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COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES) PÁGINAS 3 À 5 PÁGINA 2 PÁGINA 14 Cuba supera as expectativas de visitantes estrangeiros para este ano PÁGINAS 8 E 9 PORTUGUÊS S S e e m m a a n n á á r r i i o o d d e e C C u u b b a a e e d d a a A A m m é é r r i i c c a a L L a a t t i i n n a a

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COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES)

PÁGINAS 3 À 5PÁGINA 2 PÁGINA 14

Cuba supera as expectativas devisitantes estrangeiros para este ano

PÁGINAS 8 E 9

PORTUGUÊS

SSeemmaannáárr iiooddee CCuubbaa ee ddaaAAmméérr iiccaaLLaatt iinnaa

COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES)

Discurso do chancelerBruno Rodríguez nas Nações Unidas

PÁGINAS 3 À 5

Raúl recebeu altodirigente do PartidoComunista do Vietnã

PÁGINA 2 PÁGINA 14

Oportunidades parao investimentoestrangeiro em Cuba

Yisel Martínez García

• «CUBA já recebeu quatro milhões de visi-tantes estrangeiros até esta altura do ano eespera fechar 2017 com 4,7 milhões. Estesnúmeros representam para o país uma mos-tra da confiança que os clientes e as princi-pais agências operadoras de turismo têm emsua gestão turística e em Cuba, um destinosadio e seguro», asseverou a delegada doMinistério do Turismo na província de Matan-zas, Ivis Fernández.

Ao aeroporto internacional Juan GualbertoGómez, de Varadero, chegou, em 6 de no-vembro, o turista que completou os quatro mi-lhões, dois meses antes do dia em que fosseatingido esse número, em 2016.

«Eu já viajei em cinco ocasiões e gosto deCuba, sobretudo, das suas cidades. Admiromuito sua segurança e a tranquilidade», co-mentou na chegada o visitante francês Antonio.

«Para nós é um privilégio que seja a provín-cia de Matanzas, especialmente este aeropor-to e naturalmente o polo turístico de Varadero,o lugar escolhido pelos clientes para desfrutarde suas férias», asseverou a chefa do depar-tamento comercial do aeroporto Juan Gual-berto Gómez, María Elena Oviedo.

«Varadero demonstra sua capacidade derecuperação após os últimos eventos meteo-rológicos que afetaram fortemente a zonanorte do país. Depois da passagem do fura-cão Irma o número de visitantes cresceu pau-latinamente neste polo turístico, com umamédia de 20 mil clientes diários», acrescen-tou a delegada do ministério do Turismo naprovíncia de Matanzas, Ivis Fernández.

Hoje, este polo turístico prevê fechar o ano2017 ultrapassando os 1,6 milhão de visitan-tes, e já se prepara para receber a tempora-da de inverno 2017-2018.

«Trabalhamos em função de prontificar

nosso país para a temporada alta. Em 15 denovembro ficamos prontos para assimilar ocrescimento que se espera. Hoje, já estãorevitalizadas todas as instalações afetadaspor Irma e trabalhamos em outras importan-tes no desenvolvimento de nosso destino tu-rístico».

«Entre elas podemos mencionar o hotel In-ternacional, a extensão de terra da parcela oOasis onde serão construídos dois grandeshotéis e a inauguração, finalizando o ano, deuma usina de cerveja, que será um dos pro-dutos mais atraentes e novos para os clientesque escolham um destino como Varadero»,explicou a delegada do ministério do Turismoem Matanzas.

«Por seu lado, o aeroporto internacional deVaradero começou a partir do mês de maioreparações para a temporada de inverno,pois trabalhamos nas esteiras de bagagem, apintura, a manutenção, a remodelação, a re-

paração e a reanimação de todo o terminal»,asseverou a chefa do departamento comer-cial, María Elena Oviedo.

Este aeroporto, que oferece serviços desde1989, recebe anualmente 0,5 milhão de visi-tantes. Seu serviço, reconhecido por suaqualidade, faz que a saída daqueles que che-gam, só demore entre 18 e 25 minutos.

Varadero, reconhecido como o polo turís-tico mais importante de sol e praia do país,mantém em seus mercados o Canadá coma maior representatividade, mas com cres-cimentos se percebem a Alemanha, Fran-ça, Reino Unido, Rússia, Espanha e Itália,mercados que diversificam a presença declientes.

Atualmente, Cuba dispõe de 67.769 habita-ções hoteleiras, número que após fechar2017 deverá subir para 68.200, com umplano para construir 100 mil novos aparta-mentos até 2030. •

Cuba supera as expectativas devisitantes estrangeiros para este ano

Até o momento já chegaram quatro milhões de visitantes

O turismo de sol e praia é uma das modalidades de maior demanda em Cuba.

PÁGINAS 8 E 9

Estados Unidos:Democracia de fogo

HAVANA10 DE NOVEMBRO DE 2017

ANO 52o / Número 45Preço em Cuba CUC 0,50

ANO 59o DA REVOLUÇÃO

FRANCÊS INGLÊS PORTUGUÊS ITALIANO ALEMÃO www.granma.cuESPANHOL

SSeemmaannáárr iiooddee CCuubbaa ee ddaaAAmméérr iiccaaLLaatt iinnaa

NACIONAL2 GRANMA INTERNACIONAL10.NOVEMBRO.2017 |

Raúl recebeu alto dirigente doPartido Comunistado Vietnã• O primeiro secretário do Comitê Centraldo Partido Comunista de Cuba, general-de-exército Raúl Castro Ruz, recebeu natarde da segunda-feira, 6 de novembro, ocompanheiro Vo Van Thoung, membro doBureau Político e do secretariado do Co-mitê Central do Partido Comunista doVietnã e presidente da sua Comissão dePropaganda e Educação, quem fez umavisita oficial e de amizade ao nosso país.

Durante o encontro trocaram opiniõesacerca do excelente estado das relaçõesque unem ambos os povos, partidos e go-vernos e ratificaram a vontade mútua decontinuá-las aprofundando.

Pela parte vietnamita participaram oscompanheiros Nguyen Trung Thanh, em-baixador em Havana; Nguyen TuanPhong, vice-presidente do departamentodas Relações Exteriores do Comitê Cen-tral do Partido Comunista do Vietnã; ePhan Hai, diretor geral do Oriente Médio,África e a América Latina do próprio de-partamento.

Também marcaram presença JoséRamón Machado Ventura, segundo secre-tário do Comitê Central do Partido Comu-nista de Cuba, e Jorge Arias, segundochefe do departamento das Relações In-ternacionais. •

ESTÚDIOS REVOLUCIÓN

Eleições no auge de nossos temposJesús Jank Curbelo

• «EM 26 de novembro próximo, as eleiçõesterão uma forte resposta por parte do nossopovo, especialmente porque terão lugar umdia depois, 25 de novembro, que marca o pri-meiro aniversário do desaparecimento físicodo Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz,quem foi o arquiteto do sistema eleitoral cu-bano».

Assim afirmou na segunda-feira, 6 de no-vembro, a presidenta da Comissão EleitoralNacional, Alina Balseiro Gutiérrez, quandoinformou à imprensa os dados atualizadosdos passos eleitorais que estão sendo de-senvolvidos e serão desenvolvidos no pro-cesso de eleições gerais que o nosso paísestá realizando, uma vez que sejam conhe-cidos os resultados do processo de indica-ção dos candidatos para delegados (verea-dores) das Assembleias Municipais do PoderPopular (AMPPs).

Nesse sentido, a presidenta destacou quedesde 1º de novembro passado, as fotos eas biografias dos candidatos estão expostaspublicamente em cada um dos municípios e

que até 17 de novembro se faz um processode treinamento sobre esses assuntos.

«Após concluir o primeiro turno da eleiçãodos vereadores, no dia 26; uma segunda ro-dada de eleições terá lugar no dia 3 de de-zembro e 21 dias após a eleição de todos oscandidatos, as AMPPs serão constituídas»,ressaltou.

No que se refere ao processo de indicação,já concluído, a presidenta destacou o entu-siasmo e compromisso com que as pessoasparticiparam das assembleias, mesmo ape-sar dos estragos do furacão Irma, ao mesmotempo em que descreveu os resultados obti-dos como favoráveis, satisfatórios e à alturados nossos padrões eleitorais.

Por outro lado, Balseiro Gutiérrez enfatizouuma série de pontos que os eleitores devemter em consideração para o dia da votação,entre os quais a necessidade de descobrironde está localizada a mesa de votação doeleitor para exercer seu direito de votar, bemcomo a verificação do seu registro na lista deeleitores, que serão exibidas em lugares visí-veis e com muita concorrência, em cada co-munidade. •

ESPANHOLInés Míriam Alemán Aroche

Tel: 881-6265

REIMPRESSORESCANADÁNational Publications CentreC.P. 521, Station C, Montréal, QC H2L 4K4 Fone/Fax: (514) 522-5872

ARGENTINAMovimiento Cultural AcercándonosBuenos AiresTelf.: (011) 4862-3286

BRASILINVERTACooperativa de Trabalhadores em Serviços Editoriais e Noticiosos Ltda. Rua Regente Feijó 49 - 2o andar CEP 20060 Rio de JaneiroFone/Fax: (021) 222-4069

Impresso no Complexo Poligráfico do jornal Granma Havana. Cuba

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CIRCULAÇÃO E ASSINATURASOmar Quevedo Acosta

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SITE NA INTERNEThttp://www.granma.cu

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DIRETOR-GERALPelayo Terry Cuervo

VICE-DIRETORA EDITORIALArlin Alberty Loforte

CHEFE DA REDAÇÃOJuan Diego Nusa Peñalver

NACIONAL 310.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Discurso do ministro das Relações Exte-riores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla,sobre o tema «Necessidade de acabar como bloqueio econômico, comercial e financei-ro imposto pelos Estados Unidos da Améri-ca contra Cuba», na sede das Nações Uni-das, Nova York, 1º de novembro de 2017.

(Tradução da versão estenográfica doConselho de Estado)

Senhor presidente;Ex.mos senhores representantes perma-

nentes;Distintos delegados:Cidadãos norte-americanos e cubanos re-

sidentes nos Estados Unidos que estãonesta sala:

• Gostaria de expressar ao povo e ao go-verno dos Estados Unidos, ao prefeito BillDe Blasio; ao governador Andrew Cuomo ea outras autoridades de Nova York, bemcomo aos seus cidadãos e especialmenteaos parentes das vítimas, as mais sincerascondolências em nome do povo cubano edo governo, pelo atentado terrorista ocorridoontem à tarde.

Também expresso sinceras condolênciasaos povos e governos da Argentina e daBélgica.

Senhor presidente:Expresso a mais forte condenação às de-

clarações desrespeitosas, ofensivas e inter-vencionistas da embaixadora dos EstadosUnidos nas Nações Unidas contra Cuba econtra o governo cubano, proferidas há al-guns minutos atrás.

Lembro-lhes que os Estados Unidos, ondesão cometidas violações flagrantes dos di-reitos humanos, que despertam profundapreocupação por parte da comunidade inter-nacional, não têm a menor autoridade moralpara criticar Cuba, um país pequeno e soli-dário com uma longa e reconhecida trajetó-ria internacional; um povo nobre, trabalha-dor e amigável.

Ela fala em nome do chefe de um impérioque é responsável pela maioria das guerrasque hoje estão sendo travadas no planeta eque matam inocentes e é o fator decisivo dainstabilidade global e de ameaças muitograves para a paz e a segurança internacio-nal, espezinhando o Direito Internacional ea Carta das Nações Unidas que, cinicamen-te, ela acaba de invocar.

Não foram 55 anos, senhora embaixadora,você está errada em sua primeira frase, jáhouve 26 dessas sessões e mais de um sé-culo da origem dos eventos que estãosendo discutidos hoje.

Ela mente, ela usa o mesmo estilo queprevalece hoje na política norte-americana.Tudo começou antes mesmo que existisse anação cubana. Quando o povo cubano pri-meiro se levantou em armas, em 1868, játinham aparecido os primeiros sinais doapetite de anexação e de dominação daqui-lo que era e é hoje o imperialismo dos EUA.

Em 1898, lançando mão de um pretexto — como caracteriza a história moderna dosEstados Unidos — a explosão do navioMaine no porto cubano, eles entraram comoaliados das forças da independência cuba-

na e ocuparam o país mais tarde como inva-sores, impuseram a Emenda Platt, cercea-ram a independência e a soberania deCuba; realizaram três ocupações militares,impuseram 60 anos de dominação absolutaque terminaram em 1º de janeiro de 1959com a entrada do Exército Rebelde em Ha-vana e o triunfo da Revolução Cubana, queaté agora trava as mesmas lutas que inspi-raram nosso povo, há mais de 100 anos(Aplausos).

Ela mentiu, usou uma frase, supostamen-te atribuindo a uma fonte cubana uma decla-ração sobre a chamada Crise de Outubro oudos Mísseis, que eu a convido para revelara sua fonte, para dizer o autor dela e queapresente provas. Parece um twit daquelesque proliferam neste país, nestes tempos deódio, divisão e política suja (Aplausos).

Após o triunfo da Revolução Cubana, o go-verno dos Estados Unidos estabeleceucomo seu objetivo a mudança de regime. Apolítica enunciada pelo presidente Trump,em 16 de junho, não é nova, é a mesma po-lítica, é uma política antiga ancorada nopassado.

Ela mencionou o ilustre embaixador ameri-cano Adlai Stevenson. Ela se esqueceu de co-mentar que coube a Stevenson o triste dever,enganado pelo seu governo, de mostrar, emuma sessão do Conselho de Segurança,fotos de supostos aviões cubanos, realmentenorte-americanos, com o emblema da ForçaAérea Cubana, que no dia 15 de abril bom-bardearam a cidade de Havana, causandomuitas baixas, o que foi então o prelúdio doataque e da invasão pela Baía dos Porcos.

Aqueles bombardeios e a mentira involun-tária do embaixador Stevenson, que tinhasido enganado por seu governo, ocorrerammesmo antes da declaração do caráter so-cialista da Revolução cubana. Esses bom-bardeios foram anteriores à declaração docaráter socialista da nossa Revolução.

Ela falou sobre a Crise de Outubro.Nestes dias, fala-se sobre o assassinato

do presidente Kennedy e a desclassificaçãode documentos. Durante muito tempo, a ver-dade foi escondida ao povo dos EstadosUnidos. Tudo deve ser desclassificado.

Mas se ela quiser falar sobre essas ques-tões, sugiro-lhe que leia o livro Treinadopara assassinar Castro, do agente da CIAVeciana, que fala do encontro com o agenteda CIA, David Phillips e com Lee HarveyOswald, em Dallas, na terceira semana desetembro de 1963.

