crise contemporÂnea e as transformaÇÕes na produÇÃo capitalista mota, ana elizabete. crise...

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CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 51-67. AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO ESTADO AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NO CONTEXTO E DA SOCIEDADE CIVIL NO CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL DA CRISE DO CAPITAL BEHRING. Elaine Rossetti. As novas configurações do Estado e da Sociedade Civil no contexto da crise do capital. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 69-86.

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Page 1: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO

CAPITALISTAMOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 51-67.

AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NO CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL

BEHRING. Elaine Rossetti. As novas configurações do Estado e da Sociedade Civil no contexto da crise do capital. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 69-86.

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Conteúdo

Contextualização e Definição de conceitos (retomada do

conteúdo) = Estado, Neoliberalismo, Globalização,

Reforma e Contra-reforma, Reestruturação Produtiva Mudanças no Mundo do Trabalho As políticas sociais no contexto do neoliberalismo e das

mudanças no mundo do trabalho– retração dos direitos

sociais O Serviço Social neste contexto

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• O que é Estado?

Retomando o conteúdo...Retomando o conteúdo...

►O que é O que é Neoliberalismo? Neoliberalismo?

►O que é Reforma e Contra-O que é Reforma e Contra-reforma do Estado?reforma do Estado?

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Conceito de Estado:

Segundo Carlos Nelson Coutinho, para MARX – " uma entidade particular

que, em nome de um suposto interesse geral defende os interesses comuns

de uma classe particular" O Estado deixa então de lhe parecer apenas como a

encarnação formal e alienada do suposto interesse universal, passando a ser

visto como um organismo que exerce uma função precisa: garantindo a

propriedade privada. (sentido restrito)

Ampliação desse conceito em Engels e posteriormente em Gramsci – Estado

Ampliado ou Estado Integral não é simplesmente e apenas um instrumento

da classe burguesa, mas traduz as relações sociais e a hegemonia de

determinados interesses de classe.

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Crise do capitalismo

Reação do capital ao ciclo depressivo, de

queda nas taxas de lucro nos anos 70; que

pressiona por uma refuncionalização do Estado,

a qual corresponde a transformações no

mundo do trabalho e da produção, da

circulação e regulação.

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As crises expressam um desequilíbrio entre a produção e o consumo,

comprometendo a realização do capital, ou seja, a transformação da

mais valia em lucro, processo que só se realiza mediante a venda das ‐

mercadorias capitalisticamente produzidas. Em outras palavras, quando

são produzidas mais mercadorias do que a população pode comprar, o

processo de acumulação é afetado, uma vez que estoques de mais valia ‐

não asseguram o fim capitalista. Para isso, não basta produzir

mercadorias, estas precisam ser transformadas em dinheiro para,

rapidamente, retornarem ao incessante processo de acumulação do

capital: produção/circulação/consumo. Mais-valia é o termo empregado

por Karl Marx à diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma

do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base

do lucro no sistema capitalista.

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As expressões mais emblemáticas das crises são as reduções de

operações comerciais, acúmulo de mercadorias estocadas, redução

ou paralisação da produção, falências, queda de preços e salários,

crescimento desmesurado do desemprego e empobrecimento

generalizado dos trabalhadores. Suas causas podem ser diversas,

tais como a anarquia da produção, a concorrência intercapitalista,

com a consequente queda tendencial da taxa de lucro, o

subconsumo de massa, ou, ainda, podem ser potenciadas por

algum incidente econômico ou geopolítico.

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As tentativas de retomada das taxas de lucros passam por 3 eixos:

a) reestruturação produtiva – fragiliza a resistência dos trabalhadores, submetendo-os ás condições aviltantes de trabalho e, portanto, geradoras de mais valia absoluta (ligadas diretamente a produção) e relativa (ligadas a serviços);

b) mundialização – rearticulação do mercado mundial com forte presença do capital financeiro

c) neoliberalismo – caracterizando as reformas de cunho liberal, orientadas para o mercado, criando um ambiente ideológico, intelectual e moral, diluindo possíveis resistências /

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• Globalização –

– Diluição das fronteiras entre os Estados, para garantir o livre comércio entre os países (facilitação para importação e exportação, e instalação de empresas estrangeiras).

– O regime de acumulação capitalista é predominantemente financeiro. Caracteriza-se por uma enorme concentração da oferta de serviços de setores da alta tecnologia (telecomunicações por exemplo).

