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    DISPOSIES NORMATIVAS

    Directivas para a Concepo de Pavimentos

    Critrios de Dimensionamento dePavimentos

    DOCUMENTO BASE

    Trabalho realizado para o InIR pela empresa CAeMD Publicaes e Projectos deEngenharia, Lda., coordenado pela Doutora Eng. Maria da Conceio Azevedo

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    I

    NDICE DE CAPTULOS

    1. OBJECTIVOS E CAMPO DE APLICAO ....................................... 32. CONCEPO DE PAVIMENTOS .................................................. 3

    2.1. PRINCPIOS....................................................................... 32.2. FUNO DA FUNDAO E DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTO....................... 5

    3. TIPOS DE PAVIMENTOS .......................................................... 83.1. PAVIMENTOS FLEXVEIS........................................................... 93.2. PAVIMENTOS RGIDOS............................................................. 93.3. PAVIMENTOS SEMI-RGIDOS...................................................... 113.4. PAVIMENTOS MISTOS............................................................ 123.5. PAVIMENTOS INVERSOS......................................................... 123.6. OUTROS TIPOS.................................................................. 13

    4. MATERIAIS A EMPREGAR EM PAVIMENTAO ............................. 145. METODOLOGIAS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS .............. 146. CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO .......................................... 16

    6.1. SOLOS DE FUNDAO........................................................... 166.2. MISTURAS COM LIGANTES BETUMINOSOS........................................ 166.3. MISTURAS COM LIGANTES HIDRULICOS......................................... 16

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1 Diagrama esquemtico da estrutura de um pavimento rodovirio: ....... 4Figura 2 Materiais tratados com ligantes de um pavimento flexvel: ................ 9Figura 3 Materiais tratados com ligantes de um pavimento rgido: ................ 10Figura 4 Diversos tipos de pavimentos rgidos: ........................................ 11Figura 5 Materiais tratados com ligantes de um pavimento semi-rgido: ......... 11Figura 6 Materiais tratados com ligantes de um pavimento misto: ................. 12Figura 7 Materiais tratados com ligantes de um pavimento inverso: .............. 13Figura 8 Pavimento urbano com cubos na camada de desgaste: ................... 13

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    II

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 1 Funo e mecanismo de degradao da fundao de um pavimento .... 6Quadro 2 Funo e mecanismo de degradao das camadas de um pavimento ... 7Quadro 3 Propriedades mecnicas mais importantes ................................... 8

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    DIRECTIVAS PARA A CONCEPO DE PAVIMENTOSCRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS

    1. OBJECTIVOS E CAMPO DE APLICAOO objectivo da presente Disposio Tcnica o de estabelecer os Critrios deDimensionamento de Pavimentos para cumprimento harmonizado por todas asconcessionrias de estradas nos projectos de construo e/ou reabilitao depavimentos, permitindo:

    Solues tcnicas bem definidas e comparveis;

    Garantir uma homogeneidade de nveis de servio;

    Fixar estratgias tcnico-econmicas vlidas para a rede rodovirianacional.

    O presente documento tem em conta a normalizao europeia dascaractersticas dos materiais e produtos de pavimentao expressas pelo seudesempenho mecnico.

    Os princpios integrantes, dado o seu carcter racional, aplicam-se aospavimentos para diferentes categorias de estradas, desde as estradas sujeitas abaixo trfego at s auto-estradas.

    Os critrios propostos permitem determinar as espessuras do pavimento emfuno dos nveis de servio pretendidos, do trfego esperado, das condiesambientais e das condies de fundao.

    2. CONCEPO DE PAVIMENTOS2.1. PRINCPIOSO desenvolvimento scio-econmico a que se tem assistido nos ltimos anos,bem como o esforo de inovao por parte das Administraes, das Empresas deConstruo, dos Produtores, e de todos os Parceiros do Sector, conduziu aoaparecimento de novos materiais e adopo de novos mtodos e concepesde pavimentos.

