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CROSSING OVER, Johfra, 1989

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CROSSING OVER, Johfra, 1989

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O Problema da Vida e a sua Solução

Max Heindel (1865-1919)

O problema da Vida

ntre todas as vicissitudes da vida, embora a experiência

humana varie muito de indivíduo para indivíduo, há um

acontecimento que e inevitável para todos: a Morte! Não

importa qual seja a nossa posição social; se a vida que vivemos foi

louvável ou não; se nossa passagem entre os homens ficou marcada

por grandes feitos; se vivemos uma vida saudável ou de

enfermidades; se fomos famosos e rodeados de amigos ou obscuros

e solitários, chegará um momento em que estaremos sós, diante do

portal da Morte, e seremos forçados a dar um salto no escuro.

O pensamento sobre esse salto e o que possa existir além, força

toda criatura a pensar. Nos anos de juventude e saúde, quando o

barco da nossa vida navega nos mares da prosperidade, quando tudo

nos parece belo e brilhante, podemos por de lado tal pensamento;

mas certamente chegará um dia na vida de toda pessoa sensata em

E

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que o problema da Vida e da Morte impor-se-á à sua consciência,

recusando-se a ser posto de lado. Nem será de grande proveito

aceitar uma solução preconcebida, forjada por qualquer um, sem

reflexão e na base da fé cega, porque esse é um problema

fundamental que cada pessoa deve resolver por si mesma, para ficar

satisfeita.

No limite oriental do Deserto do Saara está a mundialmente

conhecida Esfinge, com sua face impenetrável voltada para o Leste,

sempre saudando o Sol, quando seus primeiros raios anunciam um

novo dia. Diz a mitologia grega que era habito desse monstro

formular um enigma a todo viajante, devorando aqueles que não

sabiam responder acertadamente. Mas quando Édipo resolveu o

enigma, a Esfinge destruiu-se a si mesma.

O enigma que a Esfinge propunha aos homens era o da Vida e o da

Morte, uma questão que tinha tanta importância naquele tempo

quanto hoje, e para o qual cada um deve encontrar uma resposta ou

será devorado na mandíbula da morte. Mas, uma vez que a pessoa

tenha encontrado a solução para o problema, tomar-se-á evidente

que, na realidade, a Morte não existe e aquilo que se parece com ela

não passa da mudança de um estado de existência para outro.

Portanto, ao homem que encontra a verdadeira solução para o

enigma da vida, a Esfinge da morte deixa de existir e ele pode elevar

sua voz num grito triunfante: "Oh Morte, onde está o teu aguilhão?

Oh tumulo, onde está a tua vitória?".

Várias teorias tem sido formuladas para se resolver esse problema

da vida. Essas teorias podem ser divididas em duas classes

fundamentais: a teoria monística, que sustenta que todos os fatos da

vida podem ser explicados, tomando-se como base este mundo

visível no qual vivemos, e a teoria dualista, que explica uma parte

destes fatos por fenômenos da vida ocorridos em mundos que estão

fora do alcance da nossa visão física.

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A Escola de Atenas é um fresco de Rafael Sanzio, com cerca de 7,7m na base, pintado entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano.

No seu famoso quadro "A Escola de Atenas", Rafael apresentou de

uma forma muito hábil as atitudes dessas duas escolas de

pensamento. Vemos nesse maravilhoso quadro um átrio Grego,

semelhante aqueles em que os filósofos outrora costumavam

congregar-se. Sobre os diversos degraus que conduzem ao interior

do edifício, vê-se um grande número de homens mergulhados em

profunda conversação, mas, no centro, no cimo dos degraus,

permanecem duas figuras que se supõe serem Platão e Aristóteles,

um apontando para cima, o outro para a terra, encarando-se mudos,

mas com profunda e concentrada determinação, cada um

pretendendo convencer o outro de que sua opinião é a verdadeira,

porque ambos estão convictos em seu coração. Um deles sustenta

que é feito do barro da terra, que veio do pó, ao qual voltará; o outro

advoga firmemente a idéia de que há algo superior que sempre

existiu e continuará existindo, não importa o que possa acontecer ao

corpo em que se vive agora.

