cronologia do mercosul (1985-1999)

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CENTRO BRASILEIRO DE DOCUMENTAÇÃO E ESTUDOS DA BACIA DO PRATA CEDEP/ UFRGS CRONOLOGIA DO MERCOSUL (1985-1999) COORDENAÇÃO E TEXTOS: MARIA IZABEL MALLMANN E VERA SEITENFUS INTRODUÇÃO Esta cronologia disponibiliza informações sobre o processo de integração em curso entre os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e seus associados (Bolívia e Chile), reunidas nos últimos anos, no âmbito das atividades regulares do Centro Brasileiro de Documentação da Bacia do Prata – Cedep – e de projetos especiais. Ela divide-se em três fases. A primeira, iniciada em 30/11/1985, compreende o período de aproximações entre os quatro estados-membros e culmina com a assinatura do Tratado de Assunção em 26/3/1991. A segunda, prolonga-se até a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em 31/12/1994. Em 1º/1/1995 inicia-se a terceira fase, de consolidação da União Aduaneira, que deve estender-se até 31/12/1999, quando todos os produtos deverão usufruir de tarifa externa comum. Longe de ser a culminância de projetos bolivarianos historicamente frustrados, a integração atual consiste numa estratégia pragmática de reinserção das economias desses países no comércio mundial. No entanto, apesar dessa orientação estruturante, o curso do processo conforma-se a determinadas conjunturas. Disso resulta a importância do acompanhamento contextualizado dos acontecimentos mais importantes da história da constituição do Mercado Comum do Sul ( Mercosul). O acompanhamento do processo de integração do Mercosul tem sido uma atividade constante nos 16 anos de história do Centro Brasileiro de Documentação e Estudos da Bacia do Prata – Cedep,

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Page 1: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

CENTRO BRASILEIRO DE DOCUMENTAÇÃO E ESTUDOS DA BACIA DO PRATA

CEDEP/ UFRGS

CRONOLOGIA DO MERCOSUL

(1985-1999)

COORDENAÇÃO E TEXTOS: MARIA IZABEL MALLMANN E VERA SEITENFUS

INTRODUÇÃOEsta cronologia disponibiliza informações sobre o processo de integração em curso entre os

países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e seus associados (Bolívia e Chile), reunidas nos últimos anos, no âmbito das atividades regulares do Centro Brasileiro de Documentação da Bacia do Prata – Cedep – e de projetos especiais. Ela divide-se em três fases. A primeira, iniciada em 30/11/1985, compreende o período de aproximações entre os quatro estados-membros e culmina com a assinatura do Tratado de Assunção em 26/3/1991. A segunda, prolonga-se até a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em 31/12/1994. Em 1º/1/1995 inicia-se a terceira fase, de consolidação da União Aduaneira, que deve estender-se até 31/12/1999, quando todos os produtos deverão usufruir de tarifa externa comum.

Longe de ser a culminância de projetos bolivarianos historicamente frustrados, a integração atual consiste numa estratégia pragmática de reinserção das economias desses países no comércio mundial. No entanto, apesar dessa orientação estruturante, o curso do processo conforma-se a determinadas conjunturas. Disso resulta a importância do acompanhamento contextualizado dos acontecimentos mais importantes da história da constituição do Mercado Comum do Sul ( Mercosul).

O acompanhamento do processo de integração do Mercosul tem sido uma atividade constante nos 16 anos de história do Centro Brasileiro de Documentação e Estudos da Bacia do Prata – Cedep, razão pela qual a organização desta cronologia pode ser realizada a partir de seu acervo documental e de seu Banco de Dados. O acompanhamento sistemático do processo de integração, inicialmente, daquele ocorrido na Bacia do Prata, e, a partir de 1991, no Mercosul, vem sendo realizado pelo Cedep desde 1985 e é veiculado em seu periódico mensal América Latina - Noticiário de Imprensa.

A experiência tem alertado para a necessidade de evitar tanto as atitudes ufanistas quanto as demasiadamente pessimistas em relação aos processos de integração, pois o efetivo curso dos acontecimentos costuma surpreender às expectativas extremadas. Esse alerta é tanto mais útil quanto mais conturbado se apresenta o final do chamado período de consolidação do Mercosul. Acontecimentos recentes, arrolados nesta Cronologia, sugerem, com grande realismo, a magnitude dos desafios a serem enfrentados nesse processo. No entanto, seria precipitado aventurar-se na antecipação dos desdobramentos de tais fatos; muitos de seus condicionantes endógenos e

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exógenos estão, ainda, cercados de grandes incertezas, e o cenário das negociações é, freqüentemente, perturbado pela ocorrência de acontecimentos imprevistos que têm tornado as negociações mais difíceis e complexas e, o futuro do Mercosul, ainda cercado de dúvidas.

Esta Cronologia foi publicada no livro El Mercosur y su contexto regional e internacional de autoria do Professor do Curso de Especialização em Integração e Mercosul da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jacques Ginesta e editada pela Editora da UFRGS em 1999.

30/11/1985Os presidentes Raúl Alfonsín, da Argentina, e José Sarney, do Brasil, assinam a Declaração

de Iguaçu, na qual expressam sua vontade de acelerar o processo de integração bilateral. Criam, para tal fim, uma comissão mista de alto nível, presidida por seus ministros de Relações Exteriores. Na mesma ocasião, assinam a Declaração Conjunta sobre Política Nuclear, que proclama os propósitos pacíficos da cooperação bilateral nessa área.

22/2/1986Realiza-se a reunião dos presidentes da Argentina e do Uruguai, em Buenos Aires

(Argentina), na qual decide-se implementar o controle único de fronteiras, uma política comum em matéria portuária, a ampliação das telecomunicações entre os dois países, o incremento da rede comum de gasodutos e a agilização de estudos para a construção da ponte Buenos Aires-Colonia. Em declaração conjunta, reafirmam a vontade política de subscrever um tratado de assistência regional para as emergências alimentares.

29/7/1986Os presidentes da Argentina, Raúl Alfonsín, e do Brasil, José Sarney, assinam a Ata para a

Integração Argentino-brasileira, estabelecendo o Programa de Integração e Cooperação Econômica (Pice), com caráter gradual, flexível e equilibrado e prevendo tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados. Na primeira etapa do Pice foram asinados 12 protocolos referentes a bens de capital, trigo, complementação de abastecimento alimentar, expansão do comércio bilateral, empresas binacionais, assuntos financeiros, fundo de investimentos, energia, biotecnologia, estudos econômicos, segurança nuclear e radiológica e cooperação aeronáutica.

13/8/1986Os presidentes do Brasil, José Sarney, e do Uruguai, Julio María Sanguinetti, assinam, em

Brasília (Brasil), acordos de expansão das trocas comerciais e um convênio de cooperação científica e tecnológica.

10/12/1986Subscritos pelos presidentes da Argentina e do Brasil 16 novos documentos referentes ao

Programa de Integração e Cooperação Econômica (Pice) e acrescentados cinco protocolos e um acordo de alcance parcial de complementação econômica, de regulação da produção, comércio e desenvolvimento tecnológico de bens de capital. Os novos protocolos referem-se à siderurgia, transporte terrestre, transporte marítimo, comunicações e cooperação nuclear. A Ata de Amizade Argentino-Brasileira: Democracia, Paz e Desenvolvimento, assinada na ocasião, estabelece um ideário político comum aos dois países.

26/5/1987Assinada pelos presidentes Raúl Alfonsín, da Argentina, e Julio María Sanguinetti, do

Uruguai, a Ata de Montevidéu.na qual manifestam a decisão de continuar aperfeiçoando o Convênio Argentino-Uruguaio de Cooperação Econômica (Cauce) e definem medidas relativas à cooperação fronteiriça e nuclear e à integração física.

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17/7/1987Os presidentes do Brasil e da Argentina incorporam novos acordos ao Programa Bilateral de

Integração e Cooperação Econômica, assinam 14 anexos aos protocolos já firmados e três novos protocolos, prevendo a criação uma moeda comum e estabelecendo um programa de cooperação em administração pública.

19/8/1987São instalados comitês de fronteira argentino-uruguaios nas cidades de Concordia-Salto,

Colón-Paysandú e Gualeguaychú-Fray Bentos, com as finalidades de solucionar problemas de trânsito de veículos, de pessoas e de mercadorias, de promover o desenvolvimento econômico, comercial, cultural, científico, desportivo e turístico e de impulsionar a cooperação e integração regionais.

6/2/1988Em reunião presidencial realizada em Colonia (Uruguai), é discutido o projeto de integração

entre a Argentina, Brasil e Uruguai. Os presidentes do Brasil e da Argentina manifestam sua complacência pela decisão uruguaia de associar-se ao processo de integração, em graus e modalidades a serem acordados.

6/4/1988Assinada pelos presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai, a Decisão Tripartite nº 1 dá início

à integração entre os três países. O processo, regido pelo gradualismo, flexibilidade e equilíbrio, levará em conta as condições particulares do Uruguai e os acordos bilaterais vigentes. O setor de transporte terrestre é indicado como o mais adequado para dar curso à integração. A coordenação do processo fica a cargo dos ministros de Relações Exteriores.

7/4/1988Novos instrumentos jurídicos são incorporados ao Programa de Integração e Cooperação

Econômica (Pice), entre Argentina e Brasil com a assinatura de protocolos relativos à indústria automobilística e de alimentação. Na reunião presidencial realizada em Brasília (Brasil), também aprova-se, além da ampliação da lista de bens de capital, a adoção de mecanismos de recomposição do equilíbrio comercial, projetos de pesquisa binacional e de títulos literários para co-edição.

29/11/1988Como resultado da ação conjunta dos estados do Sul do Brasil e das províncias do nordeste da

Argentina, os chanceleres Enrique Carlos Nosiglia e Roberto de Abreu Sodré assinam o Protocolo Regional Fronteiriço, o 23º do Programa de Integração e Cooperação Econômica (Pice), entre Argentina e Brasil. Pelo protocolo, é criado um grupo de trabalho permanente para identificar ações a serem desenvolvidas bilateralmente.

Os presidentes Raúl Alfonsín e José Sarney, da Argentina e do Brasil, respectivamente, assinam o Tratado de Integração, Cooperação Econômica e Desenvolvimento. O Tratado, que consagra a criação de um mercado comum entre a Argentina e o Brasil, estabelece o prazo de 10 anos para a remoção de entraves tarifários ao comércio bilateral de bens e serviços, deverá ser ratificado pelos respectivos congressos.

30/11/1988É assinada a Decisão Tripartite nº 2, pelos presidentes da Argentina, do Brasil e do Uruguai,

dando seqüência à integração iniciada formalmente em abril. As áreas de comunicação, biotecnologia e de administração pública são somadas a dos transportes terrestres no esforço de dar continuidade ao processo.

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26/4/1989Os presidentes Raúl Alfonsín, da Argentina, e Andrés Rodríguez, do Paraguai, acionam as

cargas de dinamite que possibilitam o desvio do rio Paraná e o conseqüente prosseguimento das obras da hidrelétrica binacional Yaciretá. Os dois presidentes subscrevem uma declaração na qual enfatizam a importância dos processos de democratização na América Latina para o estabelecimento de novas e eficazes formas de associação e de cooperação regionais.

22/8/1989Em Uruguaiana (Brasil), os presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argentina, Carlos Saúl

Menem, assinam os termos de inauguração dos comitês de fronteira Uruguaiana-Paso de Los Libres e de Foz do Iguaçu-Puerto Iguazú e o acordo para criação de comissão mista para examinar as questões referentes à construção e à exploração de uma ponte sobre o rio Uruguai, entre São Borja e Santo Tomé. Também subscrevem a Carta de Uruguaiana, com o aval dos governadores dos três estados do Sul do Brasil e das províncias do nordeste argentino, que determina, entre outros pontos, a realização de estudo de identificação de projetos orientadores de políticas de regionalização e de sub-regionalização.

23/8/1989Com a troca de instrumentos de ratificação entre os presidentes do Brasil e da Argentina,

entra em vigor o Tratado de Integração, Cooperação Econômica e Desenvolvimento. Também são subscritas a Declaração Conjunta sobre Cooperação em Programas Espaciais e atos para ampliar os protocolos de integração.

9/11/1989Os governos brasileiro e argentino concluem, em São Paulo (Brasil), negociações para isentar

da cobrança tarifária 32 itens fabricados pela indústria nuclear de ambos os países. A lista de produtos a serem mutuamente trocados foi recomendada pelo anexo ao Protocolo n.º 17, que diz respeito à cooperação nuclear bilateral, assinado em agosto, durante a visita do presidente Carlos Saúl Menem a Brasília.

10/11/1989Os presidentes do Brasil, José Sarney, e do Paraguai, Andrés Rodríguez, inauguram a 15ª

turbina da hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (Brasil), ocasião na qual também foi assinado um acordo bilateral de cooperação técnica.

28/11/1989Em visita a Assunção (Paraguai), o presidente argentino, Carlos Saúl Menem, assina com o

seu colega paraguaio, Andrés Rodríguez, declaração conjunta e três acordos de complementação econômica e de fornecimento de energia. O Paraguai terá um porto franco para a sua saída ao mar, o porto de Campana, próximo à cidade de Zárate.

