crianças: cidadãs do reino palavra episcopal...

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Julho 2006 9 ANO 120 NÚMERO 7 Jornal mensal da Igreja Metodista Julho de 2006 Palavra Episcopal Reflexão Pela Seara Entrevista Memória Crianças: cidadãs do Reino N o dia 13 de julho de 2006, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, completa 16 anos. O documento que valorizou a cidadania da criança brasileira nasceu após intensa mobilização de gente que já reconhecia as crianças como cidadãs do Reino de Deus. A Igreja Metodista participou desta conquista. Página 8 E ntre os dias 10 e 16 de julho, a Igreja Metodista está reunida no Sesc Aracruz, Espírito Santo, para decidir suas futuras lideranças e prioridades. As igrejas poderão acompanhar as decisões diariamente, pelo site. Na próxima edição do Expositor Cristão, a cobertura completa do evento. A lei diz que zelado res(as) de igrejas não podem exercer funções de limpeza. Muitas igrejas des- conhecem esta lei e correm o risco de en- frentar processos traba- lhistas. Página 5 A Igreja Metodista deve ter um programa de TV? C omo deve ser a inserção metodista na mídia? A jornalista Magali do Nascimento Cunha, doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e coordenadora da Área de Comunicação e Relações Externas da Faculdade de Teologia da Metodista, discute esta questão. Página 13 Cuidado! Faxina não é serviço de zeladoria Metodistas em Concílio Atenção: Deus está próximo! Isaías vê o Senhor. E essa visão espiritual muda sua maneira de enxergar o mundo. Página 3 Metodismo capixaba faz 100 anos Os primeiros membros da Igreja Metodista no Espírito Santo foram evangelizados por leigos. Os pontos de pregação eram as próprias residências. Página 4 Dos tefilin às ondas da Internet Igreja Metodista investe em projetos de educação à distância e colaborará com a formação teológica dos países africanos de língua portuguesa. Página 6 Peregrinos no caminho da Graça Como você pratica o cris- tianismo: caminhando com o povo ou olhando de longe? Na 55ª Semana Wesleyana, pastores(as) e seminaristas discutem os caminhos do metodismo no Brasil. Página 12 Mais do que papel e lápis de cor Rosete de Andrade, coorde- nadora do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças, fala da Escola Bíblica de Férias. Lotar os bancos da igreja não basta: é preciso visitar as famílias depois. Página 14

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Julho 2006 9ANO 120

NÚMERO 7

J o r n a l m e n s a l d a I g r e j a M e t o d i s t a • Julho d e 2 0 0 6

Palavra Episcopal

Reflexão

Pela Seara

Entrevista

Memória

Crianças: cidadãs do Reino

No dia 13 de julho de 2006, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, completa 16 anos. O documento quevalorizou a cidadania da criança brasileira nasceu após intensa mobilização de gente que já reconhecia as crianças

como cidadãs do Reino de Deus. A Igreja Metodista participou desta conquista. Página 8

Entre os dias 10 e 16 de julho, a Igreja Metodista estáreunida no Sesc Aracruz, Espírito Santo, para decidir

suas futuras lideranças e prioridades. As igrejas poderãoacompanhar as decisões diariamente, pelo site. Na próximaedição do Expositor Cristão, a cobertura completa do evento.

A lei diz que zeladores(as) de igrejas

não podem exercerfunções de limpeza.Muitas igrejas des-conhecem esta lei ecorrem o risco de en-frentar processos traba-lhistas. Página 5

A Igreja Metodista deve ter um programa de TV?Como deve ser a inserção metodista na mídia? A jornalista Magali do Nascimento Cunha, doutora em Ciências da

Comunicação pela Universidade de São Paulo e coordenadora da Área de Comunicação e Relações Externas daFaculdade de Teologia da Metodista, discute esta questão. Página 13

Cuidado! Faxina não éserviço de zeladoria

Metodistas em Concílio

Atenção: Deusestá próximo!

Isaías vê o Senhor. E essavisão espiritual muda suamaneira de enxergar omundo. Página 3

Metodismocapixaba faz

100 anosOs primeiros membros daIgreja Metodista no EspíritoSanto foram evangelizadospor leigos. Os pontos depregação eram as própriasresidências. Página 4

Dos tefilin àsondas daInternet

Igreja Metodista investe emprojetos de educação àdistância e colaborará coma formação teológica dospaíses africanos de línguaportuguesa. Página 6

Peregrinos nocaminho da

GraçaComo você pratica o cris-tianismo: caminhando como povo ou olhando de longe?Na 55ª Semana Wesleyana,pastores(as) e seminaristasdiscutem os caminhos dometodismo no Brasil. Página 12

Mais do quepapel e lápis

de corRosete de Andrade, coorde-nadora do DepartamentoNacional de Trabalho comCrianças, fala da EscolaBíblica de Férias. Lotar osbancos da igreja não basta:é preciso visitar as famíliasdepois. Página 14

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2 Julho 2006

Fundado em 1o de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James RansomPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio Episcopal: Bispo João Alves de Oliveira FilhoConselho EditorialConselho EditorialConselho EditorialConselho EditorialConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini e Paulo RobertoSalles GarciaJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista Responsável: Percival de Souza (MTb 8321 SP)RRRRReeeeedatdatdatdatdatooooorrrrraaaaa: Suzel TunesAAAAAssessossessossessossessossessor Tr Tr Tr Tr Teeeeeológológológológológicicicicico do do do do do Eo Eo Eo Eo Expxpxpxpxpositositositositositooooor Cr Cr Cr Cr Crrrrristãoistãoistãoistãoistão: Fernando Cezar Moreira MarquesCCCCCooooorrrrrrrrrrespespespespespooooondênciandênciandênciandênciandência: Avenida Piassanguaba, 3031 Planalto Paulista S. Paulo SP

04060-004 Tel.: (11) 6813-8600 Fax: (11) 6813-8632( .expositorcristao.org.br) ( .metodista.org.br criancas)

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendo assim,reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadas sãoresponsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.Propriedade da Imprensa Metodista, inscrição no 1o Oficial de Registro de Títulos eDocumentos e Civil de Pessoa Jurídica, sob o número de ordem 176.

rg o o icial da Igreja Metodista, editado mensalmente so a responsa ilidade do Col gio Episcopal

.expositorcristao.org.br

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com o InstitutoMetodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação e distribuição doperiódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacional da Igreja Metodista.

EditEditEditEditEditooooorrrrração eação eação eação eação eleleleleletttttrônicarônicarônicarônicarônica: Maria Zélia Firmino de SáAAAAArrrrrttttteeeee: Cristiano FreitasIIIIImpmpmpmpmprrrrressãoessãoessãoessãoessão: Gráfica e Editora Rudcolor

AAAAASSINSSINSSINSSINSSINAAAAATURTURTURTURTURASASASASAS EEEEE RENORENORENORENORENOVVVVVA ESA ESA ESA ESA ES:::::Fone: (11) 4366-5537e-mail: editora metodista.brRua do Sacramento, 230, Rudge Ramos São Bernardo do Campo SPCEP 09640-000 .metodista.br editora

Editorial Palavra do Leitor

Talvez você estranhe estaedição do Expositor Cristão.Estamos em plena época deConcílio Geral, discutindoassuntos sérios e importantes.Mas, eis que você abre o jornale... tem criança pra todo lado! Namatéria de capa, na entrevista,em projetos missionários...correndo pelo jornal como fazempela sala, para chamar a atençãodos adultos. Não é por acaso.Criança é, de fato, assunto sérioe importante. “Se há prioridades,são para as crianças”, disse umavez o Bispo Isac Aço. Por isso,destacamos nestas matérias algu-mas ações da Igreja Metodista notrabalho com crianças. Em espe-cial, resgatamos a participaçãometodista no Movimento Meni-nos e Meninas de Rua e na mobi-lização nacional que resultou naassinatura do Estatuto da Criançae do Adolescente, no dia 13 dejulho de 1990.

Lembrar do passado é im-portante quando se pretende traçarmetas para o futuro. Isto é o quetem feito, também, a Igreja Meto-dista no Espírito Santo, aocompletar 100 anos de existência.

com orgulho que a Igreja selembra dos pastores que faziamviagens longas e desgastantes paraorganizar suas igrejas e, sobretudo,de leigos que dedicavam suasresidências, tempo e esforços paracompartilhar a alegria da missão.

Até hoje, a dedicação dos lei-gos é valiosa para a vida da Igreja.Destacamos, também, a impor-tância dos zeladores e zeladoras.Eles são profissionais funda-mentais para o trabalho. Contudo,não podemos negar o fato de quemuitas igrejas têm enfrentado, por

Criança pra todo lado!desconhecimento de leis traba-lhistas, problemas sérios com azeladoria. Outras ficam com pro-fissionais em situação irregularpor anos a fio. preciso não termedo de reparar erros, e o maisrápido possível, por mais que issodoa. E assumir erros dói mesmo.Falo com conhecimento de causae o peso de um perfeccionismoacusador. Na coluna ao lado, aofinal da Página do Leitor, você veráuma Errata. Como deixei passarum erro tão óbvio?

Os escritores costumam dizerque cada nova publicação é comoum filho. Não sei se esta é a melhorcomparação... Mas outro dia,olhando para os meus filhos, aofinal de um dia de trabalho, umpensamento amedrontador pas-sou-me pela cabeça: da mesmaforma que eu cometi um erro nojornal, mesmo tendo dedicadotempo e carinho, eu certamentevou cometer erros na educaçãodeles. Imediatamente, porém,outro pensamento veio me darpaz: para os meus filhos, o quevalerá, realmente, será a intençãodos meus atos, será o amor que eutiver dedicado a eles. Penso queesse raciocínio também vale paraa Igreja, seja no trabalho com ascrianças, seja nas ações mis-sionárias, seja nas decisões doConcílio: capacitação, esforço eresponsabilidade devem sustentarnosso trabalho, mas, acima detudo, que nossos atos e decisõessejam pautados em amor. E que,humildemente, nos apoiemos naGraça de Deus para cometermosmenos erros...

Suzel Tunesexpositor metodista.org.br

InclusãoLi no Expositor Cristão a

reportagem intitulada “A inclusãocomeça em casa” (maio de 2006) egostei muito. Sou membro da IgrejaMetodista Central em Piracicaba, ena minha igreja ainda não temosministério para trabalhar com ossurdos. Mas estou me capacitandoe, se Deus permitir, em breveestaremos com este ministério. Noculto de abertura do seminário daAlaime (Associação Latinoame-ricana de Instituições Metodistas)tive a graça de interpretar dois hinos,que foram cantados em quatrolínguas, e uma das línguas eraLibras. Cada um cantava na suaprópria língua. Foi a coisa maislinda que vi. uero também infor-mar que a Unimep possui o CursoSuperior de Formação Específica deIntérprete de Língua Brasileira deSinais (no qual sou aluna).

Nic ia Ramos de ou a,por e mail.

EcumenismoSou católico e entrei no site de

vocês da Igreja Metodista. Acheitudo muito bonito, estão de pa-rabéns pelo trabalho de evan-gelização. Em especial destaco otexto do pastor Antonio CarlosSoares dos Santos; achei muitobonito o que ele escreveu sobre oEcumenismo e estou de plenoacordo: vamos dar um basta nesta“guerra escondida” que existe entretodo o rebanho de Jesus, temos queunir nossas orações e nossa fé e cadaum respeitar o outro. Sinto que esta“guerra maquiada” cresce a cadadia... é tão duro ver um irmão deoutra igreja que não seja de minhareligião não me cumprimentar edesejar a Paz do Senhor, comotambém é duro ver irmãos de minha

igreja fazerem o mesmo. Isso éapenas um pequeno exemplo, poissabemos que há coisas piores queesta sobre as quais nos calamos paraevitar confrontos. Como católico,reconheço a grande importância desua Igreja para o cristianismo,parabéns, parabéns mesmo!

iogo an ins, por e mail.

