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CURRÍCULO DE LETRAMENTO
LITERÁRIO PARA A EDUCAÇÃO
BÁSICA – EDUCAÇÃO INFANTIL – 29
DE ABRIL DE 2015.
CONTEÚDOS: DETALHAMENTO E
POSSIBILIDADES DE SISTEMATIZAÇÃO
Luciane Vilar Possebom – Coordenadora Pedagógica de Letramento Literário - 20151
1. CONTEÚDOS
(MATERNAL II, PRÉ I E PRÉ II)
2. DETALHAMENTO 3. POSSIBILIDADES DE
SISTEMATIZAÇÃO
☺Noção de
personagens;
Esse conteúdo
demarca a figura do
(a) personagem. Nele
ensinamos quais são, o
que fazem na
“história”, suas
características físicas,
seu comportamento,
entre outros.
» Contar uma história usando
um personagem (dedoche,
fantoche). Depois ler a
história e mostrar o mesmo
personagem desta vez,
“descrito” pelo ilustrador,
propondo questões: qual é
mais bonito, qual tem roupas
mais coloridas, como é nome
deles, o que “a menininha da
história” faz, ela é igual ou
diferente da menininha que a
professora mostrou?
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Vamos ler “O grande
rabanete” e demarcar
os personagens.
» Ler a história
mostrando as ilustrações
e fazer uma segunda
leitura, destacando ao
virar as páginas, os (as)
personagens que
deseja nomear com as
crianças.
» Ler uma história
combinando
antecipadamente a
participação das
crianças para assumir o
lugar de um ou mais
personagens.
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» Levar para a sala recortes
(revistas, por exemplo) onde
apareçam personagens com
os mesmos nomes daqueles
que apareceram numa obra,
“O grande rabanete”, por
exemplo. Ir lembrando com
eles estes personagens e ir
colando-os num cartaz. É
possível escrever seus nomes
sob o título, como: “bichinhos
parecidos com os que
aparecem na história...”
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☺Noção de sequência
narrativa;
Nesse conteúdo
trabalhamos com a
percepção, por parte
da criança pequena,
que a narrativa possui
uma “lógica interna”,
ou seja, fatos se
sucedem (na maioria
das vezes de forma
linear) para que a
“história” aconteça.
» Utilizar-se, após a
leitura, da fala para
demarcar com as
crianças a sucessão de
fatos na “história”.
» Representar com a
participação das
crianças a ordem de
acontecimentos.
» Utilizar-se de uma ideia
de representação para
descrever a sucessão
de fatos do conto.
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» Utilizar-se de
reproduções das
ilustrações (ou
ilustrações de outro livro
com a mesma
“história”) e organizá-las
respeitando a
percepção das
crianças sobre a ordem
narrativa.
» Formar grupos e
distribuir as ilustrações
(em tamanho menor) e
pedir que cada grupo
as organize, depois
comparar com os
demais.
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☺Leitura
de
narrativa
visual;
Refere-se
especificamente às
obras sem texto escrito.
Ensinamos neste
conteúdo a ler não o
texto escrito, mas o
“tecido” pela ilustração
em cada página e pelas
relações entre estas na
obra como um todo;
Vamos exercitar a leitura
de uma narrativa visual –
“Quando isto vira
aquilo”.
» O 1º passo é a leitura “livre”, ou
seja, é necessário que o leitor
construa, do seu modo, a linha
narrativa;
» A segunda proposta é “abrir” na
roda de conversa as possíveis leituras
e compará-las;
» O terceiro passo é a releitura, dessa
vez, orientada de modo a chamar a
atenção do leitor (aluno) para
aspectos importantes que ele,
porventura, não tenha percebido.
Por isso é muito importante que a
professora tenha amplo domínio
sobre a obra antes de apresentá-la
aos alunos.
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☺Localização de
personagens
principais e
secundários nos
livros ouvidos e
manuseados;
Não é necessário que a criança
de educação infantil nomeie
personagens “protagonistas ou
antagonistas”, principais ou
secundários numa obra. No
entanto, nesse conteúdo se
ensina qual é o personagem
principal de uma “história”, seu
antagonista, ou seja, o (a)
personagem que se opõe a ele,
bem como os personagens
secundários (com menos ações
dentro da narrativa).
Vamos ouvir a leitura de O lobo e
os sete cabritinhos, depois
listaremos o (os) personagem ou
personagens:
Protagonista (as):
Antagonista (as):
Secundários:
» Depois da leitura e da
apreensão das ideias, nomear
com as crianças os
personagens e o que “fazem”
na “história”, usando a fala, ou
outra ideia de representação.
» Durante a conversa dirigida
chamar a atenção das
crianças sobre os personagens
que se opõem na narrativa,
por exemplo: Em
Chapeuzinho Vermelho, a
menina e o lobo.
