crh anexo i

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RESOLUÇÃO CRH Nº 01, 25 DE MARÇO DE 2009. Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização de Testes de Bombeamento de PRODUÇÃO e de AQÜÍFERO com elaboração e apresentação de Relatório Técnico e dá outras providências. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto nas Leis Estaduais n° 12.984, de 30 de dezembro de 2005, nº 11.427/97, de 17 de janeiro de 1997 e no seu o Decreto no. 20.423 de 26 de março de 1998, Considerando a deliberação do plenário da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas do Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco, Considerando as conclusões e recomendações dos Estudos HIDROREC I e II – Estudo Hidrogeológico do Recife, Olinda, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, Considerando a necessidade de determinação da vazão a ser outorgada pelo Órgão Gestor para explotação de água subterrânea por poços tubulares no Estado de Pernambuco, otimizando-se o processo de análise com uma conseqüente melhoria qualitativa dos testes de bombeamento e da apresentação respectivos relatórios técnicos, Considerando as condições hidrogeológicas do Estado e na perspectiva de resguardar os recursos hídricos subterrâneos, resolve: Art. 1º - Aprovar e fazer cumprir o Regulamento Técnico nº 001/2008, em anexo, que dispõe sobre as "Especificações Técnicas para a realização de Testes de Bombeamento e elaboração de Relatório Técnico". Art. 2o - As Outorgas de Direito de Uso da Água, estão sujeitas à realização de Testes de Produção (Escalonado ou Sucessivo) e de Aqüífero, com a apresentação de Relatórios Técnicos e às restrições de explotação do aqüífero impostas por estudos hidrogeológicos regionais, além dos outros documentos exigidos. §1º - O Teste de Aqüífero será necessário apenas para os poços perfurados em meio intersticial/granular e poderá, a critério do órgão gestor de recursos hídricos, ser dispensável na renovação da outorga, desde que os parâmetros hidrodinâmicos do aqüífero captado já tenham sido determinados quando da emissão da outorga inicial. §2º – Quando da renovação da outorga ou da licença de operação em poço no qual já tenha sido realizado teste de produção, será realizado apenas um teste

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  • RESOLUO CRH N 01, 25 DE MARO DE 2009.

    Dispe sobre a obrigatoriedade de realizao de Testes de Bombeamento de PRODUO e de AQFERO com elaborao e apresentao de Relatrio Tcnico e d outras providncias.

    O Conselho Estadual de Recursos Hdricos CRH, no uso de suas atribuies, e tendo em vista o disposto nas Leis Estaduais n 12.984, de 30 de dezembro de 2005, n 11.427/97, de 17 de janeiro de 1997 e no seu o Decreto no. 20.423 de 26 de maro de 1998,

    Considerando a deliberao do plenrio da Cmara Tcnica de guas Subterrneas do Conselho Estadual de Recursos Hdricos de Pernambuco,

    Considerando as concluses e recomendaes dos Estudos HIDROREC I e II Estudo Hidrogeolgico do Recife, Olinda, Camaragibe e Jaboato dos Guararapes,

    Considerando a necessidade de determinao da vazo a ser outorgada pelo rgo Gestor para explotao de gua subterrnea por poos tubulares no Estado de Pernambuco, otimizando-se o processo de anlise com uma conseqente melhoria qualitativa dos testes de bombeamento e da apresentao respectivos relatrios tcnicos,

    Considerando as condies hidrogeolgicas do Estado e na perspectiva de resguardar os recursos hdricos subterrneos, resolve:

    Art. 1 - Aprovar e fazer cumprir o Regulamento Tcnico n 001/2008, em anexo, que dispe sobre as "Especificaes Tcnicas para a realizao de Testes de Bombeamento e elaborao de Relatrio Tcnico".

    Art. 2o - As Outorgas de Direito de Uso da gua, esto sujeitas realizao de Testes de Produo (Escalonado ou Sucessivo) e de Aqfero, com a apresentao de Relatrios Tcnicos e s restries de explotao do aqfero impostas por estudos hidrogeolgicos regionais, alm dos outros documentos exigidos.

    1 - O Teste de Aqfero ser necessrio apenas para os poos perfurados em meio intersticial/granular e poder, a critrio do rgo gestor de recursos hdricos, ser dispensvel na renovao da outorga, desde que os parmetros hidrodinmicos do aqfero captado j tenham sido determinados quando da emisso da outorga inicial.

