crucificação de jesus – a enciclopédia livre

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Pesquisar em Wikipédia Última modificação há 3 meses por Zoldyick Crucificação de Jesus Jesus na cruz entre os dois ladrões. 1619-1620. Por Rubens, atualmente no Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica. A crucificação de Jesus foi um evento que ocorreu no século I d.C. Jesus, que os cristãos acreditam ser o Filho de Deus e também o Messias, foi preso, julgado pelo Sinédrio e condenado por Pôncio Pilatos a ser flagelado e finalmente executado na cruz. Coletivamente chamados de Paixão, o sofrimento e morte de Jesus representam aspectos centrais da teologia cristã, incluindo as doutrinas da salvação e da expiação.

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Page 1: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

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Última modificação há 3 meses por Zoldyick

Crucificação de Jesus

Jesus na cruz entre os dois ladrões.1619-1620. Por Rubens, atualmente no Museu Real de Belas Artesde Antuérpia, na Bélgica.

A crucificação de Jesus foi um evento que ocorreu no século I d.C. Jesus, que os cristãosacreditam ser o Filho de Deus e também o Messias, foi preso, julgado pelo Sinédrio econdenado por Pôncio Pilatos a ser flagelado e finalmente executado na cruz.Coletivamente chamados de Paixão, o sofrimento e morte de Jesus representamaspectos centrais da teologia cristã, incluindo as doutrinas da salvação e da expiação.

Page 2: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

A crucificação de Jesus está descrita nos quatro evangelhos canônicos, foi atestada poroutras fontes antigas e está firmemente estabelecida como um evento históricoconfirmado por fontes não-cristãs[1] [2] [3] [4] [5] . Os cristãos acreditam que o sofrimentode Jesus foi previsto na Bíblia hebraica, como no salmo 22 e nos cânticos de Isaías sobreo servo sofredor[6] . De acordo com uma harmonia evangélica, Jesus foi preso noGetsêmani após a Última Ceia com os doze apóstolos e foi julgado pelo Sinédrio, porPilatos e por Herodes Antipas antes de ser entregue para execução. Após ter sidochicoteado, Jesus recebeu dos soldados romanos, como zombaria, o título de "Rei dosJudeus", foi vestido com um robe púrpura (a cor imperial), uma coroa de espinhos, foisurrado e cuspido. Finalmente, Jesus carregou a cruz em direção ao local de suaexecução.

Uma vez no Gólgota, Jesus recebeu vinho misturado com bile para beber. Os evangelhosde Mateus e Marcos relatam que ele se recusou a beber. Ele então foi pregado à cruz, quefoi erguida entre a de dois ladrões condenados. De acordo com Marcos 15:25, ele resistiuao tormento por aproximadamente seis horas, da hora terça (aproximadamente 9 damanhã) até a sua morte (Marcos 15:34-37), na hora nona (três da tarde). Os soldadosafixaram uma tabuleta acima de sua cabeça que dizia "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus"em três línguas ("INRI" em latim), dividiram entre si as suas roupas e tiraram a sorte paraver quem ficaria com o robe. Eles não quebraram as pernas de Jesus como fizeram comos outros dois crucificados (o ato acelerava a morte), pois Jesus já estava morto. Cadaevangelho tem o seu próprio relato sobre as últimas palavras de Jesus (sete frases aotodo[7] ). Nos evangelhos sinóticos, vários eventos sobrenaturais acompanharam toda acrucificação, incluindo uma escuridão, um terremoto e, em Mateus, a ressurreição desantos. Após a morte de Jesus, seu corpo foi retirado da cruz por José de Arimateia coma ajuda de Nicodemos e enterrado num túmulo escavado na rocha. De acordo com osevangelhos, Jesus então voltou da morte dois dias depois (o "terceiro dia").

Os cristãos tradicionalmente entendem a morte de Jesus na cruz como sendo umsacrifício proposital e consciente (dado que Jesus não tentou se defender em seusjulgamentos), realizado por ele na figura de "agente de Deus" para redimir os pecados dahumanidade e tornar a salvação possível[8] [9] [10] [11] . A maior parte dos cristãosproclamam este sacrifício através do pão e do vinho na Eucaristia, uma lembrança daÚltima Ceia, e muitos também comemoram o evento na Sexta-Feira Santa anualmente[12]

[13] .

Índice

Page 3: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

Ver artigo principal: Jesus histórico

Relatos sobre a crucificação

Narrativas bíblicas

Outros relatos e referências

Data, local e pessoas presentes

Cronologia da crucificação

Ano da crucificação

Dia da semana e hora

Caminho para a crucificação

Local da crucificação

Pessoas presentes na crucificação

Método e forma da crucificação

Formato do cadafalso

Pregos

Plataforma de apoio

As últimas palavras de Jesus

Fenômenos durante a crucificação

Escuridão e eclipse

O véu do Templo, terremoto e a ressurreição dos santos

Significados teológicos

Cristologia da crucificação

Expiação

Aspectos médicos da crucificação

Arte, simbolismo e devoções

Ver também

Referências

Notas

Bibliografia

Relatos sobre a crucificação

Page 4: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

Os estudiosos modernos consideram o batismo de Jesus e a sua crucificação comosendo dois fatos historicamente certos sobre ele[4] [14] . James Dunn afirma que estes"dois fatos na vida de Jesus detém hoje uma concordância quase universal" e "figuram bemalto na escala do 'quase impossível duvidar ou negar' dos fatos históricos" que eles sãogeralmente os pontos de partida para o estudo do Jesus histórico[4] . Bart Ehrman afirmaque a crucificação por ordem de Pôncio Pilatos é o elemento mais certo que sabemossobre ele[15] . John Dominic Crossan afirma que a crucificação de Jesus é tão certaquanto um fato histórico pode ser[16] . Eddy e Boyd afirmam que está atualmente"firmemente estabelecido" que existe confirmação por fontes não-cristãs sobre acrucificação de Jesus[17] .

