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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
KARINE DO ROCIO DE PAIVA
REMO<;Ao DO TERCEIRO MOLAR COMO UM RISCO PARA
DISFUN<;OES TEMPOROMANDIBULARES (DTM'S) - REVISAo DE
LlTERATURA
CURITIBA
2012
REMOCAO DO TERCEIRO MOLAR COMO UM RISCO PARA
DlSFUNCOES TEMPOROMANDIBULARES (DTM'S) - REVISAO DE
LlTERATURA
CURITIBA
2012
KARINE DO ROCIO DE PAIVA
REMOC;Ao DO TERCEIRO MOLAR COMO UM RISCO PARA
DISFUNC;6ES TEMPOROMANDIBULARES (DTM'S) - REVISAo DE
LlTERATURA
Trabalho de conclusao de curso apresentado aocurso de Odontologia da Faculdade de CienciasBiologicas da Saude da Universidade Tuiuti doParana como requisito parcial para obten9ao dotitulo de Cirurgia-dentista. Orientador: prof' JoseStechman Neto.
CURITIBA
2012
TERMO DE APROVAC;Ao
KARINE DO ROCIO DE PAIVA
REMOC;Ao DO TERCEIRO MOLAR COMO UM RISCO PARA
DISFUNC;OESTEMPOROMANDIBULARES (DTM'S) - REVISAo DE
LlTERATURAEste trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para a obten<;ao do titulo de graduayaoem Odontologia da Universidade Tuiuti do Parana.
Cuntlba, de maio de 2012.
Graduayao de Odontologia
Universidade Tuiuti do Parana
Orientador: Dr. Jose Stechman Neto
Professor(a):UTP
Professor(a):UTP
RESUMO
o objetivo deste trabalho atraves de uma revisao de literatura foi verificar se
ap6s a exodontia dos terceiros molares pode ou nao ocorrer os sinais e sintomas da
disfun«ao temporomandibular (DTM). Da analise de diversos estudos relacionados a
esse tema, pode-se observar que ap6s exodontia dos terceiros molares houve um
aumento na preval€mcia de trauma na articula«ao temporomandibular e fatores
coadjuvantes como idade, sexo, nfveis de estresse, grandes for«as aplicadas na
mandfbula, entre outros, provocaram um aumento na incidelncia de DTM. Sendo
assim, uma compreensao mais detalhada destes aspectos pode ser util para 0
desenvolvimento do alvo de abordagens para terapia e preven«ao da disfun«ao
temporomandibular (DTM).
Palavras-chave: Disfun«ao temporomandibular, exodontia do terceiro molar.
ABSTRACT
The objective of this work through a literature review was to verify whether
after extraction of third molars mayor may not experience the signs and symptoms of
temporomandibular disorders (TMD). From the analysis of several studies related to
this subject, one can observe that after extraction of third molars was an increase in
the prevalence of trauma in the temporomandibular joint and co-factors such as age,
sex, stress levels, large forces applied to the jaw, among other, caused an increased
incidence of TMD. Thus, a more detailed understanding of these aspects may be
useful to develop the target approaches for therapy and prevention of
temporomandibular joint dysfunction (TMD).
Keywords: Temporomandibular disorders, third molar extraction.
SUMARIO
1 INTRODU<;AO 5
2 REVISAO DE LlTERATURA 7
3 DISCUSSAO 19
4 CONCLUSAO 21
REFERENCIAS 22
5
1. INTRODUI;AO
Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, as disfun<;oes
temporomandibulares (DTM's) sao definidas como urn conjunto de disfun<;oes
que envolvem os musculos mastigatorios, a articula<;ao temporomandibular
(ATM) e estruturas associadas. Os sintomas mais frequentemente relatados
pelos pacientes sao: dores na face, ATM e/ou musculos mastigatorios, dores
na cabe<;a e na orelha. Outros sintomas relatados pelos pacientes sao as
manifesta<;oes otologicas como zumbido, plenitude auricular e vertigem.
Quanto aos sinais, encontram-se prima riamente a sensibilidade muscular e da
ATM a palpa<;ao, limita<;ao e/ou incoordena<;ao de movimentos mandibulares e
ruidos articulares (LEEUW, 2010).
Para Dworkin (2011), as DTM's sao, de longe, as rna is prevalentes de
todas as condi<;oes cronicas de dor orofacial. Elas compreendem urn conjunto
de condi<;oes relacionadas com dor cronica que afetam as estruturas moles e
duras da regiao orofacial e sao caracterizadas pela presen<;a de dor,
geralmente na area pre-auricular, nas bochechas e/ou area temporal, pelas
restri<;oes de movimentos da mandibula e presen<;a de sons (ruidos)
detectados na articula<;ao temporomandibular durante excursoes funcionais da
mandibula.
Urn dos procedimentos de rotina na cJinica odontologica e exodontia dos
terceiros molares. Todavia, a decisao de extrair ou nao tais dentes deve ser
tomada de forma cuidadosa, pois tal procedimento esta diretamente
relacionado a uma serie de acidentes e complica<;oes, dentre esses os sinais e
sintomas de disfun<;oes temporomandibulares. A tecnica necessaria para
realiza<;ao desse ato operatorio deve ser cautelosa e criteriosa, devendo
diminuir os riscos de complica<;oes pre, trans e pos cirurgicas. (MARZOLA et al
2009; GRAZIANI et a/1995).