19/2/1990Os presidentes José Sarney, do Brasil, e Julio María Sanguinetti, do Uruguai, inauguram, em

Jaguarão (Brasil), os comitês de fronteira Santana do Livramento-Rivera, Jaguarão-Río Branco e Santa Vitória do Palmar-Chuy.

2/2/1990Em visita ao presidente Carlos Saúl Menem, Patricio Aylwin, presidente do Chile, manifesta-se favorável à agilização dos trabalhos das comissões técnicas criadas no marco do Tratado de Paz e Amizade, com vistas à integração fronteiriça e à superação de desconfianças recíprocas que subsistem entre os dois países por questões limítrofes.

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1º/3/1990Reunidos em Montevidéu (Uruguai), os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e

Bolívia subscrevem a Declaração de Montevidéu, na qual expressam o reconhecimento ao Brasil pelo apoio ao projeto da hidrovia Paraná-Paraguai.

3/4/1990Os presidentes Carlos Saúl Menem, da Argentina, e Andrés Rodríguez, do Paraguai,

inauguram a ponte entre as cidades de Posadas e Encarnación, no rio Paraná. A obra foi construída pelo governo argentino no marco dos acordos com o Paraguai para a realização do projeto hidrelétrico Yaciretá.

6/7/1990Os presidentes do Brasil, Fernando Collor de Mello, e da Argentina, Carlos Saúl Menem, pela

Ata de Buenos Aires, antecipam para 31/12/1994 o prazo para a constituição do Mercado Comum entre os seus países.

20/7/1990O governo uruguaio manifesta a sua preocupação pela marginalização a que está sendo

submetido seu país pelo processo de integração entre Brasil e Argentina, do qual se considera sócio. A preocupação surgiu depois do encontro de Collor e Menem no dia seis em Buenos Aires (Argentina). O chanceler argentino, Domingo Cavallo, afirmou que o Uruguai não foi convidado para a reunião por causa de suas dúvidas e reticências quanto à integração.

1/8/1990Os ministros das Relações Exteriores e da Economia do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile

definem a conformação do mercado comum inicialmente projetado para funcionar apenas entre a Argentina e o Brasil. O Uruguai participará de forma plena do processo e o Paraguai está formalmente convidado a aderir. O Chile decide apenas observar o processo de formação do mercado comum, dipondo-se a firmar acordos paralelos. Os ministros também examinam a proposta Iniciativa para as Américas, formulada pelo presidente norte-americano, George Bush.

5/9/1990Uruguai e Paraguai aderem ao processo de integração da Bacia do Prata, ao incorporarem-se,

oficialmente, ao grupo de trabalho argentino-brasileiro que, reunido em Buenos Aires (Argentina), discute os detalhes da formação de um mercado comum a partir de 1995.

17/9/1990Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai apresentam proposta de negociação relativa à Iniciativa

para as Américas, anunciada pelo presidente norte-americano para uma nova parceria econômica no hemisfério, baseada em mais comércio e menos ajuda. Na resposta latino-americana sugere-se acrescentar o acesso da região aos conheciemntos tecnológicos produzidos naquele país à lista das tarefas propsotas por Bush como prioritárias: a redução da dívida externa regional, a derrubada de barreiras comerciais e a liberalização de políticas de investimentos no continente.

28/11/1990Os presidentes da Argentina, Carlos Saúl Menem, e do Brasil, Fernando Collor de Mello,

subscrevem, em Foz do Iguaçu (Brasil), um acordo de salvaguardas mútuas que determina inspeções, sem restrição, em suas respectivas instalações nucleares. Os mandatários se comprometem a intercambiar as listas de instalações e materiais correspondentes e a apresentar o mecanismo de controle à Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA).

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4/12/1990Os presidentes Carlos Saúl Menem, da Argentina, e Fernando Collor de Mello, do Brasil,

estabelecem, em Buenos Aires, um calendário para a redução das tarifas alfandegárias entre os seus países. O programa de desgravação começa a vigorar em 1/1/1991, com a aplicação de uma preferência tarifária mútua de 40%, com eliminação, até 31/12/1994, de todos os gravames e restrições aplicadas ao comércio recíproco.

O Uruguai pleiteia um cronograma diferente do proposto pela Argentina e o Brasil, retardando a assinatura de um tratado quatripartite para a criação do mercado comum platino.

20/12/1990A Argentina e o Brasil subscrevem, na Associação Latino-americana de Integração (Aladi), o

Acordo de Complementação Econômica nº 14, que servirá de base jurídica ao mercado comum binacional. A vigência plena do acordo está prevista para 1/1/1995.

28/12/1990Os presidentes da Argentina, Carlos Saúl Menem, e do Paraguai, Andrés Rodríguez, firmam,

na província argentina de Formosa, dois acordos de complementação econômica e cooperação energética. O primeiro dos convênios estabelece um aumento superior a 250% na lista de produtos para os quais se eliminam impostos ou se fixam tratamentos preferenciais. O outro acordo renova por mais um ano a vigência de contrato para o comércio bilateral de combustíveis.

7/3/1991O Uruguai libera a importação de bens de capital provenientes do Brasil, Argentina e Paraguai

para atender à demanda de sua indústria, acelerando, assim, a integração econômica com esses países. As importações, que poderão ser feitas até 30/6/1992, deverão incluir apenas máquinas sem similares nacionais.

8/3/1991Os ministros das Relações Exteriores da Argentina e do Brasil decidem criar um mecanismo

permanente de consultas para a harmonização de políticas exteriores.

11/3/1991Os governos do Brasil e do Uruguai assinam o Acordo de Cooperação para o Aproveitamento dos Recursos Naturais e o Desenvolvimento da Bacia do Rio Quaraí. Na oportunidade, é instalado o comitê de fronteira Artigas-Quaraí para impulsionar o desenvolvimento sócio-econômico da região e facilitar a circulação de pessoas, mercadorias e veículos na fronteira brasileira-uruguaia.

A TRANSIÇÃOA tônica do período, iniciado com a assinatura do Tratado de Assunção, em 26/3/1991, e

encerrado em 31/12/1994, foram as iniciativas governamentais para a implementação das decisões conjuntas e das medidas de aprimoramento institucional tomadas pelos órgãos de integração criados pelo Tratado.

Além das iniciativas institucionalizantes, do relaxamento gradual e automático das barreiras tarifárias e da instituição da Tarifa Externa Comum no final do período, a reformulação das metas nos prazos estabelecidos foi outro aspecto importante dessa fase. Durante os dois primeiros anos, tratou-se de constituir o Mercado Comum do Sul até 31/12/1994. Essa meta, constante do Tratado de Assunção e reafirmada na Declaração de las Leñas, em 27/6/1992, foi revista e, em 17/1/1994,

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durante a 5ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, fixou-se a data de 31/12/1995 para a conformação de uma União Aduaneira.

Houve, também, certo dinamismo na atuação do setor privado no decorrer do período. Associações empresariais e de cooperação setorial foram criadas por diversas categorias, destacando-se o setor industrial cuja ação levou à criação, em 17/12/1991, do Conselho Industrial do Mercosul. Em dezembro de 1991 foi instituído o Subgrupo de Trabalho n.º 11, para ocupar-se das questões relativas à esfera social e do trabalho e, em agosto de 1994 foi criada a Comissão de Comércio do Mercosul. A abertura desses espaços resultou da articulação e da mobilização dos respectivos segmentos.

O bloco aproximou-se dos Estados Unidos com a criação do Conselho Consultivo sobre Comércio e Investimentos (no formato “4+1”), em junho de 1991. Isso não impediu a diversificação de contatos e negociações com a Europa comunitária, o que resultou, no final do período, na assinatura de Protocolo de Intenções, no qual as partes comprometeram-se a aprofundar a cooperação durante o processo de consolidação da União Aduaneira do Mercosul.

No plano interno ao bloco, o período não esteve isento de atritos entre as partes, provocados por pressões de segmentos que se sentiam lesados pelo ritmo e a intensidade do processo de relaxamento das barreiras tarifárias. Tais desavenças adquiriram maior intensidade na fase subseqüente, de consolidação da União Aduaneira, quando barreiras não-tarifárias somaram-se às anteriormente existentes.

26/3/1991Os presidentes da Argentina, Carlos Saúl Menem, do Brasil, Fernando Collor de Mello, do

Paraguai, Andrés Rodríguez, e do Uruguai, Luis Alberto Lacalle, assinam o Tratado de Assunção, visando à constituição do Mercado Comum do Sul (Mercosul), a partir de 31/12/1994. Constam do Anexo do Tratado: um regime geral de origem, um sistema de solução de controvérsias e cláusulas de salvaguarda.

O presidente brasileiro anuncia a suspensão de uma barreira alfandegária – o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (Afrnm) – para os produtos provenientes da Argentina, Paraguai e Uruguai que chegarem ao país por via marítima. O anúncio ocorre paralelamente à assinatura do Tratado de Assunção.

19/4/1991Os presidentes Carlos Saúl Menem, da Argentina, e Andrés Rodríguez, do Paraguai,

inauguram o serviço de balsa entre as cidades fronteiriças de Pilar (Paraguai) e Puerto Cano/Fotheringan (Argentina), no rio Paraguai. O novo serviço torna possível a saída da produção de cereais paraguaios através o território argentino.

14-15/5/1991O presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle, em visita a Assunção, assina, com o seu colega

paraguaio, convênio de cooperação na luta contra o narcotráfico e de cooperação sanitária, turística e científico-tecnológica. Também são acordadas operações comerciais no marco da Associação Latino-americana de Integração (Aladi).

18/5/1991Realiza-se o 1º Encontro de Integração Paraná (Brasil)-Paraguai, na cidade brasileira de

Cascavel, durante o qual é firmado, pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica e pela Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai, um convênio de cooperação recíproca em matéria de eletrificação rural.

12/6/1991

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Encerra-se em Montevidéu (Uruguai) o 5º Simpósio de Estudos Estratégicos, com a participação das Forças Armadas da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O debate centrou-se no redimensionamento das Forças Armadas frente ao processo integracionista do Mercosul.

19/6/1991Os chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, de um lado, e o chefe do

Departamento de Comércio dos EUA, de outro, assinam em Washington (EUA) acordo para a criação de um Conselho Consultivo sobre Comércio e Investimento. Nele, é estabelecido um mecanismo de consulta entre as partes sobre temas relacionados ao comércio, investimento e a Rodada Uruguai. Esse acordo situa-se no âmbito do programa Iniciativa para as Américas e será conhecido como “Acordo 4+1”.

30/6/1991A aprovação da redução tarifária de 47% sobre os produtos comerciados entre os países do

Mercosul constitui-se na primeira etapa do programa de eliminação de barreira alfandegárias estabelecido no Tratado de Assunção que fixou a data de 31/12/1994 para a eliminação de gravames e restrições ao comércio recíproco.

10/7/1991São assinados, entre Uruguai e Argentina, acordos para a abertura de licitação pública

internacional para a construção do gasoduto argentino-uruguaio, do sistema de dragagem e a melhoria da navegação no rio da Prata, a construção da ponte Buenos Aires-Colonia e a simplificação no trânsito recíproco de turistas e mercadorias.

5-6/8/1991Representantes do Poder Legislativo da Argentina e Brasil participam, em Porto Alegre

(Brasil), do 1º Encontro da Comissão Parlamentar Brasil-Argentina. É firmada a Carta de Porto Alegre, eleita a Comissão Parlamentar Mista e aprovado seu regimento interno.

7/8/1991Subscrito em São Paulo (Brasil) acordo empresarial entre a Federação de Indústrias de São

Paulo (Brasil) e a União Industrial Argentina para elaborarem propostas conjuntas para o Mercosul.20/8/1991Os presidentes da Argentina, Carlos Saúl Menem, e do Brasil, Fernando Collor de Mello,

subscrevem o Acordo de Cooperação Judiciária em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa. Também são aprovados acordos relativos à energia nuclear, ao fortalecimento de relações diplomáticas, ao desenvolvimento regional e aos enclaves aduaneiros.

As cidades de Foz de Iguaçu (Brasil) e Puerto Iguazú (Argentina) são escolhidas como experiência-piloto de fronteiras integradas no Mercosul. No lado brasileiro será feito o controle da imigração e de alfândega e, no argentino, a fiscalização de cargas e a vigilância fitossanitária.

18/9/1991O presidente uruguaio encerra visita ao Brasil após ter assinado com o presidente brasileiro

acordo sobre assuntos fronteiriços e de intercâmbio comercial. São firmados, também, ata adicional ao Tratado da Lagoa Mirim e ao Protocolo do Rio Jaguarão e um acordo de cooperação no combate ao narcotráfico.

Subscrito em Montevidéu (Uruguai) um convênio entre Argentina, Brasil e Uruguai em matéria de telecomunicações.

19/9/1991

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Criada a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. por iniciativa de deputados e senadores da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, reunidos em Buenos Aires.

