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OLIBERAL BELÉM, QUINTA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2016 2 PODER Cunha é derrotado em eleição para a liderança do PMDB. Página 3. POLÍTICA Agência Estado BRASÍLIA [São] meros instrumentos de projetos de poder" ‘‘ [email protected] Com Gabriel Garcia, Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos Senador Reguffe (DF), que deixou o PDT, define os partidos políticos no Brasil. Leniência A medida provisória 703, a MP da Leniência, iniciativa cara-de-pau que blinda empresas enroladas em escândalos de corrupção, já produz os seus efeitos: foram liberados R$ 188,2 milhões públicos à Braskem, subsidiária da Odebrecht, enroladíssimas na Lava Jato, através de financiamento da Sudene, com recursos do FDNE. O dinheiro é para "modernizar" o Centro de Petroquímicos de Camaçari, da Braskem. Propina Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa revelou à PF que levou propina da Braskem para agilizar a venda de nafta pela estatal. Pagou barato Paulo Roberto disse que recebeu da Braskem, de 2006 a 2012, uma média de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões por ano, em contas na Suíça. Grana do contribuinte O ato que beneficia a Braskem é de Ricardo A. Barros, diretor da Sudene, e o dinheiro é do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Canetada amiga A MP da leniência vigora desde 21 de dezembro, após a canetada de Dilma, e tem efeito de lei por até 90 dias sem aprovação do Congresso. Regras suspeitas As regras para venda de ativos da Petrobras são até inovadoras, mas esquisitas. A cara do PT. A estatal escolhe um financial adviser para identificar interessados, por exemplo, numa usina termoelétrica. O escolhido terá acesso às entranhas da usina à venda, para confirmar ou não o interesse. A rigor, a Petrobras é que escolherá o felizardo, sem licitação, no escondidinho da sala de reunião. A cara do PT. Parece, mas não é Na Petrobras, garante-se que as regras de venda de ativos são para impedir gatunagem, mas fica parecendo o contrário. A cara do PT. Processo secreto O problema das novas regras de venda de ativos é que a Petrobras mantém intocável um velho cacoete: o processo não é aberto. Haja coragem É curioso como a Petrobras, com a Operação Lava Jato na rua, ainda fixa regras tão vulneráveis a suspeição, para vender ativos bilionários. Desrespeito Como ministro-chefe da Casa Civil, o ex-sindicalista Jaques Wagner precisa respeitar a Justiça. Ele continua repetindo a ladainha de atribuir as graves denúncias contra Lula ao "inconformismo da oposição". O rigor da lei Aliados do presidente da Câmara ironizam: a diferença entre os processos contra Eduardo Cunha e contra Renan Calheiros, amigo do governo, no Supremo Tribunal Federal, "são 9 anos de tramitação". Olha a oposição aí, gente Esquisito, é: o tucano Aécio Neves, armando com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado de Dilma, a aprovação da reforma da Previdência, tentando atrair o PT para outro golpe contra aposentados. Para quem pode Marcos Rogério (PDT-RO) dispensou os computadores do Conselho de Ética e levou para a reunião do processo contra Eduardo Cunha um turbinado tablet iPad Pro dourado, que custa entre R$ 7,3 e R$ 9,7 mil. Reguffe deixa o PDT O senador Antônio Reguffe (DF) entregou sua desfiliação a Carlos Lupi, dono do PDT. Cristovam Buarque (DF) também caiu fora e, como a presidente da Câmara do DF, Celina Leão, o destino é o PPS. A regra é clara O novo líder do PMDB, Leonardo Picciani, terá de ficar atento. Se o candidato derrotado Hugo Motta (PB) conseguir tirar dele o apoio de 4 deputados, assumirá imediatamente a liderança do PMDB. É a regra. Tramitando há um ano O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, garante que o processo que investiga a compra superfaturada da