csai-2 portugal (1)

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Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273020486008 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Eduarda Maria Coelho, José Vasconcelos-Raposo, Hélder Miguel Fernandes Analise factorial confirmatória da versão portuguesa do CSAI-2 Motricidade, vol. 3, núm. 3, julio, 2007, pp. 73-82, Fundação Técnica e Científica do Desporto Portugal Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista Motricidade, ISSN (Versão impressa): 1646-107X [email protected] Fundação Técnica e Científica do Desporto Portugal www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

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  • Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273020486008

    Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y PortugalSistema de Informacin Cientfica

    Eduarda Maria Coelho, Jos Vasconcelos-Raposo, Hlder Miguel FernandesAnalise factorial confirmatria da verso portuguesa do CSAI-2

    Motricidade, vol. 3, nm. 3, julio, 2007, pp. 73-82,Fundao Tcnica e Cientfica do Desporto

    Portugal

    Como citar este artigo Fascculo completo Mais informaes do artigo Site da revista

    Motricidade,ISSN (Verso impressa): [email protected] Tcnica e Cientfica do DesportoPortugal

    www.redalyc.orgProjeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

  • 73 {Investigao

    O objectivo deste estudo foi avaliar a estru-tura factorial da verso portuguesa do CSAI-2,utilizando vrias estruturas propostas em estudosanteriores, atravs da anlise factorial confir-matria (AFC) em duas amostras distintas (umade calibrao e uma de validao). A amostra decalibrao foi constituda por 287 alunos dalicenciatura em Educao Fsica e Desporto e aamostra de validao foi constituda por 323atletas de desportos individuais.

    Os resultados da AFC realizada estruturaoriginal demonstraram uma inadequabilidade domodelo. As outras estruturas propostas por outrosautores tambm foram analisadas e apresentaramndices de adequabilidade superiores, emboraainda no aceitveis. O novo modelo que pro-pomos, sem a escala de activao, revelou umajustamento adequado para a amostra de cali-brao, sendo validada a sua adequabilidade pelasegunda amostra (X2/df= 2,645; CFI= 0,916;GFI= 0,871 e RMSEA= 0,074). sugerida autilizao deste novo modelo, em vez do original,na avaliao da ocorrncia de pensamentosnegativos, composto por duas escalas correla-cionadas (negativismo e autoconfiana), e acontinuao da verificao das propriedadespsicomtricas em investigaes futuras.

    Palavras-chave: negativismo, autoconfiana, CSAI--2, anlise factorial confirmatria.

    Confirmatory factor analysis of the por-tuguese version of the CSAI-2

    The aim of this study was to assess thefactorial structure of the Portuguese version ofCSAI-2, using several structures suggested inprevious studies, through confirmatory factoranalysis (CFA) in two different samples (cali-bration and validation). The calibration sampleconsisted of 287 Physical Education and Sportsstudents and the validation sample of 323 athletesof individual sports.

    The results of CFA according to the originalstructure showed some inadequacy of the model.Other structures, suggested by different authorswere analysed, revealing acceptable values levelsof goodness of fit indices, though still notadequate ones. The new model that we suggest,without the arousal scale, has shown adequateadjustment for the calibration sample and itscapability has been validated by the secondsample (X2/df= 2,645; CFI= 0,916; GFI= 0,871e RMSEA= 0,074). The use of the new modelrequires further validation, however, due to theobtained good of fitness scores its use inresearch is suggested. The new model consists oftwo negatively correlated scales (negativity andself-confidence). The subsequent confirmationof its psychometric properties is recommendedfor future studies.

    Keywords: negativity, self-confidence, CSAI-2,confirmatory factor analysis.

    Resumo Abstract

    Data de submisso: Maio 2007 Data de Aceitao: Julho 2007

    Anlise factorial confirmatria da verso portuguesa do CSAI-2Eduarda Maria Coelho, Jos Vasconcelos-Raposo, Hlder Miguel Fernandes

    Centro de Investigao em Desporto, Sade e Desenvolvimento Humanoda Universidade de Trs-os-Montes e Alto Douro (Portugal)

    Coelho, E; Vasconcelos-Raposo, J.; Fernandes, H;Anlise factorial confirmatria da verso por-tuguesa do CSAI-2. Motricidade 3(3): 73-82

  • 74 {Investigao

    Anlise factorial confirmatria da verso portuguesa do CSAI-2Eduarda Coelho, Jos Vasconcelos-Raposo, Hlder Fernandes

    Inicialmente, o conceito de ansiedade foiproposto para diagnosticar patologia mental30,31,sendo popularizado no contexto do desportocom o trabalho de Martens17, com o objectivo de avaliar e explicar o estado emocional que osatletas vivem nos momentos que antecedem ascompeties.