Tem sido uma história de mentiras e agres-sões: a Operação Northwoods, a OperaçãoMangosta. Acaba de ser desclassificada etornada pública a informação de que, na-quele momento, os Estados Unidos tinham261 mil soldados prontos, para uma invasãodireta a Cuba. Na Flórida, funcionava amaior base da CIA na história, com mais de700 oficiais, até a criação de uma outrabase da CIA, ainda maior, em Saigon.

Ela usa o mesmo estilo do julgamento deAlice no País das Maravilhas: sentença pri-meiro, julgamento depois.

Eu falo pelo meu povo, e também falo poraqueles que não podem dizer as coisas naprópria cara ao presidente Trump e à embai-xadora dos Estados Unidos, mas que sen-

tem e pensam como eu. Pelo menos ela foicapaz de reconhecer o isolamento absolutodos Estados Unidos nesta sala e nestemundo. Eles estão sozinhos na questão dobloqueio contra Cuba! (Aplausos.) Ela igno-ra o peso da verdade, subestima a força deuma ideia justa nas profundezas de uma ca-verna, mais poderosa do que um exército,tal como disse José Martí, levando a ideiano peito, em uma carta inacabada, a seguin-te frase: «Eu já estou em perigo, todos osdias, de dar minha vida para o meu país epor meu dever (...), para impedir em tempo,com a independência de Cuba, que os Esta-dos Unidos se espalhem pelas Antilhas ecaiam, com essa força a mais, em nossasterras da América».

Embaixadora, tudo começou há muitomais de 26 anos, há muito mais do que 55anos atrás. Juntamente com a agressão mi-litar, a fabricação de pretextos, os planospara uma invasão direta, as medidas de as-fixia de nossa economia, o terrorismo de Es-tado, a desestabilização e a subversão — ecito o memorando infame do vice-secretáriodo Estado, Lester Mallory, assinado em 6 deabril de 1960 — «...provocar decepções e odesânimo, através da insatisfação econômi-ca e as dificuldades (...), negando a Cubadinheiro e suprimentos, a fim de reduzir ossalários nominais e reais. Com o objetivo de‘provocar a fome, o desespero e a derruba-da do governo’, o bloqueio contra Cuba foicriado».

No entanto, quando o presidente RaúlCastro Ruz e o presidente Barack Obama fi-zeram aqueles anúncios surpreendentes e

Vamos persistir, com o consenso de nossopovo e, especialmente, o compromisso

patriótico dos cubanos mais novos, na lutaantiimperialista e na defesa de nossa

independência

Bruno Rodríguez, chanceler de Cuba.

EXTRAÍDO DO TWITTER DE CUBAMINREX

NACIONAL4 10.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

esperançosos, em 17 de dezembro de 2014,o presidente Obama descreveu o bloqueiocomo infrutífero e obsoleto, ineficaz em rela-ção aos seus objetivos, causando danos aopovo cubano e o isolamento do governo dosEstados Unidos. Mais tarde, descreveu obloqueio como inútil para promover os inte-resses norte-americanos; falhado, sem sen-tido, inviável e um fardo para os cidadãos.

Mas o bloqueio nunca foi reconhecidocomo uma violação flagrante, em massa esistemática dos direitos humanos dos cuba-nos, o que foi omitido de forma cínica pelaembaixadora dos Estados Unidos algumashoras atrás; nem foi reconhecido como umaviolação do Direito Internacional ou um atode genocídio, de acordo com a Convençãode Genebra; nem houve renúncia aos seusobjetivos de subjugação do nosso povo. Noentanto, o presidente dos Estados Unidos,repetidamente, declarou sua decisão deusar seus poderes executivos e trabalharcom o Congresso para levantar o bloqueio.

Um reflexo prático desta vontade foi o votoem abstenção dos Estados Unidos, em2016, desta resolução, sobre a qual a em-baixadora dos Estados Unidos zombou.

Durante este período, foram realizadosprogressos substanciais em termos de rela-ções diplomáticas, diálogo e cooperação emáreas de interesse e benefícios mútuos;mas o bloqueio, nestes últimos dois anos,em todos os fundamentos, permaneceu,embora tenham sido adotadas algumas de-cisões executivas que modificaram sua apli-cação de forma muito limitada, mas na dire-ção positiva. Foi significativa a maneira pelaqual, dentro da proibição legislativa de viajara Cuba, que constitui, aliás, uma violaçãodos direitos e liberdades civis dos cidadãosdos EUA — que ela também não menciona— no entanto, deu-se uma expansão do usodas licenças de viagens. Resultados tangí-veis também foram alcançados em termosde cooperação bilateral, em benefíciomútuo, em áreas tão importantes como oconfronto com o terrorismo, o tráfico de dro-gas ou o crime digital.

Senhor presidente:Em 16 de junho passado, o presidente Do-

nald Trump proclamou o bloqueio como eixofundamental de sua política anticubana eanunciou um grupo de medidas voltadaspara o seu aperto.

Em um discurso antiquado e hostil, típicoda Guerra Fria, e diante de uma audiênciacomposta, entre outros, por antigos funcio-nários da tirania de Batista, adeptos à ane-xação e terroristas, o presidente dos EUAretomou repetidas alegações sobre supos-tas violações dos direitos humanos emCuba, para justificar o fortalecimento do blo-queio, Neste pódio, nesta manhã, escuta-mos seu eco, sua caixa de ressonância.

O presidente Trump não tem nenhuma au-toridade moral para questionar Cuba. Elepreside um governo de milionários destina-do a aplicar medidas selvagens contra as fa-mílias de menos renda e os pobres dessepaís, as minorias e os imigrantes. Aplica umprograma que atiça o ódio e a divisão. Eleapregoa um excepcionalismo perigoso e asupremacia, disfarçados de patriotismo, oque provocará mais violência. Ele ignora avontade dos eleitores: dois terços dos ame-ricanos e também dos cubanos que residemnos Estados Unidos e que apoiam o fim dobloqueio.

As políticas atuais nos Estados Unidosprejudicam os cidadãos, prevalece a corrup-ção da política, sequestrada pelos chama-dos «interesses especiais», isto é, interes-ses corporativos e o dinheiro; a falta de ga-rantias na educação, saúde e previdênciasocial, as restrições à sindicalização e a ter-rível discriminação de gênero.

Merecem ser condenados o uso da tortu-ra, o assassinato de afro-americanos pelapolícia, a morte de civis por suas tropas, ouso indiscriminado e racialmente diferencia-do da pena de morte, o assassinato, a re-pressão e a vigilância policial dos imigran-tes, a separação das famílias e a detençãoou deportação de menores e as medidas

brutais com as quais ameaça os filhos deimigrantes ilegais que cresceram e forameducados nos Estados Unidos.

É o governo que perdeu o voto popular.A embaixadora dos Estados Unidos ex-

pressou-nos seu sonho. Eu prefiro repetir osonho de Martin Luther King, quando disse:Sonhei que um dia esta nação vai se levan-tar e viverá o verdadeiro significado de seucredo. Todos os homens são criados iguais.Que ressoe o sino da liberdade (Aplausos).

Ela veio para nos dizer que reconhece queo futuro da Ilha repousa nas mãos do povocubano. Está mentindo de forma rotunda,nunca foi assim em toda a história. É a his-tória das tentativas de dominação e hege-monia sobre Cuba.

A política anunciada visa levar as relaçõesde volta a um passado de confronto, parasatisfazer os interesses espúrios dos círcu-los extremistas da direita dos EUA e de umaminoria de origem cubana frustrada e enve-lhecida, assente na Flórida.

O Memorando Presidencial que estabele-ce a política em relação a Cuba inclui, entreoutras medidas, novas proibições sobre asrelações econômicas, comerciais e financei-ras de empresas norte-americanas com em-presas cubanas. Também restringe, deforma adicional, a liberdade de viagem doscidadãos dos EUA com a eliminação dasviagens individuais na categoria de trocasdenominadas «povo a povo» e medidas devigilância sobre o resto dos visitantes dessepaís.

Nas últimas semanas, o presidente DonaldTrump reiterou em quatro ocasiões diferen-tes (incluindo perante esta Assembleia, emsetembro passado) que seu governo não le-vantará o bloqueio contra Cuba, a menosque Cuba faça mudanças na sua ordem in-terna.

Reitero hoje que Cuba nunca aceitará con-dições ou imposições e lembramos ao pre-sidente e à embaixadora que essa aborda-gem, aplicada por uma dúzia de seus prede-cessores, nunca funcionou ou funcionará.Será mais uma na conta de uma política an-corada no passado.

Mais recentemente, sob o pretexto dasafetações de saúde de alguns diplomatasem Havana, sem a menor evidência de sua

causa e origem, porque eles mentem quan-do falam de ataques ou incidentes, ou resul-tados das investigações em curso, o gover-no dos Estados Unidos adotou novas medi-das de natureza política contra Cuba, queaprofundaram o bloqueio e afetaram as rela-ções bilaterais no seu conjunto.

Entre eles, suspendeu a emissão de vistospara viajantes e emigrantes cubanos, emseu consulado em Havana, o que prejudicao direito de os cidadãos viajarem livrementee visitarem o país por curtos períodos, comojá o fizeram mais de 163 mil cubanos nesteano. Ou dificulta seriamente o reagrupamen-to familiar de outras pessoas, no âmbito doacordo bilateral para conceder, pelo menos,20 mil vistos de imigrantes por ano. O requi-sito de uma entrevista cara a cara com via-jantes cubanos, nos consulados dos EUAem países terceiros e para os emigrantes naseção consular dos EUA em Bogotá fará au-mentar consideravelmente as formalidadese as tornará inviável para uma grande partedelas. Onde estão seus direitos no discursodos Estados Unidos?

Não há como justificar que isso prejudicaas pessoas e as famílias, no fim de tentar al-cançar objetivos políticos contra a ordemconstitucional em Cuba.

O governo dos EUA, com o objetivo políti-co de limitar as viagens e prejudicar o turis-mo internacional a Cuba, também emitiu umaviso infundado e absolutamente mendazaos cidadãos dos EUA para que evitem visi-tar nosso país.

Através da expulsão injustificada do pes-soal do nosso consulado geral em Wash-ington, único nos Estados Unidos, limitouseveramente a capacidade deste paraprestar serviços aos viajantes americanose, especialmente, aos residentes cubanosaqui, os quais têm o direito absoluto de vi-sitar e interagir com normalidade com asua nação.

Igualmente, reduziu arbitrariamente e demaneira infundada o pessoal da nossa em-baixada, que causou, entre outras conse-quências, a desmontagem do seu escritórioeconômico-comercial, com o malsão propó-sito político de privar de um interlocutor aosetor empresarial americano, genuinamenteinteressado em explorar oportunidades de

negócios existentes, mesmo dentro do qua-dro restritivo dos regulamentos de bloqueio.

Também não é surpreendente, depois doque a senhora embaixadora disse aqui, nemanteriormente seus líderes, de que o presi-dente dos Estados Unidos não leva em con-sideração o apoio internacional unânimeaos progressos que ele está agora reverten-do, nem a demanda similar a favor de um le-vantamento total, imediato e incondicionaldo bloqueio.

Senhor presidente:Como afirmou o presidente Raúl Castro

Ruz em 14 de julho passado, «reafirmamosque qualquer estratégia que busque destruira Revolução, bem seja por meio da coerçãoe das pressões, ou lançando mão de méto-dos sutis, vai fracassar. [...] Cuba está dis-posta a continuar negociando questões bila-terais pendentes com os Estados Unidos,com base na igualdade e no respeito pelasoberania e independência do nosso país epara continuar o diálogo e a cooperaçãocom respeito em tópicos de interessecomum com o governo norte-americano.

«Cuba e os Estados Unidos podem coope-rar e coexistir, respeitando as diferenças epromovendo tudo aquilo que beneficieambos os países e países; mas ninguémpode esperar que Cuba deva fazer conces-sões inerentes à sua soberania e indepen-dência [...] ou negociar seus princípios ouaceite condicionamentos de qualquer tipo,como nunca fizemos antes na história daRevolução». Fim da citação (Aplausos).

Senhor presidente:Cuba apresenta hoje, pela vigésima sexta

ocasião consecutiva, perante a AssembleiaGeral das Nações Unidas, o projeto de reso-lução (intitulado) «Necessidade de pôr fimao bloqueio econômico, comercial e finan-ceiro imposto pelos Estados Unidos daAmérica contra Cuba».

Na situação atual, este texto adquire rele-vância especial, em face do recuo que signi-ficam as ações do novo governo dos Esta-dos Unidos contra Cuba.

O bloqueio constitui o maior obstáculopara o desenvolvimento econômico e socialdo país e para a implementação do PlanoNacional, de acordo com a Agenda 2030das Nações Unidas. É o principal obstáculo

CUBAMINREX

NACIONAL 510.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

para o desenvolvimento das relações econômicas, comerciais e financeiras entreCuba e os Estados Unidos e o resto domundo.

De acordo com os cálculos realizados deforma rigorosa pelas instituições cubanas, obloqueio causou, no ano decorrido entreabril de 2016 a abril de 2017, perdas para aeconomia cubana na ordem dos US$ 4,305bilhões (4.305.000.000).

Esse valor é sobre o dobro do que serianecessário como investimento estrangeirodireto anual para que a economia cubanapossa avançar substancialmente rumo aodesenvolvimento.

Os danos acumulados atingem o enorme valor de US$ 822,2 bilhões(822.280.000.000), calculados tendo emconta a depreciação do ouro. Aos preçosatuais, eles somam US$ 130,1 bilhões(130.178.000.000).

Dezenas de bancos de países terceirosforam afetados, no último período, pela per-seguição extrema e tenaz das transações fi-nanceiras cubanas.

O bloqueio é contrário ao Direito Interna-cional e sua aplicação agressivamente ex-traterritorial prejudica a soberania de todosos Estados. Também prejudica os interes-ses econômicos e comerciais em todas aslatitudes.

Senhor presidente:A embaixadora dos Estados Unidos tam-

bém esqueceu mencionar que o bloqueioconstitui uma violação flagrante, em massae sistemática dos direitos humanos das cu-banas e cubanos e pode ser qualificadocomo um ato de genocídio, nos termos daConvenção, de 1948, sobre Prevenção e Pu-nição do Crime de Genocídio. É também umobstáculo para a cooperação internacionalque Cuba oferece em áreas humanitárias a81 países do Sul.

Os danos humanos causados pela aplica-ção desta política são incalculáveis. Nãoexiste uma família ou serviço social cubano

em Cuba que não sofra as privações e asconsequências do bloqueio. A emigraçãocubana também sofre discriminação edanos.

No ano passado, a empresa cubana queimporta e exporta produtos médicos, Medi-cuba SA, fez pedidos para comprar supri-mentos a 18 empresas dos EUA, as quaisse recusaram ou nunca responderam.

