crise de Água e espetÁculo midiÁtico: olhares … · à sobrevivência humana, ... o desejo por...

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1 Graduanda do 7º semestre do Curso de Licenciatura em Geografia na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), bolsista CAPES (PIBID) Projeto “Linguagens para o Ensino de Geografia: Práticas, Pesquisas e Possibilidades”. E-mail: [email protected] 2 Graduanda do 7º semestre do Curso de Licenciatura em Geografia na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), bolsista CAPES (PIBID) Projeto “Linguagens para o Ensino de Geografia: Práticas, Pesquisas e Possibilidades”. E-mail: [email protected] 3 Coordenador do PIBID. Docente do Departamento de Ciências Humanas- DCH/UNEB-VI. E-mail: [email protected] CRISE DE ÁGUA E ESPETÁCULO MIDIÁTICO: OLHARES SOBRE A ÁGUA Euvânia Máira Silva Moura 1 Ana Valéria Ferreira da Silva 2 Junívio da Silva Pimentel 3 Resumo: Símbolo comum da humanidade, a água é considerada fonte de vida e determinante na sobrevivência dos seres vivos e propulsora do desenvolvimento de regiões. Atualmente, embebida por uma crise, não sabe ao certo, qual direcionamento lhe cabe diante da problemática, considerada por uns, como crise hídrica, e por outros, como crise de abastecimento. O presente estudo, pretende atribuir a esta questão, contribuição de fatores econômicos, políticos e sociais, que agem simultaneamente. Utilizando para tal, autores como: Adas (1994), Nunes (2009), Rebouças (2003) entre outros. Resultado de uma ação do PIBID, intitulada ‘Água: entre a dinâmica e a ocupação das áreas urbanas’, teve como escopo discutir o gerenciamento e abastecimento de água no Brasil e na cidade de Caetité-BA. A ação foi realizada na turma de 7ª e 8ª série da Educação de Jovens e Adultos, do Colégio Estadual Seminário São José. Mediante a resposta dos questionários aplicados aos discentes, considerou- se que os mesmos têm consciência dos desperdícios e estão atentos ao racionamento de água na cidade. Palavras-chave: Crise Hídrica. Racionamento. Linguagem Geográfica. Introdução Guiados pelo extinto de sobrevivência, o homem se estabelece num local e, nele cria diversas maneiras para garantir o alimento, o ar e a água. Convencidos de que este último, não era distribuído igualmente pelos lugares, fixa-se próximos dos rios e lagos. Nestas áreas passam a desenvolver a convivência e as relações sociais, a produção e a sua divisão, e mais tarde, a acumulação desses bens. Desde a antiguidade, a utilidade e importância da água era reconhecida na maioria das atividades humanas, despertando o caráter de recurso indispensável para a vida, e fonte de riqueza para as regiões. Mas, como o ato de acumular passou a fazer parte da vida das pessoas, nem todos tinham a acesso a alimentação de qualidade e em quantidade necessária, incluindo o acesso às fontes hídricas.

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Page 1: CRISE DE ÁGUA E ESPETÁCULO MIDIÁTICO: OLHARES … · à sobrevivência humana, ... o desejo por dominar esse líquido “sempre foi um alvo a ser atingido ... um bem vital para

1Graduanda do 7º semestre do Curso de Licenciatura em Geografia na Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), bolsista CAPES (PIBID) Projeto “Linguagens para o Ensino de Geografia: Práticas, Pesquisas e

Possibilidades”. E-mail: [email protected] 2Graduanda do 7º semestre do Curso de Licenciatura em Geografia na Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), bolsista CAPES (PIBID) Projeto “Linguagens para o Ensino de Geografia: Práticas, Pesquisas e

Possibilidades”. E-mail: [email protected] 3Coordenador do PIBID. Docente do Departamento de Ciências Humanas- DCH/UNEB-VI. E-mail:

[email protected]

CRISE DE ÁGUA E ESPETÁCULO MIDIÁTICO: OLHARES SOBRE A ÁGUA

Euvânia Máira Silva Moura1

Ana Valéria Ferreira da Silva2

Junívio da Silva Pimentel3

Resumo: Símbolo comum da humanidade, a água é considerada fonte de vida e determinante

na sobrevivência dos seres vivos e propulsora do desenvolvimento de regiões. Atualmente,

embebida por uma crise, não sabe ao certo, qual direcionamento lhe cabe diante da

problemática, considerada por uns, como crise hídrica, e por outros, como crise de

abastecimento. O presente estudo, pretende atribuir a esta questão, contribuição de fatores

econômicos, políticos e sociais, que agem simultaneamente. Utilizando para tal, autores como:

Adas (1994), Nunes (2009), Rebouças (2003) entre outros. Resultado de uma ação do PIBID,

intitulada ‘Água: entre a dinâmica e a ocupação das áreas urbanas’, teve como escopo discutir

o gerenciamento e abastecimento de água no Brasil e na cidade de Caetité-BA. A ação foi

realizada na turma de 7ª e 8ª série da Educação de Jovens e Adultos, do Colégio Estadual

Seminário São José. Mediante a resposta dos questionários aplicados aos discentes, considerou-

se que os mesmos têm consciência dos desperdícios e estão atentos ao racionamento de água

na cidade.

Palavras-chave: Crise Hídrica. Racionamento. Linguagem Geográfica.

Introdução

Guiados pelo extinto de sobrevivência, o homem se estabelece num local e, nele cria

diversas maneiras para garantir o alimento, o ar e a água. Convencidos de que este último, não

era distribuído igualmente pelos lugares, fixa-se próximos dos rios e lagos. Nestas áreas passam

a desenvolver a convivência e as relações sociais, a produção e a sua divisão, e mais tarde, a

acumulação desses bens.

Desde a antiguidade, a utilidade e importância da água era reconhecida na maioria das

atividades humanas, despertando o caráter de recurso indispensável para a vida, e fonte de

riqueza para as regiões. Mas, como o ato de acumular passou a fazer parte da vida das pessoas,

nem todos tinham a acesso a alimentação de qualidade e em quantidade necessária, incluindo o

acesso às fontes hídricas.

Page 2: CRISE DE ÁGUA E ESPETÁCULO MIDIÁTICO: OLHARES … · à sobrevivência humana, ... o desejo por dominar esse líquido “sempre foi um alvo a ser atingido ... um bem vital para

As modificações foram crescentes e expandiram aceleradamente ao longo do tempo.

Não só água, mas outros recursos foram descobertos, e novas formas de uso também. As

questões ambientais, começaram a fazer parte das preocupações centrais dos países, após

perceberem que as explorações dos recursos naturais são insustentáveis, homem é vulnerável

às suas próprias ações. As inquietações diante deste assunto, não se restringe ao governo e

instituições privadas, mas fazem parte do dia-a-dia da sociedade.

Entre os aspectos ambientais, a água ganha destaque por se tratar de um bem essencial

à sobrevivência humana, e significar uma fonte de desenvolvimento econômico. Sua crise

atualmente, divide opiniões, pois há quem afirme, que o problema seja a falta do recurso. Outros

depositam a culpa ao processo de gerenciamento. E há, os que entendem a questão, como

reflexo da ação simultânea de agentes combinados: políticos, econômicos e sociais.

Nesta perspectiva, o presente trabalho, resultado de uma ação do PIBID de Geografia

intitulada “Água: entre a dinâmica e a ocupação das áreas urbanas”, teve o objetivo de discutir

o gerenciamento e abastecimento de água no Brasil e na cidade de Caetité-BA. Considerando

os fatores econômicos, políticos e sociais que pesam sobre a gestão e a política de racionamento

da água, associado à produção do relato em forma de jornal, como linguagem que interfere no

processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Posteriormente, a ação foi aplicada aos

discentes questionários sobre o tema e a linguagem utilizada.

Para seu desenvolvimento, foi utilizado textos como: “Aspectos éticos quanto ao acesso

desigual à água potável” de Nunes (2009), “A escassez da água: um olhar global sobre a

sustentabilidade a consciência acadêmica” de Detoni (2007), “Comunicação, educação e novas

tecnologias: tríade do século XXI” de Orozco-Gómez (2011), entre outros.

Crise hídrica: quem são os verdadeiros culpados?

Os rios, lagos e mares por um longo período, determinaram a prosperidade e

desenvolvimento de muitas cidades. Foi através do percurso de suas águas que os pequenos

vilarejos iam se formando, e sobre esses a convivência social era estabelecida. Suas águas eram

fonte de energia, meio de transporte, fornecedora de alimentos e fonte de riquezas. Às suas

margens, os aspectos humanos e naturais passavam a ser firmados, proporcionando um outro

contraste sobre a dinâmica ambiental.

