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CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN EQÜINO: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA CONGELAMENTO EM ACELERAÇÃO E
PARA DESCONGELAMENTO ULTRA-RÁPIDO (98ºC/4seg)
GUILHERME VALENTE DE SOUZA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
SETEMBRO – 2006
CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN EQÜINO: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA CONGELAMENTO EM ACELERAÇÃO E
PARA DESCONGELAMENTO ULTRA-RÁPIDO (98ºC/4seg)
GUILHERME VALENTE DE SOUZA
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal.
Orientador: Prof. José Frederico Straggiotti Silva
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
SETEMBRO – 2006
CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN EQÜINO: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA CONGELAMENTO EM ACELERAÇÃO E
PARA DESCONGELAMENTO ULTRA-RÁPIDO (98ºC/4seg)
GUILHERME VALENTE DE SOUZA
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal.
Aprovada em 27 de setembro de 2006. Comissão Examinadora: _______________________________________________________ Prof. José Antonio Silva Ribas (DS. Produção Animal) - UFF _______________________________________________________ Prof. José Tarcisio Lima Thiébaut (DS. Produção Animal) - UENF _______________________________________________________ Profa. Isabel Cândia Nunes da Cunha (DS. Reprodução Animal) - UENF _______________________________________________________ Prof. José Frederico Straggiotti Silva (DS. Reprodução Animal) – UENF
(Orientador)
ORAÇÃO DO CAVALO
DONO MEU:
Dá-me, freqüentemente, de comer e beber, e, quando tenhas terminado de
trabalhar-me, dá-me uma cama na qual eu possa descansar comodamente.
Examina todos os dias os meus pés e limpa meu pêlo. Quando eu recusar a
forragem, examina meus dentes e minha boca, porque bem pode ser que eu tenha
uma travagem que me impeça de comer.
Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e mais conveniente para mim que o
chicote, que as rédeas e que as esporas. Acaricia-me freqüentemente para que eu
possa compreender-te, querer-te e servir-te da melhor maneira e de acordo com os
teus desejos. Não corte o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que
tenho para espantar as moscas e insetos.
Não me batas violentamente e nem dês golpes violentos nas rédeas, pois, se
não obedeço, como queres, é porque ou não te compreendo ou porque estou mal
encilhado, com o freio mal colocado, com alguma coisa nos meus pés ou no meu
ombro que me causam dor. Se eu me assustar, não deves bater-me sem saberes a
causa disso, pois bem pode ser o defeito de minha vista ou um proverbial aviso para
ti.
Não me obrigues a andar muito depressa em subidas, descidas, estradas
empedradas ou escorregadias. Não permaneças montado sem necessidade, pois
prefiro marchar, a ficar parado com uma sobrecarga sobre o dorso. Quando cair,
tenha paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois, faço quanto posso para não cair
e não causar-te desgosto algum. Se tropeçar, não deves pôr a culpa para cima de
mim, aumentando minha dor e a impressão de perigo com tuas chicotadas; isso só
servirá para aumentar meu medo e minha má vontade. Procura defender-me da
tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em descanso, e cobre-me com
a manta ou com uma capa apropriada.
Enfim meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueça o serviço que
te prestei, obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jogo de um dono cruel ou
nos varais de uma carroça, se não puderes manter-me, ou mandar-me para o
campo, mata-me com tuas próprias mãos, sem me fazer sofrer. Eis tudo o que eu te
peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha morada e não num
palácio, tua casa.
Autor desconhecido
Aos meus pais, pela educação desde meu primeiro dia de vida até hoje e,
também, pelo mais puro amor, carinho, dedicação e companheirismo nas horas mais
difíceis dessa dura caminhada.
Aos meus irmãos, William e Marden, pela força em todos os momentos de
nosso dia-a-dia.
À minha noiva, Lívia, pela sua imensa dedicação, compreensão, amor e
carinho em todos os momentos e a seus familiares, pela atenção e carinho.
Ao meu avô e ao meu tio-avô, Walcy e Hervan, respectivamente, por
passarem as suas experiências de vida de forma simples, mas de tão bela grandeza
para minha formação como pessoa e, a todos meus familiares tanto os “presentes”
em vida quanto os “ausentes”.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado forças para finalizar este trabalho e por sempre estar
presente para que eu superasse os obstáculos encontrados nessa minha árdua
caminhada.
À Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) pelo oferecimento deste curso.
Ao CNPq pela concessão de bolsa de estudo, pois sem ela seria impossível
permanecer nesta cidade.
Ao orientador e professor José Frederico Straggiotti Silva, principalmente pela
amizade e confiança, pela orientação neste trabalho de forma integral e incansável,
por me fazer um pesquisador capaz de vencer obstáculos dando estímulos,
sugestões e apresentando algumas dificuldades para desenvolver a capacidade de
pensar.
Ao meu amigo Bruno Fagundes, pela sua amizade fraterna, desde o início de
nossa difícil caminhada pela graduação, mestrado e doutorado, mostrando-se
presente em todos os momentos, sem medir esforços para ajudar.
Ao Cláudio Wermelinger, por sua amizade e ajuda para a realização deste
trabalho de pesquisa.
Aos nobres amigos José Renato e Marcus Barreto, pela amizade fraterna e
companheirismo, mostrando sempre prontos nas horas difíceis como também no
compartilhamento do conhecimento.
Ao Vinícius, “caro Watson”, meu co-orientado de Iniciação Científica, por sua
intensa e incansável ajuda e pela sua amizade.
Aos técnicos do LMGA, Thiago e Vânia, pelos auxílios nos trabalhos
desenvolvidos, pela organização e manutenção de equipamentos do laboratório.
Àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
BIOGRAFIA
GUILHERME VALENTE DE SOUZA, filho de Telmo Marden de Souza e Anna
Maria Valente de Souza, nasceu em 21 de junho de 1977, na cidade de Rio Bonito –
RJ.
Em março de 1996, iniciou o curso de Medicina Veterinária na Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ, onde se
formou em março de 2001.
Em março de 2001, deu início ao Curso de Pós-graduação em Produção
Animal, ao nível de Mestrado, na área de Reprodução Animal, da Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ,
submetendo-se à defesa de tese, para conclusão do curso, em março de 2003.
Em março de 2003, deu início ao Curso de Pós-graduação em Produção
Animal, ao nível de Doutorado, na área de Reprodução Animal, da Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ,
submetendo-se à defesa de tese, para conclusão do curso, em setembro de 2006.
RESUMO
Souza, Guilherme Valente; DSc; Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro; setembro/2006; Criopreservação de sêmen eqüino: desenvolvimento de equipamentos para congelamento em aceleração e para descongelamento ultra-rápido (98ºC/4seg); Professor orientador: José Frederico Straggiotti Silva. Professora conselheira: Isabel Cândia Nunes da Cunha.
O sêmen criopreservado de mamífero é reconhecidamente caracterizado por ter uma fertilidade menor em comparação com o sêmen fresco. A redução da fertilidade transparece tanto em uma menor viabilidade pós-descongelamento como nas disfunções sub-letais da porção da sub-população sobrevivente. Torna-se necessário, então, uma otimização da criopreservação do sêmen eqüino e conseqüente padronização desta metodologia, pois facilitaria o armazenamento e a propagação da genética de cavalos de grande valor através da reprodução assistida. Pretendeu-se, neste trabalho, desenvolver um novo protocolo de congelamento e de descongelamento de sêmen eqüino utilizando um sistema automatizado eletroeletrônico para o congelamento e outro para o descongelamento. No congelamento foram utilizadas 4 curvas de resfriamento, obtidas à 1cm, 4cm e 8cm acima do nível do nitrogênio líquido e, a outra através da máquina de congelamento, sendo a taxa de resfriamento para o congelamento à 1cm do nitrogênio foi de -87ºC/min de 5 à -120ºC e -8,65ºC/min de -120 à -196ºC, taxa de resfriamento para o congelamento à 4cm do nitrogênio foi de -46,8ºC/min de 5 à -120ºC e -9,86ºC/min de -120 à -196ºC, taxa de resfriamento para o congelamento à 8cm do nitrogênio foi de -15,26ºC/min de 5 à -120ºC e -31,71ºC/min de -120 à -196ºC e taxa de resfriamento para o congelamento na máquina foi de -12,20ºC/min de 5 à -120ºC e -85ºC/min de -120 à -196ºC. No descongelamento utilizou-se duas metodologias, a convencional (37±1ºC/1minuto) e na máquina de descongelamento ultra-rápido (98±1ºC/4 seg e depois 37±1ºC até completar 1 minuto). Foi verificado que a interação máquina de congelamento com a máquina de descongelamento ultra-rápido foi a melhor interação, visto que a proporção da integridade de acrossoma foi maior entre as médias populacionais por intervalo de confiança, com 95% de probabilidade.
Propõe-se como novo protocolo de criopreservação de sêmen eqüino a interação das duas máquinas.
Palavras-chave: Eqüino, espermatozóides, congelamento, descongelamento,
máquina de descongelamento ultra-rápido e máquina de congelamento.
ABSTRACT
The mammalian criopreservated semen is characterized by having a lower fertility
rate when compared to fresh semen. The reduction of the fertility is presented in a
lower post-thawing semen viability and also in a sub-lethal damage of the
cryosurvival sob-population. Then, the optimization of the stallion semen
cryopreservation and standardization of this procedure is a must, since it enables the
storage and propagation of high genetic stallions through the attended reproduction.
The aim of this work was to develop a new freezing and thawing stallion semen
protocols using an electronic programmable system for freezing and another one for
thawing. To freeze, four cooling rates have been used, and have been obtained at
1cm (-87ºC/min from 5 to -120ºC and -8,65ºC/min from -120 to -196ºC), 4cm
(46,8ºC/min from 5 to -120ºC and -9,86ºC/min from -120 to -196ºC) and 8cm (-
15,26ºC/min from 5 to -120ºC and -31,71ºC/min from -120 to -196ºC) above the liquid
nitrogen vapour and the other one through the freezing machine (-12,20ºC/min from
5 to -120ºC and -85ºC/min from -120 to -196ºC).
Two methods have been used at the thawing process, the standard one
(37±1ºC/1min) and the ultra-fast thawing machine (98±1ºC/4sec and after 37±1ºC
until one full minute). This study demonstrates that the interaction of both machines
(the freezing and the thawing ones) was better than all the other interactions, since
the acrossome integrity proportion was higher among population standards per
confidence interval, with 95% of probability. The interaction between these two
machines is proposed as a new protocol of stallion semen cryopreservation.
Key-words: Equine, spermatozoa, freezing, tthawing, ultra-fast thawing
machine and freezing machine.
SUMÁRIO
RESUMO viii ABSTRACT x 1 INTRODUÇÃO 01 2 REVISÃO DE LITERATURA 06 2.1 Sêmen 06 2.1.1 Células espermáticas 06 2.1.2 Membrana Plasmática do espermatozóide 07 2.1.3 Plasma seminal 09 2.2 Efeitos da temperatura 10 2.2.1 Taxa de resfriamento 10 2.2.2 Formação e dissolução dos cristais de gelo 12 2.3 Processos da Criopreservação 14 2.3.1 Congelamento 14 2.3.2 Descongelamento 21 2.3.3 Pressão osmótica 24 3 MATERIAL E METODOS 28 3.1 Animais 28 3.2 Sêmen 28 3.3 Soluções 29 3.3.1 Diluentes 29 3.3.1.1 Diluente de centrifugação 29 3.3.1.2 Diluente de congelamento 29 3.3.2 Formol-citrato 29 3.3.3 Diacetato carboxifluoresceína e iodeto de propídio – CFDA 29 3.3.4 Fitc-PNA e iodeto de propídio - Fitc-PNA 30 3.4 Concentração das amostras 30 3.4.1 Sêmen nativo 30 3.4.2 Células em diluente de centrifugação 30 3.4.3 Células em diluente de congelamento 30 3.5 Congelamento 31 3.6 Temperatura e tempo de descongelamento 31 3.7 Motilidade espermática 32
3.8 Integridade de membranas – CFDA 32 3.9 Integridade de acrossoma - Fitc-PNA 33 3.10 Máquina de descongelamento 34 3.11 Máquina de congelamento em aceleração 36 3.12 Estatística 38 4 RESULTADOS 39 4.1 Motilidade 39 4.2 Integridade de membrana 43 4.3 Integridade de acrossoma 45 4.4 Curvas de congelamento 48 4.4.1 Curva de resfriamento 20±1ºC à 5±1ºC 48 4.4.2 Curva de congelamento à 1cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC 48 4.4.3 Curva de congelamento à 4cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC 49 4.4.4 Curva de congelamento à 8cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC 49 4.4.5 Curva de congelamento na máquina de 5±1ºC à -196ºC 50 4.5 Curvas de descongelamento 50 4.5.1 Curvas de descongelamento convencional 50 4.5.2 Curvas de descongelamento na máquina ultra-rápida 51 5 DISCUSSÃO 52 6 CONCLUSÃO 61 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62 8 ANEXOS 70
1
1. INTRODUÇÃO
A inseminação artificial foi a biotecnologia mais importante aplicada aos
animais e, com seu desenvolvimento, houve o melhoramento nos métodos de
manejo dos machos e coleta, avaliação, preservação de sêmen e inseminação, não
deixando de salientar avanços ocorridos nas metodologias de detecção do cio e no
controle do ciclo estral nas fêmeas.
O desenvolvimento da inseminação artificial foi um marco histórico de
incansáveis pesquisadores dedicados na busca do conhecimento para substituir a
ficção em fatos e, conseqüentemente, a aplicação desta ferramenta biotecnológica.
Existe uma história não documentada que os árabes obtinham sêmen de
esponjas introduzidas na vagina de éguas cobertas de grupos rivais e usavam estas
para inseminar suas próprias éguas.
Os primeiros a visualizarem os espermatozóides foram LEEWENHOEK e seu
assistente, HAMM, no ano de 1678, denominando-os de “animacules” (FOOTE,
2002).
A primeira inseminação artificial com sucesso foi feita por Spallanzani, no ano
de 1784, feita em cão, obtendo como resultado 3 filhotes após 62 dias da
inseminação (FOOTE, 2002).
As pesquisas sobre inseminação artificial em eqüinos iniciaram-se na Rússia
em 1899 (IVANOFF, 1922, citado por FOOTE, 2002) estimuladas pela necessidade
de cavalos para uso das forças militares. ISHIKAWA iniciou estudos similares no
Japão em 1912 (NISHIKAWA, 1962, citado por FOOTE, 2002); já nos Estados
2
Unidos os estudos sobre coleta, processamento e inseminação em eqüinos foram
iniciados por MCKENZIE e colaboradores em 1939 e BERLINER em 1942.
As primeiras coletas de sêmen foram realizadas colocando um saco de coleta
de borracha na vagina de éguas em cio. Em 1930 e 1940, outros modelos de vagina
artificiais foram desenvolvidos e vêm sendo modificados. A primeira versão de
modelo de vagina artificial para eqüino foi desenvolvida por NISHIKAWA (DAVEIS
MOREL, 1999).
Antes da II Guerra Mundial a principal fonte de garanhões provinha dos
plantéis de cavalos militares (MAULE, 1962, citado por FOOTE, 2002), e, no pós-
guerra, muitos desses plantéis foram eliminados porque a população de cavalos
decresceu. A regulamentação de algumas associações de criadores de cavalos ao
restringir o uso da inseminação artificial desestimulou as pesquisas nesta área e a
sua aplicação. Entretanto a China foi a que mais utilizou a inseminação artificial em
eqüino neste período.
No decorrer da história da criopreservação, POLGE et al. (1949) tiveram
sucesso no congelamento de sêmen de ave ao incluir no diluente o glicerol. Muitos
pesquisadores realizaram experimentos, no ano de 1940, para congelar sêmen de
touro utilizando etileno glicerol e conservando-o a –10ºC, porém, não tiveram
sucesso. Também foram utilizados açúcares como crioprotetor, mas sem sucesso
(FOOTE, 2002).
O diluente utilizado por POLGE foi originalmente citrato-gema mais glicerol
(SALISBURY et al., 1941). ALQUIMIST e colaboradores (O’DELL e ALQUIMIST,
1957) desenvolveram o meio para criopreservação de sêmen de touros utilizando
leite integral mais glicerol. O diluente tampão tris-gema mais glicerol também
promoveu excelente proteção aos espermatozóides congelados e não-congelados
(FOOTE, 1998).
Outra grande mudança ocorreu nos anos de 1950 com a troca da substância
criogênica utilizada para o armazenamento do sêmen congelado. O dióxido de
carbono sólido à –79ºC foi substituído pelo nitrogênio líquido à –196ºC. Alguns
pesquisadores demonstraram que a sobrevida dos espermatozóides à –196ºC era
infinita, enquanto que à –79ºC ocorriam mudanças biológicas nas células
espermáticas. Também o armazenamento com o dióxido de carbono sólido não era
conveniente, pois necessitava de recargas mais freqüentes (FOOTE, 2002).
3
O armazenamento do sêmen congelado em dióxido de carbono sólido (gelo
seco) ou nitrogênio líquido foi um problema ao se utilizar ampolas de vidro que,
freqüentemente, quebravam durante o congelamento e descongelamento (FOOTE,
2002).
CASSOU (1964) modificou o sistema desenvolvido por SORENSEN (1940),
através da utilização de um método de selar as palhetas de plástico e um dispositivo
para a deposição do sêmen no útero (PICKETE e BERNDTSON, 1974). Foram
utilizadas inicialmente palhetas com capacidade de 0,5 mL para envasar o sêmen a
ser congelado, porém, mais recentemente, as palhetas de 0,25 mL têm sido mais
utilizadas devido estas requererem menor espaço para armazenamento (FOOTE,
2002).
