criação de conselhos de direitos em municípios estados 2013 seadh cartilha... · de...

57
CRIAÇÃO DE CONSELHOS DE DIREITOS EM MUNICÍPIOS E ESTADOS - uma cartilha básica - PDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.com PDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.com

Upload: trinhnguyet

Post on 25-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Criação de Conselhos de direitosem muniCípios e estados

- uma cartilha básica -

PDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.comPDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.com

Criação de Conselhos de direitosem muniCípios e estados

- uma cartilha básica -

Ficha Técnica

Produção: Contemporânea

Textos: Ralf Rickli

Revisão: SubDH/ASCOM

Projeto Gráfico: Link Editoração

1ª Tiragem: 1.000

Criação de Conselhos de Direitosem Municípios e Estados - uma cartilha básica

Apresentação

Democracia a várias mãos

A democracia pressupõe uma forte interação entre os poderes cons-tituídos e a sociedade, onde se faz valer o permanente diálogo e o debate de ideias em favor da coletividade. Neste contexto, os

conselhos estreitam esta relação e também se constituem como im-portante organismo de controle social.

É preciso salientar que todas as conferências setoriais enfatizam, em suas recomendações, a criação, o fortalecimento e capacitação dos con-selhos numa perspectiva de que eles são fundamentais para ajudar os governos na formulação e no acompanhamento de políticas públicas.

Apesar de não serem executores das políticas públicas, fica cada vez mais evidente que os conselhos têm ocupado lugar de destaque como um dos pilares de sustentação para uma gestão compartilhada em es-tados e municípios, assumindo corresponsabilidades e proporcionado avanços significativos para a população brasileira.

Entender o papel dos conselhos é fundamental para uma gestão democrática.

O crescimento da importância dos conselhos na vida pública brasilei-ra e, em especial na vida pública capixaba, criou a demanda por orien-tações claras e objetivas que facilitem a sua criação. É a essa demanda que a SEADH visa responder com esta cartilha.

Boa leitura!

Vitória, dezembro de 2013

Helder SalomãoSecretário Estadual de Assistência Social e Direitos HumanosPerly CiprianoSubsecretário Estadual de Direitos Humanos

sumário

Observação inicial: municípios e estados 8

1 Relembrando o que são e para que servem os Conselhos de Direitos 9

Tipos de conselhos: os limites da presente cartilha 12

Os conselhos são obrigatórios? 14

Sugestões de leituras complementares (Seção 1) 15

2 Passo a passo para a criação de Conselhos de Direitos em municípios 17

Ponto de partida 17

Passo 1: Identificar os atores 18

Passo 2: Reunir os atores 20

Passo 3: Criação e promulgação da lei 22

Passo 4: Instalação do Conselho 27

Passo 5: Primeiros atos do novo Conselho 28

Sugestões de leituras complementares (Seção 2) 30

Considerações finais e referências 31 Sumário

3 Anexos Exemplos de leis de criação e de regimentos internos de conselhos 33

Sugestão de Projeto de Lei de criação de um CMI 34

Lei 6.826/2006: CMDH de Vitória, ES 39

Sugestão de Regimento Interno de um CMDCA 46

Regimento Interno do Conegro de Vitória, ES 52

Sumário

ObservaçãO inicial | municípios e estados

Para simplificar a leitura, esta cartilha fala sempre de conselhos mu-nicipais, mas se aplica também à criação de conselhos estaduais, bastando que se façam pequenas adaptações, por exemplo:

Onde se lê è deve-se ler

município, municipal è estado, estadual

prefeito(a) è governador(a)

Câmara è Assembleia

vereadores(as) è deputados(as) estaduais

9

Relembrando o que são e para que servem os Conselhos de Direitos

O Estado existe para garantir e promover a dignidade de todas as pessoas.

(Ikawa; PIovesan; almeIda, 2007, p. 39)

Conselhos e Conferências são mecanismos de colaboração entre a sociedade e o poder público na administração de questões que dizem respeito à sociedade em geral (p. ex. saúde) ou a segmen-

tos específicos dessa sociedade (p. ex. pessoas idosas, mulheres, etc). Sua função principal é participar da formulação e do acompanha mento da execução das políticas públicas relativas a essa área ou segmento. Com tal participação de interessados diretos e de outras pessoas seria-mente envolvidas com a realidade da área em questão, torna-se possí-vel ao poder público atingir um foco muito mais preciso nas suas ações.

O atual modelo de Conselhos e Conferências com poderes deliberati-vos, abertos a uma ampla participação social, presentes nos três níveis de administração do país (municipal, estadual e federal), vem sendo im-plantado gradualmente desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã. Trata-se de uma contribuição brasilei-ra original ao aperfeiçoamento da democracia, a qual vem inspirando interesse e respeito no mundo todo.

1

10

Isso não significa que não houvesse Conselhos e Conferências antes, po-rém eram muito poucos: o Conselho Superior de Ensino (precursor do atual Conselho Nacional de Educação – CNE) foi criado em 1911 e o Con-selho Nacional de Saúde, apenas em 1937. Acresce que este era um “conse-lho de notáveis” (especialistas), nomeados de cima para baixo, sem nenhum tipo de participação popular, e de caráter apenas consultivo.

Duas semanas antes do golpe de 1964 foi promulgada a lei que criou o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), po-rém o regime militar, além de só implementá-lo em 1968, o man-teve apenas como “fachada” para desarmar alguns setores da opi-nião pública, com pouca ou nenhuma influência real. Só após o fim

CONSELHO

DemocraciaRepresentativa

PODERPÚBLICO

SOCIEDADECIVIL

DemocraciaParticipativa

ONGs Associações, Sindicatos,

Clubes, Igrejas, Grupos, etc.

Executivo Legislativo Judiciário

DIAGRAMA 1Adaptado de

Cássia Almeida

11

da ditadura, o CDDPH teve como assumir adequadamente o impor-tante papel que tem desempenhado.

Quanto às Conferências – que se reúnem por alguns dias, com inter-valo de um ou vários anos, para elaborar questões de determinada área de modo intensivo –, elas tiveram seu modelo criado em 1941, com a Conferência Nacional de Saúde, porém até o fim da ditadu-ra militar esta permaneceu a única modalidade, e foi realizada ape-nas sete vezes.

Em 1985, ano do retorno do poder civil, tem lugar a primeira Conferên-cia fora da área da saúde (a de Ciência, Tecnologia e Inovação), e é criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

No entanto, foi só após a Constituição de 1988 que se firmou o atual modelo dos conselhos e conferências (como vemos nos três exem-plos fundadores a seguir) e se difundiu pelos mais diversos setores e níveis administrativos:

→ Em 13/07/1990, a Lei 8.069 (Estatuto da Criança e do Adolescen-te) estabelece: “Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: [...] II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con-troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participa-ção popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais”.

→ Em 28/12/1990, a Lei 8.142 estabelece: “Art. 1º O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I - a Con-ferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde” - determinando ain-da que o conselho será permanente e deliberativo e que os usuá-rios do sistema terão representação paritária frente ao conjunto dos demais segmentos representados.

→ Em 04/01/1994, a Lei 8.842 determina: “Art. 6º Os conselhos na-cional, estaduais, do Distrito Federal e municipais do idoso se-rão órgãos permanentes, paritários e deliberativos, compostos por igual número de representantes dos órgãos e entidades pú-blicas e de organizações representativas da sociedade civil ligadas

12

à área. Art. 7º Compete aos conselhos de que trata o artigo ante-rior à formulação, coordenação, supervisão e avaliação da polí-tica nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias polí-tico-administrativas”.

De 1992 a 2011, tiveram lugar 113 Conferências Nacionais (contra apenas sete de 1941 a 1980 e outras sete de 1985 a 1987), relativas a 33 áreas, em sua maioria preparadas por Conferências prévias municipais e estaduais.

Quanto aos Conselhos Nacionais, em 2013 são em número de 40, mui-tos dos quais com previsão em lei de que haja correspondentes esta-duais e municipais.

tipos de Conselhos | os limites da presente cartilha

É preciso observar que ainda não existe, na legislação nacional, uma sis-tematização unificada dos diferentes tipos de Conselhos e de suas for-mas de estruturação e funcionamento. Em compensação, não faltam estudos que apontam certas linhas fundamentais presentes na maior parte das leis relativas a Conselhos, de modo que, mesmo por trás de uma considerável variedade e flexibilidade, estes ficam caracterizados com bastante clareza.

O objetivo da presente cartilha é orientar quanto à criação dos chama-dos Conselhos de Defesa de Direitos, dos quais existem hoje sete mo-dalidades estabelecidas em nível nacional e com correspondentes em muitos estados e municípios – embora nada impeça que se desenvol-vam ainda outras modalidades, como já tem acontecido de acordo com necessidades locais ou regionais (ver Tabela 1).

13

Tabela 1

Os 7 tipos principais de Conselhos de Direitos com base na estrutura de Conselhos Nacionais (2013)

ÁREA OU SEGMENTO

CONSELHO NACIONAL

CONSELHOS ESTADUAIS exemplos de nomes

CONSELHOS MUNICIPAIS exemplos de nomes

DIREITOS HUMANOS (GERAL)

CDDPH - Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

ES: CEDH CMDH

CRIANçAS E ADOLESCENTES

Conanda - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

ES: Criad Outros: Cedca, Cedeca

CMDCA Vitória: COMCAV Curitiba: COMTIBA

IGUALDADE RACIALCNPIR - Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial

ES: CepirCMPIR

Compir

MULHERESCNDM - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher

ES: Cedimes - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher

Vitória: Comum

Porto Alegre: Condim

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Conade - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

ES: Condef Outros: Conped, CDPD, Coede, Coepede, CEAPcD

CMPD Vitória: Comped Florianópolis: CMDPD

PESSOAS IDOSASCNDI - Conselho Nacional dos Direitos do Idoso

ES: CeddipiCMI Vitória: Comid

POPULAçÃO LGBT OU DIVERSIDADE SExUAL

CNCD/LGBT - Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT

RJ: CELGBT - Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT

MS: Ceds - Conselho Estadual da Diversidade Sexual

Teresina: Conselho Municipal dos Direitos da População LGBT

Piracicaba: CMADS - Conselho Municipal de Atenção à Diversidade

Exemplos de Conselhos de Direitos existentes localmente, ainda não generalizados: povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais etc.