DiscipuladoGostei muito do artigo sobre

Discipulado (junho de 2006), domeu querido e mui amado irmãopastor e bispo Nelson e gostaria dedar meu testemunho sobre esteassunto. Na Igreja em Vila Conde(3ª RE), na época do Rev. JetherCardoso, liderei por vários anosgrupos familiares e outros irmãosfizeram o mesmo. Tivemos váriascrises, só que nunca nos dividimos,isso nunca passou pela nossa cabeça.Mas muitas pessoas da Igreja aindanão sabem como liderar grupos (...)a gente percebe a dificuldade demuitos pastores para formarem asua liderança. Isto é o que eu viven-cio em minha igreja e acho quemuitas estão sentindo isto. (...)Gostaria também de fazer umasugestão: que os pastores mante-nham um agente em cada igreja paraque o nosso jornal seja lido pelosirmãos. Leio este jornal há pratica-mente 50 anos. uando o recebo,leio de capa a capa e depois passopara um irmão ou irmã da Igreja.

enedito . ilaro Paulo P

ErrataNa edição de junho, a pro-

gramação do Concílio Geral saiucom um erro nas datas: onde estáescrito junho, leia-se julho. Oevento ocorre entre os dias 10 e 16de julho.

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Julho 2006 3

Pela SearaPalavra Episcopal

“No ano da morte do Rei Uzias...”Esta referência história do profeta éa primeira das visões que ele recebede Deus: a história do seu povo. Estafrase é um convite a um engaja-mento na vida do seu povo. Isaíascomeça seu ministério tendo umavisão espiritual que, longe de tirá-lo do mundo, o reenvia ao mundo.

As mensagens de Isaías sãocentradas em torno de três di-mensões da visão que Deus lhe dá:1) a visão de Deus; 2) a visão de simesmo e do seu povo; 3) a visão doDeus que perdoa e envia.

1. A visão de Deus

A proximidade de Deus junto àsua imensa transcendência: talparadoxo é a marca dessa visão deIsaías. Deus está tão próximo que elediz: “Eu vi o Senhor.” Diferentementede Moisés, que vê a sarça arder e nãose consumir, ou vê Deus pelas costas,em Isaías Deus está tão próximo quequase pode ser tocado. Não é à toaser esta passagem a de abertura dasessão do livro do Emanuel (cf. Is7.9), que significa, como sabemos,“Deus conosco”. Deus é transcen-dente, ou seja, supera tudo o quepodemos ver e imaginar, mas, aomesmo tempo, é tão próximo. Deusquer ser percebido.

A visão de Isaías sublinha atranscendência e, ao mesmo tempo,a proximidade de Deus e a suasantidade – Ele não compactuacom o pecado do ser humano. Asantidade de Deus sintetiza osatributos de Deus que Paulo des-creve nos frutos do Espírito, emGálatas 5.22. Nós gostamos deafirmar atributos como poderoso,

Atenção: Deus está próximo! (Isaías 6.1-8)

Paulo Lockmann, Bispo da 1ªRegião Eclesiástica

fiel, justo, etc... Mas, sem dúvida, oque está descrito pelo apóstolo Paulosão características de Deus que otornam desejável e próximo de nós.Sim, Deus é acima de tudo AMOR; amaior evidência de sua santidade é oamor. Os profetas foram servos quedenunciavam o afastamento do povode Deus, mas, também, o convite àreconciliação com Deus. Deus éSanto porque se aproxima em amorpara nos reconciliar com Ele.

2. A visão de simesmo e de seu povo

Isaías experimentou o que nóspodemos experimentar: a presençade Deus. Buscar a presença de Deusnos faz sentir e perceber que Deus éSanto, e nós somos pecadores.Como subsistiremos perante a facedo Senhor? Isaías reagiu diante desteconfronto não saindo da terra, nãoentrando num transe místico, masolhando para si e para seu povo. Porisso disse: “...ai de mim! Estouperdido!..” (Is 6.5). Aqui, fica claroque a proximidade de Deus acentuae toca a nossa consciência de pe-cador, e os lábios são o símbolo detudo de mal que maquinamos emnossa mente. Tramamos e exe-cutamos, tudo isso transita pornossos lábios. A visão de Deusaprofunda, em Isaías, a visão de simesmo, de seu pecado. Muitoscristãos, quando dão lugar ao pe-cado, deixam de orar e ler a Bíblia,porque estes atos de piedade cristãnos aproximam de Deus, aguçam anossa visão de quão pecadoressomos. Junto a isso, acentua-se avisão do mundo à nossa volta. Avisão de Deus é comprometedora,ela nos põe na história do nossopovo, nos torna mais sensíveis a vero que se passa ao nosso redor. Essavisão pode ser desdobrada em:

a) A corrupção da religião.Quando abrimos o livro de

Isaías, encontramos uma críticasevera à religião de Israel, umareligião que, embora tivesse ritosreligiosos que falavam de Deus,deixavam seus ensinos totalmenteausentes: “De que me serve amultidão de vossos sacrifícios?, dizo Senhor. Não posso suportar

iniqüidade associada ao ajun-tamento solene.” (Is 1.11-13).

Na expressão “... não possosuportar iniqüidade”, o culto judeué chamado de ajuntamento solene,porque Deus dele não se agradava,por vários motivos: “...mãos cheiasde sangue...” Isto poderia indicar atraição que Judá fez ao romper comisraelitas do norte, fazendo aliançacom a Assíria, o que teria facilitadoa queda de Samaria, segundo algunsexegetas; o sangue dos irmãos; ou,mesmo, a maneira com que ospoderosos cobravam dos maispobres seus direitos; “...cessai de fazero mal...” Com certeza aqui está aausência do ensino da leitura daPalavra de Deus, da prática dajustiça, dos princípios do anosabático, do ano do Jubileu, etc... ;“...repreendei ao opressor, defendei odireito do órfão, pleiteai a causa daviúva...” Aqui, além de apelo aocumprimento da lei de Deus,exorta-se que publicamente fossecondenado o opressor. Em Israel,como ainda hoje, convivia-se comnaturalidade com a opressão. (cf. Is3.14). Freqüentemente, seguimosconvivendo com todos esses peca-dos, o que nos faz também povo delábios impuros. Hoje, cantamos,lemos a Bíblia, sem necessaria-mente nos posicionarmos com atose palavras contra o opressor, emdefesa do órfão e da viúva. Assim,corremos o risco de celebrarmosassembléias solenes, e não culto.

b) A corrupção dos governantesDo mesmo modo que a classe

religiosa, que presidia assembléiassolenes, Isaías denuncia os diri-gentes de Israel e o povo, dizendo:“Ouvi ..., governadores de Sodoma;...à lei do nosso Deus, ó povo deGomorra.” (Is 1.10) “Os teus prín-cipes são rebeldes, e companheirosde ladrões...” (Is 1.23). Não precisodizer que o rei era conivente com asclasses dominantes em Israel. Haviaum acordo iníquo entre o rei e osdiversos dirigentes do povo, inclu-sive o sacerdócio. Isaías vê isso, e élevantado por Deus para denunciaresse estado de coisas. Aqui, umasucessão de denúncias aponta quealguns faziam acordos com pessoase povos não tementes a Deus, tudo

para lucrar. A idolatria se perpetuava,junto com a exploração dos maispobres, dos órfãos e das viúvas, ouseja, a corrupção transitava doreligioso para a vida social, econô-mica e política (cf. Is 3.14-15).Vivemos isto no nosso cotidiano; oneoliberalismo econômico estabe-lece critérios que se reputam porverdade, e que estão condenandonações do 3º mundo a uma misériacrescente. A Argentina está com22% de desempregados, o Brasilassiste um aumento da miséria nosúltimos 10 anos, isto tudo em prolda lógica dos modelos econômicosdo primeiro mundo.

3. A visão de Deus queperdoa e envia

Quando Isaías reconhece seupecado e o de seu povo, ele faz,certamente, uma confissão humildediante de Deus, reconhecendo o seupecado e o de sua nação. A resposta aesta contrição é imediata, e descritaassim: “A brasa tocou a minha boca...,a tua iniqüidade foi tirada, e perdoadoo teu pecado.” (Is 6.6-7). Aqui está agrande mensagem: todas as mani-festações de Deus visam à redençãodo servo de Deus e de seu povo. Deusnão se alegra com a destruição dopecador. Deus é amoroso e mise-ricordioso. No Novo Testamento,Deus não é repentinamente percebidoem vários atos de aliança, masmanifestou-se definitivamente pormeio de seu filho Jesus Cristo, o qualquer atrair para Ele toda a criação. (cf.Rm 8.19-21), trazendo perdão, justiçae reconciliação.

O reconhecimento do pecado esua confissão deixam-nos aptos aouvir Deus. Servos e servas per-doados, desfrutamos da suacomunhão em verdade, recebendode Deus um desafio: quem tem umavisão de Deus, uma visão de simesmo e do povo, é confrontadocom a visão da missão, que chega aele pela voz de Deus: Ouvi a voz doSenhor, que dizia: A quem enviarei?Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8). Assim, ao ouvira pergunta, convite de Deus, oservo(a) sabe a resposta e diz: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”

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4 Julho 2006

Memória

Revda. Hideíde Brito Torrese Rev. Western Clay Peixoto

A história da Igreja Metodista noEstado do Espírito Santo confunde-se com a trajetória de muitoshomens e mulheres que aqui che-garam em busca de uma vida me-lhor, de novas terras, sob novasaspirações, com a coragem e odesapego necessários a quem selança à aventura do desconhecido.

Uma breve históriado nosso começo

Nos primeiros anos do século XX,era grande a migração de pessoas paraas áreas de mata virgem e terras friasda Serra dos Arripiados, Matacapó ouCaparaó. Pequenas propriedades eramadquiridas, desmembradas dasfazendas senhoriais. Colonostambém conseguiam adquirir eapropriar-se de alguma terra devo-luta e, como proprietários oumeeiros, iam derrubando as matas,construindo palhoças e casas. É nesseambiente rude que serão encon-tradas as famílias originárias dometodismo capixaba.

Os primeiros membros da IgrejaMetodista no Estado foram evan-gelizados por um leigo: o sr. AlfredoFernandes Pereira, oriundo de SerraMorena, localidade de Laranjeiras,município de Itaocara, RJ, onde ometodismo já havia chegado. Oprimeiro culto foi dirigido pelo sr.Alfredo por volta de março de 1905,

Igreja Metodista no Espírito Santo completa 100 anosna casa do sr. Joaquim Lopes Rubime Maria Pereira Rubim (maisconhecida como D.Dinha), em SãoJosé do Caparaó, margem direita dorio Norte (na época, município deAlegre). Foi um culto singelo, baseadona leitura de um exemplar da Bíbliaadquirido pelos Rubim havia algumtempo, por meio de um colportorquando ainda viviam em Miracema.Trata-se de uma edição de 1894, hojepreservada no Arquivo Histórico da4ª Região Eclesiástica da IgrejaMetodista.

O primeiro pastor a visitar os novosmetodistas no Caparaó foi o Rev.Antonio Cardoso da Fonseca, deorigem portuguesa, admitido à plenaconexão na Igreja Metodista em 14de agosto de 1892. Pastor do Circuitoda Estrada Nova, esse obreiro atendiaao norte do Estado do Rio de Janeiro,Sudeste de Minas Gerais, indo até oCaparaó, passando por Faria Lemos eCaiana. Na primeira visita, em 1905,a convite de Alfredo FernandesPereira, ele pregou na residência docasal Rubim e ali recebeu, por batismoe profissão de fé, dezesseis pessoas, alémde batizar sete crianças. Seguiram-semuitas outras conversões no primeiroano de atividades no Caparaó, con-forme registros encontrados, entreoutros, nos livros históricos da IgrejaMetodista em Cataguases.