    Vrios autores contestam a forma como otermo ansiedade tem sido utilizado no contextodesportivo, referindo que a conotao negativaque o termo possui pode levar compreensoerrada que a ansiedade sempre prejudicial paraa performance12,14. Jones e Swain14 sugerem quequando a ansiedade interpretada pelos atletascomo benfica para a performance, se chame aeste estado emocional positivo de excitao, acti-vao ou motivao.

    Taylor24 considera mais apropriada a utili-zao do termo intensidade, em vez de ansiedadee activao. Este autor apresenta dois motivosque justificam esta opo: primeiro, porque otermo activao tem associado conotaes sexuais,e o seu uso com atletas jovens, muitas vezes,produz uma reaco cmica que interfere com a compreenso da importncia deste conceito na preparao para a competio desportiva;segundo, o termo ansiedade tipicamente conhe-cido como tendo uma conotao negativa, comoalgo a ser evitado; no entanto, os atletas paraterem uma prestao ptima necessitam de umdeterminado nvel deste atributo. Taylor24 sugereque o termo intensidade no tem estas limitaese visto pelos atletas como contribuindo para aperformance desportiva ptima.

    Recentemente, Vasconcelos-Raposo31 tambmprope que se rejeite o conceito de ansiedade eque se proceda a uma reclassificao do estadoemocional vivido pelos atletas no contextodesportivo, uma vez que est em contradiocom a forma como este utilizado pelapsicologia clnica. Este autor considera inade-quada a forma como a ansiedade apresentada

    Introduona psicologia do desporto, e que nunca foramapresentados os critrios que conduziram suautilizao. Vasconcelos-Raposo31 afirma que noh dvidas que existem atletas que sofrem deansiedade, mas esses casos tm de ser diagnos-ticados de acordo com os critrios clnicos.Assim, e com base nos critrios do Diagnostic andStatistical Manual of Mental Disorders-III, este autoridentifica os seguintes critrios que devero estarpresentes para diagnosticar algum sofrendo de ansiedade: a disposio ansiosa deve sercontnua durante pelo menos um ms; ossintomas no devem estar associados a qualqueroutra desordem mental e que o indivduo tenhapelo menos dezoito anos de idade. O que estem causa o uso deste conceito para classificaras sensaes e dvidas que os atletas podem terrelativamente s suas capacidades, nos momentosimediatamente anteriores competio. Assim,Vasconcelos-Raposo31 recomenda que se procedaa estudos com o intuito de classificar correcta-mente as emoes no desporto. Este argumentofoi apresentado pela primeira vez em 198830,depois apresentado numa conferncia em Zara-goza, em 199430, e depois publicado em 200031.No entanto, este apelo a estudos mais compreen-sivos vem desde a sua tese de doutoramento em1993, em que o autor salienta que a linguagemque os atletas utilizam para descrever e classificaras suas emoes claramente distinta da uti-lizada pelos psiclogos, concluindo que oconceito de ansiedade algo que no encontraeco nas experincias dos atletas29.

    Ao longo desta investigao, e tendo em contaas diferentes propostas dos autores, optaremospor utilizar o termo negativismo, por acharmosser o que melhor se adequa ao estado emocionalvivenciado pelos atletas antes da competio,principalmente, quando nos referimos preva-lncia de pensamentos negativos, tal como temsido definida a ansiedade cognitiva. Optamos

  • 75 {Investigao

    pela utilizao do termo activao em vez do deansiedade somtica, devido similaridade entreas componentes fisiolgicas de ambos.

    No contexto desportivo foi desenvolvido oconceito de negativismo competitivo, que umaalterao para uma situao especfica de umconstructo mais geral, adaptado especificamentepara identificar disposies de trao de nega-tivismo em situaes competitivas17. O trao de negativismo competitivo pode ser definidocomo uma tendncia para perceber as situaescompetitivas como ameaadoras e respondercom sentimentos de apreenso ou tenso17.

