criação animal

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Criação animal Rebanho de bovinos. Os egípcios acreditavam que uma relação equilibrada entre pessoas e animais era um elemento essencial da ordem cósmica e que por conseguinte os animais e plantas eram membros de um todo. [177] Animais, tanto domésticos como selvagens, foram, portanto, uma fonte essencial de espiritualidade, companheirismo, e sustento. Os bovinos foram os animais mais importantes; a administração coletava impostos sobre o gado nos censos regulares, e o tamanho de um rebanho refletia o prestígio e a importância da propriedade ou do templo que o possuía. Além do gado, os antigos egípcios apascentavam caprinos , ovinos e suínos . Aves como patos , gansos epombos eram capturados em redes e criados em fazendas, onde eram alimentados à força com massa para engordá-los. [178] Asabelhas também foram domesticadas, pelo menos desde o Império Antigo, e forneciam tanto mel como cera . [179] Também foram domesticados hienas e guepardos para a caça. [180] trabalhador arando o campo com tração animal. Os egípcios usavam burros e bois como animais de carga e para lavrar os campos e debulhar as sementes. O abate de um boi gordo era também uma parte central de um ritual de oferenda. Os cavalos foram introduzidos pelos hicsos no Segundo Período Intermediário , e o camelo , apesar de ser conhecido a partir do Império Novo , não foi usado como um animal de carga até à Época Baixa . Há também evidências que sugerem que os elefantes foram brevemente utilizados na Época Baixa, mas praticamente foram abandonados devido à falta de pastagens. [178] Cães, gatos e macacos eram animais comuns de estimação, enquanto animais de estimação mais exóticos importados

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Criação Animal

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Page 1: Criação Animal

Criação animal

Rebanho de bovinos.

Os egípcios acreditavam que uma relação equilibrada entre pessoas e animais era um

elemento essencial da ordem cósmica e que por conseguinte os animais e plantas eram

membros de um todo.[177] Animais, tanto domésticos como selvagens, foram, portanto, uma

fonte essencial de espiritualidade, companheirismo, e sustento. Os bovinos foram os

animais mais importantes; a administração coletava impostos sobre o gado nos censos

regulares, e o tamanho de um rebanho refletia o prestígio e a importância da propriedade

ou do templo que o possuía. Além do gado, os antigos egípcios

apascentavam caprinos, ovinos e suínos. Aves como patos, gansos epombos eram

capturados em redes e criados em fazendas, onde eram alimentados à força com massa

para engordá-los.[178] Asabelhas também foram domesticadas, pelo menos desde o Império

Antigo, e forneciam tanto mel como cera.[179] Também foram

domesticados hienas e guepardos para a caça.[180]

trabalhador arando o campo com tração animal.

Os egípcios usavam burros e bois como animais de carga e para lavrar os campos e

debulhar as sementes. O abate de um boi gordo era também uma parte central de um

ritual de oferenda. Os cavalos foram introduzidos pelos hicsos no Segundo Período

Intermediário, e o camelo, apesar de ser conhecido a partir do Império Novo, não foi usado

como um animal de carga até à Época Baixa. Há também evidências que sugerem que

os elefantes foram brevemente utilizados na Época Baixa, mas praticamente foram

abandonados devido à falta de pastagens.[178] Cães, gatos e macacos eram animais

comuns de estimação, enquanto animais de estimação mais exóticos importados do

coração da África, como leões, estavam reservados para a realeza. Heródoto observou

que os egípcios eram o único povo que mantinha os seus animais em suas casas.[177] Durante o período pré-dinástico e nos períodos posteriores, o culto dos deuses em sua

forma animal era extremamente popular, como a deusa gata Bastet e o deus íbis Thoth.

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Esses animais foram criados em grande número nas fazendas a fim de serem sacrificados.[181]

Para complementar a sua dieta, os egípcios caçavam lebres, antílopes,

aves, hipopótamos e crocodilos por meio de redes, arcos e lanças, assim como

pescavam carpas, pescadas (no Delta) e, especialmente, tilápias com o emprego

de anzóis e arpões; os peixes eram desidratados ao sol para conservação.[174]

“ Os egípcios foram muito ativos nas suas tentativas de

domesticação de animais (...) Chegavam a experimentar hienas,

antílopes,grous e pelicanos! O gado maior - bois, asnos, (...) -

servia em primeiro lugar para puxar o arado, para separar os

grãos da palha e para o transporte. O cavalo era usado para

puxar carros, e não montado. Vacas e bois eram usados também

para a alimentação (carne, leite) e sacrificados aos deuses. (...)