8/11/1991Os ministros da Economia e os presidentes dos bancos centrais da Argentina, Brasil, Paraguai

e Uruguai, reunidos no Rio de Janeiro (Brasil), decidem adotar o Código de Subsídios e Antidumping, do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt) no comércio regional de produtos agrícolas.

29/11/1991Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai subscrevem, no âmbito da Associação Latino-americana

de Integração (Aladi), o Acordo de Complementação Econômica n.º 18, com o objetivo de facilitar a transição ao mercado comum, cujo inicio está previsto para 31/12/1994. Por esse instrumento, entram em vigor as disposições do Tratado de Assunção, já ratificado pelos parlamentos nacionais.

29/11/1991A Argentina, na pessoa do presidente Carlos Saúl Menem, assume a presidência pro-tempore

do Mercosul, cumprindo o estabelecido no Tratado de Assunção que determina que a mesma seja exercida pelos países-partes do bloco, pelo período de seis meses, em seqüência alfabética.

6/12/1991Parlamentares da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai aprovam, na sede legislativa uruguaia,

o projeto de regulamentação da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

12-13/12/1991Os ministros de Educação dos países-membros do Mercosul, reunidos em Brasília (Brasil),

pela primeira vez definem três programas de ação a serem contemplados nos projetos educacionais no âmbito do bloco: a formação de consciência social favorável ao processo de integração, a capacitação de recursos humanos e a integração dos sistemas educacionais.

17/12/1991Criado pelo Grupo Mercado Comum o Subgrupo de Trabalho n.º 11 - Assuntos Trabalhistas-

atendendo à proposta da 1ª Reunião de Ministros de Trabalho do Mercosul, em 9/5/1991, realizada em Montevidéu (Uruguai).

Na 1ª Reunião do Conselho Mercado Comum, é firmado o Protocolo para Solução de Controvérsias - o Protocolo de Brasília, previsto no Tratado de Assunção. O protocolo institui o sistema de solução de controvérsias para o período de transição e prevê quatro instâncias resolutivas, com procedimentos próprios: negociações diretas, intervenção do Grupo Mercado Comum, procedimento arbitral e reclamações de particulares.

Criadas as Reuniões de Ministros do Trabalho, da Economia e de Presidentes de Bancos Centrais e de Justiça do Mercosul, com a finalidade de desenvolver a cooperação, formular políticas setoriais e assessorar o Grupo Mercado Comum.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) assina dois convênios de colaboração com congêneres argentinas. Com a Bolsa de Valores de Buenos Aires, fica estabelecido o intercâmbio de informações e a interconexão de seus sistemas de comunicação, para a atuação das corretoras associadas à Bovespa e dos agentes e sociedades de bolsa do mercado de valores de Buenos Aires. O acordo com o Mercado de Valores de Buenos Aires prevê operações entre as praças das capitais paulista e argentina.

É criado o Conselho Industrial do Mercosul (CIM), para que os empresários possam intervir no processo de formação do Mercosul e, quando necessário, defender seus interesses em face de medidas julgadas prejudiciais. A iniciativa da criação do CIM foi das confederações nacionais da

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indústria dos países do Mercosul, que entregaram o documento de constituição do órgão aos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

20/12/1991O Decreto argentino n.º 2.677 cria um regime de incentivos fiscais à produção nacional e de

limitação de importação de veículos automotores , conhecido por Regime Automotriz Argentino. Durante sua vigência, até 31/12/1999, são fixadas cotas para a entrada de veículos e é aberta a possibilidade de importação de veículos, partes e peças com uma tarifa de 2% se as montadoras assinarem acordos com o governo manifestando a intenção de exportar ou investir na Argentina.

30/12/1991Entra em vigência o segundo percentual automático de eliminação de tarifas previsto no

Tratado de Assunção (54%) a ser aplicado no comércio intra-Mercosul.

29/1/1992O Conselho Monetário Nacional (CMN), do Brasil, aprova resolução que permite a

negociação de investidores brasileiros nas bolsas de valores da Argentina e do Uruguai.

31/1/1992A União Industrial Argentina (UIA) reage à decisão do Brasil de reabrir linhas de crédito para

o financiamento das exportações e os investimentos em atividades industriais, afirmando que “os benefícios outorgados à indústria brasileira significam um aprofundamento das assimetrias nos países do Mercosul”.

20/2/1992Os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e o ministro das Relações Exteriores

do Chile, reunidos em Canela (Brasil), assinam a Declaração de Canela, que harmoniza as posições do Cone Sul na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO-92.

1/4/1992Em Buenos Aires (Argentina), a 5ª Reunião do Grupo Mercado Comum aprova o Acordo

Setorial Siderúrgico do Mercosul, que deverá ser protocolado na Associação Latino-americana de Integração (Aladi) por integrar o Acordo de Complementação Econômica n.º 18. Nele são adotadas 14 resoluções sobre o controle integrado de fronteira, normas técnicas, transporte e assuntos trabalhistas, bem como é aprovada a criação de uma Reunião Especializada de Meio Ambiente.

O governo do Uruguai anuncia a entrada em vigor de uma importante redução tarifária, com a finalidade de abrir a economia do país e facilitar sua integração no âmbito do Mercosul. A reforma reduz de 30 para 24% o imposto de importação de produtos refinados; de 25 a 17% de produtos semi-elaborados e se mantém em 10% para as matérias-primas. Para as importações de países do Mercosul, os impostos se reduzem para 11,4%, 7,82% e em 4,6%, respectivamente.

5/4/1992Representantes das indústrias de curtumes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai

estabelecem acordo de cooperação técnica multilateral, tendo como objetivo a qualificação da matéria-prima.

25/6/1992O Paraguai reduz suas tarifas aduaneiras para as importações em geral, culminando num

processo de liberação do setor externo de sua economia. As matérias- primas e os insumos são taxados em 3%; os bens de capital, em 5% e os bens finais, em 10%.

Page 11: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

Os ministros de Relações Exteriores da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinam acordo de navegação e transporte fluvial pela hidrovia Paraguai-Paraná, denominado Acordo de Santa Cruz de la Sierra.

27/6/1992Na província argentina de Mendoza, é firmado, entre a Argentina e o Brasil, o Acordo de

Alcance Parcial de Cooperação e Intercâmbio de Bens Utilizados na Defesa e Proteção do Meio Ambiente.

27/6/1992Com a assinatura da Declaração de Las Leñas, encerra-se a 2ª Reunião do Conselho do

Mercado Comum, na Província de Mendoza (Argentina). É aprovado o Cronograma de Medidas, que fixa prazos para a aceleração do processo de implantação do Mercosul, até 31/12/1994. Outra decisão estabelece critérios comuns para as negociações no âmbito da Associação Latino-americana de Integração (Aladi).

O Plano Trienal para o Setor Educação no Contexto do Mercosul é aprovado pela 2ª Reunião do Conselho do Mercado Comum. Proposto pelos ministros da Educação da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, em 1/6/1992, o Plano define as áreas estratégicas para a cooperação e o desenvolvimento de projetos e programas educacionais regionais.

Argentina e Brasil trocam os instrumentos de ratificação do Tratado para o Estabelecimento de um Estatuto das Empresas Binacionais Brasileiro-Argentinas. O parlamento argentino aprovou o documento em maio de 1991 e, em maio de 1992, o tratado recebia a aprovação legislativa brasileira.

30/6/1992É aplicado novo percentual de redução tarifária para as alíquotas do imposto de importação

entre os países do Mercosul. A redução de 7% significou a diminuição de 54% para 61%.

01/07/1992O Brasil, na pessoa do presidente Fernando Collor de Melo, substitui a Argentina na

presidência pro-tempore do Mercosul.

15/8/1992Os governos da Argentina e do Brasil protocolam, junto à Associação Latino-americana de

Integração (Aladi), o Acordo de Alcance Parcial de Cooperação e Intercâmbio de Bens Utilizados na Defesa e Proteção do Meio Ambiente, assinado em 27/6/1992.

17/8/1992Os governadores do Estado do Paraná (Brasil) e da Província de Misiones (Argentina)

aprovam a construção de uma ponte sobre o rio Santo Antônio e assinam um protocolo de intenções para harmonizar políticas de produção e consumo da erva-mate no âmbito do Mercosul.

21/8/1992Aprovado pelo Parlamento brasileiro, passa a vigorar o regulamento da Comissão Parlamentar

Conjunta do Mercosul. O mandato parlamentar é de dois anos e cada representação nacional será composta por 16 titulares e 16 suplentes.

2/10/1992Em Brasília, a 7ª Reunião do Grupo Mercado Comum aprova a criação de uma comissão de

propriedade intelectual, cuja principal tarefa será a de coibir a prática da pirataria, estabelecendo regras comuns para o registro de marcas e patentes.

Page 12: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

14/10/1992 O presidente em exercício, Itamar Franco, mantém os compromissos do Brasil face ao

Mercosul, assim como seus cronogramas e datas aprovadas em Las Leñas, em julho. A manifestação e a ratificação do interesse brasileiro dá-se em encontro realizado com presidentes da Argentina e do Uruguai, em Brasília.

27/11/1992Ministros da Educação da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, reunidos em Brasília,

comprometem-se, num prazo de três anos, a integrar o setor educacional no Mercosul, garantindo o reconhecimento de cursos e o intercâmbio acadêmico, técnico e científico entre os seus países.

28/12/1992Acordo assinado pelos governos brasileiro e uruguaio estabelece que projetos e problemas

gerados pela poluição passarão a ser examinados conjuntamente. quando ocorrerem numa faixa de 150 quilômetros de cada lado da fronteira.

Realiza-se em Montevidéu a 3ª Reunião do Conselho do Mercado Comum. Os presidentes decidem que, a partir de junho de 1993, deverão estar definidos os níveis da Tarifa Externa Comum, cuja variação será entre zero e 20%. Serão permitidas alíquotas diferentes até um máximo de 35% para uma lista reduzida de produtos, entendendo-se que essa alíquota deverá reduzir-se a um máximo de 20% num prazo não superior a seis anos, a partir de 1/1/1995.

31/12/1992 O programa de eliminação de tarifas estabelecido pelo Tratado de Assunção, beneficiando os

produtos comercializados entre países do Mercosul, tem a sua quarta redução automática. A preferência aplicada é de 68%.

01/01/1992O Paraguai, na pessoa do presidente Andrés Rodriguez, substitui o Brasil na presidência pro-

tempore do Mercosul.

4-5/2/1993Aprovado o regimento interno do Comitê Binacional Permanente de Implementação e

Acompanhamento das Empresas Binacionais Brasileiro-Argentinas, durante a primeira reunião do órgão, em Brasília (Brasil).

11-12/2/1993Estabelecido, durante a 1ª Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia, em Brasília

(Brasil), o plano de ação para a integração científica e tecnológica no Mercosul.

12/3/1993O Grupo Mercado Comum reúne-se, extraordinariamente, em Montevidéu (Uruguai) para

analisar as divergências ocorridas entre o Paraguai e a Argentina pela aplicação por esta da taxa de estatística. O GMC analisa a possibilidade da aplicação do Mecanismo de Solução de Controvérsias.

17/3/1993A Federação da Produção, da Indústria e do Comércio (Feprinco), do Paraguai, anuncia a

retirada de seus representantes dos subgrupos de trabalho do Mercosul, em protesto pela elevação da taxa de estatística, aplicada a partir de outubro de 1992 pela Argentina.

Page 13: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

27/3/1993Assinado acordo, durante Assembléia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),

em Hamburgo (Alemanha), para o repasse a fundo perdido, de US$ 4 milhões ao Mercosul, para o financiamento de estudos destinados à harmonização de políticas adotadas pelos países-membros.

l5/4/1993Os quatro países do Mercosul firmam acordo para a instalação de um cabo subaquático de

fibra ótica que os ligará à rede mundial Unisur. A ativação está prevista para 31/10/1994.

24/4/1993Entra em vigor o Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias, após ter sido

aprovado pelos parlamentos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

24-26/5/1993Os presidentes do Brasil, Itamar Franco, e da Argentina, Carlos Saúl Menem, assinam acordos

e protocolos anexos ao tratado de integração bilateral, referentes ao transporte terrestre, às empresas binacionais, à energia, à indústria automotriz e a questões de fronteira. São assinados, também, acordos para a construção da ponte Andresito-Capanema, para a criação de consulados comuns e de cooperação na prevenção do uso indevido e tráfico ilícito de entorpecentes e substâncias psicotrópicas.

15-16/6/1993Realiza-se em Buenos Aires (Argentina) o 1º Simpósio de Exércitos do Mercosul, para

examinar as novas funções das Forças Armadas em face do avanço do processo de integração.

28-30/6/1993Em sua décima reunião, realizada em Assunção (Paraguai), o Grupo Mercado Comum conclui

acordos em três áreas: Tarifa Externa Comum, diretrizes para uma política sobre práticas desleais de comércio e mecanismos de redução da defasagem cambial entre os mercados integrados.

30/6/1993Os ministros da Educação do Mercosul decidem acelerar a realização de estudos para adoção

de um sistema de equiparação de estudos, títulos e diplomas pelos países-membros. Em sua quarta reunião, em Assunção (Paraguai), os ministros estabelecem, também, um programa de divulgação das línguas oficiais do Mercosul.