A importância deste recusro foi se firmando ao longo do tempo, e as formas de uso

descobertas, foram aperfeiçoadas. O homem fixou-se em uma determinada região a procura de

água, ar e alimentos abundantes, a fim de suprir suas necessidades. Como a água, não se

encontrava uniformemente pela terra, e nem poderia ser produzida, as civilizaçãoes foram se

formando próximos aos cursos d´agua, atribuindo-lhe, um papel inquestionável no

desenvolvimento das regiões. Então, o desejo por dominar esse líquido “sempre foi um alvo a

ser atingido” (PITERMAN; GRECO, 2005). Gradativamente, a importância e uso, se

modificaram, obedecendo a visão de mundo do homem.

Barth (1987) considera, que foi a modificação dessa dinâmica, que despertou algumas

preocupações a respeito da gestão dos recursos hídricos, fazendo surgir algumas leis, o

estabelecimento de várias premissas a respeito da utilização da água, que em muito foram

desconsiderados, seja pela gestão municipal, pelas empresas ou pelos moradores.

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As modificações foram crescentes e expandiram aceleradamente ao longo do tempo.

Segundo Paz e Paiva (2011), a temática ambiental tornou-se uma preocupação central, após a

constatação de que são insustentáveis os padrões correntes de uso dos recursos naturais, a

descoberta da vulnerabilidade do ser humano diante das suas próprias ações, e a maior

politização em torno da questão ambiental. Entre essas questões, se destaca a gestão da água

doce, um bem vital para todos os seres vivos e um dos principais recursos responsável pelo o

desenvolvimento dos países.

É perceptível, que a sobrevivência humana e a dependência de suas atividades, em

relação a água, não mudou nos dias atuais. Pelo contrário, como bem vital e direito de todos,

este recurso é determinante no desenvolvimento das regiões, e não por acaso é considerado

“símbolo comum da humanidade” (NUNES, 2009, p. 110).

Além disso, tornou-se ao longo do tempo, símbolo da igualdade social, porque a crise

que se configura, é muito mais de conhecimento, distribuição e recursos, do que propriamente

de escassez. Com relação a esse aspecto, Nunes (2009, p. 114), evidencia que “[...] O problema

da água não é somente da sua escassez, pois desde que o mundo é mundo a água é a mesma,

mas é a qualidade que faz toda a diferença”.

Há quem afirme, que o problema seja a falta do recurso. Outros ainda, depositam a culpa

ao processo de gerenciamento. E há, os que consideram a questão de maneira mais complexa,

entendendo-a, como reflexo da ação simultânea de agentes combinados: estes, políticos,

econômicos e sociais (Gleick, 2000). A intensa urbanização e o aumento da demanda, põe em

risco a qualidade e distribuição da água, desencadeia novos problemas: acesso ao recurso,

vulnerabilidade da saúde pública e a qualidade de vida das pessoas.

A problemática passou a ser discutida já a algum tempo. No Brasil, sua regulamentação

teve início na década de 1930. Mas é nessa nova fase da economia mundial, que o fenômeno

da globalização agravou o problema da “escassez”, tanto em escala local como global. Nas

últimas décadas, passou-se a tratar a questão hídrica de maneira desenfreada, favorecendo à

crise deste recurso, indispensável à vida humana. A globalização mantém influência sobre a

questão ambiental no aspecto da competição e da geração do lucro, e no caso dos recursos

hídricos não é diferente. A água se tornou atualmente uma mercadoria, presenciando uma

corrida mundial de sua privatização pelas multinacionais.

Como acrescenta Luna (2007), a água já tem ligação direta com o lucro, assim como as

atividades produtivas e os investimentos. Está no mercado com valor definido pela lei da

procura e da oferta, como se estivesse em prateleiras de supermercados.

A ação antrópica tem relevante contribuição na redução da água doce, limpa e de

qualidade. Desde a interferência nos rios e mananciais, traduzidas pelas mudanças de cursos,

pela poluição química, física e biológica provocadas pelo lixo, pelo esgoto ao céu aberto, até a

influência no próprio ciclo hidrológico, associado ao consumo irresponsável e desperdícios.