Os terceiros molares podem estar total ou parcial mente incJusos. Deve-
se observar a posi<;ao e 0 tipo da coroa e da raiz, bern como a sua rela<;ao com
a posi<;ao dos segundos molares. As estruturas anatomicas relevantes a estas
opera<;oes devem ser tratadas com todo 0 cuidado para evitar danos e lesoes
posteriores. (COLOMBINI, 1991).
6
o presente estudo teve como objetivo, atraves de uma revisao de
Iiteratura, verificar se este procedimento cirurgico pode ou nao causar a DTM.
7
2. REVISAo DE LlTERATURA
A exodontia do terceiro molar tem sido considerada como um sintoma de
desenvolvimento de DTM, ocasionando problemas na ATM logo apos a sua
remoifiio. Sendo assim, diversos estudos sobre a exodontia do terceiro molar
relacionado com a DTM foram analisados. Dentre esses, Threlfall et al (2005),
abordaram um estudo sobre uma possivel ligaifiio entre a exodontia dos
terceiros molares e 0 deslocamento do disco articular com reduifiio. Esse
deslocamento provoca dor, clique na articulaifiio e restriifiio de movimento.
Tem sido sugerido que 0 trauma durante a exodontia do terceiro molar pode ter
um papel no inicio do deslocamento e da reduifiio. 0 criterio utilizado para 0
diagnostico do deslocamento do disco com reduifiio era um clique consistente
durante a abertura ou fechamento
da boca, ou ambos. 0 tamanho do estudo foi baseado na detecifiio de uma
diferenifa na proporifiio de casos e controles que tiveram seus terceiros
molares removidos. A taxa de resposta foi mais elevada em pacientes mais
idosos; 61 pacientes (58%), em comparaifiio com 113 (75%) com idades
compreendidas entre 30 e 50, e 46 (81 %) com idade superior a 50 anos. A
ProPorifiio de pacientes que tiveram um terceiro molar removido foi maior, mas
sem significado estatistico quando comparado com a populaifiio de controle.
Isso sugere que a exodontia do terceiro molar niio aumenta substancialmente 0
risco de desenvolvimento de deslocamento de disco com reduifiio. Enquanto a
maior proporifiio de casos de controles que relata ram ter tido um terceiro molar
removido pode ter ocorrido por acaso, que tambem poderia ser explicada se
houvesse um vies de resposta, e os pacientes que responderam ao
questionario eram mais propensos a relatar a remoifiio do terceiro molar do que
os pacientes que niio responderam. Em pacientes com deslocamento de disco
com reduifiio €I biologicamente plausivel que 0 trauma a articulaifiio
temporomandibular pode de fato ocorrer em alguns casos. Apenas 21 (9,5%)
de 220 pacientes que relataram que tinham um terceiro molar extraido nos 5
anos anteriores foram diagnosticados com deslocamento de disco com
reduifiio. Esses dados niio excluem a possibilidade de que os pacientes que
tiveram seus terceiros molares removidos sob anestesia geral e aqueles que
tiveram um processo demorado ou traumatico, que poderiam ter um aumento
8
do risco de desenvolver disfunc;ao temporomandibular, mas no estudo foi
improvavel que esta tenha sido a causa.
Em 2006 Huang et ai, propuseram um estudo sobre a exodontia do
terceiro molar como um fator de risco para a disfunc;ao temporomandibular.
Muitos pesquisadores descrevem um modelo multifatorial, com etiologia
relacionada a fatores anatomicos, neuromusculares e psicossociais, os quais
tem um papel fundamental no aparecimento de uma DTM. De acordo com os
autores, a exodontia do terceiro molar e um fator de risco para as disfunc;oes
temporomandibulares. Poucos estudos investigaram a relac;ao do terceiro
molar com a DTM e esse estudo e plausivel por varias razoes. Durante a
exodontia do dente 0 paciente fica com a boca aberta por um perfodo
prolongado, podendo desenvolver uma forc;a em relac;ao a mandibula. Um total
de 34,491 individuos preencheram um criterio de inclusao. Desses individuos,
apenas 391 tiveram reivindicac;oes indicando DTM. A maioria eram mulheres e
foram mais propensas a desenvolver uma DTM. Em 50% de todos os sujeitos
que tinham os terceiros molares removidos por volta de 20 anos, 0 risco
relativo de DTM ap6s a exodontia do terceiro molar foi de 95 %. Os cirurgioes
dentistas devem estar cientes do risco das DTM's relacionados com a
exodontia do terceiro molar e devem tomar as medidas para minimizar 0
trauma durante a remoc;ao. No mesmo trabalho, buscou-se verificar a influencia
dos fatores associados com as exodontias, tais como em qual arcada os
dentes foram removidos, superior ou inferior, 0 tipo de anestesia e 0 grau de
impactac;ao. Neste estudo, somente 5% das exodontias foram realizadas em
dentes erupcionados, 32% eram dentes impactados, parcialmente intra6sseos,
e 41% completamente intra6sseos. 0 risco de apresentar sintomas
relacionados as DTM's nos primeiros tres anos ap6s a exodontia do terceiro
molar foram significativamente elevados. Durante 0 quarto e quinto ana ap6s a
exodontia, 0 risco continuou a ser elevado, mas nao significativamente. Com
isso os autores concluiram que houve um aumento de 60% na disfunc;ao
temporomandibular em pacientes adolescentes e jovens adultos ap6s a
remoc;ao do terceiro molar. Em 92% foram realizadas a cirurgia sob anestesia
geral, 85% tinham todos os quatro terceiros molares removidos ao mesmo
tempo, e 91% foram impactac;oes parciais ou total mente intraosseas. Para
9
Huang et al (2006), muitas defini<;oes de DTM tem side utilizados na literatura,
e alguns sao baseados em sinais em vez de sintomas.
