critérios para o uso eficiente de inversores de freqüência

236
“Critérios para o Uso Eficiente de Inversores de Freqüência em Sistemas de Bombeamento de Água” Wlamir Rodrigues Campinas 2.007

Upload: fabiano-lima

Post on 02-Oct-2015

224 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Conversores de frequência

TRANSCRIPT

  • Critrios para o Uso Eficiente de Inversores de Freqncia em Sistemas de Bombeamento de gua

    Wlamir Rodrigues

    Campinas 2.007

  • Critrios para o Uso Eficiente de Inversores de Freqncia em Sistemas de Bombeamento de gua

    Autor: Wlamir Rodrigues

    Orientador: Prof. Dr. Edevar Luvizotto Junior

    Tese de Doutorado apresentada Comisso de

    Ps-Graduao da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia Civil, na rea de concentrao de Recursos Hdricos.

    Campinas, SP 2.007

  • FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA REA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA BAE UNICAMP

    R618c

    Rodrigues, Wlamir Critrios para o uso eficiente de inversores de freqncia em sistemas de bombeamento de gua / Wlamir Rodrigues. -- Campinas, SP: [s.n.], 2007. Orientador: Edevar Luvizotto Junior Doutorado - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. 1. Estao de bombeamento. 2. Drives com velocidade varivel. 3. Energia eltrica - Conservao. 4. Motores eltricos. I. Luvizotto Junior, Edevar. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Ttulo.

    Ttulo em Ingls: Criterion for the efficient use of variable speed drive in water

    public systems Palavras-chave em Ingls: Pump systems, Variable speed drive, Optimal

    operation, Electric energy, Electric motor rea de concentrao: Recursos Hdricos Titulao: Doutor em Engenharia Civil , Arquitetura e Urbanismo Banca examinadora: Yvone de Farias Lemos de Lucca, Rodrigo de Melo Porto,

    Jos Geraldo Pena de Andrade, Paulo Vatavuk Data da defesa: 09/08/2007 Programa de Ps-Graduao: Faculdade de Engenharia Civil

  • Este trabalho dedicado ao meu filho, Guilherme, cuja

    chegada mudou por completo a viso e o sentido da vida em

    minha famlia.

  • AGRADECIMENTOS

    Deus, pela vida e pelo privilgio de ter tido acesso a educao.

    Maz, minha esposa, pelo amor, compreenso e estmulo dedicados ao longo das

    muitas etapas deste trabalho. Sua presena preencheu todas as lacunas deixadas nos momentos

    em que estive ausente.

    Aos meus pais, Osmar e Cleusa, pela base que deu suporte a educao dos filhos.

    Ao Prof. Dr. Edevar Luvizotto Junior, meu amigo e orientador, pelos ensinamentos,

    cumplicidade, companheirismo e dedicao. Suas irreparveis posturas tica, moral e

    profissional, foram para mim parmetros de referncia pessoal que superaram o campo

    acadmico.

    Sociedade de Abastecimento de gua e Saneamento S/A SANASA, pelo apoio total

    e irrestrito disponibilizando pessoal, equipamento e instalaes para o desenvolvimento de nossa

    pesquisa.

  • Ao Eng Rinaldo da Silva Filho, Diretor Tcnico da SANASA (2.001 2.004), pelo

    suporte nossa pesquisa, permitindo minha viagem a industria WEG em Jaragu do Sul SC,

    para conhecer e aprender mais sobre inversores de freqncia.

    Ao Eng Vladimir Jos Pastore, Gerente de Produo e Operao da SANASA, pelo

    apoio e compartilhamento de suas experincias profissionais. Nossas discusses sobre sistemas

    de bombeamento contriburam por demais no desenvolvimento e concluses desse trabalho.

    Ao Eng Francisco Fernando Correa Viana, Coordenador de Operao de gua, pelo

    auxlio na aquisio dos dados operacionais do sistema ao longo do perodo de testes, efetuando

    mudanas na rotina operacional das unidades estudadas em funo das nossas necessidades.

    Aos Engs Claudio Luiz Tiozzi Rubio, Ricardo Danieli Zanin e ao tcnico Roberto

    Galani Marques, amigos e profissionais da SANASA, pela abnegao e desprendimento em

    compartilhar os seus conhecimentos e experincias sobre o assunto de variao de velocidade.

    A todos os tcnicos da SANASA que direta ou indiretamente participaram do

    desenvolvimento desse trabalho de pesquisa, em especial ao amigo Luiz Roberto Sarto, pelo

    empenho, disposio e dedicao na aquisio de todos os dados em campo.

    Ao Prof. Dr. Kamel Zahed Filho, pelo esforo e apoio no estabelecimento de um elo de

    contato dentro da SABESP, viabilizando nossa visita.

    Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP, na pessoa dos

    Engs Celso Haguiuda, Maurcio Carnevalli, Carlos Alberto Miranda da Silva e do tcnico

    Andr Raul Costa Santos, pelo compartilhamento de suas experincias com inversores de

    freqncia e soft starter dentro da SABESP na RMSP.

  • A gua a fora motora de toda a natureza.

    Leonardo da Vinci

  • i

    RESUMO

    RODRIGUES, WLAMIR. Critrios para o Uso Eficiente de Inversores de Freqncia em

    Sistemas de Bombeamento de gua. Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e

    Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2.007. 208 p. Tese (Doutorado).

    Instalaes de bombeamento so comumente encontradas em qualquer sistema que

    envolva o transporte de lquidos, como sistemas pblicos de abastecimento. Num passado no to

    distante, os projetos dessas instalaes eram superdimensionados e, na maioria das vezes, nunca

    chegavam a operar em sua plenitude. A operao de controle de vazo, atravs de uma vlvula na

    sada da estao de bombeamento, sempre foi uma ao nociva estrutura em todos os sentidos,

    alm do desperdcio de energia eltrica que esse tipo de operao provocava. Paralelamente, a

    energia eltrica se tornou muito dispendiosa, e a sua gerao muito mais complicada com

    impactos cada vez maiores no meio ambiente. Em condies to desfavorveis, o inversor de

    freqncia se tornou pea importante na misso de racionalizar o uso da energia eltrica sem

    afetar a operao do sistema. Neste trabalho so estudadas duas instalaes de bombeamento da

    cidade de Campinas SP, dotadas de inversores de freqncia, onde so comparadas operaes

    com e sem o uso deste dispositivo, suas vantagens e desvantagens, possibilidades e limitaes.

    Com o auxlio de trs modelos matemtico-computacionais, um que reproduziu uma das

    instalaes, outro de auditoria energtica e um terceiro de otimizao, especialmente

    desenvolvidos para esse estudo, foi possvel a simulao de cenrios operacionais, buscando

    extrair a mxima eficincia do inversor e a conseqente otimizao do sistema como um todo. Ao

    final do trabalho so propostos critrios, resultantes do estudo desenvolvido, que podem servir

    como parmetros quando da adoo de inversores de freqncia em sistema de bombeamento.

    Palavras-chave: Sistemas de bombeamento; inversor de freqncia; otimizao operacional; energia eltrica; motor eltrico.

  • ii

    ABSTRACT

    RODRIGUES, WLAMIR. Criterion for the Efficient Use of Variable Speed Drive in Water

    Public Systems. Campinas, School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design, State

    University of Campinas, 2.007. 208 p. Thesis (Doctorate).

    The pumping systems are frequently found in any process which involves transport of

    liquids, like the public water systems. In a recent past, these pumping systems plans were

    oversized and, frequently, did not work in their full potential. The flow regulated by throttling has

    always presented, in all senses, a harmful effect to the installation. Moreover, this kind of action

    has caused waste of electric energy. Along with that the cost of electric energy has been

    increasing and its production has created damages to the environment. Since we have so many

    negative conditions, the variable speed drive has become the most important part to rationalize

    the use of electric energy causing no affect on the operation of the system. This work studies two

    pump stations located in the city of Campinas, which are operated with variable speed drives. At

    these pumping stations, comparisons are made with and without the use of this equipment,

    considering its advantages and disadvantages, its possibilities and limitations. Three mathematic-

    models were especially developed for this study, the first to reproduce one of the systems, the

    second to make an energetic audit and the third to optimize the results. Making use of these three

    models it was possible to simulate operational scenarios to reach the maximum efficiency from

    variable speed drive and the optimization of the system as a whole. As a conclusion of this study,

    some criteria are presented to support the use of variable speed drive in the pumping system.

    Key words: Pump systems; variable speed drive; optimal operation; electric energy; electric

    motor.

  • iii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 Classes de temperatura dos materiais de isolamento eltrico..........

    Tabela 3.2 Rendimentos nominais mnimos para motores eltricos no Brasil..

    Tabela 3.3 Associaes dos transistores IGBTs em inversores de freqncia

    trifsicos...........................................................................................

    Tabela 3.4 Subdiviso da tenso de fornecimento do Grupo A.........................

    Tabela 3.5 Subdiviso da tenso de fornecimento do Grupo B.........................

    Tabela 3.6 Taxas e tarifas para o fornecimento de energia eltrica na

    categoria convencional.....................................................................

    Tabela 3.7 Taxas e tarifas para o fornecimento de energia eltrica na

    categoria horo-sazonal.....................................................................

    Tabela 4.1 Diviso da S. A. Leste em trechos ao longo do caminhamento...

    Tabela 5.1 Quadro comparativo entre as diferentes expresses para correo

    do rendimento a partir da mudana de rotao................................

    Tabela 5.2 Enquadramento da faixa de vazo de um dia tpico em relao ao

    rendimento do conjunto moto-bomba..............................................

    19

    21

    36

    76

    77

    83

    84

    96

    110

    111

  • iv

    Tabela 5.3 Caractersticas das bombas selecionadas em catlogos...................

    Tabela 5.4 Enquadramento da faixa de vazo de um dia tpico em relao ao

    rendimento do conjunto moto-bomba do Grupo 1...........................