Entra em vigência nova redução tarifária no comércio intra-Mercosul. O percentual de desgravação é de 75%, sendo que a maior parte dos produtos estão 100% desgravados.

1/7/1993Os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai consideram a aprovação do

Regulamento contra Práticas Desleais de Comércio um importante avanço na coordenação de suas políticas comerciais e uma garantia da concorrência. Também são aprovados pelo Conselho do Mercado Comum, em sua quarta reunião, realizada em Assunção (Paraguai), o Acordo para Aplicação de Controles Integrados na Fronteira (Acordo de Recife) e o Acordo Sanitário e Fitossanitário do Mercosul.

01/07/1993O Uruguai, na pessoa do presidente Luis Alberto Lacalle Herrera, substitui o Paraguai na

presidência pro-tempore do Mercosul.

19/7/1993

Page 14: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

Assinado convênio entre o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Brasil, e o Banco de Entre Ríos, da Argentina, para a utilização da Tarjeta Mercosul. O cartão permitirá aos argentinos sacar dinheiro em bancos brasileiros.

9/8/1993É publicado no Diário Oficial do Brasil, o edital de concorrência pública internacional para a

construção da ponte entre São Borja (Brasil) e Santo Tomé (Argentina).

31/8/1993O governo brasileiro adota medidas de reciprocidade em relação aos processos antidumping e

de salvaguardas aplicadas contra o país pela Argentina, tais como a suspensão das margens de preferência para a importação de bens de capital e redução das cotas argentinas de seis para duas mil toneladas de fios de poliamida de alta tenacidade.

22-24/9/1993Em sua 11ª reunião, em Montevidéu (Uruguai), o Grupo Mercado Comum aprova mecanismo

de consultas para os casos de investigação antidumping, válido até 31/12/1994. Também é baixada resolução que obriga os países-membros a aplicarem os princípios fitossanitários básicos para o trânsito internacional de produtos agrícolas e define a Tarifa Externa Comum em 85 dos 97 capítulos que integram a estrutura tarifária do Mercosul.

6/10/1993O governo argentino rebaixa de 10% para 3% a taxa de estatística para a importação de

autopeças.

10/11/1993A proposta de promover a cooperação universitária mediante a divisão de gastos entre Brasil,

Argentina, Uruguai e Paraguai é aprovada por 40 reitores e dirigentes universitários que participam do 1º Seminário sobre Cooperação Acadêmico-científica do Mercosul, realizado em Porto Alegre (Brasil).

23/11/1993Reitores das instituições de ensino superior componentes do Consórcio Universitário

Comunitário Gaúcho (Comung) firmam convênio de cooperação com a Universidad de la República e a Comissão Setorial do Mercosul, em Montevidéu (Uruguai). O acordo prevê o intercâmbio de serviços especializados e de publicações, além da realização de atividades acadêmicas e de seminários, entre o Brasil e o Uruguai.

3/12/1993 As empresas de telecomunicações de sete estados brasileiros e dos países-membros do

Mercosul fecham acordo, em Florianópolis ( Brasil), para o uso integrado dos sistemas de telefonia celular móvel, o que permitirá aos usuários a utilização dos serviços em qualquer área de abrangência das empresas, através de cartões de crédito.

20/12/1993Um convênio de cooperação técnica entre a Companhia Rio-grandense de Saneamento

(Corsan), do Brasil, e Obras Sanitarias del Estado (OSE), do Uruguai, é assinado em Porto Alegre (Brasil), como parte de um programa conjunto dos Estados brasileiros limítrofes aos países do Mercosul. Entre as ações prioritárias estão previstas a normalização de projetos e a qualidade da água, o apoio mútuo em situações de risco e emergência, a prestação de serviços recíprocos na área operacional e a pesquisa conjunta de tecnologia.

Page 15: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

21/12/1993Aprovada, durante a 5ª Reunião de Ministros da Educação do Mercosul, realizada em

Montevidéu (Uruguai), a metodologia para a realização do reconhecimento mútuo de títulos e estudos de nível primário e médio.

31/12/1993Aplicada a redução tarifária de 82% ao comércio intra-Mercosul, cumprindo-se a sexta etapa

do programa de desgravação estabelecido pelo Tratado de Assunção.

01/01/1993A Argentina, na pessoa do presidente Carlos Saúl Menem, substitui o Uruguai na presidência

pro-tempore do Mercosul.

6/1/1994Realizada em Montevidéu (Uruguai), a 12ª Reunião do Grupo Mercado Comum que, além de

aprovar resoluções relativas à qualidade de produtos comercializados na região, aprova documento relativo às políticas de apoio às micro, pequenas e médias empresas do Mercosul.

17/1/1994Os países do Mercosul acolheram a Bolívia como sócio observador, que poderá participar dos

subgrupos de trabalho sobre meio ambiente e transporte terrestre.Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai reafirmam, durante a 5ª Reunião do Conselho do

Mercado Comum, realizada em Colonia del Sacramento (Uruguai), a disposição de implantar a união aduaneira, a partir do 1/1/1995, na qual serão incluídos 85% dos produtos comercializados. É adiada até 2006 a implantação definitiva da Tarifa Externa Comum para uma lista de exceções que engloba bens de capital. Conforme o documento Consolidação de uma União Aduaneira e Trânsito do Mercado Comum, a Tarifa Externa Comum oscilante entre 0 e 20%, que entrará em vigor em 1/1/1995 para 85% dos produtos, deverá ser definida até junho. O CMC – Protocolo de Colonia- também aprova os documentos sobre regulação mínima do mercado de capitais, com limitações para os movimentos de capitais entre os países-membros, para promoção e proteção recíproca de investimentos no Mercosul, criando condições favoráveis para os investimentos intra-zona, e o Protocolo Adicional ao Acordo de Recife sobre procedimentos operativos para controle aduaneiro, migratório e de transporte.

O presidente brasileiro, Itamar Franco, oficializa a proposta de criação da Área de Livre Comércio Sul-americana (Alcsa), durante a 5ª Reunião do Conselho do Mercado Comum com o objetivo de formar um sistema multilateral de comércio com a participação do Chile e dos países filiados ao Pacto Amazônico e ao Grupo Andino.

29/3/1994O governo brasileiro determinou a aplicação de tarifa alfandegária - de 10 a 17% - às

importações de trigo, à exceção do produto argentino, entre 1º de setembro e 31 de janeiro de cada ano, período em que se comercializa a safra nacional. A medida tem como objetivo ampliar o comércio com a Argentina e fomentar a produção nacional.

6/4/1994Em sua terceira reunião, realizada em Buenos Aires (Argentina), os ministros da Justiça do

Mercosul aprovam o Protocolo sobre Jurisdição Internacional em Matéria Contratual. O acordo aplica-se à jurisdição contenciosa internacional relativa aos contratos internacionais de natureza civil ou comercial, celebrados entre pessoas físicas ou jurídicas com domicílio ou sede social em países da região.

Page 16: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

7/4/1994Os ministros de Justiça da Argentina e Paraguai assinam acordo de assistência e cooperação

judiciária com a finalidade de melhorar a administração da Justiça e modernizar os tribunais de seus respectivos países. O acordo inclui a troca de conhecimentos jurídicos com assistência técnica por parte da Argentina na reforma da leis penais paraguaias.

5-6/5/1994O Grupo Mercado Comum aprova os pontos de fronteiras entre países do Mercosul que

funcionarão com controles integrados de trânsito vicinal, turístico e de cargas.

12/5/1994Representantes do setor vitivinícola da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, reunidos em

Córdoba (Argentina), aprovam a Norma Vitivinícola do Mercosul, que define regras de produção, fiscalização e comercialização da uva e do vinho na região.

20/5/1994Os bancos nacionais da Argentina, Brasil e do Uruguai subscrevem acordos de cooperação na

área da intermediação financeira, no marco do Tratado de Assunção, em reunião realizada em Montevidéu (Uruguai).

22/5/1994Inaugurada a ponte internacional sobre o rio Peperi-guaçu, por iniciativa dos municípios de

São Pedro (Argentina) e São Miguel do Oeste (Brasil). A idéia original da ponte era ligar o oceano Pacífico (porto chileno de Antofagasta) ao oceano Atlântico (porto de Santos, no Brasil).

8/6/1994O chanceler chileno, Carlos Figueroa Serrano, apresenta a proposta oficial de associação de

seu país ao Mercosul à presidência do Conselho do Mercosul, exercida pela Argentina e representada, na ocasião, pelo ministro das Relações Exteriores, Guido Di Tella.

14/6/1994Os ministros das Relações Exteriores dos países da União Européia aprovam o início de

negociações para a celebração de acordo de cooperação comercial com o Mercosul.

27/6/1994A Reunião Especializada de Meio Ambiente (Rema) propõe ao Grupo Mercado Comum

diretrizes básicas para uma política ambiental do Mercosul.

30/6/1994As margens de preferências negociadas no âmbito do Mercosul passam de 82% para 89%,

marcando a penúltima etapa do cronograma de desgravação tarifária válido para o comércio intrazonal.

01/07/1994O Brasil, na pessoa do presidente Itamar Franco, substitui a Argentina na presidência pro-

tempore do Mercosul.

2-3/8/1994Realiza-se em Buenos Aires (Argentina) a 14ª Reunião do Grupo Mercado Comum, que

aprova 40 resoluções. Adotam-se diretrizes básicas em matéria de política ambiental para o

Page 17: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

Mercosul e as pautas gerais para valoração aduaneira de mercadorias, a serem acatadas pelos países-membros até a entrada em vigor do Código Aduaneiro comunitário.

4/8/1994Em sua sexta reunião, os ministros da Educação do Mercosul aprovam o Protocolo de

Integração Educativa e Reconhecimento de Certificados, Títulos e Estudos de Nível Primário e Médio Não-técnico.

5/8/1994É aprovado o projeto da Tarifa Externa Comum a ser aplicada às importações desde terceiros,

a partir de 1/1/1995. Os bens de capital convergirão à TEC de 14% até 1/1/2001, prazo que se estenderá para o Uruguai e Paraguai até 1/1/2006. Os bens de informática e telecomunicações convergirão à TEC de 16% até 1/1/2006. Argentina, Brasil e Uruguai poderão manter até 300 itens em suas listas de exceção à TEC até 1/1/2001. O Paraguai poderá chegar a 399 produtos excetuados, com origem regional de 50%, mantidos até 2001.

O Uruguai obteve a manutenção das correntes comerciais estabelecidas no Protocolo de Expansão Comercial (PEC), com o Brasil, e no Convênio Argentino-uruguaio de Complementação Econômica (Cauce), até 1/1/2001, congelados nas atuais cotas. O número de produtos que têm norma de origem fixada em 50% de insumos não-regionais será reduzido, linear e automaticamente, até 2001 ao índice de 60% convencionado pelo bloco. Também o Paraguai cumprirá a exigência de 50% até 2001. Produtos argentinos e brasileiros, incluídos em listas de exceção à TEC, devem ter certificação que assegure que 60% dos componentes são regionais. Os bens de capital deverão certificar 80% de origem regional.

O Conselho do Mercado Comum adota um mecanismo de tratamento tarifário, de caráter transitório, para um grupo de produtos comercializados regionalmente. O Regime de Adequação Final à União Aduaneira, como foi denominado, deverá facilitar os processos de reconversão, complementação, especialização ou desenvolvimento tecnológico de setores específicos, adequando-os à concorrência intra-regional. Os produtos apresentados pela Argentina e pelo Brasil gozarão de um prazo até 31/12/1998 para sua desgravação. Paraguai e Uruguai disporão de um ano a mais.

Com a finalidade de zelar pela aplicação de uma política comercial comum, é criada a Comissão de Comércio do Mercosul, de caráter intergovernamental. O órgão entra em atividade em 1/12/1994.

O Conselho do Mercado Comum mantém, até 1/1/2013, o regime de operação das áreas aduaneiras especiais existentes em Manaus (Brasil) e Terra do Fogo (Argentina). Serão admitidos o funcionamento e a importação de produtos desde as zonas francas (comerciais, industriais, de processamento de exportações ou áreas aduaneiras especiais), aplicando a Tarifa Externa Comum ou a tarifa nacional se produtos constarem de lista de exceção.

O presidente do Chile, Eduardo Frei, e o vice-presidente da Bolívia, Víctor Hugo Cárdenas, subscrevem, separadamente, declaração na qual reafirmam a vontade política de seus países de comerciar com o Mercosul.

15/9/1994O governo brasileiro reduz para 20% o valor das alíquotas do imposto de importação de 445

itens, incluindo automóveis, brinquedos, produtos eletrônicos, bens de capital de controle numérico, informática para automóveis, preparados de cereais, derivados de petróleo, produtos de química fina e plásticos.

19/9/1994É firmado acordo estabelecendo o Estatuto da Comissão Mista Brasileiro-uruguaia para o

Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim (CLM).

