c.s. lewis - trilogia cósmica 2 - perelandra

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    C. S. LEWIS

    PERELANDRA

    Ttulo original: PerelandraTraduo de Silva Horta

    Capa: estdios P. E. A.

    Publicaes Europa-Amrica

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    para

    ALGUMAS SENHORASque aquiFALAM

    PREFCIO

    Esta ist!ria pode ser lida so"ina# $as %ta$&%$ u$a 'erta se()*n'ia de Para Alm !oPla"e#a Sile"ciosono (ual se apresenta u$ relato dasaventuras de +anso$ e$ ,arte - ou# 'o$o osseus a&itantes le 'a$a$# ,ala'andra. Todos ospersonagens u$anos deste livro so pura$entei't'ios e nenu$ deles te$ 'ar/ter aleg!ri'o.

    C.S.L.

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    CAPTULO I

    Ao dei0ar a estao e a estrada1de1erro deWor'ester e ao enrentar as tr*s $ilas de'a$ino at% a pe(uena 'asa de 'a$po de +anso$#reletia eu (ue ningu%$ na(uela plataor$a tinapossi&ilidade de adivinar a verdade so&re oo$e$ (ue ia visitar. A 'arne'a plana (ue seestendia na $ina rente 2pois a aldeia i'a toda pordetr/s e a norte da estao3 pare'ia u$a 'arne'a'o$u$.. o '%u so$&rio das 'in'o oras era o$es$o (ue se pode ver e$ (ual(uer tarde deoutono. As pou'as 'asas e os grupos de /rvoresver$elas ou a$areladas no era$ de or$aalgu$a dignas de nota. 4ue$ podia i$aginar (ue#u$ pou'o $ais adiante nesta paisage$ tran()ila#eu iria en'ontrar e apertar a $o a u$ o$e$ (uevivera# 'o$era e &e&era nu$ $undo distante deLondres (uarenta $il5es de $ilas# (ue vira estaTerra de onde ela pare'e u$ si$ples ponto de ogoverde e (ue alara 'ara a 'ara 'o$ u$a 'riatura 'u6avida 'o$eou antes de o nosso pr!prio planeta sera&it/vel7

    Pois +anso$ tina en'ontrado outras 'oisase$ ,arte al%$ dos $ar'ianos. En'ontrara as'riaturas 'a$adas el!ila# e espe'ial$ente o grandeel!il# (ue % (ue$ $anda e$ ,arte# ou# para usar alngua deles# (ue % o o$arsade ,ala'andra. 8s el!ilaso $uito dierentes de (uais(uer 'riaturasplanet/rias9 o seu organis$o si'o# se se le pode'a$ar organis$o# % 'o$pleta$ente dierente (uer

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    do u$ano (uer do $ar'iano. o 'o$e$# norespira$# no t*$ ilos ne$ so atingidos pela$orte natural# e nessa $edida asse$ela$1se $ais

    a $inerais pensantes (ue a (ual(uer ser (uepud%sse$os re'one'er 'o$o ani$al. E$&oraaparea$ e$ planetas e possa $es$o pare'er aosnossos sentidos (ue por ve"es neles reside$# apre'isa lo'ali"ao espa'ial de u$ el!il nu$ dado$o$ento apresenta grandes pro&le$as. Eles

    pr!prios 'onsidera$ o espao 2ou ;C%u distante

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    o o$e$ % u$ a$igo nosso# o 'aso pode tornar1sedoloroso: a vela relao no % /'il de reto$ar.,as $uito pior era a $ina 'res'ente 'onvi'o#

    desde o regresso dele# os el!ilano o dei0ava$ e$pa". Pe(uenas 'oisas na sua 'onversa# pe(uenos$aneiris$os# alus5es a'identais (ue a"ia e de (uee$ seguida pedia des'ulpa# e$&araado# tudosugeria (ue tina 'o$pania estrana9 (ue avia...&e$# visitantes... na(uela 'asa de 'a$po.

    @ $edida (ue# vagarosa$ente 'a$inavapela estrada va"ia e a&erta (ue atravessa pelo $eiodos &aldios p&li'os de Wor'ester# tentavadesa"er a sensao de $al1estar# analisando1a. e(ue tina eu $edo# ainal7 ,al i" a $i$ pr!prio

    esta pergunta# logo $e arrependi# 'o'ou1$everii'ar (ue tina usado $ental$ente a palavra;$edo

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    do lado de dentro. Era u$a si$ples (uesto depou'a sorte. 8 pr!prio +anso$ ora levado para,arte 2ou ,ala'andra3 'ontra sua vontade e (uase

    por a'idente. Contudo# est/va$os a$&os a i'ar'ada ve" $ais envolvidos na(uilo (ue eu poderiades'rever apenas 'o$o polti'a interplanet/ria.4uanto ao $eu intenso e$peno e$ nun'a ter(ual(uer 'ontato 'o$ os el!ila# no estou &e$'erto de poder a"er os leitores 'o$preend*1lo. Era

    algo $ais (ue tudo o (ue ouvira a respeito deleslevava a ligar duas 'oisas (ue a $ente de 'ada u$de n!s te$ tend*n'ia a $anter separadas# e essaligao produ"ia u$ 'erto 'o(ue. Te$ostend*n'ia a pensar a'er'a de intelig*n'ias nou$anas e$ duas 'ategorias distintas# (ue

    rotula$os respe'tiva$ente ;'ienti'as< e;so&renaturais

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    essa $edida perten'ia$ ao pri$eiro grupo. Adistino entre natural e so&renatural de atodesapare'ia9 e depois de tal a'onte'er# d/va$os

    'onta do enor$e 'onorto o (ue representara -'o$o tina tornado $ais leve o ardo deintoler/vel estrane"a (ue este universo e" pesarso&re n!s# ao a"er a diviso e$ duas partes e aolevar o nosso esprito a nun'a pensar e$ a$&as no$es$o 'onte0to. 4ual o preo (ue podere$os ter

    pago por este 'onorto# na or$a de alsasegurana e 'onor$ada 'onuso de pensa$ento %outra (uesto.

    ;A(ui est/ u$a estrada 'o$prida e$on!tona

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    essa altura des'o&ri $ais 'lara$ente (ue antes(uo pou'o $e apete'ia a"*1lo. Era u$a tarea detal $odo pesada (ue $e sentia 'o$o se estivesse a

    andar 'ontra u$ vento orte9 $as na realidadeestava u$a da(uelas tardes 'al$as e$ (ue ne$ u$ra$ino $e0e e 'o$eava a 'air u$ pou'o denevoeiro.

    4uanto $ais eu seguia# tanto $aisi$possvel $e pare'ia pensar no (ue (uer (ue

    osse en'eto nestes el!ila. Ainal de 'ontas# (ue %(ue real$ente +anso$ sa&ia a'er'a deles7 Segundoo seu $es$o relato# os tipos (ue en'ontrara novisita$ usual$ente o nosso planeta - ou apenas o'o$eara$ a a"er depois do seu regresso de,arte. !s tna$os os nossos pr!prios el!ila#

    di"ia ele# el!ilstelri'os# $as era$ de u$a esp%'iedierente e na sua $aioria ostis para o o$e$.Essa era# de ato# a ra"o por(ue o nosso $undoestava i$pedido de 'o$uni'ar 'o$ os outrosplanetas. es'reveu1nos 'o$o estando e$ estadode stio# 'o$o sendo# na realidade# u$ territ!rio

    o'upado pelo ini$igo# su&$etido por el!ils (ueestava$ e$ guerra tanto 'onos'o 'o$o os el!ilsdo;'%u distante< ou ;Espao

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    eles# na !r&ita da Lua3 e 'o$eado a visitar1nos.Assu$indo se$pre (ue o relato de +anso$ estava'orreto.

    8'orreu1$e u$a id%ia desagrad/vel. Por (ueno estaria +anso$ a ser tolo7 Se algu$a 'oisavinda do espao e0terior estivesse a tentar invadir onosso planeta# (ue $elor 'ortina de u$o poderiaarran6ar do (ue e0ata$ente esta ist!ria de+anso$7 Havia ainal a $ais ligeira prova da

    e0ist*n'ia dos suposta$ente $al%i'os el!ils nestanossa Terra7 E se o $eu a$igo osse a ponteinvolunt/ria# o Cavalo de Tr!ia# por $eio do (ualu$ possvel invasor estivesse eetiva$ente adese$&ar'ar e$ Tellus7 E ento# u$a ve" $ais# tal'o$o (uando des'o&rira (ue no tina o sa'o#

    voltou1$e o i$pulso de no ir $ais al%$.- =olta para tr/s# volta para tr/s -

    $ur$urava1$e ele -# $anda1le u$ telegra$a#diga1le (ue estavas doente# diga (ue ve$ noutrao'asio... (ual(uer 'oisa. - a ora do senti$entodei0ou1$e atnito. Fi(uei i$!vel por uns

    $o$entos di"endo a $i$ $es$o para no serparvo# e (uando inal$ente reto$ei a $ar'aperguntava a $i$ pr!prio se isto poderia ser oprin'pio de u$ esgota$ento nervoso. ,al estaid%ia $e o'orreu# tornou1se ta$&%$ nu$a novara"o para no visitar +anso$. 8&via$ente no

    $e en'ontrava e$ 'ondi5es para (uais(uer;neg!'ios< 'o$pli'ados# (ue era (uase 'erte"aa(uilo a (ue o telegra$a dele se reeria. Eu noestava se(uer e$ 'ondi5es para passar u$ i$1de1se$ana 'o$u$ ora de 'asa. 8 $eu ni'o

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    'a$ino sensato era voltar i$ediata$ente para tr/se 'egar a 'asa e$ segurana# antes (ue perdesse a$e$!ria ou i'asse ist%ri'o# e entregar1$e nas

    $os de u$ $%di'o. Era pura lou'ura 'ontinuar.

    Estava agora a 'egar ao i$ da 'arne'a edes'ia u$a pe(uena 'olina# 'o$ u$ souto > $inaes(uerda e alguns edi'ios industriaisaparente$ente desertos > $ina direita. Ao undo#

    a n%voa do anoite'er era par'ial$ente espessa.;Co$ea$ por 'a$ar de esgota$ento

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    o (ue % ra"o/vel. A parte ra'ional da $ina $ente#$es$o nesse $o$ento# sa&ia pereita$ente (ue#ainda (ue todo o universo osse lou'o e ostil#

    +anso$ era so de esprito# s!lido de prin'pios eonesto. E oi esta parte da $ina $ente (ue# noi$ de tudo# $e e" prosseguir - $as 'o$ u$arelutDn'ia e u$a dii'uldade (ue dii'il$ente possopor e$ palavras. 8 (ue $e per$itia prosseguir erasa&er 2'/ &e$ dentro de $i$3 (ue a 'ada passo (ue

    dava i'ava $ais perto da(uele $eu a$igo: $as o(ue sentia era (ue ia i'ando $ais perto da(ueleini$igo - do traidor# do eiti'eiro# do o$e$'onluiado 'o$ ;eles

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    u$a ;'asa asso$&rada< no te$ para $i$ $aissignii'ado (ue para (ual(uer outra pessoa. ote$ $ais9 $as ta$&%$ no te $enos. a(uele

    $o$ento o (ue $e veio > $ente no era nada todeinido 'o$o a id%ia de u$ antas$a. Era s! apalavra ;asso$&radape(uena 'apela da Igre6a de Wesle onde tina de

    virar / es(uerda# so& as aias. evia 6/ estar a ver aslu"es das 6anelas de +anso$ - ou 6/ seria$ orasde o'ultao de lu"es7 8 $eu rel!gio tina parado#e por isso no sa&ia. Estava &astante es'uro $asisso podia ser devido ao nevoeiro e >s /rvores. oera o es'uro (ue $e $etia $edo# (uero (ue

    'o$preenda$. Todos n!s 'one'e$os o'asi5ese$ (ue o&6etos inani$ados pare'e$ (uase tere0press5es a'iais# e era da e0presso deste pedaode estrada (ue eu no gostava.

    - o % verdade - di"ia inti$a$ente -(ue as pessoas (ue esto $es$o a i'ar lou'as

    nun'a pensa$ (ue isso est/ a a'onte'er7 -Supona$os (ue a insanidade $ental tinaes'olido este pre'iso lo'al para se $aniestar7esse 'aso % 'laro (ue a negra ostilidade da(uelas/rvores gote6antes - a e0pe'tativa orrvel (ue

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    'ausava$ - seria apenas u$a alu'inao. ,as issono $elorava e$ nada as 'oisas. Pensar (ue oespe'tro (ue esta$os a ver % u$a iluso no le

    retira o terror: apenas a'res'enta o terrorsuple$entar da pr!pria lou'ura - e por 'i$adisso# a 'on6e'tura terrvel de (ue a(ueles a (ue$os outros 'a$a$ lou'os se6a$ ainal os ni'os(ue v*e$ o $undo 'o$o ele real$ente %.

    Era isto (ue eu sentia e$ $i$. Avan'ei

    'a$&aleante dentro do rio e da es'urido# $eio'onven'ido de (ue devia estar a entrar na(uilo a(ue 'a$a$ Lou'ura. ,as a 'ada instante a $inaopinio so&re sanidade $ental ia $udando.Algu$a ve" teria sido $ais (ue u$a 'onveno -u$ 'onort/vel par de antolos# u$a or$a

    'o$&inada de pensa$entos 'or1de1rosa# (uee0'lua$ da nossa vida todo o $ist%rio e$alevol*n'ia do universo (ue so$os orados aa&itar7 As 'oisas (ue 'o$eara a sa&er era$ $aisdo (ue a ;sanidade< ad$itiria9 $as eu orade$asiado longe para as por de lado 'o$o irreais.