refinaria de Pasadena não parou e agora se encontra na área técnica do TCU. Elogio imprevisto A vida não está fácil para Nelson Barbosa (Fazenda): as bancadas do PT na Câmara e no Senado criticaram os rumos da economia e o compararam a Joaquim Levy. Sem saber que o estavam elogiando. Pensando bem… …tentando desqualificar quem o investiga e agindo para escapar à ação da Justiça, Lula mostra que sua cor favorita amarelou. Bem não declarado Prefeito de Araxá (MG), poeta e pensador, o ministro Olavo Drummond estava muito impressionado, nos idos de 1998, com o aperto imposto pelo Banco do Brasil aos agricultores endividados. Desabafou: - Marido não chama mais a mulher de "meu bem", senão vem o Banco do Brasil e toma. STF autoriza prisões durante o processo JURISPRUDÊNCIA Decisão do Supremo deverá acelerar a execução das penas no País O Supremo Tribunal Fede- ral (STF) alterou a juris- prudência adotada até hoje no País para permitir a execução de pena a partir de uma decisão judicial de 2ª instância, portanto antes de esgotados todos os recursos propostos pela defesa. Por 7 votos a 4, um réu condenado a prisão pode ser encaminhado à penitenciária depois da confirmação da sen- tença do juiz de primeiro grau por um Tribunal de Justiça. Antes da decisão da Corte, a pena só começaria a ser cum- Direito do réu de recorrer em liberdade da condenação agora é limitado dar efetividade a uma decisão criminal. "Isso restabelece o que perdemos no Brasil que é o prestígio e a autoridade das instâncias ordinárias. No Brasil, o primeiro grau e os tribunais de justiça passaram a ser tribunais de passagem", completou Barroso. No ano passado, o juiz fe- deral Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, saiu em defesa de projeto de lei para permitir o cumprimento da pena antes do final do processo. Em visi- ta ao Senado para defender a tese, Moro chegou a criticar o que chamou de "sistema de re- cursos sem fim". Foram contra a alteração na jurisprudência os ministros Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricar- do Lewandowski Para Marco Aurélio, a decisão "esvazia o modelo garantista. "Reconhe- ço mais: que a Justiça é moro- sa, que o Estado em termos de persecução criminal é moroso. (...) Reconheço que a época é de crise maior, mas justamente nessa quadra de crise maior é que devem ser guardados pa- râmetros, princípios, devem ser guardados valores", defen- deu o ministro. O decano da Corte, minis- tro Celso de Mello, disse que é "frontalmente incompatível com o direito a ser presumido inocente a execução antecipa- da da sentença". Ele afirmou que 25,2% dos recursos extraordinários que chegam ao Tribunal com questionamento a sentença criminal culminam em absol- vição. "Se não respeitarmos a presunção de inocência, es- taríamos tratando como se culpados fossem aqueles que afinal nesta Suprema Corte resultaram absolvidos", afir- mou o ministro. prida pelo condenado após o chamado trânsito em julgado da condenação, podendo che- gar aos Tribunais Superiores. A decisão foi tomada du- rante discussão de um ha- beas corpus impetrado pela defesa de um condenado a 5 anos e 4 meses de prisão por roubo qualificado. A sen- tença de primeiro grau foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Pau- lo (TJ-SP), que determinou a prisão do réu. Os advogados entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Jus- tiça e, posteriormente, no Su- premo pelo direito do conde- nado recorrer em liberdade. Em 2009, o próprio STF fi- xou a tese de que condenados pela Justiça possuíam o di- reito de recorrer da sentença em liberdade até que não haja possibilidade de novo recurso. A nova composição da Corte, contudo, possibilitou a rever- são no entendimento. A deci- são se aplica ao caso concreto discutido no habeas corpus, mas ficou firmada como juris- prudência da Suprema Corte. O