Page 18: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

23/9/1994O governo brasileiro antecipa os níveis tarifários que seriam praticados a partir de 1/1/1995,

ao reduzir de 20 para 14%, em média, as tarifas de importação de quatro mil produtos. A lista reúne ferro fundido e aço, produtos têxteis, bebidas, material de limpeza, instrumentos e aparelhos óticos e médicos, produtos químicos orgânicos e inorgânicos, relógios e alimentos preparados à base de cereais.

26/9/1994O governo brasileiro determina, na terceira rodada de reduções das alíquotas do imposto de

importação, a queda das tarifas de cerca de mil itens para 14%, na maioria dos casos.

28/9/1994Representantes do Mercosul e da União Européia iniciam consultas para a assinatura, até o

final do ano, de um memorando de entendimento com o objetivo de manifestarem o interesse recíproco de cooperararem economicamente.

29/9/1994Os chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, reunidos em Brasília (Brasil) para o

primeiro encontro preparatório da conferência diplomática que, em novembro, deverá decidir a institucionalização do Mercosul, resolvem manter em funcionamento, até 31/12/1994, o Grupo Mercado Comum, o Conselho do Mercado Comum, a Comissão Parlamentar Conjunta e o Protocolo de Brasília.

4/10/1994Os países-membros do Mercosul propõem ao Chile a criação, num prazo máximo de dez anos,

de uma zona de livre comércio.

14/10/1994Realiza-se em Montevidéu (Uruguai) a 6ª Reunião Extraordinária do Grupo Mercado Comum.

São adotadas duas listas de exceções à Tarifa Externa Comum, atendendo, principalmente, ao governo brasileiro. Também são aprovadas resoluções referentes à prorrogação dos acordos bilaterais, no âmbito da Associação Latino-americana de Integração (Aladi), até 30/6/1995, e dos acordos bilaterais com o México no âmbito daquela associação.

19/10/1994A Comissão Européia define estratégia de aproximação com o Mercosul. A proposta a ser

analisada em dezembro pelo Conselho Europeu, órgão máximo da União Européia, prevê duas fases: uma, preparatória, até a execução definitiva da união aduaneira do Mercosul no ano de 2001, e outra, definitiva, a partir dessa data.

3-4/11/1994Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai trocam suas respectivas listas de exceções à Tarifa

Externa Comum. As listas argentina e brasileira têm 233 produtos, a do Uruguai, 203, e a do Paraguai, 215. Os níveis tarifários iniciais desses itens não poderão ultrapassar 35% e deverão se informados ao Grupo Mercado Comum em dezembro, bem como a forma de convergência à TEC.

11/11/1994É constituída a rede Bancos Nacionais do Sul (Banasul), com a assinatura de um protocolo de

cooperação, pelos titulares do Banco de La Nación Argentina, Banco do Brasil, Banco Nacional de Fomento del Paraguay e Banco de la República Oriental del Uruguay.

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16/11/1994Argentina, Brasil e Uruguai inauguram o sistema Unisur, que permitirá a comunicação dos

países do Mercosul, via cabo submarino de fibras óticas. Excetuando o Paraguai, o bloco passa a contar com 15 mil novos canais de comunicação, que escoarão o tráfego de dados, voz, texto e imagem. Com 1.720 quilômetros de extensão, o cabo Unisur estabelece ligações entre Florianópolis (Brasil) e as estações terminais de Maldonado (Uruguai) e Las Toninas (Argentina).

28/11/1994O Conselho de Ministros da Comunidade Européia anuncia a decisão de iniciar formalmente

as negociações com o Mercosul, a partir de fevereiro de 1995, para a celebração de um acordo de cooperação entre as duas regiões. O acordo-marco contemplará temas de cooperação, numa primeira fase, seguida do início de um diálogo político, finalizando com a negociação de uma área de livre comércio.

9/12/1994Os ministros da Economia da Argentina e do Brasil fecham, em Buenos Aires (Argentina),

acordo para o livre comércio bilateral de automóveis produzidos nos territórios de seus países e decidem que serão consideradas como próprias as autopeças de cada um.

11/12/1994Aprovada a criação de uma área de livre comércio abrangendo todo o continente americano, a

partir de 31/12/2005. A decisão, tomada durante a Cúpula das Américas, reuniu em Miami (EUA) 34 presidentes e primeiros-ministros americanos, atendendo ao convite do presidente norte-americano, Bill Clinton.

16-17/12/1994Pelo Protocolo de Ouro Preto, aprovado na 7ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, na

cidade mineira de Ouro Preto (Brasil), o Mercosul ganha nova estrutura institucional, que lhe confere personalidade jurídica internacional. O Protocolo deve ser aprovado pelos parlamentos nacionais para entrar em vigor.

Cerca de 85% dos nove mil itens constantes da Nomenclatura do Sistema Harmonizado têm tarifa externa comum aprovada. Ela varia de zero a 20% e entra em vigor a partir de 1/1/1995. Os produtos que fazem parte das listas de exceção - cerca de 15% do universo tarifário - convergem para a Tarifa Externa Comum até o ano de 2001 e, em alguns casos, 2006. Até lá, continuam em vigência as alíquotas de importação de cada país para produtos extrazonais.

Adotado o Código Aduaneiro do Mercosul, com normas sobre despacho aduaneiro, valor aduaneiro, classificação de mercadorias e regime de bagagem, que estabelece a base legal que regerá as operações aduaneiras no contexto da união aduaneira. O código precisa da aprovação dos parlamentos nacionais para entrar em vigência.

22/12/1994O Decreto n.º 1343, publicado no Diário Oficial do Brasil, de 26/12/1994, coloca em vigor a

Tarifa Externa Comum, as listas de exceção e as respectivas convergências dos setores de bens de capital, informática e telecomunicações. Os demais países do Mercosul implementam os mecanismos da união aduaneira por intermédio dos seguintes instrumentos legais: Argentina - Decreto n.º 2275/94, de 23/12/1994, publicado em 30/12/1994; Uruguai - Decreto n.º 564/94, de 29/12/1994, publicado em 30/12/1994; e Paraguai - Decreto n.º 7144, de 30/12/1994.

É assinado em Bruxelas (Bélgica) um memorando de intenções entre o Mercosul e a União Européia, estabelecendo os termos para a negociação de um acordo-marco, nas áreas de cooperação econômica e comercial. Está prevista para final de 1995 a formalização do acordo.

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30/12/1994A Argentina elimina a alíquota da taxa de estatística nas importações do Mercosul e de

terceiros países. A medida faz parte do Decreto n.º 2277/94, de 23/12/1994, publicado no Boletim Oficial.

31/12/1994É cumprido, integralmente, o cronograma de desgravação tarifária previsto no programa de

liberação comercial do Tratado de Assunção. É extinta a alíquota do imposto de importação de produtos intercambiados entre os países do Mercosul.

RUMO À CONSOLIDAÇÃO O traço peculiar do primeiro ano de vigência da União Aduaneira foi dado pelos atritos

provocados pelas adaptações das diferentes economias partes do Mercosul às novas regras comuns. A dificuldade adveio, especialmente, da resistência de determinados setores econômicos de se exporem à concorrência em um mercado ampliado. Em decorrência disso, algumas alterações nas alíquotas, além da imposição de barreiras não-tarifárias, foram estabelecidas pelo Brasil, provocando reações similares nos demais países-partes. Somaram-se a isso os ajustes institucionais que levaram à criação de conselhos e subgrupos de trabalho encarregados de subsidiar os trabalhos de progressão e consolidação da União Aduaneira.

No que diz respeito às relações exteriores do bloco, foi importante o avanço, no decorrer do ano de 1995, dos contatos com a União Européia, que culminaram com a assinatura do Acordo de Cooperação Inter-regional de Cooperação entre o Mercosul e a União Européia. O ano de 1996 também foi importante no que concerne à expansão do bloco com a adesão do Chile e a da Bolívia, na condição de membros associados.

O ano de 1997 foi marcado pelas conseqüências decorrentes da decretação, pelo Brasil, da Medida Provisória 1569, que dificultou as importações dos demais países partes pelo Brasil. No entanto, apesar dos recorrentes atritos comerciais, os quatro países atuaram coesos no plano externo, buscando consolidar uma estratégia coletiva de negociações tanto no âmbito da Alca, quanto em outros foros, como a Comunidade Andina e o Canadá. Essa orientação entrou em crise a partir da segunda metade de 1998, quando a Argentina, apreensiva quanto aos impactos da crise cambial do Brasil, renovou seu acordo bilateral com México, contrariando a orientação do Mercosul de negociação coletiva com aquele país, uma vez vencidos os acordos bilaterais dos demais países partes do bloco com o México.

Essa crise agravou-se nos primeiros meses de 1999, último ano da fase de consolidação da União Aduaneira. Em janeiro, o governo brasileiro desvalorizou o câmbio, promovendo uma vertiginosa queda das exportações dos demais países do Mercosul. Os meses subseqüentes foram portadores de acontecimentos nada animadores ao processo de aprofundamento das relações do bloco. Em fevereiro, o governo argentino anunciou sua determinação em dolarizar a economia, sugerindo o mesmo ao Brasil; em março, deflagrou-se nova crise política no Paraguai; em abril, o Brasil aderiu à estratégia de negociações bilaterais com a Comunidade Andina e com o México e, em maio, uma grave crise econômico-financeira anunciou-se na Argentina, juntamente com a possibilidade de os Estados Unidos virem a elevar suas taxas de juros.

Esse é o quadro nada animador que se apresenta às vésperas de reuniões tão importantes quanto a do Mercosul com a União Européia e a do Conselho de Negociações Comerciais da Alca, a realizarem-se em junho e julho de 1999, respectivamente, quando seria desejável que o Mercosul exibisse a melhor performance possível.

01/01/1995

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O Paraguai, na pessoa do presidente Juan Carlos Wasmosy, substitui o Brasil na presidência pro-tempore do Mercosul.

4/1/1995Criada em Buenos Aires (Argentina) a Associação de Consumidores do Mercosul (Acom),

reunindo a Acción del Consumidor (Adelco), da Argentina, Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), do Brasil, Alter Vida, do Paraguai e o Centro de Estudios, Análisis y Documentación del Uruguay (Ceadu).

20/1/1995Representantes dos jornais El Observador Económico (Montevidéu), ABC Color (Assunção),

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), Jornal do Comércio (Porto Alegre), Diário do Comércio (Belo Horizonte), Indústria & Comércio (Curitiba), Indústria & Comércio (Santa Catarina) e Correio Braziliense (Brasília), reunidos em Buenos Aires, lançam as bases de uma rede de jornais econômicos do Mercosul. No encontro, discutem-se o estabelecimento de canais de acesso a informações e a criação de mecanismos de consultas instantâneas entre as redações.

1/2/1995A partir desta data e até 30/9/1995, os reembolsos de exportação da Argentina para operações

com países do Mercosul sofrerão uma redução de 2,5% por mês. Os produtos enquadrados no regime de adequação terão reembolso mantido até o término do citado regime.

13/2/1995Entra em vigor o Acordo de Transporte Fluvial da Hidrovia Paraguai-Paraná (Acordo de Santa

Cruz de la Sierra), subscrito no marco da Associação Latino-americana de Integração (Aladi). O acordo garante a igualdade de direitos, de tratamento e de condições de transporte aos armadores dos países signatários, Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

17/2/1995A Comissão de Comércio do Mercosul aprova a criação de dez comitês técnicos, com a

finalidade de operacionalizar os compromissos acertados em Ouro Preto.

6/3/1995Inaugurada a primeira Aduana Integrada de Cargas Internacionais do Estado do Rio Grande do

Sul (Brasil), no município de Santana do Livramento, na fronteira com a cidade uruguaia de Rivera.

9/3/1995O estudo da língua portuguesa passa a ser obrigatório nas escolas secundárias da província de

Buenos Aires.

15/3/1995Os ministros da Cultura dos países-membros do Mercosul assinam acordo para facilitar a

circulação de produtos culturais na região e discutir projetos comuns, incluindo a produção de filmes. Realizada em Buenos Aires, com a presença de representantes chilenos e bolivianos, na reunião, além de aprovarem-se estratégias gerais que definem a política cultural do Mercosul, também foram criadas sete comissões especializadas em legislação, patrimônio histórico, indústrias culturais, informação cultural e relações externas.

17/3/1995O governo brasileiro decide não aceitar a sugestão da Argentina de elevar a Tarifa Externa

Comum do Mercosul, tornando mais caras as importações de todos os países do bloco.

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24/3/1995O governo argentino restabelece a taxa de estatística de 3% e a eleva em 2% para algumas

importações não- originadas no Mercosul, além de determinar índices de reembolso às exportações.

31/3/1995O Grupo Mercado Comum aprova, pela Resolução n.º 8/95, a revisão da lista básica de

exceção, permitindo sua flexibilização em até cem itens, até 30/5/1995.O ministro da Fazenda do Brasil, Pedro Malan, diz que o país irá exigir o certificado de

origem dos produtos que ingressarem em território brasileiro pelo Mercosul. O objetivo da decisão, já comunicada aos postos de fronteira, é o de evitar a triangulação de mercadorias, operação pela qual um país do mercado comum importa de outras regiões produtos atingidos pela recente elevação de alíquotas do imposto de importação e os exporta ao Brasil com isenção de impostos.