Talvez essa consciência não pese na cabeça de milhões de pessoas até que comece a

pesar no bolso ou na falta da água ao abrir a torneira. Isso porque “[...] a tendência é que o

capitalismo seja norteado por uma competitividade primária – a de manutenção – quando então

as empresas reconhecidas com éticas e responsáveis terão preferência na escolha dos

compradores e consumidores” (DETONI, 2007, p. 2).

A situação do problema varia de lugar para lugar, conforme Borsoi e Torres (1997). A

água tem uso adversos a depender dos costumes de vida da população, de sua localização na

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área urbana ou rural, da atividade econômica, da disponibilidade da água, de sua qualidade, e

de outros fatores combinados. Além disso, em um mesmo manancial os usos podem ser

concorrentes, como a pesca e a produção de energia elétrica, pois enquanto este altera o curso

natural do rio, aquele pode sofrer os impactos com a minimização de peixes.

Mas a agricultura brasileira, a pecuária e a indústria, ainda são as atividades que mais

utiliza da água potável para estarem em plena condição de funcionamento. Segundo Antonelli

(2012), os dados da FAO (Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) afirmam

que apenas 10% da água utilizada no Brasil é destinada ao abastecimento residencial, e 20% às

indústrias. O correspondente a 70% deste total, é utilizado pelo setor agropecuário, que além

de consumir mais, também desperdiça um maior volume de água.

O desenvolvimento das regiões com irrigação de extensas áreas, com a produção do

gado para corte/leite, ou o funcionamento das indústrias de cervejas por exemplo, consomem e

exportam o recurso. Detoni (2007, p. 4) afirma que isso, “permite interpretar o país como um

grande exportador de água, com quase 95% das exportações brasileiras assentadas sobre

atividades econômicas que dependem da água”.

Juntamente a esses fatores, a superlotação das cidades e a urbanização, são responsáveis

pela redução da quantidade e qualidade da água. Sem contar que a ocorrência das chuvas, cada

vez mais irregulares, não oferece a mesma estabilidade que oferecia a um tempo atrás. Outra

questão que influi sobre a crise da água, recai sobre a inércia dos governos municipais, estaduais

e federais como apresenta Rebouças (2003), principalmente no que diz respeito a gestão

integrada dos recursos. Nesse contexto, Borsoi e Torres (1997) afirmam a combinação de

fatores adversos para o problema de escassez.

A escassez de água no Brasil está associada a baixas disponibilidades

específicas no Nordeste e a altas densidades demográficas nas regiões Sudeste

e Sul. Os conflitos estão situados em áreas de grande densidade demográfica

e intensa concentração industrial - regiões Sudeste e Sul. Nessas regiões, a

poluição dos recursos hídricos é mais grave, aumentando significativamente

os custos para tratamento da água. A escassez de recursos hídricos também

aumenta os custos de captação de água, pois os mananciais estão cada vez

mais distantes dos centros urbanos ou é necessária a exploração de fontes

alternativas. (BORSOI e TORRES, 1997, p. 6)

Essa escassez pode estar relacionada a poluição dos rios, de atividades desenvolvidas

nas Bacias Hidrográficas e da não preservação de suas nascentes, que acaba sendo uma questão

de saúde pública devido sua contaminação, favorecendo para o aparecimento de doenças,

principalmente nos rios que atravessam o perímetro urbano. Muitos deles, funcionado como

esgoto a céu aberto, demonstrando a falta ou o não cumprimento das políticas públicas de

preservação do meio ambiente.

Os problemas relacionados ao mal-uso dos recursos hídricos, está estabelecido e

concretizado em várias regiões, em inúmeros córregos, rios, nascentes. Haja vista que a

poluição, ou a intervenção antrópica na qualidade ou na poluição da água, não deve mais está

representada pela condição estereotipada da poluição do rio Tietê ou o grande risco de

contaminação do lençol freático pelo manuseio dos recursos nucleares. Deve-se colocar em

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evidência principalmente pelos estudos e pesquisas acadêmicas, a realidade de tantas outras

localidades.

Em 1992, no Rio de Janeiro, na Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, foram

discutidas e consolidados os compromissos que os países participantes, deveriam cumprir em

relação ao tratamento com os recursos hídricos. Na Conferência (Borsoi; Torres; 1997) foi

estabelecido como objetivo principal,

[...], a garantia do suprimento adequado de água de boa qualidade para toda a

população do planeta e, ao mesmo tempo, a preservação das funções

biológicas, hidrológicas e químicas dos ecossistemas, adaptando as atividades

humanas aos limites da capacidade da natureza e combatendo os vetores das

doenças transmissíveis pela água. (p. 6)

No entanto, medidas concretas não foram tomadas, principalmente quando há por trás,

um jogo de interesses. Percebe-se acirradamente, uma certa desarmonia entre o homem e a

natureza, entre o poder de dominação deste primeiro e o uso constante e desenfreado da terra.