No início da utilização do nitrogênio líquido para armazenamento, foram
encontrados problemas na conservação por um tempo mais prolongado do mesmo,
pois o isolamento dos botijões era ineficiente e também havia necessidade de
recarga freqüente para se manter a temperatura de –196ºC. Alguns anos mais tarde,
J. Rockfeller Prentice financiou o desenvolvimento de botijões que ofereciam melhor
isolamento térmico e, com isso, houve um crescimento na indústria de
criopreservação (FOOTE, 2002).
Com os avanços na criopreservação de sêmen de touros, observou-se um
crescente interesse pela criopreservação de sêmen eqüino. Vários métodos foram
desenvolvidos para o congelamento de sêmen eqüino, porém a inseminação artificial
nesta espécie vem sendo, ainda hoje, realizada utilizando sêmen resfriado diluído e
inseminado num período máximo de 48 horas após coleta.
O sêmen congelado é menos fértil do que o sêmen fresco (SHANNON e
VISHWANATH, 1995). Muitos aditivos na preparação dos diluentes para o
congelamento de células espermáticas não obtiveram resultados satisfatórios na
melhoria da fertilidade do sêmen congelado (FOOTE, 1999). Entretanto, alguns
pesquisadores afirmam que a adição de peptídeo melhora a fertilidade do sêmen
congelado e descongelado (AMANN et al., 1999). FAGUNDES (2003) observou que
a adição de proteínas concentradas, com massa molecular superior a 10 kDa, do
plasma seminal no diluente melhoraria as características espermáticas no
congelamento e descongelamento, enquanto que a troca do plasma seminal de
garanhões bons congeladores pelo plasma seminal de maus congeladores resultou
na melhora da motilidade pós-descongelamento (VIANNA, 2001).
4
O sêmen criopreservado de mamífero é reconhecidamente caracterizado por
ter uma fertilidade menor em comparação com o sêmen fresco. A redução da
fertilidade transparece tanto em uma menor viabilidade pós-descongelamento como
nas disfunções sub-letais da porção da sub-população sobrevivente. As razões da
perda da fertilidade são várias, dentre elas podemos destacar os fatores que afetam
a porção das células sobreviventes, como: susceptibilidade ao choque-térmico, taxa
de resfriamento, composição do diluente e estresse osmótico, e os fatores que
influenciam no estado funcional, que são: estabilidade de membrana, danos
oxidativos, integridade dos receptores de membrana e estrutura nuclear.
A criopreservação prolonga a viabilidade do espermatozóide para a
fertilização, entretanto, o potencial fertilizante de sêmen descongelado é
comprometido pelas alterações estruturais e fisiológicas das células espermáticas.
Estas alterações estão presentes na população móvel, diminuindo a viabilidade
espermática, a capacidade de interação com o trato da fêmea e a capacidade
fertilizante. A etiologia dessas alterações pode ser representada por uma
combinação de fatores como a fragilidade hereditária das células espermáticas em
resistir aos processos de criopreservação e diluição do sêmen.
Quando se trata do uso de sêmen congelado eqüino, verifica-se que esse
mostra-se, ainda, pouco eficiente e difundido devido a algumas associações de
produtores de cavalos não permitir em a utilização desta biotécnica, além do uso
desta biotécnica estar associada a baixa fertilidade e aos resultados inconsistentes.
Existem no mercado várias máquinas para congelamento de sêmen que
visam uma padronização da técnica do congelamento e, assim, permitir uma precisa
taxa de resfriamento das amostras. Quanto ao descongelamento não foi observado
nenhuma máquina no mercado, somente foram verificados dois trabalhos, bovinos e
caninos, sendo esta desenvolvida por mim e meu professor orientador, em nosso
laboratório cuja utilização melhorou as características de motilidade e integridade de
membrana.
Atualmente, persistem os problemas de resultados inconsistentes quando se
utiliza sêmen congelado de eqüino e, conseqüentemente, ainda não foi possível
padronizar a metodologia de congelamento do sêmen desta espécie.
Então, torna-se necessário, ainda hoje, uma otimização da criopreservação
do sêmen eqüino e conseqüente padronização desta metodologia, pois facilitaria o
5
armazenamento e a propagação da genética de cavalos de grande valor através da
reprodução assistida.
Pretende-se, neste trabalho de pesquisa, propor um novo protocolo de
congelamento e descongelamento de sêmen eqüino utilizando um sistema
automatizado eletroeletrônico para o congelamento e outro para o descongelamento.
6
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Sêmen
2.1.1 Células espermáticas
Os espermatozóides são células haplóides carentes de citoplasma e outras
organelas, exceto o núcleo, acrossoma e uma série de mitocôndrias num arranjo
helicoidal localizado na região anterior do flagelo (EDDY, E.M. e O’BRIEN, D.A.
citado por MEDEIROS et al., 2002).
As células espermáticas de eqüino, como a de todas as espécies de
mamíferos, são altamente especializadas e são constituídas por cabeça, peça
intermediária, principal e terminal, que tem como único objetivo a fertilização do
óvulo (HAFEZ,1995; SAMPER, 2000).
Portanto, na tentativa de manter os espermatozóides estruturalmente íntegros
para que possam exercer sua função na fisiologia reprodutiva, deve-se proporcionar
a eles, durante seu processamento, um ambiente o mais favorável possível, já que
nos mamíferos, os espermatozóides ejaculados ou inseminados, pós-
processamento, necessitam de ambiente favorável no trato genital da fêmea
espécie-específica por um determinado tempo, o que é necessário para preparar o
espermatozóide para a fertilização do óvulo. Este tempo é controlado por hormônios
da fêmea para evitar a inviabilidade do gameta. O deslocamento do espermatozóide
nos sistemas genital tanto no masculino quanto no feminino induz mudanças
7
bioquímicas sucessivas necessárias para o espermatozóide desenvolver a sua
capacidade de fertilizar o óvulo (AUSTIN, C. R., 1951 e CHANG, M. C., 1951 citados
por MEDEIROS et al., 2002).
2.1.2 Membrana Plasmática do espermatozóide
O conhecimento da membrana plasmática nos espermatozóides é o ponto
inicial para o êxito nos processos de manipulação do sêmen, principalmente nas
espécies como a eqüina e a suína, as quais possuem baixa resistência à
manipulação extra-corpórea. Toda manipulação do sêmen fresco ou congelado
produz alterações nas células espermáticas (VALLE e SILVA FILHO, 2002).
A membrana plasmática é o componente mais externo da célula espermática
e está envolvendo toda a superfície do espermatozóide exceto após a reação
acrossômica, envelhecimento e morte (AMANN e GRAHAM, 1992).
SAMPER (2000) descreve que as células espermáticas são recobertas pela
membrana plasmática, e esta é constituída de uma bicamada fosfolipídica
incorporada por colesterol, complexos carboidratados e proteínas. O colesterol,
provavelmente, serve como substância estabilizadora de membrana. A bicamada
lipídica é composta por fosfolipídeos com sua cadeia de ácido graxo hidrofóbico
direcionado internamente e sua cadeia hidrofílica com cabeça polar orientada
externamente (AMANN e GRAHAM, 1992; STRYER, 1988) (figura 1).
Algumas das proteínas estão entremeadas dentro da camada lipídica
variando o seu tamanho, outras estão localizadas no exterior da camada lipídica ou
estão associadas ao glicocálice.
As proteínas presentes na membrana plasmáticas são classificadas como
proteína integral (trans-membrana), essenciais na estrutura da membrana, e
periféricas, associadas a membrana, mas facilmente removidas. Certas proteínas
trans-membrana têm sido relatadas por se localizarem na bicamada lipídica como
canais de íons, poros, receptores e componentes transdutores de sinal, valendo
ressaltar que foram encontradas proteínas entre a bicamada. As proteínas que
compõem a membrana espermática representam cerca de 50% do peso molecular
total da membrana (AMANN e GRAHAM, 1992; SAMPER, 2000).
Muitas das proteínas da superfície externa da membrana plasmática contêm
cadeias de carboidratos na parte lateral, as quais tendem ter carga negativa e atrair
8
outras proteínas do meio extracelular ao redor do espermatozóide (AMANN e
GRAHAM, 1992).
Figura 1: Representação da membrana plasmática, mostrando seus componentes, como proteínas trans-membrana e periféricas, colesterol e carboidratos ligados às proteínas (AMANN e GRAHAM, 1992).
Nos espermatozóides de mamíferos a composição e a distribuição dos
fosfolipídios diferem dentro de certos domínios e regiões da membrana plasmática.
Normalmente, os fosfolipídios diferentes são aleatoriamente arranjados na
membrana e são livres para se movimentar lateralmente no folheto da bicamada,
isto se dá porque a membrana está fluida a temperatura corporal. A relação
colesterol/fosfolipídio bem como a natureza dos fosfolipídios determinam a fluidez da
membrana, portanto, quanto maior for a presença de colesterol menor será a fluidez
(AMANN e GRAHAM, 1992).
O colesterol auxilia no arranjo aleatório dos fosfolipídios da membrana. Uma
adequada quantidade de colesterol e uma distribuição aleatória das proteínas trans-
membranas exercem uma configuração sobre fosfolipídios, fazendo com que a
bicamada normal seja mantida. Em certas condições, os lipídeos podem mudar para
uma forma cristalina (fase de transição), ocorrendo a agregação protéica que leva a
uma desestabilização da membrana, o que pode causar danos irreversíveis, sendo o
resfriamento um fator que induz a essa mudança (AMANN e GRAHAM, 1992).
9
2.1.3 Plasma seminal
A fonte dos constituintes do plasma seminal varia com as espécies, assim
como o número e tamanho dos órgãos acessórios (HAFEZ, 1995). O plasma
seminal do eqüino é constituído por uma coleção de fluidos proveniente do
epidídimo, ampola, próstata, vesícula seminal e glândula bulbouretral, onde os
espermatozóides são suspensos na hora da ejaculação (SAMPER, 2000).
No que tange ao assunto plasma seminal existem muitas contradições em
relação ao utilizá-lo ou não para resfriamento e congelamento das células
espermáticas.
Segundo NISHIKAWA (1975), a remoção do plasma seminal antes do
congelamento ajuda a manter a motilidade dos espermatozóides após o
descongelamento. Uma das razões do plasma seminal ser prejudicial seria a alta
concentração de cloreto de sódio. Alguns pesquisadores relatam que a remoção do
plasma seminal do sêmen eqüino antes do resfriamento e armazenamento a 5ºC é
benéfico (DRAWSON et al., 1999; JASKO et al., 1991; PRUITT et al., 1993 citado
por CROCKETT et al. 2001 e VIDAMENT et al., 2001). Outros pesquisadores como
FAGUNDES (2003), observou que a adição de proteínas concentradas do plasma
seminal, com massa molecular superior a 10 kDa, no diluente, melhoraria
características espermáticas no congelamento e descongelamento, enquanto que a
troca do plasma seminal de garanhões bons congeladores pelo plasma seminal de
maus congeladores resultou na melhora da motilidade pós-descongelamento
(VIANNA, 2001). NUNES et al. (1982) observaram efeito positivo da presença do
plasma seminal na sobrevivência dos espermatozóides submetidos ao
congelamento. Alguns componentes foram descritos como deletérios aos
espermatozóides, sendo identificados na secreção da glândula bulbouretral, de
caprinos, um componente apresentando este efeito nos espermatozóides diluídos
em meio contendo gema de ovo (RITAR e SALAMON, 1982 citado por AZEREDO et
al., 2001) ou leite (CORTEEL, 1974 citado por AZEREDO et al., 2001). Este
componente foi identificado como uma glicoproteina de 60kDa (PELLICER et al.,
1997). AL-SOMAI et al. (1994) relataram que os componentes protéicos de baixa
massa molecular causam danos aos espermatozóides e a remoção desses
componentes do plasma seminal é benéfica à sobrevivência dos espermatozóides.
10
2.2 Efeitos da temperatura
2.2.1 Taxa de resfriamento
WOELDERS et al. (2005) relataram que as células podem apresentar danos
pela diminuição da temperatura por si só (danos do resfriamento), pelo resfriamento
brusco (danos do choque térmico) ou por ambos. Os danos do resfriamento podem
ser reduzidos pela inclusão de gema de ovo no diluente quando abaixo de 15ºC e o
choque térmico pelo lento e gradual resfriamento (aproximadamente -1ºC/min.) de
15 a 5ºC.
A determinação da taxa de resfriamento ideal para os espermatozóides
eqüino é um dos assuntos mais importantes para a conservação da motilidade e da
fertilidade. Este é um assunto complexo que envolve a individualidade do garanhão,
constituição da membrana do espermatozóide, natureza do diluente e temperatura
final de armazenamento (SILVA FILHO, J. M., 1994 citado por SNOECK e HENRY,
2002a).
WATSON (1995) relatou que os espermatozóides sofrem o primeiro estresse
térmico no resfriamento do sêmen entre 19º a 5ºC, pois nesta faixa de temperatura a
membrana plasmática passa por uma fase de transição, do estado líquido cristalino
para o gel, podendo ocorrer perda de movimentos progressivos, alterações na
membrana plasmática e acrossomal.
LOOMIS (1992) relatou que o êxito do resfriamento do sêmen eqüino
depende da diluição adequada, taxas relativamente lentas de resfriamento e
manutenção em temperaturas específicas. Esses fatores associados irão reduzir o
metabolismo espermático e minimizar as lesões de membrana, evitando a indução
prematura da capacitação e/ou reação acrossômica.
MOORE et al. (2006) relataram que a taxa de resfriamento a qual as células
são submetidas é que vai determinar a extensão da desidratação. Observaram,
também, que não houve diferença na motilidade e viabilidade espermática quando
os espermatozóides eram submetidos a taxas de resfriamento de -5 a -45ºC/min,
sendo esses dados similares ao encontrado por DEVIREDDY et al. (2002) que
determinaram que os espermatozóides de garanhões sobrevivem a taxas de
resfriamento de -20 a -1000C/min. Esses resultados vêm confirmar que existe uma
11
ampla taxa de resfriamento que é considerada como ótima para o congelamento de
sêmen eqüino.
MOORE et al. (2006) observaram uma diferença na viabilidade espermática,
sendo que a taxa de resfriamento de -100C/min apresentou maior viabilidade que a
de -500C/min.
KAYSER et al. (1992) concluíram que o sêmen eqüino pode ser resfriado
rapidamente de 37º e 20ºC, mas entre 20º e 5ºC deve ser resfriado de forma a se
obter uma curva em que a temperatura seja reduzida 0,1ºC/min.
VIDAMENT et al. (2000), utilizando sêmen eqüino, verificaram que a taxa
moderada de resfriamento (0,55ºC/min de 37 a 4ºC) obteve maior motilidade
comparado com a taxa lenta (0,13ºC/min).
Há tempos se conhece que o resfriamento muito rápido de sêmen de
ungulados entre 30º e 0ºC induz a um estresse letal em algumas células,
proporcionado pela taxa de resfriamento, intervalo e variação de temperatura
(WATSON, 1981 citado por WATSON, 2000). Tratando do processo de
congelamento do sêmen eqüino, AMANN e PICKETT (1987) afirmam que diversos
problemas não observados à temperatura ambiente (em torno de 22°C) são
introduzidos com a queda da temperatura. São umas séries de alterações não
completamente entendidas e parcialmente irreversíveis ocorridas durante o
resfriamento de 20° a 1°C. Este fenômeno é conhecido como choque-térmico ou
estresse-térmico (AMANN E PICKETT, 1987; WATSON, 1981 citado por WATSON,
2000). O fenômeno é identificado por um grande número de espermatozóides com
movimento circular, perda da motilidade, queda na produção de energia, aumento na
permeabilidade da membrana e perda de íons e moléculas intracelulares.
A extensão dos danos é dependente da taxa de resfriamento. Ao contrário, o
reaquecimento é raramente prejudicial, ou menos danoso à célula espermática
(WATSON, 2000). Isto vem a confrontar com o descrito por HOLT e NORTH (1994)
que observaram não haver danos de integridade de membrana das células
espermáticas de ovino através dos processos de resfriamento e congelamento na
ausência de crioprotetores, onde esses danos não foram observados imediatamente
após o descongelamento, mas durante o reaquecimento após o descongelamento
na faixa de temperatura entre 2 a 300C.
No resfriamento quando a temperatura da fase de transição de um lipídeo é
alcançada este lipídeo muda de fase, somente esse lipídeo, e se agrega em
12
microdomínios de gel lipídico em uma membrana ainda líquida, fazendo com que
formem “buracos” permeáveis a íons entre os microdomínios e o restante da
membrana (figura 2) e, assim, podendo ocasionar ruptura ou a fusão da membrana
(AMANN e GRAHAM, 1992).
Figura 2: Representação esquemática do polimorfismo dos lipídeos na membrana plasmática. A) Configuração planar da membrana dos fosfolipídeos com sua cadeia de ácido graxo hidrofóbico direcionado internamente e sua cadeia hidrofílica com cabeça polar orientada externamente. B) Forma hexagonal-II, onde a cadeia hidrofílica com cabeça polar está voltado para o centro e a cadeia de ácido graxo hidrofóbico estão orientadas externamente (AMANN e GRAHAM, 1992).
