crítica a hegel

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 KIERKEGAARD 3 Crítica a Hegel:  A existência não se aplica po r um sistema lógico Realça a importância da subjectividade, individualismo contrapondo com o objectivismo e abstracto de Hegel. Ø No pensamento objectivo não há comunicação porque só se analisa a si próprio. Ø O pensamento abstracto de Hegel anula a existência. Ø Kierkegaard propõe uma lógica alternativa. Ø Hegel ignora o ético e o religioso. Para Kierkegaard não há sistema possível para e xplicar a existência. Ø Para Hegel: a) A realidade é a totalidade e esta é a ideia.  b) A realidade totalitária é a ideia universal, é uma realidade eterna. Não se pode ter um pensamento objectivo mas subjectivo. Há coisas que não se explicam, só vivendo-as. A verdade não pode ser universal porque depende da existência de cada. Posso esquecer ou negar qualquer coisa menos o eu. O meu interior e o exterior a mim são coisas diferentes contrariamente a Hegel. Hegel: vê a religião como um absoluto. Kierkegaard: não se pode mediatizar o absoluto cristão. No sistema de Hegel não temos começo nem conclusão. Existência – Subjectividade singular:   A verdade é particular, a existência é a verdade. O destino não está predefinido. O pensamento constrói-se em função da existência. Construiu o seu pensamento consoante a sua existência, construiu a sua filosofia consoante o seu viver. A verdade não é universal, cada um tem de encontrar a sua verdade. Tem de haver um imperativo moral que constitua um todo uno sendo apenas uma expressão da existência de cada um. A verdade é um movimento. A verdade só tem sentido se a vivermos. O pensamento nunca é absoluto por estarmos em constante movimento existencial. A subjectividade é a condição da verdade e a existência é sua necessidade. Os requisitos da existência são a verdade e a paixão. Viver é lutar contra o pensamento porque se penso não vivo e se vivo não penso. Mas para existir tenho de pensar, eis o paradoxo. Estádios – Estádio estético:  Vive-se em constante tensão. O desejo dirige-nos. O objectivo é o prazer mas este é inatingível o que remete para um desespero.

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5/13/2018 Crítica a Hegel - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-a-hegel 1/3

 

KIERKEGAARD3 Crítica a Hegel: 

 

• A existência não se aplica por um sistema lógico• Realça a importância da subjectividade, individualismo contrapondo com o objectivismo eabstracto de Hegel.

Ø No pensamento objectivo não há comunicação porque só se analisa a si próprio.Ø O pensamento abstracto de Hegel anula a existência.Ø Kierkegaard propõe uma lógica alternativa.Ø Hegel ignora o ético e o religioso.• Para Kierkegaard não há sistema possível para explicar a existência.Ø Para Hegel:

a) A realidade é a totalidade e esta é a ideia.  b) A realidade totalitária é a ideia universal, é uma realidade eterna.

• Não se pode ter um pensamento objectivo mas subjectivo.• Há coisas que não se explicam, só vivendo-as.• A verdade não pode ser universal porque depende da existência de cada.• Posso esquecer ou negar qualquer coisa menos o eu.• O meu interior e o exterior a mim são coisas diferentes contrariamente a Hegel.• Hegel: vê a religião como um absoluto.• Kierkegaard: não se pode mediatizar o absoluto cristão.• No sistema de Hegel não temos começo nem conclusão.

Existência – Subjectividade singular: 

 

• A verdade é particular, a existência é a verdade.• O destino não está predefinido.•

O pensamento constrói-se em função da existência.• Construiu o seu pensamento consoante a sua existência, construiu a sua filosofiaconsoante o seu viver.• A verdade não é universal, cada um tem de encontrar a sua verdade.• Tem de haver um imperativo moral que constitua um todo uno sendo apenas umaexpressão da existência de cada um.• A verdade é um movimento.• A verdade só tem sentido se a vivermos.• O pensamento nunca é absoluto por estarmos em constante movimento existencial.• A subjectividade é a condição da verdade e a existência é sua necessidade.•

Os requisitos da existência são a verdade e a paixão.• Viver é lutar contra o pensamento porque se penso não vivo e se vivo não penso.• Mas para existir tenho de pensar, eis o paradoxo.