Que proporciona retiradas violentas dos recursos naturais, tanto pelos países desenvolvidos,

quanto pelos países de Terceiro Mundo (ADAS, 1994). Com a ideia de poder, o homem criou

as desigualdades que restringem a população ao acesso da maioria dos bens considerados

necessários para a sobrevivência, e isso inclui a água.

[...] paralelo ao gosto de se sentir um deus, o homem criou as desigualdades

da vida: o enriquecimento de poucos e a fome de muitos, a concentração das

metrópoles e o esgotamento lento dos recursos naturais, a descoberta dos

agrotóxicos que, usados sem piedade nos campos, exterminaram com o agente

natural, e a poluição se fez em todos os cantos do planeta. Mais do que dar um

fim à fome das grandes camadas da população mundial, o homem, pensando

em obter cada vez mais lucro, passou da agricultura de subsistência para a

agricultura de mercado e a agroindústria. Produzir mais passou a ter maior

importância do que oferecer qualidade. A revolução industrial e o surgimento

das novas tecnologias criaram a ideia de poder. (VICTORINO, 2000, p. 17)

Isso demonstra as disparidades sociais e geográficas que pesam sobre a distribuição

irregular das águas, mesmo que o mundo tenha condições suficientes para atender toda a

população, como confirma Nunes (2009). Estaria o Brasil e seus municípios passando por esta

mesma situação? A água chega para população em quaisquer lugares, e sem grandes problemas?

Parece engraçado, mas o país que ocupa a classe de um dos países mais ricos em água

doce do mundo, segundo as Nações Unidas, tem mais de 40 milhões de brasileiros vivendo

continuamente sob o regime de racionamentos, e quando a água chega nas torneiras não

confiam em sua qualidade. Como se já não fosse um problema, Rebouças (2003) relata

O país é dotado, também, de uma vasta e densa rede de drenagem que nunca

seca sobre mais de 90% do território nacional, engendrando, certamente, a

ideia de abundância de água no Brasil. Como corolário, sempre foi

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considerado um luxo, no Brasil, tratar esgotos antes de lança-los nos rios.

Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS), verifica que o

investimento de cada um dólar em saneamento básico, significa uma redução

de quatro a cinco dólares nas despesas hospitalares. (p. 342)

Um país de água abundante, de rios perenes, convive com a contradição de milhões de

pessoas sendo privadas, ou sem acesso algum, a esse recurso. A mercadoria na qual a água se

tornou, supera o direito universal da garantia e suprimento das necessidades humanas.

Diretamente ligada a situação social, o drama do uso restrito da água, afeta principalmente os

mais pobres.

E o Estado? Este, nega a população seu direito, e descuida da responsabilidade de

proteção da saúde, já que a água potável é sinônimo de vida. Numa realidade complexa, não

pode destinar as atenções apenas às questões econômicas, sem se atentar para os fatores que

caminham paralelamente a ele, os fatores sociais, políticos e culturais. Desenvolvimento

tecnológico são necessários como afirma Detoni (2007), mas as relações sociais estabelecidas,

devem ser cumpridas.

São estas, e outras questões que a geografia, enquanto ciência do espaço (espaço

geográfico), necessita refletir e apresentar aos discentes. A realidade transmitida

ideologicamente pelos diversos meios de comunicação, não é a mesma, que é produzida todos

os dias na vida em sociedade. O ensino de geografia não pode ocultar esta realidade, pois ao

mesmo tempo, estaria negando aos estudantes a oportunidade de se posicionarem, enquanto

cidadãos e cidadãs portadores de direitos.

Ensino de Geografia: os recursos hídricos como tema transversal

Até a eclosão das Guerras Mundiais, a ciência geográfica pautada sobre o positivismo,

que se consolidou nas faculdades brasileiras. Defendeu o mito de uma ciência neutra e não-

politizada, conforme Brasil (1988). Com o término das guerras, a complexidade dos

acontecimentos e transformações da realidade, exigiram da geografia não somente uma

explicação quantitativa da sociedade que se firmava, mas demandavam uma geografia que

estivesse pronta a fazer diversas análises.