Outros, como a corporação norte-america-na Promega, reconhecida pelo desenvolvi-mento de kits de diagnóstico para determi-nar a carga viral em pacientes com HIV-Aids, hepatite C ou doenças renais, recu-sou-se, em junho de 2017, a vender seusprodutos à Medicuba SA, alegando que oDepartamento do Tesouro mantém sançõescomerciais que proíbem a venda de seusprodutos à Ilha.

Na mesma data, e com o mesmo argumen-to, a empresa New England Biolabs Inc., quecomercializa uma ampla gama de enzimas,como a Proteinase K, que é um reagente quepermite diagnosticar doenças virais comodengue, zika e chikungunya, bem como ou-tras enzimas com múltiplos usos para odiagnóstico de malformações congênitas defetos e determinar a compatibilidade queexiste entre os doadores de órgãos e os pa-cientes que serão transplantados de rim,medula óssea, fígado, entre outros, recusou-se a atender o pedido de fornecimentos aCuba.

Sob o mesmo argumento, essa empresase recusou a fornecer recursos de naturezatotalmente humanitária a Cuba.

Em abril de 2017, o provedor alemão Ec-kert & Ziegler Radiopharma Gmbh recusou-se a vender à mesma empresa médica cu-bana o gerador Ge-68 / Ga-68, com seuscomponentes, que é uma equipe utilizadano diagnóstico de câncer de próstata. Deacordo com a empresa, não era possível for-necer o produto diretamente a Cuba, nematravés de um país terceiro, porque o blo-queio o impede.

O serviço de cardiologia do hospital clíni-co-cirúrgico Hermanos Ameijeiras precisaurgentemente de um dispositivo de assis-tência circulatória para tratar do choque deorigem cardíaca, a cardiologia intervencio-nista e para a eletrofisiologia, que permite arecuperação da insuficiência cardíaca e oprolongamento da vida do paciente.

A empresa norte-americana Abiomed,líder no mercado global desses produtos,tem o sistema Impella, ideal para tratardessas condições. Em setembro de 2016 efevereiro de 2017, a empresa Medicuba SAentrou em contato com a empresa para es-tudar a possibilidade de incorporar o pro-duto no sistema de saúde em Cuba; masaté este minuto a empresa se recusou aresponder.

Senhor presidente:Agradecemos profundamente a todos os

governos e povos, parlamentos, forças po-líticas e movimentos sociais, representan-tes da sociedade civil, organizações inter-nacionais e regionais que contribuíramcom sua voz e o voto, ano após ano, parajustificar a justiça e a urgência da aboliçãodo bloqueio.

Agradecemos, também, à grande maioriado povo norte-americano por seu apoio aeste objetivo louvável.

É uma ofensa à consciência da humanida-de que a embaixadora dos Estados Unidosse referisse ao governo bolivariano da Vene-zuela dessa maneira inaceitável e interven-cionista. Ofende ao heróico venezuelano, aunião cívico-militar, o governo bolivariano echavista, liderado pelo presidente NicolásMaduro Moros.

O governo dos Estados Unidos mentequando declara que a Venezuela é umaameaça à sua segurança nacional, sendoa Venezuela, curiosamente, a primeira re-serva de hidrocarbonetos certificada noplaneta.

Tal como o Libertador Simón Bolívar es-creveu: «...os Estados Unidos parecem des-

tinados pela Providência a espalhar a misé-ria na América, em nome da liberdade». Eurespondo à embaixadora com as palavrasde Bolívar.

Estamos em meio a um processo eleitorallimpo e constitucional em Cuba, onde os as-sentos não são comprados ou prevaleceminteresses especiais, onde não há campa-nhas cheias de mentiras, onde venha a co-mandar o dinheiro; eleições nas quais avontade dos eleitores não é manipulada;eleições em que a divisão e o ódio não sãoatiçados.

Senhor presidente:Nós louvamos especialmente a todos

aqueles que expressaram preocupação erejeição pelas medidas coercivas anuncia-das pelo atual governo dos EUA.

O povo cubano nunca desistirá de cons-truir uma nação soberana, independente,socialista, democrática, próspera e susten-tável (Aplausos).

Vamos persistir, com o consenso de nossopovo e, especialmente, o compromisso pa-triótico dos cubanos mais novos, na luta an-tiimperialista e na defesa de nossa indepen-dência, pela qual já morreram milhares decubanos e corremos os maiores riscos,como demonstramos em Playa Girón e fren-te a todas as ameaças.

Nós manteremos eterna lealdade ao lega-do de José Martí e de Fidel Castro Ruz(Aplausos).

Senhor presidente;Distintos representantes permanentes;Prezadas delegadas e delegados:Nosso povo está acompanhando este de-

bate com esperança. Em nome desse povo,solicito a vocês votarem a favor do projetode resolução A/72/L.30, «Necessidade depôr fim ao bloqueio econômico, comercial efinanceiro imposto pelos Estados Unidos daAmérica contra Cuba».

Muito obrigado (Aplausos prolongados)Exclamações de: «Viva Cuba!» «Cuba sim,

bloqueio não!» •

NACIONAL6 GRANMA INTERNACIONAL10.NOVEMBRO.2017 |

Temas polêmicos e novos,presentes na agenda dos

congressos médicos cubanosTexto e foto: Nuria Barbosa León

• PARA debater acerca da psicologia no setor da saúde, dasdoenças urológicas e endocrinológicas, Havana celebra várioscongressos médicos, para propiciar a troca de conhecimentoacerca das novidades científicas nessas especialidades.

O evento de Psicologia da Saúde (Psicosalud 2017) tevesessões de 1º a 3 de novembro no Palácio das Convenções,em Havana e debruçou-se sobre temas tais como: bem-estare qualidade de vida; a saúde familiar; modelos psicoterapêu-ticos, saúde materno-infantil e de adolescentes, psicooncolo-gia, formação de recursos humanos e outros.

O doutor Alberto Cobian Mena, presidente da SociedadeCubana de Psicologia da Saúde explicou ao Granma Interna-cional que os principais eixos temáticos respondem à atuali-dade e ao dinamismo do conhecimento científico. Ainda, de-batem-se aspectos teóricos e metodológicos deste ramo dosaber dentro e fora de Cuba, com especificidade na lideran-ça de vários países, com ampla experiência nessa disciplina.

Acerca deste intercâmbio acadêmico, Colina Mena, tam-bém professor titular e de mérito, da Universidade de Santia-go de Cuba, significou que os sujeitos devem ser empodera-dos a partir de uma psicologia positiva, com um modo de agirfocado ao otimismo porque quando predominam os pensa-mentos para o amor, a esperança e a conquista de metas au-menta a proteção imunológica do organismo e diminuem asdoenças.

«Nossa grande aspiração social é ter uma sociedade sau-dável, para isso devemos eliminar a hostilidade, a agressivi-dade, a violência entre as pessoas».

Nesse contexto, onde a sociedade entra em crise, porcausa dos muitos valores negativos presentes no mundoatual, porque predomina o egoísmo, o mercantilismo, a pilha-

gem e a desenvoltura, precisa-se de muita intervenção psico-lógica para que as pessoas encontrem a harmonia», explicouCobian Mena, especialista em Hipnose terapêutica e psico-neuroimunologia

Igualmente, para debater acerca da imunologia, genética eendocrinologia, a diabetes mellitus, doenças da tiróide, obe-sidade, afecções da hipófise, desordem no metabolismo eoutros temas; de 8 a 10 de novembro terá lugar a 9ª ediçãode ‘Endocrinologia 2017’ junto ao 3º Congresso sobre saúdereprodutiva na mulher diabética, ‘Seredia 2017’.

A esse respeito, a doutora Silvia Turcio Tristán, especialistade segundo grau em endocrinologia, professora e pesquisa-dora auxiliar destacou que no importante fórum pretendemdebater os temas da especialidade médica de maior trans-cendência, buscando a integração do conhecimento das ins-tituições médicas, tendo como ponto de partida os resultadosalentadores obtidos nos últimos anos.

A presidenta da Sociedade Cubana de Endocrinologia adver-tiu: «Hoje conformamos o registro nacional dos pacientes dia-béticos do tipo 1 para ter um dado exato da prevalência da pa-tologia no seio da sociedade. Neste momento calculamos emtorno de um milhão de pacientes com diabetes, dos quais sótemos contabilizados uns 700 mil. Portanto, assumir este con-trole inclui diagnosticar cem por cento da população que pade-ce da doença e, contudo, não conhece que está doente».

Ainda, referiu-se a outros padecimentos da glândula tiróidee daqueles que provocam infertilidade, temas debatidos emsessões científicas realizadas em nível de município e pro-víncia, que por sua importância merecem ser tratados emum evento de maior alcance, de forma a propiciar a uniformi-dade em seu tratamento, a partir de experiências mundiais.

Com similar critério, de 6 a 9 de novembro, reúne-se o 21ºCongresso de Urologia, que reúne especialistas do mundo

dedicados a promover a saúde e qualidade de vida dos ci-dadãos com afecções do trato genital-urinário. O espaçode discussão serve de âmbito para celebrar a 3ª Jornadade Urologia Pediátrica; o 5º Encontro Ibero-americano En-dourologia, Ondas de choque e Cirurgia Laparoscópica emUrologia, e a 3ª Jornada Internacional de Enfermagem Uro-lógica. Ainda, paralelamente, decorre a reunião anual daSecção de Nova York, da Sociedade Americana de Urolo-gia (American Urological Association, AUA)

A doutora em Ciências Tania González León, professorae pesquisadora titular, indicou que os encontros matuti-nos são destinados para as conferências magistrais e àstardes para a discussão acadêmica em comissões. «Cubaapresentará novas experiências na utilização do laserpara o tratamento das doenças renais. Falaremos de ci-rurgias tradicionais e laparoscópica para extirpar lesõesmalignas, com critérios de conservar a unidade renal nopaciente, evitando, futuramente, a diálise ou o transplan-te renal».

Os membros da Sociedade Cubana de Urologia resolve-ram dedicar uma conferência magistral a destacar a vida ea obra do doutor Joaquín Albarrán, urologista cubano comcontributos importantes à especialidade no mundo. Tam-bém desejam ressaltar o desempenho de cada hospitalcom serviços na especialidade e serão montados pôstereseletrônicos, que informarão de maneira rápida o desenvol-vimento atingido ao longo do país.

O propósito destes encontros é o de propiciar aos partici-pantes um espaço para desenvolver uma ampla troca deideias sobre aspectos metodológicos, teóricos e práticosem cada disciplina específica, e em seu vínculo com outrasespecialidades e campos do conhecimento que tenham asaúde humana como alvo de estudo. •

Da esquerda para a direita o psicólogo Alberto Cobian Mena, a endocrinologistaSilvia Turcio Tristán e a urologista Tania González León.

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FICO ORTOPÉDICO INTERNACIONA

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Diretor:Rodrigo Alvarez Cambras

Ave. 51 No.19603 La LisaLa Habana

CubaTel: (537) 271 8646/ 271 9055/ 273 6480Fax: (537) 273 6480/ 273 1422/ 273 6444

E Mail: [email protected]@fpais.sld.cu

www.frankpais-ortop.comwww.ccortopfpais.sid.cu

O Complexo hospitalar mais extenso e integral do mundo, dedicado à cirurgiaortopédica, traumatológica, reconstrutiva e reabilitadora do sistema

osteomioneuroarticular.Oferece tratamento em doenças da coluna vertebral; hérnia de disco; paralisia

da medula espinhal de origem traumática, congênita ou adquirida; paralisia dos nervosperiféricos; tumores ósseos e de partes brandas; fraturas e seqüelas de fraturas;

pseudoartrose; infecções ósseas e articulares; deformidades congênitas e adquiridas dos membros.

Além disso, dedica-se à cirurgia reconstrutiva em lesões de pés e mãos; enxertosósseos e de articulações parciais e totais; substituições com próteses das articulações;

microcirurgia; artroscopia; alongamento dos ossos por problemas congênitos ouadquiridos, baixa estatura ou nanismo; cirurgia de revascularização e enxerto em

lesões da medula espinhal em necroses articulares.O hospital também oferece serviços especializados nas técnicas de fixação

externa e em lesões e traumatismos esportivos.Também conta com o Centro de Saúde Física e Esporte Ortoforza, dedicado àpromoção, recuperação e apoio da saúde física, através do controle médico, dareabilitação e do esporte; tudo isto em uma confortável instalação que dispõe de

consultas médicas, ginásio com diferentes equipamentos, quadras de tênis, piscina, minigolfe, recinto para corridas, assim como serviços de restaurante, cafetaria

e outros.Também fazem parte do Complexo a Escola Ibero-Americana de Ortopedia e

Traumatologia, e o Centro de Eventos Ortop, dedicados, respetivamente, à organizaçãode cursos e estágios, e à realização profissional de congressos e diferentes tipos de

reuniões. Para isso, têm salões devidamente equipados e pessoal técnico qualificado.

ORTOPCentro de Eventos Centro de Saúde Física e Esporte

ORTOFORZA

NACIONAL 710.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Yisel Martínez García

• NOS últimos dez anos, a América Latinateve progressos significativos em termos deconectividade. Os países mais avançados daregião conseguiram, aos poucos, ir fechandoa brecha em termos de acesso à Internet, oque se traduz em cada dia mais latino-ame-ricanos conectados, maior velocidade deacesso e preços mais baixos, em termosreais. E embora isso seja uma boa notícia,ainda hoje em cada dois latino-americanos(50%) não está conectado e tem brechas quese ampliam como a da Internet das coisas.

Pablo Bello, diretor executivo da Associa-ção Interamericana da Empresa das Teleco-municações (Asiet), uma companhia quereúne atualmente as mais importantes em-presas das telecomunicações, tanto públicasquanto privadas, da América Latina, acedeua conversar com o Granma Internacionalsobre os desafios da região referidos ao de-senvolvimento tecnológico.

Para ele, o fechamento da brecha digital éo mais urgente.

«Este avanço requer de muitos investimen-tos. Estamos falando da construção de redesmais avançadas, a extensão de fibra óptica,a instalação de antenas de quarta e depoisde quinta geração e de mais espectro radioe-léctrico. Os países da América Latina paraconsegui-lo, precisam dar um pulo ainda im-portante para reduzir a brecha digital e parater uma infraestrutura de conectividade declasse mundial», explica.

REDUZIR A BRECHA DIGITAL

Falar da redução da brecha digital envolve,além de investimentos e infraestrutura aonível dos países desenvolvidos, saber tam-bém o quê fazer com essa conectividade.

«Devemos saber como criar valor sobreessa conexão para que, efetivamente, estarligados se manifeste em melhor qualidade devida, em criar meios de riqueza, em maiorigualdade e oportunidades para todos».

«Esse é um âmbito no qual a América Lati-na ainda não está muito bem. Foi se reduzin-do a brecha da conectividade, mas em ter-mos do uso eficiente, produtivo e social dastecnologias da informação como um fator deprogresso, estamos muito longe dos paísesmais desenvolvidos», acrescenta Bello.