Também poderiam ser mencionados aqui os Conselhos de Juventude, embora venham tendo mais o caráter de Conselhos de Política Públicas em sentido geral do que de Conselhos de Defesa de Direitos. Estes já existem em nível nacional (Conjuve), estadual (Cejuve, CEJ, Cojuerj, etc) e municipal (Comjuv, CMJ, Comjuve etc).

14

Esses Conselhos de Defesa de Direitos – ou simplesmente Conselhos de Di-reitos – constituem um subtipo de uma categoria mais geral, a dos chama-dos Conselhos de Políticas Públicas, ou Conselhos Setoriais, que podem ser voltados a qualquer área tocada pela administração pública: saúde, assis-tência social, cultura, educação, segurança, transporte etc. É possível que as orientações desta cartilha também ajudem na criação de Conselhos des-sas outras áreas, desde que com cautela; é indispensável investigar tam-bém o que há em matéria de legislação federal e estadual específica sobre Conselhos da área objetivada, bem como exemplos de leis de criação e de regimentos internos de Conselhos já constituídos em outros municípios.

Além dos Conselhos de Políticas Públicas, deve-se mencionar que as leis também prescrevem a forma “Conselho” para o enfrentamento e ges-tão de diversas questões em nível local – como os Conselhos Tutelares, instituídos pela Lei 8.069/1990 (Ecriad) e os Conselhos Escolares, pre-vistos pela Lei 9.394/1996 (LDBEN), que não existem em versões mu-nicipal, estadual e nacional. Advertimos que as orientações da presen-te cartilha não são adequadas para estes casos, devendo-se buscar li-teratura mais específica a respeito deles.

os Conselhos são obrigatórios?

Atualmente há três tipos de Conselhos de Políticas Públicas que, pe-las disposições das leis que os criaram, são obrigatórios nos estados e nos municípios para que estes possam receber verbas federais para as respectivas áreas. São os conselhos de:

→ Saúde

→ Assistência Social

→ dos Direitos da Criança e do Adolescente

Destes, apenas o terceiro se enquadra no subtipo “Conselhos de Defesa de Direitos”.

Isso não significa que os outros sejam opcionais – antes de mais nada, porque sua existência também pode ser exigida em editais específi-cos para celebração de convênios entre União e estados, entre União

15

e municípios ou entre Estado e municípios e ainda em uma ampla va-riedade de outras situações.

Não se deve imaginar que Conselhos e Conferências sejam “um mo-dismo que vai passar”. Pelo contrário, os acontecimentos de 2013 no Brasil mostram que a demanda por participação na gestão da so-ciedade só tende a crescer. Pode-se prever que a sociedade vai não apenas cobrar a existência de mais Conselhos, mas também que es-tes sejam, mais e mais, espaços de participação de fato, e não ape-nas uma exigência formal.

O gestor público arguto certamente não verá nisso um problema, e sim uma oportunidade vantajosa. A deliberação solitária e autocráti-ca pode parecer mais fácil e rápida, porém quase sempre leva a proble-mas posteriores, pois não há quem possa conhecer sozinho todas as variáveis de todas as questões de todos os setores. Deliberações cole-giadas podem demandar mais tempo e trabalho de início, porém ten-dem a ser mais certeiras por se basearem em uma amostragem maior e mais rica de aspectos das questões, terminando por prevenir proble-mas e economizar o tempo e o trabalho que seriam gastos em reme-diá-los posteriormente. Além disso, a população tende naturalmen-te a defender determinada política e a colaborar com sua implanta-ção quando sente que essa política também é sua, por haver tomado parte em sua concepção e desenvolvimento.

sugestões de leituras Complementares (seção 1)

→ http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/cc/2/caracterizacao.htm

→ http://www.secretariageral.gov.br/art_social/conselhos-e-conferencias

→ http://www.conselhos.mg.gov.br/pagina/listagem_conselhos

17

2Passo a passo para a criação de Conselhos de Direitos em municípios

ponto de partida

Os primeiros momentos da criação de qualquer Conselho Municipal de Direitos envolvem necessariamente as seguintes partes:

→ a sociedade civil residente no município, e

→ a chefia do Poder Executivo municipal, ou seja, o(a) prefeito(a).

A iniciativa pode ser de qualquer uma das partes, mas terá sempre que envolver também a outra. Ou seja:

→ a(o) prefeita(o) pode chamar a sociedade civil para construir o proje-to juntamente com representantes do Poder Executivo, ou

→ a sociedade civil pode tomar a iniciativa e solicitar a participação do(a) prefeito(a). (Segundo a bibliografia, se a(o) chefe do executi-vo se recusar a dar atenção à questão, pode-se solicitar a ajuda do Ministério Público para isso, o que naturalmente só se recomenda caso esgotados os outros recursos).

Sinopse dos passos seguintes:

Uma vez construídos os projetos do Conselho e da lei que o criará,

→ a(o) prefeita(o) envia o projeto a Câmara Municipal;

→ a Câmara analisa o projeto e o transforma em lei, e

→ o(a) prefeito(a) sanciona e manda publicar a lei.

Importante

Qualquer pessoa pode tomar a primeira iniciativa de mobilização, mas para os passos seguin-tes é indispensável que mais pessoas se envolvam ativamente. Os Conselhos existem justa-mente para possibilitar maior participação democrática, portanto ninguém deve pensar que será “dono” do futuro Conselho por ter dado o “pontapé inicial”.

18

passo 1 | Identificar os atores

Efetuar um levantamento dos órgãos públicos e das entidades da socie-dade civil presentes no município que tenham (ou possam vir a ter) qual-quer relação com a área de atuação do Conselho a ser criado (igualdade racial, pessoas idosas, Direitos Humanos em geral etc). É conveniente:

→ listar os nomes dos órgãos e entidades;

→ solicitar ou pesquisar seus endereços, e-mails e telefones para con-tato, bem como nomes de pessoas-chave;

→ fazer contato, buscando motivá-los a participar da realização do primeiro encontro, e

→ enviar convite para o primeiro encontro também por escrito.

Tomar em consideração órgãos e entidades como:

Órgãos públicos:

a) Esfera municipal: todas as secretarias municipais que possam ter relação com a área em questão, bem como representantes do poder legislativo municipal.

b) Esfera estadual: todas as representações dos três poderes estaduais e/ou órgãos vinculados, instalados no município, que possam ter relação com a área em questão (Ministério Público, Defensoria Pública, representações de secretarias estaduais, agências de desenvolvimento etc).

c) Esfera federal: todas as representações e/ou órgãos de jurisdição federal instalados no município, vinculados a qualquer um dos três poderes federais, que tenham relação com a área (universidades e/ou institutos federais, Incra, Ministério Público Federal etc).

Entidades da sociedade civil, como:

a) Grupos, formalizados ou não, representativos do(s) segmento(s) que é (são) objeto de atenção do Conselho a ser criado (idosos, pessoas com deficiência, LGBT etc.);

19

b) Entidades que já atuam com o segmento em questão;

c) Conselhos comunitários;

d) Conselhos profissionais (OAB, CRP, Cress etc.);

e) Sindicatos de trabalhadores no comércio, indústria, agricultura, transportes e serviços (categorias profissionais);

f) Sindicatos patronais do comércio, indústria, agricultura, transportes e serviços (categorias econômicas);

g) Associações de moradores;

h) Clubes de serviços (Rotary, Lyons etc.);

i) Igrejas, pastorais e outras organizações religiosas, de todos os credos presentes no município, sem desconsiderar os não-cristãos (budistas, muçulmanos, afrobrasileiros, entre outros);

j) Pessoas de relevante saber ou dedicação à área em questão (professores, pioneiros na mobilização do segmento no local etc.), e

k) Imprensa local (falada, escrita, televisiva e internética).

Observações complementares sobre o passo 1

Criar e implantar Conselhos Municipais sem que haja uma preparação e mobilização dos setores sociais envolvidos seria um desserviço à democracia participativa prevista na Constituição Federal, pois apenas duplicaria as instâncias burocráticas envolvidas com a área, tornando a gestão mais complexa, sem trazer nenhuma das vantagens decorrentes de a população contribuir para a elaboração e assumir junto com o governo as decisões voltadas ao seu bem-estar.

As estratégias para alcançar participação popular nos estudos e discussões iniciais para a criação de um Conselho Municipal são variadas, como, entre outras:

→ formação de grupos de entidades não-governamentais;

→ criação de fóruns permanentes formados por pessoas interessadas e grupos sociais, e

20

→ realização de seminários em que participem pessoas interessadas, grupos sociais, entidades governamentais, universidades, grupos, clubes, associações.

É digno de nota que anteriormente as organizações não-governamentais eram convidadas a participar apenas da execução prática das ações (por exemplo, de mutirões). Agora, a Constituição Federal chama a participar de atividades antes privativas dos dirigentes políticos, dos homens de Estado, como a formulação de políticas e controle das ações em todos os níveis.

