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Ano II — Nº 63 09 a 15 de Novembro de 2013 Buscando Contribuir, um pouco que seja, com o fornecimento de informações importantes para todos os nosso irmãos, colocamos em suas mãos nosso informativo nº 63. Por falar em ajudar, você gostaria de ajudar o Papa a saber o que pensam os fiéis de todo o mundo sobre os problemas da família e suas possíveis soluções? Pela primeira vez na história, todos os cristãos podem expressar sua opinião, graças ao questionário publicado pela Santa Sé. “Para a realização, de 5 a 19 de outubro de 2014, de um Sínodo Extraordinário sobre a Família, Papa Francisco quer conhecer a opinião dos fiéis sobre questões controversas, como os sacramentos para divorciados, o controle da natalidade ou a atenção aos homossexuais. Para isso, enviou às Conferência Episcopais de todo o mundo um questionário com 38 perguntas, cujas respostas servirão de base para o debate. Os questionários respondidos deverão ser enviados a Roma até janeiro próximo.” Todas as perguntas e a introdução do questionários estão na página 04. E para aqueles que desejarem responder e enviar suas respostas ao Vaticano, basta acessar o site: www.periodistadigital.com/religion/ e abrir o link Responda a las preguntas del Papa. Sobre o Evangelho deste Domingo, trazemos na página 2 as reflexões de José Antonio Pagola e Fernando Dupont. O primeiro, nos proporciona uma leitura a partir da ótica da decisão que cada um deve tomar diante das questões que tratam da morte. Dupont, por sua vez nos convida a meditar sobre o modo como pensamos a ressurreição dos mortos. Vale a pena a leitura destas duas reflexões. Na página 03, trazemos as palavras do Papa Francisco sobre a importância dos sacramentos, carismas e caridade para vivermos nossa vocação cristã. Falando sobre a “Teologia feita por mulheres a partir da feminilidade”, Leonardo Boff, nos brinda com um artigo maravilhoso no qual fala sobre Santa Hildegarda, Teresa D’Ávila, Juliana de Norwich, Simone Weil e a importância de suas obras teológicas. E sem esquecer de nossas Teólogas da atualidade, Boff remete-nos aos escritos de Ivone Gebara, Maria Clara Binge mer. Leia tudo na página 7. A página 8, traz para vocês um artigo de Frei Betto sobre o tema: “Sociedade do Egoísmo”, a partir de uma leitura aprofundada da parábola do bom Samaritano. As páginas 9 e 10, apresentam as atividades apoiadas pelo IPDM para os meses de Novembro e Dezembro/2013 e Janeiro 2014. Dentre eles, destacamos o Curso de Verão a ser realizado pelo CEESEP na PUC – SP entre os dias 4 e 12 de janeiro/13 que reúne pessoas de todo o país. E o Abaixo Assinado que está sendo organizado pelo Movimento Pro Descentralização da Prefeitura de São Paulo, defendendo a necessidade de, para uma melhor administração da Cidade de São Paulo, que a mesma seja feita a partir das Subprefeituras pois este é o órgão mais próximo da realidade de cada bairro. Aqueles que desejarem aderir a este movimento, pode xerocopiar a folha do Abaixo Assinado, promover a coleta de assinaturas e depois entregá-las nos locais indicados. O IPDM apoia totalmente este movimento e com ele cerra fileiras. Junte-se a nós. A página 11 destaca o Grande Encontro com a Teóloga, Socióloga e Escritora Brenda Carranza, que estará conosco no próximo dia 23 de novembro/13 no Santuário da Paz – Cidade Líder. Brenda irá tratar de um tema atualíssimo para nossa sociedade: “Pentecostalismo Evangélico e Católico – desafios para a prática pastoral da Igreja” Não perca esta oportunidade. O Encontro é Gratuito e aberto a todos que queriam participar. Veja mais informações na página 11. Por fim, na página 12, dispomos para vocês endereços eletrônicos recomendados para pesquisas sobre os mais diferentes assuntos. Lembramos a todos os nossos amigos/as que desejarem enviar seus recados para nós, que podem fazê-lo através do e- mail: [email protected]. Desejamos a todos ótima leitura. Equipe de Produção Leituras propostas pela Igreja para este Domingo 1ª: Mc 7, 1-2.9-14 / Sl: 16(17) / 2ª: 2Ts 2, 16-3, 5 / Ev: Lc 20, 27-38 Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa própria ressurreição

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Page 1: Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa ... · questões controversas, como os sacramentos para divorciados, o controle da natalidade ou a atenção aos homossexuais

Ano II — Nº 63 09 a 15 de Novembro de 2013

Buscando Contribuir, um pouco que seja, com o fornecimento

de informações importantes para todos os nosso irmãos,

colocamos em suas mãos nosso informativo nº 63.

Por falar em ajudar, você gostaria de ajudar o Papa a saber o

que pensam os fiéis de todo o mundo sobre os problemas da

família e suas possíveis soluções? Pela primeira vez na história,

todos os cristãos podem expressar sua opinião, graças ao

questionário publicado pela Santa Sé. “Para a realização, de 5 a

19 de outubro de 2014, de um Sínodo Extraordinário sobre a

Família, Papa Francisco quer conhecer a opinião dos fiéis sobre

questões controversas, como os sacramentos para divorciados, o

controle da natalidade ou a atenção aos homossexuais. Para isso,

enviou às Conferência Episcopais de todo o mundo um

questionário com 38 perguntas, cujas respostas servirão de base

para o debate. Os questionários respondidos deverão ser

enviados a Roma até janeiro próximo.” Todas as perguntas e a

introdução do questionários estão na página 04. E para aqueles

que desejarem responder e enviar suas respostas ao Vaticano,

basta acessar o site: www.periodistadigital.com/religion/ e abrir

o link Responda a las preguntas del Papa.

Sobre o Evangelho deste Domingo, trazemos na página 2 as

reflexões de José Antonio Pagola e Fernando Dupont. O

primeiro, nos proporciona uma leitura a partir da ótica da

decisão que cada um deve tomar diante das questões que tratam

da morte. Dupont, por sua vez nos convida a meditar sobre o

modo como pensamos a ressurreição dos mortos. Vale a pena a

leitura destas duas reflexões.

Na página 03, trazemos as palavras do Papa Francisco sobre

a importância dos sacramentos, carismas e caridade para

vivermos nossa vocação cristã.

Falando sobre a “Teologia feita por mulheres a partir da

feminilidade”, Leonardo Boff, nos brinda com um artigo

maravilhoso no qual fala sobre Santa Hildegarda, Teresa D’Ávila,

Juliana de Norwich, Simone Weil e a importância de suas obras

teológicas. E sem esquecer de nossas Teólogas da atualidade,

Boff remete-nos aos escritos de Ivone Gebara, Maria Clara Binge

mer. Leia tudo na página 7.

A página 8, traz para vocês um artigo de Frei Betto sobre o

tema: “Sociedade do Egoísmo”, a partir de uma leitura

aprofundada da parábola do bom Samaritano.