DEVIREDDY et al. (2002) verificaram que a taxa de resfriamento considerada
ótima era aproximadamente 290C/min, isto na ausência de crioprotetor; já na
presença observaram que a taxa de 600C/min era a melhor.
2.2.2 Formação e dissolução dos cristais de gelo
As lesões induzidas pela formação dos cristais de gelo são, principalmente,
associados às mudanças da pressão osmótica na fração não congelada (WATSON
e DUNCAN,1988). Quando a solução é resfriada abaixo do ponto de congelamento,
cristais de gelo são formados e a água de fora das células se cristaliza (figura 3). Os
solutos são dissolvidos na porção da água líquida restante, fazendo com que a
pressão osmótica da solução aumente. A relação em que a água cristaliza depende
da temperatura, ou seja, quanto mais baixa a temperatura, menor será a fração não
congelada e, assim, maior será a pressão osmótica da solução (WATSON, 2000).
13
Figura 3: Movimentação da água do interior do espermatozóide para dentro dos canais de água descongelada, com a resultante redução do volume e um aumento da concentração de soluto na célula. Conforme o esquema, a maior parte da água extracelular já esta sob forma de gelo (MAZUR, 1984).
As células espermáticas são geralmente congeladas numa taxa relativamente
rápida num intervalo que varia de -15 a -60ºC/min., que foi empiricamente
determinado como apresentando as melhores taxas de sobrevivência. Obviamente
se fosse conhecida a permeabilidade da célula à água e sua energia de ativação,
seria possível predizer a taxa de resfriamento máxima compatível com o equilíbrio
osmótico e então determinar ótimos protocolos de criopreservação. Tais
observações foram consideradas importantes para outros tipos celulares (MAZUR,
1984).
Alguns pesquisadores mediram a permeabilidade da água das membranas de
espermatozóide de diferentes espécies. Com exceção do coelho (CURRY et al.,
1995a), a maioria das espécies apresentou uma permeabilidade superior em
comparação com a permeabilidade de outros tipos celulares (GILMORE et al., 1996;
NOILES et al., 1997). A modulação dos canais de glicose das membranas de
espermatozóide afeta a permeabilidade da água (CURRY et al., 1995b).
A proporção de células que sobrevivem aos protocolos de criopreservação é
determinada pela sensibilidade ao estresse osmótico durante a adição e remoção do
crioprotetor e durante o resfriamento e reaquecimento (WATSON, 2000).
14
2.3 Processos da criopreservação
Os processos da criopreservação estão fundamentados nas características
físicas celulares a fim de manter a viabilidade e limitar os danos de membrana que
podem ocorrer durante a exposição das células espermáticas a condições não
fisiológicas como a temperatura sub-zero, formação dos cristais de gelo e altas
concentrações do soluto (LUVONI, 2006).
Desde 1990, HARMMERSTEDT et al. e WATSON, após suas revisões sobre
os processos da criopreservação do sêmen, enfatizaram que o progresso na
melhoria da viabilidade espermática não seria atingido simplesmente pela
modificação dos diluentes de criopreservação. Relatam que o mais fundamental
entendimento dos processos biofísico e bioquímico que acompanham o
congelamento e descongelamento do sêmen é o pré-requisito essencial para
desenvolver, com sucesso, protocolos de criopreservação (HOLT e NORTH, 1994).
MAZUR et al. (1972, citado por DEVIREDDY et al., 2002) discorreram sobre a
taxa de resfriamento dizendo que a taxa que otimiza as respostas de qualquer
sistema celular pode ser definida como a mais rápida taxa de resfriamento de um
dado meio que impede os danos pela formação dos cristais de gelo intracelular.
2.3.1 Congelamento
O grande prejuízo que o congelamento acarreta à célula é a ruptura da
membrana, principalmente devido às alterações térmicas, mecânicas, químicas e ao
estresse osmótico. Estes danos são atribuídos à desidratação celular e formação
intracelular de cristais de gelo (PARKS E GRAHAM, 1992).
Segundo DAVIES MOREL (1999), a taxa de resfriamento ou taxa de
congelamento do sêmen depende do método de processamento e de
armazenamento.
JASKO (1994) estabeleceu em seu experimento que o sêmen eqüino deve
ser submetido previamente a uma curva de resfriamento com duração de duas a três
horas, envasado e colocado no vapor de nitrogênio líquido para se dar início ao
congelamento.
O grande problema da criopreservação não está na habilidade do
espermatozóide em manter-se viável à temperatura de –196ºC, mas sim nos danos
15
que a célula sofre durante o resfriamento e descongelamento, numa temperatura
intermediária de –15ºC e –60ºC (AMANN e PICKETT, 1987; PARKS e GRAHAM,
1992). Sabe-se que o resfriamento rápido na faixa entre 20°C e 5ºC leva o sêmen
eqüino ao choque térmico, onde nessa faixa crítica de temperatura o sêmen deve
ser resfriado lentamente (MCKINNON, 1996 citado por SNOECK e HENRY, 2002b)
(figura 4).
O resfriamento moderadamente rápido (-25ºC a -40ºC/min) provoca
desidratação celular, formando cristais de gelo intracelular. Se o congelamento é
lento, causa danos à célula devido à alta concentração de soluto intracelular durante
o processo. Quando o espermatozóide é resfriado muito rápido (-60ºC/min) pode
ocorrer o fenômeno da recristalização após o descongelamento, com a formação de
grandes cristais de gelo que provocam danos físicos às células (GRAHAM, 1996).
Figura 4: Representação esquemática de prováveis mudanças em espermatozóides de eqüino, e no diluente ao seu redor durante o congelamento e descongelamento. Efeito da velocidade de resfriamento e reaquecimento (setas verticais grandes e pequenas) e formação de cristais de gelo ou micro-cristais (estrelas grandes e pequenas) são mostrados na representação esquemática. Após o resfriamento inicial e formação de micro-cristais de gelo no meio extracelular a uma temperatura de cerca de -5°C, a velocidade de resfriamento afeta tanto a movimentação de água como a quantidade de formação intracelular de gelo. Danos podem ocorrer como resultado de velocidades inapropriadas de resfriamento e reaquecimento. Na velocidade de resfriamento ótima (seta do meio), a água move-se para fora do espermatozóide, murchando-o lentamente como conseqüência da desidratação. Durante o reaquecimento, a movimentação intensa de água e glicerol pode provocar danos pelo inchamento da célula. Se a velocidade de reaquecimento é sub-ótima pode ocorrer a recristalização de micro-cristais de gelo, danificando também a célula. No reaquecimento ótimo, a entrada de água rehidratando os espermatozóides equilibra a concentração de solutos e os micro-cristais internos
16
descongelam sem formarem grandes cristais de gelo, isto é, recristalização (MAZUR, 1984).
MOORE et al. (2006) observaram uma diferença na viabilidade espermática,
entre as taxas de resfriamento -10ºC/min e -50ºC/min, sendo que à -10ºC/min
apresentou maior viabilidade. Observaram, também, que não houve diferença na
motilidade e viabilidade espermática quando os espermatozóides eram submetidos a
taxas de resfriamento de -5 a -45ºC/min, sendo esses dados similares ao encontrado
por DEVIREDDY et al. (2002) que determinaram que os espermatozóides de
garanhões sobrevivem a taxas de resfriamento de -20 a -100ºC/min.
JANUSKAUSKAS et al. (1999) observaram, para sêmen de bovino, não haver
diferença estatística entre a taxa de resfriamento lenta com a rápida, ressaltando
que a taxa de resfriamento lenta não é mais benéfica do que a rápida quando
analisado os parâmetros de viabilidade espermática após o descongelamento e
fertilidade após a inseminação artificial.
WATSON (1995) relata que o resfriamento e a criopreservação
desestabilizam as membranas espermáticas e conseqüentemente induzem reação
acrossômica prematura, diminuindo a vida útil do espermatozóide no trato
reprodutivo feminino e a fertilidade na inseminação artificial.
Alguns pesquisadores observaram que a taxa de resfriamento lenta, de -
0,5ºC/min de 5 à -20ºC, seguida de rápida taxa de resfriamento, -3ºC/min de -20 à -
196ºC, foi o que apresentou menor incidência de dano de acrossoma (CHAO e
CHANG, 1962; ADVENA, 1990; HEITLAND et al.,1996, citado por DAVIS MOREL,
1999).
Resumindo os eventos osmóticos que ocorrem durante o congelamento,
pode-se salientar que no congelamento a fase de transição da água induz a
diminuição no potencial de água extracelular, já que a água passa através da
membrana plasmática. Isto induziria a uma mudança do fluxo da água e da
desidratação celular. Os danos do resfriamento lento têm sido atribuídos ao aumento
na concentração interna e externa do soluto (cloreto de sódio; DAW et al., 1973
citado por WOELDERS et al., 2005), ao pequeno tamanho da porção não
congelada, ao estresse mecânico causado pela diminuição do volume celular
(MAZUR et al., 1983 citado por WOELDERS et al., 2005) e a desestabilização das
membranas e proteínas pelo baixo potencial de água (CARPENTER et al., 1988
citado por WOELDERS et al., 2005). A alta taxa de resfriamento a desidratação
intracelular (pelo efluxo da água) não pode acompanhar os passos da desidratação
17
extracelular (pela fase de transição da água). Como conseqüência, as altas taxas de
resfriamento resultam em maior nível de super-resfriamento intracelular, maior
diferença na pressão osmótica trans-membrana e concentração de soluto e maior
taxa de efluxo de água através da membrana. Os danos do resfriamento rápido
parecem estar relacionados, particularmente, a formação de gelo intracelular
(MAZUR et al., 1963; MAZUR et al., 1972; MAZUR et al., 1977; citado por
WOELDERS et al., 2005). Outros pesquisadores têm atribuído o dano de membrana
a alta diferença na pressão osmótica trans-membrana resultando numa alta taxa de
fluxo de água trans-membrana. Alternativamente, danos do resfriamento rápido
poderiam resultar do fato de que as células são expostas a grandes mudanças
repentinas de tamanho, forma e ultra-estrutura devido ao rápido efluxo de água e
encolhimento das células (WOELDERS et al., 1997 citado por WOELDERS et al.,
2005).
PAPA et al. (2003), observaram que não houve diferença estatística quando
amostras de sêmen de eqüinos foram congeladas em diferentes alturas do nível de
nitrogênio líquido (1, 3, 6 e 9cm) e, NÖTHLING e SHUTTLEWORTH (2005),
também, não observaram diferença no congelamento à 3,5cm e 8cm do nível do
nitrogênio líquido, tendo uma leve tendência de maior motilidade para o
congelamento à 8cm e menor dano de integridade de acrossoma.
Em atual época, existe comercialmente uma vasta quantidade de máquinas
para congelamento de sêmen. A princípio estas poderiam ajudar na manipulação de
amostras com grande volume, principalmente pela sua padronização de
congelamento e permitir o preciso resfriamento das amostras para a taxa desejada.
As principais máquinas de congelamento de sêmen encontradas no mercado são:
CryoLogic Freeze Control CL3000, Planer Products Kryo Save Compact KS1.7,
Sanyo 152ºC (MDF-1155 ATN), Planer Kryo 10 Series III (desenvolvida por Watson)
e TK3000 (TK Tecnologia em Congelação Ltda).
O que se faz hoje em dia, comercialmente, de forma menos onerosa, é o
congelamento na caixa de isopor colocando as palhetas à 4cm sobre o nível de
nitrogênio por 10 minutos e, depois estas são imersas no nitrogênio para congelar,
valendo salientar que a taxa de resfriamento de 20 à 5ºC é de 0,5ºC/min.
Durante o congelamento podemos observar nas curvas de resfriamento que
existe um pico, ou seja, um aumento na temperatura devido ao aquecimento
provocado pela liberação de energia durante a fusão dos cristais de gelo e,
18
conseqüentemente, aumentando a temperatura da amostra submetida ao
congelamento (HOLT, 2000; THURSTON et al., 2003; CHAVEIRO et al., 2006).
Muitos pesquisadores chamam este aumento na curva de resfriamento de platô de
congelamento, sendo este considerado o ponto mais prejudicial na viabilidade
espermática durante o processamento.
HOLT (2000) relata que este “platô” pode permanecer por 2 a 3 minutos antes
do resfriamento recomeçar, já CHAVEIRO et al. (2006) observaram um “platô” com
duração média de 30 segundos.
SIEME et al. (2001) ressaltam que para prevenir a ocorrência do “platô” no
congelamento do sêmen deve-se induzir o “seeding” nas amostras a serem
congeladas. Também observaram que ao reduzir o platô havia uma melhora na
viabilidade espermática do sêmen de garanhões.
THURSTON et al. (2003) verificaram que ao fazer o “seeding” nas amostras
de sêmen de suínos, a dissipação do calor foi menor, minimizando, assim, a
flutuação da temperatura dentro da amostra na formação de gelo e melhorando a
motilidade do sêmen descongelado quando comparado com as outras taxas de
resfriamento.
WOELDERS et al. (2005) relataram que o super-resfriamento causa uma
mudança brusca da temperatura e da osmolaridade, causando danos no
congelamento. Isto pode ser evitado através do “seeding”, usando um volume e
geometria da amostra que permite rápida propagação do frio através desta.
Relatam, também, que a curva após a formação dos cristais de gelo é de extrema
importância no congelamento.
HAMMADEH et al. (2001a) observaram que a utilização da máquina de
congelamento (Planer Kryo 10 Series III) para sêmen humano apresentava menor
dano as células espermáticas quando comparado com o congelamento convencional
(20cm acima do nível do nitrogênio líquido).
THURSTON et al. (2003) realizaram um experimento, com sêmen de suíno,
testando três máquinas de congelamentos (CryoLogic Freeze Control CL3000,
Planer Products Kryo Save Compact KS1.7 e Planer Kryo 10 Series III, desenvolvida
por Watson) onde observaram reduzida viabilidade espermática na curva de
resfriamento à -6ºC/min (14,2±2,8% - CryoLogic Freeze Control CL3000) quando
comparada à -40ºC/min (KS1.7 e Planer Kryo 10 Series III, 18,4±3,2% e 25,7±3,7%,
respectivamente).
19
ÁLAMO et al. (2005) testaram a viabilidade de um ultra-freezer (Sanyo®) para
congelamento e armazenamento de sêmen de cães como alternativa do uso do
nitrogênio líquido e, observaram que este poderia ser utilizado, pois as
características eram semelhantes com as observadas no congelamento com
nitrogênio líquido. A taxa de resfriamento foi lenta (-5ºC/min) de 5 a -10ºC, rápida (-
30ºC/min) de -10 a -100ºC e depois -100ºC a -130ºC a taxa foi de -10ºC/min.
ARRUDA et al. (2005) observaram que não houve diferença significativa
quando comparou o congelamento de sêmen de bovino à 3cm do nível do nitrogênio
líquido (-19ºC/min) com o congelamento no aparelho programável (-15,5ºC/min).
ROTA et al. (2005) verificaram que a taxa de resfriamento lento (0,5ºC/min de
5 a -10ºC, 8ºC/min de -10 a -60ºC e imersão no nitrogênio líquido), utilizando um
sistema de congelamento programável, foi melhor quanto a motilidade e integridade
de membrana quando comparado com a taxa de resfriamento convencional, ou seja,
à 4cm do nível de nitrogênio (taxa de resfriamento rápido).
DOUGLAS-HAMILTON et al. (1984, citado por FÜRST et al., 2003)
comparando as taxas de resfriamento rápida (maiores que -1ºC/min), média (entre -
1ºC/min e -0,33ºC/min) e lenta (menores que -0,33ºC/min) concluíram que as taxas
de resfriamento lenta e rápida causam maiores danos à célula espermática que a
taxa média.
SIEME et al. (2001) utilizaram um sistema multi-gradiente direcional,
denominado IMT (ARAV, 1999 citado por SIEME et al. 2001), para congelamento de
sêmen de garanhões, onde a taxa de resfriamento e formação dos cristais de gelo
eram precisamente controlados. Estes pesquisadores observaram que através deste
sistema de congelamento era possível evitar o aumento da temperatura no momento
em que começava a formação dos cristais de gelo.
HAMMADEH et al. (2001b) verificaram que a utilização de um sistema de
congelamento computadorizado com diminuição gradual da temperatura mostrou-se
ser melhor que o congelamento convencional, principalmente para amostras de
sêmen de doadores considerados subnormais (inférteis), sendo recomendado este
tipo de congelamento para espermatozóides de humanos, especialmente para
aqueles que apresentam baixa qualidade seminal com o objetivo de evitar danos nas
células espermáticas.
DAVIS MOREL (1999) em sua revisão relata que existe uma curva apropriada
para congelamento de sêmen eqüino utilizando um sistema programado de
20
temperatura, onde se inicia a uma taxa de -10ºC/min de 4 à -10ºC, -20ºC/min até -
100ºC, -60ºC/min até -140 e, por fim, as palhetas são mergulhadas no nitrogênio.
MAZUR et al. (1972, citado por HAMMADEH et al., 2001a; LI, 2005;
CHAVEIRO et al., 2006) postularam que a formação dos cristais de gelo e o efeito
solução apresentavam um efeito na inativação celular e que uma ótima taxa de
resfriamento poderia minimizar estes efeitos. A curva da porcentagem de
sobrevivência celular versus a taxa de resfriamento apresenta-se em forma de “U”
invertido (figura 5), onde no ponto máximo o efeito do dano, tanto pela baixa taxa de
resfriamento como a formação de cristais de gelo, é mínimo, sendo esta taxa de
resfriamento considerada ótima.