Aprovada pelo Grupo Mercado Comum, a Resolução n.º 7/95 faculta ao Brasil o direito de alterar as alíquotas tarifárias de modo a atender às exigências de seu programa de estabilização econômica, por meio de lista de até 150 produtos. A lista terá validade até abril de 1996.

4/4/1995A Comissão Européia aprova o mandato de negociação de um acordo de cooperação

econômica e comercial com o Mercosul.

5/4/1995Os países do Mercosul, por intermédio de suas representações diplomáticas em Bruxelas,

asseguram que o processo de cooperação comercial entre o bloco platino e a União Européia respeitará as normas de Organização Mundial do Comércio, sem excluir nenhum setor. Com esse gesto, a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai pretendem evitar confrontos com setores agrícolas europeus contrários ao acordo de livre comércio entre Mercosul e UE, em gestação.

10/4/1995Os ministros da Agricultura, da União Européia, reunidos em Luxemburgo, advertem sobre o

risco para o setor agrícola comunitário de acordos de livre comércio com terceiros países, como os previstos com o México e o Mercosul.

13/4/1995Os reitores das universidades da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que formam o Grupo

de Montevidéu, reúnem-se na capital uruguaia para definir as bases do processo de integração acadêmica regional e o intercâmbio de docentes. A realização de cursos de pós-graduação, o intercâmbio de professores com universidades de outras regiões e as prioridades do Mercosul no campo educativo para os próximos três anos foram outros dos assuntos analisados no encontro.

17/4/1995O Uruguai é o primeiro país do Mercosul que entrega a seus cidadãos o passaporte

comunitário, que identificará os viajantes procedentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países-membros do acordo de integração. O passaporte substitui o documento tradicional.

26/4/1995O Grupo Mercado Comum, reunido em Assunção (Paraguai), aprova a flexibilização da lista

básica de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC), que permitirá ao governo brasileiro administrar as taxas de juros conforme sua da política antiinflacionária. Outra decisão do GMC permite aos países-membros do Mercosul flexibilizar a lista básica já aprovada até cem itens.

Representantes dos quatro países-membros do Mercosul, reunidos em Buenos Aires (Argentina), decidem criar a Comissão de Ciência e Tecnologia, que terá valor estratégico no

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desenvolvimento científico-tecnológico como ferramenta para o crescimento social. É divulgada a Declaração de Buenos Aires que destaca o tema “tecnologia social”, isto é, a que busca soluções para proteger o homem e sua fonte de trabalho.

27/4/1995O governo brasileiro diminui a alíquota de importação de 23 dos 109 produtos que, em 29 de

março, tiveram taxa elevada para 70%. A alteração foi efetuada pelo Decreto n.º 1471, de 28/4/1995, que reduz a lista de exceção para 300 produtos. Os protestos formais apresentados pelos EUA, Japão e União Européia à Organização Mundial de Comércio (OMC) levaram o Brasil a revisar a medida.

11/5/1995Os países-membros do Mercosul, na reunião do Grupo 4+1, com os EUA, propõem a

construção de uma zona de livre comércio hemisférica sobre a base de acordos de integração existentes, preservando procedimentos cujos limites foram ditados pela Cúpula de Miami.

16/5/1995O Parlamento Europeu dá seu apoio à intensificação das relações entre a União Européia e o

Mercosul, o que deverá conduzir a um acordo regional de cooperação econômica e comercial.O parlamento uruguaio sancionou a lei que aprova o Protocolo de Ouro Preto, convertendo-se

no primeiro órgão legislativo do Mercosul a ratificar o documento.22/5/1995Os países-membros do Mercosul firmam um acordo de consignação e uso das estações

geradoras e repetidoras de televisão. O acordo, subscrito no âmbito da Associação Latino-americana de Integração, está aberto à adesão dos restantes membros do organismo regional. O objetivo do acordo é o de assegurar o desenvolvimento e a otimização do uso do espectro radiofônico em zonas limítrofes, mediante impulso das novas tecnologias e critérios técnicos em benefício da integração.

2/6/1995Acordo subscrito em Montevidéu (Uruguai) estabelece procedimentos harmonizados para a

certificação de sistemas de gestão e garantia da qualidade em empresas, em respeito às normas 9000 de Organização Internacional de Normalização (ISO). O convênio reúne o Instituto Uruguaio de Normas Técnicas (Unit), o Instituto de Racionalização de Materiais, da Argentina, e a Fundação Vanzolini, do Brasil.

12/6/1995Os ministros das Relações Exteriores da União Européia dão um mandato à Comissão

Européia para que negocie um acordo-marco de cooperação econômico e comercial com o Mercosul. Os ministros europeus também manifestaram vontade política do bloco de concretizar rapidamente a ampliação das relações com o Chile, a partir de contatos regionais ou bilaterais.

20/6/1995A Agência Estado, do Brasil, e a empresa Telam, da Argentina, firmam um acordo para

identificar as ações necessárias para o desenvolvimento de produtos e serviços jornalísticos no Mercosul. Assinado em Buenos Aires, o acordo é o primeiro documento de cooperação entre agências da região platina.

21/6/1995 Firmada durante a 1ª Reunião de Ministros do Meio Ambiente do Mercosul, a Declaração de

Taranco que se ocupa da legislação e normas gerais, ecossistemas comuns, coordenação de posições em acordos internacionais e custos ambientais de processos produtivos.

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30/6/1995Brasil aprova a Medida Provisória n.º 1047, que reduz para 2%, até 31/12/1999, a alíquota de

importação de produtos e matérias-primas utilizadas na indústria automotriz. A MP determina, também, o estabelecimento de regras específicas, aplicáveis ao comércio dos produtos atingidos, realizado no âmbito do Mercosul, com vistas à conformação do regime automotriz comum previsto na Decisão n.º 29/94, do Conselho do Mercado Comum.

1/7/1995Entra em vigor a Resolução n.º 124/94 do Grupo Mercado Comum, que trata da

obrigatoriedade do seguro de responsabilidade civil – a chamada Carta Verde – dos proprietários ou condutores de automóveis particulares e de aluguel que circulam pelos países do Mercosul, à exceção do Paraguai, cuja integração ao sistema ocorrerá em 2006.

1/7/1995O Uruguai, na pessoa do presidente Julio Maria Sanguinetti, substitui o Paraguai na

presidência pro-tempore do Mercosul.

2/7/1995Encerra-se a Conferência Hemisférica, convocada pelos EUA em seguimento à Cúpula de

Miami, que reuniu na cidade norte-americana de Denver, ministros da Economia de 34 nações do continente. A tese defendida pelos países integrantes do Mercosul - formação de uma zona hemisférica de livre comércio a partir da convergência gradual entre os diferentes blocos econômicos - é vitoriosa. São criados grupos de trabalho responsáveis pelo processo de harmonização de práticas nas áreas de acesso a mercados, regras de origem, normas técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, “dumping”, subsídios, direitos compensatórios, produtos agrícolas e parâmetros de negociação com as chamadas pequenas economias da região.

30/7/1995Os ministros da Educação da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai firmam, em Assunção, um

acordo para equiparação de títulos de nível médio técnico realizados na região. Também é assinado um protocolo que possibilitará o reconhecimento de títulos universitários para o prosseguimento de estudos de pós-graduação em universidades do Mercosul e o reconhecimento de títulos de pós-graduação.

30/7/1995 Os ministros da Educação da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinam em Assunção um

acordo para a equiparação de títulos de nível médio técnico realizados em países da região. Também é assinado um protocolo que possibilitará o reconhecimento de títulos universitários para o prosseguimento de estudos de pós-graduação em universidades do Mercosul e o reconhecimento de títulos de pós-graduação.

4/8/1995A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, reunida em Assunção (Paraguai) pela

primeira vez após o encontro de Ouro Preto, promove a revisão do regulamento interno, ajustando-o à nova realidade do processo de integração. São criadas oito subcomissões setoriais no âmbito da Comissão.

5/8/1995Adotado na 8ª Reunião do Conselho do Mercado Comum o Protocolo de Harmonização de

Normas sobre Propriedade Industrial no Mercosul em Matéria de Marcas, Indicações de Procedência e Denominações de Origem (Decisão n.º 8/95). O protocolo fará parte do Tratado de

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Assunção e entra em vigor 30 dias após a ratificação dos Congressos nacionais de dois países. Para os demais, mesmo que não ratificado pelos poderes legislativos respectivos, o protocolo entrará em vigência 30 dias após o depósito protocolizado na Associação Latio-americana de Integração (Aladi).

O Conselho do Mercado Comum aprova a nova estrutura para os subgrupos de trabalho do Grupo Mercado Comum. Além das reuniões ministeriais já existentes, cria-se a Reunião de Ministros da Saúde.

Os presidentes dos países do Mercosul decidem iniciar, formalmente, as negociações com a União Européia para a concretização de um acordo inter-regional.

O Grupo Mercado Comum aprova a criação de um mecanismo de exceção para a importação de insumos e matérias-primas de terceiros mercados, com alíquotas mais baixas às definidas pela Tarifa Externa Comum, quando a Comissão de Comércio constatar problema de abastecimento interno sem solução no âmbito do bloco. A medida terá validade até abril de 1996 e será de 50 produtos o limite de importação.

Representantes de seis centrais sindicais da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai entregam documento aos presidentes dos países-membros do Mercosul pedindo urgência no processo de constituição do Foro Consultivo Econômico-Social, criado pelo Protocolo de Ouro Preto, e que dará voz aos empresários e trabalhadores no processo de negociação do bloco.

21/8/1995Ministros de Comércio dos países integrantes do Grupo Andino, Mercosul e do Chile reúnem-

se no Rio de Janeiro (Brasil) para analisar o processo de integração da América do Sul, destacando a participação do setor privado nesse processo.

28/8/1995O Grupo Mercado Comum, em reunião extraordinária realizada em Montevidéu (Uruguai),

adota posição em face das negociações para a formação da Área Hemisférica de Livre Comércio (Alca), aprovada por 34 países na reunião ministerial de Denver, ocorrida em julho. Cada um dos quatro membros do Mercosul compromete-se a enviar representantes para as discussões dos sete grupos de trabalho criados e que iniciam as suas atividades em setembro.

18/9/1995 O ministro de Planejamento do Chile, Luis Maira, declara que a integração de seu país ao

Mercosul é prioritária. A manifestação reverte o discurso do governo Frei, favorável à integração do país ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

29/9/1995 Representantes da União Européia e do Mercosul concluem a redação de um acordo que

estabelece as bases para a criação de uma zona de livre comércio entre os dois blocos regionais. A assinatura do documento pelos governantes dos países cooperantes é marcada para 15 de dezembro.

18/10/1995 O Congresso argentino aprova lei que permite ao governo reduzir a alíquota do Imposto sobre

Valor Agregado (IVA) aos bens de capital importados com o objetivo compensar o aumento dos impostos aduaneiros para aquele tipo de produtos decorrente dos acordos do Mercosul.

25/10/1995 Aproximadamente 250 prefeitos de municípios da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai

participam do 1º Simpósio Internacional dos Municípios do Mercosul, em Mar del Plata (Argentina), com o objetivo de debater os impactos do processo de integração na situação dos municípios.

Page 26: Cronologia do Mercosul (1985-1999)

26/10/1995 O governo brasileiro decide manter em 70% a alíquota de importação de carros a partir de

janeiro, contrariando o acordo vigente com os demais membros do Mercosul, que estabelecia uma aliquota de 62%. As cotas de importação estão proibidas pela Organização Mundial de Comércio, mas são mantidos os incentivos e a vinculação entre a performance das exportações e das importações. É estabelecida em 2% a alíquota de importação de insumos e matérias-primas.

11/11/1995 Prefeitos de cidades da Argentina, Brasil e Uruguai fundam, em Assunção (Paraguai), a Rede

de Cidades do Mercosul (Mercocidades), para intercâmbios entre as áreas econômica, social e cultural.

15/11/1995 Os congressos da Argentina, Uruguai e Paraguai ratificam o Protocolo de Ouro Preto,

incorporando, às suas respectivas legislações, a nova estrutura do Mercosul. O cumprimento dessa determinação legal pelos três países possibilita ao Mercosul capacitar-se a assinar o acordo inter-regional de cooperação com a União Européia.

16/11/1995 Os países do Mercosul prorrogam, até dezembro de 1996, as preferências tarifárias negociadas

bilateralmente com os demais países da Associação Latino-americana de Integração. As preferências foram prorrogadas duas vezes porque o Mercosul e os demais países da Aladi não conseguiram renegociá-las de forma multilateral.

1/12/1995 Empresários do setor exportador da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai formalizam a

criação do Conselho do Comércio Exterior do Mercosul, para ser o interlocutor do setor privado com os organismos do Mercado Comum do Sul. Formam o Mercoex , a Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), a Câmara de Exportadores da Argentina (Cera), a União de Exportadores do Uruguai e a União dos Importadores do Paraguai.