Craig Blomberg afirma que a maioria dos acadêmicos na terceira busca pelo Jesushistórico consideram a crucificação indisputável[5] . Ainda que os estudiosos concordemna historicidade da crucificação, eles discordam sobre as razões e sobre o contexto emque ela se insere, por exemplo E. P. Sanders e Paula Fredriksen defendem a historicidadeda crucificação, mas argumentam que ele não a teria previsto e que a sua profecia sobresua morte é uma história cristã[18] . Christopher M. Tuckett afirma que, embora as razõesexatas para a morte de Jesus sejam difíceis de determinar, um dos fatos inquestionáveissobre ele é que ele foi crucificado[19] . Geza Vermes também entende que a crucificação éum evento histórico, mas apresenta sua própria explicação e contexto para ela[18] .

John P. Meier enxerga a crucificação de Jesus como um fato histórico e afirma, baseadono "critério do embaraço", que os cristãos não teriam inventado uma morte sofrida do seulíder[20] . Meier afirma ainda que diversos outros critérios, como da "múltipla atestação" (aconfirmação por mais de uma fonte), o "critério da coerência" (o evento se encaixacorretamente em outros eventos históricos) e o "critério da rejeição" (o evento não foicontestado por fontes antigas) ajudam a estabelecer a crucificação de Jesus como umevento histórico[21] .

Embora quase todas as fontes antigas sobre a crucificação sejam literárias, a descobertaarqueológica de 1968, a nordeste de Jerusalém, do corpo de um homem crucificado noséculo I nos deu boas evidências confirmatórias sobre os relatos evangélicos dacrucificação[22] . O homem foi identificado como sendo Yohan Ben Ha'galgol e morreupor volta de 70 d.C., por volta da época da revolta judaica contra Roma. As análises na"Hadassah Medical School" estimaram que ele morreu com quase trinta anos. Estesestudos também mostraram que ele foi crucificado de uma forma muito similar àrelatada nos evangelhos. Outra descoberta arqueológica relevante, que também data doséculo I, é um osso do calcanhar de uma pessoa não identificada perfurado por prego

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descoberto numa cova em Jerusalém, preservado pela Autoridade Israelense paraAntiguidades e em exposição no Museu de Israel[23] [24] .

Morte de Jesus.1886-1894. Por James Tissot, atualmente noBrooklyn Museum, em Nova Iorque.

As primeiras narrativas históricas detalhadas sobre a morte de Jesus estão nos quatroevangelhos canônicos (Mateus 27:33-44; Marcos 15:22-32; Lucas 23:33-43; João 19:17-30). Há outras referências implícitas nas epístolas do Novo Testamento. Nos evangelhossinóticos, Jesus prevê sua morte em três ocasiões diferentes[25] .

De acordo com os quatro evangelhos, Jesus foi levado ao "Lugar com uma caveira"("Calvário")[26] («e em hebraico Gólgota» (João 19:17)) e crucificado juntamente com doisladrões[27] , acusado de ser o "Rei dos Judeus"[28] e os soldados dividiram suas roupasentre si[29] antes de curvar sua cabeça e morrer[30] . Após a morte de Jesus, José deArimateia requisitou o corpo a Pilatos[31] , que ele retirou da cruz e depositou um novotúmulo[32] .

Os três evangelhos sinóticos descrevem ainda Simão Cirineu carregando a cruz[33] , amultidão zombando de Jesus[34] e dos ladrões[35] , escuridão entre as horas sexta enona[36] , assim como o véu do templo se rasgando de alto a baixo[37] . Eles tambémmencionam diversas testemunhas, incluindo um centurião[38] e diversas mulheres, que

Narrativas bíblicas

Page 6: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

olhavam à distância[39] , duas das quais estavam também presentes durante osepultamento[40] .

Lucas é o único evangelista a omitir o detalhe da mistura de vinho e bile que foi oferecidapara Jesus numa esponja[41] , enquanto que Marcos e João descrevem José de Arimateiaretirando o corpo da cruz[42] .

Há diversos detalhes que só são encontrados em um dos relatos. Como exemplo, apenasMateus menciona um terremoto, os santos ressuscitados que se dirigiram para a cidadee os soldados romanos postados para guardar o túmulo[43] , enquanto Marcos é o únicoque atesta a hora da crucificação (a hora terça - 9 da manhã) e o relato do centuriãosobre a morte de Jesus[44] . As contribuições únicas ao relato de Lucas incluem aspalavras de Jesus para as mulheres, a resposta de um ladrão para o outro, a reação damultidão - que "batia no peito" - e as mulheres preparando temperos e unções antes dedescansarem no sabbath[45] . Por fim, João é o único que se refere ao pedido para que aspernas dos crucificados fossem quebradas e o evento do soldado perfurando o flanco deJesus com uma lança (cumprindo uma profecia do Antigo Testamento), assim comosobre a ajuda prestada por Nicodemos a José de Arimateia no sepultamento de Jesus[46]

.

De acordo com os evangelhos canônicos, Jesus voltou dos mortos depois de três dias eapareceu para os discípulos em diferentes ocasiões num período de quarenta dias antesde ascender ao céu[47] . O relato nos Atos dos Apóstolos, que diz que Jesus permaneceucom os apóstolos por quarenta dias parece divergir do relato no evangelho de Lucas, quenão faz distinção alguma entre o Domingo de Páscoa e o da Ascensão[48] [49] . Porém, amaior parte dos estudiosos bíblicos concordam que Lucas também escreveu os Atos dosApóstolos como uma sequência ao seu evangelho eque as duas obras devem serconsideradas juntas[50] .

Em Marcos, Jesus é crucificado juntamente com dois ladrões (ou "rebeldes") e o diaescurece por três horas[51] , Jesus chama por Deus, dá um último grito e morre[51] Acortina (ou véu) do Templo se parte em dois.[51] . Mateus segue Marcos, adicionando oterremoto e a ressurreição dos santos[52] . Lucas também segue Marcos, mas descreveos "rebeldes" como ladrões comuns, um dos quais defende Jesus que, por sua vez, lhediz que ambos estarão juntos no paraíso[53] . Lucas também descreve Jesus comoimpassivo frente à crucificação[54] . Por fim, João inclui diversos dos elementosencontrados em Marcos, embora tratados de maneira diferente[55] .