Figura 5: Porcentagem de sobrevivência celular versus a taxa de resfriamento
21
2.3.2 Descongelamento
Segundo FÜRST et al. (2003) o descongelamento é um dos pontos mais
importantes no manuseio do sêmen congelado, pois diferentes fatores físico-
químicos desconhecidos podem atuar influenciando na sobrevida dos
espermatozóides.
Durante o descongelamento, as células espermáticas congeladas podem
sofrer danos físicos devido à recristalização (figura 4), processo este ocorrido
quando cristais microscópicos de gelo formam outros cristais maiores
(WATSON,1995).
Segundo AMANN e PICKETT (1987) alguns fatores influenciam no
descongelamento como: tipo de envase, quanto à condutividade do calor e
espessura da parede e à temperatura da água do banho-maria.
O descongelamento pode ser feito de diversas maneiras o que dependerá do
tipo de envase e do processo de congelamento propriamente dito (COCHRAN et al.,
1984). Segundo GRAHAM (1996) aqueles processos que utilizam curva de
resfriamento rápido exigem descongelamento rápido e outros realizados com curva
lenta de resfriamento deve-se utilizar descongelamento lento.
HOLT (2000) relata que alguns estudos com descongelamento utilizando
altas temperaturas (60 a 70ºC) têm sido realizados, tendo os melhores resultados
quando as amostras são descongeladas a uma rápida taxa de reaquecimento. Isso
tem sido atribuído a possibilidade de pequenos cristais de gelo intracelular formados
durante o congelamento poderem crescer durante um lento processo de
reaquecimento, logo o descongelamento rápido pode prevenir a recristalização do
gelo intracelular presente nos espermatozóides (MAZUR, 1977, citado por
SALAMON e MAXWELL, 1995).
O congelamento/descongelamento resulta em alta percentagem de
espermatozóides com alteração similar a reação acrossômica ou com danos de
membrana e reduzida viabilidade, o que pode ser explicado pela baixa taxa de
fertilidade de éguas inseminadas com sêmen criopreservado e, também, pela
variação existente entre garanhões e ejaculados (BEDFORD et al., 1998 citado por
SNOECK e HENRY, 2002b).
O descongelamento do sêmen é dependente do tipo de armazenamento
utilizado, assim como da taxa de resfriamento. Sêmen armazenado em palhetas de
22
0,5mL são geralmente descongeladas a 37ºC por um mínimo de 30 segundos.
Entretanto, alguns laboratórios recomendam descongelar palhetas de 0,5mL a
75ºC/7segundos. Sêmen congelado em palhetas de 2,5mL, 4mL ou 5mL são
geralmente descongeladas a 50ºC/45segundos (SAMPER, 2000).
Vários autores relataram que quando os espermatozóides são submetidos a
altas temperaturas de descongelamento a motilidade e a viabilidade espermática
são superiores quando comparadas a temperatura convencional (± 37ºC/30
segundos) de descongelamento (JASKO, 1994; BARRETO, 2002).
WOELDERS e MALVA (1998 citado por BARRETO, 2002) estudando a
interação entre taxa de resfriamento, taxa de descongelamento e concentração de
glicerol demonstraram que a combinação de maiores taxas de resfriamento com
descongelamento lento, acompanhado da maior concentração de glicerol (0.8 M),
propiciou maiores danos aos espermatozóides bovinos. Ao passo que o
descongelamento rápido (2400°C/min) propiciou os melhores resultados para todas
as taxas de resfriamento e concentração de glicerol. A taxa de resfriamento teve
muito pouco efeito sobre a motilidade e viabilidade espermática.
ROBINS et al. (1976, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995) observaram
que os espermatozóides submetidos à uma rápida taxa de descongelamento são
expostos por um menor período de tempo ao soluto concentrado e ao crioprotetor.
Estudos prévios determinaram que o descongelamento de sêmen bovino a
37°C por 10 - 15 segundos, seguido de sua transferência para banho-maria com
temperatura de 21ºC, ou então 5°C para completar o descongelamento e
permanecer durante parte de seu processamento (± 2 min) nesta temperatura e a
incubação final a 37°C, diminuiu a ocorrência de choque osmótico, resultando na
manutenção da integridade e funcionalidade da membrana espermática (CORREA
et al., 1996 e 1997, citado por BARRETO, 2002).
COCHRAN et al. (1984) verificaram que houve maior motilidade progressiva
nas amostras descongeladas à 75ºC por 7 segundos, imediatamente submetendo ao
banho de 37ºC, por no mínimo de 5 segundos, do que à 37ºC por 30 segundos.
DELL`AQUA et al. (2001, citado por VIDAMENT et al., 2001) observaram uma leve
tendência na melhor qualidade do sêmen descongelado à 60ºC quando
descongelado à 38ºC. Esses resultados vêm a discordar com os verificados por
BORG et al. (1997), nos quais não observaram uma melhora real sobre a motilidade
e integridade de acrossoma.
23
SALAMON e MAXWELL (1995) descrevem, em seu artigo, que a maioria dos
pesquisadores descongelam sêmen de ovinos de 38 a 42ºC. ANDERSEN e
AAMADAL (1972, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995) observaram que o
descongelamento à 75ºC foi superior à 35ºC. Descongelamento a altas temperaturas
(60ºC) tem sido preferido por outros pesquisadores (FISER et al.,1987; FISER e
FAIRFULL, 1989, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995), porém existem
publicações que não observaram diferença, na motilidade e integridade de
acrossoma, entre descongelamento de 36 a 40ºC ou de 50 a 70ºC (PONTBRIAND et
al., 1989, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995). BRUGOV (1977, citado por
SALAMON e MAXWELL, 1995) observou que o descongelamento ultra-rápido, em
banho com glicerol a 190ºC/3 a 4 segundos, melhorou significativamente a
motilidade do sêmen, de bovino e ovino, em comparação ao descongelamento à
38ºC.
Foi observado, também, que o descongelamento feito de forma ultra-rápido
era capaz de melhorar a motilidade e a viabilidade espermática em bovinos
(BARRETO, 2002) e caninos (SANTOS et al., 2006). Resultados preliminares, em
nosso laboratório, revelaram que o mesmo ocorreu para eqüinos e ovinos.
NÖTHLING e SHUTTLEWORTH (2005) não observaram diferença no
descongelamento com temperatura de 70ºC/5segundos comparado com 37ºC/2min
quando as amostras foram congeladas à 3,5cm e 8cm do nível do nitrogênio líquido.
24
2.3.3 Pressão osmótica
É de fundamental importância entender os limites da tolerância osmótica do
espermatozóide durante os processos de congelamento e descongelamento. A
resistência a anisosmolaridade (condição em que as células espermáticas se
encontram em soluções de osmolaridade diferente delas, ou seja, soluções hipo ou
hiperosmóticas) é essencial para prevenir a lise e a morte das células. A capacidade
do espermatozóide de responder com o ajuste do seu volume é determinada por
vários fatores, incluindo a composição fosfolipídica da membrana, permeabilidade à
água, temperatura da fase de transição dos lipídeos, atividade ATPase Na+/K+,
canais de íons e componentes do citoesqueleto (POMMER et al., 2002).
O sêmen de eqüino e de suíno podem apresentar diferenças significantes na
capacidade de resistir ao ciclo do congelamento/descongelamento, isso nos leva a
entender que existem diferenças nas características da membrana espermática e na
composição bioquímica entre as espécies (HOLT, 2000).
No estudo realizado por POMMER et al. (2002), onde observaram a variação
das condições osmóticas, eles demonstraram que os espermatozóides de eqüino
são capazes de adaptar, de forma significante e reversível, o seu volume celular
médio. Foi determinado o volume médio dos espermatozóides, em condições
isosmóticas é de 24,4 ± 0,6µm3 (volume médio ± média do desvio padrão) à uma
temperatura de 22ºC. Esse volume foi máximo à 75mOsm/Kg, osmolaridade mínima
testada em seu experimento, onde as células alcançaram um aumento do volume de
1,6 vezes (60%) em relação aos espermatozóides que foram mantidos em
condições de isosmolaridade e uma diminuição no volume de 0,81 vezes quando
submetido à 900 mOsm/Kg (tabela 1 e figura 6).
25
Tabela 1: Volume médio das células, motilidade, viabilidade, potencial mitocondrial da membrana (MMP) quando submetidas às diferentes condições osmóticas. Valendo ressaltar que esses valores foram obtidos após as células serem incubadas por 10 minutos à temperatura ambiente sob condição isosmolar e anisosmolar (POMMER et al. 2002).
Osmolaridade
(mOsm/Kg)
Volume da
célula
Motilidade
(%)
Viabilidade
(%)
Alto MMP
(%)
75 1,6 13,03 43,13 45,36
150 1,28 56,67 60,64 69,91
300 1,00 100,00 100,00 100,00
450 0,89 70,30 99,69 86,70
600 0,85 15,15 99,47 94,45
900 0,81 0,61 99,96 85,13
NOILES et al. (1992 citado por POMMER et al. 2002) relataram que os
espermatozóides de eqüinos são capazes de aumentar seu volume 6,1 vezes em
relação àqueles em condições isosmóticas, tendo como parâmetro uma variação da
osmolaridade de 3 a 215 mOsm/Kg. Ainda ressaltam que os espermatozóides de
eqüinos possuem uma alta resposta osmoregulatória. A tendência entre os dois
estudos foi similar, mas houve uma grande diferença no aumento do volume das
células enquanto os espermatozóides eram submetidos a condições de
hiposmolaridade (1,6 versus 6,1 vezes em relação aqueles submetidos a condições
isosmóticas). POMMER et al. (2002) relatam que existem duas explicações para
essa discrepância de resultados; primeiro, podemos destacar a variação osmótica
testada no estudo de NOILES et al. (1992 citado por POMMER et al. 2002) que foi
mais baixa (3mOsm/Kg versus 75mOsm/Kg) e, segundo, o método utilizado para
estimar o volume das células espermáticas na condição de anisosmolaridade.
POMMER et al. (2002) demonstraram em seus estudos que os
espermatozóides de eqüinos são altamente susceptíveis ao estresse osmótico visto
que a motilidade diminui em condição anisosmolar e que os espermatozóides da
maioria dos tratamentos demonstraram um retorno inferior da motilidade seguido do
curto período do estresse osmótico (tabela 1), quando comparado ao grupo controle.
Citam, também, que tanto a motilidade quanto a viabilidade espermática diminuem
significativamente em meio hiposmótico, demonstrando comportamento similar ao
dos espermatozóides de suíno (HOLT, 2000).
26
Figura 6: Os valores foram obtidos após as células serem incubadas por 10 minutos à temperatura ambiente sob condição isosmolar e anisosmolar. A letra (a) mostra a diferença significativa (p<0,05) entre o tratamento controle (300mOsm/Kg) dentro de cada grupos (POMMER et al. 2002).
Ficou claro, observando os resultados de POMMER et al. (2002), que o
processo de aumento do volume dos espermatozóides de eqüinos é mais prejudicial
do que o processo de encolhimento e que os mecanismos que afetam a motilidade
parece ser diferente nessas duas situações, ou seja, os espermatozóides
submetidos a condições hiperosmóticas mostram-se com as membranas intactas e
capazes de preservar suas mitocôndrias, como demonstrado pelo alto potencial
mitocondrial da membrana (tabela 1); já quando os espermatozóides foram
submetidos a soluções hiposmóticas o potencial mitocondrial da membrana e a
viabilidade diminuíram marcadamente.
Para exemplificar, podemos destacar o volume das células nas diferentes
condições osmóticas, onde o volume das células à 450mOsm/Kg foi reduzido 89%
do volume inicial e reteve 70% da motilidade inicial; já à 150mOsm/Kg o volume
aumentou 28% em relação ao grupo controle e a motilidade diminuiu 57% da
motilidade inicial. Além disso, quando as células retornam às condições de
isosmolaridade, os espermatozóides que foram submetidos a 900mOsm/Kg
mostraram diminuição do potencial mitocondrial da membrana e da viabilidade
quando as células aumentaram seu volume. Isto sugere que a capacidade do
espermatozóide de manter o balanço eletrolítico e o potencial da membrana seja
27
impedida quando os espermatozóides incham. Logo, o processo de
descongelamento pode ser mais prejudicial ao espermatozóide do que o processo
de congelamento (POMMER et al., 2002).
Esses dados são confrontantes com os de WATSON (2000), pois ele relata
que os efeitos do reaquecimento sob as células espermáticas são raramente
prejudiciais ou menos danosos à célula espermática.
28
3. MATERIAL E METODOS
3.1 Animais
O sêmen foi obtido de 5 garanhões, com idade compreendidas entre 5 e 10
anos, em perfeito estado sanitário, de um haras do município de Campos dos
Goytacazes/RJ .
3.2 Sêmen
As coletas foram efetuadas por meio de vagina artificial modelo “Hannover”,
utilizando-se como parceira para o salto uma égua adequadamente contida.
Imediatamente após a coleta, o sêmen foi mantido a ± 37ºC em banho-maria e,
assim, efetuado os exames de concentração, motilidade e subseqüentes
tratamentos.
Antes das coletas para o congelamento dos ejaculados, os garanhões foram
esgotados. Para cada garanhão foram coletados 3 ejaculados, sendo cada um deles
repartido igualmente para o procedimento de congelamento. Cada ejaculado foi
congelado em palhetas de 0,5mL, utilizando-se de 4 velocidades de resfriamento,
sendo que o resfriamento de ± 250C até ± 50C foi a mesma para todos tratamentos.
29
3.3 Soluções
3.3.1 Diluentes
3.3.1.1 Diluente de centrifugação
O diluente utilizado para centrifugação foi Souza&Silva 1998 (SOUZA e
SILVA, 1998), diluente a base de leite em pó desnatado, modificado por SOUZA et.
al. (2001) (anexo I). Este foi utilizado com o objetivo de diluir a amostra para
determinação da sua motilidade através do analisador de motilidade.
3.3.1.2 Diluente de congelamento
O diluente utilizado para o congelamento das células espermáticas foi o
diluente comercial Botu-Crio® com 5% de crioprotetor, sendo 3% de glicerol e 2% de
dimetilformamida.
3.3.2 Formol-citrato
A solução (anexo II) foi utilizada para fazer a diluição do sêmen nativo na
proporção de 1:200 e, assim, determinar a concentração espermática da amostra
com o auxílio da câmara de Newbauer.
3.3.3 Diacetato carboxifluoresceína e iodeto de propídio - CFDA
A solução (anexo III) foi utilizada para avaliar a integridade de membrana
plasmática espermática, sendo composta pelas sondas diacetato
carboxifluoresceína (Sigma®) e iodeto de propídio (Sigma®). Para ser utilizada, foi
feita uma solução estoque (anexo III) para cada sonda e esta foi aliquotada em
tubos de 0,5mL. O iodeto de propídio foi aliquotado em 5µL e o diacetato
carboxifluoresceína 10µL. A solução de trabalho foi sempre preparada momento
antes da avaliação microscópica e mantida em recipientes protegidos da luz.
30
3.3.4 Fitc-PNA e iodeto de propídio - Fitc-PNA
A solução (anexo IV) foi utilizada para avaliação da integridade acrossomal,
sendo composta pelas sondas Fitc-PNA (FITC labeled; L 7381, Sigma®) e iodeto de
propídio (Sigma®). Para ser utilizada, foi feita uma solução estoque (anexo 4) para
cada sonda e esta foi aliquotada em tubos de 0,5mL. O iodeto de propídio foi
aliquotado em 5µL e Fitc-PNA 10µL. A solução de trabalho foi sempre preparada
momento antes da avaliação microscópica e mantida em recipientes protegidos da
luz.
3.4 Concentração das amostras
3.4.1 Sêmen nativo
As concentrações das amostras foram determinadas com o auxílio da câmara
de Newbauer. Para a contagem na câmara foi utilizada a solução formol-citrato para
diluir o sêmen na proporção de 1:200, isto é, 50µL de sêmen em 9950µL de formol
citrato, após a diluição e passados 2 minutos foi realizada a contagem. Para a
determinação pelo uso do analisador de motilidade, o sêmen foi diluído em
Souza&Silva (1998) numa proporção 1:3±1, dependendo do aspecto da amostra, a
fim de obter uma concentração em torno do 50x106 espermatozóides/mililitros, para
obter-se uma leitura com maior acurácia no analisador de motilidade.
3.4.2 Células em diluente de centrifugação
Após a determinação da concentração espermática do sêmen nativo, este foi
diluído numa concentração de 50x106 espermatozóides/mililitros, tendo a diluição
por finalidade diminuir os danos causados pela centrifugação.
3.4.3 Células em diluente de congelamento
As células espermáticas foram ressuspensas no diluente de congelamento
numa concentração de 100x106espermatozóides/mililitros com a finalidade de se
31
obter, nas amostras congeladas, uma quantidade em torno 50x106 espermatozóides
nas palhetas.