As páginas 9 e 10, apresentam as atividades apoiadas pelo

IPDM para os meses de Novembro e Dezembro/2013 e Janeiro

2014. Dentre eles, destacamos o Curso de Verão a ser realizado

pelo CEESEP na PUC – SP entre os dias 4 e 12 de janeiro/13 que

reúne pessoas de todo o país.

E o Abaixo Assinado que está sendo organizado pelo

Movimento Pro Descentralização da Prefeitura de São Paulo,

defendendo a necessidade de, para uma melhor administração

da Cidade de São Paulo, que a mesma seja feita a partir das

Subprefeituras pois este é o órgão mais próximo da realidade de

cada bairro. Aqueles que desejarem aderir a este movimento,

pode xerocopiar a folha do Abaixo Assinado, promover a coleta

de assinaturas e depois entregá-las nos locais indicados. O

IPDM apoia totalmente este movimento e com ele cerra fileiras.

Junte-se a nós.

A página 11 destaca o Grande Encontro com a Teóloga,

Socióloga e Escritora Brenda Carranza, que estará conosco no

próximo dia 23 de novembro/13 no Santuário da Paz – Cidade

Líder. Brenda irá tratar de um tema atualíssimo para nossa

sociedade: “Pentecostalismo Evangélico e Católico – desafios para

a prática pastoral da Igreja” Não perca esta oportunidade. O

Encontro é Gratuito e aberto a todos que queriam participar.

Veja mais informações na página 11.

Por fim, na página 12, dispomos para vocês endereços

eletrônicos recomendados para pesquisas sobre os mais

diferentes assuntos.

Lembramos a todos os nossos amigos/as que desejarem

enviar seus recados para nós, que podem fazê-lo através do e-

mail: [email protected].

Desejamos a todos ótima leitura.

Equipe de Produção

Leituras propostas pela Igreja para este Domingo

1ª: Mc 7, 1-2.9-14 / Sl: 16(17) / 2ª: 2Ts 2, 16-3, 5 / Ev: Lc 20, 27-38

“Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa própria ressurreição”

Page 2: Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa ... · questões controversas, como os sacramentos para divorciados, o controle da natalidade ou a atenção aos homossexuais

Jesus não se dedicou a falar muito da vida eterna. Não pretende enganar a ninguém fazendo descrições fantasiosas da vida para lá da morte. No entanto, toda a Sua vida desperta esperança. Vive aliviando o sofrimento e libertando do medo as pessoas. Contagia uma confiança total em Deus. A Sua paixão é fazer a vida mais humana e ditosa para

todos, tal como a quer o Pai de todos.

Só quando um grupo de saduceus se aproxima com a ideia de ridiculizar a fé na ressurreição, a Jesus lhe brota

do seu coração crente a convicção que sustem e alenta toda a Sua vida: Deus “não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos são vivos”.

A Sua fé é simples. É verdade que nós choramos os nossos entes queridos porque, ao morrer, os perdemos aqui na terra, mas Jesus

não pode nem imaginar-se que a Deus lhe vão morrendo esses Seus filhos que tanto ama. Não pode ser. Deus partilha a Sua vida com eles porque os acolheu no Seu amor insondável.

O traço mais preocupante do nosso tempo é a crise de esperança. Perdemos o horizonte de um Futuro último e as pequenas esperanças

desta vida não chegam para nos consolar. Este vazio de esperança gera em muitos a perda de confiança na vida. Nada merece a pena. É fácil então o niilismo total.

Nestes tempos de desespero, será que não nos estão pedindo a todos, crentes e não crentes, para fazermos as preguntas mais radicais que levamos dentro de nós? Esse Deus de muitos duvidam, a que bastantes abandonaram e por quem muitos continuam a preguntar, não será o fundamento último em que podemos apoiar a nossa confiança radical na vida? No fim de todos os caminhos, no fundo de todos

dos nossos desejos, no interior das nossas interrogações e lutas, não estará Deus como Mistério último da salvação que andamos a procurar?

A fé está a ficar aí, num canto do nosso interior, como algo pouco importante, que não merece a pena cuidar já nestes tempos. Será assim? Certamente não é fácil acreditar, e é difícil não acreditar. Entretanto, o mistério último da vida pede-nos uma resposta lúcida e responsável.

Esta resposta é decisão de cada um. Quero apagar da mina vida toda a esperança última mais além da morte como uma falsa ilusão que não nos ajuda a viver? Quero permanecer aberto ao Mistério último da existência confiando que ali encontraremos a resposta, o acolhimento e a plenitude que andamos a procurar já desde agora?

O evangelho de hoje traz à luz o antigo e sempre atual questionamento sobre o que acontece depois

morte. Existe vida, ressurreição? Jesus responde a esta pergunta, mas para entender sua resposta,

precisamos conhecer um pouco sobre a fé na ressurreição no Primeiro Testamento.

Porque é dessa tradição veterotestamentária que bebe Jesus e os/as primeiros/as cristãos/ãs.

O texto explica claramente que os saduceus não acreditam na ressurreição. Eles se opõem ao

pensamento inovador dos fariseus que afirmam a ressurreição, a existência de anjos e acreditam no juízo de Deus.

Quando lemos o Primeiro Testamento, descobrimos um Deus da vida e dos vivos. O livro do

Deuteronômio O apresenta como “o Senhor da vida e da morte” (Dt 32,39).

O segundo livro dos Macabeus, em que se narra o martírio dos sete irmãos e sua mãe, expressa a

esperança deles na ressurreição: “É o Criador do mundo que formou o homem em seu nascimento e deu origem a todas as coisas, que vos retribuirá, na sua misericórdia, o espírito e a vida...” (2Mac 7,23).

Dessa maneira, este texto, assim como outros (Sl 73, 23; Is 26,19; Os 6, 1-3), nos revelam um Deus que é fiel à aliança que fez com

seu povo, e essa fidelidade é salvadora. Por isso os justos, aqueles/as que vivem conforme a sua lei, não conheceram a corrupção, senão a vida em plenitude que Deus lhes dará em recompensa.

Jesus se situa em continuidade a esta fé, tomando as palavras de Moisés, afirma sua crença num Deus que “não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”.

Ele conhece o amor de seu Pai a cada uma de suas criaturas e sabe também que esse amor criador, incondicional, é mais forte que a

morte, a ponto de ele mesmo chegar a proclamar: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11, 22).

O texto de hoje quer também esclarecer o conceito de ressurreição. Podemos fazer uma parada e nos perguntarmos qual é nossa ideia

sobre a ressurreição dos mortos.

A pergunta dos saduceus a Jesus se baseia na lei judaica do levirato, que buscava proteger a viúva. Quando o homem morre sem deixar

filhos, seu irmão deve tomar sua mulher para cuidar e também gerar prole. Então, “na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa?”.

Esta pergunta desenha um imaginário errôneo de ressurreição como repetição desta vida, anulando a novidade que a ressurreição cria, gera, não regida mais pelas leis físicas ou biológicas, senão pelo amor de Deus no qual a criatura ressuscitada participa.

Isso não quer dizer que a pessoa, ao ressuscitar, perde sua identidade, diluindo-se na presença de Deus.