6/12/1995 Dois acordos que beneficiam a zona de fronteira brasileiro-uruguaia são assinados em Punta

del Este (Uruguai). Um deles cria os comitês de fronteira de Jaguarão (Brasil)-Aceguá (Uruguai) e de Bella Unión (Uruguai)-Quaraí (Brasil). Outro acordo autoriza tratamento de saúde aos cidadãos de ambos os países, indistintamente, nos estabelecimentos de saúde localizados naqueles municípios.

A 9ª Reunião do Conselho de Ministros das Relações Exteriores dos 11 países que integram a Associação Latino-americana de Integração aprova a proposta de participação da Aladi no comitê de formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), já integrado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Organização dos Estados Americanos e a Comissão Econômica para América Latina e Caribe.

7/12/1995 A Bolívia, até 30/6/1996, deverá subscrever um acordo para a formação de uma área de livre

comércio com os países do Mercosul. Declaração nesse sentido é emitida pelos representantes dos cinco países, em Punta del Este (Uruguai), destacando a importância desse acordo, o primeiro concluído pelo Mercosul como uma união aduaneira com um país da Aladi, no formato 4+1.

A 9ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Punta del Este (Uruguai), aprova o Mandato de Assunção para a Consolidação do Mercado Comum (Decisão n.º 6/95).

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Elaborado pelo Grupo Mercado Comum, o documento é um programa de ação que orientará as negociações levadas a efeito até o ano 2000, com o objetivo de consolidar a união aduaneira e a inserção internacional do Mercosul.

15/12/1995 Entra em vigor o Protocolo de Ouro Preto, ratificado por Argentina, Paraguai e Uruguai.É assinado, em Madri (Espanha), o Acordo Inter-regional de Cooperação entre o Mercosul e a

União Européia.

18/12/1995 O Decreto Legislativo n.º 188, do Congresso brasileiro, datado de 17/12/1995, aprovando o

texto do Protocolo de Ouro Preto, é publicado no Diário Oficial.

1/1/96O Presidente da Argentina, Carlos Saúl Menem, sucede o Uruguai na presidência pro-tempore

do Mercosul.

22/1/1996Decidida a Constituição do Foro Consultivo Econômico e Social do Mercosul, que reunirá

representantes de entidades civis para discutir e encaminhar sugestões, sobre temas específicos, ao Grupo Mercado Comum (GMC), órgão executivo do Mercosul. Participam do Foro: as Confederações Nacionais do Comércio (CNC), da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e a Força Sindical, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as Associações Brasileiras da Indústria Química (Abiquim), da Indústria de Máquinas (Abimaq) e da Indústria Eletrônica (Abinee).

4/2/1996Assinada a Ata de Canela durante a primeira reunião dos Ministros da Cultura do Mercosul,

realizada em Canela (Brasil/RS), que prevê o aprofundamento das relações culturais, a criação do Selo Mercosul Cultural, a realização de cursos para administradores culturais e o desenvolvimento de redes regionais informatizadas integradas ao Sistema de Informação Cultural da América Latina e Caribe.

6/2/1996O Ministério da Fazenda do Brasil divulga nova lista de exceções à Tarifa Externa Comum

(TEC) do Mercosul. Segundo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Luís Paulo Velloso Lucas, as inclusões visam evitar importações indesejadas, reduzem o número de produtos incluídos de 111 para 68 e protegem os setores têxtil, vinícola, e derivados do leite.

27/3/1996Instalada, pelo chanceler Luís Felipe Lampreia, a seção brasileira do Foro Consultivo

Econômico e Social do Mercosul.

9/4/1996Os presidentes da Argentina, Carlos Menem, e do Brasil, Fernando Henrique Cardoso,

assinam, em Buenos Aires, acordos de cooperação nas áreas de Ciência e Tecnologia, Cultura, Integração Física, Energia, Cooperação Técnica, Meio Ambiente e Aplicação Pacífica de Ciência e Tecnologia Espaciais.

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10/5/1996Entra legalmente em vigor, no Brasil, o Protocolo de Ouro Preto (12/1994), que dá

personalidade jurídica ao Mercosul.

31/5/1996Constituído o Foro Consultivo Econômico Social do Mercosul na sua Iª Reunião Ordinária em

Buenos Aires, com as Seções nacionais da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e é aprovado o seu Regimento Interno.

11/6/1996Realizada a primeira reunião da Comissão Mista Mercosul-União Européia, dando

continuidade ao Acordo Marco de Cooperação assinado entre as partes em 15/12/1995.

25/6/1996Assinados, por ocasião da X Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em San

Luís (Argentina), o acordo de adesão do Chile ao Mercosul e o pré-acordo de adesão da Bolívia.Aprovada, durante a X Reunião do Conselho Mercado Comum (CMC), a “cláusula

democrática” que deverá figurar nos acordos firmados pelo Mercosul com terceiros países. Os presidentes dos países-partes do Mercosul reiteraram a adesão do bloco à democracia representativa e previram procedimentos para fazer face a eventuais desvios do exercício democrático.

1/7/1996O Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, substitui o da Argentina na presidência

pro-tempore do Mercosul.

12-18/8/1996Criado Selo Mercosul Cultural, que permite aos artistas e gestores culturais desembaraçarem

com maior facilidade nas aduanas instrumentos e equipamentos.

14/8/1996Acordo de adesão do Chile ao Mercosul é aprovado pela Câmara de Deputados chilena,

entrando em vigor no dia 1º de outubro do corrente ano.

26/8 - 1/9/1996Decisão tomada durante Reunião de Ministros da Justiça do Mercosul, realizada em Brasília,

assegura, a partir de 1997, que os cidadãos do Mercosul que estiverem cumprindo pena em algum país do bloco, que não o seu, poderão completá-las em seus próprios países, respeitadas as penas e condições em que ocorreu a condenação. Na ocasião, foi acertada, também, a assessoria jurídica gratuita para os cidadãos dos quatro países.

21/9/1996Ministros das Cortes de Justiça da Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile aprovam a criação de

um tribunal, com sede permanente em Assunção (Paraguai), para resolver controvérsias no âmbito do Mercosul.

22/11/1996Assinado, em Santa Maria (Brasil/RS), acordo relativo ao trabalho coordenado das forças

policiais dentro das fronteiras do Mercosul, visando facilitar o controle do narcotráfico e do contrabando de armas e mercadorias.

16-17/12/1996

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Por ocasião da XI Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Fortaleza (Brasil), foi assinado acordo estabelecendo que a sede da Secretaria Administrativa do Mercosul será Montevidéu, tendo sido nomeado Secretário Administrativo do Mercosul, o uruguaio Jorge Enrique Fenández Reyes e aprovado o logotipo do Mercosul.

1/1/1997O Presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy, substitui o do Brasil na presidência pró-

tempore do Mercosul.

11/2/1997Os presidentes da Argentina, Carlos Menem, do Paraguai, Juan Wasmosy e do Uruguai, Julio

Sanguinetti, inauguram, perante seus pares do Brasil e da Bolívia, as obras da hidrovia Paraguai-Paraná, anunciando, em Buenos Aires, a dragagem de 2.300 quilômetros da mesma.

26 - 28/2/1997Realiza-se em Recife (Brasil) a segunda reunião de vice-ministros dos 34 países americanos

que integrarão a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). A reunião esteve organizada em onze grupos de trabalho: acesso a mercado, procedimentos aduaneiros e regras de origem, investimentos, standards e barreiras técnicas ao comércio, medidas sanitárias e fitossanitárias, subsídios, economias menores, compras governamentais, propriedade intelectual, serviços e política de competição.

25/3/1997O governo brasileiro decreta a Medida Provisória 1.569, eliminando os financiamentos

externos às importações de até 180 dias, com o objetivo de equilibrar a balança comercial, através da redução induzida das importações.

28/3/1997Os países-partes do Mercosul criticam o Brasil pela Medida Provisória 1.569. O ministro da

Economia da Argentina, Roque Fernández, adia sua vinda ao Brasil e declara que não discorda da Medida, nem a considera discriminatória; esperava, apenas, ter sido avisado com antecedência sobre sua decretação. O ministro da Economia do Uruguai, Luis Mosca, avaliou que a Medida brasileira afeta mais da metade das exportações uruguaias, especialmente os setores têxtil e de confecções. Diante das reações, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, admitiu que poderão ser estabelecidas exceções aos países do Mercosul.

3/4/1997O ministro da Fazenda do Brasil, Pedro Malan, anuncia mudanças na Medida Provisória 1569,

permitindo um tratamento especial para os países signatários do Tratado de Assunção, no que concerne ao financiamento das importações, objeto da referida Medida. Na prática, isso significa que as importações de valor inferior a US$ 40 mil poderão ser feitas sem restrições. O Uruguai poderá beneficiar-se dessas mudanças quando aderir ao acordo firmado pelos demais países do bloco, junto à Aladi, tratando das possíveis soluções de controvérsias sobre pagamentos e operações de comércio exterior. Em contrapartida, o Chile e a Bolívia foram beneficiados com as mudanças, apesar de serem sócios parciais do Mercosul.

27/4/1997Argentina e Brasil assinam acordo fazendo concessões mútuas em diversas áreas sensíveis. As

concessões brasileiras concentram-se nas áreas automobilística e de lubrificantes. O Brasil amplia a entrada de veículos provenientes da Argentina, sem cumprir as exigências do acordo automotivo existente entre os dois países: a cada dois veículos argentinos exportados para o Brasil, apenas um

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brasileiro poderá ingressar naquele mercado. Além disso, o Brasil se compromete a aceitar as guias de importação de lubrificantes argentinos feitas com 24 horas de antecedência. As concessões argentinas consistem na eliminação da tarifa de importação do café solúvel brasileiro, na redução de 15% para 8% da tarifa de exportação de couro para o Brasil, no aumento da cota de importação de pneus e na eliminação da exigência de um selo bordado para os produtos têxteis importados do Brasil. Além disso, serão encaminhadas negociações sobre a importação de vinho e de medicamentos, que dependem da aprovação do Congresso brasileiro. Quanto ao açúcar, o governo argentino mantém a proteção para o setor.

13-16/5/1997Realiza-se, em Belo Horizonte (Brasil), o Terceiro Encontro das Américas, reunindo os

ministros da área econômica e de comércio dos 34 países americanos que deverão compor a Alca. Dos trabalhos desenvolvidos em grupos especializados, deverá resultar documento a ser encaminhado à reunião a ser realizada na Costa Rica, em fevereiro de 1998.

13-16/5/1997Acontece, paralelamente ao Terceiro Encontro das Américas, o III Foro Empresarial das

Américas reunindo 1,9 mil empresários dos países que participam das negociações da Alca.

13-16/5/1997Sindicalistas participantes do Foro Sindical dos Trabalhadores das Américas, reunidos durante

o Terceiro Encontro das Américas, em Belo Horizonte, elaboram documento com as reivindicações sociais a serem contempladas na formação da Alca: combate ao trabalho infantil, ao trabalho escravo e à discriminação racial, direito de organização sindical e de organização coletiva dos trabalhadores.

15/5/1997Durante o III Foro Empresarial das Américas, a União Industrial Argentina (UIA) e a

Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) decidem criar um foro empresarial permanente dentro do Mercosul.

30/5/1997Realizada a primeira Reunião de Ministros do Interior do Mercosul, em Assunção (Paraguai),

da qual participou, também, o ministro chileno.

9/6/1997A Secretaria Administrativa do Mercosul (Sam) passa a ocupar nova sede, em Montevidéu,

compartida com a Comissão Interparlamentar do Mercosul e o Foro Consultivo Econômico e Social do Mercosul.

16-17/6/1997Realiza-se a 26ª Reunião Ordinária do Grupo Mercado Comum, em Assunção (Paraguai), para

tratar temas relacionados às áreas de previdência social, sistema financeiro e serviços.

19/6/1997Universidades particulares argentinas e brasileiras constituem o Núcleo de Pós-Graduação

Supranacional do Mercosul, sendo o Brasil representado pela Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), que reúne 67 universidades, e a Argentina, pela Fundación Etcheverry de Investigación y Estudios Internacionales (FEIE),que congrega 15 universidades.

01/07/1997

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O Presidente do Uruguai, Julio Maria Sanguinetti, substitui o do Paraguai na presidência pro-tempore do Mercosul.

25/7/1997A assinatura da Declaração do Pantanal, pelos presidentes boliviano, Gonzalo Sánchez de

Lozada e o brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, em Puerto Suárez (Bolívia), dá início às obras do gasoduto binacional.

7/8/1997Inaugurado o primeiro gasoduto argentino-chileno, que atravessa a Cordilheira dos Andes.27/8/1997Estados Unidos desembargam a venda de armas para a América Latina e elegem a Argentina

como aliado especial extra-Otan. Tal fato e a disputa do Brasil e da Argentina por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, reaviva as disputas entre os dois países pela liderança regional. Além disso, o Chile reage ao privilégio concedido à Argentina, que possibilita àquele país a compra de armas em condições mais favoráveis.