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Detalhe do fresco em que aparecem ao centro Platão e Aristóteles. Platão segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim identificado com o ideal, o mundo inteligível. Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o terreste, o mundo sensível.

A questão de saber quem está certo ainda se acha sem solução para

a grande maioria da humanidade. Milhões de toneladas de papel e

muita tinta foram gastas em tentativas inúteis de chegar-se à

resolução da questão com argumentos, mas permanecerá a

interrogação para todos que não solucionaram o enigma por si

mesmos, porque esta é uma questão fundamental, faz parte da

experiência da vida de cada ser humano resolvê-la e, portanto,

ninguém pode nos dar a solução final para a nossa satisfação.

Aqueles que realmente solucionaram esse problema, tudo o que

podem fazer é mostrar aos outros o caminho que os levou a

encontrar a solução e, desse modo, conduzir o investigador para que

também possa pelos próprios esforços chegar a uma conclusão.

Esta é a finalidade deste pequeno livro. Não se pretende oferecer

uma solução para o problema da vida, para que ela seja aceita

cegamente, pela confiança na capacidade de investigação do autor.

Os ensinamentos aqui expostos foram oferecidos por meio da Grande

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Escola Ocidental de Mistérios Ordem Rosacruz, e são o resultado dos

testemunhos de grande número de videntes exercitados, e que foram

comunicados ao autor e suplementados por sua investigação pessoal

dos planos atravessados pelo Espírito na sua jornada cíclica, desde o

mundo invisível até este plano de existência e o seu retomo.

Não obstante, adverte·se o estudante de que o autor pode ter

entendido de modo errado alguns dos ensinamentos e de que, apesar

do maior cuidado que teve, pode ter tomado algum ângulo errôneo

daquilo que acredita ter visto no mundo invisível, no qual as

possibilidades de se equivocar são múltiplas. Aqui, no mundo que nos

cerca, as formas são fixas, não mudam facilmente; mas no mundo ao

nosso redor, perceptível somente à visão espiritual, podemos dizer

que não existe realmente a forma e que tudo ali e vida. Para ser mais

exato, as formas são tão mutáveis que as metamorfoses descritas

nos contos de fadas ocorrem ali com uma freqüência impressionante

e, por esta razão, temos as surpreendentes revelações de médiuns e

clarividentes inexperientes que, embora honestos, são enganados

pela ilusão da forma, que é efêmera, por serem incapazes de ver a

vida, que constitui a base permanente da forma.

É preciso que aprendamos a ver nesse mundo. A criança de poucos

meses ainda não consegue avaliar bem o espaço e pretende apanhar

objetos que estão fora do seu alcance, até que aprenda a calcular as

distâncias. Uma pessoa cega que readquire a capacidade da visão por

uma operação, no princípio estará inclinada a fechar os olhos quando

for de um lugar para outro, e dirá que, para ela, e mais fácil

caminhar pelo tato do que pela visão, devido ao fato de que ainda

não aprendeu a usar sua nova faculdade. Do mesmo modo, a pessoa

cuja visão espiritual se tenha manifestado recentemente, precisa de

treinamento e, neste caso, a instrução é ainda mais necessária do

que à criança e ao cego já mencionados. Negar a alguém essa

instrução seria o mesmo que colocar uma criança recém-nascida num

berçário onde as paredes fossem recobertas por espelhos de

diferentes curvaturas, côncavos e convexos, que retorcessem e

desfigurassem sua própria imagem e a dos que a assistem. Se uma

criança crescesse em tal ambiente e não lhe fosse possível ver a

forma real das coisas, a sua e a dos companheiros, naturalmente

acreditaria que as formas reais seriam aquelas deformadas que se

habituou a ver, quando, na realidade, os espelhos seriam os

causadores dessa ilusão. Se a criança e as pessoas envolvidas numa

experiência desta índole fossem um dia retiradas desse lugar ilusório,

não seriam capazes de reconhecer as formas naturais até que fossem

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devidamente treinadas para isso. Aqueles que desenvolveram a visão

espiritual estão expostos a sofrer tais ilusões, até que sejam

instruídos para ajustar-se à distorção e ver a vida, que é permanente

e estável, desprezando a forma, que é evanescente e instável. O

perigo de ver as coisas fora de foco permanece sempre e é tão sutil

que o autor sente o dever imperativo de advertir aos leitores para

que tomem todas as suas citações referentes aos mundos invisíveis

com a maior cautela, pois ele não tem a menor intenção de enganar

ninguém. Sente-se, antes, inclinado a aumentar do que a diminuir

suas próprias limitações, e aconselharia o estudante à não aceitar

nada do que o autor escreveu sem primeiro raciocinar por si mesmo.