Outros relatos e referências

Page 7: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

Veja também: Testimonium Flavianum

Uma das primeiras referências não-cristãs à crucificação de Jesus é provavelmente acarta de Mara Bar-Serapion para o seu filho, escrita em algum momento após 73, masantes do século III[56] [57] [58] . A carta não contém temas cristãos e supõe-se que o autorfosse pagão[56] [57] [59] . Ela faz referência às retribuições que se seguiram ao tratamentoinjusto dado a três sábios: Sócrates, Pitágoras e "o sábio rei" dos judeus[56] [58] . Algunsacadêmicos tem poucas dúvidas de que se trata de uma referência à execução do "reidos judeus" trata da crucificação de Jesus, enquanto outros dão menos valor à cartadada a possível ambiguidade da referência[59] [60] .

Em sua obra "Antiguidades Judaicas"[61] (escrita por volta de 93 d.C.), o historiador judeuFlávio Josefo afirmou que Jesus foi crucificado por Pilatos, escrevendo que[62] :

“Vivia naquele tempo Jesus, um homem sábio, .... Ele atraiu para junto de simuitos judeus e muitos gentios... E quando Pilatos, por sugestão dosprincipais homens entre nós, condenou-o à cruz...

”A maior parte dos estudiosos modernos concordam que, enquanto esta passagem deJosefo (conhecida como Testimonium Flavianum) inclui algumas interpolaçõesposteriores, ela consistia originalmente de um núcleo autêntico com referência aexecução de Jesus por Pilatos[63] [64] [65] . James Dunn afirma que há um "amploconsenso" entre os estudiosos sobre a natureza autêntica da referência à crucificação deJesus no Testimonium[66] .

No início do século II, outra referência à crucificação de Jesus foi feita por Tácito,geralmente considerado um dos maiores historiadores romanos[67] [68] . Escrevendo em"Os Anais" (ca. 116)[69] , Tácito descreveu a perseguição aos cristãos sob Nero e afirmouque Pilatos ordenou a execução de Jesus[62] [70] :

“Nero reprimiu sua culpa e infligiu as mais requintadas torturas numaclasse detestada por suas abominações, chamados de cristãos pelapopulação. Christus, de quem se origina o nome, sofreu a pena capitaldurante o reinado de Tibério pelas mãos de um de nossos procuradores,Pôncio Pilatos.

”Os estudiosos geralmente consideram a referência de Tácito à execução de Jesus porPilatos como sendo genuína e de valor histórico como uma fonte romanaindependente[67] [71] [72] [73] [74] [75] . Eddy e Boyd afirmam que atualmente está

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"firmemente estabelecido" que Tácito é uma confirmação não-cristã da crucificação deJesus[17] .

Outra possível referência à crucificação ("pendurados", como em Lucas 23:39 e Gálatas3:13) pode ser encontrada no Talmude babilônio:

“Na véspera da Páscoa, Yeshu foi pendurado. Por quarenta dias antes daexecução, um mensageiro apareceu e exclamou: 'Ele seguirá sendoapedrejado pois ele praticou a bruxaria e e levou Israel para a apostasia.Quem puder dizer algo em sua defesa, que se apresente e o defenda'.Como desde então ninguém se apresentou em sua defesa, ele foipendurado na véspera da Páscoa!

”  — Sinédrio 43a, Talmude babilônio (ed. Soncino).

Ainda que a questão da equivalência de identidades entre Yeshu e Jesus tenha sidodebatida, muitos historiadores concordam que a passagem acima é provavelmente sobreJesus[76] .

Ao contrário da imensa maioria dos acadêmicos bíblicos, os muçulmanos defendem queJesus não foi crucificado e nem morto de outra forma[77] . Eles defendem esta crençacom base em várias interpretações do Corão (4:157–158), que afirma: "E por dizerem:Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, narealidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. Eaqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimentoalgum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não o mataram.Outrossim, Deus fê-lo ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo"[78] [77] .

Algumas das primeiras seitas cristãs gnósticas, acreditando que Jesus não tinha umasubstância física (uma tese conhecida como docetismo), negavam que ele tivesse sidocrucificado[79] [80] . Como resposta a elas, Inácio de Antioquia insistiu que Jesus nasceuverdadeiramente e foi verdadeiramente crucificado e escreveu que os que defendiam queJesus apenas pareceu sofrer apenas pareciam ser cristãos[81] [82] .

Cronologia da crucificação

Data, local e pessoas presentes

Cronologia da crucificação

Page 10: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

Jesus carregando a cruz

Erguimento da Cruz

Embora não haja consenso sobre a data exata da crucificação, os estudiosos geralmenteconcordam que ela ocorreu numa sexta-feira de ou próxima da Páscoa judaica (15 deNisan), durante o governo de Pôncio Pilatos (r. 26-36). Como o calendário hebreu erautilizado no tempo de Jesus e ele incluía a determinação dada de uma nova fase da lua edo amadurecimento da colheita da cevada, o dia - e mesmo o mês - exato da Páscoajudaica num determinado ano é tema de muita especulação[83] [84] . Várias abordagens jáforam utilizadas para estimar o ano da crucificação, inclusive o uso dos evangelhoscanônicos, a cronologia da vida de Paulo de Tarso, assim como diferentes modelosastronômicos (veja Cronologia de Jesus). Estas estimativas para o ano da crucificaçãoresultaram numa faixa entre 30 e 36 d.C.[85] [86] [87] . Uma data frequentmente sugerida ésexta-feira, 3 de abril de 33[88] [89] [90] .