Em outras palavras: o povo é chamado a ajudar a decidir o que fazer em relação aos seus membros que têm seus direitos sociais ameaçados ou violados, inclusive sobre quanto e como gastar para enfrentar esses pro-blemas e promover a qualidade de vida de todos.

Tratando-se de um desenvolvimento relativamente novo na arte da administração pública, é de grande importância estabelecer logo de início uma atitude e um espaço de diálogo e negociação entre o governo municipal (prefeito e vereadores) e a população organizada, visando a reduzir o receio frente à participação do povo no poder, o que ainda assusta alguns governantes, causando-lhes indagações sobre sua própria condição de responsáveis eleitos para decidir em nome do povo.

passo 2 | Reunir os atores

Realizar o “1º Encontro da Política para .... no município” (Política para Idosos, Política para Comunidades Tradicionais, Política de Direitos Humanos etc.) com os órgãos públicos e entidades da sociedade civil convidados, para conhecimento mútuo, estudo do tema e discussão inicial de uma Política Municipal para o setor.

Podem-se convidar uma ou mais pessoas de fora do município, ligadas ao tema, para contribuir com uma breve palestra de apresentação da temática e/ou permanecer à disposição para consultas durante o evento (representantes do Conselho Estadual correspondente ou de entidades representativas do segmento, membros de universidades, OAB, Ministério Público, Defensoria Pública). Convém deixar claro a tais

21

convidados que sua participação será um enriquecimento, mas não o motivo central do evento, que é, sobretudo, um processo de auto- organização da sociedade local.

Objetivos do primeiro encontro

Informar, estimular e orientar para a criação, implantação e funcio-namento do Conselho em questão, em ação integrada entre poder público e sociedade civil.

Propostas para a pauta do primeiro encontro

→ Apresentação dos participantes;

→ Apresentação da finalidade do encontro (interpretação dos objetivos);

→ Breve palestra de apresentação e esclarecimento sobre a política de direitos do segmento em questão em nível nacional, estadual e municipal;

→ Debate sobre perspectivas e questões relativas ao Conselho a ser criado, tanto de modo genérico (o papel dos Conselhos Municipais da Mulher no país), quanto específico (características necessárias do Conselho Municipal da Mulher no município que o está criando), e

→ Criação da Comissão Provisória para a Criação do Conselho Municipal em questão, com as seguintes atribuições:

a) organizar a documentação necessária para a criação do Conselho;

b) articular-se com o Conselho Estadual correspondente e com a prefeitura local para a elaboração e encaminha mento do Projeto de Lei que criará o conselho (ver Passo 3), e

c) atender às demais necessidades até a posse dos conselheiros e a eleição da Diretoria do Conselho, momento em que a Comissão Provisória entregará suas responsabilidades ao Conselho e encerrará suas atividades (ver Passo 4).

22

passo 3 | Criação e promulgação da lei

Como já foi dito, a formalização legal do Conselho é feita em três passos:

1) o chefe do Executivo envia um projeto de lei “de sua iniciativa” ao Legislativo;

2) o Legislativo analisa o projeto e o transforma em lei, e

3) o chefe do Executivo sanciona e manda publicar a lei – o que não significa que somente o prefeito ou seus assessores possam trabalhar na redação do projeto de lei, pois existem várias possibilidades mais participativas para isso, por exemplo:

→ caso se sinta apta, a própria Comissão Provisória pode redigir a primeira minuta do Projeto de Lei, convidando ou não outras pessoas a colaborar (preferencialmente pessoas que tenham estado presentes ao primeiro encontro);

→ a Comissão Provisória pode delegar a tarefa a uma ou mais pessoas de fora da comissão, que podem inclusive ser assessores experientes do Executivo (do gabinete ou de secretarias) e/ou do Legislativo municipais.

Seja qual for a experiência ou a posição funcional dos redatores, seu trabalho não deve ser considerado terminativo ou fora de discussão: é importante que seja aberto para consulta e sugestões dos interessados, sobretudo os que já se envolveram através do primeiro encontro.

→ Não se deve confundir a lei que cria o Conselho com o futuro Regimento Interno do mesmo. As mesmas pessoas que elaboram a minuta da lei também podem elaborar já de início uma primeira minuta de regimento interno, porém este não será debatido, finalizado e oficializado na mesma ocasião, e sim mais tarde, como parte dos primeiros atos do próprio Conselho, depois de sua eleição e posse (ver Passo 5).

� Dois temas importantes que devem ser tratados no regi-mento interno, e preferencialmente não na lei de criação, são a composição da diretoria e os critérios da decisão por votação (ver Passo 5).

23

→ Ao criar o Conselho, a lei deve vinculá-lo a uma secretaria municipal relacionada com sua temática, que trate por exemplo de direitos humanos em geral, de assistência social, das mulheres (quando existente) etc. Observe-se que:

� Tal vinculação tem caráter meramente administrativo, não implicando em subordinação do Conselho à referida secretaria, nem ao Executivo Municipal de modo geral. O Conselho é um órgão autônomo.

� Caso não exista uma secretaria que se considere apropriada para essa articulação, o Executivo Municipal pode criá-la ou modificar uma existente. (Tome-se como exemplo, no Estado do Espírito Santo, a transformação da antiga Secretaria de Es-tado do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Seta-des) em Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seadh) pela Lei Complementar 582 de 07/01/2011).

→ Concluída a minuta, esta deve ser examinada pela assessoria jurídica da Prefeitura Municipal. Caso a assessoria jurídica verifique que há pontos problemáticos, estes devem ser rediscutidos à luz do parecer da assessoria, até que se chegue à forma menos insatisfatória para todos a que for possível chegar. Aí estará pronto o Projeto de Lei para ser enviado à Câmara Municipal.

→ É importante que a Comissão Provisória e o grupo interessado em geral acompanhem a tramitação e a votação do Projeto de Lei na Câmara Municipal, caso contrário, não é impossível que estas se alonguem demais, ou que o projeto sofra modificações inesperadas.

→ Uma vez aprovado pela Câmara, o texto volta ao prefeito para ser sancionado e publicado. Mais uma vez, é importante que a Comissão Provisória e o grupo interessado em geral acompanhem este passo.

Observações importantes sobre a Lei de Criação (Passo 3)

A lei de criação do Conselho, bem como o regimento interno e a posterior elaboração da política municipal da área ou segmento, deve:

24

→ Atender à realidade e às necessidades locais. Exemplos de fora (como os que se encontram no Anexo adiante) não devem ser simplesmente copiados com troca de nomes, e sim analisados criticamente à luz das necessidades locais, servindo mais como inspiração do que como molde.

→ Estar de acordo com os princípios constitucionais federais e estaduais.

→ Estar embasada nos dispositivos legais específicos da área (política nacional e política estadual para o segmento).

Há quatro temas interconexos para os quais a lei de criação do Conselho não pode deixar de dar definições:

→ Número de assentos: não há nenhum critério fixo para o número de integrantes de um Conselho, mas em geral recomenda-se que não tenha menos de dez membros titulares, nem sejam grandes demais (com várias dezenas de titulares), o que tende a tornar muito complexas as deliberações.

→ Distribuição das suplências: há basicamente dois modelos para isso: num, cada órgão ou entidade indica dois representantes (titular e um suplente); no segundo, a cada gestão uma determinada série de entidades indica os titulares e outra série fica por assim dizer “no banco de reserva”, indicando os suplentes das primeiras. O segundo modelo tem a vantagem de permitir a participação de um maior número de entidades sem “inchar” demasiadamente o Conselho, e também de estimular o diálogo e a articulação entre as entidades participantes.

→ Paridade ou não: a quase totalidade dos autores recomenda que os Conselhos sejam paritários, ou seja, que precisamente metade dos membros sejam representantes da sociedade civil e a outra metade, do poder público.

Há, porém, autores que sugerem conselhos com 2/3 de sociedade civil e 1/3 de poder público, alegando que o poder público já dispõe de mais poder, de modo que uma representação maior da sociedade civil contribuiria para um maior equilíbrio.

Ainda assim, existem Conselhos onde é o poder público que tem

25

representação majoritária (2/3 ou mais), o que tende a dar um papel mais consultivo e menos decisório à participação da sociedade civil.

Pesquisa realizada pela UFBA em 2010 mostra que a abordagem a essa questão tem sido bastante diversificada, pelo menos no campo da cultura: em 23 Conselhos Estaduais de Cultura, encontraram-se oito  paritários, nove com predomínio da sociedade civil e seis com predomínio do poder público.

→ Caráter consultivo ou deliberativo: via de regra, os Conselhos de Direitos cumprem diversas funções, especialmente:

� função mobilizadora da sociedade e do poder público em relação às questões de sua área de atuação;

� função de acompanhamento e fiscalização da execução das políticas relativas à sua área;

� função propositiva de projetos, medidas e políticas para a área, e

� função consultiva, que consiste em dar pareceres em resposta a consultas relativas a sua área de atuação feitas pelo Poder Executivo, Ministério Público e outras instituições, tanto do poder público quanto da sociedade civil.

No entanto, a lei de criação pode ainda conferir ao Conselho:

� função deliberativa: a de tomar decisões vinculantes, ou seja, de acatamento obrigatório pela autoridade responsável pela sua execução, desde que dentro dos limites definidos por sua lei de criação.

É mais de acordo com a natureza da democracia participativa que os Conselhos tenham tal poder deliberativo, mas eles não o têm quando sua lei de criação os declara meramente consultivos. Nesse caso, emitem pareceres, proposições, sugestões e recomendações, mas estas não são vinculantes.