"Sendo assim esse estudo identificou a necessidade dos
profissionais de odontologia para estar ciente da associa9<30 entre a
exodontia do terceiro molar e DTM, tomar precau90es para minimizar
o trauma da articula9ao durante a rem09ao, avaliar a saude das
articula90es no periodo de acompanhamento subsequente e para
conduzir investiga9ao para esclarecer essa rela9<30". (HUANG et ai,
2006).
Em 2007, Huang et al abordaram um estudo sobre os pacientes que
removeram seus terceiros molares, que por sua vez, segundo eles, sao 60%
mais propensos para desenvolver os sinais e sintomas da disfun<;ao
temporomandibular, do que aqueles pacientes que nao tiveram seus terceiros
molares extrafdos. A freqQencia global de indivfduos com DTM foi de 1,1%.
Isso pode ser associado por um trauma durante 0 procedimento como, por
exemplo, permanecer por um perfodo longo com a boca aberta. Os pacientes
sao mais propensos a desenvolver DTM dentro de um mes ap6s a remo<;ao ao
inves de 24 meses. Nesse estudo Dodson et al (2007) sugerem que 0 risco
para DTM ap6s a remo<;ao do terceiro molar deve diminuir rapido ap6s 0
procedimento. No entanto, existem varios argumentos contra esta hip6tese.
Geralmente ha um perfodo de desconforto, incha<;o e fun<;ao limitada, devido
ao procedimento cirurgico, e qualquer DTM e susceptivel de ser mascarada
durante este tempo. Stowell et al (2007) relatam que a maioria dos estudos de
DTM feito no passado nao tem caracterfsticas ffsicas para fazer compara<;oes
adequadas dos pacientes para poder estabelecer a verdadeira natureza da
doen<;a. Alguns sinais e sintomas da DTM sao devido a influencias
neuropatol6gicas. Problemas psicossociais e comportamentais ajudam a
consciencia do problema, assim como problemas sociais e controle dos
habitos; drogas para a terapia podem ser usadas para reduzir os espasmos
dos musculos e depressao. No entanto, estes tratamentos nao revertem os
problemas intracapsulares, apenas diminuem alguns desarranjos. Todas essas
areas de preocupa<;ao biol6gica e psicossocial podem reduzir 0 stress
medlnico na a area da ATM, reduzir espasmo muscular ou permitir a cura. No
10
entanto, segundo a autora deve-se discordar de que os resultados de um ana
dos estudos que demonstraram apenas 0 alivio da dor "temporaria". Em
conclusao foram mostrados que uma interven<;;ao biopsicossocial nao e apenas
eficaz em termos de resultados do tratamento em pacientes com DTM cronica,
mas tambem em pacientes com DTM aguda relacionada com a dor.
Segundo Huang et a/ (2008), que avaliaram a exodontia do terceiro
molar como um fator de risco para a disfunyao temporomandibular entre todas
as faixas etarias, a incidencia de terceiros molares irrompidos ou parcialmente
entre a idade de 15 a 20 anos e maior. A partir de 25 anos de idade tambem e
comum a exodontia de terceiros molares, no entanto esses dentes tem tido
uma oportunidade maior para entrar em erupyao. Sendo assim, esse estudo
relata a idade no momenta da remoyao do terceiro molar e os riscos
subsequentes para DTM. Todos aqueles que tiveram um ou mais terceiros
molares removidos durante 0 periodo do estudo foram incluidos. Os individuos
que tiveram diagnostico de disfunyao nos primeiros tres anos do periodo de
estudo ou que nao tin ham pelo menos um ana de "follow-up" apos a rem09ao
de terceiros molares foram excluidos. Na amostra avaliada, 64% dos
participantes eram do sexo masculino e 36% do sexo feminino. 0 sexo
feminino foi associado como um risco significativamente aumentado em relayao
a disfunyao temporomandibular. De acordo com os resultados desse estudo, as
tecnicas relacionadas a exodontia exigem uma mudanya significativa ao longo
das decadas de vida. Portanto, a analise destes dados sugere que 0 risco pode
ser maior para pessoas de idade inferior a 21 anos, momenta em que indica
que os fatores associados a remoyao do terceiro molar e geralmente um
procedimento mais invasivo.