O consenso entre os estudiosos modernos é de que os relatos do Novo Testamentorepresentam a crucificação ocorrendo numa sexta-feira, mas datas de quinta ou quarta já

Ano da crucificação

Dia da semana e hora

Page 11: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

foram propostas[91] [92] . Alguns deles propuseram a data de quinta baseadas num "duplosabbath" causado por um sabbath de Páscoa adicional caindo entre o pôr-do-sol de umaquinta e a tarde de uma sexta à frente do sabbath semanal de costume[91] [93] . Outrosargumentaram que Jesus foi crucificado numa quarta e não numa sexta, com base namenção de "três dias e três noites" em Mateus 12:40 antes de sua ressurreição, celebradano domingo, ao que foram contestados por acadêmicos explicando que esta tese ignorao idioma judaico, no qual um "dia e noite" pode se referir a qualquer parte de um períodode 24 horas, que a expressão em Mateus é idiomática e não uma afirmação de que Jesusteria passado 72 horas no túmulo e que muitas referências à ressurreição no terceiro dianão requerem literalmente três noites[91] [94] .

Em Marcos 15:25, afirma-se que a crucificação ocorreu na hora terceira (9 da manhã) eque a morte de Jesus ocorreu na hora nona (3 da tarde)[95] . Porém, em João 19:14, Jesusainda está perante Pilatos na hora sexta[96] . Os acadêmicos já apresentaram diversosargumentos para tratar desta aparente contradição, alguns sugerindo uma reconciliação,por exemplo baseando-se na tese da utilização do sistema horário romano em João, masnão em Marcos, argumento rejeitado por outros[96] [97] [98] . Diversos estudiosos notáveisargumentaram que a precisão moderna na marcação dos horários durante o dia não deveser projetada nos relatos evangélicos, escritos numa época quando não havia apadronização dos mecanismos de contagem de tempo e nem um registro exato dashoras e minutos estava disponível. Geralmente o horário era aproximado para a o períodode três horas mais próximo[96] [99] [100] .

Ver artigos principais: Jesus carregando a cruz e Via Dolorosa

Os três evangelhos sinóticos fazem referência a um homem chamado Simão Cirineu, quefoi obrigado a carregar a cruz[101] , enquanto que, no Evangelho de João, diz-se que Jesus"suportou" sua própria cruz (João 19:17).

O Evangelho de Lucas também descreve uma interação entre Jesus e as mulheres queestavam na multidão de lamentadores que o seguia, citando Jesus dizendo: «Filhas deJerusalém, não choreis por mim; mas chorai por vós mesmas e por vossos filhos, porque diasvirão, em que se dirá: 'Bem-aventuradas as estéreis, os ventres que nunca geraram e os peitosque nunca amamentaram.' Então começarão a dizer aos montes: 'Cai sobre nós', e aosouteiros: 'Cobri-nos', porque se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco?» (Lucas 23:28-31).

Tradicionalmente, o caminho que Jesus tomou é chamado de Via Dolorosa (latim para

Caminho para a crucificação

Page 12: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

"Caminho Doloroso")[carece de fontes] e é uma rua na Cidade Velha de Jerusalém. Ele estámarcado por nove das quatorze "Estações da Cruz"[carece de fontes] e passa pela Igreja EcceHomo. As demais cinco estações estão localizadas dentro da Igreja do SantoSepulcro[carece de fontes].

Não há referências à lendária[102] Santa Verônica nos evangelhos, mas fontes como aActa Sanctorum descrevem-na como uma mulher piedosa de Jerusalém que, por pena deJesus que carregava sua cruz até o Gólgota, deu-lhe seu véu para que ele limpasse atesta e o rosto[103] [104] [105] [106] .

Veja também: Túmulo vazio

A localização precisa da crucificação permanece tema de muitas conjecturas, mas osrelatos bíblicos indicam que ela ocorreu fora dos muros da cidade[107] , num localacessível aos que passavam[108] e passível de ser observado a distância[109] . Eusébio deCesareia identificou sua localização como sendo ao norte do Monte Sião[110] , localconsistente com os dois locais mais citados em tempos modernos.

Calvário é uma palavra que deriva da palavra latina para "caveira" (calvaria), que éutilizada na tradução Vulgata como "local da caveira", a explicação dada nos quatroevangelhos para a palavra aramaico Gûlgaltâ, que era o nome do local da crucificação[111]

. Os evangelhos não explicam por que ele era chamado assim, mas diversas teorias jáforam propostas. Uma é de que, como o local se prestava às execuções públicas, oCalvário poderia estar repleto de caveiras de vítimas abandonadas (o que seria contrárioàs tradições funerárias judaicas, mas não às romanas). Outra é de que o Calvário foichamado assim por causa de um cemitério próximo (o que é consistente com ambos oslocais propostos em tempos modernos). Uma terceira teoria é de que o nome deriva docontorno físico do local, o que seria mais consistente com o uso da palavra no singular,ou seja, "local da caveira". Mesmo sendo geralmente chamado de "Monte do Calvário", olocal era provavelmente uma pequena colina ou um formação rochosa[112] .

O local tradicional, localizado dentro da atual Igreja do Santo Sepulcro no Bairro Cristãoda Cidade Velha, foi atestado já no século IV. Um segundo local (geralmente chamado de"Calvário de Gordon"), localizado mais ao norte da Cidade Velha, perto de um localpopularmente chamado de Túmulo no Jardim, tem sido alardeado como o local corretodesde o século XIX, principalmente pelos protestantes[carece de fontes].

Local da crucificação

Pessoas presentes na crucificação

Page 13: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

Mateus 27:1-66 apresenta diversos indivíduos presentes na crucificação. Dois "rebeldes"ou "ladrões" foram crucificados juntamente com Jesus, um à direita e outro à esquerda(v. 38). Há ainda o centurião e outros soldados guardando todos os crucificados (v. 54).Além disso, observando à distância, estavam "muitas mulheres", seguidoras de Jesusdurante o seu ministério (v. 55), principalmente "Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e deJosé e a mulher de Zebedeu" (v. 56).

Lucas 23:28-31 afirma que, no caminho do Calvário, Jesus falou com diversas mulheresque estavam na multidão, chamando-as de "filhas de Jerusalém". Estudiosos bíblicos jáapresentaram diversas teorias sobre a identidade delas e também das que estavampresentes na crucificação, incluindo entre elas Maria, mãe de Jesus, e MariaMadalena[113] [114] .

