855, Courbet fez “O ateliê do artista”,

autorretrato com um nu representando a verdade e um

grupo de personagens simbólicos e amigos do artista.

Obras “realistas” que não tiveram muita

repercussão entre os críticos

Elementos da composição artística

ESPAÇO

Uma porção do espaço quando delimitado por

uma linha ou um conjunto de linhas que se deslocam

dando origem a uma superfície ou um plano, criando

assim a base para que as obras de arte na pintura e no

desenho possam ser criadas.

Um quadro tem como limite seus lados, no seu

interior, o que está pintado tem como limite a sua

superfície.

A superfície pode representar diferentes

tamanhos em diferentes pinturas, independentes do

tamanho da tela, dependendo de como os elementos

visuais estão ordenados.

Os espaços podem ser positivos ou negativos.

Espaço positivo é aquele que circunda uma

forma negativa. Você ainda se lembra do que é uma

forma negativa?

Aula 6 | A composição 101

Então para recordar:

A pintura e o desenho sempre se deparam com

o problema em representar objetos no formato

tridimensional em uma superfície plana, isto é, os

objetos devem estar organizados de modo a não

parecer plano.

A busca da representação da tridimensionalidade

dos objetos foi conseguida através do uso da

Perspectiva que é a arte de representar sobre uma

superfície plana os objetos ou realidades dos objetos da

forma com que eles aparecem diante dos nossos olhos,

na sua forma real.

LUZ E SOMBRA

A Luz e Sombra são elementos de grande

importância na linguagem visual, com os quais

Forma negativa é aquela que ocupa um espaço

vazio circundada por um espaço ocupado. Já a

forma positiva é aquela percebida ocupando um

espaço.

Lembrou? Mas nós agora estamos tratando de

espaço. Então, vamos saber o que é um espaço

negativo – é aquele ocupado por uma forma

positiva.

Isso sem nos estendermos muito. Agora, exemplos:

Espaço positivo Espaço negativo

Aula 6 | A composição 102

podemos criar aumento do espaço, profundidade e

efeito de volume nos objetos e formas. A sombra é

determinada em um objeto que não seja translúcido,

quando este objeto é exposto à presença da luz. A

sombra natural de um objeto é sua sombra própria

sobre si mesmo quando recebe a luz natural do sol,

enquanto a sombra artificial é originada pela

aplicação de um foco de luz artificial de uma vela,

lâmpada sobre uma face do objeto.

Conforme a posição da fonte de luz que pode ser

natural ou artificial, projetada sobre o objeto

observado, nas posições lateral, de frente, superior e

traseira, obteremos para o mesmo: zonas iluminadas,

zonas sombreadas e zonas projetadas.

Com a luz e a sombra, podemos variar

o significado das imagens, criando

efeitos dramáticos, irônicos, grotesco,

poéticos...

A arte de Educar - p. 135 – Mattos,

Paula Belfort

EXERCÍCIO 1

Uma forma fácil de aprender é ver o que está

acontecendo na realidade e registrar o que está sendo

observado.

Coloque um jarro (utilize a princípio um vaso simples)

apoiado sobre uma superfície, sob o efeito de uma

fonte de luz e verifique como se comporta o jogo de luz

e sombra. Desloque a fonte de luz e observe o efeito

provocado pela mudança de posição lateral, frontal, de

frente e traseira.

Panteon - iluminação

natural

Iluminação artificial

Aula 6 | A composição 103

Descreva o que você observou em relação às posições

da fonte de luz.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Desenhe o jarro com as projeções das sombras no

plano, criadas pela mudança da posição da fonte de luz.

Corrente Impressionista

Os pintores da corrente impressionista saíram do

ambiente fechado do ateliê para utilizar a luz natural

em suas obras, sendo possível o uso do conceito de

sombras coloridas, até então tradicionalmente o preto e

branco representavam o sombreamento dos objetos.

Quer saber mais?

A sombra colorida foi introduzida na pintura pelos pintores impressionistas franceses como, por exemplo, Toulouse Lautrec.

Aula 6 | A composição 104

O pintor Rafael revela nesta obra sua maestria

na utilização da luz, no uso expressivo do claro escuro.

Se é um lugar-comum dizer que não

haveria coisa visível sem a luz, logo se

lhe acrescenta um paradoxo, a saber,

que a luz pode igualmente permitir a

expressão, o fazer ver aos olhos do

espírito aquilo que escapa aos olhos do

corpo.