Ao contrário! Assim como Jesus, ao ressuscitar, alcança sua plenitude humana, seus irmãos e irmãs que morrem, ao ressuscitar, não perdem sua identidade, continuam sendo eles/as e seu mundo de relações que os/as definem, mas de uma maneira mais plena, total,

que transcende as barreiras do tempo e do espaço.

O teólogo espanhol Andrés Torres Queiruga, refletindo sobre a afirmação de Jesus de que na ressurreição os homens e as mulheres

“não se casarão mais, porque não podem mais morrer, pois serão como os anjos”, considera que estas palavras não anunciam uma vida abstrata ou despersonalizada.

Antes, elas aludem à plenitude do novo modo de existência, em que o amor, porque estará livre do egoísmo, não se submeterá à

rivalidade e à exclusão. Os vínculos e o amor se conservarão, mas já não se limitarão à vida e às relações, mas se expandirão para alegria de todos.

Assim sendo, o evangelho de hoje é um convite a renovar nossa fé no Deus da vida, que fez de seu filho Jesus o primogênito dos que ressuscitam dos mortos, criando para nós o caminho da vida eterna.

Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa própria ressurreição, a celebrar a vida nova de nossos mortos e a esperar

ativamente nos encontrarmos todos e todas no banquete eterno, onde todos, sem exceção, nos sentaremos na mesma mesa dos filhos e filhos de Deus.

Padre José Antonio Pagola

Fernando Dupont

Em: www. eclesalia.wordpress.com-06/11/2013

Em: www.ihu.unisinos.br-31/10/2013

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Quarta-feira passada falei da comunhão dos santos, entendida como comunhão entre

as pessoas santas, isso é, entre nós crentes. Hoje gostaria de aprofundar outro aspecto

desta realidade: vocês se lembram de que eram dois aspectos: um a comunhão, a

unidade entre nós, e o outro aspecto a comunhão nas coisas santas, nos bens espirituais.

Os dois aspectos estão intimamente ligados entre si, de fato, a comunhão entre os

cristãos cresce mediante a participação nos bens espirituais. Em particular,

consideremos: os Sacramentos, os carismas e a caridade (cfr Catecismo da Igreja

Católica nn 949-953). Nós crescemos em unidade, em comunhão, com: os Sacramentos,

os carismas que cada um tem do Espírito Santo e com a caridade.

Antes de tudo, a comunhão aos sacramentos. Os sacramentos exprimem e realizam uma efetiva e profunda comunhão entre nós, porque

neles encontramos Cristo Salvador e, através Dele, os nossos irmãos na fé. Os sacramentos não são aparência, não são ritos, mas são a

força de Cristo; é Jesus Cristo presente nos sacramentos. Quando celebramos a Eucaristia é Jesus vivo, que nos une, que nos faz

comunidade, que nos faz adorar o Pai. Cada um de nós, de fato, mediante o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia foi incorporado a Cristo

e unido a toda a comunidade dos crentes. Portanto, se por um lado é a Igreja que “faz” os sacramentos, por outro são os sacramentos que

“fazem” a Igreja, edificam-na, gerando novos filhos, agregando-os ao povo santo de Deus, consolidando a sua pertença.

Todo encontro com Cristo, que nos sacramentos nos dá a salvação, convida-nos a “ir” e comunicar aos outros uma salvação que pudemos

ver, tocar, encontrar, acolher, e que é realmente credível porque é amor. Deste modo, os sacramentos nos impelem a ser missionários, e

o empenho apostólico de levar o Evangelho a todo ambiente, mesmo naqueles mais hostis, constitui o fruto mais autêntico de uma assídua

vida sacramental, enquanto é participação na iniciativa salvífica de Deus, que quer dar a todos a salvação. A graça dos sacramentos

alimenta em nós uma fé forte e alegre, uma fé que sabe admirar as “maravilhas” de Deus e sabe resistir aos ídolos do mundo. Por isto é

importante comungar, é importante que as crianças sejam batizadas cedo, que sejam crismadas, porque os sacramentos são a presença

de Jesus Cristo em nós, uma presença que nos ajuda. É importante, quando nos sentimos pecadores, aproximar-nos do sacramento da

Reconciliação. Alguém poderá dizer: “Mas tenho medo, porque o padre vai me repreender”. Não, não vai te repreender, você sabe quem

você vai encontrar no sacramento da Reconciliação? Encontrarás Jesus que te perdoa! É Jesus que nos espera ali; e este é um sacramento

que faz crescer toda a Igreja.

Um segundo aspecto da comunhão nas coisas santas é aquele da comunhão dos carismas. O Espírito Santo distribui entre os fiéis uma

infinidade de dons e de graças espirituais; esta riqueza, digamos, “fantasiosa” dos dons do Espírito Santo é destinada à edificação da

Igreja. Os carismas – palavra um pouco difícil – são os presentes que nos dá o Espírito Santo, habilidades, possibilidades… Presentes dados

não para que fiquem escondidos, mas para comunicar aos outros. Não são dados em benefício de quem os recebe, mas para a utilidade

do povo de Deus. Se um carisma, em vez disso, um presente desses serve para afirmar a sim mesmo, deve-se duvidar que se trate de um

autêntico carisma ou que seja fielmente vivido. Os carismas são graças particulares, dadas a alguns para fazer bem a tantos outros. São

atitudes, inspirações e estímulos interiores que nascem na consciência e na experiência de determinadas pessoas, as quais são chamadas

a colocá-los a serviço da comunidade. Em particular, esses dons espirituais beneficiam a santidade da Igreja e da sua missão. Todos somos

chamados a respeitá-los em nós e nos outros, a acolhê-los como estímulos úteis para uma presença e uma obra fecunda da Igreja. São

Paulo advertia: “Não extingais o Espírito” (1 Ts 5, 19). Não extingamos o Espírito que nos dá estes presentes, estas habilidades, estas

virtudes tão belas que fazem a Igreja crescer.

Qual é o nosso comportamento diante destes dons do Espírito Santo? Somos conscientes de que o Espírito de Deus é livre para dá-los a

quem quer? Nós os consideramos como uma ajuda espiritual, através do qual o Senhor apoia a nossa fé e reforça a nossa missão no

mundo?

E chegamos ao terceiro aspecto da comunhão nas coisas santas, isso é, a comunhão da caridade, a unidade entre nós que faz a caridade,

o amor. Os pagãos, observando os primeiros cristãos, diziam: mas, como se amam, como se querem bem! Não se odeiam, não falam uns

contra os outros. Esta é a caridade, o amor de Deus que o Espírito Santo nos coloca no coração. Os carismas são importantes na vida da

comunidade cristã, mas são sempre meios para crescer na caridade, no amor, que São Paulo coloca acima dos carismas (cfr 1 Cor 13, 1-

13). Sem o amor, na verdade, mesmo os dons mais extraordinários são vãos; este homem cura o povo, tem esta qualidade, esta outra

virtude… mas tem amor e caridade no seu coração? Se tem, tudo bem, mas se não tem, não serve à Igreja. Sem o amor todos estes dons

e carismas não servem à Igreja, porque onde não há o amor há um vazio que vem preenchido pelo egoísmo. E me pergunto: se todos

somos egoístas, podemos viver em comunhão e em paz? Não se pode, por isto é necessário o amor que nos une. O menor dos gestos de

amor tem efeito bom para todos! Portanto, viver a unidade na Igreja e a comunhão da caridade significa não buscar o próprio interesse,

mas partilhar os sofrimentos e as alegrias dos irmãos (cfr 1 Cor 12, 26), prontos a levar os fardos daqueles mais frágeis e necessitados.