Lucas não menciona que a mãe de Jesus estava presente durante a crucificação, porémJoão 19:26-27 relata a sua presença e afirma que, na cruz, "Jesus, vendo a sua mãe e pertodela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí teu filho!".

O evangelho de João também coloca outras mulheres (as Três Marias) ao pé da cruz,afirmando que "Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulherde Cléopas, e Maria Madalena." É incerto se o evangelho de João se refere no total a trêsou quatro mulheres na cruz. Referências às mulheres também aparecem em Mateus27:56 e Marcos 15:40 (que também menciona Salomé). Comparando as referências,todos parecem incluirm Maria Madalena.[115] .

O evangelho de Marcos afirma que soldados romanos também estavam presentes nacrucificação: «O centurião, que estava em frente de Jesus, vendo-o assim expirar, disse:Verdadeiramente este homem era Filho de Deus.» (Marcos 15:39)

Como o Novo Testamento não fornece detalhe exatos sobre o processo da crucificaçãode Jesus, vários elementos do método empregado tem sido tema de debates.

Ainda que a maior parte dos cristãos acredite que o cadafalso no qual Jesus foiexecutado seja a tradicional cruz de duas traves, existe um debate sobre o ponto de vistadefendido por alguns de que uma estaca simples teria sido utilizada. As palavras gregas

Método e forma da crucificação

Formato do cadafalso

Page 14: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

e latinas utilizadas nos primeiros escritos cristãos são ambíguas. Os termos em gregokoiné utilizados no Novo Testamento são stauros (σταυρός) e xylon (ξύλον). Esta últimasignifica "madeira" (uma árvore viva, lenha ou um objeto construído de madeira); nasformas antigas do grego, o primeiro termo significava uma estaca vertical ou um poste,mas em grego koiné ele também é utilizado para descrever a cruz[116] . A palavra latinacrux também foi aplicada a objetos que não são cruzes[117] .

Porém, os primeiros escritores cristãos que trataram do formato do cadafalso no qualJesus morreu invariavelmente o descrevem como tendo uma trave horizontal. Porexemplo, na Epístola de Barnabé, que é certamente anterior a 135[118] e que pode ser doséculo I[119] , a época em que relatos evangélicos sobre a morte de Jesus foram escritos,o cadafalso foi descrito como similar à letra "T" (a letra grega tau)[120] e à posiçãoassumida por Moisés em Êxodo 17:11-12[121] . Justino Mártir (100-165) explicitamenteafirma que a cruz de Cristo era formada por duas traves: "Aquele cordeiro que secomandou que fosse inteiramente assado era um símbolo do sofrimento na cruz que Cristoiria suportar. Para o cordeiro que é assado, é assado e recebe acompanhamentos na forma dacruz. Pois uma vara é transfixada através das partes baixas até a cabeça e outra pelas costas,no qual são presas as pernas do cordeiro"[122] . Irineu de Lyon, que morreu no final doséculo II, fala da cruz como tendo "cinco extremidades, duas no comprimento, duas nalargura e uma no meio, na qual está a pessoa que foi ali presa por pregos"[123] .

A assunção de que foi utilizada uma cruz com duas traves para crucificar Jesus nãodetermina o número de pregos utilizado e algumas teorias sugerem três enquanto outrassugerem quatro[124] . Porém, por toda a história, um grande número de pregos forampropostos, números tão algos quanto 14 já foram propostos[125] . Estas variaçõestambém aparecem nas representações artísticas da crucificação[126] . Na IgrejaOcidental, antes do Renascimento, geralmente quatro pregos apareciam, com os péscolocados um ao lado do outro. Após, a maior parte traz apenas três pregos, com um pécolocado sobre o outro[126] . Os pregos quase sempre são representados na arte, emboraos romanos por vezes apenas amarrassem as vítimas nas cruz[126] . A tradição tambéminfluenciou emblemas cristãos, como no caso dos jesuítas, em cujo monograma estãotrês pregos e a cruz[127] .

O local onde os pregos foram batidos, se nas mãos ou nos pulsos, também é incerto.Algumas teorias sugerem que a palavra grega cheir (χειρ) para mão inclui o pulso e queos romanos geralmente eram treinados para passar os pregos pelo espaço de Destot

Pregos

Page 15: Crucificação de Jesus – a Enciclopédia Livre

(entre os ossos capitato e semilunar) sem fraturar nenhum osso[128] . Outra teoria sugereque a palavra grega para mão também incluía o braço e que os pregos foram batidosperto do rádio e da ulna no braço[129] . Cordas podem ter sido utilizadas para amarrar asmãos além do uso dos pregos[130] .

Outro assunto discutido tem sido o uso de um hypopodium como uma plataforma deapoio para os pés, dado que as mãos podem não ter sido capazes de suportar o peso. Noséculo XVII, Rasmus Bartholin considerou diversos cenários analíticos sobre o tema[125] .No século XX, o patologista forense Frederick Zugibe realizou diversos experimentos decrucificação se valendo de cordas para pendurar pessoas em vários ângulos e posiçõesde mãos[129] . Seus experimentos apoiam uma suspensão em ângulo, uma cruz de duastraves e, talvez, uma forma de apoio para os pés, dado que uma suspensão na formaAufbinden a partir de uma estaca única (como utilizada pelos nazistas no campo deconcentração de Dachau durante a Segunda Guerra), a morte ocorre rapidamente[131] .