    Tabela 5.5 Enquadramento da faixa de vazo de um dia tpico em relao ao

    rendimento do conjunto moto-bomba do Grupo 2...........................

    Tabela 5.6 Caractersticas das bombas selecionadas em catlogos...................

    Tabela 5.7 Resultados da simulao no programa de Auditoria Energtica

    para operao convencional.............................................................

    Tabela 5.8 Resultados da simulao no programa de Auditoria Energtica

    para operao com inversor de freqncia .....................................

    Tabela 5.9 Resultados da simulao no programa de Auditoria Energtica

    para operao otimizada..................................................................

    Tabela 7.1 Dados levantados em campo da C. B. Joo Erbolato em

    22/05/2.006......................................................................................

    Tabela 7.2 Dados levantados em campo da C. B. Joo Erbolato em

    26/05/2.006......................................................................................

    Tabela 7.3 Dados levantados em campo da C. B. Pulmo em

    01/06/2.006......................................................................................

    Tabela 7.4 Dados levantados em campo da C. B. Pulmo em

    02/06/2.006......................................................................................

    Tabela 7.5 Dados levantados em campo da C. B. Pulmo em

    08/06/2.006......................................................................................

    Tabela 7.6 Dados levantados em campo da C. B. Pulmo em

    09/06/2.006......................................................................................

    115

    130

    130

    133

    148

    149

    150

    175

    176

    177

    178

    179

    180

  • v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 Energia final destinada a fora motriz no Setor Industrial.............

    Figura 3.2 Motor de induo trifsico..............................................................

    Figura 3.3 Enrolamentos monofsicos e trifsicos de um motor de induo...

    Figura 3.4 Sistema de corrente alternada trifsica...........................................

    Figura 3.5 Soma vetorial e resultante dos campos eletromagnticos H1, H2 e

    H3....................................................................................................

    Figura 3.6 Grfico da defasagem atrasada entre a onda de corrente (I)

    e tenso (V) tempo (Carga Indutiva)..........................................

    Figura 3.7 Grfico da defasagem adiantada entre a onda de corrente (I)

    e tenso (V) tempo (Carga Capacitiva).......................................

    Figura 3.8 Tringulo de potncias....................................................................

    Figura 3.9 Curva do sistema convencional com controle de vazo atravs de

    vlvulas..........................................................................................

    Figura 3.10 Curva do sistema operado com inversor de freqncia..................

    Figura 3.11 Grfico da variao do torque com a freqncia............................

    Figura 3.12 Esquema de um inversor de freqncia monofsico......................

    8

    12

    14

    15

    15

    16

    16

    17

    23

    25

    32

    33

  • vi

    Figura 3.13 Esquema de um inversor de freqncia trifsico............................

    Figura 3.14 Sentido de circulao da corrente de A para B...............................

    Figura 3.15 Sentido de circulao da corrente de B para A...............................

    Figura 3.16 Esquema de acionamento dos transistores IGBTs no motor

    motor trifsico.................................................................................

    Figura 3.17 Forma de ondas da tenso...............................................................

    Figura 3.18 Diagrama base de um inversor de freqncia.................................

    Figura 3.19 Curva tenso freqncia..............................................................

    Figura 3.20 Curva corrente torque de um sistema com soft starter................

    Figura 3.21 Relao do custo do inversor de freqncia pela potncia do

    motor...............................................................................................

    Figura 3.22 Distoro provocada por freqncias harmnicas..........................

    Figura 3.23 Topologia do sistema da S. A. Leste...........................................

    Figura 3.24 Presses disponvel e utilizada na sada do recalque, na chegada

    do CRD Jd. Paranapanema com a S. A. Leste operando com

    rotao nominal...............................................................................

    Figura 3.25 Vazo Medida na S. A. Leste......................................................

    Figura 3.26 Curva da bomba para diferentes rotaes curva do sistema

    (S.A. Leste)..................................................................................

    Figura 3.27 Rotao mdia requerida pelo sistema de bombeamento num

    dia tpico (S. A. Leste).................................................................

    Figura 3.28 Participao da SABESP no consumo estadual de energia

    eltrica no ano de 2.003..................................................................

    Figura 3.29 Consumo anual de energia eltrica da SABESP.............................

    Figura 3.30 Gasto anual contabilizado com energia eltrica na SABESP..........

    Figura 3.31 Situao inicial do Setor Santana...................................................

    Figura 3.32 Situao final do Setor Santana......................................................

    Figura 3.33 Estrutura do sistema brasileiro de tarifao de energia eltrica.....

    Figura 4.1 Localizao dos dois sistemas em estudo dentro do limite do

    municpio........................................................................................

    Figura 4.2 Limite da zona alta do Setor Chapado, localizao da C. B.

    34

    34

    35

    35

    37

    40

    43

    48

    50

    51

    54

    56

    57

    58

    60

    64

    65

    65

    68

    69

    82

    87

  • vii

    Joo Erbolato e caminhamento da Linha de Recalque at o

    ponto de distribuio direta (Ponto A).......................................

    Figura 4.3 Vista geral da Casa de Bombas Joo Erbolato...........................

    Figura 4.4 Instalao dos equipamentos de aquisio de dados......................

    Figura 4.5 Posicionamento dos data-loggers de presso no sistema de

    bombeamento..................................................................................

    Figura 4.6 Aquisio dos dados de nvel da caixa de suco...........................

    Figura 4.7 Transmissor de presso SMAR instalado para leitura e

    aquisio dos dados de nvel da caixa de suco...........................

    Figura 4.8 Limite da rea de influncia da C. B. Pulmo com as divises

    em blocos associados s derivaes da S. A. Leste.....................

    Figura 4.9 Vista geral da Casa de Bombas Pulmo.....................................

    Figura 4.10 Manmetro instalado na sada do bombeamento...........................

    Figura 4.11 Aquisio dos dados de vazo........................................................

    Figura 4.12 Aquisio dos dados eltricos e rotao.........................................

    Figura 4.13 Modelo matemtico-computacional desenvolvido no EPANET....

    Figura 4.14 Tela 1 do programa de Auditoria Energtica com os dados

    exportados pelo EPANET e utilizando o Toolkit..........................

    Figura 4.15 Tela 2 do programa de Auditoria Energtica com o relatrio

    da simulao bem sucedida............................................................

    Figura 4.16 Tela 3 do programa de Auditoria Energtica com os

    resultados obtidos...........................................................................

    Figura 5.1 Rotaes mdias necessrias na operao convencional da C. B.

    Joo Erbolato...............................................................................

    Figura 5.2 Rotaes mdias utilizadas na operao com o uso de inversor

    de freqncia na C. B. Joo Erbolato..........................................

    Figura 5.3 Comparao do consumo acumulado de energia eltrica com e

    sem o uso de inversor de freqncia...............................................

    Figura 5.4 Curva da bomba para diferentes rotaes Demanda do sistema,

    associado s curvas de rendimento da bomba e seus pontos

    homlogos.......................................................................................

    88

    89

    91

    92

    93

    93

    96

    97

    99

    100

    101

    102

    103

    103

    104

    107

    108

    109

    112

  • viii

    Figura 5.5 Curva Neutra relativa demanda num dia tpico da C. B.

    Joo Erbolato...............................................................................

    Figura 5.6 Curva do rendimento Modelo 75-330 A Q = 30 m3/h / H =

    25,00 m............................................................................................

    Figura 5.7 Curva do rendimento Modelo 75-330 A Q = 40 m3/h / H =

    40,00 m............................................................................................

    Figura 5.8 Curva caracterstica da bomba bipartida Modelo 150-450 D......

    Figura 5.9 Curva do rendimento da bomba bipartida Modelo 150-450 D....

    Figura 5.10 Curva da vazo potncia da bomba bipartida Modelo 150-

    450 D...............................................................................................

    Figura 5.11 Curva do NPSHR da bomba bipartida Modelo 150-450 D..........

    Figura 5.12 Curva caracterstica da bomba bipartida Modelo 150-450 A......

    Figura 5.13 Curva do rendimento da bomba bipartida Modelo 150-450 A....

    Figura 5.14 Curva da vazo potncia da bomba bipartida Modelo 150-

    450 A...............................................................................................

    Figura 5.15 Curva do NPSHR da bomba bipartida Modelo 150-450 A..........

    Figura 5.16 Curva da bomba bipartida Modelo ETA 150-40.........................

    Figura 5.17 Curva da bomba bipartida Modelo RDL 200-400 B...................

    Figura 5.18 Curva da bomba e rendimento do Grupo 1 da C. B. Pulmo em

    operao convencional....................................................................

    Figura 5.19 Curva da bomba e rendimento do Grupo 2 da C. B. Pulmo em

    operao convencional....................................................................

    Figura 5.20 Rotaes mdias necessrias na operao de um dia tpico da C.

    B. Pulmo com inversor de freqncia........................................

    Figura 5.21 Comparao do consumo acumulado de energia eltrica com e

    sem o uso de inversor de freqncia...............................................

    Figura 5.22 Curva bomba para diferentes rotaes Demanda do sistema,

    associado s curvas de rendimento da bomba e seus

    pontos homlogos Grupo 1..........................................................

    Figura 5.23 Curva bomba para diferentes rotaes Demanda do sistema,

    associado s curvas de rendimento da bomba e seus

    114

    116

    116

    117

    117

    118

    118

    119

    119

    120

    120

    121

    122

    125

    125

    126

    127

    128

  • ix

    pontos homlogos Grupo 2..........................................................

    Figura 5.24 Curva Neutra relativa demanda de um dia tpico da C. B.

    Pulmo com operao do Grupo 1.............................................

    Figura 5.25 Curva Neutra relativa demanda de um dia tpico da C. B.

    Pulmo com operao do Grupo 2.............................................

