crpc - relatório seprt-sucor-coc-crpc-gov1 2804840...

27
MINISTÉRIO DA ECONOMIA Secretaria de Previdência Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC PROCESSO Nº: 44011.000249/2016-37 ENTIDADE: FUNDIÁGUA - Fundação de Previdência Complementar AUTO DE INFRAÇÃO Nº: 0017/16-71, de 08/06/2016 DECISÃO Nº: 181/2018/DICOL/PREVIC, de 15/10/2018 RECORRENTES: Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando Castelo Branco Neto e João Fernando Alves dos Cravos RECORRIDOS: Superintendência Nacional de Previdência Complementar-PREVIC RELATOR: Alfredo Sulzbacher Wondracek RELATÓRIO RECURSO VOLUNTÁRIO 1. Trata-se de recursos voluntários interpostos individualmente pelos recorrentes indicados, contra Decisão da Diretoria Colegiada da Previc nº 181/2018/DICOL/PREVIC, de 15/10/2018, que, por unanimidade, aprovou o Parecer nº 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL e, julgou procedente o Auto de Infração nº 17/16-71, lavrado em 08/06/2016; contra Dilson Joaquim Morais (Presidente), Mercílio dos Santos (Diretor Administrativo e Financeiro), Hildebrando Castelo Branco Neto (Diretor de Seguridade) e João Fernando Alves dos Cravos (Gerente de Investimentos), todos na entidade à época dos fatos; e, aplicou a penalidade de multa pecuniária de R$ 37.993,53 a cada um dos recorrentes, cumulada com a pena de inabilitação por dois anos para os dois primeiros recorrentes. 2. As autuações foram lavradas em face dos recorrentes, por aplicarem os recursos garantidores das reservas técnicas, provisões e fundos dos planos de benefícios em desacordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, infringindo o disposto no art. 9º, §1º da Lei Complementar nº 109, de 29/05/2001, c/c com os arts. 4º, 9º e 31 todos da Resolução CMN nº 3.792, de 24/09/2009, e com o art. 12 da Resolução CGPC 13, de 01/10/2004, capitulado no art. 64 do Decreto nº 4.942, de 30/12/2003. I – DO AUTO DE INFRAÇÃO 3. Segundo consta dos autos, a infração teria ocorrido em 2011, a qual teve sua apuração iniciada por intermédio da ação fiscal realizada em 2013 e relatada nos Relatórios de Fiscalização - RF nº 08 e 09/2013/CFDF/PREVIC (Anexo XVII), referente ao investimento realizado pela FUNDIÁGUA na SPE Realesis P2 Empreendimentos Imobiliários S/A no valor de R$ 19.950.000,00 (dezenove milhões novecentos e cinquenta mil reais). Conforme consta do Relatório anexo ao Auto de Infração, teriam sido cometidas as seguintes irregularidades: 2. Os administradores da Entidade, responsáveis pela aplicação, deixaram de cumprir com seu dever de diligência e de observar os princípios da Segurança, Transparência e Diligência, por terem omitido, no Parecer GEINV n° 05/11, de 23/07/2011 (ANEXO XII), o fato de que, 1 (um) mês antes, já havia sido assinado os Acordos de Acionistas e de Investimento (em 20/06/2011) e, nesta mesma data, já ter feito a integralização das cotas referente ao empreendimento, tornando o Parecer um instrumento meramente formal, perdendo-se seu objeto informativo e elucidativo para a tomada de decisão. a. Deixaram de observar os princípios de rentabilidade e segurança, por CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 1

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria de Previdência

Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC

PROCESSO Nº:44011.000249/2016-37

ENTIDADE: FUNDIÁGUA - Fundação de Previdência Complementar

AUTO DEINFRAÇÃO Nº: 0017/16-71, de 08/06/2016

DECISÃO Nº:181/2018/DICOL/PREVIC, de 15/10/2018

RECORRENTES:Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando Castelo BrancoNeto e João Fernando Alves dos Cravos

RECORRIDOS: Superintendência Nacional de Previdência Complementar-PREVIC

RELATOR:Alfredo Sulzbacher Wondracek

RELATÓRIO

RECURSO VOLUNTÁRIO

1. Trata-se de recursos voluntários interpostos individualmente pelos recorrentes indicados,contra Decisão da Diretoria Colegiada da Previc nº 181/2018/DICOL/PREVIC, de 15/10/2018, que, porunanimidade, aprovou o Parecer nº 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL e, julgou procedente o Auto deInfração nº 17/16-71, lavrado em 08/06/2016; contra Dilson Joaquim Morais (Presidente), Mercílio dosSantos (Diretor Administrativo e Financeiro), Hildebrando Castelo Branco Neto (Diretor de Seguridade) eJoão Fernando Alves dos Cravos (Gerente de Investimentos), todos na entidade à época dos fatos; e, aplicoua penalidade de multa pecuniária de R$ 37.993,53 a cada um dos recorrentes, cumulada com a pena deinabilitação por dois anos para os dois primeiros recorrentes.

2. As autuações foram lavradas em face dos recorrentes, por aplicarem os recursos garantidoresdas reservas técnicas, provisões e fundos dos planos de benefícios em desacordo com as diretrizesestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, infringindo o disposto no art. 9º, §1º da Lei Complementarnº 109, de 29/05/2001, c/c com os arts. 4º, 9º e 31 todos da Resolução CMN nº 3.792, de 24/09/2009, e como art. 12 da Resolução CGPC 13, de 01/10/2004, capitulado no art. 64 do Decreto nº 4.942, de 30/12/2003.

I – DO AUTO DE INFRAÇÃO

3. Segundo consta dos autos, a infração teria ocorrido em 2011, a qual teve sua apuraçãoiniciada por intermédio da ação fiscal realizada em 2013 e relatada nos Relatórios de Fiscalização - RF nº 08e 09/2013/CFDF/PREVIC (Anexo XVII), referente ao investimento realizado pela FUNDIÁGUA na SPERealesis P2 Empreendimentos Imobiliários S/A no valor de R$ 19.950.000,00 (dezenove milhõesnovecentos e cinquenta mil reais). Conforme consta do Relatório anexo ao Auto de Infração, teriam sidocometidas as seguintes irregularidades:

2. Os administradores da Entidade, responsáveis pela aplicação, deixaramde cumprir com seu dever de diligência e de observar os princípios da Segurança,Transparência e Diligência, por terem omitido, no Parecer GEINV n° 05/11, de23/07/2011 (ANEXO XII), o fato de que, 1 (um) mês antes, já havia sido assinadoos Acordos de Acionistas e de Investimento (em 20/06/2011) e, nesta mesma data,já ter feito a integralização das cotas referente ao empreendimento, tornando oParecer um instrumento meramente formal, perdendo-se seu objeto informativo eelucidativo para a tomada de decisão.

a. Deixaram de observar os princípios de rentabilidade e segurança, por

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 1

Page 2: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

terem realizado o investimento sem verificar a consistência dos dados e valores doprojeto às características e realidades (principalmente quanto ao local e a épocado investimento) do Shopping Pampulha.

b. Contrariaram os princípios de rentabilidade, segurança, diligência,transparência, liquidez e solvência pela ausência de avaliação da viabilidadeeconômica e financeira dos projetos de forma consistente, fundamentada etransparente, deixando de contemplar o Plano de Negócios, os riscos envolvidosde forma analítica, tendo sido apresentada apenas a identificação parcial dosriscos, sem, no entanto, avaliar qual a possibilidade de ocorrência nem o impacto.

c. Houve ainda inobservância aos citados princípios em razão de o aporte,de mais de R$ 19 milhões, ter sido feito à vista, enquanto os demais cotistasintegralizariam suas cotas de acordo com a necessidade do empreendimento, ouseja, o risco inicial do investimento ficou a cargo apenas da Fundiágua, sem quetal fato tenha sido mencionado no Parecer GEINV nº 05/11.

d. Além disso, identificou-se inobservância ao disposto no art. 12 daResolução CGPC nº 13/2004, tendo em vista que não foi demonstrado que aEntidade monitorava, de forma contínua, os riscos que pudessem comprometer arealização do investimento.

3. As infrações foram verificadas durante a Ação Fiscal Direta - AFDrealizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano deBenefício Misto, CNPB 2005.0046.11, comandada pelos Ofícios nº1.497/CFDF/CGFD/DIFIS/ PREVIC, de 05 de junho de 2015. Informa-se ainda,que o Ofício nº 1.823 CFDF/CGFD/ DIFIS/PREVIC, de 8 de julho de 2015,comunicou a inclusão de um terceiro plano, a saber, Plano de Benefício I(Benefício Definido) no escopo da mesma ação fiscal. (Anexo I).

4. Do Relatório do AI ainda destacamos as seguintes informações:

4. Trata-se de investimento em cotas da SPE Realesis P2 EmpreendimentosImobiliários S.A, CNPJ 13.391.937/0001-87, referente à aquisição de açãopreferencial equivalente a 9,5% da participação no capital da SPE Realesis P2Empreendimentos Imobiliários S/A, o que equivaleria a 9,5% no empreendimentoShopping Pampulha.

5. O objetivo específico da SPE Realesis P2 é o desenvolvimento,implantação, exploração comercial e a administração de um empreendimento tipoShopping Center, incluindo parque de estacionamento, no imóvel situado na Av.Presidente Carlos Luz, nº 4055, Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, objetoda matrícula 72.825 do 6º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte, MinasGerais (Shopping Pampulha).

6. Conforme Acordo de Investimento (Anexo II), a aplicação da Fundiáguateria direito a dividendos mínimos e cumulativos correspondentes a 6% a.a, ecorreção pelo IPCA, até 04/04/2020, data em que seria convertido em açõesordinárias correspondentes a 9,5% da companhia.

7. Ainda segundo o Acordo de Investimentos, a BVA Empreendimentos S.Aparticiparia do contrato na qualidade de fiadora da obrigação da SPE RealesisP2, quanto ao pagamento do preço da ação preferencial, caso a Fundiáguaexercesse a opção de venda, dada como garantia.

8. A BVA se comprometia também a financiar a Realesis P2, em caso denecessidade para pagamento dos dividendos mínimos.

9. Segundo o art. 4º do Estatuto da Realesis P2 (Anexo III), o prazo deduração da companhia é de 50 anos, contados desde a data de sua constituição(25/02/2011).

5. O Relatório do AI refere acerca da situação da companhia investida e, que o ShoppingPampulha, lançado há mais de quatro anos, ainda não fora inaugurado. Relata que os estudos e análisesapresentados pela Entidade se resumem basicamente ao que consta no Parecer GEINV nº 05/11.

3. DA SITUAÇÃO DA COMPANHIA INVESTIDA

...

11. Constata-se que o projeto Shopping Pampulha, lançado há mais de 4 anos,ainda não foi inaugurado, tendo sido a Fundiágua o único cotista a aportar recursos noempreendimento.

12. Dessa forma, a EFPC já faria jus ao exercício da opção de venda, e teria odireito ao resgate do montante investido, remunerado pela taxa de juros de 6% a.a., acrescidode correção pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, desde a data de assinaturado Acordo até o exercício da opção, pois transcorreu o período de 48 (quarenta e oito) mesesda assinatura do Acordo de Investimento, sem que o shopping tenha sido inaugurado.Entretanto até o presente momento a opção não foi exercida.

5.ESTUDOS E ANÁLISES APRESENTADOS PELA ENTIDADE

15. Os estudos e análises apresentados pela entidade se resumembasicamente ao que consta no Parecer GEINV nº 05/11.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 2

Page 3: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

...

17. Conforme descrito no Parecer GEINV nº 05/11, a Fundiágua definiuseu interesse e decidiu evoluir na análise da viabilidade de participação no empreendimento,fundamentalmente em virtude da experiência dos controladores da Realesis e da supostaexpertise na gestão de shoppings centers da associada "Aliansce Shopping Centers S/A.

18. Experiência e expertise são quesitos válidos e importantes, entretanto,não podem ser utilizados de forma isolada para se julgar o nível de viabilidade e risco de umempreendimento, razão pela qual a Resolução CMN nº 3.792/2009, vigente à época daaplicação e versão atual, exige avaliação da viabilidade econômica e financeira dos projetos enão do empreendedor ou empreendedores.

19. A Entidade não apresentou questionamento ou estudos fundamentadosem informações financeiras, econômicas ou projeções de mercado sobre às perspectivas deretomo e a viabilidade do investimento na SPE Realesis P2 em desrespeito aos Princípios daPrudência, Segurança e Diligência para com o investimento, conforme exige o art. 4º daResolução CMN nº 3.792/2009.

20. Quanto à informação de que "a Fundiágua não entrará no projeto nacondição de empreendedor, mas sim de investidor interessado em obter rentabilidade a partirdo fluxo de caixa previsto e do preço pago ”, a Entidade apenas apresentou uma planilha deFluxo de Caixa sem, no entanto, justificar os valores nela constantes, sem apresentar oslevantamentos, projeções, estimativas que as embasou, inclusive quanto ao preço pago peloinvestimento, contrariando o princípio da Transparência disposto no art. 4º inciso I daResolução CMN nº 3.792/2009.

6. RELATO DE IRREGULARIDADE QUANTO AO PROCEDIMENTO DEAQUISIÇÃO DO INVESTIMENTO

33. Conforme apresentado no “item 4 - Cronologia”, para realizar oinvestimento na SPE Realesis P2 Empreendimentos Imobiliários S.A., a Fundiágua,juntamente com o empreendedor, adotou todas as providências para o investimento, - dentreas quais a alteração do capital social da SPE, com vistas a se adequar à Resolução3.792/2009 na data 20/06/2011, ou seja, um mês antes da elaboração do Parecer GEINV nº05/11, demonstrando a intenção de investir antes mesmo da elaboração do Parecer, (grifosnossos).