    Puna e$ dvida a interpretao dele# ou a sua &oa%. o duvidava da e0ist*n'ia das 'oisas (ue eleen'ontrara e$ ,arte - os P&i&l#ri''i%os Hrossa% e osSor"s- ne$ dos interplanet/rios el!ila(o punae$ dvida se(uer a realidade desse ser $isteriosoao (ual os el!ila 'a$a$ ,aleldil e ao (ual

    pare'e$ prestar u$a tal o&edi*n'ia total (ue note$ 'o$parao 'o$ a (ue (ual(uer ditadorterr/(ueo pode i$por. Sa&ia a(uilo (ue +anso$pensava ser ,aleldil.

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    A(uela era de 'erte"a a 'asa de 'a$po. Aslu"es estava$ pereita$ente o'ultas. ?$pensa$ento inantil e la$entoso surgiu no $eu

    esprito: por (ue % (ue ele no estava ao porto are'e&er1$e7 E u$ pensa$ento ainda $ais inantilveio a seguir. Talve" estivesse no 6ardi$ > $inaespera# es'ondido. Talve" para $e assaltar pelas'ostas. Talve" eu viesse a ver u$a igura (uepare'ia +anso$# de p% e de 'ostas para $i$# e ao

    alar1le ela virava1se e $ostrava u$ rosto (ue noera de todo u$ano...

    atural$ente no teno dese6o algu$ de $ealargar so&re esta ase da $ina ist!ria# o estadode esprito e$ (ue $e en'ontrava era de $olde a(ue o re'orde 'o$ u$ senti$ento de u$ilao.

    Teria passado por 'i$a se no a'asse (ue erapre'iso u$ relato (ual(uer dos $eus pensa$entospara a 'o$pleta 'o$preenso do (ue se segue -e# talve"# algu$as outras 'oisas. E$ (ual(uer 'aso#no sou real$ente 'apa" de des'rever 'o$o'eguei > porta da rente da 'asa. e u$a or$a

    ou de outra# a despeito da repugnDn'ia e dodesDni$o (ue $e pu0ava$ para tr/s e de u$aesp%'ie de parede invisvel de resist*n'ia (ue seerguia na $ina rente# lutando para dar 'ada passoe (uase soltando u$ grito (uando u$ inoensivora$ino da se&e $e to'ou na 'ara# l/ 'onsegui

    passar o porto e su&ir o 'arreiro. E a estava eu#&atendo > porta# tor'endo o pu0ador e 'la$ando(ue $e dei0asse entrar# 'o$o se disso dependessea $ina vida.

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    o ouve resposta algu$a - ne$ u$so$# e0'eto o e'o dos sons (ue eu $es$o estavaa"endo. Havia apenas (ual(uer 'oisa &ran'a (ue

    tre$eli'ava na aldra&a da porta. Pensei# % 'laro# (ueera u$a nota. Ao a'ender u$ !soro para a ler#des'o&ri 'o$o as $inas $os estava$ a tre$er# e(uando o !soro se e0tinguiu dei 'onta de 'o$o anoite se tina tornado es'ura. epois de v/riastentativas# 'onsegui ler.

    )esculpa( i*e !e ir a +ambri!'e(N,o !e*o es#ar !e *ol#a a"#es !o l#imocomboio( H. que comer "a !espe"sa e acama es#. &ei#a "o seu quar#o /abi#ual( N,ome esperes para cear a ",o ser que #e si"#as

    para a0 *ira!o( E(R(

    E de i$ediato o i$pulso para $e retirar# (ue6/ $e assaltara por diversas ve"es# $e a'o$etia'o$ u$a esp%'ie de viol*n'ia de$ona'a. Aliestava a&erta a retirada# positiva$ente 'onvidando1

    $e. A(uela era a $ina oportunidade. Se algu%$esperava (ue eu entrasse na(uela 'asa e l/ i'assesentado so"ino oras seguidas# estava &e$enganadoG ,as nessa altura# > $edida (ue a id%ia daviage$ de volta 'o$eava a to$ar or$a no $euesprito# va'ilei. 8 pensa$ento de $e $eter a

    'a$ino para atravessar de novo a avenida de aias2agora estava real$ente es'ura3 'o$ esta 'asa pordetr/s de $i$ 2tina1se a sensao a&surda de (ueela podia seguir u$a pessoa3 no era atraente. Eento algo de $elor# espero # $e veio > $ente -

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    u$ resto de sanidade e u$a 'erta relutDn'ia e$dei0ar i'ar $al +anso$. Pelo $enos podiae0peri$entar a porta para ver se real$ente no es1

    tava e'ada. Assi$ i". E no estava. o instanteSeguinte# ne$ sei &e$ 'o$o# dei 'o$igo dentro de'asa e 'o$ a porta e'ada atr/s de $i$.

    Estava $uito es'uro# e (uente. Avan'ei unspassos >s apalpadelas# &ati violenta$ente 'o$ a

    'anela de en'ontro a (ual(uer 'oisa e 'a. Fi(ueisentado durante alguns segundos# esregando aperna. Pensava 'one'er &astante &e$ a disposioda entradasala de estar de +anso$ e no'onseguia i$aginar 'o$ (ue % (ue tina ido'o'ar. a altura apalpei o interior: do &olso# tirei

    os !soros e tentei a'ender u$ deles. A 'a&ea do!soro saltou. Pisei1a e inspirei para $e 'ertii'arde (ue no i'ara a arder na 'arpeta. Assi$ (ueinspirei i(uei 'iente de u$ 'eiro estrano na sala.o 'onseguia# ne$ (ue a $ina vida dissodependesse# des'o&rir (ual era ele. Fa"ia u$a

    dierena to grande dos 'eiros do$%sti'os'o$uns 'o$o o de alguns produtos (u$i'os# $asno era de or$a algu$a u$ g*nero de 'eiro(u$i'o.A'endi ento outro !soro. Jru0uleou eapagou1se (uase de seguida - o (ue no dei0avade ser natural# u$a ve" (ue u estava sentado no

    tapete da porta e / pou'as portas da rente (ueno dei0e$ passar 'orrentes de ar. ,es$o e$'asas $ais &e$ 'onstrudas (ue a 'asa de 'a$po de+anso$. ada vira e0'eto a pal$a da $ina $o#e$ 'on'a# na tentativa de proteger a 'a$a.

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    8&via$ente tina de $e aastar da porta. Pus1$ede p% 'a$&aleante e ui apalpando o 'a$ino.En'ontrei logo u$ o&st/'ulo algo $a'io e $uito

    rio (ue se erguia pou'o a'i$a dos $eus 6oelos.4uando le to(uei per'e&i (ue estava ali a orige$do 'eiro. esli"ei pelo lado es(uerdo e 'eguei >e0tre$idade. Pare'ia apresentar diversas super'iese no 'onseguia.ideali"ar a sua or$a. o era u$a$esa# pois no tina ta$po. A $ina $o desli"ou

    ao longo do re&ordo de u$a esp%'ie de $uro&ai0o - o polegar do lado de ora e os outrosdedos do lado de dentro# no interior do espaoe'ado. Se tivesse dado a sensao de $adeirateria pensado (ue era u$ 'ai0ote grande. ,as noera $adeira. Pensei por u$ $o$ento (ue estava

    $olado9 $as 'edo resolvi (ue estava a 'onundirrio 'o$ u$idade. 4uando 'eguei > e0tre$idadea'endi o ter'eiro !soro.

    =i (ual(uer 'oisa &ran'a e se$itransparente- algo 'o$o gelo. ?$a 'oisa grande# $uito

    'o$prida# u$a esp%'ie de 'ai0a# u$a 'ai0a a&erta: e'o$ u$a or$a in(uietante (ue no re'one'ii$ediata$ente. Era sui'iente$ente grande para sele $eter u$ o$e$ dentro. Ento dei u$ passo> retaguarda# elevando $ais o !soro a'eso parao&ter u$a viso $ais 'o$pleta# e no $es$o

    instante trope'ei e$ (ual(uer 'oisa atr/s de $i$.ei por $i$ estendido no 'o# na es'urido# nona 'arpeta $as e$ 'i$a da su&stDn'ia ria e 'o$ o'eiro es(uisito. 4uantas da(uelas 'oisas inernaisali se en'ontrava$7

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    Estava eu a preparar1$e para $e erguer denovo e ir pro'urar siste$ati'a$ente u$a vela nasala (uando ouvi pronun'iar o no$e de +anso$9 e

    (uase si$ultanea$ente# $as se$ o ser $es$o# vi a'oisa (ue / tanto te$po te$ia ver. 8uvipronun'iar o no$e de +anso$:$as no (uereriadi"er (ue ouvi u$a vo" pronun'i/1lo. 8 so$ era'o$pleta e espantosa$ente dierente de u$a vo".Era pereita$ente arti'ulado: era at% &astante &elo#

    supono. ,as era# se $e ao entender# inorgDni'o.Senti$os a dierena entre vo"es ani$ais2in'luindo as do ani$al u$ano3 e todos os outrosrudos de u$a or$a pereita$ente 'lara# i$agino#e$&ora se6a di'il deini1la. 8 sangue e os pul$5ese a 'avidade (uente e $ida da &o'a so de u$a

    'erta or$a indi'ados e$ todas as vo"es. A(ui noera$. As duas sla&as soava$ $ais 'o$o se osse$to'adas nu$ instru$ento e$ ve" de aladas: e'ontudo ta$&%$ no pare'ia$ $e'Dni'as. ?$a$/(uina % algo (ue a"e$os 'o$ $ateriaisnaturais9 neste 'aso era antes 'o$o se ro'a# 'ristal

    ou a lu" se tivesse$ posto a alar. E atravessou1$edo peito ao &ai0o ventre# 'o$o o arrepio (ue nosper'orre (uando nos ala a $o ao es'alar u$penas'o.

    Isso oi o (ue ouvi. 8 (ue eu vi erasi$ples$ente u$a aste ou pilar# $uito t*nue# delu". o a'o (ue i"esse u$ 'r'ulo de lu" (uerno 'o (uer no teto# $as no estou seguro disso.Certa$ente tina u$a 'apa'idade $uito redu"ida

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    para ilu$inar o (ue estava e$ volta. At% a(ui# tudo&e$. ,as tina outras duas 'ara'tersti'as (ueera$ $enos /'eis de aprender. ?$a era a 'or.

    ?$a ve"K (ue eu via a 'oisa# o&via$ente tina1avisto ou &ran'a ou 'olorida9 $as no / esorosde $e$!ria (ue $e traga$ a $ais t*nue id%ia de(ual era essa 'or. E0peri$entei o a"ul# o ouro# ovioleta# o ver$elo# $as nenu$ 'ondi"ia. Co$o %(ue % possvel ter u$a sensao visual a (ual logo a

    seguir e desde ento se torna i$possvel re'ordar#no tentarei e0pli'ar. A outra era Dngulo (ueapresentava. o a"ia u$ Dngulo reto 'o$ opavi$ento. ,as assi$ (ue digo isto# teno dea'res'entar (ue esta or$a de e0presso % u$are'onstruo posterior. 8 (ue se sentia real$ente

    na altura era (ue a 'oluna de lu" era verti'al $as o'o % (ue no estava ori"ontal - toda a salapare'ia ter adornado 'o$o se estivesse a &ordo deu$ navio. A i$presso# produ"ida osse 'o$oosse# era de (ue esta 'riatura tina 'o$oreer*n'ia u$a 'erta ori"ontal# u$ 'erto siste$a

    'o$pleto de reer*n'ia# &aseado ora da Terra# e(ue a sua si$ples presena i$puna so&re $i$esse siste$a e0!ti'o e a&olia o ori"onte terrestre.

    o tina de todo dvidas de (ue estava aver u$ el!il% e pou'as dvidas tina de (ue estava a

    ver o ar'onte de ,arte# o o$arsade ,ala'andra. Eagora (ue a 'oisa a'onte'era 6/ no $e en'ontravanu$a 'ondio de pDni'o a&6eto. As $inassensa5es era$# % verdade# de 'erta $aneira $uitodesagrad/veis. 8 ato de ser o&via$ente inorgDni'o

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    - o 'one'i$ento de (ue a intelig*n'ia estava dealgu$a or$a lo'ali"ada neste 'ilindro o$og*neode lu" $as no ligada a ele 'o$o a nossa

    'ons'i*n'ia est/ ligada ao '%re&ro e aos nervos -era prounda$ente pertur&ador.o se en'ai0avanas 'ategorias (ue te$os. A resposta (ue ordi1naria$ente dirigi$os a u$a 'riatura viva e a(uela(ue dirigi$os a u$ o&6eto inani$ado era$ a$&asigual$ente inade(uadas. Por outro lado# todas

    a(uelas dvidas (ue eu tina antes de entrar e$'asa so&re se estas 'riaturas era$ a$igas ou

    1o te0to# natural$ente# ative1$e ao (ue pensei e senti naaltura# u$a ve" (ue s! isto 'onstitui teste$uno e$pri$eira $o: $as e0iste o&via$ente espao para ulterioresespe'ula5es (uanto > or$a so& a (ual os el!ila se revela$aos nossos sentidos. As ni'as 'onsidera5es s%rias so&re a(uesto# ao (ue se sa&e# deve$ pro'urar1se nos prin'piosdo s%'ulo M=II. Co$o ponto de partida para investiga5esuturas# re'o$endo o (ue se segue# de atvil'ius 1)eAetereo e# aerio +orpore% Jasileia NO# n# MII39 Lique#simplicem la$$e$ se"sibus "os#ris su&6e'#am "o" esse corpus

    proprie !ic#um a"'eli *el dae$onis# se! po#ius au# illius corporisse"sorium au# superi'ie$ corporis in coeles#i !isposi#ione locorumsupra co'i#a#io"es u$anas e2is#e"#is ;Pare'e (ue a 'a$ao$og*nea 'aptada pelos nossos sentidos no % o Corpo#propria$ente dito# de u$ an6o ou de$nio# $as antes (uero sensoriu$ desse 'orpo (uer a super'ie de u$ 'orpo (uee0iste# de u$a or$a (ue ultrapassa a nossa 'on'epo# no(uadro 'elestial de reer*n'ia espa'ial

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    ini$igas e se +anso$ era u$ pioneiro ou u$ tolotina$ de $o$ento desapare'ido. 8 $eu te$orera agora de outra nature"a. Sentia1$e# seguro de

    (ue a 'riatura era a(uilo a (ue 'a$a$os Q&oliR#$as no tina a 'erte"a de gostar da Q&ondadeRtanto (uanto supusera. Isto % u$a e0peri*n'iaverdadeira$ente terrvel. En(uanto a(uilo (uete$e$os % (ual(uer 'oisa $/# pode$os ainda teresperana de (ue os &ons vena$ e$ nosso

    au0lio. ,as supona$os (ue# ven'endo todas asdii'uldades# 'ega$os aos &ons e verii'a$os (ueso aterradores ta$&%$7 4ue tal se a pr!pria 'o1$ida se revelar e0ata$ente a(uilo (ue no#pode$os 'o$er# e o lar o lugar e$ (ue nopode$os viver e a pessoa (ue nos 'onorta

    e0ata$ente a(uela (ue nos 'ausa des'onorto7esse 'aso# na verdade# no / salvao possvel:oi 6ogada a lti$a 'arta. Por u$ segundo ou doisi(uei (uase nessas 'ondi5es. A(ui estavainal$ente u$ pedao da(uele $undo para l/ do$undo# (ue eu se$pre supusera (ue a$ava e

    dese6ava# ultrapassando o&st/'ulos e revelando1seaos $eus sentidos: e no $e agradava# (ueria (uese osse e$&ora. Entre $i$ e ele (ueria toda adistDn'ia possvel# golo# 'ortina# 'o&ertor ou&arreira. ,as no 'a 'o$pleta$ente no golo.