René Huyghe

Garden at Giverni /1900

Messalina – Toulouse Lautrec

– 1900 - 1

Manet “Le déjeunrer sur l´herbe

Para aumentar seus conhecimentos

Os pintores da corrente impressionista, como Manet.

Renoir, Cézane, Monet, Pizzarro e Morisot, foram os

organizadores da primeira mostra de obras pintadas

no estúdio do fotógrafo Nadar, em Paris.

Esta corrente impressionista que iniciou seus

trabalhos em 1867, na França, acreditava que as

cores e a natureza mudam de acordo com a luz que ilumina o ambiente.

A Libertação de São Pedro - Rafael

Aula 6 | A composição 105

Cor ou Tom

Nas artes visuais, a cor não pode ser

considerada como um elemento decorativo, mas

fundamental na criação da expressão em uma

composição.

As cores transmitem sensações de aproximação,

distanciamento, criam espaços e dão volume a um

objeto.

Um objeto pode ter seu volume alterado em sua

representação pela cor que foi empregada.

A cor ou tom não tem existência material, é o

resultado da existência da luz, ou seja, se a luz não

existisse, não haveria cores, à exceção do preto que é

exatamente a ausência de luz. O preto é resultado de

algo que absorve toda a luz e não a reflete, o branco

resulta de algo que reflete toda a luz, logo, é a

existência de luz.

Assim, poderíamos dizer que o branco e o preto

não são exatamente cores, mas antes características da

luz.

De salientar a sua importância, na evolução das

teorias para a explicação da natureza da luz, para

explicar igualmente a cor que vemos nas coisas e

compreender que estas se relacionam com a estrutura

das substâncias que as constituem.

A cor está presente na nossa vida, em tudo que

nos rodeia e é constantemente apreendida e assimilada

por nós, seres humanos.

Aparentemente, as diversas tonalidades de cor,

que conseguimos diferenciar, não são mais do que

Aula 6 | A composição 106

cores isoladas, no entanto, estas vão surgindo como

combinações entre outras.

Desta forma, e para que se compreenda melhor

como se compõem as cores que constituem o vasto

leque de cores existentes, há que conhecer alguns tipos

de cor fundamentais e que estão na base da existência

de outras cores, tais como as cores primárias, as cores

secundárias, as cores terciárias e as cores neutras,

entre outras.

É um fato que as cores têm uma grande

influência psicológica sobre o ser humano. Existem

cores que se apresentam como estimulantes, alegres,

otimistas, outras serenas e tranquilas, entre outras.

Assim, quando o homem tomou consciência

desta realidade, aprendeu a usar as cores como

estímulos para encontrar determinadas respostas e a

cor que, durante muito tempo, só teve finalidades

estéticas, passou a ter também finalidades e

funcionalidades práticas.

É possível, pois, compreender a simbologia das

cores e através delas dar e receber informações.

MOVIMENTO

Ao procurar captar no traço o gesto, o

movimento de uma figura ou objeto, devemos ter em

mente os instrumentos e os suportes que vamos

utilizar.

Como instrumento seco, temos os lápis grafite, o

carvão e os pastéis.

Como suporte, é importante observarmos a

textura do papel, que constitui uma das características

Aula 6 | A composição 107

físicas que mais afetam visualmente a aparência de um

desenho, devendo ser considerada como um elemento

plástico por excelência, e que deve estar harmonizada

com o material escolhido.

Atividades:

Inicie propondo aos seus alunos uma atividade

com o corpo. Dê a cada um deles um pedaço de

barbante, em torno de 50 cm, convide-os a ficarem de

pé e brincar com o barbante no espaço, explorando o

movimento solto no ar e apoiado no chão. Tanto

individual como em duplas. Num segundo momento,

convide-os a se sentarem e brincar com o barbante

sobre a folha A3, brincar e soltar o barbante, que cairá

sobre o papel formando desenhos. Deste momento em

diante, poderemos fazer duas atividades diferentes, a

saber:

1) pegar uma outra folha e colocá-la sobre o

desenho formado pelo barbante. Passar o lápis de cera

por sobre a folha e o desenho aparecerá. Mude a cor

dos lápis e a posição da folha que está por cima e o

desenho ganhará movimento;

2) Dê outra folha e peça para os alunos

copiarem o desenho, procurando manter o traço.

Observar o que se formou. A partir desse traço,

desenvolver uma composição criativa e livre.

HARMONIA

Emprego adequado de formas e cores, de

maneira a criar maior expressividade com cada

Aula 6 | A composição 108

elemento dentro do conjunto, fazendo parte harmônica,

completando a ordem da composição artística.