...

35. Diante desse fato, constata-se que o Parecer GEINV nº 05/11 tinhaperdido seu objeto e, consequentemente, a sua finalidade de ser uma análise prévia aoinvestimento, por meio da qual a tomada de decisões pudesse ser fundamentada de formasegura e transparente, tomando-o um mero instrumento formal.

7. RELATO DE IRREGULARIDADE QUANTO AO ESTUDO APRESENTADONO PARECER GEINV Nº 05/11

39. Como mencionado neste Relatório, embora seja citado no ParecerGEINV nº 05/11, relativo à SPE Realesis P2 (Shopping Pampulha, 2011) que “a gestão deinvestimentos utilizou como base para esta análise (aquisição Shopping Pampulha), dadosreferenciais de mercado utilizados para análise do investimento realizado no ShoppingBoulevard Brasília. ”, constatou-se que a entidade apenas reproduziu os mesmos dadosexpostos no Parecer GEINV Shopping Boullevard (2008) (grifos nossos), utilizando,portanto, informações defasadas e de um empreendimento situado em outra região.

40. O Shopping Boulevard Brasília foi apresentado e investido pelaFundiágua em dezembro de 2008, localiza-se na região Centro-Oeste. Já o ShoppingPampulha foi apresentado em 2011, as negociações transcorreram entre o segundo e oterceiro trimestre daquele ano, e seria construído em de Belo Horizonte - MG. Constata-seque, embora tenham sido elaborados em épocas distintas (dois anos e meio de diferença) epara regiões diferentes (Centro-Oeste e Sudeste) ambos os Pareceres da Gerência deInvestimento apresentam os mesmos dados (valores) para avaliar os investimentos: faixas devalores praticados por m2 de ABL, NOI mensal R$/m2 ABL, o valor de investimento emtermos de R$/m2/ABL realizados por alguns dos mais importantes players do setor e Análisede retorno (TIR) e fluxo de caixa, conforme demonstrado, respectivamente, nos trechosextraídos do Parecer GEINV nº 05/l 1 (Shopping Pampulha):

...

42. Todos esses fatos narrados caracterizam inobservância aos princípiosde Segurança, Rentabilidade, Diligência para com o manuseio dos recursos previdenciáriosda EFPC tendo em vista que os estudos realizados pelo Parecer GEINV 05/2011 adotampremissas em 2011, sendo essas as mesmas utilizadas em 2008, sem, contudo, apresentarjustificativas plausíveis para tanto.

4. Quando trata das irregularidades, o Relatório destaca inicialmente o procedimento daaquisição que teria ocorrido antes da elaboração do Parecer GEINV nº 05/11. Relata também irregularidadequanto ao estudo apresentado no referido Parecer GEINV nº 05/11, pois, pelos fatos narrados fica

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 3

Page 4: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

caracterizada a inobservância aos princípios de Segurança, Rentabilidade, Diligência para com o manuseiodos recursos previdenciários da EFPC, tendo em vista que os estudos realizados pelo Parecer GEINV05/2011, adotaram em 2011 as mesmas utilizadas em 2008, sem contudo, apresentar justificativas plausíveispara tanto. Por fim, destaca a ausência de avaliação da viabilidade econômica e financeira dos riscos.

8. RELATO DA IRREGULARIDADE QUANTO À AUSÊNCIA DE AVALIAÇÃO DAVIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA E DOS RISCOS

43. Quanto a esta matéria, o normativo da Resolução CMN nº 3.792/2009é bastante elucidativo quando expressa em seu Art. 31 o seguinte:

“Art.31 Nos investimentos em ações de emissão de SPE, bem comona prestação de garantias em investimentos de SPE, a EFPC deveavaliar, previamente, a viabilidade econômica e financeira dosprojetos.”

44. Quanto a viabilidade econômica e financeira do empreendimento doShopping Pampulha, a Diretoria Executiva informou que, embora não tenha enviado o Planode Negócios conforme solicitado no item 1.2 da SID nº 04, encaminhou em resposta (AnexoXIV) as planilhas de fluxo de caixa “previstos” no plano de negócios e as taxas de retomoprevistas, incluindo a taxa de break-even, que orientaram a decisão de investimento. Informoutambém que os demais elementos que nortearam as aplicações podem ser encontrados noParecer GEINV nº 05/11, o qual, conforme demonstrado anteriormente, mostra-se bastantesuperficial e pouco fundamentado. Destaca-se nesse ponto, mais uma vez, que o “plano denegócios” não foi disponibilizado à equipe fiscal da Previc (grifos nossos)

45. No que se refere à planilha de fluxo de caixa, a EFPC afirma que osvalores projetados pelos empreendedores foram validados a partir de avaliações deinformações disponibilizadas pela ABRASCE - Associação Brasileira de Shopping Centers,demais empresas do segmento e em conversas com profissionais do setor.

46. A equipe de fiscalização constatou que essa validação não foicomprovada e que em nenhuma Ata dos Órgãos Estatutários se verificou a ocorrência dealguma discussão ou questionamento em relação aos valores indicados pelos empreendedores,inclusive quanto ao preço pago pelo empreendimento.

...

51. Conforme o trecho apresentado e de acordo com o que consta noBoletim de Subscrição do dia 20/06/2011, enquanto a Realesis Holding S.A (outro cotista daSPE Realesis P2) integralizaria suas ações a prazo, de acordo com as chamadas de capitalaprovadas pela Diretoria da Companhia, a Fundiágua, de imediato, integralizou o montantede R$ 19.950.000,00 à vista e em dinheiro, assumindo, portanto, todo o risco inicial doprojeto.

52. Cabe ressaltar que, mesmo tendo sido elaborado após aintegralização, o Parecer GEINV n° 05/11 omite a informação do total a ser investido e,principalmente, deixa de abordar que o aporte inicial seria feito exclusivamente pelaFundiágua, e que esta assumiría a totalidade dos riscos, caso o shopping não entrasse emoperação na época prevista no plano de negócio, conforme de fato ocorreu.

53. Tendo em vista a possibilidade de paralisação do empreendimento doShopping Pampulha, por meio da SID nº 04, itens 1.7 e 1.8, questionou-se à entidade sobre aatual situação do empreendimento, pedindo esclarecimentos sobre a quantidade de açõesordinárias integralizadas para a execução do projeto, qual o valor investido pelos demaissócios e qual a previsão da inauguração do Shopping Pampulha.

54. Em resposta a entidade informou:

“Não dispunha de informação relativa ao total dos investimentos dosdemais sócio mas que era de conhecimento público o fato de que oFIP Usina Invest Malls, possui um patrimônio de R$ 234 MM,investidos na Usina Invest Malls — Holding, empresa que detêmparticipação de 90,5% na Realesis P2. E que a Fundiágua aguardainiciativas dos gestores do FIP e da Usina Invest Malls Holding, queasseguram que irão dar prosseguimento ao projeto assim queconcluírem as renegociações relativas ao aluguel com o Carrefour. "

“No momento, entretanto, não há previsão para inauguração doShopping Pampulha, razão pela qual a Fundiágua avalia, com seusadvogados, o exercício da opção de venda contra a empresasucessora da Realesis Holding, a Usina Invest Malls Holding, contraquem a Entidade detém o direito de exercício, além da adoção deoutras medidas judiciais cabíveis.”

55. Tal posicionamento demonstra falta de diligência da EFPC para com osrecursos de caráter previdenciário, pois é seu dever monitorar os riscos do investimento,consoante art. 9º da Resolução CMN nº 3792/2009, o que pressupõe um acompanhamentocontínuo do empreendimento, sobretudo considerando que foi aplicado o valor R$19.950.000,00 (dezenove milhões novecentos e cinquenta mil reais), em 20/06/2011.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 4

Page 5: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

56. Dessa forma, fica evidente que a entidade colocou recursos noempreendimento, há mais de 4 anos e que não tem conhecimento da atual situação doempreendimento, deixando de deter informações importantes para o acompanhamento, comoquanto foi investido até o momento para a construção do empreendimento, inclusive qual omontante investido pelos demais sócios, para o início da execução das obras. Ademais, não foiidentificado pela equipe de fiscalização qualquer questionamento, discussão ou ação, quer sejano âmbito interno (entre os membros dos Órgãos Estatutários) ou no âmbito externo (daentidade junto à SPE Realesis P2) no sentido de se cobrar a conclusão do empreendimento ousolicitação de posicionamento à Companhia.

57. Tais fatos demonstram que não houve um monitoramento dos riscos,inclusive no que diz respeito ao atraso significativo para entrada em operação do projeto, indode encontro com o disposto no art. o da Resolução CMN nº 3.792/2009 e no art. 12 daResolução CGPC nº 13/2004.

5. A fiscalização entendeu não ser possível a aplicação do benefício previsto no § 2º do art. 22do Decreto nº 4.942, de 2003, e nem a propositura do Termo de Ajustamento de Conduta - TAC previsto naInstrução Previc nº 3, de 29 de junho de 2010, tendo em vista a impossibilidade de se corrigir a infração,pois “não há como corrigir a ausência de diligência em relação às premissas adotadas, haja vista que suanecessidade deveria ser observada no momento da aplicação dos recursos, sendo inócuo realizar o estudotécnico ou análise de risco após a consumação do investimento”.

75. Em suma, não é possível a correção da “irregularidade no prazo fixadopela Previc” quando, como no caso em tela, já plenamente realizada e exaurida a conduta.Dessa forma, não é passível a aplicação do benefício previsto pelo artigo 22, § 2º, do Decreto nº4.942, de 2003. Ademais, há que se observar a ocorrência de prejuízo à rentabilidade doinvestimento, tendo em vista que o aporte de R$ 19.950.000,00 foi realizado e, até o momento,o shopping, ainda não tem previsão de inauguração.

76. Cabe registrar que a aplicação de recursos feita em desconformidadecom as diretrizes estabelecidas pela Resolução CMN, no caso arts. 4º e 9º; e com a ResoluçãoCGPC nº 13/2004 art. 12, configura exposição a riscos não permitidos, violando o bem jurídicoda segurança do patrimônio dos participantes. Ocorrendo a violação ao bem jurídico, considera-se consumada a infração, visto que no tipo infracional não há previsão e nem exigência daocorrência de nenhum resultado naturalístico à caracterização do ilícito.

77. Não se perquire a ocorrência de prejuízo ou não na operação, visto quesão requisitos de aplicabilidade que não se confundem, e se aquele requisito (o de ser umainfração passível de correção) não é preenchido, pouco importa se este (inocorrência deprejuízos) ou outros requisitos (fixação de prazo pela Previc para correção da irregularidade einocorrência de circunstância agravante) estão presentes no caso.

6. Quanto a responsabilização, o relatório do AI, relata que, com base nas atribuições previstasnas normas da Entidade, “definem-se como responsáveis pela infração os dirigentes que à época darealização do investimento na Sociedade de Propósito Específico - SPE Realesis P2, desempenhavamfunções correlacionadas diretamente com a definição da alocação dos investimentos dos portfóliosfinanceiros dos Planos da FUNDIÁGUA, a saber o Presidente, o Diretor Administrativo Financeiro eAETQ, o Diretor de Seguridade e o Gerente de Investimentos”.

DILSON JOAQUIM MORAIS, que exercia a Presidência da FUNDIÁGUAdurante o terceiro trimestre de 2011, quando da aplicação na referida SPE. Porautorizar a realização do investimento sem a observância de requisitosestabelecidos pela legislação concernentes à gestão de recursos de planosfechados de benefícios previdenciários complementares, notadamente osmandamentos constantes nos Artigos 1º, 4º, incisos I, II e IV, 9º e 31 todospresentes na Resolução CMN Nº 3.792/09 e art. 12 da Resolução CGPC n°13/2004. Destaca-se ainda que, conforme o Regimento Interno da Entidade, cabiaao presidente supervisionar e fiscalizar a administração da FUNDIÁGUA naexecução das operações financeiras, relativas aos recursos garantidores dosPlanos de Benefícios sob a guarda da Fundação.

MERCÍLIO DOS SANTOS, Diretor Administrativo e Financeiro da Fundiáguana época da realização do investimento, o qual autorizou a realização doinvestimento, sem observância dos mandamentos contidos nos Artigos 1º, 4º,incisos I, II e IV, 9º e 31, todos constantes da Resolução CMN Nº 3.792/09; e art.12 da Resolução CGPC nº 13/2004, deixando também de cumprir com seusdeveres regimentais, estabelecidos no Regimento Interno da Fundação.

HILDEBRANDO CASTELO BRANCO NETO, que exercia o cargo de Diretorde Seguridade durante o terceiro trimestre de 2011, quando da aplicaçãorealizada na referida SPE, o qual autorizou o investimento, sem observância dosmandamentos contidos nos Artigos 1º, 4º, incisos I, II e IV, 9º e 31, todosconstantes da Resolução CMN Nº 3.792/09; e art. 12 da Resolução CGPC nº13/2004, deixando também de cumprir com seus deveres estatutários, sobretudoos estabelecidos pelos art. 30, inciso II, alínea b, e art. 36 do Estatuto daEntidade.

JOÃO FERNANDO CRAVOS, responsável pela Gerência de Investimentos daFundação, pela não observância dos mandamentos transcritos na ResoluçãoCMN Nº 3.792/09, especificamente nos Artigos 1º, 4º, incisos I, II e IV, 9º e 31 e

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 5

Page 6: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

art. 12 da Resolução CGPC nº 13/2004, bem como por falhar no cumprimento deseus deveres funcionais estabelecidos no Regimento Interno da Fundação,especificadamente os arts. 25 e 27, inciso IV.