Desse modo, se ele se enganar, ter-se-á enganado sozinho, não

podendo censurar o autor por isso.

Três Teorias da Vida

Apenas três teorias dignas de consideração são apresentadas como

soluções ao enigma da existência e, com o propósito de que o leitor

possa fazer a importante escolha entre elas, passamos a apresenta-

las resumidamente, dando alguns dos argumentos que nos levam a

defender a doutrina do Renascimento como o método que favorece o

desenvolvimento da alma e a aquisição final da perfeição, oferecendo

a melhor solução ao problema da vida.

1) A Teoria materialista ensina que toda a vida e apenas uma

curta jornada do berço ao tumulo, que não há no Cosmos inteligência

superior à do homem, que sua mente e produto de certas correlações

da matéria, e que, portanto, a existência termina com a morte e a

dissolução do corpo.

Houve dias em que os argumentos dos filósofos materialistas

pareciam convincentes, mas, à medida que a ciência avança,

descobre-se mais e mais evidências de que há um lado espiritual no

Universo. Que a vida e a consciência possam existir sem que disso

nos seja dado evidência alguma foi plenamente comprovado nos

casos de pessoas que se encontravam em transe profundo,

consideradas como mortas durante vários dias e que despertaram

repentinamente, contando tudo o que se passou em torno do seu

corpo durante o transe. Cientistas eminentes, tais como Sir Oliver

Lodge, Camille Flammarion, Lombroso, e outros homens de

inteligência brilhante e capacidade cientifica, declararam

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inequivocamente, como resultado de suas investigações, que a

inteligência que chamamos homem sobrevive à morte do corpo e

continua vivendo em torno de nós, independentemente de a vermos

ou não, como a luz e a cor existem em torno de uma pessoa cega,

independentemente do fato de essa pessoa percebe-las ou não.

Esses cientistas chegaram a essa conclusão depois de muitos anos de

cuidadosa investigação. Eles descobriram que os chamados mortos

podem, e o fazem em determinadas circunstâncias, comunicar-se

conosco, de tal forma que qualquer engano a este respeito é

inadmissível. Sustentamos que tal testemunho é muito mais valioso

do que o argumento do materialismo, porque é baseado sobre anos

de investigação cuidadosa e porque está em harmonia com Leis tão

bem conhecidas como a Lei da Conservação da Matéria e a Lei da

Conservação da Energia. A mente é uma forma de energia e está

imune a destruição, contrariamente ao que afirma o materialista.

Portanto, podemos por de lado a Teoria materialista, por considera-la

imprópria devido ao fato de ela não se harmonizar com as Leis da

Natureza e com fatos bem estabelecidos.

2) A Teoria Teológica proclama que, justamente antes de cada

nascimento, é criada por Deus uma alma e esta entra no mundo,

onde vive por um tempo que varia desde poucos minutos até um

número não muito grande de anos; que no final desse curto espaço

de vida, ela retorna, passando pelo portal da Morte ao invisível Além,

onde permanece para sempre, num estado de felicidade ou de

sofrimento, conforme as ações que tenha praticado em seu corpo

durante os poucos anos em que aqui viveu.

Platão insistia na necessidade de uma definição clara dos termos

como base de um argumento, e nos confirmarmos que isso é tão

necessário ao tratar-se do problema da vida, do ponto de vista da

Bíblia, como o é para os argumentos platônicos. De acordo com a

Bíblia, o homem é um ser composto, que consta de Corpo, Alma e

Espírito. Os dois últimos termos são, freqüentemente, tomados como

sinônimos, mas nós insistimos em que não podem ser tomados um

pelo outro e, para sustentar nossa afirmação, apresentamos a

explicação a seguir.