Akhter et a/ (2008) realizaram um estudo sobre a remoyao do terceiro
molar como um fator no desenvolvimento de disfunyao temporomandibular,
ocasionando problemas na articulayao temporomandibular logo apos a
exodontia dos terceiros molares, tanto na arcada superior quanto na inferior. A
remoyao destes dentes pode envolver ampla abertura da mandibula por um
periodo prolongado e, assim, causar trauma na ATM. Para a pesquisa, um
grupo de estudantes universitarios, apos responderem um questionario com
quest6es relativas a dor na regiao da orelha, dor ao mastigar alimentos ou
ainda dificuldades em abrir e fechar a boca, foram divididos em dois grupos
11
denominados grupos DTM-positivo e 0 DTM-negativo .. Ainda, dentro de cada
grupo, a fim de minimizar a influencia de fatores externos, foram subdividos em
mais tres grupos com niveis de estresse baixo, moderado e alto. Esse estudo
foi feito no Japao e procurou identificar relac;:ao entre a remoc;:ao do terceiro
molar com 0 aumento do risco de DTM, sendo que 0 resultado do mesmo
mostrou que 0 trauma externo para a regiao da mandibula e um fator
fundamental a DTM. Alem disso, as conclus5es obtidas mostraram fortes
correlac;:5es entre DTM e dor na ATM, acarretando dificuldade em abrir a boca,
resultado este que foi obtido a partir de outros estudos ace rca do mesmo tema.
Em relac;:ao a remoc;:ao do terceiro molar, foram mais predispostos a lesao na
ATM ap6s a remoc;:ao do que nos individuos que nao haviam feito a cirurgia.
Muito provavelmente devido a envolver abertura prolongada da boca, que
invariavelmente causa trauma na ATM enos musculos de mastigac;:ao. Da
mesma forma, foi comprovado atraves do estudo que individuos com altos
niveis de estresse apresentaram maior pre-disposic;:ao a desenvolver disfunc;:ao
temporomandibular devido a hiperatividade dos musculos da mastigac;:ao. Da
mesma forma, habitos parafuncionais como bruxismo tambem estabelecem
relac;:ao com a DTM, sendo considerado por alguns autores como um fator de
risco potencial de desenvolvimento da disfunc;:ao.
Em um estudo sobre a incidencia de sinais e sintomas de DTM seguidos
pela cirurgia do terceiro molar, Juhl et al (2009) efetuaram um estudo
controlado e prospectivo. Segundo Juhl et ai, mesmo que parec;:am simples, os
procedimentos cirurgicos acarretam uma ameac;:a a qualidade de vida do
paciente, envolvendo mecanismos de hiperexcitabilidade neuronal, periferica
ou central, sendo considerado como um fator determinante para a intensidade
da dor. A cirurgia de remoc;:ao do terceiro molar, realizada rotineiramente no
mundo inteiro, contribui para a dor orofacial cronica, impactando diretamente
na qualidade de vida por estar relacionada a uma disfunc;:ao temporomandibular
(DTM). 0 termo DTM engloba tambem ligamentos da articulac;:ao
temporomandibular (ATM), incluindo restric;:ao na capacidade de abrir a boca, e
quem sofre com esse tipo de disfunc;:ao consequentemente tem um impacto na
qualidade de vida com consequencias psicossociais e comportamentais. Existe
uma relac;:ao da exodontia do terceiro molar associada ao desenvolvimento da
DTM, indicando que tal disfunc;:ao desenvolve-se aproximadamente seis meses
12
apes a cirurgia de exodontia, ao contrario do esperado, que seria de uma
semana a um mes apes a mesma. Nesse estudo os pacientes foram divididos
em dois grupos e selecionados individuos menores de 18 anos, de ambos os
sexos, sem indicac;:ao para exodontia do terceiro molar antes ou durante 0
estudo. Os eventos cirurgicos duraram em media 14 minutos e 20% dos casos
de erupc;:ao do terceiro molar superior foram removidos com pinc;:a, sem
nenhum evento grave ocorrido apes 0 estudo. No pes-operaterio, dezessete
pacientes apresentaram eventos adversos nao graves, e em sete deles ocorreu
sangramento por mais de um dia. Oito pacientes com cefaleia e cinco
pacientes apresentaram infecc;:ao na ferida cirurgica. No Grupo Controle, nao
houve relatos de eventos adversos. Houve reduc;:ao na faixa de abertura da
mandibula de 52 mm para 37 mm uma semana apes 0 procedimento, voltando
aos normais 52 mm um mes apes, mantendo-se estavel nos seis meses
seguintes. No Grupo de Estudo, atividades especificas foram limitadas uma
semana apes cirurgia, tais como mastigac;:ao, sorrisos, atividades sexuais,
higiene bucal, bocejos ou fala. Dificuldades em mascar ou comer alimentos
foram observadas ate um mes apes a cirurgia. Com base nos resultados
apresentados, nao foi identificada nenhuma diferenc;:a significativa apes seis
meses nos dois grupos, restando apenas indicios de diagnostico de DTM. Ha
uma incidencia elevada de sinais temporarios entre uma semana e um mes
depois da cirurgia. Foi encontrado tambem aumento da incidencia de dor
muscular, ruidos articulares e dor a palpac;:ao da ATM seis meses apes a
cirurgia, sendo que resultados mais agudos foram identificados no primeiro
mes apes a cirurgia, e tais alterac;:6es podem estar relacionadas as fibras
nociceptivas e sua integrac;:ao com 0 sistema nervoso central. Apes 0 exame
clinico, observou-se uma abertura mandibular prejudicada e um aumento da
incidencia de alterac;:6es na ATM, 0 que indica que a cirurgia da exodontia do
terceiro molar pode afetar estruturas na ATM, ainda que 0 cirurgiao remova
partes do osso da mandibula na exodontia ou ainda divida 0 dente para facilitar
a retirada. De acordo com a posic;:ao em que 0 paciente e colocado, as forcas
aplicadas para a ATM, seu disco e cartilagem podem sofrer les6es traumaticas,
artrite pes-traumatica e artrose. A padronizac;:ao dos metodos de cirurgia para
remoc;;ao do terceiro molar representa um grande avanc;;o, mas necessitam
serem melhoradas a fim de reduzir a carga e as forc;:as na ATM. Diante desse
13
estudo, os autores concluiram que sintomas isolados, dores na ATM, musculos
e aumento dos sons intra-articulares ate seis meses depois da remo«ao do
terceiro molar, sao notaveis.