O processo de evangelização se deuprincipalmente por contatos deamizade, troca de dias de serviço paraas derrubadas de matas, pela falasimples sobre a prática da fé e o

convite insistente para os cultosnas casas dos crentes. Asresidências eram transformadasem pontos de pregação logo que aelas acorresse assistênciasignificativa de pessoas. As táticasusadas do convite pessoal, daamizade, da leitura bíblica emfamília e, principalmente, doscânticos entoados nas casas edurante os serviços da roça,reuniam dezenas de pessoas. Osconvertidos recebiam instruçãosimples por meio dos leigos, emmomentos de oração e cultos,sendo recebidos por batismo eprofissão de fé quando da visita deum pastor metodista no circuito.

Cem anos para o futuro

Este centenário caracteriza,para a Igreja Metodista capixaba,muito mais do que a reme-moração de sua caminhada,embora tal resgate seja igual-mente fundamental, pleno designificados e repleto de históriasde gente simples, mas dedicada,capaz, fervorosa e fiel a Deus.Celebrar 100 anos significa paranós, como igreja, repetir o cla-mor do salmista: “Ajuda-nos acontar nossos dias de tal maneiraque alcancemos corações sábios”(Salmo 90.12). E, em termos deIgreja, celebrar os 100 anos dechegada ao Estado, contar os diasdessa história é alcançar coraçõesmissionários.

É proposta do Concílio Regionalda Igreja Metodista que as cele-brações do centenário im-pulsionem e motivem a reflexãomissionária da Igreja e uma novaalavancada em sua ação, visandoampliar sua presença, atuação emembresia no Estado do EspíritoSanto. Ainda há cidades nas quaisnão existe presença metodista emtermos de igrejas organizadas; háações e campos abertos aos quaispodemos atender por meio de nossavocação eclesial, de uma “comuni-dade missionária a serviço do povo”.Queremos que a memória dopassado seja nossa inspiradora naimplementação desse novo avanço.Podemos dizer, com alegria:“Ebenézer, até aqui nos ajudou oSenhor” (1 Samuel 7.12). Mas, comcerteza, igualmente podemosafirmar: “Eis-nos aqui, Senhor,frente ao futuro que tens para nós”.Não sabemos como será, mas cabe-nos apenas dizer: “Envia-nos a nós”(Isaías 6.8).

Oficial

Edital de Convocação

Exame para ingresso na OrdemPresbiteral

O Colégio Episcopal convoca os(as)candidatos(as) à Ordem Presbiteral pararealização de Exame para Ingresso naOrdem Presbiteral, que será realizado nodia 31 de outubro de 2006, das 14h às18h, no local estabelecido pela ComissãoMinisterial Regional. Esta exigênciacontempla os artigos canônicos 25, § 1º;88, item 13 e 125 § 3º, e Regulamento daOrdem Presbiteral. As informaçõescomplementares estão à disposiçãodos(as) candidatos (as) no ExpositorOn-line, nas Comissões MinisteriaisRegionais, nas Sedes Regionais e nasinstituições teológicas da Igreja.

Bispo João Alves de Oliveira FilhoPresidente do Colégio Episcopal

Bispo Josué Adam LazierSecretário do Colégio EpiscopalSão Paulo, 19 de maio de 2006.

Alterações das NomeaçõesPastorais 2006.

O Bispo Adriel de Souza Maia, nouso de suas atribuições canônicas, fazas seguintes alterações no quadro dasNomeações Pastorais – 2006 da TerceiraRegião Eclesiástica.

Distrito Missionário NorteAtibaiaAtibaiaAtibaiaAtibaiaAtibaiaPassa a Suprira Suprira Suprira Suprira Suprir

Distrito Missionário Grande ABCSão Bernardo do CampoIncluir: Amanda de Lima

Baptista, Asp. Presbiterato, s/ônus,tempo parcial (01), designada parao Ponto Missionário do JardimTrieste.

Distrito Missionário LitoralSantos - CentralIncluir: Laerte Leonardo Mangia,

designado Missionário, Ajudante, s/ônus, tempo parcial (01)

Vicente de CarvalhoSai: Laerte Leonardo Mangia,

designado Missionário, s/ônus,tempo parcial (02), para a Con-gregação em Bertioga (Riviera de SãoLourenço)

Entra: Maria do Socorro SouzaTrindade, Pastora, s/ônus, tempoparcial (01), designada para a Congrem Bertioga (Riviera de São Lourenço).

São Paulo, 1 de maio de 2006.Adriel de Souza Maia

Bispo-Presidente da 3a RE

Fundação Metodistamuda de endereço

A Fundação Metodista de Ação Cul-tural e Social (filial BH) está de casanova. O endereço atual éRua Curimatã, 300 - São GabrielCep 31980-670 - Belo Horizonte - MGTel.: 31 3447.0373Email: [email protected]

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Julho 2006 5

Pela Seara

O velho templo vai embora, abrindo espaço para paredes mais amplas.É a Igreja Metodista em Vila Nova Cachoeirinha, SP, 3ª RE, que se preparapara crescer. Visite e, se possível, colabore com a construção. Informaçõespelo (11) 3859-3544.

Igrejas em Foco

Em Votuporanga, 5ª RE, os membros da Igreja Metodista têmparticipado de forma atuante nos cultos. Durante todo o mês de maio, oscultos foram dirigidos pelas famílias. Em junho, foram voltados para otema “Mordomia Cristã”, sob a coordenação da pastora MárciaZanfranceschi e Ministério de Administração.

Suzel Tunes

Eles abrem e fecham portas,acendem e apagam luzes, preparamos elementos da Ceia. E a par-ticipação dos zeladores e zeladorasna vida das igrejas costuma ir alémdas atividades profissionais: pre-senças constantes nos cultos eatividades, eles(as) são, em muitasigrejas, referências de fidelidade aoserviço do Senhor. Contudo, não sepode esquecer que são, também,prestadores de serviço e essa relaçãoprofissional tem que obedecer àlegislação trabalhista vigente.

Muitas igrejas acabam se en-volvendo em processos trabalhistaspor desconhecimento das normasde contratação. Na Sede Regional da3ª RE, por exemplo, todos os meseschegam pelo menos dois casos paraserem solucionados pelo advogadoRoberto Machado. São tantas asquestões que chegam das igrejas queo dr. Roberto separou as maisfreqüentes e deixou as respostasdisponíveis no site da 3ª RE, no link

Quem tem problemas com zeladoria?Em muitas igrejas, zeladores e zeladoras são referências de fidelidade

ao trabalho do Senhor. Mas eles também são profissionaise devem ser tratados dentro da legislação trabalhista vigente

AIM, Associação da IgrejaMetodista). Ele explica que osprincipais problemas apresentadossão de zeladores que estão há 10 ou20 anos na função sem registro emcarteira. “Também é comum aconfusão que se faz entre zelador efaxineiro”, diz ele. O dr. Robertoexplica que, segundo a lei, o zeladorda Igreja não pode exercer funçãode faxineiro. Ele pode apenassupervisionar a limpeza dosambientes, abrir e fechar portas,receber correspondências e, atémesmo, prover os elementos paraSanta Ceia, providenciando-os nosdias e horários estabelecidos pelo(a)pastor(a) local. Quem precisa defaxineiro, deve contratar um outroprofissional. Mas, cuidado!Segundo o INSS, somente aspessoas físicas podem contratar“diaristas” para trabalhar um oudois dias da semana, sem registroem carteira. As pessoas jurídicas,como é o caso da Igreja, devemregistrar os profissionais dalimpeza. “O mais aconselhável é

contratar empresa especializada noramo, que mantém o registro, éresponsável pelos encargos sociais etrabalhistas de seus funcionários efornece substitutos para os períodosde férias”, considera o dr. Roberto.

Outro conselho do advogado éque as igrejas evitem a contrataçãode zeladores(as) residentes. Oprofissional pode residir em pro-priedade da AIM mas, nesse caso,tem direito a salário habitação, quecorresponde a 25% do salário querecebe. É permitido ao empregadordescontar esses 25% a título dealuguel. Mesmo assim, a igreja deverecolher os encargos sociais sobreo total (o salário somado aos 25%de salário habitação).

Medo de “mexer”com o zelador

Um zelador que mora na igrejahá mais de dez anos, exerce funçõesde faxina, e sem registro em car-teira. O que fazer diante destecenário tão comum? Muitas igrejas

preferem, simplesmente, ignorar asituação, com medo de “mexer”numa questão que pode criarproblemas. Segundo o advogadoRoberto Machado, essa é a pioratitude a se tomar. Quanto mais otempo passar, maior fica o problema.Nesse caso, vale aquele velho lemade advogado: “um mau acordo émelhor do que uma boa demanda”.“A administração da igreja e azeladoria têm que fazer um acordo,e levá-lo para ser homologadojudicialmente”, diz o advogado. Eleexplica que não basta registrar oacordo em cartório; para ter validadelegal é preciso homologar o do-cumento diretamente em juízo ou,no mínimo, por meio de uma“Câmara de Arbitragem e Mediação”,que é uma espécie de tribunalcomposto por advogados e dotada deautoridade judicial. Ou seja, feito oacordo, não há possibilidade derecurso posterior. Várias cidades dopaís já dispõem destas câmaras. Bastaprocurar o fórum da cidade ou dasede de comarca.

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6 Julho 2006

Pela Seara

da matéria sobre Glicério)

Suzel Tunes

Os judeus são conhecidos como“povo do Livro”, graças ao valor quederam à palavra escrita natransmissão dos ensinamentos deDeus. Para eles, a Torá (como eleschamam o Antigo Testamento) nãodevia ficar restrita apenas ao espaçodo templo. Uma maneira muitocriativa de trazê-la ao cotidiano foia adoção dos tefilin e da mezuzá. Ostefilin são duas pequenas caixasquadradas dentro das quais en-contram-se, escritos em perga-minho, quatro parágrafos da Torá.Conforme a orientação de Deu-teronômio 6.6-9, eles são amar-rados à testa e ao pulso logo aodespertar, para as orações matutinas.A mezuzá é uma caixinha de madeira,vidro ou metal, também contendopalavras da Bíblia, que se fixa aosbatentes das portas nas casas judaicas.Costuma-se beijá-la quando se sai ouse entra em casa, tocando-a com as

Ensino religioso e tecnologia: dos tefilin às ondas da Internetpontas dos dedos e, em seguida,apertando-os contra os lábios.

Os judeus ainda guardam atradição mas, hoje, pode-se disportambém de outras tecnologiascriativas para a educação religiosa.Nos últimos anos, a grande no-vidade são os cursos de educação àdistância via Internet. A IgrejaMetodista, por meio de suas ins-tituições de ensino, está investindoem projetos pioneiros para a capa-citação de professores de ensinoreligioso e teólogos que moramlonge de instituições de ensino, noBrasil, ou no exterior.