Esta solidariedade fraterna não é uma figura retórica, um modo de dizer, mas é parte integrante da comunhão entre os cristãos. Se a

vivemos, nós somos no mundo sinal, “sacramento” do amor de Deus. Somos uns pelos outros e somos por todos! Não se trata somente

daquela caridade pequena que podemos oferecer ao outro, trata-se de algo mais profundo: é uma comunhão que nos torna capazes de

entrar na alegria e na dor dos outros para fazê-las nossas sinceramente.

E muitas vezes somos tão secos, indiferentes, distantes e em vez de transmitir fraternidade, transmitimos mal humor, frieza, egoísmo.

E com mal humor, frieza, egoísmo não se pode fazer crescer a Igreja; a Igreja cresce somente com amor que vem do Espírito Santo. O

Senhor nos convida a abrir-nos à comunhão com Ele, nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para viver de maneira digna da nossa

vocação cristã!

E agora me permito pedir a vocês um ato de caridade: fiquem tranquilos que não se fará coleta! Antes de vir aqui na praça fui encontrar

uma menina de um ano e meio com uma doença gravíssima. Seu pai e sua mãe rezam e pedem ao Senhor a saúde desta bela criança.

Chama-se Noemi. Sorria, pobrezinha! Façamos um ato de amor. Não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, é uma

cristã. Façamos um ato de amor por ela e em silêncio peçamos que o Senhor a ajude neste momento e lhe dê saúde. Em silêncio um

momento e depois rezemos a Ave Maria. E agora todos juntos rezemos à Nossa Senhora pela saúde de Noemi. Ave Maria… Obrigado por

este ato de caridade.

Em: http://www.zenit.org/2013/11/06

Pronunciamento do Papa durante Audiência na Praça de São Pedro em 06/11/2013

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“Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”

I – O Sínodo: família e evangelização

A missão de pregar o Evangelho a cada criatura foi confiada diretamente pelo Senhor aos seus discípulos, e dela a Igreja é portadora

na história. Na época em que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral, que interpela a missão

evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial.

Propor o Evangelho sobre a família neste contexto é mais urgente e necessário do que nunca. A importância deste tema sobressai do

facto que o Santo Padre decidiu estabelecer para o Sínodo dos Bispos um itinerário de trabalho em duas etapas: a primeira, a Assembleia

Geral Extraordinária de 2014, destinada a especificar o “status quaestionis” e a recolher testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar

e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família; a segunda, a Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a procurar linhas de

ação para a pastoral da pessoa humana e da família.

Hoje perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão dos casais de facto, que não acedem ao matrimónio e às

vezes excluem esta própria ideia, até às uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raro é permitida a adoção de filhos. Entre as

numerosas novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será suficiente recordar: os matrimónios mistos ou

inter-religiosos; a família monoparental; a poligamia; os matrimónios combinados, com a consequente problemática do dote, por vezes

entendido como preço de compra da mulher; o sistema das castas; a cultura do não-comprometimento e da presumível instabilidade do

vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenómenos migratórios e reformulação da própria ideia de família; o pluralismo

relativista na noção de matrimónio; a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na compreensão do matrimónio e da

vida familiar; as tendências de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto

matrimonial; o difundir-se do fenómeno das mães de substituição (“barriga de aluguel”); e as novas interpretações dos direitos humanos.

Mas sobretudo no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono da fé na sacramentalidade do matrimónio e no poder

terapêutico da penitência sacramental.

A partir de tudo isto compreende-se como é urgente que a atenção do

episcopado mundial, “cum et sub Petro”, enfrente estes desafios. Se, por

exemplo, pensarmos unicamente no facto de que no contexto atual muitos

adolescentes e jovens, nascidos de matrimónios irregulares, poderão nunca

ver os seus pais aproximar-se dos sacramentos, compreenderemos como

são urgentes os desafios apresentados à evangelização pela situação atual,

de resto difundida em todas as partes da “aldeia global”. Esta realidade

encontra uma correspondência singular no vasto acolhimento que tem, nos

nossos dias, o ensinamento sobre a misericórdia divina e sobre a ternura em

relação às pessoas feridas, nas periferias geográficas e existenciais: as

expectativas que disto derivam, a propósito das escolhas pastorais relativas

à família, são extremamente amplas. Por isso, uma reflexão do Sínodo dos

Bispos a respeito destes temas parece tanto necessária e urgente quanto

indispensável, como expressão de caridade dos Pastores em relação a

quantos lhes são confiados e a toda a família humana.

II – A Igreja e o Evangelho sobre a família

A boa nova do amor divino deve ser proclamada a quantos vivem esta fundamental experiência humana pessoal, de casal e de comunhão

aberta ao dom dos filhos, que é a comunidade familiar. A doutrina da fé sobre o matrimónio deve ser apresentada de modo comunicativo

e eficaz, para ser capaz de alcançar os corações e de os transformar segundo a vontade de Deus manifestada em Cristo Jesus.

A propósito das fontes bíblicas sobre o matrimónio e a família, nesta circunstância apresentamos somente as referências essenciais.

Também no que se refere aos documentos do Magistério, parece oportuno limitar-se aos documentos do Magistério universal da Igreja,

integrando-os com alguns textos emanados pelo Pontifício Conselho para a Família e atribuindo aos Bispos participantes no Sínodo a tarefa

de dar voz aos documentos dos seus respectivos organismos episcopais.

Em todas as épocas e nas culturas mais diversificadas nunca faltou o ensinamento claro dos Pastores, nem o testemunho concreto dos

fiéis, homens e mulheres que, em circunstâncias muito diversas, viveram o Evangelho sobre a família como uma dádiva incomensurável

para a sua própria vida e para a vida dos sues filhos. O compromisso a favor do próximo Sínodo Extraordinário é assumido e sustentado

pelo desejo de comunicar esta mensagem a todos, com maior incisividade, esperando assim que «o tesouro da revelação confiado à Igreja

encha cada vez mais os corações dos homens» (DV 26).

O projeto de Deus Criador e Redentor

A beleza da mensagem bíblica sobre a família tem a sua raiz na criação do homem e da mulher, ambos criados à imagem e semelhança

de Deus (cf. Gn 1, 24-31; 2, 4b-25). Ligados por uma vínculo sacramental indissolúvel, os esposos vivem a beleza do amor, da paternidade,

da maternidade e da dignidade suprema de participar deste modo na obra criadora de Deus.