Apos estudo minucioso em ratos, Yokoyama et al (2009) publicaram
sobre as mudan«as dinamicas no metabolismo osseo na articula«ao
temporomandibular. Depois da exodontia do terceiro molar usando estudo
cintilogrMico, a adapta«ao funcional com a remodela«ao da estrutura do tecido
osseo ocorre apos mudan«as nas distribui«oes mecanicas. Para examinar
como as mudan«as oclusais afetam a dinamica do metabolismo osseo na
cabe«a da mandibula usou-se cintilografia ossea. Na cabe«a da mandibula,
que e um metodo nao-invasivo que analisa a micro dinamica do matabolismo
osseo, utilizando 99ml de Tecnesio-metileno difosfonato, apos remo«ao de
molares superiores, resultando em perda unilateral de suporte oclusal. Foram
feitas radiografias, exames histologicos do tecido da ATM, e analises de
expressao genetica nos niveis de mecanismos relacionados ao estresse das
moleculas usando quantitativa em tempo real de rea«ao em cadeia da
polimerase. Foram realizadas para esclarecer os efeitos da perda unilateral da
ociusao, apoio no metabolismo osseo na cabe«a da mandibula. 0 excesso de
Tecnesio-metileno difosfonato foi elevado na cabe«a da mandibula do lade que
foi removido 0 dente, em rela«ao ao lade intacto tres dias apos a exodontia do
molar. A densidade mineral ossea e de expressao em osteoprotegerina
extraido-secundarios foram aumentados, enquanto os numeros de osteoclastos
foram significativamente diminuidos quando comparado com 0 lade que foi
intacto na cabe«a da mandibula. A redistribui«ao da carga funcional leva a
remodela«ao da estrutura ossea na cabe«a da mandibula e ao aumento de
atividade temporal. Porem essas diferen«as nao foram detectadas 28 dias apos
a exodontia do molar. Tais resultados sugerem que a mudan«a oclusal
transitoriamente resulta em mudan«as na dinamica do metabolismo osseo dos
condilos atraves da regula«ao baixa de osteociastogenese. Essas altera«oes
podem ser envolvidas na adapta«ao funcional da articula«ao
temporomandibular. De acordo com as investiga«oes e resultados, 0
metabolismo osseo e a densidade mineral ossea, indicam que a perda de
suporte osseo unilateral pode causar um aumento osseo, forma«ao e/ou uma
diminui«ao da reabsor«ao ossea na cabe«a da mandibula. Observou-se
14
contagens de osteoclastos reduzidas no tecido 6sseo da cabega da mandibula
no lade que foi realizada a exodontia e sendo que no lade nao removido nao
ocorreu essa diminuigao. Com base nos mecanismos desse processo pode ser
que ocorra um aumento na formagao de osso, ao qual e acompanhada por
uma redugao na diferenciagao dos osteoclastos, indicando 0 processo de
adaptagao da cabega da mandibula e as alteragoes na carga funcional.
DeAngelis et al (2009) abordaram um estudo sobre os transtomos da
articulagao temporomandibular em pacientes encaminhados para a exodontia
do terceiro molar. Muito embora a maioria das remogoes do terceiro molar
esteja associada a pericoronarite, um grande numero simplesmente opta por
fazer a remogao a fim de evitar complicagoes futuras. Alguns estudos ainda
indicam um aumento do risco de desenvolver disfungao na ATM, fazendo-se
necessario ainda um diagn6stico preciso para pacientes que tem essa
disfungao pre-existente ou alguns sinais de disfungao nas ATM's e na estrutura
da mastigagao. No referido estudo, 60 pacientes foram analisados ao longo de
quatro meses, todos encaminhados para remogao do terceiro molar cujos
sinais e sintomas indicaram a presenga de um problema na articulagao primaria
juntamente com a DTM. Alem disso, foram anotados tambem 0 estado de
desenvolvimento do terceiro molar, sua erupgao e presenga ou ausencia
patol6gica. Ap6s 0 exame cUnico, 0 diagn6stico da DTM foi realizado de acordo
com a segunda edigao da Classificagao Internacional de Transtornos da
Cefaleia, considerando se 0 paciente apresentou dor na articulagao, estalos,
crepitagao, dores nos movimentos mandibulares ou abertura limitada. Dos
resultados, 63,3 % dos pacientes apresentou sintomas que poderiam ser
atribuidos a terceiros molares retidos e 23,3% apresentou sintomas adicionais
de disfungao da ATM. Para 13,3%, os sintomas foram atribuidos
exclusivamente a dor decorrente da ATM e musculos associados. De uma
maneira geral, 95% dos pacientes nao apresentaram qualquer evidencia de
patologia na regiao do terceiro molar, enquanto os 5% restantes apresentou
radiolucencia em dentes pr6ximos, possivelmente atribuidos a carie dentaria.