    A principal funo de um pavimento, nomeadamente o rodovirio, ofereceruma superfcie de rolamento livre e desempenada, destinada a permitir acirculao de veculos em adequadas condies de segurana, conforto eeconomia.

    De acordo com a definio estabelecida na Especificao do LNEC E1 de 1962[1], um pavimento a parte da estrada, rua, ou pista, que suporta

    directamente o trfego e transmite as respectivas solicitaes infra-estrutura:

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    terreno, obras de arte, etc. Pode ser constitudo por uma ou mais camadastendo, no caso geral, uma camada de desgaste e camadas de fundao. Cadauma destas camadas pode ser composta e constituda por camadaselementares.

    Um pavimento por conseguinte um a estrutura constituda por um conjunto demulti-camadas colocadas sobre uma plataforma de suporte, como representadona figura 1. Abaixo da plataforma, sobre a qual assenta o pavimento, tem-se afundao do pavimento, geralmente constituda pelo solo de fundao e peloleito do pavimento.

    O leito do pavimento a camada de transio entre o solo de fundao e ocorpo do pavimento e tem por objectivo:

    - Durante a fase construtiva: proteger o solo de fundao, estabelecer uma

    adequada qualidade de nivelamento e permitir a traficabilidade dosequipamentos de obra;

    - Durante a fase de explorao: tornar homogneo ou melhorar ocomportamento da fundao e, se necessrio, proteger da aco do gelo.

    -

    Figura 1 Diagrama esquemtico da estrutura de um pavimento rodovirio:

    No caso dos aterros corrente designar a camada de leito do pavimento porcamada de coroamento dos aterros.

    As camadas de sub-base e de base dotam o pavimento da resistncia mecnicanecessria para suportar as cargas verticais induzidas pelo trfego. Os materiais

    utilizados nestas camadas repartem as presses sobre a plataforma de forma amanter as deformaes ao nvel dos limites admissveis. So geralmente,

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    constitudas por materiais granulares, mas no caso de nveis de trfego elevadosso substitudos por materiais granulares tratados com ligantes, sobretudoligantes hidrulicos.

    No caso de pavimentos sujeitos a baixo trfego, as camadas granulares, ou a

    camada de sub-base granular, podem ser subtradas e substitudas pelotratamento in situdos solos de fundao.

    O tipo de materiais e a espessura das camadas de base e de ligao, subjacentes camada de desgaste, depende do nvel de trfego e das restantes acesclimatricas, bem como da qualidade da fundao. Por conseguinte, pode noocorrer uma destas camadas, como o caso de pavimentos sujeitos a baixos nveisde trfego.

    A camada de desgaste a camada superior da estrutura do pavimento, por isso

    muitas vezes tambm denominada camada de rolamento, sobre a qual sodirectamente exercidas as agresses conjugadas do trfego e do clima.

    As caractersticas de superfcie de um pavimento dependem do tipo e danatureza dos materiais constituintes da camada de desgaste, da idade e do tipode utilizao do pavimento, conjugadas com as agresses climticas. A camadade desgaste contribui, ainda, para a durabilidade da estrutura do pavimento,nomeadamente quando apresenta funes de estanquidade gua das chuvas.

    Quando a camada de base constituda por materiais granulares tratados com

    ligantes hidrulicos, principalmente o cimento, usual utilizar-se na interface,desta camada com a camada sobrejacente, os dispositivos que visam minimizarou evitar a reflexo, ou seja a ascenso superfcie, das fendas de origemtrmica daqueles materiais.

    Os pavimentos sofrem durante a sua vida til um processo de degradao sob aaco do trfego, dos agentes climticos e do tempo, ainda que resulte maislento se o pavimento for bem concebido, bem construdo e bem conservado.

    O conhecimento da natureza das degradaes e da sua evoluo essencial paracompreender o modo de comportamento das estruturas do pavimento eseleccionar o modelo de clculo mais adaptado a cada tipo de pavimento ou aosmateriais constituintes.