    Figura 5.26 Curva caracterstica da bomba bipartida Modelo 250-450 A......

    Figura 5.27 Curva do rendimento da bomba bipartida Modelo 250-450 A....

    Figura 5.28 Curva da vazo x potncia da bomba bipartida Modelo 250-

    450 A .............................................................................................

    Figura 5.29 NPSHR da bomba bipartida Modelo 250-450 A..........................

    Figura 5.30 Curva da bomba bipartida Modelo ETA 250-40.........................

    Figura 5.31 Presses na sada da C. B. Pulmo (N 3) para os trs cenrios

    de operao simulados....................................................................

    Figura 5.32 Presses no Ponto A (N 12) para os trs cenrios de operao

    simulados........................................................................................

    Figura 5.33 Presses no Ponto B (N 13) para os trs cenrios de operao

    simulados........................................................................................

    Figura 5.34 Presses no Ponto D (N 8) para os trs cenrios de operao

    simulados........................................................................................

    Figura 5.35 Presses no Ponto F (N 10) para os trs cenrios de operao

    simulados........................................................................................

    Figura 5.36 Presses na chegada da caixa de suco do C. R. D. Jd.

    Paranapanema (N 9) para os trs cenrios de operao..............

    Figura 5.37 Rotaes mdias horrias de operao com Inversor de

    Freqncia Otimizada..................................................................

    Figura 5.38 Ilustrao da influncia da operao em diferentes rotaes sobre

    o rendimento...................................................................................

    Figura 5.39 Fluxograma dos critrios de emprego do inversor de freqncia...

    Figura 7.1 Curva original da bomba do conjunto principal da C. B. Joo

    Erbolato.........................................................................................

    Figura 7.2 Curva original da bomba do conjunto reserva da C. B. Joo

    129

    132

    132

    134

    134

    135

    135

    136

    138

    139

    140

    141

    142

    143

    145

    146

    152

    162

  • x

    Erbolato.........................................................................................

    Figura 7.3 Curva de calibrao do medidor de vazo da C. B. Pulmo.......

    Figura 7.4 Curva de calibrao do medidor de vazo da C. B. Joo

    Erbolato.........................................................................................

    Figura 7.5 Curva de calibrao do transmissor de presso utilizado na C. B.

    Joo Erbolato..............................................................................

    Figura 7.6 Curva de calibrao do Data-Logger de Presso............................

    Figura 7.7 Curva de calibrao do Data-Logger de Presso............................

    Figura 7.8 Curva de calibrao do Data-Logger de Presso............................

    Figura 7.9 Curva de calibrao do Data-Logger de Presso............................

    Figura 7.10 Curva de calibrao do Data-Logger de Presso............................

    Figura 7.11 Curva original da bomba do grupo 1 da C. B. Pulmo...............

    Figura 7.12 Curva original da bomba do grupo 2 da C. B. Pulmo...............

    Figura 7.13 Especificaes tcnicas do Cosmo-Data-Logger............................

    Figura 7.14 Curva da bomba da C. B. San Conrado para diferentes

    rotaes...........................................................................................

    Figura 7.15 Potncia fornecida pelo motor eltrico bomba da C. B. San

    Conrado para diferentes rotaes..................................................

    163

    164

    165

    166

    167

    168

    169

    170

    171

    172

    173

    174

    181

    182

  • xi

    LISTA DE SMBOLOS

    Smbolos ou Grandeza

    A

    AN Grupo de Alta Tenso, sendo N associado a cada classe de tenso

    AC Corrente Alternada (A).................................................................................

    B

    BN Grupo de Baixa Tenso, sendo N associado a cada classe de tenso

    C

    C Conjugado (N.m).............................................................................................

    Cn Conjugado Nominal (N.m)............................................................................

    C Temperatura expressa em graus Celsius........................................................

    Dimenso

    A

    M L2 T-2

    M L2 T-2

    t

  • xii

    D

    DC Corrente Contnua (A)..................................................................................

    Defasagem Angular.........................................................................................

    E

    EA Energia Eltrica Ativa (kWh).......................................................................

    ER Energia Eltrica Reativa (kVArh).................................................................

    F

    F Freqncia (Hz)................................................................................................

    f Freqncia da Rede (Hz)...................................................................................

    FP Fator de Potncia...........................................................................................

    H

    H Carga Hidrulica (m).......................................................................................

    Hi Campo Eletromagntico i...............................................................................

    Hman Altura Manomtrica (m).............................................................................

    HP Horrio de Ponta (h)......................................................................................

    HF Horrio Fora de Ponta (h).............................................................................

    HPPU Horrio de Ponta em Perodo mido (h).................................................

    HFPU Horrio Fora de Ponta em Perodo mido (h).........................................

    HPPS Horrio de Ponta em Perodo Seco (h).....................................................

    HFPS Horrio Fora de Ponta em Perodo Seco (h).............................................

    I

    I Corrente Eltrica (A).........................................................................................

    IM Corrente de Magnetizao (A)......................................................................

    IR Corrente do Rotor (A)....................................................................................

    K

    K Temperatura expressa em Kelvin..................................................................

    A

    (Adimensional)

    M L2 T-2

    M L2 T-2

    T-1

    T-1

    (Adimensional)

    L

    (Adimensional)

    L

    T

    T

    T

    T

    T

    T

    A

    A

    A

    t

  • xiii

    M

    M Motor Eltrico

    M1 Motor Eltrico Monofsico

    M3 Motor Eltrico Trifsico

    N

    N Rotao (rpm)..................................................................................................

    P

    P Potncia (W)....................................................................................................

    P Nmero de Plos..............................................................................................

    P Potncia Ativa (W).......................................................................................

    PBomba Potncia da Bomba (C.V.)........................................................................

    PU Perodo mido..............................................................................................

    PS Perodo Seco..................................................................................................

    Q

    Q Vazo (m3/s)....................................................................................................

    Q Potncia Reativa (VAr)................................................................................

    R

    - Rendimento (%)................................................................................................

    S

    S Potncia Aparente (VA)...............................................................................

    T

    T Torque (N.m)...................................................................................................

    TN Transistor (IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor)

    T-1

    M L2 T-3

    (Adimensional)

    M L2 T-3

    M L2 T-3

    T

    T

    L3 T-1

    M L2 T-3

    (Adimensional)

    M L2 T-3

    M L2 T-2

  • xiv

    V

    V Tenso (V).......................................................................................................

    Vcc Tenso em Corrente Contnua (V)...............................................................

    Vij Tenso Associada aos Plos i e j (V).............................................................

    M L2 T-3A-1

    M L2 T-3A-1

    M L2 T-3A-1

  • xv

    SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    BEN Balano Energtico Nacional

    BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

    CB Casa de Bomba

    CCO Centro de Controle Operacional

    CLP Controlador Lgico Programvel

    COFINS Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social

    CPFL Companhia Paulista de Fora e Luz

    CPU Unidade Central de Processamento

    CRD Centro de Reservao e Distribuio

    DSP Digital Signal Processors (Processador Digital de Sinais)

    ECE Encargo de Capacidade Emergencial

    ELETROBRS Centrais Eltricas Brasileiras

    EsPCEx Escola Preparatria de Cadetes do Exrcito

    ETA Estao de Tratamento de gua

  • xvi

    GLO Garantia da Lei e da Ordem

    GTO Gate Turn-Off Thyristor (Tiristor de Corte Comandado pela Porta)

    IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor (Transistor Bipolar de Porta Isolada)

    IGP-M ndice Geral de Preos Mdios

    IHM Interface Homem Mquina

    IP Iluminao Pblica

    IRT Reajuste Tarifrio Anual

    MCT MOS Controlled Thyristor (Tiristor de Porta Isolada do Tipo MOS)

    NBR Norma Brasileira

    NEMA National Electrical Manufacturers Association (Associao Nacional dos Fabricantes

    Eltricos)

    NSGA2 Non-Dominated Sorting Genetic Algorithm 2 (Algoritmo Gentico Multi-Objetivo)

    NPSH Net Positive Suction Head (Carga Positiva de Suco)

    PID Proporcional / Integral / Derivativo

    PIS Programa de Integrao Social

    PROCEL Programa de Combate ao Desperdcio de Energia Eltrica

    PWM Pulse Width Modulation (Modulao por Largura de Pulso)

    RFI Radio Frequency Interference (Interferncia por Rdio Freqncia)

    RMSP Regio Metropolitana de So Paulo

    SA Sub-Adutora

    SABESP Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo

    SANASA Sociedade de Abastecimento de gua e Saneamento S/A

    SCOA Sistema de Controle Operacional do Abastecimento

    SITH Static Induction Thyristor (Tiristor de Induo Esttica)

    SMD Surface Mounting Device (Dispositivo de Montagem de Superfcie)

    STF Supremo Tribunal Federal

    TEP Toneladas Equivalentes de Petrleo

    VCA Vlvula de Controle Automtica

  • xvii

    SUMRIO

    Resumo..................................................................................................................

    Abstract..................................................................................................................

    Lista de Tabelas....................................................................................................

    Lista de Figuras.....................................................................................................

    Lista de Smbolos..................................................................................................

    Siglas.....................................................................................................................

    1. Introduo......................................................................................................

    2. Objetivo..........................................................................................................

    3. Reviso Bibliogrfica.....................................................................................

    3.1 Panorama Energtico............................................................................

    3.2 Motor Eltrico.......................................................................................

    3.3 Variao de Rotao de Bombas por Inversor de Freqncia..............

    3.3.1 O Inversor de Freqncia..........................................................

    3.3.2 Tipos de Inversores...................................................................

    3.4 Efeito do Inversor de Freqncia no Bombeamento.............................

    i

    ii

    iii

    v

    xi

    xv

    1

    4

    6

    6

    11

    22

    31

    38

    41

  • xviii

    3.5 Inversores de Freqncia em Empresas de Saneamento O Estado

    da Arte.................................................................................................