    2 Quando da renovao da outorga ou da licena de operao em poo no qual j tenha sido realizado teste de produo, ser realizado apenas um teste

  • de vazo de curta durao (mnimo de 2 h) para verificar a compatibilidade com os dados originais.

    Art. 3 - O requerente de Outorga de Direito de Uso da gua, inclusive quando em renovao, dever informar, com antecedncia mnima de 10 (dez) dias, ao rgo Gestor, a data e a hora que sero realizados os Testes de Produo e de Aqfero, para viabilizar a ao da fiscalizao dos referidos testes.

    1 - Anexada ao requerimento, deve ser apresentada a Anotao de Responsabilidade Tcnica - ART do Responsvel Tcnico (Gelogo ou Engenheiro de Minas) legalmente habilitado para conduzir os trabalhos, atravs de cpia do comprovante de recolhimento da correspondente ART junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia de Pernambuco CREA-PE;

    2 - O no atendimento ao disposto neste Artigo implicar na no aceitao dos referidos testes e conseqente indeferimento do processo.

    Art. 4 - A anlise do Processo Requerido estar condicionada a apresentao dos Relatrios dos Testes de Bombeamentos.

    Art. 5 - Casos omissos ou especiais sero analisados e decididos pelo rgo Gestor, levando sempre em considerao o princpio da conservao e uso racional dos aqferos.

    Art. 6 - Esta Resoluo entra em vigor na data da sua publicao.

    Joo Bosco de Almeida

    Presidente do CRH

    ANEXO I

    REGULAMENTO TCNICO 001/08 ESPECIFICAES TCNICAS PARA A REALIZAO DE TESTES DE BOMBEAMENTO E ELABORAO DE RELATRIO TCNICO

    1. OBJETIVO:

    Otimizar, com base em testes de bombeamento corretamente executados, o processo de anlise das condies de explotao do aqfero, no que concerne a definio da vazo do poo a ser outorgada pelo rgo gestor.

    2. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES:

    Para elaborao das presentes especificaes tcnicas foram consultados os seguintes documentos:

    Leis Estaduais nos 12.984 (de 30/12/2005) e 11.427 (de 17/01/1997).

  • Decreto Estadual no 20.423 (de 26/03/1998).

    Normas Brasileiras NBR 12.212 (de 31/03/2006), NBR 12.244 (de 31/06/2006) , NBR 13.604 (de 01/05/1996) e NBR 15.495-1 (de 18/06/2007), da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT.

    Relatrios dos Estudos Hidrogeolgicos HIDROREC I (de 1998) e HIDROREC II (de 2002).

    Plano Estadual de Recursos Hdricos.

    Manual de Operao e Manuteno de Poos - DAEE - So Paulo.

    CUSTDIO, E. & LLAMAS, M.R. Hidrologia subterranea. Tomo I. 2a Edio. 1986.

    DRISCOLL, F.C. Groundwater and wells. 2a edio. 1986.

    3. DEFINIES:

    Para efeito deste Regulamento Tcnico sero adotadas as seguintes definies:

    3.1. ALTURA DA BOCA DO POO (hb): a extenso do tubo de revestimento exposto, ou seja, a distncia da boca do poo at a superfcie do terreno. Medido geralmente em metros (m).

    3.2. ANOTAO DE RESPONSABILIDADE TCNICA - ART: Documento de registro da execuo da obra ou servio no rgo competente (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA) que atesta a habilitao tcnica do profissional e compor o seu acervo tcnico.

    3.3. AQFERO: Formao ou grupo de formaes geolgicas portadoras e condutoras de gua subterrnea.

    3.4. AQFERO CRSTICO-FISSURAL: o meio representado por rochas solveis, em geral calcrios, dolomitos e gipsita, consolidadas e fraturadas, que acumulam a gua em espaos proporcionados pelas zonas dissolvidas alm das prprias fraturas.

    3.5. AQFERO FISSURAL: o meio geolgico composto por rochas cristalinas consolidadas e dotado de fissuras e fraturas.

    3.6. AQFERO INTERSTICIAL/GRANULAR: o meio geolgico composto por rochas sedimentares granulares consolidadas ou no e dotadas de interstcios (ou poros).

    3.7. BOMBA: Equipamento para o bombeamento da gua, instalada dentro do poo e fixada atravs da tubulao ou tubo edutor, no caso de bomba

  • submersa, ou fora do poo, no caso das bombas injetora, centrfuga, manual ou mesmo compressor e catavento.

    3.8. BOMBEAMENTO: a ao da retirada da gua de um poo por intermdio de uma bomba.

    3.9. CAPTAO (Poo e Fonte): Conjunto de instalaes, construes e operaes necessrias explotao de gua subterrnea de um aqfero.