II - DAS DEFESAS

7. Os autuados Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos e João Fernando Alves dos Cravosapresentam defesa conjunta e, o autuado Hildebrando Castelo Branco Neto apresentou defesa individual.

Das defesas de Dilson Joaquim Morais; Mercílio dos Santos e João Fernando Alves dosCravos

II.1. Das Preliminares

8. Em preliminares, alegaram:

Nulidade material ou formal do Auto de Infração pela ausência da descriçãoprecisa da conduta ilícita.

Cerceamento de defesa e prejudicial de contraditório; Aplicação do benefícioprevisto no art. 22, § 2º do Decreto 4.942/03 e possibilidade de celebração deTAC.

II.2. Do Mérito

9. Já em relação ao mérito, os referidos autuados apresentaram as seguintes alegações:

Regularidade do iter de investimentos. Estrita observância da regra de governançacorporativa. Análise técnica e da adequação inicial do ativo. Ato regular de gestão;

Efetiva observância da governança corporativa e da análise dos riscos. Businessjudgement rule. Monitoramento dos riscos realizado pelos impugnantes. Adotadasmedidas para mitigação dos riscos.

Culpa dos acusados não comprovada. Inexistência de dolo. Inexistência denegligência, imprudência ou imperícia. Atividade de meio.

10. Ao final, a defesa protesta pela juntada de novos documentos, independentemente dedeferimento da DICOL, realização de audiência administrava para oitiva de testemunhas, e perícia técnica.

Da defesa de Hildebrando Castelo Branco Neto

11. O autuado Hildebrando Castelo Branco Neto apresentou defesa individual tempestiva, sendorepresentado pelos mesmos patronos dos demais autuados. Assim, com exceção de particularidades relativasà condição de Diretor de Seguridade do autuado, foram apresentadas exatamente as mesmas argumentações,e os mesmos requerimentos de produção de provas. Foi alegado que:

12.

“O Diretor de Seguridade não possuía qualquer influência no processo decisóriorelacionado aos investimentos; não era sua função, sequer sua expertise. Nãopode, portanto, ser responsabilizado da mesma forma com aqueles queefetivamente possuiriam efetiva influência nesse aspecto da Entidade. Portanto,por não ter praticado qualquer infração às normas que regulam as aplicações dosrecursos do Fundo de Pensão, de rigor o imediato cancelamento do Auto deInfração em face do Impugnante.”

III - DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL

13. Tendo sido constatado que os autos não contavam com cópia Política de Investimentos daépoca, o auto de infração foi remetido em diligência por meio de Despacho (de 06/06/2017) CDC II0048071 para juntada do citado documento, bem como para juntada do ofício 740CFDF/CGFD/DIFIS/PREVIC, de 17/03/2016, que solicitou as atas da Diretoria Executiva e do Comitê deInvestimentos referentes a diversos investimentos, e da respectiva resposta da entidade - Carta Presi030/2016, de 06/04/2016, além de outros documentos porventura existentes e que tratassem do objeto desteauto de infração.

14. A defesa apresentada foi então objeto da Nota nº 1269/2018/PREVIC, de 11/09/2018, naqual foi expresso que seria concedido prazo para apresentação de alegações finais, e o indeferimento deoitivas de testemunhas.

15. Em relação à juntada de documentos aos autos, foi informado que poder-se-ia realizá-la aqualquer momento do processo antes de exarada a decisão administrava, conforme dispõe o art. 38 da Lei nº9.784 de 1999. Deste modo, deferiu-se a produção de prova documental suplementar que os defendentesentendessem pertinentes para defesa, desde que possuam íntima correlação com os fatos em apuração,evitando-se assim tumulto processual com a juntada de documentos desconexos.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 6

Page 7: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

16. Verificando-se que o conjunto probatório para elucidação dos fatos já se encontravadevidamente delimitado nos autos, dispensando outras provas (à exceção de eventual prova documentalsuplementar), deu-se por encerrada a fase de instrução processual.

17. A Nota, assim como todos os documentos anexados ao processo, foram encaminhados àdefesa dos autuados para conhecimento e manifestação, bem como a concessão de prazo de 10 (dias) paraapresentação de alegações, além da manifestação sobre os documentos encaminhados, caso julgassemnecessárias.

18. No prazo assinalado, os autuados apresentaram suas alegações finais, reiterando osargumentos apresentados anteriormente quando da apresentação de suas defesas.

IV - DA ANÁLISE DA DEFESA E JULGAMENTO PELA PREVIC

19. No Parecer nº 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL, por meio de análise detalhada, foramrefutados as teses defendidas em sede de preliminar e de mérito.

20. Com base no referido Parecer 577/2018, a Diretoria Colegiada da Previc decidiu, porunanimidade, por meio da Decisão nº 181/2018/DICOL/PREVIC, na reunião de 15/10/ 2018, pelaprocedência o Auto de Infração, nos seguintes termos (fls. 45, Seção I, do D.O.U. de 26/10/2018):

21.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo 44011.000249/2016-37, Autode Infração 17/16-71, de 08/06/2016, entidade Fundiágua Fundação dePrevidência Complementar, decidiram os membros da Diretoria Colegiada daPREVIC, por unanimidade, na 417ª Sessão Ordinária, de 15/10/2018, DespachoDecisório 181/2018/CGDC/DICOL: julgar PROCEDENTE o Auto do Infraçãonº 17/16-71 por infração ao art. 9º, § 1º, da Lei Complementar nº 109, de 2001c/c arts. 4º, 9º e 31, da Resolução CMN nº 3.792/2009, e art. 12, da ResoluçãoCGCP 13/2004, tipificado no art. 64 do Decreto nº 4.942, de 2003, comaplicação das seguintes penalidades: MULTA pecuniária no valor de R$37.993,53 (trinta e sete mil, novecentos e noventa e três reais e cinquenta e trêscentavos), para os autuados DILSON JOAQUIM MORAIS e MERCÍLIO DOSSANTOS, cumulada com a pena de INABILITAÇÃO POR 2 (DOIS) ANOS;MULTA pecuniária no valor de R$ 37.993,53 (trinta e sete mil, novecentos enoventa e três reais e cinquenta e três centavos) para os autuadosHILDEBRANDO CASTELO BRANCO NETO e JOÃO FERNANDO ALVESDOS CRAVOS, nos termos do Parecer nº 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL,aprovado na sessão de julgamento.

22. O Parecer 577, aprovado pela Dicol, apresenta a seguinte ementa:

EMENTA: ANÁLISE DE AUTO DE INFRAÇÃO. APLICAR OSRECURSOS GARANTIDORES DAS RESERVAS TÉCNICAS,PROVISÕES E FUNDOS DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS EMDESACORDO COM AS DIRETRIZES ESTABELECIDAS PELOCONSELHO MONETÁRIO NACIONAL. INVESTIMENTO NA SPEREALESIS P2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A SEM AANÁLISE DE RISCOS, RENTABILIDADE, SEGURANÇA EMONITORAMENTO. INAPLICABILIDADE DO § 2º DO ART. 22 DODECRETO Nº 4.942/2003. PROCEDÊNCIA.

1. Constitui irregularidade aplicar os recursos garantidores das reservastécnicas em desacordo com as diretrizes estabelecidas pelo ConselhoMonetário Nacional - CMN.

2. Investimento em SPE sem a adequada análise de riscos, rentabilidade,segurança e monitoramento, viola o disposto nos art. 9º, § 1º, da LeiComplementar nº 109, de 2001 c/c arts. 4º, 9º e 31, da Resolução CMN nº3.792/2009, e art. 12 da Resolução CGCP 13/2004, capitulado no art. 64do Decreto nº 4.942, de 2003.

3. Inaplicabilidade do benefício previsto no § 2º do art. 22 do Decreto nº4.942/2003.

V - DOS RECURSOS

23. Devidamente notificados da Decisão nº 181/2018/PREVIC, os autuados apresentaramtempestivamente recursos voluntários individuais à CRPC, onde reiteraram argumentos de defesa. Por setratarem de recursos individuais semelhantes, foram tratados em conjunto, exceto as particularidades relativasao recurso do Sr. Dilson, conforme se segue:

24. Alegam que alguns argumentos apresentados na defesa não foram analisadas e não foram

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 7

Page 8: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

objeto de manifestação pela Dicol, “motivo pelo qual é possível afirmar que a decisão ora recorrida mereceser anulada, por conter em seu bojo vícios insanáveis que prejudicam a formulação deste recurso.”

a) Nulidade material ou formal do auto de infração por ausência da descrição precisa daconduta ilícita. Cerceamento de defesa e prejudicial de contraditório.

25. Nesse primeiro tópico os recorrentes defendem, em síntese, que não houve descriçãopormenorizada de sua conduta. Na verdade, o que se vê é a imputação de responsabilidade a diretores egestores pelo simples fato de ocuparem tal posição na entidade, (tópico de defesa que não teria sidoenfrentado pela DICOL).

V.1. Das Preliminares

b ) Disclaimer. Regularidade do iter de investimentos. Estrita observância da regra degovernança corporativa. Análise técnica e da adequação inicial do ativo. Ato regular degestão.

26. Nesse ponto os recorrentes defendem que o processo decisório que envolve qualquerinvestimento da EFPC obedece a normas internas auditadas que preveem uma série de avaliações edeliberações anteriores à efetivação do investimento, bem como o acompanhamento de sua evolução, (tópicode defesa que não teria sido enfrentado pela DICOL).

V.2. Do mérito, nos recursos de Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando CasteloBranco Neto e João Fernando Alves dos Cravos

27. Já em relação ao mérito os recorrentes apresentam as seguintes alegações:

a) Negativa de autoria da infração. Efetiva observância da governança corporativa e daanálise dos riscos. Business judgement rule. Monitoramento dos riscos realizado peloRecorrente.

28. Neste ponto os recorrentes sustentam que foram ponderados e analisados os riscos demercado, operacional, de liquidez e legal na operação envolvendo a Realesis P2 e o empreendimento alvo,sempre de acordo com a Política Estratégica vigente à época e que, apesar de se tratar de fato deinvestimento em renda variável e estar a Entidade desobrigada de incluir o investimento na aferição doslimites e quantitativos relativos à carteira de investimentos imobiliários, os Dirigentes foram diligentes epassaram a controlar nas duas vias a observância da legislação e da Política de Investimentos vigente, demaneira a evitar quaisquer possíveis desenquadramentos derivados das constantes variações interpretativasdo órgão regulador.

29. Reiteram ainda, neste tópico, que:

54. Diferentemente do que foi apurado e reiterado pela DICOL, todos os riscos demercado, operacional, de liquidez e legal foram devidamente apurados, semprede acordo com a Política Estratégica vigente à época.

55. O Parecer GEINV n° 05/2011, que lastreou a aprovação do investimento,assim declinou:

Aderência da operação à política de investimentos:

A Fundiágua previu operações no mercado imobiliário ao longo de 2011, tantono item 14 da Política de Investimentos como no item 1.3 da Estratégia de Gestãodo Ativo de Investimentos (EGAI), dos planos Saldado e Misto.

A escolha do formato SPE, visou a uma melhor adequação ao perfil doempreendimento, que não se caracterizava pró-indiviso ou pró-diviso, mas sim emum contrato de uso do terreno para fim específico de exploração de shoppingCenter, firmado entre o proprietário locador Carrefour com a controladora daRealesis P2.

Aspectos legais:

A gestão de investimentos da fundiágua analisou as minutas fornecidas pelaRealesis e outros documentos, a seguir listados:

- Estatuto Social;

- Acordo de Acionistas;

- Contrato de locação, construção, e exploração do Shopping firmado com oCarrefour;

- Alvará de adaptação e construção;

- Licença ambiental;

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 8

Page 9: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

- Parecer (Legal Opinion) de Bocater, Camargo, Costa e Silva AdvogadosAssociados;

- Parecer da consultoria jurídica da Fundiágua (Ximenes AdvogadosAssociados);

...

58. Ao contrário do que faz parecer o relatório do Auto, o parecer da GEINV quelastreou o investimento discorre, como visto, sobre diversos pontos essenciais àleitura do investimento, desde o histórico mercadológico dos responsáveis pelagestão do empreendimento final; benchmark; projeções de receitas e fluxo decaixa, até o licenciamento ambiental outros aspectos legais, objeto de análiseespecífica por banca de advocacia especializada na matéria.

30. Os recorrentes juntaram documento para comprovar que houve mero erro material e quehouve o fornecimento prévio tanto do Parecer como dos demais documentos aos Diretores para fins deconsulta.

31. O recurso do Sr. Dilson Joaquim Morais ainda acrescenta que:

68. Além do mais, e não menos importante, o Sr. Dilson, na qualidade dePresidente da Fundiágua, sequer tinha competência para "aplicar recursos", talqual tenta levar a crer esta autuação.

69. Por delegação do Conselho Deliberativo através da Política de Investimentovigente à época, a aplicação de recursos era de competência exclusiva do Gerentede Investimentos, subordinado ao Diretor Administrativo e Financeiro.

73. Assim, restou evidenciado que o Recorrente não era o responsável pelarealização dos investimentos e tampouco tinha o dever de acompanhá-los e/oumonitorá-los, na medida em que tal obrigação era exclusiva do DiretorAdministrativo Financeiro e do Gerente de Investimentos.

b) Improcedência da acusação. Culpa dos acusados não comprovada. Inexistência dedolo. Inexistência de negligência, imprudência ou imperícia. Atividade de meio.