– Favorece as superpotências capitalistas. Interage culturas (submissão

das sociedades mais desenvolvidas ás menos desenvolvidas).

– Mundialização é um processo que redefine as relações entre centro e periferia, de modo que países e regiões inteiras permanecem excluídos do desenvolvimento econômico e tecnológico. Globalização não significa homogeneização de espaços mundiais, mas diferenciação e especialização.

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Questão: Como o estado-nação protege sua sociedade? Abre-se

para os interesses do capital internacional e submete-se, por

quê?

Geralmente por acordos econômicos e que geram

relação de dependência (dívida externa, ausência de

tecnologia para sua própria produção, embargos, etc...).

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• "A influência das nações hegemônicas sobre as nações secundárias se expressa através de relações coercitivas que vão desde á ameaça de retaliação e embargos em várias áreas até incentivos econômicos e financeiros" (Simionatto).

• Influencia ainda através da difusão de ideias e crenças sobre o

papel e função do Estado e desenvolvimento econômico.

Construções téoricas pós-modernas

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A maioria dos autores que analisam essa questão (Motta, Bhering,

Oliveira), destacam que o Estado vem perdendo seu poder regulador

(de regulação social através das políticas sociais – sistema de proteção

social -), para assumir uma relação de enfraquecimento dessas

funções e incorporar outro papel e relação com os organizamos

internacionais, que impõe sua forma de regulação social e sua leitura

de políticas públicas;

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O crescimento deve ser compartilhado por todos e contribuir para reduzir a pobreza, devendo os

governos atribuir prioridade aos setores sociais fundamentais e mais vulneráveis.

Perspectiva focalista e compensatória focalista e compensatória – princípio do individualismo, competência,

competitividade. Pobreza vista como um problema individual, característico de dificuldades

pessoais e que devem ser assistidos na sua particularidade através de programas focais.

Essa concepção é completamente diferente da idéia de Seguridade Social, em que o Estado

assume áreas prioritárias (saúde, educação, assistência, bens e serviços de consumo coletivo –

transportes, telefonia, água, etc...) garantindo a universalidade (todos tem direito!)

A desigualdade e a concorrência são motores de estímulo ao desenvolvimento A desigualdade e a concorrência são motores de estímulo ao desenvolvimento

social; social;

A concepção de Política Social para o A concepção de Política Social para o Banco Mundial: Banco Mundial:

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Reestruturação produtiva: É uma resposta às novas

demandas do capitalismo contemporâneo (crise do capital).

Pode ser caracterizado como um processo de alteração nos

padrões de produção e relações de trabalho intensificado a

partir de 1970, como reação do sistema capitalista à crise de

um padrão de trabalho e da superprodução de capital. Esse

processo é constituído de transformações tecnológicas,

novos modelos de gestão e produção e de novas formas de

utilização da força de trabalho.

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O Estado brasileiro = características históricas:

• Anos 30/40 – Estado populista –

• Anos 50/60 – Maior incremento á industrialização. Desenvolvimentismo.

• Anos 60/70 – Estado Autoritário = entrega ao capital internacional, aumento da

dívida externa e crise; criação de políticas públicas para contenção social

• Anos 80 – Início de sinais de enfraquecimento na sua função de regulador social

através das políticas sociais. Programas de caráter emergencial e assistencialista;

Conceito de Seguridade Social X redução dos gastos públicos – transição do

sistema ditatorial para o sistema democrático via linha conservadora, sem grandes

rupturas... Diretas Já... grande inflação, dívida externa se avolumando;

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Início nos anos 90 – eleição do Governo Collor / consolidação no

governo FHC

= No governo Collor = duas idéias predominantes: a) assumir a ineficácia

do Estado e, portanto a desqualificação do caráter público e justifica a

redução do Estado (se privatizar funciona melhor); b) a adesão á

globalização (diluição das fronteiras) e perda do nacionalismo e da

defesa da nação.

= Em FHC = consolidação do desmantelamento do Estado,

principalmente pela imposição de ajuste macro-econômico pelo FMI e

Banco Mundial (Organismos internacionais)

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Diferente da trajetória que determinou o Welfare, o

desenvolvimentismo no Brasil foi resultado de um processo de

modernização conservadora que consolidou a industrialização e o

crescimento econômico, mas que não redistribuiu os resultados

dessa expansão com a maioria da população trabalhadora. Merece,

portanto, ser ressaltada a inexistência da experiência welfareana

no Brasil apesar da criação de algumas políticas de proteção social,

instituídas a partir dos anos 40, mas somente redefinidas nos anos

80, quando se instituem as bases formais e legais do que poderia

ser um Estado de Bem Estar Social, na Constituição de 1988 ‐

(MOTA, 2006). – IMPORTANTE!