    3.10. COEFICIENTE DE ARMAZENAMENTO (S): um parmetro adimensional definido pelo armazenamento especfico de um aqfero versus sua espessura.

    3.11. CONDUTIVIDADE HIDRULICA (K): Pode ser definida como a velocidade aparente por gradiente hidrulico unitrio. Refere-se facilidade da formao aqfera de exercer a funo de um condutor hidrulico. Depende das caractersticas do meio poroso e das propriedades do fluido.

    3.12. DESENVOLVIMENTO DE POO: Conjunto de procedimentos destinados a melhorar a eficincia hidrulica de um poo, objetivando o aumento da sua capacidade produtiva.

    3.13. EFICINCIA DO POO: representada pela relao entre as perdas de carga do aqfero e perdas totais do poo, sendo determinada atravs do teste de produo. Esse parmetro define se o poo foi bem construdo e desenvolvido.

    3.14. ENTRADA DGUA: o local onde a fratura produtora de gua interceptada pelo poo tubular, num meio fissural.

    3.15. EQUIPAMENTO DE CONTROLE DE VAZO: o instrumento utilizado para medir e monitorar a vazo durante um teste de bombeamento.

    3.16. ESCALO: a etapa de bombeamento durante o teste de produo.

    3.17. ESCOADOR DE ORIFCIO CIRCULAR OU TUBO DE PITOT: Equipamento utilizado para a medio e controle da vazo durante o teste de bombeamento de um poo e que garante a vazo rigorosamente constante e com erro de at ? 4%.

    3.18. EXPLOTAO: a captao e uso do manancial hdrico para diversos fins.

    3.19. FILTRO: a seco de revestimento do poo destinada a admisso da gua, com funo de permitir a entrada da gua no poo e a passagem de material fino durante o bombeamento.

    3.20. FONTE: Nascente ou surgncia natural resultante da descarga de um aqfero que aflora superfcie do terreno.

  • 3.21. NVEL DGUA: a profundidade do nvel da gua dentro do poo, tanto em repouso (nvel esttico NE) como em movimento (nvel dinmico ND). Medido geralmente em metros (m) em relao superfcie do terreno.

    3.22. PARMETROS HIDRODINMICOS: so os parmetros fsicos do aqfero (T, K e S) que controlam as condies de armazenamento e fluxo da gua no meio.

    3.23. PERFIL CONSTRUTIVO: o desenho grfico dos aspectos construtivos do poo, envolvendo os dimetros e profundidades perfuradas, espao anular cimentado, o revestimento e filtros e espao anular cimentado e encascalhado, acompanhado da respectiva descrio.

    3.24. PERFIL LITO-ESTRATIGRFICO: o desenho grfico das litologias atravessadas durante a perfurao de um poo, acompanhado das descries litolgicas e estratigrficas, sendo geralmente apresentado junto com o perfil construtivo.

    3.25. PIEZMETRO OU POO DE OBSERVAO: Poo de pequeno dimetro (geralmente at 2") construdo com filtros ou sem filtros com a base aberta, utilizado durante os testes de bombeamento ou para monitoramento de nveis dgua e qualidade da gua.

    3.26. POO: Obra de engenharia que visa a captao de um aqfero, por meio de perfurao no terreno, podendo ser "tubular" ou "amazonas".

    3.27. POO AMAZONAS: aquele construdo em alvenaria (tijolos e cimento) ou mesmo tubules (manilhas em concreto poroso) , possuindo dimetros superiores a 0,5 metros e destinado em geral a aqferos superficiais de reduzida espessura.

    3.28. POO TUBULAR: aquele cuja perfurao feita por meio de mquina perfuratriz percusso, rotativa ou roto-pneumtica. Possui alguns centmetros de abertura, revestido com tubos de ferro ou de plstico (PVC).

    3.29. POO ARTESIANO: aquele em que o nvel da gua ascende acima do topo do aqfero podendo ser jorrante ou semi-jorrante.

    3.30. PERFURAO: o ato de perfurar a formao aqfera atravs de mquinas ou equipamentos apropriados, por mtodos especficos. A perfurao de poos tubulares composta por vrias etapas at a utilizao final do poo. Envolve a perfurao propriamente dita, a completao (colocao do revestimento, filtro, pr-filtro e cimentao), a limpeza e desenvolvimento, o bombeamento e a instalao do poo com equipamento de bombeamento.