Todas as coisas estão em estado de vibração. As vibrações dos

objetos que nos rodeiam estão constantemente agindo sobre nós e

trazem aos nossos sentidos o conhecimento do mundo exterior. As

vibrações do éter atuam sobre os nossos olhos, para que possamos

ver, e as vibrações do ar transmitem os sons aos nossos ouvidos.

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Também respiramos ar éter que, desse modo, estão carregados das

imagens e sons do nosso ambiente, e assim, pelo ato da respiração,

recebemos internamente um quadro completo do ambiente que nos

rodeia, em todos os movimentos da nossa vida.

Esta é uma proposição cientifica. A ciência não explica o que

acontecerá com essas vibrações, mas, de acordo com os

Ensinamentos dos Mistérios Rosacruzes, elas são transmitidas ao

sangue e se gravam sobre um pequeno átomo no coração, tão

automaticamente como são produzidas, na película sensível, as

imagens cinematográficas, ou como se gravam os sons num disco.

Esse registro tem inicio com a primeira inalação de ar da criança

recém-nascida, e termina somente com o ultimo estertor do homem

moribundo; a "alma" é um produto da respiração. O Gênesis também

mostra a relação entre a respiração e a alma, nas seguintes

palavras: "E o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou

em suas narinas o sopro da vida; e o homem se fez uma alma

vivente." (A mesma palavra: nephesh é traduzida como respiração e

como alma, na passagem citada.)

Na existência post-mortem dispõe-se do registro respiratório. Os

bons atos da vida produzem sentimentos de prazer e a intensidade

da atração incorpora-os ao Espírito, como poder anímico. Por

conseguinte, o registro respiratório dos bons atos é a Alma que se

salva e que, pela união com o espírito, se torna imortal. Acumulando-

se esse Bem, vida após vida, nos tornamos mais ricos de alma, e,

como conseqüência, isso também e a base do crescimento anímico.

O registro dos nossos maus atos também se processa por meio da

nossa respiração, nos momentos em que os cometemos. Cada um

desses atos maus produzem dor e sofrimento para o espírito no

Purgatório, e só depois de o espírito ter conseguido expiá-los é que

esses atos se apagam do registro respiratório. Como essa parte da

alma não pode viver independentemente do seu espírito vivificante, o

registro da respiração correspondente aos nossos pecados se

desintegra pelo expurgo e, desse modo, podemos verificar que "a

alma que peca, morrerá". A recordação do sofrimento que se produz

por ocasião da purgação permanece, entretanto, com o espírito,

como consciência, para nos conter se tentarmos repetir os mesmos

maus atos em vidas posteriores.

Dessa forma, todos os atos, bons ou maus, são registrados pela ação

da respiração, que é, portanto, a base da alma; mas, enquanto os

registros da respiração dos bons atos se amalgamam com o espírito,

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e nele vivem para sempre como alma imortal, o registro respiratório

dos maus atos se desintegra e essa é a alma que peca e morre.

Ao mesmo tempo que a Bíblia afuma que a imortalidade da alma

está condicionada as boas obras, nenhuma distinção faz com respeito

ao espírito. A afirmação é clara e conclusiva quando se diz que: "Ao

partir-se o cordão prateado... então o pó voltara a terra, de onde

veio, e o espírito voltara a Deus, que o deu."

A Bíblia ensina que o corpo é feito de pó, ao qual voltara, e que uma

parte gerada pela respiração é perecível, mas que o espírito

sobrevive à morte do corpo e persiste para sempre. Portanto, uma

"alma perdida", na acepção comum do termo, não é ensinamento

bíblico, porque o espírito não foi criado e é eterno como o próprio

Deus e, por isso, a Teoria Teológica ortodoxa não pode ser

verdadeira.

3) A Teoria do Renascimento, ensina que cada espírito e uma

parte integrante de Deus, que contém em si todas as potencialidades

divinas - assim como a bolota contém o carvalho - e que, por meio

de muitas existências em corpos terrestres, de contextura

gradualmente mais perfeita, seus poderes latentes vão sendo

desenvolvidos lentamente e se tornam utilizáveis como energia

dinâmica; e que ninguém pode perder-se, mas sim que todos, por

fim, alcançarão a perfeição e a reunião com Deus, levando cada um

consigo a experiência acumulada, como fruto de sua peregrinação

através da matéria.