    Por estrano (ue parea oi a pr!priasensao de desa$paro (ue $e salvou e serviu deapoio. Pois (ue agora eu estava o&via$enteQ$etido no 'asoR. A agonia a'a&ara. A de'iso se1guinte no $e 'a&ia a $i$.

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    Ento# 'o$o u$ rudo vindo de u$ $undodierente# 'egou o a&rir da porta e o so$ de &otasno tapete de entrada e vi# e$ silueta 'ontra o

    'in"ento da noite na porta a&erta# a igura (ue re.'one'i ser de +anso$. 8 alar (ue no era u$avo" saiu outra ve" da aste de lu": e +anso$# e$ve" de se $e0er# i'ou i$!vel e respondeu1le.A$&as as rases era$ nu$a linguage$ polissil/&i'aestrana (ue eu no tina ouvido antes. o ao

    (ual (uer tentativa para des'ulpar os senti$entos(ue surgira$ dentro de $i$ (uando ouvi o so$no u$ano (ue se dirigia ao $eu a$igo e o $eua$igo a responder na lngua no u$ana. ote$# de ato# des'ulpa9 $as se pensa$ (ue soi$prov/veis e$ tal 'on6untura# devo di"er1les

    si$ples$ente (ue no lera$ 'o$ $uito proveitone$ a ist!ria ne$ o pr!prio 'orao. Era$ sen1ti$entos de ressenti$ento# orror e 'i$e. =eio1$e > 'a&ea &radar: Qei0a o seu parente e$ pa"#$eu $/gi'o de u$ raio# e presta1$e atenoR.

    8 (ue eetiva$ente disse oi:- 8# +anso$. Braas a eus (ue vo'*

    veio.

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    CAPTULO II

    A porta e'ou1se 'o$ o estrondo 2pelasegunda ve" na(uela noite3 e depois de uns$o$entos >s apalpadelas +anso$ veio a en'ontrar

    e a'ender u$a vela. ei rapida$ente u$a vista deolos e$ volta e no vi $ais ningu%$ a no sern!s pr!prios. A 'oisa $ais digna de nota dentro dasala era o tal o&6eto grande e &ran'o. esta ve"re'one'i o or$ato pereita$ente &e$. Era u$ae$ or$a de 'ai0o# a&erta. Ao lado# no 'o#

    estava aK.ta$pa# e ora se$ dvida nesta (ue eutina tropeado. A$&as # era$ eitas do $es$o$aterial &ran'o# (ue pare'ia gelo# $as $enostransparente e $enos &rilante.

    - Por piter# estou satiseito por te ver -disse +anso$ avanando e vindo apertar1$e a$o. - Esperava poder en'ontr/1lo na estao#$as tudo teve de ser organi"ado to >s pressas e vino lti$o $o$ento (ue tina de ir at% Ca$&ridge.un'a tive a inteno de dei0/1lo a"er aquelaviage$ so"ino. - E ento# vendo# supono# (ueeu 'ontinuava a ol/1lo# pas$ado# algoestupida$ente# a'res'entou: - 4uero di"er... vo'*es#.&e$# no est/7 Passaste atrav%s da &arrage$se$ (ual(uer dano7

    - A &arrage$7 o entendo.

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    - A'ei (ue pudesse en'ontrar 'ertasdii'uldades para 'egar a(ui...

    - 8# isso - disse eu. - 4uer di"er (ueno era$ s! os $eus nervos7 Havia real$entealgu$a 'oisa no 'a$ino7

    - Si$. Eles no (ueria$ (ue viesse at%a(ui. Estava 'o$ re'eio de (ue algo do g*nero

    pudesse a'onte'er# $as no avia te$po para a"ernada. Tina a 'erte"a de (ue de u$a or$a ou deoutra# averia de passar. .

    - Por eles (uer di"er os outros... os# taisseus el!ila3

    - Claro. Apanara$ no ar o (ue est/ sepassando...

    Interro$pi1o.

    - Para di"er a verdade# +anso$ - disse eu

    -# estou 'ada ve" $ais preo'upado 'o$ estaist!ria toda. =eio1$e > 'a&ea (uando estava a'a$ino para a(ui...

    - 8# se dei0ar# eles te p5e toda a esp%'iede 'oisas na 'a&ea - disse +anso$# de Dni$oleve. - 8 $elor a a"er % no ligar e 'ontinuare$ rente. o tente responder. Bosta$ de nos$eter nu$a dis'usso inter$in/vel.

    - ,as ola l/ - disse eu. - Isto no %&rin'adeira de 'rianas. Te$ a&soluta 'erte"a de

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    (ue esse tal Senor das Trevas# esse $aligno o$arsade Tellus# e0iste real$ente7 Ser/ (ue sa&e $es$ose / dois lados ou (ual % o nosso lado7

    Fi0ou1$e su&ita$ente 'o$ u$ dos seusolares de soslaio# suaves# $as estrana$entei$pressionantes.

    - Te$ realme"#e dvidas so&re (ual(uer

    dessas 'oisas7 - perguntou.- o - disse eu# depois de u$a pausa9

    senti1$e &astante envergonado.

    - Ento9 est/ tudo &e$ - disse +anso$ani$ada$ente.

    Agora va$os tratar da 'eia e vou e0pli'andoen(uanto o a"e$os9

    - 4ue neg!'io % a(uele do 'ai0o7 -perguntei (uando a$os para a 'o"ina.

    - na(uilo (ue vou via6ar.

    - +anso$G - e0'la$ei. - Ele... a 'oisa-o el!il((( no vai te levar de volta para ,ala'andra7

    - o diga issoG - disse ele. - 8# Leis#

    vo'* no 'o$preende. Levar1$e de volta para,ala'andra7 Se ao $enos ele o i"esseG aria tudoo (ue possuo... s! para poder olar outra ve" parau$a da(uelas gargantas l/ e$&ai0o e ver a /gua$uito a"ul serpenteando atrav%s dos &os(ues. 8u

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    estar l/ no alto... para ver u$ Som desli"ando pelaen'osta a&ai0o. 8u ter voltado l/# ao 'air da noite#(uando piter est/ nas'endo# to &rilante (ue se

    no pode itar# e todos os aster!ides 'o$o u$a =iaL/'tea# 'o$ 'ada u$a das estrelas to &rilantes'o$o =*nus pare'e vista da TerraG E os aro$asG+ara$ente isto $e sai do pensa$ento. Seria deesperar (ue osse pior > noite (uando ,ala'andraest/ a'i$a do ori"onte e real$ente posso v*1lo.

    ,as no % nessa ora (ue eu sinto real$ente oaperto no peito. nos dias (uentes de =ero...olando para 'i$a# para o a"ul proundo epensando (ue l/# $il5es de $ilas ao longe# ondeno posso nun'a# nun'a $ais voltar# e0iste u$lugar (ue 'oneo# e lores 'res'endo nesse

    $o$ento so&re ,eldilorn# e a$igos $eus#tratando da sua vida# (ue $e re'e&eria$ &e$ se euvoltasse. o. o vou ter essa sorte. o % para,ala'andra (ue vo $e $andar. para Perelandra.

    - Isso % a(uilo a (ue 'a$a$os =*nus#

    no %7- Si$.

    - E vo'* di" (ue vo te $andar.

    - Si$. Se estiver le$&rado# antes de eu

    dei0ar ,ala'andra# o O$arsa deu a entender (ue a$ina ida at% l/ podia ser o 'o$eo de toda u$anova ase na vida do siste$a solar... o Ca$po deAr&ol. Podia signii'ar# disse ele# (ue o isola$ento

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    do nosso $undo# o 'er'o# estava e$ vias de 'egarao i$.

    - Si$# $e le$&ro.- Pois &e$# pare'e real$ente (ue algu$a

    'oisa do g*nero est/ para a'onte'er. Por u$ lado#as duas partes# 'o$o vo'* 'a$a# 'o$eara$ adistinguir1se de or$a $uito $ais 'lara# $uito

    $enos $is'udos# a(ui na Terra# nos nossospr!prios assuntos u$anos... a $ostrar de 'erta$aneira u$ pou'o $ais as suas verdadeiras 'ores.

    - Entendo pereita$ente.

    - A outra 'oisa % esta. 8 ar'onde negro... o

    nosso trapa'eiro O$arsa((( est/ tra$ando u$aesp%'ie (ual(uer de ata(ue a Perelandra.

    - ,as ele te$ assi$ tanta li&erdade noSiste$a Solar7 Ele pode 'egar l/7

    - A % (ue est/ 6usta$ente o ponto. Eleno pode 'egar l/ e$ pessoa# ou se6a l/ o (ue %(ue pode$os 'a$ar. Co$o sa&e# ele oi orado aretirar1se para dentro destes li$ites s%'ulos antesde e0istir (ual(uer esp%'ie de vida u$ana nonosso planeta. Se se aventurasse a apare'er ora da!r&ita da Lua seria o&rigado a retirar1se de novo... >ora. Isso seria u$ g*nero dierente de guerra. Euou vo'* no podera$os 'ontri&uir para ela $aisdo (ue u$a pulga podia 'ontri&uir para a deesa de,os'ovo. o. Ele deve estar a tentar atingirPerelandra de (ual(uer outra $aneira dierente.

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    - E onde % (ue vo'* entra7

    - Je$... eu ui si$ples$ente $andado

    para l/.- Pelo... pelo O$arsa% (uer di"er7

    - o. A orde$ ve$ de $uito $ais alto.Todas elas v*$# &e$ sa&e# no i$ das 'ontas.

    - E o (ue % (ue vo'* te$ (ue a"er (uando'egar l/7

    - o $e dissera$.

    - apenas parte do entouragedoO$arsa3

    - 8 no. Ele no vai estar l/. =aitransportar1$e para =*nus... vai $e dei0ar l/.epois disso# tanto (uanto sei9 i'arei s!.

    - ,as# ole# +anso$... (uero di"er... - a$ina vo" arrastou1se at% desapare'er.

    - Eu sei - disse ele 'o$ u$ dos seussorrisos singular$ente des'on'ertantes. - Est/vendo o a&surdo de tudo isto. 8 r. Elin+anso$ $etendo1se a 'a$ino para 'o$&ater# de$os nuas# pot*n'ias e prin'ipados. 'apa" at% de

    perguntar a vo'* $es$o se no soro de$egalo$ania.

    - Eu no (ueria di"er &e$ isso - disse eu.

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    - 8# $as eu a'o (ue si$. e (ual(uer$aneira isso % o (ue eu $es$o teno sentidodesde (ue a 'oisa $e 'aiu e$ 'i$a. ,as (uando se

    pensa &e$ no 'aso# ser/ $ais estrano (ue a(uilo(ue todos n!s te$os de a"er todos os dias74uando a J&lia usava essa $es$a e0pressoa'er'a de lutar 'ontra prin'ipados e pot*n'ias eseres iperso$/ti'os $alignos nas grandes alturas#2a nossa traduo % $uito enganadora nesse ponto#

    diga1se de passage$3 (ueria di"er (ue era$ aspessoas a&soluta$ente 'o$uns (ue tina$ (uetravar a luta.

    - 8# atrevo1$e a di"er... - disse eu. -,as isso % &astante dierente. Isso se reere ao

    'onlito $oral.+anso$ in'linou a 'a&aa para tr/s e riu.

    - 8# Leis# Leis - disse ele -# vo'* %ini$it/vel# si$ples$ente ini$it/vel.

    - iga o (ue (uiser# +anso$# e2is#e u$adierena.

    - Si$. E0iste. ,as no u$a dierena (uetorne e$ $egalo$ania pensar (ue (ual(uer de n!spossa ter (ue lutar de u$ lado ou de outro. Le

    direi 'o$o ve6o o 'aso. o notou 'o$o na nossapr!pria pe(uena guerra a(ui na Terra e0iste$ asesdierentes# e (uando (ual(uer das ases est/ ade'orrer as pessoas ad(uire$ o /&ito de pensar epro'eder 'o$o se ela viesse a to$ar1se

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    per$anente7 ,as na realidade a 'oisa est/ a $udarso& as nossas $os durante o te$ por todo# e ne$as vantagens de 'ada u$a ne$ os perigos so os

    $es$os neste ano (ue era$ no ano anterior. 8ra asua id%ia de (ue as pessoas 'o$uns nun'a tero dearrostar os el!ila ,al%i'os de (ual(uer or$a >e0'eo da or$a $oral9 ou l!gi'a... 'o$otenta5es ou 'oisa pare'ida... % si$ples$ente u$aid%ia (ue se ag)entou durante u$a 'erta ase da

    guerra '!s$i'a: a ase do grande cerco% a ase (uedeu ao nosso planeta o seu no$e de Tul'andra# oplaneta sile"cioso( ,as su pona$os (ue essa aseest/ a passar7 a pr!0i$a ase pode ser tarea deu$ (ual(uer de n!s enrent/1los... &e$# nalgu$a$odalidade $uito dierente.