Nao foram encontrados desenvolvimento de DTM entre os pacientes que
tiveram os terceiros molares retidos e os que apresentaram total
desenvolvimento. Nesse estudo, nao foram considerados aspectos relativos a
idade ou genero, muito embora seja conhecida a preponderancia de DTM no
15
sexo feminino. Esse fato nao foi considerado relevante uma vez que 0 objetivo
do mesmo era somente descrever a propon;:ao de pacientes que, apesar de se
apresentarem a ciinica com queixas de dor no terceiro molar, indicava sinais de
DTM. Proporgao esta que ficou por volta de 40% dos casos. E importante
ressaltar que para 12,5% dos pacientes os sintomas nao podem ser atribuidos
a presenga do terceiro molar. Assim, ve-se que em um grande numero de
pacientes com disfungao esta sendo negligenciada. Aqueles individuos que
apresentaram 0 terceiro molar erupcionado foram mais suscetiveis a nao
desenvolver a disfungao temporomandibular do que aqueles que tiveram seu
terceiro molar impactado, devido a dificuldade em manter a higiene adequada,
levando a diagn6sticos recorrentes de pericorinarite, muito comum em casos
onde os terceiros molares nao erupcionados se aproximam da superficie distal
dos segundos molares. Assim, a partir desse estudo conciui-se que sinais e
sintomas de dor e DTM sao relativamente comuns em pacientes encaminhados
para a remogao do terceiro molar e a disfungao da ATM possivelmente seja
ocasionada pelos terceiros molares impactados.
Macfarlane et al (2010) publicaram um artigo sobre a remogao do
terceiro molar e dor orofacial. 0 grande objetivo desse trabalho foi investigar se
havia uma relagao entre uma hist6ria de remogao do terceiro molar com a
prevalencia de dor orofacial em uma amostra da populagao geral. A magnitude
da associagao da remogao entre terceiro molar e dor orofacial foi descrita por
risco relativo que e descrito como uma medida do risco de dor orofacial em um
grupo em comparagao com 0 risco de dor orofacial em outro. Foram analisados
um total de 1680 pessoas. A frequencia e a gravidade da dor orofacial tem sido
em maior prevalencia nos pacientes com disfungao, com hist6ria de trauma ou
nao da articulagao temporomandibular. Foi postulado que 0 dana da inervagao
em tecidos duros pode ocorrer sensibilidade dos neur6nios centrais e
perifericos. Os autores concluiram que ha uma fraca relagao entre auto-relato
de hist6ria da remogao do terceiro molar e auto-relato de dor orofacial.
Briguglio et al (2011) publicaram um estudo sobre a exodontia do
terceiro molar que e um dos procedimentos mais realizados na cirurgia bucal.
Contudo, essa exodontia, especialmente no arco inferior, resulta em diversas
complicag6es tais como pericoronarite, caries no segundo molar, les6es distais,
cistos foliculares, entre outros, alem de sangramento gengival e formag80 de
16
bolsas periodontais sendo que 0 tratamento mais adequado nesses casos e a
exodontia. Esse diagn6stico nao e unanime, sobretudo quando se trata de
remoc;:ao em casos assintomaticos. A decisao da remoc;:ao deve considerar
alem dos fatores objetivos, ainda a experiencia ciinica do cirurgiao, segundo os
auto res. Para a exodontia, a escolha do metodo depende tanto da
profundidade da impactac;:ao quanto da posic;:ao do dente. Foram realizados
estudos praticos realizados com 45 pacientes com idade entre 18 e 41 anos
que apresentavam 0 terceiro molar ja erupcionado. Como forma de padronizar
o estudo, foram inciuidos na analise apenas terceiros molares com grau
moderado de erupc;:ao, ou seja, quando menos de 50% da coroa do terceiro
molar surge acima do segundo molar, com um grau de inclinac;:ao de 25° em
relac;:ao a esse. Da mesma forma, deveriam apresentar defeitos periodontais
distais no segundo molar com uma bolsa, profundidade de sondagem foi
superior a 7 mm e 0 nivel de inserc;:ao foi superior a 6mm. Ap6s os
procedimentos da exodontia, os pacientes foram inciuidos em um regime p6s-
operatorio com 2g de amoxicilina por dia, por 3 dias, ah'!m do gluconato de
clorexidina 0,2% duas vezes por dia, por 2 semanas. Depois de 21 dias, pode-
se observar a correlac;:ao entre a forma de remoc;:ao e as complicac;:6es p6s-
operatorias, sobretudo no que diz respeito a dor e a inflamac;:ao. Foi possivel
identificar a importancia da remoc;:ao do terceiro molar a fim de preservar a
integridade fisica do dente adjacente (segundo molar), sendo necessario adotar
a tecnica cirurgica mais adequada a cada caso, de acordo com a estrutura
anatomica, posic;:ao e profundidade do dente. Fatores como a idade do paciente
e 0 angulo de incidencia do segundo molar impactado (maior ou igual a 50°).