Uma composição artística não se dá apenas pela

inspiração do autor. É necessário que a obra possua os

elementos de comunicação visual, harmoniosamente

trabalhados, para que o observador tenha despertada a

sua sensibilidade.

A harmonia realça o sentimento que o autor

expressou ao compor a imagem.

Tipos de composição artística

A composição artística em relação à disposição

dos elementos que a compõem no espaço da obra pode

ser classificada em:

SIMÉTRICA

Os elementos que a compõem estão dispostos

nos eixos de simetria, com o espaço ocupado por um

lado sendo equilibrado por outro semelhante no lado

oposto da tela. As imagens simétricas tendem a ser

mais estáticas.

Aula 6 | A composição 109

ASSIMÉTRICA

Os elementos estão dispostos sem guardar

correspondência entre os lados de qualquer eixo de

simetria. O equilíbrio e a harmonia da composição são

obtidos através do movimento criado pela disposição

diferenciada das formas, quando a tensão e o

movimento crescem de forma volumosa.

CENTRALIZADA

Na composição, o peso visual de maior volume

da imagem está localizado no centro geométrico da

tela.

A santa ceia – Leonardo da Vinci – 1495/1497

A fonte principal – Jacopo Tintoretto – 1030X776

Dica da professora

Nesta obra, as figuras estão dispostas sem ter correspondência aos

eixos de simetria.

Você sabia?

Nesta obra, o grupo de apóstolos do lado direito mantém o equilíbrio com os do lado esquerdo

Aula 6 | A composição 110

DESCENTRALIZADA

Nesta composição, o maior peso da imagem

encontra-se deslocado para o lado direito ou para o

lado esquerdo da tela.

DISTRIBUÍDA

Nesta composição, os diferentes elementos da

obra estão distribuídos uniformemente pelo espaço da

tela (como se vê acima).

Réquiem para um sonho – Vincent Van Gogh - 1890 http://requiemparaumsonho.zip.net/images/Van-Gogh-00

Dica da professora

Nesta obra, a árvore está localizada no centro geométrico da tela.

O Jardim do Poeta – Van Gogh – 1888

Dica da professora

Nesta obra, a árvore está localizada no lado direito do espaço da tela

Aula 6 | A composição 111

Nesta aula, você entrou em contato com o valor

da composição em uma obra. Pode-se dizer que talvez

ela seja o elemento visual mais importante, pois é

através da obra concluída que entramos em contato

com ela. Aí ela nos agrada ou não. Se não gostamos,

não nos detemos a observar os demais elementos, pois

é a partir do global que chegamos às particularidades.

EXERCÍCIO 2

Composição é a forma como a obra de arte se

apresenta. Em relação à distribuição dos elementos na

obra, temos vários tipos de composição.

Por exemplo, quando o maior peso das imagens se

encontra à direita ou à esquerda da tela, dizemos que a

composição é:

( A ) Assimétrica;

( B ) Centralizada;

( C ) Distribuída;

( D ) Descentralizada;

( E ) Simétrica.

Amendoeiras em flor – Van Gogh - 1880

Dica da professora

Nesta obra, as flores estão distribuídas em todo espaço da tela.

Aula 6 | A composição 112

EXERCÍCIO 3

Composição abstrata é aquela:

( A ) Em que o artista transmite seus sentimentos e

pensamentos independentemente do assunto

abordado;

( B ) Cujas formas não são bem definidas;

( C ) Que obedece a interpretação livre do artista;

( D ) Se afasta do real;

( E ) TRA.

EXERCÍCIO 4

Crie uma composição abstrata e, após, escreva como a

vê.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Aula 6 | A composição 113

EXERCÍCIO 5

Crie outra composição, agora figurativa, procurando

através das formas e cores obter um resultado

harmônico.

RESUMO

Nesta aula foi abordada a composição criada

pelos elementos visuais da arte.

Vimos até agora:

A evolução da linguagem escrita através do

desenho com linhas desde a pré-história;

A linha sendo descrita como um ponto em

movimento;

Os vários tipos que podem expressar e

modificar comportamentos;

As posições relativas das linhas retas muito

utilizadas pelo artista Paul Klee;

As linhas adotando formas que expressam

emoções;

Aula 6 | A composição 114

Uma dinâmica utilizando a linha;

O movimento da linha dirigindo a atenção do

observador;

A utilização das linhas pelos artistas

transmitindo sentimentos;

A linha formando espaços;

A participação do espectador – Optical Art.