relator do caso, ministro Teori Zavascki, destacou que o cumprimento da pena após a decisão em segundo grau é uma forma de "harmonizar" o princípio da presunção de inocência com a efetividade da justiça. "Não se mostra ar- bitrária, mas inteiramente jus- tificável, a possibilidade de o julgador determinar o imedia- to início do cumprimento da pena, inclusive com restrição da liberdade do condenado, após firmada a responsabili- dade criminal pelas instâncias ordinárias", votou Zavascki. Seguiram o relator os mi- nistros Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Para os ma- gistrados, o duplo grau de ju- risdição, com a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça, "inverte" o princípio da presunção de inocência. No julgamento, os minis- tros destacaram ainda que a medida é uma forma de com- bater a morosidade da Justiça. Fachin avaliou que o trânsito em julgado dos processos, ou seja, a sentença definitiva, de- pende "em algum momento da inércia" da parte perdedora. "Há sempre um recurso", afir- mou, sobre o sistema recursal penal do País. O ministro Luís Roberto Barroso afirmou que "ne- nhum país" exige mais do que dois graus de jurisdição para Registros de doações ao PT entregues por Moro ao TSE revelam propi na Nos documentos enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo juiz federal Sérgio Moro – que conduz os proces- sos em primeira instância da Operação Lava Jato – estão no- tas fiscais, registros de trans- ferências bancárias e recibos eleitorais de doações feitas ao PT oficialmente, no total de R$ 4,3 milhões. Os repasses ser- viram para ocultar "propinas acertadas no esquema crimi- noso da Petrobrás", sentenciou o magistrado – um total de 27 doações feitas entre outubro de 2008 e março de 2012. "O fato comprovado reve- la um aspecto perverso do esquema criminoso que afe- tou a Petrobrás, a utilização de dinheiro de propina para financiar atividades político- partidárias, com afetação do processo político democráti- co", registra Moro na sentença – entregue ao TSE – do proces- so envolvendo executivos da empreiteira Mendes Júnior e Setal Óleo e Gás (SOG). Com base nessa condenação, de setembro de 2015, o juiz da Lava Jato informou ao TSE, em ofício, que "reputou-se comprovado o direcionamen- to de propinas acertadas no esquema criminoso da Petro- brás para doações eleitorais registradas". O tribunal tem quatro pro- cedimentos abertos, a pedido do PSDB, que pedem a cassa- ção da chapa Dilma Rousse- ff/Michel Temer, reeleita em 2014. As ações do TSE têm como alvo a campanha pre- sidencial de 2014 – data não alcançada pelos documentos que embasaram a sentença do juiz federal. No ofício en- caminhado ao tribunal, Moro sugeriu que os delatores fos- sem ouvidos e destacou que as investigações ainda estão em andamento. Os documentos que servi- ram de base para a sentença em que Moro aponta ter en- contrado prova de uso de do- ações para ocultar propinas da Petrobrás foram entregues, em maioria, pelo dono da SOG, Augusto Ribeiro Mendonça, no acordo delação premiada fechado com a força-tarefa da Lava Jato, em 2014. Pregão Eletrônico nº 39/2016-02 – Menor Preço OBJETO: Execução dos Serviços de Manutenção (Conservação/Recuperação) na Rodovia BR-153/PA; trecho: Entroncamento BR-222/230(A)/PA-150 (Marabá) – Divisa PA/TO; subtrecho: Entroncamento BR-230(B) – Divisa PA/TO (São Geraldo do Araguaia); segmento: km 41,70 ao km 152,10; extensão: 110,40 km. Abertura: 01/03/2016 às 10 horas (Horário de Brasília) pelo www.comprasgovernamentais.gov.br. Maiores informações: (0**91) 3250.2633/3250.2650. Endereço: BR-316, km zero - s/nº - Castanheira – CEP: 66.645-000. Belém - PA. Belém – PA, 17 de fevereiro de 2016. Raimundo Guilherme Maciel Corrêa Pregoeiro AVISO DE LICITAÇÃO Ministério dos Transportes SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ

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Page 1: Cunha é derrotado em eleição para a liderança do PMDB ... · ironizam: a diferença entre os processos contra Eduardo Cunha e contra Renan Calheiros, amigo do governo, no Supremo

O LIBERAL BELÉM, QUINTA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 20162 PODER

Cunha é derrotado em eleição para a liderança do PMDB. Página 3.POLÍTICA

Agência EstadoBRASÍLIA

[São] meros instrumentos de projetosde poder"‘‘

[email protected] Gabriel Garcia, Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos

Senador Reguffe (DF), que deixou o PDT, define os partidos políticos no Brasil.

Leniência

A medida provisória 703, a MP da Leniência, iniciativa cara-de-pau que blinda empresas enroladas em escândalos de corrupção, já produz os seus efeitos: foram liberados R$ 188,2 milhões públicos à Braskem, subsidiária da Odebrecht, enroladíssimas na Lava Jato, através de financiamento da Sudene, com recursos do FDNE. O dinheiro é para "modernizar" o Centro de Petroquímicos de Camaçari, da Braskem.

Propina Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa revelou à PF que levou propina da Braskem para agilizar a venda de nafta pela estatal.

Pagou baratoPaulo Roberto disse que recebeu da Braskem, de 2006 a 2012, uma média de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões por ano, em contas na Suíça.

Grana do contribuinteO ato que beneficia a Braskem é de Ricardo A. Barros, diretor da Sudene, e o dinheiro é do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste.

Canetada amigaA MP da leniência vigora desde 21 de dezembro, após a canetada de Dilma, e tem efeito de lei por até 90 dias sem aprovação do Congresso.

Regras suspeitasAs regras para venda de ativos da Petrobras são até inovadoras, mas esquisitas. A cara do PT. A estatal escolhe um financial adviser para identificar interessados, por exemplo, numa usina termoelétrica. O escolhido terá acesso às entranhas da usina à venda, para confirmar ou não o interesse. A rigor, a Petrobras é que escolherá o felizardo, sem licitação, no escondidinho da sala de reunião. A cara do PT.

Parece, mas não éNa Petrobras, garante-se que as regras de venda de ativos são para impedir gatunagem, mas fica parecendo o contrário. A cara do PT.

Processo secretoO problema das novas regras de venda de ativos é que a Petrobras mantém intocável um velho cacoete: o processo não é aberto.

Haja coragemÉ curioso como a Petrobras, com a Operação Lava Jato na rua, ainda fixa regras tão vulneráveis a suspeição, para vender ativos bilionários.

Desrespeito Como ministro-chefe da Casa Civil, o ex-sindicalista Jaques Wagner precisa respeitar a Justiça. Ele continua repetindo a ladainha de atribuir as graves denúncias contra Lula ao "inconformismo da oposição".

O rigor da leiAliados do presidente da Câmara ironizam: a diferença entre os processos contra Eduardo Cunha e contra Renan Calheiros, amigo do governo, no Supremo Tribunal Federal, "são 9 anos de tramitação".

Olha a oposição aí, genteEsquisito, é: o tucano Aécio Neves, armando com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado de Dilma, a aprovação da reforma da Previdência, tentando atrair o PT para outro golpe contra aposentados.

Para quem podeMarcos Rogério (PDT-RO) dispensou os computadores do Conselho de Ética e levou para a reunião do processo contra Eduardo Cunha um turbinado tablet iPad Pro dourado, que custa entre R$ 7,3 e R$ 9,7 mil.

Reguffe deixa o PDTO senador Antônio Reguffe (DF) entregou sua desfiliação a Carlos Lupi, dono do PDT. Cristovam Buarque (DF) também caiu fora e, como a presidente da Câmara do DF, Celina Leão, o destino é o PPS.

A regra é claraO novo líder do PMDB, Leonardo Picciani, terá de ficar atento. Se o candidato derrotado Hugo Motta (PB) conseguir tirar dele o apoio de 4 deputados, assumirá imediatamente a liderança do PMDB. É a regra.

Tramitando há um anoO ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, garante que o processo que investiga a compra superfaturada da refinaria de Pasadena não parou e agora se encontra na área técnica do TCU.

