Curar as Energias Negativas

Anne Jones

Curar as Energias NegativasTécnicas de Proteção Emocional e Espiritual

Tradução de:Elisa Evangelista

Pergaminho

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As Minhas Experiências com Energia

Neste capítulo relatarei as minhas descobertas da infância, ou seja, as vivências que me permitiram tornar -me consciente da energia que existe dentro de nós e à nossa volta e o modo como ela nos afeta positiva ou negativamente. Com o tempo, e em resultado de uma série de experiências importantes, transpus essa consciência para outro patamar, ao desenvolver a capacidade de curar e limpar as influências negativas.

Uma Criança Sensitiva

Sempre fui sensível aos ambientes. Em criança, bastava -me entrar numa divisão da casa para saber instantaneamente se os meus pais estavam ansiosos, deprimidos ou zangados. Felizmente, raramente discutiam, mas quando eu tinha quatro anos o meu pai perdeu o seu emprego na função pública, e teve grandes dificul-dades em encontrar um novo emprego, tendo em conta que a Grã -Bretanha atravessava um período pós -guerra. Esta circuns-tância trouxe uma grande tensão aos meus pais. O meu pai era, por natureza, um homem preocupado, o que também acabou por afetar a minha mãe, tornando -a ansiosa. Lembro -me de por vezes descer as escadas e encontrá -la lavada em lágrimas. Nessa época, ao verem esgotar -se as suas poupanças, os meus pais viviam cons-tantemente atormentados pelo medo do futuro. E eu sentia de uma forma palpável o stresse e a ansiedade que os consumia.

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Felizmente, o meu pai acabou por encontrar um novo emprego, com uma função ligada aos recursos humanos, área que se ajustava muito melhor à sua natureza sensível e delicada do que o trabalho de estatística que desenvolvia na função pública. O ambiente da nossa casa mudou como que por encanto. A alegria e a descon-tração que os meus pais se foram permitindo sentir vieram levan-tar o meu ânimo.

Porém, eu também sentia alguma tensão e mistério em torno da minha relação com os meus pais. Nas alturas em que havia documentação para preencher para efeitos escolares, eu sentia os meus pais tensos. Aos doze anos, fiz questão em acompanhar o grupo da catequese a Oberammergau, na Bavaria, para assistir a um concerto. Apesar de os custos envolvidos terem constituído a desculpa para não me darem luz verde, suspeitei que o verda-deiro motivo se prendia com algum medo que eles tinham. Nessa altura pensei que eles temiam que eu fosse para muito longe sem eles. Também senti essas mesmas energias nervosas quando, aos quinze anos, surgiu a oportunidade de fazer uma viagem a Espa-nha com a escola. A necessidade de fazer o passaporte tornou -se desde logo o grande problema. Eu sentia o medo e a ansiedade de cada um dos meus progenitores apesar dos seus esforços para encobrirem as suas emoções.

Quando finalmente me mandaram sentar para termos uma conversa, pensei que me iriam dizer que eu era adotada. Com efeito, a minha ideia não era totalmente descabida. O que nessa ocasião vim a saber foi que o meu verdadeiro pai desapareceu pouco depois de eu ter nascido, e que o meu suposto pai era, afinal, meu padrasto. Porém, ele e a minha mãe não puderam casar -se, pois a anterior mulher do meu pai ainda era viva e con-tinuava a recusar -lhe o divórcio. Assim, os meus pais viveram com um segredo que consistia no facto de não serem casados e de eu não ser filha do meu padrasto. Por tudo isto, sempre que eu pre-tendia deslocar -me ao estrangeiro, o que implicava, é claro, o preenchimento de documentos reveladores dos factos descritos, surgiam os tais momentos de tensão.

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À luz da atual abertura no que se refere a casamentos e uniões de facto, esta história pode parecer estranha, ou descabida, mas naquela época os casais que coabitavam sem serem casados eram, de facto, censurados, e os meus pais quiseram sempre proteger -me das bocas do mundo. Todavia, não mais fizeram do que criar tensões e medo. Escusado será dizer que eu senti tudo.

Chorei muito quando descobri que o pai que me criara com tanta dedicação e afeto não era sequer da minha família. Comoveu--me profundamente o facto de ele ter sido tão bondoso para mim quando eu nem sequer era sua filha. Os meus pais não previram a minha reação, pelo que se sentiram deveras aliviados. Imagina-ram que eu ficaria devastada quando descobrisse a verdade acerca do meu pai e por isso evitaram a todo o custo partilhar os factos. Consegue o leitor imaginar o fardo de carregar um segredo de tal envergadura durante tanto tempo e sem uma causa justificável?

Nessa época – e durante bastante mais tempo – eu não tinha consciência de que captava as emoções dos outros. Muitas vezes, quando eu sentia essas energias o meu estômago dava sinal, e eu supunha que isso se devia apenas ao facto de estar «nervosa» por algum motivo. Na adolescência tinha dificuldade em ir a festas ou em juntar -me a grupos grandes, pois sentia -me literalmente invadida por esse nervosismo no preciso instante em que entrava nos espaços onde as pessoas se encontravam. Com efeito, estas sensações eram bastante inconvenientes, pois eu gostava muito de conviver, mas a verdade é que por vezes me sentia deveras desconfortável. Agora sei que estava a captar as energias do grupo, ou de algum dos seus membros que porventura se sentisse menos bem.

Pode acontecer que algumas sensações e ansiedades que o lei-tor experiencia não sejam propriamente suas. Por outras palavras, possivelmente também é sensível às energias que as pessoas lan-çam para o ambiente circundante. Da próxima vez que for a uma festa ou a um encontro observe bem o que sente. Sente -se ner-voso, irritado ou apreensivo antes de sair de casa ou no momento em que se junta ao grupo?

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Quando as pessoas estão enfurecidas, nervosas ou com medo, a energia das suas emoções e pensamentos emite vibrações nega-tivas. Quando estão alegres, felizes e divertidas, emanam vibra-ções energéticas positivas. São estas vibrações que o leitor capta quando entra numa divisão onde se encontra um grupo ao qual vai reunir -se. Mais adiante revelarei algumas formas de se prote-ger das emoções negativas, e mesmo dos pensamentos das outras pessoas.

A presença de um espírito na sua casaAlém de ser sensível às emoções das outras pessoas, também

capto as energias «espirituais» ou «sobrenaturais». Desde que me lembro, sempre vivi com fantasmas. Não é que atualmente lhes chame fantasmas… «Espíritos» será, pois, a designação correta dessas aparições e entidades que por vezes partilham as nossas casas e cuja presença pode ser captada, sentida e, ocasionalmente, vista por alguns privilegiados. Digo «privilegiados» porque sinto que os meus encontros com o mundo espiritual foram memorá-veis, inspiradores e, em alguns casos, divertidos.