Estádios – Estádio estético: • Vive-se em constante tensão.• O desejo dirige-nos.• O objectivo é o prazer mas este é inatingível o que remete para um desespero.

5/13/2018 Crítica a Hegel - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-a-hegel 2/3

 

• Este resultado leva à passagem para o estádio ético.• É o estádio do sedutor que vive no momento.• O físico é decisivo neste estádio.

Estádio ético: • O dever domina.• Toma-se consciência da importância da moralidade.• O casamento torna-se uma obrigação justa.• O dever torna-se uma auto-escolha em que o homem se torna numa pessoa.• Estádio da abstracção.• O indivíduo torna-se uma generalidade para poder actuar segundo o dever.• A própria pessoa torna-se o homem geral.• O dever vem do nosso interior.• A acção por dever tem em mira a felicidade.• Logo quando não se atinge a felicidade o dever desmorona-se.• Ao cair na generalidade ética, o homem perde-se no plural por esquecer o indivíduo que é.•

Como requer o geral acaba por não resolver todos os casos problemáticos.• O colapso do estádio ético leva à passagem para o estádio religioso.• A ética é o arrependimento, com este afirmo-me e nego-me (ao negar a minha acção)logo, é contraditório, é um impasse.• Frente ao pecado a ética arruína-se e cai no particular.

Estádio religioso: 

 

• Domina a fé.• Não se pode incluir a razão porque é um campo de paradoxos.Ø Tem lugar a esperança e o eterno.• Admitimos a nossa culpabilidade; aceitamos o sofrimento e esperançamo-nos na fé.Ø

O desespero já não tem lugar aqui.• A salvação é a fé, esta é o contrário do pecado.• Reconhece-se a dependência para com Deus.• Esperança + crença = fé.• A fé torna-se um pecado porque não é racional.

Angústia e desespero: 

 

• Angústia e desespero estão automaticamente ligados á vida.• A possibilidade de escolhas na vida tem uma patente negativa, isto é, leva-nos aodesespero.•

A liberdade do desejo leva à angústia.• Ter de realizar o eu leva á angústia.• A salvação do desespero é a negação do finito remetendo-se para a fé, temos aqui temosum paradoxo.• O desejo é a dialéctica, é a porta da transcendência.• Temos de passar pela angústia e desespero para aceder à salvação.• Quem se vira contra Deus não cura o desespero e vive numa “falsa despreocupação”.

Dialéctica e paradoxo: 

5/13/2018 Crítica a Hegel - slidepdf.com

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• A sua dialéctica inclui contradições, estas são necessárias e levam a paradoxos.• A sua dialéctica convém à problemática do existente.• Hegel: contradição separada.• Kierkegaard: angústia que leva a uma contradição constante.• O paradoxo é essencial na existência.• A fé é angustiante por ser incerta.• Hegel: une o homem e a natureza.• Kierkegaard: descreve-os como separados e levados a unirem-se só pela fé.• A dúvida não interroga e existência da fé mas põe em causa a fé como meio para asalvação.

Significado da obra: 

 

• Soluções racionais e abstractas não são a chave da salvação, esta será permitida pela fé.• Apresenta um método de vida, um método prático.• O ponto de partida é o indivíduo, este irá se procura na fé.• Ele não aponta para uma filosofia de vida mas para um método existencial.• O indivíduo é a realidade concreta.• Filosofar é ter uma visão geral que obrigatoriamente nos leva a considerar os existentes.• Apela à importância da diferença existencial.• Viver é “ir sendo”, a vida não é definida.