    Ao mesmo tempo que surgem estes conceitos,diversos investigadores confirmaram que asmedidas de negativismo, que so especficas parauma situao, predizem melhor o comporta-mento do que o fazem escalas gerais3. Em 1977,Martens sugere a necessidade de, tambm, criarinstrumentos especficos para o desporto, com o objectivo de compreender melhor o compor-tamento do ser humano neste contexto,desenvolvendo o Sport Competition Anxiety Test(SCAT) e, mais tarde, o Competitive State AnxietyInventory-1 (CSAI-1).

    A partir de 1960 e mantm-se actualmente, osinvestigadores comearam a ter uma viso donegativismo como um constructo multidimen-sional, em vez de unidimensional, identificandodiferentes componentes semelhantes aos concei-tos de negativismo e activao19. Este avano naconceptualizao do negativismo contribuiu para uma melhor compreenso da sua relaocom a performance13 e levou ao aparecimento deinstrumentos de avaliao das suas componentesmltiplas. Martens, Burton e colaboradores18conceptualizaram, construram e validaram umaverso multidimensional do CSAI-1, a que cha-maram CSAI-2. Este instrumento avalia a inten-sidade da activao, negativismo e autoconfiana.

    O CSAI-2 um dos questionrios maisutilizados na verificao de alguns pressupostos

    tericos inerentes Teoria Multidimensional da Ansiedade, especificamente na verificao darelao existente entre as trs escalas e o ren-dimento desportivo6,8,15,20,21,23,25. Nesta investigao,apesar de rejeitarmos o termo ansiedade propostopela teoria original, aceitamos as dinmicassugeridas pelos autores entre as vrias dimensese o rendimento desportivo. A Teoria Multidi-mensional prope que as trs dimenses serelacionam de forma diferente com o rendi-mento: o negativismo de forma linear e negativa;a activao relaciona-se de forma curvilnea (emU-invertido) e a autoconfiana tem uma relaolinear e positiva com o rendimento.

    Burton3 refere que, apesar de existir indepen-dncia conceptual entre o negativismo e a acti-vao, h uma relao recproca entre estas duascomponentes, embora seja difcil especificar acontribuio exacta de cada na situao compe-titiva real. Diversos estudos comprovam que asduas componentes do negativismo se relacionampositivamente5,7,9,10,11,16,21,22,28,33,34. E que, a autocon-fiana se relaciona negativamente tanto com aactivao7,10,15,16,21, como com o negativismo7,9,10,16,21.

    Martens, Burton e colaboradores18 realizaramquatro estudos com o objectivo de testar avalidade da forma final do CSAI-2, demons-trando os resultados que este questionrio possuivalidade de constructo e verificaram o seu usono clculo do negativismo, activao e autocon-fiana no desporto. Desde esse momento, que oCSAI-2 tem sido visto como um dos instru-mentos mais fidedignos e vlidos para a avaliaodo negativismo no contexto desportivo3.

    Estudos iniciais que avaliaram a homogenei-dade dos itens dentro das escalas demonstraramque o CSAI-2 tem forte consistncia interna nas suas trs escalas, com coeficientes de alpha deCronbach entre 0,79 e 0,9018. Recentemente, diver-sas investigaes realizadas tambm comprovama elevada consistncia interna das escalas do CSAI-27,10,16,26,27.

  • 76 {Investigao

    No que diz respeito validade factorial doCSAI-2, diversos estudos recentes no compro-vam a estrutura original7,16, sendo trs destasinvestigaes acerca da traduo e adaptao doquestionrio para Grego10,27,28.

    Em 1998, Tsorbatzoudis e colaboradores27realizaram um estudo com atletas gregos dedesportos colectivos, com o objectivo de veri-ficar a validade factorial do CSAI-2, utilizando aanlise factorial exploratria. Os resultadosconfirmaram a estrutura inicialmente propostapor Martens, Burton e colaboradores18 comexcepo de trs itens (4, 13, 25), que carregavamnegativamente na autoconfiana, em vez de nonegativismo.

    Lane e colaboradores16 realizaram um estudocom o mesmo objectivo do anterior, mas utili-zando a anlise factorial confirmatria (AFC) emduas amostras. As medidas de adequabilidadeobtidas foram baixas em ambas as amostras,sugerindo que a estrutura factorial original imperfeita. Os autores indicam que a limitaoda escala de negativismo deriva da utilizao dos termos concerned em vez de worried, sugerindoque estar concerned acerca da performance nosignifica que o atleta vivncia pensamentosnegativos, mas sim que este reconhece a impor-tncia e dificuldade do desafio e est a preparar-separa o enfrentar.