» Pedir às crianças que
desenhem, falem ou modelem
o personagem de que mais
gostaram e expliquem por
que “gostaram” dele (a).
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☺Estabelecimento
de relações entre
os personagens;
Nesse conteúdo se exploram as
relações que ocorrem dentro
da obra. Analisamos com as
crianças, como interagem os
personagens numa narrativa.
» Pedir às crianças que, por
meio de uma ideia de
representação, apontem por
que um determinado
personagem se comportou
em relação a outro (como
são, na narrativa, as relações
entre eles).
» Imitar com as crianças o
comportamento de um
personagem e de outro na
narrativa.
» Usar a roda de conversa
para falar e ouvir das crianças
como interagem os
personagens.
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☺Conhecimento
tátil e visual dos
livros (brinquedo)
e das obras
literárias
apresentadas
pelo professor;
Nesse conteúdo trabalha-se comos livros brinquedo que são obras
cujo aspecto visual chama aatenção do ouvinte/leitor pelascores, por imagens que “saltam”ao abrir as páginas, pelos efeitos
sonoros, por possuírem textura,entre outros. O trabalho com esseslivros deve priorizar essascaracterísticas. O mais importante,nesse caso, é o manuseio –
orientado pelo professor – do livropelo aluno. Não se deve esquecerda leitura do texto cujo livrobrinquedo é portador. No entanto,para a criança pequena é
fundamental manusear também aobra literária: olhar as “figuras”,criar sua própria narrativa,“inventar” outros nomes para ospersonagens, ou seja, vivenciar
uma experiência particular com oobjeto livro.
» Apresentar o livro de modo que
todos possam vê-lo (livros pop up);
» Orientar os alunos quanto aos
cuidados no manuseio desse tipo
de livro;
» Manuseio individual, em duplas
ou pequenos grupos da obra
apresentada;
Observação: outros conteúdos
podem ser sistematizados num PTD
com livro brinquedo, o que
diferencia este dos demais é a
forma como é diagramado. No
entanto, devemos buscar também
nesses livros, o máximo de
qualidade literária.
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☺Manuseio livre de
livros para crianças;
Esse conteúdo ao ser elencado
num PTD pressupõe um “tempo
livre” para que as crianças
manuseiem livros sob a
orientação do professor ou
professora. Recomenda-se que,
sempre que possível, utilizem-se
livros cujas imagens tenham
alguma relação com a temática
da obra sistematizada no PTD
(bichinhos, crianças, princesas,
castelos...)
Aqui o que se pretende é criar
e/ou manter o que denominamos
de “comportamento leitor”.
» Oferecer às crianças livros
com imagens que chamem
sua atenção e estimulá-las a
lê-los à seu modo, para si e
para os outros.
» Buscar no acervo da
Escola/CMEI livros sem
qualidade literária e usá-los
para mostrar às crianças
como folheá-los
(comportamento leitor).
» Identificar, junto com as
crianças, nos livros que
manuseiam, imagens
parecidas com as que viram
numa obra literária.
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☺Leitura para
apreensão das
ideias do conto (ou
outro gênero do
tipo narrativo);
(2015)
Sistematização da apreensão das
ideias contidas nas diferentes
obras lidas, ouvidas e/ou
observadas, ou seja, o que está
manifesto no texto. No caso dos
gêneros de domínio literário a
compreensão é plurissignificativa,
porém há um “limite” nessa
manifestação (literatura não é
uma “viagem” onde tudo é
permitido, pois todo texto é
produzido intencionalmente).
» Utilizando a fala: roda de
conversa, debate, conversa
dirigida.
» Questões orientadoras e
respostas com registro
escrito – pela professora –
desenho ou outra ideia de
representação (linguagem).
É possível registrar a “fala”
dos alunos sobre sua
compreensão das ideias do
texto, no papel bobina, por
exemplo. (especialmente se
esta for atividade
avaliativa)
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☺Leitura para
estabelecimento
de relações com
outras linguagens
(canções,
subgêneros do
gênero poema,
HQS, animações,
entre outros); (2015)
O que se propõe nesse conteúdo é
a sistematização das relações
possíveis (semelhanças e diferenças)
entre a obra escrita (verbal ou não
verbal) com outras formas de
“contar histórias”; como acontece,
por exemplo, numa animação,
numa HQ.
Observação: no estabelecimento
de relações podemos tratar dos
personagens (seus
comportamentos, características
físicas, grau de protagonismo numa
e noutra linguagem); da linha
narrativa (manutenção, ruptura,
semelhanças, diferenças); do “jeito”
de narrar em cada uma das
linguagens (o que é um livro
“animado”, quais elementos são
fundamentais para revisitar um
conto usando os elementos formais
de produção de uma HQ, entre
outros).
» Contar “livremente” um
conto clássico ou popular e
depois fazer a leitura do texto
literalmente, analisando as
diferenças e semelhanças
entre um e outro com as
crianças.