Ou, então, como podemos dizer em forma poética:

SOMOS ETERNOS

Numa nuvem tormentosa sibilando; na asa de Zéfiro, O coro do espírito canta os hinos sacros do mundo, alegremente

Escuta! Ouve suas vozes: "Pelas portas da morte nós passamos, a Morte não existe; alegrai-vos a vida continua eternamente".

Somos, sempre fomos e sempre o seremos Somos uma parte da Eternidade,

Mais velha que a Criação, a parte de Um Grande Todo, Cada Alma é Individual, na sua imortalidade.

No tear farfalhante do Tempo, nossa roupagem formamos, A rede do Pensamento urdidos eternamente;

O que é modelada na Terra, é no céu que planejamos E ao nascer, nossa raça e nossa pátria, já as trazemos na mente.

Brilhamos em uma jóia e sobre a onda dançamos Cintilamos em pleno fogo, a tumba desafiamos

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através de formas várias em tamanho, gênero e nome

A essência individual é a mesma, é a que sempre carregamos. E quando alcançarmos o mais elevado grau,

A gradação do crescer com nossas mentes relembraremos

Para que, elo por elo, possamos juntá-los todos E passo a passo tragar o caminho que percorremos.

Com o tempo saberemos, o que realmente foi feito O que eleva e enobrece, o certo e a verdade

Sem malicia com ninguém, sempre agindo com bondade, Em e através de nós, a Deus será feita a Vontade.

Aventuramo-nos a dizer que há somente um pecado: a ignorância; e

só uma salvação: o conhecimento aplicado. Ainda o mais sábio

dentre nós sabe muito pouco de tudo quanto se pode aprender, e

ninguém alcançou a perfeição, nem esta pode ser conseguida numa

só e curta vida. Mas observamos que tudo na Natureza tende a se

desenvolver lenta e persistentemente, procurando alcançar estados

cada vez mais elevados; a esse processo chamamos de Evolução.

Uma das principais características da evolução esta no fato de que

ela se manifesta em períodos alternados de atividade e repouso. O

ativo verão, no qual todas as coisas sobre a Terra se multiplicam e

procriam, é seguido pelo descanso e a inatividade do inverno. As

atividades do dia alternam-se com a quietude da noite. O fluxo dos

oceanos é seguido pelo refluxo das marés. Assim, como todas as

coisas se movem em ciclos, não é razoável supor-se que a vida, que

se manifesta sobre a Terra durante uns poucos anos, se acabe,

quando a Morte chega, mas que tão seguramente como o Sol

reaparece pela manhã, depois de ter-se ocultado ao chegar a noite,

também a vida que terminou com a morte de um corpo há de

manifestar-se outra vez num novo veiculo e num ambiente diferente.

Nossa Terra pode ser comparada a uma Escola a qual voltamos, vida

após vida, para aprender novas lições, da mesma forma que nossos

filhos vão à escola, dia após dia, para aumentar seus conhecimentos.

A criança dorme durante a noite que medeia entre dois dias de

escola, e o espírito também tem seu descanso da vida ativa entre a

morte e um novo nascimento. Há, também, diferentes classes nesta

escola do mundo, que correspondem aos diferentes graus, desde o

jardim de infância até a Universidade. Nas classes inferiores

encontramos Espíritos que só freqüentaram a Escola da Vida poucas

vezes; estes são os atuais selvagens, mas com o tempo, far-se-ão

mais sábios e melhores do que nos somos agora, e nós mesmos

progrediremos em vidas futuras a alturas espirituais que atualmente

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nem podemos conceber. Se formos aplicados na aprendizagem das

lições da vida, progrediremos muito mais depressa nessa escola da

vida do que se folgarmos e desperdiçarmos nosso tempo. Isso

obedece aos mesmos princípios que governam nossas instituições de

ensino.

Nós não estamos aqui pelo capricho de Deus. Ele não colocou uns

num jardim e outros num deserto, nem tampouco deu a alguns

corpos saudáveis, de modo a poderem viver livres de dores e

enfermidades, enquanto outros foram colocados em pobres

circunstâncias que nunca se vêem livres da dor. Mas o que somos

devemos à nossa diligência ou negligência, e o que seremos no

futuro dependerá do que queiramos ser, e não do capricho de um

Deus ou de um destino inexorável. Não importa quais sejam as

circunstâncias; está em nós mesmos o poder de dominá-las, ou

seremos dominados por elas, de acordo com a nossa vontade.