Algumas leis de criação definem o Conselho como “consultivo e deliberativo”, como que buscando conciliar as duas possibilidades. Isso, porém, pode levar a impasses decisórios se a mesma lei não definir com clareza os critérios que fazem determinado ato do Con-

26

selho ser vinculante ou não (por exemplo, as respostas a consultas do Executivo poderiam ser por princípio pareceres não vinculantes, enquanto as deliberações por iniciativa própria seriam vinculan-tes). Ainda assim, cabe observar que o Conselho só será deliberativo de fato caso disponha do poder de decidir por si mesmo se confere caráter de mero parecer ou de deliberação a determinado ato seu.

A natureza das decisões de conselhos: alguns pareceres

“As decisões dos conselhos, independente de serem consultivas ou de-liberativas, são equivalentes aos atos administrativos. Portanto, estão sujeitas aos mesmos princípios e regras, dentro da hierarquia norma-tiva, em especial as do artigo 37 da Constituição.” (SIRAQUE 2004:123)

“... os atos administrativos têm os atributos da presunção de veracidade (pelo qual se presumem verdadeiros os fatos neles alegados), da presun-ção de legalidade (pelo qual se presume a conformidade com a lei), da imperatividade (possibilidade de criar obrigações por decisão unilateral, independentemente de concordância do destinatário) e autoexecuto-riedade (possibilidade de execução sem necessidade de título fornecido pelo Poder Judiciário). Indaga-se então se esses mesmos atributos es-tão presentes nos órgãos que contam com participação popular. A res-posta só pode ser afirmativa, desde que tais órgãos tenham sido criados por lei, que lhes defina o âmbito de atribuições.” (DI PIETRO, 2000:44)

“[decisões] deliberativas, são aquelas ... de acatamento obrigatório pela autoridade responsável pela execução da decisão, portanto geram di-reitos públicos subjetivos passíveis de reivindicação judicial por qual-quer interessado.” (SIRAQUE 2004:123)

“Quando tais órgãos [os conselhos] exercem função meramente con-sultiva, eles emitem opiniões, pareceres, laudos, que não contêm pro-priamente uma decisão, uma manifestação de vontade; em grande par-te dos casos, suas opiniões não vinculam a autoridade que vai profe-rir a decisão. No entanto, mesmo quando o ato que produzem não seja vinculante, não há dúvida de que, com a exigência, hoje amplamente reconhecida, de atendimento ao princípio da motivação, tais parece-res, quando acolhidos pela autoridade competente para decidir, fazem

27

parte integrante do ato decisório. E, se não acolhidos, estará a autori-dade obrigada a dizer as razões dessa decisão, apresentando a sua pró-pria motivação.” (DI PIETRO, 2000:42)

passo 4 | Instalação do Conselho

Uma vez publicada a lei de criação, os passos seguintes já serão regidos pela própria lei, mas ainda assim podemos sugerir o que seriam passos típicos:

→ Pelo lado do poder público, o prefeito indicará os conselheiros representantes das secretarias municipais. Caso haja representantes de órgãos subordinados a outros poderes, serão indicados pelos responsáveis hierárquicos desses poderes.

→ Do lado da sociedade civil, a Comissão Provisória organizará o Segundo Encontro Municipal sobre o tema, cuja convocação oficial deve ser assinada e emitida pelo prefeito.

→ O Segundo Encontro Municipal escolherá quais entidades terão representação direta no Conselho, seja como titulares, seja como suplentes.

→ Por sua vez, cada entidade escolhida decidirá em Assembleia Geral (nos termos do seu próprio Estatuto e/ou Regimento Interno) o(s) nome(s) de seu(s) representante(s) no Conselho.

→ A Comissão Provisória reunirá as indicações das entidades da socie-dade civil e as do poder público, elaborando assim o quadro inicial de conselheiros titulares e suplentes e repassando-o ao prefeito.

→ De posse dos nomes, o prefeito emitirá e mandará publicar um decreto designando nominalmente os representantes dos diferentes órgãos e entidades como conselheiros.

→ Uma vez publicado o decreto, o prefeito dará posse aos conselheiros, o que pode ter lugar tanto em uma reunião administrativa simples, quanto em sessão pública solene.

→ O próprio Conselho agendará a hora e o local de sua primeira reunião (ver Passo 5).

28

passo 5 | Primeiros atos do novo Conselho

Uma vez empossados, os conselheiros devem se reunir tão logo possí-vel para os seguintes atos iniciais indispensáveis:

→ O plenário do Conselho deve indicar ou aprovar dois nomes para presidir e secretariar essa primeira reunião, o que não deve ser confundido com a escolha da Diretoria.

→ Analisar a minuta de Regimento Interno que deve ter sido elabo-rada ao longo dos passos anteriores, modificá-la se necessário e aprová-la preliminarmente, para em seguida encaminhá-la para análise jurídica através da secretaria à qual o Conselho tiver sido vinculado pela lei que o criou.

→ Já nos termos e pelo procedimento previsto no Regimento Interno em vias de aprovação, escolher os membros de sua primeira Diretoria. Observe-se que essa escolha terá inevitavelmente um caráter condicional até a aprovação final do Regimento, após a qual deve ser imediatamente confirmada ou revista, caso exigido por eventuais modificações no Regimento. Sobre a composição da Diretoria, ver exemplos adiante.

→ Escolhida a Diretoria, a Comissão Provisória deve entregar suas fun-ções executivas e de coordenação ao novo Conselho, representa-do pela Diretoria, e se dissolver.

→ Uma vez a minuta de Regimento Interno tenha sido analisada pela assessoria jurídica, o Conselho deve reunir-se novamente para aco-lher as eventuais recomendações, se necessário retificando o tex-to onde necessário, e em seguida solicitar à Secretaria a que é vin-culado que encaminhe o texto para publicação em Diário Oficial.

Esse já é um ato autônomo do próprio Conselho, assim como serão seus atos oficiais subsequentes. Isso significa que tais atos, desde que den-tro dos limites das atribuições que são conferidas ao Conselho pela lei que o instituiu,

→ não dependem mais de serem oficializados por decretos, leis ou san-ção do prefeito ou da Câmara, pois têm sua própria oficialidade, e

29

→ tampouco dependem da concordância da hierarquia da secretaria à qual o Conselho é vinculado, embora o mesmo faça uso da estrutura da secretaria (por exemplo, para a publicação dos seus atos), sem-pre nos limites definidos pela lei.

Observe-se que, apesar de ter essa autonomia, é obviamente desejável que Conselho e secretaria busquem atuar de modo tão harmônico e cooperativo quanto possível, tendo em vista o bem público, o que é a razão de ser tanto de um quanto do outro.

Alguns pontos que o regimento deve definir com clareza

→ Órgãos internos indispensáveis de um Conselho:

� Plenário

� Diretoria

→ Órgãos internos opcionais, havendo necessidade ou conveniência:

� Comissões temáticas permanentes

� Comissões temáticas temporárias

� Coordenação ou secretaria executiva, se houver razões para isso (caso em que devem ficar muito claras as diferenças e a relação entre ela e a diretoria).

→ Exemplos de composições de diretoria, conforme necessidade:

� Mínima: presidente e secretário, com previsão de um substituir o outro caso necessário;

� Presidente, vice-presidente, secretário, tesoureiro;

� Presidente, vice-presidente, 1º secretário, 2º secretário, 1º tesoureiro, 2º tesoureiro.

→ Votação mínima para aprovação de proposições: pode ser:

� maioria simples (50% dos votos + 1 voto);

� maioria absoluta (2/3 dos votos);

30

� podem-se prever casos em que se exija maioria absoluta e casos em que baste maioria simples;

� deve-se considerar ainda o ideal do consenso: em lugar de apressar-se a votar, empenhar-se em construir, mediante o diálogo, fórmulas que consigam obter a concordância, ou no mínimo aceitação, do maior número possível de votantes, tão perto de 100% quanto possível.

→ Voto do presidente: alguns Conselhos adotam a fórmula (não obri-gatória) de que o presidente não vota, a não ser em caso de empate (voto de desempate). Para adotar essa fórmula em Conselhos pari-tários, é necessário que o membro que assumiu a presidência seja substituído por seu suplente nas votações, caso contrário estará quebrada a paridade do Conselho.

sugestões de leituras Complementares (seção 2)

→ Índice geral de materiais sobre o tema na DHNet http://www.dhnet.org.br/7conselhos/index.html

→ Cartilha em quadrinhos http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/dh/municipais/cmdh/ index.htm

→ Pontos relevantes sobre conselhos e sua criação http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/dh/terto_cartilha_conselhos.htm

→ Aula: Lei de criação, composição, caráter e atribuições dos Conselhos Estaduais e Municipais http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/cc/a_pdf/modulo3-tema7-aula3.pdf

31

Considerações finais

Não é objetivo do Conselho ser uma duplicata dos sistemas de decisão já existentes no Executivo e no Legislativo. Cada Conselho é criado com um objetivo específico: defender, fazer valer e promover os direitos e o bem-estar de determinado segmento da população (ou da causa ge-ral dos Direitos Humanos, nos Conselhos criados para isso). É a esse propósito que cada conselheiro deve fidelidade enquanto conselhei-ro, não a qualquer outro propósito externo à questão. Ou seja: o Con-selho não deve ser visto como mais um espaço para a continuação de disputas que existem fora dele, e sim como um espaço para a constru-ção de diálogo, almejando por sua vez a construção de consensos sobre as questões que são a razão de ser do Conselho, mesmo entre membros de grupos que divergem quanto a outras questões.