Apesar das diversas tecnicas de exodontia do terceiro molar citadas, a escolha
de um ou de outra nao parece resultar em diferentes complicac;:6es p6s-
operatorias. Surgindo problemas dessa maneira, processos como idade,
higiene oral, periodontite cronica, tabagismo, inciinac;:ao do terceiro molar e
entre outros. A escolha da tecnica de remoc;:ao influenciara, segundo 0 estudo,
na integridade do segundo molar.
Han et al (2011), tiveram por objetivo analisar a associac;:ao entre os
sintomas da articulac;:ao temporomandibular, uma auto-avaliac;:ao global da
saude bucal e um historico de les6es da mandibula ou de exodontia do terceiro
molar em uma populac;:ao da Coreia. Como os sintomas da ATM acontecem
17
tambem por disturbios e condi90es na regiao orofacial, muitos fatores
etiol6gicos estao relacionados. Idade e sexo sao os fatores mais comuns. As
informa90es disponiveis sobre a prevalencia da DTM sao, em partes,
contradit6rias e mais levantamentos foram realizados em paises ocidentais.
Foram incluidos na analise da Pesquisa Nacional de Saude Oral da Coreia em
2006,4.546 adultos com idades entre 18 anos ou mais. Informa9ao sobre idade
e sexo, nivel socioecon6mico (nivel de educa<;ao, renda familiar mensal, a
voca<;ao e a residencia), e fatores comportamentais (consulta odontol6gica
recente e tabagismo) foram avaliados como fatores que podem contribuir para
disfun<;ao. A defini<;ao dos sintomas da ATM foram definidos como presente no
assunto e relataram tendo pelo menos um desses casos: sons na ATM (grupo
1); dor na ATM (grupo 2); dificuldade de abertura de boca (grupo 3); sons na
ATM e dor na ATM (grupo 4); sons na ATM e dificuldade de abertura da boca
(grupo 5); dor na ATM e dificuldade de abertura da boca (grupo 6); sons na
ATM, dor na ATM e dificuldade na abertura da boca (grupo 7). Sendo os
individuos que responderam "sim" a pelo menos uma das tres questoes foram
classificados como apresentando possivel sintoma da ATM. Para aqueles
individuos em que a sua saude bucal foi insuficiente, que sofreram uma lesao
no maxilar apresentaram mais sintomas de ATM. Em rela<;ao ao sexo, nao
mostrou associa<;ao com os sintomas da ATM. A auto-percep<;ao da saude
bucal, preocupa90es sobre a saude oral, e hist6ria de lesao na mandibula
foram significativamente associados com os sintomas da ATM, sendo que a
lesao da mandibula foi associada no grupo eta rio mais jovem (18 anos). Os
auto-avaliados pela saude bucal foram associ ados com os sintomas da ATM
nos grupos mais velhos e de meia-idade (65 anos). Ja a preocupa<;ao com
saude oral foi associada com os sintomas da ATM nos mais velhos e mais
jovens grupos etarios. A auto-avalia<;ao da saude bucal e preocupa<;oes sobre
a saude oral mostrou valores significativamente associa<;oes mais elevadas
com os sintomas da ATM em mulheres que nos homens. No entanto a hist6ria,
de uma lesao no maxilar teve um significado maior em rela<;ao aos sintomas da
ATM nos homens do que nas mulheres. Com base nesses estudos, uma serie
de fatores extrinsecos e intrinsecos foram associados com os sintomas da
articula<;ao temporomandibular. Portanto os sintomas da ATM foram
frequentemente relatados por jovens adultos com idade entre 18 a 34 anos. 0
18
estudo fornece informat<oes epidemiol6gicas completas sobre os sintomas da
articulat<ao temporomandibular e uma etiologia multifatorial envolvendo fatores
de muitos dominios, incluindo a auto-avaliat<ao da saude bucal, as
preocupat<oes com a saude oral e trauma. Portanto, chegando a conclusao,
uma compreensao mais detalhada destes fatores pode ser util para 0
desenvolvimento do alvo de abordagens para terapia e prevent<ao da disfunt<ao
temporomandibular (OTM).