Nos anos mais recentes, esta capacidade de sentir a presença do invisível trouxe -me vantagens no que se refere ao trabalho de cura que realizo. Com efeito, considero que a minha sensibilidade às várias energias, bem como o facto de saber identificar os seus efeitos benéficos ou nocivos nas pessoas, constituem uma ferra-menta preciosa. Todavia, o processo de aprendizagem não foi propriamente divertido. Pelo contrário, em certos momentos foi tremendamente assustador.

O meu primeiro contacto com almas que permanecem neste mundo após a morte ocorreu na nossa casa vitoriana, em Putney, no sul de Londres, onde vivi com os meus pais entre os dois e os vinte anos. Lembro -me perfeitamente que antes dos meus cinco anos despertava a meio da noite e ouvia sons estranhos. Parecia--me alguém a percorrer a divisão acima de mim, e – bem sei que se trata de um cliché absurdo – também ouvia o que na altura me parecia o arrastar de correntes.

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Permanecia desperta noite após noite, fascinada por esses sons e a imaginar o que os produziria. Não me sentia muito assustada, pois nessa altura ainda não tinha a noção de que era suposto temerem -se os fenómenos psíquicos, espirituais ou fantasmagó-ricos. Perguntei à minha mãe que barulhos seriam aqueles, mas ela apressou -se a congeminar uma história sobre as limpezas das grelhas dos vizinhos. Porém, não me convenceu… Quem se põe a limpar as suas grelhas às duas da manhã? Acabei, pois, por atribuir a justificação da minha mãe à sua incompreensão do que realmente se passava.

Passados alguns anos, confrontei -a com a sua desculpa esfarra-pada e ela admitiu que tinha conhecimento da assombração mas não quisera assustar -me. Este silêncio dos meus pais fez com que eu tivesse crescido persuadida de que todas as casas recebiam visitantes que se punham a arrastar correntes na calada da noite. Felizmente que os sons permaneciam lá em cima a maior parte do tempo, mas numa ocasião ouvi passos a descerem as escadas que desembocavam no meu quarto, e quando a maçaneta da porta começou a mexer -se fiquei muitíssimo nervosa! Permaneci deitada e totalmente imóvel, até que a certa altura senti que a misteriosa presença se afastava. Ato contínuo, corri com quantas forças tinha para o conforto e a segurança do quarto dos meus pais.

Na minha adolescência, a minha mãe também recebeu a visita do nosso hóspede sobrenatural. Estava a dormir uma sesta quando subitamente a sua cama começou a ser abanada. O seu cão, que descansava na mesma divisão, deu um salto e desatou a correr e a ladrar freneticamente. Evidentemente que não se tratava de uma presença física, mas, ainda assim, a minha mãe não deixou de sentir e reconhecer que fora visitada por um espírito. Falámos sobre o assunto, e durante a conversa comecei a aperceber -me de que o espírito em questão deveria ser o da velha senhora que fora a anterior proprietária da casa, que a deixara à filha em testa-mento. Essa filha era a nossa inquilina. Porém, o testamento fora destruído e os outros membros da família venderam a casa aos meus pais e partilharam as mais -valias.

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Comprámos a casa sob a condição de a filha da anterior pro-prietária continuar a habitá -la como inquilina. Mas a filha estava extremamente furiosa e perturbada pelo facto de não ter herdado a casa, e por isso mesmo não era propriamente uma inquilina simpática, e a mãe, pelos vistos, estava também tão afetada e apegada à situação que continuava a pairar no plano terrestre sem lograr ascender a reinos mais elevados. A maior parte das vezes, a «assombração» não chegava a ser assustadora. Na verdade, tratava -se apenas da mente perturbada e das emoções desequili-bradas da triste e velha senhora.

Mais tarde na vida, aprendi a ajudar as almas que foram de tal forma afetadas por experiências difíceis que não conseguem aban-donar os seus lares terrenos. Neste livro, também ensinarei o leitor a ajudar as almas a seguirem os seus caminhos e, espero, ajudarei a desmistificar e a dissipar o medo em torno de certas ocorrências que, afinal, são naturais e inofensivas.

Como Comecei a Desenvolver o Trabalho de Cura

Só em 1992, quando me mudei para a Malásia com o meu marido, é que comecei a utilizar a minha sensibilidade natural à presença de espíritos nas casas e aos ambientes negativos como uma ferramenta de cura. Devo dizer que os meus primeiros pas-sos nessa nova etapa foram um péssimo começo. O meu marido fora ver a casa que a empresa em que trabalhava nos destinara, e regressara deveras desanimado.

– Penso que não vais gostar. É muito escura.Foi esta a descrição que consegui arrancar -lhe: «É muito

escura.» Seguidamente, falou numa piscina, o que me animou um pouco, e mencionou o facto de a casa estar rodeada de vegetação tropical, apesar de estar enquadrada nos arredores de uma cidade moderna.

Não tardei a descobrir a escuridão que o meu marido referira. Quando cheguei, deparei -me com um vestíbulo lúgubre. As salas

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de estar eram igualmente obscuras e deprimentes. Senti -me deso-lada. A casa nem sequer era velha. Era uma construção dos anos 50, mas em três dos lados estava rodeada de arbustos e árvores tropicais de grande porte que impediam a entrada de luz natural pelas janelas. Senti -me instantaneamente tomada de um senti-mento pesado de desespero. Toda a casa cheirava a mofo e a humidade, e embora os antigos inquilinos tivessem partido recen-temente, a casa parecia negligenciada. Senti -me tão deprimida que me sentei a chorar, ao mesmo tempo que me dei imediata-mente conta da presença de muitos espíritos. Mais tarde, acabei por descobrir que tínhamos vinte e dois espíritos na cave da casa.

Nunca fui pessoa de permanecer desanimada durante muito tempo. Depressa me animei e tomei consciência da minha ingra-tidão. Não estava eu, afinal, num país novo e com muitas opor-tunidades pela frente? Com efeito, estava prestes a começar a desfrutar de um estilo de vida privilegiado, com direito a um cozinheiro residente, a uma empregada interna, a um motorista e todas as regalias inerentes a uma vida fora do meu país. Pouco tardou até me ocorrer a ideia de que eu mesma poderia transfor-mar a atmosfera da casa. Comecei por pedir aos espíritos que ali se encontravam para me deixarem em paz e não me incomodarem fosse de que maneira fosse. Seguidamente, mudei tudo o que me era possível. Escolhi as cores e reposicionei o recheio da casa, conferindo à propriedade o meu cunho pessoal.