Sir Edwin Arnold exprime esta idéia de modo magnífico em seu livro

A Luz da Ásia:

"Os Livros dizem bem, meus Irmãos a vida de cada homem

de sua anterior existência vemos bem o resultado; Trazem dores e misérias os erros que praticaram,

trazem bênçãos infinitas, os acertos do passado. Cada um tem sua dignidade, como os mais altivos a tem

ao redor, acima e abaixo, com poderes ao dispor, sobre toda a humanidade e sobre tudo o que vive

cada um livremente age causando alegria ou dor. Quem labutou, um escravo, como príncipe poderá voltar

por virtudes alcançadas e por nobre merecer, quem governou, um rei, em farrapos poderá vagar

por todas as coisas que fez e as que deixou de fazer."

Ou então, como disse Ella Wheeler Wilcox:

"Um barco sai para Leste e para o Oeste um outro sai com o mesmo vento que sopra, numa única direção.

E a posição certa das velas e não o sopro do vento que determina, por certo, o caminho em que eles vão.

Os caminhos do destino são como os ventos do mar conforme nós navegamos ao longo e através da vida.

É a ação da alma que a meta nos vai levar

e não a calmaria ou o constante lutar."

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Quando queremos que alguém se encarregue de uma determinada

missão, escolhemos uma pessoa que nos pareça particularmente

capacita da para cumpri-la e, assim, havemos de supor que um Ser

Divino usaria pelo menos o mesmo bom-senso, e não escolheria

qualquer um para levar esta mensagem se não estivesse capacitado

para isso. Assim, pois, quando lemos na Bíblia que Sansão foi

escolhido para destruir os Filisteus, e que Jeremias foi predestinado a

ser profeta, é muito lógico supor-se que estavam particularmente

aptos para levar a cabo sua missão. João, o Batista, também nasceu

para ser o arauto do Salvador que estava para chegar e para pregar

o Reino de Deus, que deve ocupar o lugar do reinado dos homens.

Se essas pessoas não tivessem recebido uma preparação prévia,

como poderiam ter-se desenvolvido para cumprir suas várias missões

e, se foram treinadas, de que modo o foram, se não em vidas

anteriores?

Os judeus acreditavam na Doutrina do Renascimento ou, do

contrário, não perguntariam a João, o Batista, se ele era Elias, como

está no primeiro Capitulo do Evangelho de são João. Os Apóstolos de

Cristo também sustentavam essa crença, como podemos ver pelo

incidente relatado no Cap.16 de são Mateus, onde Cristo pergunta-

lhes: "Que dizem os homens que Eu, o Filho do Homem, sou?" E os

apóstolos responderam: "Alguns dizem que Tu és João Batista,

outros que es Elias, e outros que es Jeremias, ou um dos profetas".

Nesta ocasião, Cristo assentiu tacitamente com o ensino do

Renascimento, porque não corrigiu seus discípulos, como seria seu

dever, em sua qualidade de Mestre, se verificasse que seus discípulos

tinham uma idéia errônea.

Mas a Nicodemos Ele disse inequivocamente: "A não ser que um

homem nasça outra vez, não poderá ver o reino de Deus", e no

Cap.11 de São Mateus, no versículo 14, disse Cristo, referindo-se a

João, o Batista: "Este é Elias". No Cap.17 de São Mateus, no

versículo 12, Ele disse: "Elias já veio, e eles não o conheceram, mas

fizeram com ele o que quiseram...". "então os discípulos

compreenderam que Ele lhes falava de João, o Batista."

Assim, pois, nós sustentamos que a Doutrina do Renascimento

oferece para o problema da vida a única solução que está em

harmonia com as Leis da Natureza, que responde aos requisitos

éticos da questão, e nos permite amar a Deus sem anular nossa

razão, diante das desigualdades da vida e das circunstâncias diversas

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que dão comodidade e bem-estar, saúde e riqueza a poucos,

enquanto tudo isso é negado a tantos outros.