» Apresentar aos alunos um
conto clássico e em HQ.
» Apresentar um conto com
uma determinada temática e
depois apresentar a mesma,
usando para isso um poema,
uma letra de canção, uma
lengalenga.Vamos ler “Vira-lata” e depoisver e ouvir uma letra decanção com o mesmo tema(cachorrinho).Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=HNCGEWqYAQkAcessado em 23de abril de2015. 13
☺Leitura de fruição
(imersão na
narrativa), para a
apreciação da
obra; (2015)
Esse conteúdo deve estar presente
em todos os PTD’s de Letramento
Literário. Ele refere-se ao “momento
enquanto”, ou seja, é a leitura da
obra feita pelo (a) professor (a) para
os alunos (narrativas verbais ou
visuais). É o primeiro contato do
ouvinte/leitor com o conteúdo
escrito e ilustrado da obra. Deve ser
sistematizado conforme “pede” a
obra. Por exemplo: um conto de
repetição pede ritmo e inferências
diferentes de um conto de fadas,
uma narrativa visual,
necessariamente precisa ser vista
por todos os leitores; um conto de
esperteza (que envolve humor)
precisa ser lido de modo a provocar
o riso etc.
» Ler a obra sem mostrar as
ilustrações, fazendo isso
após a leitura;
» Contar livremente e
depois apresentar a obra de
onde “saiu” o texto;
» Ler a obra mostrando as
ilustrações;
» Ler a obra solicitando a
participação do
ouvinte/leitor;
» Ler a obra depois de ter
conhecido sua temática
noutro suporte ou
linguagem;
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* A repetição nas histórias pode se
dar por justaposição de situações,
de enunciados, quando um ou
alguns personagens realizam ações
sucessivas que se repetem como
em “A formiguinha e a neve”
recontado por João de Barro
(Braguinha) da Editora Moderna.
Pode se dar por acumulação, como
ocorre em “Qual o sabor da lua?”
de Michael Grejniec, da Editora
Brinque Book. E pode se dar por
subtração como é o caso de “Dez
Patinhos”, de Graça Lima, da
Editora Companhia das Letrinhas.
Contos de repetição - agosto de
2013 – Educação Infantil.
» Ler a obra contando com a
participação (presença física) do
ouvinte/leitor representando
personagens ou ações
importantes para a narrativa (nos
contos de repetição, por
*acumulação, justaposição ou
subtração, principalmente).
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☺Leitura para
reconto, por
meio de outras
linguagens;
(2015)
Nesse conteúdo a ênfase
está no ato de recontar
uma história. Recontar é
“contar de novo” a
“história” toda, usando
para isso outras
linguagens e também as
possíveis variações
criadas pelo autor do
reconto.
» Mudar os personagens e manter a linha
narrativa;
» Manter os personagens e modificar a
linha narrativa;
» Transformar a narrativa verbal em
narrativa visual;
» Transformar a narrativa visual em
narrativa verbal;
» Recontar usando a linguagem dos
HQ’S;
» Recontar usando aspectos da
linguagem cênica;
» Recontar usando “formas animadas”
(dedoches, fantoches);
» Recontar recriando as ilustrações e
usando materiais diversos para fazê-lo;
» Recontar usando a linguagem do
gênero poema ou de seus subgêneros:
quadrinhas, lengalengas etc).
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☺Leitura para
estabelecimento
de aproximações
e contraposições
entre obras
clássicas e
versões
modernas; (2015)
Nesse conteúdo sistematiza-se a
totalidade das relações entre obras
clássicas e modernas, por exemplo:
nos contos populares e clássicos
analisamos a linguagem, perfil dos
protagonistas, entre versões
publicadas em diferentes tempos.
Vamos ouvir e ver a obra
“Chapeuzinho Vermelho” (tradução
do alemão) e um revisitamento:
Chapeuzinho Vermelho e as cores”
» Ler para os alunos duas
versões do mesmo conto
clássico e analisar com eles
(por meio da fala) as
semelhanças e diferenças
entre os personagens, ou
linha narrativa, ou desfecho,
ou grau de protagonismo...).
» Ler para os alunos duas
versões do mesmo conto
clássico e analisar com eles
por meio de uma ideia de
representação as
semelhanças e diferenças
entre os personagens, ou
linha narrativa, ou desfecho,
ou grau de protagonismo...).
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Observações importantes: Ao adicionarmos novos
quadros (obras de referência) no Currículo de
Letramento Literário para o Maternal II, Pré I e Pré II
consideramos interessante inserir conteúdos formais que
não estavam presentes no CLL até 2014.
Com isso esperamos oferecer não apenas obras de
conteúdo literário, mas permitir que sejam explorados
conhecimentos sobre essas obras de modo mais
qualificado e diversificado.
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