No dia 27 de julho encerra-se oprimeiro Curso de Formação deProfessores para o Ensino Religioso,promovido pela UniversidadeMetodista, em parceria com oCogeime, Coordenação Geral dasInstituições Metodistas de Ensino.Ele foi organizado de formasemipresencial: iniciou-se, emagosto de 2005, com três dias deaulas ministradas na Umesp, em SãoBernardo do Campo, SP. Depois, osalunos e alunas de várias partes dopaís prosseguiram os estudos pelaInternet. Do primeiro módulo –oferecido a estudantes comformação em nível médio –participaram 67 pessoas. Nosegundo módulo – destinado a

quem já possuía graduação em nívelsuperior, foram 35 os inscritos.Didática, diretrizes e documentosda Igreja Metodista, filosofia, psi-cologia e história das religiões foramalguns dos temas abordados pelocurso, destinado a capacitar pro-fessores(as) e candidatos(as) àdocência de ensino religioso nasescolas metodistas e outras ins-tituições, atendendo a uma deter-minação do Ministério daEducação, que requer formaçãoespecífica na área de ensino.

Além do cumprimento da exi-gência legal, o curso teve o méritode possibilitar o intercâmbio e aunião de professores(as) de EnsinoReligioso de várias instituiçõesmetodistas. “Os(as) docentes pas-saram a se sentir parte de um grupo”,afirma a pastora Horizontina MelloCanfield, professora e tutora docurso. Ela explica que, atualmente,cada escola determina o seu plane-jamento de aula e o seu materialdidático. No futuro, a partir de umareflexão dos próprios professores,será possível elaborar um materialque, respeitando as diferenças re-gionais, defina algumas balizaspedagógicas, com base em algunsdocumentos norteadores, como as“Diretrizes para a Educação naIgreja Metodista”.

Para a coordenadora do curso, aprofessora Débora Junker, aprimeira experiência foi positiva:“ainda precisamos melhorar no

Parceiros do Projeto África. Em pé, da esquerda para a direita: Martin Dwomoh-Tweneboah, professor do Linfield College, EUA; Ken Bedell, secretário geral associadoda Junta Geral de Educação Superior e Ministérios da Igreja Metodista Unida, EUA;Edilene de Oliveira P. Garcia, Anderson Nascimento e Paulo Bessa, da Umesp. Sentados:Wanda D. Bigham, secretária geral assistente da Junta Geral de Educação Superior;Luciano Sathler, diretor de Educação Continuada e à Distância, da Umesp, e KenYamada, assistente especial da Junta Superior. O professor Ken Yamada foi secretáriogeral da Junta Geral de Educação Superior e Ministérios por 17 anos. Em reconhecimentoa uma longa história de compromisso com a educação metodista nos Estados Unidos,América Latina e África, ele foi homenageado pelo Cogeime, em cerimônia realizada naUniversidade Metodista de São Paulo, no dia 2 de junho de 2006.

Bispos africanos estudaram no BrasilAlém de desenvolver cursos à distância, a Igreja Metodista acaba de firmaruma parceria que vai beneficiar quem ainda não tem acesso à informática.No mês de junho, foi estabelecido um novo acordo entre a Faculdade deTeologia da Umesp e a Junta de Educação Superior e Ministérios da IgrejaMetodista Unida dos Estados Unidos para a formação teológica de pastorese pastoras em Angola e Moçambique. A Igreja dos Estados Unidos (à qualsão ligadas as igrejas africanas) colaborará com os recursos financeiros e oBrasil com o envio de recursos humanos e material didático em línguaportuguesa. Atualmente, vários dos pastores metodistas nos países africanoscontam apenas com o ensino fundamental ou médio e há enorme carência delivros e revistas para Escola Dominical. Segundo a Assessoria de Comunicaçãoda Faculdade de Teologia, a parceria brasileira com as igrejas metodistasem Angola e Moçambique já tem 20 anos, por meio da recepção de estudantescom bolsas de estudos e pelo envio de literatura teológica produzida no Brasil.Os três bispos que lideram hoje a Igreja nestes países – João Somane Machado,em Moçambique; José Quipungo e Gaspar Domingos, em Angola, foramalunos da Fateo.

aspecto estrutural e técnico, mas, demaneira geral, a participação foi boa.O curso trouxe alguns referenciaisteóricos para a prática de ensino”.Ainda não existe data prevista para anova turma. Mas a professora contaque várias pessoas – inclusive deoutras denominações – já mani-festaram interesse pelo curso.

Projeto África

A Internet também permitirá àIgreja colaborar na formação teoló-gica de irmãos(ãs) que moram dooutro lado do Atlântico. Uma par-ceria realizada entre a UniversidadeMetodista e a Junta Geral de Edu-cação Superior e Ministérios daIgreja Metodista Unida (EUA)permitirá a elaboração de cursos àdistância para países africanos delíngua portuguesa, como Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé ePríncipe, Angola e Moçambique.“Os primeiros beneficiados serãoAngola e Moçambique, que terãoacesso a dois cursos livres de oitosemanas: formação teológica eformação de agentes de saúde”,informa o professor LucianoSathler, diretor de EducaçãoContinuada e à Distância daUniversidade Metodista de SãoPaulo. As turmas começam emoutubro deste ano. Para o segundosemestre de 2007, já estão previstosum curso graduação e vários outroscursos livres.

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Julho 2006 7

Pela Seara

A pastora Patrícia Regina Mo-reira Marques formou-se no anopassado em Teologia pela Univer-sidade Metodista de São Paulo, masresolveu não se afastar da Faculdade.Ao contrário, está levando a Facul-dade até a igreja que assumiu, aCongregação em Vila Campestre,vinculada à Igreja Metodista em VilaMariana, 3ª RE. No primeiro do-mingo do mês de maio, a con-gregação recebeu a visita do Rev.Dennis Dickerson, pastor da IgrejaMetodista Episcopal Africana e umdos conferencistas da 55ª SemanaWesleyana, promovida pela Fateo. Nafaculdade, Dickerson falou dosdesafios do metodismo em respostaàs necessidades sociais da populaçãoafro-americana. Na Vila Campestre,logo após o culto matutino, ele pôdever os desafios brasileiros numabreve visita ao bairro, que sofre coma falta de saneamento básico emoradias populares.

Teoria e práticaem Vila Campestre

No segundo domingo do mês demaio, a Igreja recebeu a visita dapastora Elizabete Costa Renders,responsável pela Assessoria Peda-gógica para Inclusão da Pessoa comDeficiência, da Umesp, que fez umareflexão sobre a necessidade doacolhimento amoroso – na escola,na igreja e na família – de cadapessoa, em suas diferenças e par-ticularidades. As celebrações domês da família foram encerradascom a presença do Rev. TércioJunker que, após a mensagem,conduziu uma “oficina de música”,com diferentes ritmos, animandoos jovens da congregação. Segundoa pastora Patrícia, essas visitaspermitem uma integração entreteoria e prática, visando à unidadeda Igreja. Quem aprende mais comesses encontros: os membros daIgreja ou os professores da Fateo?Essa é uma pergunta difícil deresponder...

Em Assembléia realizada nosdias 8 e 9 de junho, em Salvador, BA,a Coordenadoria Ecumênica deServiço (Cese), inaugurou o novoprédio de sua sede, empossou suanova diretoria e lançou um ma-nifesto no qual reafirma seu antigocompromisso com a unidade cristã.A Cese é uma entidade filantrópica,composta por igrejas cristãs que seunem com o objetivo de fortalecerorganizações da sociedade civil,especialmente as populares, em-penhadas nas lutas por trans-formações políticas, econômicas esociais que promovam a vida e ajustiça. Pequenos projetos que fazemgrande diferença nas comunidades,como oficinas de artesanato, centrosde reciclagem e programas de saúdepopular, são algumas das iniciativasapoiadas pela entidade. Nos 33 anosde existência, já foram cadastradasno Serviço de Projetos da Cese maisde dez mil organizações e quinze milprojetos, que beneficiaram cerca detrês milhões de pessoas.

Cese: nova diretoriae antigo compromisso

A nova Diretoria, para o triênio2006 - 2009, ficou assim composta:

Presidente: Dom Jubal PereiraNeves, da Igreja Episcopal Angli-cana do Brasil (IEAB); Vice-pre-sidente: Eleni Rangel, da Igreja Pres-biteriana Independente do Bra-sil (IPIB); Primeiro-tesoureiro:Luiz Carlos Escobar, da Igreja Meto-dista (IM); Segundo-tesoureiro:Tecla Dias Mello, da Igreja Pres-biteriana Unida do Brasil (IPUB);Primeiro-secretário: Dom André deWitte, da Igreja Católica ApostólicaRomana (ICAR); Segundo-secre-tário: Catequista Maria Ione Pilger,da Igreja Evangélica de ConfissãoLuterana do Brasil (IECLB).

O novo Conselho Fiscal da Cese,para o triênio 2006 – 2009 ficoucom a seguinte composição: CarlosMachado, da IEAB; Irmã JuditeMayer, da ICAR; Reverendo CelsoLoula Dourado, da IPUB; Suplente:Sr. Marcos Nunes, da IPIB. Maisinformações: www.cese.org.br

Com informações de:Luciana Baggio Alvim Gava

e Genilma Boehler

Com a presença de mais de setemil participantes ocorreu a 17ªAssembléia de Mulheres MetodistasUnidas, na cidade de Anaheim,Califórnia, EUA, entre os dias 4 e 7de maio. O evento, que ocorre a cadaquatro anos, tem como objetivodesafiar mulheres metodistas para amissão e resultou num documentoque solicita ao governo norte-ame-ricano a inclusão de mais recursosno orçamento federal para pro-gramas que beneficiam mulheres,crianças e jovens nos Estados Unidose ao redor do mundo.

Participaram do evento as bra-sileiras Luciana Baggio Alvim Gavae Genilma Boehler, que tambémrepresentaram, respectivamente, aUniversidade Metodista de Pira-cicaba, SP, e o Centro UniversitárioMetodista IPA, RS, no primeirosimpósio sobre Globalização, Edu-cação Superior e Mulheres, de 2 a 3

Mulheres metodistas pedem justiçade maio, nomesmo local.

Neste ano, otema central daAssembléia foi“Levante, Brilhe eGlorifique aDeus”. A cada dia,o programa ilus-trava um dos itensdo tema. Sobre otema “Levante”,Wahu Kaara, umaafricana candidataao Prêmio Nobelda Paz, desafiou asmulheres meto-distas a se levan-tarem e a lutarem contra as injus-tiças econômicas ao redor do mun-do, particularmente no que se referea seu impacto sobre as mulheres.

Com o tema “Brilhe” foipossível ouvir o testemunho daMinistra da Justiça da Bolívia,Casimira Rodriguez Romero, quefalou sobre como a fé foiimportante em suas lutas e

conquistas. Como empregadadoméstica, Casimira lideroumovimentos pelos direitos dos tra-balhadores e chegou ao Ministério,constituindo-se na primeira indí-gena a ocupar um cargo desta im-portância em seu país.

Jan Love, principal executivada Divisão de Mulheres, falousobre o tema “Glorifique a Deus”,

no último dia do encontro.Citando passagens do livro deApocalipse, ela incentivou asmulheres metodistas a criarem“uma visão de um novo céu e umanova terra”. Para criar esta novavisão, Jan Love encorajou-as aaprofundar o entendimento sobresalvação e fazer de cada dia um “diade missão” .

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8 Julho 2006

Capa

Crianças: cidadãs do ReinoA participação histórica da Igreja Metodistana elaboração do Estatuto da Criança e do

Adolescente e as ações atuais na comunidade

A Revda Zeni de Lima Soares, primeira presbítera ordenada na Igreja Metodista(detalhe), também foi uma das primeiras pessoas a participar do movimento emdefesa dos meninos e meninas de rua em nosso país. Você também está convidadoa participar desta missão!

No dia 13 de julho de 2006, o Estatuto daCriança e do Adolescente, ECA, completa 16anos. O documento que valorizou a cidadaniada criança brasileira nasceu após intensamobilização de gente que já reconhecia ascrianças como cidadãs do Reino de Deus.