3.5 Congelamento
Nos congelamentos foram utilizadas palhetas de 0,5mL, sendo realizadas 3
velocidades de congelamento denominadas de velocidade de congelamento rápida
(ao se posicionar as palhetas a 1cm do nitrogênio líquido), padrão (ao se posicionar
a 4cm do nitrogênio líquido) e lenta (ao se posicionar a 8cm do nitrogênio líquido),
sendo que todos os grupos permaneceram nesta posição por 10 minutos e logo
após imersos no nitrogênio (figura 7). Um outro grupo foi testado numa taxa de
resfriamento em aceleração, ou seja, os envases encontravam-se presos numa
raque e, o nitrogênio líquido, contido numa caixa de isopor, era deslocado em
movimento constante em direção aos envases até serem submersos no nitrogênio
líquido. Nos congelamentos citados acima, foi introduzida uma sonda do
Termômetro digital (IOP Therm 42) nas palhetas e a cada 10 segundos foi realizada
a leitura da temperatura, que foi gravada na memória e posteriormente anotada em
uma ficha para posterior avaliação e determinação da velocidade em cada ponto.
Figura 7: Esquema da estrutura flutuante de poliestireno com diferentes alturas para congelamento de palhetas de 0,5mL em nitrogênio líquido.
3.6 Temperatura e tempo de descongelamento
Foram utilizadas 2 velocidades de descongelamento sendo: velocidade de
descongelamento convencional 37±1°C/1 minuto e velocidade experimental ±
98±1°C/ 4 segundos e depois 37±1°C até completar 1 minuto. Para a realização do
descongelamento na velocidade experimental foi utilizada uma máquina de
descongelamento intitulada máquina de descongelamento ultra-rápido. Após o
32
descongelamento foram analisados os parâmetros de motilidade e integridade de
acrossoma e de membrana (Fitc-PNA e CFDA).
3.7 Motilidade espermática
A motilidade espermática foi determinada através de análise computadorizada
pelo programa Hamilton Thorne Research (Versão 10.8 HTM-CEROS), como no
“setup” descrito no anexo V, sendo a motilidade classificada em: motilidade total
(MotTot) e motilidade progressiva (MotProg).
Imediatamente após o descongelamento, tanto o convencional quanto o
experimental, as palhetas foram secas manualmente com lenços de papel e abertas
com o auxílio de uma tesoura, tendo seu conteúdo vertido em tubos Eppendorf de
1mL pré-aquecidos em banho-maria a 37±1°C.
Para cada velocidade de descongelamento foram utilizadas 2 doses de
sêmen de cada velocidade de congelamento a fim de comparar o melhor
desempenho/relação dos diferentes descongelamentos com a velocidade de
congelamento.
Cinco microlitros de sêmen descongelado foram depositados entre lâmina e
lamínula (2X-CEL da Hamilton Thorne Research com 20 µm de profundidade) pré-
aquecida que foi colocada em uma mesa térmica. Quatro campos foram
selecionados, sendo a motilidade descrita, em porcentagem, como motilidade total e
progressiva.
3.8 Integridade de membranas - CFDA
Para a análise da integridade da membrana espermática foi utilizada a
metodologia descrita por HARRISON e VICKERS (1990) com algumas modificações
de acordo com BRINSKO (2003), SIEME (2004) e AURICH (1996).
Para a avaliação, adicionou-se 10µL da amostra a 40µL da solução de
trabalho. As amostras foram incubadas por, no mínimo, 15 minutos, cujos tubos de
1,5mL estavam envoltos por papel alumínio para proteger a amostra da luz. Em
seguida, uma alíquota de 5µL da suspensão foi depositada entre lâmina e lamínula e
avaliada em microscópio de epifluorescência com aumento de 1000X utilizando-se
óleo de imersão (ZEISS, JENALUMAR, Alemanha). Para a visualização da
33
fluorescência foram utilizados os filtros de fluoreceína (azul) e rodamina (verde) para
a observação dos corantes diacetato carboxifluoresceína e iodeto de propídio,
respectivamente. Para cada tratamento foram contadas 200 células (divididas em
duas contagens de 100 células em uma mesma lâmina) sendo anotadas todas as
células que emitiam qualquer fluorescência a cada campo.
As células foram classificadas como: Íntegros – Células coradas pela CFDA,
visualização da emissão da fluorescência verde - espermatozóides com membrana
plasmática íntegra; Lesados – Células coradas pelo IP, visualização da emissão da
fluorescência vermelha - espermatozóides com membrana plasmática e acrossomal
lesadas; Semilesados – Células coradas na região do acrossomo pelo CFDA e
núcleo corado pelo IP, visualização da emissão da fluorescência verde do
acrossomo e vermelho do núcleo - espermatozóides com membrana plasmática
lesada e acrossomal íntegra.
3.9 Integridade de acrossoma - Fitc-PNA
Para avaliação da integridade acrossomal utilizou-se a coloração fluorescente
com as sondas Iodeto de Propídio e Fitc-PNA, de acordo com a técnica descrita por
KIRK (2001, modificada por LANDIM-ALVARENGA, citado por CUNHA 2002). Para
a avaliação misturou-se 10µL da amostra a 40µL da solução de trabalho. A
avaliação foi realizada com uma alíquota de 5µL da suspensão depositada entre
lâmina e lamínula e avaliada em microscópio de epifluorescência com aumento de
1000X no microscópio de contraste de fase utilizando-se óleo de imersão (ZEISS,
JANAMED2, Alemanha). Para a visualização da fluorescência foram utilizados os
filtros de fluoreceína (azul) e rodamina (verde) para a observação dos corantes Fitc-
PNA e iodeto de propídio, respectivamente. Primeiramente, foi realizada a contagem
das células espermáticas em campo claro e, imediatamente após, o mesmo campo
foi visualizado sob epifluorescência. Foram anotadas todas as células que emitiam
qualquer fluorescência a cada campo, a contagem só era finalizada quando a
contagem de células em campo claro alcançava 200 células.
A classificação das células foi realizada da seguinte forma (CUNHA, 2002):
reação acrossomal verdadeira – visualização apenas da emissão da fluorescência
verde (Fitc-PNA); falsa reação do acrossomo – visualização da emissão da
fluorescência verde na região acrossomal (Fitc-PNA) e vermelha (PI);
34
espermatozóides lesados – visualização apenas da emissão da fluorescência
vermelha (PI); espermatozóides intactos - células não coradas.
3.10 Máquina de descongelamento
A máquina consiste fundamentalmente de dois recipientes de vidro, com
capacidade de um litro cada. Tais recipientes apresentam, em sua volta e
separadamente resistências elétricas onde a temperatura da água é regulada
através de um termostato acoplado a cada recipiente. Um dispositivo eletrônico se
encarrega de manter o nível constante de água dentro de cada recipiente, que se
encontra conectado a uma fonte de água, conforme a figura 8. Bombas d’água
movidas a eletricidade são utilizadas para injetar a água aquecida até o dispositivo
de descongelamento, que consiste em uma peça de vidro na forma de ? ,
apresentando duas entradas (água aquecida dos recipientes) e uma entrada para o
sonda do termômetro digital, pelo qual se introduziu a sonda, com o objetivo de aferir
a temperatura da água no momento em que esta passa pelo dispositivo, e uma
única saída de água.
Cada entrada de água do dispositivo de descongelamento foi conectada a um
dos dois recipientes responsáveis pelo armazenamento da água aquecida. Deste
modo, a temperatura de descongelamento pôde ser alterada de acordo com a
bomba que foi acionada.
O aparelho de descongelamento ultra-rápido funciona com um simples
acionamento do botão iniciar, desde que todos os parâmetros necessários tenham
sido previamente realizados, ou seja, acoplamento do aparelho com a fonte d’água,
energia elétrica, ajuste das temperaturas e ajuste do “timer”.
35
Controlador deTemperatura
Term
ômet
roD
igita
l
Con
trola
dor
Ele
trôn
icod
oT
IME
RC
ontr
olad
orE
letrô
nico
doN
ível
ador
Tran
sfor
mad
or
1 1
2
33
4
56789
11
10
Figura 8: Máquina de descongelamento ultra-rápido. Na figura podemos observar vários segmentos que são numerados e classificados como: 1 – recipientes de vidro envoltos de resistência elétrica com capacidade de 1L; 2 – bomba de entrada de água para os recipientes de vidro; 3 - Bombas d’água para injetar a água aquecida até o dispositivo de descongelamento; 4 - dispositivo de descongelamento; 5 – entrada da energia mais transformador; 6 – controlador eletrônico nivelado; 7 - controlador eletrônico “TIMER”; 8 – controlador de temperatura; 9 – Termômetro digital; 10 – Entrada da água; 11 – saída da água do dispositivo de descongelamento.
36
3.11 Máquina de congelamento em aceleração
A máquina de congelamento (figura 9) se constitui em duas partes, sendo
uma eletroeletrônica e outra hidráulica. O funcionamento desta máquina só iniciou
quando todos os pré-requisitos foram concluídos: as amostras estavam presas na
raque (figura 10), o recipiente contendo o nitrogênio líquido estava preenchido até
seu limite máximo (12cm), respeitando o período de equilíbrio de temperatura de 20
minutos e o reservatório de água, também, preenchido.
O sistema eletrônico foi responsável pela manutenção do reservatório de
água, sempre com uma quantidade suficiente para seu funcionamento. Este volume
foi controlado por um sistema nivelador e por uma bomba de entrada de água,
assim, quando tal volume atingiu o nível mínimo, capaz de manter o resto do
sistema em funcionamento, o sistema nivelador foi acionado para que a bomba de
entrada de água fosse ativada. Por conseguinte, o sistema o desligamento da
entrada de água quando o volume atingiu seu limite máximo.
Depois de realizado os requisitos mínimos necessários para o início do
congelamento iniciou-se, então, o processo. Automaticamente o sistema eletrônico
acionou uma bomba que lança a água no interior do botijão e fez com que o
recipiente contendo nitrogênio líquido desloca-se para cima resfriando as amostras
até submetê-las ao congelamento, ou seja, submergindo as amostras no nitrogênio
líquido.
Ao final do congelamento, o sistema eletroeletrônico desligou-se
automaticamente, isto é, quando o nível máximo de água no botijão foi atingido e, ao
mesmo tempo, as amostras já submersas no nitrogênio líquido, o sistema nivelador
desligou toda parte elétrica, o que não permitiu a entrada de água no reservatório,
nem no botijão.
A velocidade em que ocorreu o resfriamento e posterior congelamento das
amostras foi controlada por uma fonte regulável digital acoplada no sistema
eletroeletrônico, onde se podia aumentar ou reduzir a voltagem, isto é, aumentar ou
reduzir a velocidade da entrada da água no botijão.
37
Figura 9: Esquema da máquina de congelamento: a) corte mediano do botijão mostrando as guias (1) que irão conduzir o recipiente contendo o nitrogênio líquido em sua trajetória para cima e a entrada e saída da água do botijão (2); b) corte mediano do botijão mostrando a raque (3) e o recipiente do nitrogênio líquido (4); c) vista superior do botijão mostrando a parte do sistema eletroeletrônico e hidráulico – reservatório de água (externo ao botijão), a raque (retângulo menor ao centro) e o recipiente do nitrogênio líquido (retângulo maior).
Figura 10: Esquema da estrutura fixa de pvc para congelamento de palhetas de 0,5mL.
38
3.12 Estatística Os dados foram analisados considerando o método de amostragem simples
ao acaso e a proporção de espermatozóides foi obtida quanto à motilidade,
integridade de membrana e de acrossoma para cada condição de congelamento e
descongelamento. Foi utilizado o nível de significância de 5% de probabilidade e as
amostras foram dimensionadas considerando um desvio de 10% (5% de cada lado)
em torno da proporção da amostra.
Com a obtenção dos intervalos de confiança, para proporção populacional
(95% de probabilidade), em cada característica estudada, foi feita uma análise
considerando os intervalos superpostos ou não. Os intervalos servem, no caso, para
definir proporções estatisticamente iguais ou não.
Os dados, nas tabelas nos anexos VI, VII e VIII, foram apresentados em
proporção, sendo estes valores variando de 0 a 1. Para se obter os valores em
porcentagem deve-se multiplicá-los por 100 e, assim, estes valores estarão variando
de 0 a 100.
39
4. RESULTADOS
4.1 Motilidade
Após a realização dos descongelamentos e feita as análises estatísticas,
observou-se que houve diferença entre os diversos descongelamentos, tanto para a
motilidade total (figura 11), quanto para a progressiva (figura 12), demonstrando que
a máquina de descongelamento ultra-rápido foi significativamente melhor que o
convencional (anexo VI - tabela 2).
b
a
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
Maq Conv
Figura 11: Comparação da motilidade total pós-descongelamento do sêmen eqüino, utilizando a metodologia de descongelamento ultra-rápida (Maq) e a convencional (Conv). Os valores apresentados são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança. Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
40
ba
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
Maq Conv
Figura 12: Comparação da motilidade progressiva pós-descongelamento do sêmen eqüino, utilizando a metodologia de descongelamento ultra-rápida (Maq) e a convencional (Conv). Os valores apresentados são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança. Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
Quando comparamos os diferentes tratamentos de congelamento, sem levar
em conta o modo de descongelamento, podemos observar que tanto para a
motilidade total (figura 13) quanto para a progressiva (figura 14) o congelamento à
8cm do nitrogênio líquido foi significativamente maior quanto os demais tratamentos
à 1cm, 4cm e máquina de congelamento (MC) (anexo VI - tabela 3).
b
a
b
c
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
1cm 4cm 8cm MC
Figura 13: Comparação da motilidade total
bab
c
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
1cm 4cm 8cm MC
Figura 14: Comparação da motilidade progressiva
41
Ao se observar que houve diferença entre os tratamentos de congelamento,
buscamos, então, verificar qual foi a melhor associação entre as metodologias de
congelamento com as de descongelamento. Assim, observamos que para a
motilidade total (figura 15) a melhor interação, ou seja, média, foi o congelamento à
8cm com o descongelamento ultra-rápido, não diferindo significativamente da
interação máquina de congelamento com o descongelamento ultra-rápido. Já para a
motilidade progressiva (figura 16), também a melhor interação foi o congelamento à
8cm com o descongelamento ultra-rápido, não diferindo significativamente da
interação congelamento à 4cm com o descongelamento ultra-rápido (anexo VI -
tabela 4).
de
abba
dc
fe
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
Maq Conv Maq Conv Maq Conv Maq Conv
1cm 1cm 4cm 4cm 8cm 8cm MC MC
Figura 15: Comparação da motilidade total
bcbcbca
cab
dd
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
Maq Conv Maq Conv Maq Conv Maq Conv
1cm 1cm 4cm 4cm 8cm 8cm MC MC
Figura 16: Comparação da motilidade progressiva
Com o propósito de observar melhor o comportamento dos ejaculados dos
garanhões, fizemos um estudo da variabilidade individual dos garanhões tendo
como parâmetros os diferentes congelamentos com as metodologias de
descongelamento convencional (figura 17 – motilidade total, figura 18 – motilidade
42
progressiva e anexo VI - tabela 5) e ultra-rápida (figura 19 – motilidade total, figura
20 – motilidade progressiva e anexo VI - tabela 6).
gh
b
defg
mlm
ij
m
jl
cdecdeffgh
jlhi
efghdefgfgh
bc
a
bbcd
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 17: Comparação da motilidade total
b
aa
cdefgdefgefg
bccddef
aabababaaaab
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 18: Comparação da motilidade progressiva
aaa
effg
de
fgg
cbc
effg
decd
efefg
aaba
c
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 19: Comparação da motilidade total
43
d
aa
d
hfg
ghh
abc
deef
gh
d
abbcdd
abaa
cd
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 20: Comparação da motilidade progressiva
4.2 Integridade de membrana
Logo após o descongelamento, as amostras de sêmen foram submetidas ao
teste de integridade de membrana através da coloração CFDA (como descrita no
item 3.8). Quando as análises foram feitas somente observando as duas
metodologias de descongelamento, sem levar em conta o congelamento, não houve
diferença estatística para as células classificadas como íntegras (figura 21) e
lesadas, mas para as células semi-lesadas as médias foram significativamente
diferentes (anexo VII - tabela 7).
aa
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Maq Conv
Figura 21: Comparação da integridade membrana
Quando comparamos os diferentes tratamentos de congelamento, sem levar
em conta a metodologia de descongelamento, verificou-se que as médias foram
significativamente diferentes, sendo o congelamento à 4cm que apresentou maior
porcentagem de células com membrana íntegra que os demais tratamentos à 1cm,
8cm e máquina de congelamento (figura 22 e anexo VII - tabela 8).
44
b
c
a
d
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
1cm 4cm 8cm MC
Figura 22: Comparação da integridade membrana
Como observado para a motilidade, também houve diferença entre os
tratamentos de congelamento para a integridade de membrana. Assim,
direcionamos nosso foco para verificar qual foi a melhor associação entre as
metodologias de congelamento com as de descongelamento.
A melhor interação foi o congelamento à 4cm com o descongelamento ultra-
rápido (figura 23 e anexo VII - tabela 9), sendo observado a maior média de células
com membranas íntegras.
bc
de
ba
gf
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Maq Conv Maq Conv Maq Conv Maq Conv
1cm 1cm 4cm 4cm 8cm 8cm MC MC
Figura 23: Comparação da integridade membrana
Assim como realizado para a motilidade, voltamos a observar a variabilidade
individual dos garanhões, tendo como parâmetros os diferentes congelamentos com
as metodologias de descongelamento convencional (figura 24 e anexo VII - tabela
10) e ultra-rápida (figura 25 e anexo VII - tabela 11).
45
high
bc
l
effgh
cd
jl
ab
de
abc
jl
a
efde
j
ab
efg
a
ij
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 24: Comparação da integridade membrana
e e
ab
i
ghghi
a
hi
bc
ef
ab
i
dee
cd
ghi
ab
g
a
fg
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 25: Comparação da integridade membrana
4.3 Integridade de acrossoma
As mesmas amostras de sêmen que foram submetidas ao teste de
integridade de membrana também foram utilizadas no teste de integridade de
acrossoma através da coloração Fict-PNA (como descrita no item 3.9).