Além disso, aceitar o papel de conselheiro é aceitar o desafio de se apro-fundar e aprender cada vez mais, tanto sobre a área de atuação do Con-selho, quanto sobre o próprio funcionamento da instituição de que se dispôs fazer parte. Como diz Maria Lourdes Alves Rodrigues na obra For-mação de Conselheiros em Direitos Humanos:

Estando investidos de autonomia e independência como representantes do Estado e da Sociedade, os seus membros têm como dever buscar informações sobre os poderes de que são investidos e as atribuições a serem

desempenhadas no exercício de suas funções.

(ROGRIGUES et al. 2007, p. 96)

32

Referências das citações

→ IKAWA, Daniela; PIOVESAN. Flávia; ALMEIDA, Guilherme de. Direitos Hu-manos na Constituição Brasileira de 1988. Em RODRIGUES et al. 2007.

→ DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14. ed. São Pau-lo: Atlas, 2002.

→ RODRIGUES, Maria de Lourdes Alves et al. Formação de Conselheiros em Direitos Humanos. Brasília: Ágere/SEDH, 2007.

→ SIRAQUE, Vanderlei. O controle social da função administrativa do Es-tado: possibilidades e limites na Constituição de 1988. Dissertação de mestrado em Direito. São Paulo: PUC, 2004. Acesso em ago.2013. Dis-ponível em <http://www.siraque.com.br/monografia2004.pdf>.

→ UFBA. Pesquisa Conselhos de Cultura e Democracia no Brasil. Salva-dor: UFBA, 2010. Acesso em ago.2013.Disponível em <http://www.con-selhosdecultura.ufba.br/powerpoint/apresentacao_pesquisa.pdf>.

→ Foram essenciais para este trabalho as contribuições dos materiais sobre o tema organizados e disponibilizados por Cássia Almeida (Coordenação da Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa), Alcionis Ennes (CONDEF e Coordenação da Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e Eusabeth Ferreira das Mercês Vasconcelos (Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher de Serra – ES).

33

3exemplos de leis e de regimentos

Nenhum dos cinco exemplos a seguir deve ser considerado um modelo a ser copiado, apenas introduzindo ou substituindo o nome do municí-pio. O Conselho criado só será satisfatório se a lei que o cria for realis-ta, adequada à situação local, e uma tal lei só pode resultar de um de-dicado trabalho coletivo das pessoas do local.

Temos aqui dois exemplos de leis de criação de Conselhos e dois de re-gimentos internos. Dois dos exemplos são modelos genéricos e dois são leis e regimentos que estão em vigor em municípios do Espírito Santo.

Anexo

34

Projeto de Lei de criação de um Conselho Municipal do Idoso

- sugestão genérica -

____________________________________________, Prefeito Municipal, no uso de suas atribuições legais e regimentais e especialmente tendo em vista o disposto na Lei Federal 8.842, de 04/01/94.

Faço saber que Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º | Fica criado o Conselho Municipal do Idoso (CMI), como órgão deli-berativo, consultivo e controlador das ações, em todos os níveis, dirigidas à proteção e à defesa dos direitos do idoso.

Parágrafo Único. | O Conselho Municipal do idoso (CMI), como órgão per-tencente à estrutura organizacional do Poder Executivo, fica vinculado à Secretaria Municipal ____________________________________ (responsável pela coordenação e articulação da política municipal do idoso).

Art. 2º | Compete ao Conselho Municipal do Idoso:

I – elaborar e aprovar seu regimento interno;

II – formular, acompanhar e fiscalizar a política do idoso, a partir de estudos e pesquisas;

III – participar da elaboração do diagnóstico social do Município e apro-var o Plano Integrado Municipal do Idoso, garantindo o atendimento integral ao idoso;

IV – aprovar programas e projetos de acordo com a Política do Idoso em articulação com os Planos Setoriais;

V – orientar, fiscalizar e avaliar a aplicação dos recursos orçamentários do "Fundo Municipal de Assistência Social", conforme prevê o art. 8º, V da Lei Federal 8.842/94;

35

VI – zelar pela efetiva descentralização político-administrativa e pela coparticipação de organizações representativas dos idosos na formula-ção de Políticas, Planos, Programas e Projetos de Atendimento ao Idoso;

VII – atuar na definição de alternativas de atenção à saúde do idoso nas redes pública e privada conveniada de serviços ambulatoriais e hospi-talares com atendimento integral;

VIII – acompanhar, controlar e avaliar a execução de convênios e con-tratos das entidades públicas com entidades privadas filantrópicas, onde forem aplicados recursos públicos governamentais do Municí-pio, Estado e União;

Ix – propor medidas que assegurem o exercício dos direitos do idoso;

x – propor aos órgãos da administração pública municipal a inclusão de recursos financeiros na proposta orçamentária destinada à execu-ção da Política do Idoso;

xI – acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros nas diversas áreas, destinados à execução da Política Municipal do Idoso;

xII – oportunizar processos de conscientização da sociedade em geral, com vistas à valorização do Idoso;

xIII – articular a integração de entidades governamentais e não-gover-namentais que atuam na área do idoso.

Art. 3º | O Conselho Municipal do Idoso (CMI) é composto de dez conse-lheiros titulares e seus respectivos suplentes, os quais apresentam pari-tariamente instituições governamentais e não-governamentais, sendo:

I – Um representante da Secretaria da Assistência Social;

II – Um representante da Secretaria da Saúde;

III – Um representante da Secretaria da Educação;

IV – Um representante da Secretaria de Esporte e cultura;

V – Um representante da Secretaria de Agricultura;

VI – Cinco representantes dos órgãos não-governamentais, eleitos em assembleia própria, sendo um idoso indicado por entidades do meio rural, um idoso indicado por entidades do meio urbano, um idoso

36

indicado dentre entidades ou grupos de idosos, um representante das entidades prestadoras de serviços, um representante dos trabalhadores na área do idoso e um representante de serviços e organizações de Assistência Social.

Art. 4º | Os representantes das organizações governamentais serão indicados, na condição de titular e suplente, pelos seus órgãos de origem.

Art. 5º | As organizações não-governamentais serão eleitas, bienalmente, titulares e suplentes, em assembleia especialmente convocado para este fim pelo Prefeito Municipal com 30 dias de antecedência, observando-se a representação dos diversos segmentos.

Parágrafo Único. | As organizações não-governamentais eleitas terão prazo de dez dias para indicar seus representantes titular e suplente, e não o fa-zendo serão substituídas por organização suplente, pela ordem de votação.

Art. 6º | Os conselheiros titulares e respectivos suplentes, indicados pelos órgãos governamentais e não-governamentais serão designados por ato do Prefeito Municipal, cabendo-lhe também, por ato próprio, destituí-lo, sempre que fatos relevantes de violação legal ocorrer a juízo do Plenário do Conselho.

Art. 7º | A função de conselheiro do CMI, não remunerada, tem caráter relevante e o seu exercício é considerado prioritário, justificando as ausências a quaisquer outros serviços, quando determinadas pelo comparecimento as suas assembleias, reuniões ou outras participações de interesse do Conselho.

Art. 8º | O mandato dos conselheiros do CMI é de dois anos, facultada recondução ou reeleição.

§ 1º. | Conselheiro representante de órgão governamental poderá ser substituído a qualquer tempo, por nova indicação do representado.

§ 2º. | Nas ausências ou impedimentos dos conselheiros titulares assumirão os seus respectivos suplentes.

Art. 9º | Perderá o mandato e vedada à recondução para o mesmo mandato o conselheiro que, no exercício da titularidade faltar a três Assembleias Ordinárias consecutivas ou seis alternadas, salvo justificativa aprovada pelo Plenário.

37

§ 1º. | Na perda do mandato de conselheiro titular, de órgão governamental, assumirá o seu suplente, ou quem for indicado pelo órgão representado para substituí-lo.

§ 2º. | Na perda de mandato de conselheiro titular, de órgão não-governa-mental, assumirá o respectivo suplente e, na falta deste, caberá à entida-de suplente pela ordem numérica da suplência, indicar um conselheiro ti-tular e respectivo suplente.

Art. 10 | O Conselho Municipal do Idoso terá a seguinte estrutura:

I – Plenário

II – Mesa Diretora

III – Comissões Permanentes

IV – Secretaria Executiva

§ 1º. | Ao Plenário, órgão soberano do CMI, compete deliberar e exercer o controle da Política Municipal do Idoso.

§ 2º. | A Mesa Diretora é composta de presidente, vice-presidente, 1º secretário e 2º secretário, que serão escolhidos dentre os seus membros, em quórum mínimo 2/3 dos membros titulares do Conselho, para cumprirem mandato de dois anos, permitida uma recondução, e a ela compete representar o Conselho, dar cumprimento às decisões plenárias e praticar atos de gestão.

§ 3º. | Às Comissões, criadas pelo CMI, atendendo às peculiaridades locais e as áreas de interfaces da Política do Idoso, competem realizar estudos e produzir indicativos para apreciação do Plenário.

§ 4º. | À Secretaria Executiva, composta por profissionais técnicos cedidos pelos órgãos governamentais, compete assegurar suporte técnico e ad-ministrativo das ações do Conselho.

§ 5º. | A representação do conselho será efetivada por seu presidente em todos os atos inerentes a seu exercício ou por conselheiros designados pelo presidente para tal fim.

Art. 11 | À Secretaria a qual se vincula o CMI compete coordenar e execu-tar a Política do Idoso, elaborando diagnósticos e o Plano Integrado Mu-nicipal do Idoso em parceria com o Conselho.

38

Art. 12 | As Organizações de Assistência Social responsáveis por execução de programas de atendimento aos idosos devem submeter os mesmos a apreciação do Conselho Municipal do Idoso.

Parágrafo Único. | As Organizações de Assistência Social com atuação na área do idoso deverão inscrever-se no Conselho Municipal de Assistência Social (devendo seu Contrato Social ou Estatuto Social ser registrado no Conselho Regional de Serviço Social), conforme exigências da Lei Federal __________________________ ( e __________________________).