Conseguir que as políticas públicas se fo-calizem em incorporar tecnologia da informa-ção em cada um dos processos produtivos,inclusive nos mais tradicionais, é um dosdesafios que expõe o diretor executivo daAsiet.

«A ideia é fazer isto em todos os países daAmérica Latina e em todos seus espaçosprodutivos», insistiu Pablo Bello. «Ao mesmotempo, ser capazes de desenvolver serviços,conteúdos e aplicativos digitais que permi-tam fazer essa transformação tecnológica e

também, desenvolver outra classe de ativida-des produtivas pudendo tirar muito melhorproveito a nossa própria riqueza cultural. Dos100 sites mais visitados na América Latina,26 são latino-americanos e em cada quatro,três são de origem estrangeira».

«Hoje através da Internet, estamos transfe-rindo nossa riqueza cultural aos países de-senvolvidos e não aproveitamos isso na re-gião. Tudo o que é inovação, música, arte,empreendimentos associados aos nossos fa-tores culturais, o idioma, deve ser aproveita-do e converter essa oportunidade que são astecnologias da informação em um fator detransformação», acrescenta Bello.

POR QUE APOSTAR NA TECNOLOGIA?

Em um continente como a América Latinaonde escasseiam os recursos e existem ne-cessidades sociais, de saúde, de educação emuitas outras, por que investir em tecnologiae Internet quando há tantas urgências?

«Tem a ver com um investimento de futuro,com sair de um círculo da pobreza e cons-truir um caminho de crescimento e de pro-gresso. É uma decisão complexa, mas seforem analisados a evidência e os estudos in-ternacionais, é categórica», expõe Pablo Bello.

Segundo relatórios públicos que estudam aregião, se a América Latina não dá um puloimportante em termos de competitividade dacapacidade produtiva para enfrentar os mer-cados mundiais, o crescimento econômiconos próximos 15 anos será entre 40% e 50%mais baixo do que o crescimento econômicodos 15 anos anteriores.

«Isso significa que se não fazemos agoratransformações em nossa estrutura produti-va, incorporando a Internet e a tecnologia dainformação, para criar mais valor, o quevamos ter é uma década perdida. Dez, 15anos de muito baixo crescimento, nos quaisvão aumentar a pobreza, as necessidades evão continuar crescendo os problemas.

«Romper o círculo vicioso da pobreza e re-solver as necessidades que tem a cidadaniaem termos de qualidade de vida, consegue-se com transformações na estrutura produti-va através do uso intensivo das tecnologias.Se queremos ser países desenvolvidostemos que fazer coisas diferentes e parafazer coisas diferentes é preciso investir emtransformação tecnológica», argui PabloBello.

AVANÇOS NA AMÉRICA LATINA E O CASOCUBA

«Na América Latina há casos de sucessoquando falamos da redução da brecha digi-tal. Chile, Uruguai, Colômbia, Costa Rica,são os exemplos mais relevantes». Segundoexplica Bello, todos têm políticas muito dife-rentes e soluções diferentes, mas em todos,sem exceção, há ainda uma parte da popula-

ção que não está ligada. São as pessoasmais pobres, as que moram em zonas afas-tadas, onde não há conexão ou esta é defi-ciente.

«Em todos os países há desafios, mastambém não se trata de dizer, este país fezisso muito bem, vamos copiar. Cada país édiferente e tem suas particularidades. Em al-guns casos as empresas são públicas, emoutras privadas, ou há só uma empresa. E oque demonstra a evidência é que com diver-sos modelos se podem conseguir bons re-sultados».

Quando o diretor executivo de Asiet fala daregião, explica que de fora, os indicadores deCuba vão progredindo. Sobre o Plano de In-formatização da sociedade que realiza o paísdeu também seus critérios.

«Penso que está muito bem focado e quese está avançando. A empresa Etecsa estáfazendo importantes trabalhos neste sentidocom as zonas Wifi e a conectividade agoraaté os lares. Isso vai na direção correta, oproblema é que, claro, há restrições econô-micas como há nos demais países da Améri-ca Latina. Para as famílias de menor rendanão é fácil, por isso tem que usar modeloscomunitários como o de conexões Wifi emespaços públicos. Tudo isso vai na direçãocorreta, o tema é como irmos mais rápido enisso temos que trabalhar juntos», insistiuPablo Bello.

Em Cuba, percebe, acontece algo que ébem diferente do que acontece em outraspartes da região. Em muitos países se reduza brecha, avança-se em conectividade, mas

falta muito em uso, conhecimento, capacida-de, em práticas associadas.

Aqui, possivelmente é um pouco ao avessoporque há maior capacidade de criação,mais engenheiros, informáticos que estãotrabalhando em soluções, aplicações de tele-medicina, em sites culturais, em fazer empre-endimentos de diverso tipo, mas estão maisatrasados em termos de conectividade.

Sobre este tema assegurou estar muito im-pressionado com a vontade de trabalho dosjovens das universidades.

Expressou sua impressão sobre os aplicati-vos desenvolvidos no país, no âmbito dasaúde, relacionados com telemedicina, fi-chas médicas e gestão hospitalar.

Por outro lado, ressaltou a capacidade dosengenheiros e dos informáticos para criar so-luções, aplicativos e dar um uso eficiente eprodutivo às tecnologias da informação.Nesse sentido, afirmou que Cuba tem umaposição de liderança espetacular.

«O altíssimo nível de seus informáticos einformáticas, é válido de reconhecer. Sobre-tudo, é preciso salientar o papel da mulher in-formática cubana porque está a um nívelmuito acima das de outros países da Améri-ca Latina, onde claramente há uma diferen-ça, porque é uma indústria de homens. Eunão sei como Cuba conseguiu quebrar essabrecha de gênero, mas ver as mulheres emposições de liderança me parece fascinantee fantástico».

«Esse investimento de ter as universidadescomprometidas com a busca de soluções,criando empresas a partir da universidadepara gerar soluções a um governo eletrônico,no âmbito da saúde, da cultura, da educa-ção, penso que isso, sem dúvida, é indispen-sável como fator de desenvolvimento».

«Acho que se tem algo que criticar ou dizeré que essa capacidade e esse know-how sevenda mais para fora. A América Latina temque conhecer mais acerca do trabalho deCuba nesse sentido, a região é um espaçonatural para que essas soluções se possam,inclusive, comercializar. É um mercado emque toda essa capacidade pode ser utilizadapara gerar mais riqueza para os cubanos»,assegurou o diretor executivo de Asiet.

Infraestrutura, reduzir a brecha digital, con-seguir conectividade de classe mundial, tele-comunicações e que a América Latina sejamuito mais avançada em termos tecnológi-cos não é um capricho, é uma necessidade.Requer-se transformar a economia e a socie-dade sobre essa conectividade e isso preci-sa de políticas públicas bem focadas.

«Cuba tem uma posição de liderança emrelação a este tema, da qual a América Lati-na tem muito que aprender e Cuba tem muitoque exportar. Não somente em termos deconhecimento, mas também de soluções ede software, de aplicativos e de sistemas quepossam ser utilizados em outras partes daAmérica Latina». •

Pablo Bello Arellano.

O desafio da América Latina é construir uma economia digital baseada na inovação, o empreendimento e a eficiência produtiva

ARIEL MONTENEGRO

América Latina: Composição dos 100 Sites da Internet mais Populares

66% doslares não

têmInternet

53% daspessoas

não usamInternet

Sites locais Sites Internacionais Adaptados Sites Internacionais

Fonte:

AméricaLatina

100

80

60

40

20

0Argentina Brasil Colômbia Chile México Peru Uruguai Venezuela

46

25

29

45

12

43

53

24

23

41

21

38

47

27

26

45

29

26

43

34

23

43

25

32

Investir em tecnologia é desenvolvimento

COLOR DE LA 8 PORTUGUES

Oportunidades para o investimentoestrangeiro em Cuba

ESPECIAL8 GRANMA INTERNACIONAL10.NOVEMBRO.2017 |

COLOR DE LA 8 PORTUGUES

Yisel Martínez García

• «TRANSFORMAR a economia de maneirasoberana e alcançar uma sociedade prós-pera, eficiente e sustentável é o propósitode Cuba. Para isso, o investimento estran-geiro constitui uma fonte de desenvolvi-mento fundamental e parte essencial da es-tratégia que o país vem implementando»,assegurou o ministro do Comércio Exteriore o Investimento Estrangeiro, Rodrigo Mal-

mierca Diaz durante o lançamento da novaPasta de Oportunidades para o investimen-to estrangeiro 2017-2018, na 35ª edição daFeira Internacional de Havana.

Neste ano, Cuba aprovou no Parlamento,as bases para elaborar o Plano Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social até2030. Esta pasta que é muito mais integraldo que as anteriores, é dividida em diferen-tes setores, de acordo com as bases desteplano.

«Hoje o investimento estrangeiro deixa deser um complemento para se converter emum ente essencial para o país. O trabalhoconcentra-se em incrementar a diversidadedas pastas anteriores, em correspondênciacom as políticas gerais e setoriais que jáforam aprovadas.

«Estamos transformando nossa econo-mia, atualizando nosso modelo; temos defi-nido quais são os eixos e os setores estra-tégicos, e é preciso levar em conta tudoisso, tendo bem presente o investimento docapital estrangeiro. Esta pasta é um reflexodessas prioridades que estão identificadasnas bases para a elaboração do Plano», in-sistiu o ministro do Comércio Exterior e oInvestimento Estrangeiro.

Desta vez se incorporam 156 projetos,com um montante de investimento de US$três bilhões, dos quais 29 se desenvolvemna Zona Especial de Desenvolvimento Ma-riel. Por outra parte, adequam-se os mon-tantes de investimento para 22 projetos ese retiram outros já concretizados ou queestão em fase avançada de negociação.

No setor bancário financeiro se ampliamprojetos encaminhados à atividade dos se-guros e se atualiza a política setorial, como objetivo de desenvolver novos produtos eserviços, em benefício do mercado cubano,os que, ao mesmo tempo, possam ser ex-portados. Ainda, amplia-se a política para osetor hidráulico, a partir da situação deseca no país.

A seguir, os diferentes setores e os princi-pais projetos que serão desenvolvidos.

Setor da indústria - 33 projetos: Produ-ção e comercialização de condutores elétri-cos, de estruturas metálicas, manejo de umsistema integrado de Gestão de ResíduosSólidos Urbanos. Produção de lâmpadasLED, de material descartável de uso médi-co, de vidro plano e suas manufaturas, a sedesenvolver na Zona Especial de Desenvol-vimento Mariel (ZED Mariel).

Setor Agrícola, Florestal e Alimentar -104 projetos: Reprodução de suínos para acomercialização de produtos acabadosdeste animal. Desenvolvimento e produçãode vegetais frescos em estufas, com desti-no para a exportação e o mercado internoem divisas. Criação de um centro de elabo-ração de alimentos e serviço de catering naZED Mariel. Projeto integral para a cria degado bovino em estábulos, com capacidadepara cinco mil cabeças. Produção e comer-cialização de café convencional de qualida-de superior.

Setor Açucareiro - 7 projetos: Vários re-lacionados com a administração de usinasaçucareiras, incorporando a geração deeletricidade como um subproduto importan-te. Produção de derivados da cana de açú-car com uma destilaria com capacidade deproduzir álcool, de 200 mil litros por dia.Alargamento e modernização de fábricasde rum. Modernizar e incrementar o alcan-ce de fábricas de caldeiras.

Setor do turismo - 152 projetos: Cons-trução e comercialização de capacidadesem hotéis e vilas de alto padrão em váriasregiões. Contratos de administração e co-

Oportunidades para o investimentoestrangeiro em Cuba

Zona Especial de

DesenvolvimentoMariel:

(ZEDM) uma dasmaiores atrações

para o capital de fora.

Incorporam-se 156 projetos com um montante de investimento de três bilhões de dólares.

A Pasta de Oportunidades foi lançada durante a 35a Feira Internacional de Havana.

RICARDO LÓPEZ HEVIA

ESPECIAL 9GRANMA INTERNACIONAL10.NOVEMBRO.2017 |

mercialização de hotéis. Contrato para aadministração de marinas. Criação de umarede de centros de pesca e mergulho emáreas protegidas, do parque aquático deHavana, de um parque de natureza e aven-tura em Abra de Canasí, bem como o esta-belecimento de um clube equestre interna-cional.

Setor da Energia - 13 projetos: Sãoprioritários e estão em função do desenvol-vimento da produção de energia, a partir defontes renováveis. Entre eles estão os par-ques eólicos, 11 projetos em usinas bioelé-tricas e parques solares fotovoltaicos de100MW, com 50MW de acumulação.

Setor da Mineração - 10 projetos: Re-conhecimento ou pesquisas geológicas(prospecção-exploração) a risco para metaispreciosos (ouro, chumbo, zinco) e outros mi-nérios de interesse, em várias regiões.

Setor dos Transportes - 8 projetos: Doisprojetos de serviços de reparação e manu-tenção a embarcações navais. Operação eadministração de Estaleiros em Casa Blan-ca. Obras de dragagem e recuperação depraias. Projetos para remodelação do esta-leiro da baía de Cabañas e serviço de alu-guel de carros ligeiros, em função dosusuários da ZED Mariel.

Setor indústria farmacêutica e biotec-nológica - 15 projetos: Incluem a produ-ção de vacinas para o tratamento do cân-cer, laboratórios de derivados do sangue,materiais biológicos; produção de citostáti-cos, pílulas anticoncepcionais, orais e hor-mônios e vacinas aviares.

Setor Saúde - 2 projetos: relacionadoscom os serviços de qualidade de vida, acriação de uma clínica internacional de me-dicina do esporte, controle e educação an-tidoping.

Setor construção - 14 projetos: Moder-nização de sistemas de engenharia para aconstrução e montagem. Serviço de repa-ração capital de equipamentos da constru-ção, aluguel, manutenção e reparação de

equipamentos da construção e içagem e oincremento das potencialidades no mármo-re, estes dois últimos na ZED Mariel.

Setor comércio - 4 projetos: OperadorLogístico para a Gestão das Redes de For-necimento de Alimentos Refrigerados. Co-mercialização por atacado de tecidos, mer-cearia, acessórios e confecções têxteis.

Setor hidráulico - 7 projetos: Moderniza-ção da produção de peças, acessórios ma-nipulados e outros elementos plásticos.Serviços de perfuração de poços profun-dos. Administração da produção de tubula-ções lisas o corrugadas. Serviços de hidro-geologia, aplicada ao controle do lençolfreático.

Setor da cultura - 2 projetos: Relaciona-dos com as possibilidades de promover ecomercializar os produtos e serviços nesteâmbito.