Não diferente das universidades, o ensino tradicional da disciplina geográfica, tornou-

se insuficiente na explicação do dinâmico espaço. Embora tais práticas, ainda serem constantes.

O surgimento da geografia crítica, inspirado especialmente nas ideias marxistas, “considerava

que não bastava explicar o mundo, era preciso transformá-lo. Assim, a Geografia ganhou

conteúdos políticos que passaram a ser significativos na formação do cidadão” (BRASIL, 1988,

p. 22)

A exemplo disso, os temas transversais acoplados aos PCN, especificamente o de

geografia. Passaram a enfatizar a necessidade do desenvolvimento crítico dos estudantes, tendo

como parâmetro suas vivências cotidianas. A discussão de temas que antes foram silenciados

tanto pela escola, quanto pelas relações sociais, segundo Auad (2005), tornou-se sinônimo de

preocupação para alguns docentes, em virtude das possíveis lacunas de sua formação. Mas

diante da atual realidade, é imprescindível a inserção de conteúdos e linguagens que despertem

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o conhecimento dos estudantes, e consequentemente forme-os, enquanto indivíduos conscientes

das relações e produções que desenvolvem diariamente.

Levando em consideração que os temas transversais têm o propósito de debater os

assuntos da convivência social, obedecendo as especificidades da área ou das áreas afins. Cabe

a geografia reafirmar o espaço, na abordagem dos mesmos. E se tratando dos recursos hídricos,

que compõe a lista das questões ambientais da atualidade, tanto em nível local quanto global.

Este configura-se como um tema transversal a ser discutido pelo ensino geográfico, no que

condiz, a interdependência dos elementos da natureza.

Como os outros seres vivos, que integram o ambiente, e nele, interagem com os

elementos existentes. O ser humano “faz parte do meio ambiente e as relações que são

estabelecidas - relações sociais, econômicas e culturais - também fazem parte desse meio e,

portanto, são objetos da área ambiental” (BRASIL, 1997, p. 27). O homem gradativamente, fez

alterações nesse ambiente, criou modos de vida, desenvolve relações econômicas com a

natureza e com o próprio homem, que exigem análises e cuidados na qualidade de vida e no

crescimento cultural para as pessoas, em consonância com o equilíbrio do ambiente.

Desse modo, o processo de ensino-aprendizagem na perspectiva tradicional, limitaria

tanto as reflexões dos conteúdos presente nos currículos de geografia, quanto a discussão dos

temas inseridos na complexa realidade social. A escola, ainda precariamente, teve que, “[...], se

transformar em centro de reconhecimento e articulação de múltiplos conhecimentos e

informações que circulam usualmente, para orientar os educandos sobre como associá-lo para

seus fins de aprendizado” (OROZCO-GÓMEZ, 2011, p. 170).

Os alunos chegam na escola carregados de linguagens e informações, que de fato, são

mais atrativas do que apenas a reprodução das falas dos professores. Não poderia a escola, ficar

de fora desse processo de associação das linguagens e recursos didáticos aos conteúdos do

currículo, pois não é mais, o centro único e depositário do saber.

Metodologia

O desenvolvimento deste trabalho, teve como subsídio a experimentação realizada pelo

subprojeto do PIBID de Geografia, na turma de 7ª/8ª série da Educação de Jovens e Adultos,

do Colégio Estadual Seminário São José. Na qual, a ação intitulada: “Água: entre a dinâmica e

a ocupação das áreas urbanas”, teve o objetivo de discutir o gerenciamento e abastecimento de

água no Brasil e na cidade de Caetité-BA.

Esta ação, tendo como linguagem a utilização do jornal e do video para a explanação do

tema, iniciou-se com a exposição geral sobre a crise de abastecimento de água no Brasil,

auxiliado pelo uso do power point. E em seguida, foi apresentado o video sobre o racionamento

na cidade de Caetité, que fundamentou a discussão a cerca do tema.

Após as contribuições feitas, foi solicitado aos estudantes a escrita de um pequeno

relátorio, na qual puderam descrever o aprendizado que obtiveram durante a oficina, assim,

como o conhecimento que já possuím sobre a crise de água, e o que poderia ser feito para evitar

o racionamento deste recurso na cidade.