    3.5.1 SANASA.....................................................................................

    3.5.2 SABESP.....................................................................................

    3.6 Estrutura Tarifria de Energia Eltrica................................................

    4. Materiais e Mtodo........................................................................................

    4.1 Casa de Bombas Joo Erbolato........................................................

    4.2 Casa de Bombas Pulmo..................................................................

    5. Resultados......................................................................................................

    5.1 Casa de Bombas Joo Erbolato........................................................

    5.2 Casa de Bombas Pulmo..................................................................

    6. Concluses e Recomendaes.......................................................................

    7. Anexos...........................................................................................................

    7.1 Arquivos de Dados de Entrada do EPANET......................................

    7.1.1 Modelo Sem Inversor de Freqncia.......................................

    7.1.2 Modelo Com Inversor de Freqncia.......................................

    7.1.3 Modelo Com Inversor de Freqncia Otimizado.....................

    7.2 Programa Audita..............................................................................

    7.2.1 Estrutura e Funes do Programa............................................

    7.2.2 Fluxograma Principal do Programa.........................................

    7.3 Programa Regras Operacionais para o Inversor de Freqncia.......

    7.3.1 Estrutura do Programa.............................................................

    8. Bibliografia....................................................................................................

    44

    44

    59

    70

    86

    87

    95

    106

    106

    123

    153

    161

    183

    183

    186

    189

    192

    192

    193

    194

    195

    197

  • 1

    Nunca se fez uma grande descoberta sem partir de um simples palpite.

    Isaac Newton

    1. INTRODUO

    A operao dos sistemas pblicos de abastecimento de gua sempre mereceu ateno

    especial por se tratar de um servio essencial complexo. O crescimento desordenado dos grandes

    centros urbanos apontado como o principal responsvel pela complexidade operacional

    mencionada, obrigando as companhias de saneamento a incrementarem seus sistemas a fim de

    atender a todas as condies e demandas impostas pelas distncias e topografias adversas (Zessler

    e Shamir 1.989). Nesse sentido, sistemas de bombeamento so implementados malha

    operacional tendo como objetivo o pleno atendimento dos mais longnquos pontos de consumo

    com presso e vazo adequadas.

    Por outro lado, a ausncia de investimentos no setor energtico, nas ltimas dcadas,

    levou este sistema a uma situao bastante crtica, resultando em medidas que foram desde a

    criao do Programa de Conservao de Energia Eltrica PROCEL (1.985), depois alterado

    para Programa de Combate ao Desperdcio de Energia Eltrica (1.995), at a elevao do custo da

    energia eltrica. Este custo era fortemente subsidiado nas dcadas de 60 e 70, chegando em 1.968

    a um ndice de 80% de subsdio nas tarifas de energia eltrica para as empresas de saneamento. A

  • 2

    partir da dcada de 90, houve uma reduo gradativa desse subsdio at o ndice atual de 15%,

    Tsutiya (2.001).

    Ainda segundo Tsutiya (2.001), o PROCEL estabeleceu a partir de 1.997 uma meta de

    reduo do desperdcio de energia eltrica para as empresas de saneamento da ordem de 15%.

    Esse mesmo autor mostra que esse segmento representava no ano de 1.998, 2,3% do consumo

    global de energia eltrica do Brasil. Oliveira Jr. (1.993) sugere ainda que os sistemas de

    bombeamento respondem por mais de 40% do consumo dos motores industriais, ou quase 30%

    de todo consumo industrial do pas. Dados de 2.002 da Unio Europia do conta de que sistemas

    de motores eram responsveis, at aquele momento, por 69 e 38% do consumo de energia eltrica

    dos setores industrial e de servios (Almeida et al. 2.002).

    A partir de 1.996, entra em cena no Brasil a Agncia Nacional de Energia Eltrica

    ANEEL, que passou a ser responsvel pela legislao e fiscalizao do setor energtico nacional,

    impondo entre outros atos a Resoluo n 242 de 24/07/98, a qual estabelecia que as

    concessionrias do servio pblico de distribuio de energia eltrica deveriam aplicar no

    mnimo 1% da receita operacional anual do ano anterior em programas de conservao de energia

    eltrica.

    Porm, tudo isso no foi o suficiente e ainda no ano de 2.000, j se podia fazer previses

    nada otimistas para o setor energtico cuja possibilidade de um racionamento iminente s seria

    afastada caso as chuvas e os nveis operacionais dos reservatrios das centrais energticas

    viessem a melhorar, conforme Amigo (2.000). Ainda segundo esse autor, o Ministrio das Minas

    e Energia tratava neste mesmo perodo de uma reduo de consumo junto aos grandes

    consumidores, numa espcie de gerenciamento de demandas, denotando a situao crtica que o

    Brasil j atravessava. Mesmo assim, a crise do setor energtico foi inevitvel e atingiu seu ponto

    crtico em 2.001 com o advento do racionamento.

    Em 28/06/2.002 a ANEEL, baseada na Lei n 10.438 de 26/04/2.002, cria um novo

    encargo s tarifas, denominado Encargo de Capacidade Emergencial ECE, a um custo fixo de

    R$ 0,0035/kWh (Base: Julho/2.005) para todos os tipos de consumidores, cujo objetivo era o

  • 3

    financiamento de obras de expanso do sistema de gerao de energia eltrica, incidindo

    diretamente na composio global da conta. Nos meios jurdicos se discutiu a constitucionalidade

    de tal encargo, porm, segundo Carvalho (2.003), o Supremo Tribunal Federal (STF) num ato

    inexplicvel decidiu pela constitucionalidade do mesmo, cuja cobrana vigorou at ano de 2.006.

    Diante desse panorama, a palavra de ordem na atualidade tem sido o uso racional da

    energia eltrica, que se soma no combate ao desperdcio e a perda fsica de gua ao cotidiano das

    empresas de saneamento. Em condies to desfavorveis, os inversores de freqncia nunca

    foram to importantes como agora, com a misso de racionalizar o uso da energia eltrica sem

    afetar a operao do sistema de abastecimento.

    Frente aos aspectos aqui delineados, surgiu a motivao que levou ao desenvolvimento

    desse estudo visando o emprego eficaz dos inversores de freqncia em sistemas de

    abastecimento de gua. Numa reviso bibliogrfica ampla, constatou-se uma carncia de

    informaes pertinentes que norteassem o uso adequado de tal dispositivo como meio de reduo

    do consumo de energia eltrica em empresas do setor de saneamento e, principalmente, de um

    controle operacional otimizado, evidenciando assim o interesse pelo tema abordado.

  • 4

    A necessidade a melhor mestra e guia da natureza. A necessidade terna e inventora, o eterno freio e lei da natureza.

    Leonardo da Vinci

    2. OBJETIVO

    A proposta de investigao foi centrada nos aspectos da implantao de inversores de

    freqncia em sistemas de abastecimento de gua, visando extrair o mximo potencial deste

    dispositivo, principalmente no que tange a otimizao operacional do sistema e a reduo do

    consumo de energia eltrica, motivado pelo forte apelo da realidade atual do setor energtico do

    pas.

    Tal objetivo foi desenvolvido tendo como rea de interesse principal as empresas de

    saneamento, foi estabelecido como referncia para o desenvolvimento do trabalho as Empresas

    SANASA Sociedade de Abastecimento de gua e Saneamento S/A e SABESP Companhia de

    Saneamento Bsico do Estado de So Paulo, respectivamente da Cidade de Campinas e do

    Estado de So Paulo. Esta ltima atuante em grande parte das cidades paulistas e principalmente

    na Grande So Paulo.

    Considerando apenas a Cidade de Campinas e a Regio Metropolitana de So Paulo

    (RMSP), essas duas empresas so responsveis, conjuntamente, pelo abastecimento de 40

    municpios com uma populao aproximada de 18.000.000 de pessoas. Pode-se notar com isso a

  • 5

    importncia significativa de ambas no cenrio nacional e, principalmente, na rea onde se

    pretende concentrar a pesquisa.

    Neste sentido, o presente estudo prope o estabelecimento de parmetros guia para o

    emprego de inversores, tendo como base uma anlise crtica dos aspectos operacionais

    relacionados sua implantao, aspectos referentes s mquinas a que esse dispositivo ser

    acoplado (motor eltrico e bomba centrfuga) e ao sistema de tarifao de energia eltrica.

    Como forma de avaliao e definio das proposies ora estabelecidas pretende-se

    desenvolver estudos de caso de instalaes que empregam inversores de freqncia, o que

    permitir alcanar o objetivo final delineado para este trabalho. A sntese final de concluso dessa

    pesquisa visa a elaborao de um fluxograma que contemple os tpicos principais para aplicao

    adequada de inversores de freqncia em sistema de bombeamento.

  • 6

    Mais abaixo que eu, sempre mais abaixo que eu se encontra a gua. sempre com os olhos baixos que a vejo. (...) branca e brilhante, informe e fresca, passiva e obstinada em seu nico vcio: a gravidade.

    Francis Ponge

    3. REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 PANORAMA ENERGTICO

    Um dos grandes desafios do homem ao longo de sua existncia no planeta foi o de

    encontrar fontes de energia que pudessem suprir as suas necessidades momentneas e

    proporcionar, ao longo do tempo, a base de sustentao para o seu crescimento e

    desenvolvimento.

    No princpio dos tempos, o fogo serviu para o aquecimento e auxlio no preparo dos

    alimentos, entre outras aplicaes. Depois, j num segundo momento com a evoluo da espcie,

    essa fonte tornou-se limitada obrigando a uma nova busca. Essa sina foi uma das principais molas

    propulsoras do desenvolvimento da humanidade e da continuidade da vida.