O gado menor compreendia ovelhas, cabras e porcos.

(...) A agricultura e a criação eram complementadas pela pesca

(...), praticada no Nilo, nos pântanos e nos canais com rede,

anzol, nassa e arpão. Boa parte dos peixes era secado ao sol.

Também a caça era praticada no deserto e nos pântanos,

usando-se para tal o cão, o arco e o laço, e capturando-se aves

selvagens com redes. ”  — Ciro Flamarion S. Cardoso. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 1986.[176] .

Mineração

O Mapa de Turim descreve as minas de Wadi Hammamat e é o mapa de cunho topográfico

conhecido mais antigo.

O Egito é rico em pedras de decoração e construção, cobre

e minérios de chumbo, ouro e pedras semipreciosas. Estes recursos minerais permitiram

aos egípcios construir monumentos, esculpir estátuas, fazer ferramentas e joias.[182] Os embalsamadores utilizavamsais de Wadi El Natrun (natrão) para mumificação, que

também proporcionou a gipsita necessária para fazer gesso.[183] Formações rochosas de

minérios foram encontradas em barrancos inóspitos e distantes do Deserto Oriental e no

Sinai, exigindo grandes expedições controladas pelo Estado para obter os recursos

naturais ali encontrados. Havia extensas minas de ouro na Núbia, e um dos primeiros

mapas conhecidos é de uma mina de ouro na região. Wadi Hammamat foi uma importante

fonte de granito, grauvaque e ouro. O sílex foi o primeiro mineral coletado e usado para

fazer ferramentas e machadinhas de pedra. Nódulos do mineral eram cuidadosamente

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lascados para fazer lâminas e pontas de flechas, mesmo depois do cobre passar a ser

usado para essa finalidade.[184]

Expedição comercial ao Reino de Punt.

Os egípcios trabalharam em depósitos de minério de chumbo e galena em Gebel Rosas

para fazer chumbo líquido, prumos e pequenas figuras. O cobre foi o material mais

importante para a fabricação de ferramentas no Antigo Egito e foi fundido em fornos de

minério demalaquita e turquesa extraídas do Sinai.[185] Através de lavagem, eram

coletadas pepitas de ouro de sedimentos de depósitos aluviais. Outro processo para obter

ouro, mais trabalhoso, era a moagem e lavagem de quartzito de ouro. Depósitos de ferro

encontrados no norte do Egito, foram utilizados na Época Baixa.[186] Pedras de construção

de alta qualidade eram abundantes no Egito; os antigos egípcios extraíram calcário ao

longo do Vale do Nilo, granito de Assuão e basalto e arenito dos barrancos do Deserto

Oriental. Depósitos de pedras decorativas, tais como pórfiro, quartzo, feldspato

verde, ágata, diorito, grauvaque, berilo, alabastro e cornalinapontilhada dos desertos

oriental e ocidental foram coletadas antes mesmo da primeira dinastia. Nos período

ptolomaico e romano, os mineiros trabalharam em jazidas de esmeraldas de Wadi Sikait

e ametista em Wadi el-Hudi.[187]

Comércio

Pesos egípcios em forma de animal.

Grande parte da economia estava organizada a nível central e era estritamente controlada.

Embora os antigos egípcios não utilizassemmoedas até à Época Baixa, fizeram uso de um

sistema de troca monetária,[188] com sacas de grãos como valor padrão e o deben, um

peso de cerca de 91 gramas de cobre ou prata, formando um denominador comum. Os

trabalhadores eram pagos com grãos; um simples operário podia ganhar 5½ sacas

(250 kg) de grãos por mês, enquanto um capataz podia ganhar 7½ sacas (340 kg). Os

preços eram fixados em todo o país e registrados em listas para facilitar a negociação. Por

exemplo, uma camisa custava cinco deben de cobre, enquanto uma vaca custava

140 deben. Grãos podiam ser trocados por outras mercadorias, de acordo com a lista de

preço fixo.[189] Durante o século V a.C. o dinheiro foi introduzido no Egito por estrangeiros.