    - Entendo:

    - o i$agines (ue ui es'olido para irpara Perelandra por ser algu%$ espe'ial. un'a sepode ver# ou s! $uito $ais tarde se v*# por (ue

    ra"o u$ (ual(uer oi es'olido para (ual(uer ta1rea. E (uando se v*# % usual$ente por algu$ara"o (ue no dei0a $otivo para vaidade. Co$'erte"a nun'a % por a(uilo (ue a pr!pria pessoateria 'onsiderado 'o$o as suas prin'ipais (uali1i'a5es. I$agino &e$ (ue estou a ser enviadopor(ue a(ueles dois paties (ue $e raptara$ e $elevara$ para ,ala'andra i"era$ u$a 'oisa (uenun'a ten'ionava$: no$eada$ente# dera$ a u$ser u$ano a oportunidade de aprender a(uelalngua.

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    - 4ue lngua vo'* (uer di"er7

    4 Hressa-Hlab% % 'laro. A lngua (ue aprendi

    e$ ,ala'andra.- ,as segura$ente no pensa (ue e$

    =*nus o de alar a $es$a lngua7 .

    - o te alei a respeito disso7 - disse+anso$# in'linando se para a rente. Est/va$osagora > $esa e tna$os (uase ter$inado a nossa'arne ria# 'erve6a e '/. - Espanta1$e no o tereito# pois des'o&ri / dois ou tr*s $eses# e'ientii'a$ente % u$a das 'oisas $ais interessantesde todo este 'aso. Pare'e (ue est/ va$ostotal$ente enganados ao pensar (ue Hressa-Hlabera a linguage$ parti'ular de ,arte. a realidade %o (ue se podia 'a$ar Solar Antigo# Hlab-Eribol-e&-+or!i(

    - 4ue dia&o vo'* (uer di"er7

    - 4uero di"er (ue original$ente avia u$alngua 'o$u$ para todas as 'riaturas (ue a&ita$os planetas do nosso siste$a: (uer di"er# a(ueles(ue algu$a ve" ora$ a&itados... a(uilo a (ue osel!ils 'a$aria$ ,undos Ineriores. A $aior partedeles# % 'laro# nun'a ora$ a&itados e nun'a

    sero. Pelo $enos o (ue n!s 'a$ara$osa&itados. Essa linguage$ original perdeu1se e$Tul'andra# o nosso pr!prio $undo# (uando todaa nossa trag%dia teve lugar. enu$ idio$a

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    u$ano o6e 'one'ido no $undo % derivadodela.

    - E (ue / ento a'er'a das outras duaslnguas de ,arte7

    - Conesso (ue no entendo o (ue se passa'o$ elas. ?$a 'oisa sei# e 'reio (ue poderia provare$ &ases pura$ente ilol!gi'as. So

    in'o$paravel$ente $enos antigas (ue o Hressa-Hlab% e$ espe'ial o Sur"ibur% a linguage$ dos Sor"s(Creio (ue se podia de$onstrar (ue o Sur"ibur %%pelos padr5es de ,ala'andra# u$ desenvolvi$ento$uito $oderno. uvido (ue o seu nas'i$entopossa reportar1se a u$a data anterior ao nosso

    Perodo CD$&ri'o.- E pensa (ue vai en'ontrar oHressa-Hlab%

    ou Solar Antigo# alado e$ =*nus7

    - Si$. =ou l/ 'egar 'one'endo a lngua.Livra1$e de u$a s%rie de pro&le$as... e$&ora#

    'o$o il!logo9 a'e isso &astante desapontador.

    - ,as no te$ id%ia algu$a do (ue te$ aa"er# ou de (uais as 'ondi5es (ue vais en'ontrar7

    - Id%ia nenu$a do (ue ei de a"er. H/tareas# sa&e# e$ (ue % essen'ial (ue ",o se sai&ade$asiado ante'ipada$ente... 'oisas (ue se pode$ter (ue di"er e (ue no se poderia$ di"erei'a"$ente se tivesse$ sido preparadas. 4uanto>s 'ondi5es# &e$# no sei $uita 'oisa. Estar/(uente9 % para ir nu. 8s nossos astrno$os no

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    sa&e$ $es$o nada a respeito da super'ie dePerelandra. A 'a$ada e0terior da sua at$osera %de$asiado espessa. 8 pro&le$a prin'ipal#

    aparente$ente# % se ela gira ou no so&re o seu$es$o ei0o# e a (ue velo'idade. E0iste$ duases'olas de pensa$ento.H/ u$ o$e$ 'a$adoS'iaparelli (ue a'a (ue ele gira u$a ve" so&re si$es$a no $es$o te$po (ue leva a dar u$a voltae$ torno de Ar&ol... do Sol# (uero di"er. 8utras

    pessoas pensa$ (ue ela gira so&re o seu ei0o u$ave" e$ 'ada vinte e tr*s oras. Essa % u$a das'oisas (ue ei de des'o&rir.

    - Se S'iaparelli te$ ra"o aver/ diaperp%tuo nu$ lado e noite perp%tua no outro7

    A'enou (ue si$ 'o$ a 'a&ea# $editando.

    - Seria u$a ronteira - a'a&ou por di"er.- Pensa s!. =ai1se ter a u$ pas de eterno'reps'ulo# (ue se torna $ais rio e $ais es'uro a'ada $ila (ue se prossegue. E a 'erta altura no seseria 'apa" de ir $ais al%$ por(ue no averia $aisar. Pergunto a $i$ pr!prio se se pode i'ar onde %dia# $es$o no lado 'erto da ronteira# e olarpara!e"#ro da noite onde nun'a se pode 'egar7 E vertalve" u$a estrela ou duas... no ni'o lugar onde sepode$ ver# pois (ue natural$ente nas Terras do

    ia elas nun'a seria$ visveis... Claro (ue setivere$ u$a 'ivili"ao 'ienti'a pode$ ter atosde $ergulo ou 'oisas 'o$o su&$arinos 'o$rodas para penetrar na oite.

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    8s olos dele 'intilava$# e $es$o eu# (ueestivera prin'ipal$ente a pensar e$ 'o$o le iriasentir a alta e ponderando (ue pro&a&ilidades

    avia de algu$a ve" o =er de novo# senti u$ ar1repio de ad$irao e de Dnsia de sa&er. Logo aseguir voltou a alar.

    - o $e perguntou ainda onde % (ue *oc5entra nisto - disse ele.

    - 4uer di"er (ue ta$&%$ % suposto eu ir7- disse eu# 'o$ u$ arrepio do g*nero e0ata$enteposto.

    - ada disso. 8 (ue digo % (ue vo'* ter/sde $e e$&alar e de estar pronto a dese$&alar1$e(uando voltar... Se tudo 'orrer &e$.

    - E$&alar1te7 8# tina1$e es(ue'idodessa (uesto do 'ai0o. +anso$# 'o$o dia&o vaisvia6ar nessa 'oisa7 4ual % a energia $otri"7 E(uanto a ar# ali$entos# /gua7 ,al d/ para vo'* l/ te

    estenderes.

    - 8 O$arsa de ,ala'andra e$ pessoa ser/ aenergia $otri". Pura e si$ples$ente /1lo1/deslo'ar1se para =*nus. o $e perguntes 'o$o.o ao id%ia algu$a de (ue !rgos ou instru1

    $entos eles usa$. ,as urna 'riatura (ue te$$antido u$ planeta na sua !r&ita durante v/rios&il5es de anos ser/ 'apa" de 'egar para urna'ai0a de e$&alage$.

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    - ,as (ue vais vo'* 'o$er7 Co$o % (uevais respirar7

    - Ele di" (ue no vou pre'isar de a"er(ual(uer das 'oisas. Estarei nu$a esp%'ie de estadode $orte aparente# tanto (uanto 'onsigo per'e&er.,as esse % u$ pro&le$a dele.

    - Sentes1te pereita$ente eli" 'o$ a id%ia7

    - disse eu# pois u$ 'erto senti$ento de orror'o$eava urna ve" $ais a trepar por $i$ a'i$a.- Se (uer signii'ar... Ser/ (ue a $ina ra"oa'eita a posio de (ue ele $e ar/ 'egar so esalvo# a'identes > parte# > super'ie dePerelandra7.. a resposta % si$ - disse +anso$. -

    Se (uer di"er: 8s $eus nervos e a $inai$aginao a6usta$1se &e$ > id%ia... re'eio (ue aresposta 6/ no... Pode$os a'reditar na anestesia esentir na $es$a pDni'o (uando nos p5e$real$ente a $/s'ara na 'ara. A'o (ue $e sinto'o$o u$ o$e$ (ue a'redita na vida eterna se

    sente (uando o leva$ para a rente de u$ pelotode u"ila$ento. 'apa" de ser &o$ 'o$o pr/ti'a.

    - E sou eu (ue$ te vai e$&alar nessa$aladada 'oisa7 disse eu.

    - Si$ - disse +anso$. - Esse % o

    pri$eiro passo. Te$os de ir para o 6ardi$ to 'edose erga o sol e apont/1la de tal or$a (ue no a6anenu$a /rvore ou edi'io na rente. e u$ ladoao outro do 'anteiro das 'ouves. epois eu entro...'o$ u$a ligadura a tapar1$e os olos# dado (ue

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    a(uelas paredes no evitaro a entrada da lu" do sollogo (ue este6a para l/ da at$osera... e vo'*apertas os parausos.< epois disso# penso (ue

    apenas $e ver/ desli"ar por a ora.

    - E a seguir7 .

    - Je$# a ve$ a parte di'il. Te$ de te$anter pronto a voltar outra ve" a(ui no $o$ento

    e$ (ue ores inti$ado# para retirar a ta$pa e $edei0ar sair (uando eu voltar.

    - 4uando esperas voltar7

    - ingu%$ pode di"er. Seis $eses... u$ano... vinte anos.

    Essa % a (uesto. +e'eio estar a dei0ar u$ardo &e$ pesado e$ 'i$a de ti.

    - At% posso estar $orto.

    - Je$ sei. +e'eio (ue parte desse ardose6a es'oler u$ su'essor: e de i$ediato# al%$ do$ais. E0iste$ (uatro ou 'in'o pessoas e$ (ue$pode$os 'oniar.

    - E (ual vai ser a inti$ao7 .

    - O$arsa /1lo1/. o ser/ 'onundvel 'o$(ual(uer outra 'oisa. o pre'isas de te in'o$odar'o$ esse aspe'to. ?$ outro ponto. o teno(ual(uer ra"o espe'ial para supor (ue vou re1gressar erido. ,as# pelo seguro# se puderes

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    en'ontrar u$ $%di'o ao (ual possa$os 'oniar osegredo# % 'apa" de ser &oa id%ia tra"*1la 'ontigo(uando vieres at% a(ui para $e dei0ar sair.

    - Hu$pre serviria7

    - o o$e$ 'erto. E agora va$os aassuntos $ais pessoais.

    Tive de te dei0ar de ora no $eu testa$ento#e (ueria (ue sou&esses por(u*.

    - ,eu velo# nun'a pensei no seutesta$ento at% este instante.

    - Claro (ue no. ,as eu gostaria de ter

    dei0ado (ual(uer 'oisa. A ra"o por(ue o no i" %esta. Eu vou desapare'er. possvel (ue noregresse. 'on'e&vel e$ prin'pio (ue possa terlugar u$ 6ulga$ento por assassinato e se assi$ ortodo o 'uidado nun'a ser/ de $ais. 4uero di"er#por sua 'ausa. E agora $ais urna ou duas

    disposi5es de 'ar/ter privado.Apro0i$a$os a 'a&ea u$ do outro e

    durante u$ grande &o'ado ala$os da(uelesassuntos (ue nor$al$ente se dis'ute$ 'o$ osparentes e no 'o$ os a$igos. Fi(uei a sa&er$uito $ais a'er'a de +anso$ do (ue sa&ia antes e#pelo n$ero de pessoas estranas (ue re'o$endouaos $eus 'uidados- QSe algu$a ve" a'onte'esseeu ter possi&ilidade de a"er (ual(uer 'oisaR -i(uei a ter a noo da di$enso e do 'ar/ternti$o da 'aridade (ue e0er'ia. A 'ada rase# a

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    so$&ra da separao (ue se apro0i$ava e u$aesp%'ie de $elan'olia de 'e$it%rio 'o$eou apesar 'o$ $ais *nase so&re n!s. ei por $i$ a

    notar e a apre'iar nele toda a esp%'ie de pe(uenos$aneiris$os e e0press5es 'o$o nota$os# se$prena $uler (ue a$a$os# $as (ue nu$ o$e$ s!nota$os (uando esto a a'a&ar as lti$as oras dasua li'ena ou se torna $ais pr!0i$a a data daoperao provavel$ente atal. Senti a in'redulidade

    in'ur/vel (ue a" parte da nossa nature"a9 e $alpodia 'rer (ue a(uilo (ue estava agora topr!0i$o# to tangvel e 2e$ 'erto sentido3 to >$ina disposio# estaria dentro de pou'as orastotal$ente ina'essvel# apenas u$a i$age$ - e$&reve# $es$o u$a ilusiva i$age$ - na $ina

    $e$!ria. E por i$ esta&ele'eu1se entre n!s u$'erto e$&arao# por(ue 'ada u$ sa&ia o (ue ooutro estava a sentir. Estava $uito rio.

    - E$ &reve te$os de ir - disse +anso$.

    - o antes de ele... oO$arsa(((

    voltar -disse eu# e$&ora na verdade# agora (ue a 'oisaestava to pr!0i$a# eu dese6asse (ue 'egasse aoi$.

    - Ele nun'a nos dei0ou - disse +anso$-# te$ estado todo este te$po a(ui e$ 'asa.