Art. 13 | Cumpre ao Poder Executivo providenciar a alocação de recursos humanos, materiais e financeiros necessários à criação, instalação e fun-cionamento do CMI e da Secretaria Executiva.

Art. 14 | Para atendimento das despesas de instalação e manutenção do CMI, fica o chefe do Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial até o limite de R$ __________________________, podendo, para tanto, movimen-tar recursos dentro do orçamento, no presente exercício.

Art. 15 | As despesas para a manutenção e desenvolvimento das atividades do CMI, em 20.... e os anos subsequentes, constarão da LDO e Orçamen-to Municipal, através de: Projeto/Atividade � Manutenção e Desenvolvi-mento das Ações do CMI.

Art. 16 | O Conselho Municipal do Idoso terá 30 dias para elaborar e colo-car em discussão e aprovação pela Assembleia Geral o regimento interno que regulará o seu funcionamento.

§ 1º. | O regimento interno, aprovado pelo CMI, será homologado por De-creto do Prefeito Municipal.

§ 2º. | Qualquer alteração posterior ao regimento interno dependerá da deliberação de dois terços dos Conselheiros do CMI e da aprovação por

Art. 17 | Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 18 | Revogam-se as disposições em contrário.

Prefeito Municipal de __________________________

39

Lei 6.826/2006 Cria o Conselho Municipal

de Direitos Humanos - CMDH de Vitória, ES

O Prefeito Municipal de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo, faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono, na forma do Art. 113, inciso III, da Lei Orgânica do Município de Vitória, a seguinte Lei:

Capítulo i | Disposições preliminares

Art. 1º | Fica criado o Conselho Municipal de Direitos Humanos – CMDH – como órgão deliberativo, fiscalizador e articulador das políticas de direi-tos humanos, vinculado administrativamente à Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos – SEMCID, com a finalidade de promover e defender os direitos humanos, mediante ações preventivas, protetivas e reparadoras destes direitos.

§ 1º. | Constituem direitos humanos, sob a proteção do CMDH, os direitos e garantias fundamentais, individuais, coletivos e econômicos, sociais, cultu-rais e ambientais, previstos na Constituição Federal, na Constituição do Es-tado do Espírito Santo, na Lei Orgânica do Município de Vitória ou nos tra-tados e atos internacionais celebrados pela República Federativa do Brasil.

§ 2º. | A defesa dos direitos humanos pelo CMDH independe de provoca-ção das pessoas ou das coletividades ofendidas, devendo o conselho agir de ofício. Lei- nº 6.826-06-fls. 2 - Prefeitura Municipal de Vitória

Art. 2º | O Conselho Municipal de Direitos Humanos será constituído por 60% de representantes da Sociedade Civil e 40% do Poder Público, e será dirigido por um Presidente e um Vice-presidente, eleitos pelos Conselheiros.

§ 1º. | O Presidente e o Vice-presidente serão eleitos por maioria absoluta dos presentes, para um mandato de 02 (dois) anos.

§ 2º. | A presidência e a vice-presidência serão ocupadas de forma alter-nada por representantes do Poder Público e da Sociedade Civil.

40

Capítulo ii | Da competência

Art. 3º | O CMDH é o órgão incumbido de garantir a promoção, a prote-ção, a reparação dos direitos humanos por parte dos poderes públicos, dos serviços de relevância pública e da sociedade em geral, competindo-lhe:

I - propor diretrizes para a formulação e aprovar a política municipal de direitos humanos;

II – articular os Conselhos Gestores das Políticas Sociais do Município visando a efetividade dos direitos humanos;

III – propor medidas necessárias à prevenção e reparação das condutas e situações contrárias aos direitos humanos previstas nas constituições, tra-tados, convenções e atos nacionais e internacionais ratificados pelo Brasil;

IV – fiscalizar a execução da política municipal de direitos humanos, po-dendo sugerir e recomendar diretrizes para a sua efetivação;

V – receber denúncias de violações, condutas ou situações contrárias aos direitos humanos e encaminhar aos órgãos competentes para de-vidas sanções legais, acompanhando o andamento dos processos; Lei- nº 6.826-06-fls. 3 - Prefeitura Municipal de Vitória

VI – dar visibilidade por meio de relatórios dos casos de violação de di-reitos humanos que forem acompanhados pelo Conselho;

VII – articular-se com órgãos federais e estaduais encarregados da pro-teção e defesa dos direitos humanos;

VIII – manter intercâmbio e cooperação com entidades públicas ou pri-vadas, nacionais ou internacionais, com o objetivo de garantir a efeti-vidade dos direitos humanos;

Ix – opinar sobre atos normativos, administrativos e legislativos de interesse da política municipal de direitos humanos e elaborar pro-postas legislativas e atos normativos relacionados com temática de sua competência;

x – fazer inspeções e fiscalizar os estabelecimentos penitenciários ou de custódia e internação de adolescentes, em conflito com a Lei, ins-talados no município de Vitória ou que abrigam munícipes de Vitória;

41

xI – propor a realização de estudos e pesquisas sobre direitos huma-nos e promover ações visando à divulgação da importância do res-peito a estes direitos;

xII – encaminhar aos programas de proteção, pessoas vítimas de amea-ças, perseguições ou atentados aos direitos humanos;

xIII – representar: a) à autoridade competente para a instauração de in-quérito policial ou procedimento administrativo, visando à apuração da responsabilidade por violações aos direitos humanos ou por descum-primento de suas promoções; b) ao Ministério Público, para, no exercí-cio de suas atribuições, promover medidas relacionadas com a defesa de direitos humanos ameaçados ou violados;

xIV – pronunciar-se, por deliberação expressa da maioria absoluta de seus conselheiros, sobre crimes que devam ser considerados, por suas características e repercussão, como violações a direitos humanos de excepcional gravidade, para fins de acompanhamento das providên-cias necessárias à sua apuração, processo e julgamento; Lei- nº 6.826-06-fls. 4 - Prefeitura Municipal de Vitória

xV – estimular e propor campanhas e programas educativos de for-mação visando a conscientização dos direitos humanos e da cidadania;

xVI – instituir e manter atualizado um sistema de arquivo onde se pos-sa arquivar e sistematizar dados e informações sobre denúncias rece-bidas, bem como documentos gerais a respeito dos direitos humanos;

xVII - elaborar seu regimento interno.

Art. 4º | Para cumprir suas finalidades institucionais, o Conselho, no exer-cício das respectivas atribuições, mediante deliberação, poderá:

I - requerer dos órgãos públicos certidões, atestados, informações, có-pias de documentos e de expedientes ou processos administrativos;

II - propor às autoridades municipais, estaduais e federais, a instaura-ção de sindicâncias, inquéritos, e processos administrativos ou judiciais para apuração de responsabilidade pela violação dos direitos humanos;

III – realizar em qualquer unidade ou instalação pública municipal, acom-panhamento de diligências, vistorias, exames e inspeções;

42

IV - solicitar acesso a todas as dependências de unidades prisionais estaduais e estabelecimentos destinados à custódia de munícipes de Vitória, para acompanhamento ou cumprimento de diligências, vistorias e inspeções;

Parágrafo único | Os pedidos de informações ou providências do Conse-lho deverão ser respondidos pelas autoridades municipais no prazo de 15 (quinze) dias.

Capítulo iii | Da composição

Art. 5º | O Conselho Municipal de Direitos Humanos - CMDH será composto por 16 (dezesseis) membros titulares e igual número de membros suplen-tes, nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, observados os seguintes critérios: Lei- nº 6.826-06-fls. 5 - Prefeitura Municipal de Vitória

I – 05 (cinco) representantes do Poder Executivo Municipal indicados pelas seguintes Secretarias:

a) Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos;

b) Secretaria de Segurança Urbana;

c) Secretaria de Educação;

d) Secretaria de Saúde;

e) Secretaria de Assistência Social.

II – 01 (um) representante da Polícia Militar, indicado pelo Comandan-te do 1º Batalhão da Polícia Militar/ES.

III – 10 (dez) representantes da Sociedade Civil, conforme abaixo:

a) 01 (um) representante de Instituição de Ensino Superior ligada a estudos e pesquisas em violência, cidadania e direitos humanos;

b) 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB – Seção Espírito Santo

c) 08 (oito) representantes das entidades da sociedade civil, eleitos pelos movimentos de direitos humanos com registro legal, sede e atuação de um ano, no mínimo, no município de Vitória.

43

§ 1º. | Os representantes das entidades da sociedade civil, sediadas no Mu-nicípio e legalmente constituídas, deverão ser escolhidos em assembleia geral, formalmente realizada, convocada especialmente para este fim, me-diante edital publicado jornal de grande circulação, com antecedência mí-nima de 20 (vinte) dias.

§ 2º. | Demais órgãos governamentais e entidades não governamentais de defesa dos direitos humanos não representadas no quadro efetivo do con-selho poderão indicar representantes para acompanhar discussões, deli-berações, atos e diligências do conselho.

§ 3º. | As situações de perda de mandato e substituição de representantes serão definidas no regimento interno do CMDH. Lei- nº 6.826-06-fls. 6 - Prefeitura Municipal de Vitória

Capítulo iV | Da estrutura organizacional

Art. 6º | São órgãos do CMDH:

I – o Plenário;

II – as Comissões;

III – a Secretaria Executiva.

Art. 7º | O Plenário reunir-se-á:

I – ordinariamente, por convocação do Presidente, na forma do regi-mento interno;

II – extraordinariamente, por iniciativa do Presidente ou de um terço dos membros titulares.