As primeiras moedas eram usadas como peças padronizadas de metais preciosos e não

como dinheiro propriamente dito, mas nos séculos seguintes as trocas internacionais

passaram a depender das moedas.[190]

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Os antigos egípcios estiveram envolvidos no comércio com os povos vizinhos para obter

mercadorias raras e exóticas não encontradas no Egito. No período pré-dinástico,

estabeleceram o comércio com a Núbia para a obtenção de ouro, plumas de avestruz,

peles de leopardo, incenso e marfim.[191] Também estabeleceram o comércio com

a Palestina, como evidenciado por jarros de óleos de estilo palestino encontrados nas

sepulturas dos faraós da primeira dinastia.[192] Uma colônia egípcia fundada no sul

de Canaã foi anterior à primeira dinastia.[193] Na época de Narmer foi produzida cerâmica

egípcia em Canaã, que era exportada para o Egito.[194]

Em meados da segunda dinastia, o contato do Antigo Egito com Biblos rendeu um intenso

comércio de madeira de boa qualidade não encontrada no Egito. Durante a quinta dinastia,

o comércio com Punt abastecia o Egito com ouro, resinas aromáticas, ébano, marfim e

animais silvestres, como macacos e babuínos.[195] Houve também comércio com

a Anatólia para adquirir estanho e para o fornecimento suplementar de cobre, dois metais

necessários para a fabricação de bronze. Os antigos egípcios valorizaram a pedra

azul lápis-lazúli, que tinha de ser importada do Afeganistão. Os parceiros do Egito no

comércio mediterrânico também incluíram Creta e a Grécia, que forneciam, entre outras

mercadorias, azeite.[196] Em troca de suas importações de luxo e de matérias-primas, o

Egito exportava principalmente grãos, ouro, linho e papiro, além de outros produtos

acabados, incluindo objetos de vidro e pedra.[197]

Sociedade

Um casal egípcio sentado.

A sociedade egípcia antiga apresentava uma estrutura fortemente hierarquizada.[198] [199] Era patriarcal, com o homem administrando o lar, com participação da mulher, e

decidindo os herdeiros através de seu testamento. Os anciãos eram consultados e

honrados após a morte.[200] O casamento no mundo egípcio era monogâmico (embora haja

casos de bigamia e poligamia na corte faraônica) e não era sancionado pela religião. Não

existia uma cerimônia de casamento, nem um registro deste. Aparentemente bastava um

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casal afirmar que queria coabitar para que a união fosse aceite. Os homens casavam entre

os dezesseis e os dezoito anos e as mulheres por volta dos doze, catorze anos. Por serem

as mulheres as transmissoras do sangue real, como forma de legitimação do poder, houve

casamentos entre irmãos. Também houve casamentos entre faraós e uma de suas filhas.[201] Os homens com uma posição econômica mais elevada poderiam ter, para além da

esposa legítima (nebet-per, "a senhora da casa"), várias concubinas, o que era visto como

um sinal de riqueza. No entanto, as mulheres que tivessem mais de um homem eram

mortas.[202]

A prostituição era uma prática moralmente condenada, mas foi praticada nas margens do

Nilo. Foram registrados em papiros e óstracos a prática de favores sexuais em troca de

dinheiro, bem como menção a relações sexuais coletivas, o que leva considerar a

possibilidade da existência de prostíbulos. No Egito não houve prostituição sagrada, sendo

a relação divindade-sacerdotisa, meramente simbólica.[203]

Os antigos egípcios viam homens e mulheres, incluindo as pessoas de todas as classes

sociais, exceto os escravos, como essencialmente iguais perante a lei, e até mesmo o

mais humilde camponês tinha direito de petição ao vizir e sua corte para reparação. Tanto

homens quanto mulheres tinham o direito de possuir e vender imóveis, fazer contratos, se

casar e se divorciar, receber herança e ter litígios em tribunal. Os casais podiam possuir

bens em conjunto e protegerem-se com contratos de casamento em caso de divórcio, que

estipulavam as obrigações financeiras do marido para com a esposa e com as crianças ao

final do casamento. As mulheres egípcias tinham uma grande gama de escolhas pessoais

e oportunidades de realização. Podiam ser da realeza, trabalhar no palácio como amas-

de-leite, concubinas ou escançãs (servidoras de vinho do faraó) e, nos templos, desde

cantoras a sacerdotisas.[204] Outras exerciam poderes divinos como esposas de Amon.

