crimes da nova lei de drogas

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Crimes da Nova Lei de Drogas Introdução No dia 8 de outubro de 2006 entrou em vigor a Lei 11.343, a Nova Lei de Dro- gas que, no artigo 75, revogou expressamente as leis antitóxicos anteriores, 6.368/76 e 10.409/2002. Bem jurídico A lei de drogas tutela a saúde pública como bem transindividual, da coletividade. A vítima não é o usuário que adquire droga de traficante, mas sim o Estado, especifi- camente a saúde pública. Portanto, no caso de se vender droga a alguém para consumo próprio, o adquirente não é a vítima do tráfico, e sim o Estado (saúde pública), que figura como sujeito passivo imediato, eis que a conduta “adquirir para uso próprio” também constitui ato ilícito. Crime de perigo comum O entendimento predominante, embora não pacífico no Superior Tribunal de Jus- tiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), é no sentido de que a conduta típica relacionada à substância entorpecente é delito de perigo presumido ou abstrato, não importando a quantidade apreendida em poder do infrator para sua caracterização, tam- pouco se a droga, objeto da conduta, tem o condão de ofender efetivamente a saúde pública. O tipo penal esgota-se com a realização de uma das condutas contempladas, sem necessidade de indagação quanto ao resultado, que até pode existir, mas não é requisito da tipicidade. O crime é de perigo comum, presumido em caráter absoluto, bastando a realização de uma das condutas proibidas para haver a incidência da Lei de Drogas. Crime de consumação formal Os crimes de entorpecentes são formais, isto é, basta a realização da conduta típica que o crime está perfectibilizado, independentemente da ocorrência ou não do resultado de lesão à saúde pública. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br

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