Semelhante ao que foi feito com a motilidade e integridade de membrana,
também foi realizado para a integridade de acrossoma, ou seja, primeiramente as
análises foram feitas somente observando as duas metodologias de
descongelamento, sem levar em conta o congelamento. Dessa forma podemos
observar que houve diferença estatística para as células classificadas como
espermatozóides intactos e com reação acrossomal verdadeira (figura 26 e anexo
VIII - tabela 12).
46
ba
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
Maq Conv
Figura 26: Comparação da integridade acrossoma
Quando comparamos os diferentes tratamentos de congelamento, sem levar
em conta a metodologia de descongelamento, verificamos que as médias foram
significativamente diferentes, sendo o congelamento na máquina que apresentou
maior porcentagem de células intactas que os demais tratamentos à 1cm, 4cm e
8cm (figura 27 e anexo VIII - tabela 13)
a
c
b
d
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
1cm 4cm 8cm MC
Figura 27: Comparação da integridade acrossoma
Semelhante ao observado para a motilidade e integridade de membrana,
também houve diferença entre os tratamentos de congelamento para a integridade
de acrossoma. Passamos para a outra fase, que foi a de verificar qual a melhor
associação entre as metodologias de congelamento com as de descongelamento.
A melhor interação observada foi o congelamento na máquina com o
descongelamento ultra-rápido (figura 28 e anexo VIII - tabela 14) tendo superposição
com o congelamento à 4cm com o descongelamento ultra-rápido.
47
ba
de
cab
gf
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Maq Conv Maq Conv Maq Conv Maq Conv
1cm 1cm 4cm 4cm 8cm 8cm MC MC
Figura 28: Comparação da integridade acrossoma
Como executado nos outros parâmetros como a motilidade e integridade de
membrana, observamos, também, a variabilidade entre garanhões tendo como
parâmetros os diferentes congelamentos com a metodologia de descongelamento
convencional (figura 29 e anexo VIII - tabela 15) e ultra-rápida (figura 30 e anexo VIII
- tabela 16).
jlij
ab
mn
fg
high
m
ab
efgde
n
a
gh
ijlm
cddef
bc
j
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 29: Comparação da integridade acrossoma
cdc
b
f
cd
ef
b
de
a
c
b
ef
a
c
b
ef
a
cd
a
ef
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 4 6 6 6 6 7 7 7 7
1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC 1cm 4cm 8cm MC
Figura 30: Comparação da integridade acrossoma
48
4.4 Curvas de congelamento
4.4.1 Curva de resfriamento 20±1ºC à 5±1ºC
Para realizar o congelamento das amostras, estas foram refrigeradas em uma
geladeira da MiniTub, com a temperatura regulada para 5±1ºC, a fim de reduzir a
temperatura ambiente das amostras para 5±1ºC. Após várias mensurações, se
chegou a uma curva de resfriamento (figura 31). Essa curva foi utilizada para todos
os tratamentos de congelamento, sendo a taxa de resfriamento de 3ºC/min.
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo (minutos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 31: Curva de resfriamento das amostras
4.4.2 Curva de congelamento à 1cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC
Na curva de congelamento à 1cm do nitrogênio (figura 32), foi observado uma
acentuada diminuição na temperatura, ou seja, uma curva com taxa de
congelamento muito elevada (87ºC/min de 5 à -120ºC).
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
20 22 24 26 28 30
Tempo (minutos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 32: Curva de congelamento à 1cm do nitrogênio.
49
4.4.3 Curva de congelamento à 4cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC
Na curva de congelamento à 4cm do nitrogênio (figura 33), foi observado uma
diminuição na temperatura mais moderada, ou seja, uma curva com taxa de
congelamento de 46,8ºC/min (5 à -120ºC).
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
20 22 24 26 28 30
Tempo (minutos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 33: Curva de congelamento à 4cm do nitrogênio
4.4.4 Curva de congelamento à 8cm do nitrogênio de 5±1ºC à -196ºC
Na curva de congelamento à 8cm do nitrogênio (figura 34), foi observado uma
diminuição na temperatura mais lenta, apresentando uma curva com taxa de
congelamento de 15,26ºC/min (5 à -120ºC) e, uma taxa de 31,71ºC/min (-120 à -
196ºC).
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
20 22 24 26 28 30
Tempo (minutos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 34: Curva de congelamento à 8cm do nitrogênio
50
4.4.5 Curva de congelamento da máquina de 5±1ºC à -196ºC
Na curva de congelamento da máquina (figura 35), foi observado uma
diminuição na temperatura mais lenta, apresentando uma curva com taxa de
congelamento de 12,20ºC/min (5 à -120ºC) e, uma taxa de 31,71ºC/min (-120 à -
196ºC).
-250
-200
-150
-100
-50
0
5020 22 24 26 28 30
Tempo (minutos)
Tem
aper
atu
ra (
ºC)
Figura 35: Curva de congelamento da máquina
4.5 Curvas de descongelamento
4.5.1 Curva do descongelamento convencional
Para realizar o descongelamento convencional das amostras, foi feito o uso
de um banho-maria regulado para 37±1ºC com circulação de água. Após realizados
os descongelamentos por essa metodologia, observou-se uma curva de
descongelamento (figura 36) de 858,92ºC/min (-196 à 5ºC) e 91,76ºC/min (5 à
36ºC).
51
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57
Tempo (segundos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 36: Curva do descongelamento convencional
4.5.2 Curva do descongelamento na máquina ultra-rápida
Para realizar o descongelamento das amostras, foi feito o uso de uma
máquina de descongelamento ultra-rápdo e de um banho-maria regulado para
37±1ºC com circulação de água, para que as palhetas ficassem neste até completar
1 minuto. Após realizados os descongelamentos por essa metodologia, observou-se
uma curva de descongelamento (figura 37) de 1620ºC/min (-196 à 5ºC) e
70,90ºC/min (5 à 36ºC).
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57
Tempo (segundos)
Tem
per
atu
ra (
ºC)
Figura 37: Curva do descongelamento na máquina ultra-rápida
52
5. DISCUSSÃO
O resfriamento das amostras foi feito usando uma geladeira da MiniTub, com
a temperatura regulada para 5±1ºC. Após várias mensurações, se chegou a uma
curva padrão de resfriamento para todos os tratamentos de congelamento com taxa
de resfriamento de -3ºC/min. Outros autores utilizam a taxa de resfriamento de -
0,1ºC/min (KAYSER et al., 1992) e -0,55ºC/min (WOELDERS et al., 2005;
VIDAMENT et al., 2000). A taxa de resfriamento para o congelamento à 1cm do
nitrogênio foi de -87ºC/min de 5 à -120ºC e -8,65ºC/min de -120 à -196ºC,
semelhante a utilizada por PAPA et al. (2003), à 4cm do nitrogênio foi de -
46,8ºC/min de 5 à -120ºC e -9,86ºC/min de -120 à -196ºC, como utilizado por ROTA
et al. (2005), à 8cm do nitrogênio foi de -15,26ºC/min de 5 à -120ºC e -31,71ºC/min
de -120 à -196ºC, semelhante a utilizada por NÖTHLING e SHUTTLEWORTH
(2005) e taxa de resfriamento para o congelamento na máquina foi de -12,20ºC/min
de 5 à -120ºC e -85ºC/min de -120 à -196ºC. Esta taxa é diferenciada das demais,
visto que o constante deslocamento do nível de nitrogênio em direção as palhetas
aumenta de forma constante a taxa de resfriamento em relação ao tempo,
caracterizando um congelamento em aceleração. É importante salientar que esta
metodologia não foi verificada na literatura, sendo, então, inédita.
Com relação a motilidade espermática podemos inferir que os resultados
encontrados neste trabalho vêm a corroborar com os obtidos por BARRETO (2002)
e SANTOS (2006), em que a utilização da máquina de descongelamento ultra-rápido
foi superior à metodologia convencional, sendo tanto a motilidade total como a
53
progressiva com seus valores estimados de médias populacionais por intervalo de
confiança não foram superpostos, com 95% de probabilidade, ou seja, são
estatisticamente diferentes. Os resultados de BRUGOV (1977, citado por SALAMON
e MAXWELL, 1995) vêm a corroborar com nossos resultados, pois este pesquisador
observou que o descongelamento ultra-rápido, em banho com glicerol a 190ºC/3 a 4
segundos, melhorou significativamente a motilidade do sêmen de bovino e de ovino,
em comparação ao descongelamento à 38ºC. Os resultados de ANDERSEN e
AAMADAL (1972, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995), também, vêm a
corroborar com nossos resultados, onde observaram que o descongelamento à 75ºC
foi superior à 35ºC. Os resultados de COCHRAN et al. (1984), os quais verificaram
que houve maior motilidade progressiva nas amostras descongeladas à 75ºC por 7
segundos, imediatamente submetendo ao banho de 37ºC, por no mínimo de 5
segundos, do que à 37ºC por 30 segundos, também, vêm a corroborar com nossos
resultados. Existem publicações que vêm a confrontar com nossos resultados, pois
não observaram diferença na motilidade entre descongelamento de 36 a 40ºC ou de
50 a 70ºC (PONTBRIAND et al., 1989, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995).
Quando foram observados os diferentes tratamentos de congelamento, sem
levar em conta o modo de descongelamento, podemos verificar que tanto para a
motilidade total quanto para a progressiva o congelamento à 8cm do nitrogênio
líquido foi significativamente maior quanto aos demais tratamentos à 1cm, 4cm e
máquina de congelamento, considerando 95% de probabilidade. Os congelamentos
à 4cm e máquina de congelamento tiveram seus valores superpostos, demonstrando
que as médias populacionais por intervalo de confiança são iguais, com 95% de
probabilidade. Estes resultados confrontam com os encontrados por PAPA et al.
(2003), no qual não observaram diferença estatística quando amostras de sêmen de
eqüinos foram congeladas em diferentes alturas do nível de nitrogênio líquido (1, 3,
6 e 9cm) e, NÖTHLING e SHUTTLEWORTH (2005) que, também, não observaram
diferença no congelamento à 3,5cm e 8cm do nível do nitrogênio líquido, somente
vindo a corroborar com a observação de uma leve tendência de maior motilidade
para o congelamento à 8cm.
Assim, ao se observar que houve diferença entre os tratamentos de
congelamento, buscou-se, então, verificar qual foi a melhor associação entre as
metodologias de congelamento com as de descongelamento. Observou-se que para
a motilidade total a melhor interação, ou seja, maior média estimada, foi o
54
congelamento à 8cm com o descongelamento ultra-rápido, não diferindo
significativamente da interação máquina de congelamento com o descongelamento
ultra-rápido, com 95% de probabilidade. Já para a motilidade progressiva, também a
melhor interação foi o congelamento à 8cm com o descongelamento ultra-rápido,
não diferindo significativamente da interação congelamento à 4cm com o
descongelamento ultra-rápido. Estes achados vêm a corroborar com os resultados
de ROTA et al. (2005), HAMMADEH et al. (2001a), HAMMADEH et al. (2001b) e
THURSTON et al. (2003), onde a utilização de um sistema programável realizando
uma taxa de resfriamento lento apresentou uma melhor motilidade. Nossos
resultados confrontam com os resultados de ARRUDA et al. (2005), que não
observaram diferença entre o congelamento à 3cm comparado com aparelho de
congelamento; ÁLAMO et al. (2005), que testaram a viabilidade de um ultra-freezer
para congelamento e armazenamento de sêmen de cães e observaram que este
poderia ser utilizado devido às suas características serem semelhantes as
observadas no congelamento com nitrogênio líquido; e MOORE et al. (2006), que
observaram não haver diferença na motilidade e viabilidade espermática quando os
espermatozóides foram submetidos a taxas de resfriamento de 5 a 45ºC/min, sendo
esses dados similares ao encontrado por DEVIREDDY et al. (2002) que
determinaram que os espermatozóides de garanhões sobrevivem a taxas de
resfriamento de 20 a 100ºC/min.
A pior interação foi o congelamento à 1cm com o descongelamento
convencional, tanto para a motilidade total como a progressiva, sendo que a média
populacional por intervalo de confiança para a motilidade total não superpôs com as
médias de outras interações. Quando se procedeu com o congelamento rápido, à
1cm, e descongelamento ultra-rápido, esse procedimento não resultou em melhores
resultados de viabilidade espermática quando comparado com o congelamento
lento, à 8cm, com descongelamento ultra-rápido. NÖTHLING e SHUTTLEWORTH
(2005) observaram que a melhor interação foi o congelamento à 8cm com o
descongelamento à 70ºC, logo, esses resultados vêm a corroborar com os
encontrados em nossa pesquisa. Dessa forma, nossos resultados discordam, de
certa forma, com a teoria de GRAHAM (1996), onde aqueles processos que utilizam
curva de resfriamento rápido exige descongelamento rápido e outros realizados com
curva lenta de resfriamento deve-se utilizar descongelamento lento. Ao levar em
conta essa teoria, era de se esperar uma melhor interação entre o congelamento à
55
1cm com o descongelamento ultra-rápido e o congelamento à 8cm com o
descongelamento à 37ºC, o que não aconteceu.
A fim de observar melhor o comportamento dos ejaculados dos garanhões e
verificar quais garanhões que tiveram as melhores e piores interações, foi feito,
então, um estudo da variabilidade dos garanhões tendo como parâmetros os
diferentes congelamentos com as metodologias de descongelamento convencional e
ultra-rápida. Assim, podemos destacar para o descongelamento convencional que o
garanhão 1 apresentou melhor motilidade total e progressiva quando o ejaculado foi
submetido ao congelamento à 8cm e que o garanhão 6, com o ejaculado congelado
à 4cm, foi a pior interação. Já para o descongelamento ultra-rápido o melhor foi o
garanhão 7 com o ejaculado submetido à 8cm e, o pior foi o garanhão 6 com o
ejaculado congelado à 4cm. Estes resultados mostram que a variação da motilidade,
para alguns garanhões, como exemplo o garanhão 1, manteve-se constante dentro
de cada tratamento, ou seja, apresentou sempre a motilidade mais elevada. Já para
outros garanhões, como o garanhão 7, o tratamento influenciou profundamente na
motilidade, ou seja, o congelamento deste garanhão à 1cm foi o que apresentou a
menor motilidade total, já à 8cm apresentou a maior motilidade total dentre os
garanhões. Isto, provavelmente, é devido a diferentes composições bioquímicas das
células espermáticas e do plasma seminal dos diversos garanhões que respondem
de forma diferenciada às diferentes taxas de resfriamento/descongelamento,
fazendo com que exista melhor congelabilidade para alguns garanhões de forma
específica (garanhão 7) para uma determinada taxa de resfriamento e outros de
forma geral (garanhão 1). Alguns garanhões são resistentes a uma ampla variação
da taxa de resfriamento, como observado por MOORE et al. (2006), que não houve
diferença na motilidade e viabilidade espermática quando os espermatozóides eram
submetidos a taxas de resfriamento de 5 a 45ºC/min e DEVIREDDY et al. (2002) que
determinaram que os espermatozóides de garanhões sobrevivem a taxas de
resfriamento de 20 a 100ºC/min.
Para o teste de integridade de membrana após o descongelamento, as
amostras de sêmen foram submetidas à coloração CFDA (como descrita no item
3.8). Quando as análises foram feitas somente observando as duas metodologias de
descongelamento, sem levar em conta o congelamento, houve superposição entre
as médias populacionais para as células classificadas como íntegras e lesadas, mas
para as células semi-lesadas as médias não foram superpostas, sendo o
56
descongelamento na máquina ultra-rápida com a maior média populacional para as
células íntegras. BARRETO (2002) e SANTOS et al. (2006), também, observaram
que o descongelamento ultra-rápido apresentou menor dano a membrana. Logo,
podemos fazer o uso desta máquina a fim de obter melhores resultados, pois ao se
pensar numa população, a variação de um pequeno valor na proporção da média
populacional pode gerar uma diferença muito grande em termos de quantidade de
células viáveis, o que pode vir a interferir na taxa de fertilidade.
Quando comparamos os diferentes tratamentos de congelamento, sem levar
em conta a metodologia de descongelamento, verificou-se que as médias foram
significativamente diferentes, não havendo superposição entre as médias
populacionais por intervalo de confiança, sendo o congelamento à 4cm que
apresentou maior porcentagem de células com membrana íntegra que os demais
tratamentos, seguido do congelamento na máquina. Estes resultados, também, vêm
a confrontar com os encontrados por PAPA et al. (2003) e ARRUDA et al. (2005),
em que não observaram diferença estatística quando amostras de sêmen de
eqüinos foram congeladas em diferentes alturas do nível de nitrogênio líquido (1, 3,
6 e 9cm) e entre 3,5cm e aparelho programável, respectivamente; e vêm a
corroborar com os resultados de ROTA et al. (2005) que observaram melhor
integridade de membrana ao se congelar num sistema de congelamento
programável, taxa de resfriamento lento, comparado ao congelamento à 4cm do
nível de nitrogênio.