    2.2. FUNO DA FUNDAO E DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTONo quadro 1 apresentam-se as funes da fundao de um pavimento erespectivo mecanismo de degradao.

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    Quadro 1 Funo e mecanismo de degradao da fundao de um pavimento

    FUNDAO DOPAVIMENTO

    FUNOMECANISMOS DEDEGRADAO

    TERRENO DAFUNDAO

    - SUPORTE DO PAVIMENTO

    So as suascaractersticas quecondicionam odimensionamento

    - DEFORMAOPERMANENTE EXCESSIVA

    - ROTURA DOS TALUDESDE ATERRO

    LEITO DOPAVIMENTO

    - EVITAR DEFORMAO DOSOLO

    -

    HOMOGENEIDADE DASCARACTERSTICASMECNICAS DA FUNDAO

    - PLATAFORMA CONSTRUTIVA

    - POSSIBILIDADE DECOMPACTAO DASCAMADAS SOBREJACENTESEM ADEQUADAS CONDIES

    - DEFORMAOPERMANENTE EXCESSIVA

    No quadro 2 apresentam-se as funes das camadas de um pavimento e

    respectivo mecanismo de degradao.

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    Quadro 2 Funo e mecanismo de degradao das camadas de um pavimento

    CAMADAS DOPAVIMENTO

    FUNO MECANISMOS DE DEGRADAO

    SUB-BASE

    - PROTEGER DURANTE A FASECONSTRUTIVA AS CAMADASINFERIORES

    - PROTEGER A BASE DA SUBIDADE GUA CAPILAR

    - DRENAGEM INTERNA DOPAVIMENTO

    - CAMADA ESTRUTURAL

    - RESISTNCIA EROSO

    - DEFORMAO PERMANENTEEXCESSIVA

    BASE

    - CAMADA ESTRUTURAL

    - DEGRADAO DAS CARGASINDUZIDAS PELO TRFEGO

    - DEFORMAO PERMANENTEEXCESSIVA (MATERIAIS NOTRATADOS)

    - FENDILHAMENTO POR FADIGA(MATERIAIS TRATADOS COMLIGANTES)

    - FENDILHAMENTO TRMICO(MATERIAIS TRATADOS COM

    LIGANTES HIDRALICOS)

    DESGASTE

    - ADEQUADA CIRCULAO DOTRFEGO COM CONFORTO ESEGURANA

    - DRENAGEM OUIMPERMEABILIZAO

    - DISTRIBUIO DAS TENSESINDUZIDAS PELO TRFEGO

    - DESGASTE PROVOCADO PELAACO DO TRFEGO E CONDIESCLIMTICAS

    - DEFORMAO PERMANENTE EMCONDIES EXCESSIVAS DETEMPERATURA E TRFEGO

    - FENDILHAMENTO POR ASCENSODAS FENDAS DAS CAMADAS

    SUBJACENTES

    - FENDILHAMENTO POR FADIGADEVIDA A UMA M ADERNCIA CAMADA SUBJACENTE

    - FENDILHAMENTO TRMICO

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    Quadro 3 Propriedades mecnicas mais importantes

    CAMADAS DOPAVIMENTO

    PROPRIEDADES MECNICAS MAISIMPORTANTES

    PROCESSOS DE MELHORIA

    GRANULAR

    - MDULO DE DEFORMABILIDADE

    - RESISTNCIA DEFORMAOPERMANENTE

    - COMPACTAO

    - TRATAMENTO IN SITU

    - TRATAMENTO EMCENTRAL

    COM LIGANTE

    - MDULO DE DEFORMABILIDADEOU RIGIDEZ

    - RESISTNCIA DEFORMAOPERMANENTE

    - RESISTNCIA FADIGA

    - COMPACTAO

    - ADEQUADAFORMULAO

    3. TIPOS DE PAVIMENTOS usual considerarem-se os seguintes trs tipos de pavimentos, em funo dosmateriais utilizados na sua composio:

    1. Pavimento flexvel, no qual a(s) camada(s) superior(es) so em misturasbetuminosas, sendo a(s) camada(s) subjacente(s) (s) betuminosa(s) esobrejacente(s) ao leito do pavimento em materiais granulares;

    2. Pavimento semi-rgido, no qual a(s) camada(s) superior(es) so emmisturas betuminosas, sendo a(s) camada(s) subjacente(s) (s)betuminosa(s) e sobrejacente(s) ao leito do pavimento em materiaisgranulares tratados com ligantes hidrulicos, com uma importanteinfluncia na capacidade de carga do pavimento;

    3. Pavimento rgido, no qual a camada de desgaste constituda por umbeto de cimento de elevada resistncia.

    Contudo, existe uma diversidade maior de estruturas de pavimentos na rederodoviria nacional, entre as quais:

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    4. Pavimento misto, prximo do semi-rgido, mas com uma relao deespessura das misturas betuminosas da ordem de metade relativamente espessura total do pavimento;

    5. Pavimento inverso, prximo do semi-rgido, mas com uma camada emmateriais granular entre as misturas betuminosas e os materiaisgranulares tratados com ligantes hidrulicos.

    3.1. PAVIMENTOS FLEXVEISNo caso dos pavimentos flexveis pode distinguir-se os pavimentos espessos dosrestantes pavimentos flexveis mais ligeiros.

    Os pavimentos flexveis espessos so constitudos por espessuras de misturasbetuminosas subjacentes camada de desgaste de cerca de 15 a 40 cm. Nosmais espessos ocorre sempre a camada de ligao e a de base e muitas vezes a

    camada de base subdividida em mais de uma camada.

    Na figura 2 apresenta-se um desenho esquemtico de um tarolo extrado de umpavimento flexvel, por sondagem rotao. Neste tipo de sondagem apenas seretiram os materiais de agregados ligados com betume (misturas betuminosas).

    Figura 2 Materiais tratados com ligantes de um pavimento flexvel:

    Os pavimentos flexveis mais ligeiros so constitudos por espessuras totais emmisturas betuminosas inferiores a 15 cm, sendo muitas vezes reduzida a camadade desgaste a apenas um tratamento superficial, como ocaso das estradassujeitas a baixo trfego.

    3.2.

    PAVIMENTOS RGIDOSEste tipo de pavimento constitudo por uma camada em beto de cimento decerca de 15 a 40 cm de espessura, directamente sobre a fundao ou sobre umacamada de base em materiais tratados com ligantes hidrulicos.

    Eventualmente a camada em beto de cimento pode estar revestida de umacamada de desgaste em mistura betuminosa delgada.

    Na figura 3 apresenta-se um desenho esquemtico de um tarolo extrado de umpavimento rgido, por sondagem rotao. Neste tipo de sondagem retiram-se

    os materiais de agregados ligados com ligantes (beto de cimento, beto pobre,AGEC ou misturas betuminosas).

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    Figura 3 Materiais tratados com ligantes de um pavimento rgido:

    A camada em beto de cimento pode assentar sobre uma camada constituda pordiversos tipos de materiais. A camada subjacente mais usual uma camada embeto de cimento menos resistente, seja um beto pobre ou um materialgranular tratado com cimento (denominado agregado de granulometria extensatratado com cimento AGEC).

    Mas, a camada em beto de cimento poder ser colocada sobre uma camada emmaterial granular drenante (de granulometria descontnua), ou directamentesobre a plataforma do pavimento, como no caso das estradas de baixo trfego.

    Poder, ainda, de forma a aumentar a resistncia eroso da base da camadaem beto de cimento, ser interposta uma camada em mistura betuminosa entrea camada em beto de cimento e a camada de beto pobre ou em AGEC.

    A laje em beto de cimento pode ser contnua, com uma armadura longitudinal,denominada beto armado contnuo, ou descontnua com juntas.

    Nos casos de lajes descontnuas, podem ainda apresentar elementos de ligaonas juntas, como sejam os vares de transferncia de cargas entre lajesadjacentes.