32. Argumentam que, a acusação falha em demonstrar de forma precisa (i) a conduta ilícita (aosequer descrever a conduta atribuível aos acusados), (ii) nexo de causalidade e (iii) culpa lato sensu,elementos esses imprescindíveis para se imputar pena a algum sujeito de direito.

33. Reiteram ainda, neste tópico, que:

94. No presente caso, é de fácil percepção a ausência dos elementoscaracterizadores da culpa dos Recorrentes, na medida em que toda a análiseempreendida pela fiscalização se ateve aos elementos próprios do investimento,imputando-se responsabilidades não a indivíduos, por atos ou omissões que lhetenham sido comprovadamente atribuídos, mas a órgãos estatutários, pelasfunções que lhes seriam cabíveis.

34. O recurso do Sr. Dilson Joaquim Morais acrescenta ainda que ele não detinha aresponsabilidade pela aplicação dos recursos garantidores da entidade. Embora a decisão Dicol, no parágrafo122, mencionasse que o Presidente detinha a competência de "movimentar, sempre em conjunto com oDiretor Financeiro, os valores da Fundiágua, podendo tal faculdade ser outorgada a outro Diretor ouprocuradores, mediante aprovação da Diretoria Executiva”, esta “movimentação de valores” seriareferência feita tão somente as movimentações ordinárias (do dia a dia), e não sobre os recursosgarantidores.

35. O § 2º do art. 36 do Estatuto do Fundiágua da época do investimento dispunha que “ODiretor Administrativo e Financeiro será responsável pela aplicação dos recursos garantidores daFUNDIÁGUA, nos termos da legislação em vigor”. Assim, “ainda que o relatório da DICOL tenhaatribuído responsabilidades genéricas a todos os autuados (sem imputar especificamente a cada um a realconduta), o Recorrente jamais poderá ser em decorrência de supostas irregularidades com a aplicação dosrecursos garantidores”.

c) Ausência de prejuízo. Inexistência de infração abstrata. Excludentes de tipicidade e depunibilidade.

36. Ainda que os recursos empregados na Realesis P2 ainda não retornaram, em dinheiro, aosPlanos de Benefício Saldado e de Benefício Misto, há garantias que poderão ser executadas, caso não sejaefetivamente inaugurado o Shopping. Tal fato, por si só, é suficiente para demonstrar que não há que se falarem prejuízo configurado, sendo vedada a imputação de infração abstrata.

d. Impossibilidade de responsabilização por eventos posteriores a junho/14, no caso dorecorrente Dilson Joaquim Morais.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 9

Page 10: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

37. O recorrente Dilson Joaquim Morais, então presidente da Entidade, alegou que em25/06/2014, em razão de graves problemas de saúde seus e de sua esposa, solicitou ao ConselhoDeliberativo licença não remunerada por quatro meses, que foi deferida por meio da Resolução nº 201/2014,em reunião realizada em 03/07/2014, de modo que a partir daquela data, não participou de qualquerdeliberação por essa ou outra aplicação financeira. Antes de completar a licença renunciou ao cargo e nãomais exerceu qualquer atividade na Fundiágua.

38. Em 18/02/2019, a DICOL aprovou por unanimidade a Nota nº 163/2019/ PREVIC, de18/02/2019, decidindo pela não reconsideração, mantendo integralmente a Decisão DICOL nº 181, de15/10/2018.

39. Por meio do Ofício nº 490/2019/PREVIC, de 20/03/2019, os autos são remetidos à CRPC,onde se informa que até a presente data não retornou o AR do Ofício 3155/2018/PREVIC que informou aospatronos dos recorrentes o resultado da Decisão DICOL 181, de 15/10/2018, todavia, o pedido dereconsideração foi recebido e inserido pelo Protocolo no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da Previcem 21/11/2018.

40. Na sequência, em 27/03/2019, na 89ª Reunião Ordinária da CRPC, o processo foi distribuídoa este Conselheiro.

É o relatório.

Brasília,25de junhode2019.

Documento assinado eletronicamente

Alfredo Sulzbacher Wondracek

Membro Titular da CRPC

Representante dos Servidores Federais Titulares de Cargo Efetivo

Documento assinado eletronicamente por Alfredo Sulzbacher Wondracek, MembroTitular da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em 04/07/2019, às15:46, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no sitehttp://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador2804840 e o código CRC 8EF9E9BC.

Referência: Processo nº 44011.000249/2016-37. SEI nº 2804840

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 10

Page 11: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria de Previdência

Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC

PROCESSO Nº:44011.000249/2016-37

ENTIDADE:FUNDIÁGUA - Fundação de Previdência Complementar

AUTO DEINFRAÇÃO Nº: 0017/16-71, de 08/06/2016

DECISÃO Nº: 181/2018/DICOL/PREVIC, de 15/10/2018

RECORRENTES:Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando Castelo BrancoNeto e João Fernando Alves dos Cravos

RECORRIDOS: Superintendência Nacional de Previdência Complementar-PREVIC

RELATOR:Alfredo Sulzbacher Wondracek

VOTO

RECURSO VOLUNTÁRIO

I - DA TEMPESTIVIDADE

1. Os autuados foram notificados da Decisão nº 181/2018/DICOL/PREVIC, por meio doOfício nº 3155/2018/PREVIC, datado de 30/10/2018. No entanto, não consta nos autos a comprovação dadata em que o mesmo foi recebido. Segundo a informação dos recorrentes, os advogados receberam o citadoOfício em 05/11/2018 e, apresentaram o recurso em 21/11/2018. Entenderam que, “o prazo final paraapresentação do recurso seria em 20 de novembro de 2018, contudo, tendo em vista o feriado na cidade doRio de Janeiro (dia da consciência negra), sendo que, nesta data, a Secretaria da PREVIC não teveexpediente.” Concluem que, “considerando que o recurso está sendo apresentado no dia 21 de novembro

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 11

Page 12: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

de 2018 (primeiro dia útil após o feriado), inconteste a tempestividade do expediente”.

No caso do recurso do recorrente Dilson consta que: “considerando que o recurso está sendo apresentado no dia 19 denovembro de 2018, inconteste a tempestividade do expediente, motivo por que requer, desde já, o conhecimento integral da

peça”. Observe-se que na realidade foi protocolado no dia 21/11/2019, e não como o recorrente informou.

2. Com relação a última alegação, chama atenção o fato de a sede da entidade estar localizadaem Brasília, os procuradores possuírem escritórios em quatro cidades, inclusive Brasília; o Ofício 3155indicar como local para a apresentação dos recursos o endereço da PREVIC em Brasília; e, a apresentaçãoda defesa ter ocorrido no Rio de Janeiro em 21/11/2018, onde no dia 20/11 teria sido feriado; mesmo que taldata não seja celebrada como feriado nacional.

3. No entanto, considerando a circunstância suscitada e, a fim de evitar eventual prejuízo aosrecorrentes no presente caso, deve ser reconhecida a tempestividade dos recursos.

II - DAS PRELIMINARES

4. Em atenção à previsão do art. 37 do Decreto nº 7.123/2010, antes de adentrar no mérito,serão analisadas as questões preliminares.

II.1. Nulidade material ou formal do auto de infração por ausência da descrição precisa da condutailícita. Cerceamento de defesa e prejudicial de contraditório

5. Nesse primeiro tópico os recorrentes defendem, em síntese, que não houve descriçãopormenorizada da conduta de cada recorrente, o que teria prejudicado o exercício da ampla defesa. Afirmamque houve a imputação de responsabilidade a diretores e gestores pelo simples fato de ocuparem tal posiçãona entidade, e que tal tópico da defesa não teria sido enfrentado pela DICOL.

6. Destacam que:

... o Auto de Infração, na qualidade de ato jurídico administrativo, deve satisfazera forma para se legitimar na produção de efeitos (matéria). Além dos requisitoslegais, esse ato administrativo, ante a natureza imputativa, deve adotar o devidoprocesso legal constando em seu corpo, de forma pormenorizada, as razões(fundamentação) da imputação (conclusão). A observação desse pressupostosatisfaz por via tangencial a ampla defesa e o contraditório, permitindo a defesaao sujeito passivo da imputação.

Não basta à satisfação desse requisito a simples fundamentação do ato. Oprincípio da tipicidade impõe a pormenorização, exigindo na fundamentação adescrição de todos os elementos necessários e observados à incidência da normajurídica. O que se exige não é análise ideológica, mas uma investigaçãominuciosa dos elementos fáticos e do modelo jurídico descrito na hipótese.

7. Tais requisitos não teriam sido observados pelo Auditor Fiscal quando da constituição doauto ora impugnado. O auto de infração teria sido constituído à revelia de uma fundamentação clara eprecisa; essa situação teria prejudicado sobremodo o devido processo legal administrativo. A generalidadeexistente impossibilitaria a ampla produção de provas, em face do alargamento semântico atribuído àconjuntura da incidência e o desconhecimento do imputado.

8. No entanto, como bem referiu o Parecer 577, não podemos concordar com a alegação dosrecorrentes, pois o que a fiscalização entendeu como infração foi devidamente fundamentado e comprovado

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 12

Page 13: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

no Auto de Infração, bem como apurado, de forma individualizada a responsabilidade de cada um dosagentes envolvidos.

9. Além do mais, analisando-se os autos, verifica-se que o Relatório anexo do AI, descreve odescumprimento do dever de diligência dos responsáveis pela aplicação dos recursos e os princípios queteriam sido descumpridos, relata a irregularidade quanto “ao processo de aquisição do investimento”,“quanto ao estudo apresentado no parecer GEINV nº 05/11”, “quanto a ausência de avaliação daviabilidade econômica e financeira e dos riscos”; e, no tópico “Identificação de Responsabilidade”,fundamenta no Estatuto e Regimento Interno da Entidade as atribuições de cada autuado, identifica arespectiva conduta e fundamenta com a legislação que teria sido infringida.

10. Diante do exposto, afasto a preliminar alegada.

II.2. Regularidade do iter de investimentos. Estrita observância da regra de governança corporativa.Análise técnica e da adequação inicial do ativo. Ato regular de gestão

11. Nesse ponto os recorrentes defendem que o processo decisório que envolve qualquerinvestimento da EFPC obedece a normas internas auditadas que preveem uma série de avaliações edeliberações anteriores à efetivação do investimento, bem como o acompanhamento de sua evolução, e que,tal tópico da defesa também não teria sido enfrentado pela DICOL.

12. Afirmam que:

Os dirigentes, gestores, administradores da Fundiágua não agem em vontadeprópria. Suas funções de investimentos, atreladas ao fim social da Entidade, sãodesempenhadas, sempre, em observância a esse mecanismo de governançacorporativa. Sem perpassar por esse iter, a decisão sequer pode prosperar.

...

Fato é, que a responsabilidade administrativa dos diretores e gestores no setor deprevidência complementar brasileiro, subjetiva que é, não se configura diante deatos regulares de gestão, nos termos do artigo 158 da Lei das Companhias:

...

No caso da presente autuação, não apenas o aspecto qualitativo do investimentofoi devidamente observado e amplamente lastreado, como também os limitesquantitativos impostos pelas autoridades reguladoras foram absolutamenterespeitados.

...

No caso em tela, o processo decisório baseou-se em amplo estudo de viabilidadedo negócio, bem como dos eventuais riscos envolvidos, por meio, por exemplo, deparecer jurídico emitido pela Bocater, Camargo, Costa e Silva AdvogadosAssociados (Anexo VI, do Relatório), parecer jurídico emitido pela XimenesAdvogados Associados (Anexo VII, do Relatório), foi debatido em AssembléiaGeral Extraordinária de 20/06/2011 (Anexo VIII, do Relatório) e, por fim, além deoutros estudos, foi objeto de parecer interno da Gerência de Investimentos nº05/2011 (Anexo XII, do Relatório).

13. Tendo em vista que os argumentos trazidos se confundem com o mérito, serão analisadosjunto com os demais argumentos de mérito. Registre-se, no entanto, que as alegações trazidas foramconsideradas ao longo do Parecer 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL, adotado como fundamentação dadecisão da Diretoria Colegiada.

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 13

Page 14: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

III. MÉRITO

14. No mérito, além do argumento acima, os recorrentes apresentaram as seguintes alegações: a)Negativa de autoria da infração. Efetiva observância da governança corporativa e da análise dos riscos.Monitoramento dos riscos realizado pelos Recorrentes; b) Improcedência da acusação. Culpa dos acusadosnão comprovada. Inexistência de dolo. Inexistência de negligência, imprudência ou imperícia; c) Ausênciade prejuízo. Inexistência de infração abstrata. Excludentes de tipicidade e de punibilidade; e, d)Impossibilidade de responsabilização por eventos posteriores a junho/14, no caso do recorrente DilsonJoaquim Morais.

15. Sustentam que foram ponderados e analisados todos os riscos de mercado, operacional, deliquidez e legal na operação envolvendo a Realesis P2 e o empreendimento alvo, sempre de acordo com aPolítica Estratégica vigente à época e que, apesar de se tratar de fato de investimento em renda variável eestar a Entidade desobrigada de incluir o investimento na aferição dos limites e quantitativos relativos àcarteira de investimentos imobiliários, os Dirigentes foram diligentes e passaram a controlar nas duas vias aobservância da legislação e da Política de Investimentos vigente, de maneira a evitar quaisquer possíveisdesenquadramentos derivados das constantes variações interpretativas do órgão regulador.

16. Argumentam que, a acusação falha em demonstrar de forma precisa (i) a conduta ilícita (aosequer descrever a conduta atribuível aos acusados), (ii) nexo de causalidade e (iii) culpa lato sensu,elementos esses imprescindíveis para se imputar pena a algum sujeito de direito.