19
3. DISCUSSAO
A remolfao do terceiro molar tem side implicada como um fator de risco
para a DTM. Huang et al em 2006 observou que 0 risco de sofrer DTM nos
primeiros tres anos ap6s a exodontia do terceiro molar foi significativamente
elevado, mas nao houve um padrao de aumento ou diminuilfao do risco durante
esse tempo. Durante 0 quarto e quinto ana ap6s a remolfao, a risco continuou a
ser elevado, mas nao significativamente. Entretanto, nesse estudo foi
descoberto que as ruidos articulares eram proeminentes, mas a dar foi rara em
idosos. Nas pessoas mais jovens, sons articulares eram raros, mas a dor era
mais freqOentemente observada. Tambem foram encontrados as primeiros
sinais de artralgia uma semana ap6s a cirurgia. Ha uma incidencia elevada de
sinais temporarios entre uma semana e um mes depois da cirurgia. Foi
encontrado tambem aumento da incidencia de dar muscular, ruidos articulares
e dor a palpalfao da ATM seis meses ap6s a cirurgia, sendo que resultados
mais agudos foram identificados no primeiro mes ap6s a cirurgia, e tais
alteralfoes podem estar relacionadas as fibras nociceptivas e sua integralfao
com 0 sistema nervoso central. Isto pode indicar que alteralfoes temporarias
ocorrem na ATM ap6s a cirurgia, mas remissao espontanea ocorre na maioria
dos casas. (JUHL et a/2009).
Han et al (2011) relataram que para aqueles individuos em que a sua
saude bucal foi insuficiente, que sofreram uma lesao no maxilar, apresentaram
mais sintomas da ATM. A auto-perceplfao da saude bucal, preocupalfoes sobre
a saude oral, e hist6ria de lesao na mandibula foram significativamente
associados com as sintomas da ATM, sendo que a lesao da mandibula foi
associada no grupo eta rio mais jovem (18 anos). Os avaliados pela saude
bucal foram associ ados com os sintomas da ATM nos grupos mais velhos e de
meia-idade entre 30 e 65 anos. Ja as preocupalfoes com saude oral foram
associ adas com as sintomas da ATM nos mais velhos e mais jovens grupos
etarios. A avalialfao da saude bucal e preocupalfoes sobre a saude oral
mostrou valores significativamente associalfoes mais elevadas com os
sintomas da ATM em mulheres que nos homens. No entanto, a hist6ria de uma
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lesao no maxilar teve um significado maior em rela<;:ao aos sintomas da ATM
nos homens do que nas mulheres.
Threlfall et al (2005), abordaram um estudo sobre uma possivel liga<;:ao
entre a exodontia dos terceiros molares e 0 deslocamento do disco com
redu<;:ao temporomandibular. Tem sido sugerido que 0 trauma durante a
remo<;:ao do terceiro molar pode ter um papel no inicio do deslocamento e da
redu<;:ao. 0 criterio utilizado para 0 diagn6stico do deslocamento do disco com
redu<;:ao era um clique consistente durante a abertura ou fechamento da boca,
ou ambos. 0 tamanho do estudo foi baseado na detec<;:ao de uma
diferen<;:a na propor<;:ao de casos e controles que tiveram seus terceiros
molares removidos. A taxa de resposta foi mais elevada em pacientes mais
idosos; 61 pacientes (58%), em compara<;:ao com 113 (75%) com idades
compreendidas entre 30 e 50, e 46 (81%) com idade superior a 50 anos.
DeAngelis et al (2009) descreve que foram encontradas
desenvolvimentos de DTM's entre os pacientes que tiveram os terceiros
molares retidos e os que apresentaram total desenvolvimento. Nesse estudo,
nao foram considerados aspectos relativos a idade ou genero, muito embora
seja conhecida a preponderancia de DTM no genero feminino.
Os pacientes sao mais propensos a desenvolver DTM dentro de um mes
ap6s a exodontia ao inves de 24 meses (HUANG et al 2007). Dodson et al
(2007) sugerem que 0 risco para DTM ap6s a remo<;:ao do terceiro molar deve
diminuir rapido ap6s 0 procedimento. No entanto, existem varios argumentos
contra esta hip6tese. Geralmente ha um periodo de desconforto, incha<;:o e
fun<;:ao limitada, devido ao procedimento cirlirgico, e qualquer DTM e
susceptivel de ser mascarada durante este tempo.
21
4. CONCLUSAO
A maio ria dos trabalhos revisados apresentou uma incidencia maior de
disfun<;:ao temporomandibular nos pacientes do sexo feminino e em jovens, que
removeram seus terceiros molares, 0 que confirma a rela<;:ao de DTM com a
idade e sexo. Ah~m disso, grandes for<;:as aplicadas na mandibula durante 0
procedimento da exodontia do terceiro molar e 0 fato do paciente ter ficado por
um prolongado tempo com a boca aberta, invariavelmente causou trauma na
articula<;:ao temporomandibular. A busca desse conhecimento permitiu
constatar que existem poucos estudos sobre esse assunto de grande
importancia. Os cirurgioes dentistas devem estar cientes do risco de DTM
relacionados com a exodontia do terceiro molar e tomar as medidas para
minimizar 0 trauma durante 0 procedimento devendo ficar atento e fazer um
bom planejamento de suas a<;:oes. Conclui-se que a rela<;:ao entre a exodontia
traumatica e a disfun<;:ao temporomandibular existe, porem, nao e a sua
principal causa. E, portanto, um fator coadjuvante e nao determinante.
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