Esforço ecumênico

O sonho começou a ganhar forma na décadade 1980, a partir do trabalho da Pastoral do Menor– que reunia representantes das Igrejas Católica,Presbiteriana Independente e Metodista – emdiálogo com a Unicef e a extinta Funabem,Fundação Nacional do Bem Estar do Menor. Dosvários encontros nasceria, em 1985, oMovimento Nacional dos Meninos e Meninasde Rua. “Em 1986, ocorreu o 1º EncontroNacional de Meninos e Meninas de Rua, emBrasília, com a participação de 500 crianças paraformular propostas à Assembléia NacionalConstituinte que estava sendo instalada” , lembraa pastora metodista Zeni de Lima Soares, umadas líderes do movimento. “Ocorreram váriasreuniões, nas quais as crianças eram asprotagonistas, participando das discussões”. Asreuniões resultaram num documento que foimandado aos deputados constituintes e geroufrutos: a nova Constituição, de 1988, em seu artigo227, já destacava a criança como prioridade noatendimento do Estado. Logo em seguidacomeçou uma intensa mobilização para fazeruma lei complementar garantindo que o Artigo

227 fosse colocado emprática: nascia, em 1990,o Estatuto da Criança e doAdolescente.

Chacina em SãoBernardo

Em São Bernardo doCampo, o projetoMeninos e Meninas deRua – que adotou umametodologia inovadora,indo até as ruas para de-senvolver ações educa-tivas – teve um forte apoioda Faculdade de Teologiae a presença constante dapastora Zeni, na épocaredatora das revistas Bem-

Te-Vi e atualmente integrante da Pastoral doColégio Piracicabano. “Eu fui um dos discípulosda pastora Zeni”, diz Marco Antônio da Silva, oMarkinhus. “Ele foi da primeira turma. Tinhaapenas 16 anos e uma filha para criar. Trabalhavana rua para comprar o leite”, lembra Zeni. HojeMarkinhus é o coordenador do projeto em São

Bernardo do Campo. Eles mantêm laços deamizade e muitas memórias em comum.

A mais triste é certamente a lembrança dodia 3 de setembro de 1987, quando o local ondese reuniam as crianças do projeto foi invadidopor um grupo de extermínio. Seis crianças foramassassinadas. O projeto quase acabou. “O BispoNelson Campos Leite nos apoiou institucional-mente. O pombal (apelido pelo qual o aloja-mento dos estudantes de Teologia é conhecidoaté hoje) serviu como um santuário para protegeros meninos. Outras instituições metodistas – emSanta Maria, RS; São Gabriel, BH e Colatina, ES– também acolheram as crianças ameaçadas demorte”, lembra Markinhus.

O apoio da Igreja

Em 1989, a Igreja finalmente comprou umacasa para o projeto, quase em frente à Faculdadede Teologia. “O vínculo do Meninos e Meninasde Rua era tão forte que a entidade usava a pessoajurídica da Amas (Associação Metodista de AçãoSocial) em seus documentos”, diz Markinhus.Isso ocorreu até 1992. Hoje, a entidade temindependência jurídica, mas o projeto nuncadeixou de contar com a participação de

“Rejeitamos a idéia que reduz as crianças à mera estratégia para evangelizar seus pais e familiares. E também o conceito de quesão pessoas incompletas, improdutivas espiritualmente e ̀ igreja do amanhã ̀à espera de crescimento físico e do amadurecimentointelectual que lhes proporcione condição para a educação na Palavra de Deus, serviço ao Senhor e participação dos meios deGraça, dos quais destacamos o batismo e a ceia do Senhor”. Pastoral da Criança, Colégio Episcopal

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Julho 2006 9

Capa

metodistas. Atualmente, um dos funcionários doprojeto é o estudante de teologia AlexandreCrisóstomo. Ele se forma este ano, mas pretendecontinuar no trabalho como voluntário, aexemplo de vários membros metodistas da atualdiretoria: a Revda. Margarida Ribeiro, como vice-presidente; Regina Medeiros, na secretaria definanças; Rev. Otoniel Ribeiro, no ConselhoFiscal; Dagmar Pinto de Castro, na secretaria.“Existem muitas formas de pregar o amor deJesus, sem palavras”, diz Alexandre, que promoveatividades esportivas com as crianças. “Hoje aIgreja está mais voltada para os projetos deno-minacionais, que são bastante importantes. Masnão pode deixar de apoiar ações ecumênicas emdefesa das crianças”, avalia a Revda. Zeni.

Sombra e Água Fresca

Entre os projetos denominacionais de maioralcance da Igreja Metodista está o Sombra e ÁguaFresca, organizado como uma rede nacional paraajudar igrejas locais a desenvolver atividades sócio-educativas a crianças em situação de risco. As igrejasrecebem capacitação para organizar atividades extra-escolares para crianças e adolescentes entre 6 e 14anos. Milhares de crianças e adolescentes sãobeneficiadas com atividades de educação cristã,reforço escolar, recreação, oficinas de arte, esportese informática. Além de cursos de capacitação parao trabalho, as igrejas que se propuserem a aceitareste desafio agora receberão, também, um material

didático produzido especialmente para o projeto: aapostila O Reino de Deus, desenvolvida pelaFundação Metodista de Ação Social e Cultural. Ocultivo de valores e a formação de caráter são osdois elementos centrais do material, informa o textode apresentação do material: “Desejamos que ascrianças e adolescentes envolvidos nos projetoslocais sejam desafiados a assumirem os valores do

Quando era pastor em Jardim Colorado, o Tiago, com seus 6 anos,perguntou-me: “Pastor, porque você não arruma um emprego?”. Acheiengraçado e expliquei que o meu “emprego” era ser pastor. Ele, não contentecom a resposta, replicou: “Mas por que você não grita assim: ‘Eu não queromais ser pastor!!!!´”. Achei curiosa a implicância dele. Nós nos dávamosmuito bem. Quando visitava sua casa, jogava bolinha de gude no tapete dasala com ele e o Vinícius, trocava figurinhas com seus primos. Conclui que elegostava de mim, mas não gostava que eu fosse pastor...

Afinal de contas, quem é o pastor e a pastora para as crianças? Geralmente,para as crianças, o pastor é aquela figura que fala demais. E quando elasquerem conversar no culto, os adultos dizem: “Fica quieto que o pastor estáfalando!!!”. O pastor torna-se, então, uma espécie de “bicho papão”, pronto apegar as criancinhas que fazem bagunça no culto.

Descobri que grande parte do problema está na relação da criança noculto, especialmente com a mensagem. Cada igreja trata as crianças de umjeito diferente no tocante ao culto. Algumas deixam as crianças “livres”,brincando em algum espaço onde não atrapalhem o culto. Terrível, mas real.Há também as que, com uma boa intenção, criam “cultinhos”, objetivandoensinar às crianças o evangelho na sua linguagem...

Em minha caminhada pastoral tenho aprendido que a educaçãoinfantil na igreja passa, impreterivelmente, pela sua inserção no culto. Nasigrejas por onde tenho servido, experimentamos não tirar as crianças doculto em nenhum momento (nem no “terrível” momento da mensagem). Opasso decisivo é incluí-las na mensagem: Assim, em todos os cultos, antes damensagem “aos adultos”, passamos a chamá-las para um bate papo com opastor, onde, sentados próximos ao púlpito, compartilhamos histórias,cantamos e oramos.

“Pastor, por que você não arruma um emprego?”As vantagens do “Momento da Criança” revelaram algumas fragilidades

do “cultinho”. É unânime: Quando as crianças são retiradas do culto muitonovas, há muita dificuldade em reintroduzi-las. Estar no culto, para ascrianças mais velhas, passa a ser uma punição. No Momento da Criançaisso não acontece. É a criança quem escolhe a idade de se retirar, e mesmoque queira continuar, participa veladamente ao lado dos pais ouresponsáveis.

Conforme as crianças foram aprendendo a ouvir o pastor antes damensagem, começaram a interessar-se pelo que eu dizia durante amensagem. Sua participação em toda a vida e missão da igreja cresceu!

Mas a inserção da criança não parou por aí: a Página da Criança foienfatizada no boletim e no culto. Nos concílios, elas também podiamparticipar, discutindo e decidindo sobre assuntos concernentes à sua vida naigreja. Caminhávamos para a criação do Estatuto da Criança na Igreja,confeccionado pelas próprias crianças. Em outra igreja, elas entraram nasescalas para retirar as ofertas no culto. Certa vez, abrimos as listas para ainserção (dos adultos) nos Ministérios e lá estavam elas...

Aprendi também que nós, pastores, pastoras e toda igreja “adulta”,precisamos mudar nosso conceito e nosso comportamento com relação àscrianças: precisamos olhar para elas, ouvi-las, conhecer seu universo,pastoreá-las efetivamente.

Estou certo que, se nos convertermos às crianças, aprenderemos maissobre como ser uma igreja missionária e inclusiva. Aos professores Tiago,Vinícius, Lucas, Dedé, Natália, Jadi e tantas outras crianças, devo essareflexão e muito da minha ação pastoral. A elas serei sempre grato!

Rev.Pedro Nolasco Camargo Toso, pastor daIgreja Metodista em Jundiaí, 3ª RE

Reino e a fazerem parte de uma comunidademissionária a serviço do povo”.

A necessidade das crianças de nosso país pedeações concretas em defesa da vida. Em SãoBernardo do Campo, uma ação civil pública,apoiada pelo Projeto Meninos e Meninas de Rua,está requerendo ao governo municipal a ins-talação de creches.

O combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes é outra preocupação da sociedade. O governo federalestá lançando um Disque-Denúncia específico para estes casos: basta discar o número 100. Esse número tem abrangêncianacional, é gratuito e preserva o anonimato. A Igreja Metodista também está nesta campanha: a 5ª RE está lançando umacartilha que ensina como proceder diante de casos de violência e abuso sexual contra crianças

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10 Julho 2006

Missões

Com informações de ElieserMarques, 2ª Região Eclesiástica

(e-mail Loane – checar)

A cidade de Assunção, no Para-guai, foi o local do II Grande En-contro de Homens Metodistas daAmérica Latina e Caribe, de 5 a 7 de

Homens metodistas discutem missão

maio. Entre as 85 pessoas que par-ticiparam do evento, estiveremrepresentadas todas as regiõeseclesiásticas da Igreja Metodista noBrasil. Das igrejas da América Latina,além da paraguaia, estavam presentesdelegações chilenas e argentinas. O

tema do Encontro “Unidos paratestemunhar – ser e ser visto” inspirouos momentos de reflexão. O bispoIsaías Gutiérrez, do Chile, ressaltoua necessidade de unir a proclamaçãoda Palavra com o serviço aopróximo e ensino. Disse queapenas proclamar é entregar umevangelho mutilado, mas apenasdar assistência não é salvar. O bispobrasileiro João Carlos Lopes, da 6ªRE, afirmou que todos nós,cristãos, somos viajantes: uns sãoperegrinos, outros são apenasandarilhos, não têm propósito devida. “Deus nos chama para sermosperegrinos. Quando sabemos paraonde vamos, não precisamos provarnada para ninguém. Somos cha-mados para abençoar as pessoas.Para fazer grandes coisas, mascomeçando com coisas simples,

como por exemplo ‘lavar os pés´,como fez Jesus”.

O encontro também resultou naassinatura de um termo decooperação para os próximos doisanos, no sentido de ampliar onúmero de representações, agre-gando outros países da AméricaLatina. E o próximo já está mar-cado:o III Grande Encontro deHomens Metodistas da AméricaLatina e Caribe será na primeirasemana de maio de 2008, emCoquimbo, no Chile. A ComissãoOrganizadora está assim cons-tituída: Carlos Wesley, do Brasil,Bispo Isaías Gutiérrez e GuillermoMathias, do Chile, Andrés Prieto eRev. Pablo Mota, do Paraguai. DoComitê Executivo fazem parte JoséRubio e Hector Ovarzim, do Chile,e Alfredo Vieira Souza, do Brasil.