    - 4uer di"er (ue ele te$ estado > espera nasala do la do todas essas oras7

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    - @ espera# no. un'a passa$ por isso.=o'* e eu te$os 'on 'i*n'ia da espera# por(uete$os u$ 'orpo (ue i'a 'ansado e i$ pa'iente e

    'onse(uente$ente u$ sentido de duraoa'u$ulativa. Pode$os al%$ disso distinguiro&riga5es e poupar te$po e portanto te$os u$a'on'epo de !'io. Co$ ele no % assi$. Te$estado a(ui o te$po todo# $as no podes 'a$ar aisso esperar do $es$o $odo (ue no podes 'a$ar

    esperar a toda a sua e0ist*n'ia. Seria como se dissesses(ue u$a /rvore nu$ &os(ue est/ > espera# ou (ue alu" do sol est/ > espera so&re o lado de u$a 'olina.- +anso$ &o'e6ou. - Estou 'ansado - disse -e vo'* ta$&%$ est/. Eu ei de dor$ir &e$ na(uele$eu 'ai0o. =a$os. Trate$os de o arrastar l/ para

    ora.

    Passa$os > sala do lado e tive de i'ar dep% #e$ rente da 'a$a in'ara'tersti'a (ue noesperava $as se li$itava a estar# e ali# 'o$ +anso$'o$o int%rprete# ui de 'erta $aneira apresentado e

    na $ina pr!pria lngua ui a6ura$entado para estegrande e$preendi$ento. epois retira$os as'ortinas de o'ultao de lu"es e dei0a$os entrar a$an 'in"enta e des'onsolada.

    Carrega$os l/ para ora# os dois# o 'ai0o ea ta$pa# to rios (ue nos pare'ia$ (uei$ar osdedos. Havia u$ orvalo denso na relva e i(ueilogo 'o$ os p%s 'o$pleta$ente ensopados. 8 el!ilestava 'onos'o#l/ ora# no pe(ueno relvado9 $alvisvel de todo pelas $eus olos#> lu" do dia.+anso$ $ostrou1$e as ivelas da ta$pa e 'o$o %

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    (ue esta era para ser presa# e depois ouve u$rondar ineli" por ali e ento o $o$ento inal e$(ue entrou e$ 'asa e reapare'eu# nu9 u$

    espantalo de u$ o$e$# alto# &ran'o# atigado#tre$endo de rio >(uela ora agreste e des'orada.epois de se ter $etido dentro da(uela orrenda'ai0a e"1$e atar u$a ligadura espessa e$ volta dasua 'a&ea e olos. epois deitou1se. Eu no tinana(uela altura pensa$entos alguns so&re o planeta

    =*nus ne$ nenu$a 'rena real e$ voltar a v*1lo.Se $e tivesse atrevido teria desistido do planotodo: $as a(uela outra 'oisa - a 'riatura (ue noesperava - estava ali# e o $edo dela estava'o$igo. Co$ senti$entos (ue desde ento $e t*$voltado e$ pesadelos e'ei a ria ta$pa por 'i$a

    do o$e$ vivo (ue l/ estava e re'uei u$ pou'o.o $o$ento seguinte estava s!. o vi 'o$otudo se passou. =oltei para dentro de 'asa e uivo$itar. ?$as oras $ais tarde e'ei a 'asa de'a$po e regressei a 80ord..

    epois os $eses passara$ e passou u$ anoe $es$o u$ pou'o $ais de u$ ano# e tive$osraras e $/s not'ias e esperanas adiadas e a terrainteira i'ou 'eia de trevas e de 'ru%is a&ita5es#at% > noite e$ (ue O$arsa de novo veio ter 'o$igo.epois disso# para $i$ e para Hu$pre ouve

    u$a viage$ > pressa# estadas e$ 'orredoresapinados e esperas >s pri$eiras oras e$plataor$as ventosas e inal$ente o $o$ento e$(ue nos en'ontra$os de p%# > 'laridade do solnas'ente# na pe(uena selva de ervas daninas e$

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    (ue se tornara agora o 6ardi$ de +anso$ e vi$osu$a pinta negra so&re o sol (ue despontava# e aseguir# (uase e$ sil*n'io# o 'ai0o tina des'ido

    e$ vo planado para o $eio de n!s. Lana$o1nosso&re ele e tna$os a ta$pa tirada e$ 'er'a de$inuto e $eio.

    - Santo eusG Tudo partido e$ pedaos- gritei ao pri$eiro olar para o interior.

    - Espera l/ - disse Hu$pre. Een(uanto ele alava# a igura dentro do 'ai0o'o$eou a $e0er e sentou1se# sa'udindo# ao a"*1lo# u$a $assa de 'oisas ver$elas (ue le tina$'o&erto a 'a&ea e os o$&ros e (ue eu

    $o$entanea$ente to$ara por destroos e sangue.@ $edida (ue elas se desprendia$ e era$ levadaspelo vento# re'one'i (ue era$ lores. Pestane6ouu$ segundo ou dois# 'a$ou1nos pelo no$e#apertou a $o a 'ada u$ de n!s e saiu '/ para ora#para 'i$a da relva.

    - Co$o esto a$&os7 - disse ele. -Pare'e$1$e &astante estourados.

    Fi(uei e$ sil*n'io por u$ $o$ento# atnitoperante a or$a (ue se erguera da(uela estreita 'asa- (uase (ue u$ novo +anso$# resplande'ente de

    sade e &e$ $us'ulado e pare'endo de" anos $ais6ove$. os velos te$pos tina 'o$eado aapresentar alguns 'a&elos grisalos9 $as agora a&ar&a (ue le varria o peito era de ouro puro.

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    - 8l/# 'ortou o p% - disse Hu$pre# e vinesta altura (ue +anso$ sangrava nu$ 'al'anar.

    - ?# est/ rio a(ui e$ &ai0o - disse+anso$. - Espero (ue tena$ a 'aldeira a'esa e/gua (uente... e algu$a roupa.

    - Si$ - disse eu# e o$os atr/s dele paradentro de 'asa. - Hu$pre pensou e$ tudo.

    +e'eio (ue eu no o teria eito.+anso$ estava agora na 'asa de &ano# 'o$

    a porta a&erta# o'ulto por nuvens de vapor# eHu$pre e eu est/va$os no pata$ar a alar 'o$ele. As nossas perguntas era$ $ais nu$erosas do(ue ele podia responder.

    - A(uela id%ia de S'iaparelli est/ de todoerrada - &radou ele. - Por l/# t*$ u$ dia e u$anoite 'o$uns9 e... o# no $e d!i o 'al'anar# oupelo $enos s! agora 'o$eou a doer e... 8&rigado#(ual(uer roupa 6/ usadas serve. ei0e$1nas e$

    'i$a da 'adeira e... o# o&rigado. o $eapete'e$ $uito ovos 'o$ presunto ou (ual(uer'oisa no g*nero. o / ruta7 o a" $al. Po#lo'os de aveia ou (ual(uer outra 'oisa e... entrode 'in'o $inutos estarei a e$&ai0o.

    Fartou1se de perguntar se real$enteest/va$os &e$ e pare'ia a'ar (ue tna$os ar dedoentes. es'i para tratar do pe(ueno1al$oo# eHu$pre disse (ue ia l/ i'ar para e0a$inar e tra1tar do 'orte no 'al'anar de +anso$. 4uando ele

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    se 6untou a $i$ estava eu a o&servar u$a dasp%talas ver$elas (ue tina$ vindo na urna.

    - A(ui est/ u$a lor &e$ &onita - disse#entregando1a.

    - Si$ - disse Hu$pre# estudando1a'o$ as $os e os olos de u$ 'ientista. - 4uee0traordin/ria deli'ade"aG Fa" u$a violeta inglesa

    pare'er u$a erva grosseira.- =a$os pr algu$as dentro de /gua.

    - o servir/ de $uito. +epare# 6/ esto$ur'ando.

    - Co$o a'a (ue ele est/7- E$ &oa or$a# e$ geral. ,as no gosto

    $uito da(uele 'al'anar. i" ele (ue a e$orragia6/ dura / $uito te$po.

    +anso$ veio ter 'onos'o# todo vestido# eserviu1se de '/. E durante todo o a(uele dia e pelanoite ora 'ontou1nos a ist!ria (ue ve$ a seguir.

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    CAPTULO III

    Co$ (ue % (ue se asse$ela via6ar nu$'ai0o 'eleste oi u$a 'oisa (ue +anso$ nun'ades'reveu. i"ia (ue no podia. ,as ora$

    apare'endo alus5es dispersas a respeito da(uelaviage$# nu$a altura ou noutra# (uando alava deassuntos 'o$pleta$ente dierentes.

    e a'ordo 'o$ o seu $es$o relato noestivera a(uilo a (ue 'a$a$os 'ons'iente etodavia# ao $es$o te$po# a e0peri*n'ia era $uitopositiva e 'o$ u$a (ualidade (ue a distinguira.u$a 'erta o'asio# algu%$ tina estado a alara'er'a de Qver a vidaR no sentido popular de andarpelo $undo ora e 'one'er gente# e J.#(ue estavapresente 2e (ue % u$ antroposoista3# disse (ual1(uer 'oisa (ue no re'ordo &e$ a'er'a de Qver avidaR# 'o$ u$ sentido $uito dierente. A'o (uese estava a reerir a u$ siste$a de $editao (ueair$ava a"er Qa pr!pria or$a da =idaR visvel aoolar interior. e (ual(uer $odo +anso$ dei0ou1se apanar nu$ 'o$prido re(uisit!rio por no tero'ultado o ato de (ue ligava a isto u$a 'erta id%ia&e$ deinida. Foi $es$o at% ao ponto - depoisde $uito pressionado - de di"er (ue via a vida#na(uelas 'ondi5es# 'o$o u$a Qi$age$ 'oloridaR.Perguntado - de (ue 'or7 - deu1nos u$ olar'urioso e apenas oi 'apa" de di"er - (ue 'oresG

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    - Si$# (ue 'oresG - ,as depois estragou tudo aoa'res'entar - 'laro (ue na realidade no era 'ornenu$a. 4uero di"er# no a(uilo a (ue

    'a$ara$os de 'or - e ao 'alar1se'o$pleta$ente por todo o resto da noite. ?$aoutra aluso surgiu (uando u$ a$igo nosso#'%pti'o# - 'a$ado ,'Pee estava a argu$entar'ontra a doutrina 'rist da ressurreio do 'orpou$ano. a altura era eu a sua vti$a e ele

    a'ossava1$e# > &oa $aneira es'o'esa# 'o$(uest5es 'o$o - Pensa ento (ue vai ter tripas epaladar para se$pre nu$ $undo e$ (ue no se'o$er/# e !rgos genitais nu$ $undo se$ '!pula'arnal7 Si$ senor# vai servir1te de $uitoG -(uando +anso$ su&ita$ente e0plodiu# 'o$ grande

    e0'itao - o# no est/ vendo# seu &urro (ue /dierena entre u$a vida (ue trans'ende ossentidos e u$a vida onde no e0iste$ sentidos -Isto# % 'laro# atraiu para ele o ogo de ,'Pee. 8(ue e$ergiu oi (ue na opinio de +anso$ asatuais un5es e apetites do 'orpo desapare'eria$#

    no por(ue se atroiasse$ $as por(ue era$# 'o$oele disse# QengolidosR - interiori"ados. ?sou apalavra Qtransse0ualR# re'ordo# e 'o$eou >pro'ura de algu$as palavras si$ilares para apli'ar a'o$er 2depois de re6eitar Qtransgastron$i'o3 e#u$a ve" (ue no era o ni'o il!logo presente# isso

    desviou a 'onversa pra outros ru$os. ,as estou&e$ 'erto de (ue ele estava a pensar e$ algopor(ue passara na sua viage$ para =*nus. ,as a'oisa $ais $isteriosa (ue ele algu$a ve" disse aeste respeito oi talve" esta. Eu estava a a"er1le

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    perguntas so&re o assunto1'oisa (ue ele noper$ite $uitas ve"es - e tina ditodes'uidada$ente - Claro (ue 'o$preendo (ue

    tudo % de$asiado vago para o pores e$ palavras- (uando ele $e 'orrigiu de or$a assa" rspida#para u$ o$e$ to pa'iente# di"endo - Pelo'ontr/rio# so as palavras (ue so ondas. A ra"opela (ual a 'oisa no pode ser e0pressa % (ue ela %!e&i"i!a de $ais para a linguage$. - E isto % $ais

    ou $enos tudo (ue vos posso di"er da sua viage$.?$a 'oisa % 'erta# ele regressou de =*nus ainda$ais $udado do (ue voltara de ,arte. ,as % 'laro(ue isso pode ter sido devido ao (ue le a'onte'eradepois de aterrar.

    A essa aterrage$# 'o$o +anso$ $e 'ontou#vou agora passar. Pare'e (ue oi a'ordado 2se esta% a e0presso 'orreta3 do seu indes'ritvel estado'elestial pela sensao de ir a 'air - por outraspalavras# (uando 6/ estava sui'iente$ente perto de=*nus# para =*nus le apare'er do lado de &ai0o.