Animei as energias da casa mobilando -a e decorando -a com cores vivas e claras e com tecidos. Passei bons momentos a esco-lher as coisas que haveriam de transformar a sua natureza lúgubre. Espalhei quadros pelas paredes, tapetes novos pelo chão de már-more preto, e enchi de flores e de pontos de luz o vestíbulo. Em suma, não tardou até a casa se tornar um lar caloroso e convida-tivo. Também descobri que o facto de ter convidados para festas e jantares ajudava a animar a energia da casa, tornando -a muito mais leve e alegre. Se o leitor também tiver uma casa que lhe parece escura e pouco convidativa, faça o que estiver ao seu alcance para embelezá -la. Por si só, as suas intenções e as suas

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ações marcarão uma diferença na energia da casa. Ficará sur-preendido ao constatar o que uma tinta da cor certa e algumas plantas e flores podem fazer pelo ambiente!

O despertar espiritual – o chamamento para o trabalho de curaCom efeito, a Malásia seria a minha escola e universidade

espiritual e metafísica. Foi naquela casa que eu vivenciei o meu verdadeiro despertar espiritual. A certa altura, ouvi nitidamente uma voz a dizer -me para começar a curar. Fiquei atónita. De súbito, dei por mim num profundo processo de mudança de vida. Também me foi indicada a pessoa que haveria de abordar – neste caso, uma das minhas «colegas» expatriadas – para dar início à minha nova missão. Contactei -a de imediato e, para minha surpresa, referiu que esperava o meu contacto havia algum tempo.

Na sua meditação, recebera uma mensagem indicativa de que deveria ajudar -me a dar os primeiros passos na aprendizagem da arte da cura através da imposição das mãos. Aderi à ideia com grande naturalidade, e, nos meus tempos livres, comecei a prati-car com amigos e familiares. Foi nessa altura que a minha sensi-bilidade à energia começou a ocupar um lugar próprio, pelo que comecei a usar as minhas mãos não apenas para sentir, mas tam-bém para fazer dissipar a negatividade que bloqueia o fluxo natu-ral de energia vivificadora pelo corpo.

Guias espirituais: os nossos ajudantes invisíveisDescobri que todos nós dispomos de ajuda e supervisão cons-

tante nas nossas vidas. Essa ajuda é facultada por aqueles que transitaram para o mundo espiritual. Estes aliados invisíveis oferecem -nos orientação apesar de nem sempre nos darmos conta da sua assistência. As mensagens e advertências que nos trazem assumem a forma de pensamentos e sentimentos intuitivos.

Alguma vez sentiu inexplicavelmente que não deveria ir a um determinado lugar ou seguir por um certo caminho, como se simplesmente soubesse que teria de ser assim? Essas mensagens

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que tantas vezes nos recusamos a escutar são -nos trazidas pelos nossos guias espirituais, que são, amiúde, familiares que partiram. O meu chamamento, por exemplo, proveio da minha avó, que faleceu antes de eu ter nascido.

A certa altura da minha vida, comecei a meditar com regula-ridade, o que me permitiu descobrir que tenho outros guias, que me ensinaram um processo simples de cura intuitiva e me reve-laram símbolos que ativam as energias de cura. A utilização des-ses símbolos, conjuntamente com o processo de limpeza e energização, permitem -me efetivamente ajudar as pessoas por via da remoção dos bloqueios gerados por vivências emocionais anti-gas e a elevarem o seu nível energético de modo a beneficiarem de cura e revitalização ao nível físico, mental e espiritual.

No passado, esta forma de cura foi designada como «cura espiritual», ou «cura por imposição das mãos», mas eu penso que a designação «cura energética natural» constitui uma melhor des-crição do processo. Mais adiante, descreverei como se faz, e par-tilharei alguns símbolos que ajudarão o leitor a dissipar a negatividade que a vida quotidiana lhe traz a si e aos seus fami-liares e amigos.

O dom de «ver»Quando comecei a praticar as minhas novas aptidões de cura,

descobri que adquirira a capacidade de «ver» com a visão da minha mente. Quando me concentro em alguém com a intenção de curar, visualizo mentalmente situações relacionadas com os problemas dessa pessoa. Por vezes, é -me dado ver um incidente de uma vida passada, e outras vezes acedo a uma experiência anterior desta vida. Estas informações ajudam -me a entender as causas profundas dos problemas dos meus clientes.

Com o tempo, o dom de «ver» foi -se desenvolvendo, o que me permite conectar -me com o mundo espiritual. Ao invés de apenas sentir a presença de espíritos, consigo ver os «fantasmas» e os espíritos perdidos como se estivesse a ver mentalmente pequenos videoclipes.

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O papel da cura à distânciaTambém desenvolvi uma aptidão deveras útil e de fácil utili-

zação para qualquer pessoa. Trata -se da «cura à distância». Sendo todos nós totalmente constituídos por energia, então cada pen-samento que temos leva emoções e energia à pessoa em quem estamos a pensar. O leitor pode tirar partido deste facto para enviar amor e cura aos seus entes queridos onde quer que eles se encontrem. Quando se concentra numa pessoa e a visualiza bem--disposta e rodeada de luz, pode efetivamente ajudá -la a melhorar a sua saúde e bem -estar.

Comecei a fazer isto com regularidade e tive resultados espan-tosos. Desde então tenho ensinado centenas de pessoas a fazerem o mesmo. Neste momento, temos um grupo de cura à distância fundado pela organização Hearts and Hands. Se desejar obter cura para si, ou assistência no direcionamento de cura para alguém necessitado, poderá contactar -nos através do site www.heartshands.org.

Ajudar os Espíritos Perdidos – O Que Aprendi no Egito

Quando vivi na Malásia também aprendi a enviar «fantasmas» ou «espíritos aprisionados» para planos mais elevados da exis-tência, aonde deveríamos naturalmente dirigir -nos quando mor-remos. A certa altura, eu e uma amiga minha chamada Morna viajámos de Kuala Lumpur até ao Egito, onde tive uma vivência bizarra, mas bastante esclarecedora, no túmulo de Tutankhamon. Esta experiência impeliu -me a desenvolver novas capacidades de cura.