17. Destacam que, mesmo que os recursos empregados na Realesis P2 ainda não tenhamretornado, em dinheiro, aos Planos de Benefício Saldado e de Benefício Misto, há garantias que poderão serexecutadas, caso não seja efetivamente inaugurado o Shopping. A suposta conduta ilícita dos impugnantes,não importou a apuração de quaisquer prejuízos materializados em desfavor dos Planos administrados pelaEFPC, o que, por si só, é suficiente para demonstrar que não há que se falar em prejuízo configurado, sendovedada a imputação de infração abstrata.

18. O recurso do Sr. Dilson Joaquim Morais, então presidente da Entidade, acrescenta ainda queele não detinha a responsabilidade pela aplicação dos recursos garantidores da entidade. A menção acompetência atribuída ao presidente de "movimentar, sempre em conjunto com o Diretor Financeiro, osvalores da Fundiágua, podendo tal faculdade ser outorgada a outro Diretor ou procuradores, medianteaprovação da Diretoria Executiva”, esta “movimentação de valores” seria “referência feita tão somente asmovimentações ordinárias (do dia a dia), e não sobre os recursos garantidores”. Acrescenta que, em razãode situação de saúde, afastou-se do cargo a partir de 03/07/2014 e, a partir dali, não participou de qualquerdeliberação por essa ou outra aplicação financeira.

19. Juntaram documento para comprovar que houve mero erro material na data da elaboração eque houve o fornecimento prévio tanto do Parecer GEINV05/2011, como dos demais documentos aosDiretores para fins de consulta. No entanto, a questão quanto a data do documento foi apenas um dos pontosapontados pela fiscalização na caracterização da falta de diligência e de análise de riscos determinada pelalegislação.

20. Ocorre que, conforme dispõe o § 1º do art.9º da Lei Complementar 109, de 2001, “aaplicação dos recursos correspondentes às reservas, às provisões e aos fundos de que trata o caput seráfeita conforme diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional”. Nesse sentido, a fiscalizaçãoapontou dispositivos da Resolução nº 3.792, de 2009, do Conselho Monetário Nacional que incidem napresente aplicação.

Art. 4º Na aplicação dos recursos do plano, os administradores da EFPC devem:

I - observar os princípios de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez etransparência;

II - exercer suas atividades com boa fé, lealdade e diligência;

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 14

Page 15: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

IV - adotar práticas que garantam o cumprimento do seu dever fiduciário emrelação aos participantes dos planos de benefícios.

(...)

Art. 9º Na aplicação dos recursos, a EFPC deve identificar, avaliar, controlar emonitorar os riscos, incluídos os riscos de crédito, de mercado, de liquidez,operacional, legal e sistêmico, e a segregação das funções de gestão,administração e custódia.

Art. 31 Nos investimentos em ações de emissão de SPE, bem como na prestaçãode garantias em investimentos de SPE, a EFPC deve avaliar, previamente, aviabilidade econômica e financeira dos projetos. (grifo nosso)

21. A questão central sobre a qual se fundamenta o auto de infração, está relacionada adeficiências no processo decisório e monitoramento do investimento objeto do auto de infração e,descumprimento do dever de diligência. No caso concreto, a fiscalização apontou diversas falhas naidentificação e avaliação dos riscos envolvidos na operação, comprometendo, desta forma, os recursosgarantidores dos planos de benefícios da entidade. O investimento foi realizado sem verificar a consistênciados dados e valores do projeto às características e realidades (principalmente quanto ao local e a época doinvestimento) do Shopping Pampulha. Foi constatada a ausência de avaliação da viabilidade econômica efinanceira dos projetos de forma consistente, fundamentada e transparente, deixando de contemplar o Planode Negócios, os riscos envolvidos de forma analítica, tendo sido apresentada apenas a identificação parcialdos riscos, sem, no entanto, avaliar qual a possibilidade de ocorrência nem o impacto. Teria havido ainda ainobservância aos princípios estabelecidos, em razão do aporte, de mais de R$ 19 milhões, ter sido feito àvista, enquanto os demais cotistas integralizariam suas cotas de acordo com a necessidade doempreendimento, ou seja, o risco inicial do investimento ficou a cargo apenas da Fundiágua, sem que tal fatotenha sido mencionado no Parecer GEINV nº 05/11. E, ainda, teria se identificado a inobservância aodisposto no art. 12 da Resolução CGPC nº 13/2004, tendo em vista que não foi demonstrado que a Entidademonitorava, de forma contínua, os riscos que pudessem comprometer a realização do investimento.

22. Estas questões foram devidamente analisadas no Parecer 577/2018/CDC II/ CGDC/DICOL,ao ressaltar que:

68. Inicialmente relata a fiscalização que o projeto de apresentação doempreendimento, incluindo o Plano de Negócios, não foi apresentado pelaentidade. Os estudos e análises apresentados pela entidade se resumembasicamente ao que consta no Parecer GEINV nº 05/11.

69. Conforme descrito no Parecer GEINV nº 05/11, a FUNDIÁGUA definiuseu interesse, e decidiu evoluir na análise da viabilidade de participação noempreendimento, fundamentalmente em virtude da experiência dos controladoresda Realesis e da suposta expertise na gestão de shoppings centers da associadaAliansce Shopping Centers S/A.

70. Experiência e expertise são quesitos válidos e importantes, entretanto,não podem ser utilizados de forma isolada para se julgar o nível de viabilidade erisco de um empreendimento, razão pela qual a Resolução CMN n° 3.792/2009,vigente à época da aplicação, exige avaliação da viabilidade econômica efinanceira dos projetos e não do empreendedor ou empreendedores.

71. A Entidade não apresentou questionamento ou estudos fundamentadosem informações financeiras, econômicas ou projeções de mercado sobre àsperspectivas de retorno e a viabilidade do investimento na SPE Realesis P2.

...

85. Como mencionado, embora seja citado no Parecer GEINV nº 05/11,

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 15

Page 16: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

relativo à SPE Realesis P2 (Shopping Pampulha, 2011) que “a gestão deinvestimentos utilizou como base para esta análise (aquisição ShoppingPampulha), dados referenciais de mercado utilizados para análise do investimentorealizado no Shopping Boulevard Brasília”, constatou-se que a entidade apenasreproduziu os mesmos dados expostos no Parecer GEINV Shopping Boullevard(2008), utilizando, portanto, informações defasadas e de um empreendimentosituado em outra região.

86. O Shopping Boulevard Brasília foi apresentado e investido pelaFUNDIÁGUA em dezembro de 2008, localiza-se na região Centro-Oeste. Já oShopping Pampulha foi apresentado em 2011, as negociações transcorreramentre o segundo e o terceiro trimestre daquele ano, e seria construído em de BeloHorizonte - MG.

87. Constata-se que, embora tenham sido elaborados em épocas distintas(dois anos e meio de diferença) e para regiões diferentes (Centro Oeste e Sudeste)ambos os pareceres da Gerência de Investimento apresentam os mesmos dados(valores) para avaliar os investimentos: faixas de valores praticados por m2 deABL, NOI mensal R$/m2 ABL, o valor de investimento em termos de R$/m2/ABLrealizados por alguns dos mais importantes players do setor e Análise de retorno(TIR) e fluxo de caixa. (grifo nosso)

...

89. Quanto a viabilidade econômica e financeira do empreendimento doShopping Pampulha, a Diretoria Executiva informou que, embora não tenhaenviado o Plano de Negócios conforme solicitado no item 1.2 da SID nº 04,encaminhou em resposta (Anexo XIV) as planilhas de fluxo de caixa previstos noplano de negócios e as taxas de retomo previstas, incluindo a taxa de break-even,que orientaram a decisão de investimento. Informou também que os demaiselementos que nortearam as aplicações podem ser encontrados no ParecerGEINV nº 05/11, o qual, conforme demonstrado anteriormente, mostra-sebastante superficial e pouco fundamentado. Destaca-se nesse ponto, mais umavez, que o “plano de negócios” não foi disponibilizado à equipe fiscal da Previc.

90. No que se refere à planilha de fluxo de caixa, a EFPC afirma que osvalores projetados pelos empreendedores foram validados a partir de avaliaçõesde informações disponibilizadas pela ABRASCE - Associação Brasileira deShopping Centers, demais empresas do segmento e em conversas comprofissionais do setor.

91. A equipe de fiscalização constatou que essa validação não foicomprovada e que em nenhuma Ata dos Órgãos Estatutários se verificou aocorrência de alguma discussão ou questionamento em relação aos valoresindicados pelos empreendedores, inclusive quanto ao preço pago peloempreendimento.

92. Ademais os dados citados como indicadores da realização doinvestimento (Parecer GEINV 05/2011, planilha de fluxo de caixa, etc.) nãoapresentam bases técnicas. Apenas reproduzem os dados fornecidos pelos“apresentadores do empreendimento”, sem, ao menos, questionar a consistênciadas informações e demonstrar os estudos que embasaram os valores einformações apresentadas.

93. Merece destaque ainda a questão do risco assumido pela entidade noinvestimento. Conforme o trecho da Ata da Assembleia Extraordinária, realizadaem 20/06/2011, referente especificadamente à forma de integralização do capitalsubscrito, e de acordo com o que consta no Bolem de Subscrição do dia

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 16

Page 17: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

20/06/2011, enquanto a Realesis Holding S/A (outro costa da SPE Realesis P2)integralizaria suas ações a prazo, de acordo com as chamadas de capitalaprovadas pela Diretoria da Companhia, a FUNDIÁGUA, de imediato,integralizou o montante de R$ 19.950.000,00 à vista e em dinheiro, assumindo,portanto, todo o risco inicial do projeto.

...

95. Tendo em vista a possibilidade de paralisação do empreendimento doShopping Pampulha, por meio da SID nº 04, itens 1.7 e 1.8, questionou-se àentidade sobre a atual situação do empreendimento, pedindo esclarecimentossobre a quantidade de ações ordinárias integralizadas para a execução doprojeto, qual o valor investido pelos demais sócios e qual a previsão dainauguração do Shopping Pampulha.

96. Em resposta a entidade informou:

“Não dispunha de informação relativa ao total dos investimentos dosdemais sócios, mas que era de conhecimento público o fato de que oFIP Usina ínvest Malls, possui um patrimônio de R$ 234 MM,investidos na Usina ínvest Malls - Holding, empresa que detêmparticipação de 90,5% na Realesis P2. E que a Fundiágua aguardainiciavas dos gestores do FIP e da Usina ínvest Malls Holding, queasseguram que irão dar prosseguimento ao projeto assim queconcluírem as renegociações relavas ao aluguel com o Carrefour."

“No momento, entretanto, não há previsão para inauguração doShopping Pampulha, razão pela qual a Fundiágua avalia, com seusadvogados, o exercício da opção de venda contra a empresasucessora da Realesis Holding, a Usina ínvest Malls Holding, contraquem a Entidade detém o direito de exercício, além da adoção deoutras medidas judiciais cabíveis.”

97. Tal posicionamento demonstra falta de diligência da EFPC para com osrecursos de caráter previdenciário, pois é seu dever monitorar os riscos doinvestimento, o que pressupõe um acompanhamento continuo doempreendimento, sobretudo considerando que foi aplicado o valor R$19.950.000,00 (dezenove milhões novecentos e cinquenta mil reais).

98. Dessa forma, fica evidente que a entidade colocou recursos noempreendimento, há mais de 4 anos e que não tem conhecimento da atualsituação do empreendimento, deixando de deter informações importantes para oacompanhamento, como quanto foi investido até o momento para a construção doempreendimento, inclusive qual o montante investido pelos demais sócios para oinício da execução das obras.

99. Ademais, aponta a equipe fiscal que não foram identificados qualquerquestionamento, discussão ou ação, quer seja no âmbito interno (entre osmembros dos Órgãos Estatutários) ou no âmbito externo (da entidade junto à SPERealesis P2) no sentido de se cobrar a conclusão do empreendimento ousolicitação de posicionamento à Companhia.

100. Tais fatos demonstram que não houve um monitoramento dos riscos,inclusive no que diz respeito ao atraso significativo para entrada em operação doprojeto.

101. Ainda em relação aos riscos, a Gerência de Investimentos daFUNDIÁGUA menciona em seu parecer fatores de risco a serem monitorados.

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 17

Page 18: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

Contudo, tais riscos são tratados de forma bastante superficial.

102. Com relação a atrasos significativos na entrada de operação do projeto,não se mensura em nenhum momento a probabilidade e os impactos que essesatrasos poderiam causar ao projeto, apenas é citado que serão migados tendo emvista a qualidade e experiência dos sócios empreendedores.

103. Quanto ao risco em relação à possibilidade de receitas inferiores aoprevisto, a análise desse aspecto ficou prejudicada, uma vez que não tem afundamentação dos estudos da previsão de receitas (pois a utilização dos valoresdo projeto Shopping Boulevard Brasília resta prejudicada para a análise doprojeto do Shopping Pampulha).

104. Portanto, a análise utilizada para decisão da viabilidade doempreendimento e dos riscos que ele envolvia, se mostrou insuficiente (o atraso naexecução do projeto corrobora com essa conclusão).

23. O Parecer 577/2018/CDC II/CGDC/DICOL, concluiu que:

107. ... independentemente do resultado da análise do investimento por partedas gerências competentes, o dever de diligência dos gestores/ administradores daentidade é pedra basilar na gestão de uma EFPC, afinal o pilar principal de todoo sistema fechado de previdência complementar seja do órgão regulador ou dosgestores das entidades é, repise-se, o de proteger os interesses dos participantes eassistidos, conforme inciso VI do art. 3º da Lei Complementar nº 109/2001.