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As transformações ocorridas durante o processo de conformação desse

atual estágio capitalista flexibilizaram relações e condições de trabalho,

assim como heterogenizam a classe trabalhadora, além de reorganizar a

produção num processo de descentralizaçãodescentralização , enxugamento e

desterritorializaçãodesterritorialização. Tal reordenamento produtivo propicia maior

controle sobre a força de trabalho, que agora é produzido a partir do

próprio consenso dos trabalhadores; cumprindo assim com outro grande

objetivo da reestruturação capitalista diante da crise do sistema de

produção, qual seja: o enfraquecimento da organização da classe

trabalhadora via fragmentação da organização sindical com implicações

diretas no processo democráticodemocrático..

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A DESCENTRALIZAÇÃO das unidades de produção acontece no período e no contexto de

acumulação flexível e do modelo japonês – o toyotismo – cujas fábricas são transferidas

para regiões sem tradição industrial.

DESTERRITORIALIZAÇÃO - Ao contrário do que ocorria no século XX, quando predominavam

as concentrações operárias numa mesma fábrica, cidade, região ou país e se expandiam

os sistemas de seguridade social, o capitalismo contemporâneo prima por

desterritorializar o trabalho e as mercadorias e por precarizar as condições e relações de

trabalho, afetando sobremaneira as condições de vida dos trabalhadores e a sua

capacidade de organização e resistência.

DEMOCRACIA - Diante da crise estrutural do capitalismo, as classes dominantes buscam

elaborar mecanismos "anti-crise" que irão incidir sobre a estrutura e a superestrutura da

sociedade, ou seja sobre sua base material e espiritual, de forma que haja a atualização

da hegemonia do capital. Neste sentido, a relação entre Estado, Sociedade Civil e

Mercado redefinem-se em tempos de crise.

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Contra Reforma do Estado:

• O fato é que as mudanças que se iniciaram timidamente na década de 80 no Brasil ganharam força com o consenso de Washington (1989) = fundamentado pela ideologia neoliberal,

• Mais Mercado Livre e menos Estado Social

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O que os neoliberais chamam de Reforma do EstadoReforma do Estado, críticos o nomeiam

como contra-reformacontra-reforma, pois é um estado regressivo e que retorna á barbárie e

ao conservadorismo. Para Bhering (2003) – é uma reforma às avessas, "que representa uma

escolha política econômica e não um caminho natural". O ideal neoliberal se expressa no Brasil como: "fragilização das condições de

trabalho e da vida das maiorias, da recusa de direitos que nem sequer

chegaram a se efetivar e também da erosão das mediações políticas do

mundo social e do desgaste do espaço público como espaço de negociação e

representação". Neste contexto, o Estado brasileiro, com o intuito de modernização e

inclusão no processo de globalização internacional (inclusão no capitalismo

contemporâneo), situa-se como "subsidiador" do capital e prestador de

"pronto-socorro social";

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As funções do Estado no Brasil, a partir da Reforma, são assim estabelecidas

a) Núcleo Estratégico Núcleo Estratégico - compreende os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o Ministério Público;

b) Atividades Exclusivas Atividades Exclusivas - serviços que só o Estado pode realizar, como regulamentar, fiscalizar e fomentar (previdência básica, educação básica, segurança, assistência aos mais pobres, por ex.);

c) Serviços não-exclusivos Serviços não-exclusivos - produção de bens e serviços, como escolas, universidades, centros de pesquisa científica e tecnológica, creches, ambulatórios, hospitais, entidades assistenciais, museus, emissoras de rádio e TV educativas e culturais, deslocadas do núcleo exclusivo do Estado e compreendidas como atividades competitivas que podem ser controladas pelo mercado;

d) Produção de bens e serviços para o mercado Produção de bens e serviços para o mercado - compreende o segmento produtivo e o mercado financeiro.

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"É precisamente no núcleo “serviços não exclusivos” que o governo estabelece as

premissas da Reforma do Estado na sua relação com a sociedade e o mercado";

Transferir os serviços não exclusivos para as organizações sociais - “entidades

públicas de direito privado que celebram um contrato de gestão com o Estado e

assim são financiadas parcial ou mesmo totalmente pelo orçamento público”.