Apesar destas liberdades, as mulheres egípcias antigas, muitas vezes não participavam

em papéis oficiais da administração, servindo apenas em papéis secundários, e não foram

tão susceptíveis de serem educadas tal como os homens.[155]

Quando o marido falecia, as mulheres assumiam a chefia familiar e, no caso dos faraós, o

Estado. Mulheres como Hatchepsut e Cleópatra chegaram a tornar-se faraós. As mulheres

podiam receber herança paterna. Normalmente, o filho mais velho assumia o trono

faraônico após a morte de seu pai, no entanto, quando só havia filhas como sucessoras ao

trono, a mais velha deveria casar para seu marido assumir o trono.[204]

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Arte erótica egípcia.

“ Seja como for, (...) a mulher egípcia era sui juris, podendo dispor

livremente de seus bens, intentar processos na justiça, tomar a

iniciativa do divórcio tanto quanto o homem, desempenhar um

papel ativo em diversas atividades produtivas, de serviços e

eventualmente de gestão, enfim ir e vir com ampla liberdade.

Havia, sem dúvida, certas limitações. Assim, por exemplo, se (...)

achamos mulheres que desempenham funções administrativas

ou sacerdotais das quais dependem bens e pessoas

pertencentes ao palácio e aos templos, isto diminui muito nos

períodos posteriores. Mesmo para o Império Antigo, a presença

de mulheres naquelas funções sempre foi quantitativamente

muito inferior à dos homens. Em outras palavras, a direção da

vida pública sempre esteve maciçamente em mãos masculinas; e

tal tendência se fortaleceu com o tempo.

Na vida privada, porém, em termos gerais, mantiveram-se os

amplos direitos da mulher: igual participação na herança paterna

e materna, controle sobre os seus bens pessoais (mesmo

quando geridos pelo marido, situação bastante corrente), etc. É

certo, entretanto, que a mulher era encarada como tendo uma

vocação essencialmente doméstica (...) ligada seja à

administração da casa (...), seja à realização de tarefas no seu

âmbito: fabricação de pão e cerveja, manufatura de fios e

tecidos. (...) Com maior frequência, era o homem que intervinha

em transações e, em geral, na gestão do patrimônio familiar,

embora a intervenção direta da mulher fosse considerada algo

normal em muitos casos, por exemplo, ao estar ausente o

marido, ou na sua incapacidade, ou ainda durante a viuvez,

sendo os filhos menores. ” 

— Ciro Flamarion Cardoso Algumas visões da mulher na literatura do Egito

faraônico (milênio II a.C.). Citado em: História. São Paulo: UNESP, 1993, v. 12. p. 103-5.[140] .

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Educação

Estátua de um escribasentado (IV dinastia, c.2 620-2 500 a.C.)

As crianças (meninos e meninas) iniciavam sua educação básica no seio familiar; os

meninos aprendiam com seus pais princípios éticos, visões da vida, conduta social, ritos

populares, etc; as meninas aprendiam com suas mães economia doméstica, culinária,

preparação e confecção de roupas; as meninas ricas podiam aprender a tocar

instrumentos, cantar, dançar assim como a ler, escrever e trabalhar com operações

aritméticas.[205] No processo educacional das classes mais abastadas utilizava-se os

chamados "Livros de Instrução", que constinham regras para se viver ordenadamente em

sociedade assim como elementos morais tais como justiça, sabedoria, obediência,

bondade e moderação.[206] [207]