Setor audiovisual - 3 projetos: Constru-ção e montagem tecnológica de um foropara a produção e coprodução de materialaudiovisual em alta definição. Estabeleci-mento de um sistema de canais de paga-mento para a televisão nacional. Informáti-ca e meios audiovisuais para a educação.

Setor petróleo - 78 projetos: Exploraçãopetroleira a risco e produção compartilha-da em blocos de águas profundas, na ZonaExclusiva de Cuba no golfo do México. Re-cuperação secundária em jazidas em ex-ploração.

Setor imobiliário - 1 projeto: Construçãoe gestão de hangares do tipo standar naZED Mariel.

Setor logístico - 1 projeto: Construção eoperação de instalações e serviços logísti-co-integrais na ZED Mariel.

«No total esta pasta conta de 456 proje-tos, por um montante de capital ascenden-te a US$ 10,7 bilhões (10.700.000.000). Osprojetos encontram-se distribuídos por todoo país e se corresponde com as bases doPlano Nacional de Desenvolvimento até2030», assegurou Malmierca Diaz.

«Neste momento, encontram-se na fasede negociação 80 projetos com possibilida-des reais de se concretizarem, deles 15estão em uma fase muito avançada de ne-gociação e poderiam vir a ser aprovadosantes de o ano findar, para um montante deinvestimento superior a um bilhão de dóla-res», afirmou Malmierca.

A partir da promulgação da Lei do Investi-mento Estrangeiro, em 2014, até o momento,foram aprovados 22 reinvestimentos, 25novos negócios na Zona Especial de De-sen-volvimento Mariel e 85 mais fora dela, assina-dos com companhias de mais de 20 países.

Em sua apresentação, o ministro do Co-mércio e o Investimento Estrangeiro expli-cou as vantagens de investir em Cuba. Re-feriu-se à importância de contar com umapolítica geral e setorial bem definida, alémde um corpo legal seguro e transparente

que propicie um clima estável para o pes-soal estrangeiro.

Ainda, acrescentou a relevância da posi-ção estratégica da Ilha, o fato de contarcom uma política governamental que priori-za a inovação e as pesquisas e a manuten-ção de uma infraestrutura básica que per-mite, a qualquer investidor, desenvolver-seno mercado cubano.

Para que a economia cubana cresça deforma dinâmica são necessárias taxas deacumulação superiores a 20%, o que requerda presença de um capital estrangeiro de unsdois bilhões de dólares ao ano. Conseguirisso não é questão de um dia, precisa sercriado um ambiente empresarial e comercialatraente para o investimento estrangeiro eisto somente é possível colocando-o comouma fonte essencial nos planos futuros deCuba. •

A ZEDM será a sede de 29 dos novos projetos de investmento estrangeiro.

RICARDO LÓPEZ HEVIA

CULTURA10 10.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Mireya Castañeda

• EXISTEM mais de120 versões gravadasda imortal Sinfonia No. 2 em dó menor, deGustav Mahler, sob a batuta de reconhe-cidos diretores: Leonard Bernstein, Leo-pold Stokowski, Zubin Mehta, Claudio Ab-bado, Pierre Boulez. Porém, eu possogarantir que ouvir a sinfonia de Mahler aovivo não tem nada a ver com escutá-la nasolidão da casa. Ouvi-la, ver o diretor,músicos e cantores; isso é único.

No tradicional concerto da OrquestraSinfônica Nacional no domingo (29 deoutubro) tivemos o prazer de escutar amaravilhosa Sinfonia No. 2, intitulada ARessurreição, uma das peças sinfônico-vocais mais aplaudidas do repertório uni-versal.A Sinfônica, cujo diretor titular é o maes-

tro Enrique Pérez Mesa, apresentou-se,na ocasião, sob a batuta do diretor ale-mão Thomas Gabrisch, professor da Es-cola Superior de Música Robert Schu-mann, em Dusseldorf, Alemanha, quemhá cinco anos não só vem sendo convida-do para reger a Sinfônica, que em 2013regeu, com música da Terceira Sinfoniade Mahler, mas também da Orquestra deCâmara de Havana.

Para a apresentação da gigantescapeça, Gabrisch convidou nesta oportuni-dade, em Havana, a soprano alemã Sabi-ne Schneider, quem junto à contralto cu-bana María Felicia Pérez, assumiram opapel de solistas.Aliás, a peça precisa de uma grande or-

questra, um grande coro misto e nesteconcerto participaram mais de cemvozes, juntadas ao coro Ratingen, da Ale-manha e os coros cubanos Schola Canto-rum Coralina (diretora Alina Orraca), Corode Câmara Exaudi (diretora María FeliciaPérez), Camerata Vocal Sine Nomine (di-retora Leonor Suárez) e o Coro do ICRT(diretora Liagne Reyna).

No universo musical, a Sinfonia No. 2 deMahler (Áustria 1860–1911) é considera-da uma das obras mais grandiloquentes,composta para orquestra sinfônica comcoro. Tem umas dimensões surpreenden-tes, onde o compositor quer cogitar acer-ca da vida, a morte e a ressurreição.O compositor e regente cubano Guido

López-Gavilán, nesta ocasião como es-pectador na Sala Avellaneda do Teatro

Nacional, comentou para nossos leitoresque «Mahler demorou muitos anos emescrevê-la (1888-1894) e o fez por movi-mentos. É uma mostra de seu talentopara trabalhar a orquestra, as grandessonoridades, a duração surpreendente eé uma das peças que mais é tocada nosgrandes palcos do mundo. É uma grandesorte ter a oportunidade de escutá-la. Éum trabalho admirável pela parte deTomas Gabrisch. Pela primeira vez é to-cada em Cuba, pelo menos que eusaiba». Mahler, considerado um dos maiores e

originais sinfonistas, compôs nove peçasdo gênero e esboços de uma décima in-completa, devido a sua morte. A Segun-da, que hoje nos ocupa, recebeu as boas-vindas em sua estreia, em Berlim, sobsua regência, em 13 de dezembro de1895.A peça, uma das mais populares, é for-

mada por cinco extensos movimentos,onde o melômano se enfrenta às múlti-plas atmosferas, ideias e estados aními-cos, graças a uma incrível orquestração. Não posso deixar de falar acerca do espe-

tacular final, o canto de ressurreição docoro que, pouco a pouco, ascende de umpianíssimo até a apoteose de um grandiosohino de fé. Este último movimento é maiscumprido, durando mais de meia hora.A maestra María Felicia Pérez, quem alémde fazer a voz contralto na Sinfonia, foi aresponsável pela preparação e ensaio doscinco coros participantes, comentou paranossa publicação a grande significação deser escutada em Havana esta obra. «É algo que não tivemos a oportunidade

de realizar, é uma peça gigante tal comovocês escutaram, uma obra extraordiná-ria, com uma orquestração e uma profun-da riqueza harmônica, tímbrica, rítmica. Éuma das grandes peças da mudança quehá entre os séculos 19 e 20, acho queexecutar uma obra em alemão com umtexto filosófico, não foi simples».A diretora de Exaudi acrescentou que no

decurso da sua carreira musical nunca acantou, mas ficava muito contente porqueos jovens pudessem cantá-la e mostrarnosso desenvolvimento no canto coral.Também tocar esta peça extraordináriaajuda ao desenvolvimento da OrquestraSinfônica Nacional, integrada, também,por muitos jovens que tiveram esta chan-

ce. Ampliou que «para a orquestra, oscoros e o público foi magnífico poder tra-balhar com uma partitura que não é toca-da todos os dias, porque é muito grande eprecisa de muito tempo sua montagem.Ter a oportunidade de escutá-la no teatroé algo maravilhoso».

A imortal Sinfonia No. 2 A Ressurreição,do compositor austríaco Gustav Mahlerfoi revivida no Teatro Nacional de Havana,sendo compreendido o que seu composi-tor pensava acerca das sinfonias que«devem ser como o mundo: devem abran-ger tudo». •

Nesta foto de arquivo o maestro Guido López Gavilán rege a Orquestra Sinfônica Nacional, no teatroAmadeo Roldan.

O alemão Thomas Gabrisch tem em seu currículo a regência de mais de 200 óperas, 40 programasconcerto diferentes e composições próprias, nos teatros Deutsche Opera am Rhein, de Freiburg,Nurenberg, Colonia e Essen.

INTERNET

A GRANDE SINFONIA No 2 DE MMAAHHLLEERRO diretor alemão Thomas Gabrisch rege em Havana à Orquestra Sinfônica Nacional e um coro misto de mais de cem vozes

Uma ponte de povo a povo

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Amistur Cuba S.A. promove a singularidade, beleza e humanismo da nação cubana, com um olhardiferente que sorri à vida e ao futuro, em uma Ponte de Povo a Povo.

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ESPORTES 1110.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

• SANTIAGO DE CUBA.— «Cubase fortalece nas modalidades desalto, principalmente no salto triploe em distância, é a mudança queexige este ciclo olímpico que finali-za em Tóquio, Japão, 2020», decla-rou nesta cidade o presidente daFederação Cubana de Atletismo,Alberto Juantorena.

Juantorena, também vice-presi-dente da Associação Internacionaldas Federações de Atletismo(IAAF) elogiou o nível dos atletasjúniores, como Maikel Massó eJuan Miguel Hechevarría, ambossão saltadores em distância, aosque se acrescentam a lançadora dedisco, Denia Caballero, e a saltado-ra com vara Yarisley Silva, atletas jáconsagradas.

«Temos que cuidar dos jovens edar-lhes a confiança necessáriapara o sucesso olímpico», acres-

centou o campeão nas carreiras de400 e 800 metros em Montreal, Ca-nadá, 1976.

Acerca dos Jogos Centro-ameri-canos e do Caribe de Barranquilla,Colômbia 2018, considerou que ocertame é um forte desafio. «O es-porte rei é preponderante no em-penho de vencer o evento, um sópaís não pode ser uma potênciaem arremessos, carreiras de longadistância e velocidade, saltos e pro-vas combinadas, mas temos atletasque podem contribuir para conse-guir a primeira colocação por na-ções, tenho certeza de que conse-guiremos», significou.

«Trabalhamos muito forte, diaria-mente, revendo os planos de treino,é preciso atingir uma forma esporti-va ótima no momento adequado,desde as eliminatórias até a final»,sublinhou.

Acrescentou que existe um giná-sio recém-inaugurado e duas pistasque serão terminadas o mais rápi-do possível; «mas o primordial é oaspecto técnico, o fundamental é otrabalho dos treinadores», destacouo diretivo.

Juantorena ofereceu algunsdados acerca do elevado custo daprática atlética, pois se estima queum dardo custa por volta deUS$700, uma vara US$1.500, umcolchão para amortecer a queda dosaltador com vara US$46 mil, tam-bém o material sintético de umapista de treino de seis raias custa 0,5milhão de dólares (US$500.000).

«Cerca de 30 cubanos já classifi-caram para o torneio de atletismode Barranquilla 2018», acrescentouo ex-atleta, quem faz uma turnêpelas universidades do oriente deCuba. (ACN) •

Juantorena reconhece fortaleza de Cuba nasmodalidades de salto

Juantorena disse que o trabalho dos treinadores com os jovens é fundamental.

PRENSA LATINA

BASQUETE EM EL SALVADOR

Jorge Carlos de la Paz

• OS jogadores cubanos de bas-quete, Orestes Torres e Lisván Val-dés, ficaram na segunda colocaçãono torneio que encerrou o campeo-nato salvadorenho de basquete,depois que sua equipe, Santa TeclaBC fosse vencida na final pelo timeHalcones de Sonzacate.

O campeonato foi definido noquarto encontro, com placar finalde 74-83, mas a dupla cubana(Orestes Torres e Lisván Valdés)não pôde reconquistar o título con-seguido na temporada anterior, naqual os jogadores da equipe SantaTecla venceram o rival e atual cam-peão Halcones de Sonzacate. Como líder porto-riquenho Jared Ruiz,primeiro no ataque com 32 pontos,11 rebotes e sete assistências, aequipe de Sonzacate inclinou defi-

nitivamente a balança a seu favor,vencendo com placar de 3-1 nosencontros bilaterais, para obter suaprimeira coroa na história destecertame.

Neste último jogo Torres marcou20 pontos, entretanto Valdés nãopôde jogar, devido a uma sançãoimposta no jogo do dia 4 de novem-bro, por um enfrentamento com ojogador Marco Tejeda, da equiperival, medida apelada publicamentepela equipe Santa Tecla BC.

A final do campeonato salvado-renho foi caracterizada pela hostili-dade e as ofensas dos fãs de Son-zacate aos jogadores do time deTecla e os árbitros do jogo. Segun-do informa o colega Charly Mora-les, correspondente da agênciaPrensa Latina nesse país, um fotor-repórter que documentava asagressões contra o time de Santa

Tecla foi atacado pela comitiva dopresidente de Halcones, duranteuma invasão do público à quadra, oque levou a uma intervenção da po-lícia.

O time de Santa Tecla reclamou àFederação Salvadorenha de Bas-quete e a Liga Maior a sanção dotime de Sonzacate, mas até o mo-mento não foi tomada nenhumamedida.

Atualmente, seis jogadores cuba-nos estão contratados no basquetesalvadorenho. Além de Torres e Val-dés, concorrem nesse certame oarmador da equipe de ArtemisaOsmel Oliva e o pivô de Villa Clara,Yoel Cubillas, com o time El Rápi-do, de la Unión. Entretanto, daparte feminina, desempenham-seArlenis Romero e a recém contrata-da Leydis Oquendo, igualmentecom o time Santa Tecla. •O cubano Torres, durante os encontros decisivos.

Torres e Valdés se tornam vice-campeões

Alfonso Nacianceno

• CONCLUÍDA a eliminatória africana para oCampeonato Mundial masculino de vôlei2018, que pela primeira vez será partilhadaem duas sedes, só resta o torneio Norceca(Norte, Centro-americano e do Caribe) dePinar del Río, de 10 a 12 deste mês, paracompletar os 24 times que assistirão ao cer-tame do mundo.

A Itália e Bulgária serão anfitriãs do clássicodo mundo, organizado cada quatro anos, algonovo que permitirá a passagem do torneio

pelas cidades de Bari, Bolônia, Florência,Milão, Roma e Turim na península itálica; en-tretanto a capital Sofia, o balneário de Varnae Ruse também acolherão os voleibolistas nopaís balcânico, de 10 a 30 de setembro.

Ambas as nações têm suas vagas assegu-radas, pois entre as 20 já classificaram a Po-lônia, atual campeão, que foi sede em 2014;além da França, Holanda, Eslovênia, Rússia,Sérbia, Finlândia e a Bélgica pelo continenteeuropeu.