Como foi observado, para a motilidade também não houve superposição entre
os tratamentos de congelamento para a integridade de membrana, quando somente
observamos as células íntegras. Assim, direcionamos nosso foco para verificar qual
foi a melhor associação entre as metodologias de congelamento com as de
descongelamento. A melhor interação foi o congelamento à 4cm com o
descongelamento ultra-rápido, sendo observado a maior média populacional para
células com membranas íntegras. Esses resultados vêm a confrontar, de certa
forma, com a teoria de GRAHAM (1996), onde aqueles processos que utilizam curva
de resfriamento rápido exige descongelamento rápido e outros realizados com curva
lenta de resfriamento deve-se utilizar descongelamento lento. Vale ressaltar que a
interação congelamento na máquina com descongelamento ultra-rápido foi a terceira
melhor interação, somente apresentado resultado inferior a interação congelamento
à 4cm com descongelamento convencional e congelamento na máquina com
57
descongelamento convencional, sendo que estas últimas apresentaram médias
populacionais superpostas, ou seja, são iguais. Esses resultados vêm a corroborar
com relatos de COCHRAN et al. (1984), que o descongelamento pode ser feito de
diversas maneiras, o que dependerá é o tipo de envase e do processo de
congelamento propriamente dito.
Assim como realizado para a motilidade, observamos que houve uma
variabilidade entre garanhões, sendo utilizados os parâmetros dos diferentes
congelamentos com as metodologias de descongelamento convencional e ultra-
rápida. Assim, podemos destacar para o descongelamento convencional que o
garanhão 3 apresentou melhor integridade de membrana quando o ejaculado foi
submetido ao congelamento na máquina e que o garanhão 7, com o ejaculado
congelado à 1cm, foi a pior interação. Já para o descongelamento ultra-rápido o
melhor foi o garanhão 1 com o ejaculado submetido à 4cm e na máquina de
congelamento e o pior foi o garanhão 7 com o ejaculado congelado à 1cm. Isto,
como também foi relatado para a motilidade espermática, provavelmente, é devido a
diferentes composições bioquímicas das células espermáticas e do plasma seminal
dos diversos garanhões, fazendo com que exista melhor congelabilidade para
alguns garanhões. A determinação da ideal taxa de resfriamento e descongelamento
para os espermatozóides eqüino é um dos assuntos mais importantes para a
conservação da motilidade e da viabilidade espermática. Como relatado por SILVA
FILHO (1994, citado por SNOECK e HENRY, 2002a) este é um assunto complexo
que envolve a individualidade do garanhão, a constituição da membrana do
espermatozóide, a natureza do diluente e a temperatura final de armazenamento.
As mesmas amostras de sêmen que foram submetidas ao teste de
integridade de membrana também foram utilizadas no teste de integridade de
acrossoma através da coloração Fict-PNA (como descrita no item 3.9). Foi repetido
o mesmo procedimento para a motilidade e integridade de membrana, sendo
primeiramente as análises feitas somente observando as duas metodologias de
descongelamento, sem levar em conta o congelamento.
Dessa forma, podemos observar que não houve superposição entre médias
populacionais por intervalo de confiança para as células classificadas em
espermatozóides intactos, com reação acrossomal verdadeira e com falsa reação de
acrossoma, sendo mais importante observar as células intactas, pois as células
intactas que serão responsáveis pela fecundação, valendo ressaltar que a
58
metodologia de descongelamento ultra-rápido teve sua média populacional maior
que a convencional, com 95% de probabilidade. Os resultados de BORG et al.
(1997) vêm a confrontar com nossos resultados, pois eles não observaram uma
melhora real sobre a integridade de acrossoma quando descongelando o sêmen foi
feito a 60 e 38ºC, como também os resultados de PONTBRIAND et al. (1989, citado
por SALAMON e MAXWELL, 1995), que não observaram diferença na integridade
de acrossoma, entre descongelamento de 36 a 40ºC ou de 50 a 70ºC.
Já quando comparamos os diferentes tratamentos de congelamento, sem
levar em conta a metodologia de descongelamento, verificamos que as médias
populacionais da metodologia de congelamento na máquina apresentou maior
proporção (95% de probabilidade) de células intactas que os demais tratamentos à
1cm, 4cm e 8cm. Esses resultados vêm a corroborar, em parte, com os de
NÖTHLING e SHUTTLEWORTH (2005) que observaram uma leve tendência de
menor dano de integridade acrossoma para o congelamento com taxa mais lenta de
resfriamento, no caso de seu experimento, à 8cm.
Assim, ao verificarmos as diferenças entre os tratamentos, passamos para a
outra fase, que foi a de verificar qual foi a melhor interação entre as metodologias de
congelamento com as de descongelamento para a característica células intactas. A
melhor interação observada foi o congelamento na máquina com o
descongelamento ultra-rápido tendo superposição com o congelamento à 4cm com
o descongelamento ultra-rápido, valendo ressaltar que foram observadas as médias
populacionais por intervalo de confiança, com 95% de probabilidade. Os resultados
de NÖTHLING e SHUTTLEWORTH (2005), que observaram a melhor interação do
congelamento à 8cm com o descongelamento à 70ºC, vêm corroborar com os
encontrados em nossa pesquisa, ou seja, os melhores resultados foram observados
quando se utilizou uma taxa de resfriamento lento com uma taxa de reaquecimento
rápido.
Como executado nos outros parâmetros, observamos, também, a
variabilidade entre garanhões, tendo como parâmetros os diferentes congelamentos
com as metodologias de descongelamento convencional e ultra-rápida.
Assim, podemos destacar para o descongelamento convencional que o
garanhão 3 apresentou melhor integridade de acrossoma quando o ejaculado foi
submetido ao congelamento na máquina e que o garanhão 4, com o ejaculado
congelado à 1cm, foi a pior interação. Já para o descongelamento ultra-rápido o
59
melhor foi o garanhão 1 com o ejaculado submetido ao congelamento na máquina e
o pior foi o garanhão 7, com o ejaculado congelado à 1cm. Isto, como também foi
dito para a motilidade espermática e integridade de membrana, provavelmente, é
devido a diferentes composições bioquímicas das células espermáticas e do plasma
seminal dos diversos garanhões, fazendo com que exista melhor congelabilidade
para alguns garanhões. Como relatado por SILVA FILHO (1994, citado por SNOECK
e HENRY, 2002a) este é um assunto complexo que envolve a individualidade do
garanhão, a constituição da membrana do espermatozóide, a natureza do diluente e
a temperatura final de armazenamento. Os resultados de BORG et al. (1997) vêm a
corroborar com nossos resultados, pois eles, também, observaram a individualidade
do garanhão frente aos processos de congelamento e descongelamento.
Fazendo uma síntese do experimento, podemos destacar que a taxa de
resfriamento lento (máquina de congelamento) foi capaz de propiciar um melhor
congelamento, pois as células espermáticas tiveram mais tempo para interagir com
o diluente, diminuindo, então, a lesão de acrossoma. Isto está de acordo com relato
de LOOMIS (1992), quando destacou que o êxito do resfriamento do sêmen eqüino
depende da diluição adequada, taxas relativamente lentas de resfriamento e
manutenção em temperaturas específicas, onde esses fatores associados irão
reduzir o metabolismo espermático e minimizar as lesões de membrana, evitando a
indução prematura da capacitação e/ou reação acrossômica.
A curva de resfriamento, provavelmente, transcreveu uma taxa de
resfriamento considerada ótima, como descrita por MAZUR et al. (1972, citado por
HAMMADEH et al., 2001a; LI, 2005; CHAVEIRO et al., 2006) onde postularam que a
formação dos cristais de gelo e o efeito solução apresentavam um efeito na
inativação celular e que uma ótima taxa de resfriamento poderia minimizar estes
efeitos. A curva da porcentagem de sobrevivência celular versus a taxa de
resfriamento apresentava-se em forma de “U” invertido, onde no ponto máximo o
efeito do dano, tanto pela baixa taxa de resfriamento como a formação de cristais de
gelo, é mínimo, sendo esta taxa de resfriamento considerada ótima.
Essa taxa de resfriamento, na máquina de congelamento, aproxima-se da
curva de congelamento de sêmen eqüino relatada por DAVIS MOREL (1999) como
uma curva apropriada de congelamento utilizando um sistema programado de
temperatura, onde se inicia a uma taxa de 10ºC/min de 4 à -10ºC, -20ºC/min até -
100ºC, -60ºC/min até -140 e, por fim, as palhetas são mergulhadas no nitrogênio. Na
60
curva de congelamento da máquina observamos uma taxa de congelamento de
12,20ºC/min (5 à -120ºC) e, uma taxa de 31,71ºC/min (-120 à -196ºC).
No descongelamento convencional observou-se uma curva de
descongelamento de 858,92ºC/min (-196 à 5ºC) e 91,76ºC/min (5 à 36ºC) e no
descongelamento utilizando a máquina de descongelamento ultra-rápido observou-
se uma curva de descongelamento de 1620ºC/min (-196 à 5ºC) e 70,90ºC/min (5 à
36ºC). Foram marcantes os resultados utilizando a máquina de descongelamento
ultra-rápido, melhorando não só a motilidade, mas, também, reduziu os danos de
integridade de membrana e acrossoma, valendo ressaltar que foi muito importante o
descongelamento com taxa de descongelamento muito alta (1620ºC/min) até a
temperatura de 5ºC e a partir daí uma taxa mais lenta (70,90ºC/min), pois com essa
taxa de descongelamento os espermatozóides ficaram menos expostos, por um
menor período de tempo, ao soluto e ao crioprotetor, vindo corroborar com ROBINS
et al. (1976, citado por SALAMON e MAXWELL, 1995) quando observaram que os
espermatozóides submetidos à uma rápida taxa de descongelamento são expostos
por um menor período de tempo ao soluto concentrado e ao crioprotetor,
melhorando, assim, os resultados de motilidade e viabilidade espermática. Logo,
podemos chegar a uma conclusão que esta metodologia pode ser utilizada para o
descongelamento de sêmen eqüino e, também, para outras espécies como bovinos
e caninos, BARRETO (2002) e SANTOS el al. (2006), respectivamente.
BORG et al. (1997) observaram a grande dificuldade de se descongelar a alta
temperatura (à 75ºC), pois para isso seria necessário um equipamento especial para
evitar que as amostras permanecessem nesta temperatura por mais de um segundo,
o que levaria os processos de congelamento e descongelamento a resultados
inferiores quanto a motilidade e viabilidade espermática.
61
6. CONCLUSÃO
A metodologia de descongelamento ultra-rápido pode ser utilizada para o
descongelamento do sêmen de eqüino.
Com o uso das máquinas, tanto a de congelamento, quanto a de
descongelamento, torna-se mais fácil a manipulação, de forma mais padronizada, do
sêmen, obtendo, assim, melhores resultados.
Verificou-se a variação da individualidade de alguns garanhões com relação a
congelabilidade do sêmen e para outros garanhões existiu a manutenção de uma
melhor congelabilidade para os diferentes tratamentos.
Propõe-se como novo protocolo de criopreservação de sêmen eqüino a
interação das duas máquinas.
Tornam-se necessários estudos mais aprofundados relativos à comparação
da taxa de resfriamento à 8cm do nitrogênio com a máquina de congelamento, visto
que os melhores resultados encontraram-se nessas taxas de resfriamento.
62
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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69
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70
8. ANEXOS
ANEXO I – Diluente de centrifugação
Leite em pó desnatado 100g
Penicilina G procaína 1925000UI
Penicilina G potássica 640000 UI
Estreptomicina 1,25g
Água destilada (q.s.p.) 1000mL
ANEXO II – Preparação do formol-citrato??
citrato de sódio 2,94 g??
adicionar 100 mL de água
Agitar bem, logo após retirar 4mL do volume final e substituir por 4 ml de
formol
71
ANEXO III – Técnica fluorescente para avaliação da integridade de membranas
Soluções estoque:
1- Solução estoque de fluoresceína:
6-carboxifluoresceína diacetato 4,6mg
DMSO 10mL
2- Solução estoque de iodeto de propídio:
iodeto de propídio 10mg
solução fisiológica (q.s.p.) 20mL
3- Solução estoque de formaldeído:
Solução 1:80 de formalina 40%, em solução fisiológica.
4- Citrato de Sódio 3%:
Citrato de Sódio 2,94g
Água destilada (q.s.p.) 100mL
Solução de trabalho
Solução estoque 1 10µL
Solução estoque 2 5µL
Solução estoque 3 10µL
Citrato de Sódio 3% 0,48mL
72
ANEXO IV – Técnica fluorescente para avaliação da integridade acrossomal
Soluções estoque:
1- Solução Estoque de Fitc-PNA:
FITC labelled (L 7381, SIGMA) 1mg
PBS 1mL
2- Solução estoque de iodeto de propídio:
iodeto de propídio 10mg
solução fisiológica (q.s.p.) 20mL
3- Solução estoque de formaldeído:
Solução 1:80 de formalina 40%, em solução fisiológica.
4- Citrato de Sódio 3%:
Citrato de Sódio 2,94g
Água destilada (q.s.p.) 100mL
Solução de trabalho
Solução estoque 1 10µL
Solução estoque 2 5µL
Solução estoque 3 10µL
Citrato de Sódio 3% 0,48mL
73
ANEXO V – Parâmetros utilizados para as análises de motilidade de células
espermáticas de garanhões pelo programa Ceros versão 10.8 da Hamilton Thorne
Research (HTR) (Analysis Setup).