    Posteriormente, Iosifidou e Doganis10 utili-zaram a AFC para verificar a validade factorialdo CSAI-2, com uma amostra de nadadoresavaliada em dois momentos distintos (um dia antese uma hora antes da competio). Os resultadosdemonstraram ndices de adequabilidade supe-riores para os dados recolhidos uma hora antesda competio, no entanto os valores obtidosno confirmaram a estrutura original. Os autoresatribuem os baixos valores dos ndices de ade-quabilidade aos possveis carregamentos cruzadosexistentes no modelo.

    Recentemente, os resultados da AFC de umestudo de Tsorbatzoudis e colaboradores28 tam-bm no confirmaram a estrutura de trs factores

    proposta por Martens, Burton e colaboradores18e a estrutura de dois factores correlacionados(negativismo e activao), seguindo a sugesto de Lane et al.16, que era a presena da autocon-fiana que provocava a ineficcia do modelo.A excluso do item 25 do factor cognitivo, talcomo sugerido por Tsorbatzoudis e colabora-dores27, resultou em medidas de adequabilidadeaceitveis, sugerindo que o CSAI-2 pode serusado para avaliar a activao com nove itens e onegativismo com oito, mantendo as duas escalascorrelacionadas.

    Finalmente, Cox e colaboradores7 realizaramum estudo com o objectivo de rever a estruturafactorial do CSAI-2, tambm atravs da AFC eusando duas amostras, uma de calibrao e umade validao. Os resultados da amostra de cali-brao demonstraram baixos ndices de adequa-bilidade da estrutura original, sendo eliminados10 itens que carregavam em mais de um factor,ficando a estrutura proposta composta por 17itens. Os resultados da AFC da nova estruturaproposta pelos autores, revelou bons ndices de adequabilidade dos dados ao modelo.

    As investigaes anteriormente descritas su-gerem a necessidade de realizar mais estudospara a verificao da estrutura factorial do CSAI-2,e, especialmente, da escala traduzida e validadapara Portugus. De facto, a existncia de umaescala vlida para a avaliao da ocorrncia depensamentos negativos fornece uma melhorcompreenso dos estados de negativismo nocontexto do desporto. Definimos como objectivodeste estudo avaliar a estrutura factorial daverso Portuguesa do CSAI-2, utilizando vriasestruturas propostas pelos autores nos estudosdescritos anteriormente, usando a AFC em duasamostras distintas. Primeiro, pretendeu-se avaliara estrutura factorial do questionrio, segundo osvrios modelos propostos, na amostra decalibrao e fazer as alteraes necessrias;posteriormente, a estrutura resultante foi testadana amostra de validao.

    Anlise factorial confirmatria da verso portuguesa do CSAI-2Eduarda Coelho, Jos Vasconcelos-Raposo, Hlder Fernandes

  • 77 {Investigao

    MetodologiaAmostra

    A amostra de calibrao foi constituda por287 alunos da licenciatura em Educao Fsica e Desporto com mais de um ano de prticadesportiva, de ambos os sexos (187 alunos mas-culinos e 100 femininos), praticantes de moda-lidades individuais e colectivas e de diversosnveis competitivos. Todos os elementos daamostra tinham idades superiores a 18 anos(20,642,17), e apresentavam em mdia cerca de 7 anos de prtica desportiva (6,633,78).

    A amostra de validao foi composta por 323atletas praticantes de seis modalidades desportivasindividuais (atletismo, natao, ginstica, judo,luta livre e badminton), de ambos os sexos (207atletas masculinos e 116 femininos) e com nvelcompetitivo mnimo de Nacional. Todos osmembros da amostra tinham idades superiores a 16 anos (20,484,02), e cerca de 10 anos deprtica desportiva (10,134,96).

    Procedimentos

    Os questionrios referentes amostra de cali-brao, composta pelos estudantes de EducaoFsica e Desporto, foram recolhidos antes doincio de uma aula, tendo sido solicitado previa-mente autorizao para o efeito ao professor da referida disciplina. Os dados respeitantes amostra de validao, constituda por atletas, foirecolhida em situao de estgio da seleconacional ou treino nos respectivos clubes, apsdada autorizao dos Presidentes e TcnicosNacionais das respectivas Federaes.