Suzel Tunes

O que cabe dentro de umamochila? Dentro das mochilinhasconfeccionadas pelas mulheres daIgreja Metodista no Planalto, BeloHorizonte, 4ª RE, foi colocado umkit básico de estudante: 3 cadernospequenos (para os menores), umcaderno grande, de seis matérias(para os maiores), um lápis, umaborracha, duas canetas, uma tesou-rinha, uma caixa de lápis de cor, umacaixa de canetinha hidrográfica, umacola de 90 g. Esse material, entreguea crianças do povo indígena Tre-membé, no Ceará, era o que podiaser visto. Mas dentro daquelasmochilas decoradas com a turminhados Aventureiros em Missão haviamuitas coisas que não podiam servistas, apenas sentidas:

Bagagem de esperançaCom recursos da Alemanha, mulheres da 4ª RE

produzem mochilas para escolas indígenas no CearáSolidariedade

Os recursos para a confecção dasmochilas e compra dos materiaisvieram da Igreja Metodista naAlemanha, numa mobilização quese iniciou no Natal de 2005. Acampanha, intitulada “Escolaembaixo das Palmeiras” tinha comoprincipal referência a EscolaIndígena Tremembé, no municípiode Itarema, Ceará, onde a IgrejaMetodista atua por meio do ProjetoTremembé. A proposta surgiu apartir de uma visita feita por ThomasKemper, secretário de missões daIgreja Metodista na Alemanha, aoprojeto Tremembé, alguns anos atrás.Na ocasião ele conheceu a ação daIgreja, as escolas indígenas da redon-deza, a missionária Marly Schiavinide Castro e lideranças locais.

Comunhão

A produção das mochilas ficoua cargo do Projeto Gerar, criado pelaSociedade de Mulheres e do Mi-nistério de Ação Social da IgrejaMetodista no Planalto. O objetivoinicial do projeto era promoverencontros nos quais as mulheres daigreja local e da comunidade pu-dessem compartilhar seus pro-

blemas e sofrimentos, mas também,alegrias e esperanças. Da comunhãonasceu a ação: foram organizandogrupos para pintar e bordar, costurare cozinhar. “O trabalho visa me-lhorar a saúde mental e emocionale, assim, cooperar na melhoria dascondições de vida. O método incluicursos de capacitação para desen-volvimento pessoal e comunitário,reuniões de reflexão, vivências eapoio pastoral”, diz Lúcia Leiga deOliveira, assessora do projeto.

Auto-estima

As escolas indígenas benefi-ciadas pelas doações não têm apenaso papel de transmitir conheci-mentos do currículo básico mas,acima de tudo, colaborar no resgateda cultura e da auto-estima do povotremembé que, durante muitosanos, sofreu as conseqüências deuma colonização cruel (veja box).Contudo, o Estado mantém asescolas de forma muito precária e aIgreja Metodista tem colaboradocom a manutenção material epedagógica destas instituições.Atualmente, a Igreja está envolvidano projeto de construção de umanova escola na comunidade deMangue Alto, construída em re-

gime de mutirão. “Enquanto cres-cem as paredes, crescem também acapacidade de articulação e orga-nização do povo, pois todo oprocesso de construção física éacompanhado da discussão política,com a participação de professores,lideranças, famílias, incluindo ascrianças, que dão “show”, quandoexpressam suas opiniões e sãoouvidas com seriedade e respeitopelos adultos”, conta a missionáriaMarly. “Deus tem abençoado de talmaneira esse trabalho, que o pessoalda comunidade de vez em quandodiz: “parece até que esse dinheiro tácriando”... Aparece ajuda de onde agente menos se espera, até depessoas que nem sabiam que exis-tiam índios por aqui. Está sendouma experiência e tanto, pra todosnós, e até as dificuldades que surgemse transformam em bênçãos, comas lições aprendidas”.

Dentro das mochilas, lápis, canetas,cadernos... e a esperança de uma vida

melhor

Sorriso no rosto, auto-estima eparticipação: as crianças tremembé sãoouvidas na comunidade

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Julho 2006 11

Missões

Suzel Tunes

O Rev. Oséias Barbosa da Silva é deGuarulhos, São Paulo. Sua esposa, apastora Jane, é de São João de Meriti,Rio de Janeiro. Júnior nasceu emCapão Bonito, São Paulo. Mas, a partirde 21 de julho, a residência destes trêsbrasileiros será a cidadezinha inglesade Tewkesbury, sudeste da Inglaterra.É para lá que o Rev.Oséias está sendomandado como missionário, por umperíodo de cinco anos, para atuar emtrês igrejas locais. “O chamado mis-sionário vem de muito tempo. Quan-do era adolescente tive umaexperiência com Deus, na qual sentio chamado para a obra missionária.No período da faculdade de teologia eapós a graduação tive excelentesexperiências nas igrejas locais pelasquais passei, mas nunca perdi ointeresse de me envolver integral-mente em um campo missionário.Com a publicação do edital paraseleção de uma família missionária

Missionários brasileiros na terra de Wesleypara atuar na Inglaterra, houve umrenascimento do antigo desejo e pelagraça de Deus fui escolhido para servira Igreja na Inglaterra”, conta Oséias.

Mas, o que um brasileiro pode“ensinar” sobre metodismo na terrade Wesley? O pastor explica que aIgreja Metodista da Grã-Bretanhatem um programa missionário querecebe anualmente ministros (as) deoutros países e continentes. “Afinalidade é compartilhar uma visãoe experiência cristã proveniente deuma outra cultura, o queproporciona ao metodismo britânicoa noção de fazer parte de uma grandefamília metodista no mundo. Creioque a Igreja Metodista no Brasil temmuito a contribuir no mundo apartir de uma eclesiologia engajadaàs demandas da sociedade brasileira”.Segundo o Rev. Oséias, as comu-nidades metodistas são majo-ritariamente compostas de pessoasidosas. Atingir os juvenis e jovens,incluindo jovens casais, é um desafiomissionário. “Para isso, precisarei

convencer a Igre-ja a introduzir epraticar uma lin-guagem maismoderna. Pensoque esse é ogrande clamor daIgreja Britânica:comunicar eevangelizar as fai-xas etárias maisnovas”.

Os missioná-rios irão trabalhar diretamente coma comunidade britânica, o queexigiu de Oséias um certificado deproficiência do idioma. Jane e opequeno Júnior aprenderão o inglêsna prática, enquanto se adaptam ànova cultura, ambiente, alimen-tação, amigos. “Um dos grandesdesafios é inserir os componentes dafamília no mesmo propósito. Pensoque a adaptação cultural é o maiorobstáculo a ser transposto. Graças aDeus minha esposa e meu filho têmassumido em parceria esse projetomissionário”.

Revistas para novos públicos:sonhos para o futuro

Oséias avalia os quatro anos quepassou à frente do Conec com alegriae esperança. “Nesse período, a equipeconseguiu dar continuidade aosprocessos e realizar muitos novosprojetos. Pudemos desenvolver osprogramas dos segmentos, captarrecursos financeiros e articular os

programas em todos os níveis. Umdos grandes marcos do período foi amudança do projeto pedagógico dasrevistas de Escola Dominical, queficou mais participativa, facilitando otrabalho dos professores em sala deaula, informa. No futuro, o mis-sionário espera ver novas revistas,atendendo às necessidades do ber-çário, jovens casais, idosos. O pro-grama de discipulado é outra de suaspreocupações. “Ele precisa sermelhor entendido e aplicado naigreja local, assim como há anecessidade de incentivar o trabalhodo laicato em uma igreja que a cadadia está mais clericalizada.Entendemos que a educação cristãé a vida da igreja local, pois atravésdos seus segmentos é que as pessoasaprendem ser discípulos(as),líderes e agentes do Reino de Deusno mundo”.

Para entrar em contato com opastor Oséias e sua família: 80Ashchurch Road Newton Tewkesbury,Gloucester, GL 20 8BX, England.

Rev. Luiz Carlos Ramos (a partirde relato feito pelo Rev. Luciano

José de Lima)

Um antigo sonho de metodistasque moram nas imediações daSerra do Japi, em Jundiaí, SP, está

Nasce uma capela na serra do Japi

se concretizando. No domingo dePentecostes, 4 de junho, ocorreu acelebração inaugural da Capela daSerra, em dependências de umaescola pública do bairro EloyChaves. O novo projeto missionário

ainda não está oficializado, masconta com o apoio de membros daIgreja Metodista de Jundiaí (3ª RE),do pastor local, Rev. Pedro Nolasco,e também de irmãos e irmãs deoutras denominações cristãs. Onome “Capela da Serra” tem umaexplicação histórica que revela umpouco dos objetivos deste projeto.Quem conta é o Rev. Luiz CarlosRamos que já foi pastor em Jundiaíe partilha deste sonho desde o início:

Atribui-se o termo “capela” a SãoMartinho de Tours, que viveu naépoca do imperador Constâncio, noséculo IV d.C. Certa noite, quandocavalgava pela neve, viu ummendigo. Movido por compaixão,rasgou a sua capa em duas partes edeu uma metade para o homem quepadecia de frio. Durante aquelanoite, teve um sonho no qual viaJesus Cristo envolto com a metade

da sua capa. Quando narrou seusonho, o termo que empregou paradesignar a metade da capa (ou capapequena) foi “capela”.

A partir de então, uma pequenaconstrução destinada a acolher oCristo no acolhimento dos irmãos,passou a designar-se “capela”.Estamos chamando o espaço no qualnos reunimos de “Capela da Serra”porque o nosso sonho é que este sejaum lugar onde Cristo seja acolhidono acolhimento que fizermos unsdos outros e por estarmosecologicamente situados ao pé daSerra do Japi. Além disso, há aqui umencontro maravilhoso da natura coma cultura. As serras são edificaçõesgeológicas que naturalmente vão aoencontro do céu, enquanto ascapelas são edificações humanas nasquais sobrenaturalmente Deus vemao nosso encontro.

Sonho de cristãos(as) que moram ao pé da Serra do Japi, o novo ponto missionário nasceucom preocupação social: o ofertório do culto de inauguração foi um quilo de alimento nãoperecível, doado posteriormente à Associação Metodista de Ação Social, Amas.

Igreja Metodista em Tewkesbury, Inglaterra: conquistar os jovens é o desafio missionário

Pastor Oséias e sua família

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12 Julho 2006

Reflexão

Suzel Tunes

Como os metodistas estãovivendo o Evangelho de Cristo? Nocaminho, passo a passo com acomunidade, ou como quem ficana sacada de um prédio, assistindoà vida de longe? Essa foi uma dasprincipais questões propostas pela55ª Semana Wesleyana, realizadana Faculdade de Teologia da Umespentre os dias 22 e 26 de maio. Aprimeira conferência, proferidapelo reitor da Faculdade, Rev. RuiJosgrilberg, teve como tema a“Teologia do Caminho”, destacando

Peregrinos no caminho da GraçaNa 55ª Semana Wesleyana, pastores(as) e seminaristas discutem o

significado da teologia metodista para o Brasila ênfase dada por John Wesley a estametáfora. “Wesley entende a Graçanão apenas como conceito, mascomo vivência. A Graça tem quedescer no caminho e ser inter-pretada na experiência do cami-nhar”, afirmou o pastor. SegundoRui, a teologia wesleyana aborda oser humano como caminhantenum horizonte escatológico: “mes-mo em casa somos estrangeiros;nenhuma parte do caminho é defi-nitivamente nossa”.