No dom do fruto da sua união, eles assumem a responsabilidade do crescimento e da educação de outras pessoas, para o futuro do

género humano. Através da procriação, o homem e a mulher realizam na fé a vocação de ser colaboradores de Deus na preservação da

criação e no desenvolvimento da família humana.

O Beato João Paulo II comentou este aspecto na Familiaris consortio: «Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26

s.): chamando-o à existência por amor, chamou-o ao mesmo tempo ao amor. Deus é amor (1 Jo 4, 8) e vive em si mesmo um mistério de

comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e

da mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão (cf. “Gaudium et spes”, 12). O amor é, portanto,

a fundamental e originária vocação de cada ser humano» (FC 11).

Este projeto de Deus Criador, que o pecado original deturpou (cf. Gn 3, 1-24), manifestou-se na história através das vicissitudes do

povo eleito, até à plenitude dos tempos, pois mediante a encarnação o Filho de Deus não apenas confirmou a vontade divina de salvação,

mas com a redenção ofereceu a graça de obedecer a esta mesma vontade.

O Filho de Deus, Palavra que se fez carne (cf. Jo 1, 14) no seio da Virgem Mãe, viveu e cresceu na família de Nazaré, e participou nas

bodas de Caná, cuja festa foi por Ele enriquecida com o primeiro dos seus “sinais” (cf. Jo 2, 1-11). Ele aceitou com alegria o acolhimento

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familiar dos seus primeiros discípulos (cf. Mc 1, 29-31; 2, 13-17) e consolou o luto da família dos seus amigos em Betânia (cf. Lc 10, 38-

42; Jo 11, 1-44).

Jesus Cristo restabeleceu a beleza do matrimónio, voltando a propor o projeto unitário de Deus, que tinha sido abandonado devido à

dureza do coração humano, até mesmo no interior da tradição do povo de Israel (cf. Mt 5, 31-32; 19.3-12; Mc 10, 1-12; Lc 16, 18).

Voltando à origem, Jesus ensinou a unidade e a fidelidade dos esposos, recusando o repúdio e o adultério.

Precisamente através da beleza extraordinária do amor humano – já celebrada com contornos inspirados no Cântico dos Cânticos, e do

vínculo esponsal exigido e defendido por Profetas como Oseias (cf. Os 1, 2-3,3) e Malaquias (cf. Ml 2, 13-16) – Jesus confirmou a dignidade

originária do amor entre o homem e a mulher.

O ensinamento da Igreja sobre a família

Também na comunidade cristã primitiva a família se manifestava como “Igreja doméstica” (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1655):

nos chamados “códigos familiares” das Cartas apostólicas neotestamentárias, a grande família do mundo antigo é identificada como o lugar

da solidariedade mais profunda entre esposas e maridos, entre pais e filhos, entre ricos e pobres (cf. Ef 5, 21-6, 9; Cl 3, 18-4, 1; 1 Tm 2,

8-15; Tt 2, 1-10; 1 Pd 2, 13-3, 7; cf., além disso, também a Carta a Filémon). Em particular, a Carta aos Efésios identificou no amor

nupcial entre o homem e a mulher «o grande mistério», que torna presente no mundo o amor de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 31-32).

Ao longo dos séculos, sobretudo na época moderna até aos nossos dias, a Igreja não fez faltar um seu ensinamento constante e crescente

sobre a família e sobre o matrimónio que a fundamenta. Uma das expressões mais excelsas foi a proposta do Concílio Ecuménico Vaticano

II, na Constituição pastoral Gaudium et spes que, abordando algumas problemáticas mais urgentes, dedica um capítulo inteiro à promoção

da dignidade do matrimónio e da família, como sobressai na descrição do seu valor para a constituição da sociedade: «A família – na qual

se congregam as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais

com as outras exigências da vida social – constitui assim o fundamento da sociedade» (GS 52). Particularmente intenso é o apelo a uma

espiritualidade cristocêntrica dirigida aos esposos crentes: «Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem

verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a

Cristo, princípio da vida, se tornem pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e dos sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele

mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e a sua ressurreição» (GS 52).

Também os Sucessores de Pedro, depois do Concílio Vaticano II, enriqueceram mediante o seu Magistério a doutrina sobre o matrimónio

e a família, de modo especial Paulo VI com a Encíclica Humanae vitae, que oferece ensinamentos específicos a níveis de princípio e de

prática. Sucessivamente, o Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris consortio, quis insistir na proposta do desígnio divino

acerca da verdade originária do amor esponsal e familiar: «O “lugar” único, que torna possível esta doação segundo a sua verdade total, é

o matrimónio, ou seja o pacto de amor conjugal ou escolha consciente e livre, com a qual o homem e a mulher recebem a comunidade

íntima de vida e de amor, querida pelo próprio Deus (cfr. Gaudium et spes, 48), que só a esta luz manifesta o seu verdadeiro significado.

A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida da sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas

uma exigência interior do pacto de amor conjugal que publicamente se afirma como único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena

fidelidade ao desígnio de Deus Criador. Longe de mortificar a liberdade da pessoa, esta fidelidade põe-na em segurança em relação ao

subjetivismo e relativismo, tornando-a participante da Sabedoria criadora» (FC 11).

O Catecismo da Igreja Católica reúne estes dados fundamentais: «A aliança matrimonial, pela qual um homem e uma mulher constituem

entre si uma comunidade íntima de vida e de amor; foi fundada e dotada das suas leis próprias pelo Criador: Pela sua natureza, ordena-

se ao bem dos cônjuges, bem como à procriação e educação dos filhos. Entre os batizados, foi elevada por Cristo Senhor à dignidade de

sacramento [cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Gaudium et spes, 48; Código de Direito Canónico, cân. 1055 § 1]» (CCC, n. 1660).

A doutrina exposta no Catecismo refere-se tanto aos princípios teológicos como aos comportamentos morais, abordados sob dois títulos

distintos: O sacramento do matrimónio (n. 1601-1658) e O sexto mandamento (n. 2331-2391). Uma leitura atenta destas partes do

Catecismo oferece uma compreensão atualizada da doutrina da fé, em benefício da atividade da Igreja diante dos desafios contemporâneos.

A sua pastoral encontra inspiração na verdade do matrimónio visto no desígnio de Deus, que criou varão e mulher, e na plenitude dos

tempos revelou em Jesus também a plenitude do amor esponsal, elevado a sacramento. O matrimónio cristão, fundamentado sobre o

consenso, é dotado também de efeitos próprios, e no entanto a tarefa dos cônjuges não é subtraída ao regime do pecado (cf. Gn 3, 1-24),

que pode provocar feridas profundas e até ofensas contra a própria dignidade do sacramento.

«O primeiro âmbito da cidade dos homens iluminado pela fé é a família; penso, antes de mais nada, na união estável do homem e da

mulher no matrimónio. Tal união nasce do seu amor, sinal e presença do amor de Deus, nasce do reconhecimento e aceitação do bem que

é a diferença sexual, em virtude da qual os cônjuges se podem unir numa só carne (cf. Gn 2, 24) e são capazes de gerar uma nova vida,

manifestação da bondade do Criador, da sua sabedoria e do seu desígnio de amor. Fundados sobre este amor, homem e mulher podem

prometer-se amor mútuo com um gesto que compromete a vida inteira e que lembra muitos traços da fé: prometer um amor que dure

para sempre é possível quando se descobre um desígnio maior que os próprios projetos, que nos sustenta e permite doar o futuro inteiro

à pessoa amada» (LF 52). «A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada

— a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na

fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade» (LF 53).