    A 'oisa (ue notou a seguir oi (ue sentia $uito'alor nu$ lado e $uito rio no outro# e$&oranenu$a das sensa5es 'egasse ao ponto de serreal$ente dolorosa. Co$o (uer (ue osse# a$&as'edo ora$ dissolvidas na prodigiosa lu" &ran'a(ue vina de &ai0o (ue 'o$eou a penetrar atrav%s

    das paredes se$i opa'as da urna. A(uilo au$entoude or$a 'onstante e tornou1se alitivo a despeitodo ato de ele ter os olos protegidos. o aviadvida de (ue a(uilo era o albe!o# o v%u e0terior deat$osera $uito densa pelo (ual =*nus % 'er'ada e

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    (ue relete 'o$ u$ poder intenso os raios solares.Por algu$a ra"o o&s'ura# no estava 'ons'iente#'o$o estivera na apro0i$ao a ,arte# do r/pido

    in're$ento do seu $es$o peso. 4uando a lu"#&ran'a estava $es$o a tornar1se insuport/vel# de1sapare'eu 'o$pleta$ente# e $uito e$ &reve o riono lado es(uerdo e o 'alor no direito 'o$eara$ adi$inuir e a ser su&stitudos por u$a tepide"unior$e. Segundo $e pare'e ele estava agora na

    'a$ada e0terior da at$osera de Perelandra -nu$ 'reps'ulo# pri$eiro p/lido e depois$ati"ado. A 'or predo$inante# tanto (uanto podiaver atrav%s dos lados da urna# era doirada ou'o&reada. Por esta altura devia estar $uito perto dasuper'ie do planeta# 'o$ a di$enso $aior da

    urna a a"er u$ Dngulo reto 'o$ ela - 'aindo dep%s para a gente 'o$o u$ o$e$ nu$ elevador- A sensao de 'air - indeeso 'o$o ele estavae in'apa" de $e0er os &raos - tornou1seaterradora. Ento# su&ita$ente# veio u$a grandees'urido verde# u$ rudo no identii'/vel - a

    pri$eira $ensage$ do novo $undo - e u$aa'entuada des'ida da te$peratura. Pare'ia ter agoraassu$ido a posio ori"ontal e al%$ disso# parasua grande surpresa# estar a $over1se no para&ai0o $as si$ para 'i$a9 'on(uanto# na altura 6ulgaisso u$a iluso. Todo este te$po devia ter estado a

    a"er esoros d%&eis# in'ons'ientes# para $e0er os$e$&ros# por(ue ento repentina$ente deu por oslados da sua 'asa - priso 'edere$ > presso.Es#a*a a $e0er os $e$&ros# entravados por(ual(uer su&stDn'ia vis'osa. 8nde estava a urna7

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    As suas sensa5es era$ $uito 'onusas. ?$asve"es pare'ia ir a 'air# outras a elevar1se nos arespor ali a'i$a#e ainda outras ve"es a deslo'ar1se no

    plano ori"ontal. A su&stDn'ia vis'osa era &ran'a.A 'ada instante pare'ia aver $enos... u$a $at%ria&ran'a# ne&ulosa# tal e (ual# a urna# s! (ue no eras!lida. Co$ u$ 'o(ue terrvel 'o$preendeu (ueera a urna# a urna (ue se derretia# (ue se dissolvia#dando lugar a u$a 'onuso de 'or indes'ritvel -

    u$ $undo ri'o# variegado# no (ual nada# de$o$ento# pare'ia palp/vel. o avia 6/ urnaalgu$a. Tina sido despe6ado - depositado -solit/rio. Estava e$ Perelandra.

    A sua pri$eira i$presso no era nada $ais

    deinido (ue u$a sensao de (ue algo estavain'linado - 'o$o se estivesse a olar por u$aotograia (ue tivesse sido tirada (uando a $/(uinano estava de nvel. E $es$o isto durante u$$o$ento apenas. A in'linao oi su&stituda poru$a in'linao dierente9 ento as duas in'lina5es

    'orrera$ u$a para a outra e 'onstitura$ u$ pi'o#e o pi'o a'atou1se su&ita$ente nu$a linaori"ontal# e a lina ori"ontal to$&ou e tornou1senos &ordos de u$a vasta en'osta ulgurante (ue sepre'ipitava uriosa$ente so&re ele. o $es$o$o$ento sentiu (ue estava a su&ir. Elevava1se

    'ada ve" $ais alto at% pare'er (ue tina de 'egar >'pula ardente de ouro (ue pendia so&re ele e$ve" do '%u. A seguir estava nu$ 'u$e9 $as antes(uase de. (ue o seu olar tivesse registrado u$enor$e vale (ue se a&ria a&ai0o dele - u$ verde

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    &rilante 'o$o vidro e raiado por veios de u$&ran'o espu$oso - estava a pre'ipitar1se nessevale a talve" trinta $ilas > ora. E agora verii'ava

    (ue e0istia u$a res'ura deli'iosa e$ todas aspartes do 'orpo e0'eto na 'a&ea# (ue os p%s nose apoiava$ e$ nada e (ue vina / algu$ te$poe0e'utando in'ons'iente$ente os $ovi$entos deu$ nadador. Estava e$ 'i$a da ondulao se$espu$a de u$ o'eano# res'o e 'al$o# depois das

    uriosas te$peraturas do '%u# $as (uente pelospadr5es da Terra - to (uente 'o$o u$a &aa#pou'o prounda e 'o$ undo de areia# nu$ 'li$asu&tropi'al. En(uanto se arro6ava 'o$ suavidadepela en'osta 'onve0a da onda seguinte a'i$a i'ou'o$ a &o'a 'eia de /gua. ,as sa&ia a sal9 era

    pot/vel 'o$o /gua do'e e s!# nu$ grauininitesi$al# $enos inspida. E$&ora no tivessedado por estar 'o$ sede at% ao $o$ento# o (ue&e&eu deu1le u$ pra"er espantoso. Era (uase'o$o 'one'er o pr!prio Pra"er pela pri$eira ve".Eniou o rosto enru&es'ido no verde transl'ido# e

    (uando o tirou en'ontrou1se u$a ve" $ais no topode u$a onda.

    o avia terra > vista. 8 '%u era ouro puroe plano 'o$o o undo de u$ (uadro $edieval.Pare'ia $uito distante - to aastado 'o$o os

    'irros pare'e$ vistos da Terra. Ao longe# o o'eanota$&%$ era de ouro# salpi'ado de in$erasso$&ras. As ondas $ais pr!0i$as# e$&oradouradas (uando as 'ristas apanava$ a lu"# era$verdes nas vertentes: pri$eiro es$eralda# e u$

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    verde garraa lustroso $ais a&ai0o# tornando1sea"ul ao passare$ so& a so$&ra das outras ondas.

    Tudo# isto ele viu nu$ relD$pago9 a seguirestava $ais u$a# ve" 'orrendo por ali a&ai0o na'ava da onda. Se$ sa&er 'o$o# dei1K tara1se de'ostas. =iu a 'o&ertura dourada da(uele $undopalpitando 'o$ u$a r/pida variao de lu"es $aisp/lidas# 'o$o u$# teto palpita 'o$ a lu" do sol

    reletida na /gua do &ano# (uando entra$os nelanu$a $an de =ero. A'ou (ue isso era orele0o das ondas onde nadava. E u$ en$enoo&serv/vel tr*s dias: e$ 'ada 'in'o no planeta doa$or. A raina da(ueles $ares v*1se'ontinua$ente nu$ espelo 'elestial.

    e novo pela 'rista a'i$a e nada de terra >vista. Algo (ue pare'ia nuvens - ou podia$ sernavios7 - l/ $uito para a es(uerda. epois# por alia&ai0o# a&ai0o# a&ai0o - pensou (ue nun'a'egaria ao i$... desta ve" o&servou 'o$o a lu"

    estava redu"ida. ?$a talor a t%pida na /gua - u$&ano assi$ glorioso# 'o$o teria sido ' a$ado naTerra# sugeria 'o$o natural a'o$pana$ento u$sol a&rasador ,as ali no avia tal 'oisa. A /gua'intilava# o '%u ardia doirado# $as tudo era ri'o e&ao# e os olos en'ia$1sei da(uilo se$ i'are$ous'ados ne$ 'oloridos. 8s pr!prios ter os deverde e de ouro# (ue ora orado a usar ao des1'rever a 'ena# so de$asiado grosseiros para adeli'ade"a# a $uda irides'*n'ia# da(uele $undot%pido# $aternal# reinada$ente esplendoroso. Erato suave de olar 'o$o o anoite'er# (uente 'o$o

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    o $eio1dia no =ero# $eigo e sussurrante 'o$o oro$per da aurora era e0tre$a$ente gratii'ante.eu u$ suspiro.

    a sua rente avia agora u$a onda to alta(ue $etia pavor. Fala$os distraida$ente no nossopr!prio $undo de $ar da altura de u$a $ontana#(uando no % $uito $ais alto (ue o $astro. ,asa(uilo era a s%rio. Se a $ole enor$e osse u$

    $onte e$ terra e no a /gua# podia ter gasto u$a$an inteira ou $ais su&indo pela en'osta antesde 'egar ao alto. A onda 'oleu1o dentro de si$es$a e arre$essou1o por a(uela elevao a'i$anu$a (uesto de segundos. ,as antes de al'anaro topo# (uase soltou u$ grito de terror. Pois a(uela

    onda no tina u$ topo liso 'o$o as outras.Apare'eu u$a 'rista orrvel: or$as ant/sti'as#re'ortadas e en'apeladas# $as se$ sere$ naturais#ne$ l(uidas# na apar*n'ia# &rotava$ dela.+o'edos7 Espu$a7 Ani$ais7 A (uesto $altivera te$po de le atravessar o pensa$ento e 6/ a

    'oisa estava e$ 'i$a dele. Fe'ou os olosinvoluntaria$ente. E depois deu por si# $ais u$ave"# pre'ipitando1se na des'ida. Fosse o (ue (uer(ue osse# tina i'ado para tr/s. ,as algu$a 'oisaora. Tina apanado u$a pan'ada na 'ara. Pas1sando nesta 'o$ a $o no en'ontrou sangue.

    Algu$a 'oisa le tina &atida (ue no le 'ausaradano $as $era$ente $agoara 'o$o u$a 'i&ata#devido > velo'idade a (ue se tina$ 'ru"ado. enovo rodou so&re si $es$o - voando 6/# ao a"*1lo# $ilares de p%s por ali a'i$a at% ao alto da /gua

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    da 'rista seguinte. L/ $uito a&ai0o dele# nu$ vastovale $o$entDneo# viu a 'oisa (ue alara. E a u$o&6eto de or$a irregular# 'o$ $uitas 'urvas e

    reentrDn'ias. Era variegado de 'ores# 'o$o u$a'ol'a de retalos 'or de ogo# a"ul ultra$arino#'ar$esi$# 'or de laran6a# a$arelo Sio e violeta.o podia di"er $ais so&re o 'aso pois #olar tododurara to pou'o te$po. 8 (ue (uer (ue a 'oisaosse# lutuava# pois pre'ipitou1se pela vertente

    a'i$a da onda #posta# pelo alto dela e para ora davista. Assentava na /gua 'o$o u$a pele# 'urvando1se (uando a /gua 'urvava. To$ou a er$a da ondano topo# de or$a (ue por u$ $o$ento delaestava 6/ ora da vista para l/ da 'rista e a outra$etade 6a"ia na parte $ais alta da vertente.

    Co$portava1se $uito 'o$o u$ tapete de plantasnu$ rio - u$ tapete de plantas (ue a&sorve todosos 'ontornos das pe(uenas ondula5es (ue sea"e$ ao re$ar passando por ele - $as nu$aes'ala $uito dierente. A 'oisa e$ (uesto era'apa" de ter do"e e'tares de /rea ou $ais. As

    palavras so lentas. o se pode perder de vista oato de toda a sua vida e$ =*nus at% agora terdurado $enos de 'in'o $inutos. o estava$ini$a$ente 'ansado e ainda no seria$entealar$ado (uanto > sua 'apa'idade de so&revivere$ tal $undo. Tina 'oniana na(ueles (ue para

    l/ o tina$ $andado# e entretanto a res'ura da/gua e a li&erdade dos seus $e$&ros era$ aindau$a novidade e u$a del'ia9 $as# $ais (ue todasestas# era u$a outra 'oisa > (ual 6/ aludi e (uedii'il$ente pode ser posta e$ palavras - a

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    estrana sensao de pra"er e0'essivo (ue pare'iade algu$ $odo ser1le trans$itida atrav%s detodos os sentidos ao $es$o te$po. ?so a palavra

    Qe0'essivoR por(ue o pr!prio +anso$ apenas apodia des'rever di"endo (ue nos seus pri$eirosdias e$ Perelandra era perseguido# no por u$senti$ento de 'ulpa# $as pela surpresa de noe0peri$entar este senti$ento. Havia u$ae0u&erDn'ia ou prodigalidade de doura a'er'a do

    $ero ato de viver (ue a nossa raa a'a di'il noasso'iar a a5es proi&idas e e0travagantes. E'ontudo era ta$&%$ u$ $undo violento. ,altina perdido de vista o o&6eto lutuante (uando osseus olos ora$ varados por u$a lu" in1suport/vel. ?$a lu" a"ul1violeta# (ue tudo nivelava#

    e" o '%u dourado pare'er es'uro por 'o$paraoe nu$a rao de te$po revelou $ais do novoplaneta do (ue a(uilo (ue tina visto at% a. =iu avastido perdida das ondas estendendo1seili$itadas diante dele# e longe# $uito longe# no i$do $undo# 'ontra o '%u# u$a 'oluna singela e lisa#

    de verde lvido# de p%# a ni'a 'oisa i0a e verti'alna(uele universo de en'ostas $ovedias. Ento o'reps'ulo $agni'o voltou a investir 2pare'endoagora (uase es'urido3 e ele ouviu o trovo. ,astina u$ #imbre dierente do trovo terrestre# $aisressonDn'ia# e $es$o# (uando distante# u$a

    esp%'ie de vi&rao. Era o riso# $ais (ue o rugido#do '%u. Seguiu1se u$ outro relD$pago e aindaoutro e depois a te$pestade estava so&re ele.Enor$es nuvens prpura viera$ $eter1se entre elee o '%u dourado# e se$ pingos preli$inares

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    'o$eou a 'air u$a 'uva 'o$o nun'apresen'iara. o e0istia$ nela linas9 a /gua por'i$a dele $al pare'ia $enos 'ontnua (ue ornar e

    sentiu dii'uldade e$ respirar. 8s relD$pagos era$in'essantes. Entre u$ e outro# (uando olava e$(ual(uer direo e0'eto a das nuvens# via u$$undo 'o$pleta$ente $odii'ado. Era 'o$oestar no 'entro de u$ ar'o1ris# ou nu$a nuve$$ulti'olorida de vapor. A /gua (ue agora en'ia o

    ar tornava $ar e '%u nu$a 'onuso detranspar*n'ia la$e6antes (ue se de&atia$. Estavaatordoado e pela pri$eira ve" u$ pou'o assustado.Co$ os relD$pagos viu# 'o$o antes# apenas o $arse$ i$ e a 'oluna verde e i$!vel# no i$ do$undo. Terra no se via e$ parte algu$a - ne$ a

    sugesto de u$a $arge$# de u$ e0tre$o ao outrodo ori"onte.