Ver artigo principal: Frases de Jesus na cruz

Os evangelistas registraram sete frases ditas por Jesus enquanto estava na cruz:

1. «Pai, perdoa-lhes; pois não sabem o que fazem.» (Lucas 23:34) - imediatamente ao sercrucificado.2. «Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso» (Lucas 23:43) - respondendoao "bom ladrão".3. «Eis aí tua mãe!» (João 19:24-27) - ao entregar Maria, sua mãe, aos cuidados de João.4. «Eli, Eli, lamá sabactâni? que quer dizer, Deus meu, Deus meu, por que medesamparaste?» (Mateus 27:46); também em «Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que quer dizer,Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?» (Marcos 15:34) - imediatamente antesde morrer.5. «Tenho sede.» (João 19:28) - "para se cumprir a Escritura".6. «Está consumado.» (João 19:30) - após beber o vinagre e imediatamente antes demorrer.7. «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» (Lucas 23:46) - imediatamente antes demorrer.

Todas as frases são exclamações curtas. Veja abaixo sobre como, em face à asfixia por

Plataforma de apoio

As últimas palavras de Jesus

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exaustão, obter ar suficiente para falar numa cruz pode ser uma tarefa muito dolorosa ecansativa para a vítima[132] [133] .

As últimas palavras de Jesus tem sido o tema de uma diversidade de ensinamentos esermões cristãos e diversos autores escreveram obras especificamente dedicadas aelas[134] [135] [136] [137] [138] [139] . Porém, como as últimas palavras diferem entre os quatroevangelhos, James Dunn demonstrou dúvidas em relação à sua historicidade[140] .

Marcos menciona uma escuridão durante o dia quando Jesus foi crucificado e o véu doTemplo se rasgou em dois quando Jesus morreu[51] . Mateus segue Marcos, adicionandoum terremoto e a ressurreição dos santos[52] . Lucas também segue Marcos[53] . EmJoão, não há referência a estes sinais milagrosos, com exceção da própriaressurreição[141] .

Escuridão durante a crucificação.1896. Por Emile Bernard.

Ver artigo principal: Eclipse da crucificação

Fenômenos durante a crucificação

Escuridão e eclipse

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Na narrativa dos evangelhos sinóticos, enquanto Jesus estava preso na cruz, o céu se"escureceu" por três horas, da hora sexta até a nona (do meio-dia às três da tarde). Tantoo orador romano Júlio Africano e o teólogo cristão Orígenes se referem ao historiadorgrego Flégon como tendo escrito "a respeito do eclipse durante o tempo de Tibério, em cujoreinado Jesus parece ter sido crucificado, e aos grandes terremotos que ocorreram"[142] .

Júlio Africano se refere ainda às obras do historiador Thallus ao negar a possibilidade deum eclipse solar: "Esta escuridão que Thallus, no terceiro livro de sua "História", chama, paramim sem razão, de um eclipse solar. Pois os hebreus celebram a Páscoa no décimo-quarto diade acordo com a lua e a Paixão de nosso Salvador cai no dia anterior à Páscoa; mas umeclipse do sol ocorre apenas quando a lua entra na frente do sol"[143] . Uma eclipse solarocorrendo juntamente com uma lua cheia é uma impossibilidade científica. O apologistacristão Tertuliano escreveu "Na mesma hora, também, a luz do dia foi retirada, quando o sol,na mesma hora, estava no seu fulgor meridiano. Os que não sabem que isto foi previsto sobreCristo, sem dúvida acreditam que se tratou de um eclipse. Vocês próprios tem um relato doaugúrio mundial em vossos arquivos"[144] . A escuridão foi reportada em lugares tãodistantes quanto Heliópolis e, aparentemente, a ocorrência sobrenatural também foicitada por São Paulo ao converter Dionísio ao cristianismo[145] .

Humphreys e Waddington, da Universidade de Oxford, reconstruíram os cenários para umeclipse lunar naquele dia[146] [147] . Eles concluíram que:

“Este eclipse foi visível a partir de Jerusalém a partir da aparição da Lua....visível primiro em Jerusalém por volta de 6:20 da tarde (o início do sabbathjudaico e também o início da Páscoa judaica em 33 d.C.) comaproximadamente 20% do seu disco na umbra da sombra da terra... Oeclipse terminou trinta minutos depois, por volta de 6:50.

”Estes autores notaram que a referência do apóstolo Pedro a uma "lua de sangue" em Atos2:20 (um termo comumente utilizado para um eclipse lunar por causa da coravermelhada da luz refratada na Lua através da atmosfera terrestre) pode ser umareferência a este eclipse. Deve-se ter em mente, porém, que, no versículo anterior damesma passagem, São Pedro explicitamente menciona que "O Sol se converterá emtrevas", o que sugeriria um eclipse solar em conjunção com um outro lunar.

Os evangelhos sinóticos afirmam que o véu do templo se rasgou de cima a baixo. Deacordo com Josefo, a cortina do templo de Herodes teria quase sessenta metros de

O véu do Templo, terremoto e a ressurreição dos santos

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comprimento, com 4 milímetros de espessura. De acordo com Hebreus 9:1-10, estacortina representava a sepração entre os homens e Deus, além da qual somente o sumo-sacerdote poderia passar e, mesmo assim, somente uma vez por ano[148] para adentrar-se na presença de Deus e se redimir dos pecados de Israel (capítulo 16 do Levítico).

O evangelho de Mateus afirma que houve também terremotos, partindo rochas e abrindoos túmulos dos santos (que posteriormente ressuscitaram após a ressurreição deJesus). Estes santos ressuscitados foram para a cidade sagrada e apareceram paradiversas pessoas, mas o seu destino jamais foi elaborado[149] .

Veja também: Cordeiro de Deus

Os relatos sobre a crucificação e a subsequente ressurreição de Jesus fornecem um ricocontexto para a análise cristológica, dos evangelhos canônicos até as epístolaspaulinas[150] .

Na cristologia agente joanina, a submissão de Jesus à crucificação é um sacrifício feitocomo um "agente de Deus" ou "servo de Deus", em prol de uma eventual vitória[151] [152] .Este argumento elabora sobre o tema salvífico do evangelho de João, que começa emJoão 1:29 com a proclamação de João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecadodo mundo!"[8] [153] .