  • 7

    Um grande salto observado no sculo XVIII a partir das experincias do americano

    Benjamin Franklin (1.706 1.790) com a energia eltrica. A partir da o desenvolvimento passou

    a se consolidar neste sentido e, com o tempo e o domnio desta fonte de energia, houve uma

    verdadeira revoluo nos processos industriais com a adaptao e a criao de novas mquinas

    que inicialmente eram alimentadas por vapor e mais tarde passaram, de forma definitiva, para a

    energia eltrica.

    Nos tempos modernos com o advento do desenvolvimento de novas tecnologias,

    surgiram outras possibilidades de recursos de energia como: solar, elica, nuclear, trmica,

    hidrognio, etc., porm ainda distantes de suprirem toda a demanda mundial, o que fez do homem

    ainda mais dependente das fontes oriundas principalmente dos combustveis fsseis (petrleo e

    gs natural) e da gerao de eletricidade.

    Segundo Almeida et al. (2.003) e (2.005), a maior parte da eletricidade utilizada em

    pases industrializados tem seu consumo associado a motores eltricos. Ainda segundo esse autor,

    sistemas de motores so responsveis por 69% e 38% da eletricidade consumida nos setores da

    industria e de servios na Unio Europia, respectivamente. Com estimativa mdia de uma taxa

    de crescimento anual do consumo de energia eltrica at o ano de 2.015 de 1,2% e 1% para

    ambos os setores. Pelli e Hitz (2.000) dizem que somente as empresas de saneamento consomem

    de 2% 10% do total da eletricidade utilizada em um pas.

    No Brasil esses ndices no so muito diferentes. De acordo com Oliveira Jr. (1.983),

    40% do consumo dos motores eltricos industriais se destinavam queles referentes ao manuseio

    de fludos e isso representava, poca, quase 30% de todo consumo industrial de energia eltrica.

    Amigo (2.000) mostra, atravs de dados do PROCEL de 1.999, que o setor industrial do pas era

    o responsvel sozinho por 45% do consumo de energia do pas e, desse total, 51% se destinavam

    ao consumo de motores eltricos. Dados mais atuais do PROCEL (2.005), disponveis no

    Balano Energtico Nacional (BEN) 2.005 (Ano Base: 2.004), mostram a participao

    industrial j num valor de 48% do total da eletricidade consumida no pas e se mantendo

    praticamente o mesmo percentual destinado ao consumo de energia eltrica para sistemas

    motrizes. De acordo ainda com dados do PROCEL (2.005), disponveis no BEN 2.005, somente

  • 8

    o uso de eletricidade representou 12,9 milhes de tep1, ou quase 18% de toda a energia final

    destinada a fora motriz no setor industrial do Brasil no ano de 2.004 (Figura 3.1). Segundo

    Garcia (2.003), deve-se lembrar ainda que os motores tambm so utilizados em outros setores o

    que eleva ainda mais a sua participao final.

    Outras Fontes18,9%

    Eletricidade17,8%

    Gasolina18,8%

    leo Diesel44,5%

    Figura 3.1 Energia final destinada fora motriz no Setor Industrial. Fonte: PROCEL BEN (2.005)

    A abundncia e a disponibilidade desses recursos no princpio, conjuntamente com uma

    viso imediata e inconseqente, conduziram a padres comportamentais e culturais que foram se

    consolidando no seio das sociedades. Por muito tempo o que se viu foi um uso desmedido das

    principais fontes de energia sem a preocupao do preo futuro a ser pago. O economista e

    professor, Eduardo Gianetti da Fonseca, define muito bem esse tipo de comportamento,

    chamando de Miopia Temporal Coletiva, onde os indivduos no se preocupam com as

    conseqncias e os efeitos colaterais de determinadas atitudes ou comportamentos do presente

    em relao ao futuro. Nesse sentido Fonseca (2.005) diz: ...Na miopia temporal, a pessoa v com

    muita intensidade aquilo que est prximo, mas no consegue ter a clareza em relao aos seus

    interesses futuros....

    ______________________________ 1 tep Toneladas Equivalentes de Petrleo

  • 9

    Esse conceito, arraigado na cultura da sociedade, fez com que cada vez mais se

    produzisse energia para atender s necessidades, sem levar em conta os efeitos disso. Os

    impactos ambientais danosos podem ser medidos e avaliados em profundidade. Na produo de

    energia eltrica, atravs de usinas hidreltricas, por exemplo, o prprio fato da criao do volume

    armazenado em decorrncia do enchimento do reservatrio da barragem, produz um impacto

    ambiental incalculvel que atinge todo o ecossistema local. Esse dano muitas vezes se estende

    por quilmetros jusante do reservatrio, uma vez que afeta a vazo dos rios a ele conectados

    provocando uma mudana substancial na velocidade e alterando suas sees em virtude da

    deposio de sedimentos em trecho de baixa declividade, entre muitos outros fatores.

    O petrleo e o gs natural, tambm produzem danos, quer na sua extrao, quer na sua

    produo ou mesmo no final do processo industrial, atravs da poluio gerada e das mudanas

    climticas globais em virtude disso, o aquecimento global apontado como uma delas.

    Concomitantemente, no outro extremo se v, numa imensa maioria de projetos de

    sistemas de bombeamento, estruturas superdimensionadas em relao demanda real do

    processo, conforme Europump and Hydraulic Institute (2.004), ABB (2.005) e Gambica (2.007).

    Ainda de acordo com o Europump and Hydraulic Institute (2.004), estima-se que 75% dos

    sistemas de bombeamento se encontrem nessa condio e, seguramente mais de 20%. A

    justificativa apresentada, em alguns casos, era a de que se primava por uma margem de

    segurana. Obviamente, h um gasto desnecessrio com equipamentos que muitas vezes jamais

    sero utilizados em sua plenitude, sem falar do desperdcio de energia com o pleno

    funcionamento dos mesmos.

    Com rarssimas excees, como so as chamadas energias limpas (por ex.: a solar e a

    elica) cujo potencial tambm tm suas limitaes todas agridem severamente o meio

    ambiente, principalmente aquelas mais utilizadas pelo homem. Muitos ambientalistas discordam

    inclusive dessa considerao, intuindo que todas, sem exceo, so danosas ao meio ambiente.

  • 10

    De acordo com Gambica (2.007), estima-se ainda que no Reino Unido, sistemas de

    bombeamento sejam responsveis pela emisso de 2,7 milhes de toneladas de Carbono na

    atmosfera.

    Segundo Lora e Teixeira (2.001), a produo de energia tem grande impacto sobre a

    natureza por dois fatores:

    Desmatamento;

    Emisso de Poluentes.

    Como conseqncia disso se tem hoje efeitos de mudanas climticas (aquecimento

    global), a perda de reas cultivveis (desertificao), poluio dos solos e guas subterrneas,

    entre muitos outros fatores.

    Diante de fatos to preocupantes, de efeitos colaterais cada vez mais latentes na

    natureza e de uma viso futurista, mesmo que ainda primitiva, tem-se verificado atitudes e

    mudanas no comportamento de governos e povos. Segundo o Europump and Hydraulic Institute

    (2.004), tanto o governo norte-americano como o de pases europeus, tm oferecido incentivos na

    forma de reduo de impostos e subsdios, s industrias que aderirem aos programas de uso

    eficiente de energia com a conseqente substituio e adequao de seus sistemas. Carter (2.006)

    apresenta a mesma observao.

    Nesse sentido, o inversor de freqncia tornou-se a principal pea hoje disponvel para,

    de forma ordenada e eficiente, otimizar o uso de energia eltrica sem afetar os processos de

    produo, reduzir a demanda mundial de energia administrando as fontes j existentes e,

    principalmente, diminuir o severo impacto ao meio ambiente que tem afetado, indistintamente,

    povos ricos e pobres em escala global.

  • 11

    3.2 MOTOR ELTRICO

    Toda linha de produo industrial dotada de sistemas diversos interligados ou no,

    compondo cada qual uma das diversas engrenagens que formam o processo como um todo. As

    bombas, ventiladores, pontes rolantes, esteiras, elevadores, entre outros, so alguns dos exemplos

    de sistemas bastante utilizados pelas industrias. Na grande maioria deles est presente o motor

    eltrico cuja funo fornecer energia mecnica necessria aos equipamentos e,

    conseqentemente, ao processo.

    Especificamente, nas empresas de saneamento o emprego de motores eltricos muito

    diversificado, passando por quase todas as etapas do processo. Porm, o seu uso mais

    significativo est ligado aos sistemas de bombeamento. Acoplado diretamente a uma bomba

    centrfuga, o motor eltrico passa a fazer parte do chamado conjunto moto-bomba, responsvel

    pelo fornecimento de toda energia cintica necessria para que o fluido, no caso a gua, alcance

    os mais distantes pontos do sistema em quantidade suficiente ao atendimento das demandas.

    Sendo o motor eltrico o propulsor de todo sistema de bombeamento e tendo como fonte

    de alimentao a energia eltrica, faz-se necessrio o seu conhecimento, mesmo que de forma

    primria, para compreenso de toda a proposta investigativa deste trabalho.

    Em linhas gerais, os motores eltricos tm como definio bsica a transformao de

    energia eltrica em energia mecnica. Fundamentalmente o motor eltrico pode ser dividido em

    duas partes: estator e rotor. Na Figura 3.2 se v em detalhe um motor eltrico de induo. No

    Brasil so produzidos para uma freqncia de 60 Hz com tenses que podem ser:

    Trifsicas 220, 380, 440, 460 e 480 V

    Monofsicas 110, 115, 127, 220, 240, 254 e 508 V

  • 12

    Os motores podem ser construdos para operar em corrente contnua ou corrente

    alternada. O motor de corrente contnua varia sua velocidade de zero at a nominal mantendo

    constante o seu conjugado (torque). Apresenta tima regulao e preciso no estabelecimento da

    velocidade operacional. possvel obter rotaes acima da nominal utilizando-se do chamado

    enfraquecimento de campo, que conseguido com a reduo do fluxo magnetizante com

    conseqente aumento de rotao (Wilk, 2.000). Esse tipo de motor necessita de uma fonte de

    corrente contnua de energia ou de um dispositivo para converso de corrente alternada em

    contnua.