...

110. O dever de diligencia exige que o gestor busque as informaçõesrelevantes necessárias para amparar suas decisões, bem como pressupõe suaintervenção sempre que fundamental para preservar o interesse da entidade.Assim, os gestores devem estar bem informados antes de tomarem qualquerdecisão.

111. Os gestores devem avaliar, com profundidade, as alternavas possíveis deinvestimentos e se as mesmas estão de acordo com os objetivos da entidade,avaliando os resultados positivos e negativos e se assegurando que o riscoassumido esteja em linha com os interesses, diretrizes e políticas da entidade.Para tanto, é fundamental que o gestor tenha competência técnica e gerencial,compatível com a exigência legal e estatutária e com a complexidade das funçõesexercidas.

112. Os administradores não devem ficar inertes, ao contrário, devem sercríticos, de modo a examinar as informações disponibilizadas, questionando sobreos riscos a que a entidade (plano de benefícios) está exposta e as alternavas paraa sua mitigação.

113. Assim, os gestores internos da entidade têm o dever de zelar pelopatrimônio dos planos de benefícios, devendo acompanhar todos os investimentosrealizados, sejam eles por meio de carteira própria, sejam por meio de fundos deinvestimentos.

24. Com relação a alegada a ausência de prejuízo, entendemos que o § 1º do art. 9º da LeiComplementar nº 109, de 2001, impõe aos administradores de EFPC a aplicação de recursos dos planos, emestrita observância às diretrizes estabelecidas pelo CMN. Assim, o fato de se transgredir os comandosinstituídos pela CMN, já representa, por si só, infração ao artigo 9º, §1º da Lei Complementar nº 109, de2001, capitulada no art. 64 do Decreto 4942, de 2003. Trata-se de infração cujo resultado mostra-se

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 18

Page 19: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

irrelevante para sua concretização, ou seja, independentemente de eventuais prejuízos que vejam a decorrerda conduta infracional, essa já se consumou.

25. Ao constituir essa regra, a intenção do legislador não foi a de estabelecer qualquer correlaçãoentre a aplicação dos recursos de entidades de previdência complementar e a ocorrência de prejuízosadvindos dessas aplicações, mas sim de minimizar os riscos, seja estabelecendo a necessidade de instituiçãode garantias, a depender do emissor do título, seja pela fixação de diretrizes e condutas a serem observadasnas aplicações dos recursos garantidores dos planos de benefícios.

26. A inexistência de prejuízo, mencionada no § 2º do art. 22 do Decreto 4942, de 2003, dizrespeito tão-somente às infrações em que o prejuízo decorrente dessa prática irregular possa ser revertido, oque não se verifica no presente caso.

27. A aplicação do benefício exigiria a “possibilidade” de se corrigir a infração. E, neste caso,temos uma impossibilidade material de correção das irregularidades, consubstanciada na aplicação derecursos garantidores na SPE Realesis P2 Empreendimentos Imobiliários S/A, sem observância dos padrõesde segurança, rentabilidade, solvência e liquidez impostos pelo Conselho Monetário Nacional.

28. Tais irregularidades não admitem correção, pelo simples fato de que, uma vez executado oinvestimento sem as devidas análises e a prudência necessária, o patrimônio de participantes já terá sidoexposto a riscos inadmitidos pela legislação e o dano já terá ocorrido, ou seja, a infração já estaráconsumada, não se perquirindo se houve ou não um resultado material. São infrações de mera conduta emque, da sua realização já surge um dano ao bem jurídico tutelado, sendo impossível corrigir essa violação,mas apenas evitar que o bem o jurídico continue a ser atacado dali para frente.

29. Com relação as responsabilidades, alegam os recorrentes que não foi demonstrada a culpa dosacusados. Ocorre que o Estatuto da Entidade atribui à Diretoria Executiva a competência para executar asdiretrizes e políticas definidas pelo Conselho Deliberativo e decidir sobre a aplicação de recursos financeiros.O Estatuto atribui ainda, ao Presidente, sempre em conjunto com o Diretor Financeiro, a responsabilidadepelas transações financeiras e designa este último Diretor como responsável pela aplicação dos recursosgarantidores. Por sua vez, o Regimento Interno registra que a Gerência de Investimentos é responsável pelodesenvolvimento das atividades relacionadas com os investimentos das reservas técnicas, fundos e provisõesdos Planos administrados pela Fundiágua, competindo ao Gerente de Investimentos: a) assessorar o Diretorda área sobre aplicações no mercado financeiro e de capitais; b) executar as políticas e diretrizes traçadaspelo Diretor da área para a sua unidade, sob os aspectos técnicos e administrativos; c) gerenciar as atividadesde elaboração do Plano de Aplicação de Recursos; d) gerenciar as atividades de aplicação dos recursosfinanceiros; e) supervisionar as aplicações realizadas pelos seus subordinados; e f) zelar pela qualidade dosserviços produzidos em sua área de atuação, por meio de mecanismos adequados.

30. Este ponto também foi devidamente analisado no Parecer 577/2018/CDC II/ CGDC/DICOL,ao ressaltar que:

130. Conforme relatado neste Parecer, levando-se em consideração asatribuições regimentais e os cargos ocupados à época dos fatos, é inegável aresponsabilidade da Diretoria Executiva, órgão responsável por “cumprir e fazercumprir as normas legais e infralegais estatutárias e regulamentares” (Art. 3º doRegimento Interno da entidade) (grifamos).

131. Não podemos eximir de responsabilidade, portanto, os membros daDiretoria Executiva em, no mínimo, fiscalizar os atos que envolvam a aplicaçõesde recursos financeiros da entidade, em que pese as diferentes atribuições de cadaDiretor, incluindo o Diretor de Seguridade.

132. Em que pese as declarações dos autuados DILSON JOAQUIM MORAISe JOÃO FERNANDO ALVES DOS CRAVOS, eximindo de responsabilidade oDiretor de Seguridade, não vemos como eximi-lo da responsabilidade, no mínimo,como membro da Diretoria Executiva da entidade, de fiscalizar os atos de seus

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 19

Page 20: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

pares, cumprindo e fazendo cumprir as normas legais, infralegais, estatutárias eregulamentares, conforme demanda o Regimento Interno da entidade. Ademais adefesa não comprova qualquer ação do autuado no sendo de ser contrário aoinvestimento. Apesar de alegar que essa seria sua posição, não há nenhumregistro dessa alegação.

133. Como membro da Diretoria Executiva da entidade, o Diretor deSeguridade não poderia se eximir totalmente de se posicionar, DE FORMAOFICIAL, quando entendesse que algo danoso aos interesses da entidadeestivesse acontecendo, ou para acontecer.

134. Obviamente, não se pode imputar a mesma responsabilidade a todos deforma indiscriminada.

135. Dessa forma, dentre os membros da Diretoria Executiva, o Presidente(Dirigente máximo da entidade) em conjunto com o Diretor Financeiro e AETQ,detinham a responsabilidade pelas transações financeiras, ressaltando que esseúltimo era também responsável pela aplicação dos recursos garantidores.

136. Em que pese as atribuições específicas do Diretor Financeiro e AETQ noque se refere a aplicações financeiras, não vemos como afastar, até por questõesregimentais, a grande responsabilidade do Diretor Presidente, uma vez queexerce o cargo de Dirigente Máximo da entidade, em supervisionar e fiscalizar aadministração da entidade.

137. Em relação ao Gerente de Investimentos, esse possuía a incumbência deassessorar a Diretoria Executiva, na execução da política de investimentos,gerenciar e supervisionar as aplicações financeiras, assumindo as funções dedirigente na condução dos investimentos.

138. Por todas as razões apresentadas, e tendo em vista o comportamento e acapacidade diferenciada dos autuados, propomos a aplicação das penalidadesabaixo elencadas, vigente à época dos fatos.

31. Com relação ao registro de que o então Diretor Presidente se afastou do cargo a partir de03/07/2014, e que a partir dali, não participou de qualquer deliberação por essa ou outra aplicaçãofinanceira, registre-se que a infração ocorreu anteriormente (2011).

32. Ante todo o exposto, conheço do recurso voluntário dos recorrentes, afasto a preliminar e, nomérito, nego provimento, para julgar procedente o Auto de Infração nº 15/2017, de 09/03/2017, mantendo acondenação imputada na Decisão nº 184/2019/DICOL/ PREVIC, de 11/02/2019, nos seus exatos termos.

É como voto.

Caso prevaleça o entendimento acima, proponho a seguinte ementa:

EMENTA: ANÁLISE DE AUTO DE INFRAÇÃO.APLICAR OS RECURSOS GARANTIDORES DASRESERVAS TÉCNICAS, PROVISÕES E FUNDOSDOS PLANOS DE BENEFÍCIOS EMDESACORDO COM AS DIRETRIZESESTABELECIDAS PELO CONSELHOMONETÁRIO NACIONAL. INVESTIMENTO NASPE REALESIS P2 EMPREENDIMENTOSIMOBILIÁRIOS S/A SEM A ANÁLISE DE RISCOS,

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 20

Page 21: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

RENTABILIDADE, SEGURANÇA EMONITORAMENTO. INAPLICABILIDADE DO §2º DO ART. 22 DO DECRETO Nº 4.942/2003.PROCEDÊNCIA.1. Constitui irregularidade aplicar os recursosgarantidores das reservas técnicas em desacordocom as diretrizes estabelecidas pelo ConselhoMonetário Nacional - CMN.2. Investimento em SPE sem a adequada análise deriscos, rentabilidade, segurança e monitoramento,viola o disposto nos art. 9º, § 1º, da LeiComplementar nº 109, de 2001 c/c arts. 4º, 9º e 31,da Resolução CMN nº 3.792/2009, e art. 12 daResolução CGPC 13/2004, capitulado no art. 64 doDecreto nº 4.942, de 2003.3. Inaplicabilidade do benefício previsto no § 2º doart. 22 do Decreto nº 4.942/2003.

Brasília,25 de junho de 2019.

Documento assinado eletronicamente

Alfredo Sulzbacher Wondracek

Membro Titular da CRPC

Representante dos Servidores Federais Titulares de Cargo Efetivo

Documento assinado eletronicamente por Alfredo Sulzbacher Wondracek, MembroTitular da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em 04/07/2019, às15:48, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no sitehttp://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador2814995 e o código CRC 2E1C6838.

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 21

Page 22: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

Referência: Processo nº 44011.000249/2016-37. SEI nº 2814995

CRPC - Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2814995 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 22

Page 23: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria Especial de Previdência e TrabalhoSubsecretaria de Assuntos CorporativosCoordenação-Geral de Apoio aos Órgãos ColegiadosCâmara de Recursos da Previdência Complementar

CONTROLE DE VOTO

RESULTADO DE JULGAMENTO

Reunião eData:

92ª Reunião Ordinária da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, realizadanos dias 25 de junho de 2019.

Relator: Alfredo Sulzbacher Wondracek

Processo nº: 44011.000249/2016-37

Auto deInfração nº: 17/16-71

DespachoDecisório nº: 181/2018/CGDC/DICOL

Recorrentes: Dilson Joaquim Morais, Hildebrando Castelo Branco Neto, João Fernando Alves dosCravos e Mercílio dos Santos

Entidade: Fundação CEEE de Seguridade Social - ELETROCEEE

Voto doRelator:

"(...) Ante todo o exposto, conheço do recurso voluntário dos recorrentes, afasto apreliminar e, no mérito, nego provimento, para julgar procedente o Auto de Infração nº15/2017, de 09/03/2017, mantendo a condenação imputada na Decisão nº184/2019/DICOL/ PREVIC, de 11/02/2019, nos seus exatos termos. (...)"

Representantes Votos

JOÃO PAULO DE SOUZARepresentante dos participantes e assistidos de

planos de benefícios das EFPC - Titular

Votou com o Relator para conhecer do recurso.Abriu divergência no sentido de acolher a preliminar

de nulidade e, no mérito, votou para minorar apenalidade do Gerente de Investimentos por não

fazer parte da tomada de decisão.

MARCELO SOARES

Representante dos patrocinadores e instituidores deplanos de benefícios das EFPC - Titular

Votou com o Relator para conhecer do recurso,afastar as preliminares e, no mérito, negar

provimento ao recurso.

CRPC - Controle de Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC 2942455 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 23

Page 24: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

CARLOS ALBERTO PEREIRA

Representante das entidades fechadas de previdênciacomplementar - Titular

Votou com o Relator para conhecer do recurso,afastar as preliminares e, no mérito, negar

provimento ao recurso.

MARIA BATISTA DA SILVA

Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Titular

Votou com o Relator para conhecer do recurso,afastar as preliminares e, no mérito, negar

provimento ao recurso.

MAURÍCIO TIGRE

Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Titular

Impedido nos termos do Art.. 37 do RegimentoInterno da CRPC.

FERNANDA SCHIMITT MENEGATTI

Presidente Substituta

Votou com o Relator para conhecer do recurso,afastar as preliminares e, no mérito, negar

provimento ao recurso.

Sustentação Oral: Alexandre Sampaio Barbosa (OAB/RJ 176.641).

Resultado: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência Complementar - CRPCconheceu do recurso. Por maioria afastou as preliminares, vencido o voto apresentado pelo Sr. João Paulode Souza. No mérito, por maioria de votos, a CRPC negou-lhe provimento para julgar procedente o Autode Infração nº 15/2017, de 09/03/2017, mantendo a condenação imputada na Decisão nº184/2019/DICOL/ PREVIC, de 11/02/2019, nos seus exatos termos. Declarado o impedimento do Sr.Maurício Tigre Valois Lundgren, nos termos do art. 42 do Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010.