    Na figura 4 apresentam-se os vrios tipos de pavimentos rgidos.

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    Figura 4 Diversos tipos de pavimentos rgidos:

    3.3. PAVIMENTOS SEMI-RGIDOSOs pavimentos semi-rgidos, com uma espessura total de cerca de 20 a 50 cm,so constitudos misturas betuminosas na parte superior do pavimento,geralmente apenas a camada de desgaste, assentes sobre materiais granulares

    tratados com ligantes hidrulicos, dispostos em mais de uma camada.Na figura 5 apresenta-se um desenho esquemtico de um tarolo extrado de umpavimento semi-rgido, por sondagem rotao. Neste tipo de sondagem apenasse retiram os materiais de agregados ligados (misturas betuminosas e materiaisgranulares tratados com ligantes hidrulicos).

    Figura 5 Materiais tratados com ligantes de um pavimento semi-rgido:

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    3.4. PAVIMENTOS MISTOSOs pavimentos mistos so constitudos misturas betuminosas na parte superior dopavimento, em espessuras que podem variar de 15 a 20 cm, assentes sobremateriais granulares tratados com ligantes hidrulicos, dispostos em mais de

    uma camada, em espessuras que podem estar compreendidas entre 20 a 40 cm.Os materiais tratados com ligantes hidrulicos podem ser o AGEC ou os solostratados com ligantes hidrulicos.

    As estruturas denominadas como mistas distinguem-se das estruturas semi-rgidas, pela relao entre espessuras das camadas betuminosas de cerca demetade da espessura dos materiais granulares tratados com ligantes hidrulicos.

    Na figura 6 apresenta-se um desenho esquemtico de um tarolo extrado de umpavimento misto, por sondagem rotao. Neste tipo de sondagem apenas se

    retiram os materiais de agregados ligados (misturas betuminosas e materiaisgranulares tratados com ligantes hidrulicos).

    Figura 6 Materiais tratados com ligantes de um pavimento misto:

    3.5. PAVIMENTOS INVERSOSOs pavimentos inversos, com uma espessura total de cerca de 50 a 60 cm, soconstitudos misturas betuminosas na parte superior do pavimento, com umaespessura de aproximadamente 15 cm, e com a interposio de uma camada emmaterial granular no tratado com ligantes, numa espessura de cerca de 12 cm,antes das camadas em materiais tratados com ligantes hidrulicos.

    Na figura 7 apresenta-se um desenho esquemtico de um tarolo extrado de um

    pavimento inverso, por sondagem rotao. Neste tipo de sondagem retiram-seos materiais de agregados ligados (misturas betuminosas e materiais granularestratados com ligantes hidrulicos). Os materiais granulares no tratados sotambm extrados, devido ao confinamento provocado pelos materiaissobrejacentes e subjacentes.

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    Figura 7 Materiais tratados com ligantes de um pavimento inverso:

    3.6. OUTROS TIPOSOcorrem, ainda, outros tipos de pavimentos, como o caso dos pavimentos emcubos, muito utilizados em pavimentos urbanos, como apresentado na figura 8,ou em zonas em que se pretende delimitar ou definir usos restritos, como o casodas passadeiras de pees, passeios, etc.

    Figura 8 Pavimento urbano com cubos na camada de desgaste:

    Neste tipo de pavimentos a camada de desgaste constituda por cubos empedra ou beto de cimento e a camada subjacente pode ser constituda pormateriais granulares no tratados ou materiais granulares tratados com liganteshidrulicos ou solo-cimento.

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    4. MATERIAIS A EMPREGAR EM PAVIMENTAOAs Disposies Tcnicas sobre especificaes de materiais, a publicar pelo InIR,apresentam os materiais mais relevantes para a pavimentao e definem as suascaractersticas relevantes, para efeitos, no s de dimensionamento, mas de

    composio.