§ 1º. | O Vice-Presidente poderá convocar reuniões ordinárias do Plenário, na hipótese de omissão injustificável do Presidente quanto a esta atribuição.

§ 2º. | As resoluções do CMDH serão tomadas por deliberação da maioria simples (metade mais um) dos conselheiros presentes, excetuando-se para alteração do regimento interno que será por maioria absoluta (dois terços) dos conselheiros presentes, em convocação específica.

44

§ 3º. | O Plenário poderá nomear consultores ad hoc, sem remuneração, com o objetivo de subsidiar tecnicamente os debates e os estudos temáticos.

Art. 8º | As Comissões serão constituídas pelo Plenário e poderão ser com-postas por conselheiros do CMDH, por técnicos e profissionais especiali-zados, nas condições estipuladas pelo regimento interno. Parágrafo úni-co. As Comissões durante o período de sua vigência terão as prerrogativas estabelecidas no Art. 4º desta Lei.

Art. 9º | Compete ao Presidente do CMDH:

I – coordenar as sessões do Conselho;

II – cumprir e fazer cumprir as resoluções do CMDH; Lei- nº 6.826-06-fls. 7 - Prefeitura Municipal de Vitória

III – assinar e encaminhar para demais providências as resoluções do CMDH;

IV – convocar reuniões do CMDH.

Art. 10 | Compete a Secretaria Executiva:

I – receber, registrar, encaminhar as correspondências, comunicações e processos dirigidos ao respectivo Conselho;

II – distribuir entre os membros do Conselho, mediante determinação do presidente, as matérias a serem submetidas à apreciação;

III – organizar, para cada reunião plenária a pauta dos trabalhos;

IV – manter atualizados os arquivos de leis, normas, correspondências e demais documentos encaminhados ao CMDH;

V – secretariar as reuniões plenárias lavrando as atas correspondentes;

VI – formalizar as resoluções do Conselho e divulgar quando for o caso;

VII – comunicar aos conselheiros as convocações ordinárias e/ou extraordinárias;

VIII – elaborar ao término de cada ano, o relatório de atividades do Conselho;

Ix – executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas.

45

Capítulo V | Do mandato

Art. 11 | O mandato dos conselheiros será de 02 (dois) anos, podendo ser re-conduzido por mais um único mandato consecutivo, independentemente da entidade que represente.

Parágrafo Único | A função do membro do Conselho Municipal de Direitos Humanos é considerada serviço público relevante, não sendo remunera-da. Lei- nº 6.826-06-fls. 8 - Prefeitura Municipal de Vitória

Capítulo Vi | Das disposições gerais e transitórias

Art. 12 | O processo eleitoral das entidades da sociedade civil de que trata o Art. 5º § 1º desta Lei, para o primeiro mandato do CMDH, deverá ser de responsabilidade de uma comissão pró-conselho, composta por represen-tantes de entidades da sociedade civil, e deverá ser constituída no prazo de até 30 (trinta) dias após a publicação desta Lei.

Parágrafo único | O Poder Público deve restringir-se a disponibilizar con-dições operacionais para a realização do processo de escolha dos repre-sentantes da sociedade civil, tal como apoiar nos meios de convocação e divulgação, na cessão de espaço físico para realização da assembleia elei-toral entre outras atividades que não impliquem em qualquer tipo de in-terferência na realização do processo.

Art. 13 | Compete à Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos – SEMCID, garantir recursos humanos, materiais e financeiros necessários ao funcio-namento do Conselho.

Art. 14 | Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Jerônimo Monteiro, em 22 de dezembro de 2006.

João Carlos Coser Prefeito Municipal

46

Sugestão de Regimento Interno de um Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA

(Promenino Fundação Telefônica)

O site www.promenino.org.br disponibiliza o seguinte modelo, inspirado nos regimentos internos dos CMDCAs dos municípios de Campinas (SP), Blumenau (SC) e Belo Horizonte (MG).

Capítulo i

Art. 1° | O presente Regimento Interno disciplina o funcionamento do Con-selho dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de (inserir nome do município).

Art. 2° | O Conselho funcionará em prédio e instalações fornecidas pelo Poder Público municipal.

Art. 3° | O Conselho realizará sessões plenárias mensais, conforme calen-dário a ser ajustado pelo próprio Conselho, por convocação da presidên-cia ou por requerimento firmado pela maioria absoluta de seus membros.

Capítulo ii - Da natureza e composição

Art. 4° | O Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente é por sua natureza órgão normativo, consultivo, deliberativo e controlador da política de promoção, atendimento e de defesa dos direitos da crian-ça e do adolescente.

§ 1°. | Como órgão normativo deverá expedir resoluções definindo e dis-ciplinando a política de promoção, atendimento e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

47

§ 2°. | Como órgão consultivo emitirá parecer, por meio de comissões es-peciais, sobre todas as consultas que lhe forem dirigidas, após a aprova-ção do Plenário.

§ 3°. | Como órgão deliberativo reunir-se-á em sessões plenárias, deci-dindo, após discussão e por maioria simples de votos, todas as matérias de sua competência.

§ 4°. | Como órgão controlador visitará e fiscalizará as entidades, gover-namentais e não-governamentais, delegacias e unidades de aplicação de medidas socioeducativas, receberá comunicações oficiais, representações ou reclamações de qualquer cidadão sobre a violação ou ameaça de viola-ção dos direitos das crianças e dos adolescentes, deliberando em plenário e dando solução adequada.

Art. 5° | O Conselho é composto (inserir número de componentes do Con-selho e discriminar a sua composição: órgãos governamentais e entidades representativas da sociedade civil).

Parágrafo único | Os suplentes assumirão automaticamente nas ausências e impedimentos dos conselheiros titulares, sendo recomendada suas presen-ças em todas as reuniões plenárias nas quais poderão participar dos assuntos e matérias discutidas, porém só votarão quando substituindo os titulares.

Capítulo iii | Dos órgãos do conselho municipal

Art. 6° | São órgãos do Conselho: a) o Plenário; b) a Diretoria; c) as Comis-sões Especiais.

Seção I - Do plenário e sessões

Art. 7° | O Plenário compõe-se dos conselheiros em exercício pleno de seus mandatos e é órgão soberano das deliberações do Conselho.

Art. 8° | O Plenário só poderá funcionar com a presença da maioria abso-luta dos conselheiros, e as deliberações serão tomadas por maioria sim-ples de votos dos conselheiros presente à sessão, respeitadas as disposi-ções definidas em lei.

48

Art. 9° | As sessões plenárias serão: ordinárias, extraordinárias ou solenes.

Parágrafo único | As sessões terão inicio sempre com a leitura da ata da sessão anterior, que, uma vez aprovada, será assinada por todos os presen-tes. Em seguida, se fará a nomeação e distribuição às comissões e só en-tão terão início as deliberações.

Art. 10° | De cada sessão plenária do Conselho será lavrada uma ata pelo se-cretário, assinada pelo presidente e demais conselheiros presentes, conten-do em resumo os assuntos tratados e as deliberações que forem tomadas.

Art. 11° | As deliberações do Conselho serão proclamadas pelo presidente, com base nos votos da maioria, e terão a forma de resolução, de natureza decisória ou opinativa, se for o caso.

Seção II – Da diretoria

Art. 12° | A Diretoria cuida do processo de administração do Conselho, é re-guladora dos seus trabalhos e fiscal de sua rotina, tudo em conformidade com o presente regimento. A Diretoria será eleita pelo Plenário do Conselho.

§ 1°. | A Presidência será exercida pelo presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do (inserir nome do município) e, em sua au-sência ou impedimento, pelo vice-presidente. Um ponto importante: re-comenda-se que o presidente do Conselho seja escolhido pelos seus pa-res e que haja rodízio no cargo de presidente, com alternância periódica de representantes do Poder Público e da sociedade civil.

§ 2°. | Ocorrendo a ausência do vice-presidente, a Presidência será exerci-da pelo secretário-geral.

§ 3°. | Nos casos de vacância do cargo de presidente, o vice-presidente completará o mandato.

§ 4°. | O mandato da Diretoria coincidirá com o mandato dos conselheiros.

Art. 13° | São atribuições do presidente:

I - presidir as sessões plenárias, tomando parte nas discussões e vota-ções, com direito a voto;

II - decidir soberanamente as questões de ordem, reclamações e soli-citações em plenário;

49

III - convocar sessões ordinárias, extraordinárias ou solenes;

IV - proferir voto de desempate nas sessões plenárias;

V - distribuir as matérias às comissões especiais;

VI - nomear membros das comissões especiais e eventuais relato-res substitutos;

VII - assinar a correspondência oficial do Conselho;

VIII - representar o Conselho nas solenidades e zelar pelo seu prestígio;

Ix - providenciar junto ao Poder Público municipal a designação de fun-cionários, alocação de bens e liberação de recursos necessários ao fun-cionamento dos Conselhos Tutelares;

x - enviar ao Ministério Público competente, após aprovação do Plenário, as listas com os nomes das pessoas e respectivos números das cédulas de identidade, com direito a voto, e as chapas inscritas para homologa-ção bem como instituir o processo da eleição dos Conselhos Tutelares.

Art. 14° | Compete ao vice-presidente:

I - substituir o presidente nas suas ausências ou impedimentos;

II - participar das discussões e votações nas sessões plenárias;

III - participar das comissões especiais quando indicado pelo presidente.

Seção III - Das comissões especiais

Art. 15° | As Comissões Especiais são órgãos delegados e auxiliares do Ple-nário, a quem compete verificar, vistoriar, fiscalizar, opinar e emitir pare-cer sobre as matérias que lhes forem distribuídas.

Parágrafo único | Serão criadas tantas Comissões Especiais quantas fo-rem necessárias.