Ao Estado, caberá os programas de proteção social voltados aos mais pobres.

A sociedade civil, no tocante à Reforma do Estado, é compreendida como um dos

mecanismos institucionais de controle das ações governamentais cuja interlocução

não ocorrerá mais com o Estado, mas com as próprias instituições, estando aquele

isento das pressões sociais.

Page 24: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

"Tais mudanças não atingem, portanto, apenas a esfera econômica,

mas, também, a ideológica e a política uma vez que o sistema de

valores universais abstratos cria uma “nova fábrica de consensos” “nova fábrica de consensos”

ativos e passivos o que, atuando no âmbito da subjetividade, busca

o consentimento e a adesão das classes à nova ideologia".

(Simionatto)

Pós-modernismo como visão de mundo – hegemonia do

pensamento liberal – concepção naturalizada das mudanças

contemporâneas. Não há mais jeito, quebra da utopia. Não há mais jeito, quebra da utopia.

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Projeto de “reforma” do EstadoProjeto de “reforma” do Estado

diminuir o investimento público em políticas sociais;

aplicar de forma contínua e desregulada no mercado financeiro e produtivo,

investimentos do fundo público;

reformar a área administrativa, implementando: o plano de demissão

voluntária, programa de terceirização, a não realização de concursos públicos

em diferentes áreas do Estado; reforma da previdência social; programa de

privatização das empresas Estatais; flexibilização das leis trabalhistas que flexibilização das leis trabalhistas que

regulam e controlam a relação conflituosa entre capital-trabalho.regulam e controlam a relação conflituosa entre capital-trabalho.

Page 26: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

As mudanças no mundo do As mudanças no mundo do trabalhotrabalho

Questões que nortearão o debate:

- O contexto de crise do capital

- Quais mudanças foram operadas no âmbito do

trabalho?

- Quais as consequências?

- Quais as possibilidades de luta?

Page 27: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

A classe-que-vive-do-trabalho estaria desaparecendo?

A classe proletária não existe mais?

Cenário GeralTais mutações ocorrem comoconseqüência das profundas mudanças que o capitalismo vem sofrendo em escala mundial:- na estrutura produtiva- universo de ideários e valores

A categoria trabalho não é mais central num mundo marcado por uma globalidade desigualmente articulada?

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Algumas tendências da crise do capital

Essas tendências caracterizam-se por respostas do capitalismo a sua própria crise...

Substituição dos padrões rígidos taylorista/fordista por

padrões mais flexíveis como o toyotismo (profissional

polivalente e multifuncional) Mudança do modelo de regulação social-democrático do

estado de bem estar social para o modelo neoliberal –

privatizante e anti-social

Page 29: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

O Fordismo O binômio fordista/taylorista – predominava nas grandes

indústrias e nas fábricas ao longo do século XX - Pós 2ª guerra –

até década de 70 e 80

Tanto o taylorismo como o fordismo foram marcados pela

racionalização da produção, divisão e a especialização do

trabalho, assim como pela mecanização e pela produção em

massa. O princípio básico é a fragmentação do processo de

trabalho na divisão de tarefas, aumentando a produtividade e

acelerando a produção em massa. Os movimentos eram

repetitivos e no menor tempo possível

Page 30: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

O Fordismo

Separação entre elaboração e execução (pensar e fazer)

Profissionais fortemente especializados.

Estrutura organizacional hierarquizada e a relação salarial a

partir de acordos coletivos. Identidade do trabalhador

como operário. Sistema de Proteção Social

Page 31: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

1. Filme = Tempos Modernos de Chaplin

2. Sempre que possível, o trabalhador não dará um passo supérfluo;

2. Não permitir, em caso algum, que ele se canse inutilmente, com movimentos à direita ou à esquerda, sem proveito algum.

Algumas Curiosidades

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Page 33: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

O FordismoO Fordismo

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O Toyotismo

O “modelo japonês” surge, então, para responder à concorrência internacional. Baseado na flexibilidade dos processos de trabalho, dos produtos e dos

mercados, marcou a produção em pequenas séries e a participação do

trabalhador nos objetivos empresariais. Na perspectiva de alguns autores, o

modelo flexível japonês foi precursor por considerar a subjetividade dos

operários como o fator mais importante da empresa, buscando a sua adesão e

"participação" no processo. Chamado processo de cooptação / trabalho em equipe.