Foi a minha primeira viagem ao Egito. Uma vez no Cairo, eu e a Morna juntámo -nos a um grupo de setenta pessoas. Tendo chegado antes do resto do grupo, já havíamos saboreado as ener-gias místicas e exóticas do Egito num passeio às pirâmides de Gizé. Apesar da grande afluência de turistas, senti que as energias dos lugares sagrados eram muito poderosas. Estava ansiosa para

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visitar os templos maravilhosos e os túmulos ancestrais situados nas margens do Nilo.

Em Luxor embarcámos num cruzeiro pelo Nilo com destino a Aswan. O itinerário contemplava uma visita ao Vale dos Reis, um dos pontos altos da viagem. Aí, sim, poderíamos explorar os túmulos dos antigos faraós e contemplar as maravilhosas pinturas elaboradas nas paredes dos monumentos em homenagem aos reis do passado.

Na minha meditação matinal perguntei aos meus guias espiri-tuais se haveria algo em particular nesse dia que eu devesse ter em consideração. Estarrecida e deliciada, recebi uma mensagem clara e direta: com efeito, deveria observar atentamente a parede ociden-tal do túmulo de Tutankhamon, onde haveria de encontrar uma mensagem relevante para o trabalho da minha vida. Escusado será dizer que me sentia empolgadíssima e ansiosa para chegar ao meu destino. Possivelmente o leitor conhecerá a história do túmulo de Tutankhamon, mas para quem não a conhece segue -se um resumo abreviado.

Nos anos 20, o Lorde Carnarvon fez chegar uma equipa de arqueólogos coordenada por Howard Carter a uma zona do deserto ocidental próximo de Luxor onde existiam bastantes túmulos de faraós do antigo Egito que já haviam sido escavados. Essa zona passou a ser conhecida como o Vale dos Reis. No antigo Egito, era costume prestar -se assistência aos espíritos dos antigos faraós que haviam partido e dariam início à sua viagem pelo sub-mundo. Para tal, enterravam -se os seus bens mais preciosos jun-tamente com o corpo. A expedição de Carnarvon descobriu uma entrada bastante oculta para um túmulo que nunca fora aberto por outros exploradores ou arqueólogos e se encontrava virtual-mente intocada pelos ladrões de túmulos do passado. Foi um acon-tecimento sem precedentes. Com efeito, os ladrões já haviam pilhado praticamente todos os túmulos da realeza que haviam sido encontrados no século anterior. Por conseguinte, o momento em que Carter e a sua equipa entraram no exíguo mas intocado túmulo do jovem rei Tutankhamon foi deveras memorável.

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O sarcófago ainda continha o corpo mumificado e estava rodeado de tesouros prodigiosos de ouro, pedras preciosas e outros artefactos fabulosos que nessa altura foram removidos e se encontram atualmente expostos no Museu do Cairo, um lugar imperdível. Porém, a equipa também se deparou com uma advertência terrível junto à entrada do túmulo, que fazia refe-rência a uma maldição que se abateria sobre quem quer que se atrevesse a tocar ou a remover os tesouros ancestrais que ali se encontravam.

Dir -se -ia que a maldição surtiu os seus efeitos ao longo de um período relativamente curto, tendo em conta a morte súbita e inesperada de alguns dos membros da equipa original. O próprio Lorde Carnarvon faleceu no hotel em que estava hospedado no Cairo enquanto, ao mesmo tempo, na sua casa – o Castelo de Highclere em Newbury, Inglaterra –, o seu cão ergueu a cabeça, uivando, para morrer de seguida. Segundo Achmed, o nosso guia, felizmente que a maldição não é extensível a visitantes que apenas pretendam ver o local.

A minha visita ao túmulo de TutankhamonComo o leitor poderá imaginar, foi com um enorme entu-

siasmo que me preparei para visitar o Vale dos Reis. A certa altura, abandonámos o navio do cruzeiro e entrámos numa felucca – um barco à vela tradicional – que fez a travessia para a outra margem do Nilo, onde nos esperava um guia que nos conduziu pelo deserto. Pelo caminho, Achmed informou -nos de que naquele dia apenas três túmulos estavam abertos ao público, um dos quais era o túmulo de Tutankhamon. Achmed acrescentou que tendo em conta o interesse que existia por aquele túmulo em particular e a sua pequena dimensão, as autoridades pretendiam dissuadir as pessoas de ali entrarem, pelo que fixaram um preço adicional para quem pretendesse visitá -lo. Evidentemente que paguei sem qualquer hesitação. Com sorte, haveria poucos visitantes e eu poderia procurar tranquilamente a tal mensagem inscrita na parede ocidental.

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Afastei -me do grupo e dirigi -me à entrada do túmulo. Confesso que senti um arrepio no momento em que entrei, ao pensar na maldição. Atravessei rapidamente o pequeno corredor que desem-bocava na câmara do túmulo em que o corpo de Tutankhamon jazia no seu sarcófago imponente (Carter mandou autopsiar o corpo e seguidamente devolveu -o ao seu túmulo). Olhei em volta e deparei -me com uma série desenhos do Livro dos Mortos – o guia egípcio ancestral para a terra dos mortos –, que se espalhavam por três das paredes que rodeavam o corpo. Mas qual seria, afinal, a parede ocidental? A certa altura, um membro do nosso grupo juntou -se a mim na visita ao túmulo, pelo que aproveitei para lhe perguntar como poderia descobrir qual era a direção oeste. Coin-cidência ou não, ele retirou prontamente uma bússola do bolso…

De frente para a parede ocidental, avistei uma pintura do barco solar que, na mitologia egípcia, leva a alma do defunto na sua viagem pelo submundo. De cada lado da alma – simbolizada por um escaravelho –, sentavam -se dois símios. Estes são os guardiães da alma e, com as suas mãos abertas, estão em vias de curá -la. Durante alguns segundos ponderei o significado daquela mensa-gem, e depois fez -se luz: ela anunciava o meu novo trabalho, que consistiria em curar as almas dos defuntos.

Quando morremos, a nossa alma abandona o corpo e dirige -se aos outros planos de consciência, ou seja, a outros níveis de exis-tência denominados «planos astrais», onde permanecemos até chegar o momento de regressar à Terra para uma próxima encar-nação. Por conseguinte, o meu próximo trabalho consistiria em ajudar as almas a ascenderem à luz dos planos astrais – ou seja, o Céu – após a morte. Senti um grande abalo, que interpretei como um sinal inequívoco de que havia entendido bem a mensagem.