No Antigo Egito havia poucas escolas a funcionar exclusivamente para a educação de

homens da realeza, da nobreza ou daqueles que almejavam tornar-se escribas,

sacerdotes, artistas, escultores ou desenhistas. Iniciando seus estudos entre os cinco e

sete anos, os garotos

aprendiam leitura e escrita, história e geografia, ciência, medicina e astronomia, aritmética 

e geometria e música. Eram instituições com disciplina muito rigorosa, onde os rapazes

que se comportavam mal ou não prestavam atenção eram espancados.[205] [207] Diferente

dos jovens das classes abastadas que iam a escola, os jovens filhos de camponeses,

pescadores e artesãos aprendiam desde tenra idade os ofícios de seus pais para que

assim os pudessem suceder.[208]

Hierarquia social

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O faraó representava a própria vida do Egito, sendo o topo da hierarquia da nação. Na foto estátua

de Tutmés   III , no Museu Egípcio do Cairo.

No topo da hierarquia social estava o faraó, que possuía poderes absolutos, tomando

decisões militares, religiosas, econômicas e judiciais,[209]além de ser o dono nominal de

todas as terras.[198] [210] Nos períodos de cheia o faraó ordenava que a população exercesse

outras funções como, por exemplo, a construção de obras públicas.[144] Enquanto vivo, o

faraó era encarado como uma personificação do deus Hórus, enquanto que seu

antecessor falecido era associado a Osíris, pai de Hórus, houvesse ou não relação

consanguínea entre os soberanos. A partir da V dinastia os reis apresentam-se também

como filhos de Rá, o deus solar.[211]

Os faraós possuíam muitas mulheres e filhos. Sua mulher principal, denominada hemet

nesut, "esposa do rei", podia ser sua irmã ou uma de suas filhas. Os faraós possuíam

diversas insígnias: o pschent (a união das coroas do Alto e Baixo Egito),

os cetros crossa e chicote, o nemés(ornamento para cabeça decorado com uma cobra e

um abutre que simbolizavam, respetivamente, o Baixo e Alto Egito) e a barba postiça.

Podia ser simbolicamente representado como uma esfinge, e era associado a animais

como a pantera, o leão e o boi. A palavra faraó, vinda do egípcio per aâ, significa "Casa

Grande". Tornou-se o nome oficial dos líderes do Egito apenas durante a XVIII   dinastia ,

pois até então habitualmente os líderes referiam-se a si mesmos como nesu (rei)

ou neb (senhor). A partir da V   dinastia  a titulatura dos reis incluía cinco nomes reais: nome

de Hórus, nome das Duas Mestras, nome de Hórus de Ouro, prenome e nome.[210]

Abaixo do faraó e de sua família na pirâmide social encontrava-se o grupo denominado

como "classe do saiote branco" (ou classe dos dominantes), em referência ao vestuário de

linho decorado que trajavam.[212] Primeiramente vinham os nomarcas e vizires. Os

nomarcas administravam as províncias imperiais enquanto os vizires controlavam o

arrecadamento de impostos, fiscalizavam as obras públicas, os celeiros reais, participavam

do alto tribunal de justiça e chefiavam a polícia e as tropas. Abaixo destes estavam os

sacerdotes que administravam os templos, cultos e as festas religiosas, eram conselheiros

dos faraós e usufruíam de terras, isenção de impostos e prestígio. Muito importantes para

a máquina burocrática do governo, os escribascobravam impostos, organizavam as leis e

a escrita, determinavam o valor das terras, copiavam poemas, hinos e histórias, escreviam

cartas, realizavam censos populacionaise calculavam os estoques de alimentos, produção

agrícola, área de terras aráveis, atividades comerciais, de soldados, necessidades do

palácio, etc. A partir do Império Novo surge uma nova classe, os grandes comerciantes,

que monopolizavam o comércio exterior.[198] [144] [210] [209] [213]

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Espancamento de um escravo.

Abaixo das classes dominantes situavam-se as classe dominadas. Primeiramente vinham

os soldados que recebiam produtos por serviços prestados e tomavam espólios

de saques, mas que nunca ascendiam a altos postos no exército. Abaixo destes vinham

osartesãos (tecelões, pintores, barbeiros, cozinheiros, ba