crise do clima

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11/02/2015 Crise do clima: Com poluição recorde, acordo global em 2015 será decisivo para limitar o aquecimento da Terra Resumo das disciplinas UOL… http://vestibular.uol.com.br/resumodasdisciplinas/atualidades/crisedoclimacompoluicaorecordeacordoglobalem2015seradecisivoparalimitar… 1/3 Crise do clima: Com poluição recorde, acordo global em 2015 será decisivo para limitar o aquecimento da Terra Andréia Martins Da Novelo Comunicação 19/12/2014 11h50 Imprimir Comunicar erro Shutterstock Nunca poluímos tanto quanto agora. Segundo dados divulgados em setembro de 2014, a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2013. A causa seria o aumento no nível de dióxido de carbono (CO2) e gases emitidos por atividades humanas como a queimada e desmatamento de florestas, o uso de combustíveis fósseis (carros movidos à gasolina ou diesel), a produção de energia térmica, a produção de lixo e resíduos industriais. Esses dados pioram as previsões sobre o aumento na temperatura da Terra . O Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU divulgou um relatório mostrando que o nível dos oceanos está subindo mais rapidamente, que a temperatura pode aumentar em até 5°C nos próximos 100 anos e que o homem tem 95% de responsabilidade sobre as mudanças climáticas. As consequências podem ser desastrosas, como o derretimento de geleiras, aumento na elevação dos mares, escassez de água, morte de corais, extinção de espécies e fenômenos climáticos abruptos. E o que vamos fazer sobre isso? Em quanto tempo? Essas devem ser questões chaves para a COP-21, a conferência global sobre o clima que acontece em Paris (França), em dezembro de 2015. Na ocasião, será apresentado um novo acordo de redução de emissões de carbono que substituirá o Protocolo de Kyoto e vai apontar novas diretrizes de combate ao aquecimento global a partir de 2020 (quando o prazo do protocolo termina). E por que estamos discutindo isso agora? O futuro acordo climático internacional é visto como decisivo para mudar as perspectivas do clima no planeta e deve adicionar mecanismos para fazer com que os governos levem a sério suas decisões e seus cronogramas, o que não foi visto no Protocolo de Kyoto. Além disso, um movimento inédito de EUA e China sobre o tema aponta uma possível nova postura dos países mais poluidores sobre a necessidade de contermos a emissão dos gases. Atualidades Related Searches Benign Paroxysmal Positional Vertigo Vestibular Schwannoma Vestibular Disorders Association Vestibular Neuritis Solution Real

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11/02/2015 Crise do clima: Com poluição recorde, acordo global em 2015 será decisivo para limitar o aquecimento da Terra ­ Resumo das disciplinas ­ UOL…

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Crise do clima: Com poluiçãorecorde, acordo global em 2015será decisivo para limitar oaquecimento da TerraAndréia MartinsDa Novelo Comunicação 19/12/2014 11h50

m n o H J Imprimir F Comunicar erro

Shutterstock

Nunca poluímos tanto quanto agora. Segundo dados divulgados em setembro de

2014, a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2013.

A causa seria o aumento no nível de dióxido de carbono (CO2) e gases emitidos por

atividades humanas como a queimada e desmatamento de florestas, o uso de

combustíveis fósseis (carros movidos à gasolina ou diesel), a produção de energia

térmica, a produção de lixo e resíduos industriais. 

Esses dados pioram as previsões sobre o aumento na temperatura da Terra. O

Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU divulgou um

relatório mostrando que o nível dos oceanos está subindo mais rapidamente, que a

temperatura pode aumentar em até 5°C nos próximos 100 anos e que o homem tem

95% de responsabilidade sobre as mudanças climáticas.

As consequências podem ser desastrosas, como o derretimento de geleiras,

aumento na elevação dos mares, escassez de água, morte de corais, extinção de

espécies e fenômenos climáticos abruptos. E o que vamos fazer sobre isso? Em

quanto tempo?

Essas devem ser questões chaves para a COP-21, a conferência global sobre o

clima que acontece em Paris (França), em dezembro de 2015. Na ocasião, será

apresentado um novo acordo de redução de emissões de carbono que substituirá o

Protocolo de Kyoto e vai apontar novas diretrizes de combate ao

aquecimento global a partir de 2020 (quando o prazo do protocolo termina).

E por que estamos discutindo isso agora? O futuro acordo climático internacional é

visto como decisivo para mudar as perspectivas do clima no planeta e deve

adicionar mecanismos para fazer com que os governos levem a sério suas decisões

e seus cronogramas, o que não foi visto no Protocolo de Kyoto. Além disso, um

movimento inédito de EUA e China sobre o tema aponta uma possível nova postura

dos países mais poluidores sobre a necessidade de contermos a emissão dos

gases.

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11/02/2015 Crise do clima: Com poluição recorde, acordo global em 2015 será decisivo para limitar o aquecimento da Terra ­ Resumo das disciplinas ­ UOL…

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/crise­do­clima­com­poluicao­recorde­acordo­global­em­2015­sera­decisivo­para­limitar… 2/3

Formalizado em 1997, o Protocolo de Kyoto entrou oficialmente em vigor em 2005 e

foi um marco na diplomacia dos países por ter sido o primeiro conjunto de metas de

redução de gases responsáveis pelo efeito estufa adotado mundialmente, com a

ratificação de mais de 170 países. No entanto, o mundo não cumpriu as metas de

redução e está ainda mais quente.