A teoria da hereditariedade, lançada pelos materialistas, aplica-se

somente à forma pois, da mesma maneira que um carpinteiro usa

material de determinada pilha de madeira para construir uma casa

na qual há de viver, também o espírito toma de seus pais a

substância com a qual há de construir sua casa. O carpinteiro não

poderia construir uma casa resistente e durável usando madeira

imprópria; e da mesma maneira, o espírito só pode construir um

corpo semelhante ao daqueles de quem tirou o material. Mas a teoria

da hereditariedade não se aplica ao plano moral, pois é fato notório

que nas galerias dos criminosos da América e da Europa não há um

caso em que estejam juntos pai e filho. Assim, embora os filhos dos

criminosos tenham herdado tendências para o crime, podem manter-

se fora das malhas da Lei. A hereditariedade também não é vitoriosa

no plano intelectual, porque podem ser citados muitos casos em que

um gênio e um idiota saem da mesma origem. O grande Cuvier, cujo

cérebro era aproximadamente da mesma capacidade do de Daniel

Webster e cujo intelecto foi igualmente grande, teve cinco filhos que

morreram de paralisia geral. O irmão de Alexandre, o Grande, foi um

idiota; em suma, nos sustentamos que deve ser encontrada outra

solução que possa esclarecer esses fatos da vida.

A Lei do Renascimento, junto com sua companheira, a Lei da Causa,

explicam tais fatos satisfatoriamente. Depois de morrermos, após

uma vida, tornamos a voltar mais tarde a Terra, sob circunstâncias

determinadas pelo modo pelo qual vivemos antes. O jogador é

atraído para os cassinos e para os hipódromos, para associar-se a

outros de igual gosto; o músico é atraído para as salas de concertos

e conservatórios, para Espíritos que lhe são afins, e o Ego que volta

traz consigo os gostos e aversões que o obrigam a procurar seus pais

entre aqueles da classe a que ele pertence. Mas alguém pode nos

apontar agora casos em que se encontram juntas pessoas de gostos

inteiramente diversos, vivendo vidas torturadas, pelo fato de se

verem agrupadas na mesma família, forçadas pelas circunstâncias a

permanecerem ali contra a sua vontade. Isso, porém, não invalida a

Lei, de modo algum. Em cada vida contraímos certas obrigações que

não podemos cumprir na ocasião. Talvez tenhamos fugido a um

dever como, por exemplo, o de atender a um parente inválido, e a

morte chegou antes de termos a compreensão desse nosso erro.

Esse parente, por sua vez, pode ter sofrido muito por nossa

negligência e armazenou contra nós uma grande dose de amargura,

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antes que a morte terminasse o seu sofrimento. A morte, e a

conseqüente mudança para outro ambiente, não liquida nossas

dívidas desta vida, assim como a mudança de uma cidade na qual

vivemos atualmente não liquida as dívidas que tenhamos contraído

antes da mudança. É, portanto, perfeitamente possível que aqueles

dois que se prejudicaram mutuamente, como descrevemos, venham

a ser reunidos como membros de uma mesma família. Então, mesmo

que não se lembrem do mal que fizeram, a antiga inimizade se

manifestará e fará com que se odeiem novamente, até que a aflição

resultante os obrigue a se tolerarem mutuamente e, por fim, talvez,

aprendam a se amar, em vez de se odiarem.