    3.31. REBAIXAMENTO (sw): a diferena entre o nvel esttico e o dinmico, ou seja, o quanto o nvel da gua rebaixou dentro do poo, durante o bombeamento. Medido geralmente em metros (m).

  • 3.32. TUBO EDUTOR: a tubulao utilizada na instalao da bomba e destinada a conduzir a gua bombeada at a superfcie.

    3.33. TUBO GUIA: uma tubulao auxiliar instalada dentro do poo para medio exata do nvel da gua no poo.

    3.34. TUBULAO ADUTORA: a tubulao que conduz a gua aps sua sada do poo.

    3.35. TESTE DE BOMBEAMENTO: Atividade de se bombear um poo com os objetivos de se determinar a sua vazo ou os parmetros hidrodinmicos do aqfero.

    3.36. TESTE DE AQFERO: o teste de bombeamento destinado determinao dos parmetros hidrodinmicos (Transmissividade, Condutividade Hidrulica e Coeficiente de Armazenamento) do aqfero. Para determinar o coeficiente de armazenamento faz-se necessria disponibilidade de um outro poo ou piezmetro para observao da variao do nvel.

    3.37. TESTE DE PRODUO: o teste de bombeamento destinado determinao da vazo e eficincia da construo do poo, podendo ser do tipo escalonado ou sucessivo.

    3.38. TESTE SUCESSIVO: um dos tipos de teste de produo onde se passa de uma vazo outra aps haver a recuperao do nvel entre as etapas. Requer um tempo maior para sua execuo.

    3.39. TESTE ESCALONADO : um dos tipos de teste de produo onde se passa de uma vazo outra sem haver a recuperao do nvel entre as etapas. o mtodo mais utilizado por requerer menor tempo para sua execuo.

    3.40. TRANSMISSIVIDADE (T): Corresponde quantidade de gua que pode ser transmitida horizontalmente por toda a espessura saturada do aqfero. Pode-se conceitua-la como a taxa de escoamento de gua atravs de uma faixa vertical do aqfero de largura unitria submetida a um gradiente hidrulico unitrio.

    3.41. VAZO (Q): a medida do volume de gua que sai do poo por determinado perodo de tempo. Medida geralmente em metros cbicos por hora (m3/h) ou mesmo em litros por hora (L/h).

    3.42. VAZO DE EXPLOTAO (QEXP): a vazo aprovada e outorgada pelo rgo Gestor, com base nos testes executados e nas restries existentes para explotao do aqfero.

    3.43. VAZES MXIMAS (QMAX): So as vazes determinadas pela Velocidade de Sada de Fluxo do Aqfero e pelo Rebaixamento Mximo do Nvel Dgua Disponvel no Poo.

  • 3.44. VAZO REQUERIDA (QREQ) : a vazo requerida pelo usurio a partir dos resultados dos testes de bombeamento realizados, submetida anlise do rgo Gestor para fins de concesso, dependendo das restries existentes para explotao do aqufero.

    4. PROCEDIMENTO TCNICO

    Para subsidiar a gesto sustentvel das guas subterrneas devero ser atendidos os seguintes procedimentos tcnicos:

    4.1. GENERALIDADES:

    Os seguintes aspectos devem ser observados e cumpridos antes da execuo dos testes de bombeamento de Produo e/ou de Aqfero:

    4.1.1. O poo, quando recm-construdo, dever estar completamente desenvolvido;

    4.1.2. Antes de iniciar o teste de bombeamento dever ser realizado um pr-teste para dimensionar as vazes a serem adotadas.

    4.1.3. Entre a realizao dos dois tipos de testes (Produo e Aqfero), dever haver uma paralisao do bombeamento at a recuperao de, pelo menos, 97% do nvel esttico.

    4.1.4. Deve-se instalar uma tubulao auxiliar (tubo guia), com dimetro interno de ou " (meia ou trs quartos de polegadas), preferencialmente presa tubulao edutora at uma profundidade prxima bomba, com o objetivo de se medir o nvel dgua em todo poo;

    4.1.5. Deve-se utilizar, preferencialmente, bomba submersa para a realizao do teste de bombeamento, com vazo superior vazo previamente conhecida dos poos da regio ou mesmo do prprio poo quando j houver resultados anteriores ou pr-teste. O uso de compressores, catavento ou bomba manual, no ser aceito.

    4.2. TESTES DE BOMBEAMENTO:

    4.2.1. Os Testes de Produo devero ser realizados em poos perfurados em aqferos intersticiais/granulares ou crsticos-fissurais, enquanto que os Testes de Aqfero apenas nos primeiros.