Ele explica que a tradução destametáfora na vida cotidiana trazprofundas implicações práticas:andar no caminho da Graça comoperegrino significa viver um cris-tianismo comunitário, humilde eacolhedor, que respeita asdiferenças sem abrir mão dosvalores essenciais. “É uma teologiade transformação e não de auto-afirmação”, afirmou.

“Nós cremos na vida antes damorte”, afirmou o professor Cláudiode Oliveira Ribeiro ao abordar otema da Graça e o conceito desalvação na teologia wesleyana. Eledestacou as dimensões pessoal,coletiva e cósmica da salvação. “Soissalvos (Ef.2.8) não é algo distante; éuma bênção que, por intermédio dalivre misericórdia de Deus, vocêpossui agora”. Já o professor HelmutRenders destacou a “sinergia di-vino-humana no processo sal-vífico”, o “andar como Cristo andou”.Segundo o professor, para a teologiada Graça, o mundo não é consi-derado abandonado, mas aben-çoado. A tarefa do povo de Deus éinteragir com essa presença sal-vífica, a fim de “espalhar a santidadebíblica sobre a terra”.

Contudo, o metodismo bra-sileiro, já “domesticado” pela in-fluência norte-americana, não tem

compreendido realmente o quesignifica essa santidade, na opiniãodo Bispo Paulo Ayres, que discorreusobre Wesley e o Espírito Santo. Parao Bispo, a santidade, enquanto obrado Espírito Santo, tem sido muitomais concebida em termos de estado(ordo salutis) do que em termos deprocesso (via salutis), um contínuoprocesso relacional entre Deus e ahumanidade. “Esse é um perigosoatalho que nos afasta definitivamenteda teologia do caminho da salvação”.

Nas várias palestras e grupos dediscussão do evento, ficou claro que“andar como Cristo andou” e sedesviar dos atalhos perigosos é umdos grandes desafios da Igreja Me-todista nos dias de hoje. Mas, comopregou o Bispo Josué Lazier no cultode abertura do evento, esse desafionão deve paralisar a Igreja: “Servir aDeus significa seguir em frente, nadependência de Deus”.

Rev. José Pontes Sobrinho, secretário-executivo da CoordenaçãoNacional de Expansão Missionária

Teologia, no sentido wesleyano, não é substantivo. Não é um nome,não é um rótulo, não é um conjunto de dogmas. É um verbo: exige açãoque gera transformação.

Wesley possuía uma profunda paixão pelas vidas; queria serinstrumento de Deus para a salvação das pessoas. Num contexto de tantasconfusões teológicas, era seu objetivo mostrar o “caminho” da salvaçãopara o povo, daí a sua forma simples de fazer teologia. Para ele a Igrejaera povo e não hierarquia.

Pode-se dizer que Wesley elaborou sua teologia baseada no caminho dasalvação como forma prática e direta de conduzir o povo na vida cristã, commarcas que podem guiar o caminhante a Cristo Jesus. Mas, longe de ser umconjunto de regras pelas quais as pessoas deviam ser guiadas, a teologia deWesley objetivava um avivamento, primeiramente no indivíduo, a conversãoprivada, e, por conseqüência, nos grupos; sociedade, isto é, o Espírito de Deusopera em nós e nossa resposta é nos colocarmos a seu serviço, em direção aonosso próximo.

Então, poderíamos fazer a seguinte pergunta: Em que consiste oavivamento em Wesley? A partir de suas próprias experiências, podemosentender que é na descoberta da ação da graça de Deus em nós. A preocupaçãodo avivamento wesleyano foi unir a piedade ao saber, ao serviço, ao serhumano, à evangelização e à ação social e vida comunitária. Assim, aafirmação de que Wesley não conhecia religião que não fosse social significaque, para ele, essa religião é uma conseqüência da ação divina em nós, é umfazer como o Senhor fez, amar como Ele amou, acudir e acolher o próximo,como Ele nos acudiu e nos acolheu.

Um verbo no momento presenteSantidade social

Para Wesley, “todo projeto para reconstruir a sociedade que passa poralto a redenção do individuo é inconcebível. E toda doutrina para salvar ospecadores que não tem o propósito de transformá-los em lutadores contra opecado social é igualmente inconcebível.” (Sermão sobre Atos 4.31, de 1744).

O avivamento wesleyano e seu envolvimento com a vida social e políticada Grã-Bretanha tem sido objeto de profunda reflexão ao longo do tempo. Omovimento de avivamento e santidade social de Wesley mudouprofundamente a face da sociedade inglesa no século XVIII. Um políticoinglês teria afirmado: “O movimento que melhorou as condições das classestrabalhadoras em relação a salários, horas de trabalho e outras melhorias,encontrou a maioria de seus melhores chefes e oficiais em homens que seeducam em instituições resultantes do metodismo” (citado no livro Estudossobre o Metodismo, de Ulrich Jahreiss).

Este é um modelo de avivamento pessoal e comunitário, social, profético,evangelizador que reforma a nação, particularmente a igreja, e espalha asantidade bíblica sobre a face da terra, como prática de expansão missionária,tornando o mundo a paróquia de acordo com a visão wesleyana.

Tudo isto aconteceu não porque Wesley fosse um “pensador” genial de seutempo, mas porque lidava com forças mais elevadas do que ele: Aquele quedesperta as grandes energias da religião, toca a força motriz da vida humana;uma força mais profunda do que a política, mais elevada do que a literaturaou a ciência. Wesley trabalhou num domínio tocado pelas brisas da eternidade.Façamos nossa a oração de Habacuque 3.2: “Aviva, Senhor, a tua obra e nodecorrer dos anos faze-a conhecida”.

Adaptado do livro Avivamento - Um Movimento de Santidade, doRev José Pontes Sobrinho, que será lançado neste mês de julho.

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Julho 2006 13

Reflexão

Magali do Nascimento Cunha,jornalista e professora da

Faculdade de Teologia da IgrejaMetodista, onde é responsável pela

Área de Comunicação e RelaçõesExternas

“Já está mais do que na hora de aIgreja Metodista ter o seu programade TV”. “Como podemos ter naUmesp um curso de RTV nacio-nalmente reconhecido por suaqualidade e não termos um programametodista na TV?” Essas são apenasduas das tantas questões levantadas emdiferentes espaços e contextos da IgrejaMetodista em nosso país. Essadiscussão não é nova, mas tem setornado cada vez mais freqüente.

Não resta dúvida de que a pre-sença nos meios de comunicação éhoje, na era da mídia eletrônica,importante para qualquer gruposocial, religioso ou não, que queiratornar públicas suas propostas emensagens. Porém, o desafio quese coloca aos cristãos e cristãs dehoje, especialmente nós, metodistasno Brasil, é responder à perguntamais fundamental: Estar presentena mídia, para quê? Qual deve ser acontribuição da presença das igrejasna mídia para o cumprimento davontade de Deus neste mundo?

Sai o evangelismo e entra oconsumo e a diversão

Em nossos dias, ao analisarmosa crescente presença dos evangélicosna mídia, é possível identificar umadiminuição na ênfase de 20, 30 anosatrás voltada para curas, exorcismose pregação da salvação em Cristo,para cessão de maior espaço àdiversão. Hoje, a programação évariada e adaptada à dinâmica dosprogramas de outras emissoras, comênfase no lazer. Na TV, exibem-seos clipes e os shows musicais, filmesbíblicos, programas de auditório, deentrevistas e debates. Nas rádios FM,o modelo é o mesmo das outras:música na maior parte do tempo,entrevistas, debates, jornalismo(menor parte), jogos e distribuiçãode brindes para os ouvintes. Um

Metodistas na mídiaA Igreja Metodista deve ter um programa de TV? Uma contribuição ao debate

forte exemplo disso é que o únicopregador que se mantém na TVdesde os anos 70, o missionário R.R. Soares, transformou o que tinhaantes o formato de um cultoreligioso para um formato deprograma de auditório e abriuespaço para as apresentaçõesmusicais gospel, revelandoacompanhar a tendência de buscade audiência entre os evangélicos –o “Show da Fé”.

Essa característica une-se ao fatode que os evangélicos são agora umsegmento, um mercado em plenaexpansão. Se no passado havia umaênfase no convite à conversão e nadivulgação da denominaçãoreligiosa, hoje a programação dasrádios FM, os programas televisivose a infinidade de páginas religiosasna Internet são, na maioria,dirigidas ao público já vinculado aalguma igreja. Um forte destaque éa exibição de conteúdo musical pormeio de clipes ou apresentação decantores(as) e grupos musicaisgospel – dada a força do mercado damúsica evangélica. Os demaisaspectos da programação (debates,sessões de oração, estudos esermões) não têm a ênfase dapregação da salvação, mas naexplicitação de uma determinadadoutrina para conquista de públicopara a programação e deconsumidores para os produtosveiculados. Com isso, a igreja ougrupo que tem por meta avisibilidade pública, a garante, alémde ganhar uma audiência que buscauma aproximação individual comDeus e oferecer diversão “sadia”.

Mas, comofica a Igreja Me-todista na mídia?

Em plenoséculo XXI, naforma como omundo modernoestá estruturado,mais do que emqualquer outromomento dahistória, se algum

grupo tem um projeto de alcancede pessoas, tem que ter umapresença na mídia. Mas, com basenesta breve análise apresentada e,acima de tudo, nos valores do Reinode Deus e nos princípiosmissionários da tradição wesleyana,disponho-me aqui a indicar algunscaminhos para que a discussãosobre este tema seja feita comcoerência e responsabilidade:

1 – Um projeto de presença namídia não pode ser dissociado deum projeto mais global que prevejaações de comunicação interna (nointerior da Igreja) e externa (com asociedade). Isto quer dizer esta-belecer uma política de comu-nicação que oriente todas as açõesda igreja nessa área.

2 – Uma vez que a política decomunicação defina que a mídiaeletrônica deverá ser meio paracomunicação interna e externa, é

Concílio Geral terácobertura pela InternetUma das diretrizes delineadas pelo relatório da Cogeam no 17º

Concílio Geral, em 2001, era a criação de um “Portal Metodista”,com o objetivo de “homogeneizar as informações provenientes dasIgrejas Locais, Regiões, Órgãos, Instituições (Educacionais e Sociais),entre outras, intensificando a identidade da Igreja Metodista”. Esseprojeto já está se concretizando. O site da Sede Nacional(www.metodista.org.br) está sofrendo total reestruturação eunificando-se, num projeto-piloto, com o site da 3ª RegiãoEclesiástica. O sistema, desenvolvido pela empresa Vetor Web,permite que os sites regionais e nacional compartilhem do mesmobanco de informações. No mês de julho, o novo portal já está sendoposto à prova: veiculará toda a cobertura jornalística do 18º ConcílioGeral. Para quem não dispõe deste recurso, as principais informaçõesdo Concílio serão divulgadas no Expositor Cristão de agosto.

preciso explicitar que tipo de mídiaé mais viável para receber uminvestimento da Igreja. Isso porquese descartamos a visibilidade comometa (valor que não pertence aoReino de Deus), não vamos entrarna TV ou em qualquer outra mídiaeletrônica apenas para seguir o cursodo mercado religioso. Então, de-vemos perguntar: Quem queremosatingir? Para comunicar o quê? Orádio é o meio que mais atingepessoas neste País e a Internetaquele que mais tem avançado – oque isto nos indica na prática?