Japão, Irã, China e a Austrália conseguiramclassificar pelo asiático, entretanto Brasil e Ar-

gentina representarão a América do Sul.Os Estados Unidos, República Dominicana

(voltam a este evento depois de que sua últi-ma participação fosse há 44 anos, em 1974)e o Canadá resultaram os três primeiros doclassificatório Norceca de Colorado Springs,EUA, onde não assistiram Porto Rico e Cuba,devido ao açoite dos furacões María e Irma,respectivamente. A Tunísia, Egito e os Cama-rões defenderão as cores da África.

Naquela cidade estadunidense, considera-da centro essencial do vôlei, deviam ser ou-torgadas cinco vagas para o Mundial 2018,

mas a não participação de porto-riquenhos ecubanos, determinou-se oferecer só trêsvagas, reservando-se as outras duas paraeste torneio Norceca em Pinar del Río.

Desta forma, a sala 19 de Novembro aco-lherá, nos dias 11 e 12, os dois times antilha-nos, junto a México e Guatemala, que nessaordem conseguiram a quarta e quinta coloca-ção no certame de Colorado Springs. Espera-se que anfitriões e porto-riquenhos tenham asmaiores opções para obter a classificaçãocom vista ao Mundial, nesta competição detodos contra todos. •

CAMPEONATO MUNDIAL MASCULINO DE VÔLEI 2018

Os 24 serão completados em Pinar del Río

PRENSA LATINA

pagina 12 color español

Dominica procura recuperar-se doblecaute María

NOSSA AMÉRICA12 10.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

pagina 12 color español

Texto e fotos Sergio Alejandro Gómez, enviado especial

• ROSEAU.— Dominica está na escuridãodesde 18 de setembro passado. O furacãoMaria deixou milhares de postes elétricos nochão, quilômetros de cabos quebrados e amaior parte da infraestrutura de transmissãoinutilizável.

A Companhia de Serviços Elétricos da Do-minica (Domlec, por sua sigla em inglês)prioriza a restauração dos centros vitaispara a população, como hospitais, bancos egabinetes governamentais.

Mas, seis semanas após a passagem dociclone, a eletricidade só retornou a algunspontos nas principais cidades, enquanto amaior parte do país não possui o serviço.

A ilha tem apenas cerca de trinta especia-listas elétricos e poucos meios técnicospara enfrentar uma avalanche de trabalho.

De acordo com as estimativas da Domlec,foram afetados cerca de 90% dos oito milpostes do sistema elétrico primário e 19 mildo sistema secundário que chegam até ascasas.

Países vizinhos como a Jamaica e Barba-dos enviaram reforços de suas próprias em-presas de energia, mas apesar de ter jáesse meios no campo se espera que a nor-malização do serviço demore vários meses.

CONTRIBUIÇÃO CUBANA

Como parte da ajuda cubana à Dominica,em 20 de outubro, um navio da Ilha maiordas Antilhas chegou com 300 toneladas debens essenciais, dez trabalhadores flores-tais, um grupo de jovens diplomatas e duasbrigadas com cinco instaladores reparado-res cada uma, principalmente das provín-cias cubanas de Pinar del Río e Sancti Spí-ritus.

Além disso, viajaram três técnicos elétri-cos responsáveis por avaliar a situação esupervisionar as tarefas no campo, bemcomo quatro trabalhadores de apoio: um

mecânico, especialista em usinas e gerado-res elétricos e dois cozinheiros.

Cada brigada trouxe com ela um veículopolivalente, que possui guindastes para tra-balhar nas linhas de energia e é capaz decavar até uma profundidade necessáriapara instalar novos postes. Na Dominica, háapenas mais três desses carros com meiosiguais.

Mas mesmo antes de tocarem as ruas dailha, os especialistas cubanos tiveram quesuperar o primeiro obstáculo: os caminhõeseram muito pesados para descarregá-los donavio com o guindaste disponível no portode Roseau.

Os técnicos resolveram desarmá-los den-tro do navio e extraí-los em partes. Primeiro,levantaram o chassi e depois o resto do veí-culo, de onde as rodas e outros elementospesados foram removidos.

Uma vez no chão, eles foram remontadosem tempo recorde. A operação, que pareciaimpossível, foi completada em apenas trêshoras.

PRIMEIROS PASSOS

De acordo com especialistas, a prioridadeem uma situação como a que enfrenta a Do-minica é restabelecer o sistema elétrico eter linhas primárias para levar a capacidadede geração até os consumidores.

É por isso que os cubanos trabalharam,desde a semana passada, em uma rede pri-mária que vai da capital, Roseau, até ausina hidrelétrica de Trafalgar, a cerca deoito quilômetros de distância, que permane-ce isolada desde a passagem do furacão.

«Quando estiver em operação, a energiadisponível no sistema elétrico será aumen-tada através da interligação da usina dieselna capital com a usina hidrelétrica próxima»,diz ao Granma Internacional Edelfín FalcónGuerra, chefe da missão da União elétricana Dominica.

Falcón, que trabalha como diretor técnicoda companhia elétrica da província cubana

de Artemisa, acrescenta que também seconseguirá maior confiabilidade com a in-corporação de uma subestação localizadana central hidrelétrica de Padu, perto de Tra-falgar.

Além do estado da rede, a topografia doterreno torna o trabalho mais complexo. Alinha deixa a cidade subindo várias colinasvizinhas e depois desce através de um bar-ranco de mais de 100 metros. O trecho finalpara a usina hidrelétrica foi construído nasmargens de um rio que serpenteia monta-nhas de 500 metros de altura.

O clima tropical também não acompanha.Quando o sol não faz aumentar a tempera-tura acima de 34 graus, surgem chuvas re-pentinas que forçam a parar o trabalho.

Ramiro Frías Leiva, um dos instaladoresreparadores e operador do veículo poliva-lente, diz a este jornal que o terreno rocho-so dos rios é um risco quando se trata decavar para instalar novos postes.

«O aparelho pode se avariar e até inclusi-ve a broca», acrescenta. «Temos que irpouco a pouco».

Frías, com mais de três décadas de expe-riência como motorista, também teve que seadaptar, em pouco tempo, a dirigir o cami-nhão no trilho da esquerda, o estilo britâni-co usado na Dominica.

Lisbanet Rodríguez Hernández, chefe dabrigada de Sancti Spiritus, ressalta queseus especialistas enfrentaram trabalhoigualmente difícil nas colinas de Topes deCollantes, no município de Trinidad, emCuba.

«Em qualquer caso, foi feita uma prepara-ção para explicar as condições no campo eas especificidades do país», acrescenta.«Uma reunião diária é realizada para anali-sar o trabalho e os riscos em que poderiamestar envolvidos».

REGRA DE OURO, SEGURANÇA

O número de postes afetados, cabos sus-pensos, árvores caídas e desabamentos de

terra que estão no caminho das linhas elétri-cas representam um risco extra para as bri-gadas cubanas.

Diego La Rosa, chefe do Grupo de Segu-rança e Saúde do Trabalho, da União Elétri-ca, foi um dos primeiros especialistas a che-gar na Dominica, três dias após a passagemdo furacão Maria.

La Rosa acredita que, com o passar dotempo, os riscos aumentam.

Muitas pessoas começam a instalar seuspróprios geradores elétricos e, se o fizeremincorretamente, eles poderiam alimentar asredes onde trabalham os eletricitários cu-banos.

«Enquanto as cinco regras de ouro foremcumpridas, não deve haver problemas», dizLa Rosa depois de citar de cor as máximasde seu trabalho: «desconecte a eletricidade,bloqueie qualquer possibilidade de recone-xão, verifique a ausência de tensão, conec-te as linhas da terra ou que tenham curto cir-cuito entre elas e, finalmente, sinalizar aárea de trabalho».

Também destaca a importância de respei-tar o uso dos meios de proteção e práticascorretas ao escalar ou trabalhar com o guin-daste.

«Os riscos são mais ou menos os mesmosquando você escala um poste em qualquerlugar», diz Dachel Jiménez Bernal, um repa-rador instalador do grupo 8, treinado paratrabalhar em linhas energizadas.

«A coisa mais importante», acrescenta, «éverificar se os postes estão bons e nãoestão quebrados».

Quanto à altura em que ele trabalha nalinha para Trafalgar, a cerca de 48 pés de al-tura, Jiménez considera que é ainda menorque na linha de 110 Kv, na que ele estáacostumado a trabalhar em Cuba.

«Os trabalhadores elétricos cubanos adqui-riram grande habilidade ao longo dos anos li-dando com eventos climáticos adversos», dizo chefe da missão elétrica cubana, EdelfínFalcón. «Agora, compartilhamos essa expe-riência com a ilha irmã da Dominica». •

Dominica procura recuperar-se doblecaute María

O primeiro obstáculo que os especialistas elétricos cubanos tiveram que superar foi desarmar oscaminhões para que pudessem ser descarregados no porto de Roseau.

Os reparadores instaladores cubanos trabalham em uma linha de transmissão primária que ligará acapital com a usina hidrelétrica de Trafalgar, a oito quilômetros de distância.

PAGINA 13 COLOR PORTUGUES

Os convictos de que se pode ser feliz

NOSSA AMÉRICA 1310.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

PAGINA 13 COLOR PORTUGUES

Os convictos de que se pode ser felizAlina Perera Robbio, especial para Granma Internacional

• BARINAS, Venezuela.— Ainda em áreasdo centro da capital do Estado veem-se ostraços da violência desatada em abril desteano e que durou mais de 100 dias, com aqual alguns sonharam paralisar o país.

São lembradas com tristeza as lojas depnéus incendiadas e armazéns de medica-mentos e a chegada de estrangeiros per-guntando sobre as principais praças paramontar cenas de protesto contra o governo.

O povo já estava exausto por ter perdidoa tranquilidade e o ritmo habitual da vida;assim afirmam muitos residentes, entre osquais vivem e trabalham nossos missioná-rios, muitos deles testemunhas do pesade-lo, ao qual apenas pôs fim o voto popularde 30 de julho, para conformar a Assem-bleia Nacional Constituinte (ANC).

«Todo o tempo eu mostrei firmeza, nuncachorei», disse Lazara Polledo Cuní, umacubana, de 35 anos, da província de Ma-tanzas, que trabalha na óptica Los Pozonesde Barinas. Com um diploma em Optome-tria e Óptica, ela trabalha na Venezuela hámais de 20 meses, cumprindo sua segundamissão internacionalista.

Basicamente, nunca poderá esquecer aque-le dia de maio, quando, no meio dos distúr-bios da rua, sentiu que poderia morrer.

«Naquele dia, houve guarimbas (protes-tos) e eu, como de costume, fui trabalhar.Esse foi o pior dia da minha existência. Aomeio-dia, choveu chumbo (tal como os ve-nezuelanos dizem quando há tiroteio), ma-taram um rapaz de 19 anos; três mulhereschegaram muito afetadas ao centro ambu-latorial que está em frente à ótica, devidoàs bombas de gás lacrimogêneo».

A colaboradora lembra que familiares dosfalecidos, que falavam abertamente contrao governo chavista, exigiam vingança mas-carados e armados. Lázara pensou que aóptica seria queimada porque outra já tinhasido queimada e se escutavam ameaçascontra os cubanos.

Depois das cinco da tarde, não podia sair

do local de trabalho; e parecia impossívelque alguém pudesse entrar para resgatá-la. Felizmente, um jovem soldado que aconhecia da cidade onde morava foi encon-trá-la. Muito discretamente, ele conseguiuchegar à óptica e pediu-lhe para não dizeruma palavra — para que não fosse identifi-cada — e assim conseguiram sair, no meiodo tiroteio. Eles percorreram uma distânciade mais de três quilômetros em tempo re-corde. Lazara não conseguiu parar de pen-sar sobre seus entes queridos, especial-mente sua filha de 15 anos e o filho decinco anos.

Quando ela termina de nos contar sobreaquelas horríveis horas, compartilha entãouma expressão que encerra a vontade dacoragem e da razão para permanecer ali:«Aqui estamos...». E então conta que «hápessoas da oposição que vieram aqui àconsulta. Muitas delas não sabem por quesão da oposição. Quase sempre reajam edizem que eu tenho razão quando lhes ex-plico que graças a Chávez e à Revolução,eles podem receber atendimento. ‘Doutora,eles me dizem, você está certa’. Esta é umabatalha imensa. E temos que ajudar eavançar».

Junto com Lázara, no dia da nossa visi-ta, somos recebidos na óptica pelos cuba-nos Isandra Revilla Rodríguez, 26 anos eda província de Santiago de Cuba (Licen-ciada em Optometria e Óptica); María Za-mora Acosta, de Bayamo, 48 anos (opera-dora que corta e coloca os cristais na ar-mação dos óculos) e Luis Benítez Álvarez,um jovem de 30 anos de Camagüey (Licen-ciado em Optometria e Óptica). Agora, ostempos são pacíficos, mas mesmo nosmais adversos, esses missionários nãodeixaram de dar o melhor deles a essepovo irmão.

ARTÍFICES DA PIEDADE

Deixamos para trás a óptica e descobri-mos no Centro Ambulatório León FoortulSaavedra, três especialistas que fazem omilagre de curar as lesões dolorosas da-

queles que chegam e que, caso não seremtratados, sofreriam amputação em suas ex-tremidades inferiores.

A doutora Odalys Pagés Gómez, cirurgiãplástica e especialista no pé diabético estátrabalhando em Barinas desde maio passa-do. Vinda da província de Santiago deCuba, enquanto prepara os instrumentos eoutras coisas para a cura, diz-nos que «norelacionamento médico-paciente é precisopôr esmero, porque aqueles que chegamsofrem de uma doença crônica e sentemgrande dor».

Na Venezuela, antes de 2008, do núme-ro total de pacientes que chegaram a cen-tros e hospitais com úlceras de pé diabéti-co, os números de amputação variavamentre 60 e 80%, de acordo com dados daDireção do Programa Metabólico Endócri-no, do Ministério do Poder Popular para aSaúde, da Venezuela.

Atualmente, graças ao programa ‘BomViver’ para o diabético, que em 18 deagosto passado completou nove anos, osnúmeros da amputação foram reduzidospara 3%. O programa, nascido um anoapós a implementação da ideia em Cuba,é projetado para tratar pacientes com úlce-ras do pé diabético, através do uso de ummedicamento cubano: o fator de cresci-mento epidérmico humano recombinante(Heberprot-P).

O ‘Bom Viver’ para o diabético surgiu gra-ças ao Ministério do Poder Popular para aSaúde da Venezuela e ao funcionamentoda Missão Bairro Dentro, que tem o apoioincondicional dos profissionais e técnicosde saúde de Cuba. Cobrindo uma grandeparte do território nacional, a captura depacientes que precisam de Heberprot-P émais eficiente.