    8s trov5es era$ ensurde'edores e era di'ilaspirar o ar sui'iente. Toda a esp%'ie de 'oisaspare'ia 'air 'o$ a 'uva1aparente$ente 'oisas

    vivas. Asse$elava$1se a rs airosas e gra'iosas deu$a or$a preternatural - u$a su&li$ao dasrs - e tina$ a 'or das li&%lulas# $as ele no seen'ontrava e$ 'ondi5es de poder a"ero&serva5es 'uidadosas. Estava a 'o$ear a sentiros pri$eiros sinto$as de e0austo e sentia1se

    'o$pleta$ente 'onuso pela orgia de 'ores naat$osera. 4uanto durou este estado de 'oisas nopodia di"er# $as a pr!0i$a 'oisa (ue se le$&ra deter notado 'o$ 'erto rigor oi (ue a ondulaoestava a de'res'er. Tina a i$presso de estar perto

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    do i$ de u$a 'adeia de $ontanas de /gua e aolar para as terras $ais &ai0as l/ no undo.urante u$ largo perodo no avia $aneira de

    'egar a estas terras $ais &ai0as9 o (ue pare'ia# por'o$parao 'o$ o $ar (ue en'ontrara > 'egada#sere$ /gua 'al$as# a'a&ava se$pre por sere$ondas apenas ligeira$ente $enores# (uando nelasse pre'ipitava. Pare'ia aver por ali u$a &oa(uantidade dos grandes o&6etos lutuantes. E estes#

    $ais u$a ve"# a 'erta distDn'ia pare'ia$ u$ar(uip%lago# $as se$pre# > $edida (ue 'egava$ais perto e dava 'o$ a irregularidade das /guase$ (ue lutuava$# to$ava$ $ais o aspe'to deu$a es(uadra. ,as# inal$ente# no avia dvidaalgu$a de (ue a ondulao estava a a&ater. A

    'uva parou. As ondas era$ apenas de alturaatlDnti'a. As 'ores do ar'o1ris tornara$1se $aisd%&eis e $ais transparentes e o '%u doiradopri$eiro $ostrou1se ti$ida$ente atrav%s delas edepois esta&ele'eu1se outra ve" de u$ e0tre$o aooutro do ori"onte. As ondas tornara$1se ainda

    $enores. Co$eou a respirar livre$ente. ,asagora estava real$ente 'ansado# e a 'o$ear a terte$po para sentir $edo. ?$ dos grandes tapetesde $aterial lutuante desli"ava por u$a ondaa&ai0o# no $ais (ue algu$as 'entenas de 6ardasaastado. 8lou1o ansiosa$ente# perguntando a si

    $es$o se poderia su&ir para 'i$a de u$a da(uelas'oisas para des'ansar. Tina grandes suspeitas de(ue de$onstraria$ ser si$ples tapetes de plantas#ou os ra$os superiores de lorestas su&$arinas#in'apa"es de podere$ 'o$ ele. ,as en(uanto

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    pensava isto# a(uele e$ (ue os seus olos setina$ i0ado e$ parti'ular trepou por u$a onda einterps1se entre ele e o '%u. o era plano. a sua

    super'ie ulva erguia1se toda u$a s%rie de or$asonduladas e e$plu$adas# $uito desiguais e$altura9 pare'ia$ es'uras 'ontra o ulgor a$orte'idoda a&!&ada doirada. epois todas se in'linara$para o $es$o lado e a 'oisa (ue as transportavaenrolou1se so&re a 'rista das /guas e $ergulou

    para ora da vista. ,as ali estava outra# a no $aisde trinta 6ardas# e (ue vina para 'i$a dele. irigiu1se a ela# notando ao a"*1lo 'o$o os &raosestava$ ra'os e 'ansados e sentindo o pri$eiroarrepio de verdadeiro $edo. 4uando seapro0i$ou# viu (ue ter$inava nu$a ran6a de

    $aterial indu&itavel$ente vegetal9 arrastava# narealidade# u$a saia ver$ela es'ura de tu&os# i&rase &olsas. Lanou1les a $o e verii'ou (ue noestava ainda sui'iente$ente perto. esatou anadar desesperada$ente# pois a 'oisa desli"ava 9nasua rente a algu$as de" $ilas > ora. Lanou

    outra ve" a $o e i'ou 'o$ ela 'eia de i&rasver$elas (ue pare'ia$ 'i'otes# $as estassoltara$1se da $o e (uase o 'ortara$. Entoatirou1se $es$o para o $eio delas# agarrando1seuriosa$ente a tudo o (ue estava na sua rente. Poru$ instante i'ou nu$a esp%'ie de sopa vegetal de

    tu&os gorgolantes e de &olsas (ue re&entava$9 no$o$ento seguinte as $os apanara$ algo $aisir$e e$ rente# u$a 'oisa assi$ 'o$o $adeira$uito $a'ia. Ento# 'o$ o lego (uase esgotadoe u$ 6oelo 'ontuso# deu 'onsigo deitado de 'ara

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    para &ai0o nu$a super'ie resistente. Pu0ou por siu$a polegada $ais ou 'oisa assi$. Si$ - agorano avia dvida nenu$a9 no se passava para o

    outro lado9 era algo e$ (ue u$a pessoa se podiaestender.

    Pare'e (ue deve ter i'ado longo te$podeitado de &arriga# se$ a"er ne$ pensar nada.4uando a seguir 'o$eou a dar pelo (ue o rodeavaestava# para todos os eeitos# &e$ repousado. A

    pri$eira des'o&erta (ue e" era (ue estavaestendido nu$a super'ie se'a# a (ual ao sere0a$inada 'o$ 'uidado veio a revelar1se 'onsistirde u$a su&stDn'ia $uito pare'ida 'o$ ur"e e0'etopela 'or (ue era a'o&reada. Esgravatandodistraida$ente 'o$ os dedos en'ontrou (ual(uer

    'oisa ri/vel# 'o$o terra se'a# $as e$ $uito pou'a(uantidade# pois (ue logo de seguida deu 'o$ u$a&ase de i&ras ri6as entrelaadas. =irou1se ento de'ostas# e ao a"*1lo des'o&riu a e0tre$a resist*n'iada super'ie onde estava deitado. Era $ais(ual(uer 'oisa do (ue a le0i&ilidade da vegetao

    tipo ur"e# e dava $ais a i$presso de (ue todaa(uela ila lutuante# so& a vegetao# era u$aesp%'ie de 'ol'o. =oltou1se e olou Qpara terraR- se % esta a palavra 'erta - e por u$ $o$entoa(uilo (ue via pare'ia $uito ser u$ 'a$po. Estavaa 'orrer os olos por u$ 'o$prido e solit/rio vale#

    'o$ o undo 'or de 'o&re &orde6ado e$ 'ada ladopor en'ostas suaves 'o&ertas por u$a esp%'ie deloresta de $uitas 'ores. ,as $es$o (uandoregistrava esta i$age$# ela tornou1se u$a'o$prida 'rista 'or de 'o&re# 'o$ a loresta

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    !esce"!o de 'ada lado. Claro (ue devia estar 6/preparado para isso# $as di" ele (ue le 'ausou u$'o(ue de o pr doente. A 'oisa tina pare'ido#

    na(uele pri$eiro olar de relan'e# to se$elante aterreno aut*nti'o (ue se tina es(ue'ido (ue elaestava a lutuar - u$a ila# se se (uiser 'o$$ontes e vales# $as $ontes e vales (ue tro'ava$de lugar a 'ada $inuto ou 'oisa assi$# de or$a(ue s! o 'ine$a podia a"er o $apa dos seus

    'ontornos. E esta % a nature"a das ilas lutuantesde Perelandra. ?$a otograia# o$itindo as 'ores ea per$anente variao de or$a# aria pare'er 'o$paisagens do nosso pr!prio $undo# $as arealidade % &e$ dierente9 pois so se'as e %rteis'o$o terra# $as a sua ni'a or$a % a or$a

    in'onstante da /gua de&ai0o delas. Todavia# ase$elana (ue apresentava$ 'o$ a terra provouser di'il de resistir. Con(uanto o seu '%re&ro 6/tivesse aprendido o (ue estava a passar1se# +anso$ainda o no i"era 'o$ os $s'ulos e os nervos.Levantou1se e deu alguns passos para o interior -

    e a des'er# 'o$o o solo se apresentava (uando selevantara - e de i$ediato se en'ontrou de 'ara no'o# se$ se $agoar devido > $a'ie" das ervas.Ps1se rapida$ente de p% - viu (ue tina u$aen'osta ngre$e a su&ir1e 'aiu segunda ve". ?$rela0ar a&enoado da tenso e$ (ue estivera a

    viver desde a 'egada des'ontraiu1o nu$a risadara'a. +olou para '/ e para l/ na super'ie $a'ia eodorera nu$ ata(ue de riso nervoso de aut*nti'o$enino de es'ola.

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    A(uilo passou. E ento# na ora ou duasseguintes# esteve a ensinar a si $es$o a andar. Era$uito $ais di'il (ue a &ordo de u$ navio# pois

    (ue aa o $ar o (ue i"er o 'onv%s do navio$ant%$1se plano. ,as a(uilo era 'o$o aprender aandar so&re a pr!pria /gua. Levou1le diversasoras a aastar1se u$a 'entena de 6ardas da &orda#ou 'osta# da ila lutuante9 e i'ou $uito orguloso(uando 'onseguiu dar 'in'o passos se$ 'air#

    &raos estendidos# 6oelos le0ionados prontospara u$a s&ita $udana de e(uil&rio# todo o seu'orpo tenso e os'ilante 'o$o algu%$ (ue est/ aaprender a andar no ara$e. Talve" tivesseaprendido $ais depressa se as suas (uedas notivesse$ sido to suaves# se no osse to

    agrad/vel# depois de 'air# dei0ar1se i'ar (uieto a'onte$plar a 'pula dourada# a ouvir o rudo 'la$ante e 'ontnuo da /gua e a respirar o aro$a'uriosa$ente deleitoso da verdura. E ainda# al%$disso# era to es(uisito# depois de ter virado os p%spela 'a&ea para dentro de u$a pe(uena ravina

    a'ar1se sentado no pi'o de u$a $ontana no'entro de toda a ila olando# (ual +o&insonCruso%# para os 'a$pos e lorestas l/ e$ &ai0o at%as $argens e$ todas as dire5es# (ue era di'il au$a pessoa no se dei0ar i'ar sentada uns $inutos$ais - e depois i'ar de novo retida por(ue# ao

    levantar# tanto o $onte 'o$o o vale tina$ sidoo&literados e toda a ila estava plana e ori"ontal.A'a&ou inal$ente por 'egar > parte

    ar&ori"ada. Havia tuos &ai0os de vegetaoplu$osa# 'o$ 'er'a da altura das $oitas de

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    groselas# 'o$ a 'or de an*$onas do $ar. Por'i$a disto avia vegetao $ais alta - /rvoresestranas 'o$ tron'os 'o$o tu&os de a"ul e

    prpura espalando $agni'os doss%is so&re a sua'a&ea# nos (uais o 'or de laran6a# a prata e o a"ulera$ as 'ores predo$inantes. A(ui# 'o$ a a6udados tron'os das /rvores podia $ais a'il$enteaguentar1se de p%. 8s aro$as da lorestaultrapassava$ tudo o (ue algu$a ve" 'on'e&era.

    i"er (ue o a"ia$ sentir 'o$ o$e e 'o$ sedeseria indu"ir e$ erro9 $as (uase a"ia$ nas'er u$novo g*nero de o$e e de sede# u$ dese6o (uepare'ia luir do 'orpo e entrar na al$a# e senti1loera 'o$o estar no '%u. =e"es se$ 'onta i'avai$!vel# agarrando1se a u$ ra$o para se e(uili&rar

    prounda$ente# 'o$o se o respirar se tivessetornado u$a esp%'ie de ritual. E ao $es$o te$poa paisage$ da loresta orne'ia o (ue na Terra teriasido u$a d"ia de paisagens - ora u$ &os(ue anvel# 'o$ /rvores to verti'ais 'o$o torres# orau$ leito proundo onde era surpreendente no se

    en'ontrar u$ regato# ora u$ &os(ue 'res'endo naen'osta de u$a 'olina# ora ainda o alto de u$outeiro de onde se olava atrav%s dos tron'oso&l(uos para o $ar distante# l/ e$ &ai0o. Salvo oso$ no orgDni'o das ondas > volta dele# avia u$sil*n'io total. A sensao de solido tornou1se

    intensa se$ de or$a algu$a passar a ser dolorosa- a'res'entando apenas# na realidade# u$ lti$oto(ue de e0travagDn'ia aos pra"eres e0traterrenos(ue o rodeava$. Se algu$ re'eio tina agora# erau$a d%&il apreenso de (ue o seu 6u"o pudesse

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    estare$ perigo. Havia (ual(uer 'oisa e$Perelandra (ue poderia ultrapassar a 'apa'idade deu$ '%re&ro u$ano.