    O Inventrio de Estado de Ansiedade Compe-titiva-2 (Competitive State Anxiety Inventory-2,CSAI-2) foi desenvolvido por Martens, Burton ecolaboradores18 para avaliar a intensidade donegativismo, da activao e da autoconfiana em situaes competitivas, sendo validado para apopulao portuguesa por Vasconcelos-Raposo32.

    O CSAI-2 constitudo por 27 itens, comrespostas classificadas numa escala de Likert de 4 pontos, entre 1 (nada) e 4 (muito). Cada umadas trs escalas consiste em nove itens, sendo ovalor de cada escala calculado atravs da somados itens. Os valores de cada escala variam entreum mnimo de 9 e um mximo de 36.

    EstatsticaPara o tratamento estatstico dos dados foram

    utilizados os programas SPSS 13.0 e o AMOS6.0 (Analysis of Moment Structures). Verificou-se aspropriedades psicomtricas do CSAI-2, atravsdo clculo do alpha de Cronbach e da AFC.

    Com base nas vrias estruturas factoriaispropostas nos estudos anteriormente descritos,foi realizada a AFC com a amostra de alunos eatletas. Em todos os modelos testados foiutilizado o mtodo de estimao maximumlikelihood. As medidas de avaliao doajustamento utilizadas para verificar aadequabilidade do modelo aos dados foram asseguintes: ratio chi square statistics/degrees of freedom(X2/df), comparative fit index (CFI), goodness of fitndex (GFI), root mean square error of approximation(RMSEA) e Akaike information criterion (AIC).

    Inicialmente, o qui-quadrado foi a estatsticamais utilizada para avaliar a adaptabilidade domodelo, indicando um qui-quadrado significativoque o modelo em estudo no se adapta aosdados. Posteriormente, foi reconhecida a elevadasensibilidade deste teste ao tamanho da amostra2,sendo sugerido a utilizao do rcio X2/df.O rcio do X2/df tem sido usado como ndice de ajustamento do modelo, no entanto, no hconsenso acerca do valor que se considera umajustamento adequado, sendo sugerido valoresinferiores a 31. O CFI avalia a adequabilidade do modelo em relao ao modelo independente,variando os valores entre 0 e 1, com valoressuperiores a 0,90 indicando um ajustamentoadequado4. O GFI mede a quantidade relativa

  • 78 {Investigao

    de varincia e covarincia conjuntamente expli-cadas pelo modelo, varia entre 0 e 1, com valoressuperiores a 0,9 indicando um ajustamentoadequado4. O RMSEA analisa a discrepncia no ajustamento entre as matrizes estimadas e asobservadas, varia entre 0 e 1, com valores entre0,08 e 0,1 indicando um modelo medocre esuperiores a 0,1 uma adequabilidade pobre4.Na comparao de dois ou mais modelos usamoso AIC, demonstrando os valores mais baixosuma maior adequabilidade do modelo4.

    ResultadosConsistncia InternaA consistncia interna foi boa para as trs

    escalas do CSAI-2, em ambas as amostras. Para a amostra dos alunos os valores do alpha deCronbach foram de 0,84 para o negativismo, 0,88para a activao e para a autoconfiana de 0,91.Para a amostra de atletas os valores obtidos foramde 0,85 para o negativismo, 0,88 para a activaoe 0,90 para a autoconfiana.

    Anlise Factorial ConfirmatriaO quadro 1 apresenta os valores das medidas

    do ajustamento dos modelos propostos pelosautores referidos anteriormente, relativos amostra de calibrao desta investigao.

    Como se verifica no quadro 1, a avaliao do modelo original do CSAI-2 sugerido porMartens, Burton e colaboradores18, que assume a existncia de trs factores correlacionados,demonstra uma inadequabilidade do modelo,tendo todas as medidas de ajustamento valoresinaceitveis (X2/df= 3,242, CFI= 0,828, GFI=0,780 e RMSEA= 0,089). Foram obtidos valoresdas medidas de ajustamento idnticos para aamostra de atletas (ver quadro 2).

    O modelo seguinte, que resulta da eliminaoda escala de autoconfiana surge da sugesto de Lane e colaboradores16 que a ineficcia domodelo inicial pode ser devido presena daautoconfiana, demonstrou uma melhor ade-quao amostra que o anterior. Os ndices deadequabilidade so superiores mas no aceitveis(X2/df= 3,098, CFI= 0,862, GFI= 0,873, eRMSEA= 0,086). Os resultados foram seme-lhantes na amostra de atletas (ver quadro 2).