    4.2.2. Quando o poo captar gua em aqferos intersticiais/granulares, devero ser realizados os Testes de Produo e de Aqfero, com um intervalo de tempo entre ambos de, no mnimo, 12 (doze) horas;

    4.2.3. Os testes de bombeamento devero ser realizados utilizando-se os seguintes equipamentos bsicos:

  • a) Medidor de Nvel Manual, do tipo Eletrnico, com sinais sonoro, luminoso, de registro visual (ampermetro) e/ou Medidores de Nvel Automticos dos tipos Levelogger ou mesmo Lingrafos, para a medio do rebaixamento;

    b) Cronmetro, preferencialmente digital, para o controle do tempo de bombeamento; e,

    c) Equipamento de controle da vazo que permita manter a vazo rigorosamente constante e com erro de at ? 4%, dotado de vlvula de regulagem sensvel e de fcil manejo (recomenda-se tipo globo). Dispositivos volumtricos (baldes, tonis etc.) no sero aceitos.

    4.2.4. A durao do Teste de Produo dever ser, no mnimo, de 4(quatro) horas subdividas em quatro escales de uma hora cada .

    4.2.5. A durao do teste de aqfero dever ser no mnimo de 24 (vinte e quatro) horas devendo ser anotado a recuperao dos nveis durante pelo menos 12 horas.

    4.2.6. A freqncia de intervalos de leituras do nvel da gua no teste de bombeamento e de recuperao, constantes na planilha de dados de campo, deve obedecer o estabelecido no Relatrio Padro, conforme modelo padro apresentado no Anexo deste Regulamento.

    4.2.7. Quando forem bombeados poos em aqferos livres ou semi-confinados, a gua bombeada pelos testes dever ser lanada a uma distncia satisfatria a jusante do poo, em relao ao fluxo subterrneo, atravs de conduto, a fim de evitar interferncia no rebaixamento.

    4.2.8. Todos os dados devero ser registrados em Planilhas de Campo

    4.3. TESTES DE PRODUO:

    4.3.1. EM AQFEROS INTERSTICIAIS/GRANULARES:

    Os testes de Produo (Escalonado ou Sucessivo) realizados em poos que captam gua em aqferos intersticiais devero obedecer aos seguintes critrios tcnicos:

    4.3.1.1. As quatro primeiras vazes do teste devem ser crescentes, e atender s seguintes condies:

    1. Pelo menos trs valores consecutivos ou no dos rebaixamentos especficos (sp/Q) sejam crescentes em funo do aumento de vazo, ou seja:

    (sp /Q)1 < (sp /Q)2 < (sp /Q)3 < (sp /Q)4

    2. Pelo menos trs dos pontos referentes aos rebaixamentos especficos medidos (sp /Q), quando plotados em grfico decimal, em funo da vazo (Q), devero estar alinhados.

  • 4.3.1.2. Os dados dos rebaixamento medidos (sp) nas quatro etapas do teste escalonado ou sucessivo devero ser apresentados em funo do tempo de bombeamento (t), em grfico do tipo monolog (sp versus log t).

    4.3.1.3.. Os dados dos rebaixamentos especficos medidos(sp /Q) nas quatro etapas do teste escalonado ou sucessivo devero ser apresentados em funo da vazo de bombeamento (Q) , em grfico decimal (sp /Q versus Q).

    4.3.1.3 Devem ser determinadas Equaes Caractersticas do Funcionamento Hidrulico do Poo para o tempo de 01(uma) hora e para o tempo de bombeamento de 05 anos correspondente ao tempo de operao da vazo requerida, equaes essas do tipo (sp = B.Q + C. Qn ), podendo n ser igual a 2, sendo:

    B = Coeficiente de Perdas de Carga Laminares

    (valor correspondente interseo da reta que passa pelos

    pontos alinhados no grfico sp /Q x Q, com o eixo dos

    rebaixamentos especficos).

    C = Coeficiente de Perdas de Carga Turbulentas

    (valor correspondente tangente do ngulo formado pela

    reta que passa pelos pontos alinhados no grfico

    sp /Q x Q, com o eixo das vazes).

    4.3.1.4 Devem ser calculadas: a Vazes Mxima (QMAX) funo da velocidade de sada do fluxo das paredes do aqufero (frmula de Sichardt) e a Vazo Mxima (QMAX) em funo do rebaixamento mximo disponvel do nvel dgua no poo, como base para a justificativa da Vazo Requerida (QREQ) e do correspondente Regime de Explorao.