O Vale dos Artesãos – uma experiência dolorosaApós a visita ao Vale dos Reis dirigimo -nos ao Vale dos Artesãos,

onde estavam sepultados os trabalhadores que construíram os gran-des túmulos dos reis. Aqui, os túmulos são muito mais pequenos e destituídos da magnificência dos túmulos dos seus amos, embora

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também sejam muito interessantes. Tomei a minha posição na fila que desembocava na entrada de um poço íngreme que conduzia a um dos dois túmulos abertos ao público. Subitamente, a minha amiga Morna precipitou -se para fora do túmulo com as mãos na cabeça.

– É terrível ali dentro. Fiquei com uma terrível dor de cabeça.Com efeito, a minha amiga não parecia bem. Porém, eu estava

determinada a ver com os meus próprios olhos. Quando desci a escada que conduzia aos níveis inferiores também fui acometida de uma dor de cabeça acompanhada de alfinetadas por todo o corpo, bem como de uma sensação que haveria de experimentar muitas vezes no futuro – a impressão de me encontrar envolta em teias de aranha. Também senti um frio enorme, que contrastava claramente com o calor tórrido do deserto que se fazia sentir acima da minha cabeça.

A certa altura, percebi que me encontrava ali apenas com mais um membro do nosso grupo. Fechei os olhos, e «vi» interiormente algo que se relacionava com a dor de cabeça: um grupo de homens perseguia um único homem pelo deserto, batendo -lhe constan-temente com paus na cabeça. A certa altura, o homem caiu por terra, mas continuou a ser atacado na cabeça até à morte. A ener-gia negativa e perturbada que reinava no túmulo e a intensa dor de cabeça que eu sentia provinham da presença do espírito do homem que fora perseguido em vida.

Com os olhos ainda fechados, falei com ele intuitivamente, informando -o de que estava morto e necessitava de seguir o seu caminho. Pedi -lhe para olhar para cima, permitindo -se contem-plar a luz dos planos mais elevados, e encaminhar -se para ela. Vi -o seguir as minhas instruções e, depois, flutuar e dissolver -se na luz. Quando abri os olhos, partilhei a minha experiência com a minha companheira de viagem. Curiosamente, também ela se dera conta de uma presença e confirmou que a entidade partira. O ambiente tornou -se mais leve e a temperatura subiu, o que me ajudou a tomar consciência do impacto que estas almas perdidas exercem sobre o nosso ambiente ao manterem -se apegadas à exis-tência terrena.

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Foi assim que se iniciou uma mudança de «carreira» que me levou a muitos lugares onde se encontravam espíritos necessitados de ajuda para transitarem para a luz. É um trabalho maravilhoso e muito gratificante, pois este tipo de limpeza, além de tornar mais fácil a vida dentro das casas, também ajuda as almas em processo de partida a dirigirem -se ao lugar certo.

Com o passar do tempo, aprendi a fazer isto à distância. Por vezes até se torna mais fácil, tendo em conta o facto de não ter de lidar com a ansiedade de estar a trabalhar num edifício assom-brado. O processo à distância é uma experiência muito menos ameaçadora para os principiantes nesta atividade, como poderá constatar na descrição da minha técnica que se encontra no Capí-tulo 8. Pessoalmente, gosto muito de realizar este trabalho, e espero sinceramente que o leitor possa juntar -se a mim.

Como Aprendi a Anular Maldições e os Efeitos da Magia Negra

Foi também na Malásia que aprendi a gerir os efeitos da magia negra. Apesar da sofisticação que caracteriza a Malásia moderna, ainda se pratica a magia negra. A certa altura conheci uma juíza que me informou que muitos dos líderes do país e dos homens de negó-cios são vítimas de maldições e feitiços congeminados pelos bomos – os curandeiros locais, ou feiticeiros – que são contratados pelos seus rivais. Confesso que nessa altura supus que a minha interlo cutora estivesse a exagerar, embora estivesse ciente de que em todas as sociedades existem pessoas sem escrúpulos, capazes de fazerem uso de qualquer poder para alcançarem as posições que cobiçam. As velhas artes e práticas dos xamãs ainda vigoram na Malásia, e esse conhecimento é amiúde utilizado por pessoas que pretendem atingir fins específicos. Todavia, duvido que o cidadão comum citadino pense em magia negra, ou saiba, sequer, como encontrar um bomo.

Foi por intermédio de Saro, a minha empregada, que vivi a minha primeira experiência de anulação de uma maldição. Certo dia, ela

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ligou -me, deveras perturbada, referindo que o seu marido fora amal-diçoado. Devo admitir que me foi difícil aceitar aquela versão dos acontecimentos, tendo em conta que pertenço a uma sociedade ocidental na qual as maldições constituem uma raridade obsoleta. Não obstante, aceitei vê -lo e ajudá -lo na medida do possível.

O marido de Saro aproximou -se de mim a coxear. Uma das suas pernas estava incrivelmente inchada e doía -lhe muito. Adian-tou que não tinha memória de se haver magoado, e que simples-mente acordara com a perna naquele estado. Desconcertada, observei que embora o tom natural da sua pele fosse castanho – ele era índio –, a perna que lhe doía estava negra. Era um homem de grande estatura, saudável, bem constituído e frequentador assíduo de um ginásio. A certa altura, referiu que um dos seus colegas de trabalho cobiçava o seu lugar e, como tal, recorrera a um bomo com o propósito de amaldiçoá -lo de modo a incapacitá -lo, impedindo -o, assim, de trabalhar.

Com efeito, esta foi a minha primeira sessão de cura em que a causa do problema era uma maldição. Nessa altura, estava longe de imaginar que nos anos seguintes me depararia com muitos casos semelhantes. Tampouco tinha a certeza absoluta dos pro-cedimentos que deveria aplicar, pelo que me limitei a varrer a negatividade e a canalizar energia de cura com o objetivo de elevar a vibração global da pessoa que tinha à minha frente. Lembro -me de sentir uma energia obscura e pegajosa em redor da sua perna, bem como da agora familiar sensação táctil de «teias de aranha» que associo à presença de energias negativas pesadas que geram inchaços. Também senti os pelos do meu pescoço a eriçarem -se, sintoma que presentemente reconheço como sinal da presença de magia negra ou de outros trabalhos de natureza sobrenatural. Não posso afirmar que tenha sido particularmente bem -sucedida nessa ocasião, embora o marido de Saro tenha afir-mado que se sentiu melhor após o tratamento. Naquele caso, acabou por decidir apresentar -se ao próprio bomo. Mais tarde, contou -me que vira o feiticeiro retirar agulhas reais da sua perna. Após a intervenção do bomo, recuperou rapidamente.