Na mente do pesquisador também se apresenta essa pergunta: Seja

estivemos aqui antes, por que não nos lembramos disso? Mas a essa

pergunta podemos responder que, embora a maioria das pessoas não

seja consciente do modo pelo qual passaram suas vidas anteriores,

outras há que tem nítida lembrança de suas vidas passadas. Uma

amiga do autor, por exemplo, quando vivia na França, começou,

certo dia, a descrever a seu filho coisas a respeito de uma certa

cidade na qual iam fazer uma excursão de bicicleta, e o menino

exclamou: "Mãe, não precisa me dizer nada disso; eu conheço essa

cidade, porque nela vivi, e nela me mataram".E começou a descrever

a cidade, falando de certa ponte. Posteriormente, o rapaz levou a

mãe até essa ponte e mostrou-lhe o lugar onde havia encontrado a

morte há alguns séculos. Outra amiga, por ocasião de uma viagem a

Irlanda, viu uma cena que reconheceu, e também descreveu aos

companheiros uma paisagem que seria vista atrás de uma volta do

caminho, que ela nunca havia visto antes nesta vida; assim, é

preciso admitir que ela havia conservado a memória de uma vida

anterior. Inúmeros outros exemplos poderiam ser citados, nos quais

essas minúcias de memória e vislumbres repentinos revelam-nos

fatos de uma vida anterior. O caso comprovado, no qual uma menina

de três anos de idade, em Santa Bárbara, descreveu sua vida e sua

morte já foi relatado no Conceito Rosacruz do Cosmos. Esta é, talvez,

a evidência mais positiva, pois se baseia na narração de uma menina

demasiado pequena para que pudesse ter aprendido a mentir.

Porém, essa teoria da vida não repousa em mera especulação. Este

é um dos primeiros fatos da vida demonstrados ao discípulo de uma

Escola de Mistérios. Ensina-se-lhe a observar uma criança a hora da

morte, e depois de observá-la no mundo invisível dia após dia, até

que ela volte a renascer um ou dois anos mais tarde. Então, ele sabe

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com absoluta certeza que nós voltaremos a Terra, para colher numa

vida futura o que semeamos agora.

A razão de escolher-se uma criança de preferência a um adulto é

porque a criança renasce muito rapidamente, pois sua curta vida na

Terra deu muito poucos frutos, e estes são logo assimilados,

enquanto o adulto, que viveu uma longa vida e tinha muita

experiência, permanece nos mundos invisíveis por séculos, de modo

que o discípulo não poderia observá-lo desde a morte até o

renascimento. A causa da mortalidade infantil será explicada

posteriormente. Por enquanto, só queremos deixar bem assentado o

fato de que está dentro das possibilidades de cada homem, sem

exceção, tornar-se capaz de chegar ao conhecimento direto daquilo

que aqui estamos ensinando.

O intervalo médio entre duas vidas terrestres é de cerca de mil anos.

Isto é determinado pelo movimento do Sol, chamado pelos

astrônomos de precessão dos equinócios, movimento pelo qual o Sol

se move através de cada um dos Signos do Zodíaco cerca de 2.100

anos aproximadamente. Durante esse tempo, as condições sobre a

Terra terão mudado de tal maneira que o Espírito encontrará aqui

experiências inteiramente novas e por isso voltará.

Os Grandes Guias da Evolução sempre conseguem o máximo

benefício através das condições que Eles planejam e, como as

experiências nas mesmas condições sociais são muito diferentes para

o homem e para a mulher, o Espírito Humano renasce duas vezes

durante os 2.100 anos medidos pela precessão dos equinócios acima

mencionada, nascendo uma vez como homem e outra como mulher.

Esta é a regra, mas ela está sujeita às modificações que sejam

necessárias a fim de facilitar a ceifar aquilo que o Espírito semeou,

como requer a Lei da Causa, que atua em conjunto com a Lei do

Renascimento. Desse modo, um espírito pode ser levado a renascer

muito tempo antes que haja expirado os mil anos, a fim de cumprir

certa missão, ou pode ser retido nos mundos invisíveis até depois do

tempo em que deveria renascer, se essa lei fosse uma lei cega. Mas

as Leis da Natureza não são cegas. São Grandes Inteligências que

sempre subordinam as considerações de menor importância aos fins

superiores, e sob sua benéfica orientação estamos progredindo

constantemente, vida após vida, nas condições exatamente

adaptadas a cada indivíduo, até que, com o tempo, alcancemos uma

evolução mais elevada e nos convertamos em Super-homens.

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Oliver Wendel Holmes expressou tão magistralmente esta aspiração

e sua realização nestas linhas:

"Oh! Minh'alma, constrói para ti mansões mais majestosas, enquanto as estações passam ligeiramente!

Abandona o teu invólucro finalmente; Deixa cada novo templo, mais nobre que o anterior

com cúpula celeste, com domo bem maior, e que te libertes, decidida,

largando tua concha superada nos agitados mares desta vida."

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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UM CICLO DE VIDA SEGUNDO MAX HEINDEL

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