    De entre os materiais mais utilizados e que influenciam o dimensionamento dospavimentos, podem referir-se:

    i. Solos (quer os da fundao, abaixo da plataforma do pavimento, quer osempregues em camadas de sub-base);

    ii. Misturas de agregados no tratados, denominado na terminologia nacionalpor agregado britado de granulometria extensa (ou contnua) AGE;

    iii.Misturas com ligantes betuminosos, entre os quais o macadamebetuminoso, a mistura betuminosa densa, o beto betuminoso, o beto oumicrobeto betuminoso rugoso, o beto betuminoso drenante, entreoutras;

    iv.Misturas com ligantes hidrulicos, entre os quais o solo-cimento, o betopobre, o agregado britado de granulometria extensa tratado com cimento(AGEC) e o beto de cimento.

    5. METODOLOGIAS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOSExistem diversas metodologias para o dimensionamento de pavimentos, entre asquais:

    i. Empricas;

    ii. Racionais;

    iii.Receita.

    O tipo de metodologia e os procedimentos associados a cada uma encontra-sedetalhadamente descrito numa Disposio Tcnica sobre metodologias de

    dimensionamento de pavimentos, a publicar pelo InIR.A metodologia que interessa presente Disposio Tcnica a racional, ou sejabaseada na anlise estrutural, utilizando por conseguinte a via analtica, a partirda determinao dos estados de tenso e deformao, induzidos nas camadas dopavimento e respectiva fundao pelo rodado dos veculos pesados.

    Como exposto na Disposio Tcnica sobre metodologias de dimensionamento depavimentos, o espectro de veculos pesados que circulam numa determinada viaso convertidos num eixo-padro, para efeitos de dimensionamento dos

    pavimentos.Para tal, consideraram-se os seguintes parmetros:

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    a.Eixo-padro de 80 kN no caso dos pavimentos com materiais granularesnas camadas sobrejacentes fundao, com uma geometria do rodado de10,75 cm de raio de impresso, distncia entre eixos de 0,35 m e pressode enchimento dos pneus de 0,55 MPa ou 80 psi;

    b.Eixo-padro de 130 kN no caso dos pavimentos com materiais em solosestabilizados com ligantes hidrulicos nas camadas sobrejacentes fundao, ou em caso de pavimentos sujeitos a cargas importantes, comuma geometria do rodado de 12,25 cm de raio de impresso, distnciaentre eixos de 0,35 m e presso de enchimento dos pneus de 0,69 MPa ou100 psi;

    c.As caractersticas mecnicas (mdulo de deformabilidade - E - e

    coeficiente de Poisson - ) dos materiais das camadas e da respectiva

    fundao, tendo em conta as caractersticas de composio dos materiaise climticas da regio e o modelo estrutural do pavimento;

    d.As espessuras das camadas do pavimento actual.

    A metodologia da anlise estrutural consiste, para os diferentes tipos depavimentos, indicados em 3., em colocar determinados materiais, emdeterminadas espessuras, e verificar por um processo de tentativas (iterativo),qual a estrutura de pavimento que cumpre os critrios de dimensionamento, ouseja admita o nmero de passagens do eixo-padro esperados no perodo dedimensionamento pretendido (horizonte de projecto).

    Calculam-se a extenso horizontal de traco mxima na base das camadasbetuminosas, ( tmb), a tenso horizontal de traco mxima na base das camadas

    em materiais estabilizados com ligantes hidrulicos, ( tmlh), e a extenso vertical

    de compresso mxima no topo do solo de fundao, ( vsf), induzidas pelo eixo--padro no pavimento e compararam-se com as extenses e tenses limitesadmissveis dadas pelos critrios de dimensionamento, apresentadas em 6.

    Os clculos so efectuados atravs do programa de clculo automticoexistentes no mercado, desenvolvidos por Universidades, Laboratrios deInvestigao ou outras Instituies.

    Disposio Tcnica sobre metodologias de dimensionamento de pavimentos, apublicar pelo InIR, so referidos alguns dos programas de clculo automticomais utilizados.