    Cegara agora a u$a parte do &os(ue ondegrandes glo&os de ruta a$arela pendia$ das/rvores e$ 'a'os# 'o$o os &al5es de &rin'ar se6unta$ e$ 'a'os nas 'ostas do o$e$ dos&al5es# e $ais ou $enos 'o$ o $es$o ta$ano.Apanou u$ e deu1le voltas so&re voltas. A 'as'a

    era lisa e ir$e e pare'ia i$possvel de a&rir. Ento#por a'aso# u$ dos dedos ro$peu1a e penetrou e$(ual(uer 'oisa ria. epois de u$ $o$ento deesitao levou a pe(uena a&ertura aos l/&ios.Tina a inteno de e0trair o $enor tragoe0peri$ental# $as o pri$eiro sa&or e" ugir toda a

    pre'auo. Era# % 'laro# tanto u$ sa&or 'o$o a suao$e e a sua sede tina$ sido o$e e sede. ,aspor outro lado era to dierente de todos os outrossa&ores (ue pare'ia si$ples pedanti'e se(uer'a$ar1le sa&or. Era 'o$o a des'o&erta de u$'e"us de pra"er total$ente novo# algo de (ue nun'a

    se ouvira entre os o$ens# para al%$ do (ue sepode 'al'ular ou esta&ele'er. Por u$ trago da(uilose travaria$ guerras na Terra e na5es seria$tradas. o podia ser 'lassii'ado. un'a oi 'apa"de nos di"er# (uando regressou ao $undo doso$ens# se era pi'ante ou do'e# apetitoso ou

    voluptuoso# 're$oso ou penetrante: o se pare'ia'o$ isso - era tudo o (ue era 'apa" de di"er(uando tais (uest5es era$ postas. 4uando dei0ou'air a 'a&aa va"ia e estava prestes a pu0ar u$asegunda# veio1le > 'a&ea (ue 6/ no estava ne$

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    'o$ o$e ne$ 'o$ sede. E 'ontudo o (ue pare'ia!&vio a"er era repetir u$ pra"er to intenso e toespiritual. A sua ra"o# ou a(uilo (ue 'o$u$ente

    to$a$os por ser a ra"o no nosso pr!prio $undo#era toda a avor de sa&orear de novo a(uele $i1lagre9 a ino'*n'ia (uase inantil do ruto# ostra&alos por (ue passara# as in'erte"as do uturo#tudo era de $olde a a'onselar essa ao. Todavia#avia (ual(uer 'oisa (ue pare'ia opor1se > Qra"oR.

    di'il supor (ue a oposio vina do dese6o# pois(ue dese6o se aastaria de ta$ana del'ia7 Por u$$otivo (ual(uer# pare'ia1le $elor no provar denovo. Talve" (ue a e0peri*n'ia tivesse sido to'o$pleta (ue repeti1la seria u$a vulgaridade -'o$o pedir para ouvir a $es$a sinonia duas ve"es

    nu$ dia.En(uanto# de p%# ponderava so&re tudo

    a(uilo# perguntando a si $es$o (uantas ve"es nasua vida na Terra tina repetido pra"eres nolevado pelo dese6o# $as e$ oposio a este e poro&edi*n'ia a u$ ra'ionalis$o esprio# verii'ou

    (ue a lu" estava a $udar. Por detr/s dele estava$ais es'uro do (ue estivera9 e$ rente# '%u e $ar&rilava$ atrav%s do &os(ue 'o$ u$a intensidade$odii'ada. Sair da loresta seria o&ra de u$$inuto na Terra9 na(uela ila ondulante levou1le$ais te$po# e (uando inal$ente e$ergiu para o

    e0terior u$ espet/'ulo e0traordin/rio esperava osseus olos. urante todo o dia no ouveranenu$a variao e$ (ual(uer ponto da a&!&adadourada (ue indi'asse a posio do sol# $as agora a$etade 'o$pleta do '%u revelava1a. A or&e

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    propria$ente 'ontinuava invisvel# $as no &ordodo $ar des'ansava u$ ar'o de u$ verde tolu$inoso (ue no podia it/1lo# e# para al%$ disso#

    estendendo1se (uase at% ao "*nite# u$ grande le(uede 'or# 'o$o a 'auda de u$ pavo. 8lando paratr/s por 'i$a do o$&ro viu toda a ila a&rasada e$a"ul# e atrav%s dela e para l/ dela# $es$o at% aos'onins do $undo# a sua pr!pria e enor$e so$&ra.8 $ar# agora de longe $ais 'al$o do (ue at% aio

    vira# u$egava para o '%u e$ i$ensos dolo$ites eeleantes de vapor a"ul e prpura# e u$ ventoligeiro# 'eio de suavidade# levantava1le o 'a&eloso&re a testa. 8 dia a'a&ava 'o$o se estivesse aarder. A 'ada instante as /guas i'ava$ $ais ori1"ontais# algo no $uito aastado do sil*n'io

    'o$eou a sentir1se. Sentou1se de pernas 'ru"adas#na &orda da ila# senor desolado# segundo pare'ia#da(uela solenidade. Pela pri$eira ve" atravessou1le a $ente (ue podia ter sido enviado para u$$undo desa&itado# e o terror adi'ionou# narealidade# u$a sensao de Q> &eira do a&is$oR a

    toda a(uela prouso de pra"er.?$a ve" $ais# u$ en$eno (ue a ra"o

    podia ter ante'ipado apanou1o de surpresa. Estarnu e apesar disso (uente# dea$&ular por entrerutos de =ero e estender1se e$ ur"e $a'ia -tudo isto tina1o levado a 'ontar 'o$ u$a noite

    'o$ 'reps'ulo# de u$ 'in"ento ligeiro de $eio do=ero. ,as antes de o grande 'olorido apo'alpti'oter desapare'ido a oeste# o '%u a oriente estavanegro. ?ns $o$entos $ais e a es'urido tinaatingido a parte o'idental do ori"onte. ?$a &reve

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    'laridade aver$elada de$orou1se no "*nite poru$ te$po# durante o (ual tratou de se arrastar devolta para os &os(ues. / era# e$ lo'uo 'orrente#

    Qde$asiado es'uro para se ver o 'a$inoR. ,as#antes de se ter deitado no 'o no$eio das /rvores#a noite aut*nti'a 'egara- u$a es'urido se$des'ontinuidades# no 'o$o a da noite $as 'o$o ada 'ave do 'arvo# es'urido na (ual u$a $oposta e$ rente da 'ara era total$ente invisvel. A

    es'urido a&soluta# a (ue no te$ di$ens5es# ai$penetr/vel# pesava1le nos olos. o / luana(uela terra# estrela algu$a ura a a&!&ada doura1da. ,as a es'urido era t%pida. ovos e do'esaro$as desprendia$1se dela. 8 $undo agora notina di$enso. 8s li$ites dele era$ o

    'o$pri$ento e a largura do seu $es$o 'orpo e ope(ueno tapete de ragrDn'ia $a'ia (ue 'onstitua asua $a'a# os'ilando suave$ente# se$pre e se$pre.A noite 'o&riu1o 'o$o u$a $anta e aastou deletoda a solido. 8 negru$e podia ter sido o seu$es$o (uarto. 8 sono 'egou 'o$o u$ ruto (ue

    nos 'ai na $o (uase antes de ter$os to'ado noseu p%.

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    CAPTULO IV

    Ao a'ordar a'onte'eu a +anso$ algo (uetalve" nun'a a'ontea a u$a pessoa# at% estar orado seu $es$o $undo: viu a realidade e pensou(ue era u$ sono. A&riu os olos e viu u$a /rvore'olorida de or$a estrana e er/ldi'a 'arregada derutos a$arelos e de olas 'or de prata. E$ tornoda &ase do 'aule a"ul ndigo estava enros'ado u$pe(ueno drago 'o&erto de es'a$as de ourover$elo. +e'one'eu de i$ediato o 6ardi$ dasHesp%rides.

    QEste % o $ais real dos sonos (ue algu$ave" tiveR# pensou. e u$ $odo ou de outro'o$preendeu ento (ue estava a'ordado# $as u$e0tre$o 'onorto e u$a sensao de estar (uasee$ transe# tanto no sono (ue a'a&ara de o dei0ar'o$o na e0peri*n'ia (ue estava a ter ao a'ordar#levara$1no a (uedar1se deitado e i$!vel.+e'ordou1se de 'o$o no $undo to dierente'a$ado ,ala'andra - a(uele $undo rio ear'ai'o 'o$o le pare'ia agora - tinaen'ontrado o Ci'lope original# u$ gigante nu$a'averna# (ue era ta$&%$ pastor. Estaria$ todas as'oisas (ue apare'ia$ na Terra 'o$o $itologiadispersas pelos outros $undos 'o$o realidades7

    Ento a per'epo raiou nele: QEst/ nu$ planetades'one'ido# nu e s!# e este pode ser u$ ani$alperigosoR. ,as no se sentia $uito ate$ori"ado.Sa&ia (ue a ero'idade dos ani$ais terrestres era#pelos padr5es '!s$i'os# u$a e0'eo# e tina

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    en'ontrado ternura e$ 'riaturas $ais estranas (uea(uela. ,as dei0ou1se estar (uieto u$ pou'o $ aise e0a$inou1a. Era u$ ser do tipo lagarto# 'o$ u$

    ta$ano da orde$ do de u$ 'o S( 6er"ar!o% com odorso e$ dente de serra. Tina os olos a&ertos.

    esta altura aventurou1se a erguer1se so&reu$ 'otovelo. A 'riatura 'ontinuou a olar para ele.+eparou (ue a ila estava pereita$ente ori"ontal.Sentou1se e viu# atrav%s dos 'aules das /rvores# (ue

    se en'ontrava$ e$ /guas 'al$as. 8 $ar pare'iavidro 'o&erto a ouro. +eto$ou o estudo dodrago. Ser/ (ue era u$ ani$al ra'ional - u$7"au% 'o$o di"ia$ e$ ,ala'andra - ee0ata$ente a(uilo (ue o tina$ $andadoen'ontrar ali7 o pare'ia# $as valia a pena tentar.

    Falando na lngua Solar Antiga or$ou a pri$eirarase - e a sua pr!pria vo" no le soou a$iliar.

    - Estrangeiro- disse. - Fui enviado aoseu $undo atrav%s do C%u pelos servos de,aleldil. /s1$e as &oas1vindas7

    A 'oisa olou para ele 'o$ $uita ateno e

    possivel$ente 'o$ $uita sa&edoria. Ento# pelapri$eira ve"# e'ou os olos. Isto no pare'ia u$'o$eo pro$etedor. +anso$ de'idiu pr1se de p%.8 drago rea&riu os olos. Fi'ou a olar para eleen(uanto se podia 'ontar at% vinte# $uito inde'iso(uanto ao (ue a"er a seguir. =iu ento (ue

    'o$eara a desenros'ar1se. Por u$ grande esorode vontade $anteve1se onde estava9 (uer a(uiloosse ra'ional ou irra'ional# a uga no o a6udariapor $uito te$po. 8 &i'o aastou1se da /rvore#sa'udiu1se todo e a&riu duas asas reptilianas

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    &rilantes - de u$ ouro a"ulado e pare'idas 'o$as dos $or'egos. epois de t*1las sa'udido ee'ado outra ve"# dirigiu a +anso$ u$ outro

    olar prolongado# e por i$# $eio &a$&oleante$eio raste6ante# 'a$inou at% a&orda da ila e$ergulou na /gua o o'ino 'o$prido e deaspe'to $et/li'o. epois de ter &e&ido# levantou a'a&ea e soltou u$a esp%'ie de &alido 'ro'itante(ue no era total$ente desprovido de

    $usi'alidade. epois voltou1se# olou ainda outrave" para +anso$ e inal$ente apro0i$ou1se. QElou'ura i'ar 8 espera do (ue possa a'onte'erR# di"iao also ra'io'nio# $as +anso$ 'errou os dentes ei'ou. 8 &i'o veio ter 'o$ ele e 'o$eou ae$purrar1le os 6oelos 'o$ o seu o'ino rio.

    Sentia u$a grande perple0idade. Seria ele ra'ional ea(uela a or$a de ele alar7 Seria irra'ional $asa$istoso - e# se assi$ era# 'o$o devia eleresponder7 ii'il$ente se podia a'ari'iar 'o$ a$o u$ ser 'o$ es'a$asG 8u estava ele $e1ra$ente a 'oar1se de en'ontro a si7 e $o$ento#

    'o$ u$a pre'ipitao (ue o 'onven'eu tratar1seapenas de u$ ani$al# pare'eu es(ue'er1setotal$ente dele# virou1le as 'ostas e 'o$eou adespedaar a verdura 'o$ grande avide". Sentindo(ue a onra estava salva# +anso$# por sua ve"#virou1se ta$&%$ e voltou para o &os(ue.

    Havia /rvores perto dele 'arregadas 'o$ aruta (ue 6/ provara# $as a sua ateno oi desviadapor u$a apario estrana u$ pou'o $ais longe.o $eio da olage$ $ais es'ura de u$ tuo'in"ento esverdeado avia algu$a 'oisa (ue pare'ia

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    'intilar. A i$presso# apanada pelo 'anto do olo#ora a do telado de u$a estua 'o$ o sol a &ater1le. Agora (ue olava direta$ente para l/#

    le$&rava1le vidro# $as vidro e$ $ovi$entoper$anente. A lu" pare'ia ir e vir de u$a or$aespas$!di'a. ,es$o (uando se deslo'ava parainvestigar o en$eno so&ressaltou1o u$ to(ue naperna. 8 ani$al seguira1o. ,ais u$a ve" se esre1gava e le to'ava 'o$ o o'ino. +anso$ apressou

    o passo. 8 $es$o e" o drago. Parou9 eleta$&%$. 4uando avanou de novo# o &i'oa'o$panou1o# to en'ostado (ue o lan'o a"iapresso nas suas 'o0as e por ve"es u$ p% rio# duroe pesado des'ia so&re o seu. 8 arran6o era topou'o do seu gosto (ue 'o$eava a interrogar1se

    seria$ente 'o$o % (ue avia de le pr i$(uando su&ita$ente toda a sua ateno oi atradapor outra 'oisa. So&re a sua 'a&ea# pendia de u$ra$o peludo e de aspe'to tu&ular u$ grandeo&6eto es%ri'o (uase transparente e &rilante.Contina u$a /rea de lu" reletida e nu$ ponto

    u$a sugesto das 'ores do ar'o1ris. Era ento estaa e0pli'ao da apario se$elante a vidro dentrodo &