III – Questionário

As seguintes perguntas permitem às Igrejas particulares participar ativamente na preparação do Sínodo Extraordinário,

que tem a finalidade de anunciar o Evangelho nos atuais desafios pastorais a respeito da família.

1 - Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família

a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da “Gaudium et spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos

do Magistério pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os nossos fiéis são formados para a vida

familiar, em conformidade com o ensinamento da Igreja?

b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente. Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim,

quais?

c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que

tipo de catequese sobre a família é promovida?

d) Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos

ambientes extra eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?

2 - Sobre o matrimónio segundo a lei natural

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a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos institucional, educativo e académico, quer a nível

popular? Que visões da antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da família?

b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?

c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma

família? Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?

d) Quando a celebração do matrimónio é pedida por batizados não praticantes, ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os

desafios pastorais que disto derivam?

3 – A pastoral da família no contexto da evangelização

a) Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à preparação para o matrimónio? Como se procurou

estimular a tarefa de evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da família como “Igreja

doméstica”?

b) Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à complexidade da vida e da cultural contemporânea?

c) Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias cristãs souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?

d) De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar souberam criar percursos exemplares?

e) Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer, em ordem à difusão de uma visão integral do casal e

da família cristã, hoje credível?

f) Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em formação e dos casais em crise?

4 – Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis

a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-

la numericamente?

b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil? Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?

c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem

se poderia calculá-los numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais adequados?

d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão conscientes da mesma? Simplesmente manifestam

indiferença? Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?

e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da

Reconciliação? Entre as pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?

f) A simplificação da praxe canónica em ordem ao reconhecimento da declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer

uma contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que forma?

g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta atividade pastoral? Existem programas a este propósito,

nos planos nacional e diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados recasados e como se põe

em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de fé?

5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo

a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao

matrimónio?

b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo

sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?

c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?

d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da

transmissão da fé?

6 - Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimónios irregulares

a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias

regularmente constituídas?

b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensinamento da

religião em geral?

c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios

filhos?

d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a administração do sacramento e o acompanhamento?

7 - Sobre a abertura dos esposos à vida

a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que

consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos poderiam ser

sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?

b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria

dos casais?

c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da

Humanae vitae?

d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da penitência e na participação na Eucaristia?

e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a doutrina da Igreja e a educação civil?

f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?

8 - Sobre a relação entre a família e a pessoa

a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar privilegiado para que isto aconteça?

b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?

c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar, incidem sobre a vida familiar?

9 - Outros desafios e propostas

a) Existem outros desafios e propostas a respeito dos temas abordados neste questionário, sentidos como urgentes ou úteis por parte

dos destinatários?

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O Papa Francisco tem dito que precisamos de uma teologia mais profunda acerca da mulher e de sua missão no

mundo e na Igreja. É certo, mas ele não pode desconhecer que hoje existe vasta literatura teológica feita por mulheres na perspectiva das mulheres, da

melhor qualidade, o que tem enriquecido enormemente nossa experiência de Deus. Eu mesmo tenho me dedicado intensamente ao tema, culminando

com os livros O rosto materno de Deus(1989) e Feminino-Masculino(2010) junto com a feminista Rosemarie Muraro.

Entre tantas do presente, resolvi trazer a presente duas grandes teólogas do passado, verdadeiramente inovadoras: Santa Hildegarda de Bingen

(1098-1179) e de Santa Juliana de Norwich ((1342-1416).

Hildegarda vem considerada quiçá como a primeira feminista dentro da Igreja. Foi uma mulher

genial e extraordinária para o seu tempo e para todos os tempos. Monja beneditina exerceu a

função de mestra (abadessa) de seu convento de Rupertsberg de Bingen no Reno, profetisa

(profetessa germânica), mística, teóloga, inflamada pregadora, compositora, poetisa, naturalista,

médica informal e escritora.

Seus biógrafos e estudiosos consideram um mistério o fato desta mulher, no estreito e

machista mundo medieval, ter sido o que foi. Em tudo revelou excelência e criatividade.

Muitas são suas obras, místicas, poéticas, sobre a

ciência natural e sobre música. A mais importante e

lida até hoje é Sci vias Domini (Saiba os caminhos do

Senhor).

Hildegarda foi acima de tudo uma mulher dotada de visões divinas. Num relato autobiográfico diz: "Quando

tinha quarenta e dois anos e sete meses, os céus se abriram e uma luz ofuscante de excepcional fulgor fluiu

para dentro de meu cérebro. E então ela incendiou todo o meu coração e peito como uma chama, não

queimando, mas aquecendo… e subitamente entendi o significado das exposições dos livros, ou seja, dos

Salmos, dos Evangelhos e dos outros livros católicos do Velho e Novo Testamentos” (veja o texto na

Wikipédia, Hildegarda de Bingen com excelente texto e literatura).

É um mistério como tinha conhecimentos de cosmologia, de plantas medicinais, da física dos corpos e da

história da humanidade. A teologia fala “ciência infusa” como um dom do Espírito Santo. Hildegarda foi

galardoada com esse dom.

Ela desenvolveu uma visão curiosamente holística, entrelaçando sempre o ser humano com a natureza e

com o cosmos. É nesse contexto que fala do Espírito Santo como aquela energia que confere a “viriditas” a

todas as coisas. “Viriditas” provem de verde; significa o verdor

e o frescor que marca todas as coisas penetradas pelo Espírito

Santo. (Flanagan, S. Hildegard of Bingen 1998, 53). Ela desenvolveu uma imagem humanizadora de Deus

pois Ele rege o universo “com poder e suavidade” (mit Macht und Milde) acompanhando todos os seres

com sua mão cuidadosa e seu olhar amoroso.

Ela ficou especialmente conhecida pelos métodos medicinais seguidos na Áustria e na Alemanha por

médicos até os dias de hoje. Revela um conhecimento surpreendente do corpo humano e de quais

princípios ativos das ervas medicinais são apropriados para os distintos distúrbios. Sua canonização foi

ratificada por Bento XVI em 2012.

Outra notável mulher foi Juliana de Norwich (1342-1416) da Inglaterra. Pouco se sabe sobre sua vida,

se era religiosa ou uma leiga viúva. O certo é que viveu todo tempo reclusa, numa parte murada da igreja

de São Julião. Ao completar 30 anos teve uma grave enfermidade que quase a levou à morte. Num dado

momento, durante cinco horas, teve vinte visões de Jesus

Cristo. Escreveu imediatamente um resumo de suas visões.

Vinte anos após, tendo refletido longamente sobre seu significado, escreveu uma versão longa e definitiva

sob o título Revelations of Divine Love (Revelações do amor divino: Londres 1952). É o primeiro texto escrito

por uma mulher em inglês.