3/9/1997Senado argentino derruba o veto presidencial que impede a elevação das alíquotas de

importação do açúcar brasileiro. Com isso, as compras do produto ficam sujeitas às mesmas taxações incidentes sobre as compras de fora do bloco, o que significa algo em torno de 21%. Usineiros argentinos argumentam que a medida contrabalança o subsídio brasileiro ao setor sucroalcooleiro.

6/9/1997A Câmara de Deputados do Brasil ameaça proibir a entrada de trigo argentino no Brasil em

retaliação à medida argentina que elevou a alíquota de importação do açúcar.

14/10/1997Os exércitos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai realizam, em Rosário do Sul

(Brasil/RS), o primeiro exercício conjunto no âmbito da chamada Operação Cruzeiro do Sul. Em 1996, a operação foi realizada por militares argentinos e brasileiros no campo militar de General Avalos (Corrientes Argentina), tendo Uruguai e Paraguai como observadores.

30/10/1997Em reunião dos Ministros da Saúde do Mercosul, realizada em Montevidéu (Uruguai), foram

criadas comissões especiais voltadas à implementação de medidas regionais de combate e prevenção de emergências e catástrofes.

10-11/11/1997Em visita ao Brasil, o presidente argentino, Carlos Menem, declara o apoio de seu governo ao

plano de ajuste econômico do Brasil, sobre o qual vinha sendo informado. Segundo o Presidente Menem, as medidas tomadas fortalecem o Mercosul e protegem as moedas dos países signatários. Em declaração conjunta, os presidentes externam a prioridade acordada por ambos ao Mercosul e reafirmam seu engajamento na construção da Alca.

Documentos assinados na ocasião: memorando de entendimento sobre cooperação consular, criando a Comissão de Cooperação Consular Brasil-Argentina que, reunindo-se uma vez por ano, coordenará as atividades consulares dos dois países; acordo para a criação da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço que proporá ações para o desenvolvimento integrado da fronteira, devendo priorizar as áreas sociais; acordo para a criação do Centro Único de Fronteira São Borja - São Tomé, com vistas a facilitar o fluxo de mercadorias, serviços e pessoas; acordo de

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integração cultural e convênio de cooperação educativa, buscando fomentar o ensino de português e espanhol e a formação de recursos humanos, entre outros.

14/11/1997Em reunião do Mecanismo de Coordenação Macroeconômica do Mercosul, firma-se acordo

sobre a elevação linear da TEC, em três pontos percentuais, com duração até o ano 2001.

24-29/11/1997Representantes da Comissão Européia e do Mercosul reuniram-se, em Punta del Este

(Uruguai), para dar continuidade aos trabalhos de exame do intercâmbio e do estabelecimento das bases metodológicas para a instauração de uma zona de livre comércio entre os dois blocos. Os trabalhos foram realizados por três grupos especializados: bens, serviços, normas e disciplinas comerciais.

29/11/1997 Criado, durante a II Reunião de Ministros do Interior e da Justiça do Mercosul realizada em

Punta del Este (Urguai), o Plano Regional de Segurança Cidadã que dispõe sobre documento de identidade único e sobre a legislação penal.

9/12/1997Inaugurada, pelos presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e da Argentina, Carlos

Menem, a Ponte da Integração, ligando São Borja (Brasil) a Santo Tomé (Argentina).

9-15/12/1997 Realiza-se, em Montevidéu, a 13ª Reunião do Mercado Comum e a Cúpula de Chefes de

Estado do Mercosul.

15/12/1997A Sede Administrativa do Mercosul é inaugurada em Montevidéu, sob a denominação

Edifício Mercosul.

15/12/1997Conselho do Mercado Comum aprova Padrão Normativo de Regulamento Comum Relativo à

Defesa Contra as Importações Objeto de Dumping Provenientes de Países Não-membros do Mercosul.

O Grupo Mercado Comum cria o grupo ad hoc Compras Governamentais de bens e serviços no Mercosul.

O Conselho do Mercado Comum decide aprovar o Protocolo de Montevidéu sobre Comércio de Serviços do Mercosul.

Conselho do Mercado Comum amplia a participação do Chile nos foros do Mercosul, que participará da elaboração da agenda das reuniões de cúpula e das instâncias negociadoras quando o assunto estiver relacionado com o que foi acordado no documento de associação do Chile ao Bloco.

Os países do Mercosul firmam Acordo Multilateral de Previdência Social do Mercosul, a ser ratificado pelos parlamentos e devendo entrar em vigor no primeiro dia do mês seguinte à data do depósito do último instrumento de ratificação.

22/12/1997Assinada, pelos Ministros do Interior da Argentina, Brasil e Paraguai, a Ata de Foz de Iguaçu,

que estabelece que as atividades ilegais na fronteira dos três países devem ser tratadas de forma coordenada.

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29/12/1997Os Ministros das Relações Exteriores da Argentina, Guido di Tella, e do Chile Miguel Insulza,

assinam, em San Juan (Argentina) e Antofagasta (Chile), na presença dos presidentes, Carlos Menem e Eduardo Frei, o Tratado de Integração e Complementação Mineira, a ser aprovado pelos respectivos parlamentos.

10-12/2/1998Durante 3ª Reunião do Comitê Preparatório da Alca, realizada em Costa Rica, empresários e

governadores americanos sustentam posições contrárias aos interesses do Mercosul. Os americanos propõem acordos provisórios – interim arrangements- antes do final da rodada que deverá estender-se até 2005. Os mercosulenhos são contra tais acordos e não aprovam a redução tarifária antes da entrada em vigor, simultaneamente, de todos a questões s negociadas no âmbito da Alca.

11-12/2/1998Realiza-se a 8ª reunião anual do Grupo do Rio e chanceleres europeus, para discutir a

cooperação econômica da América Latina com o bloco europeu e preparar a Cúpula Europa-AL, prevista para 1999.

16-18/3/1998É definida, em San José (Costa Rica), a sede administrativa temporária da Alca que deverá ser

rotativa: Miami, Panamá e México; são definidos, também, nove grupos de negociação e a presidência e vice-presidência do Comitê de Negociações Comerciais, em caráter rotativo, iniciando pelo Canadá na presidência e Argentina na vice durante os primeiros dezoito meses; após, a Argentina ocupa a presidência e o Equador a vice; depois, o Equador a presidência e o Chile a vice e, finalmente, Brasil e Estados Unidos co-presidiriam na última fase.

16/4/1998O Mercosul assina acordo-marco para o Livre Comércio com a Comunidade Andina e

Protocolo de Comércio e Investimentos com o Mercado Comum Centro-americano.

18-19/4/1998Realiza-se a 2ª Cúpula das Américas em Santiago do Chile, reunindo as autoridades máximas

de todos os países americanos, exceto Cuba. A Cúpula marca o início formal das negociações para a implementação da Alca, a partir de 2005, e aprova o Plano de Ação que prevê iniciativas na área educacional, de promoção da democracia e dos direitos do homem, de aprofundamento da integração e do livre comércio.

17-18/06/1998Realizada, em Buenos Aires (Argentina), a primeira reunião do Comitê de Negociações

Comerciais da Alca, sob a presidência do Canadá, para estabelecer as atribuições e as presidências dos onze grupos e comitês de trabalho: Acesso a mercados (Colômbia), Agricultura (Argentina), Investimento (Costa Rica), Compras do setor público (EUA), Direitos de propriedade intelectual (Venezuela), Serviços (Nicarágua), Política de concorrência (Peru), Solução de controvérsias (Chile), Grupo consultivo sobre pequenas economias (Jamaica), Comitê conjunto de especialistas de governo e do setor privado sobre comércio eletrônico (Barbados).

18/6/1998Os governos do Canadá e dos países partes do Mercosul firmam acordo de cooperação nas

áreas de comércio e investimentos, estabelecendo uma estrutura para negociação de acordos bilaterais.

24/7/1998

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É aprovado, ao final da 14ª Reunião de Presidentes do Mercosul, o Protocolo de Ushuaia, que dá força de lei à cláusula democrática nos países partes. Isso quer dizer que o país signatário que não respeitar os preceitos democráticos não poderá permanecer no bloco.

20/10/1998Encerra-se a primeira rodada de negociações para formar a Alca, em Miami (EUA). A forma

intergovernamental das negociações intragrupos elimina a possibilidade de representação dos blocos regionais nessas instâncias.

10/1998Argentina assina Acordo de Complementação Econômica com o México com validade até

31/12/2001, o que fere a orientação em vigor no Mercosul, de que nenhum país parte do bloco renovaria acordos bilaterais com terceiros países, sobretudo aqueles com prazo que ultrapassa 1º/1/2001, quando entra em vigor a Tarifa Externa Comum para todos os produtos comercializados pelo bloco.

2-3/12/1998Realizada a segunda reunião do Comitê de Negociações Comerciais da Alca, em Paramaribo

(Suriname), ocasião em que foram preparadas 51 medidas sobre procedimentos alfandegários e normas de origem a serem aprovadas na próxima reunião a realizar-se em Cochabamba (Bolívia), em julho de 1999.

10/12/1998Apesar do comunicado da 15ª Reunião dos Presidentes do Mercosul, realizada no Rio de

Janeiro (Brasil), salientar os objetivos comuns dos países partes do bloco, o clima geral do encontro foi de apreensão quanto aos possíveis desdobramentos da política cambial brasileira. Houve alguns avanços quanto à regulamentação do trabalho (declaração sócio-laboral do Mercosul), ao reconhecimento de diplomas, ao intercâmbio na área educacional, à solução de controvérsias, ao acordo de extradição, à defesa do consumidor e ao registro de veículos. Permanecem como pendências a liberação do mercado de açúcar, a criação de um regime automotivo e de um código do consumidor comum, o estabelecimento de direitos na defesa comercial e de concorrência, a conclusão de um protocolo de serviços e a formulação de um regime comum de compras governamentais.

13/1/1999O governo brasileiro enfrenta a crise financeira desvalorizando o câmbio, o que afeta as

exportações de seus pares do Mercosul para o Brasil.

15/1/1999O presidente argentino, Carlos Menem, provoca incidente diplomático ao sugerir a dolarização

como alternativa às crises econômicas latino-americanas, referindo-se explicitamente ao Brasil.

15/1/1999O ministro da Economia argentino, Roque Fernández, defende a diversificação do destino das

exportações para evitar situações de dependência como a que caracteriza as relações comerciais entre a Argentina e o Brasil, em que 42% das exportações daquele país destinam-se ao Brasil.

22/1/1999 O presidente do Banco Central argentino, Pedro Pou, anunciou que a Argentina converterá

totalmente o peso em dólar até o final de 2002.

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25/1/1999Delegações dos governos dos países do Mercosul reúnem-se em Brasília e discutem medidas a

serem adotadas para compensar as perdas comerciais decorrentes da desvalorização cambial brasileira. Decide que os argentinos reduzirão os preços do petróleo e do trigo que vendem ao Brasil e que o governo brasileiro revisará os incentivos às exportações para a Argentina e as barreiras às importações daquele país.

7/2/1999O secretário do Planejamento da Argentina, Jorge Castro, divulga o Tratado de Associação

Monetária com os Estados Unidos, confirmando a decisão daquele governo de dolarizar a economia, o que é visto com preocupação pelo governo brasileiro.

13/2/1999Realizada, em São José dos Campos, reunião dos presidentes da Argentina, Carlos Menem, e

do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de buscar soluções para a crise comercial entre os dois países desencadeada pela desvalorização cambial brasileira.

Como resultado do encontro, foi anunciada a Declaração de São José dos Campos, que cria um grupo especial de acompanhamento sob a responsabilidade da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio do Brasil e da Subsecretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia da Argentina, a fim de acompanhar os fluxos comerciais e avaliar possíveis efeitos derivados das mudanças operadas nas economias dos dois países, e decidida, pelo Brasil, a exclusão dos bens de consumo exportados para o Mercosul dos benefícios do Programa de Financiamento das Exportações (Proex).

28/3/1999O presidente do Paraguai, Raúl Cubas, renuncia ao cargo, possibilitando uma rápida saída à

crise desencadeada pelo assassinato do vice-presidente Luis María Argaña, no dia 23 passado. Assume a presidência do país o senador Luis González Macchi, até 2003. Para esse desfecho, foram decisivas as gestões levadas a termo pelos presidentes da Argentina, Carlos Menem, e do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, que possibilitaram o respeito à Cláusula Democrática vigente no Mercosul. Segundo esse dispositivo, a observância dos princípios democráticos é condição indispensável para a permanência de qualquer país no bloco.

01/4/1999Brasil renova por 90 dias os acordos comerciais bilaterais vigentes com os países da

Comunidade Andina. Com isso, o país inicia uma nova estratégia negociadora regional, privilegiando as negociações bilaterais em detrimento às tratativas regionais envolvendo os demais países do Mercosul (4 + 4).

4/1999O Brasil decide renegociar acordo comercial bilateral com o México, o que deverá ocorrer em

reunião da qual participarão ministros da área econômica dos dois países e que se realizará em julho próximo.

5/1999Crise econômica e financeira da Argentina poderá aprofundar a crise por que passa o

Mercosul desde a desvalorização cambial brasileira.