Art. 16° | As Comissões Especiais serão compostas de um presidente, um relator, e por especialistas na sua área de atuação, que emitirão parecer sobre todas as matérias que lhes forem distribuídas.

§ 1°. | Os componentes das Comissões serão nomeados pelo presiden-te do Conselho.

50

§ 2°. | Os pareceres das Comissões serão apreciados, discutidos e votados em sessão plenária.

§ 3°. | No caso de rejeição do parecer, será nomeado um novo relator, que emitirá o parecer retratando a opinião do dominante do Plenário.

§ 4°. | Os pareceres aprovados pelo Conselho poderão ser transformados em resoluções.

Capítulo iV | Da secretaria

Art. 17° | A Secretaria do Conselho será exercida pelo secretário-geral, com assessoria técnica e apoio administrativo da Secretaria Municipal/Depar-tamento ao qual estiver vinculado o Conselho. Parágrafo único: Nas au-sências ou impedimentos do secretário-geral, o presidente indicará um substituto para o exercício de suas funções.

Art. 18° | A Secretaria manterá:

I - registro de correspondência recebida e remetida com os nomes dos remetentes e destinatários e respectivas datas;

II - livro de ata das sessões plenárias;

III - livro de Registro da Posse dos Membros dos Conselhos Tutelares;

IV - cadastros das entidades governamentais e não governamentais que prestam assistência e atendimento à criança e ao adolescente, con-tendo a denominação, Localização, regime de atendimento, número de crianças e/ou adolescentes atendidos, diretoria, a relação dos nomes das pessoas, com número de suas cédulas de identidade, que consti-tuem seu grupo de apoio, com direito a voto nas eleições dos Conse-lhos Tutelares, bem como respectivas alterações;

V - cadastro dos membros dos Conselhos Tutelares, com anotação quan-to à posse, exercício, férias, licenças, afastamento, vacância e demais circunstâncias pertinentes à vida funcional, com arquivo em pasta in-dividual e cópia dos documentos apresentados.

Art. 19° | Ao secretário-geral compete:

51

I - secretariar as sessões do Conselho;

II - manter, sob sua supervisão, livros, fichas, documentos, papéis do Conselho;

III - prestar as informações que forem requisitadas e expedir certidões;

IV - propor ao presidente a requisição de funcionários dos órgãos go-vernamentais que compõem o Conselho, para a execução dos servi-ços da Secretaria;

V - orientar, coordenar e fiscalizar os serviços da Secretaria;

VI - remeter à aprovação do Plenário os pedidos de registros das enti-dades governamentais e não-governamentais que prestam ou preten-dem prestar atendimento à criança e ao adolescente;

VII - orientar a atualização cadastral das entidades governamentais e não-governamentais que prestem assistência e atendimento à crian-ça e ao adolescente.

Capítulo V | Das alterações

Art. 20° | O presente Regimento poderá ser alterado somente com a apro-vação de dois terços (2/3) do total de seus membros, no mínimo.

Art. 21° | Este Regimento entrará em vigor a partir da data de sua aprovação.

(Inserir data e local).

52

Regimento Interno do Conselho Municipal do Negro

- Conegro de Vitória, ES

Capítulo i | Do Conselho e suas Reuniões

Art. 1º | O Conegro (Conselho Municipal do Negro, de Vitória), criado pela Lei 4.432, de 12 de maio de 1997, e alterado pela Lei nº 6.824-06- rege-se por este Regimento Interno.

Art. 2º | O Conegro se reunirá, ordinariamente, uma vez a cada dois meses, em data pré- fixada pelo plenário e/ou sempre que convocado pela Co-missão Executiva (CE).

§ 1º. | Sempre que considerar necessário, a CE poderá convocar a reunião extraordinária do plenário; e deverá convocá-la sempre que houver pedi-do formal subscrito por, no mínimo, um terço dos conselheiros e conten-do a devida justificativa, com antecedência mínima de 10(díz) dias.

§ 2º. | Ocorrendo impedimento, o membro titular deverá avisar seu su-plente legal com tempo suficiente para o comparecimento deste à reu-nião, em seu lugar.

Art. 3º | O quorum para as reuniões será de um terço (1/3) dos membros.

Art. 4º | O plenário é a suprema instância decisória e deliberativa do Conselho.

Art. 5º | Compete ao Plenário:

a) Fixar as datas de suas reuniões bimestrais;

b) aprovar a pauta de cada reunião;

c) eleger a Comissão Executiva, nos termos do Art.7º da Lei 4.432/97;

d) nomear os Grupos de Trabalho;

e) referendar decisões tomadas pela CE sobre assuntos de sua compe-tência, resolvidos em caráter de urgência;

53

f) aprovar o relatório bimestral da CE;

g) elaborar o programa anual de atividades, com a previsão orçamen-tária a ser encaminhada ao gabinete da Semcid;

h) elaborar a programação específica de cada evento;

i) providenciar meios para viabilizar o cumprimento das competências do Conselho definidas no Art.6º e seus incisos da Lei 4.432/97;

j) determinar a perda de função do(a) conselheiro(a) faltoso(a) nos ter-mos do Art.4º da Lei 4.432/97;

l) aprovar as atas de suas reuniões e as da CE;

m) aprovar o relatório final do seu exercício e remetê-lo à Semcid.

§ 1º. | Para as funções “g” e “h”, acima, o plenário poderá indicar uma co-missão que prepare o anteprojeto necessário.

§ 2º. | A reconsideração, alteração, reforma, ou anulação de decisão já vo-tada só poderá ser feita mediante proposta de conselheiro que tiver vo-tado a favor dessa decisão, apoiada por dois outros conselheiros que te-nham também votado igualmente.

Capítulo ii | Da Comissão Executiva

Art. 6º | À Comissão Executiva, escolhida nos termos do Art.7º da Lei 4.432/97, compete:

a) convocar e coordenar as reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho;

b) encaminhar aos Grupos de Trabalho, para análise e parecer prévios, as propostas, sugestões e outras solicitações dirigidas ao Conselho, quan-do considerado necessário pelo plenário;

c) submeter à aprovação do plenário os pareceres elaborados pelos Grupos de Trabalho;

d) responsabilizar-se pela execução rápida e adequada das resoluções do plenário;

54

e) resolver, em casos de urgência, os assuntos de competência do Con-selho, referendando-os no plenário;

f) submeter ao plenário, para deliberação, o nome do(a) conselheiro(a) sujeito(a) à sanção determinada pelo Art.4º da Lei 4.432/97;

g) prestar relatório bimestral ao plenário e preparar o relatório do Cone-gro, ao final de cada mandato bienal, conforme Art.3º da Lei 4.432/97;

h) representar o Conegro, quando designada pelo plenário;

i) zelar pelo funcionamento adequado dos Grupos de Trabalho;

j) aprovar as atas de suas reuniões e submetê-las ao plenário.

Capítulo iii | Dos Grupos de Trabalho

Art. 7º | Os grupos de trabalho referidos no Art.5º deste RI funcionarão como assessoria técnica do Conegro.

Art. 8º | Compete aos grupos de trabalho (GT):

a) analisar e dar parecer sobre propostas, sugestões e outras solicita-ções encaminhadas pela CE, por decisão do plenário;

b) apresentar à CE parecer fundamentado sobre todas as matérias encaminhadas;

c) considerar, atentamente, se as propostas, sugestões e outras solici-tações encaminhadas ao Conegro atendem ao que está determinado pelo Art.6º e seus incisos, da Lei 4.432/97; garantem retorno positivo para a população negra de Vitória; apresentam relação custo/benefí-cio aceitável e exercer suas atividades de maneira a dar às matérias en-caminhadas pela CE resposta adequada e urgente;

d) assessorar, em suas respectivas áreas, a preparação dos relatórios da CE, bimestral e final, assim como a elaboração do programa anual de atividades do Conegro.

§ único. | Cada grupo de trabalho será incumbido especificamente de um dos seguintes temas:

55

1) Cidadania e Justiça;

2) Cultura;

3) Educação e Esportes;

4) Saúde e Meio-Ambiente ;

5) Comunicação Social.

Capítulo iV | Dos Direitos e Deveres do Membro

Art. 9º | São direitos e deveres do membro do Conegro, individual e coletivamente:

a) comparecer às reuniões convocadas de acordo com o Art.2º deste RI;

b) discutir e votar as matérias de competência do Conselho, segundo o Art.6º da Lei. 4.432/97 ou deles decorrentes.

c) votar e ser votado para compor a CE;

d) requerer a inclusão, na pauta de reunião ordinária, de matérias que desejarem submeter à apreciação do Conselho;

e) participar do GT para que forem designados;

f) representar o Conegro em solenidades e outras ocasiões especiais, por designação específica do plenário;

g) requerer, junto com outros membros, em número conforme o deter-minado no § 1º do Art.2º deste RI, reunião do plenário do Conselho, em casos que considerem de emergência;

h) colaborar sempre para que sejam alcançados os objetivos do Cone-gro; implementadas todas as decisões do plenário ou da CE; e divulga-das suas atividades;

i) estar presente em todas as atividades programadas pelo Conselho.

56

Capítulo V | Dos Casos Omissos

Art. 10º | Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Executiva, em reunião formal, cabendo recurso ao plenário, sempre que o solicite algum(a) conselheiro(a).

Art. 11º | Este RI poderá ser modificado, em reunião plenária especialmen-te convocada, pelo voto de dois terços (2/3) dos membros do Conselho.

Este Regimento Interno do CONEGRO aprovado em reunião plenária, em 12 de fevereiro de 2003 e assinado pelos conselheiros presentes, entra em vigor imediatamente.