Suas revelações são surpreendentes, pois vem perpassadas de um inarredável otimismo, nascido do amor

de Deus. Para ela, o amor é sobretudo alegria e compaixão. Não entende, as doenças como era crença

popular na época e ainda hoje em alguns grupos, como castigos de Deus. Para ela, as doenças e pestes são

oportunidades para encontrar Deus.

O pecado é visto como uma espécie de pedagogia pela qual Deus nos obriga a conhecermo-nos a nós

mesmos e a buscarmos a sua misericórdia. Diz mais: atrás

daquilo que falamos de inferno existe uma realidade maior,

sempre vitoriosa que é o amor e a misericórdia de Deus.

Pelo fato de Jesus ser misericordioso e compassivo ela é nossa querida Mãe. Deus mesmo é Pai

misericordioso e Mãe de infinita bondade (Revelações, 119). Somente uma mulher poderia usar esta

linguagem de amorosidade e compaixão e chamar a Deus de Mãe de infinita bondade. Assim vemos uma

vez mais como a voz feminina é importante para termos uma concepção não patriarcal e por isso mais

completa de Deus e do Espírito que perpassa toda a vida e o universo.

Muitas outras mulheres poderiam ser aqui referidas, como Santa Teresa d’Ávila (1515-1582), Simone

Weil (1909-1943), Madeleine Debrê (1904-1964) e entre nós Ivone Gebara e Maria Clara Bingemer que

pensaram e pensam a fé a partir de seu ser feminino. E continuam nos enriquecendo.

O p i n i ã o

Leonardo Boff

O p i n i ã o

Em:www.ihu.unisino.br/2013/11/07 O p i n i ã o

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É bem conhecida a Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10, 25-37), provavelmente baseada

em um fato real. Um homem descia de Jerusalém a Jericó. No caminho, foi assaltado, espoliado,

surrado, e deixado à beira da estrada. Um sacerdote por ali passou e não o socorreu. A mesma

atitude de indiferença teve o levita, um religioso. Porém, um samaritano –os habitantes da

Samaria eram execrados pelos da Judeia–, ao avistar a vítima do assalto, interrompeu sua

viagem e cobriu o homem de cuidados.

Jesus narrou a parábola a um doutor da lei, um teólogo judeu que sequer pronunciava o

vocábulo samaritano para não contrair o pecado da língua... E levou o teólogo a admitir que, apesar

da condição religiosa do sacerdote e do levita, foi o samaritano quem mais agiu com amor, conforme a vontade de Deus.

Na Itália, jovens universitários expuseram à beira da estrada cartaz advertindo que, próximo dali, um homem necessitava ser

urgentemente transportado a um hospital. Todos os motoristas eram parados adiante pela Polícia Rodoviária para responderem por

que passaram indiferentes. Os motivos, os de sempre: pressa, nada tenho a ver com desconhecidos, medo de doença contagiosa

ou de sujar o carro.

Quem parou para acudir foi um verdureiro que, numa velha camionete, transportava seus produtos à feira. Comprovou-se que

os pobres, assim como as mulheres, são mais solidários que os homens burgueses.

Em uma escola teológica dos EUA, seminaristas foram incumbidos de fazer uma apresentação da Parábola do Bom Samaritano.

No caminho do auditório ficou estendido um homem, como se ali tivesse caído. Apenas 40% dos seminaristas pararam para socorrê-

lo. Os que mais se mostraram indiferentes foram os estudantes advertidos de que não poderiam se atrasar para a apresentação.

No entanto, se dirigiam a um palco

no qual representariam a parábola

considerada emblemática quando

se trata de solidariedade.

A solidariedade é uma tendência

inata no ser humano. Porém, se

não for cultivada pelo exemplo

familiar, pela educação, não se

desenvolve. A psicóloga

estadunidense Carolyn Zahn-

Waxler verificou que crianças

começam a consolar familiares

aflitos desde a idade de um ano,

muito antes de alcançarem o

recurso da linguagem.

A forma mais comum de

demonstrar afeto entre humanos é

o abraço – dado em aniversários,

velórios, situações de alegria,

aflição ou carinho. Existe até a

terapia do abraço.

Segundo notícia da Associated

Press (18/06/2007), uma escola

de ensino médio da Virginia, EUA, incluiu no regulamento a proibição de qualquer contato físico entre alunos e entre alunos e

professores.

Hoje em dia, em creches e escolas dos EUA educadores devem manter distância física das crianças, sob pena de serem acusadas

de pedofilia...

As crianças e os grandes primatas –nossos avós na escala evolutiva– são capazes de solidariedade a pessoas necessitadas. É o

que comprovou a equipe do cientista Felix Warneken, do Instituto Max Planck, de Leipzig, Alemanha (2007). Chimpanzés de Uganda,

que viviam soltos na selva, eram trazidos à noite ao interior de um edifício. Um animal por vez. Ele observava um homem tentando

alcançar, sem sucesso, uma varinha de plástico através de uma grade. Apesar de seus esforços, o homem não conseguia pôr as

mãos na varinha. Já o chimpanzé ficava em um local de fácil acesso à varinha. Espontaneamente o animal, solidário ao homem,

apanhava a varinha e entregava a ele.

É bom lembrar que os chimpanzés não foram treinados a isso nem recompensados por assim procederem. Teste semelhante com

crianças deu o mesmo resultado. Mesmo quando a prova foi dificultada, obrigando crianças e chimpanzés a escalar uma plataforma

para alcançar a varinha, o resultado foi igualmente positivo.

A 16 de agosto de 1996, Binti Jua, gorila de oito anos de idade, salvou um menino de três anos que caíra na jaula dos primatas

no zoológico de Chicago. O gorila sentou em um tronco com o menino no colo e o afagou com as costas da mão até que viessem

buscar a criança.

A revista Time elegeu Binti uma das "melhores pessoas” de 1996...

Frente a tais exemplos, é de se perguntar o que a nossa cultura, baseada na competitividade, e não na solidariedade, faz com as

nossas crianças e que tipo de adultos engendra. Os pobres, os doentes, os idosos e os necessitados que o digam.

Frei Betto

z

Em:www.adital.com.br/2013/11/07

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Aula Palestras programadas para Novembro de 2013

Dia 08 de Novembro – 19h30

Tema:

“Do Direito aos cursos na Universidade

Federal da Zona Leste”

Convidados:

Dra. Soraya Smaili - Reitora da Unifesp

Dra. Maria Angélica - Pró-reitora de Graduação da Unifesp

Dr. Luiz Leduíno Neto - Diretor do Campus São José dos Campos

Dr. Tião Soares - Cientista Social

Padre Ticão - Movimento Nossa Zona Leste

As aulas acontecem todas as Sextas-Feiras às 19h30 no Salão da Igreja São Francisco de Assis

Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – Zona Leste – São Paulo – SP

Para maiores informações fale com Luís: [email protected] ou Deise: [email protected]

O CURSO DE VERÃO é um programa de

FORMAÇÃOPOPULAR no campo sócio-político-cultural, a partir

da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral

e do empenho transformador da sociedade. É um ESPAÇO

ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO de convivência, partilha de

vida, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe

participantes, em especial JOVENS, empenhados na busca da

compreensão e respeito entre homens e mulheres de toda a

família humana, no esforço para transformar as pessoas e a

sociedade na linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do

meio ambiente.