Elogio imprevistoA vida não está fácil para Nelson Barbosa (Fazenda): as bancadas do PT na Câmara e no Senado criticaram os rumos da economia e o compararam a Joaquim Levy. Sem saber que o estavam elogiando.

Pensando bem……tentando desqualificar quem o investiga e agindo para escapar à ação da Justiça, Lula mostra que sua cor favorita amarelou.

Bem não declaradoPrefeito de Araxá (MG), poeta e pensador, o ministro Olavo Drummond estava muito impressionado, nos idos de 1998, com o aperto imposto pelo Banco do Brasil aos agricultores endividados. Desabafou:- Marido não chama mais a mulher de "meu bem", senão vem o Banco do Brasil e toma.

STF autoriza prisões durante o processoJURISPRUDÊNCIADecisão do Supremo deverá acelerar a execução das penas no País

O Supremo Tribunal Fede-ral (STF) alterou a juris-prudência adotada até

hoje no País para permitir a execução de pena a partir de uma decisão judicial de 2ª instância, portanto antes de esgotados todos os recursos propostos pela defesa.

Por 7 votos a 4, um réu condenado a prisão pode ser encaminhado à penitenciária depois da confirmação da sen-tença do juiz de primeiro grau por um Tribunal de Justiça. Antes da decisão da Corte, a pena só começaria a ser cum-

Direito do réu de recorrer em liberdade da condenação agora é limitado

dar efetividade a uma decisão criminal. "Isso restabelece o que perdemos no Brasil que é o prestígio e a autoridade das instâncias ordinárias. No Brasil, o primeiro grau e os tribunais de justiça passaram a ser tribunais de passagem", completou Barroso.

No ano passado, o juiz fe-deral Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, saiu em defesa de projeto de lei para permitir o cumprimento da pena antes do final do processo. Em visi-ta ao Senado para defender a tese, Moro chegou a criticar o que chamou de "sistema de re-cursos sem fim".

Foram contra a alteração na jurisprudência os ministros Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricar-do Lewandowski Para Marco Aurélio, a decisão "esvazia o modelo garantista. "Reconhe-

ço mais: que a Justiça é moro-sa, que o Estado em termos de persecução criminal é moroso. (...) Reconheço que a época é de crise maior, mas justamente nessa quadra de crise maior é que devem ser guardados pa-râmetros, princípios, devem ser guardados valores", defen-deu o ministro.

O decano da Corte, minis-tro Celso de Mello, disse que é "frontalmente incompatível com o direito a ser presumido inocente a execução antecipa-da da sentença".

Ele afirmou que 25,2% dos recursos extraordinários que chegam ao Tribunal com questionamento a sentença criminal culminam em absol-vição. "Se não respeitarmos a presunção de inocência, es-taríamos tratando como se culpados fossem aqueles que afinal nesta Suprema Corte resultaram absolvidos", afir-mou o ministro.

prida pelo condenado após o chamado trânsito em julgado da condenação, podendo che-gar aos Tribunais Superiores.

A decisão foi tomada du-rante discussão de um ha-beas corpus impetrado pela defesa de um condenado a 5 anos e 4 meses de prisão por roubo qualificado. A sen-tença de primeiro grau foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Pau-lo (TJ-SP), que determinou a prisão do réu. Os advogados entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Jus-tiça e, posteriormente, no Su-premo pelo direito do conde-nado recorrer em liberdade.

Em 2009, o próprio STF fi-xou a tese de que condenados pela Justiça possuíam o di-reito de recorrer da sentença em liberdade até que não haja possibilidade de novo recurso. A nova composição da Corte, contudo, possibilitou a rever-

são no entendimento. A deci-são se aplica ao caso concreto discutido no habeas corpus, mas ficou firmada como juris-prudência da Suprema Corte.