Brasília, 25 de junho de 2019.

Documento assinado eletronicamente

FERNANDA SCHIMITT MENEGATTI

Presidente da Câmara em Substituição

Documento assinado eletronicamente por Fernanda Schimitt Menegatti, MembroSuplente da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em 10/07/2019, às18:26, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no sitehttp://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador2942455 e o código CRC C61F9DDF.

CRPC - Controle de Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC 2942455 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 24

Page 25: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

Referência: Processo nº 44011.000249/2016-37. SEI nº 2942455

CRPC - Controle de Voto SEPRT-SUCOR-COC-CRPC 2942455 SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 25

Page 26: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001,que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônicohttp://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152019071000009

9

Nº 131, quarta-feira, 10 de julho de 2019ISSN 1677-7042Seção 1

PORTARIA Nº 1.640, DE 8 DE JULHO DE 2019

O SECRETÁRIO NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL DO MINISTÉRIO DODESENVOLVIMENTO REGIONAL, nomeado pela Portaria n. 830, de 25 de janeiro de 2019,publicada no DOU, de 25 de janeiro de 2019, Seção II, Edição Extra A, consoante delegaçãode competência conferida pela Portaria n. 412, de 12 de fevereiro de 2019, publicada noDOU, de 19 de fevereiro de 2019, Seção 1, e tendo em vista as disposições da Lei n. 12.340de 1º de dezembro de 2010, da Portaria MI n. 384, de 23 de outubro de 2014, e, ainda,o contido no Processo Administrativo n. 59502.000223/2016-34, resolve:

Art. 1° Prorrogar o prazo de execução das ações de recuperação previsto noart. 4° da Portaria n. 389, de 08 de agosto de 2017, que autorizou transferência derecursos ao Município de Resplendor - MG, para ações de Defesa Civil, para até30/1/2020.

Art. 2° Ficam ratificados os demais dispositivos da Portaria acima citada, nãoalterados por esta.

Art. 3° Esta Portaria entra em vigor na data de sua assinatura.

ALEXANDRE LUCAS ALVES

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUASÁREA DE REGULAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE REGULAÇÃO

ATOS DE 8 DE JULHO DE 2019

O SUPERINTENDENTE ADJUNTO REGULAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS- ANA, torna público que, no exercício da competência delegada pelo art. 3º da ResoluçãoANA nº 74, de 01/10/2018, nos termos do art. 12, V, da Lei nº 9.984, de 17/07/2000, comfundamento nas Resoluções ANA nº 1.938 e 1.939, de 30/10/2017, resolveu emitir asoutorgas de direito de uso de recursos hídricos a:

Nº 1.332 - ANTONIO RODRIGUES MARQUES POMBO, rio São Francisco, Município deBELÉM DO SÃO FRANCISCO/PE, irrigação.

Nº 1.333 - ROBERTO ARAUJO, Rio São Francisco, Município de GARARU/SE, irrigação.

Nº 1.334 - EDUARDO PEREIRA BASTOS, Rio Doce, Município de CONSELHEIRO PENA/MG, irrigação.

Nº 1.335 - ROSELE TEIXEIRA DOS SANTOS, Rio São Francisco, Município de PÃO DE AÇÚCAR/AL, irrigação.

Nº 1.336 - MARCIO NERES PEREIRA AGUILAR, Rio Jequitinhonha, Município de ITINGA/MG, irrigação.

Nº 1.337 - TIAGO LINS DONADAO, UHE Rosana, Município de SANTO ANTÔNIO DO CAIUÁ/PR, irrigação.

Nº 1.338 - JOSE REZENDE MERGULHAO, UHE Paulo Afonso IV/UHE Apolônio Sales,Município de PAULO AFONSO/BA, irrigação.

Nº 1.339 - RUBENS ANTONIO DE AZEVEDO, ALTAMAR OLIVEIRA DA SILVA, UHE Peixe-Angical, Município de PEIXE/TO, irrigação.

Nº 1.340 - PATRICIA CERQUEIRA DA SILVA, UHE Sobradinho, Município de CASA NOVA/BA, irrigação.

Nº 1.341 - FRANCISCO CELIO MOURA PERZENTINO, UHE Luiz Gonzaga, Município deRODELAS/BA, irrigação.

Nº 1.342 - FRANCISCO CELIO MOURA PERZENTINO, UHE Luiz Gonzaga, Município deRODELAS/BA, irrigação.

Nº 1.343 - FRANCISCO CELIO MOURA PERZENTINO, UHE Luiz Gonzaga, Município deRODELAS/BA, irrigação.

Nº 1.344 - ALDENY DOS SANTOS GOMES, UHE Luiz Gonzaga, Município de RODELAS/BA, irrigação.

Nº 1.345 - PIMFOR EMPREENDIMENTOS AGROPECUARIOS LTDA - EPP, UHE Furnas,Município de FORMIGA/MG, irrigação.

Nº 1.346 - EULER TEIXEIRA CAMPOS, Rio São Francisco, Município de IBIAÍ/MG, irrigação.O inteiro teor das Outorgas, bem como as demais informações pertinentes

estarão disponíveis no site www.ana.gov.br.

PATRICK THOMAS

Ministério da Economia

CÂMARA DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

DECISÃO DE 25 E 26 DE JUNHO DE 2019

Com base no disposto do art. 19 do Decreto nº 7.123, de 03 de março de2010, publica-se o resultado do julgamento da 92ª Reunião Ordinária da Câmara deRecursos da Previdência Complementar, realizada nos dias 25 e 26 de junho de 2019.

1) Processo nº 44190.000001/2016-13;Auto de Infração nº 12/16-57;Despacho Decisório nº 155/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Cláudio Henrique Mendes Cereser, Josué Fernando Kern, Edson

Luiz De Oliveira e Manuel Antônio Ribeiro Alente;Procurador: Hélio da Silva Campos - OAB/RS nº 27.003;Entidade: ELETROCEEE - Fundação CEEE de Seguridade Social;Relator designado: Carlos Alberto Pereira;Decisão: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC conheceu dos recursos voluntários e afastou as preliminares. NoMérito, por maioria de votos, a CRPC decidiu-se por manter o AI em relação a todos osrecorrentes, alterando a penalidade a eles imputada, mantendo-se a penalidade de multaaplicada a todos os recorrentes, e em relação a Carlos Henrique Mendes Cereser e JosuéFernando Kern, pela substituição da pena de inabilitação por 2 anos por suspensão por180 dias, vencido os votos do Relator, Carlos Alberto Pereira, e do membro João Paulode Souza e do membro Marcelo Soares.

2) Processo nº 44011.001933/2017-17;Auto de Infração nº 15/2017/PREVIC;Despacho Decisório nº 184/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Wagner Pinheiro de Oliveira, Newton Carneiro da Cunha, Carlos

Fernando Costa, Luís Carlos Fernandes Afonso, Maurício França Rubem e Helena Kerr doAmaral;

Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267;Entidade: PETROS - Fundação Petrobrás de Seguridade Social;Relator designado: Alfredo Sulzbacher Wondracek;Decisão: Sobrestado o julgamento em virtude do pedido de vista da Sra.

Maurício Tigre Valois Ludgren.3) Processo nº 44011.000207/2016-04;Auto de Infração nº 09/16-42;Decisão nº 20/2018/PREVIC;Recorrentes: Dilson Joaquim Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando Castelo

Branco Neto e João Fernando Alves dos Cravos;

Procurador: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relator designado: João Paulo de Souza;Decisão: Por maioria, com voto de qualidade, decidiu-se pela manutenção do

Auto de Infração em relação a Hildebrando Castelo Branco Neto, com a manutenção dapena de multa fixada e, por unanimidade, em relação à João Fernando Alves dos Cravos,decidiu-se pelo acolhimento do recurso para o fim de tornar insubsistente o AI. Pormaioria, com voto de qualidade, decidiu-se pela subsistência do AI em relação a DilsonJoaquim de Morais e Mercílio dos Santos. Quanto à dosimetria, decidiu-se pela incidênciade multa e suspensão de 180 dias, por maioria simples, para Dilson Joaquim de Moraise, por maioria, com voto de qualidade, para Mercílio dos Santos. Declarado oimpedimento do Sr. Maurício Tigre Valois Lundgren, nos termos do art. 42 do Decreto nº7.123, de 03 de março de 2010.

4) Processo nº 44011.000249/2016-37;Auto de Infração nº 17/16-71;Despacho Decisório nº 181/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Dilson Joaquim Morais, Hildebrando Castelo Branco Neto, João

Fernando Alves dos Cravos e Mercílio dos Santos;Procurador: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relator designado: Alfredo Sulzbacher Wondracek;Decisão: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC conheceu do recurso. Por maioria afastou as preliminares, vencidoo voto apresentado pelo Sr. João Paulo de Souza. No mérito, por maioria de votos, aCRPC negou-lhe provimento para julgar procedente o Auto de Infração nº 15/2017, de09/03/2017, mantendo a condenação imputada na Decisão nº 184/2019/DICOL/ P R E V I C,de 11/02/2019, nos seus exatos termos. Declarado o impedimento do Sr. Maurício TigreValois Lundgren, nos termos do art. 42 do Decreto nº 7.123, de 03 de março de2010.

5) Processo nº 44011.0000317/2016-68;Auto de Infração nº 25/16-07;Despacho Decisório nº 231/2018/CGDC/DICOL;Recorrente: Elton Gonçalves;Procuradora: Renata Mollo Dos Santos - OAB/SP n° 179.369;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relator designado: Paulo Nobile Diniz;Decisão: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC conheceu do recurso. Por maioria afastou as preliminares, vencidoo voto apresentado pelo Sr. João Paulo de Souza quanto à preliminar de "Disclaimer.Regularidade do iter de investimentos. Estrita observância da regra de governançacorporativa. Análise técnica e da adequação inicial do ativo. Ato regular de gestão.". Nomérito, restou nulo o Auto de Infração pelo acolhimento das preliminares.

6) Processo nº 44011.006864/2017-38;Auto de Infração nº 51/2017/PREVIC;Despacho Decisório nº 165/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania

Regina Ferreira, Daniel Amorim Rangel, Artur Simões Neto, Silvio Assis de Araújo, ToniCleter Fonseca Palmeira e Eduardo Gomes Pereira;

Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267;Entidade: REFER - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social;Relator designado: Paulo Nobile Diniz;Decisão: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC conheceu do recurso. Por maioria, com voto de qualidade, afastouas preliminares. No mérito, por maioria de votos, a CRPC deu parcial provimento aorecurso para julgar procedente as condenações imputadas na Decisão da DICOL daPREVIC, de 24/09/2018, a Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, TâniaRegina Ferreira, Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Eduardo GomesPereira nos seus exatos termos e fundamentos; Para julgar procedente somente a penade multa imputada na Decisão da DICOL da PREVIC, de 24/09/2018, a Artur Simões Neto,no seu exato valor, e afastando-lhe a penalidade de suspensão de 180 dias; Para julgarimprocedente o Auto de Infração em relação a Daniel Amorim Rangel.

7) Processo nº 44011.005405/2017-37;Embargos de Declaração referentes à Decisão da CRPC de 27 de março de

2019, publicada no D.O.U nº 69 de 10 de abril de 2019, seção 1, páginas 108 e 109;Embargantes: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania

Regina Ferreira, Silvio Assis de Araújo, Daniel Amorim Rangel, Eduardo Gomes Pereira,Toni Cleter Fonseca Palmeira e Arthur Simões Neto;

Procuradores: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267 e Guilherme LoureiroPerocco OAB/DF nº 21.311;

Entidade: REFER - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social;Relator: Carlos Alberto Pereira;Decisão: Por maioria de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC acolheu dos embargos declaratórios para, tão somente, afastar aaplicação da penalidade de suspensão por cento e oitenta dias, em relação aosEmbargantes, Daniel Amorim Rangel e Eduardo Gomes Pereira e de inabilitação por doisanos em relação a Toni Cleter Fonseca Palmeira e Arthur Simões Neto, mantendo, dessaforma, a pena de multa no valor de R$ 34.382,23 (trinta e quatro mil, trezentos e oitentae dois reais e vinte e três centavos), que lhes foi imputada, mantida, todavia, apenalidade de suspensão aplicada ao Senhor Silvio Assis de Araújo.

8) Processo nº 4011.001428/2018-53;Auto de Infração nº 11/2018/PREVIC;Despacho Decisório nº 216/2018/CGDC/DICOL;Recorrente: José Roberto Iglese Filho;Procurador: Edward Marcondes Santos Gonçalves - OAB/DF nº 21.182;Entidade: UASPREV - União de Assistência aos Servidores Públicos Previdência

Privada;Relator designado: Paulo Nobile Diniz;Decisão: Por unanimidade de votos, a Câmara de Recursos da Previdência

Complementar - CRPC conheceu dos recursos voluntários e afastou as preliminares. NoMérito, por unanimidade a CRPC julgou improcedente o recurso para manter ascondenações imputadas na Decisão da DICOL da PREVIC, de 19/11/2018 a José RobertoIglese Filho nos seus fundamentos.