    Figura 3.2 Motor de induo trifsico. Fonte: Catlogo do fabricante WEG (2.005)

  • 13

    Wilk (2.000) divide os motores eltricos de corrente alternada em duas categorias:

    sncronos e assncronos (induo). Os sncronos so motores de velocidade constante e

    proporcional freqncia da rede. A velocidade do rotor a mesma do campo girante, pois os

    plos do motor seguem o campo girante imposto pelo estator. Seu limite est ligado mxima

    potncia cedida antes da perda de sincronismo ocasionando a parada do motor (tombamento).

    Seu uso com conversor de freqncia indicado quando se necessita de uma preciso de

    velocidade aliada variao de carga.

    O motor assncrono ou de induo com rotor tipo gaiola (Squirrel Cage) o mais

    utilizado na industria por ser o mais barato. De acordo com Garcia (2.003), esse motor

    responsvel por mais de 90% da energia motriz produzida atravs da eletricidade no pas. Tem

    como caracterstica a robustez, alta confiabilidade, simplicidade, baixo custo, relativa alta

    eficincia e de fcil manuteno, sendo tambm o preferido em associaes com inversores de

    freqncia (Europump and Hydraulic Institute, 2.004).

    Em teoria, nesse tipo de motor, o rotor tambm teria a velocidade sncrona desde que

    operando em vazio e sem perdas. Porm, seu rotor diminuir a velocidade proporcionalmente e

    de forma oposta ao conjugado externo. Isso pode ser entendido pela perda por escorregamento.

    O escorregamento, nada mais do que a diferena entre a velocidade sncrona no

    estator (por ex.: 1.800 rpm) e a velocidade do rotor que medida na ponta do eixo com auxlio de

    um tacgrafo. Todos os motores apresentam escorregamento que, segundo o fabricante WEG,

    fixo e nunca mudar, a no ser em caso de substituio das bobinas ou enrolamentos.

    Em todo motor de induo, o princpio bsico de funcionamento se processa atravs do

    suprimento de tenso aos enrolamentos do estator. Sendo esse motor trifsico, por exemplo, ele

    ser composto por 3 enrolamentos monofsicos espaados de 120 entre si. Ao ser alimentado

    por uma tenso trifsica (V1, V2 e V3), cada enrolamento ser percorrido por uma corrente

    eltrica (I1, I2 e I3), tambm defasadas de 120 entre si, formando trs campos eletromagnticos

    (H1, H2 e H3) dirigidos de acordo com o seu prprio eixo, de valor proporcional corrente, cujo

    fluxo se d entre os plos (norte e sul) do enrolamento atravessando o rotor. Da mesma forma,

  • 14

    esses campos so espaados entre si de 120. As Figuras 3.3 e 3.4 ilustram o princpio de

    funcionamento descrito.

    O campo total H resultante a cada instante de tempo, ser a soma vetorial dos trs

    campos (H1, H2 e H3). Na Figura 3.3 se observa que as correntes I1, I2 e I3 ao percorrerem os

    enrolamentos criaro os campos magnticos. No instante de tempo (1) o campo magntico H1

    mximo, pois a tenso V1 atinge tambm seu mximo valor. Os demais campos (H2 e H3) so

    negativos e de mesma intensidade, acompanhando seus nveis de tenso nesse mesmo instante de

    tempo (Figura 3.4). Entretanto, por serem negativos sua orientao ser oposta na soma vetorial.

    A Figura 3.5 ilustra essa soma vetorial e a resultante em cada instante de tempo. Observa-se que

    o campo resultante H tem intensidade constante, porm h uma alterao no sentido que ao final

    do ciclo retorna posio inicial. Este comportamento denominado Campo Girante.

    O movimento do campo eletromagntico induz correntes nos condutores do rotor, que

    por sua vez acaba criando um campo eletromagntico no rotor. As foras magnticas no rotor

    seguem o campo eletromagntico do estator produzindo o torque do motor.

    Figura 3.3 Enrolamentos monofsico e trifsico de um motor de induo. Fonte: Catlogo do fabricante WEG (2.005)

  • 15

    Figura 3.4 Sistema de corrente alternada trifsica. Fonte: Catlogo do fabricante WEG (2.005)

    Figura 3.5 Soma vetorial e resultante dos campos eletromagnticos H1, H2 e H3. Fonte: Catlogo do fabricante WEG (2.005)

  • 16

    As ondas de tenso e corrente, tambm podem apresentar uma defasagem entre si. Em

    circuitos de corrente alternada com cargas resistivas, as ondas de tenso e de corrente se

    encontram em fase, isto , mudam sua polaridade no mesmo instante de tempo a cada ciclo. J

    em circuitos com cargas reativas, como o caso de capacitores e indutores (por ex: enrolamentos

    de motores), ocorre um armazenamento de energia nessas cargas resultando numa diferena de

    fase entre as ondas de tenso e corrente. Essa defasagem () entre tenso e corrente pode ser de

    duas formas: adiantada e atrasada em relao tenso (Figuras 3.6 e 3.7).

    Figura 3.6 Grfico da defasagem atrasada entre a onda de corrente (I) e tenso (V) tempo (Carga Indutiva).

    Figura 3.7 Grfico da defasagem adiantada entre a onda de corrente (I) e tenso (V) tempo (Carga Capacitiva).

  • 17

    A ocorrncia dessa defasagem, gerada por cargas reativas, provoca inmeros problemas

    s concessionrias de energia eltrica, pois se trata de uma energia que, embora circule

    continuamente pelos campos eltricos e magnticos do sistema, no produz trabalho algum. O co-

    seno desse ngulo , tambm conhecido por Fator de Potncia, mede a relao entre a

    Potncia Aparente S (aquela que existiria se no houvesse a defasagem), a Potncia Ativa

    P (parcela da potncia aparente que realiza trabalho) e a Potncia Reativa Q (parcela da

    potncia aparente que no realiza trabalho). A relao entre elas exprime diretamente o Fator de

    Potncia que, segundo a Resoluo n 456 da ANEEL, no poder ser inferior ao valor de 0,92.

    Os medidores instalados pelas concessionrias fazem, alm do registro de consumo e da

    demanda, a medio dos valores dos reativos excedentes que so cobrados dos usurios. Na

    figura 3.8, observa-se o Tringulo de Potncias ilustrando o acima apresentado.

    Figura 3.8 Tringulo de potncias. Fonte: Catlogo do fabricante WEG (2.005)

    A velocidade de rotao determinada pela freqncia do suprimento de energia, pelo

    nmero de plos nos enrolamentos do estator e numa extenso menor pela carga. O rotor gaiola

    desenhado para o uso com suprimento de energia de 3 fases defasadas de 120, a qual fornece a

    rotao inerente ao campo magntico interno.

    J o motor assncrono tem essencialmente uma sada com velocidade constante, a qual

    decresce somente um pouco em porcentagem (de 1 a 3%), conhecida como deslizamento,

    quando o motor vai da condio sem carga at carga mxima. Entretanto, o controle de

    velocidade demanda do uso de dispositivos mecnicos externos ou de controle do suprimento de

    tenso e freqncia.

  • 18

    Segundo o Europump and Hydraulic Institute (2.004), nenhum motor 100% eficiente,

    portanto seu projeto deve buscar a reduo das perdas, que so predominantemente na forma de

    calor. A temperatura do estator pode ser dissipada atravs do fluxo de calor pela carcaa do

    motor, entretanto a temperatura do rotor transmitida diretamente ao eixo, o que pode causar

    aquecimento dos rolamentos. Os motores so convencionalmente desenhados para que haja esse

    fluxo de calor mencionado durante a operao em velocidade fixa e carga total.

    A questo de resfriamento do motor muito importante. Geralmente, os motores

    possuem uma ventilao acoplada ao seu eixo. Em casos especiais, de motores de grande

    potncia, pode ser necessrio um sistema independente de ventilao e/ou resfriamento mais

    laborioso, tal como um sistema combinado de ar e gua.

    Especificamente, no caso da perda nos enrolamentos estatricos, isso geralmente ocorre

    devido ao material de isolamento utilizado, que tambm pode cooperar para um aumento da

    temperatura. A especificao do material isolante baseada na capacidade de aumento de

    temperatura dos materiais. Segundo a norma americana, National Electrical Manufacturers

    Association NEMA, essa especificao baseada num ambiente de 40 C, com a classe de

    isolao B suportando um aumento de 80 C, a classe F um aumento de 105 C e classe H

    um aumento de 125 C. Essa ltima por ser a mais custosa a menos utilizada. A norma

    brasileira (NBR 7.094:1.996), considera tambm uma temperatura ambiente de 40 C para locais

    cuja altitude no supere 1.000 m em relao ao nvel do mar. Contudo, os limites de elevao de

    temperatura so diferentes daqueles considerados pela norma americana.

    De acordo com a NBR 7.094:1.996, esses valores de elevao de temperatura, baseados

    no mtodo termomtrico, so de 65 K para os enrolamentos de classificao trmica A, 80 K

    para os enrolamentos de classificao trmica E, 90 K para os enrolamentos de classificao

    trmica B, 115 K para os enrolamentos de classificao trmica F e 140 K para os

    enrolamentos de classificao trmica H. A composio destes dois fatores, temperatura

    ambiente mxima e limite de elevao por classe, forma a Tabela 3.1 de classes de temperatura

    dos materiais isolantes (NBR 7.034:1.981).