Page 35: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

O Toyotismo O modelo toyotista incorpora a alta tecnologia, o controle de

qualidade e com isso a produção em pequenas séries (evitando a

estocagem e o desperdício). O trabalhador operava mais máquinas e

com maior nível de conhecimento técnico. Automatização do trabalho

em menor escala. Aumentar a produção sem aumentar o número de trabalhadores Substituição da mecânica pela microeletrônica Informatização / alta tecnologia Profissionais altamente qualificados x trabalhadores de massa mais

desqualificados e precarizados

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O Toyotismo

Ganho salarial por produtividade e não salário

conquistado por acordos coletivos Combate ao sindicalismo e organização operária -

Sindicalismo por empresa. Novos padrões de gestão da força de trabalho –

qualidade total, gestão participativa,

“envolvimento manipulatório”

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ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

►Mudanças nas suas formas de inserção na estrutura produtiva,

nas formas de representação sindical e política.

►Classe trabalhadora – aquela que vive da venda de sua força de Classe trabalhadora – aquela que vive da venda de sua força de

trabalho, e não detém os meios de produção.trabalho, e não detém os meios de produção.

►Classe-que-vive-do-trabalho sofreu a mais aguda crise do século,

na sua materialidade, na sua subjetividade e na sua forma se ser.

Consciência do ser social que trabalha – identidade de classe

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ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► DDesproletarização da classe trabalhadora (redução da classe operária esproletarização da classe trabalhadora (redução da classe operária

tradicional) = pela recessão e automaçãotradicional) = pela recessão e automação

►Expansão do trabalho assalariado no ramo de serviços = complexidade Expansão do trabalho assalariado no ramo de serviços = complexidade

do processo de urbanização e desenvolvimento tecnológicodo processo de urbanização e desenvolvimento tecnológico

►Aumento da subproletarização – trabalho precário, parcial, temporário, Aumento da subproletarização – trabalho precário, parcial, temporário,

terceirizado, informal. Jornadas de trabalho mais flexíveis = uma força de terceirizado, informal. Jornadas de trabalho mais flexíveis = uma força de

trabalho que entra facilmente e é demitida sem custostrabalho que entra facilmente e é demitida sem custos

Page 40: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► Aumento do contingente feminino (menores salários) = complexidade da Aumento do contingente feminino (menores salários) = complexidade da

identidade de classe atravessada pelas questões de gênero)identidade de classe atravessada pelas questões de gênero)

►Mudanças nas relações de trabalho – flexibilidade contratual, perda da Mudanças nas relações de trabalho – flexibilidade contratual, perda da

direitos, maior instabilidade = desempregodireitos, maior instabilidade = desemprego

► classe-que-vive-do-trabalho = diversa, heterogênea e complexa classe-que-vive-do-trabalho = diversa, heterogênea e complexa

►Estranhamento do ser social que trabalha / alienação e cooptação em torno de Estranhamento do ser social que trabalha / alienação e cooptação em torno de

um projeto!um projeto!

Page 41: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► Crise do sindicalismo = trabalhadores estáveis x informais ou Crise do sindicalismo = trabalhadores estáveis x informais ou

precáriosprecários

►Individualização das relações de trabalho – reduzindo as esferas e Individualização das relações de trabalho – reduzindo as esferas e

o universo de atuação – sindicato por empresao universo de atuação – sindicato por empresa

►Desregulamentação e flexibilização dos direitos – “negociação Desregulamentação e flexibilização dos direitos – “negociação

aberta”aberta”

►Descrença na luta dos trabalhadores; Descrença na luta dos trabalhadores;

Page 42: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Saída?

Embora heterogeneizado, complexificado e fragmentado, as

possibilidades de uma efetiva emancipação humana

podem ser viáveis através das revoltas que se originam

centralmente no mundo do trabalho. Atuando enquanto

classe, os trabalhadores constituem-se no segmento social

dotado de maior potencialidade anticapitalista. (ANTUNES,

1995, p. 86)

Page 43: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

• Cabe nos apostar na velha toupeira da ‐história, com sua sabedoria e suas surpresas, para superar esse momento de perdas tanto nos sentido da emancipação política, quanto, e sobretudo, no da emancipação humana, com seus impactos no Estado e na sociedade civil. A saída, portanto, é exigente e política (BEHRING.2009).