O relator do caso, ministro Teori Zavascki, destacou que o cumprimento da pena após a decisão em segundo grau é uma forma de "harmonizar" o princípio da presunção de inocência com a efetividade da justiça. "Não se mostra ar-bitrária, mas inteiramente jus-tificável, a possibilidade de o julgador determinar o imedia-to início do cumprimento da pena, inclusive com restrição da liberdade do condenado, após firmada a responsabili-dade criminal pelas instâncias ordinárias", votou Zavascki.

Seguiram o relator os mi-nistros Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Para os ma-gistrados, o duplo grau de ju-

risdição, com a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça, "inverte" o princípio da presunção de inocência.

No julgamento, os minis-tros destacaram ainda que a medida é uma forma de com-bater a morosidade da Justiça. Fachin avaliou que o trânsito em julgado dos processos, ou seja, a sentença definitiva, de-pende "em algum momento da inércia" da parte perdedora. "Há sempre um recurso", afir-mou, sobre o sistema recursal penal do País.

O ministro Luís Roberto Barroso afirmou que "ne-nhum país" exige mais do que dois graus de jurisdição para

Registros de doações ao PT entregues por Moro ao TSE revelam propinaNos documentos enviados

ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo juiz federal Sérgio Moro – que conduz os proces-sos em primeira instância da Operação Lava Jato – estão no-tas fiscais, registros de trans-ferências bancárias e recibos eleitorais de doações feitas ao PT oficialmente, no total de R$ 4,3 milhões. Os repasses ser-

viram para ocultar "propinas acertadas no esquema crimi-noso da Petrobrás", sentenciou o magistrado – um total de 27 doações feitas entre outubro de 2008 e março de 2012.

"O fato comprovado reve-la um aspecto perverso do esquema criminoso que afe-tou a Petrobrás, a utilização de dinheiro de propina para

financiar atividades político-partidárias, com afetação do processo político democráti-co", registra Moro na sentença – entregue ao TSE – do proces-so envolvendo executivos da empreiteira Mendes Júnior e Setal Óleo e Gás (SOG). Com base nessa condenação, de setembro de 2015, o juiz da Lava Jato informou ao TSE,

em ofício, que "reputou-se comprovado o direcionamen-to de propinas acertadas no esquema criminoso da Petro-brás para doações eleitorais registradas".

O tribunal tem quatro pro-cedimentos abertos, a pedido do PSDB, que pedem a cassa-ção da chapa Dilma Rousse-ff/Michel Temer, reeleita em

2014. As ações do TSE têm como alvo a campanha pre-sidencial de 2014 – data não alcançada pelos documentos que embasaram a sentença do juiz federal. No ofício en-caminhado ao tribunal, Moro sugeriu que os delatores fos-sem ouvidos e destacou que as investigações ainda estão em andamento.

Os documentos que servi-ram de base para a sentença em que Moro aponta ter en-contrado prova de uso de do-ações para ocultar propinas da Petrobrás foram entregues, em maioria, pelo dono da SOG, Augusto Ribeiro Mendonça, no acordo delação premiada fechado com a força-tarefa da Lava Jato, em 2014.

Pregão Eletrônico nº 39/2016-02 – Menor PreçoOBJETO: Execução dos Serviços de Manutenção (Conservação/Recuperação) na Rodovia BR-153/PA; trecho:Entroncamento BR-222/230(A)/PA-150 (Marabá) – Divisa PA/TO; subtrecho: Entroncamento BR-230(B) – Divisa PA/TO (São Geraldo do Araguaia); segmento: km 41,70 ao km 152,10; extensão: 110,40 km. Abertura:01/03/2016 às 10 horas (Horário de Brasília) pelo www.comprasgovernamentais.gov.br. Maiores informações:(0**91) 3250.2633/3250.2650. Endereço: BR-316, km zero - s/nº - Castanheira – CEP: 66.645-000. Belém - PA.

Belém – PA, 17 de fevereiro de 2016.Raimundo Guilherme Maciel Corrêa

Pregoeiro

AVISO DE LICITAÇÃO

Ministério dos Transportes

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