O objetivo era obrigar países desenvolvidos a reduzir a emissão de gases poluentes

que agravam o efeito estufa e tentar diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8°C.

As nações industrializadas se comprometeriam em diminuir em 5% as emissões de

gases, em relação aos níveis de 1990, no período entre 2008 e 2012, depois

ampliado para 2020.

As metas variam de um signatário para outro. Os países da União Europeia têm que

cortar as emissões em 8%, enquanto o Japão se comprometeu com 5%. Países em

desenvolvimento não tiveram metas específicas. Mas, como signatários, precisam

manter a ONU informada sobre seu nível de emissões. O Brasil é um desses. O

compromisso brasileiro, acertado em 2009, é de cortar entre 36% a 39% das

emissões de gases-estufa em 2020, em relação aos níveis de 1990.

Antecipando as conversas sobre o acordo de Paris, em dezembro de 2014 ocorreu

em Lima, no Peru, a COP-20. Essa reunião preparatória foi fundamental para que

na conferência de 2015 os países tenham pronto o texto de um novo regime

internacional que sucederá o Protocolo de Kyoto, além de aprovar o rascunho de

um acordo de redução de emissões de gases de efeito estufa. Nos próximos

meses, os países desenharão os compromissos para reduzir emissões globais

entre 40% a 70%, e que devem ser assinados na COP-21.

Uma das questões chaves definidas em Lima é que todos os países (e não apenas

os ricos) devem colaborar para reduzir a poluição. Outro objetivo que deve ser

tratado é a criação de fundos de financiamento para planos nacionais de adaptação

aos impactos dos efeitos climáticos, como medidas criadas para lidar com o efeito

de enchentes ou secas.

Ainda há tempo para desarmar a bomba-relógio?Segundo pesquisas, o limite “seguro” para o aumento da temperatura da Terra seria

de até 2°C. Para não superar essa temperatura, poderíamos emitir no máximo

3.670 GtCO2 (gigatoneladas de dióxido de carbono) até o ano 2100, de acordo com

cálculos realizados pelos cientistas do Painel Intergovernamental para Mudanças

Climáticas (IPCC), em 2013.

Até 2011, no entanto, esse número já era de 2.670 GtCO2 lançados na atmosfera.

Ou seja, em 89 anos (de 2011 a 2100), o mundo poderia emitir, ainda, apenas

1.000 GtCO2 para evitar mais complicações climáticas.

No ritmo anual, caminhamos facilmente para um aquecimento de 4°C, o que seria o

pior cenário projetado pelo IPCC. Um maior aquecimento provocaria grandes

desastres ambientais e impactos negativos nas formas de vida no planeta.

Entre as soluções emergenciais apontadas para evitar este cenário estariam a

mudança para uma matriz energética mais limpa (como o uso de usinas eólicas e

painéis solares), a adoção de instrumentos como o imposto sobre o carbono

(precificação de forma penalizadora às emissões), a definição de metas de

emissões per capita e o aumento do mercado de carbono, um mecanismo de

compra e venda de CO2 (quem faz atividades que emitem dióxido de carbono pode

compensar ou neutralizar a emissão ao comprar de quem os absorve em ações

como o plantio de florestas).

EUA e China: acordo inédito entre os maiores poluidoresEUA e China não ratificaram o Protocolo de Kyoto. Responsáveis por 45% da

emissão de gases poluentes, os dois países selaram, em novembro de 2014, um

acordo inédito sobre o tema. O acordo inclui mudanças em cinco áreas: redução

das emissões dos veículos, redes elétricas mais avançadas, captura e

armazenamento de emissões de carbono, coleta de dados sobre os gases

causadores do efeito estufa e melhoria da eficiência energética de construções.

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11/02/2015 Crise do clima: Com poluição recorde, acordo global em 2015 será decisivo para limitar o aquecimento da Terra ­ Resumo das disciplinas ­ UOL…

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A China, por exemplo, prometeu aumentar de 12% para 20% a participação da

energia limpa em sua matriz energética, enquanto os norte-americanos se

comprometeram a dobrar o ritmo de redução de emissões, mas apenas a partir de

2020.

Para especialistas, o acordo tem dois lados: um positivo, por mostrar que os países

se anteciparam ao tema e que os EUA, que se retirou do Protocolo de Kyoto

quando o então presidente George W. Bush julgou que aderir ao acordo seria ruim

para a economia do país, estão revendo sua posição; e outro negativo, por trazer

metas de longo prazo.

O que essa parceria aponta para a COP-21 é que somente haverá avanço se os

novos acordos oferecerem planos de redução mais ambiciosos e os países

realmente os colocarem em prática. Vale lembrar que qualquer definição acarreta

um impacto na economia. As nações precisam decidir como suas economias

podem crescer sem causar um maior impacto.

Hoje, para incentivar a participação dos governos em acordos deste tipo, os

negociadores optaram por uma abordagem mais livre, em que os governantes

passaram a formular as suas próprias metas, apresentando-as como promessa.

Será essa forma a mais assertiva para o momento para comprometer os países

com as metas?

O tempo é outro ponto importante: hoje, os efeitos do aquecimento global são

sentidos em menor tempo, ou seja, quanto maior a demora em colocar as metas em

prática, maiores são os riscos para o meio ambiente e a humanidade.

Andréia Martins

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