Por fim, devemos sempreaprender do testemunho bíblicosobre Deus como um grandecomunicador, que lança mão dediferentes meios para recuperar suacomunhão com a humanidade. Aspalavras, as ações, os seres vivos, osfenômenos da natureza, tudo émeio para a comunicação divina, aponto de Ele eleger a vida humanapara comunicar-se integralmente:Jesus Cristo, o portador da “boanotícia” (Evangelho) de que aredenção da criação é possível.Sejamos, portanto, inspirados porDeus para a busca dos melhoresmeios, tendo em vista sempre queJesus Cristo comunicou, com aprópria vida, que visibilidade eresultados devem ser conseqüênciasdo ministério concretizado noamor ao mundo.

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14 Julho 2006

Entrevista

Suzel Tunes

É nos dias de Escola Bíblica de Férias que ostemplos metodistas ficam mais bonitos: os bancosficam ocupados por crianças, os murais ganhamdesenhos coloridos e toda a Igreja parece reju-venescer. Passada a programação especial, noentanto, será que o trabalho com crianças temcontinuidade? O que fazer para que a evange-lização de crianças não se limite aos dias de férias?E, afinal de contas, que conteúdos podem sertransmitidos em tão pouco tempo? São questõescomo essas que a coordenadora do DepartamentoNacional de Trabalho com Crianças, Rosete deAndrade, discute com o Expositor Cristão:

As Escolas Bíblicas de Férias recebem tantocrianças “metodistas de berço” quanto aquelasque nunca entraram numa igreja. Como épossível fazer um trabalho educativo compúblicos tão distintos?

Isso é possível a partir de um cuidado muitogrande na elaboração de um material didáticocontextualizado e abrangente. O DepartamentoNacional de Trabalho com Crianças tem propostoa cada biênio um tema que orienta a reflexão eintegra a caminhada em todo o Brasil. A partirdas crianças, a Igreja tem sido desafiada à reflexãode temas urgentes e atuais, promovendo odiálogo, orientando e posicionando-se. Noúltimo biênio com o tema “Todas as crianças sãonossas crianças” a Igreja foi desafiada a olhar alémdos seus muros e perceber e atender às criançasque precisam de seu afeto e serviço. Em 2005, aênfase foi “Celebramos nossas diferenças”, naperspectiva de não apenas reconhecer e res-peitar as diferenças, mas celebrá-las. Neste ano,o tema que nos motiva e integra a nossa ação é“Superando a violência, construindo a paz”.Queremos refletir com as crianças sobre nossasrelações especialmente em casa e na escola.Perceber que cada um de nós participa daconstrução desses ambientes: com nossaspalavras, ações e sentimentos podemoscontribuir para a construção da paz ou parasemear e fazer crescer a violência aonde vivemos.

De que maneira estes temas orientam asatividades desenvolvidas?

Escola Bíblica de Férias: muito além de papel e lápis de corOs temas, definidos com a participação das

coordenadoras do trabalho com crianças em cadaRegião Eclesiástica, são norteadores de todas asnossas ações: capacitações nacionais e regionais,produção de material (EBF, CDs, Histórias dosAventureiros em Missão, atividades na página daInternet), encontros com pais, mães e familiares,Vigília Nacional pela Criança (em outubro),Encontros Regionais com Crianças, etc. A EBF éuma ferramenta importante para garantir a reflexãodo tema anual com as crianças. Esses encontros,sempre descontraídos e divertidos, têm se mostrado,também, excelentes oportunidades para refletir comas crianças sobre os grandes desafios da atualidade.

Como é possível desenvolver uma boa EBFnos dias de hoje, quando as famílias e pro-fessores, de maneira geral, dispõem de tãopouco tempo durante a semana?

A EBF não pode contar apenas com o apoiodos professores de Escola Dominical. Toda aIgreja tem que estar envolvida nas atividades,mulheres, homens, jovens, juvenis. O fato determos um material didático gratuito tambémajuda bastante. Acaba de ser enviado às igrejaslocais mais um caderno subsídio para EscolaBíblica de Férias (também disponível paradownload no site do Expositor Cristão).

Uma boa Escola Bíblica deve lotar os bancosdas Igrejas?

Desde que a Igreja dê conta de atender depois...O ideal é se ter um número de crianças que aIgreja consiga atender depois da EBF, no dia-a-

Rosete de Andrade, coordenadora do DepartamentoNacional de Trabalho com Crianças

dia, por meio de visitas e acompanhamento dasfamílias. Afinal, a proposta da EBF é promover naigreja espaço de convivência e aprendizado paraalém da Escola Dominical. Nossa intençãoenquanto igreja é contribuir para a formação depessoas melhores e que, com certeza, estabelecerãorelações pessoais mais saudáveis, baseadas no amor,respeito e diálogo. Meninas que saberão o seu valore que poderão construir relações em condições deigualdade, tornando-se mulheres mais felizes eseguras; meninos que descobrem que são parceirose não donos da verdade, companheiros e nãochefes, resultando em cidadãos, maridos e paismais responsáveis, sensíveis, participativos esolidários. Uma boa Escola Bíblica de Férias é aque caminha nessa direção.

Músicas de paz e aventuras na terra de Wesley

As EBFs que ocorrem durante os projetos UmaSemana pra Jesus (foto) chegam a reunir 700 crianças e

servem de inspiração para as igrejas locais.Mas lotar os bancos da igreja não basta:

é preciso visitar as famílias depois

A ação educativa é uma marca domovimento metodista. Em 1748, João Wesleyfundou a primeira Escola Metodista na Inglaterra(Kingswood School) para atender aos filhos dostrabalhadores nas minas de carvão. Hoje, oDepartamento Nacional de Trabalho comCrianças empenha-se no lançamento de materialpedagógico para dar suporte aos educadores queatuam na Escola Bíblica de Férias, EscolaDominical e projetos sociais. Um doslançamentos mais recentes é o CD “Convite paraa Paz”, tema que está orientando todas as açõesatuais do trabalho com crianças. Com 27 cançõesem ritmos e temas bem variados, o CD pode sercompartilhado por toda a família. O livro“Aventuras na Terra de João Wesley” é outra conquista do DNTC, em parceria com a Faculdade deTeologia e a Coordenação Nacional de Ação Missionária. O livro conta a história do metodismo a partirdos “Aventureiros em Missão”, personagens criados pelo pastor e ilustrador Sílvio Gonçalves Mota, da 2ªRE. “A proposta é muito gostosa: a turminha dos Aventureiros em Missão viaja à Inglaterra e, a partirdos locais que visita e das experiências que vive, conta a história das origens da fé metodista. A idéia éfazer com que as crianças sintam-se parte dessa história, gerando compromisso com a construção dahistória daqui para a frente”, diz Rosete de Andrade. E ela já avisa: o projeto terá continuidade numsegundo livro, que contará a história do Metodismo em terras brasileiras. Aguardem!

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Julho 2006 15

Leitura obrigatória para todos aqueles(as) quedesejam compreender a teologia wesleyana, oclássico “Viver a Graça de Deus”, de Walter Klaibere Manfred Marquardt, estava esgotado. A Editeo,Editora da Faculdade de Teologia, solucionou esseproblema com o lançamento da segunda ediçãoda obra. Os autores são teólogos da IgrejaEvangélica Metodista na Alemanha quecompartilham da preocupação de John Wesley emunir sólida formação acadêmica e o saber

consistente com profunda piedade cristã. O livro ressalta a relevância datradição teológica metodista para a atualidade, pondo em destaque adimensão dialógica indispensável para uma teologia realmentecontemporânea. Informações e vendas (11) 4366-5944.

Cultura

Agenda

Viver a GraçaEm 1913, por ocasião da mudança do Instituto

Central do Povo para o atual local (bairro da Gamboa,RJ), o sanitarista Oswaldo Cruz comentou com oRev. Hugh Clarence Tucker, fundador do ICP: “Meucaro amigo, por que escolheste este local para a tuainstituição? O mais perigoso, e a parte mais difícil dacidade. Seus moradores fazem até barricadas na ruapara enfrentar a polícia”. Retrucou-lhe o missionário:“É lá que se faz necessário o nosso trabalho”. Sãohistórias como essa que o livro Instituto Central do Povo – 100 anos emmissão, de Anita Betts Way, traz à nossa memória. Os recursos obtidos coma venda do livro serão destinados ao trabalho da instituição, que atendejovens, adultos e idosos, em projetos de ação social e educacional.Informações: (21) 2516-9208

Centenário de missão

A CA CA CA CA Cooooommmmmunidaunidaunidaunidaunidaddddde de de de de de Ede Ede Ede Ede Educação Tucação Tucação Tucação Tucação Teeeeeológológológológológica Ecumênicaica Ecumênicaica Ecumênicaica Ecumênicaica EcumênicaLatinoamericana e CaribenhaLatinoamericana e CaribenhaLatinoamericana e CaribenhaLatinoamericana e CaribenhaLatinoamericana e Caribenha, Cetela, promove sua 8ª JornadaTeológica com o tema “Interculturalidade, Negociação de Saberes eEducação Teológica”, de 4 a 7 d4 a 7 d4 a 7 d4 a 7 d4 a 7 de je je je je julhoulhoulhoulhoulho, na Universidade Metodista. Ocontraste dos contextos urbanos e a questão da etnicidade serão alguns dostemas abordados. Mais informações: (11) 4366-5808.

Aids e ReligiãoAids e ReligiãoAids e ReligiãoAids e ReligiãoAids e Religião será o tema de um seminário promovido peloPrograma Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, de 6 a 7 de6 a 7 de6 a 7 de6 a 7 de6 a 7 dejulhojulhojulhojulhojulho, em Brasília. As mesas redondas terão a participação de pesquisadorese representantes da sociedade civil que trabalham com o tema, tanto comoleigos como religiosos. O seminário servirá como reunião preparatóriapara a Conferência Mundial de Aids, que acontece em Toronto, Canadá,em agosto, onde haverá uma discussão sobre o tema. Mais informações:

(61) 3448-8100 E-mail: [email protected] 18º Concílio Geral da Igreja MetodistaO 18º Concílio Geral da Igreja MetodistaO 18º Concílio Geral da Igreja MetodistaO 18º Concílio Geral da Igreja MetodistaO 18º Concílio Geral da Igreja Metodista acontece em Aracruz,

Espírito Santo, de 10 a 16 de julho 10 a 16 de julho 10 a 16 de julho 10 a 16 de julho 10 a 16 de julho. Acompanhe a cobertura diária pelosite www.metodista.org.br e, na edição de agosto, reportagem especial noExpositor Cristão.

O XIX O XIX O XIX O XIX O XIX “““““VVVVVindindindindinde e Le e Le e Le e Le e Louououououvvvvvai”ai”ai”ai”ai” é o evento que ocorre na Igreja Metodistaem Itaquera, de 10 a 15 de julho10 a 15 de julho10 a 15 de julho10 a 15 de julho10 a 15 de julho. É uma atividade de férias da mocidadelocal com o apoio do grupo de música. Informações pelos telefones (11)6137-2583, 8148-4463 ou 6458-1692.

A 11ª A 11ª A 11ª A 11ª A 11ª AAAAAssessessessessembmbmbmbmbléia Mléia Mléia Mléia Mléia Mundial da Fundial da Fundial da Fundial da Fundial da Feeeeedddddeeeeerrrrração Mação Mação Mação Mação Mundial dundial dundial dundial dundial deeeeeMMMMMulheulheulheulheulherrrrres Mes Mes Mes Mes Meeeeetttttooooodistasdistasdistasdistasdistas será realizada em Jeju, Coréia do Sul, de 11 a 1711 a 1711 a 1711 a 1711 a 17de julhode julhode julhode julhode julho. Jane Eyre, da 5ª RE, irá ao evento como presidente daConfederação Feminina Metodista da América Latina e Caribe.

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Beentcomdo

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16 Julho 2006

Página da Criança