    4.3.2. EM AQFEROS FISSURAIS/CRSTICOS:

    Os testes de Produo, para avaliao da capacidade de produo de poo nos meios estritamente crsticos-fissurais, em que no possam ser utilizados mtodos clssicos do meio granular/intersticial, devem ser realizados conforme os procedimentos que se seguem.

    4.3.2.1. Durante a perfurao do poo devero ser identificadas as entradas dgua, destacando-se a(s) principal(is), registrando-as no perfil litolgico e construtivo.

  • 4.3.2.2. O teste deve ser realizado com apenas uma nica vazo mantida constante durante perodo de 24 horas de bombeamento (vazo esta definida em pr-teste de curta durao), medindo-se os rebaixamentos do nvel dgua ao longo do tempo conforme intervalos estabelecidos no Anexo 002/2008.

    4.3.2.3.Na metodologia indicada no item 4.3.2.2., a interpretao do teste feita da forma seguinte:

    a) plota-se em grfico de escala semi-logaritimica, os dados de vazo especfica (Q/ sp), em funo do tempo de bombeamento (t);

    b) a curva obtida extrapolada mediante tangente aos ltimos pontos do grfico at um tempo de bombeamento mnimo de 1 ano (perodo no qual se supe ocorrer a recarga do aqfero crstico-fissural), obtendo-se nesse tempo a vazo especfica projetada para longos tempos de bombeamento.

    c) determina-se o rebaixamento mximo permissvel do nvel dgua no poo como sendo a diferena entre a profundidade da primeira entrada dgua principal e a profundidade do nvel esttico;

    d) determina-se a vazo de explorao do poo como sendo o produto da vazo especfica projetada pelo rebaixamento mximo permissvel;

    e) em poos com diversas entradas dgua de baixa produtividade distribudas sucessivamente a partir das proximidades do nvel esttico at a profundidade final do poo, sem caracterizao, portanto, de uma ou mais entradas dgua principais, deve-se considerar como rebaixamento mximo permissvel, o equivalente a 40% da lmina dgua presente no poo;

    4.4. TESTES DE AQFERO:

    Os Testes de Aqfero, realizados apenas em poos que captam gua em aqferos intersticiais/granulares, devero obedecer aos seguintes critrios tcnicos:

    4.4.1. Observar as condies de aplicabilidade da metodologia de interpretao relacionada ao tipo de aqfero e ao regime do fluxo de gua subterrnea.

    4.4.2 - Os dados dos rebaixamento medidos (sp) devero ser apresentados em funo

    do tempo de bombeamento (t), em grfico do tipo monolog (sp versus log t)

    4.4.3. Determinar os parmetros hidrodinmicos como transmissividade (T), condutividade hidrulica (K) e coeficiente de armazenamento (S), este no caso da disponibilidade de piezmetro/poo de observao.

    .4.4.4 No grfico monolog (sp versus log t), a reta de definio da transmissividade

  • dever ser extrapolada para (t = 5 anos), tendo em vista permitir, para este tempo, a

    obteno da Equao de Funcionamento do Poo, determinada no teste de produo

    em etapas de 01 hora de durao.

    4.5. RELATRIO TCNICO:

    Junto ao requerimento de Outorga devero ser apresentados os resultados dos testes de Produo e de Aqufero do poo, conforme modelo padronizado de Relatrio Tcnico apresentado no Anexo II, contendo os seguintes elementos bsicos :

    1 Identificao

    2 Dados do Poo

    3 Dados do Conjunto Edutor Utilizado nos Testes

    4 Testes de Bombeamento

    4.1 Dados Bsicos

    4.2 Grficos

    5 - Interpretaes e Determinaes

    5.1 Teste de Produo Aqufero Intersticial/Granular

    5.2 - Teste de Aqufero Aqufero Intersticial/Granular

    5.3 - Teste de Produo Aqufero Crstico Fissural

    5.4 - Vazes Mximas Permissveis e Vazo Requerida

    6 Tabelas e Dados Cadastrais

    6.1- Perfil Litolgico e Construtivo

    6.2 Teste de Produo Topo Escalonado

    6.3 Teste de Produo Tipo Sucessivo

    6.4 - Teste de Aqufero Intersticial/Granular

    6.5 - Teste de Produo Crstico-Fissural

    7- Documentao Fotogrfica

  • Joo Bosco de Almeida

    Presidente do CRH

    Publicado no DOE, de 29.04.09. 11

    Anexos Ver Documentos