«As pessoas que vêm aqui são aquelascom menos recursos», especifica a doutoraOdalys. Aquelas que têm mais poder decompra frequentam clínicas privadas, equando chegam até nós é porque precisamde alguma amputação menor, porque nes-sas clínicas particulares o que lhes fazem écolocar ‘parches’, mas na hora da verdade

eles vêm até nós, Desta forma, muitas vezesevitamos complicações, como amputaçõesimportantes».

Juntamente com Odalys desempenha-seo médico geral Jesús Rivas Fajardo. Ele évenezuelano, mas por razões poderosasse sente ligado à Ilha: ele se tornou umprofissional na província de Matanzas eagora é feliz por fazer parte de uma equipecom uma colega cubana. «Eu vi pacientesque vieram aqui muito deprimidos e quesaíram com um sorriso», diz ele. «Isso é oque nos dá satisfação porque o que busca-mos é ajudar, é buscar a felicidade daspessoas».

Jesus fez um diploma para se especiali-zar no cuidado do pé diabético e não deixade se atualizar como médico. Ele sentegratidão de um angiologista cubano, cha-mado Juan, que lhe ensinou muito do quesabe hoje. «O tratamento em uma clínicaprivada para este tipo de paciente é muitocaro; o angiologista, o traumatologista, osmédicos internos intervêm. É um caminhodifícil que poucos pacientes desejam equerem passar».

Sara Tovar, venezuelana, graduada emEnfermagem e especialista no pé diabético,é o terceiro membro desta equipe que tra-balha pela vocação pura, porque é precisoestar preparado para entender a dor da-queles que vêm aliviar sua lesão quasesempre enorme, que deve ser submetido acuras com muita misericórdia.

«Esta é uma escola — confessa Sara —para aqueles que entram aqui como estu-dante ou como profissional. Todo dia vocêaprende, das segundas às sextas. Traba-lhamos juntos, pacientes e familiares e aequipe de saúde».

Sara nos olha, e antes que o próximo pa-ciente entre em busca de ajuda, expressa:«Deus me deu estas mãos para isto».

No «isto» — palavra curta — assenta umpropósito cardinal: o termo inclui todos osesforços que nossos missionários desaúde, ao lado dos irmãos venezuelanos,fazem para que muitos seres humanos es-tejam mais perto de se sentir felizes. •

VENEZUELA

Três protagonistas do amor em ação: da esquerda para a direita, o doutor Jesús Rivas, a enfermeiraSara Tovar e a doutora Odalys Pagés.

O programa ‘Bom viver’ para o diabético foi criado graças ao Ministério do Poder Popular para aSaúde da Venezuela e à operação da Missão Bairro Dentro, que tem o apoio incondicional dosprofissionais e técnicos de saúde cubanos.

Jeiddy Martínez Arma

• «AS armas não matam pes-soas, o povo americano matapessoas», disse em uma oca-sião o cineasta Michael Moore.

No domingo, 5 de novembro,cerca de um mês após a cha-cina em Las Vegas, qualificadacomo a maior na história re-cente dos Estados Unidos,outro evento semelhante ocor-re novamente, agora no Texas,quando um homem disparouseu rifle matando pelo menos27 pessoas e ferindo dúzias,que assistiam ao templo daprimeira Igreja Batista, em Su-therland Springs.

Após tantas mortes e vítimasmortais nos Estados Unidosdevido a tiroteios, vem à tona amesma questão: Será que édemocracia a venda gratuitade armas? Em um país livre edemocrático as pessoas nãotêm medo de sair para as ruase, como muitas vezes aconte-ce, a posse de armas não pa-rece ser a solução para que osamericanos se sintam mais se-guros, diante de tamanha vio-lência.

O uso de armas de fogo épermitido, por lei, nesse paísdo Norte. Isto foi aprovado porsua Constituição, na SegundaEmenda, promulgada em 15de dezembro de 1791. Desdeentão, quantas chacinas ocor-reram em nome dessa «liber-dade». Apesar das inúmerasvítimas fatais e as constantescríticas, o Senado dos EUAcontinua sem aprovar uma leique limite seu uso.

Mas a venda de armas nopaís mais poderoso do mundoé um negócio de bilhões de dó-lares e a National Rifle Associa-tion (NRA) é a organização res-ponsável por isso.

Após este tiroteio no Texas,que foi classificado como oquarto mais mortal na históriados Estados Unidos, o presi-dente Donald Trump disse emuma entrevista coletiva, emmeio a sua visita a cinco paísesda Ásia, que «a saúde mental é

o problema» e não as armas,referindo-se a uma provávelcausa do tiroteio.

Essa declaração envolve umagrande contradição, como tan-tas outras do seu governo, por-que em suas boas relaçõescom a National Rifle Associa-tion, de acordo com a agênciade notícias Efe, «o presidentedos EUA, Donald Trump, ratifi-cou, em março passado, a sus-pensão de um regulamentopromovido pelo ex-presidente

Barack Obama para evitar queas pessoas com problemasmentais tenham acesso a com-prar armas, uma sorte de vitó-ria dos grupos a favor dasarmas, como a NRA acimamencionada».

De acordo com a agência denotícias, «a dita norma, que seestima afetava umas 75 mil pes-soas, exigia que a Direção daPrevidência Social notificasseao governo federal os nomesdaquelas pessoas que recebem

ajuda, com um registro históricode doenças mentais, para quenão pudessem comprar armas».

Além disso, dentro do pacotede decretos sobre controle dearmas, aprovado por Obama,os fornecedores deviam ter li-cenças para vendê-las e terseus registros criminais exami-nados, bem como proibir avenda de armas de assalto deestilo militar.

Então, depois que DonaldTrump suspendeu os regulamen-tos assinados por seu anteces-sor, muitas famílias, como aque-las afetadas na pequena cidadede Sutherland Springs, no Texas,serão ameaçadas pelo luto.Todos os anos, mais de 30 milnorte-americanos têm suasvidas ceifadas por armas, deacordo com números oficiais.

As armas nunca irão fazer comque uma pessoa se sinta melhor.Saber que uma arma ou um riflepode dar cabo da vida de outroser humano deve ser motivo sufi-ciente para não comprá-las.

De acordo com o estudo reali-zado pelo pesquisador norte-americano Michael Siegel, cercade 300 milhões de armas estãonas mãos das pessoas nos Esta-dos Unidos, quase uma paracada habitante. A conclusãodeste estudo enfatiza que«quando a taxa de posse dearmas aumenta 1%, a taxa dehomicídios aumenta 0,9%». Umaestatística muito pouco encoraja-dora para uma sociedade quevive momentos cruciais e quepromulga e tenta impor seu idealde ‘democracia’, até mesmo man-chado de sangue. •

INFORMAÇÃO GERAL14 10.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

• MANÁGUA.– A Aliança da Frente Sandinista de Liberta-ção Nacional (FSLN) venceu nas eleições municipais daNicarágua com 75,88 % dos votos contados, segundo a úl-tima informação emitida pelo Conselho Supremo Eleitoral.

Com uma participação em torno de 53% dos eleitores,a FSLN obteve 1,8 milhão (1.082.134) de votos, para li-derar ao menos em 148 dos 153 municípios do país, in-dica a PL.

A segunda colocação foi para o Partido Liberal Constitu-cionalista, com 200.627 votos, seguido de Ciudadanospor la Libertad (100.038 votos), Partido Conservador(22.367) e o partido regional Yatama (12.188).

Na capital Manágua, a Aliança da FSLN venceu deforma contundente nos nove municípios do departamen-to, para se consolidar como a principal força política dopaís.

O presidente do Partido Conservador, Alfredo César, re-conheceu através de um comunicado os resultados daseleições municipais, nas quais a Aliança liderada pelaFSLN teve uma ampla vitória, informou o 19 Digital.

César manifestou que a maioria do povo enviou umamensagem, mediante as urnas, de resolver os problemasdo país mediante as eleições, em paz e tranquilidade.

No domingo, 5 de novembro, mais de 3,8 milhões de ni-caraguenses estavam habilitados para eleger prefeitos,vice-prefeitos, vereadores e os seus substitutos, os queconformarão os governos municipais ao longo do país, in-cluídos os situados nas regiões autônomas da costa domar do Caribe.

Tanto o Observatório Eleitoral do Conselho Nacional deUniversidades como a missão de acompanhamento daOrganização dos Estados Americanos (OEA) afirmaramem uníssono que, de maneira geral, o processo das elei-ções se desenvolveu em paz e tranquilidade.

Uma missão de peritos internacionais, composta por es-pecialistas de Honduras, El Salvador, República Domini-cana, Bolívia e o Chile, também avaliou a transparência etranquilidade das eleições, bem como a ampla represen-tação dos diferentes grupos políticos e a presença de fis-cais de partido. (PL). •

Sandinismo vence nas eleições municipais

O presidente Daniel Ortega e a vice-presidenta Rosario Murillodestacaram que durante este processo se conseguiu maiorsegurança e tranquilidade para todos.

EL 19 DIGITAL

ESTADOS UNIDOS

Democracia de fogo

O autor do tiroteio do Texas, identificado como Devin Patrick Kelley, publicou fotos da arma do crime nas redessociais.

REPRODUZIDA DO TWITTER

Gabriela Avila e Dayron Rodríguez

• Cuba e a União Europeia começam um novocapítulo das relações bilaterais, com a abertu-ra provisória do Acordo de Diálogo Político eCooperação (ADPC).

Um comunicado da imprensa do Ministériodas Relações Exteriores da Ilha, que refere ofato, refletiu que «os laços entre Bruxelas eHavana têm melhor correspondência, de acor-do ao nível dos vínculos de Cuba com os Es-tados que integram o bloco comunitário, osquais experimentam um avanço significativonos últimos anos».

Por outro lado, o comunicado da UE referiu-se a um incremento nas relações do bloco co-munitário com Cuba, nação que desenvolveum processo de atualização econômica, políti-ca e social.

As negociações do Acordo começaram emabril de 2014 e finalizaram em março de 2016.Finalmente, em 12 de dezembro de 2016, oacordo foi assinado em Bruxelas pela Alta Re-presentante de Política Exterior do bloco, Fe-derica Mogherini, e o chanceler cubano BrunoRodríguez.

Com a assinatura deste também finalizou achamada Posição Comum, que esteve vigen-te a partir de 1996 e manteve praticamentecongeladas as relações entre Cuba e a UE.

Acerca da abertura do Acordo e sua impor-tância para ambas as partes, o semanárioGranma Internacional dialogou, de forma ex-clusiva, com o embaixador da delegação daUnião Europeia em Cuba, Alberto Navarro.

O funcionário primeiramente lembrou que asrelações entre Cuba e a parte comunitáriaforam estabelecidas em 1988, contudo, duran-te 20 anos (1996-2016) estiveram limitadaspela chamada Posição Comum.

«Não obstante — assinalou — em 2008 foireiniciado o diálogo em nível político, comple-mentado pela cooperação bilateral com a Ilha;e após a assinatura do Acordo, em 12 de de-zembro de 2016, os laços bilaterais tomaramum novo impulso».

Agora, com a aplicação provisória do ADPC,cria-se um marco legal para formalizar o diálo-go político e reforçar a cooperação em diver-sos âmbitos.

«Resumindo, trata-se de um dia importante,que representa o começo de uma etapa debenefícios para cubanos e europeus, pois como Acordo Cuba e a EU conseguem uma rela-ção mais séria e matura», disse o funcionárioespanhol.

Navarro explicou que agora o documentoentra em vigor de maneira provisória e seráimplementado permanentemente quando osParlamentos dos 28 estados membros da UEo ratificarem.

«Atualmente, já foi ratificado pela Alemanha,Bulgária, Estônia, Hungria, Eslováquia e Re-pública Tcheca, embora seja esperada a ratifi-cação dos 22 países nos próximos meses;

normalmente esse processo demora cerca dedois anos», assinalou.

APLICANDO O ACORDO

Após a aplicação do ADPC, começarãonovos processos e outros terão continuidade.Segundo o embaixador, como parte do diálo-go político, em cada dois anos — pelo menos— será realizado o Conselho UE-Cuba, presi-dido pelo chanceler caribenho e a Alta Repre-sentante europeia, e onde os 28 Estadosmembros do bloco comunitário assistirãocomo observadores.

Nessa reunião será debatida a situação deCuba e a União Europeia e o contexto regionaldeste, bem como desafios conjuntos: multilate-ralismo, direito internacional, mudança climáti-ca, prevenção de conflitos e outros.

Em termos de cooperação, continuará o pro-cesso reiniciado em 2008.

A esse respeito, entre 2008 e 2017, a UE fi-nanciou projetos na nação caribenha por ummontante aproximado de 120 milhões deeuros, em setores como a segurança alimen-tar, energias renováveis, troca de especialistase preparação e resposta perante as situaçõesde desastres; todos em prol de contribuir parao desenvolvimento de Cuba e seus habitantes.

Acerca das trocas comerciais, a União Euro-

peia é um dos principais parceiros da naçãocaribenha. Nesse sentido, o embaixador assi-nalou que o ADPC não é de livre comércio,embora tenha um importante componente co-mercial.

Referindo-se aos projetos imediatos, Navarromencionou o convênio de energia renovável eum relacionado com a agricultura sustentávele a segurança alimentar.

Igualmente, transcendeu que proximamenteserá inaugurado o Centro de Referência paraAdolescentes de Havana Velha, fruto da coo-peração entre a UE e Cuba, com a Unicef e oGabinete do Historiador como contrapartes.

Também, no âmbito cultural, foram abertas,no Palácio do Segundo Cabo, as salas perma-nentes do Centro para a Interpretação das Re-lações Culturais entre Cuba e a Europa.

UMA RELAÇÃO MAIS SÉRIA E MATURA

Durante as trocas, o embaixador da delega-ção da UE destacou o sucesso de Cuba emtermos como a saúde e a educação, e assina-lou a importância de manter o conseguido,mediante a inclusão nesses setores das novastecnologias.

Igualmente, destacou a presença internacio-nal da Ilha. «Apesar de ser um território peque-no, todos sabem que ela também conta no

mapa», alegou.Por outro lado, o funcionário espanhol expli-

cou que a UE permanece junto aos cubanosna fase de recuperação, após a passagem dediferentes catástrofes naturais, e oferece suaajuda.

O embaixador também falou acerca da vota-ção que, cada ano, é efetuada na sede dasNações Unidas, para condenar o bloqueioeconômico, financeiro e comercial, impostopelos Estados Unidos a Cuba, e que coincidiucom o começo da implementação do Acordoentre nosso país e a UE.

«Os 28 Estados membros do bloco comuni-tário condenaram, em reiteradas ocasiões,essa política contra a Ilha, pois é uma violaçãodos direitos humanos fundamentais do povocaribenho», referiu Navarro.

Acrescentou que o bloqueio é uma políticailegal, e imoral, na contramão do direito inter-nacional. «Nesse caso apelamos ao diálogo enão ao isolamento (…) A União Europeia acre-dita na criação de pontes, não em levantarmuros», assinalou.