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    6. CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO6.1. SOLOS DE FUNDAOEste critrio tem por objectivo, funo do trfego previsto para o horizonte deprojecto, limitar a ocorrncia de excessivas deformaes permanentes dafundao e o consequente aparecimento de cavados de rodeira superfcie dopavimento.

    Para valor limite da extenso vertical de compresso ( vsf), no topo da fundaodo pavimento, aconselha-se adoptar o critrio de dimensionamento maisexigente proposto pela Shell, universalmente aceite e utilizado nos projectos deexecuo das empreitadas nacionais, ao que corresponde um grau de confianade 95%:

    vsf = 0,018 x N-0,25 (1)

    Sendo N o nmero acumulado de aplicaes de carga do eixo-padro.

    6.2. MISTURAS COM LIGANTES BETUMINOSOSEste critrio tem por objectivo, funo do trfego de projecto, limitar aocorrncia de fendilhamento por fadiga e o consequente aparecimento de fendas superfcie do pavimento.

    Para valor limite da extenso horizontal de traco ( tmb), na base do conjuntodas camadas em misturas betuminosas, aconselha-se adoptar o critrio de

    dimensionamento proposto pela Shell, universalmente aceite e utilizado nosprojectos de execuo das empreitadas nacionais, dado pela seguinte expresso:

    tmb= (0,856 Vb+ 1,08) x (Emist)-0,36N-0,2 (2)

    Sendo N o nmero acumulado de passagens do eixo-padro, Vba percentagemvolumtrica de betume e Emist o mdulo de deformabilidade da misturabetuminosa, na unidade Pascal.

    Para percentagem volumtrica em betume das misturas betuminosasrecomendam-se os valores indicados na Disposio Tcnica sobre metodologias

    de dimensionamento de pavimentos, a publicar pelo InIR, funo dos diferentesmateriais.

    6.3. MISTURAS COM LIGANTES HIDRULICOSEste critrio tem por objectivo, funo do trfego de projecto, limitar aocorrncia de fendilhamento trmico e o consequente aparecimento de fendas superfcie do pavimento.

    Para valor limite da tenso horizontal de traco ( tmlh), na base do conjunto dascamadas em materiais tratados com ligantes hidrulicos, aconselha-se adoptar ocritrio dado pela seguinte expresso:

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    tmlh = (1 - 0,08 log N) x Rt (3)

    sendo N o nmero acumulado de passagens do eixo-padro, Rt a resistncia traco por flexo dos materiais tratados com ligantes hidrulicos e tmlho valorda tenso horizontal de traco admissvel.

    A resistncia traco por flexo dos materiais tratados com ligantes hidrulicosdepende do tipo de material, do teor em ligante hidrulico e das caractersticasde fabrico e de compacidade.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    LNEC "Vocabulrio de Estradas e Aerdromos "- Especificao E1 do LNEC. Lisboa, 1962.

    LCPC/SETRA Conception et Dimensionnement des Structures de Chausse. Guide Technique.

    Paris, Dezembro de 1994.MINISTERIO DE FOMENTO Secciones de Firme. Instruccin de Carreteras. Norma 6.1 IC.

    Madrid, Novembro de 2004.

    MINISTERIO DE FOMENTO Rehabilitacin de Firmes. Instruccin de Carreteras. Norma 6.3 IC.Madrid, Novembro de 2003.

    AASHTO AASHTO Guide for Design of Pavement Structures, American Association of StateHighway and Transportation Officials, Washington, D.C. 1993.

    AASHTO Supplement to the AASHTO Guide for Design of Pavement Structures. Part II, - rigidPavement Design & Rigid Pavement Joint Design, American Association of State Highwayand Transportation Officials, Washington, D.C. 1998.

    SCETAUROUTE "Manuel de Conception des Chausses dAutoroutes". Paris, 1997

    [SHELL "Shell Pavement Manual. Asphalt Pavements and Overlays for Road Traffic". ShellInternational Petroleum Company Ltd, London, 1978.

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