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À Descoberta de Marcas Energéticas

Uma das minhas descobertas foi que os objetos podem estar fortemente carregados de energias. Lembro -me de uma viagem de negócios a Ankara, na Turquia, quando tinha vinte e tal anos. Durante a minha estada, cruzei -me com alguns membros de uma equipa de filmagem que deambulavam pelo hotel enquanto espe-ravam que os seus equipamentos fossem libertados pelos serviços alfandegários. Numa certa noite encontrei -me com eles no bar do hotel e estavam a mostrar uns aos outros as compras que haviam feito num mercado local. Um deles apresentou algo bas-tante especial – uma gargantilha de prata munida de uma pequena caixa maravilhosamente esculpida que, por sua vez, continha um minúsculo rolo de papel. À partida, tudo levava a crer que se tratava de uma oração e que constituiria uma lembrança de um Haj – um peregrino muçulmano que se encaminha para Meca.

A gargantilha passou de mão em mão entre os elementos do grupo. Cada pessoa que a sustinha nas mãos quedava -se em silêncio, passando -a rapidamente. Quando chegou às minhas mãos senti -me arrefecer instantaneamente e arrepiei -me da cabeça aos pés, pelo que devolvi rapidamente a relíquia ao jovem americano que a comprara. Ele olhou -me e perguntou se havia algum problema, e eu respondi que sentira que a gargantilha emitia «vibrações» muito negativas que me levavam a crer que algo de terrível acontecera ao seu anterior proprietário. Desde então, aprendi que os objetos podem absorver emoções ou pen-samentos dos seus proprietários, uma vez que os pensamentos constituem uma forma de energia que, por sua vez, se impregna na energia dos próprios objetos. Se o proprietário anterior daquela gargantilha viveu uma má experiência que envolveu medo, então as energias negativas inerentes ao medo poderiam ter -se fundido na gargantilha.

Não tornei a cruzar -me com aquele grupo… Porém, cerca de uma semana depois de ter regressado a casa, numa certa noite comecei a sentir os mesmos arrepios. Era como se uma parte de

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mim estivesse a ser arrastada para outro lugar. Sentia bastante calor, enquanto captava também a presença de areia quente por perto, além de uma forte sensação de perigo. Depois, dei -me conta de uma voz que chamava o meu nome. Nessa altura, come-cei a sentir -me deveras alarmada, tendo em conta que estava a afastar -me. Levei as mãos ao braço de um amigo que estava ao meu lado, e pedi -lhe para me agarrar com força... Momentos depois, as sensações estranhas dissiparam -se e a normalidade foi reposta. Mal pude esperar para me servir de um copo de vinho…

Semanas mais tarde, o engenheiro que me acompanhara na viagem de negócios à Turquia foi aos Estados Unidos, onde se cruzou com o coordenador da tal equipa de filmagem, e foi então que tomou conhecimento da possível causa da minha perturba-ção. O plano da equipa consistia em filmar o suposto lugar onde a arca de Noé foi construída (alguém os informara de que o local se situava algures na região da fronteira entre a Turquia e o Ira-que). Após o período de espera, acabaram por se encaminhar para a dita fronteira. Quando estavam a filmar, foram abordados pelos guardas da fronteira iraquiana. Após algumas discussões acalora-das, os guardas começaram a disparar, e o jovem que comprara a gargantilha, vendo -se na linha de fogo, escondeu -se durante algum tempo atrás de umas rochas. Todos acabaram por conseguir escapar, mas a experiência foi deveras assustadora…

Suponho que o jovem americano se tivesse afeiçoado à gar-gantilha e que tivesse começado a usá -la como uma espécie de amuleto e, de alguma forma, houvesse estabelecido conexão comigo na noite do ataque. Este episódio fez -me entender não apenas que os objetos carregam «memórias», mas também que conectam pessoas, independentemente dos lugares onde estas se encontrem.

À medida que me fui tornando mais experiente no âmbito do trabalho de cura, a minha capacidade de identificar as energias dos objetos e lidar com elas também se foi desenvolvendo. Certa vez, recebi uma mulher que estava convencida de que uma mulher mais jovem havia enfeitiçado o seu marido. Este, embora tenha

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sempre sido completamente fiel e devotado à família, a certa altura enamorara -se e envolvera -se com a referida jovem. O seu com-portamento tornara -se imprevisível, e dir -se -ia que o seu carácter mudara do dia para a noite. No mesmo período, produziram -se outros acontecimentos dramáticos na vida da própria esposa. Sem motivo aparente, o fogão da casa começou a arder, além de ter sofrido um aborto espontâneo. Era, pois, compreensível que esti-vesse bastante perturbada. A certa altura mostrou -me uma foto-grafia do marido e, ao olhá -la, captei de imediato que as energias que o rodeavam eram pesadas e obscuras.

Por intermédio da cura à distância, tratei de limpar as energias que rodeavam tanto o marido como a esposa. Porém, senti que algo mais a afetava, pelo que me desloquei ao seu apartamento a fim de verificar se haviam ali sido postos objetos portadores de má sorte. Abrindo -me às energias do apartamento e fazendo uso das minhas mãos, pus -me à procura de algo que pudesse estar na origem dos problemas da minha cliente. A certa altura, deparei--me com um quadro que o casal trouxe de uma viagem à região oriental de África.

Senti que aquele quadro emanava fortes vibrações de energia negativa e, mais uma vez, tornei a sentir as tais teias de aranha e os tais arrepios que assinalam a presença de feitiços. Fechei os olhos e, fazendo uso da visão interior, dei -me conta de um fio que conectava o quadro com um homem africano de grande esta-tura, neste caso um feiticeiro. Era um homem enorme, com uma cara alegre e um sorriso rasgado. Perguntei -lhe se havia enfeiti-çado o quadro, e ele confirmou sem qualquer hesitação. Segui-damente, perguntei se ele poderia retirar o feitiço. Rindo, o feiticeiro retorquiu:

– Porque não? Já me pagaram, e assim poderei utilizá -lo nova-mente.

Senti -me estarrecida. As energias negativas dissiparam -se como que por encanto. Naquele momento, tomei a decisão de nunca mais «devolver» um feitiço daquela maneira. Primeiramente, não saberia o que esperar se seguisse um feixe de energia até à sua

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fonte. Com efeito, poderia deparar -me com algo de muito mais poderoso e esmagador do que o feiticeiro gigante que então encontrei. Além disso, nada me garantia que seria capaz de limpar a energia em questão. Em segundo lugar, não me agradava a ideia de o criador do feitiço tornar a aplicá -lo a outra pessoa. Não cheguei a descobrir quem tinha enfeitiçado aquela família, mas a minha cliente suspeitava de um rival profissional do seu marido. Passado algum tempo, a harmonia entre o casal restaurou -se, e ela pareceu -me bastante mais feliz do que na última ocasião em que nos cruzámos.