  • 19

    Tabela 3.1 Classes de temperatura dos materiais de isolamento eltrico. Fonte: NBR 7.034/81 ABNT (1.981)

    Classes Temperaturas (C) Y 90 A 105 E 120 B 130 F 155 H 180 C Acima de 180

    Das classes de agrupamento da Tabela 3.1 as mais utilizadas, de acordo com

    Mascheroni et al. (2.003), so as classes B e F.

    Obviamente sendo o motor de induo uma mquina robusta, conforme meno

    anterior, a sua vida til muito dependente da isolao do bobinado, a qual est relacionada ao

    envelhecimento gradual do material isolante e do desgaste mecnico dos rolamentos (Mascheroni

    et al., 2.003). Todavia, esse processo pode ser acelerado devido ao aumento da temperatura em

    virtude da operao com o uso de inversor de freqncia a baixas velocidades.

    A classe de isolamento dos motores um dos principais problemas encontrados quando

    se pretende instalar inversores de freqncia. Segundo Casada et al. (2.000) e Pemberton (2.005),

    a freqncia de chaveamento ou pulsos de disparos dos transistores que compem o circuito

    eletrnico do inversor, acaba por produzir picos de voltagem que podem causar danos nas

    bobinas dos motores. Almeida et al. (2.005) vai mais alm, dizendo que esse fator geralmente

    agravado em motores velhos, que no so uma raridade no mercado, conforme observado por

    Tarquin e Dowdy (1.989) e Brown (2.001). O aumento da temperatura no motor outro grave

    problema apontado quando se deseja associar um inversor de freqncia a motores velhos, cujo

    dimensionamento original no considerou a operao acima de um certo limite de temperatura,

    conforme observado por Casada et al. (2.000), Irvine e Gibson (2.002) e Almeida et al. (2.005).

    A geometria do motor eltrico tem relao direta com o torque produzido pelo mesmo.

    O torque de sada designa geralmente a sada do motor em termos de potncia, mas deve ser

  • 20

    lembrado que o motor na verdade fonte de torque. Portanto, quanto maior a sua dimenso,

    maior o torque que ele pode entregar.

    Evidentemente, sendo o motor eltrico um equipamento eletro-mecnico nem toda

    energia eltrica por ele consumida se transforma em trabalho (torque). Isso se deve as perdas que

    se do prioritariamente na forma de calor. O ndice que define essa relao conhecido como

    rendimento (). O parmetro rendimento do motor, mede a proporo de potncia eltrica que

    transformada pelo mesmo em potncia mecnica, enquanto que a diferena existente entre a

    potncia efetivamente transmitida ao eixo do motor e a potncia eltrica absorvida pela rede

    denominada por perdas e podem ser:

    Perdas no enrolamento estatrico (Perdas no Cobre);

    Perdas no Rotor;

    Perdas por Atrito e Ventilao;

    Perdas magnticas no ncleo (Perdas no Ferro).

    Avaliando o item rendimento possvel encontrar dois grupos de motores, o modelo

    bsico ou padro com rendimento mdio em torno de 85%, e os de alto rendimento, cujo

    rendimento mdio superior a 90%, segundo os fabricantes. intuitivo que o preo final do

    produto diferenciado. Contudo, o uso e o desgaste vo, ao longo do tempo, alterando essa curva

    de rendimento.

    Em 11/12/2.002, foi criado pelo Governo Federal, o Decreto n 4.508, que estabelece em

    seu captulo segundo, a regulamentao especfica que define os nveis mnimos de eficincia

    energtica de motores eltricos trifsicos de induo rotor gaiola de esquilo, de fabricao

    nacional ou importados, para comercializao e uso no Brasil. Para tanto, o Art. 5 do mesmo

    decreto, apresenta uma tabela onde se encontra os nveis mnimos de rendimento nominal a serem

    atendidos por ambos os modelos (padro e alto rendimento). A Tabela 3.2 a seguir reproduz esses

  • 21

    valores atravs dos quais se nota claramente que quanto menor o motor, menor ser o seu

    rendimento mnimo exigido.

    Tabela 3.2 Rendimentos nominais mnimos para motores eltricos no Brasil. Fonte: ANEEL Decreto n 4.508/02 (2.002)

    Padro Alto Rendimento

    Potncia Nominal Nmero de Plos Nmero de Plos

    cv KW 2 4 6 8 2 4 6 8

    1,0 0,75 77,0 78,0 73,0 66,0 80,0 80,5 80,0 70,0 1,5 1,1 78,5 79,0 75,0 73,5 82,5 81,5 77,0 77,0 2,0 1,5 81,0 81,5 77,0 77,0 83,5 84,0 83,0 82,5 3,0 2,2 81,5 83,0 78,5 78,0 85,0 85,0 83,0 84,0 4,0 3 82,5 83,0 81,0 79,0 85,0 86,0 85,0 84,5 5,0 3,7 84,5 85,0 83,5 80,0 87,5 87,5 87,5 85,5 6,0 4,5 85,0 85,5 84,0 82,0 88,0 88,5 87,5 85,5 7,5 5,5 86,0 87,0 85,0 84,0 88,5 89,5 88,0 85,5 10 7,5 87,5 87,5 86,0 85,0 89,5 89,5 88,5 88,5 12,5 9,2 87,5 87,5 87,5 86,0 89,5 90,0 88,5 88,5 15 11 87,5 88,5 89,0 87,5 90,2 91,0 90,2 88,5 20 15 88,5 89,5 89,5 88,5 90,2 91,0 90,2 89,5 25 18,5 89,5 90,5 90,2 88,5 91,0 92,4 91,7 89,5 30 22 89,5 91,0 91,0 90,2 91,0 92,4 91,7 91,0 40 30 90,2 91,7 91,7 90,2 91,7 93,0 93,0 91,0 50 37 91,5 92,4 91,7 91,0 92,4 93,0 93,0 91,7 60 45 91,7 93,0 91,7 91,0 93,0 93,6 93,6 91,7 75 55 92,4 93,0 92,1 91,5 93,0 94,1 93,6 93,0 100 75 93,0 93,2 93,0 92,0 93,6 94,5 94,1 93,0 125 90 93,0 93,2 93,0 92,5 94,5 94,5 94,1 93,6 150 110 93,0 93,5 94,1 92,5 94,5 95,0 95,0 93,6 175 132 93,5 94,1 94,1 94,7 95,0 95,0 200 150 94,1 94,5 94,1 95,0 95,0 95,0 250 185 94,1 94,5 95,4 95,0

    Os motores eltricos so ainda classificados pela sua categoria de partida. Para motores

    trifsicos com rotor de gaiola, o mais comum na industria segundo Mascheroni et al. (2.003),

    essas categorias, de acordo com a NBR 7.094, so:

    Categoria N Constitui a maioria dos motores do mercado, sendo indicado para

    cargas normais. Ex.: bombas, mquinas operatrizes e ventiladores;

  • 22

    Categoria NY Semelhante a motores da Categoria N, porm previstos para partida

    estrela-tringulo;

    Categoria H Trata-se de um motor usado para cargas que exigem maior torque na

    partida. Ex.: cargas de alta inrcia, peneiras, correias transportadoras, britadores, etc;

    Categoria HY Semelhante a motores da Categoria H, porm previstos para partida

    estrela-tringulo;

    Categoria D Trata-se de um motor usado para cargas que apresentam picos

    peridicos e torques muito altos de partida. Ex.: elevadores, prensas excntricas, pontes

    rolantes, etc.

    Esta classificao avalia o torque e corrente de partida, alm do escorregamento. Por

    conta disso os motores da Categoria D no so muito empregados na industria devido ao alto

    fator de escorregamento (maior que 5%). A Categoria H, por sua vez, apresenta baixo

    escorregamento. Contudo, a Categoria N a mais empregada na industria atualmente (Martinez

    2.006 e Siemens 2.007).

    3.3 VARIAO DE ROTAO DE BOMBAS POR INVERSOR DE

    FREQNCIA

    Os sistemas de bombeamento convencionais so operados usualmente atravs do

    controle da vazo obtido por vlvulas tipo globo, gaveta ou borboleta, sendo manobradas de

    acordo com as necessidades operacionais de demanda.

  • 23

    Nessa operao o que se faz o deslocamento do ponto de operao (interseco da

    curva da bomba com a curva do sistema) atravs do aumento da perda de carga,

    progressivamente sobre a curva da bomba at se encontrar o ponto desejado para uma

    determinada vazo (Figura 3.9), com a bomba operando com rotao constante n.

    Figura 3.9 Curva do sistema convencional com controle da vazo atravs de vlvulas

    Outro mtodo bastante comum em instalaes de bombeamento o uso de um by-pass

    na sada do recalque, cuja funo o retorno de uma parcela da vazo recalcada caixa ou

    reservatrio de suco fazendo com isso a dosagem da vazo aos nveis desejados.

  • 24

    Os usos desses expedientes operacionais penalizam, principalmente o primeiro deles, de

    forma drstica o sistema acarretando diversas desvantagens, uma delas que a vazo mxima

    possvel a ser controlada aquela que passa pela tubulao quando o sistema no atua, ou seja,

    com a vlvula de regulagem totalmente aberta, no possibilitando assim nenhum incremento de

    vazo. Outra desvantagem e talvez a principal delas, que a ao de regulagem da vlvula vai

    aumentando a perda de carga local e elevando, por conseguinte, a carga a montante da vlvula de

    controle. Como a potncia consumida pela bomba proporcional vazo e a carga, o que se tem

    uma reduo gradativa da vazo bombeada com um aumento de consumo (Armintor e Connors,

    1.987; Brignol, 2.000; Viana, 2.001). Naturalmente, a vida til dos equipamentos ser

    comprometida, alm do que toda essa energia excedente pode ser transmutada em vibrao,

    provocando danos ao sistema de bombeamento, tubulaes e vlvulas, conforme observa

    Pemberton (2.005).

    Wood e Reddy (1.994) definem muito bem esse tipo de operao dizendo ser o mesmo

    que [...] conduzir um carro com o freio de mo acionado: o resultado o desperdcio

    desnecessrio de energia.