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Em útimo, foi aplicado um questionário contendo 06 questões, entre estas, objetivas e

subjetivas, com o escopo de saber se os discentes tiveram alguma compreensão a cerca do

assunto, e se a escrita do relátorio, os ajudaram nesta compreensão.

Resultados e discussões

Atráves da aplilcação dos questionários percebe-se, que os estudantes tem consciência

da importância da água, e de que sem ela, a sobrevivência na terra seria impossível.

Consideraram que a restrição desse recurso é cada vez mais intensificado, principalmente em

sua cidade, onde o regime de racionamento é frequente. A interferência antrópica determinou

usos diversos para a água, o acesso de qualidade e, em quantidade necessária para alguns, e o

uso restrito e precário para outros.

Neste contexto, os estudantes foram unânimes, ao serem questionados a respeito da

importância e utilidade dos recursos hídricos. Em suas respostas, evidenciaram a necessidade

do consumo diário, e de sua utilização em praticamente todas as atividades humanas. O aluno

A, relata que a água serve “Para o nosso consumo, água é vida. Precisamos dela para tudo o

que fazemos”. Enquanto que o aluno B, afirma que a água é importante “porque é o bem mais

precioso da terra. É importante para o corpo, e sem ela não somos nada.”

A característica de bem essencial para a conservação da vida e do meio ambiente, é

comum nas colocações dos discentes. Mas concordam também, quando o assunto são os fatores

que contibuem para a crise de abastecimento de água na cidade. Homens e mulheres em todo o

mundo, convivem com o acesso precário e limitado ao recurso. “O mundo dispõe de água fresca

suficiente para cobrir a maior parte das necessidades de água potável, mas a distribuição

irregular dos recursos hídricos demonstra grandes disparidades sociais e geográficas”.

(NUNES, 2009, p. 112)

Isso significa dizer que, a crise de água não se restringe apenas a sua falta nos rios e

lagos, e pouco menos, a falta das chuvas, apesar de irregulares. Esta escassez está ligada muito

mais a acessibilidade do que a sua quantidade, conforme Nunes (2009). Ela se dá por fatores

econômicos, políticos, culturais e naturais de uma determinada região, que agem

simultaneamente reduzindo o acesso da população. A figura 01, mostra alguns fatores que

contribuem para a crise de abastecimento na cidade de Caetité.

Figura 01: Fatores que contribuem para a crise de abastecimento de água na cidade de

Caetité-BA.

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Fonte: Atividade desenvolvida durante a experimentação, Maio de 2015.

A maioria dos discentes consideraram um conjunto de elementos responsáveis.

Percebem que apenas, um fator ou dois, não seria capaz de desencadear uma crise em

proporções globais, como esta que se configura. Entre esses fatores, o desperdício foi o mais

apontado, e indicaram também, que desligar a torneira ou o chuveiro ao escovar os dentes e se

ensaboar, embora simples, são ações que evitam grandes perdas de água e aumento nas contas.

Apesar, das necessidades e atividades do homem exigirem de alguma maneira o uso da

água. Não são todos os dias que ela se encontra nas torneiras da maioria dos cidadãos

caeteenses. O rodízio, ou comumente conhecido como racionamento, há alguns anos, faz parte

da vida das pessoas, e os discentes explicam isso, quando perguntados sobre o fornecimento

em seu bairro. O aluno A, esclarece que o abastecimento: “São separados em bairros, para que

ela chegue de quatro em quatro dias em cada um”. “Funciona com um calendário orientando 4

dias caindo água, e 4 dias com a falta”, relata, o aluno B. O aluno C, diz que: “Dia sim, dia não.

Nem todo dia tem água no meu bairro”.

O aumento da população e da urbanização, o crescimento das atividades econômicas

como a agricultura irrigada, e a pecuária, por exemplo, acelera o consumo de água. Associado

a isso, a poluição dos rios, o desmatamento, e com ele a desertificação que interferem no lençol

freático, contribuem para a escassez hídrica, segundo Nunes (2009). Sem deixar de citar, o

pouco caso do governo, diante da situação.

Os discentes tiveram a compreensão de que a água como um recurso finito, está

diariamente sujeito a desperdícios. Enfatizam no relatório, que as atividades domésticas e de

higiene com o corpo, são as principais contribuintes para os diários desperdícios da água. Talvez

por estas informações serem frequentemente veiculadas, ou por não observarem outras

questões, como a influência econômica, tanto no sentido mercadológico, quanto, como agente

acelerador da degradação dos recursos naturais.