Frames Acquired 30
Frame Rate 60 Hz
Minimum Contrast 80
Minimum Cell Size 3 Pixels
Minimum Static Contrast 30
Straightness (STR) Threshold 70.0%
Low VAP Cutoff 5,0 µm/s
Medium VAP Cutoff 25,0 µm/s
Low VSL Cutoff 11,0 µm/s
Head Size, Non-Motile 6 Pixels
Head Intensity, Non-Motile 160
Static Head Size 0,32 a 2,50
Static Head Intensity 0,10 a 1,12
Static Elongation 12 a 90
Slow Cells Motile No
Magnification 1,95
Video Source Camera
Video Frequency 60
Bright Field No
Brightness for LED 2300
Brightness for Ident. 3000
Temperature Set 0,0ºC
Cell Type User
Cell Depth Setup 20,0 µm
Field Selection Mode SELECT
Ident Active NO
Ident Mode A
Integrating Time 1 Frame
74
ANEXO VI – Resultados da motilidade
Tabela 2: Comparação da motilidade total (MotTot) e progressiva (MotProg) pós-descongelamento do sêmen eqüino, utilizando a metodologia de descongelamento ultra-rápida (Maq) e a convencional (Conv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança. Descong MotTot MotProg
Maq 0,3296±0,0059a 0,1568±0,0046a
Conv 0,2861±0,0057b 0,1429±0,0044b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
Tabela 3: Comparação da motilidade total (MotTot) e progressiva (MotProg) pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) sem levar em conta a metodologia de descongelamento. Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong MotTot MotProg
1cm 0,2483±0,0077c 0,1176±0,0057c
4cm 0,3055±0,0082b 0,1553±0,0064b
8cm 0,3621±0,0086a 0,1718±0,0067a
Maqcong 0,3156±0,0083b 0,1546±0,0064b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
Tabela 4: Comparação da motilidade total (MotTot) e progressiva (MotProg) pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) levando em conta as metodologias de descongelamento (convencional – Conv; máquina de descongelamento ultra-rápido – Maq). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Trat Descong MotTot MotProg 1cm Maq 0,2653±0,0111e 0,1200±0,0082d
1cm Conv 0,2313±0,0106f 0,1153±0,0080d
4cm Maq 0,3226±0,0118c 0,1670±0,0094ab
4cm Conv 0,2883±0,0114d 0,1436±0,0088c
8cm Maq 0,3763±0,0122a 0,1840±0,0098a
8cm Conv 0,3480±0,0120b 0,1596±0,0092bc
Maqcong Maq 0,3543±0,0121ab 0,1563±0,0091bc
Maqcong Conv 0,2770±0,0113de 0,1530±0,0091bc
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
75
Tabela 5: Comparação da motilidade total (MotTot) e progressiva (MotProg) pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia convencional, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões. Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão MotTot MotProg
1cm 1 0,3566±0,0271bcd 0,1883±0,0221ab
1cm 3 0,2816±0,0254fgh 0,1916±0,0222ab
1cm 4 0,1933±0,0223jl 0,0700±0,0144def
1cm 6 0,1833±0,0219jl 0,0516±0,0125efg
1cm 7 0,1416±0,0197m 0,0750±0,0149cde
4cm 1 0,4083±0,0278b 0,2083±0,0229a
4cm 3 0,3066±0,0261defg 0,1933±0,0223ab
4cm 4 0,2783±0,0253fgh 0,0800±0,0153cd
4cm 6 0,1350±0,0193m 0,0366±0,0106g
4cm 7 0,3133±0,0262defg 0,2000±0,0226a
8cm 1 0,4883±0,0282a 0,2233±0,0235a
8cm 3 0,2916±0,0257efgh 0,1933±0,0223ab
8cm 4 0,3266±0,0265cdef 0,1016±0,0171c
8cm 6 0,2116±0,0231ij 0,0566±0,0130def
8cm 7 0,4216±0,0279b 0,2233±0,0235a
Maqcong 1 0,3700±0,0273bc 0,2150±0,0232a
Maqcong 3 0,2466±0,0244hi 0,1983±0,0225a
Maqcong 4 0,3433±0,0268cde 0,1533±0,0203b
Maqcong 6 0,1583±0,0206lm 0,0466±0,0119fg
Maqcong 7 0,2666±0,0250gh 0,1516±0,0203b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada
coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
76
Tabela 6: Comparação da motilidade total (MotTot) e progressiva (MotProg) pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia ultra-rápida, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões. Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão MotTot MotProg
1cm 1 0,3650±0,0272c 0,1633±0,0209cd
1cm 3 0,2566±0,0247efg 0,1600±0,0207d
1cm 4 0,2366±0,0240fg 0,0716±0,0146gh
1cm 6 0,2100±0,0230g 0,0550±0,0129h
1cm 7 0,2583±0,0247ef 0,1500±0,0202d
4cm 1 0,4350±0,0280a 0,2450±0,0243a
4cm 3 0,2616±0,0248ef 0,1750±0,0215bcd
4cm 4 0,2633±0,0249ef 0,1116±0,0178ef
4cm 6 0,2200±0,0234fg 0,0700±0,0144gh
4cm 7 0,4333±0,0280a 0,2333±0,0239a
8cm 1 0,4233±0,0279ab 0,2316±0,0238a
8cm 3 0,3300±0,0266cd 0,2150±0,0232ab
8cm 4 0,3750±0,0274bc 0,1383±0,0195de
8cm 6 0,2866±0,0255de 0,1000±0,0169fg
8cm 7 0,4666±0,0282a 0,2350±0,0240a
Maqcong 1 0,4533±0,0281a 0,2133±0,0231ab
Maqcong 3 0,2866±0,0255de 0,1550±0,0204d
Maqcong 4 0,3633±0,0272c 0,2050±0,0228abc
Maqcong 6 0,2250±0,0236fg 0,0516±0,0125h
Maqcong 7 0,4433±0,0281a 0,1566±0,0205d
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada
coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
77
ANEXO VII – Resultados da integridade de membrana
Tabela 7: Comparação da integridade de membrana pós-descongelamento do sêmen eqüino, utilizando a metodologia ultra-rápida (Maq) com a convencional (Conv), sendo as células classificadas como: íntegra (CFDAVr); lesada (CFDAVm) e semi-lesada (CFDAVv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança. Descong CFDAVm CFDAVr CFDAVv
Maq 0,5931±0,0062 0,2919±0,0057 0,1150±0,0040a
Conv 0,6047±0,0061 0,2874±0,0057 0,1053±0,0038b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade. Tabela 8: Comparação da integridade de membrana pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) sem levar em conta a metodologia de descongelamento, sendo as células classificadas como: íntegra N(CFDAVr); lesada (CFDAVm) e semi-lesada (CFDAVv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong CFDAVm CFDAVr CFDAVv
1cm 0,7366±0,0078a 0,1583±0,0065d 0,1050±0,0054b
4cm 0,5016±0,0089c 0,4001±0,0087a 0,0980±0,0053bc
8cm 0,6515±0,0085b 0,2590±0,0078c 0,0895±0,0051c
Maqcong 0,5060±0,0089c 0,3411±0,0084b 0,1483±0,0063a
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
78
Tabela 9: Comparação da integridade de membrana pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong), levando em conta as metodologias de descongelamento (convencional – Conv; máquina de descongelamento ultra-rápido – Maq), sendo as células classificadas como: íntegra (CFDAVr); lesada (CFDAVm) e semi-lesada (CFDAVv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Trat Descong CFDAVm CFDAVr CFDAVv
1cm Maq 0,6970±0,0116b 0,1773±0,0096f 0,1256±0,0083b
1cm Conv 0,7763±0,0105a 0,1393±0,0087g 0,0843±0,0070de
4cm Maq 0,4763±0,0126e 0,4200±0,0124a 0,1033±0,0077c
4cm Conv 0,5270±0,0126d 0,3803±0,0122b 0,0926±0,0073cd
8cm Maq 0,6530±0,0120c 0,2456±0,0108e 0,1013±0,0076c
8cm Conv 0,6500±0,0120c 0,2723±0,0112d 0,0776±0,0067e
Maqcong Maq 0,5463±0,0125d 0,3246±0,0118c 0,1300±0,0085b
Maqcong Conv 0,4656±0,0126e 0,3576±0,0121b 0,1666±0,0094a
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
79
Tabela 10: Comparação da integridade de membrana pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia convencional, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões, sendo as células classificadas como: íntegra (CFDAVr); lesada (CFDAVm) e semi-lesada (CFDAVv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão CFDAVm CFDAVr CFDAVv
1cm 1 0,7566±0,0242b 0,1633±0,0209ij 0,0800±0,0153efghi
1cm 3 0,7466±0,0246b 0,1566±0,0205j 0,0966±0,0167defgh
1cm 4 0,7833±0,0233ab 0,1400±0,0196jl 0,0766±0,0150fghi
1cm 6 0,7683±0,0238b 0,1266±0,0188jl 0,1050±0,0173defg
1cm 7 0,8266±0,0214a 0,1100±0,0177l 0,0633±0,0137ij
4cm 1 0,4550±0,0281ij 0,4533±0,0281a 0,0916±0,0163defghi
4cm 3 0,6416±0,0271cde 0,3150±0,0262de 0,0433±0,0115j
4cm 4 0,4850±0,0282ij 0,4033±0,0277abc 0,1116±0,0178de
4cm 6 0,4966±0,0283i 0,3516±0,0270cd 0,1516±0,0203c
4cm 7 0,5566±0,0281gh 0,3783±0,0274bc 0,0650±0,0139ij
8cm 1 0,6233±0,0274def 0,2733±0,0252efg 0,1033±0,0172defg
8cm 3 0,6466±0,0270cde 0,2883±0,0256ef 0,0650±0,0139ij
8cm 4 0,6166±0,0275ef 0,3150±0,0262de 0,0683±0,0142hij
8cm 6 0,6766±0,0264cd 0,2466±0,0244fgh 0,0766±0,0150fghi
8cm 7 0,6866±0,0262c 0,2383±0,0241gh 0,0750±0,0149ghi
Maqcong 1 0,4683±0,0282ij 0,4233±0,0279ab 0,1083±0,0175def
Maqcong 3 0,3333±0,0266h 0,4583±0,0282a 0,1250±0,0187cd
Maqcong 4 0,5066±0,0282hi 0,4333±0,0280ab 0,0933±0,0164defghi
Maqcong 6 0,4333±0,0280j 0,2666±0,0250ef 0,3000±0,0259a
Maqcong 7 0,5866±0,0278fg 0,2066±0,0229hi 0,2066±0,0229b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
80
Tabela 11: Comparação da integridade de membrana pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia ultra-rápida, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões, sendo as células classificadas como: íntegra (CFDAVr); lesada (CFDAVm) e semi-lesada (CFDAVv). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão CFDAVm CFDAVr CFDAVv
1cm 1 0,6683±0,0266abc 0,2216±0,0235fg 0,1100±0,0177ab
1cm 3 0,6850±0,0262abc 0,1816±0,0218ghi 0,1333±0,0192a
1cm 4 0,7150±0,0255ab 0,1633±0,0209i 0,1216±0,0185ab
1cm 6 0,6983±0,0259abc 0,1700±0,0212hi 0,1316±0,0191a
1cm 7 0,7183±0,0254a 0,1500±0,0202i 0,1316±0,0191a
4cm 1 0,4133±0,0278l 0,4666±0,0282a 0,1200±0,0183ab
4cm 3 0,5383±0,0282gh 0,3516±0,0270cd 0,1100±0,0177ab
4cm 4 0,4700±0,0282j 0,4183±0,0279ab 0,1116±0,0178ab
4cm 6 0,4333±0,0280jl 0,4500±0,0281a 0,1166±0,0181ab
4cm 7 0,5266±0,0282hi 0,4133±0,0278ab 0,0583±0,0132d
8cm 1 0,6633±0,0267bcd 0,2150±0,0232g 0,1216±0,0182ab
8cm 3 0,6033±0,0276ef 0,2883±0,0256e 0,1083±0,0175ab
8cm 4 0,6650±0,0267bc 0,2633±0,0249ef 0,0716±0,0146cd
8cm 6 0,7233±0,0253a 0,1866±0,0220ghi 0,0900±0,0161bc
8cm 7 0,6100±0,0276def 0,2750±0,0252e 0,1150±0,0180ab
Maqcong 1 0,4616±0,0282jl 0,4200±0,0279ab 0,1183±0,0185ab
Maqcong 3 0,5450±0,0281gh 0,3116±0,0262de 0,1450±0,0199a
Maqcong 4 0,4800±0,0282ij 0,3816±0,0274bc 0,1383±0,0195a
Maqcong 6 0,6566±0,0268cde 0,2116±0,0231gh 0,1350±0,0193a
Maqcong 7 0,5883±0,0278fg 0,2983±0,0258e 0,1133±0,0179ab
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
81
ANEXO VII – Resultados da integridade de acrossoma
Tabela 12: Comparação da integridade de acrossoma pós-descongelamento do sêmen eqüino utilizando a metodologia ultra-rápida (Maq) com a convencional (Conv), sendo as células classificadas como: lesadas (PNAVm); reação acrossomal verdadeira (PNAVr); falsa reação de acrossoma (PNAVv); intactas (PNAnc). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Descong PNAVm PNAVr PNAVv PNAnc
Maq 0,4429±0,0062 0,0271±0,0020a 0,2440±0,0054b 0,2836±0,0057a
Conv 0,4504±0,0062 0,0224±0,0018b 0,2630±0,0055a 0,2620±0,0055b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade. Tabela 13: Comparação da integridade de acrossoma pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) sem levar em conta a metodologia de descongelamento, sendo as células classificadas como: lesadas (PNAVm); reação acrossomal verdadeira (PNAVr); falsa reação de acrossoma (PNAVv); intactas (PNAnc). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong PNAVm PNAVr PNAVv PNAnc
1cm 0,5020±0,0089a 0,0008±0,0005d 0,3590±0,0085a 0,1381±0,0061d
4cm 0,3916±0,0087b 0,0281±0,0029b 0,2260±0,0074b 0,3456±0,0085b
8cm 0,5181±0,0089a 0,0088±0,0016c 0,2285±0,0075b 0,2445±0,0076c
Maqcong 0,3748±0,0086b 0,0613±0,0042a 0,2005±0,0071c 0,3631±0,0086a
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
82
Tabela 14: Comparação da integridade de acrossoma pós-descongelamento do sêmen eqüino tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) levando em conta as metodologias de descongelamento (convencional – Conv; máquina de descongelamento ultra-rápido – Maq), sendo as células classificadas como: lesadas (PNAVm); reação acrossomal verdadeira (PNAVr); falsa reação de acrossoma (PNAVv); intactas (PNAnc). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Descong PNAVm PNAVr PNAVv PNAnc
1cm Maq 0,5060±0,0126a 0,0003±0,0004e 0,3356±0,0119b 0,1580±0,0092f
1cm Conv 0,4980±0,0126a 0,0013±0,0009e 0,3823±0,0122a 0,1183±0,0081g
4cm Maq 0,3873±0,0123b 0,0163±0,0032c 0,2190±0,0104d 0,3686±0,0122ab
4cm Conv 0,3960±0,0123b 0,0400±0,0049b 0,2330±0,0106cd 0,3226±0,0118c
8cm Maq 0,5210±0,0126a 0,0083±0,0023d 0,2406±0,0108c 0,2300±0,0106e
8cm Conv 0,5153±0,0126a 0,0093±0,0024d 0,2163±0,0104d 0,2590±0,0110d
Maqcong Maq 0,3573±0,0121c 0,0836±0,0070a 0,1806±0,0097e 0,3780±0,0122a
Maqcong Conv 0,3923±0,0123b 0,0390±0,0048b 0,2203±0,0104cd 0,3483±0,0120b
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
83
Tabela 15: Comparação da integridade de acrossoma pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia convencional, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões, sendo as células classificadas como: lesadas (PNAVm); reação acrossomal verdadeira (PNAVr); falsa reação de acrossoma (PNAVv); intactas (PNAnc). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão PNAVm PNAVr PNAVv PNAnc
1cm 1 0,4183±0,0279ef 0,0033±0,0032fg 0,4150±0,0278bc 0,1633±0,0209jl
1cm 3 0,6600±0,0268a 0h 0,2050±0,0228ghi 0,1350±0,0193lm
1cm 4 0,4700±0,0282de 0,0033±0,0032fg 0,4466±0,0281b 0,0800±0,0153n
1cm 6 0,5666±0,0280bc 0h 0,3200±0,0264d 0,1133±0,0179m
1cm 7 0,3750±0,0274fg 0h 0,5250±0,0282a 0,1000±0,0169mn
4cm 1 0,3250±0,0265gh 0,0100±0,0056def 0,2633±0,0249ef 0,3950±0,0276bc
4cm 3 0,6233±0,0274a 0,0016±0,0023gh 0,1933±0,0223hi 0,1766±0,0215ij
4cm 4 0,4216±0,0279ef 0,0250±0,0088c 0,2066±0,0229ghi 0,3366±0,0267de
4cm 6 0,3800±0,0274f 0,0200±0,0079cd 0,3216±0,0264d 0,2683±0,0250gh
4cm 7 0,2300±0,0238i 0,1433±0,0198a 0,1800±0,0217i 0,4366±0,0280ab
8cm 1 0,4566±0,0281e 0,0150±0,0068cde 0,2000±0,0226hi 0,3283±0,0265def
8cm 3 0,6166±0,0275ab 0,0116±0,0060cdef 0,1116±0,0178j 0,2600±0,0248gh
8cm 4 0,4633±0,0282de 0h 0,2350±0,0240fgh 0,3016±0,0259efg
8cm 6 0,5133±0,0282cd 0,0183±0,0075cde 0,2483±0,0244efg 0,2200±0,0234hi
8cm 7 0,5266±0,0282c 0,0016±0,0023gh 0,2866±0,0255de 0,1850±0,0219ij
Maqcong 1 0,4183±0,0279ef 0,0116±0,0060cdef 0,1983±0,0225hi 0,3716±0,0273cd
Maqcong 3 0,3950±0,0276f 0,0066±0,0046efg 0,1283±0,0189j 0,4700±0,0282a
Maqcong 4 0,3000±0,0259h 0,0650±0,0139b 0,1900±0,0222hi 0,4450±0,0281ab
Maqcong 6 0,4250±0,0279ef 0,0950±0,0165b 0,2000±0,0226hi 0,2800±0,0254fg
Maqcong 7 0,4233±0,0279ef 0,0166±0,0072cde 0,3850±0,0275c 0,1750±0,0215jl
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.
84
Tabela 16: Comparação da integridade de acrossoma pós-descongelamento do sêmen eqüino, pela metodologia ultra-rápida, tendo como parâmetro analisado os tratamentos de congelamento à 1cm, 4cm, 8cm e máquina de congelamento (Maqcong) e a variação entre garanhões, sendo as células classificadas como: lesadas (PNAVm); reação acrossomal verdadeira (PNAVr); falsa reação de acrossoma (PNAVv); intactas (PNAnc). Os valores apresentados na tabela são estimativas de médias populacionais por intervalo de confiança.
Cong Garanhão PNAVm PNAVr PNAVv PNAnc
1cm 1 0,3933±0,0276fg 0g 0,4516±0,0281a 0,1550±0,0204ef
1cm 3 0,6583±0,0268a 0g 0,1883±0,0221hi 0,1533±0,0203ef
1cm 4 0,4833±0,0282cd 0,0016±0,0023fg 0,3583±0,0271bc 0,1566±0,0205ef
1cm 6 0,4983±0,0283cd 0g 0,3083±0,0261cd 0,1933±0,0223de
1cm 7 0,4966±0,0283cd 0g 0,3716±0,0273b 0,1316±0,0191f
4cm 1 0,2683±0,0250i 0,0100±0,0056de 0,2483±0,0244ef 0,4666±0,0282a
4cm 3 0,4783±0,0282cde 0,0066±0,0046ef 0,1650±0,0210hij 0,3416±0,0268b
4cm 4 0,4250±0,0279ef 0,0016±0,0023fg 0,1966±0,0224gh 0,3700±0,0273b
4cm 6 0,4050±0,0277fg 0g 0,2500±0,0245ef 0,3333±0,0266b
4cm 7 0,3600±0,0271gh 0,0633±0,0137bc 0,2350±0,0240fg 0,3316±0,0266b
8cm 1 0,4633±0,0282de 0,0200±0,0079d 0,2850±0,0255de 0,2316±0,0238cd
8cm 3 0,5650±0,0280b 0,0050±0,0039ef 0,1750±0,0215hij 0,2550±0,0246c
8cm 4 0,4933±0,0282cd 0g 0,2483±0,0244ef 0,2583±0,0247c
8cm 6 0,5200±0,0282bc 0,0050±0,0039ef 0,3133±0,0262cd 0,1616±0,0208ef
8cm 7 0,5633±0,0280b 0,0116±0,0060de 0,1816±0,0218hi 0,2433±0,0242c
Maqcong 1 0,2616±0,0248i 0,0916±0,0163ab 0,1483±0,0201ijl 0,4983±0,0283a
Maqcong 3 0,3516±0,0270gh 0,0550±0,0129c 0,1116±0,0178l 0,4816±0,0282a
Maqcong 4 0,3116±0,0262h 0,1050±0,0173a 0,1383±0,0195jl 0,4450±0,0281a
Maqcong 6 0,3966±0,0276fg 0,1250±0,0187a 0,2416±0,0242efg 0,2366±0,0240cd
Maqcong 7 0,4650±0,0282cde 0,0416±0,0113c 0,2633±0,0249def 0,2283±0,0237cd
Obs: Os intervalos de confiança seguidos de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, são estatisticamente superpostos, com 95% de probabilidade.