Embora a maioria das pessoas jamais venha a ser amaldiçoada, muitos de nós vivemos períodos em que nos vemos rodeados de pessoas que não gostam de nós, não nos respeitam ou se mostram declaradamente hostis. Os efeitos dos seus pensamentos e atitudes podem assemelhar -se aos de uma maldição, subtraindo -nos toda a nossa energia. Estas más vibrações afetam -nos mentalmente, tornando -nos depressivos, vulneráveis à doença e, amiúde, can-sados. O nosso sustento vital requer o acesso a um fluxo de ener-gia leve e positiva. Na verdade, podemos adoecer fisicamente se os nossos níveis energéticos descerem a pique. Quando assim é, o nosso sistema imunitário ressente -se.

No Capítulo 3, explicarei por que motivo somos tão afetados pelas emoções e pelos pensamentos das outras pessoas, e parti-lharei algumas formas de desenvolvermos a nossa imunidade a essas situações. Se o leitor se sente afetado por uma forte negati-vidade gerada por maldições, feitiços ou pensamentos negativos dos outros, no Capítulo 7 encontrará ajudas e proteções mais poderosas.

Energias Telúricas Positivas e Negativas

Desde que regressei do Extremo Oriente e me instalei na Grã--Bretanha, tornei -me consciente de outra fonte de negatividade que pode originar desde desconfortos a doenças graves em deter-

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minadas pessoas. Em certas circunstâncias, o ambiente natural pode ser o causador do mal -estar.

Todas as criaturas vivas estão rodeadas de um campo de ener-gia a que chamaremos aura. O mesmo acontece com o planeta Terra. O campo magnético da Terra pode sofrer perturbações, como tal, gerar stresse, manifestando -se este no desalinhamento das energias. Esta energia negativa da Terra é designada como «stresse geopático», podendo, em muitos casos, constituir a causa da negatividade instalada no interior e em redor da sua casa ou local de trabalho.

Existem várias formas de identificar e localizar esta energia telúrica, e de descobrir onde incide mais fortemente e se é positiva ou negativa. Mais adiante também serão abordadas diversas for-mas de lidar com os danos e as perturbações que podem ser geradas pela energia negativa da Terra (ver Capítulo 6). Com efeito, usei um dos métodos descritos na minha casa em Burley, no centro de New Forest, na região de Hampshire, em Inglaterra.

Burley é uma localidade famosa pelas suas feiticeiras. Não há muito tempo, nos anos 50, vivia ali uma feiticeira branca chamada Sybil, que era muito conhecida pelos seus bons feitiços e pelo seu trabalho mágico com plantas. Infelizmente, porém, Sybil veio a ser importunada pela imprensa e tornou -se alvo do sensacionalismo dos meios de comunicação social, pelo que acabou por abandonar a Inglaterra, fixando -se nos Estados Unidos, onde o seu trabalho floresceu e acabou por ganhar fama pelos seus dons de cura. A perda foi nossa, evidentemente. No entanto, nos dias de hoje a localidade de Burley está pejada de lojas de lembranças que se dedicam à comercialização de brindes e objetos alusivos à feitiçaria.

Após ter -me dedicado a uma série de leituras sobre as linhas de energia que atravessam a Terra (as Linhas de Ley), certo dia reuniu -se um grupo de pessoas no meu jardim com o propósito de verificar se por ali passava uma poderosa linha de energia. É com alegria que anuncio que efetivamente detetámos a presença de uma força positiva pujante que atravessava a minha casa na diagonal. Quando verifiquei no mapa, constatei que o segmento

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em causa integrava a linha que liga Avebury, Stonehenge e a Cate-dral de Salisbury, que são locais sagrados e altamente energizados. Estou convicta de que foi este alinhamento que me atraiu para a minha casa quando andávamos à procura de casa em New Forest há seis anos. Lembro -me de sentir uma forte vontade de ver esta casa e, ao aproximar -me dela, senti -me invadida por uma energia poderosa, como a de uma vaga.

O processo de aquisição fluiu incrivelmente bem, e temo -nos sentido extremamente felizes e muito em paz desde que comprá-mos a casa. Devo dizer que a utilizo com frequência para a rea-lização de workshops sobre energia. Nessas ocasiões temos vivido experiências surpreendentes que, suspeito, se devem à maravi-lhosa localização da casa e à energia que flui através dela. Também utilizo a minha casa para sessões de cura, que certamente são facilitadas pela forte energia positiva que por ali circula.

Tenho a sorte de a minha casa ser atravessada por uma linha de energia positiva que eleva o nosso nível energético. Todavia, em certas situações, uma linha pode ser distorcida, ou desalinhada, e, nesse caso, vai afetar negativamente todo e qualquer edifício que seja construído sobre ela. Por exemplo, a realização de gran-des obras de construção de estradas ou de edifícios de grande envergadura sobre uma linha de energia poderosa pode perturbar o fluxo de energia natural da Terra. Esta intrusão pode negativar a energia positiva da linha em causa. Por sua vez, esta perturbação da energia natural, ou stresse geopático, pode afetar o bem -estar ou causar danos à saúde das pessoas que vivem ou trabalham perto desses locais.

Na atual era da eletrónica, vivemos rodeados de energias elé-tricas nocivas provenientes dos micro -ondas, dos telemóveis, etc. Estes perigos inerentes à vida moderna, comummente designados como «stresse eletromagnético», abundam à nossa volta, mas tam-bém se encontram nas nossas casas, contaminando o ambiente em que vivemos. Por exemplo, somos afetados pelas emissões das torres de distribuição de energia elétrica e pelas centrais de emis-são de micro -ondas das comunicações móveis.

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Efeitos a longo prazo gerados pelas energias negativas da Terra

Não há dúvida de que se estivermos expostos a energias nega-tivas por períodos prolongados, acabaremos por ser afetados. Recentemente, fiz uma visita à minha afilhada Katy, que, por se encontrar num período depressivo, regressou à casa dos pais para recuperar. As causas da sua doença eram várias, embora um dos fatores fosse a baixa temperatura da casa onde vivia, onde se sentia com frio permanentemente. A certa altura, perguntei -lhe se aquele frio se devia apenas ao facto de viver numa casa pouco aquecida ou se poderia prender -se com alguma presença.