JUVENTUDES EM FOCO:

por políticas públicas inclusivas na educação, trabalho e cultura

é o tema do Curso de Verão de 2014. Juventudes, no plural, enfatiza a diversidade do fenômeno

juvenil do ponto de vista das classes sociais, do contraste entre o urbano e o rural, entre a

periferia e as áreas urbanizadas nas cidades. Gênero, cor, raça, etnia, inclusão ou exclusão

digital, qualidade do ensino, acesso a equipamentos culturais e de lazer e ao mercado de trabalho

compõem o leque das múltiplas desigualdades que afetam os jovens. O curso oferece um espaço

de diálogo, aprofundamento e compromisso em torno a temas que mais preocupam a juventude:

da violência ao extermínio de jovens negros; da disseminação das drogas ao desemprego juvenil;

da baixa qualidade do ensino à desagregação familiar; da perda de sentido à crise ecológica. O

curso refletira sobre os caminhos para se remover os obstáculos para o protagonismo juvenil na

sociedade, nas igrejas e no estabelecimento de políticas públicas transformadoras.

Para Maiores informações acesse o site:

www.ceseep.org.br

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Carta do Movimento Pro-Descentralização da Prefeitura de

São Paulo

Ao Prefeito de São Paulo: Fernando Haddad, aos 55 Vereadores/as e aos 32 Partidos Políticos

São Paulo é uma cidade com mais de 11,3 milhões de habitantes espalhados por uma região com 1523 km2, com

previsão orçamentária para 2014 cerca de 50 bilhões de reais. São Paulo tem 32 Subprefeituras (32 Cidades com

mais de 350 mil habitantes). São 96 Distritos e centenas e centenas de Vilas/Jardins. São inúmeras as dificuldades

para que uma cidade com estas proporções seja administrada a contento a partir de um único centro administrativo

instalado no Vale do Anhangabaú.

Assim, nós Abaixo Assinados, defendemos a

Descentralização da Administração da Cidade de São Paulo.

Neste processo, apoiamos e defendemos:

1. QUE O ORÇAMENTO MUNICIPAL seja dividido proporcionalmente para as Subprefeituras respeitando a

necessidade real de cada uma. Atualmente são os BAIRROS CENTRAIS E MAIS ABASTADOS que recebem a

maior parte dos RECURSOS DE TODA CIDADE. As periferias (que elegeram o Prefeito Haddad e os Vereadores) ficam

com migalhas e quase nada para SAÚDE, MORADIA, EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER...

2. QUE OS CONSELHOS MUNICIPAIS de cada Subprefeitura tenha o caráter deliberativo;

3. QUE AS DECISÕES DE INVESTIMENTOS DO ERÁRIO PÚBLICO sejam tomadas a partir de consultas feitas à

comunidade local e não a partir de gabinetes distantes;

4. QUE TODAS AS SECRETARIAS MUNICIPAIS sejam descentralizadas para as Subprefeituras e a partir delas

sejam administradas as questões pertinentes a cada uma. Esta CENTRALIZAÇÃO DOS RECURSOS, na Cidade mais

rica do Brasil, favoreceu, historicamente, corrupções, exclusões e aumento das desigualdades sociais.

5. É URGENTE A DECENTRALIZAÇÃO PARA ACABAR COM AS BRUTAIS DESIGUALDADES SOCIAIS.

A Cidade mais rica do Brasil (aonde os ricos ficam mais ricos) não pode continuar convivendo com 1,3 milhão em favelas (e a cada

dia aumentam as FAVELAS na Cidade mais rica do Brasil), 150 mil Crianças sem Creche e outras milhares fora da Escola. 91%

não se sente segura em São Paulo. A insatisfação chega ao ponto de 56% declararem que mudariam de cidade se pudessem,

espera de 66 dias para ser atendido em consulta médica, 86 dias para fazer exames clínicos e 178 dias para conseguir

procedimentos mais complexos. Dos 96 distritos, 45 não têm sequer uma biblioteca, 59 não oferecem um Centro Cultural, em 59

não há Cinema, 71 não abrigam Museus, 52 não têm Sala de show e concerto e 54 não oferecem Teatro a seus moradores. Em

São Paulo, 56 distritos não têm uma unidade com equipamentos públicos de esporte. A desigualdade entre os indicadores das

poucas regiões mais ricas e das mais pobres chega a centenas e até milhares de vezes. A pesquisa está, na íntegra, no site

www.nossasaopaulo.org.br.

6. ADMINISTRAR UMA CIDADE COM 11,3 MILHÕES tem que se inovar, descentralizar, envolver a população, os Movimentos,

Entidades. É o direito à Cidade. Cidade para todos/as com QUALIDADE. Isso é novo...

Dia: 13 de Dezembro de 2013, Sexta-Feira, 19,30 horas,

Entrega do Abaixo Assinado ao Prefeito, Vereadores e Partidos Políticos, no

Salão da Igreja São Francisco de Assis

Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo - Zona Leste.

Informações e participação: [email protected]

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Unidos alcançaremos esta vitória.

Page 11: Crer na ressurreição de Jesus nos leva a crer na nossa ... · questões controversas, como os sacramentos para divorciados, o controle da natalidade ou a atenção aos homossexuais

Com a Teóloga, Socióloga e Escritora

Tema do encontro:

Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã

Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP

Maiores informações podem ser obtidas com:

Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]

COORDENAÇÃO

Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3ªs Terças-Feiras dos

meses impares. A próxima será realizada no dia

19 de Novembro de 2013

As reuniões são realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da

Vila Guilhermina

Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança

R E U N I Õ E S

PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS

AGENTES DE PASTORAL

As reuniões entre os padres, religiosos, religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre na última

Sexta-Feira dos meses pares. A próxima será realizada excepcionalmente, na quarta-feira, dia

27 de Novembro de 2013

As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA

Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

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Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por certo, poderão

contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.

www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões, mulheres, direitos

humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens.Ao se cadastrar você passa a receber as

duas versões diárias.

www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da internet na América Latina,

em conteúdos, audiência e serviços on-line.

www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos seguimentos tais como:

estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.

www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da Igreja e da própria

Conferência.

www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos orientadores de sua reflexão e

ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados, capazes de facilitar a elaboração de atividades

transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.

www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.

www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em todo o mundo.

www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de questões sobre educação,

religiosidade e formação humana.

www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional, movimentos sociais,

educação e direitos humanos dentre outros.

www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância nas esferas político-

administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.

www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima, mantém informações

diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.

www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral torna acessível um vasto

acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas. Excelente fonte de pesquisa.

www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.

www.consciencia.net— Acervo Paulo Freire completo disponível neste endereço.

www.news.va/pt - Pronunciamentos do Papa Francisco diretamente do Vaticano.

“De Esperança,

em Esperança,

na Esperança

Sempre”