Um elemento central na cristologia apresentada nos Atos dos Apóstolos é a afirmaçãona crença de que a morte de Jesus na cruz aconteceu "com Deus sabendo comantecedência e de acordo com um plano definido"[154] . Neste ponto de vista, como em Atos2:23, a cruz não é vista como um escândalo, pois a crucificação de Jesus "pelas mãos dossem lei" é vista como sendo o cumprimento do plano de Deus[154] [155] .

A cristologia de Paulo tem um foco específico na morte e ressurreição de Jesus. Para ele,a crucificação está diretamente relacionada à sua ressurreição e o termo "a cruz deCristo" utilizado em Gálatas 6:12 pode ser visto como uma abreviação da mensagem dosevangelhos[156] . Para Paulo, a crucificação de Jesus não foi um evento isolado nahistória, mas um evento cósmico com importantes consequências escatológicas, comoem I Coríntios 2:8[156] . Sob o ponto de vista paulino, Jesus, obediente até a morte(Filipenses 2:8) morreu "na hora certa" (Romanos 4:25) cumprindo plano de Deus[156] .

Significados teológicos

Cristologia da crucificação

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Para Paulo, o "poder da cruz" não se separa da ressurreição de Jesus[156] .

Porém, a crença na natureza redentora da morte de Jesus é anterior às epístolas paulinase remonta aos primeiros dias do cristianismo e à igreja de Jerusalém[157] . A afirmaçãodo credo de Niceia de que "ele foi crucificado pelo nosso bem" é um reflexo daformalização desta crença fundamental no século IV[158] .

João Calvino apoiava a cristologia do "agente de Deus" e defendeu que, em seujulgamento na corte de Pilatos, Jesus poderia ter argumentado com sucesso por suainocência, mas, ao invés disso, se submeteu à crucificação em obediência ao Pai[9] [159] .Este tema cristológico continuou até o século XX, tanto na Igreja Oriental quanto naOcidental. Na Oriental, Sergei Bulgakov argumentou que a crucificação de Jesus foi "pré-eternamemente" determinada pelo Pai, antes da criação do mundo, para redimir ahumanidade pela desgraça causada pela queda de Adão[11] . Na Igreja Ocidental, KarlRahner elaborou sobre a analogia de que o sangue do Cordeiro de Deus (e a água queverteu da chaga no flanco de Jesus) derramado durante a crucificação tinham umanatureza purificadora, similar à da água batismal[160] .

Ver artigo principal: Expiação

A morte e a ressurreição de Jesus suportam uma variedade de interpretações teológicassobre como a salvação é concedida à humanidade. Estas interpretações variam muitoprincipalmente em quanta ênfase elas dão à morte de Jesus em comparação com suaspalavras[161] . De acordo com visão da expiação substitucionária, a morte de Jesus é deimportância central e Jesus conscientemente se sacrificou como um ato de perfeitaobediência como um sacrifício de amor que agradou a Deus[162] . Em contraste, a teoriada expiação por influência moral foca muito mais no conteúdo moral dos ensinamentosde Jesus e vê a sua morte como um martírio[163] . Desde a Idade Média há um conflitoentre estes dois pontos de vista na Igreja Ocidental. Os protestantes evangélicostipicamente defendem uma visão substitucionária e, em particular, defendem a teoria dasubstituição penal. Os protestantes históricos (não evangélicos, reformados oupentecostais) tipicamente rejeitam a expiação substitucionária e defendem a teoria dainfluência moral. Ambas as visões são populares na Igreja Católica, com a doutrina dasatisfação incorporada na ideia de penitência[162] .

Na tradição católica, esta visão da expiação é balanceada pela obrigação dos católicosromanos de realizarem os atos de reparação a Jesus Cristo[164] , que, na encíclicaMiserentissimus Redemptor do papa Pio XI, foram definidos como "alguma forma de

Expiação

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compensação a ser prestada pelo prejuízo", referindo-se aos sofrimentos de Jesus[165] . Opapa João Paulo II se referiu a estes atos de reparação como os "incessantes esforçospara permanecer junto às infinitas cruzes nas quais o Filho de Deus continua a sercrucificado"[166] .

Entre os cristãos ortodoxos, outro ponto de vista comum é o do Christus Victor, quedefende que Jesus foi enviado por Deus para derrotar a morte e Satã. Por conta de suaperfeição, Jesus derrotou ambos e emergiu vitorioso. Portanto, a humanidade não estámais presa ao pecado e está agora libre para se reunir com Deus na fé em Jesus[167] .

Cartaz da Segunda Guerra mostrandoum soldado alemão pregando umamericano numa árvore.

Diversas teorias já tentaram explicar as circunstâncias da morte de Jesus na cruzatravés do conhecimento médico dos séculos XIX e XX, propostas por todo tipo deprofissionais: médicos, historiadores e até mesmo místicos.

A maior parte das teorias propostas por médicos formados (com especialidades variandoda medicina forense até a oftalmologia) concluíram que Jesus suportou um sofrimentoenorme e muita dor na cruz antes de sua morte. Em 2006, o clínico geral John Scotsonrevisou quarenta publicações sobre a causa da morte de Jesus e as teorias variavam deruptura cardíaca a embolismo pulmonar[168] .

Já em 1847, baseando-se em João 19:34, o médico William Stroud propôs a "teoria daruptura cardíaca" como causa mortis de Jesus e ela influenciou diversas pessoasdepois[169] [170] . A "teoria da asfixia" tem sido objeto de diversos experimentos que

Aspectos médicos da crucificação

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simulam a crucificação em voluntários saudáveis e muitos médicos concordam que elacausa uma profunda disrupção na capacidade respiratória da vítima. Um efeito colateralda asfixia por exaustão é que a vítima da crucificação sente gradualmente mais e maisdificuldade para conseguir fôlego suficiente para falar, o que foi apresentado como umapossível explicação para os relatos de que as últimas palavras de Jesus seriam nadamais do que curtas exclamações[171] .