Page 44: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

A condição defensiva da classe trabalhadora, presencia se uma ampliação ‐

das lutas sociais mundiais, consoantes com a ofensiva financeira

mundializada, de que são exemplos o Fórum Mundial das Alternativas

realizado no marco da reunião de Davos em 1999 e iniciativas em redes

como a Ação para Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos

Cidadãos (ATTAC); o movimento em defesa da cobrança da Taxa Tobin,

que propõe taxar em 1% as transações especulativas nos mercados de

divisas; a Coordenação Contra os Clones do Acordo Multilateral sobre o

Investimento (CCCAMI); além do projeto Alternativa Bolivariana para

América Latina e Caribe (ALBA), em contraposição ao projeto comercial da

ALCA, abraçada por setores da esquerda Latinoamericana e Caribenha

(MOTA, 2009).

Page 45: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Resultado no âmbito das Resultado no âmbito das Políticas SociaisPolíticas Sociais

Page 46: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Sistema residual e seletivo de proteção pública, paralisando o modelo

universal redistributivo previsto na Constituição de 1988 (que embora não

tenha sido implantando, foi um movimento marcante na década de 80)

A redução nos gastos sociais repassa essa responsabilidade para outros

órgãos – sociedade – responsabilização individual; filantropia

(refilantropização da assistência); voluntariado; ongs (terceiro setor); etc...

Formas modernas de filantropia empresarial – "responsabilidade social"-

parcela privada da questão social

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Page 47: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

A retração do Estado manifesta-se na compressão das verbas orçamentárias e

na deterioração da prestação dos serviços sociais públicos. Novas formas de

gestão são implementadas através da focalização do atendimento, na

terceirização como forma de contratação e na transferência direta para a

comunidade e outras organizações sociais – públicas não estatais, filantrópicas

e privadas;

O conceito de espaço público perde força dando lugar a outras organizações

da sociedade. O espaço público não estatal ganha status de maior eficácia em

detrimento ao espaço público estatal, descaracterizando a assistência como

direito e distanciando cada vez mais o Estado como o patrocinador do bem

estar social.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Page 48: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Estado mínimo para a população e trabalhadores, e estado máximo

para o capital. Cidadão-consumidor X cidadão de direitos;

Reordenamento das funções do Estado = políticas sociais geridas

sob uma nova perspectiva = afeta diretamente as condições e

relações de trabalho dos profissionais de serviço social, assim como

ocasiona mudanças profundas em termos de mercado de trabalho

e contratação.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Page 49: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

No contexto do Welfare State, a “questão social” como alvo das políticas

sociais – com uma resposta política e não apenas repressiva –, é

internalizada na ordem econômico-política (Netto, 1992: 26). Entretanto, no

contexto atual, a resposta social à “nova questão social” tende a ser

externalizada da ordem social e transferida para o âmbito imediato e

individual.

As políticas sociais universais, não-contratualistas e constitutivas de direito

de cidadania são acusadas pelos neoliberais de propiciarem o esvaziamento

de fundos públicos, “mal aplicados” em atividades burocratizadas, sem

retorno e que estendem a cobertura a toda a população

indiscriminadamente.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Page 50: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Repercussões no Serviço SocialRepercussões no Serviço Social

►“ “ Desta forma, ao constatar a atual retraída do

Estado nas suas responsabilidades de responder às

seqüelas da questão social, diminuindo e

precarizando as políticas sociais estatais, as

avaliações sobre as repercussões e rebatimentos

disto na profissão são diversas e contraditórias...”

(Montano,2002:245)

Page 51: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

“As políticas sociais constituem base de sustentação funcional e

ocupacional do Serviço Social, caracterizando sua funcionalidade, sua

legitimidade, criando o espaço de inserção ocupacional, e se elas

foram e estão sendo significativamente alteradas no atual contexto

socioeconômico e político, podemos então afirmar que a profissão de

serviço social tende a sofrer transformações relevantes na sua

demanda e no seu campo de atuação, na sua modalidade de

intervenção e no seu vínculo empregatício”. (Montano;2002:244)

Page 52: CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.:

Perda de espaço no âmbito estatal, pois certamente estão entre os custos a

serem reduzidos pelo Estado. Neste sentido, novos espaços ocupacionais

requisitam o SS nesta nova perspectiva contemporânea = de caráter residual,

compensatório e focalista;

Profissional/trabalhador assalariado – atua na contradição entre o capital e o

trabalho (questão social) – se transforma e se redimensiona com as

mudanças do desenvolvimento capitalista.

Seleção da pobreza, responsabilidade social, qualidade total nas empresas,

atuação no âmbito individual e psicossocial;