A abordagem do tema, contribuiu para o entendimento de uma realidade presente no

dia-a-dia desses estudantes. Mediante a produção de matéria jornalística, os alunos puderam

expressar sua opinião, ao mesmo tempo que desenvolviam sobre o que haviam compreendido

durante a oficina, especificamente, sobre como o racionamento.

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OrgãoResponsável

Falta de Água Falta de Chuvas Desperdícios Vazamentos Falta dereservatórios

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O jornal falado ou escrito, se transforma em uma ferramenta indispensável na aquisição

do conhecimento, pois tratam-se de meios de comunicação que difundem diferentes tipos de

informações, ainda mais quando o aluno é responsável pela produção da notícia. Com a

realização do relato em forma de jornal, 87% dos alunos afirmaram que a utilização de tal

linguagem favoreceu a compreensão do tema. Enquanto, que apenas 13% disseram ter ajudado

um pouco. Na figura 02, está explícito este resultado.

Figura 02: A compreensão do tema mediante a produção do jornal.

Fonte: Atividade desenvolvida durante a experimentação, Maio de 2015.

A figura acima, confirma o papel das linguagens, na abordagem dos conteúdos em sala

de aula. Com códigos e maneiras próprias de representação. Estes recursos podem ser

distribuídos, ou produzidos pelos estudantes, obedecendo os objetivos do professor, sua

metodologia de ensino, e os conhecimentos geográficos que carrega (SACRAMENTO, 2012).

Com a compreensão de que o uso das linguagens e a proposta de envolver os estudantes

nas atividades em sala, constituem-se em necessários, e não únicos, instrumentos de mediação

dos docentes. Salienta-se que a produção do relato no formato de jornal, facilitou o

entendimento dos estudantes acerca da crise de abastecimento e, o racionamento de água na

cidade de Caetité, além de aprofundar as informações que já possuíam a respeito deste tema.

Considerações finais

A crise que se mostra atualmente, deixa clara a deficiência da relação do homem com o

meio ambiente. Percebe-se que tudo o que é produzido pelo capital, favorece primeiramente

aos seus propósitos de crescimento, e não pela ideia de que é para suprir as necessidades das

pessoas, conforme a disseminação de seu discurso ideológico. Pode-se compreender como

87%

13%

Sim Um pouco

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natural a gama de conflitos existentes em volta da crise da água, utilizadas principalmente pelas

classes dominantes para estabelecer suas influências e atingir seu foco principal, que é de

monopólio dos recursos hídricos.

Atrelado a esse sentido mercadológico, a sociedade ainda não se deu conta de que o

consumo exagerado deste recurso vem ao longo do tempo influenciando tanto a falta de água

das cidades brasileiras, quanto reduzindo a qualidade desse recurso e tornando-o mais escasso

em algumas regiões. O problema já é uma realidade em vários locais do planeta.

A degradação das reservas hídricas, o desmatamento da mata ciliar, as canalizações dos

rios estão a cada dia fragilizando as nossas reservas naturais. É de extrema importância que a

sociedade se conscientize de que essa ameaça envolve toda a humanidade, e a partir daí deve

surgir os primeiros passos na busca de um uso mais sustentado da água na Terra.

Os recursos hídricos são considerados bem públicos e, portanto, de propriedade de

todos. Limitado, dotado de valor econômico, e cujo uso deve ser retribuído para gerar recursos

financeiros suficientes para assegurar os padrões aceitáveis de qualidade e quantidade para as

gerações atuais e futuras. É estabelecida prioridade no uso da água para o abastecimento

humano, a compatibilização dos usos com o desenvolvimento regional e a proteção ambiental.

É perceptível, que a discussão deste tema, ainda é polêmica, justamente pelas diferentes

perspectivas de estudo. Os discentes, que vivenciam continuamente a crise de abastecimento na

cidade, compreenderam que se tratando de uma situação complexa, o rodízio da água, ou o

racionamento que estão sujeitos, é fruto não de um, mas vários agentes que se desenvolvem

conjuntamente. No relato de alguns, ficou explícito a consciência do seu papel enquanto

cidadão, mas que sozinho, é impossível modificar a conjuntura que se apresenta.

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