A "teoria do colapso cardiovascular" é a explicação moderna prevalente e sugere queJesus morreu por causa de um choque profundo. De acordo com esta teoria, aflagelação, as surras e finalmente sua fixação na cruz com pregos deixaram Jesusdesidratado, fraco e criticamente enfermo, um cenário ideal para a instalação de umconjunto complexo e inter-relacionado de outros efeitos funestos: além da desidratação,intenso trauma físico e dano aos tecidos (especialmente por causa da flagelação),respiração inadequada e um esforço físico extenuante. Estes efeitos levaram finalmenteao colapso cardiovascular[172] [173] .

Em seu livro de 1944, "Poema do Homem-Deus", a escritora e mística italiana MariaValtorta (que não tinha formação médica) forneceu diversos relatos detalhados sobre amorte de Jesus que apoiam a tese do colapso cardiovascular, agravado por uma asfixiaparcial, e ela escreveu que o relato lhe fora ditado pelo próprio Jesus numa visão[174] . Oendocrinologista Nicholas Pende expressou sua concordância com o relato de Valtorta ese surpreendeu com o nível de detalhes com que ela descreveu os espasmos de Jesusna cruz[175] .

Escrevendo no Journal of the American Medical Association ("Jornal da Associação MédicaAmericana"), o médico William Edwards e seus colegas defenderam uma combinaçãodas teorias do colapso cardiovascular (via choque hipovolêmico) e da asfixia porexaustão, assumindo que o fluxo de "água" que verteu do ferimento no flanco de Jesusdescrito em João 19:34 seria o fluido pericárdio[176] . Alguns apologistas cristãosparecem favorecer esta teoria e defendem que esta anomalia médica seria um fato que oevangelista seria tentado a deixar de fora em seu relato caso seu interesse não fosse umregistro fidedigno[177] .

Em seu livro "A Crucificação de Jesus", o médico e patologista Frederick Zugibeapresenta um conjunto de teorias que tentam explicar a colocação dos pregos, as dores ea morte de Jesus em grande nível de detalhe[178] [179] . Zugibe realizou diversosexperimentos ao longo de vários anos para testar suas teorias quando ele era médico[180]

. Entre eles, experimentos nos quais os voluntários com pesos específicos erampendurados em ângulos determinados e o peso suportado em cada mão era medido,

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variando-se a existência de um suporte para os pés. A conclusão foi de que tanto o pesoquanto a dor correspondente seria significativa[180] .

Crucificação vista a partir da cruz.1886-1894. Por James Tissot, atualmente noBrooklyn Museum, em Nova Iorque.

Pierre Barbet, um médico francês e cirurgião-chefe no Hospital de São José em Paris[181]

também apresentou teorias detalhadas sobre a morte de Jesus. Ele lançou a hipótese deque Jesus teria que relaxar seus músculos para conseguir fôlego suficiente para dizersuas palavras finais por conta da asfixia por exaustão. Outra hipótese proposta por elefoi que uma pessoa crucificada teria que se utilizar de seus pés, perfurados por pregos,para conseguir erguer seu corpo o suficiente para conseguir fôlego para falar[182] .Algumas das teorias de Barbet, como a localização dos pregos, são disputadas porZugibe.

O oftalmologista e pastor C. Truman Davis também publicou um visão médica dacrucificação, concordando com Barbet, mas sua análise é bem menos detalhada que a deZugibe[183] .

O cirurgião ortopédico Keith Maxwell não apenas analisou os aspectos médicos dacrucificação como também analisou a forma como Jesus carregou a cruz por toda a ViaDolorosa[184] [185] .

Num artigo para Catholic Medical Association ("Associação Médica Católica"), PhillipBishop e o fisiologista Brian Church sugeriram uma nova teoria baseada no trauma desuspensão[186] .

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Em 2003, os historiadores F.P. Retief e L. Cilliers revisaram a história a patologia dacrucificação como realizada pelos romanos e sugeriram que a causa da mortegeralmente era uma combinação de fatores. Eles também afirmaram que os soldadosromanos de guarda eram proibidos de deixar o local enquanto o condenado nãoestivesse morto[187] .

Desde a crucificação de Jesus, a cruz se tornou um elemento chave no simbolismocristão assim como cena da crucificação, na arte cristão, dando origem a diversos temasartísticos específicos como o Ecce Homo, o Erguimento da Cruz, a Deposição da Cruz e oSepultamento de Jesus.

A obra "Crucificação vista a partir da cruz de James Tissot apresentou uma novaabordagem no final do século XIX, na qual a cena da crucificação foi retratada a partir daperspectiva de Jesus[188] [189] .

O simbolismo da cruz, que hoje é um dos símbolos cristãos mais reconhecidos, foiutilizado desde o cristianismo primitivo. Justino Mártir, que viveu em 165, a descreve deuma forma que deixa implícito o uso já naquela época como símbolo, embora o crucifixosó tenha aparecido mais tarde[190] [191] . Mestres como Caravaggio, Rubens e Ticianopintaram a cena da crucificação em suas obras.

Devoções baseadas no processo da crucificação e nos sofrimentos de Jesus sãoobservadas por diversos cristãos. As "Estações da Cruz" seguem um número de estágiosbaseados nos passos seguidos por Jesus até a sua crucificação, enquanto que o Rosáriodas Santas Chagas é utilizado para meditar sobre as chagas de Jesus como parte dacrucificação.

A presença de Maria aos pés da cruz em João 19:26-27 tem sido, por si só, tema da artemariana e um bem conhecido símbolo católico, como é caso da Medalha Milagrosa e dobrasão de João Paulo II, que traz a cruz mariana. E diversas devoções marianas tambémenvolvem a presença de Maria no Calvário. O papa João Paulo II afirmou que "Mariaestava unida com Jesus na cruz"[192] [193] . Obras de arte muito conhecidas de mestrescomo Rafael (por ex. a Crucificação Mond) e Caravaggio (por ex. o seu Sepultamento deCristo) retratam Maria como parte da cena da crucificação.

Arte, simbolismo e devoções

Ver também

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outros ficheiros sobreCrucificação de Jesus

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Jesus.Harmonia evangélicaPaixão de CristoNossa Senhora das Dores

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Notas

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Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é«Crucifixion of Jesus», especificamente desta versão.

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