    O 3. modelo testado, resulta das analisesrealizadas por Tsorbatzoudis e colaboradores27,28que sugerem a eliminao do item 25 para amelhoria dos ndices de adequabilidade do mo-delo, devido a carregar fortemente na autocon-fiana, embora tenha sido desenvolvido parareflectir a prevalncia de pensamentos negativos.Comparativamente ao modelo anterior, o X2/df mais elevado e os ndices de adequabilidadeapresentam valores inferiores, o que significa queo modelo proposto que no se adequa amostra

    Anlise factorial confirmatria da verso portuguesa do CSAI-2Eduarda Coelho, Jos Vasconcelos-Raposo, Hlder Fernandes

    286,048

    130

    0,000

    2,200

    0,937

    0,895

    0,065

    368,048

    X2

    df

    p

    X2/df

    CFI

    GFI

    RMSEA

    AIC

    Quadro 1: Valores das medidas de ajustamento para a amostra de calibrao (alunos).

    Modelofinal

    proposto

    395,275

    134

    0,000

    2,950

    0,894

    0,854

    0,083

    469,275

    Negativismoe

    autoconfiana

    391,640

    118

    0,000

    3,319

    0,869

    0,864

    0,090

    461,640

    Negativismo e activao

    sem item 25 27,28

    415,125

    134

    0,000

    3,098

    0,862

    0,873

    0,086

    489,125

    Negativismo e

    activao 16

    1040,659

    321

    0,000

    3,242

    0,828

    0,780

    0,089

    1154,659

    Original 18

  • 79 {Investigao

    de estudantes (X2/df= 3,319, CFI= 0,869, GFI== 0,864, e RMSEA= 0,090). Relativamente amostra de atletas, os ndices de adequabilidadedeste modelo so um pouco superiores, no seconsiderando ainda aceitveis (ver quadro 2).

    O modelo que propomos nesta investigaoinclui unicamente as escalas de negativismo eautoconfiana, verificando-se um aumento dosvalores das medidas de ajustamento para valoresprximo do considerado aceitvel (X2/df= 2,950,CFI= 0,894, GFI= 0,854, e RMSEA= 0,083).Atravs da analise dos ndices de modificao(output do AMOS) e da ligao entre os errosdentro da mesma escala, chegamos a umaestrutura final semelhante original, apenas seacrescentando as ligaes entre os erros dos itens3-21, 3-6, 15-18 e 18-27 (ver figura 1), aumen-

    tando os valores das medidas de ajustamentopara valores considerados bons (X2/df= 2,200,CFI= 0,937, GFI= 0,895 e RMSEA= 0,065).

    Simultaneamente, quando comparamos oscinco modelos entre si usando o valor de AIC,verificamos que o modelo original de Martens,Burton e colaboradores18 o que apresentavalores mais elevados (AIC= 1154,659) e o mo-delo final proposto o que apresenta valoresmais baixos (AIC= 368,048), o que significa uma melhor adequabilidade amostra domodelo composto pelas escalas de negativismo e autoconfiana.

    Com o objectivo de validar o modelo ante-riormente proposto, realizamos a AFC com umaamostra de atletas, sendo os resultados apresen-tados na ltima coluna do quadro 2.

    343,804130

    0,0002,6450,9160,8710,074

    425,804

    X2

    dfpX2/dfCFIGFIRMSEAAIC

    Quadro 2: Valores das medidas de ajustamento para a amostra de validao (atletas).

    Modelofinal

    proposto

    338,953118

    0,0002,8720,8970,8800,078

    408,953

    Negativismo e activao

    sem item 25 27,28

    366,998134

    0,0002,7390,8980,8770,076

    440,998

    Negativismo e

    activao 16

    1020,140321

    0,0003,1780,8350,7700,085

    1134,140

    Original 18

    Figura 1: Modelo final proposto.

  • 80 {Investigao

    O novo modelo proposto, os coeficientespath estandardizados e as correlaes entrefactores da amostra de validao so apresen-tados na figura 1. Todos os coeficientes pathdos factores (variveis latentes) para as variveisavaliadas so prximos ou superiores a 0,50 e significativos (unicamente o item 19 carrega a0,48 no negativismo), com valores de p

  • 81 {Investigao

    CorrespondnciaJos Vasconcelos-RaposoRua Dr. Manuel Cardona5000-558 Vila Real, PortugalE-mail: [email protected]

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