    Em Brown (2.001), Irvine e Gibson (2.002), se observa exatamente a mesma citao.

    Ainda segundo Brown (2.001), estima-se que de toda energia eltrica utilizada pela industria,

    65% seja destinada a motores eltricos e que, do montante relativo a esse percentual, 20% seja

    desperdiado por mecanismos de controle (ex.: vlvula).

    Deve-se considerar ainda quanto a conservao de energia, que os sistemas de

    bombeamento so projetados em funo de uma vazo e altura manomtrica, tendo como pano de

    fundo as curvas de eficincia das bombas. Nesses casos, a mudana do ponto de operao,

    acarretar num rendimento inferior das bombas aumentando o consumo de energia eltrica.

    Ambas as alternativas aqui discutidas so visivelmente prejudiciais operao da

    bomba, pois a mesma opera com rotao constante n e vazo Q1, enquanto que a instalao opera

    ao longo de sua rotina com outras vazes Q2, Q3,..., etc. , e que no mximo sero iguais a Q1. Em

    geral ou na maioria do tempo Q1 > Q2 e Q1 > Q3 (Viana, 2.001).

  • 25

    Em contraposio a operao anteriormente descrita, o inversor de freqncia, atravs

    do controle da rotao do motor, promove a alterao da curva da bomba mantendo-se constante

    a curva do sistema ou instalao (Figura 3.10). Isso faz com que o consumo de energia seja

    proporcional rotao do motor, ou seja, nem mais nem menos, apenas o necessrio. Ainda com

    relao ao consumo de energia, nos projetos com inversores de freqncia geralmente tem-se a

    preocupao de se analisar cuidadosamente as curvas de rendimento das bombas. Souza et al.

    (1.978), Vallilo et al. (1.981), Europump and Hydraulic Institute (2.004) e Gambica (2.007)

    sugerem, para o melhor aproveitamento do rendimento da bomba, que o ponto referente

    demanda mxima esteja situado direita da curva de melhor rendimento, com isso na maior parte

    do tempo de operao o sistema de bombeamento se encontrar nas mximas possibilidades de

    eficincia do equipamento. Crespo (2.001), em seu estudo sobre Elevatrias nos Sistemas de

    Esgoto, tambm apresenta a mesma sugesto.

    Figura 3.10 Curva do sistema operado com inversor de freqncia

  • 26

    Viana (2.001) sugere, como linha de conduta, em primeiro lugar a seleo adequada das

    bombas para as condies de trabalho desejadas, escolhendo aquelas de melhor rendimento. No

    quesito conservao de energia, esse mesmo autor enfatiza que um grande erro a seleo da

    mquina superdimensionada, ou seja, muito alm do que seria necessrio para o sistema

    projetado, gerando um consumo excessivo de energia. Entretanto, essa sempre foi uma prtica

    comum dos projetistas, cuja justificativa se baseava na garantia de uma margem de segurana ao

    sistema, conforme j citado anteriormente (Europump and Hydraulic Institute 2.004, ABB

    2.005 e Gambica 2.007).

    Conforme Armintor e Connors (1.987), Oliveira Jr. (1.993), Wood e Reddy (1.994),

    Allen-Bradley (1.995), Casada et al. (2.000), Ilinski (2.000), Silva e Cortez (2.001), Brown

    (2.001), Irvine e Gibson (2.002), Mascheroni et al. (2.003), Rooks e Wallace (2.004), Europump

    and Hydraulic Institute (2.004), Almeida et al. (2.005), Pemberton (2.005) e Carter (2.006), as

    principais vantagens de sistemas dotados de inversores so:

    Economia significativa de energia eltrica Pelas Leis de Semelhana, sendo a vazo

    diretamente proporcional rotao, e a potncia diretamente proporcional rotao

    elevada ao cubo, verifica-se que para um menor valor de vazo recalcada haver

    tambm uma potncia consumida correspondente muito menor;

    Controle de velocidade submetendo assim o conjunto a uma carga muito menor

    Conforme evidenciado na Figura 3.10, cada valor de vazo corresponder a um valor de

    carga que ser menor em funo da reduo de rotao, se comparado com o sistema

    convencional de controle de vazo (Figura 3.9);

    Boa eficincia Estudos mostram que o uso associado de Inversores de Freqncia

    sugere a avaliao do ponto ou faixa de operao em que o sistema mais opera e sua

    relao com as curvas de rendimento do conjunto moto-bomba, buscando assim

    explorar a maior possibilidade de ganho. Testes de rendimento do motor, do drive de

    inversor de freqncia e do conjunto associado apresentaram excelentes ndices.

    Somente os Inversores de Freqncia apresentaram rendimento acima de 95%;

  • 27

    As presses no sistema so mantidas bem prximas aos nveis mnimos requeridos;

    As perdas fsicas, diretamente ligadas presso, se minimizam;

    Controle operacional das bombas simplificado A ao de controle da vazo se d

    diretamente com a mudana da rotao, o que acontece de forma suave, segura e

    confivel. Essa ao pode ser feita diretamente no painel eltrico da Casa de Bombas

    ou mesmo distncia pelo Centro de Controle Operacional (CCO) fazendo o ajuste

    requerido;

    Melhor resposta em situaes emergenciais Aumento de vazo para atendimento a

    incndio, fechamentos em casos de rompimentos com minimizao dos efeitos do

    regime transitrio, etc.;

    Eliminao do transitrio causado com o acionamento e a parada de bombas Como

    a ao do inversor de freqncia se faz de forma lenta e gradativa, tanto no

    acionamento como na parada, existe um tempo entre a interveno propriamente dita e

    o resultado final esperado, ou seja, o conjunto moto-bomba vai acelerando ou

    desacelerando, de acordo com a parametrizao da rampa, de forma lenta e contnua.

    Com isso desaparecem as perturbaes geradas pelos transitrios. As aes de

    acionamento e parada com o inversor reduzem o stress no motor, bomba e

    acoplamento;

    Controle do fator de potncia, uma vez que o lado da rede tem contato com o

    retificador no controlado, resultando assim um excelente fator de potncia (prximo

    de 1);

    By-pass de operao em caso de falha do inversor. Se o inversor falhar, o motor pode

    ser operado diretamente na linha de entrada em operao contnua convencional;

  • 28

    Eliminao da alta corrente de partida e reduo do pico de demanda (kVA) O

    inversor de freqncia se adapta para evitar sobrecargas causadas pela acelerao de

    alta carga de inrcia;

    Manuteno sem necessitar estar conectado ao sistema, bem como a reduo desses

    custos;

    Alimenta tanto motores assncronos como sncronos;

    O Sistema de pulsos (PWM Pulse Width Modulation) permite uma faixa de variao

    de freqncia de 0 100%;

    A tenso constante no circuito intermedirio alimenta um barramento DC onde

    possvel conectar vrios inversores de freqncia em paralelo, um banco de baterias ou

    um banco de capacitores para suprimento de energia em caso de queda da rede;

    Aumento da vida til da bomba, mancais e vedaes pela diminuio do desgaste

    mecnico Como o sistema dotado de inversor atua na medida exata das necessidades

    operacionais, haver uma preservao maior dos equipamentos e acessrios

    aumentando a vida til;

    Reduo do nvel de rudo e vibrao Em sistemas convencionais as condies de

    baixa vazo so sempre acompanhadas por rudos e vibraes, geralmente causadas

    pela vlvula de controle que se encontram nesse caso parcialmente abertas, alm de

    efeitos de cavitao;

    Operao simultnea com vrios motores;

    Emprego em reas e ambientes sensveis, como aquelas em que se requerem motores a

    prova de exploso, resistncia a ambientes e atmosferas qumicas agressivas, entre

    outras;

  • 29

    Mtodo de interfaceamento simplificado para sinais de controles externos (0 10 V ou

    4 20 mA) proveniente de transmissores;

    Reduo de problemas de cavitao no sistema de bombeamento associados a operao

    de vlvulas de controle a baixo fluxo;

    Simplificao na rede de dutos atravs da eliminao de vlvulas para o controle da

    vazo;

    Reduo da emisso de CO2 e gases na atmosfera, quando se avalia o processo

    industrial como um todo A queda no consumo de energia eltrica conduzir a menor

    necessidade de gerao, principalmente quando isso se d por termeltricas ou

    geradores a leo diesel. Com isso os impactos ao meio ambiente tendem a se reduzirem.

    J as desvantagens, segundo Allen-Bradley (1.995), Casada et al. (2.000), Irvine e

    Gibson (2.002), Mascheroni et al. (2.003), Everhart (2.004), Europump and Hydraulic Institute

    (2.004), Almeida et al. (2.005), Pemberton (2.005) e Gambica (2.007), so:

    Custo inicial relativamente alto;

    O inversor de freqncia requer conversores de potncia alm de tcnicos

    especializados, devido aos circuitos sofisticados;

    Introduo de distores harmnicas da tenso, provocada pelo processo de converso

    de potncia e emisso de interferncias eletromagnticas Alterao da onda senoidal

    perfeita da rede eltrica concessionria. Nos Estados Unidos existe legislao especfica

    a respeito desse assunto que limita a emisso de correntes harmnicas;

    Elevao da temperatura na superfcie dos motores localizados em reas de risco,

    ultrapassando o limite mximo de temperatura permitida para o local Estando a

  • 30

    ventilao acoplada ao eixo do motor, a reduo da rotao promover um aumento na

    temperatura do mesmo o que poder causar exploses se instalado em locais ou

    atmosferas de risco (produtos inflamveis). Esse um problema muito comum em

    industrias petroqumicas;

    Ateno especial deve ser dedicada aos cabos que devem ser de baixa impedncia para

    alta freqncia Como a freqncia de chaveamento ou acionamento dos Insulated