9) Processo nº 44011.000267/2016-19;Auto de Infração n° 23/2016-73;Decisão nº 28/2018/PREVIC;Recorrentes: Antônio Braulio de Carvalho, Humberto Pires Grault Vianna de

Lima, José Carlos Alonso Gonçalves, Maurício Marcellini Pereira, Renata Marotta, CarlosAlberto Caser; Jan Nascimento, Fabyana Santin Alves e Cláudio Schiavon Filgueiras;

Procuradores: Idenilson Lima da Silva - OAB/DF nº 32.297, Renata Mollo dosSantos OAB/SP n° 179.369, Eduardo Parente dos Santos Vasconcelos - OAB/DF nº 25.108e Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267;

Entidade: FUNCEF - Fundação de Economiários Federais;Relator designado: Maurício Tigre Valois Lundgren.Decisão: Pedido de retirada de pauta e sobrestamento relativo a uma questão

jurídica que aguarda posicionamento da PGFN, deferido pelo Presidente da CRPC.10) Processo nº 44011.000173/2016-40;Auto de Infração nº 06/16-54;Despacho Decisório nº 247/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Antonio Carlos Pontes de Carvalho, Aruza Teresa Tanios Nemer

Xavier, Dilman Ribeiro da Silva, Cairo Roberto Guimarães, Manoel Geraldo Dayrell, MariaClara Netto Oliveira, Marcos Moreira, Iran Sigolo de Queiroz e Wahner Zani Sena;

Procuradores: Adriana Mourão Nogueira - OAB/DF nº 16.718 e outros;Entidade: Fundação São Francisco de Seguridade Social - São Francisco;Relatora: Maria Batista da Silva.

Decisão da 92ª RO realizada em 25 e 26/06/2019 (2942835) SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 26

Page 27: CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-GOV1 2804840 …sa.previdencia.gov.br/site/2019/07/92a-RO_25-e-26...realizada no Plano de Benefício Saldado, CNPB 2005.0045.29 e Plano de Benefício

Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001,que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônicohttp://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152019071000010

10

Nº 131, quarta-feira, 10 de julho de 2019ISSN 1677-7042Seção 1

Decisão: Processo julgado em conjunto com os autos de nº44011.002357/2018-14, nos termos do art. 39, do Regimento Interno. Quanto à votaçãodo impedimento do Membro Maurício Tigre Valois Lundgren, por unanimidade restouafastada. Por maioria de votos, as preliminares foram afastadas. No mérito, por maioria,negou provimento ao recurso para manter o Auto de Infração e as penalidadesimpostas.

11) Processo nº 44011.002357/2018-14;Auto de Infração nº 19/2018/PREVIC;Despacho Decisório nº 33/2019/CGDC/DICOL;Recorrentes: José Eduardo Borella;Procuradores: Adriana Mourão Nogueira - OAB/DF nº 16.718 e outros;Entidade: Fundação São Francisco de Seguridade Social - São Francisco;Relatora: Maria Batista da Silva;Decisão: Processo julgado em conjunto com os autos de nº

44011.000173/2016-40, nos termos do art. 39, do Regimento Interno. Quanto à votaçãodo impedimento do Membro Maurício Tigre Valois Lundgren, por unanimidade restouafastada. Por maioria de votos, as preliminares foram afastadas. No mérito, por maioria,negou provimento ao recurso para manter o Auto de Infração e as penalidadesimpostas.

12) Processo nº 45183.000005/2016-45;Auto de Infração nº 28/16-97;Despacho Decisório nº 173/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Wagner Percussor Campos e Sandro Rogério Lima Belo;Procuradores: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267 e Guilherme Loureiro

Perocco OAB/DF nº 21.311;Entidade: ELETRA - Fundação Celg de Seguros e Previdência;Relator designado: Marlene de Fátima Ribeiro Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31, de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

13) Processo nº 44190.000003/2016-02;Auto de Infração nº 15/16-45;Despacho Decisório nº 230/2018/CGDC/DICOL;Recorrente: Superintendência de Previdencia Complementar - PREVIC;Recorridos: Claudiomar Gautério de Farias, Janice Antonia Fortes, Jeferson Luis

Patta de Moura, José Joaquim Fonseca Marchisio, Juarez Emílio Moehlecke, ManuelAntônio Ribeiro Valente, Antônio de Pádua Barbedo, Cláudio Canalis Goulart, CláudioGrimaldi Pedron, Gerson Gonçalves da Silva, João Carlos Lindau, Jorge Eduardo Bastos,Luis Carlos Saciloto Tadiello, Marco Adiles Moreira Garcia, Paulo de Tarso Dutra Lima,Ponciano Padilha, Ricieri Dalla Valentina Júnior e Sandro Rocha Peres;

Procurador: Flávio Martins Rodrigues - OAB/RJ nº 59.051;Entidade: ELETROCEEE - Fundação CEEE de Seguridade Social;Relator: Amarildo Vieira de Oliveira. Retornando após Vista da Membro Maria

Batista da Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

14) Processo nº 44011.000865/2017-79;Auto de Infração nº 12/2017/PREVIC;Despacho Decisório nº 172/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Vânio Boing, Marcos Anderson Treitinger, Bruno José Bleil,

Ernesto Montibeler Filho, José Luiz Antonacci Carvalho, Raul Gonçalves D'avila, JoãoCarlos Silveira dos Santos, Carlos Eduardo Ferreira e Janis Regina Dal Pont;

Procurador: Maurício Corrêa Sette Torres - OAB/DF nº 12.659;Entidade: FUSESC - Fundação Codesc de Seguridade Social;Relator designado: Alfredo Sulzbacher Wondracek. Retornando após Vista do

Membro João Paulo de Souza.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

15) Processo nº 44011.007115/2017-28;Auto de Infração nº 55/2017/PREVIC;Despacho Decisório nº 163/2018/CGDC/DICOL;Recorridos: Naor Alves de Paula Filho, Valdair Tavares da Fonseca, José

Queiroz da Silva Filho e José Carlos Silveira Barbosa;Recorrentes: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC, Eli

Soares Jucá, João Carlos Dias Ferreira, Cláudio Santos Nascimento e Jorge Éden Freitas daConceição;

Procuradores: Edward Marcondes Santos Gonçalves - OAB/DF nº 21.182 eRenata Mollo dos Santos - OAB/SP nº 179.369;

Entidade: FACEB - Fundação de Previdência dos Empregados da CEB;Relator designado: Maurício Tigre Valois Lundgren.Decisão: Sobrestado o julgamento em virtude de pedido de diligência do

Relator.16) Processo nº 44011.000248/2016-92;Auto de Infração nº 16/16-16;Despacho Decisório nº 180/2018/CGDC/DICOL;Recorrente: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC;Recorridos: Dilson Joaquim de Morais, Hildebrando Castelo Branco Neto, João

Fernando Alves dos Cravos e Mercílio dos Santos;Procuradores: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770 e

outros;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relator designado: João Paulo de Souza;Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

17) Processo nº 44011.000208/2016-41;Auto de Infração nº 10/16-21; Decisão nº 31/2018/PREVIC;Recorrentes: Dilson Joaquim de Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando

Castelo Branco Neto e João Fernando Alves dos Cravos;Procuradores: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770 e

outros;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relatora designada: Denise Viana da Rocha Lima;Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

18) Processo nº 44011.004727/2017-69;Auto de Infração nº 37/2017;Despacho Decisório n° 50/2019/CGDC/DICOL;Recorrente: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC;Recorridos: Wagner Pinheiro de Oliveira, Luís Carlos Fernandes Afonso,

Newton Carneiro da Cunha, Carlos Fernando Costa, Sônia Nunes da Rocha PiresFagundes, Ricardo Berretta Pavie, Manuela Cristina Lemos Marçal, Luiz Antonio dosSantos;

Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267;Entidade: Fundação Petrobrás de Seguridade Social - PETROS;Relator designado: Carlos Alberto Pereira.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

19) Processo nº 44011.00209/2016-95;Auto de Infração nº 11/16-94;Despacho Decisório nº 231/2018/CGDC/DICOL;Recorrentes: Dilson Joaquim de Morais, Mercílio dos Santos, Hildebrando

Castelo Branco Neto e João Fernando Alves dos Cravos;Procuradores: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770 e

outros;Entidade: FUNDIAGUA - Fundação de Previdência Complementar;Relator designado: Marcelo Sampaio Soares.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

20) Processo nº 44011.000732/2017-01;Auto de Infração nº 11/2017;Decisão nº 27/2018/PREVIC;Recorrente: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC;Recorridos: Vanio Boing; Marcos Anderson Treitinger, Bruno Jose Bleil, Ernesto

Montibeler Filho, Luiz Alberto de Pinho, Cibele Borges e Rodrigo Herval Moriguti;Procuradores: Maurício Corrêa Sete Torres - OAB/DF nº 12.659 e outros;Entidade: FUSESC - Fundação Codesc de Seguridade Social;Relatora Designada: Tirza Coelho de Souza.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

21) Processo nº 44011.000572/2017-91;Embargos de Declaração referentes à Decisão da CRPC de 30 de abril de 2019,

publicada no D.O.U nº 92 de 15 de maio de 2019, seção 1, páginas 30 e 31;Embargantes: Vânio Boing, Marcos Anderson Treitinger, Bruno José Bleil,

Ernesto Montibeler Filho, José Luiz Antonacci Carvalho, Janis Regina Dal Pont, João CarlosSilveira dos Santos, Carlos Eduardo Ferreira.

Procuradores: Maurício Corrêa Sette Torres - OAB/DF nº 12.659 e IzabellaAlves Saraiva - OAB/DF nº 39.755;

Entidade: FUSESC - Fundação Codesc de Seguridade Social;Relatora designada: Elaine Borges da Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

22) Processo nº 44011.006936/2017-47;Embargos de Declaração referentes à Decisão da CRPC de 30 de abril de 2019,

publicada no D.O.U nº 92 de 15 de maio de 2019, seção 1, páginas 30 e 31;Embargantes: Marco Adiles Moreira Garcia, Ponciano Padilha, Paulo Cesar

Santos Maciel, Janice Antônia Fortes, José Joaquim Fonseca Marchisio, Jeferson Luís Pattade Moura e Gerson Carrion de Oliveira;

Procuradores: Angela Von Mühlen - OAB/RS nº 49.157 e Sandra Suello -OAB/RS nº 81.139;

Entidade: ELETROCEEE - Fundação CEEE de Seguridade Social;Relator designado: Marcelo Sampaio Soares/Marlene de Fátima Ribeiro

Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na pauta da 93ª Reunião Ordináriaa ser realizado no dia 31 de julho de 2019, às 09h na Esplanada dos Ministérios, Bloco"F", 9º andar, Brasília/DF.

MARIO AUGUSTO CARBONIPresidente da Câmara

CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR

RESOLUÇÃO Nº 834, DE 9 DE JULHO DE 2019

Estabelece o Calendário de Pagamento do AbonoSalarial - exercício de 2019/2020.

O Presidente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador -CODEFAT, nos termos do artigo 9º e do inciso V do artigo 19 da Lei nº 7.998, de 11 de

janeiro de 1990, e tendo em vista o inciso VIII do artigo 4º do Regimento Interno doConselho, aprovado pela Resolução nº 596, de 27 de maio de 2009, resolve, ad referendumdo Conselho:

Art. 1° Estabelecer o Calendário de Pagamento do Abono Salarial para oexercício 2019/2020, conforme os Anexos I e II desta Resolução.

Art. 2º O pagamento do Abono Salarial - PIS será efetuado pela CaixaEconômica Federal e Abono Salarial - PASEP pelo Banco do Brasil.

§ 1º O Calendário de Pagamento do Abono Salarial tem início em 25 de julhode 2019 e término em 30 de junho de 2020.

§ 2º Para o pagamento do Abono Salarial - PIS é considerado o mês denascimento do trabalhador e para o pagamento do Abono Salarial - PASEP é consideradoo dígito final do número de inscrição do PASEP.

Art. 3º Compete aos agentes pagadores, Caixa Econômica Federal e Banco doBrasil, para efetivação do disposto no artigo 1º desta Resolução:

I - executar os serviços de pesquisa, de identificação dos trabalhadores comdireito ao Abono Salarial, de apuração e controle de valores, de processamento de dadose de atendimento aos trabalhadores;

II - realizar o pagamento do abono salarial, mediante depósito em contacorrente de titularidade do trabalhador ou por meio de saque em espécie;

III - executar os serviços de regularização cadastral com base na Relação Anualde Informações Sociais - RAIS a partir do Ano-Base 2013;

§ 1º As regularizações cadastrais de que trata o inciso III deste artigo realizadasaté 12 de junho de 2020 serão pagas até o final do calendário estabelecido nos anexos Ie II desta Resolução e, após essa data, no calendário do exercício seguinte.

§ 2º O pagamento do Abono Salarial para trabalhadores identificados em RAISfora do prazo, entregues até 25 de setembro de 2019, serão disponibilizados a partir de 04de novembro de 2019, conforme calendário de pagamento anual constante nos Anexos Ie II e, após essa data, no calendário do exercício seguinte.

Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

BRUNO SILVA DALCOLMO

ANEXO - I

CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DO ABONO SALARIALPROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - PISEXERCÍCIO 2019/2020NAS AGÊNCIAS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

NASCIDOS EM RECEBEM A PARTIR DE RECEBEM ATÉ

JULHO 25 / 07 / 2019 30 / 06 / 2020

AG O S T O 15 / 08 / 2019 30 / 06 / 2020

SETEMBRO 19 / 09 / 2019 30 / 06 / 2020

OUTUBRO 17 / 10 / 2019 30 / 06 / 2020

N OV E M B R O 14 / 11 / 2019 30 / 06 / 2020

D EZ E M B R O 12 / 12 / 2019 30 / 06 / 2020

JA N E I R O 16 / 01 / 2020 30 / 06 / 2020

FEVEREIRO 16 / 01 / 2020 30 / 06 / 2020

M A R ÇO 13 / 02 / 2020 30 / 06 / 2020

Decisão da 92ª RO realizada em 25 e 26/06/2019 (2942835) SEI 44011.000249/2016-37 / pg. 27