A Katy também se dedica ao trabalho de cura, sendo dotada de capacidades psíquicas, pelo que podemos conversar sobre estes temas sem que ela fique assustada! Segundo referiu, o sistema de aquecimento era inadequado, embora também admitisse ter cons-ciência de uma presença na casa. Com efeito, sentia essa presença a vaguear no piso superior, o que por vezes lhe trazia um certo desconforto. Por outro lado, admitiu que começara a sentir -se bastante cansada algum tempo antes de a doença se manifestar, o que, na verdade, coincidia com a altura em que se mudara para aquela casa. Enquanto o pai da Katy se dedicava à instalação de um novo sistema de aquecimento com o propósito de resolver a vertente puramente física da situação, eu pensei que seria uma excelente ideia proceder à investigação das energias que reinavam na casa.

Percorri a casa com a minha afilhada, verificando as influências nocivas do stresse eletromagnético proveniente da eventual pro-ximidade de centrais elétricas e afins, e nada encontrei. Seguida-mente, procurei linhas de energia da Terra que pudessem afetar a harmonia da casa, e encontrei uma linha negativa que atraves-sava o quarto da Katy. Com efeito, era a pior localização possível, tendo em conta que a obrigava a estar sob esta influência nociva durante longos períodos de tempo, enquanto dormia. Seguida-mente, descobrimos que a mesma linha de energia passava pelo

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local onde se encontrava o seu cadeirão preferido, no piso infe-rior. Utilizando métodos que partilharei mais adiante, limpei a linha e positivei -a, resgatando, assim, as suas características ori-ginais. Procurei então a eventual presença de um espírito na casa.

Devo referir que utilizo a radiestesia na deteção de toda e qualquer forma de energia negativa. Trata -se de uma prática ancestral com vista à localização de objetos, água, petróleo ou praticamente tudo o que não for visível por se encontrar sob a superfície da Terra ou oculto por algum motivo. Uma pessoa pode conectar -se com a vibração daquilo que procura por via da utilização de hastes divinatórias ou de um pêndulo. Para encon-trar o que busca, «lê» o movimento do objeto oscilante. Trata -se de uma aptidão que qualquer pessoa pode desenvolver com alguma prática e paciência. No Capítulo 6 partilho todas as ins-truções necessárias.

Com efeito, deparei -me com a presença de um rapazinho na casa da Katy, que tratei de encorajar gentilmente a encaminhar -se para o mundo espiritual a que pertencia. A Katy sentiu mesmo a sua partida, pois a energia que o rodeava era fria e depressiva, e ele levou -a consigo ao abandonar a casa, passando pelo local onde ela se encontrava. A casa aqueceu instantaneamente e o ambiente aligeirou -se. Quando abençoei o espaço e o enchi de energias vibrantes, a atmosfera mudou por completo, tornando -se mais leve, alegre, acolhedora e convidativa. Por conseguinte, com o novo sistema de aquecimento instalado pelo pai, a minha limpeza energética e a renovação da pintura da sala de estar – a cargo da sua mãe e padrasto –, a casa da Katy beneficiou não apenas de uma desintoxicação completa, como de uma total mudança de energia.

Se o leitor padece de depressão ou de falta de energia, reco-mendo vivamente que verifique a energia da sua casa. Se a sua temperatura for estranhamente fria ou se a sua energia for hostil, ou ainda se algumas partes da casa lhe parecerem escuras e pouco acolhedoras, deveria considerar a hipótese de submetê -la a uma limpeza energética.

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Como Lidar com as Energias Negativas

Embora a maioria das pessoas não tenha vivências quotidianas com espíritos assombrados, muitos de nós deparamo -nos com diversas manifestações de energia negativa ao longo da vida. Algu-mas delas são óbvias, independentemente do grau de sensibilidade que possamos ter. A maioria de nós arrepia -se ao entrar num edifício velho e abandonado, ou sente picadas no estômago quando alguém enfurecido grita connosco. Em suma, há circuns-tâncias em que captamos e absorvemos energia negativa, e outros tipos de energia nociva que podem constituir problemas reais para nós e para a nossa saúde.

Por outro lado, a falta de energia positiva também pode gerar problemas. Por exemplo, a luz do Sol constitui uma forma de energia de elevada vibração, pelo que todos nós nos sentimos mais felizes e otimistas quando há bom tempo. Certas pessoas são profundamente afetadas pela ausência da luz do Sol, parti-cularmente nos meses de inverno, padecendo de depressões e letargia – trata -se de uma síndrome designada como «desordem afetiva sazonal» (DAS). Estejamos ou não conscientes disso, todos somos afetados pelo estado da energia que nos rodeia.

Independentemente das fontes externas de energia negativa e do lugar onde nos encontremos no mundo, a maior ameaça à nossa paz de espírito e à nossa harmonia são os pensamentos e as atitudes das outras pessoas. Uma pessoa com uma atitude negativa perante a vida pode esgotar a nossa própria energia com uma rapidez insuperável. Mais adiante também serão abordadas for-mas de identificarmos os efeitos que os outros têm em nós, de lidarmos com essas pessoas e de nos protegermos dessas influên-cias. Evidentemente que os nossos pensamentos negativos e pes-simistas também nos roubam energia com uma eficiência notável…

A minha principal tarefa no trabalho de cura consiste em dis-sipar bloqueios energéticos gerados por experiências difíceis, condicionamentos, atitudes enraizadas, ansiedades e outras emo-ções e pensamentos negativos. Todavia, descobri que embora me

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seja possível anular esses bloqueios durante algum tempo, se a pessoa insiste em perpetuar os mesmos comportamentos e atitu-des, recusando -se a responsabilizar -se pela sua própria vida e pelo seu processo de cura, o mesmo tipo de problemas acaba por tornar a manifestar -se alguns meses depois. Por conseguinte, aju-dar as pessoas a curarem -se a si próprias tornou -se um dos meus principais objetivos.

Antes de nos debruçarmos sobre todas as fontes de negativi-dade que não podem ser controladas, proponho que ponderemos aquelas que nós mesmos criamos e que aprendamos a dominar. Assim, o próximo capítulo focar -se -á em formas de gerar energia positiva ao invés de energia negativa, fazendo uso do poder da sua mente, da sua vontade e da sua intenção. Convido, pois, o leitor a dar início ao seu processo de limpeza e libertação, come-çando por identificar as formas como os seus próprios pensamen-tos e emoções o afetam, e por ponderar as melhores maneiras de lidar com esses fatores.