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS: AULA 1 – 1B; 2E. AULA 2 – 4E; 5E. AULA 3 – 3D; 4B. AULA 4 – 3A; 4C. AULA 5 – 1D; 2B. AULA 6 – 2D; 3E.

AV1 – Estudo Dirigido da Disciplina

CURSO: Arte em Educação e Saúde

DISCIPLINA: Oficinas de Artes Visuais

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

QUESTÃO 1: Explique em que consiste o Alfabeto Visual e exemplifique com 5 de

suas técnicas de pintura.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 2: Defina formas naturais e geométricas, justificando sua importância

nas oficinas de artes.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 3: Apresente os principais pontos de influência do movimento

“Realismo” nas artes.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 4: Qual a importância da corrente impressionista para as artes?

Justifique sua resposta dando exemplos.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

ATENÇÃO:

Na realização das avaliações (AV1 e AV2), procure desenvolver uma

argumentação com suas próprias palavras.

Observe que é importante você realizar uma pesquisa aprofundada para atender

aos objetivos propostos consultando diferentes autores. No entanto, é

fundamental diferenciar o que é texto próprio de textos que possuem

outras autorias, inserindo corretamente as referências bibliográficas

(citações), quando este for o caso.

Vale lembrar que essa regra serve inclusive para os nossos módulos, utilizados

com freqüência para as respostas das avaliações.

Em caso de dúvidas, consulte o material sobre como realizar as citações diretas

e indiretas ou entre em contato com o tutor de sua disciplina.

AS AVALIAÇÕES QUE DESCONSIDERAREM ESTE PROCEDIMENTO ESTARÃO

SEVERAMENTE COMPROMETIDAS.

118

AV2 – Trabalho Acadêmico de Aprofundamento

CURSO: Arte em Educação e Saúde

DISCIPLINA: Oficinas de artes visuais

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

ATIVIDADE SUGERIDA: Visita / Observação Direta / Registro / Relatório

INSTRUÇÕES:

Verifique em seu bairro ou município algum local (pode ser curso de arte, escola,

clínica...) que realize um trabalho com Arte.

Após sua pesquisa, faça contato com a instituição e ou o profissional e solicite

autorização para observar uma oficina de artes. A oficina poderá ser de escultura,

pintura, gravura. Depois de observar ou de participar do trabalho, elabore um

relatório de pelo menos uma página, contendo os principais fenômenos observados

e /ou experimentados na oficina. Em anexo, encaminhe um registro iconográfico

(explicado no item Dicas, abaixo).

ATENÇÃO: É importante que tenha uma autorização por escrito do profissional ou

da instituição para nos encaminhar contendo, também, a data da visita e o

endereço do local.

LEMBRE-SE:

A observação direta é uma técnica de coleta de dados que depende mais da

habilidade do pesquisador em captar informação e registrá-las com fidelidade do

que da capacidade das pessoas de responder a perguntas ou se posicionar diante

de afirmações. Sendo assim, o pesquisador não precisa se preocupar com supostas

dificuldades da pessoa ou grupo para realizar atividades ou em responder às

questões, o que é uma boa vantagem. Bom trabalho!!!

DICAS:

Conheça previamente o que será observado. Antes de iniciar o processo de

observação, procure examinar o local. Com base nessas informações, determine

que tipo de fenômenos devam ser registrados.

Planeje um método de registro, não confie em sua memória. Crie, com

antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure

estipular algumas categorias dignas de observação.

Esteja preparado para o registro de fenômenos que surjam durante a

observação, que não eram esperados no seu planejamento.

Faça gravação, filmagem ou registro fotográfico. Para realizar registros

iconográficos (fotografias, filmes, vídeos), prepare os indivíduos envolvidos, eles

não devem ser pegos de surpresa.

Procure fazer o relatório o mais cedo possível. Não deixe muito para depois se

não muitos dados importantes podem se perder. Então... Mãos à obra!

Identificação da instituição observada

ou do profissional:

Relato da observação:

119

120

Fotos:

121

Refe

rên

cia

s b

iblio

gráfi

cas

CANTELE, Bruna Renata. Arte etc. e tal. Vol.1. São Paulo: IBEP,

2001.

CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Ângela Cantele Arte

Linguagem visual. Vol. 1 e 2. São Paulo: IBEP, s/d.

CAVALCANTI, Carlos. Conheça os estilos de pintura. Rio de

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