CRESCER EM MOMENTOS DE CRISE

«A União Europeia é uma organização únicano mundo, constitui uma comunidade de direi-to, baseada no princípio do direito comunitárioe aplicabilidade direta», asseverou Navarro.

Com só 60 anos de fundada conta, entreseus sucessos, com um mercado comum ba-seado em «quatro liberdades»: livre circulaçãode bens, trabalhadores, serviços e capitais;possui sua própria moeda (euro) e tem umacordo que suprime as fronteiras.

«No contexto atual, tem por diante muitosdesafios», assinalou o embaixador. «Um delesé a negociação para a saída do Reino Unido(Brexit); é uma situação em que ambas as par-tes terão perdas, mas tentaremos terminá-laem paz».

Outro destes desafios são as reformas pro-postas pelo presidente francês Emmanuel Ma-cron, entre as quais solicita um orçamentocomum para a Eurozona, e estabelecer umapolítica de defesa na área, qualificadas por al-guns analistas como a nova fundação daUnião Europeia.

Ainda existem outros desafios, mais globais,encaminhados a conseguir a paz e a estabili-dade. Contudo, expressou o embaixador, «en-grandecemo-nos em tempos de crise». •

INTERNACIONAL 1510.NOVEMBRO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

GABRIELA AVILA

Cuba e a União Europeia: um período que começa

O embaixador falou acerca da aplicação do Acordo entre Cuba e a UE.

• NAÇÕES UNIDAS.— Cuba apoiou nasNações Unidas a procura da solução dedois Estados para o conflito palestino-israe-lense, que começa pela materialização dodireito desse povo árabe à sua autodetermi-nação.

Em um debate da 4ª Comissão da Assem-bleia Geral da ONU, que trata acerca detemas de descolonização e política espe-cial, o representante cubano Humberto Ri-vero, ratificou o apoio da Ilha à luta dos pa-lestinos para ter um Estado livre, indepen-dente e soberano.

Rivero também defendeu o direito desseEstado de ter sua capital em JerusalémOriental, que foi fronteira antes da ocupação

israelense de 1967 e o retorno dos refugia-dos ao seu território.

«Reiteramos nosso firme apoio e solidarie-dade à justa causa do povo palestino e a ne-cessidade de incrementar os esforços parasolucionar a difícil situação de seus refugia-dos, segundo as regulamentações e princí-pios do Direito Internacional e com as reso-luções pertinentes da ONU», destacou.

O diplomata cubano reconheceu na ses-são o trabalho do Organismo de Obras Pú-blicas e Socorro das Nações Unidas para osRefugiados da Palestina no Oriente Médio,apesar do déficit de recursos financeiros.

Segundo Rivero, o relatório debatido na 4ªComissão acerca deste tema, reflete de ma-

neira certa os serviços oferecidos pelo orga-nismo aos palestinos, em setores chavescomo a saúde e a educação.

«Tal e como foi mencionado no relatório,apesar do déficit operacional que enfrentou,mais uma vez, para cumprir os requisitos deseu período de vigência, pôde prestar servi-ços de desenvolvimento humano e assistên-cia humanitária com rapidez e eficácia», as-sinalou.

O representante da Ilha apelou a dar maiorapoio à entidade, responsável pelo atendi-mento dos refugiados palestinos, e criticouàqueles que por razões políticas ameaçamcom afetar ainda mais a contribuição finan-ceira para seu funcionamento. (PL) •

Cuba apoia na ONU causa palestina

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COLOR DE LA 16 PORTUGUES

Organização estadunidenseapoia as lutas cubanas

Quando altruísmo é mais do que uma palavra

COLOR DE LA 16 PORTUGUES

Nuria Barbosa León / Foto: Orlando Perera (cortesia ICAP)

• DESAFIANDO as ameaças feitas pelo governo dos EstadosUnidos para desacreditar Cuba, em sua condição de país segu-ro, membros da Organização Não Governamental estaduniden-se Code Pink visitaram a Ilha caribenha, mostrando sua recusaà política hostil da Casa Branca.

Perante representantes da mídia de Cuba, reunidos na sededo Instituto Cubano da Amizade com os Povos (ICAP) em Ha-vana, os ativistas políticos rejeitaram o criminal bloqueio econô-mico, comercial e financeiro dos EUA à Ilha maior das Antilhas,pronunciaram-se pelo fechamento da ilegal base naval na pro-víncia de Guantánamo e pelo normal desenvolvimento das re-lações diplomáticas entre ambos os países.

Code Pink, surgiu em 17 de novembro de 2002, seu nomeresponde a um jogo de palavras que dá uma alternativa pacífi-ca (cor roxa) perante as alertas bélicas nos Estados Unidos, es-tabelecidas como códigos laranja e vermelho. Esta organizaçãotrabalha para pôr fim às guerras imperiais e colonizadoras, o fimdo militarismo, a conservação do meio ambiente e pelo uso dodinheiro destinado à carreira armamentista no desenvolvimentosocial dos povos.

Sua líder, Medea Benjamín considerou uma ironia que o De-partamento do Estado de seu país circule avisos àqueles quepretendem viajar a Cuba para atemorizá-los, resultando seguroe tranquilo caminhar pelas ruas de qualquer cidade cubana.«Em troca, nos Estados Unidos impera a violência e morte por-que as pessoas levam armas», asseverou.

Ela acrescentou: «Nós, ao voltar, dialogaremos acerca da ex-periência vivida aqui e recomendaremos visitar esta Ilha, nãosomente para interagir com pessoas solidárias e comunicativas,mas para que conheçam uma nação muito interessante por sua

cultura e sua forma de vida», exemplificou o dito com um per-curso realizado pelos membros do grupo avançada a noite esem que houvesse nenhum ato de violência.

Por outro lado, reafirmou que «temos muito que trabalharpara levar consciência respeito à guerra. Vivemos um momen-to de grande complexidade nos assuntos internos ainda por so-lucionar. Procuramos alianças com outros grupos progressistas,principalmente aqueles que lutam contra o assassinato de pes-soas negras às mãos da polícia, com aqueles que se mobilizamcontra as injustas políticas migratórias para tirar os imigranteslatinos e africanos, apoiamos os ecologistas e fazemos parte demuitos fronts para solucionar conflitos internos», assinalouMedea Benjamín.

Igualmente, indicou que nunca achou que após 50 anos deimposição da injusta política de bloqueio contra Cuba, continua-riam batalhando por um tema considerado imoral e irracionalpelos organismos internacionais como a ONU. «Só à grande oli-garquia e aos grupos mafiosos de cubano-americanos lhes in-teressa manter essa lei. A atual presidência, para comprazeressas pessoas, fez recuar as relações diplomáticas bilaterais,mas não pôde estabelecer novas regulamentações porque cho-cam com a firme oposição do povo estadunidense, que rejeitaessa hostilidade», expressou.

Também explicou que os resultados das sondagens feitas porprestigiosas instituições norte-americanas evidenciam que aimensa maioria quer ter relações normais com Cuba e desejaviajar livremente à Ilha caribenha. «Nosso dever é educar maisas pessoas para mostrar-lhes que o bloqueio persiste, comdanos negativos para os cubanos e para os próprios estaduni-denses», assinalou.

A jovem jornalista Eleonor Goldfield, que pela primeira veznos visita deseja obter informação que possa divulgar nos ór-

gãos da mídia aos que tiver acesso. «A imprensa tradicional emmeu país oculta e tergiversa a informação acerca de Cuba paraincidir na opinião pública e a valorize como algo negativo».

Charlotte Guyot, 16 anos e estudante de ensino secundárioconta que andando pelas ruas de Havana, à noite, um jovem seapresentou e a convidou para visitar um restaurante. «Nesseinstante fiquei tremendo porque da infância me educaram paradesconfiar das pessoas desconhecidas. Hoje, acho que esseconceito está equivocado porque sempre se deve confiar naspessoas, até houver uma razão para desconfiar».

Ela alegou que a maioria de seus amigos desconhece acer-ca de Cuba e os atemorizam de alguma maneira para que nãoa visitem. Ela resolveu vir por sua própria vontade para conhe-cer e depois contar aos seus colegas da turma.

Assim o reconhece sua mãe, Jadie Sarda, quem disse sentir-se feliz porque sua filha tenha querido viajar como integrante dogrupo de Code Pink. Ela arguiu: «A última vez que eu vim per-cebi os cubanos emocionados com a abertura diplomática comos Estados Unidos. Sou a favor das relações normais entreambos os países e tenho que apelar ao resto dos estaduniden-ses para exigirem do governo que deve funcionar uma trocaadequada sempre». •

Organização estadunidenseapoia as lutas cubanas

Quando altruísmo é mais do que uma palavraNuria Barbosa León Fotos doadas pelo entrevistado

• O neurocirurgião cubano Norbery JorgeRodríguez de La Paz presta ajuda médicaà população danificada do estado mexica-no de Oaxaca, prejudicada pelo sismo o-corrido em 7 de setembro último, no istmode Tehuantepec, com mais de 300 mortos.

O doutor cubano trabalha no hospital decampanha situado no poliesportivo Che-Nita e integra o Contingente Internacionalde Médicos Especializados em Situaçõesde Desastres e Graves Epidemias, HenryReeve que já se desempenhou em quasevinte países.

A brigada é composta por 40 médicos,enfermeiras, técnicos e pessoal de serviço,inclusive cozinheiros e trabalhadores demanutenção para o gerador de eletricida-de. Todos eles moram em barracos e tra-balham nas consultas a partir das 8h00 damanhã até que não haja pacientes para verno dia. Igualmente recebem casos de ur-gência as 24 horas.

Com antecedência, em maio de 2015,Rodríguez de La Paz foi socorrer as vítimascausadas por um terremoto em Nepal, du-rante três meses, um trabalho muito difícilpor causa da barreira idiomática. «Ali ope-ramos tanto feridos deixados pelo desastrecomo doenças não tratadas nesse país,por carecer de profissionais dedicados aesta especialidade. O doutor OrestesLópez e eu operamos mais de 30 pacientescom patologias espinhais e cranianas»,afirmou em entrevista exclusiva ao GranmaInternacional via e-mail.

Ele trabalha em Havana no Instituto deNeurologia e Neurocirurgia e assinalou:«No caso do México, já diagnosticamoscinco tumores de hipófise, lesões malignas

na cabeça e outras traumáticas da colunavertebral. Coordenamos com hospitais pró-ximos para operar estes pacientes e solu-cionar seu padecimento».

Caracteriza as pessoas do lugar comohumildes, pois carecem de meios de sub-sistência para sua sobrevivência; contudo,constantemente manifestam seu agradeci-mento perante a ajuda médica cubana.

Lembra a operação de um militar socor-rista que chegou com fratura deprimidacranial. A presença da brigada médica evi-tou que o paciente fosse levado durante 13horas à capital mexicana, com um alto pe-rigo para sua vida, causada por uma infec-ção do sistema nervoso central. Esta cirur-gia foi realizada com escassas ferramentasao seu alcance e com limitados recursostécnicos.

Igualmente, operaram uma mulher comuma tumoração cística deformada. Os dou-tores supõem que por uns 30 anos essecâncer cresceu paulatinamente dentro dacabeça da paciente sem ter recebido

acompanhamento especializado profissio-nal. Neste momento, a doente se encontramuito bem e seus familiares expressamagradecimento por tal façanha.

Apesar de que ainda ocorrem réplicas dosismo, para este singelo médico o mais di-fícil nestas missões internacionalistas é aseparação da família, principalmente deseus filhos Diego e David, o primeiro de 14anos e o segundo de três.

Em visita a seu lar em Havana a esposaDiana Fernández Calderón nos explica queseu esposo tem uma profissão o bastantedifícil, sai muito cedo da casa e retornatarde na noite, ao tempo que Diana se de-sempenha como assistente de direção dacompanhia de dança Lizt Alfonso Dance-Cuba, com a qual deve assumir compro-missos internacionais frequentemente. Por-tanto, os avós maternos se convertem nospais substitutos: «Eu devo agradecer enor-memente a meus pais que me ajudam emtodo momento», afirmou.

«É muito difícil, — acrescentou — asaída de um membro da família porqueaqueles que ficam em Cuba têm a preocu-pação pela pessoa ausente. Nós estamosacostumados à união familiar, os dois filhosprovêm de diferentes mães, mas se amamcom devoção. O mais novo adora brincarcom seu irmão mais velho e sente muitasaudade do pai. O bebê e o pai convertemas tarefas cotidianas como tomar banho,comer, dormir e passear em uma brinca-deira».

Para Diana viver com um neurocirurgiãoé uma grande sacrifício mas, ao mesmotempo, um orgulho porque cura doenças esalva vidas. «É muito reconfortante ver ocarinho das pessoas a ele. Pacientes e fa-miliares sempre estão prontos para cumpri-mentá-lo pelo Dia do Médico ou no Dia dos

Pais. Ligam para ele e felicitam-no emdatas importantes», assinalou.

Diego afirma que estudará Medicina edeseja converter-se em um neurocirurgião,sabe do rigor da carreira e propõe-se obterbons resultados acadêmicos para cumprirseu sonho. Acerca disso expressou: «Meupai é meu ídolo e minha fonte de inspiraçãopara estudar, quero imitá-lo em sua profis-são. Vi que as pessoas lhe professammuito carinho pelo trabalho que realiza. Eugostaria também de estar em um lugaronde pudesse ajudar os outros e sentir quefaço um trabalho importante».

O jovem acrescentou: «A partida de meupai para o México, — disse — ocorreu nofim de setembro, não deu tempo para umadespedida e apenas nos ligamos por telefo-ne. Conta-me que sente uma grande triste-za por ver a devastação causada pelo ter-remoto e de saber o número de mortesocorridas. Eles moram em barracos levan-tados no terreno de um centro esportivo esentem tremer a terra pelas réplicas do ter-remoto. Sofreram também ventos fortesque quase destruíram os barracos. Já bemcedo na manhã têm pacientes para seratendidos e teve que realizar várias cirur-gias complexas, sem condições ótimas».

Estes testemunhos lembram as palavrasdo líder histórico da Revolução Fidel Castroao ficar constituído o Contingente HenryReeve, em 19 de setembro de 2005: «Nos-sos conceitos sobre a condição humana deoutros povos e o dever da irmandade e asolidariedade jamais foram nem serão traí-dos. Milhares de médicos e profissionaisda saúde cubanos espalhados pelo mundosão testemunho irrebatível do que eu afir-mo. Para eles não existirão jamais barrei-ras idiomáticas, sacrifício, perigos ou obs-táculos». •

Membros da delegação da organização Code Pink durante umencontro com representantes da mídia de Cuba.

O doutor Norbery Jorge Rodríguez de La Paz (àesquerda) no quirófano depois de fazer umacirurgia complexa a um paciente mexicano.

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